Tema: Ciência e tecnologia
Por Olival Freire Junior Professor Titular do Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia. Doutor em História Social pela USP. Pesquisador CNPQ em História das ciências.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA NA BAHIA

A Bahia é um estado que se destaca no cenário brasileiro por várias características, positivas e negativas: forte tradição cultural e artística; enorme apelo histórico por Salvador ter sido a primeira capital do Brasil colônia de Portugal; sendo esta a cidade brasileira com maior peso da influência cultural africana, derivada do número de africanos para aqui trazidos como escravos; cidade com enormes indicadores de desigualdades sociais, bem expressas no seu tecido urbano, estruturadas em torno de eixos raciais, de classe e de gênero. A Bahia, “metrópole negra onde reinam os deuses negros”, no dizer de Simone Beauvoir, que a visitou em 1960, era também o lugar das “plantações de cacau e de fumo” onde ela presenciou “camponeses miseráveis levando uma vida de animais de carga,” e na qual “somente os operários dos campos de petróleo trabalham em melhores condições.”1

A lista das virtudes e das mazelas parece infindável e é razoavelmente bem conhecida daqueles que têm alguma familiaridade com a cidade da Bahia, como os seus habitantes a denominam, unificando a capital e o próprio estado sob uma única denominação, o que por sua vez pode esconder a enorme diversidade presente no Estado da Bahia. Poucos seriam, contudo, aqueles que incluiriam a ciência de qualidade dentre os traços típicos da Bahia. Aos familiarizados com a atividade científica no Brasil, ou com a história da ciência no Brasil, uma tal invisibilidade seria totalmente injustificada. Por estas razões tem enorme significado cultural a decisão do Portal da Bahia Contemporânea de incluir um capítulo sobre a ciência e a tecnologia nesta iniciativa de apresentar a Bahia atual buscando evidenciar suas potencialidades de futuro.2

Como ciência é atividade que requer continuidade para a produção de resultados, nós priorizamos a apresentação deste panorama por meio de considerações sobre a história das atividades científicas em nosso estado. Em seguida, em um modo menos analítico, a nossa apresentação cobrirá as grandes áreas do conhecimento buscando identificar em cada uma destas grandes áreas as instituições existentes, com atenção particular para os programas de pós-graduação existentes nestas instituições. Para este trabalho combinamos vários indicadores, a exemplo de cursos de pós-graduação autorizados pela CAPES, pesquisadores CNPq, Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs), publicações indexadas, e presença em academias de ciências.3 Cada um destes indicadores tem suas próprias limitações vez que não representam de modo fidedigno a diversidade das distintas áreas de conhecimento. Por estas razões, embora tenhamos usado cada um destes indicadores, o panorama aqui traçado combina tanto elementos quantitativos quanto qualitativos, estes derivados da nossa própria experiência como historiador da ciência e como gestor da área científica, resultando, em última instância, em uma apreciação pessoal do desenvolvimento destas atividades no nosso estado.

 

UM OLHAR AO PASSADO

 

A CRIAÇÃO DA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

Um marco importante na história da ciência na Bahia e no Brasil foi a transferência da corte portuguesa em 1808, o que levou de imediato à criação da primeira Escola de Cirurgia, a qual seria elevada em 1832 à condição de Faculdade de Medicina da Bahia. Uma apresentação histórica mais abrangente nos remeteria a períodos anteriores, por exemplo com a atividade dos jesuítas, onde se destaca o Colégio dos Jesuítas da Bahia, que funcionou em Salvador entre 1553 e 1759. Uma adoção da perspectiva da história do conhecimento, sem a restrição ao que então se considerava ciência, levar-nos-ia à inclusão dos conhecimentos dos povos indígenas que aqui viviam e daqueles para aqui trazidos como escravos nos marcos da Diáspora Africana.4 O nosso interesse em tomar a criação da Escola de Medicina da Bahia como referência para uma história da ciência na Bahia é o elemento de continuidade que ela trouxe, nos mais de 200 anos desde então decorridos. De fato, não é por casualidade que a área da saúde tenha se transformado, nos dias atuais, em uma das áreas de maior densidade na produção científica do estado. Pela Faculdade de Medicina foram formados Juliano Moreira, negro e introdutor do pensamento de Freud no Brasil, e Nise da Silveira, a alagoana estudante da obra de Jung que contribuiu para a humanização de métodos psiquiátricos. Dentre os seus professores destaca-se Manuel Augusto Pirajá da Silva, com importantes trabalhos no que se convenciona chamar de doenças tropicais, tendo descrito o ciclo da esquistossomose. Pirajá da Silva fez a primeira indicação de Carlos Chagas ao Nobel de Medicina.5 Este fato, em si mesmo, evidencia a circulação que este pesquisador tinha nos meios da pesquisa médica na Europa vez que uma indicação ao Nobel é feita por convite enviado pelo comitê da Academia sueca. A Faculdade de Medicina contribuiria também para pesquisas nas áreas de ciências sociais, incluindo a antropologia. Refletindo a ciência da época, inspirada em ideias formuladas na Europa, a faculdade foi também um dos principais veículos da propagação de doutrinas racistas incluindo o que hoje denominamos de racismo científico.6 Mais para a segunda metade do século XX, as ciências humanas e sociais se desenvolveriam na Bahia sob a influência de médicos e advogados, onde cabe um destaque para o médico de formação, antropólogo pela atividade científica, Thales de Azevedo. Ainda na transição para o século XX outras escolas superiores ampliaram a possibilidade de formação profissional na Bahia, com destaque para a criação das escolas de Engenharia e de Direito. 




Faculdade de Medicina da Bahia. Terreiro de Jesus, Salvador. Créditos: Tainã Moura Alcântara.

 

A CRIAÇÃO DA UNIVERSIDADE DA BAHIA

Ao longo das primeiras décadas do século XX, as instituições de ensino superior na Bahia tiveram um crescimento mais lento, possivelmente refletindo a perda de pujança econômica do próprio estado.7 No imediato pós Segunda Guerra, 1946, a Bahia viu concretizada uma antiga aspiração, a criação de uma universidade, a qual agrupou, inicialmente, as já existentes Faculdades de Medicina, Farmácia, Odontologia, Belas Artes, Direito, e Politécnica, além de incorporar a Faculdade de Filosofia da Bahia que funcionava desde 1943 sob a liderança de Isaias Alves. A universidade passaria a ser denominada de Universidade Federal da Bahia a partir de 1950 e continuaria incorporando cursos, a exemplo da Escola Agronômica da Bahia, em Cruz das Almas, cujas origens remontam ao século XIX, ou criando novos, a exemplo da Escola de Geologia. A inovação mais importante trazida pela criação da universidade não foi, entretanto, a incorporação de cursos pré-existentes, mas o direcionamento da nova universidade para certos objetivos mais estratégicos voltados à consolidação da UFBA como uma universidade com vocação para a pesquisa. Esta inovação muito se deve à liderança de seu primeiro reitor, o médico Edgard Santos, que a dirigiu por quinze anos.

Edgard Santos liderou a UFBA em um contexto de certa reanimação das atividades econômicas na Bahia, em especial com a exploração e refino de petróleo. Este contexto, entretanto, não explica o êxito obtido nos tempos de Edgard. Sob sua liderança a atividade do ensino e da pesquisa na área médica foi consolidada, em especial com a criação do hospital universitário. Ele teve a visão de que um estado como a Bahia precisava de uma universidade forte nas áreas de artes e de humanidades. Trouxe para a Bahia pesquisadores de renome internacional, a exemplo de Hans-Joachim Koellreutter, que havia introduzido a música atonal no Brasil, e do humanista português Agostinho Silva, que liderou a criação do Centro de Estudos Afro-Orientais, o CEAO, além do teatrólogo Martim Gonçalves. O período de Edgard Santos à frente da reitoria da UFBA coincidiu com um período de intensa renovação artístico-cultural no estado, com destaque para os movimentos do cinema novo e do tropicalismo. Os protagonistas destes movimentos interagiram com docentes da universidade e com intelectuais como Pierre Verger e Lina Bo Bardi. Analistas do período, como Antônio Risério, consideram que a UFBA não apenas coexistiu com tais movimentos, mas teria contribuído para a emergência dos mesmos. Retomando a importância da continuidade na produção do conhecimento científico, afirmamos anteriormente que não era casualidade a densidade da pesquisa baiana na área da saúde. Os tempos de Edgard contribuíram para fortalecer esta densidade e inauguraram uma nova tradição, a da excelência da pesquisa em artes, letras, humanidades e ciências sociais.8

No mesmo período três importantes iniciativas foram tomadas pelo governo estadual, infelizmente sem a continuidade ao longo do tempo.9 Em 1950, foi criada a Fundação para o Desenvolvimento da Ciência na Bahia, a qual estaria na origem da criação, em 1969, da Secretaria de Ciência e Tecnologia. Cabe notar que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo – FAPESP seria instituída legalmente na mesma época de criação da fundação baiana, mas apenas seria efetivada no início da década de 1960. Em contrapartida, a FAPESP teve atividade contínua desde então, enquanto a fundação baiana seria descontinuada, sendo retomada apenas décadas depois. Ainda em 1970 foi criado no estado o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (CEPED), o qual incorporou atividades do já existente Instituto de Química e Tecnologia. Este instituto foi mais tarde também descontinuado, de modo que a história da ciência e tecnologia no estado reúne não apenas elementos de continuidade, que explicam as densidades atuais de certas áreas do conhecimento, mas também importantes elementos de descontinuidade; restando como desafios analíticos tanto a compreensão de uns quanto dos outros elementos. Por fim, o Museu de Ciência e Tecnologia, criado pelo governador Roberto Santos, pioneiro sob vários aspectos, terminou sendo desativado, estado em que se encontra ainda hoje.

Ainda no período de criação da UFBA, a Bahia presenciou a criação de sua segunda escola de medicina. Quando a Faculdade de Medicina foi incorporada à recém-criada universidade e o hospital universitário (hoje Hospital Universitário Professor Edgard Santos – HUPES) inaugurado, aquela que é hoje a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública começou a funcionar em 1953 ocupando o antigo Hospital Santa Izabel, o qual era o espaço da tradicional Faculdade de Medicina. A nova faculdade converteu-se em um centro de ensino de graduação, e mais tarde de pós-graduação, de referência na área da saúde.

 

A REFORMA UNIVERSITÁRIA - 1968-1969

A reforma das universidades brasileiras, entre 1968 e 1969, foi implementada com celeridade na UFBA graças à liderança de seu então reitor, o médico Roberto Santos. O exame das decisões sobre a implementação da reforma foi limitado porque desde 13 de dezembro de 1968, com a edição do Ato Institucional Número 5, os direitos civis no país foram dramaticamente reduzidos, levando, por exemplo, à expulsão da universidade de um número significativo de lideranças estudantis.10 Visto em retrospectiva, nem toda a agenda da reforma universitária foi implementada. Por exemplo, o ciclo básico foi inviabilizado pela resistência do movimento de estudantes à perspectiva de um segundo exame de ingresso (vestibular) quando os estudantes já haviam entrado na universidade passando por um primeiro exame. Em outras áreas, entretanto, as mudanças foram efetivas e duradouras. Pelo seu impacto na pesquisa científica cabe destacar a criação dos institutos básicos e dos cursos de pós-graduação. Na área das ciências da saúde, na qual a antiga Faculdade de Medicina já tinha tradição na pesquisa científica, foi criado o Instituto de Ciências da Saúde, e na área de biológicas, foi criado o Instituto de Biologia. Estes novos institutos reforçaram tradições pré-existentes. Na área de ciências exatas, a mudança foi ainda mais significativa porque a criação dos Institutos de Geociências, Química, Física e de Matemática introduziu atividades de pesquisa escassamente existentes anteriormente.

A outra mudança implementada com rapidez foi a implementação dos primeiros cursos de pós-graduação. A institucionalização destes cursos no Brasil derivou de dispositivo legal independente, mas implementado de modo sincrônico com a reforma universitária. Dentre as primeiras pós-graduações implementadas na UFBA destacam-se as de Geofísica, Química, Medicina, Educação e de Ciências Humanas. Na continuidade, a UFBA ampliaria a sua oferta de cursos de pós-graduação de modo a, nos fins do século XX, cobrir praticamente todas as grandes áreas do conhecimento. O impulso modernizador da reforma também se expressou na área cultural. Deste modo, nesta época, e sob a liderança de Valentin Calderón, entre 1972 e 1980, a UFBA consolidaria o Museu de Arte Sacra, o qual havia sido criado ainda em 1959, sob o reitorado de Edgard Santos, através de convênio com a Arquidiocese de Salvador, no conjunto arquitetônico seiscentista do Convento de Santa Teresa.

Ainda em 1970, e independente da reforma universitária, seria criado o Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz, o qual seria, dez anos depois, transformado em unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz. Este instituto, que vai se consolidar como uma referência nas pesquisas em saúde no estado da Bahia, tem uma cronologia que independe daquela das instituições de ensino superior neste estado. De fato, suas origens remontam a 1915, quando Gonçalo Moniz, médico e pesquisador, criou o Instituto Bacteriológico, Antirrábico e Vacinogênico com o apoio dos governos estadual e federal. Em 1950 o governo estadual criaria a Fundação Gonçalo Moniz, a qual foi a precursora mais imediata do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz. Também independente das instituições de ensino superior, a partir da década de 1970, a Bahia passaria a ter duas instituições de pesquisa agronômica. Em 1975 a Bahia teria uma unidade da então recém-criada EMBRAPA, com a instituição, em Cruz das Almas, da Embrapa Mandioca e Fruticultura, a qual levou a um patamar mais desenvolvido o Instituto Agronômico do Leste, que já desenvolvia atividades de extensão e pesquisa desde a década de 1950. No sul do estado, região do cacau, o órgão federal Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac) mantinha laboratórios de pesquisa com significativa atividade. A crise da lavoura cacaueira, agravada em fins da década de 1980 pelo aparecimento do fungo vassoura de bruxa, episódio ainda hoje não completamente esclarecido, terminou por produzir um deslocamento da pesquisa agronômica no sul do estado para a universidade que hoje é a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), sediada na rodovia que liga Ilhéus a Itabuna.11

Roberto Santos, em visita à Reitoria da UFBA, ladeado por Paulo Miguez e João Carlos Salles, atuais Vice-reitor e Reitor da UFBA. Créditos: Aristides Alves - ASCOM UFBA.

 

A EXPANSÃO DA TRANSIÇÃO XX-XXI

Em fins do século XX e especialmente nos primeiros quinze anos do século XXI, as atividades científicas na Bahia vivenciaram uma intensa expansão relacionada tanto ao número de cursos de pós-graduação como às possibilidades ampliadas de financiamento da atividade científica. Novos atores institucionais, no caso dos cursos de pós-graduação, para além da UFBA, tiveram papel neste processo. Cabe destacar a presença das quatro universidades estaduais, as quais já tinham sido criadas em fins do século XX, a Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), e a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), e que passaram a oferecer curso de pós-graduação. Nos marcos da expansão das universidades federais, programa desenvolvido durante as gestões dos governos Luís Inácio Lula da Silva, tivemos a criação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), cuja base inicial foi o desmembramento da Escola de Agronomia da UFBA, a qual já desenvolvia atividades de pesquisa e de pós-graduação e que passou desde a sua criação a ampliar a sua oferta de cursos de pós-graduação. Com base nas mesmas políticas públicas do governo federal foram criadas a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), os campi da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF) sediados na Bahia; além da criação de um campus da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB , Campus dos Malês), e da expansão da UFBA com a criação do campus de Vitória da Conquista, vocacionado para a área da saúde. Todas estas novas instituições têm apoiado, desde o nascedouro, a atividade de pesquisa e a busca da oferta de cursos de pós-graduação. No caso da UFBA, vários cursos novos de pós-graduação foram criados, abrangendo desde cursos baseados em tradicionais faculdades, a exemplo dos programas de Engenharias e de Filosofia, até novas áreas interdisciplinares, a exemplo de programas como Estudos Étnicos e Africanos; Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo; Ensino, Filosofia e História das Ciências; e a participação da UFBa na Rede Nordeste de Biotecnologia (RENORBIO).

A expansão das atividades científicas ao longo destas décadas iniciais do século XXI não ficou limitada nem às universidades nem às instituições públicas. Assim é que foi criado o Centro Universitário Senai Cimatec, iniciativa da Federação das Indústrias do Estado da Bahia, com foco em engenharias e automação industrial. A nova instituição apoiou-se na tradição de treinamento técnico que remontava ao SENAI e explorou o contexto da diversificação do parque industrial da Bahia, particularmente com a chegada da indústria automobilística, com uma forte demanda de mão de obra qualificada em automação, e do apoio do governo federal às relações entre indústrias e centros de pesquisa, o que levou o Senai Cimatec a se credenciar em 2012 como uma das primeiras unidades do programa intitulado Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII). De maneira análoga, o Instituto Federal da Bahia (IFBA), herdeiro da tradição de ensino de qualidade da antiga Escola Técnica Federal, e o novo Instituto Federal Baiano (IF Baiano) têm apoiado atividades de pesquisa e ofertado cursos de pós-graduação. Instituições não estatais, como algumas universidades particulares e confessionais seguiram rumo similar, pelo menos na oferta de cursos de pós-graduação; este tem sido o caso das Universidade Católica do Salvador (UCSAL) e Universidade Salvador (UNIFACS), além das faculdades isoladas como a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), o Centro Universitário FG de Guanambi, na área de Direito, e a Faculdade Maria Milza, em Governador Mangabeira, nas áreas de biológicas e ambientais.

Outro indicador da força adquirida pelas atividades científicas em nosso estado é o número de Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia sediados na Bahia. Estes institutos, organizados em forma de redes, foram aprovados em processos de seleção altamente competitivos e programa criado pelo CNPq. Atualmente estão sediados na Bahia os seguintes institutos: Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Doenças Tropicais, Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Energia e Ambiente, Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Geofísica do Petróleo, Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estudos Interdisciplinares e Transdisciplinares em Ecologia e Evolução, e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Democracia Digital. 

O apoio do governo estadual às atividades de ciência e tecnologia adquiriu outro patamar com a criação, em 2001, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – Fapesb, com a Bahia seguindo modelo de financiamento estadual à atividade científica que havia sido bem estabelecido desde a década de 1960 no Estado de São Paulo e adotado por outros estados. Nas décadas iniciais do século XXI, as atividades científicas no estado da Bahia contaram também com significativo apoio de agências federais, em particular com bolsas, aquisição de equipamentos e obras de infraestrutura, a exemplo da CAPES, CNPq e FINEP. Expressão simbólica da força das atividades científicas no estado foi a fundação, em 2010 e sob a liderança de Roberto Santos, da Academia de Ciências da Bahia, a mais jovem das diversas academias profissionais, acadêmicas e artísticas existentes no estado da Bahia.

Esta fase de expansão das atividades científicas foi freada a partir dos fins de 2014 com as turbulências inicialmente econômicas, em seguida políticas, que tomaram conta do país. A ciência entrou, desde então, em fase marcada por incertezas quanto ao seu desenvolvimento imediato e futuro, não apenas pelas restrições orçamentárias mas também pelo ambiente de negação do valor da ciência para o desenvolvimento social partilhado por setores da sociedade e mesmo do governo federal, ambiente de negacionismo que se intensificou no trato das questões ambientais e particularmente no enfrentamento da atual crise sanitária criada pela pandemia do COVID 19.

 

UM OLHAR PARA O PRESENTE

A apresentação das áreas de pesquisa instaladas na Bahia não tem a pretensão de uma descrição exaustiva de toda a atividade de pesquisa aqui desenvolvida. O nosso foco será a apresentação dos cursos de pós-graduação, com atenção aos cursos de doutorado, pois esta é formação básica do futuro pesquisador em qualquer área do conhecimento. Uma identificação completa dos cursos de pós-graduação existentes no estado da Bahia pode ser obtida na página da CAPES onde estão listados os cursos avaliados e reconhecidos por esta agência federal.12 Por outro lado, no Brasil, a própria existência de um curso de doutorado é um forte indicador da existência de grupos de pesquisadores atuando nas áreas cobertas pelo curso, vez que o Brasil dispõe de um sistema robusto de avaliação acadêmica da pós-graduação. Em verdade, todo o financiamento à pós-graduação no Brasil está na dependência de resultados positivos nestas avaliações conduzidas pela CAPES. Esta agência, por sua vez, conduz tais avaliações periodicamente apoiando-se em um corpo de especialistas.

A maior densidade de cursos de doutorado bem avaliados na Bahia está no que podemos chamar de grande área das ciências da vida, englobando tanto as ciências da saúde quanto as biológicas.13 Assim que a Bahia conta nestas áreas com um doutorado conceito 7, em Saúde Coletiva, e dois doutorados conceito 6, em Ecologia: Teoria, Aplicação e Valores, e em Patologia Humana, este último oferecido através de convênio entre UFBA e Fiocruz, e os outros pela UFBA. Com o conceito 5, temos os doutorados em Ciências da Saúde, Medicina e Saúde, Imunologia, Enfermagem e Saúde, e Processos Interativos dos Órgãos e Sistemas, e o Renorbio, pela UFBA; e Biotecnologia, Botânica, e Recursos Genéticos Vegetais, pela UEFS; Ecologia e Conservação da Biodiversidade, Genética e Biologia Molecular, e Zoologia, pela UESC. O estado da Bahia conta ainda, nestas áreas, com os seguintes doutorados conceito 4: Alimentos, Nutrição e Saúde, Biodiversidade e Evolução, Biotecnologia, Ciência de Alimentos, Farmácia, e Odontologia e Saúde; todos pela UFBA; Saúde Coletiva, pela UEFS; Ecologia Humana e Gestão Socioambiental, pela UNEB; Biologia e Biotecnologia de Microrganismos, pela UESC; Enfermagem e Saúde, pela UESB; além do doutorado em Biossistemas, recém aprovado pela UFSB. A estes cursos devem ser agregados aqueles de natureza multicêntrica integrados por instituições baianas, a exemplo de Assistência Farmacêutica, Ciências Fisiológicas, e Bioquímica e Biologia Molecular, todos conceito 4. Totalizamos assim 31 doutorados em funcionamento nestas áreas na Bahia, dos quais 3 com conceitos 6 ou 7, e 13 cursos com conceito 5, o que expressa quase mais de 50% dos cursos de doutorado com conceito igual ou superior a 5.14

Tomando agora outra grande área, englobando as Ciências Exatas e da Terra, além das Engenharias, temos os seguintes doutorados conceito 5: Modelagem Computacional e Tecnologia Industrial, no SENAI CIMATEC; e Engenharia Industrial, na UFBA. Os doutorados com conceito 4 são: Ciência da Computação, Energia e Ambiente, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Geofísica, Geologia, Geografia, Geoquímica, Petróleo e Meio Ambiente, Matemática, Mecatrônica, e Química, na UFBA; Engenharia Química, em convênio UFBA-UNIFACS; Gestão e Tecnologia Industrial, no SENAI CIMATEC; Modelagem em Ciências da Terra e do Ambiente, na UEFS; e Engenharia e Ciência de Alimentos, na UESB.15 Temos então 2 doutorados com conceito 5 e 16 com conceito 4.

Considerando uma grande área abrangendo tanto as Humanidades quanto as Sociais Aplicadas, assim como cursos interdisciplinares nestas grandes áreas temos o seguinte quadro. Um doutorado com conceito 6, em Psicologia, na UFBA; e os seguintes doutorados com conceito 5: Comunicação e Cultura Contemporâneas, Direito, Administração, Educação, e Filosofia, na UFBA; Ensino, Filosofia e História das Ciências, em convênio UFBA e UEFS; Educação e Contemporaneidade, na UNEB; Memória, Linguagem e Sociedade, na UESB; Família na Sociedade Contemporânea, na UCSAL. Temos ainda os seguintes doutorados com conceito 4: Antropologia, Arquitetura e Urbanismo, Ciências Sociais, História, Economia, Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo, Estudos Étnicos e Africanos, Relações Internacionais, e Ciência da Informação, na UFBA; Difusão do Conhecimento, em convênio UFBA, UNEB, IFBA e LNCC; Crítica Cultural, na UNEB; Educação Científica e Formação de Professores, na UESB; Políticas Sociais e Cidadania, na UCSAL; e Estado e Sociedade, na UFSB.16 Temos então um total de 23 doutorados, sendo um doutorado com conceito 6, 9 doutorados com conceito 5, e 13 com conceito 4, perfazendo um percentual de 43% dos cursos igual ou acima de 5.

Se considerarmos agora em conjunto as áreas de Artes e Letras, temos um doutorado com conceito 6, Artes Cênicas, na UFBA; e um doutorado com conceito 5, em Literatura e Cultura, na UFBA. Temos ainda os seguintes doutorados conceito 4: Dança, Música, Artes Visuais, e Língua e Cultura, na UFBA; Estudo de Linguagens, na UNEB; Estudos Linguísticos, na UEFS; Linguagens e Representações, na UESC; e Linguística, na UESB. Temos então 2 doutorados com conceitos 6 e 5, e 8 doutorados com conceito 4.

Por fim, ao considerarmos a grande área das Ciências Agrárias, temos 3 doutorados conceito 5, a saber, Ciência Animal nos Trópicos, na UFBA; Ciência Animal, na UESC; Zootecnia, na UESB, e Recursos Genéticos Vegetais, na UEFS. Temos ainda 5 doutorados conceito 4: Ciências Agrárias e Engenharia Agrícola, ambos na UFRB; Agronomia (Fitotecnia), na UESB; Produção Vegetal, na UESC; e Zootecnia, na UFBA. Estes cursos totalizam 8 doutorados, dos quais 3 com conceito 5.

Nas atividades de pesquisa e de pós-graduação a Bahia conta com um número de bolsistas de produtividade do CNPq. São 337 bolsistas de Produtividade em Pesquisa, assim distribuídos conforme o nível: 6 Pesquisadores Sêniores, 22 – 1A, 25 - 1B, 28 - 1C, 50 - 1D e 206 -2. Temos também 27 bolsistas de Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora, distribuídos da seguinte maneira: 1 no nível 1A, 2 no 1C, 2 no 1D e 22 no nível 2.17

Estes dados não permitem avaliar em termos quantitativos a dinâmica do crescimento da pós-graduação no estado da Bahia vez que eles descrevem apenas o estado atual. Também não fizemos análise comparativa do desempenho da Bahia com relação a outros estados. No que pese tais limitações, algumas conclusões podem ser extraídas. A Bahia tem capacidade de pesquisa e de formação de pesquisadores em bons cursos em todas as grandes áreas do conhecimento. Isto é um patrimônio importante para o desenvolvimento cultural, econômico e social do estado. Isto não quer dizer que seja homogênea a consolidação destes cursos e das pesquisas a eles associadas. O próprio quadro aqui traçado pode ensejar reflexões sobre quais áreas e cursos requerem maior atenção para a sua consolidação.

Este patrimônio demanda a atenção dos governantes e da sociedade porque ele resulta de uma construção histórica; ele requer, portanto, apoio nos planos estadual e federal, e mesmo municipal, para que seja preservado e fortalecido. Ciência só se desenvolve, esta é uma das lições da história das ciências, em países nos quais as sociedades e governos apoiam a ciência. Como sustentado pelo historiador da ciência John Heilbron, “ciência, como muitas outras atividades sociais, é mais bem realizada quando é encorajada.” Heilbron leva o seu argumento ao extremo lógico e histórico de que o encorajamento e desencorajamento tem acontecido em diferentes regimes políticos - “A forma política de um regime não parece ter muito poder para influenciar a ciência como pode ser suposto. Ciência tem tanto florescido quanto sido estagnado sob monarquias absolutas, impérios, ditaduras militares, regimes totalitários, e democracias” – para então concluir, “o que é importante não é a forma de governo ou ideologia mas sua atitude face à ciência.18

Quarenta anos atrás, o cientista político Simon Schwartzman iniciou sua obra sobre o desenvolvimento de um espaço para a ciência na sociedade brasileira, ao longo do século XX, usando a metáfora do mito de Sísifo. Schwartzman relembra ao leitor que “amaldiçoado pelos deuses, Sísifo foi condenado a carregar uma grande pedra até o topo de uma montanha, para deixá-la rolar ladeira abaixo e em seguida recomeçar tudo outra vez,” para argumentar que “a lenda de Sísifo é uma metáfora apropriada para a história da ciência moderna no Brasil, onde os sucessos têm sido poucos e efêmeros, mas a persistência e o entusiasmo nunca faltaram.” O alerta de Schwartzman sobre o permanente esforço de reconstrução dos espaços para a ciência na sociedade brasileira deveria lembrar aos baianos, sociedade e governos, que eles têm diante de si o desafio de evitar que esta metáfora seja ilustrativa do desenvolvimento da ciência na Bahia.19

Agradeço a José Eeduardo F. Clemente, Fernanda Simões B. Araújo, Tainã Moura Alcântara, e Ricardo Sangiovani pela leitura e comentários a versão preliminar deste texto.

 

NOTAS

  1. Simone de Beauvoir, Cartas a Nelson Algren, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000, pp. 523-24.
  2. https://portaldabahiacontemporanea.com.br/ 
  3. Estes dados podem ser obtidos nos seguintes repositórios de informações: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/, http://memoria2.cnpq.br/bolsistas-vigentes, http://inct.cnpq.br/, http://www.abc.org.br/a-instituicao/membros/, http://www.cienciasbahia.org.br/veracademia.php?id=6. Para publicações indexadas no Web of Science é necessário acesso via Portal de Periódicos da CAPES: http://apps-webofknowledge.ez10.periodicos.capes.gov.br/WOS_GeneralSearch_input.do?product=WOS&search_mode=GeneralSearch&SID=7FcrAabP911VNLXQBsM&preferencesSaved
  4. Para uma introdução à história das ciências no Brasil, ver Olival Freire Junior, “History of Science and Technology in 20th-Century Brazil”, Oxford Research Encyclopedia, Latin American History (oxfordre.com/latinamericanhistory). Oxford University Press, 2020.
  5. Coutinho, M.; Freire Jr., O.; Dias, J. C. P. The noble enigma: Chagas' nominations for the Nobel Prize. Memorias do Instituto Oswaldo Cruz, 94, Suppl. I, p. 123-129, 1999. Para uma obra biográfica sobre Juliano Moreira, com ênfase na etapa inicial de sua vida, na Bahia, ver Ronaldo R. Jacobina, Juliano Moreira, da Bahia para o mundo, a formação baiana do intelectual de múltiplos talentos, Salvador: EDUFBA, 2019.
  6.  A  literatura sobre o racismo científico, em particular na forma de eugenia, na Faculdade de Medicina da Bahia, em especial na obra de Nina Rodrigues, é extensa. Para uma introdução ao tema, ver Lilia Schwarcz, O espetáculo das raças, cientistas, instituições e questão racial no Brasil, 1870-1930, São Paulo: Companhia das Letras, 1993; e Juan Manuel Sánchez Arteaga, Las ciencias y las razas en Brasil hacia 1900, Asclepio, volume LXI, n.2, 67-100, 2009. Para um exame das possíveis estratégias de inclusão, na educação em ciências, de temas relacionando questões étnico-raciais e ciência, de modo a se fazer a crítica do racismo científico, ver Cláudia Sepúlveda, O racismo científico como plataforma para educação das relações étnico-raciais no ensino de ciências. In J. F. Custódio et al (eds). Programa de pós-graduação em educação científica e tecnológica: contribuições para pesquisa e ensino, São Paulo: Livraria da Física, pp. 243-269, 2018. O ambiente do racismo científico na Faculdade de Medicina é representado por Jorge Amado no romance Tenda dos Milagres (São Paulo: Martins, 1969). 
  7. “... não se confirmará a expectativa dos anos de 1910 e 1920 de uma Bahia em destacada posição na industrialização brasileira. Esta é uma das maiores frustrações baianas,” são as palavras de Luís Henrique Dias Tavares, História da Bahia, 12ª edição revisada e ampliada, São Paulo e Salvador: EDUNESP e EDUFBA, 2019, p. 375.
  8. Antonio Risério, Avant-garde na Bahia. São Paulo: Instituto Lina e P. M. Bardi, 1995. Sobre este livro ver a resenha escrita por João Reis em Revista de História, 136, pp. 1153-155, 1997.
  9. Janúzia Mendes e Amilcar Baiardi, “A construção do sistema estadual de C&T na Bahia na segunda metade do século XX.” In Amilcar Baiardi e Alex Vieira dos Santos (eds.). A ciência e sua institucionalização na Bahia, Salvador: Instituto Rômulo Almeida de Altos Estudos, pp. 39-59, 2010.
  10. Para a implementação da reforma no contexto ditatorial, ver Rodrigo Patto Sá Motta. As universidades e o regime militar: Cultura política brasileira e modernização autoritária. Rio de Janeiro: Zahar, 2014. Para um registro das perseguições políticas na UFBa no período, ver o documento “Golpe Civil-Militar de 1964 na UFBA - Rompendo o silêncio do estado e reduzindo o espaço da negação”, Relatório Final da Comissão Milton Santos de Memória e Verdade, Universidade Federal da Bahia, 18 de  agosto de 2014. Sobre o caso específico do Instituto de Física no contexto da ditadura, ver José Eduardo F. Clemente, Perseguições, espionagem e resistência: o Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia durante a ditadura militar (1964 a 1979). Revista da Sociedade Brasileira de História da Ciência, v. 4, p. 129-145, 2006. Sobre o Instituto de Matemática e Física, em contexto anterior à reforma universitária, ver André L. M. Dias, As fundadoras do Instituto de Matemática e Física da Universidade da Bahia. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 7, n.3, p. 653-674, 2001.
  11. Sobre a vassoura de bruxa, ver artigo de Herton Escobar, publicado inicialmente O Estado de São Paulo, reproduzido em Observatório da Imprensa, 22.06.2006, acessado em 19.03.2021, em http://www.observatoriodaimprensa.com.br/entre-aspas/padrao-de-tv-digital-esta-perto-da-definicao/]
  12. Para os cursos avaliados e reconhecidos pela CAPES, ver https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/programa/quantitativos/quantitativoUf.jsf?cdRegiao=2
  13. A avaliação dos cursos de pós-graduação, pela CAPES, leva a um conceito atribuído a este curso. Os cursos que têm autorização para emissão de diplomas têm conceitos entre 3 e 7. Um curso de Doutorado deve necessariamente obter conceito igual ou superior a 4. A Bahia conta com alguns poucos casos de cursos de Doutorado com conceito 3, mas estes cursos, para continuarem o seu funcionamento, precisam obter conceito 4 na próxima avaliação. Cursos recém-aprovados só obterão seu primeiro conceito quando da primeira avaliação, usualmente quadrienal; antes disso eles são autorizados a funcionar com a atribuição de uma letra, A, no lugar dos conceitos variando de 3 a 7.
  14. A EBMSP tem doutorado em Medicina e Saúde Humana com conceito 3; sobre este conceito, ver nota anterior.
  15. A UFBA tem doutorado em Física com conceito 3; sobre este conceito, ver nota anterior.
  16. A UCSAL tem doutorado em Território, Ambiente e Sociedade, a UNIFACS tem doutorado em Desenvolvimento Regional e Urbano, e a UFBA tem doutorado em Cultura e Sociedade, todos com conceito 3; sobre este conceito, ver nota anterior. 
  17. Dados disponíveis, incluindo identificação do pesquisador e distribuição por instituições e áreas do conhecimento, em: http://memoria2.cnpq.br/web/guest/bolsistas-vigentes
  18. Sobre o apoio de sociedades e governos à ciência, ver John Heilbron, “History of Science.” In John Heilbron, (ed). The Oxford Companion to the History of Modern Science, New York: Oxford University Press, pp. 370-­‐374, 2003.

Sobre a metáfora de Sísifo e a ciência no Brasil, ver Simon Schwartzman, Um espaço para a ciência: A formação da comunidade científica no Brasil, Ministério da Ciência e da Tecnologia, Brasília, 2001, p. 1. Disponível em: http://www.schwartzman.org.br/simon/spacept/espaco.htm. [A primeira edição deste livro é de 1979]

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