Colégio Santa Marcelina idealiza projeto para aprendizagem prática sobre períodos Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais

Com o objetivo de aprimorar a aprendizagem prática sobre os períodos Paleolítico, Neolítico e a Idade dos Metais, o Colégio Santa Marcelina, de Belo Horizonte, criou o projeto “Santa Arqueologia”, especialmente para os estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental 2. O projeto consiste na construção de um sítio arqueológico para realização de escavações e registros de descobertas “históricas”. De acordo com a professora de história do Colégio Santa Marcelina, Amanda Rezende, a ideia surgiu a partir da curiosidade dos jovens em entender como os pesquisadores trabalham e utilizam as fontes para a escrita.

Para que a iniciativa fosse colocada em prática, foi necessário planejar, primeiramente, a parte teórica, na qual foram mapeados os objetos de conhecimento e as habilidades envolvidas. “Essa fase de preparação foi importante para dar coerência e consistência à proposta. Com isso, pudemos desenvolver um percurso para fundamentar as discussões entre os estudantes, visando o preparo para a escavação e análise dos vestígios históricos”, comenta Amanda.

O passo seguinte, durante a preparação pedagógica, contou com a aquisição das ferramentas e itens essenciais para a construção do sítio arqueológico, como objetos de trabalho e análise, kits de ferramentas compostos por pincéis, pás, baldes, cestos de coleta e outros objetos, além de ter sido providenciada a preparação do espaço físico para que os estudantes pudessem fazer as escavações. Neste espaço, de aproximadamente 100 m², foram demarcados oito quadrantes e preenchidos com diferentes fontes históricas que representaram as três fases da pré-história: Paleolítica, Neolítica e Idade dos Metais.

Ao todo, 140 estudantes participaram diretamente do projeto, o que gerou forte engajamento por parte dos estudantes. “Diferentemente do que possa parecer, a disciplina de História também pode operar práticas laboratoriais. Nesse caso, o espaço de pesquisa e análise se deu no sítio arqueológico. Enquanto parte dos colegas realizava o processo de escavação do terreno, outro grupo ficou responsável por fazer os registros dos artefatos encontrados. As equipes alternaram suas funções em cada uma das incursões realizadas no sítio, uma vez que ambas fazem parte do ofício dos historiadores e arqueólogos”, acrescenta a professora de história do Colégio Santa Marcelina.

Metodologias e resultados do projeto
Devido às dinâmicas próprias, os responsáveis pelo projeto “Santa Arqueologia” mobilizaram três propostas metodológicas: Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP), Estudo de Casos e Sala de Aula Invertida, com o objetivo de operar de maneira eficiente as dimensões da prática e da teoria.

A iniciativa conseguiu mobilizar todas as instâncias ao construir uma base teórica coesa e, ao mesmo tempo, possibilitar uma ação prática significativa, conforme explica Amanda.

“Durante a etapa final de feedback e avaliações, ficou visível a contribuição do projeto na assimilação dos conceitos, das temáticas e das habilidades por parte dos estudantes. Além disso, o trabalho realizado foi importante para o desenvolvimento da consciência patrimonial, da preservação das fontes históricas e da valorização da memória coletiva”, pontuou a professora.

Amanda Rezende acredita que o grande impacto do projeto se deu justamente na conexão entre os modelos teóricos/metodológicos com as atividades de “mão na massa”. Segundo a professora, a dinâmica possibilitou promover sentido aos temas estudados, garantindo o engajamento e a formação de uma consciência histórica “viva” por parte de toda a equipe.