Rochas

Rocha é um agregado sólido que ocorre naturalmente e é constituído por um ou mais minerais. A camada externa sólida da Terra, conhecida por litosfera, é constituída por rochas. O estudo científico das rochas é chamado de petrologia, um ramo da geologia. Os termos populares pedra e calhau se referem a pedaços soltos de rochas, ou fragmentos.

Para ser considerada como uma rocha, esse agregado tem que ter representatividade à escala cartográfica (ter volume suficiente) e ocorrer repetidamente no espaço e no tempo, ou seja, o fenômeno geológico que forma a rocha ser suficientemente importante na história geológica para se dizer que faz parte da dinâmica da Terra. As rochas podem ser classificadas de acordo com sua composição química, sua forma estrutural, ou sua textura, sendo mais comum classificá-las de acordo com os processos de sua formação.

Pelas suas origens ou maneiras como foram formadas, as rochas são classificadas como ígneas, sedimentares, e metamórficas. As rochas magmáticas foram formadas de magma, as sedimentares pela deposição de sedimentos e posterior compressão destes, e as rochas metamórficas por qualquer uma das primeiras duas categorias e posteriormente modificadas pelos efeitos de temperatura e pressão.

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Os três tipos de rochas – Fonte: Decifrando a Terra

Rochas Ígneas (Magmáticas)

As Rochas ígneas, rochas magmáticas ou rochas eruptivas (derivado do latim ignis, que significa fogo) são um dos três principais tipos de rocha. A formação das rochas ígneas vem do resultado da consolidação devida ao resfriamento do magma derretido ou parcialmente derretido oriundo de regiões profundas da Terra. O magma pode ser obtido ainda a partir do derretimento parcial de rochas preexistentes no manto ou na crosta terrestre. São divididas em Intrusivas e Extrusivas.

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Rochas ígneas intrusivas – Fonte: http://www.cientic.com/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=157:rochas-arquivos-da-terra&catid=25:a-geologia-os-geologos-e-os-seus-metodos&Itemid=87


Ígneas intrusivas (plutônicas)

As rochas ígneas intrusivas (conhecidas também como plutônicas) são formadas a partir do resfriamento do magma no interior da crosta, nas partes profundas da litosfera, sem contato com a superfície. Elas só apareceram à superfície depois de removido o material (rocha/solo) que a recobria.

Em geral, o resfriamento é lento e ocorre a cristalização de todos os seus minerais, apresentando então uma textura na qual os minerais podem ser observados a olho nú. Normalmente as rochas ígneas intrusivas apresentam uma estrutura maciça. A sua estrutura mais corrente é granular, isto é, os minerais apresentam-se equidimensionais ligados entre si. Um exempo desse tipo de rocha é o Granito.

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Granito – Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=5280

A figura abaixo ilustra situações na qual existe uma intrusão de magma na crosta terrestre, podendo formar rochas ígneas.

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Estruturas intrusivas – Fonte: http://profeblog.es/blog/joseluis/2008/01/09/cuerpos-rocosos-magmaticos/


Ígneas extrusivas (vulcânicas)

As rochas ígneas extrusivas (conhecidas também como vulcânicas ou efusivas) são formadas a partir do resfriamento do material expelido pelas erupções vulcânicas atuais ou antigas. A consolidação do magma, então, acontece na superfície da crosta ou próximo a ela. O resfriamento é rápido, o que faz a que estas rochas, por vezes, apresentem uma textura na qual não é possível identificar os minerais a olho nu. Como exemplo de rocha extrusiva temos o Basalto.

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Basalto – Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=5280

As figuras abaixo representam situações onde há o extravasamento de magma na superfície formando portanto, rochas ígneas extrusivas.

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Vulcão – Fonte: http://www.apolo11.com/vulcoes.php?titulo=Cientistas_perfuram_poco_e_encontram_magma_incandescente&posic=dat_20090105-081148.inc
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Lava vulcânica – Fonte: http://www.apolo11.com/vulcoes.php?titulo=Cientistas_perfuram_poco_e_encontram_magma_incandescente&posic=dat_20090105-081148.inc

Rochas Sedimentares

As rochas sedimentares são formadas a partir da pressão exercida sobre as partículas de sedimentos carregados e depositados pela ação do ar (vento), gelo ou água acumulados em áreas deprimidas. Conforme os sedimentos se acumulam, eles vão sofrendo cada vez mais pressão, se consolidando, num processo conhecido como litificação (formação rochosa sedimentar) e os fluidos originais acabam sendo “expulsos”.

Rochas sedimentares contêm informações importantes sobre a história da Terra, como por exemplo, os fósseis, os restos preservados de antigas plantas e animais. A composição dos sedimentos nos fornecem pistas sobre a rocha original. As diferenças entre as sucessivas camadas indicam mudanças de ambiente que ocorreram ao longo do tempo. Rochas sedimentares podem conter fósseis porque, ao contrário da maioria das rochas ígneas e metamórficas, elas se formam a temperaturas e pressões que não destroem os restos fósseis.

As rochas sedimentares cobrem os continentes da crosta terrestre extensivamente, mas a contribuição total das rochas sedimentares estima-se que seja de apenas cinco por cento do total. Dessa forma, vemos que as sequências sedimentares representam apenas uma fina camada de uma crosta composta essencialmente de rochas ígneas e metamórficas.


Sedimentares dentríticas (clásticas)

Rochas sedimentares clásticas são compostas por fragmentos de materiais derivados de outras rochas. São compostas basicamente por sílica (quartzo), com outros minerais comuns, como feldspato ou ainda minerais argilosos.

Os detritos resultantes foram transportados de sua localização original pela água, vento ou gelo e novamente depositados em um lugar diferente. Embora ao chegar esses detritos geralmente tomassem a forma de minúsculas partículas de rochas ou minerais, foram depois comprimidos durante milhões de anos e transformados em rochas compactas. Tais rochas podem ser cimentadas por minerais carbonatados ou por quartzo.

Essas rochas são classificadas segundo a de classe de tamanho (granulometria). Rochas cujos grânulos têm menos de 0,06 mm de diâmetro podem ser classificadas como folhelhos ou argilitos; aquelas com grânulos entre 0,06 e 2,0 mm são os arenitos e as com grânulos de mais de 2,0 mm de diâmetro denominam-se brechas, conglomerados ou cascalhos.

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Ambientes sedimentares – Fonte: http://fossil.uc.pt/pags/sedime.dwt
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Arenito – Fonte: http://vitingeo.wikispaces.com/Geologia+05

Sedimentares biogênicas (orgânicas)

São sedimentos formados pela acumulação bioquímica de carbonatos, sílica e outras substâncias, ou então pela deposição e transformação da própria matéria orgânica.

As rochas de sedimentos não combustíveis merecem destaque os calcários formados pela acumulação de conchas, corais, etc., ou originados pela intervenção de certas algas. Ainda temos os biólitos combustíveis, que se formam pela acumulação de maior ou menor quantidade de matéria orgânica, juntamente com uma certa porção dos sedimentos argilosos ou calcários.  Como exemplo, temos o xisto betuminoso (também conhecido como folhelho ou xisto argiloso) é uma fonte de combustível. Quando submetido a altas temperaturas, produz um óleo de composição semelhante à do petróleo do qual se extrai nafta, óleo combustível, gás liquefeito, óleo diesel e gasolina.

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Calcário – Fonte: http://www.dicionario.pro.br/dicionario/index.php/Calc%C3%A1rio_ool%C3%ADtico

Sedimentares químicas

São constituídas de depósitos formados pela precipitação de líquidos que as transportaram de sua localização anterior. As rochas químicas, como são chamadas, se formam quando o líquido no qual os detritos minerais foram dissolvidos se torna saturado: esse processo frequentemente resulta na formação de belos cristais, o que faz com que às vezes sejam parecidas com rochas Ígneas. As rochas sedimentares quimicamente formadas mais comuns são a calcita, aragonita e dolomita.

As rochas sedimentares químicas, em geral, têm granulação mais grossa do que as rochas dentríticas, e sua estrutura tende a ser menos facilmente visível. Os cientistas podem obter grande quantidade de informações sobre as condições em que se formaram originalmente as rochas sedimentares de origem química medindo o teor de sal e ácido que elas contêm. Os minerais mais comumente encontrados nesse tipo de rochas são os pertencentes ao grupo evaporita. Estes incluem anidrita, gipsita e halita (salgema ou sal comum).

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Halita – Fonte: http://www.granadanatural.com/ficha_minerales.php?cod=72
Textos adaptados de: http://www.coladaweb.com/geografia/paisagens-naturais/rochas

Rochas Metamórficas

Rocha metamórfica é um tipo de rocha derivado da metamorfose (transformação) de rochas magmáticas ou sedimentares que sofrem modificação em sua composição atômica, devido à influência das diferentes condições do ambiente em que estão inseridas em comparação aos locais onde foram originalmente formadas. Dessa maneira, origina-se uma nova rocha, com novas propriedades e outra composição mineral.

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Exemplos de rochas metamórficas – Fonte: http://www.infoescola.com/geologia/rochas-metamorficas/

Na maioria dos casos as rochas metamórficas formam-se a partir de outras rochas, que são submetidas a pressões intensas ou elevadas temperaturas. Tal processo ocorre naturalmente devido ao movimento intenso e constante do núcleo terrestre, provocando o movimento periódico da crosta do planeta. O movimento da crosta, por sua vez, dá início a um rearranjo nas rochas localizadas na parte superior, sendo, que quando as rochas magmáticas e as sedimentares são empurradas a níveis inferiores, dando origem assim ao processo de formação da rocha metamórfica.

O metamorfismo, nome dado ao fenômeno descrito acima, é passível de desenvolvimento em diversos ambientes da crosta, variando na extensão, profundidade e o grau de modificação das rochas. Os fatores determinantes para a ocorrência do metamorfismo são:

  • tipos de rochas metamórficas a serem formadas;
  • localização e extensão na crosta terrestre;
  • parâmetros físicos envolvidos;
  • mecanismo determinante para a conjunção destes parâmetros.

São três os cenários de ocorrência do fenômeno metamórfico, a saber:

  • Metamorfismo regional ou dinamotermal – ocorre em grande extensões bem como em grandes profundidades na crosta. Suas transformações estão relacionadas à ação combinada da temperatura, pressão litosférica e pressão dirigida sendo aplicadas durante milhões de anos. As rochas são fortemente dobradas e falhadas, sofrem recristalização, apresentando estrutura foliada. São exemplos: ardósias, xistos, gnaisses e anfibolitos.
  • Metamorfismo de contato ou termal – resultado apenas da ação da temperatura, através do calor cedido por intrusão magmática que corta uma sequência de rochas sedimentares encaixantes, metamórficas ou magmáticas. Através destes cortes e do constante contato entre as superfícies teremos como resultado o fenômeno metamórfico. As rochas deste grupo são conhecidas por “hornfels”.
  • Metamorfismo dinâmico ou cataclástico – neste caso, o fator determinante e exclusivo é o atrito. É desenvolvido através de longas faixas e estreita adjacência de falhas, onde pressões de grande intensidade causam movimentações e rupturas na crosta.
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Tipos de metamorfismo – Fonte: http://coisasdabioterra.blogspot.com/2010/06/metamorfismo.html

Foram reconhecidos, porém, outros tipos de metamorfismo, que podem às vezes confundir-se com os três tipos já citados, apresentando, porém, características diferenciais que permitem distingui-los, tornando-os ocorrências à parte. Estes são:

  • Metamorfismo de soterramento – característica de bacias sedimentares em subsidência. Resultado de espessas camadas de rochas sedimentares e vulcânicas a grandes profundidades, podendo chegar a 300°C.
  • Metamorfismo hidrotermal – resultado da infiltração de águas quentes através das fraturas e grânulos da rocha. Os minerais são cristalizados a temperaturas de 100 a 370°C
  • Metamorfismo de fundo oceânico – característico dos rifts das cadeias meso-oceânicas, com a crosta recém formada e quente que interage com a água fria do mar.
  • Metamorfismo de impacto – ocorre em regiões limitadas da crosta, em locais de impacto de grandes meteoritos. A energia de impacto é dissipada na forma de ondas de choque, que deslocam as rochas, formando a cratera de impacto e de calor, vaporizando o meteorito e fundindo as rochas.
gnaisse
Gnaisse (do Granito) – Fonte: http://www.ulbra.br/mineralogia/conceito_rochas.htm
migmatito
Migmatito (do Granito) – Fonte: http://www.rc.unesp.br/museudpm/rochas/metamorficas/migmatito.html
quartzito
Quartzito (do Arenito) – Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:QuartzitoEZ.jpg
mármore
Mármore (do Calcário) – Fonte: http://www.granimaster.com.br/produtos.php?produto=19
Textos adaptados de: http://www.infoescola.com/geologia/rochas-metamorficas/

 


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