Aspectos Geográficos

O Município de Cachoeira é constituído de três distritos: Cachoeira (Sede), Belém da Cachoeira e Santiago do Iguape. Atualmente a cidade possui 395.223 km² de extensão territorial e cerca de 32.026 habitantes, segundo dados do IBGE (2016). As características de maior relevância para o território físico são a qualidade de seu solo, o relevo e a presença de um dos principais rios do estado da Bahia, o Paraguaçu.

A região possui relevos de baixada litorânea, tabuleiros interioranos e pré-litorâneos e está a apenas 5 metros de altitude em relação ao nível do mar. Em termos de clima a região apresenta temperatura média anual de 24°C, com médias mensais variando entre 21°C e 26°C. Entre novembro e março apresenta as temperaturas mais elevadas e entre julho e agosto as mais baixas. Quente e úmida em quase todo o ano, apresentando maiores índices pluviométricos no período outono-inverno. Entre abril e setembro apresenta umidade relativa do ar de mais de 78% e nos períodos de seca índices de pouco menos de 75% (GENZ, 2006).

Cachoeira limita-se com as seguintes cidades: a Norte, com o município de Conceição de Feira; a Sul, com o município de Maragojipe; a Leste, com o município de Santo Amaro; e a Oeste, com o município de São Félix (GENZ, 2006).

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Fonte: Bené Cirilo (2016)

ANÁLISE DO PROCESSO HISTÓRICO-GEOGRÁFICO

Entre o século XVII até o início do século XIX, a cidade de Cachoeira exerceu um papel muito importante na economia baiana, atuando como entreposto comercial, fazendo a ligação entre as regiões situadas entre o Sertão e a cidade de Salvador. Dali partia e chegavam mercadorias tanto para Salvador como para os vilarejos situados mais a oeste do recôncavo. Quase toda produção agrícola e animal que provinha do sertão e de outras regiões próximas, tendo como destino a capital baiana passava por Cachoeira, já que a forma mais rápida de transportar essas mercadorias até os seus destinos era por vias fluviais e marítimas. Cachoeira era “a principal sede da partida e chegada do maior tráfego comercial da província da Bahia” (SANTOS, 1998).

Foto 1
Vapor Cachoeira, anos 1940

Fonte: Jorginho Ramos (2016)

Foto 2
Cais de Cachoeira e Navio Maragojipe, anos 1960.               

Fonte: Jorginho Ramos (2016)

A partir de meados do século XIX com o desenvolvimento dos meios de transportes, se dá início ao processo de inversão de algumas cidades, ou seja, os velhos centros começam a perder importância, hierarquicamente e geograficamente falando, para novos centros “[…] a complementação da rede ferroviária e a implantação de uma trama de estradas de rodagem são responsáveis na mudança de hierarquia dos núcleos, tornando-se mais importantes as cidades de Feira de Santana e Alagoinhas” (SANTOS, 1998).

Milton Santos, em 1959, já definia o Recôncavo como a “região de cidades da Bahia”, pois o número de aglomerados urbanos nessa região sempre foi considerável. Para o autor, no contexto da rede de cidades do Recôncavo naquele período (décadas de 40 e 50), Santo Amaro, Nazaré e Cachoeira representavam importantes aglomerados urbanos e historicamente a cidade de Cachoeira sempre foi um importante entreposto comercial de mercadorias do Sertão baiano para o Porto de Salvador, seja pelo transporte marítimo/fluvial, através da Baía de Todos os Santos ou do rio Paraguaçu, seja pela ferrovia que passa dentro da mancha urbana de Cachoeira. Naquele período, a cidade de Cachoeira, segundo Santos (1998), em 1959, ocupava a quinta posição na estrutura hierárquica da rede urbana do recôncavo e era considerada uma capital sub-regional.

Ponte São Félix/ Cachoeira, duas perspectivas diferentes

Fonte: Bené Cirilo (2016)

Alguns eventos foram bastante significativos para o processo de reestruturação dessa região da Bahia. A instalação da Petrobras, na década de 1950; a desvalorização no comércio internacional do açúcar e do fumo; a reestruturação viária – com a construção da BR 101, particularmente, e da BR 116 – que deixaram as ferrovias em segundo plano; e a desativação do Porto São Roque-Paraguaçu causaram o declínio de núcleos urbanos tradicionais da região, que eram baseados nas atividades comerciais mais simplificadas, no fluxo de mercadorias entre o sertão e o litoral baiano e na produção agrícola. Esses fatores ocasionaram a migração da população local para outras regiões, onde os novos sistemas de transporte e produção estavam em ascensão (PEDRÃO, 2007).

Durante décadas Cachoeira caracterizou-se por ser uma cidade repulsora da população economicamente ativa, devido, principalmente, a diminuição das oportunidades de emprego e renda na região em questão. Somente após o tombamento realizado pelo Instituto do Patrimônio, Histórico, Artístico e Nacional (IPHAN), em 1970, e da implantação da Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), em meados de 2007, verificou-se um aumento populacional significativo nesta cidade e no seu entorno. O aumento da população deveu-se a migração de pessoas de diversas partes do país para formação da infraestrutura da UFRB. Assim, houve uma mudança na configuração territorial local com a construção de novos estabelecimentos comerciais e novas residências que surgiram para atender às necessidades de estudantes, funcionários e professores. Outro fator importante na nova configuração territorial de Cachoeira consiste no impulsionamento da atividade turística. O governo federal, através do Programa Monumenta, restaurou diversos imóveis públicos e históricos contribuindo dessa forma para o incremento na quantidade de visitantes a cidade (SANTOS, 1998).

Equipe: Benedito Cirilo, Cairon Freitas, Danilo Lago, Elcimar Silva, Herbert Florence, Marcus Cristhian, Thayane Santos.

 

 

 

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