Publicação de Fernando Maia

Hoje encerro um ciclo. Há pouco mais de um ano aceitei o convite do Secretário Helvécio para assumir a recém-criada Coordenação-Geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer. Sou profundamente grato a ele, um importante pesquisador e gestor do SUS. Foi um ano de profundo aprendizado e de grandes avanços. A criação da CGCAN, foi um passo crucial para direcionar esforços específicos ao enfrentamento do câncer. Essa estrutura dedicada, vinculada diretamente ao gabinete do Secretário, conferiu a devida prioridade a esta doença que em breve será a principal causa de mortalidade no Brasil. Ao estruturar a CGCAN, priorizei compreender os processos, histórias e desafios enfrentados pela equipe no passado, valorizando a visão de cada pessoa e construindo um ambiente de escuta e autonomia. O INCA, dirigido pelo grande colega Roberto Gil, foi um parceiro fundamental nesse percurso, especialmente a equipe da CONPREV liderada por Marcia Sarpa. Destaco também a colaboração intensa com Renata Maciel, chefe da DIDEPRE e com Gilmara Santos, da SAPS, com quem discuti frequentemente as ações relacionadas com a detecção precoce dos cânceres. Desde o início entendi que era importante ouvir. Adotei uma política de responder todos os convites e solicitações de audiência. A maior parte eu consegui atender pessoalmente. Quando eu não consegui, indiquei pessoas para esta tarefa. Ninguém ficou sem resposta. Vou citar algumas das nossas principais conquistas neste ano: · Recompomos os tetos dos gestores em mais de 1 bilhão de reais · Aprovamos 38 convênios para substituição de equipamentos obsoletos para radioterapia, num total de mais de 320 milhões · Participamos ativamente do processo de finalização do texto da Lei 14.758 · Habilitamos 176 serviços para reconstrução mamária, com impacto orçamentário de mais de 80 milhões · Criamos um grupo de trabalho para construir diretrizes para o rastreamento do câncer colorretal · Efetivamos a incorporação ao SUS do Blinatumumabe, primeira APAC exclusiva para medicamento oncológico · Mudamos a lógica da atenção oncológica com a construção do PCDT do Câncer de Mama, aprovado pela CONITEC neste mês · Retomada do Cure-All para melhoria do cuidado nos casos dos cânceres infantojuvenis · GT para Eliminação do Câncer do Colo do Útero, câncer que é prevenível, rastreável e tratável Saio com total confiança de que a equipe da CGCAN seguirá com estas e muitas outras ações que estão em andamento. Conheço o Secretário Adriano Massuda há muitos anos e sei de seu profundo conhecimento sobre o SUS e da sua grande capacidade de gestão. Mantenho meu compromisso inabalável com o Sistema Único de Saúde (SUS) e o meu desejo de seguir colaborando com a construção das políticas públicas de saúde. Estou ansioso para explorar novas oportunidades e desenvolver projetos que me permitam continuar a servir à saúde coletiva do nosso país de maneira ainda mais eficaz e impactante. 

A iniciativa Cure All da OPAS/OMS é fundamental para que qualifiquemos a atenção às crianças e adolescentes com câncer. A gestão anterior do MS havia abandonado estas discussões. Nós retomamos esta participação e estamos construindo as ações para implantar o Cure All no Brasil, ao lado de parcerias importantes como a Sobope e a Coniacc.

Muito feliz com esta conquista. A incorporação deste teste é fundamental para aprimorarmos o rastreamento do câncer do colo do útero. Ao longo deste ano o INCA conduzirá a revisão das Diretrizes Brasileiras, possibilitando a inclusão deste novo teste e orientando o seu uso no SUS. Flavia de Miranda Correa e Arn Migowski pela construção do relatório, bem como a toda a equipe da DIDEPRE/INCA, liderada pela Renata Maciel que tem sido uma importante parceria para a CGCAN.

Estou esta semana participando do Fórum Mundial para a Eliminação do Câncer do Colo do Útero. Ontem tivemos a abertura do evento. É iniciativa do governo da Colômbia, em parceria com governo da Espanha, OPAS/OMS, fundação Bill e Melinda Gates, Unitaid, UNICEF, Usaid, Banco Mundial e Gavi. Uma ampla aliança para estabelecer compromissos para atingir as metas de 90% da meninas vacinadas até 15 anos, 70% das mulheres rastreadas com teste molecular e 90% das mulheres tratadas adequadamente. Feliz de ver que o Brasil está no caminho certo rumo à Eliminação do Câncer do Colo do Útero.

Sou muito grato por ter ao meu lado esta equipe incrível da CGCAN. Todas as conquistas que tivemos foram fruto de muito trabalho.

Hoje tivemos a reunião de abertura do Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Câncer. O Consinca é um importante espaço de discussão, e com a reformulação da sua composição será muito mais potente para apoiar ao Ministério da Saúde na formulação das políticas de saúde para prevenção e controle do câncer. A CGCAN atuará como secretaria executiva do conselho, e o INCA como secretaria técnica. Nesta reunião decidimos os novos Grupos de Trabalho e o calendário de reuniões para este ano. Obrigado a todas as entidades presentes e tenho certeza que este espaço contribuirá muito para a efetivação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer!

Importantes assuntos para debate: Quais são as ambições que nos movem? Onde queremos chegar profissionalmente? O que é o seu trabalho dos sonhos? Entender o que faz sentido para cada um de nós é um passo fundamental na busca da felicidade e da realização profissional.

Artigo interessante da Escócia demonstrando que não foram encontrados casos de câncer invasivo do colo do útero na população vacinada aos 12 ou 13 anos. A Eliminação do Câncer do Colo do Útero é uma agenda prioritária. Precisamos ampliar a nossa vacinação, para atingir a meta de 90% das meninas vacinadas até os 15 anos, construir o rastreamento organizado com teste molecular de detecção do HPV de pelo menos 70% da população elegível e garantir acesso ao tratamento adequado para no mínimo 90% das pessoas com testes positivos.