A águia que não podia voar

A águia que não podia voar

Em 1925, James Aggrey, um politico e educador natural de Gana, durante uma reunião de lideranças políticas, percebeu que líderes importantes apoiavam a manutenção da colonização inglesa em Gana. Pediu então a palavra e contou a seguinte parábola:  

"Era uma vez um camponês que foi à floresta vizinha apanhar um pássaro para mantê-lo cativo em sua casa. Conseguiu pegar um filhote de águia. Colocou-o no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas, apesar de sua origem imperial.

Cinco anos após, o camponês recebeu uma visita de um naturalista que ao passar pelo galinheiro observou a águia e disse que aquele pássaro não era uma galinha. O camponês concordou que o pássaro era uma águia, mas que foi criado como uma galinha e, portanto, se transformou em uma galinha apesar de sua deslumbrante diferença.

O naturalista, experiente, não concordou e disse que uma águia sempre é uma águia e, que seu coração a faria voar, um dia. Ao que o camponês retrucou, afirmando que ela nunca mais voará como águia pois tinha virado galinha.

Para encerrar o debate entre dois pontos de vistas diferentes resolveram fazer um teste. O naturalista pegou a águia, ergueu-a bem alto e disse: – Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, então abra suas asas e voe! E soltou a águia. A águia viu as galinhas logo abaixo e pulou para o galinheiro.

O camponês então falou: – Não lhe disse? Ela virou uma simples galinha.

Ao que o naturalista, também teimoso respondeu: – Não! Ela é uma águia!!! Vamos experimentar amanhã.

No dia seguinte, o naturalista subiu com a águia no telhado e disse: – Águia, você é uma águia, abra suas asas e voe! Mas, a águia preferiu ir para junto das galinhas que estavam no chão.

E o camponês, sorrindo: – Eu lhe disse! Ela virou galinha!

Mas o naturalista não se deixou vencer: – Vamos experimentar uma única vez. Amanhã a farei voar.

No dia seguinte ambos levantaram bem cedo, pegaram a águia e levaram-na para fora da cidade, longe das casas dos homens, no alto de uma montanha. O naturalista ergueu a água para o alto e ordenou-lhe: – Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não à terra, abra suas asas e voe!

A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida. Mas não voou. Então o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte.

Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou com o típico kau-kau das águias e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, a voar para o alto, a voar cada vez mais alto. Voou… voou… até confundir-se com o azul do firmamento..."

No final da história, Aggrey terminou conclamando:

"– Irmãos e irmãs, meus compatriotas! Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus! Mas houve pessoas que nos fizeram pensar como galinhas. E muitos de nós ainda acham que somos efetivamente galinhas. Mas nós somos águias. Por isso, companheiros e companheiras, abramos as asas e voemos. Voemos como as águias. Jamais nos contentemos com os grãos que nos jogarem aos pés para ciscar."

Texto extraído integralmente do livro "A Águia e a Galinha - Uma metáfora da condição humana" de Leonardo Boff

Kelly Ciciliano

Distribuidor independente na Jeunesse Global

6 a

Extraordinário esse texto!!!

Anael Silva

Gerente Administrativo Financeiro | Coordenador Financeiro | Analista Financeiro | Suprimentos e Compras| Gerente Administrativo

6 a

Parabéns Sr. Acácio pelo artigo. Quanto a parábola. Impressionante como a mensagem continua atual, moderna e dentro do cenário de mudanças de paradigmas.

Agora que li o artigo. Esse livro é sensacional.

Acácio se vc achou interessante, leia a Águia e a galinha de Leonardo Boff. E a história de uma águia q foi criada como galinha e achava que não sabia voar.

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