Revolução Industrial

Revolução Industrial

Primeira Revolução Industrial

A primeira fase da Revolução Industrial, teve início na Inglaterra no século XVIII (18), impulsionado pelo surgimento de máquinas, como a máquina a vapor. As máquinas aumentaram a produção de mercadorias e os lucros, fazendo com que os empresários investissem nas indústrias. Durante este período mudanças significativas ocorreram com a expansão das fábricas pela Inglaterra. Os burgueses Ingleses, que eram ricos, ampliaram seus negócios de várias maneiras, incluindo o financiamento de ataques piratas, tráfico de escravos, empréstimo de dinheiro a juros, a imposição de baixos salários para artesões e ao comércio. A importância do comércio, gerava concorrência, fazendo com que a burguesia aperfeiçoasse suas máquinas e investindo ainda mais nas indústrias. 

Com a expansão das fábricas, os camponeses migraram para as cidades, assim formando uma nova classe social: o proletariado. Com o desenvolvimento da indústria, os artesões tieveram impactos negativos, uma vez que os produtos eram fabricados mais rapidamente nas fábricas. A valorização da ciência, da liberdade individual e a crença no progresso impulsionaram a invenção de novas máquinas. Valorizando a educação e os estudos científicos, o governo inglês, favoreceu as descobertas tecnológicas. A Marinha Inglesa, a maior do mundo na época e presente em diversos continentes, permitia que a Inglaterra vendesse seus produtos em quase tosos os lugares do planeta.  

Durante o século XIX a Revolução Industrial se espalhou para outros países, chegando à França, Alemanha, Itália, Rússia e EUA em momentos diferentes. No Japão, a industrialização começou apenas nas últimas décadas do século XIX, quando o Estado e burguesia se aliam para incentivar o desenvolvimento capitalista e industrial. A Revolução Industrial trouxe riquezas para a burguesia, porém os trabalhadores viviam em condições miseráveis. Nas fábricas, crianças e mulheres trabalhavam longas horas com baixos salários. Nessa situação, os trabalhadores começaram a lutar por seus direitos, incluindo o movimento ludita, que consistia na destruição de máquinas nas fábricas. Surgindo novas formas de organizações operárias como sindicatos e greves. O movimento cartista na Inglaterra, reivindicava o direito ao voto para todos os homens, o qual só foi conquistado em 1867. Vozes como a de Thomas Malthues, economista inglês, culpava os pobres pelo crescimento populacional e criticava a distribuição de renda.  

A revolução Industrial teve um impacto significativo na vida da humanidade. Nas cidades, as condições de vidas em precárias, havia falta de higiene e constantes ameaças de desemprego e miséria. Por outro lado, estimulou o avanço tecnológico, resultando no surgimento de novas invenções, como locomotivas a vapor, barcos a vapor, telégrafo e fotografia.  

Consequências da Revolução industrial 

Diversas consequências significativas ocorreram na Revolução Industrial. Com o forte aumento na produção, à medida que a fabricação manual deu lugar para maquinofatura, proporcionou uma maior disponibilidade de bens industrializados para a população. Isso encaminhou o fluxo de trabalhadores em direção aos centros urbanos em busca de empregos nas fábricas. Porém, as condições trabalhistas nas fábricas eram extremamente árduas, com jornadas que chegavam a 14 a 16 horas por dia. Os trabalhadores vendiam sua força de trabalho e troca de salários, contribuindo para o rápido crescimento econômico. Antes da Revolução Industrial, o aumento da renda per capita levava séculos, mas com a industrialização, esse crescimento aconteceu de uma forma muito mais rápida.  

A sociedade vivenciou um crescimento sem precedentes devido à queda na taxa de mortalidade infantil. Na Inglaterra, por exemplo, entre os anos de 1500 e 1780, a população aumentou de 3 milhões para 8 milhões de habitantes.  No ano de 1880, esse número já havia ultrapassado os 30 milhões. A Revolução Industrial também transformou radicalmente a vida social e o cotidiano das pessoas. Artesões e camponeses migraram para as cidades e se tornaram peças-chave no processo de industrialização. As cidades se expandiram e se tornaram símbolos de progresso e desenvolvimento. Com o crescimento das cidades, surgem os desafios sociais. As classes mais pobres viviam em condições precárias, em subúrbios superlotados e habitações insalubres, enfrentando problemas como falta de água encanada e saneamento básico. Mesmo com a miséria que prevalecia entre a população mais pobre, a Revolução Industrial também trouxe inovações nos bens de consumo e o surgimento de uma elite industrial.  

Um ponto preocupante é que, apesar dos avanços nos processos de produção, alguns estudos mostram que a estatura média dos homens na região norte da Europa diminuiu cerca de 7,6 centímetros em relação à Alta Idade Média. Isso sugere que, apesar do progresso material, houve uma desvalorização do bem-estar humano durante a Revolução Industrial.  

Em resumo, as consequências da Revolução Industrial incluem o aumento da produção, o crescimento populacional, a migração para as cidades, as condições precárias de vida das classes mais pobres, as mudanças na estrutura social e a desvalorização do bem-estar humano em meio aos avanços tecnológicos e industriais.  

A segunda Revolução Industrial  

A Segunda Revolução Industrial, que ocorreu no século XIX a partir de 1850, trouxe mudanças significativas nos processos de produção e nas relações comerciais entre os países industrializados. Essa fase foi considerada uma continuação da Primeira Revolução Industrial que ocorreu cerca de 100 anos antes na Inglaterra. Durante aproximadamente 100 anos, abrangendo o início do século XX, a Segunda Revolução Industrial apresentou características distintas em relação à primeira. Houve uma revolução no setor de transportes, desenvolvimento tecnológico, surgimento de novas áreas de atuação na indústria e utilização de novas fontes de energia. Isso resultou na expansão do movimento industrial pela Europa, América do Norte e parte da Ásia. Os países envolvidos nessa revolução foram Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos, França, Países Baixos, Itália e Japão. 

Uma das principais mudanças nessa fase foi a substituição do carvão mineral pela energia elétrica e, principalmente, pelo petróleo como fonte de energia na produção industrial. Isso levou ao surgimento de indústrias petroquímicas e siderúrgicas, impulsionando a diversificação dos setores industriais. A produção em série, caracterizada pelos processos de produção em massa, também foi uma marca importante da Segunda Revolução Industrial. Essa forma de produção foi criticada por sua repetitividade e pela condição do trabalhador, retratada no filme "Tempos Modernos" de Charles Chaplin, onde os trabalhadores eram vistos como peças em um mecanismo industrial. 

Nessa época, surgiram os sistemas de produção em série conhecidos como taylorismo e fordismo. O taylorismo dividia as tarefas e especializava os trabalhadores em atividades específicas, enquanto o fordismo utilizava a especialização aliada às máquinas e ao sistema industrial de Henry Ford. A Segunda Revolução Industrial também impulsionou avanços no setor de transportes, com o desenvolvimento de trens a vapor, navios, automóveis e aviação. A construção de ferrovias permitiu a interligação das cadeias produtivas e facilitou a movimentação de pessoas. Além disso, durante essa fase, ocorreu o fenômeno do neocolonialismo ou imperialismo, em que os países industrializados exploraram a África e posteriormente a América Latina em busca de matérias-primas para seus processos industriais, impactando a soberania dessas regiões e direcionando os mercados em direção à Europa e América do Norte. 

No contexto da Segunda Revolução Industrial, surgiram teorias que buscavam analisar as contradições desse processo. O socialismo utópico propunha um acordo entre proletários e burgueses para resolver os problemas, enquanto o socialismo científico, de Karl Marx e Friedrich Engels, defendia uma reorganização revolucionária do processo produtivo através da cisão entre proletariado e burguesia. 

A Terceira Revolução Industrial 

A Terceira Revolução Industrial, também conhecida como Revolução Técnico-Científica, ocorreu a partir da segunda metade do século XX e trouxe mudanças significativas no processo produtivo. A internet e a robótica são duas características fundamentais dessa revolução, permitindo a automação industrial e a realização de tarefas anteriormente desempenhadas por trabalhadores através de máquinas como braços robóticos. A internet também impulsionou a globalização e a conectividade, diminuindo as distâncias relativas e possibilitando o comércio online, a entrega rápida de materiais e transações financeiras em tempo real. 

Além disso, a Terceira Revolução Industrial introduziu o uso de energias renováveis, como a eólica e a biomassa, como alternativas mais sustentáveis ao petróleo na geração de energia. Os meios de produção passaram a adotar o toyotismo, um modo de produção baseado na demanda e na produção "just in time", ao contrário do fordismo da Segunda Revolução Industrial. A revolução também teve impacto no cenário das empresas multinacionais, que passaram a adotar um modelo transnacional, estabelecendo-se em diferentes países em busca de facilidades como isenções fiscais, mão de obra barata e recursos naturais. Esse processo é conhecido como descentralização industrial. 

A Terceira Revolução Industrial também trouxe o surgimento do setor terciário, que engloba atividades de prestação de serviços e comércio. Isso ocorreu devido à Revolução Verde, resultante das transformações tecnológicas no campo que aumentaram a produtividade agrícola. Com o desemprego na agricultura, muitos migraram para as cidades em busca de emprego, impulsionando o setor terciário. 

A Quarta Revolução Industrial – Industria 4.0 

A Quarta Revolução Industrial, também conhecida como Indústria 4.0, representa uma drástica mudança nos meios de produção através do uso de tecnologias avançadas. Essa revolução é caracterizada pela convergência de várias inovações, como a Internet das Coisas, biologia sintética, impressoras 3D, algoritmos, 5G, nanotecnologia, big data, realidade aumentada e inteligência artificial (IA) em conjunto com a robótica. A principal característica dessa revolução é a fusão entre o mundo físico e o virtual. A Quarta Revolução Industrial traz alterações rápidas e radicais na sociedade, que muitas vezes ocorrem mais rapidamente do que a capacidade de assimilação. Essas mudanças podem trazer benefícios, como o uso da tecnologia na produção de alimentos, mas também podem ter consequências negativas, como o impacto ambiental e conflitos armados. 

Diferente da Terceira Revolução Industrial, em que máquinas realizavam tarefas anteriormente feitas por trabalhadores, na Indústria 4.0, a IA aplicada à robótica permite que as máquinas aprendam e melhorem suas habilidades de acordo com a interação com humanos. Isso resulta em empreendimentos inteligentes, capazes de identificar desperdício de materiais, gerir suprimentos e definir as melhores práticas. A partir do século XXI, a IA se tornou comum em dispositivos como bots de atendimento, robôs de orientação telefônica e estruturas automatizadas. A interconectividade é uma marca da Quarta Revolução Industrial, com a IA presente em veículos agrícolas, robôs, carros e drones em países desenvolvidos. 

A aplicação prática da Quarta Revolução Industrial pode ser observada em nossas vidas cotidianas, como na personalização de anúncios em aplicativos de celular, baseados em nossas pesquisas e conversas. Além disso, equipamentos como drones e casas inteligentes já estão sendo introduzidos, facilitando entregas rápidas, inspeções e tarefas domésticas. 

A geopolítica também desempenha um papel importante nessa revolução, com uma disputa tecnológica entre os países desenvolvidos do século XXI. A introdução da tecnologia 5G, liderada pela China, tem gerado uma competição com os Estados Unidos, que buscam desenvolver tecnologia equivalente. Essa disputa geopolítica afeta as parcerias e restrições impostas pelos EUA em relação à China. 

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