Você está na página 1de 531

Diccionario bibliographico

brazileiro v. 3
F-J

Doutor Augusto Victorino Alves Sacramento Blake

1895

http://bd.camara.leg.br
“Dissemina os documentos digitais de interesse da atividade legislativa e da sociedade.”
DICCIONARIO

BIBLIOGRAP.HICO BRAZILEIRO
PELO DOUTOR

lUITusto 1Jhetorillo ~UDP8 $UCmUlClIIo rRra~c

KATURAL DA BARIA

TERCEIRO VOLUME

--I·e·I- -

RIO DE JANEIRO
DY.rPRENS.A. N .A.CION.A.L

i017 - 94
BIBUUTECA DO SfNAOO fEDERIL
E:&te YGI.lI1lJ acha-se r~lstrado
sob nt§mero.__...1_5'~.-,-1--4-r...
__
do ano de 1..f}._~-'ol('--_
Não ha duvidar. E' mister grande força de vontade para
levar avante uma empreza como a que tomei a meus hombros.
A indifferença, com que tem sido acolhido este trabalho, me faz
acreditar que o brazileiro se satisfaz apenas com o romance, a
poesia, o drama phantastico!
Deveria ter desistido da empreza, logo que aventurei-me
a ena.
Havia eu, então, mandado imprimir duas mil circulares
para dirigir-me às pessoas mais competentes, pedindo com a
maior delicadeza que me auxiliassem com quaesquer indicações
bio-bibliographicas de caracter authentico. Oom essas circulares
dirigi-me ao corpo docente das faculdades de direito de S. Paulo
e do Recife, das de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia,
assim como á um crescido numero de homens de lettras.
Destes apenas dez ou doze corresponderam ao meu appello ;
daquellas corporações scientificas apenas um lente do Recife
mandou-me seus apontamentos e um da faculdade do Rio de
Janeiro a collecção de suas obras.
IV

Deveria ter quebrado a penna. O trabalho, porém, estava


encetado, e naquella occasião eu precisava de um assumpto que
me preoccupasse seriamente o espirito. Demais, «não sei que
sentimento de mim se apoderou ... foi um capricho, uma lou-
cura talvez».
Prosegui ; mas, para esquivar-me a decepções e contrarie-
dades, não dirigi-me à mais alguem. Redobrei de esforços para
levar ao Calvario minha cruz.

Quando esperava que os litteratos de meu paiz não me


negariam seu auxilio, vejo-me só, sem um correspoudente,
sem uma pessoa, que me communique o que se publica em cada.
um Estado!
E no est\ldo penosissimo, a que me tenho da,do, q'\.\e imme:n~
sidade de trabalhos possuo de autores brazileiros., que não PO$SO
contem,plar no meu livro, porqlle esses traballlOS são pllblicados
sob o anonymo, ou são assignados por pseudonymos, ou sómellte
pelos a,ppellidos 0\1 por um titulo do autor?
Isso concorre para que seja mais incQ.IJ;lpletQ, lllais df3fi..
cieqte este livro, como já d~sse que o era.

Ao terminar a introducçãO do primeiro vol ume deste livro,


escrevi eu: «Não me dirijo á esses que me negaram o auxilio,
que com tanta cortezia lhes pedi, sem o menor cavaco darem.
A esses, que serão provavelmente os mais inexoraveis censores
que hei de encontrar, não devo satisfações. Façam melhor, si o
quizerem, e poderão fazeI-o, porque necessariamente lhes ha de
aproveitar muita cousa deste trabalho, mão e imperfeito, que
ahi deixo.»
v
Não me enganei quanto aos meus censores. Dous que tive,
são do numero dos litteratos, â quem me dirigi sem resultado
algum.
Um (do primeiro volume) começou por notar certa imper-
feição no trabalho typographico e depois outros defeitos, como
o erro do primeiro nome do pai de um escriptor, o nome do mais
dedicado amigo que tive na Bahia e pelo qual tratei sempre
esse nunca assaz lembrado amigo. Outro, mais inexoravel,
depois de não achar melhoramento algum no segundo volume
do Diccionario, notou que eu não déíise as ultimas edições de
dous "trabalhos seus, admittidos nas escolas primarias.; c.en-
sura-me por ignorar o titulo de obras, como o do poema Chape-
leida, por ser impresso Chapelada quando, entretanto, accre-
scentei algumas considerações que demon tram ql:le eu não
devia ignorar o titulo - e assim par deante.
Devo neste momento declarar que o segundo e terceiro
volumes deste livro foram l;llaborados, qua~t qu~ exclu~!va­

mente, a horas adiantadas da noite, ~ a e~sa,s 11OJ;as l:lram (lor-


rigidas as provas typogr?-pb.icai:i, tepdo l ás v~e.ê~. por au~iliar

uma filha minha, uma menina.


Ainda que eu quizesse responder ao critico, não tinha
tempo, nem imprensa graUs. Dando-s~, porem, ua occasião
uma sessão no Instituto Historico e Geographico Brazileiro, a
primeira associação de lettras do Brazil, aproveitei esse ensejo
para justificar.me das accusações feitas.

Dispondo ultimamente de alguma folga, dou em appendice


ao presente voluma varios accrescimos e correcções, assim como
VI

noticias de alguns escriptores que deixaram de ser menciona-


dos no logar competente. São estes:
Francisco Josá Martins Penna.
Francisco de Lima Bacury.
Francisco Luiz Corrêa de Andrade.
Francisco de Paula Borges Fortes.
Francisco Torquato Babia da Silva Araujo.
Francisco Vicente Vianna.
Francisco Xavier Ferreira Marques.
Francisco Xavier Taques Alvim.
Frederico Bieri .
Frederico Gregorio Machado da Silva.
Gaspar José de Mattos Pimentel.
Germano Hasslocker.
Gonçalo Paes de Azevedo Faro.
Guarino Aloysio Ferreira Freire.
Guido Tbomaz Martiere.
Gumercindo de Araujo Bessa.
Henrique Augusto de Albuquerque Millet.
Fr. Henrique de Sant'Anna.
Honorio Candido Ferreira Caldas.
Fr. Ignacio de Santa Justina.
Innocencio dos Santos Lopes Cavalcanti.
João Baptista Guimarães Cerne.
João Carlos de Oliva Maia.
João Chrisostomo Melício.
João Manoel de Carvalbo.

Não faço uso das circularos, que tenho, pelos motivos já


ditos; mas acceito com a mais cordial gratidão as noticias
authenticas, com que me quizerem honrar meus patricios -
na rua do Cattete n. 106.
oICCIONARIO BIBLlOGRAPHICO BRAZILflRO

Francisco João de Azevedo -Natural da provincia,


hoje Estado da Parahyba, falleceu na cidade do Recife a 26 de j unho de
1880, presbytero secular, professor de arithmetica e geometria no
arsenal de guerra e professor livre destas materias. Dotado de talento
inventivo, de uma habilidade rara, apresentou na exposição nacional de
1861 uma machina typogl'aphica de sua invenção. Mais tarde, quando
a questão religiosa, de que me tenho occupado nos volumes anteriores,
estava em seu periodo incandescente, foi eUe colhido em suas malhas,
foi denunciado como sectario do maçonismo. D. Vital, a quem a
coherencia nunca desmentida faz acreditar-se na sinceridade do 1101'1'01'
que demonstrava pela maçonaria, fel-o intimar a comparecer perante
sua pessoa e, mostrando-se bem instruido de sua vida e costumes,
disse-lhe que sabia ser elle o sustentaculo de suas velhas irmãs; o
devotado professor, que não recusava o ensino só porque o expliC<'tndo se
confessava sem meios para satisfazer os honore.rios de praxe no curso
particular que mantinha; o genial inventor de uma machina tachy-
graphicu; o homem probo, sem pecha, siquer, do que os tolerantes
julgam venial, attenta a fragilidade inherente á natureza humana,
mas que de uma culpa horrivel sabia estar polluido, o maçonismo, e
pediu-lhe que o abandonasse por meio de uma franca abjuração. O
padre Azevedo, acreditando que d. Vital não conhecia os principioi!
maçonicos, sua tolerancia, seu espirito religioso, o dever, que impunha
aos adeptos, de amar a Deus e á humanidade, tratou de demonstraI-o.
O prelado, porém, o interrompeu, declarando que sabia quanto diziam
os pedreiros livres, mas qúe ainda mais conhecia a verdade que expoz,
2 PR

isto é, ser a maçonaria o reducto do ante-Christo, o maior obstaculo que


o demonio oppãe á obra de Deus. E terminou: «porque não a ahan-
dona 1 Si cego acredita que lá pôde ser uti! aos homens, como diz, em
sua igreja mais ainda pôde ser». Então o padre Azevedo narrou-lhe o
seg'uinte, que mais tarde repetiu, entre outros, ao amigo que forneceu-
me taes apontamentos. Seu pae falleceu, deixando-o em estado escolar;
sua mãe, pauperrima, tinha de fd.zel-o abandonar os estudos para que
tinha decidida vocação, e isso participou-lhe em pranto. Quando
resignado se dispunha a aprender um officio, viu que continuava a ser
mandado ás aulas e, quando teve de escolher carreira e escolheu a
ecclesiastica, foi mandado ao Recife, onde recebeu ordens sacras, ter-
minados os estu10s. Um dia, em summ<:t, lembrou-se de indagar de sua
mãe onde encontrava recursos para fazer face ás despezas com sua
formatura e ella lhe respondeu: « Tens sido educando da maçonaria.
Quando teu pa~ morreu, a loja a que pertenceu, sabendo da penuria em
que ficámos, mandou-me dizer que se encarregaria de tua educação.~
Concluiu o padre Azevedo que desde esse momento jurou de\ otar-se á
instituição de tanta magnitude, afim de prestar tambem a outros
infelizes o bem que recebera, e perguntou ao bispo si achava justo
quebrar SilU espontaneo compromisso, e a resposta foi a suspensão
de suas ordens. Escreveu:
_ Escla?'ecimentos sobre a machina typographica,! levada 6. expo-
sição nacional, pelo Seu inventor, etc., no anno de 1861. Rio de Janeiro,
1861, 13 pags. in-4 o •
- Detts e Pat?-ia: con{erencia publica no edificio do tlJeatro de
Santo Antonio, sob os auspicios da maçonf'ria. Pernambuco, 1875,
in-8 0 - Esta conferencia foi antes publicada no Boletim do Gra.nde
Oriente Unido e Supremo Conselho do Brazil, ns. 1 a 3, de janeiro a
março de 1875. E' a sexta das conferencias instituidas pela maçonaria
de Pernambuco por occasião da questão religiosa com o fito de escla-
recer o publico. E' deste escripto o seguinte fragmento: « ... Sim~
fallo da moml evangelica, que é uml, das ml1Jis palpitantes necessidades
dos povos e não dessa moral que desune, separa, expelle, arremessa.
Não dessa moral fulminante e até explosiva; mas da que regula, con-
vida, reune, abraça, congraça e congratula os individuos, os povos, as
nações e tudo que constitue:1 humanidade. Não, de llenhu01l1 sorte
refiro-me aquella moral, em queEse pune em faltas iguaes o fraco, ao
°
mesmo tempo que se isenta forte; mas aquella, em que as cli:tl'el'enças
mundanas são esquecidas, afim de dar realce a justiça, ao merito ou
demerito. Não é a moral, com que se contrahem na vida esses odios,
que perseguem até asepultura. Não é a moral dos anatbemas; mas a
FR 3

do perdão. Não é a moral de um bispo em colera e vaidade j mas


aquella, pela qual o individuo não só perdôa sete vezes ao seu irmão
que o oirende; mns ainda setenta vezes sete, como se vê no Evangelho
de S. Matheus, 18 «Non dica tibi usque septius, sed usque septuagies
septies .» Não a moral, que acolhe o repeliente e barbara ex in{ormata.
conscientia, cujo fim é render pela fome; mas aquella que espera, aCún-
selha, adverte, insta e argue com toda a paciencia.~ .

Francisco JoaquiIll Bet.hencour~ da Silva-


Filho de Joaquim Bethencourt da Silva e dona Saturnina do Carmo
Bethencourt da Silva, nasceu a 8 de maio de 1831, a bordo de um navio-
em que seus paes vinham de Portugal para o Rio de Janeiro, e aqui foi
baplis:ldo e fez sua educação, matriculando-se em 1843 na academia de
bellas-artes, na aula de architectura, de que foi mais tarde professor~
Nessa academia foi discipulo do celebre Grandjean ue Montigny, de
quem teve a amizade de pae e, merecendo premias e menções honrosas
em todos os annos de ensino, entrou em concurso para ir a Roma
estudar. Foi nomeado em 1850, para um lagar da camara municipal e
mediante concurso em 1858 para o de adjunto da aula de desenho dn.
escola central, depois polytechnica, de que passou a lente cathedratico .
foi o iniciador do lyceo de artes e olficios, cujas aulas se abriram em
1857, e dellas director até ã presente data; foi architecto da e~tincta..
casa il.1?per-ial e por ultimo contlecorado com as honras de official-
menor. Actualmente é professor jubilado da escola polyteehnica e da
academia de bellas-artes; primeiro secretario perpetuo da sociedade.
Propagadora das bellas-artes, ue que foi fundador; dignital'io da ordem
da Rosa e cavalleiro da de Cbristo ; offieial da muito antiga e nobre
ordem portugueza de Sant'Iago do Merito seientitlco, litterario e
artistico, etc. Escreveu:
- A,·tes libeme e mecanicas: relataria - Vem no livro «Relatorio
geral da exposição nacional de 1861 e relatarias dos jurys especiaes,
colligidos e publicados, etc. Rio ue Janeiro, 1862.»
- O poeta e o artista: fragmento de um livro inedito. Rio de Janeiro,
1865, 26 pags. in-8 D •
- Folhas dispersas: fragmentos. Rio de Janeiro, 1878, 174 pags.
in-3 D - Contém uma noticia biogl'a.phica de ManoeI Antonio de
Almeida e de seu romance Memorias de um sargento de milicias; Egas
Muniz, dl'uma. de José da Silva Mendes Leal, etc.
- DesiUusüo: poesia (Rio de Janeiro, 1876), in-fol.
- Vulgaricla~le de al'te: O poeta e o artista; A poesia e a arte; A
arte e o artista. Rio de Janeiro, 18.84 - E' uma edição nitida em
4 FIl.

homenagem de admiração, respeito e estima ao instituidor da sociedade


Propagadora das beIlas-artes e do Lyceo de artes e offi.cios, feita por
Laernrnert & C."
- ReLatorio do Imperial Lyceo de Artes e Offi.cios, apresentado á
Sociedade Propagadora das BeIlas-Artes, por sua directoria de 1879. Rio
de Janeiro, 1880, 64 pags. in-8°, com aOllexos.
- ExpUcação do modo, por que procedeu no arbitramento das
aguas do rio S. Pedro o architecto Bethencourt da Silva. Rio de
Janeiro, 1881, 39 pags. ll-8°.
- Discurso pronunciado na sessão de posse da nova directoria
da Sociedade Reunião dos Expositoras Brazileiros. Rio de Janeiro,
1888.
- Discu~'so pronunciado por accasião da posse do 10gar de chefe da
Federação Operaria. Rio de Janeiro, 1890 - Foi um dos redactores do
- BrazU Artistico: revista da Sociedade Propagadora das Bellas-
Artes do Rio de Janeiro. Torno 1.° Rio de Janeiro, 1857, in·fol.-'-
(Veja-se Domingos Jacy Monteiro 1.°)
- BraziZ lllustrado: publicação litteraria. Rio de Janeiro, 1875-
1876, in-fol.- (Veja-se Cyro Cardoso de Menezes.) Tem na imprensa
periodica alguns escriptos, corno :
- BeUas-artes - na Revista BrazUeira, torno l°, 1879, pags. 128,
285, 363 e 518.

Francisco JoaquiIn Oa-t-tête - Filho do brigadeiro


Joaquim Francisco das Chagas Cattête, nasceu na cidade do Rio de
Janeiro a 19 de janeiro de 1817 e falleceu em março de 1850. Era
doutor em matbematicas pela antiga escola militar, capitão do pri-
meiro batalhão de artilharia a pé, sacio da sociedade Auxiliadora da
industria nacional e do Conservatorio dramatico. Escreveu:
- Discurso que apresentou no acto de exame na aula publica de
rhetorica e poetica. Rio de Janeiro, 1846, 20 pags. in-4°.
- Dissel·tação sobre a curva acustica: theso apresentada á Escola
Militar do Imperio do Brazil e sustentada perante S. M. o Imperador,
etc.- Rio de Janeiro, 1848, in-4°.
- Discurso-No livro «Discursos e mais peças da architectura, reci-
tados por occasião da posse das luzes e mais dignidades da sempre
Aug.·. e Resp.·. L.'. Un.·. Esc.'. etc. Rio de Janeiro, 1847.

Francisco José Alypio - Natural da cidade de Campos


e formado em medicina, foi assassinado a 21 de dezembro de 1834. Suas
idéas liberaes exaltadas, francamente manifestadas na conversação e
FR

na imprensa, crearam-Ihe inimigos de quem talvez lhe proviesse tal


morte. Redigiu:
- O Correio Oonstitucional Campista. Campos, 1831, in fol.- Sahiu
o l° numero a 1 de janeiro e foi a primeira folha publicada em Campos.
- O Goytaca-.. Ca,mpos, 1831, in-fol.- Esta folha foi mais tarde
substituida pelo
- Campista. Campos, 1834, in-fol.- Foi publicado o l° numero a 4
de janeiro; teve interrupção a 21 de dezembro, dia do assassinato
de Alypio, ou antes, só sahiu mais um numero a 31 deste mez com sua
necrologia, escripta pelo dr. José Gomes da Fonseca .-Parahyba, seu
companheiro na redacção. Passou o Campista em 1835 a chamar-se
Recopilador. Além dos trabalhoB da imprensa periodica, só conheço
de sua penna :
- Memoria sobre o labio loporino - Nu Propagador das sciencias
medicas, tomo l°, 1827, pags. 181 e segs.

Francisco José de Arantes - Filho de Felix José de


Arantes e dona Thereza Joaquina dos Santos, nasceu na villa, dep:lÍs
cidade do Recüe e capital de Pernambuco, a 30 de novembro de 1783,
e falleceu em Coimbra, no serviço de Portugal, a 27 de outubro de 1870,
sendo doutor em theologia pela universidade de Coimbra, e deão da
cathedral desta cidade. Entrara para a extiucta congregação do ora-
torio de S. Felippe Nery, onde fez os estudos de humanidades, leu ves-
peras e foi depois mestre de noviços, recebendo as ordens do presby-
terado em sua patria. Depois de graduado, foi nomeado, mediante o
respectivo concurso em 1823, lente substituto da mesma faculdade e da
mesma universidade. Em 1834, p')rém, foi elle exoneracIo dessa cadeira,
assim como outros distinctissimos lentes, em consequencia das convul-
sões politicas que abalaram Portugal até no recinto das scieucias, e
então elle, que já occupava uma cadeira de conego doutoral da sé de
Faro, no Algarve, por nomeação de 15 de janeiro de 1831, passou a
occupar a de chantre em Coimbra, sendo mais tarde elevado á digni-
dade de deão, cujo cargo OCCUPOll, até fallecer, exercendo por mais
de uma vez o cargo de vigario capitular do bispado. Escreveu:
- Compendio de chronologia mathematica e historica, extrahido dos
melhores autores. Coimbra, 1825, 83 pags. in-8) - O revisor da univer-
sidade, Joaquim Ignacio de Freitas, fez diversas censuras a este livro,
de que resultou uma polemica com o autor, terminada por um processo
contra o mesmo revisor e com a reimpressão da obra, mais oorrecta e
augmentada, em Lisboa, 1826, sendo recolhidos pelo autor os exem-
plares da outra edição.
6 FR

- Refutação da « Voz da Razão », do dr. José Anastacio da Cunha,


lente de matematicas da universidade de Coimbra, ou a verdadeira
Voz da Razão. Coimbra, 1824, 79 pags. in-16° - O dr. José Anastacio
havia escripto sua Voz da Razão em quadras: o padre Aruntes porem,
compoz a refutação quasi das mesmas quadras, parodiando-as em sen-
tido contrario e convertendo-as em exposição e confirmação dos do-
gmas da moral christã.
- Sennão sobre a Conceição imma::ulada de Maria Santissima,
pregado na capelIa cla universidade. Coimbra, 1825,20 pags. in-4°.
- Sermao do Patrocinio do glorioso S. Jose, pregado na capella da
uni ver-idade. Porto, 1826, in-4°.
- Sermão de Nossa Senhora da Boa-Morte, pregoado na cathedral
de Coimrra a 14 de agosto de 1853. Coimbra, 1853, in-4°.
- Sermáo sobre a definiç'ão dogmatica cla Conceiç'ão pUI'a e imma-
culada da Santissima Virgem, r:ão recitado na cathedral de Coimbra a
10 de junho de 1855, por moIestia grave que sobreveiu ao àutor. Lisboa,
1855, 22lJags. in-4° - Esta obra vem tambem no Sermonal'io selecto
de Antonio da Silveira, tomo 2°, Lisboa, 1861, pags. 293 a 306. Sabe-se
que o padre Arantes escreveu muitos sermões, flue nunca den ii. publi-
ciclade, e que, além dos que mencionei, publicou diversos, como um
sermão de Santo Antonio, um da Epiphania, etc.
- RespoBta ao annuncio que na Ga~eta n. 79 e pago 352 mandou pu-
blicar o dr. João Thomaz de Souza Lobo. Coimbra, 1824, 12 pags. in-fol.
- BI"eves "eflexões ácerca do sermão pregado na sé de Coimbra, na
festi vidade da Senhora da Boa-Morte, na segunda dominga de ago_to de
1857. Coimbra, 1857 - E' uma refutação ás idéas do pregador, o
conego A. Lobo Correia de Castro.
- Breves reflexões em resposta ao tIl'. Motta Veiga ácerca da « Resi-
dencia coral tIos conegos da sé, professores do semiuario e lente da uni-
versidade~. Coimbra, 1867 - E' outl'a refutação á obra do titulo acima.
Por empenho de pessoll,s que apreciaram esse trabalho, escripto quando
o padre Al'autes já contava 84 annos de idade, foi feita. segunda edição
110 mesmo anno e, ao passo que is o succedia, o autor escreveu um tra-
:balho mais desenvolyido sobl'e o assumpto, esperando contestação por
parte do dr. Motta Veiga. Este trabalho ficou inedito, como outros.

Francisco José Borges - Filho do capitão Lino José


Borges e dona Bernarda Josephina Pinto da Costa Borges, nasceu no
Rio ele Ja'neiro a 18 de setembro de 1819, e falIeceu, em Paquet~" a
15de setemrro de 1891, tenente-coronel reformado da guarda nacio-
nal ; condecol'ado com as honras de omcial menor da extincta casa
FR 7

imperial, onde exerceu o cargo de escrivão e nelle aposentou-se; sacio


do Instituto historico e geographico brazileiro. Dirigiu nesta capital um
collegio de educlção. Serviu o lagar de contador na thesouraria da
ex-provincia do Rio de Janeiro, onde foi deputado, e o de promotor pu-
blico de Mangaratiba. Escreveu:
- Epitome ela geographia e historia do Brazil. Rio de Janeiro, 1862.
- Elementos de orthographia ou boa escriptura da língua portu-
gueza. Rio de Janeiro.
- Elementos de arithmetica. Rio de Janeiro.

Francisco José do Can-to e Mello Cas-tro


Maecarenhas -Filho do chefe de esquadra João do Canto Castro
Mascarenhas, falleceu no Rio de Janeiro a 22 de novembro de 1884.
Sendo doutor em medicina, conservador do laboratorio chimico e en-
carregado das respectivas preparações na faculdade de medicina desta
cidade, pai' occasião da reforma de 1855 foi nomeado lente substituto
ela secção de sciencias accessorias e mais tarde lente da cadeira ele
physica geral, em que foi jubilado. E!'a bibliothecario da bibliotheca
do Imperado!', commendador da ordem da Rosa e cavalleiro da de Christo.
Escreveu:
- TlIese tendo por objecto o desenvolvimen to dos tres pontos, etc.:
I Quaes são as causas da morte subita, qual é e qual deve ser a nossa
legislação relativa aos mortos ~ II Ea perfeita depend9ncia nas divisões
do systema vascular ~ III Ensaio de bibliog-raphia medica do Rio de
Janeiro, anterior á fundação da escola de medicina, etc. Rio de Janeiro,
1852, in-4 o•
- lI{emol'ic! historica da Faculdade ele Medicina do Rio de Janeiro,
no anno de 1865 (Rio de Janeiro, 1866), in-fol.

Francisco José Cardoso - Filho de outro de igual


110me e nascido na provincia, hoje Estado do Rio de Janeiro, a 15 de
janeiro de 1826, aos dezeseis annos, com praça no exercito, matri-
culou-se na antiga academia militar, pcla qual ó bacharel em mathe-
maticas. E' coronel do estado-maior de primeÍl'a classe e tem o titulo
de conselho do ex-Imperador; é official da ordem da Rosa e da de Sãs
Bento de Aviz, e commendador da ordem da Conceição de Villa Viçosa.
Exel'ceu muitas commissões i1llportantes como militar, representou sua
provincia na camara tem pararia, e presidiu a de Sergipe e a de Matto
Grosso. Escreveu:
- Ap"eciaçao do parecer da commis ão nomeada pelo governo da
provincia do Rio de Janeirolpara. examinar o estabelecimento da Impe-
8 FR

rial Companhia Seropedica em Itaguahy. Rio de Janeiro, 1862, in·4o -


Era o autor presidente desta companhia.
- Refutação succinta do relataria posthumo da dissolvida commis-
são de exame da repartição das obras publicas da província do Rio de
Janeiro, de que eram membros os Srs. J. P. de Lima Campos e J. A.
de M. Calvet, pelos directores José de Miranda da Silva Reis e aju-
dante do mesmo F. J. Cardoso Junior. Rio de Janeiro, 1863, in-4o•
- Relataria com que abriu a 2n sessão da 20' legislatura da
assembléa provincial de Sergipe, no dia 3 de março de 1871. (Ara-
cajú) 1871, 238 pags. in·4o - seguidas do relataria da entrega da
administração.
- Relataria apresentado à assembléa leg-islativa da provincia de
Matto Grosso no dia 4 de outubro de 1872. Rio de Janeiro, 1872, 150
pags. in·4°.

Francisco José das Ohagas Soares - Natural


do Rio de Janeiro, onde foi professor do ensino primaria; no alma-
nak, porém, de 1837 jà não figura seu nome entre os professores pu-
blicas do municipio desta cidade. Escreveu:
- Arte da Grammatica partuguem, composta e offerecida à Socie-
dade Promotora da Instrucção, na côrte do Brazil. Rio de Janeiro,
1835, 112 pags. in-8°.

Francisco José Go:m.es Oalaça - Natural de


Alagôas, engenheiro pela escola de pontes e calçadas de Paris, Bacio
do Instituto polytechnico desta cidade, do Instituto polytechnico do Rio
de Janeiro e do Instituto archeologico e geogra.phico alagoano, serviu
o cargo de fiscal da estrada de ferro Central do Estado de seu nasci.
menta, de onde foi removido para o de director da de Paulo Alfonso,
etc. Escreveu:
- Estrada de Ferro de Cuyabá à Lagoinha: relataria do chefe da
commissão incumbida dos estudos, etc. Rio de Janeiro, 1876, 77 pags.
in-4°.
- Memaria sobre alguns melhoramentos realizados no seculo XIX,
offerecida ao Instituto Archeologico e Geographico Alagoano. Maceió,
1878, lU pags. in·4° - Na Revista desta associação, escreveu ainda:
- Praducçãa assucareira na provincia e fuudação de um engenho
central no municipio do Pilar: trabalho lido em sessão de 29 de abril
de 1879. Il'

- -Estudos histaricos dos aPIJarelhos empregados com o fim de uti-


lisar o trabalho do vapor, lidos:em 1876.
FR 9

Francisco José Gonçalves Agra - Nascido em


Portugal e brazileiro por adopção, negociante da praça do Rio de Ja-
neiro, commendador da ordem portugueza da Conceição de Villa Viçosa,
e fidalgo cavalleiro da casa de sua magestade fldelissima, falleceu no
Rio de Janeiro pelo anno de 1886 - Escreveu:
- Regulamento administrativo, interno e economico da Veneravel
Ordem 3a da Penitencia do Rio de Janeiro, aprovado, etc. Rio de Janeiro,
1863, 67 pags. in 4° e mais 12 de uma exposição historica, que é tra-
balho de Gonçalves Agra.

Francisco José de Lacerda e Ahn.eida - Filho


do licenciado José Antonio de Lacerda e dona Francisca de Almeida
Paes, nasceu na cidade de S. Paulo pouco depois de 1750, segundo posso
calcular, e falleceu em Cazembes, na Africa, pelo anno de 1802. Doutor
em mathematicas pela universidade de Coimbra, recebendo o grão em
1777 com Antonio Pires da Silva Pontes, de quem já fiz menção, foi
logo com este nomeado astronomo da terceira partida de demarcadores,
incumbida de toda a fl'onteira desde Jaurú até Japurú, sob a direcção do
governador de Matto Grosso - commissão que desempenhou, passando
por muitos trabalhos e perigos e tendo tambem por companheiro o no-
tavel engenheiro Ricardo Franco de Almeida Serra. So:trreu até um
ataque do indio Murá, do qual escapou milagrosamente de morrer,
atrave'sado por uma setta que feriu-lhe levemente o pescoço. Depois
de diversas explorações e estudos passou dalli a explorar o Paraguay
e outros logares circumvizinhos, chegando em 1788 a Cuyabá, donde,
passando a reconhecer os rios Taquary, Coxim, Camaquan, Sanguesuga,
Pardo, Paraná e Tieté, veiu pa.rar em S. Paulo em janeil'o de 1789.
Regressando a Lisboa. em maio de 1790, foi ao cabo de pouco tempo
incumbido de uma jornada por terra entre Moçambique e Angola,
com a nomeação de governador subalterno dos rios de Sena e a
graduação de capitão de fragata, afim de ser meno incommoda e
difficil a empreza. Nessa expediÇc'io, porém, foi acommettido de uma
febre perniciosa a que succumbiu, voltando a Lisboa todos os que o
acompanhavam com os instrumentos e muitos trabalhos já escriptos,
que se extraviaram blvez propositalmente. Além desses trabalhos,
escreveu:
- Dia?'io dtt viagem pelas capitanias do Pará, Rio Negro, Matto
Grosso, Cuyabá e S. Paulo nos annos de 1780 a 1790, impresso por
ordem da assembléa legislativa da pro" 'lcia de S. Paulo. S. Paulo,
1841, 90 pags. in-40- O Diario é muito 00ndensado, attendendo a que
é escripto em viagem, e viagem de 648 )~guas de terras invias e inex-
PR

pIoradas. E', entretanto, trabalho de grande valor para a geographia


dos lagares percorridos.
- Diario da viagem desde Villa Bella até Sajrtos, com uma parte
do curso do Paraguay, levantad:t em 1786 - F.GYàpresentado á Acade-
mia dãs sciencias de Lisboa em seu regresso a esta capital, declarando
-o autor que não apresentava os mappas, por haverem sido extraviados
'pelos escravos com outros escriptos.
- Memoria ácerca dos rios Baures, Branco, da Conceição, de S. Joa-
quim, Stonomas e Maxupo, e das tres missões da Magdalena, da Con-
ceição e de S. Joaquim - O manuscripto foi ofl'erecido ao Instituto
l1istorico pelo sacio José Silve.stre Rebello, e publicado na Revista
trimensal, tomo 12°, 1849, pags. 106 a 119.
- Mappa de Guaporé desde Villa-Bella atê sua affiuencia no Ma-
moré,- Foi pelo autor ot1'erecido a Academia das sciencias de Lisboa,
acompanhado das
- Informações sobre as latitudes geographicas da foz do rio Ma-
deira a foz de Guaporé ou lthel1elO e sobre o Madeira - Foi seu collabo-
~ador neste trabalho, que existe inedito na bibliotheca nacional, o dr.
A. P. da Silva Pontes.
- Observações astronomicas e physicas, feitas na capital de Villa-
Rella, no palacio da residencia dos Srs. goveruarlores generae:s,
desde 15 de fevereiro até 7 de agosto de 1787 - Idem, idem.
- Diario da diligencia do reconhecimento do rio Paraguay desde
o lagar do Marco na bocca do Jaurú até para baixo do presidio de Nova-
Coimbra., e das serras que se encontram no mesmo Paraguay e igual-
mente a confrguração do rio Cuyaba até a villa deste pome, e de lá. por
S. Pedro d'EI-Rei até Villa-Bella - Idem, 58 folhas não numeradas.
Teve por collaborador o mesmo A. P. da Silva Pontes e o engenheiro
R. F. de Almeida Serra. .
- Diario resumido sobre a configuração do rio Paraguay desde o
Marco e foz do rio Jauru até abaixo do presidio de Nova'Coimbra ~
Idem, 34 folhas. (V(Jja-se Antonio Pires da Silva Pontes.)
- Dial'io da demarcação dos dominios portuguezes na America do
Sul - 50 fis. O Instituto historico possue o manuscripto.

Francisco José ~1:oreira R.ibeirão - Nascido na


cidade do Rio de Janeiro em 1815, muito criança, foi com sua familia
para a cidade de Campos, e abi ül.lLeceu a 26 de junho de 1885. Seu
pae, destinando-o a vida do commercio, o mandou como caixeiro para
esta cH.pitaI, e daqui tornou depoií'l no Campes, para servir ainda corno
caixeiro de cobranças; mas, contrariado aquelle, porque o filho se dedi-
PR II

cava com ardor á poesia, mandou-o outra vez ao Rio de Janeiro para
estudar e seguir a vida claustral. Mais contrariado ainda, porque o
filho não quiz abraçar o estado monastico, suspendeu a mezada que
. lhe dava. Pouco tempo depois, fallecendo o autor de seus dias, esta-
beleceu-se Ribeirão definitivamente em Campos, onde casou-se, e em
cujo f6ro trabalhou até 1882 como solicitador. Foi escrivão da santa
casa da misericordia e culthrou sempre a poesia, mostrando em suas
composições um grande péndor para a satyra, mas sem ofrender, sem
expôr alguem ao desprezo, procurava com o ridiculo innocente corrigir
os defeitos e nada mais. Escreveu: .
- A inundaçiio do Parahyba: poemeto. Campos, 1833 - e dflixou
publicado muitas
- Sextilhas, odes, sonetos e outras composições no Monitor Cam-
pista - O doutor F, Portella, numa noticia que escreveu do poeta no
«Almana1\. industrial mercantil e administrativo da cidade e municipio
de Campos para 1881 e 1882» faz menção especial de tres destas
composições, que se acham neste jornal, isto é: O j'ctrato; A sattdade;
MemO?'ial dirigido ao Imperador. Esta ultima sahiu tambem no Pa-
mhyba de Petropolis, 1859. Em prosa ha de Ribeirão:
- Notas biogl'aphicas de frei Rodrigo de S. José Silva Pereira,
monge benecUctino - Existe o original na bibliotheca nacional em duas
cartas, datadas de 17 e 30 de setembro de 1877, acompanhadas de
varias poesias de frei Rodrigo.

Francisco José Pinheiro GuiUlarães - Pae do


doutor Franci co Pinheiro Guimarães, de quem se trata neste volume,
nasceu no Rio de Janeiro a I de junho de 1809 e falleceu a 18 "de
Dovem bro de 1867. Bacharel pela faculdade de direito de S. Paulo
em 1832, entrou em J849 para a secretaria dos negocias estrangeiros,
onde exerceu o cargo de chefe de secção e era cavalleiro da ordem de
Christo. Talento robusto, intelligencia brilhante, deixou-se dominar
pelo gosto do epigramma, das satyra , e nas 1uctas da imprensa em
questões theatraes não soube encerrar-se em seu gabinete de escriptor
dramatico, negando-se aos combates de seena, de proscenio e de platéa.
Na litteratura patria podia ser um astro, mas foi pyrilampo de luz
esp1endida, de fulgor passageiro, como disse o doutor J. M. de Macedo.
Poeta de humor sarcastieo, versado em diverffis línguas, dedicou-se á
litteralura amena e á imprensa politica, collaborando para varios
periodico:>, principalmente para o Con'eio Mercantil, e escreveu:
- O pesadelo: poema heroi-comico satyrico. Rio de Janeiro, 1837,
in-8 o - Este poema é escripto em verso solto com allusões aos amigos
12 FR

politicas do regente padre Feijó. Não traz o nome do autor, sendo por
isso attribuido a outros poetas, como João José de Souza e Silva Rio.
EII;l resposta escreveu o conego Januario outro poema em oitava rima
Os Garimpeiros. (Veja-se Januario da Cunha Barbosa.)
- O ?'oubo da madeixa: poema heroi-comico de Alexandre Pape,
traduzido em verso portuguez. Rio de Janeiro, 1843 - Sahiu tambem
na Minerva Braziliense, tomo l°, pags. 212 a 215, e 244 a 250; e ainda
num volume posthumo com outras obras. Esta traducção é feita do
original inglez, e portanto mais fielmente interpretada do que a tra-
ducção antes publicada no Museu Universal, que é feita de outra
franceza, de M. Marmontel.
- Norma (libreto da opera, traduzido em verso portuguez). Rio
de Janeiro, 1843.
- A dama do Lago (libreto). Rio de Janeiro, 1843.
- Belisario (libreto). Rio de Janeiro, 1843.
- Torquato Tasso (libreto). Rio de Janeiro, 1843.
- Elixir d'amor (libreto). Rio de Janeiro, 1844.
- Anna Bolena (libreto). Rio de Jêtneiro, 1844.
-: O furioso (libreto). Rio de Janeiro, 1844.
- Capuletos (libreto). Rio de Janeiro, 1844.
- Hernani ou a honra dos Castelhanos: dl'a.ma em cinco actos
de Victor Hugo, traduzido em verso portuguez. Rio de Janeiro,
1848, 168 pags. in-12D - A traduccão é feita em verSificação de
rima variada, conforme o sentimento que~ predomina nas scenas
do drama.
- Traducçõe,s poeticas. Rio de Janeiro, 1863, 659 pags. in-8D -
E' uma publicação posthuma, contendo: A peregrinação de Childi
Harold, poema de lord Byron, traduzido em verso portuguez;
Sardanapalo, tragedia do mesmo autor, adaptada á scena; O roubo
da madeixa, poama heroi-comico de Pope; Hernani ou a honra dos
Castelhanos, drama de Victor Hugo. Abre-se o volume com uma
carta do conselheiro F. Octaviano, servindo-lhe de prologo, á qual
carta s~gue a traducção do Sonho, de lord Byron, pelo mesmo con-
selheiro.
- A oiumenta; comedia em cinco actos, representada no theatro de
S. Pedro de Alcantara em 1843 - Inedita.
- O brazileiro em Lisboa: comedia em cinco actos, representada
no theatro de S. Pedro de Alcantara em 1844 - Idem.
- A donzella de Orleans, de Voltaire, traduzida do francez - Idem.
Consta-me que o doutor Pinheiro Guimarães deixou outras obras in-
editas, quer traduzidas, quer originaes. Entre estas ha muitas poesias,
13

como uma temivel satyra aos Paulistas, feita nos teIrJÍlos de estu-
dante, e que assim começa:

Comendo içá, comendo cambuquira,


Vive a afamada gente paulistana,
E os taes, a quem chamam caipira,
Que parecem não ser da raça humana.

Fez tambem parte da redacção da


_ Minerva Braziliense: jornal de sciencias, lettras e artes. Rio
de Janeiro, 1844-1845. (V~ja-se Francisco de Salles Torres Homem.)
E' de sua penna a
- Pacotilh.a: folhetim do Correio Mel'cantil durante a redacção do
doutor José de Assis Alves Branco Mun.iz Barreto.

Francisco José dos Reis - Natural, segundo me


consta, da provincia, hoje Estado do Maranhão, e presbytero do habito de
S. Pedro, é conego chantre da cathedral deste estado e escreveu :
- Tratado elementar e classico de analyse grammatical, contendo
todos os preceitos necessarios para bem analysar, com numeL'OSOS
modelos de analyse e uma escolha de textos in tructivos e interes-
santes, destinados a servir de exercicio; extracto, complemento e
critica de todos os tratados de analyse grammatical, publicados até
do presente, para uso das escolas e casas de eclucação, por Ainé Besche-
relle. Traducção. S. Luiz do Maranhão. 1869, in-12°- Fez-se segunda
edição, S. Luiz, 1873, in-12°.
- O Ecclesiastico : periodico dedicado aos interesses da relig"ião, sob
os auspicias do bispo diocesano, Maranhão, 1852a 1862 - Este periodico
foi redigido pelo conego Reis, associado a seu collega o conego Ray-
mundo Alves dos Santos e, segundo me consta, a frei Vicente de Jesus.

Francisco José da Rocha - Filho do negociante Fran-


cisco Jase da Rocha, nasceu na cidade da Bahia a 10 de fevereirq de 1832.
Bacharel em sciencias sociaes e j uridicas, formado pela faculdade de
Olinda em 1852, fundou no anno seguinte o Jornal da Bahia, de sua
exclusiva propriedade, dando-se desde então ao jornalismo e á politica.
Foi deputado á assembléa provincial em 1869 e deputado geral na
16" legislatura, dissolvida em 1878 ; foi director geral da instrucção
publica de 1869 a 1871, e como tal creou escolas nocturnas, pugnou pelo
ensino obrigatorio, pela creação de cadeiras mixtas no interior da ex-
provincia e por outros melhoramentos. Na qualidade de vice-presidente
admmistrou a Babia, de abril a outubro de 1871, sendo ahi o primeiro
14 PR

executor da lei que decretou a liberdade do ventre escravo, e antes


disto fez uma excursão a Europa em 1867. Foi um dos directores da
caixa economica, e presidiu depois a directoria do Be\nco da Bahia,
tendo orga.nisado um projecto de reforma dos estatutos no intuito de
habilitar este importante estabelecimento de emissão a auxiliar a
lavoura, como faz o Banco do Brazil. Presidiu ainda a provincia, hoje
Estado de Santa Catharioa e, estabelecendo-se no Rio de Janeiro, foi
nomeado director da secção de estatistica do thesouro nacional, onde
passou para uma sub-directoria. E' cavalleiro da ordem da Rosa, com-
mendador da ordem portugueza de Nossa Senhora da Conceição de
ViUa Viçosa, e escreveu:
- Jornal da Bahia. Babia, 1853 a 1879, in-fol. gr.- Sahiu o l° nu-
mero desta publicação a 9 de maio de 1853 e findou passando a propeie-
dade ao partido conservador, de cujas idéas [õra orgão, e sendo
seu titulo substituido pelo de Gazeta da Bahia. Este jornal prestou
muito valiosos serviços à administração provincial em di versos periodos
desde a epidemia do cholera-morbus de 1855; deu noticia circu mstanciada
de toda a viagem do Imperador à ex-provincia, e seu redactor acompa-
nhando sua magestade à cachoeira de Paulo Alfonso, escreveu a
- Visita ele S. M. 1. o Sr. D. Pedro II ii. cachoeira de Paulo Alfonso
- reproduzida na Revista Bra~ileira, tomo 3°, 1860, pags. 93 a lll.
O dr. Rocha escreveu ainda :
- Sociedades em cO?JMxandita, segundo o codigo commercial do
Imperi:> do Brazil. Rio de Janeieo, 1884, 563 pags. in-4° - Divide-se
este livro em quatro partes: 1. a Esboço historico das sociedades,
especialmente da commandita, demonstrando a sua origem, desenvol-
vimento e acção, razão e convenienciá., prestigio e adopção. 2." Re-
sumo das disposições do codigo do commercio, relati vas ás sociedades
e companhias, para conhecimento das regras que lhe servem de
base e dos pontos de contacto e de distincção entre umas e outras.
3. a Commentario da legislação relativa às sociedades em commandita,
considerado caua artigo do codigo por seus periudos destacadamenle,
indicadas algumas questões que podem originar-se de suas disposições
ou que tem connexão com ellas. 4. a Legislação estrangeira contempo-
ranea comparada com a nossa em seus diversos artigos desde Portugal,
França, Gran-Bretanha, Allemanha, Russia, Hespanha, etc., até à
Grecia, Ilhas Jonias, Grão-ducado de Nassau, etc., e na América
do Norte varios Estados da Confederação e na do Sul os Estados
do Prata.
- Soc:edades em commandita por acções. Commentario aos artigos
da lei n. 3150 de 4 de novembro de 1882 e aos artigos do decreto
FR 15

n. 8821 de 30 de dezembro de 1882. Rio de Janeiro, 1885, 650 pags.


in-4°- Ha outros trabalhos seus, como:
- Relatorio da instrucção publica. Ia provincia da Bahia, apresen-
tado ao Exm. Sr. Barão de S. Lourenço, presidente da mesma pro-
vincia.. Bahia, 1871, in-4°.
- RetatO"io apresentado á assembléa legisl~tiva da provincia de
Santa Catharina na I" sessão de sua 26" legislatura pelo presidente,
etc. Desterro, 1886, in-4°.

Francisco José Rodrigues Bara-ta - Consta-me


que nasceu na provincia, hoje Estado do Pará, depois do meiado d()~a4~L 4'1--.
secul;;"i VIII. Foi militar e falleceu no posto de sargento-mór. Sendo ~~ ~e>, ~
alferes porta-bandeira da setin:a companhia do regimento de cavallaria~ cll't'-,..~,
da cidade de Belém e nomeado pelo governador e capitão-general dom~d~ b3"'- ;
Francisco de Souza Coutinho p:1ra ir á colonia hollandeza de Surinal1 ~.tIJ.. ~v
afim de entregar uma carta do real ministerio ao doutor David Nassi, çü-. tfiP-ZP'-71.tl~
residente nessa colonia, escreveu : l~JJ t/..yW" hr
- Dia"io da viagem Que fez á. colonia hollandeza de Surinan o ~úv ~ I?
alferes pOl'ta-bandeira, etc. pelos ertões e rios deste Estado em dili- /t, , -Jà;
gencia do real serviço - Foi enviado ao governo em data de 29 de abril cvz..a-~ü.
de 1799 e sahiu na Revista do Instituto histOl'ico, tomo 80, -pags. 1 a 53 e t.~ - _
157 a 204. A bibliotheca nacional possue o origióal de 75 fis., ~ o..Q.
assigl1ado pelo autor. Depois, já sargento-mór, escreveu : ~~ ~
- Mcmm'ia em que se mostram algumas providencias tendentes ~.Jh,
ao melhoramento da agricultura e commercio da capitania de Goyaz'ruz..
r. .
.II'- t?

escripta e dedicada ao Coude de Linhares - E' datada de 1804 e sahiu.xúâ...... Pa4


na mesma Revista, tomo II 0, pags. 336 a 365. Acompanha este escri pto I'rd:i-~
um grande mappa dos rendimentos da real fazenda da capitania de vfP.1 -y'U'- ,/o
7f
Goyaz e sua desreza, calculada desde 1762 até 1802, pelo qual se mostra pt- "A#
a sobra que houve nos rendimentos dos primeiros annos, e depois,4,(A , jlo ~ ..
o excesso da despeza. ..... .
- ilfcmor:a sobre a provincia de Goyaz, seu d.escobrimento e popu-
lação. Lisboa, 1806 - Esta, as im como a memoria precedente, exislia.
em 1848 no archi vo militar.

Francisco José dos Santos Cardoso - Filho do


commendador Manoel José Cardoso, é natural da provincia, hoje Estado
do Rio de Janeiro, bacharel em sciencias sociaes e juridicfls pela facul-
dade ue S. Paulo, formado em 1873 - e escreveu:
- Di,'eito civil. Ensaio sobre a the e: E' essencial para a validade
do testamento a insti tuição de l1erdeiro '? S. Paulo, 1873, in-8".
16 FR

Francisco José de Souza Soares de Andréa,


Barão de Oaçapava - Nasceu em Lisboa a 29 de janeiro
de 1781, e falleceu, em commissão do Imperio na republica do Uruguay,
a Z de outubro de 1858, sendo marechal do exercito, reformado; conse-
lheiro de estado e de guerra j gran-cruz da ordem de S. Ben to de Am,
commendador da ordem da Rosa e official da do Cruzeiro. Assentando
praça como cadete, e fazendo o curso de engenharia e de navegação,
veiu para o Brazil com a familia real em 1808, tendo o posto de segundo
teuente de artilharia, e sendo no dia immediato á sua chegada ao Rio
de Janeiro promovido a primeiro tenente. Co~eçando por set'vir no ar-
chivo militar desde esta data, marchou em 1817 para Pernambuco como
encarregado da secretaria do governo e da organisação da capitania e
ahi interveiu em favor das victimas da revolução. Declarou-se pela inde-
pendencia do Brazil em 1822, e desta época em deante prestou com toda
dedicação os mais relevantes serviços á sua patria adoptiva. Assim,
militou na campanha Cisplatina, tomando parte no combate de Ituzaingo
de 20 de fevereiro de 1827, como ajudante general do exercito; serviu
na campanha do Rio Grande do Sul; administrou a ex-provincia do Pará
na calamito a quadra de 1831, a de Minas Geraes após a revolução de
1842, a da Bahia e a do Rio Grande do Sul, exercendo em todas, ao mesmo
tempo, o cargo de commandante das armas j representou a ex-província
do Rio de Janeiro e a de Minas na camara temporaria, e finalmente
exercia o cal'go de chefe da commissão de demarcação de limites entre o
Imperio e a republica do Uruguay, quando I'alleceu. Foi um homem de
caracter energico e disciplinador, pelo que so1I1'ell accusaç5es; mas de
coração sempre disposto a fazer beneficio. Escreveu:
- O cm'vão de pedra no Rio Grande do Sul: correspondencia entre o
Exm. Sr. tenente-general F. J. de S. Soares de Andréa e o capitão
de engenheiros L Velioso Pederneiras. Bahia, 1851,37 pags. in-4".
- Observações sobre a memoria apresentada pelo tenente-coronel
Jeronymo Fra,ncisco Coelho, com o titulo de Reconhecimento militar
entre as províncias de Santa Catharina e Rio Grande de S. Pedro, 1842
- O original de 10 fis. in-fol. está no archivo militar.
- Observações aos Apontamentos sobre o estado actual da fronteira
do Brazil, por Duarte lIa Ponte Ribeiro, feitas em 1847 - Acha-se na
bibliotheca nacional, tendo como continuação, em separado, ObservaÇÕes·
relativas á fronteira do Rio Grande do Sul, 31 fis. (Veja-se Duarte da
Ponte Ribeiro.)
- Carta da fronteira do Chuy, levantada de 15 de outubro a 31
de dezembro de 1852 para servir á fixação da linha divisaria entre o
Imperio do Brazil e o Estado Oriental do Uruguay nesta parte da
FR 17

fronteira. commum aos dousEstados, pela commissão de demarcação de


limites, etc. Lithographada no archivo militar.
- Carta dos trabalhos feitos pela commissão imperial de demar-
cação de limites desde a foz de Chuy no Oceano até á villa de Jaguarão,
levantada de setembro de 1852 até março de 1854.
- Carta do passo do Centurião até á coxilha de Sant'Anna para
servir á demarcação do limites entre o Imperio do Brazil e o Estado
Oriental do Uruguay, levantada de setembro de 1854 a março de 1855
- Foi lithographada em quatro folhas.
- Planta de uma parte da fronteira do Jaguarão á Bagé, para
servir á demarcação da linha divisoria, levantada pela commissão de
limites UO Imperio do Brazil 1855 - Lithographada.
- Cal·ta geral da fronteil'a do lmperio do Brazil com o Estado Orien-
tal do Uruguay, levantada pela commissão de limites. Rio de Janeiro,
1852-1860.
- Nova carta corographica do Imperio do Brazil, reduzida da que
foi confeccionada pelo coronel Conrado Jacob de Niemeyer e outros en-
genheiros - Foi lithographada em 1867, depois da morte do general.
- Quadl"O das distancias itinerarias entre as principaes povoações
da republica do Uruguay, reduzido a kilometros - Idem em 1866.

Francisco José Tavares da Gallla -Filho do


sargento-mór dos privilegia'los da agrada religião da Malta, José
Tavares da Gama e dona Maria Gel'mana rle Jesus Gama, nasceu em
Lisboa a 25 de março de 1792 e falleceu em Pernambuco a 26 de julho
de 1871, coneg-o honol'ario da capella imperial. membro do Instituto
archeologico pernambucano, etc. Apenas com 7 annos de ida e viera
com sua familia pelra aquella provincia, onde fez toda a sua educação
litteraria até receber ·ordens de presbytero em 1817 e, desde então,
dedicou-se á predica e tambem ao magisterio, leccionando philosophia
até 1830. Nesta época, chegando ao Recifa o bispo d. João da Purifi-
cação Marques Perdigão, foi por este nomearIo seu secretario e, além
de um amigo leal e desinteressado, foi, pela instrucção de que dispunha,
seu consultor e auxiliar. Nomeado depois conego, serviu os cargos de
provisor dos casamentos, governador do bispado nas ausencias do pre-
lado, vigario capitular por occasião da sé vaga e, finalmente, lem-
brado para bispo do Ceará, em 1856 ou 1857, hanra que não quiz
acceitar. Foi um varão excessivamente probo e caridoso, tão versado
nas lettl'as profanas, como nas sagradas, e tambem litterato. Escreveu:
- Voz da religião. Recife •..•. 5 vols.- Nesta revista, disse o
doutor F. M. Rapozo de Almeid:l, «se póde admirar a escolha dos
2
18 FR

'af'tigos, a fidelidade das traducções e argumentos esclarecidos nos ar-


"tigos de propria. lavra ». Não pude encontrar esses livros em bibliotheca
alguma. Só conl1eço de sua penna :
- Protesto contra as calumnias e injurias publicadas em diversos
artigos do Dim'io de Pernambuco contra a por elle appellidada curia
ep~scopal. Recife, 1860, 19 pags. in-8°.
- Sermeio das Dores de No'sa Senhora na capella do episcopal
seminario de Olinda no dia 19 de setembro de 1858, no qual foi inau-
gurada. a confraria das Dores da mesma Senhora. Recife, 1858,
19 pags. in-8°.
- Oração funeb~'e que nas exequias do Ex. mo e Rv. mo Sr. D. João
da Purificação Marques Perdigão, bispo desta diocese, celebradas na
eathedral de Olinda no dia 6 de maio de 1864, recitou, etc. Pernambuco,
1864,20 pagil. in-4°. - Só o dever mais sagrado o levou em tão avan-
çada idade á tribuna. EUe disse-o com a voz a expirar-lhe no'fim da
oração: < Bem conheço que a empl'eza é superior ás minhas forças; a
elôr e o pezar me fariam emmudecer, si o desejo de cumprir um dever
não me animasse para esboçar o quadro das acções do digno prelado.
EUe não offerecerá, sinão traços de morte-côr, mas sem que todavia
desdiga do original no tocante á fidelidade. Si na vida do illustre pre-
lado, só tendo em vista o bem da igreja, nunca deixei de dizer-lhe a
verdade sem receio de quem ousasse furtivamente contradizeI-a, no
discurso, que ora consagro á sua memoria, a minha linguagem não
será, sinão a da verLlade.»

F rancisco José Teixeira da Cos'ta - Filho de


João José Teixeira da Costa e dona Catl1arina Maria Gutierres da Costa,
nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 10 de outubro de 1837 e fa.lleceu
a 15 de dezembro de 1864. Era doutor em mediCina pela faculdade da
dita cidade, cirurgião adjunto do hospital da misericordia, onde serviu
sendo estudante, como interno de clinica, e membro da antiga imperial
academia tle medicina. Apenas concluido o curso academico, se apre-
sentara em concurso á uma vaga de oppositor da secção de sciencias
cirurgicas e, amigo e collega do notavel operador dr. Matheus de An-
drade, viajou com este pela Europa..e ahi se demorou tres anuas, prati-
cando nos centros mais importantes donde trouxe o germen da doença
que o levou á campa. Escreveu:
- Da morte real e da morte apparente; Dos enterramentos preci-
pitados; Tetano traumatico ; Periodicidade das molestias: Quaes são os
melhores meios para reconhecer a pedra da bexiga. Rio de Janeiro,
1858, 80 pag~. ill-4°. - E' sua these inaugural.
PR 19

Appa'l'elhos inamoviveis: tl1ese apresentada, etc.; e sustentada em


julho de 1859 para o concurso ri um lagar de oppositor da secção cirur-
gica da faculdade de medicina. Rio de Janeiro, 1859, in-4°.
- O clima de Nova FribLwgo e sua influencia benefica no tratamento
das affecções pulmonares - Esta obra estava prompta e ia ser passada
a limpo para ser ofl'erecida ao Instituto historico e geographico bra-
zileiro, quando mOl'reu o autor. Ha alguns trabalhos seus em revistas
medicas, como os que teem por titulo:
' - Estudo sobre a reunião adhesiva, obtida pela sutura metallica-
Sahiu na Gazeta Medica, Rio de Janeiro, 1864, pa.gs. 230, 255, 263
e seguintes.
- Applicaçao do processo de Mr. Marion Sims nas fistulas vesico-
vaginaes : memoria - Nos Amzaes Brazilienses de Medicina, tomo 27°,
J863-l8G4, pago 204 e seguintes.

Francisco José Viveiros de Castro - Filho do


doutor Augusto Olympio Gomes de Casteo e natural do Maranhão, é
bacharel em sciencias sociaes e juridicas, formado pela faculdade do
Recife em 1883, primeiro promotor publico da capital federal e lente de
direito criminal na faculdade livre de ta capital. Escreveu:
- Ensaios jUl·idicos. Rio de Ja neiro ... - Não pude ver esta obra.
- Chiquinhct Mascotte: contos, por IgnotLts (Gomes de Castro). Rio
de Janeiro, 1893, 186 pags. in·8°, além das do rosto e do prologo, que
tem o titulo de Carta d mocidade - São vinte contos diversos, o pri-
meiro dos quaes, Chigttin7ta Mascotte, que nada tem com os outros, dá seu
titulo ao livro. O dr. Viveiros de Castro tem a publicar:
- Questões de litteratura e de ceitica.
- ldias e phantasias •

Francisco José Xavier - Filho de Francisco José


Xavier e natural da cidade do Rio de Janeiro, é bacharel em lettras pelo
antigo coUegio de Pedro U, doutor em medicína pela faculdade desta
cida'le, lente de geogeaphia e cosmographia no dito collegio, hoje Insti-
tuto nacional de instrucção secundaria, sacio da sociedade Auxiliadora
da indu tria nacional, etc. Escreveu:
- Do diagnostico e tratamento das febres peeniciosas mais frequentes
no Rio de Janeiro; Cholera-morbus; Luxações da exteemidacle superior do
radius j Infanticidio por omissão; these, etc. Rio de Janeiro, 1868, in-4°.
- A digital considerada pharmacologica e therapeuticamente: these
apresentada á faculdade de medicina do !tio de Janeiro para o concurso
ao lagar de oppositor da secção medica. Rio de Janeiro, 1872, in-4°.
20 FR

- Te,.,"a: these para o concurso á cadeira de geographia e cosmo-


graphiá. do imperial collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1879,56 pags.
in-4. o
- Cura da tuberculose pelo methodo Koch. Experiencias clinicas,
realisadas no hospital da misericordia do Rio de Janeiro pela commissão
nomeada pelo Exm. Sr. conselheiro Paulino José Soares de Souza, pro-
vedor da santa casa. Rio de Janeiro, 1891, 77 pags. in-fol.

Francisco Julio de Freitas Albuquerque-


Filho do conselheiro Francisco Maria de Freitas Albuquerque e dona
Constança Clara de Freitas Albuquerque, e nascido em Pernambuco no
.anno de 1835, principiou o curso da escola de ma.rinha, que deixou
depois do primeiro anno para seguir o de medicina na faculdade
da Bahia, onde recebeu o gráo de doutor em 1858. Concorreu nessa
faculdade para um logar de oppositor da secção cirurgica e, não
o obtendo, estabeleceu sda residencia em S. Paulo, onde casou-se.
Escreveu:
- Monomania; Tratamento das molestias mentaes; Accidentes das
feridas por arma de fogo; Como estabelecer viveiros para conservar
diversas especies de peixes: theses a sustentar perante a faculdade de
medicina da Bahia, etc. Bahia, 1858, in-4 o•
- Morte subita durante o trabalho do parto: these para o concurso
a um logar de oppositor da secção cirurgica. apresentada e sustentada
em agos~o de 1860. Ba.hia, 1860, in-4o•

Francisco Julio da Veiga - Filho de Lourenço Xavier


da Veiga, sobrinho do distincto patriota Evaristo Ferreira da VeiO'a, de
quem fiz a devida menção e natural da provincia, hoje Estado do Rio de
Janeiro, é bacharel em sciencias sociaes e juridicas pela faculdade de
S. Paulo e tem exercido varios cargos de magistra.tura, achando-se
actualmente no de juiz de direito da comarca das Tres Pontas, no Es-
tado de Minas Geraes. Collaborou para o Monitor Sul Mineiro e escreveu:
- O regimento de custas judiciarias em 1884. Annotações ao regi-
mento de custas que baixou com o decreto n. 5737 de 2 de setembro de
1874, contendo todas as decisões até o corrente anno. Ouro Preto, 1884,
in-8° -:' Segunda edição consideravelmente augmentada, isto é:
- O regimento de custas judiciarias em 1888. Annotações, etc. Ouro
Preto, 1888, in-8°.
- O liuro eleitoral- inedito. Foi o original apresentado ao conse-
lheiro A. F. Vianna, quando ministro do imperio, e consta-me ser o que
temos de mais completo sobre o assumpto, no Brazil.
FR 21

Francisco Julio Xavier, l° - Natural da cidade do Rio


de Janeiro, e nascido a I de outubro de 1780, falleceu a 12 de março de
1841. Doutor em medicina pela faculdade de Paris, depois de formado
em cirurgia pela primeira escola brazileira, foi cirurgião-mór da armada
imperial com a patente de capitão de mar e guerra, medico da imperial
camara, membro honorario da antiga academia imperial de medicina e
escreveu:
- Do grào de certeza em medicina, por P. J. G. Cabauis, membro do
senado conservador, do Instituto nacional, etc. Traduzido e ofierecido
ao lllm. Sr .. José Corrêa Picanço. Rio de Janeiro, 1812, 114 pags. in-4°.
- Regras ge,·aes ou meios simples de se tratarem algumas molestias
agudas, menos complicadas e mais frequentes a bordo dos navios em que
não houver facultativos. Rio de Janeiro, 1834, in-4°.

Francisco Julio Xavier, 2° - Filho do precedente,


nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 16 de fevereiro de 1809 e falleceu
a 8 de dezembro de 1850. Tendo frequentado quatro annos a academia
de medicina desta cidade, foi em 1827 a Paris, onde recebeu o gráo de
doutor, e voltando á patria, depois do respectivo concurso, foi nomeado,
a 22 de abril de 1833, lente da cadeira de partos da academia a que se
filiara; foi deputado provincial em duas legislaturas ; membro da aca-
demia imperial de medicin"a ; sacio da sociedade Amante da instrucção;
cavalleiro da ordem de Chri~to, sahindo tres dias depois de sua morte
o decreto que o nomeava oftlcial da ordem da Rosa, por serviços pre·
stados na epidemia da febre amarella, e escreveu:
- Dissertation sur l'hepatite: these presentée à la faculté de me·
decine de Paris et soutenue le 25 ao"ftt de 1831 pour obtenir le grade de
docteur eo medecioe. Paris, 1831,42 pags. in-4°.
- Considerações sobre os cuidados e os soccorros que se devem
prestar aos meninos na occasião de seu nascimento e sobre as vanta-
gens do aleitamento maternal: thes0 apresentada em concurso para
a cadeira ue partos e offerecida ás senhoras brazileiras. Rio de Ja-
neiro, 1833, 20 paga. in-4° gr.
- Creaçcío de um hospicio de maternidade na côrte: parecer que
á faculdade de medicina do Rio de Janeiro apresentou, etc.- No Ar-
chi'IJo Medico Brazileiro, tomo 1°, 1845, pags. 257 a 263.
- Memoria sobre a escarlatina epidemica no Rio de Ja.neiro, de
1842-1843, apresentada á academia imperial de medicina - Nos Annaes
Bmzilienses de Medicina, tomo lO·, pags. 151 e 173 e seguintes.
- Parecer da oommissão nomeada para examinar os casos, que se
diz terem apparecido, de febre amarella e para propôr as medidas
22 FR

hygienicas e preventivas de que o povo se possa utilisar - Idem,


tomo 17°, 1849-1850, pags. 89 e seguintes.

Francisco Leite de Bittencour-t SalD.paio-


Filho de Francisco Leite de Bittencourt Sampaio, nasceu em Laran~
jeiras, na provincia, hoje Estado de Sergipe, em 1836. Bacharel em
sciencias sociaes e juridicas pela faculdade de S. Paulo, representou na
camara temporaria a provincia da seu Bascimento nas legislaturas de
1863 a 1871; administrou a ex-provincia do Espirito Santo, para a qual
foi nomeado por carta imperial de 29 de setembro de IS67; exerceu a
advocacia nos auditorias do Rio de Janeiro e exerceu o cargo de di-
rector da bibliotheca nacional, por nomeação do governo provisorio,
poucos dias depois de proclamada a Republica, sendo obra sua a ultima
reforma dessa bibliotheca. Como politico collaborou no periodico Repu-
blica e outros; como dedicado seguidor das doutrinas do espiritismo,
publicou diversos trabalhos, e dentre elles as Cm·tas d'além tumulo;
como poeta, emfim, escreveu:
- Poesias de Bittencourt Sampaio, facedo Soares e Salvador de
Mendonça. S. Paulo, 1859, in-So.
- Flores silvest?'es: poesias, Rio de Janeiro, 1860, in-8°- Antes de
dar á publicidade este livro, publicou algumas composições poeticas em
revistas ou collecções, como a que tem por titulo « Harmonias brazi-
lSiras », de onde, além de outras, foram reproduzidas no presentg vo-
lume: O trapeiro; A captiva; A solidão; Felippe Camarão; Soledade.
- Evangelho de S. João, traduzido em verso. Rio de Janeiro, 1880,
in-8°- Antes de publicar este livro, sahiram alguns trechos no perio-
dico Reforma.
- A divina epopea de S. João Evangelista, trasladada para verso
portuguez. Rio de Janeiro. lS82, 566 pags. in-4o, incluidas as da
advertencia e das notas, que avolumam o livro. Explicando o texto da
escriptura com a propria doutrina do espiritismo, o autor estabelece
como principio que Jesus Christo não foi Deus, mas um espirita com a
fôrma humana apparente, corpo fluidico, embora visivel e tangível, e
em relação immediata com Deus; e neste principio se firma todo estudo
e interpretação da escriptura. O Jornal do Comrnercio dá perfeita
noticia do livro, com as seguintes palavras:
«A primeira parte, a negativa, Christo não é o mesmo Deus, pro-
cura o autor provai-a, já com argumentos a ratione, jâ com a mesma
sagrada escriptura, segundo a qual affirma que nem Jesus se proclamou
nunca igual a Deus, mas sempre inferior ao Pae, nem os apostolos
nunca" como tal, o reverenciaram. Quanto á segunda parte, a positiva,
PR 23

o que era Christo, abi devemos estar pelo que a nova ,"evelaçüo, a reve-
lação dos espiritos ensinou ao autor e aos inspirados da ~ua escola.
Christo era um espirita superior, protector e governador do globo
terraqueo; querendo fazer a sua apparição entre nós, não encarnou.
em corpo de carne e osso, como outros espil'itos de inferior hierarchia,
mas tomou aponas a apparencia humana, revestindo-se de uma natu-
reza f1uidica, mas tangivel. Não querendo apparecer subitamente no
meio de um campo, fez-se auxiliar por outros espiritos que, por meio
do magnetismo-spiritista, simularam na Virgem-Mãe todos os e:ITeitos
de uma gestação de principio a fim condensando gradualmente os
fluidos apl'opriados e depois dispersando-os de um jacto no momento
opportuno. O innocente artificio foi tão habilmente empregado, que
illudiu a mesma Virgem, involuntaria complice dos espiritos nicroma.n-
ticos. Espiritos e fluidos tudo o mais explicam. Muitas da personagens
biblicas eram espiritos encarnados, e de algumas sabemos me-mo sob
que nome haviam vivido outr·ol'a. Dos fluidos que todos llle obedeciam
servia-se Chl:1sto para operar os seus milagres, que assim deixavam de
o ser, pois eram praticados por meio de forças naturaes e dentro das
leis immutaveis que regem a mesma natureza. Magia branca, com a
sciencia por unica auxiliar, e mais nada. ~
- Poema ela escmoidão, de Longfellow (Henry Weds"Wortb), tra-
ducção. Rio de Janeiro, 1884, in-8°.
- A beUa Sa,-a, de Victor Hugo. Traducção. Rio de Janeiro,
1885, in-8°.
- A mio da liberdade: ode. Rio de Janeiro, 1891, in-8 0 -Já havia
sido publicada em 1870 na Refo1"1na. Bittencourt Sampaio foi U111 dos
collaboradores das
- Lama,-tinianas: poesias de Lamartine, traduzidas por poetas bra-
ziLiros. Rio de Janeiro, 1869 - (Veja-se Antonio Joaquim de Maced0
Soares.) Ha escriptos seus em revistas, como:
- Nossa Senhora da Piedade: legenda. - no Monitor Catholico de
28 de junho de 1881. Presidindo o Espirita Santo, escreveu:
- Relato,"io com que foi aberta a se~ ão extraordinaria da assembléa.
provincial no anno de 1868. Victoria, 1868, in-fol.

D. Francisco de Le:an.os de Faria Pereira.


Cou-tinho, Conde de Arganil e senhor de Coja - Filho tio capitão-o
mór Manoel Fereira Ramos 'de Lemos Faria e dona. Helena. de Andrade-
Souto Maior Coutinho, nasceu na freguezia de Santo Antonio de Ja-
cutinga, Rio de Janeiro, a 5 de abril de 1735. e falleceu em Coimbra a
16 de abril de 1822. Sendo freireconventual da ordem de S. Bento de
24 FR

Aviz e doutor em canones pela universidade de Coimbra, foi logo


nomeado juiz geral das tres ordens militares, e depois disto para os
mais honrosos e distinctos cargos. Assim exerceu successivamente os
cargos de desembargador da casa da supplicação; deputado da mesa
censoria e do tribunal da inquisição; governador do bispado de Coimbra
em 1768; reitor da universidade e membro da junta de Providencia
litteraria, creada sob a inspecção do cardeal Cunha; e do Marquez de
Pombal em 1777; reformador da universidade, cargo que exerceu com
o que.jã. tinha de reitor, de 1772 a 1779; bispo coadjuctor e futuro
successor do bispado desta cidade em 1773; confirmado com o titulo de
bispo de Zenopoli em 1774 ; segunda vez reformador e reitor da univer-
sidade em 1779, servindo até 1821, data em que foi exonerado deste
cargo, a pedido seu; bispo etrectivo de Coimbra em 1799 e finalmente
em 1821-quando, por sua idade avançada e sem forças por tão longo e
assiduo trabalhar, deixava a cadeira epLcopal para descansar num
sitio que possuia-foi eleito deputado pelo Rio de Janeiro ii. cunstituinte
portuguez~. Além de muitas e importantes reformas que lhe deve a
universidade de Coimbra, deve-lhe a construcção dos magesto:5os edifi-
cios do museo de historia natural, do gabinete de physica e do de ana-
tomia, do laboratorio pbarmaceutico, do observatorio astronomico, om-
cina typographica e começo do Jardim Botanico. Era do conselho de
sua magestade o rei de Portugal, e foi um dos membros da depu-
tação nomeada pelo general Junot, por occasião da invasão franceza
em 1808, para ir pedir a Napoleão um rei de sua escolha para Portugal.
O acolhimento, porém, que teve desse genio das batalhas, todo devido
à fama de seu saber e de suas virtudes, fez que, voltando a Portugal,
fosse suspeito e até perseguido por infi _1; mas elle justificou-se cabal-
mente da accusação. Depois de sua morte, disse-·não, como affirma o
conselheiro Pereira da Silva, o grande professor José Monteiro da
Rocha, queja não existia, mns-o lente de theologia, frei Antonio José
da Rocha, na oração funebre que recitou: «A opulenta região do
Brazil lhe deu o berço e com razão o Brazil se jacta menos de seu ouro
e de seus diamantes, do que de haver produzido varão tão singular .•
Além de muitas ou tras pastoraes, escreveu:
- Pastoral providenciando sobre a falta de dispensas matrimoniaes
no seu bispado, seguida de uma carta circular aos parochos e de·
instrucções aos mesmos para se regularem, etc. Lisboa (sem data)
11 pags. in-fol.
- Pastoral ao clero e fieis do bispado, annunciando-Ihes o jubileu
universal, concedido por Clemente XIV por occasião de sua exaltação
ao pontificado - E' datada de 1 de abril de 1770, sem designar o logarda
FR 25

impressão, e seguida de um edital da mesma data, sobre o mesmo


assumpto, de paginas 15 a 19.
- Pastora~ ex:hortando os seus diocesanosá penitencia paraalcançarem
as graças e indulgencias do jubileu do anno santo - E' datada de 8 de
fevereiro de 1777 e consta de 56 paragraphos. Com data de 16 do dito
mez e anno publicou o
- Edita~ expondo as graças e indulgencias do dito jubileu e decla-
rando as condições para as alca.nçar.
- O~'ação gratulatoria, recitada na academia lithurgica a 4, de no-
vembro de 1760. Coimbra, 1762,32 pags. in-4°.
- Compendio historico do estado da universidade de Coimbra no tempo
da invasão dos denominados jesuitas e dos estragos feitos nas sciencias,
nos professores e directores que as regiam, pelas machinações e publi-
cações dos novos estatutos por elles fabricados. Lisboa, 1772,525 pags.
in-8° - Esta obra foi publicada em nome da junta de Providencia
litteraria, creada por decreto de 23 de dezembro de 1770 sob a direcção
do Marquez de Pombal e do cardeal da Cunha j mas sabe-se que é toda
da penna de dom Francisco de Lemos e de seu irmão, o de~embargador
Joã.o Pereira Ramos de Azeyedo Coutinho, de quem farei menção, o
qual era tambem membro desta junta. Por occasião de publicar-se este
compendio disse a Revista Litteraria do Porto o seguinte: «Apezar do
que se tem dito e provado contra os jesuítas, de se lhes dever em parte
a decadencia dos estudos e das luttras da universidaue de Coimbra, a
ponto de que um de seus maiores apologistas, frei Fortunato de S. Boa-
ventura, não pôde escurecer a pouca diligencia, com que se houveram
no estudo da lingua grega, todavia é sempre grave injustiça a de
carregar áquella sociedade toda a culpa nos transtomos da educação
litteraria e decadencia das nossas lettras, como fizeram os autores do
compendio historico, tendo em pouca ou nenhuma conté\ as conse-
quencias da infeliz batalha de Alcacerquibir, o captiveíro de sessenta
annos e os vinte e oito de porfiada guerra que se seguiu á re tauração
de 1640. João Pedro Ribeiro nos conta que um dos colJaboradores da
parte do mesmo compendio, relativa ás sciencias naturaes, confessara
a tortura em que se achou, vendo-se na necessidade de imputar aos
jesuítas tambem a corrupção entre nós da chími~.»
- Estatutos da universidade de Coimbra, compilados debaixo da im-
mediata e suprema inspecção de el-rei dom José I, nosso senhor, pela
junta de Providencia litteraría, creada pelo mesmo senhor, ultima-
mente roborados por sua magestade na sua lei de 28 de agosto neste
presente anno de 1772. Lisboa, 1772, 3 tomos - Esta obra, segundo
afilrma o padre Antonio Pereira de Figueiredo, teve por principal
26 PR

coordenador o referido desembargador, coadjuvado por seu irmão


dom Francisco de Lemos, com excepção da parte relativa as sciencias
naturae~, que foi obra de José Monteiro da Rocha.
- Conta geral do estado da universidade de Coimbra, das ,antagens
das refor;:nas e das providencias inuispensaveis -, Com este titulo es-
creveu dom Francisco de Lemos um volume, que apresentou em manu-
scripto ti. rainha dona Maria I, quando esta princeza foi acclamada em
1777. Não sei si foi impresso. Consta isto da biographia lia autor,
escripta por F. A. de Varnhagem, depois Visconde de Porto Seguro,
publicada na Revista trimensal do Instituto historico, tomo 2°,
pags. 278 a 283.
-Papeis relativos ao casamento do desembargador Manoel Pereira
Ramos de Azevedo Cantinho Ramalho - que conteem diversl1s peças
juridicas, inclusive um di curso philosophico e politico sobre a liber-
dade dos matrimonias no estudo social e civil. Acha-se na bibliothec<1.
nacional em volume de 137 pags., mauuscripto.

Francisco Leopolclino de GU!'!lDl.ão Lobo - Na-


tural de Pernambuco e filho do alferes reformado do exercito e depois
coronel da guarda nacional e brigadeiro honorario do exercito Fran-
cisco Joaquim Pereira Lobo, nasceu a 7 de junho de 1838, é tachareI
em sciencias sociaes e juridicas pela faculdade do Recife, director da
directoria central da secretaria da agricultura, moço fidalgo da extin-
cta casa imperial, commendador da ordem da Rosa, e da ordem romana
do Santo Sepulchro de Jeruzalém, olIicial da Legião de Honra da
França, sacio do Instituto fluminen e de agricultura, etc. Foi deputado
por sua provincia natal na 15" e 16" legislatul'as e autes disso depu-
tado á assembléa da dita provincia em mais de uma legislatura. E -
creveu:
- Disctwso pronunciado na assembléa provincial (de Pernambuco)
a 12 de abril de 1870. Pernambuco, 1870, in-12°.
- Gamara- dos deputados - Ol'çamellto da guerra: discurso profe-
rido, etc. Rio de Janeiro, 1875, 62 pags. in-8°- Collaborou para varias
periodicos e redigiu:
- O Progresso: folha catholica, Utteraria e noticiosa. Pernambuco,
1857 a 1859, in-fol.
- .ri NaçíZo: jornal politico, commercial e Iitterario. Rio de Ja-
neiro, 1872 a 1876, 8 vols. in-[ol.- Este jornal começou a ser publi-
cado a 3 de julho de 1872 em substituição do Jornal da Tal'de e termi-
nou a 31 de março de 1876. Gusmão Lobo o redigiu em sua ultima
phase com o bacharel J. M. da Silva Paranhos Junior, depois Barão
FR 27

do Rio Branco, de quem occupar-me-hei. Fez parte da redacção do


Jornal do Commercio e do Jornal do Bmzil e, na eleição a que se pro-
cedeu a 22 de fevereiro de 1866, foi reconhecido redactor da
- Revista do Instituto histor-ico e ethnograpbico de Pernambuco-
com Francisco de Barros Falcão Cavalcante de Albuquerque e Cicero
Odon Peregrino da Silva.

Francisoo Leopoldo Cabral do Canto e


Teive - Filho de Francisco de Assis Cabral e Teive e dona Maria
Isabel Vadques Cabral e Teive, nasceu em Montevidéo, então provin-
cia Cisplatina, a 20 de abril de 1825 e falleceu no Rio'de Janeiro a 1 de
julho de 1881, sendo capitão de fragata reformado da armada; mem-
bro do conselho fiscal da associação de beneficias mutuas e caixa eco-
nomica Perseverança brazileira ; cavalleiro da ordem da Ro a, da de
Aviz e da ordem portugueza da Conceição de Villa Viçosa, e condeco-
rado com a medalha do combaie da esquadra na passagem de Tonelero
em 1852. Fez o curso da escola de marinha e, sendo segundo tenente,
foi à Inglaterra para servir na guarnição do vapor Alfonso, então em
construcção, onde apresentou-se em agosto de 1848, regressando ao
Imperio em janeiro de 1851; e sendo primeiro-tenen te, foi nomeado
professor da escola pratica de artilharia, em maio de 1861, servinde
este cargo até pouco antes de fallecer. Exerceu outras com missões,
sendo a ultima a de ajudante de ordens do vice-a1mirante Barão da
Laguna, pelo qual foi elogiado. Escreveu:
- Mamlal do marinheiro artilheiro. Rio de Janeiro, 1863,301
pags. in-80 - Segunda edição, amplamente refundida, Rio de Ja-
neiro, 1867.
- Manobre:?'o dos navios de vela e a vapor. Rio de Janeiro,
1874, in-8°.

Francisco Lino Soares de Andrade - Filho de


Francisco Lino Soares de Andrade e Silva e dona Maria Joanna Brazil
de Andrade, e natural da Bahia, é doutor em medicina pela faculdade
deste Estado, cirurgião do exercito, reformado com as honras de coro-
nel em 1891, tendo servido na escola militar do Rio de Janeiro como-
cirurgião e lente de portuguez do curso annexo a essa escola. Foi tam-
bem professor de portuguez e d fl'ancez na escola naval. Antes de
formado serviu na campanha do Paraguay. Escreveu:
- Fracturas do tibia e seu tratamento; Prognostico; Queimadu-
ras; Respiração nos vegetaes: these para o doutorado em medicina.
Bahia, 1870, in-4".
28 FR

- Palavras alteradas pela etymologia e mudança de significação.


Litteratura e poesia: these para o concurso á cadeira de portuguez do
curso annexo á escola militar. Rio de Janeiro, 1880, in-4".
- Des connaissances utiles aux militaires, ou selecta franceza para
uso dos estabelecimentos miÍitares. Rio de Janeiro. 1892, XI, 310
pags. in-8°.

Francisco Lobo da Cos"ta - Filho de Antonio Car-


dozo da Costa e dona Jacintha Julia da Costa, nasceu na cidade de
Pelotas, Rio Grande do Sul, a 12 de julho de 1853 e falleceu depois de
dolorosos soifrimentos a 17 ou 18 de junho de 1888, dia em que foi en-
contrado hirto, enregelado seu cadaver no concavo de um rêgo. Sua
vida foi um peregrinar quasi sem descanço; mas ainda assim tra-
balhando para enriquecer as lettras patrias com os bellos productos de
sua vasta intelligencia desde a idade de quatorze annos. E' assim que
nessa idade foi escrevente de um cartorio ; de 1868 a 1869 foi telegra-
phista na estação daquella cidade; em 1874 foi a S. Paulo para
matricular-se na faculdade de direito e, não o obtendo, foi em 1875
oflicial de gabinete do governo de Santa Catharina, e dahi em deante
esteve em diversos logares, trabalhando no jornalismo, até ao anno de
1886, em que voltou a Pelotas, doente physica e moralmente, sendo
obrigado a recolher-se a um hospita.l de caridade, onde recebia inequí-
vocas provas de apreço de seus conterraneos, e donde, illudindo a
vigilancia de quem o tratava, ausentou-se para ter o lamentavel fim
que teve. Revelou-se poeta desde seus primeiros annos e seda no seu
genero, lyrico romantico, mais um rival dos laureados Castro Alves,
Gonçalves Dias, Alvares de Azevedo, Junqueira Freire, Varella, A. A.
de Mendonça e outros, si pudesse adquirir a conveniente e1ucação
litteraria destes. Sua primeira poesia, tendo por assumpto a
- Rendiçl%o de Uruguayana - foí publicada no Echo do Sul em
1865, tendo, por consequencia, o autor 12 annos de idade. Depois
escreveu:
- Locllbrações : poesias. Pelotas - com o retrato do autor.
- Rosas pallidas : poesias. Pelotas ...
- M aripozas : poesias. Pelotas ...
- Auras do Sul: poesias. Pelotas, 1888, 218 pags. in-8° - E' uma
compilação das melhores poesias ultimamente escriptas pelo autor,
feita e publicada depois de sua desgraçada morte, pelo distincto litte-
rato rio-grandense Francisco de Paula Pires (veja-se este nome) para,
com o producto da venda, ser levantado um monumento que guarde
os ossos do desventurado poeta.
FR

- Espinhos d' alma: romance. Pelotas ... - Deixou ainda :


- A bolsa vermelha ou o segredo de um breve: drama - que
foi representado, pela primeira vez, pela sociedade dramatica par-
ticular Recreio Pelotense. .
- O maçon e o jesuíta: dram:1 - muito elogiado pelo OorrMo
Mercantil do Rio Grande do Sul.
- O filho das ondas .. drama.
- Assumpção ou a morte do tyranno Lopez em Aquidaban : drama
historico.
- Os amores de um cadete: drama.
- O Bra;;il e Portugal : scena dramatica.
- Um veterano: scena dramatica - Destas producções para
theatro e de varias comedias dá noticia, o mesmo Paula Pires na intro-
ducção do livro Auras do Sul e, me parece que estão todas ineditas.
Quanto ao jornalismo, fundou e redigiu:
- Castalia. Pelotas, 1869 a 1870 - E' uma pequena publicação litte-
raria, onde se acham muitas das prodllcções do autor em seus 16 annos.
- O Trovador. Pelotas, 1876.
- A Lanterna. Pelotas, 1876 - Creio que pouca duração tiveram
estas duas folhas, onde foram publicaclas muitas poesias de Lobo da
Costa, que - ou só ou com outros, redigiu ainda:
- Diario de Pelotas. Pelotas, 1871 - Datava essa folha de 1867.
- Echo do Sul: orgão politico, commercio.l e instructi vo. Proprie-
dade e direcção de Pedro Bernardino de Moura. Rio Grande, 1872.
- Investigador: jornal politico, noticioso e commercial. Rio
Grande, 1873.
- Ga::;eta Mercantil: orgão de interesses geraes. Rio Grande,
1878 - Começou esta folha em 1877.
- Onze de Junho: propriedade de A. daS. Moncorvo Junior, 1878
- Comecou em 1868 em Pelotas e foi transferido com a empreza em
fins de 1878 para Jaguarão, acompunhantlo-a Lobo da Costa.
- A Tribuna. Pelotas , 1881 a 1883.....,. Foi a principio collaborador,
como foi de outras folhas, que deixo de citar.
- A Fronteira. D. Pedrito, 1883 a 1885.

Francisco Lobo Leite Pereira - Irmão do ex-mi-


nistro dos negocias interiores, doutor Fernando Lobo Leite Pereira e
natural de Minas Gerites, é bacharel em sciencias physicas e mathema-
ticas peh\ escola central e escreveu, além de outros trabalhos talvez:
- P"olongamento da estrada de ferro de S. Paulo pelos valles de
Mogy-Guassu e Rio Grande: memoria descriptiva do projecto de es-
PR

trada de ferro, uenominada ramal de Mogy-Guassú. Rio de Janeiro,


1876, in-4°.
- Prolongamento da estrada de ferro de S. Paulo pelos valles do
Mogy-Guassú e Rio Grande: refutação ao parecer elaborado pelo en-
-genheiro F. A. Pimenta Bueno sobre a petiçãó dos directores da
companhia Paulista. Campinas, 1876, 124 pags. in-4° - Era o autor o
engenheiro encarregado da estrada.
- Agttas 'I)i~·tuosas da Campanha: memoria sobre a dóse de acido
carbonico da fonte do Alpendre (acidula gl1zosa), additada de uma
observação sobre a existencia de manganez na fonte de agua ferrea,
vizinha ao hotel de D. Victoria, pelo engenheiro F. Lobo Leite Pe-
Taira; augmentada de notas pelo mesmo - Acha-se nos Annaes
Brasilienses ele Meclicina, tomo 36° ou 22° da serie primitiva, 1870-1871,
·pags. 148 e segs.

Francisco Lopes Li:m.a - Nasceu na cidade do Recife,


'Pernambuco, a 8 de setembro de 1830, sendo ignorada a época de .seu
fallecimento. Destinando-se ao estadll ecclesiastico, fez para esse fim
<lS necessarios estudos e recebeu as primeiras ordens, não recebendo as
'CIo presbyterato por ser compellido a casar-se. Depois de casado veio
ao Rio de Janeiro, decidido' a tratar da nnllidade de seu casamento,
o que entretanto não conseguiu. Passou a BuenOS-Aires; ahi quiz
receber as ultimas ordens ecclesiasticas e, como houvesse nisto
demora, seguiu para Cardava" onde as conseguiu. Celebrando a
'}lrimeira missa em Buenos-Aires, foi a Lisboa para obter o beneplacito
do papa; mas ahi foi preso em virtude de precatorid mandada de
Pernambuco. Todos estes factos constam de sua:
- Vila mea : poema - E' em verso heroico e escripto na prisão
~nde se achava o autor, e precedido de um soneto, servindo de
dedicatoria ao arcebispo dom José Botelho de Mattos. Vem tudo isso nas
Exca'l)ações de F. P. do Amaral, pags. 244 a 263.

Francisco Lopes de Oliveira Arauj o - Filho de


Francisco Lopes de Oliveira Araujo, nascido na cidade do Rio de
Janeiro a I de maio de 1823, ahi f"lleceu a 29 de janeiro de 1893,
doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade, commendador da
"Ordem da Rosa, membro do Instituto ue medicina, da sociedade Phar-
maceutica brazileira e da sociedade de sciencias medicas de Lisboa.
Foi muitos annos delegado parochial da instrucção publica e occupou
cargos de eleição popular. Escreveu:
- Dissel·taç(7,o sobre a saliencia do osso depois da amputação da
PR, 31

coxa: tbese que foi apresentada e sustenta.da, etc., em 9 de dezembro


de 1845. Rio de Janeiro, 1845, 29 pags. in-4°.
- Considel'ações gel'aes sobre a topographia physico-medico da cidade
do Rio de Janeiro: these de concurso p:1ra lente substituto de sciencias
medicas, etc. Rio de Janeiro, 1852, 30 pags. in-4°.
- Ttlberculos pulmonares e sua f'requencia no municipio do Rio de
Janeiro: these de concurso a um logar de oppositor da secção de
sciencias medicas. Rio de Jancü'o, 1855, 44 pê.gS. Íll-4° - Foi um dos
redactores da :
- Revista Pharmaceutica. (Veja-se Ezequiel Correia do" Santos, l.0~

Francisco Lourenço da Fonseca - Filho de Fran-


cisco Lourenço da Fonseca, e nascido na provincia, hoje E tado do Rio
Grande do Sul, é formado em medicina pela escola medico-cirurgica de
Lisboa, onde estabeleceu residencia ; mellico oculista da societlalle de
Beneticencia brazileira e da real casa. pia desta cidade; socio ela, AmLc1e-
mia real das sciencias de Lisboa; do Instituto de Coimbra; da Academia
ele metlicina e cirurgia e do Instituto hydrothcrapico de Madrid; da
sociedade franceza de Ophtalmologia; da Academia med1co-pharma-
ceutica de Barcelona e da ele Cadix; correspondente litteral'io dos
Archives d'ophtalmologie de Paris; cavalleiro das ordens portuguezas
de S. Thiago e de Christo e da. ordem hespanhola de Isabel a Catholica.
Estudou a oculistica em Portugal com o eximio medico hollandez
Van der Laan, em França com L. de Wecker, em Italia com o celebre
Castol'ani - Escreveu:
- Atrophia do nel'VO optico: tbese inaugural. Lisboa, 1876.
- Relatol-io da clinica de doenças de clhos da real casa pia de
Lisboa. Lisboa, 1880.
- Boletim de clínica oculistica. 1°,2°,3°,4°,5° e 6.° Lisboa, 1880
a 1891,6 vols.
- Relatol-io da secção de ophtalmologia. (Expedição scieiltitica á
serra da E trella, promovida pela sociedade de geographia de Lisboa.)
Lisboa, 1881, com uma estampa chromo-lithogréLphica.
- Hygiel1e da vista nas escolas. Lisboa, 1881.
- Le (ond de I'ceíl dans quelques malad1es moins frequentes de la
retine, la choroide et le nerf optique. Avec 12 planches pbotog-ra-
phiées. Lisboa, 1883.
- Atlas ophtalmologico. Lisboa, 1888 - Contém o texto e 24 desenhos.
- Sobre a technica da operação da catarata. Lisboa, 1892.
- De alg~tns specimens da fiora brazileiralque entre nós são appU-
cados nas enfermidades dos olhos. Lisboa, 1!i92.
32 FR

- Cabellos nos olhos. Lisboa, 1892.


- Ophtalmia dos recem-nascidos. Lisboa, 1893 - O dr. Fonseca
collaborou no periodico de ophtalmologia prattca, redigido pelo dr. Van
der Laan, em 1878, fez parte da redacção da Revista brazileira de
ophtalmologia dos drs. Moura Brazil, Paula Fonseca e Ribeiro dos
Santos em 1889, e fundou e redigiu o
Al'chivo ophtalmothm'apico de Lisboa. Lisboa, 1880 a 1888, oito
vais.

Francisco Luiz de Abreu Medeiros - Filho de


Joaquim Luiz de Abreu e dona Mlwia de Medeiros Castanho, nasceu em
Sorocaba, provincia, hoje Estado de S. Paulo, a 3 de abril de 1820 e fal-
leceu, !la anno', li:). capital p.lUlista. Preparou-se com os estudos neces-
sarios para seguir o estado clerical, a que o destinavam seus paes; mas,
não se sentinuo com a vocação indispensavel para esse estado, dedicou-se
ao magisterio, alcançando uma cadeira de professor da instrucção pri-
maria na cidade de seu nascimento, a qual regeu desde 1843 até 1862,
sendo então jubilado, e no mesmo anno nomeado escrivão da prove-
doria n:1- capit:ll de SU,t provincia, cargo em que pouco depois falleceu.
Cultivou a litteratura, mórmente a dramatica" e escreveu:
- O distribuidor de ga=etas: scena comica, representada pela pri-
meira vez no the:1tro de S. Raphael, da cidade de Sorocaba, et.}. Rio
de Janeiro, 1862, 18 pags. in-8°,
- Na feira de Sorocaba: comedia original, em dous actos, repre-
sentada pela primeira vez (no mesmo theatro) a 27 de janeiro de 1862.
Rio de Janeiro, 1862, 104 paga. in-8°, com musica.
- A patente de capitão: farça original. Rio de Janeiro, 1862- Sahiu
na Folhinha Theatral de E. & H. Laemmert, para o anno de 1863.
- OU1'iosidades bl'a;;;ileiras. Rio de Jan,eiro, 1864,2 vols" 221 e 226
paga. in-8" - E' um livro satyrico, escripto com muito espirito e
coutém uma estampa representando a ponte de Sorocaba. Consta, que
elle escreveu ainda pequenos trab'llhos theatraes e de lltteratura, que
foram publicados nas folhinhas de Laemmert.

Francisco Luiz da Ga-m.a Rosa, 1.0_ Filho de João


da Rosa e dona Francisca Maria da Rosa, nasceu no Rio de JaneÍl'o
a 18 de abril de 1814. Assentando praça de aspirante a 11 de setembro
de 1832, foi promovido n. guarda-marinha em 1834, subiu successivamente
a outros postos e reformou-se com o de capitão de mar e guerra a 29
de maio de 1861. Commandou varios navios de nossa esquadra e a
flotilha do Uruguay; tomou parte no ataque á vila da Laguna, quando
FR 33

esta villa esteve em poder dos rebeldes do Rio Grande do Sul, e na


defesa da. villa de SO José <lo Norte, a 16 de julho de 1839, Servindo o
cargo de capitão do porto no Espirita Santo, prestou taes serviços á
irmaudade da misericordia, que foi ahi collocado em Jogar de honra o
seu retrato a oleo. E' oflicial da ordem do Cruzeiro, cavalleiro da de
S. Bento de Aviz, condecorado com a medalha de ouro, da esquadra em
operações no Rio da Prata em 1852, e escreveu:
- Reconhecimento do rio U"uguay, corrigido de Buenos-Aires até ao
Salto e levantado dahi até á cachoeira de Santo lzidro, pelo capitão-
tenente Francisco Luiz da Gama Rosa e desenhado pelo 20 tenente Cle-
mentina P lacido de Miranda Machado. Rio de Janeiro, 1847.
- Reconhecimento do ?'io U?'uguay desde Quarahim até S. Borja e do
rio lbicuy desde a foz do arroio Pirajié. Lithographado no archivo
militar o Rio de Janeiro, 1850 - Estes dous trabalhos serviram muito
para a cou fecção da carta geral do Impel'io, exhibida na exposição na-
cional de 1875, pelo Barão da Ponte Ribeiro.

Francisco Luiz da GaIlla Rosa, 2. 0 - Filho do pre-


cedente e nascido na provincia, hoje Estado do Rio Grande do Sul, sendo
doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, estabeleceu resi-
uencia nesta cidade, onde exerceu cargos de confiança do governo;
admiuistrou a ex-provincül, de Santa Catharina e serviu depois o cargo
de director do Vim'io Officiaz' Escreveu:
- Dos casamentos sob o ponto de vista hygienico; Da escolha e
colheita dos medicamentos do reino vegetal; Do emprego dos anesthe-
sicos durante o trabalho do parto j O que se deve entender no estado
actual das sciencias por temperamentos j quaes as condições anato-
mico-pathologicas que os determinam e que influencia exercem elles
sobre o physico, o moral e o intellectual do homem: tl1ese apresen-
tada, etc. Rio do Janeiro, 1876,108 pags. in-4° gr.- Depois de gra-
duado doutor, foi a dlssertação refundida e publicada com o titulo:
- Hygiene do casamento. Rio de Janeiro, 1876, 301 pags. in-12.
- Saneamento da cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro,
1878, in-12.
- Quaes os usos hygienicos do gelo'? Quaes as SUítS applicações the-
rttpeuticas? Qual a qU:1lidade do goelo, fabricado pela ~mpreza brazileira?
- Vem no JOl"naZ do ComnM"cio de 19, 20 e 21 de novembro de 1881.
A estes tres quesüos, que lhe foram apresentados pela em preza bra-
zileira de fabricação de gelo, responde o doutor Gama Rosa estabele-
cendo principias physiologicos como razões scientificas da applicação e
therapeutica do gelo,
3
FI~

- Biologia e sociologia do casamento. Rio de Janeiro, 1887 -


O autor opina pelo casamento civil e pelo divorcio á vontade, para ser
livre a selecção que, segundo as theorias de Darwin, leva ao aperfei-
çoamento das raças.

Francisco Luiz dos SantosLeal- Nasceu na cidade


do Rio de Janeiro pelo anuo de 1740 e falleceu com idade avançada
pelo anno de 1820, em Lisboa. Foi presbytero secular do habito de
S. Pedro, bacllarel em canones pela universidade de Coimbra e, sendo
nomeado professor de philosophia racional e moral em 1771, exerceu o
magisterio até ao anno de 1819, em que foi jubilado. Escreveu:
- Sinceros votos apresentados no dia em que completou um anno de
idade o serenissimo principe da Beira. Lisboa, 1796 - E' um discurso
de 17 pags. in-4 o•
- Plano de estudos elementares, traçado em maneira de carta, e
dirigido ao Exm. Sr. Conde de Ega, sobre a educação da mocidade.
Lisboa, 1801, 75 pags. in-8o•
-lnstrucçãfJ ?no~'al em diíIerentes novellas, Lisboa, 1802, in-8o• -
O padre Santos Leal foi um dos collaboradores da
-Historia dos philosophos antigos e modernos, etc. Lisboa, 1788,
2 tomos iD·8 0 •
- Oontos philosophicos para a instrucção e recreio da mocidade por-
tugueza. Lisboa, 1773 - 2" edição. Idem, 1822,2 tomos in·8 0 ,
- J01'nal Encyclopedico, dedicado á rainha nossa senhora, e destinado
para a instrucção geral, com a noticia dos novos descobrimentos de
todas as sciencias e artes. Lisboa, 1779 - Começou esta obra a ser
publicada em julho deste anno; mas, sahindo apenas o primeiro caderno,
foi interrompida por dez annos, sahindo de novo de 1789 a 1793, sendo
col1aborada tambem pelo doutor Manoel Joaquim Henrique de Paiva,
de quem hei de fazer menção, e por outros.

Francisco Luiz da. Veiga - Filho de Bernardo Jacin-


tho da Veiga e sobrinho de Evaristo Ferreira da Veiga, o immortal re-
dactor da Aurom Fluminense, dos quaes já fiz menção, é natural da pro-
vincia, hoje Estado de Minas Geraes, bacharel em direito pela faculdade
de S. Paulo e advogado nos auditorias de OUro Preto. Foi deputado á
16" legislatura, dissolvida em 18"iS, fundador e principal redacfor da
- Resenha juridica: Jurisprudencia, doutrina e legislação: publi-
cação mensal sob a direcção de Francisco Luiz da Veiga. Ouro Preto,
1884 a 1893, in-4 o - Foram seus collegas nessa redacção os desembar-
gadores Manoel Tertuliano Thomaz Henriques e Joaquim Antonio
PR 35

Alves ue Brito, conselheiro João Augusto de Padua Fleury e Dr. Carlos


Bonorio Beuedicto Ottoni.

F ....ancisco de Macedo Oosta - Filho de José Joaquim


de Macedo Costa e irmão do sabia arcebispo da Bahia, d. Antonio de
Macedo Costa, é natural deste Estado, anele exerceu o cargo de admi-
nistrador elo correio, no qual foi aposentado e é commendador da ordem
romana de S. Gregorio Magno. Fez uma excursão pela Europa, donde
voltou graduado em medicina, e escreveu:
- Flores de meu caminllO. Bahia, 1874, 201 pags. in-8° - E' uma
collecção de escriptos mames, de litteratura amena.
- O sel'viço postal da Bahia: cartas ao Exm. Sr. deputado AI'is..
tides Espinola. Bahia, 1883, 23 pags. in-8°.
- Almanak das famílias, illustrado com os retratos dos bispos do
Para e de Olinda, para 1878. Bahia, 1877, 272 pags. in-8.0
- Almanah das familias para 1881. Buhia, 1881, 335 pags. in-8° -
I-Ia provavelmente outros almanaks e mesmo outras obras da mesma
penna, de que não posso por agora dar noticia, por falta de resposta
aos pedidos que fiz para esse fim. No jornalismo ha de Macedo Costa:
- A Roseira: revista universal para famílias. Babia.... - Colla-
borou além disto para outras revistas, como a Estl'ella do Norte, perio-
dica religioso sob os auspicias do bispo do Pará (que era então seu
irmão, depois metropolitano), no 2° tomo do qual se acham:
- Ordem e belleza do universo - de pags. 81 a 83.
-.4. religiiio é boa para as mulheres - pags. 250 a 253.
- Os jesuitas defendidos por seus inimigos - pags. 332 e 333, 338
e 339.

Francisco Manoel Al~ares de AX'aujo - Filho


de Manoel Eleuterio Alvares de Araujo, nasceu na-cidade da Cachoeira
da Bahia, a 24 de fevereiro de 1829, e falleceu no Rio de Janeiro a 9 de
abril de 1879. Matriculado na academia de mari!lha em 1846, fez o re-
spectivo curso e serviu na armada até ao posto de primeiro tenente, em
que se reformara, tendo desempenhado diversas commissões importan-
tes, como a exploração do rio das Velhas e do de S. Francisco. Teve
parte na collaboração da grande obra do Visconde de Bom-Retiro - O
Brazil na exposição universal de Vienna d'Austria, obra que sabiu ao
mesmo tempo em qua,tro linguas, e foi elle quem preparou os elemen-
tos precisos para se organisar o archivo do conselho de estado, ao
mesmo tempo que era incumbido de organisar o indice das consultas
do mesmo conselho , trabalho de que se occl1pava ainda, quando, por
36 FR

indicação do mesmo Visconde e por ordem do governo, foi encarregado


de exami 0:11' toúas as obras e e criptas sobre a secca do Ceará e ex t1'a-
hi1' deHes o que podesse, por sua efficacia e exequibilidade, aproveitar
á commissão nomeada p,lra estudar eS:5e flagello e propô1' os meios de o
destruir. Este ultimo trabalbo era desempenhado por Alvares de Araujo,
com plenos elogios' mas aggravou-se-Ihe consideravelmente a molestia
pulmonar incipiente, ele que soll"ria, ao tempo em que, subindo ao poder
em 1878 o partido libera,l, lhe foi negada a gratificação que percebia
no conselho de estado - facto que levou-o a redobrar de esforços para
manter sua família, e a succumbir pouco tempo depois. Era cavalleiro
da ordem da Rosa, sacio do Instituto historico e geographico brazileiro,
sacio do Instituto fluminense de agricultura, etc. Escreveu:
- Discurso pronunciado no mosteiro de S. Bento dn, Babia na missa
pela alma do capitão-teuente José de Mello Christa d'Ouro. Rio da
Janeiro, 1855, 14 pags. in-8°.
- De ladra o a bal'ão: drama em cinco actos. Rio de Janeiro, 1863,
in-8° .
- Dedicaçlio : drama em quatro actos. Rio de Jal'leiro, 1867, in-8"
- Foi publicado sob o titulo « Theatro de Francisco Manoel Alvares
ae Araujo. 11».
- NavegaçãO a vapor do rio S. Francisco: memoria, etc. Rio de
Janeiro, 1873, 15 pags. iu-fol.- A data vem no fim.
- Rdato1'io da viagem de exploração do rio das Velhas e S. Fran-
cisco, feita no vapor SaldanAa Marinho (1870-1871). Rio de Janeiro,
1877,63 pags. in-fbl.- Sahiu antes appenso ao relataria do ministerio
da agricultura, de 1872, e na Revista do Instituto, tomo 39°, 1876, parte
2", pags. 77 a 155 e 211 a 275. Sendo ainda segundo-tenente da armada,
redigiu com o primeiro-tenente Euzebio J. Antuues o
- Bra~it Ma1"itimo : periodico dedicado á propagação dos conheci.
mentos maritimos, e dos melhoramentos feitos na difficil arte de nave-
gar. IPernambuco, 1854-1859. Tres vais. (Veja-se Euzebio José An-
tunes.) E quando falleceu era um dos redactores do
. - Cruzei1·o. Rio de Janeiro, 1878-1879, in-fol.- E' uma folha fun-
dada por Eudoro Berlink, Henrique COl'rêa Moreira e outros, e que
continuou alguns annos depois.

Francisco Manoel da Cunha - Filho de Francisco


Manoel da Cunha e natural da provincia, hoje Estauo do Mal'anhão,
onde exerceu o magisterio como professor da instrucção primaria, é co-
ronel honorario do exercito, tabellião de notas na capital federal,official
da ordem da Rosa,cavalleiro da de Ohristo, condecorado com as medalhas
FR 31

de bravura aos mais bravos e de merito á bravura militar com passador


de ouro. E' enador federal pelo Estado de seu nascimento e escreveu:
- P1'ojecto de um b,tnco de omissão sobre o Cl'edito territori!.Íil e
predial do Imperio do Bl'azil. apresentado á assemblóa geral legislativa,
acompanhado de um estudo resumido sobre os capitaes que comportam
as províncias; o elemento servil, a immigração e o de:senvolvimento
t
agricola por meio de associação. Rio de Janeiro, 18i7, 8g pags. in-8°,
com 8 quadros explicativos.
- Guen'a do Pa?·aguay. Tuyuty: ataque de 3 de maio de 186;. Rio
de Janeiro, 1888, 40 pags. in-8°.

Francisco Th'l:anoel Martins RaDl.os - Natural da


provincia, hoje Estado de Alo.O'ôas, alli falleceu a 14 de outubro de 1846,
sendo coronel reformado de milicias e socio do ln tituto historico e
geogl'aphico brazi leiro. Foi tleput:1do por,esta provincia á cârtes con-"
stituciooaes de Portugal e um dos assignatarios da con tituição politica,
decretada a 23 de setemlJro de 1822, e exerceu ultimamente o cargo de
secretario do governo de sua provincia. Escreveu:
-Lista dos governado1'es, presidentes e commandantes das armas que
tem tido a provincia das Alagõas desde o anno de 1819 até 1841 - Vem
na Revista do Instituto, tomo 46 0 , parte 2", pags. 53 a 163. Nesta obra,
á proporção que iqdica os nomes, faz o autor menção de serviços pre-
stados por carla uma das autoritlades a que se refere.

FrancIsco 1\~anoel d~ Silva - Filho de Joaquim Ma-


riano da Silva e dona Joaquina Ros[\, da Silva, nasceu na cidade do
Rio de Janeiro a 2l de fevel'eiro de :795e falleceu ahi a 18 de dezembro
de 1865. Musico notavel e compo ito 1" foi discípulo a principio do celebre
José Mauricio, (veja-se José Mauricio Nunes Garcia, la) e depois do
celebre Neukomm, que fàra o discipulo fMorito de Haydn, o grande
mestl'e de contraponto e compo Hor do estrondoso concerto de tres mil
musicas eITecluado na. inauguração da estatua de Gutenberg. Talento
robusto para a arte que abraçara, o pl'incipe real, depois dom Pedro I,
apreciava-o tanto, que lhe promettia mandal-o á ltalia estudar:
Fez pal'te da musica da real camara, de que era chefe o afamado
Marcos Portugal, que jil. lhe conhecia o talento o no intuito de mo-
lestaI-o e uão deixar-lhe tempo para compõr, o passou de violoncello,
que era, para vi lino, ameaçf.l.lldo-o de o pór na rua si nüo estudasse
assiduamente! Foi o instituidor do. socieLiade beneficente de musica em
1833 e della director por cart:1 patente que conferiu-lhe a administração
agradecida; foi nomeado compositor de musica da imperial camara
38 FR

em 1841 e mestre da capeHa imperial no nono seguinte. Por occasião


de inaugurar-se a estatua equestre de dom Pedro l, iniciou a idéa, que foi
levada a eJl'eito, de celebrar-se em pleno ar um Te-Deurn, em que dirigiu
a orchestra de grande instrumental, composta de 242 instrumentistas
com 653 cantores,sendo por isso elogiado pelo imperador dom Pedro lI.
Era otlicial da ordem da Rosa e cavalleiro da de Christo; presidente
do conservatorio de musica, socio honorario da sociedade musical cam-
pezina, socio e fundador da sociedade philarmonic~, e escreveu:
-Compendio de musica (artinha), que a S. M. o Sr. D. Pedro II otl'e-
{'ece para uso do Collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1838, in-8° -
Ha varias edições deste livro, sendo uma de 1882, in-S.o.
- Compendio de principios elementares de musica pl1ra uso do
consel'vatorio - Creio que foi composto em 1842, depois de fundado
por iniciativa e esforços seus o conservatorio de musica. Desta obra
existe quarta edição, in·folio oblongo, feita por Isidoro Bevilaqua.
- Compendio preliminar de musica, ofi'erecielo às diletanttes do paiz
- Não sei quando o escreveu. Todos tres acham-se annunciados no
catalogo de Narciso & Arthur Napoleão, de 1876.
- Te-Deum oftej'ecido ao principe dom Pedro - Foi sua 11rimeiJ'a
composição musical; e foi ao recebe(esta ofierta que o principe lhe
prometteu mandaI-o á ltalia.
- Hymno da independencia: musica para canto e pftra orchestra -
A lettra foi composta pelo imperador dom Pedro l, sendo o autographo,
do proprio punho de sua magestl1.de, por FranciscO Manoel otrertado
ao Instituto historico a 22 de novempro de 1861.
- Hymno escripto pela coroação de Sua Magestaele o Senhor
D. Pedro l( - Este hymno, o da gloria, é pomposo, patriotico e inspi-
rado ; é uma peça que encanta e anebata. pela cadencia e rithmo ela
forma, pela beIlem e suavidaele dos sons.
- Hynmo para o baptismo do principe D. Atronso - Foi muito
applaudido; e do Visconde ele Macahé, entã.o ministro do imperio, re-
cebeu o autor uma carta em 1845, agradocoilllo-Ih'o em nome do
imperador.
- Hyntno d Guel'ra, composto por occasião tIa guerr<1 tIo Paraguay.
- Mati1ws de S. Francisco ele Paula - Existem muitas composições
de Francisco Manoel, de diversos generos, que sua C,tmilia. consel'Vn.
ineditas.

Francisco Manoel da Silva e :l'1:ello- Milita.r,


subiu ao alto posto de tenente-general, no qual Coi reformado e vivia.
em 1825. Segundo a.ffirma Q QQq~or J. A;. ':Çeixe~rl1.t d.~ ~eUo, foi colla,
FR 39

borador de frei José Mariano da Conceição Velloso na sua monumental


Flora braziliense. A bibliotheca nacional possue o original do seu:
- lIIappa da expedição botanica" das praças que existem, trabalhos
que fez, e o mais respectivo a beneficio da mesma expedição. 2 fls.
in·fol.- E' de 1788, sendo o autor segundo-tenente. Existem tambem
tres cópias do seu:
- Mappa geographico que mostra uma grande parte da costa do
Brazil, contada da latitude meridional, de 19 até 37 gráos na confron-
tação do oabo de Santo Antonio do Rio da Prata, comprehendendo jun-
tamente umn. grande porção do terreno que vae deste ponto á Oeste
pelo interior e voltando ao norte até 11 gritos austraes. Copiado da
cidade do Rio de Janeiro em abril de 1807 - O archivo militar possue
uma cópia a aquarella de 1807 e outra de 1876.

Franoij;jCo Marcondes Pereira - Autor que não


conheço e ele quem nem vejo o nome nos Almanaks de Laemmert,
escreveu:
- Apontamentos sobre arithmetica. Rio ele Janeiro, 1887 - Divi-
dem-se em duas partes: Arithmetica propriamente dita, e suas applica-
ções. Foram publicados em fasciculos.

Francisco Marcondes ROlD.eiro- Natural de Pin-


damonhangaba, provincia, hoje Estado de S. Paulo, e doutorem medicina
pela faculdade do Rio de Janeiro, reside na cidade de seu nascimento, e
tem occupado cargo3 de eleição popular, como o de presidente da
camara municipal. Escreveu: •
-Do glaucoma: dissertação. Da asphyxia por submersão; Do rac11i-
tismo; Diagnostico ditrerencial entre o typho e a febre amarella : pro-
posi<)ões. Rio de Janeiro, 1866, in-4°.
- Relatorio da epidemia variolica, apresentado á cn.mara municipn.l
de Pindamonhangaba. Pindamonbangaba, 1874, 40 pags. in-8° - Era
o autor, n.lém de presidente da camara, director do hospital dos vario-
losos.
- Codigo de postu1'as do municipio ele Pindamonhangaba, oiferecido
pelo doutor, etc., approvado pela. n.ssembléa proviucial em sessão de 23
de março de 1876 e sanccionado pelo presidente da provincia em 16 de
maio do mesmo anno. Rio de Janeiro, 1877, 64 pags. in-4°.

Franci!lCO Maria Gordilho Vellozo de Bar-


buda~ Ba,rão do Paty do Alferes, Visconde de Lorena e Marquez de
Jacarepagqa, - Fl:\.lleceu a 2 de maio de 1836, sendo senador do imperio
40 FR

pela provincia, hoje Estado de Goyaz, na instituição do senado. Era bri-


gadeiro do exercito quando foi acclamada a independencia j foi um dos
membros da commissão de oficiae do exercito e armada nomeada pela
assembléa constituinte para coadjuvaI-a em seus trabalhos, e escreveu:
- Justificação quc dó. ao publico o brigadeiro, etc., aontra o redactol"
do COrl"eio do Rio de Janei~'o, 1822,4 pags. in-fol. sem folha ue titulo
ou frontispicio.

Francisco Maria de l\'.1ello e Oliveira - E' filho


de José Maria de Mello e Oliveira, e natural da. provincia, hoje Estado
do Ceará. Sendo pharmaceutico pela faculdade do Rio de Janeiro,
serviu oomo chefe da pharmacia central do exercito, como pharmaceutico
da extincta commissão de limites com a Bolívia, e ainda como prepara.dor
de chi mica analytica da escola polytecbnica j fez depois o curso de
medicina da mesma faculdade, recebendo o gráo de doutor em 1883: é
membro titular da antiga imperial academia de medicina; socio bene-
merito do instituto pharmaceutico, socio efi'ectivo da sociedade industrial
e da de acclimação, e reside actualmente em S. Paulo. Escreveu:
- Rudimentos de botanica. Rio de Janeiro, 1872, 84 pags. in-8°-
Esta edição se acha esgotada.
- Enwnemçao scientifica de algumas plantas indigenas brazileiras
por ordem de classes, famílias, ganeros e nomes vulgares. Rio de Ja·
nFliro, 1878,35 pags. in-4°-Tl'ata-se aqui de 5ÓO plantas.
- A~'chi'Vo de historia natural medica do Brazil. Rio de Janeiro,
1880 l° fasciculo.
-Estudo sobre a qu~oa calissaya acclimada em Theresopolis - nos
Annaes Brazilienses de medicina, tomo 35°, pagi;. 389 a 426. Foi
apresentado à academia de medicina, afim de obter um logar de membro
titular na secção pharmaceutica.
- Vegetaes tonicos b1"a~ileiros (dissertação): Os alcaloides vegetaes,
chimico-pharmacologicamente considerados; O uso dos vinhos artifl-
ciaes será prejudicial á saude? Contra-inwcaÇ<'io da anesthesia cirur-
gica: these. Rio tle Janeiro, 1883, 161 pags. in-4° com estampas e um
mappa- A dissertação que é um trabalho importante, onde se en-
.;ontram estudos sobre plantas ainda não bem conhecidas, experiencias
physicas, analyses, etc., foi tirada em volume especial, de 147 pags.
in-4° com diversas estampas, intercaladas no texto e fóra delle, e um
quadro synoptico dos etreitos pbysiologicos do sulphato de quinino,
reproduzindo as opiniões dos principaes autores, pelo dr. Le Grancller.
- Dos p~·odt'ctos cellulares dos vegetaes em geral, e em particular de
alguns vegetaes brazileiros e suas relações com a pharmacia: these de
FR 41

concurso á cadeira de pharmacia e arte de formular da faculdade de


medicina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1885, ia-4. o - Haem revistas
muitos trabalhos deste autor, como:
- Mem01'ia sobre o cordão de frade - na Revista da sociedade de
medicina do Rio de Janeiro, 1878.
- Nota sobre o batipufd. Nota sobre a acção do oxido de magnesio
sobre o rhuibarbo. A gruta de Coimbra na provincia de Matto Grosso
(1876). A electricidade melhorando os viuhos, traducção. Do exercicio
da pharmaoia no Brazil (1877). Nota sobre a descobel'ta de dous novos
alcaloides, 1878 - Na Tribuna Pharrnaceutica.
- Do ensino livre - na Revista da escola polytechnica, 1879.
- Nota sobre o jequi1·ity. Nota sobre um principio extractivo da
acacia angico - na Dniiio Medica, ]881.
- Analyse spectml e cbimica dos vomitas amareJlo e negro da febre
a:mareJla, em coJlaboração com o doutor Domingos Freire - no Re-
cueil <.les travaux chimiques, pelo mesmo doutor Freir , 1880.
- L' Etude SUl' l'analyse cbimique, et les proprietés medica]es de
l'anda-assu - no Journal de Medecine d'Atgerie, 1881: nos Archivos de
medIcina, cirurgia e pbarmacia do Rio <.le Janeiro, 1881, e no Annuai-
1'0 de therapeutique par Bouchut, 1882.
- Do pinhão de purga. Dos ve!Jamer;;. Do picão da. praia- nos
Archivos de medicina, cirurgia e pharmacia, 1881.
- Manuscripto sobre a historia e trabalhos analyticos do laboratorio
cbimico-pratico do Rio ,de janeiro, fundado a 25 de janeiro de 1812 pelo
Conde das Galveas no reinado de dom João VI; anuotado e pubUca,do
com permissãode S. M. o Imperador, proprietario do mesmo manuscripto.
Não o affirmo, mas creio, foi publicado nos ditos Archivos uso 6 e 9.
O doutor MelJo Oliveil'a foi reJactor e proprietario da:
- Revista Phm'maceutica : jornal de physica, cbimiCc'1, mineralogia,
botanica, zoologia, toxicologia., materia medica e pharmacia. Rio de
Janeiro, 1880 e 1881.

Francisco Maria de Souza Furtado de Men-


donça - Nascido na ci1ade de Loanda, capital 'de Angola e pos-
sessão portugueza, quando seu pae ahi exercia um cargo de magistra-
tura, a 18 de setembro de 18]2, fallcceu na cidade de S. Paulo a 23 de
maio de 1890, doutor em direito pela antiga academia, hoje faculdade
do mesmo Estado, lente jubilado de direito administrativo, agraciado
com o titulo de conselho do imperador, membro do Instituto da ordem
dos advogados brazileiros, cavalJeiro da ordem de Christo, etc. Viera
muito criança para o Brazil ; aqui fez toda a sua educação litteraria ;
42 FR

àielideu dar<gos de eleição popular e de confiança do governo, como


o de deiegado ue poliéfa p"oI' rt1uitca annos, e escreveu:
- Theses pal'a obLer o gráo de doutor em sciencias sociaes e j uri-
dicas pela academia de S. Paulo. S. Paulo, 1838, in-~cI.
- Repertorio geral ou indice atphabetico das leis do lmpeMo elo
Brazil, publicadas desde o começo do anno de 1808 até ao preseute,
em seguimento ao Repertorio do desembargador Manoel Fernandes
Thomaz, compl'ehemlendo todos os alvará!!, apostillas, assentos, avisos,
cartas de lei, cartas régias, condições, convenções, dellretos, edHaes,
estatutos, inst.rucções, leis, obrigações, offlcios, ordens, portarias. pro~
visões, regimentos, regulamentos, resoluções, tratados, etc. Rio de
Janeiro, 1847 a 1862,5 vaIs. in-4°.
- Tratado regular e pratico de testamento e successões ou com-
pendia methodico das principaes regras e principias que se podem
deduzir das leis testamentarias, tanto patrias, como subsidiarias, illus-
tradas e aolaradas oom as oompetentes notas, por Antonio Joaquim de
qouv~a Pinto; sexta edição, mais cOI'recta, Gonsideravelmente augmen·
tada oom a legislação brazileil'u. promLllgada desde a época da inde.
pendencia e expressamente aCGommodada :10 fóro do arazil, Rio <ltl
Janeiro, 1851, in-So.
-= Exce11Jto de direitQ administrati vo patrio para servil' de OOIll~
pendia na aula da terceira cadeira do quinto anno da faculdade
cl.e direito da imperial çidade <le S, Paulo. S. Paulo, 1865. 280
pags. jn-4°,
....,. Codigo do processo priminal, annotado por Um bachal'ol em di..
r~ito. Rio de Janeiro ••. ,
"=' O conselhei1'o fi()l do povo. por um lJaoh::wel em direito. Rio d(l
Janeiro., , - Estes dous trabalhos foram publicados na otllcina de
I.,aemmert a tiveram mais de uma edição .
....,. Memoria hist01·ioa da faculdade de direito de S. Paulo no anno
de 1867. Rio de Janeiro, 1868 - AciJa-se tambem no relataria do
ministerio do imperio.

Francisco Maria de Viveiros Sobrinho, Barão


de S. Bento - Natural do Maranhão, e fidalgo cavalleiro da casa im-
perial, falleceu em 1860, no começo da ultima sessão parlamentar da
decima legislatura geral. ii. qual era deputado pela. dita provincia.
Escreveu:
- A eleiç{io do 2° districto eleitoral da provincict do Maranhão. Rio
de Janeiro, 1857, 31 pags. in-4° - E' uma exposiçIí.o com o fim de
provar o seu direito ao respectivo diploma.
FR 43

Francisco Marques de A"'atijó G6es - Flihó


do desemba'rgadoi' tnnocencio Marques de Araujo Góês e nascido na
cidade de Santo Amaro, da Bahia, no anno da 1837, é doutor em
medicina pela f,lcaldade deste Estado, professor jubilado de historia.
natural do collegio de Pedro II, membro titular da academia nacional
de medicina, membro da sociedade medica do Rio de Janeiro, oavalleiro
da ordem da Rosa e da ordem portugueza de Christo, Foi moço fidalgo
da extincta casa imperial e adjunto á inspectoria geral de hygiene.
Escreveu:
- Qual a natUl·e.::a da Cebre puerperal; Febres; Aborto; Qual o
meio mais proficuc e certo de distinguir-se uma mancha spel'matica de
Outra que com ella tenha semelhança: tllese apresentada e sústentada
perante a faculdade de medicina da Bahia em novembro de 1861, Babia,
1861, in-4°.
- Família elas Euphorbiaceas: these pa.ra o oonourso da cadeira de
historia natural elo imperla.l externato ele Pedro II. Rio de Janeiro,
1879, 61 pags. in-4°.
- Anuria na febre a.marella. Rio de Janeiro, 1886 - Vem tambem
nos .1nnaes Bmzilienses de Medicina, tomo 51°, 1885·1886, pa.gs. 187 a
224. Em seguida a esta memoria vem o parecer que sobre ella escreveu o
dr. Nuno de Andrade. Ha outros escriptos seus em revisto.s medicas. como
- Sob,'e a vaccinaçcio contra a febre amo.rella.: carto. á Aoaderr.i:l.
imperial de medicina do Rio de Jo.neÍl'o -= NAo [Jnje'Zo MeeUca, 188~,
pago 199 e segs.

F ra,ncisco ~arql:.. es Perei l"a e Sou z~ - E' mltul'i11


do Maranhão, nascido a 11 de novembro de 1853 e capitão-teneIlte da
armaúo., Tendo feito o curso da escola de marinha com praça. ele aspi."
rante o. guo.l'da-marillba em 25 de fevereiro de 1871, foi promovid:> a
este posto em novembro de 1873, a segundo tenente em dezembro de
1875, e a primeiro tenente em dezembro de 1879. Escreveu:
.... Novos metuodos ele navegação. R.io de Janeiro, 1882, in-So,

Francisco de Mel10 Coutinho de Vilhena-


Jatural do Rio de Janeiro e fallecido no Maranhão a 11 de janeiro de
1.880, era irmão de Fernanclo de 1'1113110 Coutinho ãe Vilhena e. como
e!lte. baonarel em sciencias sociaes e juridicas pela faculdade de Olinda
e notavel jornalista. Administrou como vice-presidente esta provincia,
publicando nesse cargo:
- Relatodo com que ... o 4° vice-presidente da provincia do Maranhão
passou a administração da mesma proviucia no dia 21 de novembro de
44 FR

1879 ao l° vice-presidente; acompanhado do que lhe dirigiu o Exm.


Sr. Dr. Graciliano Aristide do Prado Pimem.tel no dia 11 do referido
mez e anno. Maranhão, 1879, in-4° - Redigiu com o dito. seu irmão
(veja-se este autor):
- O Dissidente. Maranhão, 1842 a 1843-E' uma fGlhâ politica, creada
para combater o Correio llfamnhense, redigido pelo bacharel M. Jansen
Ferreira. Em 1843 cessou a publicação, ou antes foi substituida pelo
Echo da Opposição.
- O Maranhão. Maranhão, 1843 - Pouco viveu esta folha.

Francisco de Mello Franco- Filho de João de Mellq


Franco e dona Anua Caldeira Franco, nasceu na viUa, hoje cidade de
Paracató, provincia, hoje Estado de Minas Geraes, a 17 de setembro de
1757, e falleceu em S. Paulo a 22 de julho de 1823. Começou seus estu-
dos ao~ doze annos de idade no seminario de S. Joaquim do Rio de Ja-
neiro e os concluiu em Coimbra, em cuja universidade recebeu o gráo
de bacharel em medicina. No meio, porém, de sua carreira, foi obri-
gado a interrompeI-a; porque com raro talento contrariava as oppi-
niões de alguns mestres, mostrava·lhes a futilidade de seus argumentos
e denunciava mesmo, com sua habitual franqueza., a incapacidade de
alguns delles, sem lembrar-se que existia um tribunal nefando, sedento
de sangue, matando a ferro e a fogo por motivos frivolos, ou paixões
miseraveis, em nome da religião de Christo; e então accusado de nutrir
idéus contrarias á religião, foi agarrado pelo santo officio, em cujos
carceres gemeu por e paço de quatro annos, condemnado a reclusão na
casa de Rilhafoles como «herege naturalista, dogmatista e por negar o
sacramento do matrimonio », sendo tambem presa e sujeita aos tratos
de seus verdugos uma joven - a quem amava e com a qual se casara
depois de livre - afim de que esta fizesse revelações ao paladar delles,
revelações que ella nãó podia fazer, porqu teria de mentir. Sendo
.Qledico da real camara, e designado para acompanhar ao Brazil a
archiduqueza dona Maria Leopoldina, esposa destinada ao principe
regente, aqui chegando, foi bem recebido no paço; mas conhecido já
por suas idéas democraticas, nesse tempo em que o Brazil se achava do-
minado por convulsões politicas, que já haviam feito explosão em
Pernambuco, taes intrigas lbe urdiram. que até foi do paço expulso!
E te facto e a quebra fraudulenta de um negociante, em cujas mãos
depositara o producto de suas economias, e o que apurara de seus b3ns,
e do patrimonio de seus filhos, ao deixar Portugal, lhe abalaram tão
fortemente o e_pirito, que foi acommettido de uma febre consumptiva,
rebelde a todos os recursos da sciencia, e veio a perecer em Ubatuba,
FR 45

ao abrigo somente de uma pobre palhoça, quando, em procura de allivio


a seus sotrrimentos, fazia uma excursão por S. Paulo. Era multo ver-
sado nas linguas franceza, latina, italiana e ingleza e poeta habilissimo,
com muito ~al para a satyra j sacio da Academia real das sciencias, e
seu vice-presidente; sacio e insta11ador da Academia dos observadores,
e escreveu:
- Tratado de educação p!lysica dos meninos para uso da nação por-
tugueza, publicado por ordem da ACldemia real das sciencias. Lisboa,
1790, 129 pags. in-4° - Esta obra teve ainda duas edições, sendo a
segunda tambem feita em Lisboa em 1791, e sendo para lamentar-se ser
tã0 pouco conhecida no Brazil.
- E~ementos de hygiene ou dictames theoricos e practicos para con-
servar a saude e prolongar a vida, publicados por ordem da Academia
real das sciencias. Lisboa, 1814, 364 pags. in-4°-Este livro teve
segunda edição em 1819 j terceira edição, re1'ista e augmentada, em
1823,362 pags. in-4°, todas de Lisboa.
- Medicina theologica ou supplica humilde feita a todos os se-
nhores confessores e directores sobre o modo de procederem com
seus penitentes na emenda dos peccados, principalmente da lascivia,
colera e bebedice. Lisboa, 1794, 151 pags. in-4° - A publicação deste
livro, feita depois de todas as licenças e formalidades legaes de
então, motivou um clamor enorme de certos animas pios e zelosos,
qualificando-a de perigosa e heterodoxa, ao qual succederam medidas
energieas do governo portuguez, mandando recolher o livro, dis-
solver a mesa censoria, e perseguir o autor, que felizmente não
foi descoberto pela policia. Foi depois disto, e no Rio de Janeiro que
se soube que a obra era de 1I1ell0 Franco. Elle mesmo o declarou.
Ao padre Joaquim Dama30 mostrara um exemplar com diversas cor-
recções e muitos angmentos, declarando que ia reimprimil-a. Anuas
depois de impressa, em 1799, frei Antonio de Sant'Anna, frade fran-
ei cano, arrabido, em suas «Dissertações theologicas» procurou re-
futar as doutl'inas do dr. 1I1e110 Franco. Quanto ao valor intrinseco
do livro, como muito bem diz o dr. Teixeira de Me110, ba em toda a
obra um mixto, uma confusão de medicina e de religião, inexplicavel e
inj ustificaveI.
- En aio sobre as febres com observações analyticas acerca da topo-
graphia e clima do Rio de Janeiro e demais particularidades que in-
fluem no caracter das febres, etc. LislJoa, 1829, 213 pags. in-4° - O
dr. Canto e 1I1e11o em sua tl1ese inaugural dá noticia desta obra, 68-
cripta em 1822, sem dizer aonde, e depois, referindo-se á edição de
1829, diz que é segunda.
46 PR

- Sob~'e a vaccil'la. Lisboa, 1812-1814- E' uma collecção de 13 0pus-


culos, formando um volume, pelo dr. Mello Franco e outros membros
do Instituto vaccinico e da Academia das sciencias de Lisboa. (Veja-se
Francisco Elias Rodrigues da Silveira.)
- Resposta ao Filosopho solita~'io em abono da verdade por um
amigo dos homens. Lisboa, 17'iS7, 56 pags. in-4° - Sahiu sob o anonymo,
assim como o Filosopho solitario, de que se publicaram tres tomos em
Lisboa, 1786-1787, que apezar de seu autor affirmar que é um trabalho
original e fructo de muito estudo, não passam de plagias, ou de pedaços
fielmente extrahidos, mas truncados ou sem ser seguidos de trechos
absolutament'e indispensaveis para ser exposta com clareza a doutrina,
de varias livros francezes, pouco conhecidos então em Lisboa, princi-
palmente da «Philosophie de la nature» de Delisle de Sales. Causou
certa sensação no publico o apparecimento da obra e varias litteratos
sustentaram polemicas que se tornaram desagradavei~, como succede
sempre.
- Resposta segtmda ao Filosopho solital'io por um amigo dos homens,
na qual se mostra que toda a sua obra não é mais do que uma simples
traducção e se apontam os defeitos della, com um dialogo no fim, do
mesmo solitario com a alma do caturra D. Felix. Lisboa, 1787,47 pags.
in-4°.
- Discurso recitado na sessão publica. da Academia real das sciencias,
sendo vice-presidente, etc. - Sahiu nas memorias da mesma academia,
tomo 50, parte lo.
- O ~'eino da estupidez: poema heroi·comico em quatro cantos. Paris,
1819, in-16 - Segunda edição correcta. Paris, 1821. Terceira edição,
Lisboa, 1833. Quarta edição no Parnaso luzitano, tomo 60. Paris, 1834.
Este poema foi escripto e appareceu em Coimbra em 1785, fulminando
com a satyra mordaz diversas pessoas, incluidos alguns lentes da
universidade, sem que nunca se soubesse quem era o verdadeiro autor
e, como é natural, deu-se a autoria da obra a diversas pennas, que por
isso vieram a soffrer. Escreveu MelIo Franco este poema ao deixar a
universidade, á qu~l maior dóse coube da satyra. Em quinze dias foi
eUe escripto, copiado e espalhado pelos lagares mais publicas quando
se celebrava uma festa da mesma universidade. Foi um dia de juizo
para os lentes a quem atacava, para os frades que tambem neUe fIgu-
ravam e clamavam por vingança, e para o reitor, o principal Men-
donça, que mais ferido era, e que procedeu a diversas indagações e
devassa para descobrir o autor, sendo entretanto demittido logo, em
vista do que deUe se dizia. Só José Bonifacio de Andrada e Silva sabia
quem era o autor. E' escripto no estylo do Hyssope de Antonio Diniz
FR 47

da Cruz e Silva. A bibliotheca eborense nada menos de tres cópias


possuia, numa das quaes se declarava ser da penna de Fabricio Claudio
Lucrecio. Os otrendidos no poema, ou os que a estes se uniram por
essa occasião, espalharam tambem algumas satyras, manuscriptas, con-
tra os indigitados autores. Uma de taes satyras, assignada por Patricia
Prudente Ca1lado, tem por titulo <t O zelo:l>, poema oíferecido aos au-
tores da « Estupidez ».
- Noites sem somno: coUecção de poesias inéditas - nas quaes
poem·se em relevo as miserias do genero humano, a degeneração dos
defensores da fé, a crueldade desses ferozes algozes que sacrificavam a
innocencia a seus damnados caprichos. São escriptas nos carceres da
inquisição. Consta que deixara outras poesias inéditas e que em Coimbra
publicara algumas, mais ou menos eivadas de satyra, que era seu estylo
predilecto, e outras em estylo seria, como por exemplo o
- Epicedio á morte do dr. Jose Ferreira Leal- que vem na «Cal.
lecção de poesias inéditas dos melhores poetas portuguezes ». Lisboa,
1810, tomo 20 , pago 71.

Francisc o Mende~ Pereira - Filho de Francisco


Mendes Pereira e nascido no Ceará pelo anno de 1830, bacharel em
sciencias sociaes e j uridicas, formado pela faculdade do Recife, seguiu a
oarreira da magistratura e na provincia, hoje Estado do Pará, a cuja
assembléa foi por mais de uma vez eleito deputado, serviu como juiz
municipal e de orphãos e delegado de policia de Obidos, e depois como
juiz de direito da Vigia. De sua penna conheço:
- Discurso que proferiu na assembléa legislativa da provincia do
Gram·Pará na sessão de 12 de outubro de 1861. Santarém, 1862,40 pags.
in-4°_ Justifica-se o autor de accusações que lhe foram feitas no pri-
meiro daquelles cargos.
- Resposta que o juiz de direito da Vigia, servindo de desembar-
gador, deu á suspeição opposta no julgamento de um aggravo de petição
entre partes bacharel V. Chermont de Miranda e Octaviano Jose de
Paiva. Pará, 1879, in-8°.

Francisco de Menezes Dias da Oruz - Filho do


relojoeiro Francisco de Menezes Dias da Cruz, nasceu na cidade do Rio
de Janeiro a 10 da fevereiro de 1826, e falleceu na mesma cidade a 26
de maio de 1878, doutor em medicina e professor de pathologia geral da
faculdade da mesma cidade; membro da Academia imperial, hoje na-
cional de medicina, da sociedade Amante da instrucção e de outras
associações de lettras e sciencias; commendador da ordem da Rosa e
48 FR

cavalleiro da de Christo, Entrou como lente substituto da. faculdade em


1855 por occasião da reforma feita nesse anno; exerceu diversos car-
gos de eleição popular, sendo deputado pelo municipio neutro na 13&
legislatura. Foi de uma cn.ridade excessiva e, por isso, morreu pobre,
mas cercado de aifeições sinceras. Escreveu:
- Bl'eves considerações sobre a força nervosa; tbese apresentada,
etc. Rio de Janeiro, 1846, in-4°.
- Jui:;o cl'itico sobre a doutrina medica italiana: these ie concurso
ao 10gar de lente substituto da secção de scieucias medicas, etc. Rio de
Janeiro, 1852,26 pags. in-4."
- Tmtamento do cholera-morbus. Rio de JaneÍl'o, 1856, 16 pags.
in-8°.
- MemOl'ia historica dos acontecimentos notaveis, occorridos no
anno de 1862 na faculdade de meclicin:;t. do Rio de Janeiro, apresentada
a respectin congregação em cumprimento do art. 197 dos estatutos.
Rio de Janeiro, 1863, 18 pags. in-fol.
- Compendio de pathologia geral. Rio de Janeiro, 1875,483 pags.
in-40 - Escreveu este livro para uso de sua cadeira.
- Relatorio da enfermaria de Sant' Anna, estabelecida pelo governo
imperial para tratamento dos doentes de febre amarella. Rio de Janeiro,
1876 - Vem no volume que tem por titulo: Relatorio das cinco enfer-
marias, creadas pelo governo imperial, a cn.rgo do hospital da santa
casa de misericordia, etc., 1876. O doutor Dias da Cruz foi fundador
e redigiu:
- A Voz da Nação. Rio de Janeiro, 1858, in-fol. - Ahi ventilou elle
e discutiu com proficlencia a magna questão de colonisação nacional.
- Dial'io do Povo: politico, Jitterario e commercial. Rio de Janeiro.
1867 a 1869,3 vo1s. in-fol.- A este jornal succedeu
- A Reforma. orgão democratico. Rio de Janeiro, 1869 a 1879,
in-fol.- Com esta folha, que redigiu com outros amigos até á época do
seu fallecimento, organisou elle o 'club da reforma, do qual era nessa
época secretario.

Francisco Miguel Pires - Ignoro sua naturalidade,


assim como a data de seu nascimento, parecendo-me que falleceu em
abril de 1853. Sendo segundo tenente da armada quando foi acclamada
a independencia do imperio, foi nom3ado lentç substituto de mathema·
ticas da academia de marinha a 15 de janeiro de 1823, lente cathedra-
tico de astronomia e navegação, e ao mesmo tempo encarregado do
observatorio, a 10 de maio de 1824, continuando no exercicio do ma-
gistel'io ainda depois de ser jubilado, e foi director da mesma academia
FR 49

em.substituição do muito e timavel ~hefede divisiio Jac~ntho Roque de


. Seba Pereira. No serviço da armada subiu á diversos postos tlte o de
capitão de mar e guerra. Era ca....alleil'o da Ol'Udlll tle Chri to e da de
S. Bento de Aviz - e eSCl'eveu :
- Tratado de trigonometria esphel'ica. Rio tle Janeiro, 1846, .in-80
:..... Segunda edição, 1866. Foi escripto este livro para compendio da
aula do au tor.
- Tratado de 1iavegação de C. F. Tourniel\: tl'aducção correctn. e
augmentada para uso dos guardas-marinha. R.io de Janeiro, 184.6, in-
80 _ E' um.. tl'adtICção tIo original publicado no anno antecedente.

Fr. Francisco de Monte Alvérne-Filho de


João Antonio da Silvel.l'a e dona Anna Francisca da. Conceição, e
qhamado no seculo Francisco Jose de CarvaLho, nasceu na cidade dD Rio
de Janeiro a 9 de agosto de 1784 e falleceu em Nither.:l!Y a 2 de
dezembrQ de 1858. Religioso franciscano, professo a 3 de outubro de
1802 no convento de Santo Antonio daquella cidade, nomeado pregador
da ordem, substituto de philosophüL e oPPOSitOl' da cadeira de theologia
em 1810 ; . lente de pllilosophia do collegio de S. Paulo em 1813 ; lente
de prima e pregador regio em 1816 j lente de philosophia, de eloquen-
cia e de tteologia do seminario de S. Jose no mesmo anno j theo10go
da nunciatura apostolica e eX<W1inador da me'a de consciencia e ordens
em 1818, foi ainda eleito guardião do convento da Penha, do actual
Estado do Espirito Santo:em 1819; secretario da provincia franciscana
em 1M4; custodio da mesa capitular em 1825; upplente de totlas as
cadeiras do seminario e examinadol' synodal em 1829, e lente.i u ilado
em 1841. Como bem raro ão mel'ecidas a honras a silO cumulada,
todas estas o foram, porque Monte Alverne foi g"l'ande. iuexced'vel no
magisterio, como o foi na tribuna. Na tribuua, como eSCl'eyeu o
dr. Teixeira de Mello, supplantou a lembranç1. de seus pI'etleces ores
e fez obscurecer a fama dos pregadores seus contemporaneos; ;1
pompa, a poesia de seu estylo, a riQueza u noviLlade tle sua imaginação
produziam milagres ! Quando, pOI'em, tantas gloria, e palmas o
immortalis.1.vam, uma amaurose, de que foi alrectado em 1836, pri-
vando-o completamente da vista, afastou-o do ca;ü[Jo ue ;:,eus tr'iumjJhos,
a tribuna sagrada; mas a.imla no retiro do claustro, onde, en tretanto,
por breve apostolico obteve dispensa ua il'regularidatle cont,'ahid..· pela
cegueira para lioder er eleito definidor da me 11, podendo a::;::>ignal' de
chancella; onde por outro breve foi-lhe confel'iua a elrectividaue U
cargo de definidor geral da ordem; oude, por acceder aos de::>ejos de
seu prelado, exercia as funcções de custodio da, jJl'ovincil1 ,e leccionava
4
50 FR

"philosopl1ia e theologia dogmatica,- ainda uhi recebeu em 1855 a


visita do imperádor e sua augusta e virtuosissim[l, c·onsorte. Era socio
correspondente do instituto de Fruuça, s cio honorario do instituto
historico e geographico brazileiro, da academia de bellas-artes e da
sociedade Ensaio Jitterario, sendo em sessão magna dé 10 de dezembro
da 1848 proclamado representante genuino ela philosophia do espirito
humano no BraziJ, na mesma occasião em que das mãos do bispo Conele.
de Il'aja, que presidia essa; sessão, recebia uma cOTôa de louros, otrere-
cida pela mesma sociedade. Escrev~u :
. - Oração .que na solemae ácção de gr~ças por o feliz restabele.
cimento da saude de S. M. o Imperador, calebrn.di1 na igreja de
S. Francisco de Paula por a guarda de homo, ele S. M., recitou, etc.
Rio 9-e Janeiro, 1823, 14 pags. iu-4°.
- Ç)mção funebre de S: 1\1. Imperial a Senhora doua ~aria
Leopol~[jn.\!- Josepha Carolina, Al'chiduqueza tl'Austl'ia, o primeira impe-'
ratriz d~ Brazil, que nas solemnes exeq uias, celebradas, etc., recitou,
etc. Rio de Janeiro, 1823, 23 pags. in·4'. '
- O"ação que na feliz acção ele graç'ls por o feliz restabelecimento
da saude de S. M. o Irnperatlol', celebrada na capella dos Terceiros de
N. S. do Carmo, recitou, etc. Rio de Janeiro, 1830,21 pags. in-4'.
- Oração em acção de graças, que no dia 25 de março de 1831,
annivers3rio do juramento da constituição, celebrnda na igreja de
S. Francisco de Paula, reci tou, elc. Rio dg Janeiro, 1831, 21 pags. i11-4 o,
- DisCJ.w·so que na reunião do corp9 e1eiteral do Rio de Janeiro,
para proceder-se á eleição de um senador por esta provincia, rOOtto!1
na cap~lJa imp'erial em o dia 28 de maio de 1833. Rio de Janeiro, 1833,
10 pags. in-4°.
- Obms orat07'ias do P. M. FI'. Francisco de 1\1oute AIverne. Rio
de Janeiro, 1853-1854, 4 voIs. io-8' de 369, 288, 305 e 290 pagos.-
Constam estes volumes: o lo de ermões quaresmaes e de mysterios,
p\'ecadidos elo retrato do autor; o 2" de Sermões d!:l my terios e pn,ile-
gyricos de Jesus Chl'i to e ela V.irgem ; o 30 de Pcmegyricos dos Santos;
o 40 de Paueg'yricos de Saotos e ornções l'unebres. Quaudo sahiram
á luz estes volumes, a Revista do instituto publicou a apreciação se-
guinte, que vem transcripta no Dicciooario bibliographico portuguez:
« O me tre de taotos mestres estú adilna d03 elogios que poderiamos
fazer á sua obra: a impressão, que ella produziu no espirito publico, já
assellóu o seu merito ; l)iognem houve que não admirasse a phrase
castigada, o estylo correcto, a iospirLlção ounca amortecWa, a illl1stra-
ção sempre abuudante, a proprieLlade e brilhantismo das imagens, a
argumentação enel'gicil do grande pregador braziJeiro;' ninguem
PR 51

houve que não se deixasse prender á sua eloquoncia arrebatadora, que


ás vezes inftamma como o raio, as vezes sua visa como o orvalho ma-
tutino, e acaba sempre por accender a espel'ança em nossa alma e
entornar a fé em no so cOI'ação ; ninguem houve, finalmente, que ao
. ler as obras oratorias de fl'ei Francisco de Monte Alverne, não con-
versasse ao mesmo tempo com um padl'e sabio, com um philosopho
-. profundo, c com um poeta inspirado.» Depois da publicação das Obras
oratoria8, o de dezoito annos de cegueira, frei F. de Monte Alverne,
IJrégou dous sermões, que são:
- 8el'mão de S. Peelr-o de Alcuntara, prégaelo na capelIa imperial
a 19 de outubro de 1854 -Este sermão, que elIe se prestara a pregar a
convite do Imperador; que merecera os elogios das ~ennas mais habeis
e delicadas da imprensêt de então; que, como ha pouco escreveu uma
penna contemporanea no Echo Amel'icano ele 15 de novembro de i872,
pó':!e-se comparar aos mais patheticos de Massillou e de S. Gregorio,
aos mais sublimes ele Bossuet, Vieira e S. Basilio, faria a gloria do
autor, si ,sua gloria já não estivesse firmada, E' este o panegyrico,
cujo exordio elle começa em relação ao seu apparecimento depois de
um reti:'o de tantos anuos, com as celebres p.l1avras «E' tarde."
11' muito tarJe.,.» que tão gerJl c profunda sensação causaram,-
cxordio que termina com a. invocação seguin:'e: «Religião divina, mys-
teriosa, encantadora! Tu, que dit'igiste meus IJassos na verada esca-
brosa elit eloquencia;. tu, a quem devo todas as minhas iuspirações ;
tn, minha estrella, minha consolação, meu unico refugio, toma esta
cOl'àa, " Si dos espinhos, que a cet'cam, rebentar alguma flor j si das
silvas, que a enlaçam, revct'decel'em algum'1 folhas; si um eLlfeite,
si um aelorllo renascer desta:5J vergon teas já sécca', deposila-o nas
mãos elo Imperador, para que o suspentla como um trophéo sobre o
altar do g'riUlde homem, a quem elle deve seu nome, e o Bl'azil a mais
decidida protecção ,»
- SOl'metO de Nossa Senhora da Gloria na festividade de 15 de
agosto de 1855 - Foi o ultiplO que prégod. Ao chegar á celIa, onde
vivin, disse elle aos que o acompnnlJaram: «Minha missão neste mundo
acabou !»
- Ultimas pll.negyricos de fl'ei Francisco 110 Monte Alverne - So
este titulo foram publicados os dous pll.negYl'icoS de que fiz menção,
sem frJntespieio, e com as paginas numeradas de 291 a 326, afim de
serem annexaelas como continuação do qual'to volume das Obras ora-
tori~s, que foram ma:s tarde reimpress s com o titulo: .
- Gpl'as ol'atol'ia do P, I. frei Fl'aucisco de Monte AI verne, pre-
cedidas da biograplliâ e juizo critico do &1'. Antonio Feliciano de
52 FR

Castilho, e dedicauas a S. Ex. Rev.,na o Sr. BIspo do Porto. Porto


1867, io-8°'- E' exactamente uma e.lição 'igual a edição de .\853 coU:
o accrescimo de um 0PUf;CO lo, depois publicudo, isto é :
- Trabalhos oratorios e litterarios, colligidos por Camara Betben-
court (RaymulJdo). Rio de Janeiro, 1863 - E' nm volome de 90'
paginas, in-8°, com uma noticia do autor.
- Compendio de phi10soplda. J ia de Janeiro, ]859, 311 pags. !n-
8° - Este compendio fôra e clil,lo, quando o autor leccionava phi)o-
sophia. Monte Alvel'ne é o primeiro autor de quem se occupa o doutor
Sylvio Romel'O na sua Philosophia no Brazil..
- Disc~wso proferido no Asylo de Santa Leopoldina, Nitheroy, a
1 de fevereiro de 1~57 - Vem no Correio Mel'c(mtil deste anno, n. 35.

E;;rancisco Moreira SaIllpaio - Filho do doutor


Francisco Moreil'a Sampaio e dona Isabel Maria de Aranjo Sampaio
nasceu na cidade da Bahia a 9 de agosto de 1851. Doutor em medicina
pela faculdade do Rio de Janeil'o. af]ni serviu o cargo de oJficiãl da
bibliotheca nacional, doode passou para a secretaria do imperio, hoje
do interior, sendo actualmente L!ire~tor do asylo dos meninos desvali.-
dos. Tem-se dedicado com ger<11 applauso a littel'atura dramatica e é
um dQs mais notav~is comediographos do Brazil. Escreveu:
- Do a~eitamento natural, artificial e mixto em geral e parti-
cularmente do mercenario em relaÇ<'ío ás condições em que elIe se acha
no Rio de Janeiro; Do aborto criminoso; Do aborto provocado; Da
ictericia: these. Rio de Janeiro, 1873, io-4°.
- Minerva: pel'iodico scien ti fico, littera·ri e critico. Redactores:
A. Oliveira Fernandes'e F. Moreira SampaiQ. Rio de Jaoeiro, 1867-1868.
- Aurora Litteraria: periodico litterario. Rio de Janeiro, 1869-
E' escripto em collaboração com J. J. de Carvalho Fil~o.
- Entre o Cassino e a Phenix: comedia orig-inaJ em tres actos -
representada no theatro Cassino em 1876.
- Grogs e apoiados: scena comica - representada em 1876.
. - As desgraças de um Ambro::io : scena comica - idem.
- O j)lIartins no in{erno: peça em cinco actos (imitação) - repre-
sentada em 1877,
- O diabo e o sapateiro: comedia em um acto - iclem em 1880.
- O carnaval e,n 1882: a prollosito em um Dcto - idem em 1882. , ,
- Fagundes & Cio, c ,'respondentes ue MI'. Piperlio, d@ Paris, Mu-
lhare.s garantidas por atacado a a val'ajo : comodia em tres actos cpm
musica do maestro Chevalier - representada pela prim.eira vez em
1882 no theaÍl'o Recreio DramaLico.
FR 53

- Os botocudos .. comedia em tres actos - representada em 188,2.


- Rosa ela PU1"ê;;a .. patodÍlL da peçt de O. Veuillet Dallila - idem.
- O meu anjo Camillo . a propo. ito em um acto - idem .
...::O Napoleão das moças: opereta em um acto (imitação) - idem
em 1883.
- Peccados .velhos e penitencia nova: drama em cinco actos, de
Theobaldo Ciconi. Traducção do dr. Moreira Sampaio e Azeredo
Coutinho - repee ent,td,t pela primeira vez a 23 de novembro de 1882
depois nas seguintes noites, com geral applauso. Não me con ta que
fosse dado ao prélo algum dos trabalhos theatraes de que fiz
menção.
- O mandarim .. revista comica de 1883 em um prologo e tres
actos, divididos em onze qUfldros. Rio de Janeiro, 1884 - E' escripta
de collaboração com Arthur Azevedo a foi levada á scena no thea-
tI'O Principe Imperial a 9 de janeiro deste anno, apparecendo desde
sua primeira representação censuras e recriminações, não só por causa
ç1e certas phrases que podiam ser interpretadas como o/.fensivas á
moral, mas tambem por Cflusa de allu ões á ctl'acteres do Rio de Ja-
neiro; alguns dos quaes emm com a maior fidelhlttde exhibtdos. A1Qm
de muitos artigos aoonymos, a impren a do dia deu á. lume artigos
firmados pelos dous autores da peça, pelo autor do Michrocosmos do
Jornal do Commercio, 'pelo presidente do Conservatorio Dramatico,
pelo' em pre~ario do th~tro, etc. Depois de varias represen tações, foi
addicionado a este drama mais um acto, com o titulo «Julgamento da
imprensa l>.
- A. rosa murcha: comedia em um acto, representada pela pri-
meira vez no Re reio Dramatico em outubro de 1884.
- O pai de Marcial: drama em quatro acto, cle Alberto Delpit,
. traduzido do fraocez por Moreira Sampaio e Azeredo Coutinho - idem
a 16 de janeiro "de 1885.
- A Cocota: opereta em quatro actos e quatorze quadros, revista
em prosa e em verso dos acontecimentos do aono de 1884, -por Artbur
Azevedo e Moreil'a Sampaio,' musico. de divers.os autores, compilada
e instrumentada por C. qavalier - Foi levada à scena no tbeatro Santa
Anua muita.s vezes, eguidamente, de março de 1885 em deaníe.
- O bjlontra .. revi ta fluminense ao anno de 1885, em um pro-
100-0, tres' actos oe dezesete quadros, por Arthur Azevedo e Moreira
Samp·'io. Rio de Janeiro, 1886 - De ta revista ~ahiu uma 'parte no
Diario de Noticias. Lembr,l-me ter ahi vi to os quadros decimo e
decimo prirp.eiro (reproducção interdicta) no numero de 24 de fevereiro
de 1886, etc.
54 FR-

- O Cariocu: revista fluminense elo anno de 1886, em um prologo.


tres actos e dezesei' qna'lros e mu'ica el diversos autores, Rio de ~a­
neiro, 1887 - E' tIe collaboráção com o mesmo Artbnr Azeve-lo,
- Mercw-io : revista comico-phantastica de 1886, em um prologo,
t res actos e doze quacIl'os. Rio de Jaoe(l'o, lH87, 107 paga. in-8° -
Com o mesmo A. A7.evedo.
:- O Amol' molhado: opera comica em tras actos, de J. Prevel e A.
Liorat. Traducção li ne, etc. - Foi represeo tacIa. pela. primeira vez no
theatro Sant'Anoa a. II ele novembro ,de 1887.
- O homem: revista fluminense em pros1 e verso, em tres actos,
dez qU:1tlros, um monologo pl'eliminn.re divercias brilhantes a.potheosas.
Repre3entadt~ no theatro LucidcI'l em 31 ele dezembro tIe 1887 e muitas
veze.> tlepois. E' es;:ripta em colln.boração com o citado A. Azevedo.
- O diabo na tel'ra: opel'a comiCJ, phaot"stica, de gr<1ode espe-
ctacLllo, com um prologo, clou.> acl'Js e set·~ (['ladras, de Vico R'lcIi.
Traduzida, etc.-Representa·lfl. pela primeira vez no Recreio Drama-
tico a 5 de janeil'o de 1888.
- A elal!oa ele espaelas : operó' cO:1lÍca em tre.> actos rle li;. Lete1'l'ier
e Á. Vanloo, ac omm (lad\ á scel1a brazileim pelo doutor lVI. Sampaio,
com musica. do <1l', A. ~lilanez - RepI'e5entaellt 00 Sant' Anna em 1888.
- Dona Scba'tiana: revista do anno de 18,88, em tres acto.>, um
prologo e qnatorze quadroo. Rio de J<lneier, 1889, io-8° - Foi repre-
sentada no dito theatro em j' neil'O deste anno.
- A ol'thogl'uph:a : Sn.LYl'<~ comica em PI'OS:1 e verso, em um acto,
quatro qun.dros e apolheo~e, iruit \lh~ Lia h ,s[1allllol- Foi representu,ult
no Sltnt'Aooa em Eele;ubro de- 1889. A musica. é do maestro Chapi.
- Caeli;;: episojio naclonal, comico-lyrico-dl'anuTtico, em dous actos
e nove quadros, original (L X'lvior de BUl'gos. musica tIos maestros.
Chueca e Valverele, e t!'aducção, etc,- No ditu theatr~.
- Mimi Bilontra: vc1ulleville Tmducçfio livra - Foi repeesentado
muitas vezes seguidas e:n lS90 e aincló~ om 1891, seOlpra com
applau os,
- Amores de Psycluj: peça phantastica. em um p!'ologo, tres actos,
dezenove quadros e apotheose final, arranjada pelo dr. MoreÍl'a Sam-
paio, musica original do maestro brazileiJ'o Luiz de Olivel!'a (51 nu-
meras) - Foi represenLadlt pela primeira / vez no theatro Vprieclaues
a 6 de julho de 1891,
- De. elias nos PYl'in{Jos: viagem circular om cinco actos, doze
quadros o apotheo'e com mutações Li vista, etc. Musica elo Varney-
E' escl'ipta com Som'es de Souza Junior e foi representacla pela pri-
meir<t vez no Varieelad~s em fevereiro de 1892,
55

- Rapa:: de saias: vaudeville-opereta em quatro actos. Tradu-


cçãQ livre, etc. - Foi lev.\ do a scena pela primeira vez e muito repetido
no tlleltro Sant'Anna em dezembro de 1892.
- Abacaxi: reI ista fluminense original em tres actos e doze
quadros - Foi representada pela. primeil'a vez no theatrq A pollo lt 15
de agosto de 1893. O doutor Moreira Sampaio tem traduzido outros
dramas, comedias e operetas, alguns já rept'esentados, e tem publicado
em periodicos littet'arios alguns artigos sob o pseudonymo de .il1orsatl.

Francisco Moreira de Vasconcellos - Irmãc


cle Antonio Moreira de Vasconcellos cle quem já tiz menção, e nascido
no Rio de Janeiro, n.qui fez alguns estudos de humanidades e dedi-
cOIl-se ao theatro, tendo fcito parte de' a Igumas com panhias c1rama-
ticas. Cultiva tambem a poesia e escreveu:
- O inundado: poema dramatico, original portuguez, represen-
tado em presença tIe SS. AA. II. pelo distincto amador José Joaquim
Pereira no theatt'o S, Luiz, por occasião do espectaculo em beneficio das
victimas da inundação de Portugal e Campos. Rio de ~aneiro, 1877,
11 pags: ia-8°.
- O espectl'o elo rei, synthese politico-sociocratica: poema.
Maranhão, 1884,224 pags. in-8° - E' um volume de poesias de prppa-
ganua republicana" e o peimeiro de seus trabalhos com este peoposito.
E' pena que o autor, escl'evendo com tanto al'doe, mo trJ.ndo-se ini-
migo rancoroso de todos os principes e sobeeanos, nos quaes só vê
homens perversos, mãos, não corrija seus versos, como talvez fizesse
si escrevesse com a devida' calma,
- A' lu.. da r'ampa : versos. Rio de Janeiro (sem data).
- O tribtlnO do povo (ft'agmento). Rio tIe Janeiro (sem data).
- Escriptos ~phemeros. Rio de Janeiro, 1879,44 pags, in-8°, além
das do prefacio pelo dr. Cuilha Salles e de varias cartas.
- Um quad/'o de casados. Rio de Janeiro.
- Fui vel' a Mm'ia Angú. Rio de Janeiro.
Cousta-me 'llle til)l1a pam publical' outro volume de versos com o
titulo:
- Amores timidos - Não o vi porém impresso,

J:i""rancisco Muniz Barre-to - Filho do tenente-coronel


Luiz Antouio Muniz RLrreto da Silveira e dona Maria Francisca Pires
de Albuquerque Muniz, e p3.e do dontor Rozentlo Muniz Barreto,'de
quem occupar-me- hei opportunameute, nasceu na villa de Jaguaripe, da
provincia, hoje Estado da Bahia, a 10 de março de 1804 e falleceu na
56 FR

cn.pital da me ma província a 2 de junho de 1868. Preparado com os


neccss'1rios e tuilos de hnmanicla rles para ir a Coimbra matricular-se
no cur o de direito, ao declarar-se <t luct,t da independencia na Bâhia,
possuindo-se de en tbusiastico amor a patria, como muitos jovens con-
terraneos seus, as en tal. praçà de pI'imeiro cadete no exercito e fez
toda a campb.nba, servindo na arma de artilharia. Degois, jã. segundo
tenente, militou n província do Rio Grande do Sul, d'onde, regres-
saml0 á córte m 1829, pediu e obteve ua Llemissão do serviço militar,
sendo mais tarde nome~do primeiro escripturario da alfandega da
Bal1ia, em cujo lagar foi aposentado em 1862. Foi um dos maiores poetas
do Bl'llZil j como repentista não me consta que alguem o excedesse. Nas
reuniões, jant'lre~ e cÍl'culos familiares era eIle atropellado, pl'incipal-
mente pelas moças,- para improvisar. Uma feita, já cançado de recitar
improvisos, que davam-lhe as moças, em tregua, recebeu o mot~ :

Homens, menduys, pipocas


São cousinhas mui bal'atas,

dado por uma menina gaiata, e no mesmo instante viu-se livre desta e
de todas com fi seguinte glosa:

Moças o velhas corocas,


Contra os homens sempre unidas,
Confundem - por presumidas,
Homens, menduys, pipocas_
- E o que ão el1~s 1 Tabocas,
Taquarys as taes ingratas;
São formigas - carrapatas,
Mamõ s, bananas, marisco,
São cha ngós de S. Francisco,
São cou inhas mui bamtas.

Muniz Barreto não escrevia seus improvisos, e por isso não podem
ser elle devidamente apreciaaos. Nem os versos que compunha, elle
corri~da. Cavallf'iro da ordem (lo CI'uzeiro, condecorado com a me.
i1alha da gnerra da independencia, membro da sociedade dos veteranos
ela me ma independoncia o do conservatorio dramatico de sua pru-
vinci;), escreven innumeras poesia de que mencionarei:
- Ode ao fau ti simo regres o de SS. MM. II. á corte do Rio de
Janeiro etc. Rio de Janeiro, 1826, 8 pags. in-8° - Era o autor nessa
época seg-nudo. tenente do 7° corpo de artilharia.
- A' .'alllenta.vel morte do Sr. D. João VI, augusto '{Jae de Vossa
Mage'tade Imperial, elegia qU'3 a Vossa Magestade Imperial mui sub-
mi~samellte dedica, etc. Rio de Janeiro, 1826,.5 pags. in-8 0 •
FR 57

- Soneto o:ff~recido aos livres e honrados brazileiros no extase de


nossa gloria. Rio de Janeiro, lS31, 1 folha in-S o.
- Glassicos e rornanticos: exercicios poe-ticos. Bahia, lS1)4-1S55,
2 vo1s, 315 e 281 pags . .in-S. o- Conté..!,ll o 10 volmme: Natalicios j
Epita1amios j Escriptos em albul1s; Eleglacos, uma metamorphose, um
hymno a mulher, etc. O seguudo consta de poesias recentes, facetas,
satY1'icas, e um dithyrambo.
- Ao passa1nent~ de S. M. F. a Senhora D. Maria II, rainha de
Portugal: poesia offerecida aos poetas portuguezes. Bahia, 1B54, 11
pags. in-S o.
- A gratidtIo : poesia posta em musica com acompanhamento de
piano, por Caetano Denitica - Sahiu n'um album musical, que alguns
mestres de musica publicaram na Bahia.
- A' gloriosa memoria de S. M. 1. o Sr. D. Pedro I, fundador do
Imperio do Bl'azi1 : homenagem poetica - Vem. na obra 4: Discurso e
poesias recitadas no dia 24 de setembro de 1859 'por occasião dos
suffragios celebrados. etc. pela sociedade Vinte e quatro de Setembro,
Bahia, 1859 ».
- A' glodosa memoria do muito .alto e poderoso senhor D.
Pedro. I, archi-heróe da independencia do Brazil, etc. : homenagem
e
poetica - Vem na «Noticia historica ela sociedade Vinte quatro de
Setembro ». Bahia, 1860, paginas 33 a 39.
- Ao trigesimo quinto anniversario natalício do Sr. D. Pedro II :
canto recitado, etc., e o:fferecido ao mesmo senhor. Bahia, 1860.
- Poesia consagrada e offerecida aS. M. á Imperatriz, a senhora
D. Thereza ChI'istina, e recitadã no theat1'o de S. Jóão da Bahia, no
dia 14 de março, 3nnive1'sario do' nascimento da mesma augusta
senhora; seguiel~ da desaripllão do Te-Deul1~ e mais homenagens, etc.
Bahia, 1860, 18 pags. in-Bo.
- Poesias ~ecitadas por occasião da estada de Suas Magestades
Imperiaes na Bahia - Vem no lO volume das Memorias da viagem,
etc.,.por B. X. Pin'to de Souza. Rio de Janeiro, IS61, pags. 90, 125,
130, ISI, '191 e 200 e segs.
- Poesias improvisadas em casn. do consul portuguez, achando-se
presente a actriz Emilia das Neves - Vem no Diario do Rio de Janeiro
de 1e de fevereiro de lB63.
- O sentissim;o passamento do Turno e Ex. mo Sr. Visconde' dos Fiaes,
distineto veterano da independencia do Brazil, poesia recitada na
igreja da Misericorrlia, etch Bahia, 1B63, 12 pags. in-Bo.
.- A estatua e os mortos: poesia dedicada e ofl'erecida aos brazi-
. lei1'OS. Bahia, 1B62, 16 pags. in-Bo.
58 .PR

- O americano pirata: poesia dedicada e o.fferacida aS. M. I. o


Se:D. Pedro H- No «.Opusculo contendo a conespomlencia omcial e
as questõe jornalisticas; puoli adas a peoposito dil. tomada de Florida
pelo Wassuchet no aocoradou '0 da SJ.hia. Sabia, 1864 '1, de pags. 218 fC
224. Ha, além do que fica mencionaria, poesias pubt1cJ.das em peri dicos,
revistas e coUecções, 'Ou ineditas, que podeeiam enchee alguns volumes.
Entre as publicadas e tá :
- E' paio: (poesia humol'istica) - no « CanciQoeil'o alegre, de C.
Castello-Branco », pag". 443 e 444. Entre as inedltas, pela maior parte
impI'ovisadas, está o seguinte
- MadrigaZ - impeovisado ao ouvir uma senbom cantar:

Ouviu AU10~' cantaI' a meiga e bella,


Nar'clnda encantadora,
F: sua mãe pür eUa
Então trocara, si passiveI fôra.
Frenelico, gemendo,
\.ljava e arco e settas despedaça,
Aos seus as im diiendo :
- Onde lal voz, tal graça
Tem sobre os corações tanto poder
Destas armas inuteis não precisa
Amor para vencer,

No Rio de Janeiro, de 1829 a 1833, Muniz Barreto collabsrou ou fez


parte da redacção do Dia"io do Rio e tambem do Corl'eio das Gamaras.

Francisqo Mnniz Barreto de Aragão, 2° Barão


de Paraguas ti - Filbo de Salvador Muniz Baereto de Amgão, l° Ba-
rão de ParaguaSSl1 e da BaFOneZ'l. 'do mesmo titulo, nasceu na provincil\,
hoje Estado ua Ba.bia ; viajou por toda a Eueopa, apenas concluiu sua
oducação litteraeia, e tlepois estabeleceu residencia em Hambul'go, onde
ex.erce o cargo de consul geenl do BI'aill. g' moço fidalgo da extincta
~asa imperial, omcial dll. ordem da Rosa, cavaUeieo da ue Cbristo, e da
ordem grá-ducal badense do Leão udZacheingue, la clusse- e escreveu:
- Mal~uat do f,tbl'icante de assucar, o'tferecido aos proprietarios ele
engenhos e aos mestres de assucar da Blthia. Paris, 1853, 114 pags.
in-8°, com estampas. .
- Informações SOUl'e a po ição commercial dos productos do BI',a-
zil em Hambul'go - Vem no volume « InfOl'mações- sobre a posição
commercial do prodllctos do Brazil nas pl'aças estrangeiras. Rio de
Janeiro, 1875» pags. 35 a 54.
- Yavegação e-co,nmercio entee o Brazil e Hamburgo no anno de
1875·1876- as« Informações dos agentes diplomaticos e consulares do
PR 59

Imperio, publicadas em eX'ecução do decreto)1, 4258 de 30 de seteml)ro


o de 1868, tomo 4" 1875-1877, p'.gs, 43l ,. '156 - ComD estes dous
escriptos, cousta-me que existem outros do B'\rão de Paraguassú.

Francisco ~~t1.uiz Tavares - Fillle de João MUlliz


Tavares e dona Rita Soa.re3 de Mendouça, nasceu a 16 de feve-
reiro de 1793 na cidade do Reci fe, Pernambuco, e não a 27, como [LI·
guns pensam, sendo este, pOI'ém; o dia em que foi baptisado; falleceu a
23 de outubro ele 1876-, Peesbytero secular e cl.pellão do hospital do
Paraizo, qU:loclo rompeu a revolução do 1817, .foi um do.3 vultos mais
notaveis ddlla, pelo que foi preso. Achava-se na Cf~deiil na Bahia,
CJ\Janclo minoraram ~os rigores, com que eram trata.dos elle e seus
l.
companheiros e permittindo-se entracli. de livros na me ma cadeia, foi
esta, por illdic'1ção sua, tran formada n'uma e.specie' de atheneo, onde
os associ,tdo transmittiam UllS aos outros os co;}hecimentos de que dis-
punham, e oude até obras importantes se escreveram, como por exem-
plo "o Compendio de geogra,phia. de Basilio Quaresma TOI'l'eão e a
Gra.mmatica de frei J, C'WI:lC'., sendo MUlliz Taval'es professor de lo~
gica. Deputado as cortes portuguezas, propondo a creaçi'Lo ele uma uni-
versidade no Brazil, teve em respo. ta que algumas escolas· primarias
bastariam para o Bmv.il ; Jeputado á. constituinte brazileira, prop6z qUI:l
fossem mandados salJir do Imperio toclos os POlitugueze.s, suspeitos de
não adherirem á. in'lependellcia, projecto que foi combatido pelos pro-
prios liberaes e que muito influiu pl1.l'<1 a queda do ministel'io e dis-
solução do COllgl'eSSO, 1"01 ainda deputado Da legislatura. de 1845
à 1847, e desde 1826 a 1832 seCl'et')['io dt. legação em Roma e encar-
regado de nei;ocios durante o reinado de t['es papas. FalLceu doutor
cm theolog-h. pela ulJivel'sidade de Paris, mon enhol' hOllol'!\rio da,
ca,pella imperial, do conselho do ImperL\dor, dignilario da ordem do
Cruzeiro, cOl11memlador das ordens de Cllristo e da Rosa, socio fun-
dador e primeiro presiden te que teve o instituto archcologico pel'-
nambucano, sacio do in tituto l1istorico c gcograpbico brazileil'o, etc.
Escreveu:
- Theses para obter o gT<tO de doutor em theologia. Paris, 1825 -
Nunca pt'.ele ver este trab'all1o, que é escri pto em francez. .
- Histol'ia lIa revolução ele Pernambuco em 1.817. Recife, 1840,
429 pags. in-12 - Segunda edição, com introducção e not· s do doutor
M. L. Mac,harlo, Reçite, 1884, 286 pags. e mais 84 ela introducção,
in-8° - Neste. livro, escripto por quem dos factos relatados póde dizer
l)~l'S fui, são recommendados á exe .ração das idades, segundo se
exprime o .doutor Aprigio Guimarães, os algozes ela liberdade pel'~
60 :FR

nambucana e, o que é notavel, ninguem houve que contestasse um


facto, siiJ.uer. MUlliz Tavares foi um dos signatarios do
- P.wjecto de Oõnstituição para o imperio do Brazil - (Veja-se An- .
tonio Oarlos Ribeiro de Andrada. Machado).

Fr. Francisco da Natividade Carneiro da


Cunha - E' natural da capital da Bahin., monge penedictino,
professor no mosteiro da mesma capital, chronista de sua ordem,
prégador imperial, mestre jubilado e, por occasião da guerra contra o
Paraguay, o:ffereceu seus sel:viços ao governo imperial, acompanhou
como capellão o exercito em operações, pelo que. tem as honras de
capellão-major - e escreveu:
- Oraçeto gratulatoria ;que, por occasião do solemne Te-Deum em 25
de março de 1851, proferiu na igreja do Collegio de Jesus, cathedral,
etc. Bahia, 1851,24 pags. in-4°. . ..
'- OraÇao gratulatoria por occasião do solemne Te-Deum pela faustosa
visita de SS. MM. II. á industrial cidade de Valença, etc. Babia, Ul60,
28 pags. in-8°.
- Discurso funebre-historico-apologetico, considerando como sacer-
dote S. Ex. ola Rev. ma o.Sr. arcebispo da Bahia, D. Romualdo Antonio
de Seixas j proferido no palacio archiepiscopal na ses ão do Instituto
historico no dia 2 de abril tio corrente anno pelo sacio effectivo, etc.-
No livro« Discursos biographicos recitados na sessão magna de 2 de
abril de 1863 em commemoração do Ex. mo e Rev. mo Sr. D. Romualdo
Antonio de Seixas, eto. Bahia, 1863, de pags. 121 a 180.
...... Um militar e venerando brazileiro heroe - Vem no Brazil
Historico, 20. serie, tomo 30 , 1868, pags. 92, 109 e seguintes. Refere-Se
ao corenel Fernando Machado de Souza, morto na campanha. do
Paraguay, e fôra recitado no mosteiro de S. Bento do Rio de Janeiro,
depois da glissa por alma do dito coronel.

Francisco Nunes da Ounha - Nascido a 31 de julho


de 1827, falleceu depois de 1882 bacharel em mathematicas pela antiga
academia militar, major do corpo de estado-maior dll artilharia,
cava.lleiro da ordem da Rosa, da de Ohristo e da de S. Bento de Aviz,
condecorado $10m a medalha da campanha do Pari1guay e com a das
forças expeclicionarias de Matto Grosso que combateram em territorio
inimigo. Deixou ineditos :
- Descripçao da lagôa Mandioré. 1854 - Foi apre.entada. urna
cópia na exposição de geograp-hía sul-americana feita no Rio de Janeiro
em 188~. •
PR 61

Reconhecimento da saD~a denominada Rio-Branco, feito em


outubro <J.e 1855 - Esteve na mesma exposição.

Francisco Nunes Franklin - Natural de Pernambuco,


nasceu na cidade do Recife a 23 de julho de 1778, e falleceu em Lisboa
a 2 de dezembro de 1833. Estudou algumas aulas de humanidades n.a
cidade de seu nascimentu, onde assentou praça e serviu no exercito.
Seguindo para Lisboa, deixou a vida militar, e foi para Coimbra com
intenção de estudar medicina; mas, • tendo cursado algumas aulas de
philosophia e de mathematicas, deixou a universidade e voltou á
Lisboa, entrando para o Cunccionalismo publico com um empreg-o no
archi vo .!la torre do Tombo, No exercicio deste logar estudou paleo.
graphia com o professor João Pedro Ribeiro; foi nomeado depois, em
junho de 1821, chJ;onista da casa e estado de Bragança; mais tarde
official-maio~ do archivo nacional, e em 1833, guarda-mór interino do
archivo, exercendo este cal'go só tres mezes, por fallecer então. Era
socio da academia real das scieucias de Lisboa, e escreveu:
- Memoria para servir de indice dos Foraes das terras do reino e
. seus dominios, publicada por ordem da academia real das sciencias.
Lisboa, 1816, 261 pags. in-4" - Segunda edição correcta e augmentada,
idem, 1825.
- Memoria breve de D. Jorge da Costa, cardeal de Lisboa, vulgar-
mente o cardeal de Alp.edrinha, Lisboa - Depois de publicada em
avulso, sahiu nas Memorias da academia das sciencias. Serviu esta
obra para sua ,entrada na academia; e houve quem dissesse não ser
composição de sua peuna,
- Chronica do primeiro Duque de Bragança. - Esta obra, segundo
diz Iunocencio da SiL"--a, em seu Dicciouario, tomo 3°, foi ápresentada á
mesma academia, onde se conserva ma;lUscripta.
- Catalogo elos cbronistas de Portugal - Obra inedita, que este
autor assevera ter visto, e que pouco avança além do que escreveu o
monge cisterciense, e cbronista qe sua ordem Fr. Miguel de Figueiredo
em seu trabalho sobre o mesmo assumpto.

Francisco "Nunes de Souza - Nasceu na provincia, hoje


Estado de Santa Catharina, e falleci;,u em 1860. Parece-me que dedicoD-
se ao, magistel'io; ás sciencias pbysicas" bem que não fizesse' um curso
e~ular, sei que dedicou-se, pois escreveu:
- lIoções elementa?'es de geograpbia astronomica, physica e politica,
redigidas segundo um novo plano methodico, tbeorico e pratico, e
adaptadas para servir de compendio nas academias, lyceos, etc., como
62

para ministrar os rudimentos de geograpbia propriamente dita, sem


auxilio e dependencia de professor. Rio de Janeiro, 1845.
- Geographia historica, physica e politica do Hrazil- Nó Guana-
bara, tomo 3°, 1854 pags.65 a 72. Consta-me que ha ainda com o
titulo de «Breve resumo de geographia hi ·toricu, physica e politica do
Brazil» um trabalho escripto 'para ser presente ao instituto historico
em conclll'l'encia a um premio do dito instituto. Collaborou na Minel'va
Brasiliense, jornal de sciencias, lettras e artes nde publicou, sob o
titulo Astr'onomia :
- Det distancia <.las estl'ellas ii, terra - no tomo 2°, pags. 451 a 453,
e redigiu com outl'OS :
- O Bmzit IZlustrado : publicação littel'aria.. Rio de Janeiro, 1856,
in-fol, com estampas.

Francisco Oct.avi~no de Ahneida Rosa-


Filho de Oclaviano Mótrin. da. Ro'(1, e dona Joaun(1, de Almeida. Rosa.,
nasceu na cidade do Rio de J,\D iro (1, 26 de junho de 1825 e ahi falleceu
(1, 28 de maio de 1889, bachar I em direito pela faculdade de S. Paulo;
senadol' do Imperio ; do conselho do In"iperador; advogado nos auditorios
da. côrte; socio honorario do ln tituto polyteclmico brazileir~; membro
do Iustitu to (la ordem dos ad vogados brazlleil'o"s, U(1, Sociedade de
historia de Nova York e tIe ou tras assocÍ, ções li tterarias; diguitario da
ol'dem elo Cruzeiro e official d,. ordem ela. Ro·a. ExeJ'ceu depois de sua
fOl'matua varioa cargos, como o de ~ecretarlo do governo da provincia,
hoje Estado do Rio de Janeiro; membro do conselho director.da
instrucção publica; mem!>fo da commissão de eatati tica do Im-
perio; e paI' occnsião da guerra elo Paraguay foi como ministro ple-
nipotenciario e enviado oxtraordinario á' repu!>\' as Argentina e do
Urugllay, negocial' o tratado ela triplice alliança contr,. aquella re-
publica. Foi deputado na legislatura de 1853 a ] 56, em suustituição
elo conselheiro José Ildefonso tle Souza R;tmos, que havia sido então
escolhido seuador, e nas tres legislatur~s subs.equentes, antes de sua
elei~ão para o senado, em 1867, Poeta maviosissimo desde os tempos
de e tudauLe, tElm escripto e publicauo muitas producções suas e tam- .
bem traducções. Muitos anuoa depois de deixar a academia, em 1858,
existi;t ainda em ulTIó.,)al'ede da casa em que 1110ri1-va, uma poesia sua,
qqe começa: "
Oh ! si te amei! Toda minhit vid;.
Gastei em sonho:> que de ti fallava!")). ;
. Nas e trelias cio céo lia o teu nome,
Ouvia-te nas brisas que passavam.
PR 63

Ao jornalismo, pàrém, é que principalmente dedicou Sua bem apa-


rada penna. Começou redigindo:
- Gazeta Official do 1mB do do Brazil. Rio de Janeiro, 1846-1848,
5 vais. in-fol.- Sahiu o primeiro numer~ a 1 de setembro daquelle
alJlJo. Dahi passou o conselheiro Octavia,no a collaborar no JOI'nal do
Commel'cio, oude escreveu muitos a,rtigos sobre instrucção publica:
administra,çfio, etc" assim como a
- Semana: revista hebJomadal'ia - em que se occupava dos mais
importantes assumptos, .
---= Gazeta da Inst1'ucçcío P~,blica. Ni [heroy, 1851-185~, ill-4° - Em
1854 passou a redigir o COI'l'eio Mercantil, eutão orgão do partido libe-
ral, e folha que começara a sahir na c~rte com o'titulo de Mercal~til'
a 16 de setembl'o de 1844, l11udandú depois de titulo, d\'l idéas e de reda-
ctO! pril·cipalmente. Continuando a collaborar na imprensa politica,
publicou:
- Da ínstl'ttCçao publica lJO lmperio do J;3razil - Foi publicado no
Jornal do Commel'cio, 1851.
- Intelligencia do Acto arldiciolJal na parte relativa ás assembléas
provinciaes. Rio de Janeiro, 1857. 33 pags. in-4°.- E' um escripto em
desempelJhà de commissilo do g·overno,
tt
- As assembléas pI'ovinciaes 0\1 compilação alphabetica das leis, de-
cretos, avisos,ordens e consultas que se teem expedido acerca das attl'i-
buições e actos de taes corporações, seguida de um trabalho em ordem
alphabelica, feito por ordem do govel'no, Rio de Janeil'o, IS. :.- Este
li 1'1'0 teve s guoda edição, <wnotada por José Mrlrcellino Pereira de
Vasconcellos, [tio de JUlJeirO,1871.
- O tl'atado dlL triplice alliança : dtscurso do senador, etc" na sessão
ele 13 de julho de 1870. Rio de Janeiro, 1870,34 pa.gs. in-8°.
- Nepe a desencoalhal'.: (introducção ao volume Vilos icaríos do
dr. Rozênelo Muniz Barreto), .Rio de Jn.neiro, I R72.
- 111t·)"oducçcíO aos Estudos e commentados dn. roCorma eleitoral do
cOlJselheiro Tito Franco de Almeida - (Veja-se este autor e os dous
citados.) "
- Qúestüo 11'1,ilitar: discursos proferidos no Senado e na Camara
dos'Deputados petos Srs. Barão de Cotegip, Saraiva, F. Octaviano,
Atronso Celso e Silveira Mal'ti9s. ruo de Janeiro, 1887.
- T'('aducções e 1,oesias de F. Octaviano. publicadas pelo doutor
Amorim Carvalho. Riode JalJeiro, 1881,44 pags, in-8 o - Foi uma edi-
ção feita com o consentiml:l'nto do·antor, e apenas cincoenta exemplares
sé distribuiram. Não sei si a edição se limilou a e~se numero, ou si
a.lguma cir umstancia houve que determinasse a suppressão dena. Em
64 FR

revistas ou encorporadas a publicações extranhas é que ha muitas


proaucções suas, como:
- O ultimo canto de Child Harold. Traducção":'" Vem·no Cru:;eiro
doSul, periodico academico, . Paulo, 1848. E' uma traducção perfei-
tissima; parece ter-se á vista o original.
-:- O somno, de lOl"d Byron - E' outra traducção de original inglez,
precedida de uma carta, servindo de introducção ao volume de Tra-
ducções poeticas do doutor F. J. Pinheiro Guimarães, publicado em
1863. De lord Byron e de Shakspeare, de quem s'empre foi admirador,
sei que o conselheiro Octaviano fez' muitas traducções, que ficaram
ineditas.
- O pl"oscripto: poesia de Jean Carlos Gomes: traducção - Sahiu
na Gazeta da Tarcle de 21 de julho de 1881. •
- Imitação de Pal"ny. Elegia - Vem no Mosaico Poetico de Em rio
Adet e J. Norberto. Ahi acham-se Sonho e Ausencia, duas composições
o:fferecidas a seu amigo :r. Norberto de ~. S., e tambem do conselheiro
Octaviano; Adeus ávida: canção.
- Adeús a vida: canção. Ode ao Exm.o Sl'. Martim Francisco Ri-
beiro de Andrada - Estas duas composições originaes estão no Flori-
le,gio da inf~ncia, .de J. R. da F. J~rdão. .

Francisco Pacifico do A:rn.aral - Natural de Per-


nambuco e nascido em 1839, falleceu neste Estado pelo annp de 1890,
sendo chéfe de secção aposentado da secretariei. da assembléa provin-
cial. Dedicou-se ao estudo da historia patri~ e escreveu:
- Exoovaçôes: factos da historia de Pernambuco. PernaJllbuco,
1884, 447 pags. in-8° peq.- E' um livro de valor e justifica o titulo
que tem. Neste livro vem uma collecção, quasi toda até então inedita
de todas as poesias recitadas por occasião do anniversario natalício do
governador José Telles de Menezes.
- Almanak administrativo e mercantil para o anno de 1871. Per-
nambuco, 1871.

Francisco Parahybuna dos Reis - Filho de


Francisco ?arahybuna dos R.eis e dona Maria Clemen'tina Rodrigues,
nasceu em Portugal em 1813 e é brazileiro; por adoptar nossa
independencia. Assentando praça na armada como voluntario a 6 de
maio de 1831, foi promovido a segundo tenente em 1834, a primeiro
tenente em 1836 e reformado com o posto d~ capitão-tenente a 30 de
junho de 1860. Servia na comp:mhia 'de navegação e commercio da
provincia do Amazonas, quando foi reformado, continuando neste exer-
FR 65

cicio, desempen~ando depois na provincia do Para varias commissões.


Escreveu:
- Exploração e exame do rio Tocantins. Para, 1864, 24 pags.
in 4° - Este escripto vem annexo ao Relatorio da administração do
..Para pelo presidente dr. Couto de Magalhães, com frontespicio e nu-
meração especial.
- Ca1·ta hydrographica do rio Amazonas. 1859.- Foi desenhada
depois pelo engenheiro F. A. Pimenta Bueno, e, por ordem do miQis-
terio da marinha, lithographada em '865.

Francisco de Paula de Ahn.eida e Albuquer-


que - Filho de Manoel Caetano de AI.meida e Albuquerque e
dona !lnna Eufemia da 'l"onseca e neto materno de Antonio José Victo-
riano Borges da Fonseca, nasceu em Pernambuco no ultimo quartel do
secu]o XVIII e falJeceu a 7 de julho de 1867, bacharel em direito pela
universidade 'de Coimbra, senauor do Imperio, do conselho do lmpe-
raqor e commendador da ordem de Christo. Foi deputado a constituinte
brazileira e às quatro legislaturas seguintes e, escolhido s.enador pelo
governo ·da regencia em 1838, tomou assento a 3 de outubro do dito
anno. Já havia administrado sua provincia natal e, depois de sua
eleição' para o senado, foi nomea~o ministro da justiça do gabinete de
16 de abril de 1839, gabinete que deixou o poder a 1 de setembro deste
anno, cahindo aos choques de dous partidos adversos, entre os quaes
o conselheiro Almeida e Albuquerqüe parecia um corpo extranho,
porque não era partidario. Só queria, só pugnava pelo bem da ]5atria.
Escreveu:
- Manual do jury. Rio de Janeiro, 1833, in-So- E' dividido em
duas partes, contendo em sua primeira parte uma traducção abreviada
da importantissima obra de Richard Philipps «Poderes e obrigações do
jury, vertidos do origina.l em idioma fraIicez por Charles Comte }) ;
na segunda uma analyse expHcativa do codigo do processo criminal
brazileiro no que diz respeito ao jury do fóro commum.
- Breves refieroões retrospectivas, administrativas, politicas, moraes
e sociaes sobre o Imperio do Brazil e suas relações com as outras
nações. Paris, 1854, 155 pags. in-S. o
- Estudo sobre a instituição do credito predial em I.1'rança. Paris,
1853, in-So.
- Esboço histo1"ico-politico das principa.es divisões da Europa, ex-
trahido por F. P. A. sobre os .primeiros apontamentos de seu filho
Manoel Carneiro de Almeida e Albuquerque. Paris, 1854, 273 pags.
in-So.
.1
66 FI~

Francisco de Paula de Araujo e Ahneida-


Filho do padre Francisco de Paula de Araujo e Almeida, antes que
este seguisse o estado ecclesiastico, nasceu na cidade da Bahia a 2 de
agosto de 1799 e falleceu a I de março de. 1844, sendo cirurgião for-
mado pelo collegio medico-cirurgico desta cidade; bacharel em lettras
pela academia de P"ris; doutor em medicina pela academia de Bolonha,
para onde seguira por ser dissolvida a escola de Paris; lente de phy-
siologia e director da faculdade da Bahia. Oito dias depois de voltar
da Europa, onde manteve com o·celebre professor Thommazini intimas
relações de amizade que perduraram até sua morte - foi nomeado
lente substituto tlaquelle colleg-io, e depois lente cathedratico de ma-
teria medica e chimica pharmaceuticIJ" (londe passou para, a cadeira de
phy iologia. Serviu no hospital militai' como segundo medico desde
1826 a 1833; foi conselheiro da provincia, presidente do conselho de
salubridade publica e deputatlo pela, Bahia nas legislaturas de 1833 a
1837, sendo elle e seus col1egas Lle deputação, José Lino Coutinho e
José Avelino Barbosa, os autores da lei que creou as faculdades. me-
dicas do Brazil. Era tambem sacio da sociedade philomatica de chi-
mica da 13ahia, e da antiga academia imperial de medicina. Escreveu:
- Educação familiar, por miss Edgemonth; traduzida para o por-
tugnez da traducção franceza de Mme. S. ~elloc. Bahia, 18 ... -
Nunca vi este livro. O dr. Malaquias Alvares dos Santos (veja-se
este autor) na memoria que acerca do dr. Paula Araujo apresentou
á faculdade da Bahia e foi publicada no Atheneu, pags. 138 e 156,
ref0l'e-se a varias trabalhos ineditos.
- Sobl'e physiologia"-escriptos por este distincto professor. O Dr.
Paula, Araujo, sem seguir cegamente escola alguma, procurava apro-
fundar as mais. importantes questões, colhendo dos diversos autores
o que de mais positivo e razoavel encontrava, parecendo, comtudo,
que mais propendia para a doutrina c1e Richerand.

Francisco de Paula BaIltísta- FiUlO cio cirurgião


portuguez Antonio Baptista da Conceição e de clona Maria Theodora
ue Jesus Baptista, nasceu nn. cidade do Recife, em Pernambuco, a 4 de
fevereil'o de 1811 e falleceu a 25 de maio de 1881. Bacharel eín direito
pela faculdade de Olinda em 1833, eli'! abril cio anno seguinte recebeu
o grao d doutor e ne te nono, entranclo em concurso para um lagar
vago de lente substituto da mesma faculdade, foi para esse lagar no-
meado, passando pouco tempo de"poi~ a lente cathedratico da segunda
cadeira do quinto anno do curso. Foi depntado á assembléa provincial
em nove legislaturas desde sua creação, deputado á assembléa geral
FR 67

em duas legislaturas, de 1850 a 1856, e tanto em uma, como em outra


c,tmara, primou entre os primeiros oradores, já pela palavra eloquente
e fluida,já.-jJelo vigor da logica. Na sessão legislativa de 1850 tornou-
se notave} pelos esforços que fez pela nacionalisação do commercio a
retalho, que considerava um direito nDcional, e por esse motivo foi re-
.. cebido em sua passagem pela Bahia com as mnis expressivas demons-
trações de apreço. Falleceu no mesmo aóuo, em que, ja sem forças
para cõntinuar no magisterio da faculdaue, obtivera sua jubilação,
sendo do consélho do Imperador e official da ordem da Rosa. Escreveu:
- Compendio de theoria e pratica do processo civil para uso das
faculdades de direito do Imperio. Pernambuco, 1855, in-8° - Esta
obra, a primeira que no lmperio se publicou sobre a materia, foi
recebilla com applauso pela classe respectiva e teve tres edições até
1872, sendo a segunda no Rio de Janeiro em 1857 e a ultima, revista
e augmentada com o Compendio de hermeneutica juridica, em Per-
nambuco, 1872.
- C01l1pendio de hermeneutica juridica. Recire, 1860, in 8° - Na
imprens:t periodica redigiu: •
- A Estrella: Pernambuco, 1843 - Bem que politico, este periodico
era -muito doutrinador; sua missão era mostrar os perigos e os males
que resultam das luctas pessoaes em politica, e desenvolver a industria,
as artes e ou~ras fontes de progresso e de riqueza da provincia.
- A D/lião. Peroambllco, 1848 a 1855, in-fol. - Esta folha teve
outros redactores, como J. J. Ferrei ra, A. P. Maciel Monteiro, etc.
- O Constitucional Pernambucano. Pernnmbuco, 1863 a 1865, in foI.
- Nesta folha teve támbem outros compaúheiros de collabora.ção.

Francisco de Paula Barros -Natural.do Ceara,


falleceu no Rio de Ja.neiro a 23 de junho de 1891 uepois de alguns dias
dc dolorosos sofl'rimentos, consecutivos a um tiro de revolver, com.
que buscou elar fim a sua existencia em sna repartição, a secre-
I) taria de estado dos negocias da agricultura, onde exercia o cargo
de chefe de secçiLo e onde, parn. ésse siuistro fim, se apresentara nesse
dia antes ua hora do expediente. Iguora-se o motivo que levou-o a tão
lamentavel acto de loucura. Era um bom servidor do E tado, a,pplicado
às leUras, membro da. sociedade internacional União ibero-americana
de Madrid, etc. Escreveu:
- Poesias. I~ortaleza, 1868 (?) - Não alfirmo ser· este o verdadeiro
titulo do livro, porque nunca pude vel-o.
- O Capitão Hippolytp: scena dramatica, represen tada uo theatro
D. Pedro II pelo actor Amoêdo. Rio de Janeiro, 1877, 13 pags. in-4°,

"
68

- Oompendio elementar de physica, para uso das escolas primarias e


de todas as pessoas que desejam ter conhecimentos gemes desta util e
agradavel scieneia; illustrado de gravuras e escripto sem lilI1athe:na.-
ticas. Rio de Janeiro, 1881,100 pags.- Teve segu)1da edição no anno
seguinte, com 118 pags.; foi approvado pelo conselho director da in-
strucção publicada corte e mandado adoptar pelo ministerio do imperio
para leitura escolar. Depois sabiu á luz terceira edição com o titulo:
- Oompendio de physica, para leitura, destinado ás escolas primarias
e adoptado na côrte e provincias de Minas Geraes, S. Paulo, Piauhy e
Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, 1885, in-8°.

Francisco de Paula Bel fort: Duar-te - Filho do


desembargador Viriato Bandeira Duarte e natural do Estado do Ma~
ranhão, é formado em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade de
8. Paulo e advógado na capital de sua provincia, de que foi represen-
tante na legislatura do 1867 a 1869 e na de 1878 a 1881. Escreveu,
além de varias folhetins, em tempo de estudante, no Ensaio Paulistano,
sob o pseudonymo de Bellarte, e de outros trabalhos, tal vez, posterio-
res á sua formatura o seguinte:
- O romance de um moço rico: comedia-drama em-cinco actos e sete
quadros, por Luiz Bivn.r, Salvador d'l Mendonça e Belfort Duarte.
S. Paulo, 1860.
- Uma festa da indigeflcia. S. Paulo, 1864,. in-4°- E' um opusculo,
em que se commemora a fundação do instituto juridico.

Francisco de Paula Bicalho - Natural de Minas


Geraes e irmão de Bonorio Biealho, de quem se trata neste livr<fJ é ba·
charel em sciencias physicas e mathematicas e engenheiro civil pela
escola central, membro do instituto polytechnico brazileiro e tem sido
"encarregado de commissões importantes, como as de director da estrada
de ferro do Rio d'Ouro e director engenheiro das obras do novo abaste-
cimento d'agua á capital federal. Escreveu, além de outros trabalhos:
-Estudo sobre a lal'g"ura das estradas de ferro e a resistencia dos
trens. Rio de Janeiro, 1877, 128 pags. m-8°.
-Ob,'as complementares do .novo abastecimento d'agua ; comparação
entre o projecto de abastecimento de aguas supplémentares (aguas de
Iguas ú), organisado pelo dr. Francisco de Paula Bicalho, e o novo pro-
jecto de canalisação do rio S. Pedro. rio de Janeiro, 1884.

Francisco de Paula Brito - Filho do carpinteiro ...


Ant\':iles Duarte e de dona Maria Joaquilla da Conceição Brito, nasceu na

o
FR 69

cidade do Rio de Janeiro a 2 de dezembro de ·1809 e falleceu a 15 de


dezembro de 1861. Typographo de profissão, fuudou umaofilcina em
1831, onde procurou aperfeiçoar essa arte no Rio de Janeiro e o conse-
ú
guiu com a sua pratica, inexc~dive1 actividade e acurado estudo, ao
passo que, dotado de intelligencia, applicava-se á leitura de bons livros
sobre os diversos ramos <los conhecimentos humanos e redigia por sua
conta alguns pequenos escriptos. Essa applicação perseverante e o
trato continuo de homens illustrados que com suas maneiras delicadas
attrahia á uma loja de encadernação que baviaàfrente da typographia
no· largo do Rocio, boje praça. Tiradentes, concorreram para fazel-o
escriptor. Ir á noite palestrar na loja de Paula Brito era uma necessi-
dade para certos medicos, poetas e litteratos, e sua morte foi tão sentida.
que, além de varias escI'iptos publicados na impre a do dia por essa
occasião, appareceu um opusculo em 1862 com o titulo « Monumento á_
memoria de Francisco ele Paula Brito »contendo muitos artigos, quer em
prosa, quer em verso. Era sacio da sociedade litteraria brazileira, e es-
creveu;
- A mulher do Simplicio, ou a fluminense exaltada: periodico em
verso. Rio de Janeiro, 1832 a 1844, in-4"- E no mesmo estylo jaco-seria
do Simplicio, que começou a ser publicado em 1830. (Veja-se Antonio
José do Amaral, 1°.)
- A Marmóta da Côrte. Rio de Janeiro, 1849 a 1,861- E' um perio-
dica recreativo e satyrico. Prospero Rilieiro Diniz, de quem occupar-
me-hei, fundara um periodico igual na Bahia; vindo depois para o Rio
de Janeiro; associoq-se a Paula Brito, e fundou a Ma?·motl.l ela Cô?·te,
sendo este collaborador e editor até 1852. Retirando-se Diniz a 4 de
)llaio deste anno, em consequencia de desharmonias com seu sacio,
ficou Paula Brito unico redactor e proprietario da folha que, sabindo
a principio duas vezes por semana, passou a<publicar-se tres vezes e em
forma to maior, com figurinos de modas para senhoras, desenhos para
bordados, etc.; mas algum tempo depois cessou esse melhoramento, por
acarretar gl'ande de peza. Este periodico teve numeração seguida, sa-
hindo o primeiro l1umero a 7 de setembro de 1849 e o ultimo, n .1328, a
31 de de~embro de 1861. Alguem, portanto, publicou os ultimas nu-
meras.
_ Otfrenda aos brazileiros, pela feliz consolidação de sua inde-
pendencia no memoravel 7 de setembro de 1831. Rio de Janeiro, 10
pags. in-8°.
- Elegia á morte de Evaristo Xavier da Veiga. Rio de Janeiro,1837
-Vem na ~Collecção de diversas p ças relativas á morte do distincto
brazileiro Evaristo Ferreira da Veign. », publicada neste anno.
70 PR

- Ao dea-enove de outubro de 1854, dia de S. Pedro de Alcantara,


nome de S. M. o Sr. D. Pedro II, lmperadol' do Brazil. Dous sonetos
- publicados n'uma folha com tarjas, sendo parte dos exemplares com
lettras douradfls.
- Fabulas de Esôpo para uso da mocidade, arranjadas em quadri-
nllas. Rio de Janeiro, 1857, 375 pags. in-So- Contém 92 fabulas, sendo
as ultimas quinze em supplemento.
- M Oflumento ã. memoria do brigadeiro Miguel de Frias Va§coll-
ceIlos e de seu irmão Francisco de Paula Vasconcellos. Rio de Janeiro,
1859, 95 pags. in-8° - E' uma collecção de todos os escriptos publi-
cados por occasião da morte dos dous irmãos.
- Poesias de Francisco de Paula Brito. Rio de Janeiro, 1863, 212
pags. in-8° e mai~ 37 defrontespicio e biographia do nutor - E' uma pu-
blicação posthuma, com o retrato do autor, das poesias esparsas por
varios jornaes, feita pelo dr. M. Dua.l't8 Moreira de Azevedo, qQe as
precedeu do um elogio, jã. daria á 1uz no Con'eio Mercantil de 28 de fe-
vet'eiro e 3 de março do 1863, publicação que não atrange todas as
poesias de Paula Brito. Di v·ide-se o livro cm tre.; pn.ttes: Livrinllo das
moças; Poesias diversas j :\.nonymas. Este autor, segundo o mesmo
Moreira de Azevedo, escreveu ainda:
• - O triumpho dos indigenas: drama.
- O sorvéte: scena comica.
- O fidalgo fanfem'ao : scena comica.
-A Maxambomba: ~cena comicaj- e tambem e3creveu desse ge-
nero alguns elogios dramaticos, traduziu'a 19uns dt'amas, compoz livros
de sortes para as noites de Santo Antonio e S. João e diversas obri-
nhas que foram impressas. Com etreito, si Paula Brito foi quem es:-
creveu A mulher elo Simplicio, são de sua penna as duas obras seguintes
- N01"ma: tragedia Iyrica cm dous netos, de Felix Romani, posta
em musica pelo eximi~mae~tro Vic'3ute Bollini traduzida litteralmente
por -*, art'anjada. em q'ladt'inllfl,s rimadas, e ofl'erecida ao belIo sexo)
-pela. redactora da Mulher do Simplicio. lUa lle Janeiro, 1844, 16 pags.
in-4° de duas colümuas.
- Os PW'itanos: oper'l.lyrica. em tres actos, traduzida litt~ralmente
para fa.cilitar a comprehen ão do canto por "'**, arranjada em qua-
drinhas rimadas, e otrerecida ao bello sexo pela autora da Mulher do
Simplicio. Rio de Janeiro, 184;=),16 pags. in-4° de. duas columnas com
uma poesia no fim, otrerecida a dona Augusta CandianiFiglio - Final-
mente foi eUe o editor da:
- Bibliotheca das senhoras, meral e divertida. Riode Janeiro, 1859,
2 vaIs. de ISO e 92 paga. iD-8° - O 10 volume contém: Uma e~piação
FR 71

ou dedicação paternal; Duas mães para uma filha; As fatias do prin-


cipede Bredelin; Uma indiscrição; O tear da avó. O 2° contém: A filha
do collector ou a dedicação filia'! ; Uma amiga de collegio ;' As flores de
Cecilia.

Francisco de Paula CalD..argo - Natural de ltú,


Estado de S. Paulo, ahi falleceu no anno de 1849. Presbytero secular,
tornou-se notavel pela facilidacl.e com que improvisava poesias ti qualquer
mote e em qualquer 100'al', e por isso o appelliJavam de Rimad01'. 'StlUS
versos eram ele estylo corriqueiro, mas Ouido. Delle só conheço a
- Glo?:a (quatro deci~aS) ao motte: •

« O sincero acolhimento
Do fiel povo ituano
Qravado fica no peito
De seu grato soberano."

Este moUe foi-lho dado pelo Imperador na noite de 25 de marÇO


de 1846, querendo sua magestade ouvil' o Rimador, e acha-se de tudo o
autograpbo no archivo da intendencia de [tú. Na noticia da viagem
imperial de Há á Piracicaba, publicada n'O Pai. de 6 de novembro
de 1886 está essa gloza.

Francisco de Paula Candido-Nascido na antiga


provincia dd Minas Geraes a 2 de abril de 1805, falleceu em Pariz,a 5 de
abril de 1864, bacharel em sciencias e doutor em medicina pela facul-
dade cÍessa capital; professor jubilado (Ie physica da faculdade de medi-
cina do Rio de Janeiro j do conselho do Imperador, dom Pedro II ;
medico da imperial camara j presidente da junta central de hygiene
publica; membro titular da imperial academia, hoje academia nacional
• de medicina, e !Jonorario da academia das bellas arte ; socio dn academia
philomatica; commendador da ordem da Ro a e cavl1lleiro da deChri,to,
Na, faculLlade do Rio de "Janeiro, onde leccionou cerca de tl'inta annos,
exerceu tambem o cargo de vice-directol" e na C.lmara tempol'aria
represent~u sua provincia em quatro regislaturas: de 1838 a 1845 e de
1849 a 1856. Foi um grande espil'ito e um gl'ande coração, na phrase
do dr, T<3ixeÍL'a' de Mello - e escreveu:
- SUl' l'elect1'icite animale: tl1ese presentée et soutenue à la fa-
cuJté de medicine de Paris, le 31 aôut 1832, paul' obteni[' le grade de
uocteur en medecine:Paris, 1832, 88 pags. iu-fol,
- Algumas co"siderações sobre f\ atmospllera: these apl'esen-
tada e defendida, etc., para o concur o á caueil'a de physica medica,
FR

na academia medico-cirurgica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro,


1833, in-4° ..
- Discurso recitado em o dia 30 de junho, anniversario da instal-
lação da academia de medicina, em presença do augusto monarcha bra-
zileiro, o sr. dom Pedro II. Rio de Janeiro, 1837, 14 pags. in-4° - Acha-
se tambem na Revista Medica .Fhtminense, tomo 3°, ou tomo 60 da
collecção dos Annaes Brasilienses de M edici'la, pags. 132 a 160.
-:- Discurso recitado na sessão publica, etc: de 30 de junhó do cor-
rente anno (1838)-Ncl. dita revista, tomo 4°, pago 197 e segs.
- Memoria sobre elephantiase dos Gregos ou leontiasis, satyriasis,
vulgarmente chamada morphéa, lida na sessão da academia imperial
de medicina de 29 de agosto de 1841 - Na Revista Medica Brasileira,
tomo l°, ou Annaes Brasilienses, tomo 10°, pags. 501 a 512.
- Memoria sobre a penetração do ar nas arteriaS, apresentada ii.
academia de medicina em 1847 - Nos mesmos Annaes, tomo 14°,
pags. 269 e segs.
- Reflexõessobre febre intermittente - Nos ditos Annaes, tomo 13',
pags. 33 e 61 e segs.
- A pepsina e a digestão ou noticia da pepsina e sua acção no orga-
nismo. Rio de Janeiro, 1858, 21.pags. in-8°.
- Clamores da agricultura no Brazil e indicaçã~ dos meios facillimos
de levai-a rapidamente á prosperidade, deduzidos tanto da experiencia
especial no Brazil, como das receitas e admiraveis dflscobertas da éhi-
mica agricola. Rio de Janeiro, 1859, in-4°.
- Consells: 1°, contre la propagation de la tiàvre jaune; 2°,
paul' san traitemept a bord des navires. Rio de Janeiro,' 1853,
7 pags. in-4°.
- Exposição das medidas s!lnitarias, permanentes e occasionaes,
reclamadas pela. cidade do Rio de Janeiro, e reflexões ácerca da epi-
demia de febre.amareUa, para subir á presença de S. M. o Imperador .•
Rio de Janeiro, 1854,53 pags. in·fol. com varias documentos, mappas e
estampas.
- Conselhos ao povo sobre os praceitos hygienicos que dove guardar
no curso da epidemia de cholera-morbus e os meio$ de reJIlediar os
primeiros sofirimentos, pela commissão centràl de saude publica (Rio
de Janeiro, 1855), 12 pags. in-8° - Não tem folha de rosto e são
assignados pela commissão.
- Guia para o pov<{ se dirigir no tratamento curativo e preserva-
tivo do cholera-morbus; reclamada por muito.s senhores fazendeiros e
pessoas do iuterior que estão longe. dos recursos da côrte. Rio de
Janeiro, 1855, 16 pags. in-8°,
FR 73

- Relatorio acerca do cholera-morbus, precedido de considerações


sanitarias, relativas aos portos do Rio de Janeiro, para subir á augusta
presença de S. M I. Rio de Janeiro, 1855. 55 pags in-fol.. com varios
o o

documentos e map.pas - Ha ainda seus rp-latorios annuaes, como chefe


da repartição de hygiene, dos quaes apontarei:
- Succinta elllposiçtio do movimento sanitário da cidade do Rio de
Janeiro, durante o anuo findo de 15 de abril de 1851 a 15 de abril de 1852,
e em particular do movimento da febre amarella. Rio de Janeiro, 1852.
in-4°- Sahiu tambem no Guanabara, tomo 2°, pags. 77 a 93.
• - EIJJposiçtJo do estado sanitario da capital do Imperio, apresentada
ao ministerio elo imperio. Rio de Janeiro, 1853, 50 pags. in-4°- Vem
tambem no Relatorio do dito ministerio.
- Relatorio ácerca da salubridade publica, comprehendendo: l°, a
historitt succinta do cholera-morbus no Imperio, de 1855 a 1856; 2°, a
discussão das providencias sanitarias que convem adoptar. Para subir
á allgusta presença de S. M. o Imperador. Rio de Janeiro, 1856,85 pags.
in-fol. com varias taboas meteorologica .
- Retatorio das medidas hygienicas' reolamadas pela salúbridade
publica, etc. Rio de Jaueiro, 1859, 17 pags. in-fol.- lIa ainda outros
trabalhos iguaes e artigos publicados em periodicos de medicina.
Paula Candido finalmente, não sómente redigiu os Annaes Bra-
silienses de Medicina do anno de 1845a 1847, como tambem os seguintes:
0- Diario de Saude, ou ephemerides das sciencias medicas e naturaes
do Brazil. R.io de Janeiro, 1835 a 1836,432 pags. in-4° gr. - Foram
tambem desta redacção Francisco Chrispiniano Valdetaro e J Fran- o

cisco Sigaud.
- O B?'azil Itlustrado : publicação litteraria. Rio de Janeiro, 1855 a
1856, in-fol., com estampas - Teve tambem outros companheiros de
redacção.

Francisco de Paula Oavalcanti de A.lbu-


querque - Natural, si não me I3ngano, do Cf1il.rá e afilhado
do Visconde de Suassuna, de quem tomou o nome, era doutor em
medicina pela universidade de l"rança; serviu no corpo de saude do
exere;to, rdformando-se com o posto de tenente a 25 de setembro
de 1852, e ainda vivia em 1874 fóra do Imperio, pareoendo-me que
falleoeu por essa época.. Escreveu, além da sua these inaugural, um
trabalho sobre
- A Cholera-morbus. Fortaleza (?), 1862 - Residia então o autor
no Ceara, onde prestou serviços por occasião da epidemia de 1861.
limitada. ao norte do Brazíl.
74. . FR

Francisco de Paula Faj ardo - Filho de Francisco


de Paula Fajardo e natural do Rio de Ja,neiro, é doutor em medicina.
pela faculdade desta cidade e nella assistente de clinica propedeutica ;
fez parte da commissão mandada pelo governo á Berlim para estudar o
processo do doutor Koch para a cura da. tuberculose, e escreveu:
- Hypnotismo (dissertação, seguida de proposições sobre os
diversos. ramos do ensino medico) ; tl1ese apresentada, etc. Rio de Ja.,-
neiro, 18 8,353 pags. in-4°_ Divide-se em tres partes: I" parte: His-
toria (1400 a 1874). MagB6tismo Mesner e Breid. 2" parte: Actuali-
dade (1775 a 1888). Hypnotismo. ChG1.rcot e Bernheim. 3" parte: Applt-
cação (1882 tt 1888). Psycho-therapia. Escola de Nancy.
- Hypnotismo. Rio de Janeiro, 1889, 408 pags. in-4°- E' um tra-
balho de Colega, em que se dá noticia de tudo que ha escl'ipto ácerca do
hypnotismo e magnetismo.
- Constituiçao das perturbações oculares da hysteria pelo bypno-
tismo: memoria lida perante o segundo congresso brazileil'o de medicina
e cirurgia. Rio de Janeiro, 1890.
- Ensaios de bacteriologia e clínica. Rio de Janeiro, 1893 - E' uma
impressão de trabalhos já publicados, em sua. quasi totalida.de, em
revistas de me::licina..
- Manual do hypnotismo. Rio de Janeiro, 1893- Ainda não pude
ver este livro.
Consta-me que tem a dar a lume:
- Diagnostico e prognostico das molestins internas pelo exaTI)e
clínico, microscopico e bacteriologico junto ao doente.

Francisco de Paula Fernandes Rebello-


Nascido em Minas Geraes e bacl1arel em sciencias sociaes e juridicas
pela faculdade de S. Paulo, formado em 1867, seguiu a magistratura
e, sendo juiz de. direito, escreveu:
- Estudos hypothecarios, seguidos de todos os julgados relativos á
materia pelos.nossos tribunaes, dos acto:> do podel' legislativo e ex-
ecutivo, e das respectivas instrucções da directoria goercll do conten-
cioso. Rio de Janeiro; in-8°.

Francisco de Paula Ferreira de Rezende


Natural de Minas Geraes e formaria em dil'eito pela faculdade
de S. Paulo, falleceu na capital federa.l a .. de outubro de 1893,
sendo ministro do supremo tribunal de justiça.. Foi vice-governa-,
dor do Estado de seu nascimento e, tendo-se pronunciado republicano
desde a monarchia, collaborando no Leopoldinense, escreveu o
FR 75

- Projecto de cOl1stitttição par.1. o E'tado de Minas Geraes; ela-


borado por ordem do congresso do partido republicano, reunido em
Ouro Preto em 1886 - 1nedito·.
. - O B?'azil e o acaso ou um bosquêjo de nossa historia, quasi todo ex-
lrahido da Historia geral uo Brazil de Varnhagem. Rio de Janeiro, 1890.

Francisco de Paula Leal - Natur,ll do Rio de Ja-


neiro e nascido no seculo passado, ignoro a época de seu fallecimento.
Bacharel em mathematicas, fui militar e serviu de 1815 a 1817 no re-
gimento de dragões da provincia do Rio Grande do Sul, como elle
mesmo o declara, sendo sargento-móI'. Parece-me que neste mesmo
posto de major se reformara, sendo nomeado lente substituto de arti-
lharia da academia de marinha, aggregado ao batalhão de artilharia
naval, a 18 de maio de 1824, em cujo exercício Calleceu. Escreveu:
- Divertimen,tos militares, acompanhados de modelos, por etc. nos
annos de 1815 a 1817, quando era o autor sargento-mór de dragões da
provincia do Rio Grande do Sul, otl'erecidos ao respeitavel publico
para tambem com elles se divertir, si o quizer. Rio de Janeiro, 1837,
101 pags. in-8°•.
- Elementos de arithrnetica. Rio de Janeiro, 1837, in-8°.

Francisco de Paula Leite Oiticica - Filho do ç


doutor Manoel Rotlrigues Leite Oiticica, é natural da provincia, hoje
Estado das Alagõas, bacharel em direito pela faculdade do. Recife,
socio do instituto archeologico alagoano, e eleito deputado ao con-
gresso feaera.l, foi um elos que mais brilhante papel representaram
nesse congresso. Foi agora eleito senador por Alagõas. Escreveu,
além de outros trabalhos, de que por 01';1. não posso dar noticia:
- D. Clm'a Camat'ão: dr!J,ma historico em quatro actos - que foi
lido em sessão do citado instituto de 15 de junho de 1877.

Francisco de Paula LelDe - Filho de Joaquim Anto-


nio Leme, natural da provincia de S. Paulo, é hacharel em scienoias
sociaes e juridicas, formado em 1861. Escreveu:
- .Reflexões sobre.a vida hum'IDa. S. Paulo, 1861, io·8°.

Francisco de Paula Martins e Silva - Foi


amigo do distincto patriota Evaristo F. da Veiga, como se declara na
seguinte publicação de sua lavra:
- Suspiro saudoso sobre o sepulchro do finado egregio cidadão
Evaristo Ferreira da Veiga no anniversario de sua morte (12 de maio
76 FR

por s~u amigo F. P. Martins e Silvl:}' Rio de Janeiro, 1838, 8 pags.


in-4·- E' em verso. Na Minerva BraziZBira, tomo 2°, se acham
duas bellissimas poesias, tlrmadas por Francisco de Paula Martins e
Silva Filho, a segunda das quaes tem por titulo:
- Cantico lyrico ao grande por excellencia dia 4 de julho de 1841, se·
xa,çresimo-quinto anniversario da gloriosa independencia dos Estados
Unidos da America - de pags. 684 a 686, com varias annotacães.

Francisco de Paula Mascarenha§õl - Filho de


Francisco ele Paula Mascarenhas e professor da instrucção primaria. na
provincia, hoje Estado do Rio de Janeiro, inventou um systema de
ensino, isto é :
.:- AbBcBdario Mascarenhas ou methodo repentino de aprender a
ler,organisado e dedicado á infancia brazileira. Rio de Janeiro, 1881
'- E' dividido em tres partes: a primeira contém um quadro de 25 ele-o
senhos referentes' ás lettras do alphabeto; a segunda em dous 0pus-
culos contém 80 desenhos lithographados de auimaes e objectos domes:
ticos conheciclos, para o ensino da leitura, começando por monosylla-
bos i a terceira consta da repetição de vinte liçãe::; pl'aticas, contidas
nos fasciculos e, intercallados, pequenos al'tigos, como proverbias, con··
selbos, um romancete moral dividido em seis partes, tudo precedido da
imagem do Crucitloado.

Francisco de Paula Meirelles - Natural de Minas


Geraes, nasceu provavelmente antes de 1759 e falleceu bacharel em phi·
losophia pela universidade de Coimbra e, segundo me parece, presbytero
secular. Obtendo ser nomeado professor em philosophia na cidade de
Marianoa, dedicou-se ao magisterio. Uma destas oircumstanoias, porém,
que sobreveem á's vezes e sem se procurar, trazendo de ordinario abor-
recimento e desgosto, fez revelar-se em Paulo, Meirelles um esori-
ptOI" habi! e ao mesmo tempo cbistoso. Esta circumstancia, a que me
refiro, foi uma desharmollia com certo collega, professor de latim, com
o qual parece-me que andou ás cabeçadas, e finalmente delIs vingou-se
ridicularisando-o, com UlDa obra que eSCl'eveu e distribuiu em mq-
nuscripto, por diversas pessoas, até que d'lpois de algum tempo sahiu
impressa. A obra em questão é :
- Oração ~cademica, que no dia da abertura ele sua aula recitou •
na cidade à,e Marianna, na presença das principaes pessoas deUa, o M.
R. padre doutor pascual Bernardino de Mattos, lente de grammatica
latina. Coimbra, 1837, 24 pag/!o io-8°- Esta oração é escripta n'um
estylo ironicQ, com muito chiste e extraordinaria gI'fl.ça. O ::;ujeito que
FR :77

o, publicou em Coimbra, precede-a de um ofi'erecimento a José Est'evão


Coelho de Magalhães, ofilei.al da Torre e Espada, primeiro tenente de'
a,rtilharia, bacharel formado em leis, deputado ás côrtes, etc., em
testemunho de amizade. segunqa edição, Coimbra, 1865, 19 pags. in-4°.

Francisco de Paula Menezes - Filho de José An-


tunes de Menezes, nasceu na cidade de Nitheroy a 25 de llJgosto de
1811 e falleceu a 10 de setembro de 1857, doutor em medicina pela an-
o liga escola do Rio de Janeiro, profesEOr de rhetorica, memóro titular.
da imperial academia de medicina e da academia philomatica do Rio
de Janeiro, socio -do instituto historico e geographico brazileiro e ca-
valloeiro da ordem da Rosa. Destinado 1101' seu pae a carreira das bel-
ias-artes, fez o curso da academia respectiva, depois do <iual, mudando
de resolução, matriculou-se naquella escola. Ainda estudante serviu
em commissão do governo na vüla de Santo Antonio de Sá, por occa-
sião de uma epidemia de febres paludosas, e depois de formado se
o,presentou a dous concursos medicos para lente substituto e foi ll0-
meado lente de rhetorica do municipio da côrte em 1844~ e em 1848
iente da mesma cadeira no collegio de Pedro II, onde tambem
leccionou interinamente philosophia. Escreveu: v
- Proposições sobre a degeneração cancerosa em geral, ou osteo-
o sarcoma e suas di veL'sas fórmas: these apreseBtada a faculdade de me-
dicina, por occasião do concurso ao logar de substituto da secção cirur-
gica, etc. Rio de Janeiro, 1839, 23 pags. in-4° - Compõe-se de 160
proposições e foi seu competidor ~este concurso o doutor D0mingos
Marinho de Azevedo Americano, de quem ja fiz menção.
- Dos abcessos sub-peritoneaes da fossa illiaca: these apresentada á
faculdade de medicina do Rio de Janeiuo, por occasião do concurso ao
lagar de sjlbstituto da secção cirurgica, para ser 'sustentada perante
ella no dia 8 de agosto de 1840. Rio de JaneiL'o, 1840, in-4°.
- Discu?'So biogl'aphico necrologico, recitado na academia imperial
de medicina. Rio de Janeiro, 1841, in-4°.
- Discurso sobl'e a importancia da cirurgia' militar, recitado na
sessão publicà da •academia imperja.<l de medicina a 30 tle junho
de 1842. Rio fIe Janeiro, 1842, lG pags. in-4°.
- Necessidade da edificação de cemiterios - Na Re'Vista Medica
" Brazileira, tomo 2°, ou tomo II° dos.Annaes B-razilienses, pags. 7 e 210.
- Do eroame das causas e origem das enfermidades dos aprendizes
menores do arsenal de guerra desta côrte: relatorio da commissão
nomeada pela academia imperial de medicina, apresentado em 3 de
junho de 1841 - Nos Annaes, tomo 190, pags. 205 e tomo 20°, pags. 252
78 FR

e 267 - Assigna-o tambem o conselheiro ManoeI Feliciano Pereira de


Carvalho, etc.
~ Nova r7wtorica de J. Viet Leclerc, traduzida e accommoclada
para o ensino da mocidade brazileira e au torisada pelo' conselho di-
rector da instrucção publica. Rio de Janeiro, 1854, 202 pags. in-4°-
Segunda edição, J856.
~ Discurso recitado na augllsta presença de S. M. o Imperador, por
occasião da distribuição de premias e collação de. grao de bacharel em
lettras no imperial collegio de Pedro II no dia 15 de dez,embro do cor·
rente anno. Rio de Janeil'o, 1848, 19 pags. in-4°.
- Discurso recitado no· imperial collegio de Pedro H no dia 27 de
novembro de 1853. Rio de Janeiro, 1853, in-4°. •
- Elo,qio histOl'ico do conego Januario da Cunha Barbosa- Na Revista
Tl'i1nens~l do Instituto historico, tomo 50 da segunda serie ou tomo 11 0.
~ Memol'ia sobre o facto da ida de Diogo Alvares (Caramurli) á
França - Foi J iria em se3são de 22 de abril de 1847 e o:fferecida ao in-
stituto ennioncurrencia á um premio proposto.
- Ode á memoria do principe dom Atronso em 1847 - Acha-se no
livro «.Oblação do insti luto historico à memoria de seu presidente ho-
nora rio, o senhor d. Atronso », pags. 83 a 88, e na citada r8vista,
tomo I lo, pags. 79 a 84. Deixou trabalhos ineditos, como:
- Quadros de litteratura brazileira - Sei que é um trabalho impor- .
tante e o auto]" concluia a ultima parte quando fa,lleceu.
- Lucia de Miranda: trageclia em verso.
- A noite de S. Jo{T.o na roça: comedia - e mais um drama, cujo
titulo ignoro. O doutor Paula Menezes foi um dos redactores dos An-
naes Bl'azilienses de lI1.'ellicina e do Bl'azil Iilustrado, e redigiu:
- Revista B"azileira: jOrJ1M de litteratura, theatros e industria. Rio
de Janeiro, 1856, in-4° - E' publicação diversa da Revista BrçzUeira, re-
digida del857 a 1861 por Candido Baptista de Oliveira e de outra de igual
titulo, posteriormente publicada. Poucos numeros viram à luz; mas
seus escriptos são quasi que exclusivamente da penna de seu redactor.

Francisco de Pa'l1.1a Mon'teiro de Bar~'os­


Filho do doutor Eugenio Augusto de Miranda Monteiro de Barros e
de ãona Francisca de "Verna da Fonseca Monteiro de Barros, nasceu
na cidade do Rio de Janeiro a 12 de fevereiro de 1871 e é bacharel em
lettras pelo collegio ele Pedro II e em sciencias sociaes e juridicas pela
faculdade de S. Paulo. Escreveu:
- Vozes intimas: poesias. Rio de Janeiro, 1889; 82 pags. in-12° '7'"
COllheço o a.utor ; completava elle 18 annos quandQ deu à lume seu
FR 79
-
livro, e quem ler as quarenta e seis composições que encerra, conhecerá
que são versos de uma musa ainda infantil.
- Sobre o ttl?nulo do senauor Evu'risto Ferreira da Yeiga; poesia-
Acha-se no livro «A' memoria do senador Evaristo Ferreira. da Veiga~,
Ouro Preto, 1889, de pags. 154 a 156.

Francisco de Paula Neg-reiros ~ayão Lo-


bato, Visconde de Nitheroy - Filbo do senador João Evangelista de
Faria Lobato e de dona Maria Isabel M~nso Sayão, nasceu no Rio de
Janeiro a 25 ue maio de 1815 e falleceu a 14 de julho de 1884, Bacha,rel
em direito pela faculdade de direito de S. Paulo, começando o curso
em Olinua, éntrou para a classe da magistratura como juiz de fóra de
Nitheroye aposentou-se com as honras de desembargador, Foi deputado
e depois sen:tdor pelo Rio de Janeiro, ministro da justiça no gabinete
de 3 de março de 1861 e no de 7 de março de 1871, cabendo-lhe a
iniciativ~ ua lei da reforma judiciaria em vigor e grande parte na da
'emancipação do elementn servil. Era conselheiro de estado, grande
do lmperio e CUlllllh.Judau"r U" ordem de. Christo. Além de seus relatarias
e elos seus discursos, constantes dos aunaes do parlamento, acham-se
publicados alguns outros, como :
- Discurso proferido na camara dos deputados em -sessão de I de
julho de 1861. Rio de Janeiro, 1861, in-So - Era o autor ministro
da justiça,
- Discursos sobre a reform<;\, do estado servil - São tres: o primeiro
pI~oferido 'na camara dos deJwtados a 31 de maio de 1871 ; o segundo
e tel'ceiro no senado a 9 e 25 .de setembro, e vem na 'I. Discussão
da refOI'ma do eslado servil », parte 1~, pags. 44 a 56, e parte 2-,
pags. 344 a 361 e 486 a 494. Collaborou em varias folhas politicas e
redigiu;
- T?'es de Maio. Rio de Janeiro, 1858, in·fo1.- Sahiu o l° numero
a 4 de maio deste anno.

Fran.cisco de Paula Oliveira - Natural, segundo


me consta, ~o actual Estado de Minas Geraes e engenheiro em minas
pela escola de Ouro Preto, escrevou ;
- Ewplm'açüo das minas de Galena do ribeirão do Chumbo, affiMnte
do AlJaethé, e estudo da zona per~orrida de Ouro Preto até este lagar
. - Nos Anoaes da Escola de Ouro Preto, tomo l°. Rio de Janeiro, 1881,
pags. 35 a 94.
- Estudos siderm'gicos da provincia de Minas Geraes - Na mesma
revista, tomo 3°, Jlags. 133 a 194.
80 FR

. Francisco de Paula de Oliveira Abreu-


Nasceu na cidade ele Sorocaba, provincia de S. Paulo, onde, segundo
me consta, se dedicara ao commercio e escreveu :
- ExposiçãO seropedipa, ou breves considerações e apontam~ntos
sobre a cultura das amoreiras, criação do bicho da seda, sua fiação, etc.
Sorocaba, 1853, in-8°.

Francisco de Paula Pessoa - Filho do senador Fran-


cisco de Paula Pes:>oa e de dona Francisca Carolina Alves Pessoa, e na-
tural do Ceará, falleceu no Rio de Janeiro a 2 de agosto de 1879. Doutor
em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro e deputado por sua pro-
vincia na legislatura de 1878 a 1881, achava-se nesta cidarie quando re-
cebeu do Ceará um telegramma, dando-lJ1e sciencia da morte de seu pae
e elltão uma aft'ecção cardíaca in"Cipiente, de que soft'ria, se exacerbando
com a fatal noticia, deu-lhe tambem a morte em poucos dias. Escreveu:
- Tumores dos seios maxillares; Da asthma; Do infantv::idio llor
omissão; Blenorrhagia urethral: these apresentada e sustentada per-
ante a faculdade de medioina QO Rio de Janeiro em 18 de novembro de
1861. Rio de Janeiro, 1861, in-4 .
- A febl'e intermittente ao norte da provincia do Ceará. Fortaleza,
1874,54 pags. in.8°:
- Codigo criminal do Imperio do Brazil, applicado á medicina legal.
Rio de Jap.eiro, 1877, in-So.

Francisco de Paula Pinheiro - Natural de Minas


Geraes e pr9fessor publiCO em S. Joílo d'EI-Rei, escreveu:
-o orpMo; romance. Ouro Preto (1), 1883, in-8°.
- Lagrimas de Zulmira ou o escravo: romance. S. Joãó d'EI-Rei,
1889, 192 pags. in-8°.

Francisco de Paula Pires - Natural da cidad.e de


Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul, e nascido no anno de 1846, aUi
exerceu desde 1876 até 1892 o c'argo ae bibliothecal'io da) bibliotheca
publica, é socio do Gremio litterario e da sociedade Iris brazileiro.
l{~idiu muitos annos em Bagé, cidade do referido Estado, tornando a
Pelotas em 1872. Tem collaborado com trabalhos quer em prosa, quer
em verso, em folhas e revistas, como o Progresso Littemrio e fez
parte da redacção de outras, como
- T,'ibU11a Litteraria. Pelotas, 1882, in-fol. de 3 columnas.
- Radical: orgão republicano. Pelotas, 1890, in-fol. de 4 columnas
- Desta folha foi tambem um dos proprieta'rios.
FR 81

- O Rio Gmnde do Sul. Rio Grande, 1892 - Escreveu;


!-Quad?'os horripilantes: (llarmtivas) 1" parte: Amelia, 2" parte:
Adelina. Pelotas, 1883, 72 pags. in-8° - São quadros da escola natu-
ralista.
-Rimas. Pelotas, 1888, in-12°- Foi o colleccionador das
- Dispersas: poesias de F. Lobo da Costa e de outros poetas pelo.
tenses, colligidas e apreciadas por um amador. Pelotas, 1890, in-8°-
De suas poesias avulsas, citarei;
-A esperança; A caridade: sonetos - no opusculo « Charitas », pu-
blicação pl'omovida pelo Gremio litterario em beneficio do inditoso
poeta Lobo da Costa, reduzido a extrema miseria. Pelotas, 1887.

Francisco de Paula Ribeiro - Nasceu no Mara·


nhão, segundo posso calcular, entre os dous ultimas quarteis do seculo
18°, e Calleceu em maio de 1823. Em eUe major do exercito nesta época
e militar cumpridor das ordens superiores, o que cOllstitue uma virtude
nessa classe, viu-se forçado a entrar em combate contra a illdependen-
cia, por ordem que recebera do governo portuguez. Quando, porém,
tentava. retirar-se, foi feito prisioneiro por um fazendeiro de Pastos,
Bons, chamado José Dias de Mattos, e (apezar de se a.char ferido) acor- .
rentado com um sacerdote; foi com este submettido á máos tratos pelo
dito Di;ü; de Mattos, que afinal os mandou assassillar covardemente,
afim de apoderar-se de dezoito mil cruzados, que cOllstava po suirem
os dous infelizes. Foi um militar illustrado, e prestou ao Maranhão
muitos e importantes serviços, como, por exemplo, a fundação do arraial
do Principe ~egente em 1807, empreza que eifectuou sendo tenente do
regimento de linha, com cincoenta soldados do mesmo regimento, e por
ordem do governador d. Francisco de Mello Manoel da Camara. Es-
creveu:
- Memoriu sobre as nações gentias, que presentemente habitam o
continente do Maranhão; analyse tle a-lgumas tribus mais conbecidas;
procesdo de sual'l hostilidades sobre os habitalltes ; causas que lhes teem
difficultado a reducção e uuico methodo que seriamente poderá redu-
7.il·as. Escripta em 1819 - Foi publicada na Revista do Instituto
Hislorico, tom. 3°, pags. 184 a 197, 297 a 322 e 442 a 468.
- Descripção do territorio de Pastos Bons nos sertões do Maranhão;
propriedade de seus terrenos, suas producções, caracter de seus habi-
tantes colonos, e estado actual de seu estabelecimentos. Lisboa, 1819-
Foi pul,licada na me~ma revi~ta, tomo 12°, 1849, P Igs. 41 a 86, sendo o
manuscripto oíferecido ao instituto pelo conselheiro A. de Menezes
Vascoucellos de Drumond.
6
82 FR

- Roteiro da viagem que fez o capitão Francisco ue Paula Ribeiro às


fronteiras da capitania do Maranhão e da de Goyaz no anno de 1815-
Sahiu na mesma re"Vi'ta, tomo 10°, 1848, pags. 5 a 80 O imperador
possuia uma cópia desta obra, de 103 fIs. innumeradas in-4° gr.
- Viagem ao rio Toca,ntins em 1815 pelos sertões do Maranhão. Di-
visão de limites entre as capitania do Maeanhão e Goyaz em 1816 e seus
documentos. Ob 'ervações geraes relativas aos sertões d' s mesmas capita-
nias, propriedade de seu terrenos, descripção de seus rio::; e e tado de
seus habitante.s, indios e coll ,nos. 18I~- Inédita. Oorigin II, de 208 pâgs.,
pertence ao ln ·tituto historico. O dl'. C~zar .\1arquez faz menção desta
obra em seu Diccionario historico-geographi'lo do Maranhão, pago 115,
artigo Carolina - I-Ia algumas cartas e mappa:s deste autor, p.omo o
-l11.appa geogmphico da capitania do Maranhão, que póde servir de
memoria sobI'e a população, cultura e cousas mais notaveis da mesma
capitania. F. de Paula R.ilJeiro o desenhou e acabou de organisae em
1819, fevereiro, no Maeanhão. 01U,933xOUl ,573 - O archivo militar
possue uma cópia a aquarella de 1868.

Francisco de Paula Rodrig'ues - Natural da


cidade de S. Paulo, onde nasceu a 3 de julho ele 1840, é conego da Sé
da mesma cidade, lente de francez do CUl'SO anuexo à faculdade de
direito e doutor em tll"oIogia pela faculdade de R.oma. Com quinze
annos de idade, guiado pela piedade de seu coração pa,ra o estado eccle-
siastico, entrou para o seminario e foi logo chamado para reger a pri-
meira cadeira de latim, que leccionou aiuda depois de ter as ordens de
presbytero j foi apresentado conego da Sé em 1874, arcypreste em 1878
e, desde essa época, exerce o cargo de vigario geral da diocese. Em
Roma, oude o levara uma delicadi sima missão em 1877, recusou, se-
gundo consta, titulas honorificos. Sacerdote exemplar, orador eloquente
e um dos talentos mais robustos da actual geração paulista, por causa
de sua modestia excessiva nem um só de seus discursos oratorios tem
publicado j conserva-os ineditos em grande cópia, assim como, talvez,
trabalhos de outro genero. De suas producções só posso mencionar:
- Theses em theologia, sustentadas para obter o gráo de doutor -
Foram publicadas em Roma.
- O homem de Deus - No Almanak de S. Paulo, anno 2°, pags.
153 e segs. Entl'e as ineditas citarei:
- A transubstanciação da hostia: sermão prégado na cidade de
S. Paulo, na quar~sma de 1881 - Por mai de uma pessoa competente
tenho ouvido citar este sermão como um dos mais belIos primores da
eloquencia sagrada.
FR 83
\
Fr. Francisco de Paula de Santa Gertru-
des l':lagna - NatLlral da Bahia, nasceu entre os annos de 1770
e 1780, segundo calculo; fui religioso da ordem dos Benedictinos, onde
occupou varias cargos, como o de prégador geral, mestre de rhetorica
e de poetica, em sua congregação de Portugal; foi prégador da impe-
rial capella e afamado orador. Da Babia passou para o mosteiro do
Rio de Janeiro, onde falleceu alguns annos depJis da independencia,
segundo me consta. Escreveu diversos sermões de que só conheço
dous, e poe ias, a saber:
- Se~'mao em memoria do faustissimo dia em que sua alteza real
desembarcou nesta cidade da Bahia, recitado no antigo collegio dos
jesuitas, na festa que celebrou o Ulustre senado, a 23 de janeiro de
1815, e no dia da inauguração da pyramide erecta no passeio publico.
Rio de Janeiro, 1816, 18 pags. in-4°.
- O'l'açãO funebre, que nas exequias de sua magestade imperial, a
senhora D. Maria Leopoldina Josepha Carolina, archiduqueza d'Austria
e primeira imperatriz do Brazil, celebradas no mosteiro de S. Bento,
recitou, etc. Rio de Janeiro, 1825, 20 pags. in-4° - O imperador pos-
su~a o autographo desta oração.
- Encomio poetico ao illll trissimo e excellentissimo senhor D.Marcos
de Noronha, Conde dos Arcos, sendo eleito governador e capitão-ge-
neral da Babia, etc. Rio de JaneÍL'o, 1812, 20 pags. iu-4° - Vem repro-
duzido na collecção de poesias selectas do autor.
- Poema heroico sobre o amor, devido ao Ente Summo, contem-
plado como uno, em sua essencia, e como trino nas pessoas. Rio de
Ja,neiro, 1825,36 pags. in-4°.
- O grancle poder dos vates e o retrato de uma senhora: canto
poetico. Rio de Janeiro, 1825, 58 pags. in-8°- Sahiu apenas com' as ini-
ciaes do autor.
---' Collecçao de poesias selectas de FI'. Francisco de Paula de Santa
Gertrndes Magna, monge benedictino. Rio de Janeiro, 1825, 58 pags.
in-8°.
- Canto poelico aos ranstos anuas de S. M. L o Sr. D. Pedro
de Alcantara, imperador do Bl'azil. l{,io de Janeiro, 1827, 22 pagS.
in-4°.

Francisco de Paula e Silva Lins - Pae da poe-


tisa pernambucana dona Joanna. Tiburtina da Silva Lins, de quem bei
de tratar, nasceu em Pernambuco, no anno de 1822 e a.bi falleceu a 3
de abril de 1873. Era typographo, auministl'ador da typograpbia Uni-
versal, nesta província e a elle se deve a instituição do, sociedade
84 FR

typographica pernam1.Jucana, e do montepio popular pernambucano.


Escpeveu:
- Discurso recitado na sessão magna da· Sociedade Typographica
Pernambucana, em o segundo anniversario de sua installação (22 de
agosto de 1858). Recife, 1858, 16 pags. in-8°.

Francisco de Paula Soares - Natural da cidade do


Rio Grande do Sul, falleceu ha annos na ciuade de Porto Alegre.
Foi professor da instrucção primaria na ci lade de seu nascimento,
donde passou a exercer o profes"orado no lyceu de Porto Alegre,
e em mais de uma legislatura deputado á assembléa provincial. De
collaboração com seu amigo Freuerico Adão Carlos HoelI'er escreveu:
- Syllabario brazilr3iro para se aprender facilmente a ler, confeccio-
nado por Francisco de Paula Soares e Carlos Hoe./fer. Porta-Alegre,
1858, 30 pags. in-12°.
- Chrestomathia brazileira, adoptada pelo conselho da in~trucção
publica da provincia para uso das classes de leitura e analyse. Porto-
Alegre, 1859, 276 pags. in-8° - E' precedida de exercicios de periodos
breves e simples, maximas, proverbias, etc.
- Resumo de arithmetica. Porto-Alegre, 1860 - Estes compendias
tiveram outra edição posteriormente.

Francisco de Paula Toledo - Filho de outro de


igual nome, nascido no anno de 1836 na cidade de Taubaté, Estado de
S. Paulo, ahi falleceu a 9 de abril de 1890, bacharel em sciencias so-
ciaes e juridicas, formado pela faculdade do dito E~tado em 1858, e
sacio do In~tituto historico e geographico brazileiro. Apenas formado
foi nomeado promotor publico de Parahybuna e em 186.1. juiz muni-
cipal de Pindamonhangaba. Dapois disto exerceu a advocacia; desem-
penhou cargos de eleição popular, como os de deputado geral na decima
quarta legislatura, de deputado provincial e de presidente da camara
municipal, e escreveu :
-Historia do municipio de Taubaté, S. Paulo, 1877,50 pags. in-4°,
com um quadro da população de S. Francisco de Paula do mesmo mn-
nicipio.

Francisco de Paula Va!.'lconcelIos - Filho do


tenente-coronel Joaquim de FI'Í<tS Vas oncellos e irmão do brigadeiro
Manoel de Frias Vascoocellos, de Ijuem occupar-me-hei, nasceu na
cillade do Rio de Janeiro em 1787 e alli fi:l.Ueceu a 10 de julho de 1859,
sendo marechal reformado do exercito, do conselho do imperador,
FR 85

membro do conselho supremo militar desde 1847, servindo antes desde


1835, como vogal deste conselho; dignitario da ordem da R.osa, com-
mendador da de Aviz e official d,t do Cruzeiro. Assentou praça no l° re-
gimento de cavallal'ia em 1803 e em seus estudos tal applicação desen-
volveu que em 1806 foi nomeado tenente de artilharia e pl'Ofessor de
mathematica e de fortificações no reino de Angola, 'então unido a
Portugal. Em Ig16, já capitão, foi nomeado lente da escola militar do
Rio de Janeiro, de que foi mais tarde director. Escreveu :
- Sen)iço das peças de campanha, movimento dos armões e serviço
das peças de praças ou de costa, montadas em reparos a Onofre; orga-
nisado e escripto em virtude de ordem do ministerio da ggerra. Rio de
Janeiro, 18 ..• - Segunda edição, Rio de Janeil'o, 1858, 24 pags. in-8°.

Francisco de Paula Vieira de Azevedo-


Exercia em 1825 um lagar de official da intendencia da policia da côrte,
encarregado da escripturação da contabilid,tüe, receita e despeza do
thesoureiro e de, titulas para pagamentos; depois, passando para o
ministerio da guerra, foi contador da contpdol'ia, geral e por ultimo
otricial-maior da secr'etaria de estado. No segundo cargo escreveu:
- ExposiçciO dos trabalhos da contadoria geral da guerl'a desde I de
junbo de 1842 até 31 de março de 1843, acompanhada de observações
sobre a sua melhor fiscalísação. Rio de Janeiro, 1843, in-4o •

Francisco de Paulicéa Marques de Carva-


lho - Nascido em S, Paulo e estabelecendo-se em Santa Catharina,
ahi falleceu a 26 de novembro de 1891, major da guarda nacional,
approvado em mathematicas e geographia pela escola normal, versado
em línguas, que leccionou, principalmente na franceza, e estimado
poeta. Foi deputado provincial, cbefe de secção da directoria geral
de fazenda e membro do conselho dil'ector da instrucção publica.
Escreveu:
- ClIno pratico de pedagogia, ensinado aos aI umuos das eflcolas nor-
mnes primarias, aos aspil'antes ao magistel'io e aos professores em exer-
cicio pelo Sr. Daligault, director da escola normal de Alençon; tra-
duzido do francez. Santa Catharina, 1870, 279 pags. in-8°.
- Os jesuítas, por J. Collin de Plancy. Traducção. Desterro, 1866,
iu-12°.
- Paulicéa: poema. Santa Catbarina, 1860 m- E' otrerecido ao
conselheil'o J. F. Coelho e ao dr. M. do Nascimento da Fon eoa Costa.
- Saudação ao Illustrado instituto historico e geographico brazileiro
por Francisco Paulicéa - Ioedita, no Instituto.
86 PR

Francisco Pedro da Cunha - E' natural de Santa


Catharina, presbytero secular, vigario collado na igreja parochial de
S. José do mesmo Estndo, coneg'o honoral'io da capella imperial, cavu,]-
leiro da ordem de Christo, sacio correspondente da sociedade Auxilia-
dora ela industria nacional, e escreveu varias sermões, de que publicou:
- Oraçào em acção de graças pela feliz tel'minação da guerra do
Paraguay, recitada no solemne Te-Dewn, celebrado pela camara
municipal na igreja da V. O. 3" de S. Francisco, ua aug'usta presença
do serenissimo principe Con e d'Eu. Santa CathariucL, 1870, 35 pags.
in-8° - Termi.na o opusculo com uma relação dos officiaes catharinen-
ses mortos nessa campanha.

Francisco Peixo-to Duarte - Natural elo Estado de


Pernambuco, ahi faJleceu em ]888 com as honras da Sé de Olinda. Foi
religioso professo da ordem Benedictina e ahi recebeu as ordens sacl'l1s;
secularisando-se depois, parochiou u, f!'eguezia de N. S. da Piedade de
Anadia, donde passou para a de N. S. dos Prazeres, de Maceió, aml'as
do Estado ele Alagóas e bi:5pado de Olinda, e desta para a de Santa
Agueda do Pesqueiro, em Pernambuco. Escreveu:
- Discw'so pronunciado aos seus parochianos no dia 22 de janeiro
de 1865\ Recife, 1865, la pags. in-4° - Versa o disCLl1'sO sobre
aggressões e insultos do tyranno do Paraguay contl'l1 o imperio.
- Hom'u ao dogma da virgindade diL Mãe de Deus. Recife (~) - Só
tenho noticia deste escl'ipto por ter a noticia da otl:'erta de algum:
exemplares ao Instituto archeologico a,lagoano em 1874, em juuho.
O conego Duarte foi um dos redactores da
- Revista do Instituto archcologico e geogr' phico alagoano. Maceió,
1872, in-4° de 2 cols.- Eata revista sabiu em folhetos e até 1877 publi-
caram-se dez fOl'mando o lo tomo. O tomo 20 começou do n. 11 e até de-
zembro de 1883 havia apenas nove numeras. Foram tambem redactores
della no principio da publicação os bachareis Olympio Euzebio de Ano-
xellas GaIvão, José Angelo Marcio da Si! va, José A. de Magalhães Basto
e F, L Ribeiro de Menezes. Depois passou a revista a cargo do doutor
João Francisco Dias Cabral - Um de seus trabalhos publicados nessa
revista foi:
- Qllaes as causas de haver-se mallogrado arevo1ução de 6 de março de
1817na provincia de Pernambuco~ - No tomo lo, p:1gs. 119 e seguintes.

Francisco Peixoto de Lacerd~ -Werneck~ 1°~


Barão do Paty do Al:f'eres - Filho de Franci cu Peixoto
de Lacerda, nasceu em Vas ouras, Estado do Rio de Janeiro, a 5 de
PR 87

fevereiro de 1795, e falleceu em sua fazenda do Paty do Alferes a 22


de novembro de 1861. Em lS22, tendo feito os estudos de humanidades,
entrou para as antigas milicias no posto de tenente de cavallaria e,
instituida a guarda nacional, jã promovido a posto superior, passou a
servir na mesma guarda, onde ultimameote foi coronel commandante
superior rio município, e prestou ao Estado importantes serviços. Era
grande do imperio, fidal':l'o cavalleiro da casa. imperial, commen lador
da ordem ela Ro a, r.avalleiro da ele Chdsto, e eSCl'eveu :
- Memoria sob1'e a fundação e custeio de uma fazenda na pro-
vincia do Rio de Janeil'o, sua administl'ação e épocas em que se devem
fazer as plantações, suas colheitls, etc. Rio de Janeiro, 1847,40 pags.
in-4° - Ampliada consideravelmente, foi depois publicada com o
tutulo:
- Memoria sobre a fundação e custeio de uma fazenda na provincia
do Rio de J,meiro, pelo B:,wão do Paty do Alferes, e annotada por seu
filho, o doutor Luiz Peixoto de Lacerda Werneck, etc. Rio de Janeiro,
1863, 218 pags. in-So - E' publicação posthuma, e depois da, pagina
121, em que se finda a memoria, encerra: 1.° Manual do agricultor
brazileiro, pelo major Tauaay (Carlos Augusto), de quem ja
tratei - 2.° Memoria da plantaç.'io e cultllra do chã, sua preparação
até ficar em estado de entl'ar no commercio e observaçõe~, por
J. A. de F. R.-3.0 Memoria sobre a cochonilha no Braúl, por
Jo'àquim ,113 Amol'im Castro, extrahida das memol'Ías economicas ela
academia real das sciencias de Lisboa, tomo 2° - 4.° Memoria
sobre a cn'ltUl'a do anil, extrabida de varias autores, publicada antes
n'uma das folhas do imperio - 5.° Seda nos mattos do Brazil : noticias
por M. A. Ribeil'o de Castro e Manoel Pires da Silva Pontes - 6.° Do
algodão, do fumo, da batata ingleza e amendoim. Ha terceira edição,
feita no Rio ele Janeiro, 187S, 387 pags. iu-So.

Francisco Peixoto de Lacerda 'Werneck, 2°


- Filho do loutoi' Luiz Peixoto de Lacel'da "\Vel'Deck, tIe quem
occupar-me-hei, e neto do pl'ecedente, é natural do Rio de Janeiro,
bacharel em direito pela faculdade do Recife e sectario do positivismo.
Escreveu:
- O halendario positivista acompanhado da bibliotheca do prole-
tario no seculo XIX por AuO'usto Comte, com um appendice contendo
uma t:'arta. obre a mi são da mulher. Rio de Janeiro, 1884.
- Diocese de Olinda. O casamento mixto. Recife, 1885 - Ha em
perioelicos artigos de sua pennR, como:
- Canto matinal - n'A Provincia de S. Paulo, 1883.
88 FR

Francisco Pereira de Agu.iar - Filho de Domingos


Pereira de Aguiar e Castro e dona Maria Jacintha de Aguiar e
Castro, e pae de Joaquim Macedo de A~uial' e Pedro Macedo de
Aguiar, dos quaes occupar-me-hei mais tarde, nasceu na. Bahia
em 1821. E' doutor em mathematicas pela antiga academia militar e
assentando praça no exercito a II de ma.rço de 1841, serviu no corpo de
engenheiros, sendo pelo governo da Republica reformado com a gra-
duação de marechal de campo. Foi por muitos annos encarregado das
obras militares de sua provincia; é cavalleiro da ordem de S. Bento
de Aviz e da de Christo, e escreveu:
- Considerações geraes sobre o eITeito util das machinas; estabeleci-
mento das equações geraes, cJo seu movimento e de sua utilidade, con-
siderada particularmente em relação ao Brazil: dissertação sustentada
em presença de S. M. o Imperador e perante a faculdade da escola
militar do Rio de Janeiro em 28 de abril de 1849. Rio de Janeiro,
30 pags., 1849, in-4°.
- Memoria sobre a muralha que se vai construir na montanha do
Pilar (na Bahia), sob a casa do Sr. Justino Nunes de Sento Sé. Bahia,
1846 - O original se acha no archivo militar. Ha varias relatarias e
trabalhos officiaes de sua penna e tambem algumas plantas no mesmo
archivo, como:
- Projectos de melhoramento para a ladeira (la Conceição, de uma
praça e caes em frente da matriz do mesmo nome, etc. •

Francisco Pereira Du.t.ra - Filho de Francisco Pe-


reira Outra e natnral da Bahia, est1J.dou o primeiro anno de direito na
faculdade de Olind,t e depois, passando para a escola de marinha, fez
todo o curso, entrando para o serviço da armada, do qual desappareceu,
quando se achava em Matto Grosso, em 1859, ou 1860, vLto que é esse
o ultimo anno em que vem seu nome no almanak. Com praça de aspi-
rante a guarda-marinha em 1848, foi promovido a guarda-marinha em
1850, a segundo tenent.e em 1852 e primeiro tenente em 1856. Fez parte
da esquadra em operações no Rio da Prata de 1851 a 1852, pelo que
era. condecorado com a medalha respectiva. Era poeta, muito dado ao
estudo e in vestigações historicas, e seria com certeza um dos orna-
mentos da marinha brazileira, si não perecesse, como se suppõe, tão
cedo. Escreveu:
- Poesias. Rio de Janp.iro, 1852, 189 pags. in-8° - E' uma collecção
de 56 producções de m triflcação variada. Desta collecção foi reprorlu7.ido :
. - Ao voltar do Rio ela Prata em 1854: canUco - a Revista do Insti-
tuto, tomo 44°, parte 2a , pags. 327 a 329, artigo ~ A Bahia do Rio de
FR 89

Janeiro, sua historia e descripção de suas riquezas », por Fausto


Augusto de Souza.
- Investigações sobre a origem da raça tupi, sua lin O'uagem, tradições,
mythos e costumes-Vem no Jornal do Oommercio de 5 de dezembro
de 1854. O autor, tratando neste escripto ela etymologia de certos
vocabulos tupis, da noticia de outro esoripto seu, em que se acham
outras etymologias, isto é, o
- Relatorio de sua viagem pelo interior do Para - Inedito e prova-
velmente sepultado em algum aechivo de nossas secretarias, pois que el1e
diz: «Tive a estupidez de queimar o original, na boa f de que per-
mittissem publicar meus trabalhos ou ao menos me re tituissem o meu
manuscripto; mas, negando-se-me hoje tudo, vejo-me impo sibilitado
de contentar a curiosidade do leitor. »

Francisco Pereira Freire - Nasceu no Estado de


Pernambuco, segundo posso calcular, no primeiro decelluio do seculo
actual e foi um dos primeiros matriculados na academia de Olinda,
ond~ recebeu o grao de bacharel em 1833. Escreveu:
- Instituições de direito civil luzitano, tanto publico, como par-
ticular, por Pascoal Jo é de Mello Freire, traduzidas do latim. Li vro 20 •
Do direito elas pessoas. Pernambuco, 1834, in-4 o •
- Instituições de philosophia pratica ou principias de ethica universal
e especial, direito natural e politico para uso das escolas, por Eduardo
Job. Traducção. Pernambuco, J839, 161 pags. in-8°.

Francisco Pereira Passos - Bacharel em sciencias


physicas e mathematicas e engenheiro civil, desempenhou muitas com-
missões importantes do governo, sendo por muitos annos director da
actual estrada de ferro Central do Brazil ; esteve em Inglaterra com-
missionado pelo governo, e ultimamente tem estado na direcção de
varias emprezas de viação ferrea, como na estrada de Macahé a
Campos, na do Cosm13 Vel ho ao Corcovado e na companhia ferro-carril
de S. Christovão. E' sacio funda:dor do Instituto polytecllnico brazileiro ;
é da as ociação promotora da instrucção, etc. Escreveu:
- Abastecimento d'agua a cidade do Rio de Janeiro. Proposta de
J. B. Moore e outros. Rio de Janeiro, 1871, in-fol.
- Abastecimento d'agua à cidade 110 Rio de Janeiro (parecer apre-
sentado sobre as proposta). Rio de Janeiro, 1871, in-fol.
- Estrada de fe;-ro de uIaua. Prolongamento da raiz da Sena
a Petropolis: memoria descriptiva do projecto. Rio de Janeiro,
1874.
90 FR

- Relatorio da commissão de melhoramento da cidade do Rio de


Janeiro. lo e 2°. Rio de Janeiro, 1875 - 1876,56 e 40 pags. in-4° - São
tambem assignados por Jeronymo Rodrigues de Moraes Jardim e Mar-
cellino Ramos da Silva.
- Estrada de ferro D. Pedro II. Estação maritima da Gambôa.
Ceremonia do primeiro tiro de mina para perfuração dos tunneis do
ramal que tem de ligar a estação central no Campo a estação maritima
na Gambôa. Allocução do director da estrada. Descripção do projecto
da estação m· ritima. Rio de Janeiro, 1877, in-4°.
- Estrada de ferro D. Pedro 11. Processo de indemnisação para
desapropriação dos predios de Joaquim Fernandes de Oliveira Mendes.
Exposição e provas, etc. Rio de Janeiro, 1879, in-4°.
- As estradas de ferro do Brazil em 1879. la parte: Estradas de
ferro nas provincias do' Rio de J iJ neiro, Minas Geraes e S. Paulo. In-
formações colligidas, etc. Rio de Janeiro, 18S0.
- Algumas considerações sobre o prolongamento da estrada de
ferro do Parana. Rio de Janeiro, 1883, 19 pags. in-4°, precedidas de
um mappa.
- Caderneta do campo para uso dos engenheiros incumbidos de
trabalhos de estradas de ferro, contendo explicações sobre o modo
de reedificar e empregar os instrumentos, os melhores methados
de traçar curvas no terreno, o systema adoptado pela estrada de ferro
D. Pedro II para construir as plantas e perfis, e calcular os movi-
mentos de terras, etc. Rio de Janeiro - O dr. Passos tem va!:'ios
relatarias e o
- Projecto de melhoramento da cidade do Rio de Janeiro. PlaRta
geral. 1876 - Existe cópia a aquarella no archivo militar.

Francisco Pereira da Silva - Filho de Manuel Pe-


reira da Silva, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 28 de novembro de
1819 e ahi falleceu a I de maio de 1877. Bacharel em mathematica pela
antiga escola milititor, tendo feito o cur"o da aula de commercio e a.sen-
tando praça no exercito em 1841, foi na mesma data promovido a alferes
alumno e subiu successivamente até ao posto de major de engenheiros,
em que reformou-se a 19 de março de 1864. EI'a cavalleiro da ordem
de S. Bento de Aviz, serviu o cargo de director da fabrica de armas da
Conceição - e, além de varias relatarias neste cargo e no de director
das obras publicas do Estado da Parahyba, onde foi deputado provin-
cial, escreveu:
- Ensaios para a estatistica da provincia da Parahyba do Norte.
Parte Ia, Parahyba, 1850, 18 pags. in-4°.
FR 91

Francisco Pereira de Souza - Natural da ilha de


Itaparica, na Bahia, falleceu em 1877. Sendo presbytero secular e pro-
fessor publico da língua latina, abriu um collegio de educação e paro-
chiou a freguezia da Conceição da Praia em seu Estado. Depois,
vindo para o Rio de Janeiro, aqui fundou e dirigiu o collegio de Santo
Antonio; mas, ao cabo de alguns annos, tornando ii Bahia, e tabeleceu
outro para menores sómente. Foi um grande latinista e habilissimo
preceptol' da mocidade, mas s6 couheço de sua penna o seu
- Discurso recitado pelo directol' do collegio Santo Antonio no acto
das férias. Rio de Janeiro, 1862,7 pags. in-4°- e mais
- Estatutos do collegio de Santo Antonio. Rio de Janeiro, 1866, 16
pags. in-12°.

Francisco Phaélante da OaJD.ara Li:m.a -


Natural do Estado de Pernambuco e bacharel em sciencias sociaes
e juridicas pela faculdade do Recife, formado em 1885 e lente da
mesma faculdade, é deputado ao congresso federal e foi deputado á
assembléa provincial no regimen monarchico, cultiva as lettras ame-
nas desde o principio do curso academico, e escreveu;
- Tentamens : versos. Recife ...
- Electricos: versos. Recife, 1883.
- Verdades ao sol: versos. Recife ...
- Ligeiras noções sobre a lucta pela vida de Darwin; conferencia no
Club Littemrio Caruaruense. Recife, 1884.
- Homenagem a Victor Hugo: conferencia. Recife, 1885.
- O Commencladol" Macario : romance - Em 1885 estava prompto
a ser publicado; nunca o vi. Escreveu com seu collega Oliveira
Telles:
- O Microscopio. Recife ... - E com seu collega J. Isidoro
Martins Junior:
- Folha do Norte. Recife, 18<33 - Diz o meu amigo J. Domingues
Codeceil'a que é de Phaélante o opuscul0
- Males da actualidade: considerações por Felopemen. Pernam-
buco, 1864, 48 pags. in-8° - Como pólle, porém, ser assim si este
formou-se 21 annos depois de 1864 t

Francisco Pinheiro de Carvalho - E' agrimen-


sor e, exercendo o logar de conductor da Inspectoria geral do serviço
publico de illuminação a gaz, escreveu o seguinte opusculo :
- Estudo pratico sobre a industria do gaz. Rio de Janeiro, 1884,
in-8°- Começa o autor estudando o fabrico do gaz empregado na illu-
92 FR

minação e termina ensinando o consumidor quanto lhe é preciso para


economia, fiscalisação, etc.

Francisco Pinheiro Guim.arães - Filho do dr.


Francisco José Pinheiro Guimarães, ja mencionado neste Üvro, nasceu
a 24 de dezembro d 1832 na cidade do Rio de Janeiro e aqui falleceu a
5 de outubro de 1877. Doutor em medicina. pela faculdarie da mesma
cidade em 1854, foi nomeado substituto da sf\cção medica em 1859 e
lente catbedratico de phY3iologia em 1870. Primeiro cir1lrgião da
armada quando o Brazil receb u do despota do Paragu y declaração
de guerra, offereceu-se para fazer parte da briosa phahtnge dos defen-
sores da patria, não como medico, mas como official de fileira, com a
espada em punho, alistando-se como capitão n'um corpo de vaI untarias
e, promovido logo a tenente-coronel, marchou comm'lTIdan~o esse corpo
para a campanha, onde ninguem o excedeu em valor e bravura, nem
em disciplina e nos conhecimentos que constituem um militar instruido,
completo. Entrou em muitos e dos mais rennidos combates, que lhe
grangearam as honras d'3 coronel e depois as de brigadeiro do exer-
cito, assim como as condecorações de cavalleiro, official e dignitario da
ordem do Cruzeil'o ; de official, commendador e dignitario da ordem da
Rosa; a medalha commemorativa da rendição de Uruguayana, a do
exercito em operações com passador de ouro e a de merito e bravura.
A ex-provincia do Rio de Janeiro o elegeu seu representante na respe-
ctiva assembléa em varias legislaturas e o municipio neutro na decima
quinta legislatura. Morreu em cODsequencia de soífrimentos adquiri-
dos na campanha, onde foi mortalmente ferido no memoravel com-
bate de 24 de maio. Escreveu :
- Quaes os preceitos que devem presidir a relação das certidões,
attestados e consultas medico-Iegaes ~ Qual o valor destes actos
em justiça ~ Interpretação e analyse de nossa legislação a respeito;
Das operações empregadas na cura das aneurismas; Diagno tico diífe-
rencialou comparativo do typbo, febre typhoide e febre amarella. ;
Dos pauta.nos do Aterrado e sua influencia sobre a aude dos visinbos,
provada pela observação dos praticos : the e, etc..Rio de Janeiro, 1856,
in-40- E' sua tbese inaugural e só o ultimo ponto é desenvolvido
em dissertação.
- Algumas palavras sobre a epilepsia: these de concurso para
o lagar de oppositor da faculdade de medicina, e te. Rio de Janeiro, 1859,
98 pags. in-4°.
- Funcções do ligado: tl1ese de concurso a cadeira de physiologia.
Rio de Janeiro, 1871, 117 pags. in-4°,
PR 93

- Urinas leitosas: analyse das discussões da Academia imperial


de medicina - Na Ga~eta Medica do Rio de Janeiro, 1863, pags. 99,
123 e 139.
- A revolução oriental e a brochura do Sr. Arthur Varella : col-
lecção de carta dirigidas á redacção do Jornal do Commercio. Rio de
Janeiro, 1868, 166 pags. in-8°.
- Em.presa promotora da immigração: objecções propostas pela
redacção do Diario do Rio de Janeiro, e a resposta dos drs. Ignacio da
Cunha G·1.lvão e Pinheiro Guimarães. Rio de J,lneiro, 1872, in-8 0 •
- Historia de uma moça rica: drama em quatro actos, represen-
tado no theat1'o Gymnasio dramatico. Rio de Janeiro, 1861, 104 pags.
in-8°-;- E' precedido de uma carta,. servindo de prefacio, do dr. Hen-
rique Cezar Muzzio, que a respeito do mesmo drama publicara um
juizo critico em folhetim do Diario do Rio de Janeiro deste mesmo anno,
de 13 de outubro. E' um dl'ama que representa bem a escola realista.
Nelle se desenvolve a these da regeneração da mulher, transviada
pelo abuso prepotente de marido algoz e tornada á sociedade pelo
arrependimento.
- A punição: drama em nm prologo e tres actos, representado
pela primeira vez no Gymnasio dramatico a 7 de maio de 1864. Rio
de Janeiro, 1864, 178 pags. in-8° - Com o retrato do autor, musica e
frontispicio Jithographado.
- O commendador : romance publicado no Jornal do Comme1·cio.
Rio ele J'1.neiro, 1856.
- Mappa feito segundo informações dos passados e dos prisioneiros
(na campanha do Paraguay. 1869). 1869. 01ll,442XO m ,880 - Acha-se
no archivo militar e não pude vel-o. O dr. Pinheiro Guimarães, final-
mente, foi um dos redactores da
- Ga~eta Medica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1862 a 1864,
in-4° gr.- e escreveu sobre medicina alguns artigos em varias re-
vistas, e em folhas diarias sobre outl'OS assumptos, como ácerca dos
uniformes do exercito e a.cerca da guerra, do Paraguay no Correio Mer-
cantil em 1865.

Francisco Pint;o de Arauj o Oorrêa - Filho do


general Pedro Pinto de Araujo Corrêa e nascido na cidade do Rio de
Janeiro a 29 de ab'ril de 1851, é major do estado-maior de artilharia, de
que fez o curso pelo regulamento d l874, sendo promovido a alferes
alumno em 1876, a segundo tenellte em 1877, a primeil'o teneute em
1878, a capitão em 1880. Serviu desde a installação como instructor
gemI da escola de tiro de Campo Grande e tambem na commissão de
94

melhoramentos elo material ele guerra. Cultor ela poesia, suas proelu-
cções são saturadas de-tanta graça e espirita, que no seu genero o tornam
um dos mais notaveis poetas ela actual geração. São de sua penna :
- Ha?'pejos e variações: poesias. Rio ele Janeiro, 1876, 153 pags. -
Este livro e dividido em duas partes: A prlmeira, sob o titulo - Har-
pejas do coração, segundo diz o poeta_< é um coujuncto de suspiros e de
grimas, capazes de pôr a nado uma nau de linha: e o mesmo r-a-m
ram do costume, onde não lU\. nada de aproveitavel:). A segunda, que
tem por titulo - Variações de flauta, é onde o poeta está nos seus
elementos.
- Scenas da roça: poema de costumes nacionaes. Rio de Janeiro,
1879. 88 pags. - Segunda edição, Rio de Janeiro, 1883. E' um poema
jaco-seria, em que se descreve um casamento na roça e as scenas que o
acompanham. O autor conclue assim:

Leitor, si leste attento estes meus versos,


E' que és bom, condescendente e meu amigo,
Has de ir pagodear lá na fazendarj
Eu posso convidar-te, vais commigo.

- Scenas da cidade: poema de co!;:tumes nacionaes. Rio de Janeiro,


1882 - E' no mesmo estylo da precedente. Referindo-se ás frequen-
tadoras da rua do Ouvidor, diz elle :

E a par de rostos divinos


Quanta carêta horrorosa
Não passa pretenciosa
A mendigar um olhar.
Mas a culpa é ela policia,
Que estes abusos faculta,
Quem é feio e sahe á rua
Seja preso e pague a multa.

Francisco Portella - Nascido em Oeiras, no Piauhy, a


22 de julho de 1833 e doutor em medicina pela faculdade do Rio de
Janeiro, estabeleceu-se e clinicou muitos annos, na cidade de Campos, .
onde achou-se á frente de varias melhoramentos; foi presidente da
sociedade medico-pharmaceutica beneficente, foi fundador e tambem
presidente do instituto medico _ Desprotegido da fortuna, lnctou com
difficuldades para fazer o curso medico, já ensinando materias de
humanidades, já trabalhando como typographo j concluido esse curso e
casando-se, ainda luctou com desgo tos por ver sua esposa atl'ectada
de umatuberculose, circumstancialque levou-o a esta cidade, onde firmou
residencia. Por um equivoco muito desculpavel, innocencio da Silva
FR 95

confundiu es~e escriptor com Francisco Pires Machado Portella, tambem


doutor em medicina e natural de Pernambuco. Foi o primeiro gover-
nador do Estado do Rio de Janeiro, nomeado pelo marechal Deodoro, e
deposto depois da queda do mesmo marechal, sendo um dos accusados do
crime de conspimção e sedição a 10 de abril de 1892 e por isso preso na
fortaleza de S..João. E' cavalleiro da ordem da Rosa e escreveu:
- A contl"actilidade organica e a contractilidade de tecido, mani-
festadas no utel'o durante a gestação, serão uma e a mesma cousa ou
propriedades differentes? Quaes são os pr'eceitos que devem presidir a
redacç..'io dos relatarias e consultas medico-legaes? Qual é o valor re-
spectivo destes actos em justiça? Interpretaçã", e analyse de nossa legis-
lação a respeito; Natureza, sede e causas da bulha de folle, ouvida
durante a prenhez; Cholera-morbus, sua sede, natureza e tratamento.
Sera contagiosa? tllese apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1857, in-4°.
- Revista da Sociedade Physico-chimica. Redactor Francisco Por-
tella, etc. Rio de Janeiro, 1857, in-8° - Publicou-se em folhetos de 16
pags. e pouco tempo sustentou-se esta revista.
- O Monitor Campista. Campos - E' Ullla das folhas de maior du-
ração que temos tido; o primeiro numero, sahido em 1840, foi reim-
presso, e por muitos annos a redigiu o dr. PorteUa com Alvarenga
Pinto, occupando-se elle não só de questões politicas, sociaes e eco-
nomicas, lUas tambem de assumptos medicas. Dentre seus escriptos
ahi publicados citarei :
- Poetas campistas: la e 2& parte - DOS numeras 102, 103 e 136
de 1868 - Consta-me que escrevera um
- Compendio de philosophia - bem como alguns opusculos, de que
só conheço;
- Estatutos do Instituto medico de Campos. Campos, 1861,7 pags.
in-8° - Assigna-o como presidente do instituto com os dous secretarias.
Tem tambem escriptos em revistas, como:
- Contagio e infecção nas molestias - Nos Annaes Brasilienses de
Medicina, tomo 25°, 1859-1860, pags. 233 a 253.
- Da loucura em geral - Nos Archivos de Medicina, Cirurgia e
Pharmacia do Brazil, ns. 2, 3 o 4.

Francisco Praxedes de Andrade Per'tence-


Natural elo Rio de Janeiro, nasceu a 21 de julho de 1823 e falleceu a 3
de agosto de 1886, sendo doutor em medicina pela faculdade desta
cidatle, professor jubilado da cadeira de anatomia topographica da
mesma faculdade; professor honorario da secção de scieucias accessO-
rias da academia de bellas-artes; medico hODorario da imperial ca-
96 FR

mara; commendador da ordem de Christo e official da ordem da Rosa.


Graduado em medicina em 1845, foi il. Europa aperfeiçoar seus estudos,
e em sua volta apre entou- e á um lagar de lente substituto da secção
cirurgica em março de 1851, retirando-se do concurso por uma contra-
riedade que encontrou n'uma petição que dirigiu a congregação; mas
apresentou-se em novembro do mesmo anno á um concurso igual com
o dr. F. BonHacio de Abreu, que foi o candidato preferido na votação.
Em 1854, creando-se a cadeira de anatomia geral e pathologica, foi
para elIa nomeado pelo governo imperial, sendo dez annos depois
transferido para a outl'a, em que jubilou -se. Serviu muitos annos como
cirurgião do hospital da Misericordia ; foi ao Rio Grande do Sul, a con-
vite do Imperador, sem interesse algum pecuniario, assistir ao general
Osorio, depois Marquez do Serval, por occasião de ser este ferido de
uma bala na campanha do Paraguay, e em 1879 fez nova viagem á
Europa em busca de allivio a seus soffrimentos physicos. Escreveu:
- De gastro-l>ysterotomia dissertatio: thesis, q1lam apud flumi-
nensem medi~inre facultatem, die 1 decembris, anno 1845 pro doctoratu
consequendo tuebatur &. Fluminis Januarü, 1845, 18 pags. iu-4°.
- Das luroações da coroa, anatomicamente estudadas: these de con-
curso ao lagar de lente substituto da f:vlUldade de medicina do Rio de
Jan'.liro. Rio de J~neiro, 1852,50 pags. in-4°.
- Memoria historica dos acontecimentos da faculdade de medi-
cina do Rio de Janeiro durante o anno de 1859, apresentada &. Rio de
Janeiro, 1860, 22 pags. in-4°.
- Compendio de grammatica portugueza, accommodado ao uso das
escolas - E' escripto de collaboração com o padre Vergueit'o. Nunca o
vi, nem sei onde foi publicado. Me atIirmam que o dr. Pertence foi o
autor dos
-Apontamentos e commentarios sobre a escola de medicina contempo-
ranea do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1883, in·8°- Nesse livro,
que foi publicado sem o nome do autor, se analysa com espirita e
com severidade ás vezes, mas sem molestar, tudo que se refere á fa-
culdade desde os professores e os alumnos até o edificio em que eUa
funcciona. Ha ahi curiosidades da vida academica que tornam a lei-
tura aprazível. Não me inclino a acreditar que esse livro sahisse da
penna do distincto operador, porque me parece que nunca teria elle
receio de dizer claramente ou de subscrever o que porventura pen-
sasse a respeito de qualquer pessoa.

Francisco PrilUo de Souza Aguiar - Filho do


cirurgião-mór Antonio José de Souza Aguiar e nascido na cidade da
FR 97

Bahia pelo anno de 1818, falleceu na ciuade do Rio de Janeil'o em


1868, tenente-coronel do-corpo de engenheiro com o curso completo da
antiga escola militar pelos estamtos de 1839; lente cuthedratico da
mesma escola, depois escola cen traI; membro da commissão de melho-
ramentos do material do exercito. Com praça em 1836, foi promovido
a segundo tenente em 1839, e foi à EuroI,.a duas vezes: primeiro a
expensas da pro vincia de seu na~cimento, aDm de aperfeiçoar-se em
alguns ramos d,} engenharia civil; depois em commi são do minis-
teria da guerra, para acquisição de armamento para o exercito, corn-
missão que desempenhou renunciando em favor do Estado as porcen-
tagens, a que tinha direito. Presidiu a provincia do Maranhão de 1861 a
1862 e dirigiu o laboratorio pyrotechsico do Campinho. Escreveu;
- Instntcção e progl'amma para a construcção de casas de detenção
e justiça (maisons d'arret et de justice), mandados publicar pelo minis-
teria do interior em França. Traduzidos, etc. Bahia, 1847, in-fol.
- Casa cent1'al de detenção; memoria do engenheiro André Prze-
wodosh-i, traduzida, etc. Bahia, 184"-Não pude ver este escripLo, assim
como o original, de cujo autor já tiz menção.
- Systema penitenciario: relataria, EtC. Bahia, 1847, in-4°- Veja- e
Eduardo Ferreira França.
- Descripção tio mecani mo das clavinas de Spencer e do modo de
empreo-al-as. Rio de Janeiro, 1867.
- Viagens: carta escripta de Pariz ao Dr. Emilio Joaquim da Silva
Maia.-Foi publicada na. MinenJa Brasiliense, jornal de sciencias, let-
tras e artes, tomo lo, pags. 228 a 233, dando noticia de varias pontos
de Europa e ele assumptos scientillcos.
- Biographia de brazileil'os illustres pelas armas, lettras e virtu-
des: João Baptista Vieira Godinho, Francisco Agostinho Gomez - No
dito jornal, tomo 20 , pags. 417, a 420.

Francisco Quirino dos Santos - Filho do major


Joaquim Quirino dos Santos e de dona Maria Francisca de Paula Santos,
nasceu em Campinas, Estado de S. Paulo, a 14 de julho de 1841 e na
capital des e E tado falleceu a 6 de maio de 1886,' bacharel em direito,
deputado á assembléa provincial, membro correspondente da sociedade
de geograpllia de Lisboa, e sacio de quasi todas as assC?ciações de
S. Paulo. No lagar de seu nascimento exerceu empre a advocacia, de
que ó por pouco tempo afastou-se por ter sido nomeado em 1865 pro-
motor da comarca tle Santos e ser logo desse cargo demittido pelo pre-
sidente J. Tavares Bastos. o exercicio de ua profissão, que considerava
um sacerdocio com deveres irrecusaveis, nomeado ea;-officio, de mo-
7
98 FR

mento, fez notave1 defesa de um individuo que era accusado como


autor de uma insurreição de consequencias gravis imas para o rico e
florescente municipio de Campinas, e que, por isso, não tinha achado
quem se encarregasse de sua causa, sendo, entretanto, absolvido.
CoUaborou em periodicos academicos da época, e escreveu:
- Ajtldia : drama. S. Paulo, 1863.
- Estl'ellas errantes. . Paulo, 1863 - E' um livro de poesias, todas
de igual suavidade e belleza. Além elos encomios que teve esta publi-
cação em folhas do imperio, como o Diario do Rio de Janeiro e o COrl"eio
Mercantil em artigos escriptos por Luiz Guimarães Junior e João Carlos
de Souza Ferreira, e no livro Annos Academicos de J. J. Peçanha
Povoas, teve tambem applausos em Portugal num artigo do distincto
litterato Pinheiro Chagas, publicado no Al"chiuo Pitt01'esco, e em outro
da redacção do Coimbrense, jornal de Coimbra. O autor promettera dar
depois á lume segundo volume ele suas poesias; deu, porém, das
« Estrellas errantes» uma nova edição augmentada, Campinas, 1876,
242 pag's. in-8°. Deixou ine3ito um poema e promptos para entrar no
prelo duus volumes em prosa, constando de contos, baUadas, esbocêtos,
biographias, descripções, etc., quasi tudo já publicado pela imprensa
periodica. São desta collecção :
- A Virgem Guaraciaba (apreciação critico-litteraria do romance
deste titulo, de M. Pinheiro Chagas) - Do Correio Paulistano em que
foi publicada, se acha transcripta no Dial"io do Rio de Janeil'o, ns. 55,
60 e 61, de 4, 10 e 12 de mal'ço de 1867, e no Commercio do Perto.
- Campinas: noticia historica. A matriz nova - No periodico
A Luz, voI. 1°,1872, pags. 98, 125, 142, 165, 227, '235 e 270.
- A Nova Louzã: romance - No almanak de S. Paulo para 1880,
pags. 142 a 157. Redigiu em sua vida academica :
- O Lyrio. S. Paulo, 1860 - E' um periodico de lettras, escripto
com Francisco Rangel Pestana e Barros Junior.
- A Ra:rão. S. Paulo, 1862 - E' um periodico igual. Redigiu
depois:
- Correio Patllistano. S. Paulo, in-fol. - Esta folha começou em
1854, e para sua redacção entrou Quirino uos Santos em 1864, sendo
della propeietario e gerente Joaquim Roberto de Azevedo Marques,
'depois seu sogro; mas no anno seguinte (em 1865) deixou-a por ter de
assumir a promotoria publica de Santos.
- Ga;;;eta de Campinas. Campinas, 1869 a 1879, in-folio - Desta
faUja foi elle fundador, proprietario e redactor até este anno, conti-
nuando, porém, sob a redacção e propriedade .de outro (vide Carlos
Ferreira).
FR 99

Francisco Rangel Pestana - Filho de João Jacio-


tho Pestana e de dooa Luiza Rangel Pestana, na ceu em Iguassti,
provincia e hoje Estado do Rio de Janeiro, a 26 de novembro de 1839,
Formado em direito pela faculdade de S. Paulo em 1863, applicou- 'e
com particularidade ao estudo de direito pnblico; foi um do.> fundadore'
da sociedade philomatica do Rio de Janeiro, e tem-se dedicado ao
jornalismo desde sua vida academica n.té o presente. Sua saude, que
sempre fôra debil, só podendo elle, por essa razão, encetar o curso de
direito aos 20 annos de idade - com as luctas da politica abalou-se por
fórma tal que foi obrigado a procurar o clima de S, Paulo, onde
exerceu a advocacia, fundou com outros a Escoln. do Povo, com o fim de
instruir o povo e pugnar p la educação supel'ior da mulher em confe-
rencias publicas; leccionou rhetorica e a lingua nacional no colleg-io
americano Internacional, e depois fundou nm collegio modelo, qnanto
ao professorado, á direcção moral e intellectual e a outras condiçõe
essenciaes ao ensino, o qual não pôde, infelizmente, sustentar-se. Foi
deputado a assembléa da anti"'o. provincia e senador ao cong-l'esso fe-
deraI, onde fez parte da commissão que elaborou o projecto de consti-
tuição, Collaborou paL'a o jornal A Republica de 1870 a 1872 e redigil1:
- O Lyrio. S. Paulo, 1860 -com F. Ql1irino dos Santo' e Barros
Junior.
- O Tymbim: jornal politico, litterario e noticioso, redigido POl'
alguns academicos. S. Paulo, 1860-1861, in-fol.- Foram seus compa..
nheiL'os José Luiz Monteiro de Souza, Henrique Limpo cl'l Abl'eu e
Cesario Alvim.
- O Futu~'o : jornal politico e litterario. S. Paulo, i.862, in-fol.-
Foram '~eus companbeiros o mesmo Cesado Alvim, T. attoni e outros.
Só sahiram 20 numeras.
- A Epocha. S, Paulo, 1863, in-fol.-Teve tambem outros compa-
nheiros nesta publicação, que foi a unica de idéas liberaes que pugnon
pela eleição liberal em 1863,
- Dia1':O O(ficial do lmperio do Brazil. Rio de JaneiL'o, 1864, in-fol.
- Nn. redacção desta folba, que começou sua, publicação em 1862, esteve
muilo pouco tempo por não combinar com o presidente <10 conselho em
assumptos , obre réligião e sobre a politica. cio Mexico.
-C01Teio Nacional. Sob a lirecção de H, Limpo de Abreu e F. Rangel
Pestana. Rio de Janeiro, 1864-1870, in-fol.- E te periodico, pOI' elle
fundado, foi redigido pOl' diverso até 1870. Parece-me que Pestana
deixara-o para fundar a
- Opiniao Liberal. Rio de Janeiro, 1866, ill-fol. - que continuou a.
sahir até 1870 sob a redacção do dr. J, L. de Godoy VascoDcellos e do
100

padre Marcos Neville, tornando Pestana ao precedente. Este periodico


foi tambem orgão do partido republicano.
- A. Provincia ele S. Paulo: propriedade de uma associação comman-
ditaria. Redactores Americo de Campos e Francisco Rangel Pestana.
S. Paulo, 1870 a 1889, in-fol.- Esta folha, proclamada a Republica,
passou a chamar-se E·tado de S. Paulo e foi o principal orgão do partido
republicano paulista. Nella colJaboraram \merico Braziliense, Luiz Pe-
reira Barreto, Julio Ribeiro, Martinho Prado e outros. Ha em revistas
trabalhos do dr. Rangel Pestana, dos quaes apontarei os seguintes:
- A "clucação e a instrucção do sexo feminino - n'O Ly~"io, periodico
de que fiz menção, 1860.
- As lettras, sciencias e artes - nos Exercicios Litterarios do Culto ás
Sciencias, S. Paulo, 1861. Ha, finalmente, escriptos de sua penna, como:
- O partido republicano nlJ, provincia de S. Paulo, por Thomaz Jeffer-
son. Rio de Janeiro, 1877,96 pagos. in-4°- E' uma serie de artigos
que publicara antes na imprensa diaria, no quaes se occupa da apre-
sentação do dr. Americo Braziliense de Almeida e Mello á uma cadeira
na camara tem pararia por esta provincia.
- Considerações sobre a necessidade de uma casa, cellular para
carce 'e de prisão preventiva e de execução de sentença na capital de
S. Paulo. S. Paulo, 1886 - Foi escripto pela commissão in pectora da
Casa de correcção, composta do autor, A. A. de Padua Fleury e Joa-
quim Pedro VillaQ3..

Francisco Ray:r:nundo Corrêa - Filho de Lucas'


Corrêa elo Espirita Santo e dona Felismina Maria de Jesus, e nascido
na provincia, boje Estado de Minas Geraes, é professor de musica do
lyceo de artes e officios e do curso nocturno do gymnasio nacional,
cavalleiro da ordem da Rosa, e escreveu:
- Definido?" Tudimentar de musica. Outubro, 1890. Capital Federal
dos Estados Unidos do Brazil, io-4° gl'.

Francisco Ray:r:nundo Corrêa de Faria-


Natural do E tado do Maranllão, firmando sua residencia no Pará,
depois de ter servido no exercito e se haver reformado no posto de
coronel do estado-maior de segunda classe, ahi exerceu o magisterio
como professor da, língua naoional no seminari.o episcopal. E' socio da
ociedade Auxiliadora da industria nacional, official da ordem da Rosa,
cavalleiro da de Christo, e escreveu:
- Compendio da lingua brazilica para uso dos qne a ella 'e quizerem
dedicar, elaborado, compilado e offerecido ao exm. e revm. sr. d. José
PR 101

Affonso de Moraes Torres, bispo resignatario desta provincia. Pará,


1858, 31 pags. in-4° - Creio que é a mesma obra que o autor publicou
depois, e que não vi, com o titulo de
- Grammatica da lingua bm::;ilica. Pará, 1864.
-Diccionat'io da linqua tupi- Para fi, impressão desta obra solicitar(l,
o autor um auxilio d(\, provincia e foi votada pflla assembléa provi.ncial
a quantia de 600, 000,

Francisco RaYJ'D.undo Ew-erton Quadros -


Nasceu na C<'l.pital do Maranhão a 17 de outubro de 1841. Bacharel
em sciencias physicas e matbematicas, tendo assentado praça com 18
annos de idade na arma de artilharia do exercito, e feito todo o curso
desta arma na escola militar, depois central, foi promovido a alferes
aiumno em 1864, a segundo tenente em 1865, a primeiro tenente em
1866, a capitão em 1867, sendo actualmente coronel. Militou na
campanha do Uruguay em 1864 e na do Paraguay, e foi condecorado
com as medalhas respectivas; é caval1eiro da ordem ela Rosa e da de
Christo, official da de S. Bento de Aviz, e escreveu;
-Historia dos povos da antiguidade sob o ponto de vista spirita até
a vinda do Messias, de conformidade com as descobertas modernas,
coordenada para uso da mocirl.ade brazileira e portugueza. Rio de Ja-
neiro, 1882, 691 pags. in-4" - Neste livro o autor apresentar-se enthu-
siasta das doutrinas spiritas e neIlas bastante versado.
- Cathecismo spirita, dedicado ás meni.nas. Rio de Janeiro, 1883, in-12°.
- Conferencia sobre o spiritismo, realisada na federação spirita
bra.zileira a 17 de agosto de 1885. Rio de Janeiro, 1885.
- Memoria sobre os trabalhos ele observilção e explot'ação, expedida
pehL segunda secção da cornmissão militar, encarL'egada da linha.
telegraphica de Lberaba á Cuyabá, de fevereiro a junho de 1889-
Na Revista do Instituto Hist01'ico, tomo 55° parte 1'" pags. 234 a 260.
Termina com um vocabulario comparado de portuguez, guarany,
caim1., coroado e chavi\nte.
-Os astros: e tudos 11<1 creação. Rio ue Janeiro, 1893- E,' um
livro de noções de astronomia, masescl'ipto ao alcancJdeqnem n:1Cltem
conhecimento âesta sci ncia.

Francisco Rebello de Carvalho - EI'aterceiro


escripturario ç1a alfandega da côrte em 1881; hoje não sei onde 1:e
acha. E creveu: .
- O contrabando na fl'onteir,l, da provincia do Rio Grande de Sul.
Rio de Janeiro, 1878, in-8°.
102 FR

-Di've1'sas conside'rc!ções sobl'o os principaes trabalhos theoricos e


praticas das alfandegas do imperio em relação ao commercio, rendas
do Estado e funccionarios fiscaes. Rio de Janeiro, 187 , 16 pags. in-8°.
- Est~!dos sobre o almejado tratado de navegação, commercio e
convenç.,'ío aduaneira entre o Brnzil e as republicas Argentina, do
Uruguay e lia Paragua:y. Porto Alegre, 1881.
- O p?'oteccionismo e o livre cambio no Brazil - serie de al'tigos
publicauos no C?'Uzei?'o, novembro de 1882, divididos em sete ca.pitulos.
O primeiro, sa,hido a 10, tem por titulo O statu quo, o segundo A lavoura
e são seguidos de um quadro demonstrativo da renda geral de impor-
tação e exportação do exercicio de 1881-1882.
- Cartas ao Dt'. Ruy Barbosa. Rio de Janeiro, 1890,64 pags. in-8°
- Refere-se o autor ao contrabando nas fronteiras do Brazil, para
cuja repressão propõe um systema de torna-guia que consiste em
haver um fiador ou responsavel pelos direitos das met'cadorias despa-
chadas em qualquer porto habilitado dos paizes vizinhos, de sorte que,
si taas direitos não forem pagos no pot'to á que eram as mercadorias
destinadas, haja quem as abone em dobro ao fisco competente. Trata
clle, da creação de impostos aduaneiros, propendendo para o systema
proteccionista.

Jl:<-'rancisco do Reg'o Barros Barreto-Filho do


commendador Ignacio de Barros Barreto e de dona Anna Maria Caval-
c:Dlti de Albuquerque Barreto, nasceu em Pernambnco a 23 de dezembro
de 1825, é formado em mathematica pela antiga escola militar, onde
gosou da estima de todos os seus lentes e condiscipulos; grande digni-
tario da OI'dem da Rosa, e tem o titulo de conselho do imperador
D. Pedro II. Eleito deputado à decima quarta legislatura geral e,
:lutes de finda esta, senador do impet'io, fez parte do gabinete de 7 de
mnrço de 1871, occupando a pasta da agricultura, sendo quem refe-
rendou o decreto regulando a execu\ão do de n. 2040 de 28 de
sotemut'o de 1871, da libertação dos na,scituros, para o que assaz
cooperou, sendo um tios autores do
- Parecer e p1'ojecto de lei sobre o elemento servil, apresentado pela,
commissllo especial nomeada pela Camam. dos Deputados em 24 de
maio de 1870 - Datado de 15 de agosto deste anno, foi publicado no
Rio de Janeiro, e depois no livro« Elemento servil: parecer e projecto
de lei, etc.» tomo lo, 1870, pags. 5 a 70. (Vide José Maria da Silva
Paranhos lo. ) Escreveu mais:
- Relatorio apresentado á assembléa geral lagi lativa na primeira
sessllo ua decima quinta legislatura pelo ministro e secretario de estado
FR 103

dos negocios ela agricultura, commercio e obras publicas. Rio de


Janeiro, 1872, iu-fl. com annexos.
- Breves considerações 'obl'e a via ferre:1 transcontinental sul-
americana. Rio de .T'llleiro, 1889 - Este livro foi em grande parte,
si não todo, publicauo )10 Jornal elo Oon~?nercitJ; delle se ajuiza
pelas seguin tes palavras com que se abre; « A demoustração das
vantagens que advirão da realisação da projectada via-ferrea trans-
continental sul-americana ó. facilidade elas relações commerciaes
de toda esta parte do globo com a, Europa, e quanto interessa, prin-
cipalmente aos paizes ela America do Sul banhados 1Je1o Pacifico,
o feliz exito de tamanho commettimento, que cresce tanto mais
de importancia, quanto promette reduzir á metade o tempo hoje
destinado a essas communicações - é o fim, a que se dedica essa
publicação. »

Francisco do Rego Maia - Natural da provincia


de Pernambuco" pI'esbytero secular, doutor em canones pela fa-
r.uldade gregoriana de Roma e bacharel em philosophia, é conego da
catheclral de Olinda e ji.l. exerceu o cargo de secretario do bispado.
Escl'eveu :
- Pl'ovimento das igrejas pa~ochiaes ou concurso parocbial
conforme as leis canonicas e patrias. Pernambuco, 1881 - Existem
publicados deste autor varios
- Sermões e orações funebres - que nunca pude ver, e sei que se
acha entre mãos, a concluir-se, um importante trabalho seu com o
titulo de
- Historia ecclesiastica de Permtmuuco - Consta-me que é uma
obra de distincto merecimento.

Francisco Ribeiro Delfiuo Mont.esullla-


Filho de Antonio José Ribeiro e natural do Ceará, falleceu na capital
deste Estado a I de setembro ue 1892. Doutor em medicina pela facul-
dade do Rio de .Ta,neiro, fói um dos fundadores da sociedade academica
Atheneo medico, e detla orador, e foi por varias ve1.es deputado á
assembJéa provincial ~earense. Escreveu;
- Da blenorrhagia .. Atmosphera; TetaDo; Da prenhez composta:
these apresentada. a faculdade de medicina do Rio de Janeiro
e sustentada em lo de dezembro de 1864. Rig de Janeiro, 1864,
in-4°.
- A Opel"açctO cesaTiana e o feticidio medico. Fortaleza, 1868,
25 pags. in-4°.
104 FR

Francisco Ribeiro de Escobar - Natural de


S. Pa,ulo e formado em sciencias sociaes e juridicas pela faculdade de
sua patria em 1852, é só o que sei a seu respeito. Escreveu:
- llde(onsinho ou o [ructo da educação: drama em 11m prologo e
dous actos- Não sei si foi impresso. O autographo de 31 folhas in-4°,
datado da villa de S. José da Parahyba 1860, acha-se na hibliotheca
daquella racuIdade.

Francisco Ribeiro de Mendonça - Filho de


Francisco Ribeiro de Mendonça e dona Fra,ncisca Maria Ribeiro, e
natural do Rio de Janeiro, falleceu a 29 dê julho de 1888. Sendo doutor
em medicina pela faculdade da côrte, apres ntou-se em concurso á um
logar de oppositor da secção de sciencias accessorias em 1875, e exercia,
quando morreu, o logar de adjunto da cadeira de botanica e zoologia da
mesma faculdade e o de director elo gabinete electro-tberapico do
hospital rIa. Misericordia. Escreveu:
- Encephalite; Dos succos dii!"estivos; Fractura da clavicula;
Estud? physico-pbarmacologico do chloroformio. Rio de Janeiro, 1867,
75 pags. in-io - E' sua, tbese inaugural.
- Luz: tbese apresentada para o concul'so de lente oppositor da
secção de sciencias accessorias. da faculdade de medicina do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, 1875. 58 pags. in-4°.
- Nutrição em geral. Cadeira de botanica: prova escripta, etc.-
Sn.biu na Revista Medica, 1874-1875, pags. 185 a 193.
- Des tuyaua; de plomb employés dans la distribution des eaux -
Sabiu na Presse Medicale e depois no Journal c:,e Mlidecine de Paris,
1881 pag. 309 e segs. O doutor Ribeiro de Men!lonça foi um dos re-
dactores da
- Revista Medica: public:1.ção quinzenal, redigida por estudantes
de medicina (annos I a \'1) Rio de Janeiro, 1873-1879, in-4° - Foram
redactores desta revista, A. C. de Miranda Azevedo, A. F'elicio dos
Santos, Domingos José Freire, C. A. de Paula Cosl.fl, J. B. de Lacerda,
J. B. K. Vinelli, J. Benicio de Abreu, J. P. Gnimarãe e Julio R. de
Moura. No 2° anno chamoll- e « Revista Medica, jornal de sciencias
medicas e cirllrgicas ». I o 3° anno «Revista, Medica tio Rio de Janeiro:
jornal de sciencia medicas, cirurgicns e uatul'aes l ) . Do 4° anIlO em de-
ante « Revi ta Medica: orgão da :lssociação medica do Rio de Janeiro.
Seu primeiro redactor e propl'ietario foi A. C. de Miranda Azevedo.

Francisco Ribeiro da Silva - Natural, segundo


me consta, do Estado de Minas Geraes, nnsceu no primeiro quartel
FR 105

do saculo XVIII e falleceu de avançada idade. Era presbytero do babito


de S. Pedro, e conego da Sé de MaL'ianna, deste Estado, e escreveu:
- Aw"eo throno episcopal, coIlocado [Jas roinas de ouro, ou noticia
breve da creação do novo bispado Mariaunense, e de sua felicissima
posse e pomposa entrada de seu meritissimo primeiro bispo. Com a
collecção de algumas obras academicas e outras que se fizeram desta
funcção. Lisboa, 1794 - Este livro, que contém mais de 250 paginas,
consta de escriptoR em prosa e em verso.

Francisoo Rodrigues Barcellos Freire-


Nasceu na provincia, hoje Estado do Espirita Santo, no anno de 1810,
e abi falIeceu em maio de 1892, cavalleiro da ordem de Cbristo e
advogado neste Estado, onde exerceu diversos ca,rgos, como os de
procurador dos Ceitas da razenda geral e provinoial, de administrador
da recebedoria, ele cUI'ador geral dos orpbãos e de inspector do
thesouro provincial em que foi aposentado. OoIlaborou no Espirito-
Sal1tense de 1872 a 1873, e nos periodicos Ideia e Folha da Victoria,
de 1878 a 1883, publicando na ultima:
- Memoria das mulheres celebres em todas as nações e apocas -
Na Folha, 1878 e 1879.
- Datas provinciaes do Espirita Santo desde os tempos remotos
até 1883- No mesmo periodico. Escreveu mais:
. - Biographia de 1"1'. Pedro Palacios. Victoria ...
- Quadro eSQU1'O. Victoria, 1875 - E' um poemeto satyrico em
resposta ao Quadro Negro de Misael Fel'reira Penna. (Veja-se este
nome.)


Francisco R.odrigues do Prado - Na,tural de
S. Paulo, foi da família e talvez filho de Domingos Rodrigues do Prado,
que falleceu em 1738 e foi ochere da revolta dA Minas de 1712 contra
o estabelecimento de casas de fundição e cobrança do quinto do ouro,
um dos descobridores das minas rle Cuyabá e de Goyaz, e finalmente
o Cundador do arrahl de Crixá no anDO de 1734. Foi commandante
do presidio ele Coimbra, em Matto Grosso, e escreveu:
- Hist01"ia dos indios cavaIleiros ou dl\ nação g-uaycurú, em que
se descrevem os sens usos e costumes, leis, alliaoças, ritos e governo
domestico, e as hostilidades feitas a dif}:" rente~ nações bnrbarns, aos
portuguezes e lIe pa'1hóes, males que ainda são presentes á memoria
de todos. Anno de 1795 - N~\ Revista do Instituto, tomo I, pags. 25
a 57 da 2" edição e antes disto, traduzido em francez e publicado nos
Nouveaux Annales des Voyages, tomo 30 , 1819.
106 l:<-'R

Francisco Rodrig'ues dos Santos Saraiva


- Filho de um l'abbino hespan hol d,t Syria que se converteu e casou-se,
nasceu no Douro, em Portugal, e hoje cidadão brazileiro, é prasbytero
secular e um dos homens mais extraordinarias, sem exceptuar o sabios
mais celebl'e::i da Europa, como tlisse o imperador D. Pedro, de Alca'n-
tara. Memoria admiravel, intelligencia rara, sendo instruido por seu
pae nas linguas semíticas e todo deLlicado á linguistica de de os estudos
ecclesiasticos, durante o quaa::i deu- e ao exame o.os textos sagrados e á
poesia, demonstrando veia abundante e melodiosa, passou á Londres,
onde conviveu com os mais notaveis orientali tas, adquiriu conheci-
mentos excepcionaes do hebraico, do sanscrito, do arabe, syriaco, latim,
grego e idiomas do norte da Europa que falta e escreve conectamente, e
algumas noções do chinez, que lhe permittemdecifrar os trezentos cara-
cteres radicaes da língua lítteraria e classica. Versado em summa nas
linguas que teem codices escri ptos, o é tamuem na phenich, língua morta,
de que mais de uma vez serviu-se em Portugal para confundir os semi-
sabios,rindo-se do equivocos em qu.e os apanhava. E' profundo na<;
sciencias theologicas e philosoplúcas; deu-se ao e tudo ela mineralogia,
da botanica, da historia, da llumismatica, da~paleographia, da philologia
e de outros ramos dos conhecimentos hnmano;;. E' curioso ouvir o padre
Saraiva discursar sobre todas as questões da nossa época, diz o Diario de
Noticias do Rio de Janeiro, que tenho agora á vista, de 15 de
outubro de 1887; « Da erudição moderna salta para a antiga; com-
pulsa todas as línguas e autores; compara os homens, as civilisações,
as épocas. E' como uma encyclopedia viva, raciocinadora, vendo tudo
das serenas regiões do espirito e lançando a sua nota particular com
o sorriso de Cervantes e Rabelais, que lhe paira sempre nos labioso »
Depois de estar em Londr'es foi á Roma, e em 1864 era vigario de
S. Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul, onde fez collecções
mineralogicas e in vestigações botanicas. DJ.hi fo i á Lisboa, e de
Lisboa ao Rio de Janeiro, onde o Imperador convidou-o à uma confe-
rencia qu.e durou duas horas; 0.0 Rio de Janeiro foi á Santa Catbarina, e
embrenhou-se n'um deserto de S. José, onde escrevia dia e noite, endo
designado o mysterioso. Barba longa, enorme chapéo de couro, ninguem
o supporia um padre. Nesse retiro foi elte surprehendido por curiosos,
a quem chegara a noticia cio mysterioso, e a quem pt'ocurou occultar
sua identidade; mas afinal até deu-lhes escriptos que foram publi-
cados em folhas do Desterro. Escl'eveu:
- NO'lJi simo diccionario l:ltino-portuguez, etymologico, prosodico,
historico, geographico, mythologico, biographico, etc., redigido egundo
o plano de L. Quecherat e precedido de uma lista de autores e monu-
FR 107

memos latinos, citados no volume e das priocipaes siglas usadas na Iio-


gua latina. (Havre), 1881, XX-1.297 pags, io-foI. ue tres columoas-E'
notavelmente superior ao Magoum Lexicoo, tanto pelo avultado
numero de vacabulas, que nesta não l:>e encontram, como pela explicação
das diversas accepç5es desses vocabulos, j u tificada com muitos
exemplos tirados dos livros latinos e ainda pela clareza, e rigor com
que-são definidos os vocabulo .
- No'of) meawdo de g:rammatica latina para u o das escolas da
Congregação do Oratorio pelo padre A. P. de Figueiredo: nOV1SSlma
edição melhoraM. e consideravelmente augmentacla, pelo presbylero,
etc. Rio de Janei!'O, 1872, in-8°.
- O livro de Hha'l'lohh (ácerca da amizade) ; traduzido do hebreu-
No Eclw Americano, tomo lo, 1871, pags. 174 e 200.
- Acerca da necessidade e utilirlade do estudo das linguas bi-
blicas no imperio do Brazil como poderosú auxiliar das sciencias
ecclesiasticas e da philologia: memoria apresentaJa ~. S. M. o Im-
perador - Idem pags. 398 e 435, tl tomo 20 , pags. 30, 47, 71, 94
e 123, E' datada. do Rio de Janeiro, 12 de junho de 1870. Me parece
que ba outros trabalhos seu publicados em revistas. Sei que o padre
Saraiva foi collaborador da EvoluçãO, folha de Santa Cathal'ina e
que em folhas cle Porto Alegre se publicaram poesias suas e tra-
balhos em prosa. Entre seus ineclitos ba uma obra escripta no Rio
Grande sobre as .
- Origens do Chl"istianislno - em que os Straus , Renan e outros
excavadores da historia religiosa teria.m "refutação esclal'ccida e enel'-
gica, si ella fosse publicada.

Francisco Rodrigues da Silva - Filho do pbar-


maceutico Manoel H.odl'ig·ues da Silva, nascido em 1831 na cidade da
Bahia, falleceu em Paris, em setembro de 1886. Doutor eru medicina
pela faculdade de sua provincia, foi nomeado lente substituto da secção
de sciencias accessorias em 1858, e mais tarde lente da cadeira de
chimica e mineralogia, em que jubilou-se, sendo um do::, membros da
congregação medica que se otrereceram em 1865 para. servir na
campanha do Pi\.raguay. El'" qU:lodo falleccu, dil'eclor da faculdade,
lente de geometria e tl'igonometria do lyceo da Bahia, do conselho
do Imperador, dignitario da o:'dem da Rosa., commendador da de
Cbristo, condecorado com a medalha da campanha do Paraguay - e
escrevea:
- Necessidade da applicação da physica e chimica aos e_tados me-
dicos: tllese inaugural. Bahia, 1853, 44 pags. jo-4o.
108 FR

- O calor, lu::, e electricidade são cousas distinctas ou etreitos de


uma mesma causa? These de concurso para um logar de oppositor da
secção de sciencias acce .orias. Bahia, 1856, 38 pags. in-4°.
- Alcohol vínico e seus derivados: these apresentada no concurso
para um logar de substitutd da secção de sciencias '1ccessorias. Bahia,
1858,55 pags. in-4°.
- Considerações geraes sobre os alcohols e ethers: these de con-
curso para o 10gar de professor de chimica e mineralog-ia. Bahia, 1858,
in-4°.
- Memoria historica dos acontecimentos uotaveis occorridos no
anno de 1861 na faculdade de medicina da Bahia; apresentada, etc.
Bahia, 1862, 50 pags. in-fol.
- Estado do ensino superior. Vicias e lacunas de sua organização.
Providencias e reformas necessarias. 16 pags. in-fol.- Vem no li~ro
«Actas e pareceres do congresso da instrucção do Rio da Janeiro, 1884.
- Coeducação dos sexos nas e colas primarias, nos ostabe1edmentos
de instrucção secundaría e nas escolas normaos. 6 pags. in-fo1. - Idem.
Ha varias discursos seus, proforidos na faculdade da Babia, como:
- Discursos. no solemno acto de encerramento do curso de ana-
tomia d(jscriptiva, recitados em nom dos estudantes do 3° anno, e
dedicados ao professor da respectiva cadeira, por F. R. da Silva e M.
Bernardino Salivar. Bahia, 1850, in-4° - São dous discursos.
- Discu1'so proferido por occasião da abertura da aula de cbimica
mineral, etc. Babia, 1860, 13 pags. in-4°.
- Algumas palavras proferidas na abertura. do curso de chimica
mineralogica da faculdade de medicina da Babia, mandadas imprimir
pelos estudante do l° anno medico e pharmaceutico. Babia, 1871, 23
pags. in-4°.
- Disr;ursos proferiL!os no encerramento do curso de cbimica mi-
net'al em 1812. Bahia, 1812, 25 pags. in-4°- Contém o discurso do
professor e mais dous de alumnos seu .
- Discurso do vice·director no acto da coUação do gt'áo, em 1819,
mandado imprimit' pelos doutorandos em signal de apreço. B:\hia, 1879,
22 pags. in-4°.
- Discurso do vice-l1irector la faculdade de medicina ela Bahia no
acto da coliação do gl'ao aos doutorando" da cÔl'te, em 1880, mandado
imprimir pelo mesmo doutorandos. BahüL, 1880, 25 pags. in-4°.

D. Francisco RoliIn de Moura - Filho de dom


Filippe de Moura e dona Genebra Cavalcanti, nasceu em Olinda, em
1580, faUecendo em Portugal em 1651, segundo o dr. J. M. de Ma-
FR 109

cedo e F. A. Pereira da Costa, guiados por A. J. Victoriano Borges da


Fonseca, ou em 1572, fallecendo a 12 <1e dezembro de 1640, segundo
J. M. da Costa e Silva, a quem se refere Innocencio da Silva. Este
talvez ande mais acertado, quanto á .ultima data, pois parece que viu
o assento de obito de Rolim, quando declara o lagar em que foi sepul-
tado; quanto, porém, ao lagar do nascimento, que eUe dá em Lisboa,
«segundo a opinião corrente, posto que alguns, não sei com que [unda-
menta (são suas proprias palavras) o supponllam nascido no Brazil »,
neste ponto merecem mais fé o orador do instituto Ilistorico, o autor
do Diccionario biographico de pernambucanos celebres e outras auto-
ridades, como S. da Rocha Pitta. Com effeito, si d. Filippe de Moura
viveu no Brazil e aqui c.asou-se com uma brazileira, não sei como se
desconheça fundamento para ter um filho 110 Brazil. Seguindo a car-
reira militar, subiu aos mais elevados postos e enllobreceu seu nome
militando na Europa e na Azia. Depois, nomeadQ cheCe das tropas da
Bahia, militou contra os hollandezes e alcançou a capitulação destes,
sendo em seguida governador geral do Brazil. Era do conselho do rei
de Portugal, Senhor das villas de Azambuja e ,Montargil, e obteve
outras honras e premi os po~' eu denodo, bravura e admiravel sereni-
dade nas pelejas. Foi «ornado de virtudes, diz Barbosa Machado, e
instruido nas a1'tes proprias de um cl1.valleiro, como foram poesia, tna-
thematicas e destreza de jogar as armas, em cujo exercicio não houve
quem lhe disputasse a primazia ». Escreveu:
- Do novíssimos de Dom Francisco Rolim de Moura. Quatro can-
tos com os argumentos de um amigo em cada canto, dirigidos a este
reino. Listloa, 1623, IV-90 fIs. numeradas em um só Jado - Neste
poema, tratando o autor da Morte, Juizo, InCerno e Paraizo, resalta a
triste melancolia e severidade de que são susceptíveis taes assumptos.
Depois de mais de dous seculos foi reimpresso com o titulo:
- Obras de Dom Francisco Child Rolim de Moura. Lisboa, 1853,
XXXVIII-196 pags. in-16 - Esta edição constitue o 12° volume da
Bibliotheca Portugueza ou reproducção dos livros nacionaes, escl'iptos
até o fim do secul0 XVlIl e é precedida de nma noticia da vid::t e obras
do autor, transcripta do Ensaio biograpbico-critico sobre os melhores
poetas portuguezes, por J. M. da Costn. e Silva, tomo 5°. Lisboa,
1853.
- Commenta,-ios de Juan da Vega, explicados, etc. Lisboa, 1628,
in-32.
- Ascendencia de la caza de Azambuja; dedicada a u. Gaspar de
Gusman, Conde de Olivares, Duque de S. Lucas. (Sem lagar e sem
data, mas com a declaração - 1633 - na dedicatoria), in-4°.
llO FR

Soneto em applauso da Gigantomachia de Manoel de Galhegos-


Áyha-se impresso no fim desta obra. Lisboa, 1620 - Deixou ineclitos :
- Apologia em defensa dos Novissimos contra os descuidos que
nelles lhe :1rguiram seus emulos.
- Adve,·tellcias a algulls erros de Luiz de Camões em os Luziadas.
- A(o"isrnos a seu filho D. Manoel Child de Moura Rolim.
- Lei para o desafios.
- Arte de tourear - Esta obra era conservada por um neto do
autor, d. João Rolim. .
- Sonetos (quatro) ~ que existiam na bibliotheca tio Cardeal Souza
- São elles: A uma cruz collocada sobre um monte; A noite de natal;
A uma saudade, em castelhano, e o ultimo começando:
Dourava o sol a nuvem que cobria ....

Francisco Sabino Alves da Rocha Vieira-


Natural da Babia, falleceu em Matto Grosso, na fazenda de Jacotinga,
em cuja igreja foi sepultado no anuo de 1847. Formado em medicina
pelo antigo collegio medico-cirurgico e graduado doutor depois da
creação das faculdades medicas, foi lente substituto da de sua provincia
até o anno de 1843. Foi um dos medicos mais distinctos e de maior
popularidade, e t.'tmbem jornalista. Todo devota.do à humanidade,
doia-lhe na alma, que ella não formasse uma sà familia, ligada pelos
laços de amor fraternal e de igualdade; amando a republica como
uma emanação da DivindatIe, considerava inju to que um homem
nascesse jit. soberano, para dirigir uma nação e, por isso, foi um dos
mais exaltados partidarios da revolução de 7 de novembro de 1837 e,
acclamado o novo Estado, fez parte de seu governo, foi o vulto mais
pt'oeminente delle, l'esultando dahi que a essa revolução fosse dado o
nome ele Sabinada e que elle fosse considerado seu autor. Occupando-me
dessa revolução, apoiada pela melhor gente e pela grande massa do
Estado da Bahia, em um trabalho de que li perante o instituto
historico e ge grapJ ico brazileiro, tIuas partes, publicadas na Revista
do mesmo instituto, tomos 48° e 50°, estabeleci o seguinte dilemma:
ou o dr. Sabino, sem possuir bens de rortuna, sem alta posição social,
sem predominio de [eLmilia-tres condições es enciaes para levar apàs
si umrt população grand e illustradct, fel-o sàmente por possuir as
qualidade nobres que o distinguiam, e então nunca poderia "er esse
homem que seus adyersarios pintam, ou era eSS3 homem perverso,
indigno, como elle querem, e então nlio poderia jámais ser o autor
daquella revolução. Preso, eom pesados grilhões ao collo e aos pulsos,
pas ou pelo' mais infectos e immundos ergastulos; conclemnado á
FR lU

morte e depois, por commutação de pena, deportado para Goyaz, dahi,


a. desp ito do perdã,o da coràa, nunca Ibe sendo permittido voltar á
patria, e ao contrario sempre vigiado e perseguido, passou á Matto
Grosso; no exilio, dedicaudo-se excl usivamente á clinica, que foi sempre
para elle um sacerrlocio, bem que com as molas da existencia estragadas
pelo martyrio, soube angariar por sua amabilidade e por scu saber
sympathias, consideruçõe , veoeração mesmo. Escreveu:
- Jl{emof'ia sobre a temperança, sua conveniencia e utilidade como
meio de conservar a sande e prolonga,r a vida, e os terriveis e:ffeitos
que se oppoem á sobt'iedal.1e; olferecida á sociedade Conciliadora da
Bahia. Bahia, 1833, 15 pags. in-4° - Esta. memoria foi pela mej5ma
sociedade coroada de uma mechllla de ouro e por ella publicada.
- Dissertação sobre a carie das vertebras ou mal de Pott: these
apresentada., etc., para o concurso á cadeira de patllologia externa em
o Iode abril de 1837. Bahia, 1837, 29 pag's. in-4 o- Concorreu á esta
cadeira com o distincto professor Manuel Ladislau Aranha Dantas, de
quem occupar-me-hei, e que muito elogiava seu caracter,
- Investigações sobre o bacio - Sei que o dr. Sabino escreveu esta
obra, mas não me consta que chegasse a publicaI-a.
- Algumas noticias medicas e outras observações àcerca da provincia
de Matto-Grosso - Vem publicadas no A?'chivo Medico Bm::ilei?'o,
tomo 30 , pags. 97, 121 e 169, datadas da fazenda. da Jacobina às margens
do Paraguay, 12 ele outubro de 1846, Começa elle queixando-se de perse~
guições que ainda soirria: «Asylado por entre as brenhas que arreiam
o magestoso Paraguay na província de Mutto Grosso, contra a tão
inutil, quanto extravagante perseguição que me hajurado o Governo
de meu Paiz, proscripção que mais me tem servido pa:>a emprestar-me
a importancia qUtl alias não mereço, do que de aviltar-me, pois que não
tende ella a desaggrava.r ajustiça ou a punir crimes, que - ou não
tenho commettido, ou foram mandados esquecer pelo Poder compe-
tente; - e ao contrario está hoje a toda claridade que os damnos,
que me fiagellam, hão vindo ou de imprudente, injusta e mal fun-
dada, confiança do Governo central em alguem, seu delegado, ou do
plano, por este ultimo lado, de se afastar do lagar de sua autoridade
um olho observador, ou um censo?', que se cria dever temer-se, não
lembrados esses meus verdugós i?'l"esponsaveis elos sentenciosos versos
do epico luzo:

Quem faz injuria vil e sem razão,


Com forças e poder em que está po to,
Não vence; que a victoria verdadeira
E' saber ter justiça núa e inteira;
112 FR

a despeito de tudo isto eu nutro e continuarei a nutrir em meu peito o


amor á sciencia, a que me dediquei por forte vocação, que senti desde
os primeiros annos de minha educação litteraria ou do desenvolvimento
de mmha razão. »
- Caso notavel de dous tumores na cabeça, um de extraordinario ta-
manho com estrago dos ossos do craneo, etc. - Foi publicado na Revista
Medica Braziteira, tomo 2°, 1842-1843. Na imprcD'a politica redigiu :
.- O Investigado1' Brazileira. Bahia, 1832-1833, in-fol.- Foi estA
jornal que deu lagar ás sceDas lamentaveis, que levaram o dr. Sabino,
em defesa de sua honra, a ferir com um instrumento de sua carteira
ousado aggressor em uma praça publica. Na primeira memoria, que li
perante ú instituto historico e póde-se ver na respectiva Revista,
tomo 48°, pag. 260, acba-se o historico dessa occurrencia.

Francisco de Salles - Nasceu em Pernambuco no anno


de 1735 e falleceu em Lisboa no anno de 1801, O facto, porém, de ter
florescido na mesma época, em que floresceu o escriptor pernambucano,
um religioso franciscano com igualllome, ou o de ter existido outro
escriptor, o padre Francisco de Salles, bem que nascido este muito
posteriormente, em 1806, ambos naturaes de Lisboa, fez que, por con-
fusão, alguns considerassem lisbonense o escriptor a que me refiro,
Possuidor de vasta erudição, e muito versado na língua latina, Fran-
cisco de Salles exerceu o magisterio em Lisboa, como professor publico
de rhetOl'ica e poetica, foi sacio da Arcadia Olyssiponense com o nome de
Titiro Pm·theniense e tlscreveu muitas obras que nunca foram publica-
das, como lê-se nos Annaes das sciencias, das ul'les e das lett1'as, Paris,
tomo 2°, pag. 148, e o aflirmam pessoa::; competentes, em cujo numero
acha-se J. Maria da Costa e Silva, que viu de sua penna uma volumosa
- Collecçíío dt> sonetos, idylios, cançonetas, fabulas ou púemetos
mythologicos e outras poesias - ineditas. Escreveu ainda:
- Traducção dos tres livros De oratare, de Cicero - idem. Nesta
traducção se acham apontados todos os logares, de que se erviu Quin-
tiliano para suas Instituições rhetoricas,
- Fabula de Orpheo e Euridice - Foi publicada na Miscellanea
curiosa e proveitosa, tomo 6°, Lisboa, 1784, pagos. 337 a 352; depois no
Jornal Encyclopedico, abril de 1789, pags. 106 a 122 com algumas
variantes, e finalmente lia Parnaso Braziteira, sempre em doclaração
do núme do a.utor. Esta composição é a unica. das que vira Costa e
Silva na colle(lção já mencionada.
- Os amm'es de Apollo e Daphne - Vem na citada Misceltanea e
no mesmo tomo 6°, pags. 313 a 337. Nesta colleccão acham-se ainda
PR 113

diversas composições anooymas que são attribuidas a F. de Saltes, a


quem tambem o são:
- Sonetos (anooymos) que se acham publicados na « Collecção de ,
poesias ineditas dos melhores autores portuguezes », tomo 2°, Lisboa,
1810, pags. 9 a 12.
- Idylio (tambem anonymo) na mesma collecção pago 116 - Foi
attribuido este idylio á penna de José Anastacio da Cunha, mas J. J. C.
Pereira e Souza affl!'ma ser do professor Salles, assim como os sonetos.
Si devemos dar credito, diz Innocencio da Si! va, ao que diz Villela nas
observações criticas a Balbi, pag. 75, são da penna deste professor as
- Notas que acompanham as traducções feitas pelo padre Custodio
José de Oliveira das obras: Dionysio Longino, Tratado do sublime,
traduzido da lingua grega na portugueza; Luciano, sobre o modo de
escrever a historia, traduzido na lingua portugueza - São ambas as
obras publicadas em Lisboa, 1771. Em prosa escreveu mais:
- Carta remettida ao reverendo padre Theodoro de Almeida, aca-
demico da nova academia das sciencias de Lisboa e da de Biscaia sobre
o merecimento da oração gratulatoria na abertura da academia em 4
de julho de 1780, Lisboa, 1780, 15 pags. in-4.°.- Principia e to. carto.:
« Tão avido era o desejo que tinha ele ou vil-o, como foi excessivo o des-
gosto que experimentei quando o consegui, etc. »
- Ca~·ta escripta a um amigo sobre o merecimento ela oração de
abertura da academia das sciencias em a tarde de 4 de j U1l1O de 1780.
Lisboa, 1780, 25 pags. in-4°.
- Carta escripta a um amigo, dando-llie cont<\ do que observou na
academia das sciencias na tarde de 18 de outubro de 1780. Li boa, 1780,
7 pags. in-4°.
- Carta critica ao Visconde de Barbacena, como secret'lrio da aca-
demia das sciencias de Lisboa, 41 pags. io-4° - Sahiu lambem na Epoca,
periodico litterario, tomo 2", da pago 317 em deante.
- Ca1·ta em resposta á que lhe escreveu um ol:li~ial fraocez sobre as
cousas de Portugal, 18 pags. in-4°.
- Carta que um sujeito de Beja escreveu a um amigo de Lisboo.,
que lhe tinha mandado a Ethica de Heineio, traduzida em por·tuguez
por Bento Jo. é de Souzo. Farinha, na llual.se faz uma anatomia critico.
á declicatoria da dita obra com uma carb. em linguagem antiga.
20 pags. in-4°.
- Carta escripta ao Sr. Domingos dos Reis Quita, que serve de
resposta a outra que lhe escreveu um seu amigo e corre impressa
com os seus versos. Impressa com todas as licl3nças necessarias. 46
pags. in-8° - Innocencio da Silva julga-a de F. de SalIes por alg'lmas
8
114 FR

inducções fundadas na comparaçãa de estylos e no proprio teor da


mesma carta. Como as duas preceden tes, não declara o anno e lagar
da publicação, mas pelo caracter da lettra e por outros indicias parece
ser impressa na Hesp,wha.

Francisco de Salles Barbosa - Natural da Feira


de Sant' Anna, cidade do actual Estado da Bahia, e nascido em junho
de 1861, falleceu a 7 de março de 18 8. Ainda muito joven, antes de
entrar para os estudos superiores em que o surprehendeu a morte,
fundou e redigiu:
-Auro·ra Atheniense; revi ta dos estudantes do Atheneu Bahiano.
Bahia, 18,9, in-4°-Depois collaboroll para varias jornaes, sendo um
dos mais esforçados atbletas em prol da abolição do elemen to escravo
immediata, plena, sem inrJemnisação alguma, porque já era por
demais longa a procrastinação. E, ao passo qne se dedicava ao jorna-
lismo, foi orador tribunicio e foi poeta. Suas conferencias foram publi-
cadas em jornaes e suas poe ias constam dos livros seguinte ;
- Cavatinas, Bahia, 1886 - Sobre este livro o dr. Cyridiü.o Durval
escreveu uma critica litteraria, elogiando-o na Ga;;eta de Noticias da
Bahia.
-Iriações - Estava prompto pn.ra entl'ar no prélo, quando o autor
falleceu e penso que será publicado este segundo livro.

Francisco de Salles Pereira Pacheco - Na-


tural do Ceará e formado em direito pela faculdade do Recife em 1859,
falleceu na corte miseravelmente, ail'cctado de alienilção mental em
1888 ou 1889. Foi juiz municipal do Rio Claro, Estado do Rio de
Janeiro, e deixou e te cn.rgo, porque, casando·se com uma fi lha do
escrivão, tornou- e iucompatibilisado para continuar no exercício. Foi
sacio funJador tIo Club polytechnico e escreveu;
-Das vantagens da vacciuação como preventivo da variola ou
bexiga, pelo Dr. Vintras. Lomlre, 1871,24 [Jags. in-8°-Dem que no
frontespicio e declare «Londres, Michael Coome.s», acha-se no fim «Rio
de J:1neiro, 1872, typ. Franco-Americana».
- Conferencia sobre a secca do Ceará, no tl1eatro de S. Pedro de
Alcantara, Rio de Janeiro ...

Francisco de Sa.lles Torres HOJlle.ID.~ Visconde


de Inhomerim - Nasceu na cid· de do Rio de Janeiro a 29 de janeÍl'o de
1812 e fillleceu em Pariz a 3 de junho de 1876. Era formado em medi-
cina e cirurgia pela escola medico-cirul'gica daquella cidade e em
FR 115

direito pela faculdade de Pariz. Antes de formar-se em direito, creadas


as escolas de medicina, applicava-se com fervor aos estudos medicas
com o proposito de apresentar-se em concurso a uma das novas cadei-
ras; mas, admittido como sacio da sociedade Defensora da liberdade e
independencia nacional e eleito membro do conselho e um dos reda-
ctores da respectiva revi ta, sem que previamente o consultassem,
depois de alguma hesitação, envolveu-se na politica e afinal abandonou
os estudos medicas. Fazendo uma viagem á Europa em 1833, ahi aper-
fei\oou-se no estudo de algumas linguas e dedicou-se aos estudos de
direito constitucional, economia politica e ystemas :financeiros, tor-
nando depois a militar sob as bandeiras do partido liberal, quer na tri-
buna, quer na imprensa, tendo sido deputado por Minas Geraes em
1844 e pelo Rio de Janeiro em 1848, e sendo um do deportados de
1842 por causa dos movimentos de S. Paulo e de Minas. Tendo pu-
gnado em favor da conciliação dos partidos politicas, inaugurada pelo
Marqdez de Parana, na propaganda dessa politica, e sendo nomeado
chefe de umá das directorias do thesouro nacional, os liberaes o aggre·
diram com vehemencia por ter elle acceitado o cargo. Mole"tado por
censuras e doestas que lhe atiravam, ao tempo que tivera uma diver-
gencia em materia de :finanças com o conselheiro B. de Souza Franco,
um dos chefes liberaes, ostentando-se elie em favor da e cola restrictiva,
de que era. representante no Bl':1zil o Yisconde de ltabol'. hy, um dos
chefes conservadores, e quando era affagado pelos conservadores que o
elegeram deputado pelo Rio de Janeiro, em 1857, alliou- e então com
estes, e fez parte do ministerio presidido pelo Visconde de Abaeté em
1858 com a pasta da. fazenda. Foi ainda eleito deputado pelo Rio
de Janeiro e senaclor pelo R.io Grande do Norte; fez mais de uma via-
gem a Europa, e exerceu varias cargos, como o de lente de philosophia
por concurso feito em 1844, secretario da legação e depois encarregado
de negocias em Pariz, ministro da fazenda em 1870, etc. Grande na
tribuna, como no gabinete, foi um dos mais notaveis publicistas do
Brazil, e não menos notavel orador parlamentar; foi do conselho do
Imperador, conselheiro de estado ordinario, commendador da ordem de
Christo, membro do instituto historico e geographico brazileiro, do
instituto historico da Fra nça, etc. Escreveu:
- A opposiçcio e a corSa. Rio de Janeiro, 1848, 50 pags. in-S o - E'
um pamphleto politico em resposta a. outro do desembargador Fir-
mino Rodrigues da Silva com o titulo «Facção aulica ».
- Libello elo povo, por Timamlro. Rio de Janeiro, 1849, 96 pags.
ill-8° - Este opusculo produziu a maior sensação em todo imperio e foi
reproduzido pela imprensa de quasi todas as provincias. lia tambem
116 FR

outras edições em opusculo, como uma dC:! Lisbàa, 1870, e outra ante-
rior, de 1868, mencionada no catalogo do gabinete portuguez de
leitura com a declaração de ser supposta a subscripção typographica,
de Lisboa e finalmente uma do Rio de Janeiro, 1885, anuotada pelo dr.
Amphrisio Fiu.lho. O Libello do POljO, escripto n'um arrebatamento de
animo do autor pelo golpe llesferido contra o partido liberal, a que
pertencia, em 1848, foi, como disse o dr. J. M. de Macedo, uma
erupção vulcanica em que o autor estudou em ondas de fogo a situação
politica, demonstrando com exaltamen to febril a improficuidade dos
meios normaes para :lo salvação das institui9ões liberaes j no empenho
de feril'-se de frente o chefe do Estado, ahi se abre e estende-se o
processo e lavra-se a sentença contra a casa de Bragança, sem que ao
menos em suas lavas se poupe o sexo que obriga o respeito.
- Pensamentos ácerca. da couciliação dos partidos: coUecção de
artigos publicados no Correio Mercantil. Rio de Janeiro, 1853,28 pags.
in-4° gr. de 2 columnas. .
- Sociedades em commandita e bancos de circulação: discursos pro-
feridos na camara dos senhores deputados nas sessões de 5 e 6 de
agosto de 1853. Rio de Janeiro, 1853, in·4o •
- Questões sobre impostos. Rio de Janeiro, 1856, 76 pags. in-8°.
- ..1.0 partido constitucional. (Peruambuco, s. d.) 39 pags. io-12°-
Neste opusculo, depois de uma iotroducção de tres pagos. pelos redacto-
res do C01tstitucional de Pernambuco, Eegue; «Rio de Janeiro. O Sr.
Salles Torres Homem aos eleitores do 4° districto da provincia do Rio
de Jan iro », trabalho assignado por este e datado de 25 de maio
de 1863.
- Relatorio apresentado a assembléa geral dos accionistas do Banco
do Brazil (1867, 1868, 1869). Rio de Janeiro, 1867 a 1869,3 vaIs.
in-fol.
- Elemento servil: discurEo pronunciado na sesEão de 5 de setem-
bro de 1871. Rio de Janeiro, 1871, 15 pags. iÍl-4° - Vem tambem no
livro ({Di .cursão da reforma do estado servll», parte 3a , pags. 282 a
299. Este discurso conclue com as seguintes memoraveis palavras:
(I. Esses milhares de mulheres, que durante o curso de tres seculos amal-

diçoaram a hora da maternidade e blasfemaram da Providencia, vendo


os fructos lnnocentes de suas entranhas condemnados a perpetuo capti-
veiro, como si fàra crime o ter nascido, levantarão agora seu braço
e suas preces aos céos, invocando a benção divina para aqueUes que
lhes deram a posse de si mesmos. Essas expressões de gratidão dos
pobres afi:lictos valem mais do que os anathemas do rico impenitente ;
mais do que os ataques dos poderosos que não souberam achar meios
FR 117

de prosperidade, sinão na ignominia e nos satl'rimentos de seus seme-


lhantes !» E com eífeito, desde 1863 sustentava o autor no conselho de
estado a necessidade da reforma, e foi membro' da commissão, que
discutiu o projecto apresentado em conferencias deste anno. Em seu
discurso se manifestam idéas ma.is adeantadas, do que as do governo.
Salles Torres Homem redigiu:
- O Independente. Rio ele Janeiro, 1831 a 1833, in-fol.
- Nictheroy : revista br"ziliense etc. PaI'is 1836, in-8° (Veja-se Do-
mingos José Gonçalves de Ma.galhães) - Ahi estão de sua penna:
Con iderações economicas sobre a escravatura j Reflexões sobre o
credito publico e sobra o relatorio do ministro da fazenda; Com-
mereio do Brazil. No l° 11. pags. 35 a 82 e 83 a 131, n. 2° paRs.149
a 160.
- Jornal dos debates politicas e litterarios. Rio ele Janeiro, 1837 a
1838, in-Col.- Neste jornal, de que foi fundador, faz-se opposição ao
regente Feijó; sem comtudo trahir as idéas liberaes.
- AU1'ora Fbuminense : jornal politico e Iitterario. R.io de Janeiro
- Só o redigiu de 1838 a 1839, depois da morte de Evaristo Ferreira
da Veiga (v ja-se este nome).
- O Despertador: diario commercial, politico, scientifico e litte-
rario. Rio de Janeiro, 1839 a 1841, in-fol. - Este jornal já se publi-
cava antes de 1839.
- O Maiorisla: Rio de Janeil'o, 1840 a 1842, in-Col. - E ta folha
muito concorl'eu para a maioridade do imperador d. Perlro n. A vehe
mencia ne linguagem, de que usava, Coi a causa do ser seu redactor
comprehendido entre os d portados politicas de 1842. Collaborou ou foi
um dQS principaes redactores lIa Minerva Bra:;iZiense, anelo se acham,
entre outros, os seguintes escripto eu";
- Da hy rotherapia ou novo methodo de cnrar pela llgua fria -
Tomo l°, pa~. 63.
- Noticia chronologica e estatistica das principaes universidades
actualmente existentes na All'~manha - Idem, pag. 95.
- As plantas, os animaes e o homem não ão mais, do que o ar
atmospherico condensado - Idem, pag. 127. Neste tomo da Minerva
vem mais cinco artigos de sua penna: A musica, como meio cura-
tivo da loucura; Vias de communic.\Ção nos Estados Unidos j Sys-
tema penitenciario; Universidaues allemãs ; Luthero. Redigiu. final-
mente, o
- Correio Mercantil. Rio de Janeiro - Nesta Colha escreveu, entre
muito brilhanles paginas, uma serie de artigos sobre a conciliação dos
partidos, os quaes fora.m depois publicados em volume especial. O Correio
118 FR

Mercantil começou a ser publicado em 1843 com o titulo Pharol. Em


1844, mudando-se a typographia, que el'(1 na antiga rua do Cano, hoje
Sete de Setembro, para a rua da Quitanda, tomou elIe o titulo de
101e}'cantit, que em 1848 foi substituido pelo de Corl'eio Mercantil. Torres
Hoinem teve por companbeiros Jos' Maria do. Silva Paranhos, depois
Visconde do Rio Branco, e José Maria do Amaral; depois foram reda-
ctores o conselheiro F. Octaviano e outros. Em collaboração Torres
Homem eSCl'eveu em outras folhas,~ como a Reforma, estreando na
AW'om Ftwninense, redigida pelo seu amigo Evaristo Ferreira da
Veiga.

Fr. Francisco de Santa Thereza de Je-


sus §alll.paio - Filho de Manoel José de Sampaio e dona Helena
da Conceição Sampaio, e chamado no seculo Francisco José de S<lm-
paio, nasceu no Rio de Janeiro em ago to de 1778, e ahi falIecsu a 13
de setembro de 1830. Uma grande melancolia, de que ficou possuido
pela morte de sua mãe, o decidiu a entrar no. ordem serapbica, tomando
o habito a 14 de outubro de li03 no CODvento da ilha do Bom Jesus,
donde passou para o de S. Paulo, ou para o convento do Rio ele
Janeiro, e ahi recebeu o diploma de lente de theologia e mestre de
eloquencia sagrada. Applicou-se muito aos estudos pbilosopbicos ; foi
em sua ordem cruardião e secreta.ri" da, provincia ; foi nomeado préga-
dor regio em 180 por dom João, então principe regente j examinador
ela mesa de consciencia e orelem no mesmo anno; censor epi cepal em
1813, e deputado do. bulJa ela cruzada em 1824 - sendo eu retrato
collocarlo n'uma das saln.s do convento de 'anta Antonio da côl'te a 13
de junho de 1860 entre os de FI'. F. de Monte Alverne, FI'. F. de
S. Qarlos, e FI'. Antonio Rodo valho. Tiuba todos os dotes que consti-
tuem um orador perfeito, e foi uma das glorias do pulpito brazileiro ;
seus di cursos arrebo.tavam o auditoria. « Uma phrase rica - lê-se no
Ostensor Bra~ileiTo-pensamentos suiJlimes, estylo mage toso, in vocação
digna do assumptos que tratava, f,lcilidade de expressão, exemplos
hem escolhidos, doutrina solida, figuras brilhante." posto que algumas
vezes atrevidas, quando não podia conter o arrebatamento de seu genio ;
emfim, uma reunião de qualidades or:.ttorias, que bem poucas vezes se
encontram reunidas nos ministros da santa palavra, u'tentavam o
credito des e orador que honra sua rei igião e sua patria.» Dedicou-se
tambem á . politica e nella envolveu-se mais do que cumpria a um
religio o, pois a levara além da imprensa, ao pulpito, despeitado por
lhe haver dom Pedro I, segundo se disse, faltado ii. promessa, que lbe
fizera de um bispado. Era socio da academia de bellas lettras de Mu-
FR 119

nick, membro e orador da loja maçonica Commercio e Artes, em que se


filiara quando a maçou".<tria se tornara uma associação claramente poli-
tica e escreveu mLutos sermões, posto que pregasse ordinariamente de
improviso; mas poucos foram impressos. Destes conheço:
- Oração funebJ-e do Hlu trissimo sr. Jose Joaquim de Souza
Lobato, fidalgo c~walleiro da casa real, etc, repetida no convento de
.Santo Antonio. Rio de Janeiro, 1810, 16 pags. in-4'.
- OraÇao funebre que nas exequias mandadas fitZer por sua alteza
real o principe regente, nosso senhor, ao serenissimo senhor D. Pedro
Carlos de Bourbon e Bl'a.gança,. infante de Hespanba, recitou na
capeUa real, etc. Rio de Janeiro, 1812, 26 pags. in-4'.
- Oração fttnebre do eminentis 'imo e reverendíssimo senhor D.
Lourenço Caleppi, arcebispo de Jizibi, nuncio apostolico, etc, recitada
em pre~ença de seu corpo no convento de Santo Antonio. Rio de Ja-
neiro, 1817, 30 pags. in-4'- Desta oração se occupa o, dl'. Ramiz
GaIvão no seu «Pulpito no Brazih.
- Omçc'ZO runebre elo Illm. e Exm. Sr. D. Fernando Jose de Por-
tugal, Marquez de Aguiar, gentil-homem da camara cl'el-rei nosso
senbor, recitada na igreja da lVlisel'icorclia. Rio de JaneÍl'o, 1817, 28
pags. in-4'.
- Oração funebre pelos mortos e assa s!nados na cidade da Bahia ;
pregada em presença de sua alteza real o principe constitucional, perpe-
tuo defensor do reino do Bl'azil e da serenissima princeza real na
igreja de S. Francisco de Paula. Rio de Janeiro, 1822,26 pags. in-4'-
No fim acha-se uma clwta fi ['mada POl' uma deputação «nomeada pelos
cidadãos da cidade da Bahia, residentes nesta côrte », convidando o
orador a encarregar-se desta oração.
- Oração funebl'e que nas exequias do anniversario da morte da
angusta senhora D. Maria Leo oldina Josepha Carolina, Archiduqueza
d'Austria e primeira imperatriz do Brazil, solemnisadas púr ordem ele
sua magestaele o imperador no cOlJvento de Nossa Senhora da Ajuda,
recitou, etc. Rio de Janeil'o, 1827, 16 pags. in-4'.
- Se1'1lU7o de o~sa Senhora da Lapa, pregado na capella da Lapa
dos Marca,dore em 1805 - O cOllego dr. Fernandes Pinheiro no seu tl'3.-
tado de eloquencia transcreve o começo do eloquente exordio deste
sermão.
- Se"mão de S. Fr:ancisco de Paula, pregado na igreja do mesmo
sauto em 1808 - Neste nota-se a bella e graciosa imagem que o orador
fc.l7. do amor da gloria.
- Sei'mão da primeira d9minga do advento, prégado na real capella
em 1811 - Diz o conego F. Pinheiro que neste sermão se nota a mages-
120 FR

tosa pintura do juizo fioal, que faz recordar-nos de Massillon no seu


celebre sermão sobre o pequeno numero dos eSllolhidos,
- Sermão em acção de graças que em memoria dos dias 24 de agosto
e 15 de setembro de 1820 o senado e os cidadãos do Rio de Janeiro
celebraram na igreja de S. Francisco de Paula. Rio de Janeiro, 1821,
32 pags. in-4°.
- Serrnao em acção de graças pela prosperidade do Brazil, prégado
a 7 de março de 1822 na capeIla real. Rio de Janeiro, 1822, 15 pags.
ín-4°.
- Sermão que, na ceremonia da sagração e coroação de Sua Mages·
tade Imperial, prégou, etc, Rio de Janeiro, 1822, in-4°.
- Sermão em acção de graças que, na capelIa de S. Pedro, solemnison
a corporação dos ourives pelo restabelecimento da saude de sua mages-
tade imperial. Rio de Janeiro, 1823, 18 pags. in-4° - Como politico,
frei Sampaio redigiu:
- O Regulador BmziZico-luzo. Rio de Janeiro, 1822 a 1823, in-4°-
Sahiu o l° numero desta folha, que se publicava duas vezes por
mez, a 29 de julho de 1822, e o ultimo a 12 de março do anno
seguinte, sendo do n. 11 em deante mudado o titulo para o de Regu-
lador Brazileiro. Era- companheiro de fI'. Sampaio ou segundo re-
dactor do Regulador, Autooio José da Silva Loureiro, com o qual
escreveu eIle a
- Analyse e confutaçrto da primeira carta quedirigiu a sua alteza real
o principe regente, etc., o campeão de Lisboa, pelos autores do Regu-
lad01' Brazilico-luzo. Rio de Janeiro, 1822 (Veja-se Antonio José da
SUva Loureiro. ) - Os artigos politicos que 'frei Francisco de Sampaio
escrevia para esta folha eram por elle copiados em um livro que deve
existir na bibliotheca do convento, e Coi lido por d. Pedro I, que visi-
tava muitas vezes o autor e com elle conversava sobre politica até
adeantada noite em sua cella, que tornou-se historica por este facto e
porque ahi, se diz, reuniam-se os patriotas em 1821 e 1822 e se prepa-
raram os acontecimentos que precederam a independencia do Brazil.
Tambem se diz que a chave dessa celIa era guardada como re-
cordação historica pelo provincial fI'. .A ntonio do Coração de Maria
e Almeida.
- Diario do Governo. Rio de Janeiro, 1823 a 1825, in-fol.- Estafolha
continuou até 1831, mas só foi redigida por fr. Sampaio até 1825; de
1826 em deante foi seu redactor o conego Januario da Cunha Barbosa, e
de 20 de maio de 1824 até 1831 chamou-se Diario Fluminense. Ha ainda
varios discursos politicos deste autor nos archivos da maçonaria desses
tempos, em que esta associação, toda de caridade, essencialmente huma-
FR 121

nitaria, foi obrigada a envol ver-se nos altos assumptos da politica geral.
Muitos litteratos se teem occupado de fr. Sampaio, e o dr. Nunes
Garcia possuia, com a maior veneração, seu craneo, onde se nota o
grande desenvolvimento da bossa da idealidade, e que o distincto ana-
tomista analysava nas suas lecções de anthropotomia « como uma das
melhores, das beIlas formações craneanas, que se presta a todos os
systemas craneometricos, melhor do que todos os que h i podido ver »,
dizia o sabio mestre.

Fr. Francisco de S. Carlos - Filho de José Carlos


da Silva e dona AnQ.a Maria de Jesus, chamado no seculo Francisco
Carlos da Silva, nasceu na cidade do Rio rle Janeiro a 10, como
querem uns ou como querem outros a 13 de fevereiro rle 1768 e na
me5ma cidade falleceu a 6 de maio de 1829, sendo franciscano da
provincia reformada da Conceição, onde recebeu o habito na idade de
13 annos. Do convento do Rio de Janeiro passou ao de Macacu,
'onde viveu alguns annos; foi deunidol' da mesma provincia, lente
de rhetorlca e poetica, examinador da mesa de consciencia e ordem,
• prégador da capella: imperial e um dos mais afamados oradores
sagrados, sendo por isso denominario Sereia- do pulpito pelos con-
temporaneos de seus triumphos oratorio . Fúi tambem distiocto poeta
e escreveu:
- Assumpção: poem;), composto em honra da Santissima Virgem. Rio
de Janeiro, 1819, 223 pags. in-8° com uma e tampa - Este livro foi re-
impresso pelo Visconüe de Porto Seguro nos Epicoi! brazileiro~, pOl'Emílio
Adet e J. Norberto de Souza e Silva no l\1ozaico poelico em 1844 e depois
por este em edição correcta e precedida /la biographia do autor e de um
juizo critico sobre o poema pelo conego J. C. Fernandes Pinheiro. Paris,
1862. E' um poema de oito cantos com 7.284 versos rimados, oodese en-
contram os mais beIlos e variados episodios, a!l mais ricas e seductoras
imagens, e descripções locaes, vivas e expressivas, com que gloriucando
a Virgem, de quem faUa com o mais sublime enthusi smo, amor e dedi-
cação, glorifica ao mesmo tempo a patria,. O autor tencionava dar uma
segunda edição do poema em sua vida, e par", i o :ti zera con ideraveis
melhoramentos, depois de ouvir tli versas pessoas tle erudição e saber;
não o podendo realisar, deixou a uma sua il'mã ou s brinba o volume
com todas as alterações e melhoramentos. O conego J. da Cunha Bar-
boza dirigiu-se a esta propondo-se a imprimir o livro e, salvas as des-
pezas, reverter para 'ella todo o lucro; mas tenio em resposta que só
venderia o livro por 12:000$, resultou dahi que só mais tarde
se ílzesse esta segunda edição pela de 1819. Creio que não serei
~22 PR

enfadonho transcrevendo aqui a invocação com que se abre o pri-


meiro canto.

Oh! tu, grande signal, raro portento,


Dos sec'los e do etbereo firmamento,
Nova ideia brilbante, a mais perfeita,
Do archetypo ex.emplar, e tão acceita,
Que chegaste a ser delle - ó maravil!la! -
Boa mãe, linda espo a e cara filha;
Aspira o votos meus e que meu canto
Cn,use a terra prazer e ao céo espanto!
Aspira, ó Virgem, por que cante e diga
Quanto a verdade e a devoção me obriga!
Pulcros celicultores que os assentos
Occupais dos sidereos aposentos;
Rubins, d'onde resalta a formosura
Desde o berço da luz, a luz mais pura;
Vós, que mil vezes nesta santa empreza
Medistes-vos com a barbara fereza
Do cabos, - e de seus monstros e tyrannos
Frustrastes as traições e os negros planos;
Si por mui celebrada se sublima
"Vossa allgusta princeza em doce rima,
Dai tamb m novo ardor ao canto nosso
Que, sendo por quem é, tambem é vosso!
E tu, igreja, tu, nunca invocada,
Musa dos céos, de e trellas coroada,
Nesta via escabrosa e tão confusa,
Ah! digna-te de seres minba musa!

Se?'mão de graças, pregado na capella real por occasião da che-


gada do principe regente e da família real ao Rio de Janeiro em 1808,
in-4°-Diz-se que dom João VI ao ouvir este sermão dec!lJ,ral'a que fI'.
Francisco de S. Carlos era o mais eloquen te orador sagrado, que ouvira.
O que e certo, é que o nomeou logo pregador regia.
- Omção de acçeio de graças, recitada na capella re<11 no dia 7 de
março de 1809, anniversario da chegada úe sua alteza real á esta
cidade. Rio de Janeiro, 1809, 14 pags. in-4°.
- Oração funebre recitada na igreja da Cruz da córte do Rio de
Janeiro, nas exequias da senhora D. Maria I, rainha ficlelissima do
reino unido de Portuga,l, do Brazil e Algarves. Rio de Janeiro, 1816,
24 pags. in-4°- Desta oração, que na opinião do conego Fernandes
Pinheiro, pela pompa da linguagem e sublimidade do pensamento, traz
à memoria a celebre oração de Bo suet por Henriqueta de Inglaterra,
Duqueza de Orleans, etc.-escreveu o doutor J. M. Pereira da Silva:
« Tudo neste sermão é admiravel: os pensamentos superiores, a ele-
gancia da phrase, a eloquencia das ideias, e a vivacidade no estylo se
raunem, e se combinam em proporções iguaes ; a alma do pregador
PR 123

expande-se maravilhosamente; seu coração falla em todas as pa-


lavras; sua intelligencia apparece em todas as suas expressões. FI'_
Francisco de S. Cal'los com este sermão funebre tomou lagar entre os
mais reputados e conhecidos prégadores de todas as modernas nações.»
- Oração sagl-uda que mi. olemne acção de graças pelo muito feliz
e augusto nascimento da serenissima senhora D. Maria da Gloria, prin-
ceza da Beira, etc., recitou no dia 13 de maio. Rio de Janeiro, 1819, 3~
pags. in-4° - Foi publicada pelo senado da camara, precedendo as
palavras: A E L-rei, nosso senhor, etc. FI'. F. de S. C,\1'los deixou ineditos
não só muitas poesias, como sermões, de que não ba noticia. Destes,
porém, existem os seguintes autographos. na bibJiotheca do nosso
exercito:
- Senniio do Espirita Santo, pregado na freguezia de S. Gonçalo
no anno de 1799.
- Sermiio do glorioso archanjo S. Miguel,.prégaclo na matriz de
Cabo Frio em 1807.
- Sermão da Natividade d~ Virgem Santissima.

Franciseo Serg'io de Oliveira - Falleceu em 1866


ou 1867 no Estudo de Pernambuco, onde exercia o cargo de com-
mandante das armas. As entauuo praça no exercito em 1817, subiu
successivamente a diversos postos até o de marechal de campo, e
desempenhou commissões militares em varias provincias do imperio.
Era official ela ordem da Rosa, cavalleit'o das do Cruzeiro e de S. Bento
de Aviz, condecorado com a medalha concedida ii. divisão cooperadora
da Boa Ordem em 1824, em Pernambuco, e e creveu:
- Bosquejo sobre alguns detalhes da guerra de surpreza dos corpos
destacados, pelo marechal Bugeaud. Traduzido: etc. Porto Alegre, 1852,
in·8°.

Francisco da Silva Castro - Filho do capitão José


da Silva Ca tro, nasceu na cidad.e de Belém, do Pará, a 21 de abril de
1815. Doutor em medicina pela escola de Lisboa, exerceu no Pará
d.iversos cargos, como o de in pectol' de aude publica, e foi por varias
vezes deputado á assembléa provincial, muito concorrendo para a
-exposição universal de Vienna d'Austria, pelo que foi elogiado pelo
ministerio da agricultura. E' commendador da ordem da Rosa e da
de Cl1risto; commendador <.la ordem portugueza de te titulo e da de
Sant'Iago do merito scientiiico e litterario; commendador da ordem
noruega de Santo alava; cavalheiro da ordem sueca da Estrella Polar
e da romana de S. Gregorio Magno; condecorado com a cruz da real
124 PR

ordem ci vil de Beneficencia por sua magestade catholica e com a


medalha de merito real da academia de Stockolmo ; membro da antiga
academia imperial de medicina e da sociedade Velosiam1, da sociedade
pharmaceutica lusitana e da dos medicas suecos de Stockolmo.
Escreveu:
- These inau(Jul"al acerca das feridas dos intestinos e seu tratamento
com um novo processo de enterorhaphia nas feridas circulares, etc.
Lisboa, 1837,52 pags. in-4° gr.
- Apontamentos para a historia da cholera-morbus no Pará em 1855,
oft'erecidos á junta central de hygiene publica do Rio de Janeiro.
Pará, 1855, 112 pags. in-4° com dou mappas. '
- Roteiro ch01'ographico da viagem que se costuma fazer da cidade
de Belém do Gram-Pará para Villa BeIla de Matto Grosso; timdo do
diario astronomico que ao rio Madeira fizeram os officiaes engenheiros
e doutores mathematicos, mandados no anno de 1781 por sua magestade
fidelis ima a demarcar a primeira divisão dos reaes limites; seguido
das praticas e th30ricas indag'ações que nos rios e povoações interiores
fez o sargento-mór João Vasco Manoel de Braun, Mandado imprimir e
oíferecido ao insti tuto historico e geographico do Brazil por Francisco
da Silva Castro, etc. ?ará, 1857, 36 pags, in-40 - Sahiu reproduzido
na Revista T"imensal do instituto, tomo 23°, 1860, de pags. 439 a 478.
-Enumeração dos vegetaes indigenas do Bra:r,il, empregados em
medicina, e mais usados, contendo a sua synonymia ou nomes vulgares
e scientificos, classificação, partes empregadas, formulas, virtudes,
preparações therapeuticv.s, etc.- Esta ohra foi pelo autor r:emettida ao
facultativo portuguez dr. C. M. F. da Silva Beirão, para ser incluida
em seu compendio rle materia medica, onde effectivamente o foi.
- Mem01"ia sobre o japüm (passara que habita todo o Brazil e as
Goyanas) conhecido no norte do imperio pelo nome de chechéo - Esta
memoria foi pelo autor enviada á academia real de sciencias de
StockoJmo, e me parece que foi publicada pela academh, Ha em
revistas diversos trabalhos ,seus, como:
- Fava de cobr-a- Ia Progresso Medico, tomo 2°, 1877, pago 189.
- Nota sobre a droga uh'ary ou cura.re; apresentada á academia
real da sciencias de Stockolmo - Na Gazeta Medica da Bahia, tomo 2°,
1867-1868, pags. 172 a 184.
- Observações sobre o vegetal paracary e suas applicações therapeu-
ticas - Idem, pags. 332 e 372. Este escripto foi reproduzido na Gazette
Medicale de Pal'is, tomo 24°, 1869.
- Relataria acerca de alguns morpheticos tratados pelo sr. Fran-
cisco Antonio Pereira da Costa, no seu estabelecimento ou lazareto
FR 125

situãelo no lago de Paracary, na margem esquerda do Amazonas-Nos


Annaes Brazilienses de Medicina, tomo 12°,1858-1859, ou tomo 240 da nova
classificação, pags. 56 e 238.

Francisco da Silveira de A vila PiDl.en-tel-


Prof~ssor de instrucção primaria, escreveu:
- Bt"eves noções de grammatica para se aprender theorica e prati-
camente, analysar e escrever portuguez. Rio de Janeiro, 1870, in-12°.
- Explicações de portuguez li. infaucia. Rio de Janeiro, 1874, in-80 •
- Explicador de portugue:; de conformidade com o programma do
1° anno do imperia I collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1875,
136 pags. in-8°.
- Grammatica portugueza por Caldas Aulete, muito augmentada,
principalmente na syntaxe, na ortbograpbia e na prosodia, por F. 8.
A. Pimentel, adoptada pelo conselho da instrucção publica para com-
penclio do l° anno do imperial collegio de Pedro II e cúIlegio naval.
Rio de Janeiro, in-8° - Esta gr'ammatica foi por A. F. de Castilho
classificada de livro de ouro para as crianças.
- Cartilha da infancia. Rio de Janeiro, 1878.
- Basculhos: compilações e poesias. Rio de Janeiro, 1888.

Francisco Silviano de AIDl.eida Brandão -


Filho de José Claro de Almeida e natural de Minas Geraes, é doutor em
medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, senador no Estado de seu
nascimento e representou sua província na 18a legislatura de 1882 a
1885 . Escreveu. :
- Diagnostico diffel'encial entre as molestias cutaneas syphiliticas e
não sypbiliticas; Flor; Ligadura da carotida primitiva; As bouba., sua
origem e seu tratamento: these apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1875,
150 pags. in-4°.
- Observação de um caso de syphilis constitucional secundaria, cara·
cterisada por manifestações cutaneas e mucosas polyphormes. Cura
pelo iodureto de mercurio e pelo iodureto de potassio. Ligeiras con-
siderações sobre o caso~- Na Revista Medica do Rio de Janeiro, 1873-
1874, pags. 30, 44, 58 e segs.
- Negocias de Minas. Discursos proferidos na camara dos 81's.
deputados. Rio de Janeiro, 1884.
- Relatorio apresentado ao dr. presidente do Estado de Minas
Geraes no anuo de 1893. Ouro Preto, 1893, 83 pags. in-fol., com
varias quadros e annexos - Foi escripto sendo o autor secretario de
estado dos negocias do interior no Estado de Minas Geraes.
120 FI-(,
.
I< rancisco !SiJnões Corrêa - Filho de Francisco Si-
mões 'Corrêa e dona Maria Francisca. da. Conceição Corrêa, nasceu na
cidade de Valença, do actual estado do Rio de Janeiro, a 21 de março
de 1848. E' doutor em medicina pela f"culdade desta capital e na mesma
faculdade lente substituto, tendo servido antes como interno das cU·
nicas cirurgica e medica da mesma faculdade, e sendo sacio do insti-
-tuto acadeuüco, da sociedade medica e da academia de sciencias physicas
do Rio de Janeiro. Nomeauo cil'urgião do corpo de saude da armada
em dezembro de J877, pediu sua demissão alguns mezes depois. Foi pre-
miado com o diploma de bonra na exposição de 1881 e escreveu:
-- Da febre arnarella sob o ponto de vista de sua g'enese e propagação.
Quaes as medidas sanitarias que se devem aconselhar para impeilir ou
attenuar seu desenvolvimento e propagação: ilissertação inaugural.
·Rio de Janeiro, 1876, 114 pags. ill-4°-E' seguida de proposições sobre:
Associação dos medicamentos e elas incompatibilidades; ValaI' elo tra-
tamento do tetano traumatico; Aclimamento das raças em geral e par-
-ticularmente em relação ao Braz-U sob o ponto de vista de canalisação.
Esta t11ese, corno diz o dr. Remedias Monteiro n'uma noticia publicada
no Progl'esso Medico, torno l°, pag. 447, « é recommendavel pelo seu
merito scientifico e tambem litterario ; é urna estréa brllhantissima.»
Escreveu vario <utigos sobre hygiene municipal no Echo elo Povo, de
Juiz ele Fora, 1882 e 1883 e redigiu, sendo estudante:
- Im1J,'ensa academica: periodico dos estudantes de medicina. Re-
dactor em cuefe Nuno F. de Andrade. Rio de Janeiro, 1872-1873, in-4°.
- Al'chivos de medicina: revista mensal. Redactores Licurgo
Santos e Simões Corréa. Rio de Janeiro, 1874, in-8° - Só sahiram
quatro folhetos de 76 pags. cada um.

Francisco §oares Maris - Nasceu no Estado de


Pernambuco DO ultimo quartel do seculo passado, era formado em di-
reito pela universidade de Coimbra, e escreveu:
- lnstituições canonico·patl'ias, divididas em . eis livros, escriptas
para uso elo clero 'Pernambucano. Rio (le Janeiro, 1822, 266 pag~. in-8°
- No cabeçurio das paginas deste livro vem a designação « Historia
ecclesiastica pernambucana », e e1i'ectivamente o é.

Francisco SO-t.ero dos Reis - Filho de Balthaza.r José


dos Reis e dona Maria Thereza Cordeiro, nasceu n:,), cidade capital do
"Maranhão a 22 de abril de 1800 e f"lleceu na mesma cidade a 16 de
Janeiro de 1871, profe~sor jubilado da lingua latina do lyceu Lla mesma
'C<'tpital; pl'ofessor desta lingua e bibJiothecario do instituto de humani-
PR 127

dades; caval1eiro da ordem da Rosa e da de Christo; sacio fundador


do instituto litterario maranhense. de que foi presidente. Exerceu no
Maranhão varias cargos, como os de membro dos conselhos geraes,
deputado á as embléa provincial por muitas vezes desde a instituição
da mesma assembléa e director do a ylo de Santa Thereza, instituição
creada pa ra ed ucação de meninas desvalidas. EHcreveu:
- Biog)'aphia do Dr. Eduardo Olympio Machado, presidente da pro-
víncia do Maranhão. Maranhão, 1855,37 pngs. in-4° - Foi reprodu-
zida na Reví'sta do instituto historico, :omo 19o , pags. 607 a 644.
- Postillas
I
de grammatica geral, applical1:Js a lingua portugueza

pela analyse dos classicCls ou guia para a construcção portugueza, dedi-
cadas ao sr. dr. Pedro Nunes Leal. S. Luiz, 1862, 382 pags. in-8 0 -
No fim elo livro acha-se o juizo critico do dr. Trajano Gaivão de Car-
valho, que o elogia pela clareza, methodo e elegancia da phrase e por
tratarem-se ahi de questões novas de linguagem, esclarecendo-se al-
gumas das mais difficeis de nossa grammatica. Ha segunda edição,
revista e augmentad~ de 1868 e terceil'a de 1870, in-8°, ambas feitas
no Iaranhão.
- Grammalica PO)'tugue;;a, accommotlatla aos principias geraes da
palavra, seguidos de immediata applicação pratica; dedicada ao sr.
dr. Pedro Nunes Leal. Ma,ranhão, 1860,2135 pags. in-8°- Segunda
edição revista, correcta e augmentaela por Fl'ancisc Sotero dos Reis e
Americo Vespucio dos Reis. Maranhão, 1871, 296 pags. Terceira
edição, 1877.
- Cornmentarios ele Caio Julio Cesar, traduzidos em pnrtuguez.
S. LU1Z (Maranhão), 1863, 548 pagos. in-8° - Esta traducção foi publi-
cada em livre tos, sendo o ultimo datado de 1869, com os livros do
bello gallico, incluido o oitavo, attribuido a Hercio e estando o texto ao
lado da versão.
- CU)'so de litteratura brazileira e portugueza, professatla no Insti-
tuto de humanidades tia provincia do Maranhão, dedicado ao director
do m smo instituto, o sr. dr. Pedro Nnnes Leal. Maranbão, 1866 a
1873, cinco vols. de S08, 383, 399, 400 e ... pags. in-8° - \.lgumas
lições do primeiro volume foram antes publicadas, como que annun-
eiando o livro em jornaes de grande circulação no imperio, como o
COl·reio Mel·cantil e o Diario do Rio de Janeiro em 1864 e 1865; e Inno-
ceneio da Silva em seu Diccionario dá minuciosa notici:l. do que trata,
nãp só cada um dos qúatro volumes primeiros, como o quinto, que
não estava publicado e só o foi seis anDOS depois do quarto volume, ou
mais dous annos qepois da morte elo autor, com largas apreciações e-
reparos da penna de seu amigo e conterraneo, o dr. A. Henriques Leal ~
128 FR

- A casca de caneZleú'a (steeple-chase) por uma boa duzia de espe-


ranças. S. Luiz, 1866, in-8° - Usa ahi do pseudonymo de Nicodemus
e foram seus cumpanheiros de collaboração: Gentil Homem de A. B.,
Joaquim Serra, A. Marques Rodrigues, A. Henriques Leal, H.aymundo
Filgueiras, Caetano C. Cantanhêde, Franci co D. Carneiro, F. G.
Sabbas da Costa, Trajano G. de Carvalho e J. de Souza Andrade, cada
um com seu pseudonymo.
- Juizo critico ácerca da traducção da Eneida de Manoal Odorico
Mendes - Acha-::;e no fim do Virgílio brazileiro. Sotero dos Reis foi
tambem jornalista e politico, redigindo:
- O l11amnhense. S. Luiz, 1825 - Foi uma folha conciliadora; foi,
como disse JO.lquim Serra, mai::> um conselheiro, do que um pala-
dino.
- O Constitucional. Maràllhão, 1830-1835 - Teve por companheiro
Manoel Odorico Mendes. Como a prece'lente, esta folha professava
idéas moderadas, de conciliação, dando toda força à autoridade consti-
tuida.
- O Irl'/}eSligadol" Maranhense. Maranhão, 1836-1839.
- A Revista. Maranhão, 1840-1850 - Foi publicada em OppOSlçaO
Chl'Oltica Maranhense, de João Francisco Lisboa, e foi durante sua
vida de jornalismo onde Sotero do' Reis mais elevou-se. Ao passo que
pugnava pelos interesses sociaes e pelo engrandecimento d\L provincia,
deu à publicidade muitos escriptos litterarios, entre os quaes um sobre
a «sublime fraqueza da mulhe!', quando via as famílias maranhenses
expostas a insultos pessoaes em pasquins cheios de aleivosia que sahi-
ram á lume em certa quadra de desbragada licença partidaria ».
- Correio de Annuncios. Maranhão, 1851 - Neste mesmo anno
passou a denominar-se:
- O Constitucional. Maranhão, 1851-1854 - Esta folha nada tem
com a de igual titulo, já mencionada.
- O Observador. S. Luiz, 1854-1855 - Este jornal foi em )847
fundado e redigido por Candido Mendes de Almeida até 1853, e depois
por Sotero dos Reis, sendo até 1861 por Dionysio Alves de Carvalho.
- Publicador l11ara'Ylhense. S. Luiz, 1856-1851 - Começou em julho
de 1842, como folha otIlcial, sahindo tres vezes por semana, sob a
redacção de J. Francisco Li boa e continuou depois de 1861 até 1864.
Nella publicou Sotero dos Reis um interessante «estndo synthetico
sobre a imprensa da provincia ».
- O Ecclesiastico: periodico dedicado aos interesses da religião sob
os auspicias do exm. e revm. sr. D. Manoel Joaquim da Silveira,
bispo do Maranhão. S. Luiz, 1852-1862 - Foi seu companheiro de
FR l2~

redacção o conego Raymundo AI ves dos Santos. Já retirado, emfim,


da impren a, cansado e velho, co]h'tborou no Seminario Maranhense,
revista litteraria fundada em )867 por Joaquim Serra e ahi publicou
entre varios artigos o
- Estudo c?"itico da litteratura biblica.

Francisoo de Souza - Nasceu em 1628 como querem


uns, ou em 1630 como querem outros, na cidade da Babia, segundo elle
mesmo o declara, e _não na ilha de Itaparica, em frente a e ta cidade,
segundo diz Barbosa Machldo, e falle u em Góa. no auno de 1713.
Em Gô,t entrou para o noviciado dos jesuítas aiuda muito criança;
porque estes, como era de seu co tume, reconhecendo o brilhante
talento de que era dotado, o attmhiritm a si; ahi fez todos os eiltudos
e recebeu com o habito da ordem as sagratlas or,lens do pre bytel'ato.
Duas vezes fQi á Lisboa e p.trochiou a freguezia de Nossa Senhora do
Salsete e, torufl,udo á India, sempre venerado por suas raras virtudes
e por sua, illustração, foi, em remuneração de sel'viços á companhia
prestados no Oriente, eleito deputado do tribunal do Santo OJIlcio, no
qual tomou assento a 9 de agos~o d ]700. Foi in igne theolog'o e
chronisla; cultivou tambem a poesia, sem ueis:lr nunca de exaltar a
tribuna agrada, de que foi um dos O'I'namentos. Não publicou sens
sermões, mas apenas:
- Oriente conquistado a Jesus Christo pelos padres da Companhia
de Jesus na provincia de Gôa: Primeira parte, na qual se contém os
primeiros vinte e dous annos desta provinda e segunda parte, na qual
se contém o que se obrou desde o anno de ]564 até 1585. Lisboa, 1710,
dons vol;;. de 929 e 646 pags. in-fol. com quatl'o estampas.
- Oriente conquistado, etc. Terceira parte - inedita, que I1cou no
Collegio de Santo Antão em Lisboa e cnjo destino se ignora depois da
extincção da celebre compauhia. O Oriente conquistado é a chronica
dos feitos da companhia de Jesus na India, e na opinião dos doutos
colloca o autor no numero dos primeiros classicos; é uma obra-
diz Barbosa Machado, onde se admil'am felizmente unidas a clareza do
metbodo, a elegancia do estylo, a sciencia da geographia e da coro-
graphia, partes constituintes de uma perfeita historia. Esta obra foi
escripta por pedido ou ordem do geral da companhia, o padre Tirso
Gonçalves. Houve quem ao padre Francisco de Souza attribuisse, mas
penso que não é de sua penna, a obra:
- Eustaquidos: poema sacro e tragi-comico, em que se contém a
vida de Santo Eustaquio, marlyr cham!ldo antes Placido, e de sua
mulher e filhos, por um anonymo natural da ilha de Itaparica, termo
9
1"30 FR

<la cidade da Bahia; dado á luz por um de'Voto do santo, 132 pags.
m-4° - Não se declara o logar e data da publicação, que parece ser
feita antes do melado do seculo X VlII e de que te'Ve segunda edição
feita pelo coronel Ignacio Accioli Cerqueira e Silva um canto que se
acha no fim do poema, ou a
- Descripção da ilha de Itaparlca: can to heroico, extrahiclo do
poema Eustaquidos. Babia, 1841- Deste poema tambem reproduziu
Varnhagem varios trechos no Ftoi"itegio da poesia bi'azileira, tomo lo,
pags. 151 a 181. Veja-se fI'. Manoel de Santa Maria Itaparica.

Francisco de §ouza Cirne e Lilll1a, Barão de


Santa Candida, de Portugal - Nascido em Pernambuco e bacharel em
direito pela faculdade de Olinda, fo~mado em 1851, falleceu no Rio de
Janeiro a 10 de janeiro de [887, poucas horas depois de desembarcar
em busca de melhoras para sofi'rimentos que o trouxeram do Pará a
esta cidade. Exercia elle desde 1878 o cargo de juiz de ol'phãos da
capital do Pará, onde servira os de vice-presidente e de chefe de policia.
Servin antes o de cbefe de p licia do Rio Grande do Sul, e de juiz de ~
direito no Espirito Santo, assim como outros cargos no Ceará e
em Minas Geraes. Era 'jum magistrado de illustração variada e
escreveu:
- Rudimentos do processo criminal. Para, 1883, in-8° - Depois da
materia que dá o titulo á este livro, seguem-se: Apontamentos sobI"e
aggravos civei e commerciae ; o formulario crime; a lei n. 2033 de
20 de setembro de 1871, que alterou diversas disposições de legislação
judiciaria, e seu regulamento n. 4824, mandado observar por decreto
de 22 de novembro do mesmo anno ; o regimento ele custas, mandado
(jbservar pelo decreto de 2 de setembro de 1874, e o regulftmento do
sello, mandado observar pelo decreto n. 7540 de 15 de novembro
de 1879.

Francisco de Souza Martins - Filho do coronel


Joaquim de Souza Martins e irmão do conselheiro Antonio de Souza
Martins, de quem fiz menção, nasceu em Oeiras, Estado do Piauhy,
.a 6 de janeiro de 1805 e ahi falleceu a 1 de fevereiro de 1857. Fez
4larte do curso da escola militar e, seguindo depois para Coimbra,
matriculou-se no curso de canones, o qual tambem deixou por causa de
perseguições do governo de dom Miguel, e então, aberto o curso de
direito de Olinda, ahi matl'iculou-se, e rec ,beu o g'rao de bacharel em
1832, entrando em seguida para a carreira da magistratura. Foi varias
vezes deputado por sua provincia desde 1834, presidiu a da Ballia, a do
PR 131

Ceará, e em 1847 fez uma viagem á Europa por motivo de molestia, de


.que não se restabeleceu de to::1o. Era membro do instituto historico e
geograpbico bl'azileiro e foi um uos autores do
- :flIanifesto que os eleitos pela provincia do Ceará fazem, etc. Rio
de Janeiro, 1845, 173 pags. in-12°-(Veja-se André Bastos de Oli-
veira.) E~creveu mais :
- P1'ogi'esso do jornalismo no Brazil- Vem na Revista do Instituto
historico, tomo 8", pags, 262 a 275. Trata-se do jornalismo desde 1808,
.quando foi permittido ao Brazil, até 1846.

Francisco de Souza Paraizo - Nascido na capital da


Babia DOS ultimas annos do seculo XVIIl, falleceu a 12 de maio de 1843.
Formado em direito, seguiu a carreira da magistratura, onde subiu a,té
o cargo de uesembargador da relação de sua provincia, que elIe repre-
.sentou no senado por eleição feita em 1837 e escolha da regencia a
13 de junho do mesmo anno. Presidia, desde 16 de maio de 1836, essa
provincia, quando rompeu a revolução de 7 de novembro, intitulada a
Sabinada, e por esta occasião escreveu:
- ErvposiçãO do procedimento do desembargador Francisco de Souza
Paraizo, como presitlente da provincia da Bahia, na occasião da des-
ordem que" teve lagar na capital no infausto dia 7 de novembro de 1837;
ofl'erecida aos homens de3apaixonados e sensatos. Rio de Janeiro, 1838,
57 pag3. io-8" - (Veja-se Francisco Gonçalves Martins.)

Francisco 'I'J:l,vares de Brito - Natural, segundo me


consta, do Rio de Janeiro, e nascido pelo anno de 1700, apenas delle ha
noticia na, bibliographia historica portugueza de J. C. de Figaniêre, á
.qual se refere 10nocencio da Silva. Escreveu:
- Itinerw'io geographiclJ, corri a verdadeira descripção dos caminhos,
estradas, roças, sitias, povoações, lagares, villas, rios, montes e serras
que ha da cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro até ás Minas de ouro.
Sevilha, 1732, 32 pags. in-8° - E' um opusculo rarissimo.

Francisco Teix~ira de Horaes - Natural da villa


de Alemquer, Pará, na Guyana Brazileira, nasceu, segundo posso cal-
oCular, pelos annos de 1650 a 1660 e escreveu:
- Relaçao histo,'ica e politica dos tumultos na cidade de S. Luiz do
Maranhão com os successos mais notaveis que nelles aconteceram;
sua descripção geographica, j seu descobrimento, conquista, guerras
com francezes intrusos e indios naturaes: invasão dos hollandezes, sua
expulsão; e exacta narração do tumulto que na dita cidade se levantou
132 FR

e a quietação delle com a vinda de Gomes Freire de Andrade, e o exem-


plar governo deste e de outros governadores até o de Francisco de Sá e
Menezes. Dedicado ao senhor Roque Monteiro Paim, do conselho de sua
magestade, seu secretario e presidente do tribunal da inconfidencia.
1692.-Vem na Revista do Instituto Historico, tomo 40°, parte la, pags.
67 a 155 e 303 a 410.

Francisco Teixeira de sá - Filho de João Baptista


de Sá e nascido em Pernambuco pelo anno de 1835, é bacharel em
sciencias sociaes e juridicas pela faculdade do Recife, formado em 1857
e nessa cidade desembargador da relação depois de ter exercido outl'OS
cargos de magistratura, como o de juiz de direito da comarca do Cabo.
Escreveu, além talvez de outros trabalhos:
-A lei de 9 de janeiro ae 1881 e seu regulamento, annotados com as
novas disposições e acompanhados de modelos e de um exemplario das
actas da formação e installação das mesas eleitoraes e das apurações de
votos. Recife, 1884.

Francisco Telles de Menezes - Da família e talvez


descendente do alcaide-mór da cidade da Bahia Francisco Telles de
Menezes, natural da mesma cidade e valido do governador geral Anto-
nio de Souza Menezes - o qual em sua patria creara desa:ffeições taes,
que, apezar do alto valimento e estima deste, foi, em pleno dia e na rua
mais frequentada, assassinaào por André de Britto, no anno de 1683 -
falleceu depoi8 do anno de 1827, não sei em que lagar, assim como o de
seu nascimento. Sei apenas que era presbytero secular e que viveu
pelos sertões da Bahia, Pernambuco e Ceará, dedicou·se muito as inves-
tigações de nossa historia e deixou ineditos grossos volumes que per-
tencem ao instituto historico, a saber:
- Lamentação brazilica dis(';ernitiva de occultos segredos por linha,
prumo e niveu do fiel da balança braziliana; ornado de ricos thesoul'os
temporaes a eternos. Parte I", escripta de 1799 e reformada am 1807
no norte do Brazil. Ceará, 613 paga. in-fol.
- Lamel'l~ação braâUca. Nova seára de ricos tt1esouros ternporaes e
eternos. Arte de conquista. de novo descoberta nOfl gemidos fraternae~
com os melhorea mooelo!l para a sua cultura e vindima. Parte 2a desde
o anno- de 1800, completa em 1817, e accrescentada desde 1824 até
1827. 198 p8lgs. in-fol. e um mappa.
- Lamentação brasiUca. Mappa curioso do novo descoberto. Parte
30 ,' dividida em seis capitulas, começada em 1799 e concluida em 1806.
~Ol flõ. in-fol. e 28 mappas.
PR 133

- Lamentação bmzilica. Codigo dos brados populares, continuado


á parte la, relativo á parte 280 da mesma que acaba de demonstrar
as verdades occultas; organisado desde 1817 e completo em 1826:
194 fls. in-fol.
- Lamentação brazaica. Codice geral do mappa curioso vos novos
descobertos, pertencente á parte 380 da Lamentação brazilica. conti-
nuado do cap. 60 delle. Das indagações feitas desde 1808 até 1817. 130
pags. in·fol.-Desta obra foram alguns trechos publicados nos Apon-
tamentos para a historia do Ceará, do conego Thomaz Pompêo de Souza.
Brazil - (Veja-se este nome.)

Francisco Urbano da Silva Ribeiro - Natural


do Ceará e bacharel em sciencias sociaes e juridicas pela faculdade do
Recife, formado em 1853, creio qUI! foi magistrado e nesse exercicio
escreveu:
- Chefatura de policia na provincia do Piauby. S. Luiz, 1861, in-4°.

Francisco Vicen-te Soulio-Maior - Coronel da


guarda nacional, foi compromettido na revolução mineira de 1842, pelo
que foi preso e escreveu por essa occasião:
- ExposiçãO que de sua prisão e sofi'rimentos na província de
Minas-Geraes fez ao ex-ministro da guerra José Clemente Pereira o
coronel, etc. Rio de Janeiro, 1843, in-8°.

Francisco Victor Rodrigues - Natural, segundo


me consta, de Goyaz ; pelo menos ahi residia, tendo occupado cargos
de eleição popular, e sendo membro da camara municipal de Catalão,
em resposta ao questionario relativo á exposição de historia patria,
escreveu;
- Descripção do municipio de Catalão, comarca do rio Paranabyba.
1881,22 fls. in-fol.- Existe inedita na bibliotbeca nacional com uma
carta do mesmo municipio, .traçada á penna.

Francisoo Vieira Goular-t - Falleceu a 21 de agosto


de 1839 na cidade do Rio de Janeiro, sendo conego da capella imperial
e socio da academia real das sciencias de Lisboa. Leccionou humani-
dades em S. Paulo; foi bibliothecario da bibliotbeca publica, um
dos primeiros directores que a imprensa nacional teve e um dos
redactores da
- Gazeta do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1808 a 1822, in-4o e
fo1.- Esta Ga~eta, a primeira que se publicou no Brazil, foi redigida
134 FR

por Tiburcio José da Rocha, official da secretaria dos estrangeiros atê


1812 ; depois por Manoel Ferreira de Araujo Guimarães, e só' em sua.
. ultima phase, pelo conego Goulart. A principio só' se publicavam nesta
folha decretos e decisões do governo, noticias da guerra peninsular e
mais algumas outras da Europa e descripção de solemnidades por.
occasião de anniversarios da real família, e de alguns factos memo-
raveis. Começou a sahir a 10 de outubro de 1808 e terminou a 31 de
dezembro de 1822, apparecendo a 14 de novembro deste anno com as
armas brazileiras, estampadas no alto da prinleira pag'ina, em vez das
portuguezas que ahi se viam desde 1809. Foi finalmente substituida
pelo Diario do Gove?"no a 2 de janeiro de 1823.
- Folhinha de algibeira, mandada imprimÍl' por ordem superior
(para 1823). Rio de Janeiro, 1822, in-16°- Além desta, creio qu'e orga-
nisou outras folhinhas.
- },tI emoria sobre os defeitos que se encontram no systema metro-
logico que se organisou para o Brazil pela commissão nomeada por
decreto de 8 de janeiro de 1833. Rio de Janeiro, 1836, 23 pags. in-4°
- Refere-se ao relatorio sobre o me1110ramellto do systema de pesos e
medidas, etc., por Francisco Cordeiro da Silva Torres, Canelido Baptista
de Oliveira e Ignacio Ratton - (Vejam-se estes nomes.)

Francisco Víllela Barbosa~ lo Visconde e Mar-


quez de Paranaguá - Filho do negociante Francisco Villela Barbosa ~
de dona Anna Maria da Conceição, nasceu no Rio ele Janeiro a 20 de
novembro de 1769, e fallece u a 11 de' setembro de 1846. Orphão de
pae e .de mãe, muito criança, e pobre, foi educado por uma tia materna,
que a expensas suas, depois de fazer eUe alguns preparatorios, o
mandou para Coimbra afim de estudar direito; mas, como contrahisse
ahi matrimonio contra a vontade de sua tia, suspendeu-lhe esta a
mezada que lhe dava, deixando-o na impossibilidade de estudar, até
que, sabedor deste facto o distincto brazileiro, D. Francisco de Lemos,
bispo de Coimbra, reformador da universidade, e seu conterraneo,
deu-lhe o auxilio, de que carecia, até formar-se em mathematicas.
Entrando para o serviço da armada com a patente de segundo tenente
em 1796, depois de ter feito parte de varias expedições ao Brazil, foi
transferido para o corpo de engenheh'os como primeiro tenente em 1801,
nomeado substituto, e mais tarde lente cathedratico da academia de
marinha, onde leccionou até jubilar-se em 1822 e, sabendo que se
-acclamara a independencia do Brazil, pediu demissão do posto que
tinha de major, veiu à patria, sendo logo nomeado coronel graduado
do corpo de engenheiros. Foi deputado as côrtes consti tuintes de
FR 135

Portugal; foi ministro o secretario de estado dos negocias do imperio


e dos de estrangeiros em 1823, ministro da marinha por diver-
sas vezes, sendo a ultima vez depois da maioridade de dom Pedro
II ; senador do imperio ; conselheiro de estado; dignitario e depois
gran,-cruz da ordem do Cruzeiro; membro e vice-presidente da academia
das sciencias de Lisboa, da sociedade marítima, militar e geographica
da mesma cidade, do instituto historico e geographico brazileiro, etc.
Teve parte no projecto da constituição, dado por dom Pedro I, sendo
eUe ministro do imperio; foi um dos encarregados de tratar em
Portugal do reconhecimento da independencia do imperio, e escreveu:
- Elementos de geometria, publicados por ordem da academia
real das sciencias. Lisboa, 1815 - Esta obea, escripta sendo o autor
lente da academia de marinha, foi não só publicada pela academia real
das sciencias, mas approvada pela congregação daquella academia para
servir de compendio, adoptada na acaJemia militar do Rio de Janeiro,
e na escola polytechnica de Lisboa, e aiuda ultimamente em 1870 era
adoptada no Iyceu desta cidade, e nas aulas secundarias. Sobre ella
escreveu o conselheiro Christiano Ottoni um juizo critico em 1845-
(Veja-se Christiano Benedicto Ottoni.) Segunda edição, Lisboa, 1819,
127 pags.in-8°. Esta e todas as subsequentes trazem como additamento
o tratado de geometria espherica que em seguida se menciona. Destas
edições mencionarei as de 1838, 1846 e 1870, feitas no Rio de Janeiro,
e as de 1837, 1841, 1863 e de 1870 ou 1871 feitas em Lisboa. Esta
ultima foi determinada pela academ.ia real das sciencias por se achar
esgotada a precedente. As edições de 1846 em deante conteem varias
correcções do autor.
- B,'eve tratado de geometria espherica, em additamento aos
elementos de geometria. Lisboa, 1817, 28 pags. in-8° com uma
estampa.
- Discurso historico, recitado na ses ão publica da academia real
da3 sciencias de 24 de junbo de 1821, sendo o autor vice-secretario-
~ahiu nas memorias da mesma academia, tomo 8°, pags. I a XXIII.
- Discursos recitados no paço <1e Queluz perante el-rei o senhor
dom João VI e o serenissimo senhor infante dom Miguel por occasião
de seu feliz regresso ao reino de Portugal - Idem, pags. XXXV
e seguintes.
- Poemas. Coimbra, 1794, 127 pags. in-8° - Sob este titulo
publicou o autor, sendo ainda estu ante da universidade, uma col-
lecção rle poesias de diversos generoso E' este mesmo volume a que
se refere o monsenhor M. da Costa Honorato, em seu Tratado de
rbetorica, pags. 284. Todos os ex:emplares, que se encontram deste
136 PR

livro, se acham mutilados, tendo cortadas as folhas de paginas 31 a 36


inclusive, as paginas 45 e 46 e as paginas 115 a 120 tambem
inclusive, facto que attribue-se ás exigeucias posteriores da censura.
- A primavera: cantata. Lisboa, 1799 - Segunda edição, Lisboa,
1828. Sahiu tambem nas .ll1'emo?'ias ela academia real de sciencias,
tomo 6°, pags. 20 a 32 e depois foi reproduzida no Florilegio da poesia
brazileira de F. A. de Varnhagem, tomo 2°, pags. 653 a 666, no
Parnaso brazileiro de J. da Cunha Barbosa, tomo 1°, pags. 53 e
seguinte", precedida de duas lyras em versos octosyllabos e finalmente
no Parnaso braúleiro de J. M. Pereira da Silva, tomo 2°, pagos. 29 a 43.
- Saudade pela sentidissima morte do senhor D. Pedro I,
ex-imperador do Brazil, gloza oft'erecida aos corações sensiveis por
Z. O. A. Rio de Janeiro, 1834 - Esta publicação foi geralmente
attribuida, apezar das tres iniciaes, que não combinam com as de seu
nome, a Villela Barbosa. Teve segunda edição no anuo seguinte, Rio
de Janeir'o, 20 pags. iu-8°- Ha diversas poesias deste autor publicadas
em revistas e em outras collecções, como:
- Ode ao exm. sr. Visconde de Cairu, improvisada no senado, por
occasião de ahi fazer um energico discurso aquelle Visconde - Vem na
Revista do instituto historico, tomo 1°, pag. 246.
- Stabat mate?' : traducção - Sahiu no l?'is, periodico de religião,
bellas arte~, sciencias, lettras, etc., tomo 2°, pag. 637.
- A uma velha enamorada, ode. O beijo, cançoneta, Retrato,
idem. O rio e o regato, allegoria. A tarde, cantata. A rosa, lyra -
Acham-se no citado Parnaso brazileiro de J. M. Pereira da Silva,
tomo 2°, pags. 44 a 63. An tes de falJecer, o Marquez de Paranaguã.
entregou ás chammas uma pre iosa collecção de poesias, de memorias
politicas e varias lilscriptosineditos, de valor litter3rio. Muitas pessoas,
porém, possuem um ou outro de tae8 escriptos, assim como de ligeiros
improviso , que elle nunca es reveu. Uma vez ia entrando em seu
gabinete, quando elle estudava em Portugal, uma joven que foi sua
esposa poucos dias depois, e como o visse só, e fizesse um movimento
para retirar-se, eUe a deteve com toda a amabilidade, dizendo: .

Visto que a mal podem ter


Si te virem só commigo,
Dou-te, ó Marcia, um parecer:
Nunca só me venbas, ver;
Traze sempre Amor comtigo.

Dentre seus e criptos em prosa, consta-me que foi publicada, mas


não sei onde a
FR 137

- Memoria sobre a correcção das derrotas de estima - escripta


quando o autor servia na marinha e premiada pela sociedade maritima,
militar e geographica.

Francisco Xavier Augusto da F-rança- Nas-


ceu na provincia, hoje Estado de Minas Geraes, nos ultimas annos do
. seculo XVIII ou no começo do actual. Senuo presbytero secular e
vigario collado da freguezia de Catas-Altas, varão de raras virtudes e
de va ta erudição, foi nomeado bispo do Rio Grande do Sul em agosto
de 1858 ; mas não acceitou a nomeação. Só conheço de sua penna a
- Oraçeio {uneb?"e que nas solemn s exequias celebradas á memoria de
sua mãe .•. d. Marianna Perpetua de Souza Coutinho e por José Maria da
Cunha Porto recitou na m.atriz de N. S. da Conceição de Catas-Altas, no
dia 25 de agosto de 1826, o padre, etc. Rio de Janeiro, 1826, 12 pags. in-4°.

Francisco Xavier BODl.t.eJnpo - Filho do dr. José


Maria Bomtempo, que foi lente da antigll. escola medico-cirurgica do
Rio de Janeiro e de quem tratarei, nasceu em Portugal no anno de 1800
e falleceu nesta cidade a II de março de 1891, sendo director a losentado
da secretaria da marinha, do conselho do ex-Imperador, commendador
da ordem da Rosa e da de Christo. Cultivou a musica e escreveu:
- Collecção de doze valsas para piano (Rio de Janeiro, 1848).
- Instrucções para a navegação do rio Amazonas. Rio de Janeiro,
1868- Sei que o conselheiro Bomtempo deixou inedito um tratado de
- Geog,"aphia - já pl'ompto para ser publicado, e nisso cuidava um
anno antes de fallecer. A uma proposta que lhe dirigi por um amigo com-
mum, respondeu-me elle que oíl'ereceria este livro ao instituto historicl).

Francisco Xavier da Cunha - Filho do brigadeiro


Felix Xavier da Cunha e irmão do dr. Felix Xavier da Cunha, de quem
fiz menção neste livro, nasceu na provincia, hoje Estado do Rio Grande
do Sul, foi deputado à assemblêa da mesma província e exerceu na
côrte o cargo de director do Diario OfficiaZ, de que pediu demissão
pouco depois, o de director do estabelecimento creado para os immi-
grantes na ilha das Flores e foi pelo governo da republica nomeado seu
ministro plenipotenciario na Italia, passando dabi ao Estado Oriental
do Uruguay e do Uruguay a Madrid. Escreveu varias artigos politicas
em folbas do partido liberal e republicanas, e redigiu:
- A .Democracia: orgão do partido republicano. Porto Alegre, 1872,
in foI. - Daquelles escriptos publicou:
- As minhas crenç~s e opiniões: artigos publicados em 1870 e 1871.
138 FR

Rio de Janeiro, 1878, 300 pags. in-8° - Consta-me que ha de sua


penna alguns opusculos.

Fr. Francisco Xavier Feijó - Monge benedictifio,


nãtural, segundo supponho, de Pernambuco, vivia em 1775 e foi um
apaixonado cultor das musas. Deixou muitas producções, de que não ha
noticia, sinão de tres, isto é:
- Quanto se interessa Pernambuco nos annos que conta o litm. e
exm. sr. José Cezar de Menezes: soneto. A maior gloria de s. ex.
é a humanidade de seu governo, ode. Os votos que faz Pernambuco
para que sejam muitos os anuos de s. ex.: (decimas glozadas em
estylo joco-serio)- São todas tres dedicadas á mesma pessoa e vem na
«Collecção das obras feitas aos felicissimos ànnos do i11m. e exm. sr.
José Cesar de Menezes, governador e capitão general de Pernambuco,
na sessão academica de 13 de maio de 1775; offerecida por Anton ia Go-
mes Pacheco, presbytero secular.»-(Veja-se este antor.) A ultima vem
ainda no ])(ozaico Pernambucano de F. A. Pereira da Costa, pags. 202
e 203. A coaecção acima foi publicada em 1884 no livro «Excavações)
etc.», por F. P. do Amaral.

Francisco Xavier Ferreira-Foi militar e deputado


na primeira legislatura; antes, porém,como elle se declara na obra que
'Passo a mencionar, pela provincia, hoje Estado do Rio Grande do Sul,
não vejo seu nome, nem na constituinte brazileira, em que a dita pro-
vincia foi representada por José Feliciano Fernandes Pinheiro, Francisco
das Chagas Santos, J. B. de Sena Ribeiro da Co ta e Antonio Martins
Bastos, nem nas càrtes portuguezas de 1821 a 1822, a que foram eleitos
pelo Rio Grande o padre João de Santa Barbara e José Saturnino da
Costa Pereira. Escreveu:
- Discurso que a S. A. R. o principe regente constitucional e
defensor perpetuo do Brazil dirigiu o deputado Francisco Xavier
Ferreira pela provincia do Rio Grande de S. Pedro do Sul e resposta
dada por S. A. Rio de Janeiro, 1822.
- Eymno militar brazileiro para se cantar no dia da benção das
novas bandeiras: Rio de Janeiro, 1822, 1 fi. in-fol. - Começa este
bymno:

~. Brazileiros denodados.
Voai ao campo da gloria I
Quem peleja pela patria,
Alcança sempre a victoria.
Correi, ó bravos, ás armas, etc.»
FR 13 '

Francisco Xavier F. Marques - Nasceu, segundo-


me consta, na Bahia. Só o conheço pelo seguinte livro que es-
creveu:
- Themas e variações. Bahia, 1884 - E' um livro de versos que,..
na phrase de um critico competente, só merecem desculpa por serem-
a estréa de autor joven, muitojoven.

Francisco Xavier Monteiro da Fra"Q.ca-


Filho do capitão José Vicente Monteiro da Franca e de dona Francisca
Xavier (da Conceiç.:'io Teixeira, nasceu na capital da Parahyba a 15
de junho de ln3 e falleceu a 16 de junho de 1851. Destinado ao
estado clerical, recebeu as primeiras ordens, mas depois, mudando de
resolução, deu-se à advocacia. Adheriu à revolução de 1817, sendo
um dos cinco membros do governo provisorio, pelo que foi preso~
sentenciado à morte, e depois perdoado, mas solto só depois do
perdão geral de 1821 j foi deputado às côrtes portuguezas em 1822,
e na 1a legislatura brazileira; conselbeiro do governo; inspector do
assucar e do algodão em 1837, e presidente de sun. provincia em
1840; capitão-mór de milicias e official da ordem da Rosa. Era poeta e
escreveu muitas poesias que foram publicadas depois de sua morte
no volume
- Vida e poesias do capitão-mór Francisco Xn.vier Monteiro da
Franca, mandadas imprimir por seu genro e particular amigo, o majo~
Manoel Caetano Velloso. Parahyba, 1854, in-8°- Consta o volume, além-
da parte biographica que é da penna do major Velloso, de seis odes.
uma epistola, uma elegia, quarenta e sete sonetos e outras poesias
diversas, sendo grande parte dellas escriptas nL\ cadeia da Babia. E
declara o major Velloso, que ficaram algumas por colleccionar, por
não encontraI-as, por não achaI-as completas, etc.

'Francisco Xavier Oliveira de Menezes-


Natural da cidade do Rio de Janeiro, bacharel em sciencias pbysicas e
naturaes pela escola central, é professor de matbematicas e sciencias
naturaes do instituto nacional dos cegos, professor de physica e chimica
do instituto nacional de instrucção secundaria, professor de pbysica do
lyceu de artes e officios, e official da ordem da Rosa. Parecendo-lb~
que os accumuladores electricos poderiam ser vantajosamente applica-
dos à locomoção, imaginou para esse fim um systema e, obtendo do-
governo imperial em 1884, a garantia provisoria de privilegio para a.
locomoção por aquelJe meio, foi á Paris onde ouviu o celebre Plantá, e
outra autoridade competente, Presca; percorreu outras capitaes euro-
140 FR

péas, sempre estudando e robustecendo suas convicções e, de volta ao


Brazil. escreveu :
- A locomoçcío pelos accumuladores electricos. Rio de Janeiro,
1886 - E' um trabalho todQ scientifico que revela o estudo do autor
sobre as applicaçõe3 da electricidade e do que respeita á locomoção
electrica por meio dos accumuladores. De outros trabalhos seus
referirei:
- Prelecção de abertura do curso de physica do lyceu de artes e
officios. Rio de Janeiro, 1881 - E' sua primeira lição do curso, em que
trata, perante o Imperador, da necessidade do estudo da physica no
desenvolvimento da industria, e de idéas geraes.
- Lições de physica, professad<ls no imperial lyceu de artes e
officios. Rio de Janeiro, 1881, in-8° - A publicação foi feita por fasci-
culos, de que só vi até o 4°, ou até á pago lO8.
- Duas questões de oplica. Rio de Janeiro, 1885 - O que neste
escripto mais interessa é o estudo da razão, porque a lua, o sol e as
estrellas parecem-nos menores no horisonte, do que no zenith.

Francisco Xavier dos Passos - Natural de Santos,


Estado de S. PauJo, nasceu, segundo posso calcular, entre 1750 e
1755. Presbytero do habito de S. Pedro, fôra alumno das celebres
aulas de D. fI'. Manoel da Resurreição, 3° bispo de S. Paulo, deUe
famulo e notavel por seus talentos, aos quaes a veia poetica dava.
realce, como diz o doutor Paulo A. do Valle. Escreveu uma
- Comedia em latim - de metrificação variada, que foi represen-
tada no palacio episcopal. Della, assim como de outras composições
suas, diz o mesmo doutor Valle, só resta a lembrança. No Almanak
litterario de S. Paulo para 1877 vem do padre Passos uma versão em
verso porluguez. ou
- Predicçcío do monge Rpzendo -encontrada, etc., na livraria do
con \Tento de SJnto Antonio do Rio de Janeiro, e attribuida a fI'. Antonio
de Santa Ursula Rodovalho. Acha-se ás pags. 57 e 58 em seguida ao
original em1atim.

Francisco Xavier Rodrigues de Souza -


Natural do Estado do Maranhão, segundo me consta. Em commissão
fiscal á Columbia, colheu dados estatisticos sobre a população, o com-
mercio, a industria da florescente republica, e então escreveu:
- Do Para li Columbia ou apontamentos sobre o rio Içá ou
Putumayo. Maranhão, 1880, 53 pags. in-4°- E', portanto, um
trabalho interessa~te pelas noticias que contém.
FR 141

Fr. Francisco Xavier de Santa Rita Bastos


Darauna - Natural da Bahia, nasceu pelo anno de 1785 e falleceu
em 1846, ou pouco depois, si me não engano. Religio o franciscano,
professo no convento da cidade de S. Salvauor, capital do dilo Es-
tado, chamado por antonomasia o Bossuet brazileiro, foi um orador
fecundo, erudito e eloquente, e poeta de não menos merito; mas, apre-
ciador da vida livre do seculo, com a mais completa e pl'onunciaua
negação para o claustro, não quiz, entretanto, secularisar-se; preferiu
vivel' em continuas ausencias do convento, sem licença, e soffrer por
isso diversas prisões no respectivo carcere, Devoto iocensador do jogo,
do vinho e das mulheres, era preciso muitas vezes ir arrancai-o a seus
idolos na hora de subir ii. tribuna, e então era, de ordill"lrio, quando
mais brilhava sua eloquencia, a maior parte (la..~ vezes improvisando
seus bellissimos discursos, e sempre arl'ebatando seus ouvintes, Na
falta imprevista de um prégador, el'a elle o lembrallo; só restava
encontrai-o e isto não era faci!. Eotl'e os factos itleotico • que conheço,
citarei um que lhe valeu o titulo de prégLtdol' regio: N'Luna festa so-
lemne, ja presentes na cape lia real do Rio da Jaoeil'o o rei, toda a sua
côrte e nobreza, faltou o orador por doeute e foi fI'. B,tstos lembrado
para remediar a falta. Um alto personagem foi encontrai-o n'uma
botica á rua do Carmo, e elle improvisou, co:no costum,tva, um sel'mão
em que a eloquencia sagrada tocou ao sublime, arrancando geraes
applausos. Foi a elle, que o laureado poeta Junqueira Freire dirigiu a
sua sentida e exprobratoria poesia, que começa:

Por que te afog-as, Bossuet brazileo,


No immenso pégo da lascivia impura ~
Por que teus louros triumphae' nodóas
Co'as roxas fezes do azedatlo vinho ~
Por que continuo tua glorhl as opras
Por leves bafos do charuto al'dente ~

Como disse um distincto litterato, que o chama especie de Bocage


de burel, parece que fr.Bastos foi um homem desviado de suas
inclinações, um condemnado do claustl'o, um suppliciado do meio
em que vegetou. O seguinte soneto, que elle escreveu, dando talvez
um desafógo ás torturas que lhe enchiam a alma, é uma prova ro-
busta disso ;

Si um homem houve", homem tão forte,


Que possa ver em sua casa eotr,ando
Malfeitores crueis assassioando
A cara filha, a candida consorte;
1.42 PR

Si um tal homem houver, que sem transporte


Veja o céo, rubros raios vomitando,
O mar pelos rochedos atrepando,
A terra inteira a bracejar com a morte;

Que appareça esse heróe assim disposto,


Que eu quero lhe mostrar por dentro o peito,
E quero lhe não mude a cor do rosto!

Ha de cahir em lagrimas desfeito,


Vendo o meu coração pelo desgosto
Em mil retalhos e pedaços feito ...

Da prodigiosa memoria, de que era dotado, ha alguns factos na


oticia que delle deu o commendador J. L. Al ves na obra «O clero e
o{) claustro no Brazil»; Vivendo muitos annos pralytico, por causa da
vida licenciosa que trilhara, !l1aS sempre escrevendo sermões para serem
.recitados por outros, deixou discursos oratorios e poesias que enche-
-riam volumes. De seus escriptos só se publicou:
- Oração funebTe recitada nas exequias que celebrou e ofilciou pon-
tificalmente na igreja primacial do collegio desta cidade o excellen-
.tissimo e reverendi simo sr. D. fI'. Francisco de S. Damaso de Abreu
Vieira, arcebispo da Bahia, no dia 8 de junho de 1816, na morte de
illossa fidelissima rainha de Portugal e senhora dona Maria Primeira.
.Babia, 1816, 23 pags. in·4°.
- Glosa improvisada - Vem no C"epuscttlo, da Babia, tomo l°,
pags. 185 e 186. São quatro decimas. Neste periodico, em que entre-
tanto fazia parte da redacção um sobrinho de fI'. Bastos, se acha seu
nome tl'ocado, isto é, fI'. Manoel, etc., em vez de fI'. Franciscó Xavier.
- Soneto improvisado e entregue ao arcebispo D. ROillualuo por
()ccasiáo de sua visita ao con vento em uma fesiívidade, estando elle no
·carcere, e se negando o veneravel prelado a ouvil-o, por causa da obsti-
nação com que fI'. Bastos perseverava na senda dos desvarios. Eis °
soneto:

Soccorrei-me, senbor! Quebrae piedoso


Minhas algemas, cheias de dureza!
Si meu crime provem da natureza,
Quem de ser deixârá réo criminoso ~

David, que foi tão justo e virtuoso,


Por Bezabeth cahiu na' vil fraqueza;
Sansão, perdendo o brio e fortaleza,
Ao orbe deu exemplo lastimoso.
PR 143

Vêde Jacob, detido em captiveiro


Pela gentil Rachel, vêde Suzana,
Vêde afinal, senhor, o mundo inteiro!

Desculpa tenho na paixão insana ;


Que ou mandasse-me o céo o ser primeil'o,
Ou fizesse de ferro a carne humana.

O arcebispo recusou-se a ouvir fr. Bastos j mas, quando leu o soneto",


escripto a lapis, com lag'rimas nos olhos disse-soltem-n'o. Foi isto no
dia da festa de S. Francisco, a que o prelado assistira. Da voraz des-
truição, ou do extravio a que ficara entregue a grande e preciosa cópia
de manuscriptos de fr. Bastos, sempre escapou a
- Assizeida: poemeto-cujo autographo foi oíferecido pelo omcial
da bibliotheca publica da Bahia, João José de Britto e enviado pelo presi-
dente desta provincia para a exposição de histol'ia patria da bibliotheca
nacional da cÔl'te. O commendador Alves na obra citada da noticia dos
seguintes escriptos de fr. Bastos:
- A's chagas de S. Francisco: poema - O dr, 1\1anoel José Cardoso
se encarregara de o mandar imprimir em Coimbra, mas perdeu a cópia
que possuia.
- Oração gmtulato?-ia pelo faustissimo natalicio do principe da
Beira e tambem pela carta régia de 28 de março, dirigida a exm. junta
provincial da Bahia pelo augusto sr. D, João VI j prégad!1- no convento
da Bahia a 28 de aoril de 1821-Parece-me que o autor do «Clero e ().
claustro no Brazil» possue essa oração, porque nesta obra reproduz
grande parte della.
- Sermão sobre os vicias e a educação religiosa da mocidade - Penso
que não serei importuno, expondo aqui a origem deste sermão. Oorador
fora arrastado de uma mesa no jogo para o pulpitú e mettera ás pressas
o baralho na manga do habito. Ao persignar-se, porém, cahindo as
cartas, eUe, sem perturbar-se, chama um menino e manda que apanhe
algumas, declarando-lhe que cartas eram; depois màndou que rezasse
o Credo e a criança lhe respondeu que não sabia. E te sermão ar-
rancou applausos ao mais luzido auditorio, desde o arcebispo D. Ro-
mualdo, que era o celebrante em uma festa solemne.

Pr. Francisco Xavier de Santa Thereza


-Filho de Paschoal Luiz Bravo e dona Thereza Viegas de Azevedo,
nasceu na ciUade da Bahia a 12 de março de 1686 e falleceu, não
em 1737, como assevera o conselheiro J. M. Pereira da Silva nos
«Varões illQStres do Brazil», tomo 2°, pago 320, mas muito depois dessa
144 FR

época, porque em 1758 ainda publicava uma obra e ainda florescia


em 1759 quando Barbosa Machado dava a lume o ultimo tomo de sua
Bibliotheca Luzitana. Religio o franciscu.no, professo no convento de
Sergipe do Conde a 4 de julho de 1703, fez no de Olinua o curso de
theologia e, passando para a ilha da Madeira, dahi foi a Lisbóa rece-
ber ordens de presbytero. Obtendo a patente de leitor em theologia,
voltou a mesma ilha, onde leccionou esta sciencia. Tornando a côrte
como, procurador de sua ordt;lm, foi à Inglaterra em 1714 e fez uma
excursão pelos Paizes Baixos. Na qualidade de capeUão fez parte da
expedição de que foi chefe o Conde do Rio Grande, mandada por dom
João V, á. instancias de Clemente XI para libertar a ilha de Corfú
das violencias dos turcos, e sendo ferido n'uma perna, quando assistia
á batalha do golfo do Passava na enseada do archipelago a 19 de ju-
lho de 1717, foi obrigado a copsentir que se lhe fizesse a amputação
como o unico meio de se lhe salvar a vida. Era penitenciario da or-
dem seraphica; examinador das tres ordens militares e do priorado do
Crato; academico de numero da academia real da historia portugueza
e da dos arcades com o nome de EI vedio; muito versado nas linguas
franceza, italiana, ingleza e latina, na qual compoz varias poesias;
distincto poeta e distincto orador sagrado. Escreveu:
...:... Oratio panegyrica de exaltatione sanctissimi domini nostr1, Be-
nedicti XIII, pontificis maximi, habita in regia D. Francisci Olyssipo-
nensi Crenobio tertio nonllS octobris MuCCXXIV. Ulyssipone, 1725,
in-4° - E' seguida de um epigramma latino e um soneto.
- Sermão da Soledade de Maria Santissima na igreja do hospital
real de Lisboa no anno de 1729. Lisboa, 1733, in-4°.
- Sel'mão panegyrico em a festa do patrocinio do illustre e glo-
rioso patriarcha S. José, celebrada na igreja de S. José de Ribamar
em 17 de junho de 1733. Lisboa, 1735, in-4°.
- Oração funebre nas solemnes eX6quias do augustissimo Cesar
Carlos VI, celebradas pela nação germanica no convento de S. Vi-
cente de Fora em 9 de março de 1741. Lisboa, 1742, in-4°.
- Oração funebre nus exequias do illustrissimo e excellentissimo
senhor d. Jayme de Mello, terceiro Duque de Cadaval, quinto Mar-
quez de Ferreira e sexto Conde de Tentugal, na igreja real do con-
vento de S. Francisco dessa cidade em 27 de junho de 1741. Lisboa,
1749, in-4°.
- Elogio funebre, historico e chronologico nas exequias do excel-
lentissimo e reverendissimo senhor bispo do Porto, D. FI'. José Maria
da Fonseca e Evora, celebradas no convento de S. Francisco de Lis-
boa em 2 de setembro de 1752. Lisboa, 1752, in-4°.
FR 145

- Elogio funebre, recitado nas exequias do seremSSlmo senhor


infante D. Antonio, celebradas no hospicio de S. Francisco de Cam-
polide. Lisboa, 1758, in-4°.
- Pj"atiro com que congratulou a academia ref\l de estar eleito
seu collega, recitada no paço a 5 de setembro de 1735. Lisboa, 1736,
in-4°.
- Augurium ex felicissimo conjugio sereoissimi Brazilire priocipi .
Ulyssipone, 1728, in-4°- São tres poesias.
- Extremus hOn01" illustri simo, reverendíssimo ac sapientissimo
D. Emmanueli Caetano a Souza, amplissimre dignatatis vir perSolutus.
Ulyssipone, 1735, io-4°- São dous elogios latinos de estylo lapidario,
cinco epigrammas latinos e dous sonetos em portuguez.
- Postl"UmUS honor serenissimo principi D. Carolo, Portugalire
infanti. Ulyssipone, 1736; in-4 0 - Coutém um elogio latino, cioco
epigrammas e tres sonetos.
- Plausus in natale die augustissimre Berire principis, Olyssipone
feliciteI' Datre X VI kalend. januar.ii MDCOXXXIV. Ulyssipone, 1735,
iÍl-~O- Contém um elogio, e quatro epigrammas latinos, e um soneto.
- Poesias a memoria do Duque de Cadaval D. Nuno Alvares
PeJ;'eira de Mello- São dous sonetos, quatro epigrammas e uma
elegÍ<t. Vem nas «Ultimas acções do Duque, etc. Lisboa, 1730~ pags.
171 a 176.
- Poesias em louvor do padre D. Raphael BluJeau, clerigo re-
gular - São qllatro epigrammas latinos e um soneto em portuguez.
vem no ~ Obsequio funebre que dedicou a acad~mia dos Applicados,
et::. Lisboa, 1734 '?>.
- Poesias em applauso do excellentissimo e reverendissimo bispo
do Porto, D. FI'. José Maria da Fonseca e Evora, chegando de Roma
a Li boa. Lisbo , 1742, in-4°- São tres epigrammas e um soneto, e se
acham em uma collecção de outras poesias sobre o mesmo objecto.
- Poem-a. ao Espirito Santo - Inedito, cujo manuscripto affirma
Barbosa Machado que existia no convento de Olinda. Consta o poema
de cem versos, todos começando pela letir.• S.
- Tl"agi-comedia ao martyrio ue Santa Felicidade e seus filbos-
Escripta em latim e em todos os generos de poesia latina - lnedito
e no mesmo convento.
- Flosculus epigrammaticus- São epigrammas a todos os santos da
ordem serapbica. Idem.

F ranciseo Xavier da Si!va - l<'oi natural, si me não


engano, de Minas Geraes onde vivia além do meiado do seculo XVIlI,
10
146 FR

presbytero secular, cOllego da sé de Marialllla, prégador estimado e


cultor da poesia. Escreveu:
- Exequias do Ezequias portuguez. Elogio funebre e historico do
serenissimo senhor D. João V, 'recitado nas solemnissimas honras fu-
nebres que na cathedral da cidade de Marianna fez celebrar o senado
da mesma cidade em 23 de dezembro de 1750. Lisboa, 1753,58 pags.
in-4° e mais 3 de licenças, etc.- Como se sabe, Ezequias foi um antigo
rei da Judea, de excessiva piedade, e que restabeleceu o culto do
Senbor, o qual havia sido abolido pelos israelitas. Das poesias deste
padre só conbeço o
- Soneto por occasião da posse do primeiro bispo de Marianna em
1748 - Vem no Florilegio da poesia brg,zilei7'a de Warnhagem tomo 30,
supplemento, pags. 27 e 28. Houve na mesma época outro padre de
igual nome, bachare'! em canones, ministro do tribunal da nunciatura e
da curia patriarcbal, nascido em 1709 em Lisboa, e que escreveu o
elogio funebre e bistorico de dom João V em 175@ e, portanto, póde
Ser confundido com este, muito facilmente.

Francisco Xavier de Souza - Nascido no anno


de 1819, no Rio de Janeiro, muito joven emigrou para Portugal, onde
tal vez ainda viva. Prestando-se ao serviço do reino, depois de exercer
em Lisboa o cargo de primeiro official de fazenda, ex~rcia em 1871 o
de delegado do thesouro em varios districtos. Escreveu:
- Manual do contribuinte. Lisboa, 1861, in-4o - E' dividido em tres
partes ou volumes, a saber: I· Da contribuição predial, 1I0 pags.;
2" Da contribuição industrial, 88 pags.; 3· Da contribuição pessoal,
60 pags.

Francisco Xavier de Souza Caldas - Natural,


segundo me .consta, do Rio de Janeiro e parente do padre Antonio
Pereira de Souza Caldas, de quemja occupei-me, escreveu:
- Movimento dos seculos, escripto em cartas dirigidas a Ernesto Au-
gusto ele Mascarenbas Souto-Maior por seu amigo F. X. de S. C. Carla I".
Rio de Janeiro, 1839, 32 pags. in-8° - Não vi outras cartas além desta.

Franklin A:rnerico de Menezes DOJ:'ia, Ba·


rão do Lore-to - Filho de José 19nacio de Menezes DOl'ia e dona
Agueda Clementina de Menezes Daria, e nascido na ilha dos Frades,
termo da comarca de Itaparica, na BalJia, a 12 de julho de 1836, é ba-
charel em direito pela faculdade do Recife, do conselho do imperador
D. Pedro li e veador da extincta casa imperial; commendador daordem
FR 147

da Rosa e gl'an-cl'uz da real ordem prussiana da Aguia Vermelha;


professor jubilado do instituto nacional de instrucção secundaria;
membro do instituto da ordem dos advogados brazileiros, da sociedade
de geographia do Rio de Janeiro, da associação mantenedora do museo
escolar nacional e da associo.ção protectol'a da· infancia desamparada.
Entrando para a carreira da magistratura com o cal'go de promotor da
Cachoeira em sua provincia, logo que passou a juiz de direito, foi no-
meado chefe de policia da Bahia. Dando-se a vida administrativa, pre-
sidiu a provincia do Piauhy, a do Maranhão e a de Pernambuco e fez
parte do gabinete de 28 de março de 1880 occupando a pasta da guerra,
bem como do ultimo gabinete da monarchia com a pasta do imperio.
No parlamento brazileiro representou a provincia do Piauhy na legis-
latura de 1877 a 1880, dissolvida no segundo anno de sua installação e
nas seguintes. Foi um dos poucos brazileiros que a 15 de novembro não
abandonaram a família imperial a quem, com sua esposa, acompanhou
no exilio até a Europa. Cultor da poesia, além de varias composições
poeticas que correm impressas em revistas e collecções e tambem de
trabalhos em prosa, escreveu:
- Enlevos: poesias. R.ecife, 1859, 449 pags. in-8° - Nos Enlevos
estão colleccionadas as composições dos 19 e 20 anuo" do autor; era elle
estudante quando publicou-os com applauso da impl'ensa de Pernam-
buco e da Bahia. O producto da edição foi por elle doado a associação
typographica peroambucana.
- Estudo sobre Luiz José Junqueil'a Freire. Paris, 1868, 61 pags.
in 8°_' Foi escripto para servil' de introducção e vem no volume
« Contradicções poeticas » do desditoso monge e poeta bahiano, cuja
publicação o conselheiro Franklin Daria contractara com a casa Garnier
com o fim de soccorrer a mãe do autor, em extrema pobreza na Babia.
- Cantico commemorativo da guel'ra do Paraguay. Rio de Janeiro,
1870,8 pags. in-8°.
- Evangelina de H. W. Longfellow : traducção do original inglez.
Rio de Janeiro, 1874,193 pags. in-8°- Da Evangelina ha umatrlldu-
cção ineditade Gentil Homem de Almeida Br'aga, e outra do dr. José de
Goes Siqueira l°, ambos fallecidos, e foi publicada em 1885 uma nova
traducção por um distincto e criptor natural de Minas Geraes, o bacha-
rel Americo Lobo Leite Pereira, de quem por descuido não fiz menção
no l° volume de meu livro, o que farei no supplemento. A' intl'b-
ducção do livro do conselheiro Doria foi publicada na reforma uma
critica litteraria, a que o autor respondeu com o escripto sob o titulo:
- .ilfeu caro Joaquim Se~'ra, publicado a 15 de j ulbo de J874 no mesmo
periodico, em fórma de carta; occupando duas folhas.
148 PR

- These para o concurso a cadeira de rhetorica, poetica e littera-


tura nacional no externato do collegio de Pedro II. Rio de Janeiro,
1878, 43 pags. in-4°- Poetica é o ponto de dissertação, que se divide
em sete capitulas.
- Questões judiciarias. Rio de Janeiro, 1881, in-8° - Divide-se
este livro em quatro partes, isto é: civil, commercial, criminal e
administrativa. Na terceira parte, a correspondente à jurisprudencia
criminal, o autor discute a imputabilidade nos crimes de homicidio,
perpetrados dentro do paroxismo de uma paixão violenta, these a que
se refere o processo do desembargador J. C. l'ontes Visgueiro, e
publica o discurso que pronunciara como advogado em defesa deste.
-Noticia biographica da Condessa de BarraI e da Pedl'a Branca. Rio
de Janeiro, 1891, 12 pags. in-4°.
- Regimen de communhão, acção civil entre partes d. Francisca
Leocadia Cruz de Faria, Annibal de Faria e outros. Rio de Ja..,
neiro, 1891 - E' um trabalho seu no exercicio da advocacia.
Trata-se de executar pela primeira vez, como suppõe o autor, o art. 58,
§§ 1° e 2° do decreto do governo provisoria de 24 de janeiro de 1890
sobre o casamento civil, que determinam que não haverá communhão,
si a mulher for menor de 14 e maior de 50 annos, e si o marido for
menor de 16 e maior de 70 annos e então o autor ventila a questão
juridica.
- Discurso proferido na camara dos deputados em 8 de janeiro de
1873. Rio de Janeiro, 1873,63 pags. in-4°.
- Discurso pronunciado no imperial collegio de Pedro II a 22 de
dezembro de 1876 por occasião da coIlação do grào do baoharelado em
lettras. Rio de Janeiro, 1877,21 pags. iu-4°.
- Discursos sobre a instrucção, pronunciados na camara dos depu-
tados : I Reorganisação do ensino primaria. II Ensino livre superior.
Rio de Janeiro, 1877; 75 pags. in-4°.
- Discurso sobre a reforma constitucional, proferido na sessão de
25 de abril de 1879. Rio de Janeiro, 1879,61 pags. in-4°.
- Negocios do ministerio da guerra: discursos proferidos na camara
dos senhores deputados em tres sessões de 1882. Rio de Janeiro, 1882,
117 pags. in-8°.
- Discursos prof'3ridos na camara dos deputados em 1883 e 1884.
I Fundação do museo escolar nacional. II Reorganisação do exercito.
Rio de Janeiro, 1884, in-8°.
- Discurso pronunciado em defesa do Sr. Dr. Firmino de Souza
Martins perante o supremo tribunal de justiça, etc. Ria d~ Janeiro,
1886, in-8°.
FR 149

- ])iscu?"sO pronunciado em defesa do desembargador Pontes


Visgueiro perante o supremo tribunal de justiça, etc. Rio de Janeiro;
1886, 55 pags. in-8°.
- Discurso e poesia em homenagem a Camões no seu terceiro cente-
nario. Rio de Janeiro, 1886, 15 pags. iu-8°.

Franklin Sobral Bit.t.encourt.-Natural da pro-


viucia, hoje estado do Espirito anto, nasceu a 8 de julho de 1861 e fal-
~eceu em Campos (Rio de Janeiro) a 8 de outubro de 1881, sendo filbo do
coronel Jaão Nepomuceno Gomes Bittencourt e de dona An,na Luiza
Sobral BiUencourt. Sendo estudante de preparatorios. leccionou mathe-
maticas; e tendo cursado em 1880 o primeiro anno da faculdade de me-
dicina, frequentando tambem o curso annexo da escola polytechnica. foi
obrigado a sahir da côrte, aíl'ectado de uma tisica pulmonar, de que
morreu. Escreveu :
- Rapida e stlc-cinta apreciação das pGstillas de grammatica fran-
ceza do dr..Amorim GarvalllO. Rio de Jalleiro, 1879,23 pags. in-4°.
- A choupalta do ermo: romance - inédito, que vae ser publicado
brevemente, .segundo me consta.
- Traducção do cathecismo positivista de Comte - idem. O tradu-
.ctor lera este escripto DO gremio litterario Jardim academico, a que
<pertencia.

Frederico Adão Oarlos Koeft"er - Natural da.


Prussia, naseeu a 14 de setembro de 1822 em Erfurt, cidade da
Saxonia. Fez seus primeiros estudos na escela latina de Halle, e conti-
nuou-os na universidade fredericiatla da mesma cidade, onde frequentou
os cursos de theologia, philosoplúa e pbilelogia. Exerceu o magisterio
livre, e serviu depois como official no exercito dos ducad.os de Schleswig-
Holst.ein de 1849 até 1851 ou até li. di llolução do dito exercito e, vendo
cortada sua carreira litteraria em consequencia dos acontecimentos
politicas, veiu para (} Braill como capellão na força contractada em 185l.
Rescindindo o contracto em 1855, firmou sua residencia na província do
Rio GraIi.àe do SId, abriu um 'CGliegio de educação. llaturalisou- e bra-
zi:leire, e escrev-eu : .
- SillabOh'io bra(;ilieiro para aprender facilmente a ler, confeccio-
nado por Francisco de Paula Soares e Carlos Koefi'er. Porto Alegre,
18:=>8, 30 pags. in-I-20 •
- Chrestomathia brazileira, adoptada pelo conselho de instrucção
publica da provinciat, para uso das classes de leitura e analyse, por
Franclscolle Paula Soares e Carlos KooJfer. Porto Alegre, 1859·, 276
150 FR

pags. in-8° - E' precedido de exerCIClOS adequados, maximas, ete.


(Veja-se Francisco de Paula Soares.)
- Resumo de arithmetica. Porto Alegre, 1860, in-8°.
- Grammatica elementar da língua latina para uso dos lyceos e
coUegios, elaborada e dedicada á provincia do Rio Grande do Sul. Rio
de Janeiro, 1861,238 pags. in-8° - Esta obra é modelada, assim como
a que se segue, pelos trabalhos identicos do grande philologo Raphael
Kuchner. EUa instru0 de uma maneira facil, methodica e attrabente
sem fatigar com o enfadonho trabalho de decorar sómente. O autor,
querendo demonstrar a vantagem do systema, que segue, sobre o de
Robertson, seguido pelo dr. Antonio de Castro Lopes em sua gram-
matica, diz que experimentou a grammatica deste por duas vezes sem
tirar um resultado que correspondesse ao tempo gasto, e então accres-
centa elIe : «O referido autor (Castro Lopes) engenhosamente diz que
o systema de Robertson póde bem ser denominado o caminho de ferro
das linguas. Concordo inteiramente, porque acontece neste caminho de
ferro das linguas o mesmo que acontece no verdadeiro caminho de
ferro, e é que, passando o viajante com extrema rapidez pelos objectos,
não os pMe divisar bem e, por conseguinte, não lhe resta deUes im-
pressão alguma duradoura."
- Syntaxe da língua latina. Rio de Janeiro, 1862, 167 pags. in-8°.
- Resumo da grammatica nacional, adequado ao ensino methodico
dos principiantes. Porto Alegre, 1863, 64 pags. in-8° - O methodo ahi
seguido é pouco mais ou menos o da gramma.tica latina.
- Por que alterações e transformações passaram as lettras da
língua latina, quando deIla se formou a língua portugueza? Ensaio
etymologico. Rio de Janeiro, 1869, 37 pags. in-8°- Foi escripto alguns
annos antes e o:fferecido á academia real das sciencias de Lisboa, e creio
que publicado em suas memorias.
- Grammalica da lingua fl'anceza, arranjada segundo o methodo
Ollendorf. Rio de Janeiro, 1882, 2 tomos.
- Vocabulario para os exercicios da grammatica de E. Sevenne.

Frederioo de Albuquerque - Natural da provincia,


hoje estado do Rio Grande do Sul, dedicou-se sempre ao estudo da. bota-
nica e da. horticultura e como adjunto de botanica serviu alguns
annos no museo nacional e fez uma prelecção, de qlie deu noticia a
imprensa do dia. Como membro da associação brazileira de acclimação,
fez parte da secção de botanica, e escreveu:
- Da videira, sua origem e historia; conveniencia de sua cultura;
vari~dades preferiveis. Rio de Janeiro, 1876, 22 pags. in-4° - E' uma
FR 151

memoria. que o autor apresentara ao conselheiro T. J. Coelho de Al-


meida, sahira no Diario Official, e mais tarde na Revista de horticultum,
tomo l°, pags. 52, 115 a lti6.
- Ojar.dineiro brazileiro: noções de agricultura, horticultura e
paisagens, adaptadas ao clima do Brazil, seguido do discUl'sO sobre o
mesmo assumpto, pronunciado nas conCel'encias do Uluseo nacional.
Rio de Janeiro, 1878, in-8°.
- Revista de hOl'ticultura : jornal de agricultura e horticulturn. pra-
tica. Rio de Janeiro, 1876-1879,4 vaIs. in-foL, com varias estampas-
Começou a sahir em janeiro de 1876 em folhetos mensaes de 20 pags.,
redigido por F, de Albuquerque com a collaboração de J. Barbo a Ro-
drigues e outros. De seu redactor só no lo anno, além de muitos tra-
balhos e noticias, se acham os seguintes escriptos: Cycadea, com o
respectivo desenho, pags. 6 a' 8. A quina, idem, pagos. 27 a 30. Nepentbes
raffiesiana, uma planta que come insectos. idem, pags. 46 a 47. Algas,
pags. 65 a 67. Os jacinthos, com duas estampas, pags. 129 a 135,
Dioscorea illustrada, com o respectivo desenho, pags. 170 a 173.
- Mappa da capital da provincia de S. Paulo, seus edirtdos pu-
blicas, boteis, linhas ferreas, igrejas, bonds, passeios, etc., feito por
F. de Albuquerque e Jules Martin em julho, 1877. Des. e lilh. por
Jules Martin. S. Paulo, om,718xo m,523.

Frederico Augusto do AlUara! SarJD.ento


Menna- Natural da provincia, hoje estado do Rio Grande do Sul,
era lO tenente do corpo de engenheiros em 1853, sacio da sociedade
litteraria brazileira, e escrev.eu:
- Refutação do general d. Cezar Dias á parte do Sr. Barão de
Porto- Alegre sobre a batalha de Monte-Caseros, traduzida e publicada
com varias notas mostrando as contradicções, omissões, etc., que neBa
se encontram. Rio Grande, 1853,28 pags. in-4°.

Frederico Augusto Borges - Natural da provincia,


hoje estado do Cearà, bacharel em direito pela faculdade do Recife, for-
mado em 1875 e doutor em 1876, foi deputado á decima nona legis-
latura geral e ao congresso constituinte republicano. Escreveu:
- Abolição da escravidão: discurso proferido na sessão de 3 de
agosto de 1885. Rio de Janeiro, 1885, 122 pags. in-12°.

Frederico A.ugusto da GaJD.a e Oosta - Na-


tural do Pará e nascido no anno de 1838, serviu no exercito na
arma de infantaria, assentando praça em 1864 e reformando-se no
152 FR

posto de capitão depois de servir na campanha do Paraguay. E'


major honorario. offlcial úa ordem da, Rosa, cavalleiro da de Christo
e condecOl'ado com a medalha de merito no campo de batalha.
Escráveu:
- Manifesto politico aos seus patricios etn geral e aos pamenses
em particular a proposito do motim de II de junho na cidade de Belém,
Paris, 1891.

Frederico August.o Liberalli - Filho de João


Liberalli e dona Carolina Silva Liberalli, nascido na cidade do Rio de
Janeiro a 27 de dezembro de 1851, é engenheiro civil pela escola central,
sacio fundador e secretario do club ele engenharia. Nomeado enge-
nheiro da repartição dos telegrapbos em 1873, tem desde esta data
desempanhado commissões do ministerio da agl'iculturn, hoje viação, e
de emprezas particulares. como a de membro da commissão de enge-
nl1eiros para a estrada de ferro de S. Paulo á Matto Grosso em 1876, e
de chefe da secção de engenheiros brazileiros contractados para os
caminhos de ferro do oeste do Estado Oriental. Inventou ou antes
adaptou em um só instrumento muito portatil, o pontometro - seis
outros instrumentos imprescindiveis para os trabalhos de campo nas
estradas de ferro, e escreveu:
- Descripção, uso e vantagens do pontometro Liberalli. Rio de
Janeil'o, 1881 - Submettido este trabalho aos parecepes profissionaes
do Barão de Oapanema e drs. Man031 P. Reis e J. El1bank da Gamara,
foi mandado construir um (o primeiro) nas offlcinas dos telegraphos, o
qual ficou coHocado no arcbivo do ministerio da. agricultura. Liberalli
tem outros escriptos em rela,torios, r vistas e jornaes.

Frederico August;o dos ~antos Xavier- Filho


do conselheiro dr. Carlos Frederico drjS Santos Xavier de Azevedo e
de dona Mariallna C,trolina Lopes de Azevedo, nasceu na cidade do Rio
de Janeiro a 21 de julho de 1850 e na mesma cidade 1hlleceu no anno
de 1 92, sendo r1outor em medicina pela faCilIdade da côrte, pharma-
ceutico formado "[leIa mesma faculdade, ajudante do 3° uistricto da
inspectoria geral de hygiene e membro titular da academia nacional
de medicina. Serviu algum tempo, depois de sua formatura, no corpo
de saude do exercito, e escreveu:
- Dos casamentos sob O pauto de vista hygienico ; Aborto criminoso;
Emprego dos anestesicos durante o trabalho do parto; 8ignaes tirados
das funcções da respiração: these apresentada á faculdade de medi~
cina, etc. Rio de Janeiro. 1876,89 pags. in-4°.
FR 153

- Indicações e contra-indicações da tracheotomia no croup: memoria


apresentada á academia imperial de medicina para o fim de obter o
logar de membro titular. Rio de Janeiro, 1886, 23 pags. in-8° - Vem
tambem nos annaes dit academia, tomo 51, pag-. 249 i1 267.

Frederico Augusto de Vasconcellos A. Pe-


reira Cabral- Natural de Lisboa, bacharel em philosophia pela
Universidade de Coimbra e engenheiro civil, vindo para o Brazil, que
adoptou por patria, aqui exerceu diversas commissões e prestou serviços
de sua profissão, resülindo por muitos annos no Rio Grande do Sul e,
regressando a Portugal pouco antes de 1870, ahi foi tambem empregado
em serviços relativos ás obras publicas. Escreveu:
- Memot'ia geologica sobre os terrenos de Curral-A.lto e Serro do
Roque na província de S. Pedro do Sul, impressa por ordem de S. Ex.
o Sr. cuefe de divisão Pedro Ferreira de Oliveira, presidente da mesma
provincia. Porto-Alegre, 1851, 176 pags. in-4° com duas estampas-
B' dividida em duas partes: Geologia descriptiva e theorica e Geologia
economica.
- Noticia sobre as rochas estriadas da bacia do Douro - Sahiu tia
Revista das obras publicas e mina da associação de engenheiros civiS
portuguezes, tomo l°; Lisboa, 1870, pags. 27 e seguintes.

Frederico Carlos da Costa Brito -Natural do


Rio ele Janeiro, ebgelJheiro civil pela éscola central, dediCOU-Se ao
magisterio leccionando particularmente Eciencias pby ioas e naturaes e
preparntoríos; leccionou tambem na antiga escola de humanidades do
instituto pharmacelltico e na escola normal. Escreveu:
- As duas tlamoradas: comedia em um acto. Rio de Janeiro, 1880,
in-8°.
- El11ercicios de abalyse portugueza, lexicologica e syntaxica, pre·
cedidos dos estudos indispensavois á analyse synfaxica. Rio de Janeiro,
1888, iu"8° - O artigo relativo a este autor será ampliado no supplé-
mento que vam DO flUI deste volume.

Frederico Ca:':'neiro de CaID.pos - Nascido na Bahia


nO'primeiro c!ecennio do seculo actual, t"alleceu a 4 de novembro de 1867
aifectado de cholera-morbus em Passo-Pocu, segundo diz o padre
Cuzco, um elos prisioneiros do infame, nefando tyranno do Paraguay, o
qual afIlrma tel·o ouvido de confissão. Bacllarel em lettra~ e mathema-
ticas pela. universidade ela França, assentou praça no exercito em 1822;
erviu no corpo de engenheiros até ao posto de coronel; exerceu
154 FR

diversas commissões como a de director da fabrica de polvora da


Estrella j foi d putado á assembléa provincial do Rio de Jaueiro na
primeira legislatura e representou esta proviucia na camara tempo-
raria na legislatura de 1863 a 1866. Sendo o imperio forçado a
declarar guerra a republica oriental do Urug-uay por se recusar esta a
punir os roubos, assassinatos, e continuas o[ensas e vexames que
soffriam os brazileiros residentes na mesma republica, ou em suas
fronteiras e, paI' causa desta guerra, querendo ter na administração da
proV"incia de Matto Grosso quem reunisse ao valor militar e ã. activi-
dade illustração e prudencia, Carneiro de Campos. que jil. se havia
proounciado no parlamento com geral applauso em debates relativos
aos negocios da guerra, foi para este cargo escolhido. Tendo, porém,
apartado á capital do Paraguay, conforme a escala, o pequeno vapor
Olinda, em que seguia para sua nova commissão, ao largar de
Assumpção, foi inopinadamente aprisionado esse vapor,e postos em prisão
e tormen tos toda a tripoJação e passageiros, por ordem de Solano Lopez,
sem ter havido declaração de guel'ra! Cada um dia, cada uma hora,
cada um momento, que seguiu-se, foi um tormento novo, um novo suppli-
cio para Carneiro de Campos, não tanto pelas saudades da patria e da
família, como pela deshumanidade e barbarismo, com que eram trata-
dos eUe e seus compatriotas, e que foram-se augmentando a proporção
que tambem recrudescia a lucta. Assim, si não so:/:freu iguaes tormentos,
via diariamente serem laoceados seus companheiros (pois que o tyranno
resolvera não gastar pollJora com o supplicio de brazileil'OS), esperando a
todo momento a sua vez; via-os trabalhando na limpeza dos departa-
mentos a que chegavam, levantando até fortificações contra os seus, ou
embalando cartuchos para os combates e acompanhando as forças do
despota por longas jornadas e marchas forçadas, tocados as vezes á
espaldeiradas, ou a pauladas j via-os descalços, quasi nús, sem uma
cobertura que os abrigasse das intemperies da atmosphera, com as
fa,uces apertadas muitas vezes pela sêde, e as entranhas corroidas pela
fome que muitas vezes enganavam roendo um osso ja desprezado pelos
cães, ou mastigando um couro; via-os alquebrados, doentes ... des-
{lrender-se-Ihes o ultimo, tenuissirno fio da existencia sem terem junto
a si uma pequena aft'eição, sem caridade alguma ... emquanto não
eram atravessados por lanças I Eis como acabaram 00 Paraguay bra-
zileiros inoft'eosivos como o doutor Manoel João dos Reis, o doutor
Theophilo Clemente Jobim, o doutor Antonio Antunes da Luz e outros
quando um fanupilha paraguayo, ainda saboreando o gosto de haver
deflorado virgens brazileiras na cidade de Uruguayana, era no Rio de
Janeiro convidado para jantares. e para assistir a espectaculos, de
PR 155

camarote, em nossos theatros!!... O coronel Carneiro de Campos


administrou a provincia da Par'ahyba; era commendador da ordem
da Rosa e da de S: Bento de Aviz, cavalleiro da do Cruzeiro-
e escreveu:
- Relatorio da primeira sessão das obras publicas da província do
Rio de Janeiro, apresentado, etc., em janeiro de 1840. Rio de Janeiro,
1840, 44 pags. in-fol.
- Relatorio da primeira sessão de obras publica!l, etc., apresentado
em janeiro de 1841. Rio de Janeiro, 1841, 32 pags. in-4°.
- Alguns apontamentos estatísticos sobre a primeira secção das obras
publicas da provincia do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1842, 58
l)ags. in-4°, com cinco mappas e duas cartas.
- Memoria sobt'e os trabalhos geodesicos, feitos na prOVÍncia do
Pará - Não sei quando, nem em que lagar foi impressa esta obra.
Nunca a pude encontrar.
- Catalogo dos go'/)ernado~'es e presidentes da provincia da Parahyba,
organisado e ofl'erecido ao instituto historico e geographico brazileiro
- Foi publicado na Revista trimensal, tomo 80 , 1846, pags. 81 a 98,
segumdo-se um mappa dos capitães-móres e governadores, e dos presi-
dentes e vice-presidentes que teem administrado a provincia, conti-
nuado no tomo 23 0 , 1860, pags. 491. Nessa administração escreveu
elIe ainda trabalhos da ordem da
- EreposiçlíO feita pelo tenente-coronel de engenheiros Frederico
Carneiro de Campos na qualidade de presidente da Parahyba do Norte
ao Ex .mo vice-presidente della no acto de passar-lhe a administração
da provincia em 16 de março de 1848. Parahyba, 1848, in-4°.
- Planta da cidade do Rio de Janeiro, organisada no archivo mili-
tar pelos officiaes do exercito, coronel de engenheiros Carneiro de
Campos, etc., 1858. Lith. do archivo militar- Esta planta foi depois
em 1864 editada por E. H. Laemmert, colorida.
- Carta geographica dos terreoos contestados entre o imperio do
Brazil e a Guyanna ingleza j levantada em conformidade do decreto
imperial de 4 do maio de 1843 pelos commissarios o tenente-
coronel do imperial corpo de engenheiros Frederico Carneiro de Campos,
etc. - O Imperador possuia o original á aq uarella de que ha copias
no archi vo militar e em poder do dr. L, da Ponte Ribeiro. F ai re-
duzida depois.

Frederico de Oastro Rebello - Filho de João


Baptista de Castro Rebello e dona Carlota Adelaide de Castro
RebelIo, é natural da cidade da Babia, doutor em medicina pela.
156 FR

faculdade dessa cidade e na mesma faculdade professor de clínica pe-


diatrica. Escreveu:
- Localisação das molestias cerebraes; rmportancia do estudo dáS
localisações cerebraes na·s fracturas do craneo; Experimentação physio-
logica e toxicologica; Emi sões sanguineas no tratamento das pneu-
monias: these para o doutorado em medicina, etc. Bahia, 1878,
206 pags. in-4° com uma estampa.
- Válor semeioZogico das lesões trophicas na molestias dos centros
nervosos: these apresentada para o concurso a um logar de lente
substituto da secção de sciencias medicas. Bahia, '1.882, 91 pags. in-4°.
- DisCUl'SO que, como orador do anno, proferiu no acto da coUaçã'O
do gráo de doutor em medicina, em 21 de dezembro de 1878. Bahia,
1878, 12 pags. in-4°.

Frederico Du.que-Est.rada Meyer - Autor que


não conheço. Vejo apenas seu nom'e no Almanak de Laemal'8rt de
1883, morando na rua d'e S. Clemente n. 42. Escreveu:
- Homs vagas. R.io de Janeiro, 1883, 158 pags. in-8.0- Contém o
livro poesias e folhetins de Sll.a estréa na imprensa diari,a.

Frederico Ernest.o Est;rella Villeroy - Na-


tural de Porto-Alegre e, me parece, formado em matlrematicas,
escreveu uma
- Gt'amrJtatica da liu15ua portugueza - que foi impressa'l mas
nun'ca vi, e me consta que foi adoptada uas autas publicas.

Frederico Ferreira de Oliveira - Nascido a 27 de


novembro de 1849, fez o curso da escola. de mat'inha, 'coln praça de
aspirante em fevereiro 'de 1867, tem servido algumas commissões da
armad,t e do mlnisterio do estrangeiros, é capitão de fragata e
l1avalleiro da ordem da Ro a, e escreveu:
- Manual da metralhadora NordebfB1t, 25 lU/mo Rio de Janeir0,
188!), ln-8°, corri varias estampas col'Oridas - E' escripto de coUabo-
ração com o l° tenente Alfredo A. \.te Lima Barros, e foi tambem
publlc do fill Revista Maritima Bra%ileira, anno 4°, pags. 341 a 375.

Frederico José Cardoso de Araujo Abran-


ches- ascido em Guaratinguetá, estado de S. Paulo, no anno de
1843, bacharel em direito pela facúldade deste estado e doutorado em
lS77, é lente da mesma faculdade e senador ao congresso estadoal con-
stituinte. Foi deputado prGviurial em oito legislaturas e presidiu a
FH, 157

provincia do Maranhã0. Escreveu, além de theses para Odoutoramento


e para o conourso ao professorado, os seguinte& tI:abal):lOs, de que
não pude ver os cinco primeiros :
- A equidade e a justiça. S. Paulo .....
- E'Y'escripçuo das notas pronússorias. S. Paulo, ••..
.,.... Lites. contestação e seus atreitos. S. PaulLl .. , ••
- A pl'aposito do plebiscitq. S. Paulo .....
- A dissolução do oongreSso paulista. S. Paulo ....•
- A conspiração paulista. S. Paulo, 1892 - E' uma serie de artigos
publicad@s na Federação.
- Encampação das estradas de ferro It(l,úna e SoroC(l,ba j discurso
proferido na assembléa provincial de S. Paulo em 16 de março de 1876.
S. Paulo, 1876,

F~ederico José Corrêa - Nascido I1fl, cidade de Caxias,


do Ml,lranhão, a 18 de dezembro de 1817, falleceu. na capital desta
provincia a 28 da maio d€l 1881, bachar~l em sciencias sociaoo ejurWicas,
formado pela faculdade de Olinda em 1840, advogado, tenente-coronel
da guarda nacional e officia,l da ordem da Rosa. Estudou humanidades
em Lisboa, para onde o mandaram seus pais, ainda muito criança, por
motivo de molestia, e depois de formado residiu algum tempo na cidade
de seu nascimento, onde foi delegado de policia e presidente da camara
muui,cipal, Passando ii, capital, S. Luiz, ahi estabeleceu-se definitiva-
ment~ como advogado, exerceu os cargos de promotor e de procurador
fiscal da fazenda, no qual foi aposentatlo, e por varias vezes foi eleito
deputado a assembléa pTOvincial. Frederico Corrêa tomou parte na
imprensa politica do Maranhão, e escreveu:
- Inspirações poeticas e a nuqueza de Bra,gançª,. Maranhão, 1848,
344 pags. in-8 0 - A Duqueza de Bragança é um poema que o autor,
considerando «não só muito incorrecto, como tambem mais proprio para
Q tlleatro 'ti substituiu por outras composições na segunda edição que

fez, correcta, das Inspirações poelicas, em 1868, de 232 pags. ín-So.


- Meditações (poesias). Mar(l,nhão, 1874, ín-8°.
- Pensamentos e maroimas, dedicados a seu amigo e collega o Exm.
Sr. senador João Pedro Dias Vieira. Maranhão, 1865, 202 pags. in-8°-
Compõe-se este livro de 1.416 artjgos de instrucção variada.
- ElXlame cl'itico sobre a legitimidade do placet e recurso à corôa.
Julgamento e condemnaçãú do reverendo bispo de Pernambuco. Verda-
deira causa do pronunciamento contra a supremaci(l, de Roma e o
alcance deste pronunciamento em relação aos povos da raça latina.
Maranhão, 1874, 74'pags. ín-8°.
158 FR

- Um livt·o de critica. Maranhão, 1878, in-8°- Consta este livro


da critica mais ou menos severa e até acrimoniosa a escriptores distin-
ctos, c0310 o dr. Antonio Henriques Leal e Francisco Sotaro dos Reis.
- Novo glossario das palavras a phrMes viciosas introduzidas no
portuguaz e de outras que a necessidade reclama. Maranhão, 1880,
in-8° - O dr. Frederico Corrêa collaborou para o Obse1'vador, periodico
fundado pelo dr. Candido Mendes de Almeida, no qual publicou não só
artigos politicos, como outros do dominio da litteratura.

Frederico José de Sant,'Anna Nery - Nasceu


na cidade de Belém, capital do Para, em 1848. Em 1862, tendo alguns
estudos de humanidades, feitos no seminario do Amazonas, foi a Europa,
onde alcançou o grao de bacharel em lettras em 1867 e depois o de
bacharel em sciencias na universidade de Paris e em seguida o de
doutor em direito na universidade de Roma. Deixando Roma em 1874
e estabelecendo-se em Paris, foi o primeiro correspontlente da Republi-
que Française, instituida por Gambetta e um dos fundadores e vice-
presidente da associação litteraria intàrnacional que representou no
congresso internacional de Londres de 1879. E' membro da sociedade
dos homens de lettras e official da âcademia da França; socio do in-
stituto historico e geographico brazi.leiro; commendador da ordem de
Christo de Portugal pela parte activa que tornou na celebração do
tri-centenario de Camões em Paris, fazendo por esta occasião <tlgumas
conferencias; official da ordem da Rosa, cavalleiro da legião de Honra
de França, etc. Escreveu;
- Les finances ponti(icales par un catholique. Firenze, 1871 - Foi
impressa esta obra por deliberação do govemo.
- La logique du cretl1". Roma, 1872 - Foi logo traduzida para o inglez
para o allemão e para o portuguez.
- Le prisonnie1' du Vaticano Roma, 1873.
- Un poete du XIX iecle: Antonio Gonçalves Dias. Paris, 1875 -
Contém o livro algumas composições do poettl., traduzidas para o
francez.
- Camões et son siecle. Paris, 1879.
- Lettre sur le Bnisil : réponse au Times. Pal'is, 1880.
- Le pays du cafe. Voyage de M. Durand au Brésil a vec préface par
Frederico J. Sant' Anna Nery. PremieI' volume. P,tris, 1882, 129 pags.
in-4°.
- La question dtt cafe. Paris, 1883.
- La bataitle du Riachuelo. Paris, 1883.
- La ci'vilisation dans Amazones. Paris, 1884.
FR 159

- Le lJays des Ama~ones. Paris, 1883 - Vem na« Revue Sud-Ameri-


caine, publication bi-mensuelle p litique, économique, fiua.nciere, com-
merciale et des pa.ys latin de l' Amél'ique » dirigida por P. S. Lamas.
-Le lJays des Amazones, l'EI-Dorado, les terres 11 caoutchouc. Pari,
1885, XXXIV - 382 pagos. in-8° .com 101 figuras, 2 cartas e I retrato.
- L'ltalia al Brasile: littera a un deputado dei parlamento ita-
liano. Parigi, 18 .. ,58 pags. in-4°.
- Vel', ouvir e contar: folhetins publicados no J01'nal do Commm'-
cio do Rio de Janeiro, 1874 a, 1882.
- Discurso pronunciado na sessão de inauguração do congresso litte-
rario internacional de Paris no theatro du Chateliet - No « Bulletin
Officiel» da sociedade dos homens de lettl'as. Victor Hugo, que presidiu
a sessão, apenas o orador terminou, deixou sua cadeira e veiu beijar-
lhe a face.
- DisCU1'SO pronunciado perante o congresso internacional de Lon-
dre~ em 1879 - No Times, 1879. Foi o unico discurso de estrangeiro,
abi publicado.integralmente.
- Litteratul'a portugue3a e da camoniana em particular; confel'encia.
Paris, 1879-1880, - Foi publicada em re 'umo em umjornal especial no
dia da festa do tl'i-centenario de Camões, pelo autor iniciada.
- Litteratura bra;;iteira: conferencias. Pal'is, 1880-1881- Não af-
firmo que se publicassem.
- Litteratura brazileira: conferencias feitas pel'ante a associação
internacional dos professores de França, 1882 - Idem.
- A.lmanak pariziense. Album litterario e artistico para I 82.
Pal'is, 1882, in-4° de 2 cols. - Contém uma parte litteral'ia, artistica"
recreativa, instructiva e util, com diversas biographias e retrato' de
homens iIlustres ; duas peças de musica: a Faisca, valsa inedita e Ave-
Maria, reverie iuedita, para piano, (l,mbas de Antonio Kontski; artigos
diversos, annuncios e gravuras.
- AÚnanakpal'bense, etc., para 1883. Paris, 1883, jn-4°- Contém
vinte gravuras originaes, além de illnUmeI'L1,s vinhetas e de am fron-
tespicio illustrado o colorido; qUl1tro peças de musica; vinte gravuras
ele modas pl1l'a senhoras, homens e crianças, e trajos disfarces para. o
carnaval.
- Guide de l'emigrant da Bl'ésil, pablie par les soins da syn·
dicat du comité feano-brésilien pOUl' 1emigration universelle de Paris,
1889,etredigésous la direction de MI'. F. J. deSant'Anna Nery.
Paris, 1889, in-IZo.
- Le Brisil en 1889 avec une carte de I'empire eu chromolitho-
grapbie des tableaux statistiques, etc. : ouvrage pubJiée par les soias du
160 FR

syndicat du comité franc-brésilien pour l'exposition universeUe de


Paris avec la collaboration de nombreux ecrivains du Brésil sous
la direction de MI'. F. J. de Sant'Anna Nery. Paris, 1889, 718
pags. in-4°.
- Aux Etats-Unis du Brésil. Voyages et impressions de MI'. T.
Durand. Paris, 1890, in-4°.
- L'emigration et immigration pendant les de~'niers années. Paris,
1892 - De te livro fQram transcriptos longos excel'ptos, não só em
revistas estrangeiras, como a Italia Inclttstria~e de TUl'in, o Brasil, o
Nouveau. Monde e a Revue Dip~omatique, mas tambem no Jorna~ do
Commercio do Rio de Janeiro. Por occasião da guerl'a do Paraguay,
Sant'Anna Nery escreveu diversos artigos em diversos jornaes da
Europa, defendendo o Brazil de injustiças e até aggressães que
lhe eram feitas em alguns orgãos da imprensa, e redigiu fóra
dessa época:
- La Esperanza : (revista catholica) Roma, 1870-1872 - Deixo.u a
redacl;'ão desta revista por occasião de casamento do padre Jacintllo
Layson, um dos co.llÇ\boradores, declarando que se separava dOi> velhos
catholicos.
- O B1·asil. Paris, 1881 - Sahiu o l° numero a 7 de setembro, de
7 pags. in-4°. 8' uma publicação destinada a pugnar pelos inter-
esses do Brazil. Tem, finalmente, collaborado em varias jornaes da
Europa, como Libe1·tà e Jorn.a~ de Romn; Patrie de Geneb1'a ; Society de
Londres e varias da França - e tem ioedito :
- Diccionario das tribus indigenas do Brazil - Num artigo do
autor, Homens e livros, publicado no Jornal do Commercio de 2 de
julho de 1893 se faz menção deste livro que ia ser impresso pelo editor
Maisonoeuve, de Paris.

Frederico Kupschek.y - De origem estrangeira, como


seu nome indica~ nasceu ~m Minas Geraes, é poeta e escreveu, "além de
um volume de
- Poesias - que nunca puue ver,
- Bermenga1'dia : poeme.to - que tambem não vi, nem sei onde
foi publicado.

Frederico Leopoldo Cezar BurlaID.aque-


Filho do coronel Carlos Cezar Burlamaque e de dona Dorotbéu. da Sil-
veira Pedegache, nasceu em Oeiras, provincia, boje estado do Piauhy,a 16
de dezembro de 1803 e falleceu no Rio de Janeiro a 13 de janeiro de 1866.
Doutor em sciencias mathematicas e naturaes pela antiga escola mi-
FR 161

litar, foi depois lente da mesma escola, onde se jubilou; i~ssentou praça
no imperial corpo de engenheiros, onde subiu successivamente todos
os postos até ào de brigadeiro, em que foi reformado; exerceu diversas
com missões e cargos, sendo os ultimo o de director do museo naciona~,
e de secretario da directoria do instituto fluminense de agricultura,
creado por decreto de 30 de junho de 1860, em cujo exeL'cicio morreu.
Eea do conso~ho do lmpeeador; cavalleiro da ordem de S. Bento de
Aviz e official <l.a ordem da Rosa; socio honorario o secretario per-
petu·o da sociedade auxiliadora da industria nacional, onde pelos seus
serviços foi inauguTado seu busto em sessão solemno, especial; socio do
instituto historico e geographico brazileiro, da academia de beIlas-artes
e de diversas associações de sciencias e leUras - e escreveu:
- Resumo estatistico historico dos Estados Unidos da. America
septentrional. Rio de Janeiro, 1830,2 vols., 1M e 366 pagil. in-8°.
- M emol'ia analytica ácerca do commercio dos eSCravos e dos
males da escravidão domestica. Rio de Janeiro, 1837, 156 pags in-8°
- Este livro foi reproduzido pelo dr. José Antonio do Valle Caldre
Fião (veja-se este nome) no seu periodico o PhilantM'opo, a começar tlo
l° numero, de 6 de abril de 1849. Foi escripto para o concurso aberto,
mas não realisado, pela sociedade defensora da liberdade e indepen-
dencia nacional em 1836.
- Resumo do curso da historia e da arte militar, de l. B. Rocquan-
court. Rio de Janeiro, 1842, in-4° com estampas.
- G1WSO ele?nentar de historia e de arte militar: compendio de
ensino para a academia militar. Rio de Janeiro, 1842,363 pags. in-4°
incluidas as de um appendice depois da pagina. 341, e 9 estampas.
- Gomperuiio de montanistica e de metallurgia para uso dos
alumnos do qua.rto anno da escola militar. Rio de Janeiro, 1848 - Com
21 estampas em formato maior, contendo muitas figuras, que ão ex-
plicadas em 184 paginas, seguidas ás 213 que abrange o compendio.
- Riquezas mineraes do Brazil. Rio de Janeiro, 1850 - Neste
livro faz-se a. descripção dos mineraes queUo Brazil possue, e da-se no-
ticia de suas jazidas. Sobre este assumpto escreveu depois:
- Noticia ácerca de alguns mineraes e rochas de varias provincias
do Brazil, recebidas no museo nacional durante os annos de 1855 a
1858 - Vem na antiga Re."ista Bl'a:;ileil'a, tomo 2°, pags. 72 a 104 e
241 a 265 com diversas estampas e com a declaração de ser este
escripto a continuação de outros publicados no Guanabara.
- "Noticia de mineraes brazileiros - nos Trabalhos da Sociedade
Vello:::iana, pags. 149 a 169.
-ll1"emoriasobre o salitre, a soda e a potassa. Rio de Janeiro, 1851
- Nesta memoria mostra o autor as vantagens da industria de taes
ii
162 PR

elem:JL;~os, e as considera superiores á eKploração do ouro, indicando


as plantas que eDcerram maior quantidade de potassa.
- Systema de rnediclas para a progressiva e total exlillcção do tl'afico
e da escravatura no Bl'azil. Rio de Janeiro, 1852- Era, o autor nesta
época secretario da sociedade contl'a o trafico dos afl'ican.os e promotora
da civilisação e colonisação dos indigenas.
- Ensaio sobre a regeneração das raças cavallal'es do imperio do
Brazil. Rio de Janeiro, 1856, com 2 estampas- Esta obra teve duas
edições, no mesmo anno: a primeira feita pelo governo imperial,
typographia Dous de Dezembro, 139 pags. ill-4°; a' seg-unda feita pela
sociedade auxiliadora da industl'ia nacional, typogl'aphia de N.
Lobo VianDa & Filhos, 170 pags. in-8°, com alguns uccrescimos e mais
apuro.
- AccUmaçiZo do deomedario nos sertões do norte cio Brazil e cul-
tura da tamareira, com a traducção do relatorio de MI'. Dareste, apresen-
tado à sociedade zoologica ele acclimação de Paris sobre o mesma
assumpto. Rio ele Janeiro, 1857, 90 pag . in-8°, com uma estampa-
Teve, como a precedente, duas edições, uma por ordem do governo,
outra pela sociedade auxiliadora da industria, ambas com uma estampa,
na typographi&, nacional.
- jJi[anual dos agentes fertilisadores. Rio de Janeiro, 1858,256 pags.
in-4°-A sociedade auxiliadora, resolvendo formar um curso de agri-
cultura e economia rural, com a publicação annual de .compendios ou
manuaes apropriados, foi este o primeiro escolhido.
- Manual das rnachinas, instrumentos e motore:; agricolas : segundo
manual publicado por ordem da sociedade a1L~iliadora da industria
nacional. Rio de Janeiro, 1859, 231 pago in-8°, com 39 estampas.
- Monographia do cafeeiro e do café: terceiro manual, etc. Rio de
Janeiro, 1860, 70 pags. in-8°.
- Monographia da canna de assucar: quarto manual, etc. Rio de
Janeiro, 1862, 394 pags. in-4°, com estampas.
- Monogl'aphia do algodoeiro: quinto manual, etc. Rio de JaneÍl'o,
]863, 108 pags. in-4", com t1'es estampas.
- Manual da cultura do arroz e de agricultura, publicado, etc. Rio
ele Janeiro, 1864, in-8°.
-ll1.anual da cultura, colheita e preparação do tabaco; oitavo manuál
agricola, etc. Rio de Janeiro, 1865, in-8°, com estampas.
- Discut·so pronunciado em sessão da a sembléa geral da ociedade
auxiliadora da indu tria nacional, etc .• por ocC<'tsião de inaugurar-se
o busto do Exm. Sr. Marquez de Abrantes. Rio de J~neiro, 1863,
8 pags. ill-4° gr.
FR 163

- Parecer da secção de agricultura da, sociedade auxiliadora da


industria nacional sobre o projecto e instrucções acerca da acquisição
de sementes e plantas. Rio de Janeiro, 1863, 12 pags. in-8°. (Veja-se
Augusto Frederico CoUin.)
- Relatorio geral da exposição nacional de 1861 - Vem seguido
dos relatarias dos j urys especiaes, coUigidos, etc., pOt' A. L. Fernandes
da Cunha, secretario da commissão, publicados em 1862. (Veja-se An-
tonio Luiz Fernandes da Cunha.) Além de tas obras, ha as seguintes,
que sahiram impressas em diversas épocas, segundo me consta:
- Arte de fabricar o vinho.
- Cathecismo de agricultura - Este catbecismo, em 1870, foi re-
impresso pelo dr. N. J. Moreira.
- Ideas sobre colonisação.
- Exame dos raios solares.
- Lições de astronomia.
- Diccionat'io de technologia.
- Hagiologia ou lenda dourada uos artistas - Finalmente o briga-
deiro Burlamaque foi redactor, por alguns annos, a contar de 1854,
do Auxiliador da lndust?"ia Nacional; foi collaborador do Philanthropo,
onde escreveu contra o commercio de escravatura e a favor da coloni-
sação livre; do Monarchista, onde escreveu sobre os mesmos assumptos
e sobre negocias municipaes, sob o pseudonymo de Philopolis; da, Re-
vista Brazileira, ja citada, onde tem varias escriptos, como:
- A Gmnde aguia da Guyana (Manduit), ou grande arpia da America
(Couvier), ou falso destructor (Daudin) - No tomo l°, pags. 37 a 50, com
o respectivo desenho. Foi tambem colhtborador dos trabalhos da socie-
dade veUosiana, onde, além de outros escriptos de sua penna, se acha:
-O minhocão, osucuruhyti e a giboia-pags. 17 a 26, com estampas.
-Noticia acerca dos animaes de raças extinctas, descobertos em va-
rias pontos do 8razil - pags. I a 21, 2" parte.

Frederico Lisboa de Mára - Natural da provincia,


hoje estado do Maranhão, onde nasceu, no anno de 1847. E' cápitão de
infantaria do exercito, tendo a sentado praça a 3 de fevereiro de 1867
e sendo graduado no po to de alferes, em julho de 1871, com anti-
guidade de 6 de outubro de 1870 e eirectivameote promovido ao mesmo
a 2 de maio de 1872. E creveu:
- Ri torico sobro' os abastecimentos de agua á capital do imperio
desde 1861 a 1880. Rio de Janeiro, 1889,57 pags. in-4°, com a planta
dos acampamentos do l0 batalhão de engenheiro::> e 24° de infantaria, no
alto da serra do Tinguá (8. Pedro), de março a junho de 1889.
164 FR

- Subsidias para a historia militar do Brazil. Rio de Janeiro, (?)


1890 - Em abril deste anno foi publicado um fasciculo com e~te titulo,
«como prospecto do trabalho» que se achava no prélo, segundo declara
o autor. Não me consta, entretanto, que sahisse a lume.

Frederico Magno de .Abran~hes - Filho de João


Antonio Garcia Abranches, de quem occnpar-me-hei, nasceu na provin-
cia, hoje estado do Maranhão, em 1806, e falleceu em agosto de 1879, em
Cayena, capital da Guyana Franceza. Depois de servir como secretario
da presidencia dessa, província, foi professor de philosophia, deputado á
assembléa. provincial em varias legislaturas, e á geral, substituindo o
dr. Joaquim Vieira da Silva e Souza, que havia sido nomeado ministro
dos negocias do imperio, no gabinete de 16 de janeiro de 1835. No-
meado, em dezembro de 1850, consul do Brazil em Cayena, dahi passou
a Nantes em 1858, torna.ndo, porém, àquella cidade em 1861. Escreveu:
- Elementos de gmmmatica da lingua latina. Rio de Janeiro, 1848
- Foi um dos redactores do
- A~'gos da L.ei. Maranhão, 1825, in-fol. de duas columnas -Fun-
dado por Manoel Odorico Mendes, que o redigiu de 7 de janeii'o a la de
julho, passou este jornal a Abranches, sustentando lucta com o Censor,
redigido por seu pai. E, como morassem na mesma casa, succedia ás
vezes encontrarem-se o pai e o filho, escrevendo na mesma banca e
com a mesma tinta artigos em opposição, que iam ser publicados no
dia seguinte. (Veja-se João Antonio Garcia Abranches.)

Frederico Mauricio Draenert - Natural da Alle-


manha e doutor, si me não engano, em sciencias physicas e naturaes,
natul'alisou-se cidadão brazileiro, foi nomeado professor de chimica e
physica da escola. agricola do imperial instituto bahiano de agricultuea,
e fez parte da commissão nomeada pelo governo para assistir ás expe-
riencias da ditI'usão no engenho central de Barcellos em 1887.
Escreveu:
- Resultados praticas para a agricultura das observações meteoro-
logicas feitas em S. Bento das Lages desde o l° de junho de 1872 até
31 de dezembro de 1874. Bahia, 1875,37 pags. in-4°- Este escripto
foi premiado na exposição nacional de 1875 com a menção honrosa.
- Fabricação da manteiga e do queijo. Ia parte: O leite e a
fabricação da manteiga. 2a parte: A fabricação elo queijo. Rio de
Janeiro, 1883, in-8°.
- Noções de chimica analytica. I Alguns reactivos chimicos.
Bahia, 1883, in-8°.
FR. 1ô5

- Noções· de physica experimental para as escolas primarias e


secundarias. Bahia, 1884, in-8°.
- Cathecismo de agricultura pratica. Bahia, 1884, 39 pags. in-8°
com 22 figuras intercalladas no texto.
- Relatorio sobre a viticultura no Brazil. Rio de Janeiro (1) 1888,
in-8°.
- Os vinhos nacionaes na pl'imeira exposição de assucar e de
vinhos. Relatorio apresentado ao centro de industria e commercio de
assucar. Rio de Janeiro, 1888, 75 pags. in-4°.
- Industria saocharina. Relatorio da commissão encarregada de
estudar a di.ft'usão applicada á canna de assucar; apresentado ao Exm.
Sr. conselheiro Rodrigo Augusto da Silva, ministro e secretario de
estado dos negocias da agricultura. Rio de Janeiro, 1887, 44 pags.
in-4° - Assignam tambem este escripto Frederico Janotta, Agostinho
Netto, Luiz de Castilbo e Alfredo Ferreira dos Santos. Tem um
revistas trabalhos, como:
- M olestia da canna de assucar na Bahia (Parasita vegetal) - Na
Zeitschrift Parasitenkunde, Herausgegeben von dr. E. HalHer, lena,
1869; Tbe European Mail for Brazil and the River Plate, voI. LU, n.
5124, London, 1869 e Jornal do Agricultm', tomo 2, Rio de Janeiro,
1880.
- Molestia da canna de assucar na Bahia (Parasita animal) - nesta
ultima revista tomos 1° e 2°, 1879 e 1880 e Humboldt, Heransgegeben
von dr. G. Krebs, Stutgart, 1882.
- Fabrico do assucar - Na Revista ue Engenharia, Rio de Janeiro,
1882 e 1883 e Jornal do Agricultor, tomos 2°, 3°, 5°, 6° e 7°, 1879 a 1883.
- Meteorologia da parte septentriona1 da Bahia de Todos os Santos
- Na Revista de Engenharia, anno 4°, ns. 2, 3,4, 5, 8 elO, 1882 e Zei-
tscrift der Oesterreichischen Gesellschaft fuI' Meteorologie, XVII,
Vienna d' Austria, 1882.

Fructuoso Luiz da Motta - Sei que era brazileiro e


que falleceu no Rio de Janeiro a 2 de agosto de 1871, mas i"'noro onde
nasceu. Em 1837 era proprietario de uma fabrica de galões e sedas á
rua detraz do Ho picio, como se vê no Almanak deste anno, pag. 186,
fabrica que fuoccionou até sua morte e depois sob a propriedade de sua
viuva, manufacturando canotilhos, fios e galões de prata, de ouro seda
fitas, cl1amalote, ouro batido para dentistas e douradores, e outro~
artefactos. Foi memb'ro por parte do Brazil da commissão mixta, bra-
zileira e portugueza, sobre liquidações; negociante matriculado da
praça do Rio de Janeiro; socio do instituto l1istorico e geographico
166 GA

brazileiro e da sociedade auxiliadora da industria nacional; official da


ordem da Rosa; cavalleiro das do Cruzeiro e de Chrisio - e escreveu:
- Indicação apresen tada aj unta do Banco;do Brazil pelo deputado da
mesma junta Fructuoso Luiz da Motta. Reflexões sobre esta indicação
enviadas a mencionada j un ta pelo accionista o mm. Sr. conselheiro
Vicente Navarro de Andrade. Analyse a estas reflexões pelo autor da
indicação, etc. Rio de Janeiro, 1825, in-4°.
- Memoria sobre os trabalhos da commissão muta brazileira e portu-
gueza na execução elos arts. 6° e7° elo tratado de 29 de agosto de 1825,
celebrado entre o Brazil e Portugal, sob a meiliação da Gran-Bretanha
para reconhecimento da independencia do Brazil. Rio de Janeiro, 1847,
in-8° - O outro membro da commissão por parte do Brazil foi o nego-
ciante João Pereira Darrigue Faro, em substituição do conselheiro José
Antonio Lisboa.

G
Gabriel Evaristo de Oliveira Freitas - Filho
de Manoel Gonçalves de Freitas e dona Leonor Lopes de Oliveira Freitas,
nasceu em Paraty, provincia, hoje estado elo Rio de Janeiro, a 2 de de-
zembro de 1832, e falleceu a 14 de fevereiro de 1870 na cidade do Rio
de Janeiro. Presbytero secular, antes de receber as respecti vas ordens,
tendo apenas 18 annos de idade e obtendo a necessaria autorisação,
prégou em varias festividades religiosas, quer da côrte, quer de sua
provincia. Parochiava desde 1856 a freguezia de Capiva,ry, do Rio de
Janeiro, quando, a convite do bispo diocesano, a quem sempre foi de-
dicado, passou a exercer o cargo de seu secretario particular em 1858, e
no anno seguinte passou ao'de secretario do bispado, onde serviu até a
morte. Era conego da capella imperial, examinador synodal e lente de
theologia do seminario de S. Jo é. Sacerdote c!e raras virtudes, muito
versado, tanto nas lettras sagradas, como nas profanas, e distincto
prégador, e 'creveu muitos sermões e trabalhos litterurios, mas só
publicou:
- Oração, que na solemne acção de gl'aças pelo feliz restabeleci-
mento da saude do exm. e revm. sr. d. Manuel elo Monte Rodrigues
de Aranjo, bispo do Rio de Janeiro, recitou, etc. Rio de Janeiro, 1860,
in-8° .
- 01'ação funebre nas exequia do exm. e revm. sr. d. Manuel
do Monte Rodrigues de Araujo, etc. Rio de Janeiro, 1863,30 pags. in-8°.
GA. 167

)( Gabriel José Rodrigue@ dos San-tos - Filho do


alferes Joaquim Ribeiro dos Santos e de dona Maria Joanna da Luz, na-
scido a 1de abril de 1816 em S. Paulo, ahi falleceu, na cidade capital, a 23
de maio de 1858, doutor em sciencias sociaes e juridicas e lente substi-
tuto da faculdade da mesma cidade j official da ordem da Rosa; membro
da sociedade auxiliadora da industria nacional e do instituto historico e
geographico brazileiro, etc. Foi deputado provincial em varias legisla-
turas desde 1837 e geral nas legislatnras de 1845 cL 1848 e na de 1857 que
não concluiu. Suas idéas de exaltado liberalismo o levaram a compro-
metter-se na revolução de 1842 e depois disto renunciou a administração
de duas provincias importantes, a de Pernambuco e a do Rio Grande
do Sul. Talento robusto, imaginação brilhante, construcção variada,
dicção castigada, p lavra facil, raciocinio seguro, foi um orador distin-
cto, ás vezes ironico ou pungente, mas sempre delicado e generoso nas
justas. Foi um dos mais constantes collaboradores do Ypiranga desde
1849 e escreveu, além de suas:
- Theses e dissertações - para receber o gráo de doutor e para o
concurso a um logar de lente, 1838 e 1851,
- Discurso proferido na camara dos deputados na sessão legislativa
de 1848 por occasião da discussão do voto de graças. Rio de Janeiro,
1848, 51 pags. in-4°.
- Discurso respondendo ao Sr. silveira da MoUa na discussão sobre
demissões da guarda nacional. S. Pêtulo, 1849, in-4°.
- Assembléa provincial ele S. Paulo. Sessão de 7 de maio de 1852.
Discurso sobre a felicitação ao governo imperial, proposta pelo sr. Sil-
veira da Motta, pelo triumpho que obtiveram as armas brazileiras no
Passo de Toneleros e Campos de :1\101'00. S. Paulo, 1852,39 pags. in-8°.
- Apontamentos sobre a cultura do trig-o. S. Paulo, 1857, 17 pags.
ln-4°.
- DiscU1'SOS pa?'lamenta?'es, colligidos pelo dr. Antonio Joaquim
Ribas, com a biograpbia e retl'ato do autor. Rio de Janeiro, 1863, 802
pags. in-8 0 , precedidas de mais 74 da biograpbia - 8' uma publicação
posthuma.

Gabriel Luiz Ferreira - Sendo official-maior da tl1e-


souraria provincial do Piauhy, onde me parece que nasceu, publicou:
- Indice alphabetico das leis provinciaes do Píauhy,. ue 1835 a 1878,
confeccionado, etc. Maranhão, 1878, 1n-4°.

Gabriel Militão de Villanova Machado - Fillw


de Ignacio Joaquim de Villanova Machado e dona Maria Diamantina de
168 aÁ

Goes Neves, nasceu em Nitberoya 10 de março de 1827 e é doutor em


mathematicas e sciencias naturaes, lente jubilado da escola polyte-
chnica, commendadoI' da ordem da ~osa, cavalleiro da de Chri to, etc.
Com praça no exercito em 1850 e promovido a segundo tenente do corpo
de engenheiros om 1853, serviu neste corpo até ao posto de major,
militando na campanha do Paraguay. Lente substituto da antiga escola
central, passando a cathedratico mediante concurso na mesma escola,
hoje polytechnica, exerceu o magisterio tanto nas scienciaS mathema-
ticas, como naS sociaes, m.s naturaes e na engenharia civil. Como
chimico metallurgico, serviu na antiga casa da moeda cerca de nove
annos, organisando o systema dos ensaios chimicos e metallurgicas; Coi
finalmente director da fabrica de paIvara e fez parte da directoria de
duas exposições. Escreveu:
- These sobre os maximos e minimos, apresentada á escola militar
da c6rte, etc. Rio de Janeiro, .1855, in-4" com figs.
- Elogio historico do finado Marquez de Abrantes, presidente da
sociedade auxiliadora da industria nacional; recitado, etc. Rio ele Ja-
neiro, 1865,59 pags. in-4°.
- O podet- autoritario : 0pusclllo sobre a historia do Brazil. Rio de
Janeiro, 1872, 268 pags. in-12".
- Processos administrativo e criminal a que respondeu pela escola
central o leute da la cadeira do 3° anno, etc. 1870-1873. Rio de Janeiro,
]873, 95 pags. in-8°.
- Pontes pensis. Rio de Janeiro, 1874, 4 vais. in-8° com atlas.
- Esthetíca objectiva. 70. lição. Doutrina de Hegel sobre a arte do bello
(lição extrahidt. do Ensaio analyticCl e critico lo sr. dr. Ch. Bernard).
Rio de Janeiro, 1886, in-4 n - Começa de pags. 241 o vae até pag. 333,
sendo precedido dos retratos de Porto Alegl'e, Gonçalves DiaS e Ma-
galhães. E o autor manda ver «os dous fascicu los de suas liQões de
esthetica subjeotiva ».

Gabriel Osorio de AlJn.eida - Natural do Rio


Grande do Sul e engenheiro civil, formado pela escola central, es-
creveu:
- Estudos sôbre abobadas cyliudtlcas e dé extra-tior-o concêntrico
ao intt'a-uorso. Rio de Janeiro, 1886, com uma estampa.

Gabriel Finto de Alxneida - Sei apenas que foi juiz


de paz do segundo districto da freguexia de Santa Rita na cidade do
Rio de Jane\ro e que foi suspenso deste cargo pelo seguinte escripto
que por essa occasião publicou:
GA 169

- Exposição justificativa dos motivos que deram causa a ser sus-


penso do exercicio dejuiz de paz do 2° districto da freguezia de Santa
Rita desta côrte, etc. Rio de Janeiro, 1836, in-4°.

Gabriel Ploesquellec -Conheço-o apenas por ver na


exposição· medica brazileira a obra que escreveu e aqui menciono.
Nessa obra se declara seu autor ex-medico e cirurgião dos hospitaes
civil e militar elo Rio de Janeiro, ex-physico das tropas da provincia de
Goyaz, etc.
- O livro de todos, ou o manual de saude, contendo todos os escla-
recimentos theoricos, necessarios para poder preparar e empregar, sem
o soccorro de professor, os remedios, preservar-se e cmar-se prompta-
mente e com pouco dispendio da mór parte das molestias curaveis e
conseguir um allivio equivalente á saude nas molestias illcuraveis ou
chronicas; seguido de um tratamento especifico contra a coqueluche, e de
regras hygienicas para prevenir as molestias. Rio de Janeiro, 1846, in-go.

Gabriel Prestes - Filho de Pedro Prestes da Silva e dona


Josephina Prestes Franco, e nascido em Palmeiras, no Paraná, a 21 de
setembro de IS .. , tem o curso da escola normal, feito na cidade de
S, Paulo com a nota de distincção em todos os annos e em todas as
materias, leccionando particularmente durante esse curso; é director
da mesma esoola e deputado ao congresso estadoal de S. Paulo. Lec-
cionou instrucção primaria no collegio de Julio Ribeiro, que foi seu
mestre, em Campinas, e de Campinas foi para a Penha elo Rio do Peue,
onde fundou um extel'nato. Dedicou-se com verdadeiro amor ao estudo
dos assumptos relativos á instrucção publica, pela qual pugnou sempre
valentemente na imprensa e na tribuna parlamentar. Escreveu:
-A reforma do ensino publico. S. Paulo, lS92, 102 pags. in-So
- E' uma reimpressão de artigos que publicara no Estado de S. Paulo
alguns dias antes da discussão do projecto de lei reformando a instru-
cção publica. Quando o congresso paulista que substituiu o que decre-
tou a constituição, inicioll sens trabalhos, e o senado discutiu um pro-
jecto de reforma de ensino, Gabriel Prestes, achando-o defeituoso,
organisou um substituti vo que foi acceito e approvado pelo senado com
ligeiras modificações. Vindo á camara o projecto, pronunciou elle um
discurso na sessão de 24 de agosto de 1892, que vem nos Aonaes deste
anno, pags. 964 a 973, conbateodo algumas das emendas introdUzidas
pelo senado e depois os dons seguintes:
- Instrucção publica. Discurso proferido na camara dos deputados
de S. ·Paulo. I. S. Paulo, 1893, 83 pags. in-12° - Termina o autor
170 GA

com um novo projecto completando o de 1892 e corrigindo alguns pon-


tos do reglllamento respectivo.
- Instrucçcto publica. Discur o proferido na camara dos deputados
de S. Paulo. II. S. Paulo, 1893, 36 pags. in-12°-Como jornalista fez
parte da redacção da folha republicana:
- O Grito doPovo- fnndada por Julio Ribeiro e depois do
-Estado de S. Paulo. S. Paulo...,....de 1889 até ao presente. Nesta
folha, além de militos escriptos politicos, de interesse local e tambem
lítterarios, publicou elle:
- Scenas da roça - dous contos no genero realistn.
- Regina: conto -no mesmo genero.
- As amoras: conto - Idem.
- Recordações: impressões de viagem.
- Ivanovitch: impressões de leitura.
- Noites de wn doente: recordações do hospital.
.- Sonho ca~'navalesco: phantasia - assignada com o pseuclonymo
de Pierrot.
- Estudo c"itico do livro «Escriptores e escriptos» de Valentim
Magalhães.

D. Gabriella de Jesus Ferreira França-


Filha do consell;1eiro Ernesto Ferreira França e neta do dr. Antonio
Ferreira França l°, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, é dotada de
educação esmerada e escreveu:
- "Maria do Patrocinio ou o patrocinio de Nossa Senhora: romance
original brazileiro por uma fluminense. Rio de Janeiro, 1879, in-8"-
Neste livro a autora, que é inimiga da maçonaria, mostra quanto é
salutar e valiosa a protecção da Virgem Maria..
- Contos bmzileiros. I" sel'ie: O livro de Antonio. Rio de Ja-
neiro. 1881, in-8"- E' um trabalho apropriado a desenvolvel' os sen-
timentos nobres no coração das crianças. O conselho da instrucção
publica mandou adoptaI-o nas escolas publicas prime.rias e a autora fez
delle doação a algumas de taes escolas, como a de S. João a que o1fe-
receu sessenta exemplares.
- E,-nestina ou seenas da vida contemporanea. Nitheroy, 1885,
in-8".

Galdino A. Corrêa Lobo - Professor da instrucção pri-


maria em Itu, no estado rIe S. Pt1.ulo, donde é talvez natural, escreveu:
- Lições p,-aticas da lingua portugueza. S. Paulo, 1892 - COllsta-
me que o autor segue o systema de Julio Ribeiro.
GA 171

Galdino Cicero de Magalhães - Filho do conse-


lbeiro dr. Vicente Pereira de Magalbãe~, nasceu na cidade da Bahia em
1848. E' doutor em medicina pela faculdade de sua provincia e, entrando
para o corpo de saude da armada em 1872, foi promovido a primeiro
cirurgião em 1878, e percorreu mares da Europa, da Asia, etc. Escreveu:
- Symptomas fornecidos pela respiração; Asphyxia dos recem-nas-
cidos, suas causas, diagnostico e tratamento j Quaes os meios preven-
tivos da invasão do cholera-morbus e da febre amarelJa; Do infanti-
cídio, considerado sob o ponto de vista medico-legal. Bahia, 1871,
in-4° - E' sua these inaugural.
- Historia do desenvolvimento do beriberi a bordo da corveta
Vital de Oliveira na sua recen te viagem de circum-navegação. Rio de
Janeiro, 1882,72 pags. in·4°.
- Relatorio medico da corveta Vital de Oliveim em sua viagem de
circum-navegação. Rio de Janeiro, 1881, 196 pags. in-fol. com o tra-
çado graphico de indicações barometricas e tbermometricas durante
a viagem, relativo a cada um dos mezes decorridos de novembro de
1879 a fevereiro de -1881.

Galdino EDl.iliano das Neves - Natural da provincia,


hoje estado de Minas Geraes, é doutor em medicina pela faculdade do
Rio de Janeiro j foi eleito deputado à assembléa geral nas 170 e 19"
legislaturas, e além de sua these inaugural publicou alguns discursos
parlamentares, isto é:
- Do calor animal; Tratar em geral de todas as operações em-
pregadas para a cura dos aneurismas j A ligadura da aorta é compati-
vel com a vida ~ Do gado vaccum que serve para o consumo desta
capital j qual o estado em que chega; qual aquelle em que é levado ao
corte; que medidas de hygiene publica se tomam no matadouro e nos
açougues; quaes as que com mais urgencia são reclamadas. R.io dG
Janeiro, 1850, in-4° - E' sua these inaugural.
- Discw"soS pronunciados na camara dos deputados nas es. ões de
19 e 25 de abril de 1879. Rio de Janeiro, 1879,30 pags. in-4°.
- Reforma constitucional: discurso pronunciado na sessão de 11 de
julho de 1879. Rio de Janeiro, 1879, in-8".
- M issüo â China: discurso pronunciado na sessão de 4 de setem-
bro de 1879. Rio de Janeiro, 1879, 39 pags. in-8°.

Galdino Fernandes Pin eiro - Natural de Man-


garatiba, provincia, hoje estado do Rio de' Janeiro e bacharel em
sciencias [sociaes e juridicas pela faculdade de S. Paulo, formado em
172 GA

1867, foi por varias Tezes deputado á assemb1éa provincial; é propri-


etario de uma fa.zenda rural de café, e escreveu com o pseudonymo Galpi:
- Nal"rativas brazileiras. Rio de~ Janeiro, 1884, 220 pags. iu-8°-
Contém este livro os romances: O Pirata; Dolores; O beijo sacrilego ;
O baia;ão ; Sel"torio; Mulas sem cabeça; Januario Garcia por Dranmor
(traduzido por uma senhora).
- O Flor: costumes braúleiros. Rio de Janeiro, 1885, 272 pags.
in-8° - E' um romance.

Galdino Justinian@ da Silva Pinl.entel - Nas-


cido na Bahia a 3 de janeiro de 1803, falleceu a 11 de março de 1878,
marechal de campo reformado, superintendente da fazenda de Santa
Cruz, fidalgo cavalleiro da ex-casa imperial, commendador da ordem de
Christo, cavalleiro da de S. Bento de Aviz e condecorado com a meda-
lha da campanha da independencia na Babia, e sacio do instituto histo-
rico e geographico brazileiro. Fez em França o curso de mathema-
ticas puras e de suas applicações principaes 'e, tendo servido na
companhia de Minerva com o posto de segundo tenente, com este
posto assentou praça no exercito a 12 de outubro de 1823. Escreveu:
- Relatorio da segunda secção das obras publicas da província
do Rio de Janeiro, apresentado em janeiro de 1840. Rio de Janeiro,
1840, 20 pags. in-fo1.
- Relatorio da quarta secção, etc., apresentado em 1841. Rio de Jà-
neiro, 1841,35 pags. in-4° - Vem ahi annexa:
- Memoria sobre a excavação da lagôa Araruama, II pags.- Por
esse mesmo tempo traçar-a :
- Projecto de arruamento da villa de Macahé, 1840.
- P,"ojecto de arruamento da cidade de Cabo Frio, 1841 - O origi-
nal, á aquarella, deste trabalho, assim como o do precedente, esteve
na exposição de historia patria em 1881.

Galdino Teixeira Lins de Barros Loreto-


Natural de ;Pernambuco e bacbarel em sciencias sociaes e juridicas
pela faculdade do Recife, formado em 1888, ainda estudante escreveu:
- Devaneios littera,"ios" Recife, 188B, in-8° - Neste livro occupa-se
o autor dos seguintes assumptos : Selecção spartana; Instrucção pu-
blica primaria; Valia do Brazil ; O antagonismo de raças; Aboli-
cionismo; Emancipação feminil; Federalisação e Republica.

Fr. Gaspar da Madre de Deus - Filho do coronel


Domingos 1'eixeira de Azevedo e de dona Anna de Siqueira e Men-
GA. 173

dança, terceiro neto paterno de Amador Bueno e chamado no seculo


Gaspar Teixeira de Azevedo, nasceu na fazenda Sant'Anna, perto da
villa de S. Vicente, hoje cidade de Santos, da provincia, hoje estado de
S. Paulo, a 9 de fevereiro de 1715, e não em 1730, como suppõe 1nno-
cencio da Sil va, e faIleceu no mosteiro de S. Bento dessa cidade a 28 de
janeiro de 1800. Monge benedictino, cujo habito recebeu na Bahia em
1731, foi doutor em theologia, materifL que leccionou em sua ordem;
serviu o cargo de provincial no mosteiro de S. Paulo em 1752, no do Rio
de Janeiro em 1763, e no d,. Bahia em 1768 ; reformou a bibliotbeca do
mosteiro do Rio de Janeiro, ja dotando-a de muitos livros novos e
bons, ja contractando um livreiro para compôr as obras estragadas
pelos insectos e, finalmente, mandando ensinar a arte a um escravo
da casa para cuidar dos livros. Foi membro correspondente da real
academia das sciencias de Lisboa. Tão sabedor da historia patria,
quão grande orador sagrado, escreveu varias obras que, quasi todas,
deixou manuscriptas, sendo conhecidas, entre outras, as seguintes:
- Memo?'ias para a historia da capitania de S. Vicente, hoje cba-
mada de S. Paulo, do estado do Brazil, publicadas por ordem da aca-
demia real das sciencias. Lisboa, 1797,248 pags. in-4° - Nesta obra,
que o autor escreveu com minuciosa indagação e a vista de do-
cumentos colhidos com a maior diligencia e trabalho, se refutam apre-
ciações arroneas a respeito dos 'paulistas, feitas por Vaisette na sua
Historia geographica, ecclesiasiíca e civil, publicada em Pariz, 1755,
tomo 12°, e por Charlevoix na sua Historia do Paraguay, publicada em
1718, livro 6°. Importantes, quando por mais não fossem, por este
facto, e tas memorias, na expressão de Pizarro, honram a religião,
Foram reimpres~as com o titulo:
-Memorias para a llistoriada capitania de S. Vicente, hoje proVíncia
de S. Paulo do imperio do Brazil, publicadas em 1797; seguidas do diario
da navegação da armada que foi a terra do Brazil em 1530, escripto
por Pera Lopes de Souza e publicado em 1839 em Lisboa por Francisco
Adolpho de Varnhagen, etc. Rio de Janeiro, 1847, 2 tomos em 1 vaI.
in-4° - Esta edição é feita pelos cofres da provincia de S. Paulo.
- Continuação da memorias de frei Gaspar da Madre de Deus, oJre-
recida ao instituto historico e geographico braziletro pelo brigadeiro
Raphael Tobias de Aguiar - Vem na Revista do instituto, tomo 24°,
]861, pags. 539 a 616.
- Noticia dos annos em que se descobriu o Brazil e das entradas
das religiões e suas fundações, etc., copiada de um manuscripto do
archivo do mosteiro de S. Bento da cidade de S, Paulo e o:tferecida ao
instituto pelo sacio correspondente M. J. do Amaral Gurgel - Idem,
174 GA

tomo 2°, pags. 427 a 446. E' datada ele 3 de julho de 1784. O instituto
possue mais deste autor :
- Eis/m·ia das minas da provincia de S. Paulo - Ms. pertencente
ao espolio do Visconde ele S. Leopoldo e por seu filho, o bachal'el J. F.
Fernandes Pinheiro, otrerecido ao instituto em 1862.
- Noticia historica ela expulsão elos jesuitas do seu collegio de
s. Pu.ulo da capitania de S. Vicente em 13 de julho de 1640 e soa resti-
tuição á mesma capitania em 14 de maio de 1643 - Ms. idem.
- Oração funebre nas exequias que pelo serenissimo senhor D. Jose I,
rei fidelissimo de Portugal, mandou celebrar a camara da viUa do
porto de Santos em 14 ele julho de 1777, etc. Recitou-a, estando o povo
muito consternado pela vergonhosa entrega de Santa Catharina - Ms.
offerecido por J. Pinto de Campos a 13 de agosto de 1858. O dr. B. F.
Ramiz Gaivão em seus Apontamentos historicos sobre a ordem bene-
dictina menciona a existencia do seguinte:
- Oração f~tnebre nas exequias á memoria do bispo de Areopoli
D. João de Seixas, celebradas no mosteiro do Rio de Janeiro em 1758.
- Oração funebre por occasião de dar-se a sepultura o corpo do go-
vernador, capitão-general Gomes Freire de Andrade, no convento do
Desterro em 2 de janeiro de 1763.
- Ot'ação funebre nas exequias, etc. (do mesmo), celebradas pelos
monges benedictinos no seu convento do Rio de Janeiro.
- Oração panegyrica do nascimento do infante D. Jose, principe da
Beira, recitada no convento do Rio de Janeiro a 7 de março de 1762 nas
·festas solemnes, etc.
- Sermão nas festas do casamento da senhora princeza, mãi do
principe da Beira, pregado na se elo Rio de Janeiro.
- Relação do mosteiro de Nossa Senhora do Monserrate do Rio
de Janeiro, comprehendendo as casas, residencias, numero dos sa-
cerdotes, coristas e donatos, e suas respectivas rendas, t"eita pOl' ordem
do governo portuguez e ao mesmo govel'no dirigida em 15 de outubro
de 1764.

Gaspar de Menezes Vasconcellos de DrulD.-


lD.ond, 1° - Filho do capitão Autonio Luiz Ferreil'a de Menezes
Vasconcellos de Drummond e ele dona Josepha Januaria de Sá e Almeida,
nasceu nO,Rio de Janeiro ainda no seculo lJas ado e falleceu em Pel'Dam-
buco depois de 1865, sendo coronel de segunda linha do exercito. Foi
ajudante de ordens do general Luiz do Rego Barreto nesta provincia e,
depois, do general Pedro Labatut na guerra da indepen encia na Bahia..
De seu irmão, o conselheiro Antonio de Menezes Vasconcellos de
GA 175

Drummond e de seu sobrinho, o dr. Antonio de Vasconcellos Menezes


de Drummond, já fiz menção neste livro. Escreveu:
- Breve ~(I;posiÇão dos factos occorridos antes e depois da apprehen-
são elos africanos, eJrectuada na barra de Serinbaem em outubro de
1855. Bahia, 1856,38 pags. in-4°.

'Gaspar de Menezes Vasconcellos de DruJ:U-


lllond, 2" - Filho do precedente e natural de Pernambuco, abi
falleceu depois de 1885, bacharel em direito pela faculdade de Olinda,
formado em 1848, e advogado na cidade do Recife. Foi muitas vezes
deputado á assembléa provincial e à geeal na )90. legislatura.. Escreveu,
além de outros trabalhos, talvez;
- Discw'sos profericlos na assembléa legislativa provincial do Re-
cife nas sessões de 7 e 8 de junllo de 1869.sobre o projecto de fixação
de força policial em resposta ao Sr. deputado Francisco Soares ele
Carvalho Brandão. Recife, 1870.
- Cama1'a dos deputados. Discurso proferido na se ão de 9 tle
abril de 1885. Rio de Janeiro, 1885, 73 pags. in-8° - Versa sobre a.
verificação de seu diploma.

Gaspar Ribeiro Pereira - Natural do Rio de Janeiro,


nasceu em 1655 e falleceu a 8 de janeiro de 1734. Graduado mestre
em artes no collegio dos jesuitas, seguiu o estado clerical, foi um dos
primeiros conegos da sé fluminense, e exerceu os mais elevados cargos
e commissões ecclesiasticas, indo à Minas Geraes com faculdades episco-
paes, delegadas pelo bispo d. Francisco de S. Jeronymo, por occasião
de cujo fallecimento regeu o bispado até à po se de d. feei Antonio
de Guadelupe. Foi um sacerdote exemplar, de uma caridade excessiva,
Escreveu:
-ll{emo1'ias hist01'icas acerca do Brazil - Nunca foram publicada ,
nem sei onde param, Affirma monsenhor Pizarro que as viu e elogia
essas memorias,

Gasl:)ar da Silveira Mar·tins - Nascido em Ba.gé,


Rio Gra.nde do Sul, no anno de 1835, é bacharel em ciencias sociaes e
juridicas, formado pela faculdade ele S. Paulo, tendo estudado doas
annos na elo Recife, e agraciado com o titulo de con elbo do Impe,
rador. Foi juiz municipal na corte em 1859 e deputado em ua provín-
cia em 1862; deputado â assembléa geral da 150. â 17" legi latul'as o
senador em 1880; mini tro da fazenda no gabinete de 5 de janeiro de
1878, e presidiu a provincia de seu nascimento. Vontade energica,
176 GA

ardor enthusiastico pelas idéas democraticas desde estudante e ora-dor


distincto, foi um dos expatriados por occasião da proclamação da Repu-
blica brazileira e escreveu:
- Confe?'encia radical. Oitava sessão. Discurso sobre o radicalismo.
Rio de Janeiro, 1869, in-4°.
- Discurso proferido a 28 de agosto (alias de junho), por occasião
de apresentar-se á camara o gabinete de 25 de junho de 1875 - Aeha-
se publicado sob o titulo« Discursos parlamentares" depois de outro
do conselheiro Zacarias de Góes e Vasconcellos sobre a reforma elei-
toral. Rio de Janeiro, 1876, in-4° de pags. 29 a 58, com seu retrato.
- Um ministro negociante. Discursos proferidos na interpellação de
13 do cprrente na camara tempararia pelos deputados Cesario Alvim
e Silveira Martins. Rio de Janeiro, 1877, 42 pags. io-8° - Refere-se a
uma accusação injusta ao Barão de Cotegipe, da qual occupou-se lar-
gamente a imprensa do dia. O conselheiro Silveira Martins, sendo
estudante, escreveu artigos como:
- A Utteratura - na Revista Litteraria do lt nsaio philosophico patt-
listano, serie 4", pags. 149 e 228.
- Critica Utteraria - na mesma Revista, serie 5", pago 96. Tem
este artigo por epigraphe o dito de Castilho «Frade nunca fa?; bom verso»
e refere-se ás poesias do padre José Joaquim Correia de Almeida, distin·
ctissimo poeta, a quem o severo C. Castello Branco tece elogios no
seu Cancioneiro alegre. .
- Num album: (poesia) - na dita Revista, serie 5", pag. 55.

Gaspar de Siqueira Queiroz - N:;J,tural da provillcii1,


hoje estado do Pará, não posso determinar a II< ta de seu nascimento, e
a do obito, que foi depois de 1854. Presbytero do habito de S. Ped.ro e
bacharel em direito pela faculdade de Olinda, formado em 1844, oc-
cupou-se em missões pelo Amazonas por espaça de tres annos; foi mem-
bro do conselho geral da provincia de seu nascimento em 1833 j pro-
fessor de latinidade j conego da cathedral, examinador synodal e
promotor do juizo ecclesiastico; commendador da ordem de Cbristo-
e escreveu:
- Tratado da reUgião pelos PP. Richard e Gi!'aud, traduzido do
francez. Pernambuco, 1845, in-8°.
- TabelZa historica e chronologica dos exms. e revms. ~enbores
bispos da diocese paraense ; das dignidades, conegos e beneficiados da
respectiva cathedral desde a sua fundação e separação da diocese
maranhense em o anno de 1719 até o presente. Pará, 1850, 83 pags.
ín-4°.
OE 177

- Sermão de Nossa Senhora de Nazareth do Desterro, pregado, etc,


Pará, 1849, in-4°,
- Oração funebre, recitada nas exequias da senhora D. Maria n,
rainha de Portugal, que fez celebrar. na capital do Pará no dia 24 de
janeiro de 1854 o Illm. Sr. Fernando José de Souza, digno consul da
nação portugueza; dedicada ao mesmo, Pará, 1854, 24 pags, in-4°,
- Hymno olindense á maioridade do senhor D. Pedro n - no volume
«Congratulação pela maioridade du Imperador », pags. 45 a 48. No
jornalismo o conego Siqueirct Queiroz redigiu:
- O Vigilante. Pal'a, 1835, in-fol.
- Correio Official Paraense. Pará, 1834 - Esta folha foi fundada
pelo presidente Bernardo Lobo de Souza.

Gastão Adolpho Raoux Briggs-Filho de Guilherme


H'3nrique Briggs e nascido no Rio de Janeiro a 28 de abril de 1841, serviu
no funccionalismo publico da provincia, hoje estado do Rio de Janeiro,
onde foi um dos fundadores do club litterario Guarany - e escreveu:
- Estudo sobre a prosodia frallceza, acompanhado das origens
latinas e dos caracteres alphabeticos, Rio de Janeiro, 1884.

Gentil HODleDl de AIDleida Braga - Filho do


capitão Antonio Joaquim Gomes Braga e de dona Maria Afra de Almeida
Braga, n~sceu em S. Luiz do Maranhão a 25 de março de 1835 e faUe-
ceu a 25 de julho de 1876, bacharel em direito peh faculdade do Recife,
advogado, lente de rhetorica e Je philosopbia, e sacio do atheneo pau.
listano. Exerceu os ci1r~os de secretario do governo do Rio Grande do
Norte. promotor publico no Maranhão, juiz mUlllcipal e de orphãos de
Icatú e dos termos reunidos de Guimarães e Cururupü. Foi deputado
provincial em tres legislaturas de 1858 a 1864 e geral neste ultimo
anno em substituição do doutor Joaquim Gomes de Souza, que faUe-
cera. Antes de estudar direito, veiu ao Rio de Janeiro e matriculou-se
em 1851 na escola central com o designio de ser engenheiro, mas,
acommettido de molestia que o prostrou por espaço de dous annos, pas-
sou a Pernambuco. Dedicando-se ao jornalismo, estreou no Clarim Lit-
te?'m'io, semanario academico do Recife; coUaborou, depois de formado,
no Publicado?' 1I1aranhense, onde publicou varias 10th tins sob os pseu-
donymos de Flavio Reymar e. nselmo de Pelitot, e redigiu:
- A Ordem e P,·ogresso. Maran bão, 1860-1862 - Oomeçou esta folha
em dezembro daquelle anno e terminou em janeiro ueste, quando foi
substituida pela
- Goalisão. Maranhão, 1862 - Esta folha continuou até 1870.
12
178 GE

- O Libeyal. S. Luiz do Maranhão, 1868-1873 - Escreveu mais:


- Um presidente e uma assembléa. S. Luiz, 1862, 130 pags. in-8
_E' um escripto politico, allusivo á administração do major F. P. de
Souza Aguiar e á assembléa provincial de 1861.
- Um ex-diplomata encadernado. Protesto contra o volume do
sr. conselheiro Paranhos, por Flavio Reymar. S. Luiz, 1865,59 pags.
in-4°- E' outro escripto politico, e em defesa do conselheiro Para-
nhos foi publicada no Jomal do COml1M)'cio da côrte uma serie de arti-
gos sob o pseudonymo de Epaminondas, os quaes foram reimpressos em
S. Luiz com o titulo: «A grande questão do dia'».
- Clara Veroena: poema em dous cantos, por Flavio Reymar.
Maranbão, 1866, 75 pags, in-8°- Comquanto o autor declare que con-
tinuaria a obra, si fossem bem recebidos do publico os dous cantos
publicados, e comquanto etrectivamente fossem ellt3s bem recebidos,
nunca continuou. Pertence esta obra á familia do Diabo mundo, de
Espronceda, e de algumas composições de A. Musset.
- Eloá: mysterio, por Alfl'edo de Vigny. Traducção paraphraseada
por Flavio Reymar. Maranhão, 1867, in-8°.
- Entre o ceo e a tel'ra. Maranhão, 1868, in-8°- Sob o mesmo pseudo-
nymo e são artigos e folhetins que sa.hiram antes no Semanal'io littel'al'io.
- Tanhauser, de H. H8ine. Tradllcção.
- S onidos: poesias. Maranh.ão .. , - Nunca os vi,
- Tres lYl'as : coUecção de poesias dos bachareis Trajano GaIvão
de Carvalho, Antonio Marques Rodrigues e l1entil Homem de Almeid~
Braga. Maranhão, 1872, in-8",
- Eval1qelina de Longfellow. Trauucção do inglez - Esta obra
ficou inedita, porque quando o autor Í;\ daI-a ao prelo, soube que o
conselheiro Franklin Daria havia traduzido a mesma. e então, por cor-
tezia e def~rencia, guardou seu trabalho. (Veja-se Fl'anklin Americo
de Menezes Daria,) O di'. José de Góes Siqueil'u, 2°, de quem occupar-
me-lJei ta.mbem, fez uma traducção do me mo pOeml\; e ultimamente em
1885 foi publicadi1 aincb uma tradllcção em versos aleXlWdl'inos relo
bacharel em direito Amol'ico Lobo, distinctn esoriptor mineiro, e um
dos que paI' descuido deixei de mencionar no meu 1" volume. Bi\, varias
poosias de Gentil Homem em revistas ou collecções como as Harmonias
brazileiras, do Llr. A. J. do Macedo Soares, o o Pal'nazo ma?'anhense
publicado Ol'J;! 1861, Foi Lambem um dos escriptores do livro:
- A casca de canelleim (Steep1e-chase) por uma. boa duzia de
esperanças. S. Luiz, 1866, in-8° (Veja-se Francisco Gaudencio Sab-
bas da Costa.) Consta-me que o dr. Gentil traduziu:
- O Oriente, de Byron - Não se publicou.
GE li9

Vespe I" , de Musset - Idem _ Suas composições do Pa1'na::o ma1"a-


nhense Eão:
- O/"valho; Amor e crença (:1 Pedro de Calazans) ; O Salgueiro de
Santa Helena, traducção de José Mery ~ que se acham nas pags.
128 a 140.

Genuino Marques l\1:ancebo - Filho do chefe de divi·


são Gervasio Mancebo e nasciuo na cidade do Rio de Janeiro, é doutor
em medicina pela faculdade desta cidade e lente substituto da dita
faculdade _Escreveu:
- Ope1'açães reclamadas pela catarata; Hygrometria; Do valor do
tratamento do tetano traumatico; Da. febre amarella sob o ponto de
vista de sua genese e propagação e quaes as medidas sanitarias que se
devem aconselhar para impedir ou attenuar seu desenvolvimento e pro-
pagação : these apresentada. á ['acuIdade de medicina do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, 1876, 178 pags. in-4°.
- Elementos figurados elo sangue: thesc de concurso á cadeira de
histologia LIa faculdade de medicina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro,
1889, iu-4".

Georg-e Edua.rdo Fairbanks - Iuglez de nascimento,


mas brazileiL'o por naturali,ação, faUeceu na BalJi:1 em idade avan-
çada, depois de 1850. Era. doutor em medicina, membro da real aca-
demia de medicina de gdimblll'go e foi naquella provincia (hoje estado)
distincto clinico e membro do conselho de saude publica. Escreveu:
- ColtecçCio dos factos principaes da historia da. cholera epidemica,
abraçando o relatorio do col1egio dos medicos de Philadelphia é uma
lIdoria completa das causas, das apparencias morbidas depois da morte
e do tratamento d:t mole '~i,t pelos drs. Bett e Condie.; tL'aduzida e
accrescentnda por J. Lino Coutinho e George ~_ Fairbanks. B,ll1ia,
1833, VII-ZOO p:lgS. in-4".
- Considerações sobre o commercio do assucal' e estado presente
desta industri;), em varios paizes, acompanhadas de instrucções praticas
sobre a cultura. d,t canna e o fabrico de seus productos. Babia, 1847,
170 p~gs. ill-4 0 •

Geraldino §ilveira - Natural da Encruzilhada, na pro-


vincia, hoje estado uo Rio Grande do Sul, cultiva a poesia e es-
creveu :
S011inata.s: poesias_ Porto Alegre, 188 'lf,.
- Meus versos. Mont0video, 1890.
180 GEl

Geraldo de Faria Corrêa - E' natural da provincia,


hoje estado do H.io Gran.le do ~ul, major da guarda nacional, ex-presi-
dente da camai:'a municipal da cidade de S. Gabriel, socio e orador da
sociedade littera.ria gabrielense - e escreveu:
- Horas desoccupadas. Idéas moraes: escriptos especialmente
consagrados á sociedade litteraria gabrielense. Pelotas, 1876- São pre-
cedidos de uma carta de 1itterato rio-grandense, e creio que é a mesma
obra, de que vi a seguinte noticia:
- Horas desoccwpadas. Porto Alegre (~) 1884 - E' uma collecção
de prelecções feitas na mencionada sociedade, mandada adoptar nas
aulas da instrucção publica da provincia.

Geraldo Leite Bastos - Natural da cidade do Rio de


Janeiro, nasceu a 11 de março de 1793 e falleceu a 15 de julho de 1863,
na mesma casa, em que nascera, na freguezia de Santa Rita. Sendo
sacristão da matriz dessa freguezia, preparou-se para o estado eccle-
siastico e recebeu as ordens de presbytero. Já ol'denado, serviu na
secretaria do senado o cargo de official supranumeral'io, e depois de
official-maior e foi um dos deportados politicos de 1842. Era conego
da capella imperial, do conselho do Imperador, commendador da ordem
de Christo, e escreveu:
- O BraziZ indignado contra o projecto anti-constitucional sobre a
privação d suas attt'ibuições, por um pIlHo-patricio. Rio de Janeiro, 1841.
- N ecroZogia do senador Diogo Antonio Feijó, por***. Rio de Janeiro,
1861,5ll. pags. in-8°- Foi publicado pelo dr. A. J. de Mello Moraes, l°.
O autor foi sempre um dos mais dedicados amigos do senador Feijó.

Gervasio José da Cruz - Serviu muitos annos na


secretaria da marinha, entrando como amanuense addioo por aviso de
2 de outubro de 1855, passando a etrectivo em 1859, e fallecelldo em
187 ~ no lagar de segundo officia!. Escl'eveu:
- Uma paqina memoravel do reinado do Senhor D. Pedro II. Rio de
Janeiro, 1865, 55 pags. in-4° - Contém a noticia minucio a da via-
gem do Imperador a provincia uo Rio Gr'ande, quando esta foi invadlda
por forças do Paraguay. Vi depois num c,üalogo a seguinte publicação
deste autor, que talvez seja a mesma de que trato:
- Gratidão dos brazileiros a seu excelso Imperador. Rio de Janeiro,
1865, 53 pags. ÍQ-4°.

Gervasio Pires Ferreira - Filho de Domingos Pires


Ferreira e dona Joanna Maria de Deus, nasceu na ciàade do Recife,
GI 181

Pernambuco, a 26 de junho de 1765 e falleceu a 9 de março de 1836.


Estabelecido em Lisboa com uma casa commercial muito importante,
passou para Pernambuco por occasião da invasão franceza de 1808 e,
adberindo á revolução de 1817, deu, além de 25.GlOO$ para comp)'a de
armamento nos Estados Unidos mais um navio seu para o respectivo
transporte, e exerceu, nomeado pelo gova.rno provisorio, o cargo de
presidente do erario nacional, pelo que foi preso e enviado para a
Bahia, oude esteve detido quatro anno~, fingindo-se mudo durante todo
esse tempo, Foi depois eleito presidente da junta governativa provisoria
de Pernambuco, em outubro de 1821, por occasião do juramento secreto
da constituição, por Luiz do Rego; ma deixando a patria por causa de
forte oppo ição t:l embaraços que ao seu governo oppunham os da poli-
tica adversa, depois de inju t:lmente accusado, exonerado do cargo e
coa<>ido a refugiar-se em um navio inglez ao tocar na Bahia, sabendo
disso o general Madeira, que estava de pos e d/\ capital, requi itou sua
entrega e o mandou prew para Portugal. Restituido a liberdade em
1823, voltou ao imperio, foi repre entante de Peruanbuco na seguuda
legislatura geral, exerceu por muito tempo o cargo de conselheiro do
governo da provincia, a que sempre se mostrou dedicadissimo, e ,es-
creveu:
- Considemções sobre o folheto intitulado «Narraçãv historica da
conducta politica de Gerva io Pires Ferreira ». Lisboa, 1823 - E'
uma justificação que o autor faz de accusações injustas aos seus actos.
Estava ainda pre o em Li boa quando publicou esta obra. O conse-
lheiro A. de M. Vasconcellos de Drummond, nas annotações ii sua bio-
grapbia, publicada em 1836 na «Biographie universelle et portative
des contemporaii1es ~ menciona mais um escripto deste autor, isto é:
- Relatorio da se são da junta provisoria governativa de Pernam-
buco, de 1 de junho de 1822, reconhecendo a autoridade do principe
D. Pedro, regente do Brazil - Foi remettido ás c6rtes portuguezas e
publicado em folhas dessa época, de Li boa e deve acbar-~e registrado
no livro competente da secretaria do governo, diz o mesmo conselheiro
a pagina 20 das Aunotações.
Giaco:rno Raja Gabaglia - Filho de Caetano Raja e
dona Carlota Raja, nasceu em Montevidéo, entã;o província Cispla-
tina, a 28 de julho de 1826 e falleceu no Rio de Janeiro a 24 de
janeiro de 1872. Fez o curso da academia de marinha, que concluiu
em 1842, e o da escola militar, onde recebeu o grào de bacharel em
mathematicas' subiu uccessivumente a di,ersos postos na armada
até ao de capitão-tenente, em que reformou-se em 1868; fez parte da
182 GO

commissão scientifica encarregada ua. exploraçã.o de algumas provin-


das do norte, como membro da commissão astl'onomica e geogl'aphica;
foi nomeado lente substituto de matllematicas daqnella academia l16
de maio de 1846, e lente cathedratico a 30 de setembro de 1851. El'a
cavalleiro da ordem da. Rosa e da de . Bento de Aviz; membro do
instituto historico e geographico brazileiro e da sociedade auxilinclor:t
da industria nacional - e escreveu:
- Ensaias. Parte 1." Porto da. cida.de da. FOl'taleza ou do Ceará.
Rio de Janeiro, 1860, 16 pags. in·fol. de 2 CJIs.
- Ensaias. Parte 2. n A questão das sêccas na. provincia do Ceara.
Rio de Janeiro, 1861,24 pags. ia-foI., idem - O a.utor escreveu sobre
outros assumptos ou melhoramentos elesta. provincia., publicando o que
mais occorre na segunda eclição dos dous opusculos precedentes com o
titulo:
- Ensaias sobre alguns melhoramentos tendentes á prosperidade
da provincia do Ceará. Rio de Janeiro, 1877,59 pag's. in-4°.
- Relataria sobre o dique do Mara:lbão. Rio de Janeiro, 1862, 23
pags. in-4°.
- Relataria sobre a expOSição universal de industria em 1855 -
Sahiu na Revista B1'a~ileira, tomo 2°, pagos. I a 55 e 145 a 187.
- Relataria da segunda exposição nacioniLl ele 1866 - S~hiu no
Relataria (geral) da mesma exposição, parte 2", pags. 77 a ) 19. Refe-
re-se a caminhos ue ferro, machinas, aneios, ft;lrra.ment·ls pal'[\. as
manufacturas, etc. R.ecordo-me de ter visto, nã.o sei ando, um seu
- Parecer sobre a memorh rlo Canelo de ln. Hnre: Explol'açií.o do
rio Parahyba do Sul.

Godofredo da Silvoil-a - Era segundo escriptul'llrio


da alfandega da Victoria, provincia, hoje esto.elo do E pirito an to, de
onde é, talvez, natural, quando e~crevel1:
- A(;rfl,anak IHlmiui tl'ativo, mercantil, industl'inl ltn'!'i' la dt),
provincia do Espirita Sau to, paro. o anoo d I r"'lwi 't\dn, ot .
Victoria, 1885.

Gonçalo Fal ti, randú, - Nttllll\\l Ul'. Onhin, é


doutor em medicina, fOl'mado péla fltculdo.d d t tnd
- Arsenioaes, sua historia nn.tlll:1l, 1\ Oito plly i 1 g'i t m~itos
therapeuticos : tbese para outor' o grlt d rI ntor . m m tll in . I~lthia"
1891, lo-4°.
- Um anjo consolador: l'om U
1892, in-81l •
GO 183

Gonçalo Ignacio de Loyola Albuquerque e


Mello Mororó - Filho de Felix José de Souza e dona Theodora
Madeira, nasceu na antiga povoação do Riacho Guimarães. no Ceará,
em 1780 e na capital desta provincia (hoje estado) falleceu arcabuzado
a 30 de abril de 1825. Pl'esbytero do habito de S. Pedro e cavalleiro da
ordem de Christo, já declarado republicano desde 18l7, adheriu aos mo-
vimentos politicos de l824, sendo o primeiro no Ceará que levantou a voz
contra o imperador d. Pedro T, levando a camara municipal de Quixera-
mobim a declarar em 18 de janeiro de 1824 decahida a dynastia de Bl'a-
gança, e sendo por isso preso, sujeit) a pt'ocesso pela commissão militar
e sentenciado á morte. omeado professor de latim em agosto de 1818,
demittiu-se em dezembro de 1821, magoado por accusações de desidia
no exercicio do magisterio. Homem de vasta erudição, possuia, além
dos conhecimentos das materias ecclesiasticas, os de physica e de
historia natural e foi poeta Iyrico, compondo com igual perfeição,
b.nto na lingua verllltcula, como na latina; orador sagrado, escriptor
e jorna.Lista politico, jurisconsulto e botanico. Foi o redactor da pri-
meil'a folha publicada na provincia, o
- Diario do Go'Oerno. Fortaleza, 1824 - cujo l° numero sahiu a
1 de abril, servinda para expediente do governo, e foi o orgão do
partido patriota, que tornou-se republicano, passando a folha poucos
meles depois a ser uma especie de monitor da republica. De seus
sermões sô publicou:
- O"açíio de graçQ.$, recitada em 12 de outubro de 1816 na igreja
matriz da Fortaleza, capital do Ceará, pela feliz união dos tres reinos
de POt'tug-a,l, Bl'nzi! e Algarves. Rio de Janeiro, 1818, 30 pags. in-4°.-
O major Jo[o Bri<tido diz que o padre Gonçalo deixou ainda varios
escripto , como uma
- Memm'ia obre a carnaüba - inedita, e muitas poesias, como:
- Ode à '" oluçüo de f817, dirigida ao desembargador João
Antonio Podri~ll' de arvnlho - Desta ode tem o mesmo major
côpia a im- m d parle de uma. mimosa composição que tem
por a ulUpl 'iii, ova. e falia de um poema satyrico, escripto
em 181 .
184 GO

aqui abraçou a causa da indepEndencia e continuou em exeHicio.


Escreveu:
- 1IIemorias sobre as possessões portuguezas na Asia, escriptas no
anno de 1823 e agora publicadas com breves nota e additamentos por
Joaquim Heleodoro da Cunha Rivara. Nova Góa, 1859, 200 pags. in·8°.
- Memorias e reflexões politicas. Nova edição addicionada por
J. J. B. Nova tiôa ... in-4°.

Gonçalo Marinho de Aragão Bulcâo - Filho


de Joaquim 19nacio de ~iqueira Bulcão, lo Barão de S. Ei'rancisco, e da I'"
Baroneza do mesmo titulo, nasceu na provincia, hoje estado da Bahia,
é engenheiro pela escola central do Rio de Janeiro, representou SUei.
província na legislatura geral de 1878 a 1881, e tambem na, assembléa
provincial, e escreveu:
- Papel moecla e auxilios :1 lavoura: discursos proferidos nas
sessões ela camara dos deputados nos dias 13 e 27 de março de 1879.
Bal1ia, 1879,66 pags. in-8° e mais 4 de frontespicio e da introducção
pelo dr. Gustavo de Sá, que mandou fazer a publicação. - Cada um dos
discursos tem numeração especial: o primeiro 3~, o segundo 34 paginas.

Gonçalo Ravasco Cavalcanti de Albuquer-


que - Filho de Bernardo Vieira Ravasco, de quem já me occupei no
lo tomo deste livro, e dona Filippa Cavalcanti de Albuquerque, e
sobrinho do padre Antonio Vieira, nasceu na cidade da Bahia em 1659
e ahi falleceu a 9 de outubro de 1725. Substituiu seu pai no cargo de
secretario de estado do Brazil, foi alcaide-mÓI' de Cabo i"rio, commén-
dador da ordem de Christo, e fidalgo da casa real. Foi distincto litterato
e roeta, mas ed ucado sob a direcção de seu tio e sempre sob sua in fiuen-
cia, conteve as expansões de sua musa e só apresentou de suas com-
posições poeticas as que pelo espiritorelig'ioso pudessem ediflcarou con-
tribuir para H. obra da civilisação, ameni~ando os costumes edesenvol-
vendo as praticas da moral e a·s virtudes catholicas, De taes ~rod uCl,:ões
só tenho noticia de seus
- Atttos sacrarnentaes, obras dramatico-piedosas - de que os
jesuítas tiraram muito proveito em suas catecheses. Nunca foram
impressos, nem sei onc1e param. São tres autos. '

Gonçalo Soares de Branca - Filho de Luiz Alvares


Negreiros e dona Luiza Côl'te-Real, nasceu na Bahia, segundo os
bibliographos J. C. Pinto de Souza, Bento Farinha, Barbosa Machado
e o Visconde de Porto Seguro, ou na capitania do Espirito Santo em
GR 185

1632, segundo o dr. J. M. de Macedo, guiado de certo pelo conselhei 1'0


Pereira da Silva não sei com que fundamento. A ser verdadeira esta
data, falleceu este autor com mais de 92 annos, porque em 1124 fre-
quentava as conferencias da academia brazilica dos esquecidos, de que
era socio, e tambem socio supranumerario da academia real de historia
portugueza. CUI'SOU as aulas do collegio dos jesuitas na Bahia, dedicou-
se ao estado sacerdotal, tomando o habito de S. Pedro e applicou-se
depois a lição da historia sagrada e profana, adquirindo tal reputação,
que mereceu ser membro supranumeraüo da academia real da his-
toria portugueza, fundada em 1121. Cultivou com esmero as lettras,
principalmente a poesia - e escreveu muitas producções, de que
citarei:
Gloza a oitava 50" do cauto 40 dos Luziadas de Camões.
- Cinco sonetos, sendo um deIles só de versos dos Luziadas.
- Quator.e emblemas com seus epigrammas portuguezes - Todas
estas poe ias vem no «Breve compendio ou narração do funebl'e espe-
ctaculo que na insigue cidade da Bahia, cabeça da America portugueza,
se viu na morte d'el-rei D. Pedro, por Sebastião da Rocha Pitta »
Lisboa, 1109. A gloza e o soneto em versos dos Luziadas vem repro-
duzidos no Florilegio da poesict brazileira, tomo 30, appendice,
pags. 21 a 24.
- Bra.ilia ou a descoberta do Brazil: poema epico com mil e
oitocentas oita.vas - Iuedito. O primeiro canto deste poema foi lido na
academia brazilica dos esquecidos.
- Dissertação da historia ecclesiastica do Brazil, que recitou na
academia brazilica dos esquecidos o padre G. S. da Franca liO anno
de 1124 - O manuscripto Çoi otrerecidopol' sua magestade o Imperador
ao instituto hrstorico a 22 de maio de 1855, iu-fol.
- Oito dissertações - que constam Llo codice n. CCCX VIII, existente
na bibliotheca nacioual de Lisboa. Trata-se, nestas dissertações, de
assumptos exclusivament.e brazileiros.

D. Gracia ErIUelinda da Cunha Mattos-


Filha do marechal Raymundo José da Cunh<l. Mattos e de dona Maria
Venancia Fontes P0reira de Mello, nasceu no Rio de Janeiro entre os
annos de 1820 e 1822 e falleceu em 1838. De intelligencia brilhante
e muito applicada á phiLosophia e á historia, tinha um genio tão
atilado e profundo, e tão raro discernimento em vista de sua idade e de
seus conhecimentos, que ainda menina a cbamavam a philosophúlha. Foi
um grande auxiliar que teve eu pai quando escrevia suas interessantes
memorias, pois servia-lhe de secretaria e trabn,lhava com eHe nos
186 GR

seus estudos de gabinete. Se disse que sua morte apressara a do velbo


general, que apena um :1nno lhe sobreviveu. E3creveu :
- Coltecçiío de sentenças I'hilosophicas, antigas e modernas e de
arlagios tl'iviaes, ele que se faz uso na sociedade, oU'erecidus as meni-
nas brazileil'as - Sabiram no Pharol do Imperia, de março de 1837.
E tas sentenças são cheias de l'hilosophia e Lle sã moral, como disse
o sal'gento.mór, depois general e conselheir, P. d'A. BellegarLle, no
elogio lJistorico de seu fallecido collega, recitado na solemne sessão
do instituto LJistorioo de l839 e publicaLlo ni\ revista. tomo l°, pUg3.
283 e seguintes. Ha ainda de cI. Gracia:
- Maximas e :;:enteoçus ol'iginaes das quues J. NOl'bel'to de Souza e
S., l'eferinuo-se á autora, publicou alguma.s no Al'ch:vo POPUlftl" ,
tomo 11°, pag~. 130 e 134.

Graciano Alves de AzaUlbuj a,- Filho do doutor


Antonio Alves de Azambnja e natural do Rio Grande do Sul, bacharel
em sciencias sociaes e jul'idicas pela faculdade de S. Paulo e ad vogado
na capital da provincia (hoje estado) de seu nascimento, foi ahi in-
spector geral da instrucção publica e escreveu:
- Amnlario da provincia do Rio Gra.nde do Sul para o anno
de 1885. Porto-Alegre, 1884, 308 pags. in-8° - Esta publicação
continuou pelo menos até o anno de 1888 e o de 1888, com o titulo
de Almanak, tem 328 pags. in-8°.
- Noticia das ruinas dos templos de S. José, S. Lourenço, ~. Miguel
e S. João das antigas Missões dos' Jesuítas no Rio G!'ande do Sul.
Porto Aleg!'e, 1892, com 4 estampas - Tem ainda. trabalhos soh!'a a.
instrucção publica; entre 03 quaes :
- Lições de philosophia elementar - publicadas nf\, Gazeta de Poria-
Alegre n. 52, e outros.

, Graciliano Aristides do Prado Pilnentel -


Natura.1 de Sergipe e bacharel em direito, formado pela fi1Culdade
do Recife e:n 1862, foi 'deputado ás 17a e 18" legislaturas geraes e
presidiu as provincias de Alagôas, Mari1Dlüto e Miuas' Geraes. Es-
creveu:
- A libet'dade e o tl'abalho. Nitheroy, 1866,80 pags. iu 4°,

Gre~orio Gonsalves da Costa - Profcssor d(:l mu-


sica judicial nos auditorias do M:l.ranhão. (as'im se subscreve elle no
fl'ontespicio dn. obra. que abaixo menciono). Innocencio da Si1 va, dando
noticia deste autor no tomo 9° de seu Diccionario, ÜZ ~~'ee~~e~ s q
GR 187

nome do signa.l caracteristico de nome brazileil'o. Nunca tive del1e mais


noticia; Eei apenas que escreveu:
-Prez!mtonomalia lc!~eil'al ou coll,]cOão de varios sonetos e outras
obras poeticas, feitas em louvor do doutor Pl'ezunto e cle seu amigo
e collega Lazeira, compiladas e oíferecidas ao mesmo digno mestre
por ,~** Londres, 1811,40 pags. in-8". - São 29 sonetos seguidos de
epigrammas.

Gregorio Lipparoui - Naturallh lt'llia, onde deLlicou-


se ao estado e~clesiastico, recebeu as respectivas ordens e foi etenuo à.
dignidade de monsenhor. Emigrando p:1ra o Br;1zil, naturalisou-se
brazileü'o, foi reitor do seminario de Olinde' e rui nomoaLlo, depob do
respectivo concurso, professor da lingua italiana. do internato do collegio
de Pedro II em 1880. Pouco tempo, porém, apoz essa nomeação Cil'-
cumstancias pal'ticulares, gravissimas, o obrigaram a tornar ao pai z
do seu nascimento, deixando vag,\ a Otllleira, lJue occupava. Escreveu:
- Concol'so alia cattedra di lingua italiana nell imperial collegi
Pedro II : tesi degli elementi della composizione della lingua italiana.
Rio de Janeiro, 1879, 40 pags. in-8°.
- A philosophia conforme a mente de S. Thomaz de Aquino, exposta
por Antonio Rosmini, em harmonia com a s~ieJlcia e com a reEgião.
R.io de Janeiro, 1880, in-8° - Este livro sahiu publicado em duas partes,
tendo a primeira parte o titulo: O principio supremo philosophico e o
seu systema; a segunda: A harmoni:1. do pril) irio e do systeml\ ros-
miniano com a sciencia e com a religiã'.J. Sobre elle escreveu o
Dr. A. H. do Souza Bandeil'a (2°) um juizo cl'itico na Revista Bl·(J..
sileira, anno 2°, tomo 8', pagos. 2ôa 49, o qual tem pJr titulo « Rosmini
e a sociedade brazileira» .
- Instituições gmmmaticaes da lingua italiano, approvadas p~lo
conselbo director da instrucção publica e adoptadas no imperial coi·
Jegio de Pedro II Rio ele Janeiro 2 vols. in-8°.

Gregorio de Mai;i;os Gu.erra - Filho de Pedro Gon-


oalves ele Matias e dona Maria da Guerra e irmã.o do padre Euzebio
de Mattos, de quem já fiz menção, nasceu na cidade da Babia a 7 de
abril de 1623 e f<1Jlleceu em Pernambuco em 1696. Foi ba.ptisado com o
nome de João, que mudou na chrisma. Depoisde estudar em sua patl'Ía
algumas aulas de !.lumn.nidades, foi á Coimbra, onde tornou-se temi vel
POI' seu genio satyrico e em cuja universidade doutorou-se em leis.
Passando á Lisboa, nhi exel'ceu algum tempo a ad vocacia com distincta.
aceeitação j foi ,iuiz do cl'imc e de orphãos, e mereceu a estima do prin-
188 GR

cipe regente d. Pedro II, de quem, entretanto, perdeu as graças por


não prestar-se a vir devassar no Rio de Janeiro crimes, de que era
accusado Salvador Benevides, como lhe incumbil'a o principe com a pro-
messa de om bom emprego na casa de supplicação. Então, certo da
protecção e amizade de d. Gaspar Barata, o primeiro arcebispo nomeado
para a Bahia, veiu para esta cidade, e obteve a nomeação de the-
soureiro-mór da catbedral e de vigario geral com murça de conego,
tendo apenas ordens menores j mas, não querendo receber as ordens
sacras, e fallecendo o prelado, ja indisposto na diocese, perdeu os
cargos que exercia, casou-se com uma formosa viuva por nome Maria
de Povoas e voltou á banca de ad vogado, onde - apezar de sua grande
illustração - quasi nada fazia, por descuidar-se das causas que lhe eram
confiadas, e ainda mais por causa das satyras que lbe sahiam da penna
quasi diariamente, e de seu g-enio original, de que nem sua esposa
escapou. Rodeado de desa1fectos na capital, e tanto que chegaram
n'uma noite, quando eUe se recolhia, a descarregar-lhe um tiro, cuja
bala foi empregar-se n'um frade de pedl'a a entrada da casa, retirou-se
para o reeoncavo, onde esteve algum tempo; mas afinal foi preso por
ordem do govel'nador d. João de Alencastre, que era aliás seu amigo e
apreciador, e foi deportado para Angola, onde exerceu a advocacia,
tendo sido bem recebido pelo governador, cuja amizade cultivou, obtendo
estabelecer sua residencia em Pernambuco depois de serviços que pres-
tara poroccasião de uma revolta militar contra essa autoridade. Che-
gando á Pernambuco, o g.overuador Caetan? de Mello e Ca!:1tro, commi-
serando-se de vel-o em lucta com a miseria e com as perseguições,
of1'ereceu-Ibe sua bolsa e sua amizade, pedindo-lhe que abandonasse os
antigos habitos e não fizesse mais satyras, o que eUe prometteu e cumpriu
- tau to que, vendo uma vez duas mulheres do povo se injuriarem re-
ciprocamente, e se ,atracarem, cahindo ambas por terra em posição ri-
dicula e deshooesta, poz-se a gritar: /I. Ab! que d'el-rei contra o
senhor Caetano de Mello ! » porque, disse depois, não lhe consentia
fazer versos qóando se oífereciam taes assumptos. Si é certo que na
molestia, de que morreu, elle recusou a principio, talvez por não co-
nhecer a gravidade della, receber os soccorros espirituaes, que
lhe veiu oíferecer o parocho da freguezia, e que se lembrando de uns
meninos que sotl'riam de ophthalmia, ao ver a imagem do Crucificado
que o padre trAzia, elle exclamara:

Quando os meus olhos mortaes


Ponho nos vossos divinos,
Penso que vejo os meninos
De Gregorio de Moraes;
GR 189

tambem é certo, que mais tarde recebeu do bispo dom frei Francisco
de Lima todos os sacramentos com a maior docilidade, coutricção e la-
grimas de arrependimento, e que o prelado encontrou sobre a mesa
junto ao leito dous sonetos, escriptos com lettra tremida, um dos quaes
assim terminava:

- Eu sou, Senhor, a ovelha desgarraua ....


Cobrai-a, e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa gloria.

Gregorio de Mattos foi um grande poeta, superior a Tolentino na


observação e ri vai de Bocage na satyra, e foi tambe.m musico : era
dotado de boa voz, cantava seus improvisos, acompanhando-os á viola
e com paz varias operas saCl'as e profanas. Como poeta, no seu genero
predilecto caricaturava com a mais engraçada originalidade, e em
traços magistraes, mas excessivamente irrisorios expunha ás turbas os
caracteres mais ai to coUocados na sociedade, e esse genia se lhe des-
envolvera desde menino. Antes que o desembargador B. da Cunha
Brochado, pasmado de suas composições e da facilidade com que elle
improvisava, escrevesse em Coimhra : "Anda aqui um estudante bra-
zileiro tão refinado na satyra, que parece bailar Mamo as cançonetas
de Apollo », já seu professor de rhetorica, notando que sua musa in-
fantil em temerarios arrojos até seus mestres feria, uma vez lhe dis-
sera : Ruim estro tens, rapaz; e si não te emendares, não faltará que
sofl.'rer no futuro. Capacita-te de que um tolo, que louva, faz mais
fortuna, do que um discreto que censura.» De sua penna se conhecem:
- Sentença proferida a 2 de novembro de 1671 - Vem em Pegas,
tomo 7° á Ordenação do livro l°, til. 87, § 24. E' uma das doutas ~en­
tenças que proferira quando em Lisboa exercia a magistratura.
- Poesias. Seis grossos vaIs. in-4° - Ficaram todas ineditas, sendo
pela maior parte satyras ferinas e obscenas que por esse motivo jamais
poderão ser impressas. Ha, entretanto, algumas repassadas de espirita
religioso que bem poderiam remir as culpas do autor. Hu. muitas cópias
dessas producções e por isso, bem que ineditas, ha muito quem as
conheça. O conego Januario da Cunha Barbosa possuia alguns volumes;
a bibliotheca nacional possue um grosso volume; Innocencio da Silva
possuia dous, todos in-4°: o l° destes volumes, de 214 paginas contém as
obras sacras e divinas, precedidas de uma noticia da vida e morte do
poeta pêlo licenciado ManoeI Pereira, a qual vai até á pago 57, achando-se
entre taes obras algumas de frei Euzebio de Mattos, que o col1ector
ahi incorporou 4: por não desmerecerem no estyl0 e serem merecedoras
190 GR

de igual aplllauso ». O 2°, de 456 paginas, contém obrns ele todos os


generos, sendo algumas do precedente volume. O governador da Bahia,
d. João de Alencastre, tinha livros especiaes em que se copiavam as
poesias que Gpegorio de Mattos compunha quasi diariamente, e que o
mesmo governador particularmente admirava. Foi esse poeta quem
in traduziu em nossa metrificação o verso italiano ou decasyllabo. Seus
versos, notaveis pela mais engraçadlt originalidade, !leia energia da
expressão, pela riqueza da liuguagem familiar, ou popular, revestem-se
muitas vezes ele um estylo nobre e ..isudo. Além de algumas poesias,
dadas á lnme em revistas ou em collecções de brazileiros, só se publicou
á diligencias de A. do V. Cabral:
- Ob"as poeticas, precedidas da vida do poeta, pelo licenciado Ma·
noel Pereira Rebello. Tomo 1.0 Rio de Janeiro, 1882, 419 pags. in-8"-
São rarissimas as poesias publicadas deste autor fÓl',t deste livro.
Dellas lembro-me de ter visto:
- Satyra aos nobres presumidos - Nilo me lembro onde a vi.
- SatY"a aos namorados- na Minel'va B"a;;iliense, Rio de Jatleil'O,
1843, tomo 1°, pags. 43 e 44.
- Retrato do governad%~~ ela Bahia, Antonio Luiz Gonçalves Coitinllo
- na mesma revista, depois do precedente. Esta mesma poesia não
esta completa, mas, para avaliai-a bem, aqui vai o que diz respeito ao
nariz do governadol':

Nariz de embono
Com tal sacada,
Que entra na. escada
Duas horas primei 1'0 que seu dono.
Na.riz que ('aUa
Longe do rosto,
Pois, na sé posto,
Na praça. manda. pôr a g'uarda em ala.
Membro de oll'atos,
Ma tão quadrado,
Que um rei corôado
O fJólle ter por copa. de cem pratos;
Tão temerario
E' o tal nariz,
Que por um triz
Não ficou cJ.tltareil'a de um armaria ...
Voce perdôe, .
Nariz nefando,
Que eu vou cortando
E ainda fica nariz em que se assôe.

- 1YIm·inicolas .. satyra - na Jllesma revista, pagos. 76 a 79 - E


além disto ha ahi algumas decimas improvisadas, tudo digno de ler-Se.
GR 191

Gregorio Pereira de Miranda Pinto - Filho de


Domingos Pereira Pinto e dona Anna Gregoria de Miranda Pinto, nasceu
em Campos, provincia, hoje estado do Rio de Janeiro, a 21 de dezembro
de 1836 e falleceu a 5 de março de 1875, doutor em mellicina pela
faculdade do Rio de Janeiro, cavalleiro da ordem da Rosa, membro
correspondente da acudemia imperial de medicina e da sociedade pbysi-
co chimica. Ao passo que exercia a clinica, deu-se ao joroalismo o
cu It ivou a poesia. Escreveu:
- Analogia que ha entre a bulha de sôpro que se ouve nus arterias
dos cb10roticos e a bulha de folie pl'opria da prenhez; Do pollen, do
stigma, e da acção do primeiro sobre o segundo; Qual a melhor pre-
paração de ferro no tratamento da chlorose ~ Quaes os ~asos que o
podem indicar, ou contra ioelicar ~ A conil'atilidade organica e a dos
tecidos manifestada no utero-durante a gestação serão uma e a mesma
cousa ou propriedades difl'ereotes ~ These apresentada á faculdade de
medicina do Rio de Janeiro, etc. Rio ele Janeiro, 1857, io-4°.
- Bl'eves considemções sobre as boubas e seu dignostico diITe-
rencial. Paris, 1866, 32 pags. io-4° - E' uma memoria a,presentada
á academia imperial de medicina e sobre ella deu o dr. M. da Gama
Lobo um parecer que foi publicado nos Annaes da academia, tomo 31",
pags. 281 e segs. O dr. Miranda Pinto deixou ioeditas muitas poesias,
em que predomina o espirita ~atyrico e foi um dos redactores da
- Revista da sociedade physico-chimica. Rio de Janeiro, 1857, iu-8°
- Foi redactor principal destll. publicação o dr, Francisco Portella.

Gregorio Thaurnaturg;o de Azevedo - Filho


de Manoel de Azevedo MOI'eira de Carvll.lho e dona Angelica Florinda
Moreira de Carvalho, nasceu no Piauhy :1. 17 ele novembro de 1851 ;
é bacharel em scienciu,s physicas e mathematicas pela escola militar;
bacharel em sciencias soci:les e jurídicas pela nlCllld;1c1e do Recife;
coronel reformado do corpo de eng-eoheir05; commenelaelor da ol'dcm da
Rosa, cavalleiro da de S. Bento de Aviz e conclecoràdo com.t medalha
de 4' classe do Liberta.dor Bolivar. Exerc,u "arias commi sôes im-
portantes, como enge.nbeil'o e, acclamaúa a repuLlica, foi nomeado
governador do estado de seu nascimen to. Escreveu:
- ReP"esentaçeío dirigida ao poder legislativo contra o Exm. sr. con-
selheiro e senadCJr do imperia, ex-ministro d03 negocias da guerra,
Joaquim Delfino Ribeiro ela Luz. Recife, 1888, 27 pags. in-4°, com
um mappa dos pl'ojectos or,"'alli,ados pelo u,utOl', como encarregado das
obras militares. ele Pernambuco, com os respectivos ol'ça.meotos, etc.-
Versa sobre promoções no exercito.
192 GU

- Avaliação do material da empreza do gaz do Recife. Recife,


1888, com quatro quadeos demonstrativos.
- Discu,"sO pronunciado poe oc~asião do a.ssentamento da pedra
funda.mental da faculdade de direito do Recife no dia 19 de agosto
de 18:89. Recife, 1889, in-8°.

GuilherJ:n.e Aft"onso de Carvalho- Filho de.Pedro


Afl'onso de Carvalho e natul'al do. Rio de Janeiro, é bachaeel em lettras
pelo antigo collegio de Pedt·o II, do qual foi repetidor interino de francez
e inglez, e doutor em medicina pela faculdade desta cidade. Escreveu:
- O'IJariotomia,. Da ~or ; Do ,aborto provocado; Pneumotlia: these
apresentada, etc., para receber o grilo de doutor em medicina. Rio
de Janeiro, 1873, 92 pags. in-4°.
- Da negaçc7o,. Synonymos, bomonymos e paronymós ; Figuras de
grammatica: these de concurso para a cadeira de francez do internato
do imperia,l collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1880, in-4°.

GuilherJ:n.e Ahrans - Nascido na Allemanha e brazileiro


por naturalisação, é engenheiro, formado em su'\ :patria e'no .estado
do Rio Grande do Sul, onde reside, ha muitos annos, tem desempe-
nhado varias commissões e tem se applicado a assumptos de sua pro-
fissão, eserevendo alguns trabalhos, como:
- Principios de geographia mathematica. Porto Alegre, 1883,
76 paginas - O fim do autor é tornar conhecido o be110 e vasto paiz,
em que achou segunda patria e demonstrar a' impraticabilidade da
construcção de uma rêde geodesica no Brazil.
- Estudos relativos ao regimen das aguas da Lagõa dos Patos.-
Não vi este trabalho, nem outro 'que o autor o[ereceu em 1883 ao
governo imperial sobre as aguas desta lagôa.
- Companhia das minas do Arroio dos Ratos: relataria, etc. Porto
Alegre, 1887 - E tem inerlitos trabalhos, como a
- Planta topographica da nova cidade que se pretende fundar no
porto das Torres.

GuilherIne Alvaro da Silva - Filho de Fran-


cisco AIvaro da Silva e dona Julia Adelina da Silva e nascido no Rio
de Janeiro, é doutor em medicina, formado em 1890 e estabeleceu· se
co~o clínico em Juiz de Fora, e tado de Minas Geraes, applicando-se
á ophthalmologia. Escreveu:
- P"ophylau:ia e tratamento da conjunctivite purulenta (disser-
tação): these apresentada ii. faculdade de medicina do Rio de Ja-
4

GU 193

neiro, etc. Rio de Janeiro, 1890, 63 pags. in-4°- E' seguida de tres
proposições sobre éada uma da;s cadeiras de ensino ~edico.
- Discurso lido no acto da soleillne coUação do grão dos douto-
randos de 1890, Rio de Janeiro, 1891.

GuilherDl.e Baldoino E:m.birussú CaIUacã-


Natural da provinci!,L, hoje estado da Bahia, faUeceu na capital da mesma
de onde nunca sahiu, a 24 de setembro de 1850. FO,i muitos annos
professor da latim, em que era muito versado, grau~e p~ilo1ogo, dis-
tincto philosopho, e eximio poeta lyrico ; socio do instituto historico e
geographico brazileiro e de quasi todas as associações de lettras que
em seu tempo se fundaram na Bahia. Escreveu muito, mas nunca fez
collecção de seus escriptos ; ,apenas publicou em revistas varias daIles,
l1e que mencionarei os seguintes : -
- Os je:cuitas : (sua historia desde a fundação da ordem) -:- Acha-se
no Mosaico, da Bahia, tomo 2°, ns. I, 2 e 6. Não foi continuado.
Acompanha a este escripto uma estampa do Collegio de Jesus, hoje
cathedral da Bahia.
- O nari;; - Idem, ns. 7, 10 e 12. Tambem não foi concluido ,
Parece que um mao fado obstava até concluir esses raros trabalhos
que Embirussú dava à lume. Assumindo ellá a redacção do Motaico,
no 3° tomo, apenas um numero foi publicado em janeiro de 1848, com
16 paginas de 2 caIs. in-falio. Em oU,tras revistas o mesmo se dav.a:
começou a publicar na Borboleta, folha hebdomadaria, uma serie de
escriptos sobre o casamento em varias paizes, aos quaes ajuntei
eu alguns; mas ,t publicação cessou. Quanto a poesias no mesmo Mosaico,
encontram-se:
- Odes anacreonticas (tres); Um pensamento; Epigramma a um
juiz de paz que não largava a facha; A uma rosa de casamento:
cançoneta. Desta ultima composição são as seguintes quadras:

Por que não pousa 'te acaso


N'outro peito, flor mimosa ~
Sobre meu coração morto
Que symbolisas, ó rosa ~
Por que não pousaste em peito
De donzella, tenro e pulchro 1
Flor digna de melhor sorte,
Não era" para um sepulchro ...

De seus iueditos tenho noticia da


- Vida Ide Francisco Agostinho Gomes. Bahia, 1842 - O auto-
grapho, de 26 pags. in-fo1., pertencia ao distincto litterato João de
ia
194 GU

Brito, ele quem occupar-me·hei, que o enviou á bibliotheca nacional da


côrte para sua expos;ção de historia patria.
- Collecçcto de sonetos - enviada com o escripto acima pelo mesmo
João de Brito para a mesma exposição.

Guilher:rne Benja:rnin "Weischenck - Nascido em


Petropolis, provincia, hoje esta.do do Rio de Janeiro, no anno de 1850,
é engenheiro, formado em nma das faculdades da Allemanba. Escreveu:
- Manual do engenheiro de estradas de ferro: collecção de
formulas, apontamentos, regras e dados concernentes a reconhe-
cimentos, explorações, projectos e construcção de estradas de ferro;
das respectivas obras de arte e superstructura, e noticias sobre
instrumentos, seus usos e rectificação com as tabellas mais necessarias
á pratica do campo e do e criptorio. Rio de Janeiro, 1892 - E' um
livro de cerca de 500 pag. in-4°, com 156 figuras intercaladas e
varias tabellas.

Guilher:rne Candido Bellegarde - Filho tIo


major Henrique Luiz de Niemeyer Bellegarde e sobrinho do brigadeiro
Pedro de Alcantara Bellegarde, por quem foi educado, nasceu em Cabo
Frio, Rio de Janeiro, a 16 de outubro de 1836 e faUeceu a 27 de junho
de 1890, sendo chefe de secção aposentado da secretaria da o.gricultura,
vogal da commi ão brazileira de permutações internacionaes, sacio
benemerito e secretario honorario da sociedade propagadora de beilas-
artes, membro da sociedade auxiliadom da industria nacional, official da
ordem da Rosa, official da ordem italiana de S. Mauricio e S. Lazaro,
ca-vaileiro da ordem belga de S. Leopoldo e da nobilissima ordem de
S. Thiago do merito scientifico, litterario e artístico. Começaro. o
curso da antiga academia militar, de onde passou a servir na seCl'e-
tario. da guerra como pratic<lnt~, sendo transferillo para a da agri-
cultura. E creveu alguns foll1etins no Correio J.lle?-cantil e no Diario do
Rio de Janeiro, ar·tigos em outros jornaes e
- Queln tem bocca não manda soprar: proverbio original, publicado
na Revista Popula?', tomo 14°, pags. 146 a 152. e depois no Jomal do
Recife em jUlllO de 1852.
- O canario: conto tio conego Schimidt. Traducção. Rio de Janeiro,
1856, 65 pags. in-16"- Sabiu antes, em dezembro de 1855, na. Marmota
Fluminense.
- Est'udos economicos. Rio de Janeiro, 1862, 105 pags.-in-16°-
E' o quarto numero da bibliotbeca brazileira, e consta de artigos já
publicados na imprenso. diaria .
GU 195

- o Lyceo de A,·tes e Officios e as aulas para o sexo feminino. Rio


de Janeiro, 1881, 38 pags. in-4°.
- O Lyceo de Artes e Officios. Polyanthea commemorati va da.
inauguf'ação das aulas do sexo feminino. Rio de Janeiro, 188J, in-4"-
Foi collaborada por muitos cavalheiros e organisada por Guilhel'me
Bellegarde, Felix Ferreira e dr. José Maria Velho da Silva Junior.·
-.conferencia no gremio litterario Castro Alve". Rio de Ja,neiro,
1882, in-4".
- Um grande poeta. O cantor nacional da Finlandia. Rio de Janeiro,
1882, 53 pags. in-12°.
- Lexicologia. Vocabulos e locuções da língua portugueza.. Rio de
.Janeiro, 1887, in-8".
- Manuel de MeUo. Premio. Imperial lyceo de a.rtes e o(ficios, 9
de janeiro de 1888. Rio de Janeiro, 1888, 14 pag . in-8".
- Subsidios littera,·ios. Tomo r. Porto, 1883, XII - 421 pags. in-8".

Guilher.rn.e de Castro Alves - Filho do dr. Antonio


José Alves e de dona Cletia Basilia da Silva Castro, e irmão do celebre
poeta Antonio de Cast['o Alves, nasceu na cidade da Bahia em 1852e
falleceu a 28 de janeiro de 1877. Era, como seu irmão, poeta e
escreveu:
- A' Napoleão: poesias de lord Byron. Traducção de Alberto Krass.
Bahia, 187*.
- Raios sem lu:: : poesias, por dona Alva. Xavier. Bahia, 187*-
Nunca pude ver estas obras.

Guilher ane Christiano Raoux Brigg-s ..... Filho


de Guilherme Henrique Briggs, de quem oecupar-me-hei, e natural do
Rio de Janeiro, é profes ar de inglez e francez em Nitbero.v, ahi
membro do conselho directol' da instrucção publica, etc. Escreveu:
- Compendio de a.nal y e logica, precedido de noçõ ,8 de yntaxe e
rhetorica. Rio de Janeiro, 1876, 180 pags. in-8°- Divide-ae o livro em
tres partes: syntaxe, noções de rl1etorica que é uma compilação de
outros autores, e analyse.

Guilher.rn.e Francisco Oruz - Natural da provincia,


hoje estado do Pará, ahi falleceu no principio de setembl'o de 1893,
atreetado de alienação mental. Engenheiro, professor do instituto de
educandos paraense, presidiu a provinda de Goyaz e foi deputado às
tres ultimas legislatul'as do imperio. Escreveu:
- Negocios do Pard. Pará, 1875, 185 pagS. in-4".
196 ou
- Contestaçdo sobre a eleição da provincia do pará. Rib de Janeiro,
1882,51 pags. in-4° - E' tambem assignada por Joaquim José da
Assis e Samuel WalIace Mac-DowelI.

GuilherlD.e Henrique Briggs - Nasceu na cidade


do Rio de Janeiro a 17 de fevereiro de i826. Já matriculado na escola
militar, quando abriu-se em 1844 a escola homreopathica com aut6risa-
ção do governo imperial, desta escola fez o curso e recebeu o titulo de
professor de homreopathia. Foi nomeado depois professor de inglez em
Nitheroy, leccionando tambem particularmente a mesma lingua e a
franceza ; deu-se ainda á advocacia nessa cidade, onde exerceu cal'gos
de eleição popular, como o de vereador da camara municipal, e de con-
fiança do governo, como o de inspector pal'ochial dbs estudos, e membro
da directoria de instrucção publica. Escreveu:
- Compendio de botanica para uso das senhoras. Rio de Janeiro,
1850, 231 pags. in-8°.
- Guia medica do tratamento homreopathico das mordeduras de
todos os animaes venenosos, enraivecidos e damnados, segundo a opi-
nião dos tres celebres homreopathas actuaes; os drs. Hering, Jahr e
Mure. Rio ele Janeiro, 1850, 147 pags. in-8°.
-Pratica elementar do magnetismo ou therapeutica fundada em trinta
annos de observações, pelo Barão de Polet, traduzida do francez, etc.
Rio de Janeiro, 1853, 162 pags. in-8° - com annotações do traductor.
- BibUothééa da mocidade christã, approvada pelo arcebispo de
Tours. Rio de Janeiro, 1853, 138 paga. in-8°.
- Cem historietas para a mocidade, traduzidas do francez. Rio de
Janeiro, 1861, 176 pags. in-8°- E' uma novaedicão da obra precedente.
- Annaes do christianismo. Rio de Janeiro, 1867, in-8° - Foi um dos
redactores do
- Monitor provincial. Nitheroy, 1861-1862, in-fol- e escreveu varios
artigos no Jornal do Commercio, no Correio Mercantil e no Hahnemanista,
revista da sociedade hahnemaniana, touos do Rio de Janeiro.

GuilherlD.e Henrique Theodoro Schieller -


Nasceu em Hannover a 5 de março de 1828 e falIeceu no Rio de Janeiro a
3 de agosto de 1884. Sendo doutor em direito pela universidade de Got-
tingen e tendo servido cargos de magistratura em sua patria, veiu para
o Brazil em 1853 com intenção de dedicar-se á colonisação; mas, reco-
nhecendo que não era isso tão facil e tão lisonjeiro como se lhe afigu-
rava, dedicou-se ao magisterio, leccionando em varios collegios latim,
alIemão, inglez e grego. Já conhecido como habil preceptor, natu-
GU 197

ralisou-se brazileiro e apresentou-se em concurso 4 c~deira de grego do


coUegio de Pedro li, para a qual foi nomeado em, 1858, e depois em con-
curso á de aUemão do instituto commercial, para a qual foi tambem no-
meado em 1860. Exerceu estes logares até seu faUecimento, e escreveu:
- Grammatica da lingua aUemã ou novo methodo completo para
se aprender a traduzir, escrever e faUar a lingua allemã, organisada
sopre os trabalhos dos melhores grammaticos. Rio de Janeiro, 1861,
in-8°- Ha segunda edição de 1862, e ha outra posterior.
- Grltmmatica da lingua grega, de R. Kuehner. Traducção, appro-
vada pelo conselho da instrucção publica do Rio de Janeiro. Leipzig,
1862, in-8°.

Guilher:rn.e de Paiva de Magalhães Oalvet


- Natural do Rio de Janeiro e filho de João Antonio de Magalhães
Cal vet e dona Maria Amalia de Campos Calvet, faUeceu erp. Montevidéo
em março de 1890. Doutor em medicina pela faculdade ç1a côrte, serviu
no corpo de saude da armada de 1874 até 1882, visitando nesse interim
o Oceano Pacifico e escreveu :
- Das operações reclamadas pelos tumores hemorrhoidarios; Do in-
fanticidio por omissão; Do aleitamento natural, artificial e mixto, em
geral e particularmente do mercenario em relação ás copdições da
cidade do Rio de Janeiro; Da eclampsia durante a prenhez e o parto.
Rio de Janeiro, 1870; in-4°- E' sua these inaugural.
- Relatm"io medico sobre a viagem da corveta Vital de Oliveira
ao Oceano Pacifico no anno de 1876. Rio de Janeiro, 1877, 107 pags.
in-fol. com es1.- E' escripto com o segundo cirurgião Lui~ Agapito
da Veiga (Veja-se ~ste nome.)

Guilher:rn.e Paulo Tilbury - Nascido na Inglaterra,


faUeceu no Rio de Janeiro em 1862, presbytero do habito de S. Pedro,
capeUão capitão da repartiç~o ecclesiastica tlo exercito com exercicio
na escola militar de applicação, commendador da ord,em de Christo e
cavalleiro da do Cruzeiro. Exercia tambem o magisterio como professor
publico de inglez e professor partiou!:.w desta lingua e dQ. franceza.
Este distincto sacerdote obteve que varios membros da igreja protes-
tante abraçassem o catholicismo. Escreveu:
- Breve ellipUcaçi!o sobre a grammatica, contendo quanto hasta e o
que é de absoluta necessidade saber da grammatica portugueza para
aprender qualquer outra língua. Rio de Janeiro, 1823,56 pags. in-4°.
- Breve introducção do estudo da geograpilia, adaptado ao uso dos
mappas francezes e inglezes. Rio de Janeiro, 1823, in-4°.
198 GU

- Antídoto eathotieo contra. o veneno methodista ou refutação do


segundo relataria do intitulado missionaria do Rio de Janeiro. Rio de
Janeit'o, 183 , 74 pagil. in-8" - Está unid a analyse do annuncio do
vendedor de biblias,etc., pelo padre Luiz Gonçalves dos Santos. (Veja-se
este autor.)

GuilherID.e Pereira Rebello, 1" - Filho de João


Percil'a Rebello e dona Maria Rosa de Menezes Rebello, nasceu
na cidade da Bahia pelo anno de 1820 e ahi falleceu em junho
de 1874. Doutor em medicina pela faculdade dessa provincia, re-
sidiu muitos annos na de Sergipe, onde exerceu o cargo de director
geral da in tl'ucção publica, e depois, voltando á provincia natal,
fundou e dirig-iu um collegio de educação, o Pantbeon Bahiano. Per-
tenceu durante o curilO academico a sociedade bibliotheca classica
portugueza; era socio e orarlor do instituto historico di> Bahia - e
escreven :
- Elogio historie o de Aristides Franco Vellasco, morto em 27 de
junbo do corrente aDno (1841), e sepultado Da igeeja de N. S. da Pie-
dade. Bahia, 1841,32 pagos. io-8°.
- Considerações sobre a influencia da religião e particularmente da
religião cbristã sobre a saude publica e privada: tbese apresentada e
susteo tada perante a facu Idade de medicina da Ba,bia em 28 de Dovem-
beo de 1842 afim de obter o gráo de dou tal'. Bahia, 1842, 131 pags. in-4°.
- V'6m DO fim proposições sobre os diversos ramos da medicina, escri-
ptas em latim.
- Relataria da inspectoria geral das aulas publicas da provincia de
Sergipe, apresentado, etc., em 18 de dezembro de 1851. Sergipe, 1851,
22 pags. in-4°.
- Semelhanças e dil:fereoças entee a febre amarella especifica e a
remittente biliosa; deducções therapeuticas: tbese sustentada em ju-
Dho de 1872 no coocurso para oppositor da secção medica. Babia, 1872,
9: p"gs. io-4° ..

GuilherID.e Pereira Rebello, 2° - Filho do prece-


dente e de dona Francisca Ribeiro Vianoa Reballo, nasceu em Sergipe
DO aono de 1854, é doutor em medicina pela faculdade da Bahia e lente
substituto da mesma faculdade. Escreveu:
- Samna, sonho, sOO1nambulismo, hallucioação; Ataria locomotriz
progressiva; Pl'enhez extra-uterina; Exhumações j uridicas: these, etc.,
afim de obter o gt'áo de doutor em medicina. Babia, 1878, 157 pags.
io-4" gr.
GU 199

- Discurso proferido pelo•.. aujunto ue, anatomia e physiologia


pathologicas por occasião de inaugurar, como professor interino, o
curso de materia medica da faculdade de medicina - Na Ga~eta Medico
da Bahia, anno 20", 1886, ns. 2 e 3.
- Memoit' of tbe state of Babia Written by tbe arder of the Rigtb
bonorable Gouvernor of the state of Bahia dr ..Joaquim Manoel Ro-
drigues Lima, by the director of the publique archives dr. Francisco
Vicente Vianna etc, translated into englisl1. Babia, 1893, 682 pags.
in-8° e mais XXVII de indice com varias mappas demonstrativos-
Tem varias escriptos em revistas, como a seguinte, ue que foi re-
dactor:
- Instituto Academico: orgão da sociedade in títuto academico, de-
dicado a medicina e a litteratura. Babia, 1873-1874, m-fol. - Teve por
companheiros de redacção os drs. Romualdo A. Seixas Filho, Colime-
rio C. de Oliveira, J. C. Baltbazar da Silveira e F. Castro Rebello.

Guilherllle do Prado - Só conheço este autor pelas se-


guintes obras didacticas que publicou:
- Principios de composição: de cripcões, narraçõe , cartas, etc.
segundo o programma de exames. Rio de Janeiro, 1887, in-12° - Teve
segunda edição.
- T?'echos de autores classicos adoptados pelo governo pam os
exames geraes de preparatorios para 1887, coordenados, etc. Rio de
Janeiro, 1887, in-12° - Esta em terceira edição.

Guilherllle Ribeiro dos Guilllarães Peixoto


- Filho de João Ribeiro rIos GuimarãeS Peixoto e nascido no Rio de
Janeiro, é doutor em medicina pela faculdade desta cidade e escreveu,
além de sua these inaugural:
- Estudos medicos: publicação mensal da faculdade de medicina
do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1877, ns. 1,2 e 3,144 pags. in-4°.
- Tratamento especial da febre amareUa pelo suphol. Rio de Ja-
neiro, 1889, 14 pags. in-8°.

Guilherllle Schuch de Capanellla~ Barão de Capa-


nema-Filho do doutor Roque Schuch e de dona Cecilia Bors, e nascido na
provincia, boje estado de Minas Geraes, no anno de 1824, é doular em ma-
tbematicas e sciencias physicas pela antiga escola militai' do Rio de Ja-
neiro, engenheiro pela escola polytecbnica de Vienna d'Austria, ex-di-
rector da repartição geral dos telegraphos, lente jubilado da escola poly-
teclmica, professor honorario da academia de bella artes, agraciado
200 GU

com o titulo de conselho do Imperador, major honorario do exercito,


commendador da ordem da R.osa e da de Christo, socio do instituto
historico e geograpbico brazileiro, socio do instituto fluminense de
agricultura, fundador da !sociedade de estatistica do Brazil, etc. Lec-
cionou physica e depois mineralogia na escola militar, depois centra!
e hoje polytechnica, e fez parte dá. commissão ~cientifica que pelo go-
verno imperial foi incumbida de explorações nas províncias do norte
como director da secção geologica e mineralogica. Escreveu muitos
trabalhos em revistas e tambem um volume, de que mencionarei:
- Dissertação sobre o methodo de divisão dq Horner e sua appli-
cação a algebra. Rio de Janeiro, 1848, in-8°.
- Quaes as tradições ou vestigios geologicos que nos levem a cer-
teza de ter havido terremotos no Brazil: memoria. lida na sessão do
instituto historico de 24 de novembro de 1854 - Vem na Revista tri-
mensal, tomo 22°, pags. 135 a 159.
- Algumas observações acerca da influencia exercida pelos pro-
gressos do homem sobre a vegetação e o aspecto physionomico do~
paizes que eUe habita: memoria otrerecida ao instituto historico a 21
de setembro de J848.
- Trabalhos da commissão scientifica de exploração. Relatorio da
commissão geologica. Rio de Janeiro, in-4° - Foi este relatorio publi-
cado com o da commis~ão geoloeica. (Veja-se Manoel Ferreira Lagos.)
- Relatorio sobre a fabrica de ferro de Ypanema. Rio de Janeiro,
1864,37 pags. in-fol. - Fôra o autor encarregado pelo governo de
um exame da dita fabrica, exame com que se rêstaurava esse estabele-
cimento já abandonado. I

- Exame do mappa do Amazonas, levantado pela commissão de


<!emarcação de limites com o Para. Pará, 1865, in-fol.- Assignam
tambem este trabalho H. L. dos Santos Werneck e M. A. Vital de
Oliveira.
- Decomposição dos penedos no Brazil: lição popular proferida em
25 de junho. Rio de Janeiro, 1866, 32 pags. in-8°- Esta lição foi feita
por occasião de acbar-se no Brazil o celebre Agassis.
- Apontamentos geologicos (ao correr da penna). Rio de Janeiro,
1868,80 pags. in-8°.
- Oanna de assucar : memoria lida na sessão do imperial instituto
de agricultura na noite de 30 de julho de 1867, etc. Rio de Janeiro,
1867, 7pags. in-8°.
- Algumas palavras sobre os telegrapbqs e ministerio das obras
publicas no Brazil. Rio de Janeiro'ilI869, 42 pags. in-fol. de 3 cols.-
E' uma reimpressão de artigos já publicados no Jornal do Oommercio.
ou 201

- Relatorio da inspecção geral dos telegraphos no anno de 1869,


apresentado ao Exm. Sr. Diogo Velho Cavalcanti de Albuquerque
ministro, etc. Rio de Janeiro, 1870,54 pags. in-fol.- Como este ba
varios relatorios, correspondentes aos outros annos l publicados no~
re1atorios do ministerio da agricultura.
- Apontamentos sobre as spccas do Ceará. Rio de Janeiro, 1878
in-4° .
- Ensaios de sciencia, por diversos amadores. Rio de Janeiro, 1876
a 1880, 3 vols. in-4° com ests.- E' uma publicação periodica, redi-
gida com João Barbosa Rodrigues e B. C. de Almeida Nogueira. 01°
numero é de março de 1876 e contém de Capanema o artigo Os Sam-
baquis, de pags. 78 a 89. Em outros numeros acham-se seu~ ~studos
botanicos, Observações sobre a origem do barro vermelqo na pro-
vincia do Rio de Janeiro, etc. Ultimamente, quando discutia-se o
tratado das Missões, celebrado por Q. Bocayuva, escreveu Capanema
varios artigos no Jot"Ylul do Commercio, que foram reproduzidos com
o titulo:
- A questão de limites - No livro «Pretenções argentinas n;t
questão de limites com o Brazil. Estudos dos Srs. J. A. de Freitas e
Barão de Capanema » publicado no Rio de Janeiro, 1893, de pags. 23
a 100 com varios desenhos intercalados no texto.

GuilherlDe S-tudar"t - Filho de João William Studart e


dona Leonidia de Castro Studart, nasceu na cidade da Fortaleza, capital
do Ceará, a 5 de janeiro de 1856, é doutol' em medicina pela faculdade
da Bahia ; vice-consul da lnglatena no est~l.llo de seu nascimepto desde
o faUecimento de seu pai que exercia este cargo; medico do hospital
da Caridade e da colonia ot'pbauologica Cbristina ; mewbro datassociação
medica britanica de Londres; da sociedade bibliograpbica de França i
da sociedade de geographia de Pariz, da do Havre, da de Lí~boa e da
do Rio de Janeiro; do instjtuto bistorico e geograpbico brazilejro ; do
instituto archeologico e geographico pernambucano; do instituto his-
torico lio Ceará; do gabinete aracatyense de leitura, etc. Foi socio e ull1
dos vice-presidentes da bene01erita sociedade protectora dos escravos,
denominada centro abolicionista Vinte e cinco de Dezembro e foi quem
iniciou a idéa de constituírem-se associações de senhoras p!!-ra. a pro-
paganda em prol da abolição do elemento escravo. Tem feito varias
viagens á Europa e escreveu:
- Da electrotherapia,. Qual o melhor tratamento da febreamarella;
Da eclampsia; Da ozona: these de doutoramento, a:presentada, etc.
Babia, 877, 165 pags. in-4°.
202 GU

- Palavras proferidas na festa do centenario de Camões. Fortaleza,


ISSO, 10 pags. ín-So.
- Manifesto endereçado á capital pelo centeo abolicionista, etc., a
13 de abril de ISS3 - Nunca pude vel-o.
- Historia do Cearà, a família Castro: (ligeiros apontamentos).
Ceará, ]8S3, 130 pags. in-So.
- Elementos de gTammatica ingleza, compilados de bons autores.
Ceará, lSSS, 142 pagos. in-So.
- Sciencilt medica. Causa da mortalidade das ceianças no Ceará.
Fortaleza, lSSS, in-So- Sarnu antes no periodico Libertador e depois
no livro:
- Sciencia medica: artigos de propaganda, publicados em jor-
naes do Cea,rá. Lisboa, ISS9, 54 pags. in-S o. - Dividem-se em
cinco partes: Causas da mortalidade das crianças no Ceará; O cho-
lera; O leite; A tysica entre nós; O Dr. Villeti e seus estudos sobre
beriberi.
- A correspondencia de Bernardo Manoel de Vasconcellos e João
Carlos Augusto de Oeynhausen com os ministros D. Rodrigo de Souza
Coutinho e Visconde de Anadia, como subsidio para a historia de seus
governos no Ceara. Fortaleza, IS90, in-S o - Foi antes publicado na
Revista do Instituto do Ceará no 4° trimestre de ISS9.
- Luiz da Motta Féo e Torres e seu governo no Ceará. Fortaleza,
IS90, 40 pags. in-S o- Foi antes publicado na dita revista, seguido de
segunda parte ou parte documental.
- Seiscentas datas pari\, a chronica do Ceará na 2" metade do
seculo XVIII. Fortaleza IS91, 113 pags. in So,
- Historia patria. Azevedo de Montaury e seu governo no Ceará.
Fortaleza, IS91, 79 pags. iu-So - Tambem na dita revista, tomo 50,
lo trimestre de lS9).
- O Cearà no tempo de Miranda Henriques, Lobo da Silva e as
minas dos Cariás (extrabirlo da Revista do Instituto do Ceard). Ceará,
IS92, in-So - Depois c1[t folha do rosto, começa a numeração de pags.
73 a 114.
- A exploração das minas em S. José dos Cariris durante o governo
de Luiz José Corrêa de Sá, segundo a correspondencÜ1 do tempo.
Ceará, lS92, 62 paga. in-S",
- Notas para a historia do Ceará (segunda metade do seculo XVIII).
Lisboa, IS92, 519 pag . in-So com o retrato do autor - Neste livro
são rectificados muitos erros que coerem impressos sobre a historia do
Ceará e de outros estado. O autor demonstra. ter feito o estudo mais
aturado e completo dessa historia.
GU 203

- Relação dos documentos orlglllaes e copias sobre a historia do


Ceara, que constituem a collecção do dr. Guilherme Studart. Primeiro
fasciculo. Lisboa, 1883, 144 pags. in-8°.
- Notas sobre a linguagem e costumes do Ceara - publicadas na Re-
vista Lusitana sob a direcção .do insigne IUtera,to Leite de Vasconcello .
- Faze o bem e não cates a quem: um episodio da vida do senador
Alencar.
- Alea;and"e Humboldt e Bernardo Manoel de VascoiJcellos.
- O Rio Ceará.
- Antonio José Victoriano Borges da Fonseca.
- ltstudo historico-geographico sobre o Principe imperial.
- Descripção do municipio da Barbalha.

Guilher.rne Teixeira de Carvalho - Presby~ero


do habito de S. Pedro, deUe faz menção o abbade B. Machado em sua
bibliotheca lusitana, sem assignalar sua naturalidade, que me consta
ser de Pernambuco. Escreveu:
- Sermão nas exequias do Erm. e Revm. Sr. D. Joseph Fialho, bispo
de Pernambuco, arcebispo da Babia,primaz do Brazil e bispo da Guarda,
prégado na igreja matriz da villa de Goyanna, do bispado de Pernam-
buco. Lisboa, 1748. in-4".

D. Guilher.m.ina de Aza.rnbuja Neves - Natural


do Rio de Janeiro, falleceu a 18 de setembro de 1883. Foi sempre de-
dicada ii. educação de meninas; assim, depois de haver dirigido um col-
legio que fundara com o titulo Azambuja Neves, passou a ser professora
da instrucção primaria da freguezia da Candelaria, e para o exercicio
a que se applicava, escreveu:
- Methodo bm:;ileiro 1Jara o ensino da escripta: collecç.'io de cader-
nos, contendo regras e exercicios. Rio de Janeiro, 1882, in-8° - Houve
uma edição anterior.
- Methodo intuitivo para ensinar a contar, contendo modelos, ta-
bellas, taboadas, regras, explicações. exercicios e problemas sobre as
quatro operações. Rio de Janeiro, 1881.
- Entretenimentos, sobre os deveres de civilidade, coUeccionados
para uso da puericia brazileira de ambos os sexo. Rio de Janeiro-
Este livro teve duas edições. A autora apresentou na exposição peda-
gogica de 1883 uma collecção de taboadas intuitivas, e outra de cader-
netas « para aprender a ler pelo antigo ou pelos novos methodos com
ou sem solettração,» como consta da Guia aos vi itantes da exposição,
pago 93.
204

Gustavo Adqlpho de Menezes - Natur!j.l da pro-


vincia, hoje estado da Bahia, e ahi fallecido, foi major honorario do
exercito, vencendo 200 annuaes, e tenente-coronel da guarda na-
cional ; otilcial da ordem da Rosa, condecorado com a medalha da cam-
panha da independencia em que militou e de que em 1850 era um dos
veteranos, e:escreveu :
- Noticia descriptiva e estatistica da riqueza mineral da provincia
da Bahia, em 1863 - Foi publicada no Diario da BaJ~ia e dahi transcripta
no Correio Mercantil do Rio de Janeiro, 1865, ns. 23,24,29, 30, 31, 32,
78, 89 e 90.

Gustavo Oesar Vianna - Filho de Gustavo Cesar


Vianna e natural da provincia, hoje estado do Rio Grande do Sul, fal-
leceu com 21 l!onnos!Je idaÀe apenas, a 11 de junho de 18761 na cidade
de Porto-Alegre. Foi um dos fundadores da sociedade ensaios litte-
rarios, e escreveu em sua revista:
- Rectas e curDas: - collecção de folhetins, sob o pseudonymo de
Pery, sendo apreciados e~ses folhetins pela graça e espirita que os
anima.

Gust,avo José Alberto - Natural da Bahia, professor


da instrucção primaria na freguezia do Espirita Santo da capital
federal e caval!e~ro da ordeJIl qa Rosa, escreveu:
- Escolas auxiliares: conferencia feita na escola da Gloria a 23 de
janeiro de 1881. Rio de Janeiro, 1881.

Gustavo Luiz GuilherIDe Dodt - Natural d~ Alle-


manha, mas brazileiro por Iilaturalisação, doutor em philosophia pela
universjdade de lena, e engenheiro em serviço do ministeriq d!\ agri-
cultura, commerciq e obras publicas, esteve muitos aanos no actual es-
tado do Maranhão e tambem no Rio de Janeiro onde reside. Escreveu:
- Descripção dos rios Parnahyba e Gurupy. Relatarias sobre a
exploração dos mesmos, seguidos de uma memoria sobre o porto de
S. Luiz do Maranhão. Maranhão, 1873, 181 pags. in':'4°.
- Fortaleza dos Santos Reis Magos. Vista e secção. Plapta dos
editicios e das baterias. Natal 15 de setembro de 1866. 3 fis. medindo
a maior om,395Xo m,370 - O original a aquarella pertence ao archivo
publico. Levantou va.rias plantas de linhas telegraphicas e outras
como:
- Planta da cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, levantada
pelo engenheiro Luiz Schreiner, coadjuTado pelos engenheiros Gustavo
GU 205'

Dodt e Frederico V. Ockel. Rio de Janeiro e Berlin, 1879, Lith. de


Guilherme Grese, 4 fis. cal. de om ,533 X om ,463.
- Mappa geraL do rio Parnahyba. Maranhão, 1871,
- PLanta da cidade do Assú. Janeiro de 1880.
- PLanta da cidade de Mossoró. Janeiro de 1880.

Gustavo Peckolt - Filho do doutor Theodoro Peckolt,


de quem occupar-me-hei em lagar competente, e nascido em Cantaga.llo,
actual estado do Rio de Janeiro, a 2 de junho de 1861, é pharmaceutico
pela faculdade de medicina desta capital; membro correspondente da
sociedade de chimica allemã e da de botanica allemã, e foi premiado em
1883 na exposição ioternacioll<tl de Vianna d'Austria com o diploma de
honra pelos alcaloide;; e productos chimicos, extrahidos de vegetaes da
flora brazileira ; em 1884, na exposição scientifica do Rio de Janeiro,
com o diploma de honra pelos productos chimicos e pharmaceuticos
nacionaes, assim como pelos alcaloides novos, que apresentou, e outros
principias organicos, extrahidos de plantas brazileiras, e com o diploma
de merito pela collecção apresentada de mineraes do Brazil ; em 1886,
na exposição sál-americana de Bedio, com a medalha de ouro pelos
trabalhos scientificos que exhibiu e com as medalhas de prata e de
bronze pelas drogas, pl\oductos chimicos e pharmaceuticoS. Tem colla-
borado no JornaZ do AgricuZtor e redigiu:
- Revista Pharmaceutica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1886-
1887 - com Carlos Xavier. E' um dos redactol'es da
- União Medica (secção de materia medica e pharmacia). Rio de
Janeiro, 1888 - e escreveu:
- Methodo systematico para aoalyse qualitativa dos mioeraes.
Rio de Janeiro, 1886, in-8° - em collaboraÇâo com o pharmaceutico
J. M. de Souza Marçal.
- Methodo pratico para analyse dos vegetaes. Rio de Janeiro, 1887,
57 pags. in-8°.
- Historia das plantas medicioaes e uteis do Brazil, contendo a
descripção botanica, cultura, partes usadas, composição chimica, seu
emprego em diversas molestias. dóses, usos industriaes, etc., por
Theodoro Peckolt e Gustavo Peckolt. Familia das Cryptogamas. l°
fasciculo. Rio de Janeiro, 1889, i.n-8°.
- Historia das plantas medicinaes e uteis do Brazil, etc. Familia
das Palmaceas. 2° fasciculo. Rio de Jaoeiro, 1890, io-So.
- Historia das plantas medicinaes e uteis do Brazil, etc. 3° fasciculo,
Família das Cyclanthaceas até Gramineas. Rio de Janeiro, 1891,
in-8°.
206 GU

HistO?"ia das plantas medicinaes e uteis do Brazil, etc. 4° fasciculo.


Família das Gramineas. Rio de Janeiro, 1891, in-8°.
- Historia das plantas medicinaes e uteis do Brazil, etc. 5° fasciculo.
Família das Muzaceas, Zingiberaceas, Marantaceas, Cannaceas, Orchi-
daceas, Alismaceas, Myricaceas, Salicineas e Urticaceas. Rio de Ja-
neiro, 1893, in-8° - Este volume tem a numeração, seguida dos
precedentes, de pags. 637 a 918 - Em revistas tem publicarIa:
- A camarina nas samambaias - na Revista Pha~'maceutica 1886-
1887, pago 99.
- Estudos pharmacologicos sC\bre a flora brazileira : Jurubeba, Pe-
roba, Poaia branca, Purga ele veado, Cinco folhas, Pereira branca e
Salva do Rio Grande -Idem, pags. 89, 108, 137, 151, 166, 183 e 184.
- Sob~'e os alcaloides da raiz do Scopolia japonica - na União
Medica, 1888, pag. 307.
- Caracteres botanicos e chimicos do Picbi - Idem, pag. 369.
- Co,ractel"es botanicos e cbimicos do Imbé - Idem, pag. 449.
- Consideraçoes sobre a planta denominada Para-tudo -Idem,
pago 492.
- Estudos pharmaco-tberapeuticos sobre o Carapiá - Na mesma
revista, 1889, pag. 5.
- Do sapoti sob o ponto de vista botanico, chimico e therapeutico
- Idem, pag. 345.
- Chimica industrial. A' proposito da substancia a que o dr. Pires
de Almeida denomina Deodorina - na mesma revista, 1890, pago 222.
- As Urticarias sob o ponto Je vista botanico, chimico e pharma-
ceutico - Idem, pago 328, e 1891, pago 8.

Gus-tavo Penna - Natural de Minas Geraes e formado não


sei em que faculdade, fez parte da commissão central, eleita em Juiz
de Fóra para a propagando.. da immigração asiatica, e por essa occasião
escreveu:
- A immigração asiatica no estado de Minas Geraes. Juiz de Fóra,
1892 - E' uma collecção de artigos já publicados no Pha1'ol dessa
cidaJe.

Gus-tavo Rumbels-terger - Natural da França e bra-


zileiro por natul'allsaçã,o, ha mais de 40 annos, foi naturalista, do
museo nacional. Com 17 annos de idade, tendo cursado a escola (le
artes e otIicios de Cbalons, veiu para o Brazil e esteve alguns annos
em Minas Geraes. Completou depois seus est"udos em Philadelphia e, vol-
tando ao Brazil, serviu no arsenal de m.arinba, da côrte; foi incumbido
HE 207

de trabalhos relativos li carta da provincia do Rio de Janeiro em


1840; fundou a colonia Thereza no Paraná em 1842 e fez explorações
no rio Ivahy em 1864, descobrindo a tribu dos tougas. Depois disto foi
incumbido de excavaç5es e pesquizas pela collina situada á margem do
lago Arari e n'outros pontos da ilha de MaraJo, onde descobriu e
recolheu ao museo nacional artefactos de ceramica, que provam ter
existido nessa Ilha em tempo rernotissimo um povo assaz adeantado,
pelo menos em ceramica. E creveu :
- Obse"vações feitas a partir da confluencia do rio Ivahy no Paraná
em direcção á colonia Thereza - Vem no relatorio da presidencia do
Paraná, de 1865. Na exploração, que fez o autor, deste rio, quasi todos
os seus companheiros pereceram victimas dos coroados.

Gustavo Xavier da Silva Oapanellla - Filho


de Franci co Xavier da Silva Capanema e dona Genoveva Laura
Xavier Capanema, nasceu na provincia, hoje estado de Minas Ge-
l'aes, no anno de 1844 e ahi falleceu em Pitanguy a 4 de outubro
de 1881. Doutor em medicina peltt faculdade da, côrte, representou em
duas legislaturas sua, provincia na respectiva assembléa, e escreveu:
- Os pantanos considerados como causa de molestias; Medicação
anesthesica; Tracheotomia; Aborto criminoso: these apresentada, etc.
Rio de Janeiro, 1865, 150 pags. in-4°.
- Delirios juvenis. Rio de Janeiro, 1865, 157 pags. in-8°- São
composições poeticas, a que o autor chama «os devaneios da imaginação
de um joven entre os seus 15 a 20 a.unos».

H
Heitor GuiD1arães - r aturai de Minas Geraes, onde
nasceu em 1868, cultiva a poesia desde 1886 e publicou colIeccionadas
suas producções com o titulo:
- Versos e ,·eve,·sos. Juiz de Fóra, 1890, 151 pags. in-8° - Este
livro é prefaciado pelo poeta mineiro Augusto de Lima, que é por
demais lisonjeiro em seu juizo. E' um livro de estréa, de autor
moço, DO qual ba mimosos versos, mas tambem pensamentos frivolos,
infantis.
-Muttic01'es: conto. Jniz de Fora, 1893- Heitor Guimarães
redigiu a
- Gazeta dfJ, Tarde. Juiz de Fora, 1889-1890.
208 HE

Heitor Sobral Pinto- Natural da provincia, hoje estado


de Minas Geraes, e engenheiro civil pela escola central,falleceu no Rio de
Janeiro a 31 de maio ~e 1887, suicidando-se n'uro momento de desespero,
por contrariedades da vida. Escreveu:
- E'Voluçoes planetaria e phytogenica. Rio de Janeiro, 1885, com
est.- Neste livro se estuda o movimento evolucionista do systema
planetario e do reino vegetal, que decorre de certos principios physico-
mathematicos, base da organisação de ambas. Com o fim de chamar a
attenção dos homens da sciencia para essa obra, o autor escreveu
depois uma serie de pequenos artigos na Gazeta de N otidas desta capital,
sobre o assumpto, sahindo o primeiro a 25 de julho de 1886.

He:rn.eterio José dos Santos - Natural do Maranhão,


dedicou-se ao maglsterio da instrucção primaria e pertence hoje ao
corpo docente do collegio militar do Rio de Janeiro. Escreveu;
- Grammatica elementm' da lingua portugueza, extrahida dos
melhores autores. Rio de Janeiro, 1879, in-12°.
- O lim'o dos meninos: contos brazileiros. Rio de Janeiro, 1881,
in-12°- Deste livro oíl'ereceu o autor para as obras do lyceo do sexo
feminino 50 exemplares.

Henrique -6.lexandre Mona.t - Filho de Pedro Ho-


nesto Heuri ue Monat e dona Flavia Angelica de Borja Monat, e
nascido na cidade da Bahia a 6 dejunqo de 1856, é bacharel em lettras
pelo lyceo e doutor em medicina pela faculdade da mesma cidade,
tendo concluido o curso. medico na do Rio de Janeiro, e sendo da turma
que daqui lSahira em 1879 para sustentar these e receber o grào na
Bahia. Foi abi interno por concurso de clínica cirurgica, laureado
pelo lyceo e examinador de francez na faculdade. E' membro titular
da academia nacional de medicina, da sociedade de medicina e cirurgia
do Rio de Janeiro, etc. Escreveu:
- Das 'Varices;' Da crimi'nalidade nas crianças e nos velhos; Tra.ta-
menta das feridas cirurgicas e accidentaes; Beriberi: t1.lese apresentada
á faculdade de medicina do Rio de Janeiro em 30 de maio de 1879 e per-
ante a da Bahia sustentada, etc. Rio de Janeiro, 1879, 67 pags. in-4° gr.
- Dt/,s escolas modernas da litteratura franceza; neologismos;
excentricidades da língua: these de concurso para a cadeira de francez
do imperial collegio de Pedro II. Rio de Janeiro, 1880, 47 pags. in-4°
- E' escl~ipta a dissertação em francez.
- De la negation; des synonymes; des homonymes ; des paronymes ;
des figures grammaticales: these de concours, pl'ésentée, etc. Rio de
HE 209

Janeiro, 1880, 52 pags. in-4° - E' tambem sustentada no Collegio


de Pedro II.
- Histologia dos epithelios: these apresentada á Faculdade de
Medicina do Rio de Janeiro para o concurso a um lagar de substituto
da secção de sciencias cirurgicas. Rio de Janeiro, 1881, ín-4°.
- Das gangrenas: these apresentada etc., para o concurso a um
lagar de substituto da secção de sciencias cirurgicas. Rio de Janeiro,
1882, in-4°. .
- Da electrolyse nos estreitamentos da urethra: memoria apresen-
tada à Academia Imperial de Medicina - Nos Annaes, tomo 34°,
pags. 153 e segs.- Um parecer dado pelo dr. Costa Lobo levou o autor
a escrever o seguinte 0pusculo :
- Da electrolyse nos estreitamentos da urethra: resposta ao
parecer do Dr. Manoel Cardoso da Costa Lobo sobre uma memoria
apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1883, 21 pags. in-4°.
- Cancer do recto e septo recto-vaginal j extirpação e cura - Na
Gazeta dos Hospitaes, 1883, tomo l°, pags. 26 e 95. Nesta revista ha
mais escriptos seus.
- Observações clínicas, colhidas na provincia de S. Paulo e apre-
sentadas á Imperial Academia de Medicina. Rio de Janeiro, 1884,
22 pags. in-4°.
- A questão Malta: (serie de artigos publicados n'O Pai:: em.
1885) - O segundo vem no n. 48. Depois o autor os reuniu a outro
e publicOll :
- Questtío medico-legal «Castro Malta» - Nos Annaes Bra;ilienses
de Medicina, tomo 36°, pags. 241 a 432. E' a historia de todo o oecor-
rido desde a prisão de Castro Malta a 17 de novembro de 1884,
seu obito, exames no cad.'l.ver, polemica scientifi::a, etc., terminando
com as opiniões de tres notabilidades medicas da Europa: o dr.
R. Wirchows, de Berlim; o dr. M. Teelat, de Paris; o professor
Geheirnrai von Nussbaum, de Munich. (Veja-se Candido Barata
Ribeiro.)
- Organisação de um serviço medico-legal: trabalho apresentado
à Academia Imperial de Medicina em julho de 1887. Rio de Janeiro,
1888.
- Tratamento "adical da hydrocele - No Brazil Medico, 1889,
pags. 19, 28, 34, 42,58,64,83 e 113.
- Tratamento dos estreitamentos da urethra - Idem, 1890, pags.301,
318,325 e 357 - O dr. Monat foi o redactor da
- Revista da Sociedade de Medicina e CirurRia do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, 1886-1887, in-4 0 •
14
210 I-IE

I-Ienrique Alves de Carvalho - Natural da pro-~


vincia., hoje Esta,do do Manwllão e aclvog,tdo na cidade do Rio de Janeiro,
foi deputado ao primeiro congresso fclcleral palo estado de seu nasci-
mento. Lh é aHribuido o ~eguiute pamphlêlo politico:
- N"OJ;a Roma. ::.\Iinisterio Paranhos, 1871-1872. Rio de Ja.neiro ..
1872, 29 pags. in-8" - Sff.o de sua redacção:
- O FLtt~~ro: jornal hebJomadario. Rio de Janeiro, 1869, in-foL-
Houve anteil e depoiil outros jornues com iguftl titulo, que nada tem
de commun com este.
- O Figaro : periollico de critica e de cenSUl'a. Rio de Janeiro,.
1881, ln-foI. - Esta folha nada tem tambem com outra public;ada da.
1876 a 1878.

~Ienrique Aluerico de Santa Rosa - Filho do.


dr. Americo Marques de Santa Rosa, é nas ido no Para e engenheiro
civil, empregado nas obras publicas deste estado. Escreveu:
- Descripção physica do estado do Pará - No livra« O estado do·
Pará: Apontamentos para. a exposiçã.o universal de Chicago », Belém,
1892, pag . 15 a 60 com o mappa do rio Amazouas e seus tributarios e
a planta da cidade de Belém, planta que foi levantada pelo engenheiro
da camara municipal Manoel Osorio Nina Ribeiro por determinação dos.
vereadores de 1883 a 1886. O trabalho do elr. S:tnta Rosa constitue a
segunda parte daquelle importante livro.

Henrique Antonio Baptista - Nasceu a 5 de maio


de 1824. Com praça de aspirante a guarda-marinha em 1840, foi
promovido a esse posto em dezembro de 1842, a segundo tenente em
1844 e depois successivamente a outros postos até o de capitão de
mar e guerra, em que se reformou depois de desempenhar varias com-
missões no paiz e na Europa, continuando a exeroor por muitos-
anuos o cargo ele director da repartição de artilharia do arsenal de
marinha desta capital, e depois tambem o de membro e1Tectivo da
commissão de melhoramentos do material de guerra. E' commendador
da ordem da Rosa e da de Christo, cavalleiro da de S. Bento de
Aviz, condecorado com a medalha da campanha do Paraguay, etc.
Escreveu:
- Re(J?"as praticas para achar o desvio das agnlhas de marear,
causado pelo ferro. Rio de Jaoe!ro, in-8 n •
- Tacticas 'I1avaes e experiencias sobre navegação á vella, illustradas-
com diagrammas. e sobre Jiversas evoluções por George Bjddlecombe.
Traduzidas, etc. Rio de Janeiro, 1860.
I-IE 211

- Diccional'io ma7'itimo bl'azileiro, organisado por uma commlssao


nomeada pelo governo imperial, sendo ministro da marinha o conse-
lheiro Affonso CelsJ de Assis Figueiredo, sob a dirccção do Barão de
Anora. Rio de Janeiro, 1877, in-fol. de 2 cais. com 228 figuras inter-
caUadas no texto - A commissão se compunha do director, do capitão
de fragata Henrique Baptista, do capitão-tenente C. Braconnot, então
director das officinas de macliinas, do capitão-tenente N. J. Baptista
LeveI, constructor naval, e do capitão de mar e guerra reformado
M. J. Evangelista, professor de apparalhos e m'1nobras da escola de
marinha; mais tarde foi nomeado tambem o oppositor da dita e:;cola
Felippe H. Aché. Tendo, porém, de satisfazer outras commissões
fóra do imperio, Braconnot e Levei foram substituidos pelo engenheiro
de macbinas A. de C. Paes de Andrade e capitão-tenente bonorario
Trajano A. de Carvalho, e depois por outros, a saber: capitão-tenente
J. M. da Conceição, capitão de mar e guerra Pedro Leitão da Cunha,
capitão de fragata A. Mariano de Azevedo, capitão-tenente J. C. de
Noronba, Dr. H. C. Muzzio, J. M. Machado de Assis e bacharel
D. A. Horta O'Leary por ultimo, em 1873, que accumulou a funcções
de secretario. Contém este diccionario um appendice e um vocabulario
francez e ing lez.
- Descl'ipçeio da carreta e estrado do systema Vavasseur. Rio de
Janeiro, 1874, 17 pags. in-8° com ests. - Ha varias plantas feitas por
este official, como:
- Reconhecimento da parte do rio Paraguay comprehendida entre
os Dourados e Villa Maria, feito em agosto de 1857. Rio de Janeiro,
Lith. do arcliivo militar.
= Planta da enseada de Palmas, levantada em março de 1856.
Rio de Janeiro, Lith. do archivo militar.
-- Planta de Angra dos Reis, levantada em 1850. Rio de Janeiro,.
Lith. do archi vo mili tal'.

Henrique Augus-to Eduardo Mar-tins-Nalural,


si me não engano, do Rio Grande do Sul, nasceu a 7 de março de 1853.
é doutor em mathematicas e scicnci'ls physicas e len'te da escola militar
do dito estado. Com praça do exercito a 14 de janeiro de 1869, subiu a
diversos postos até o de tenente-coronel, em que se a,cha, servindo a
principio na arma de artilharia. e depois no corpo de engenheiros.
Escreveu:
- Geographia elementar, ornada com gravuras: obra approvada
pelo conselho da instrucção publica da côrte e mandada. admittir pelo
miniilterio da guerra, na escola militar. Rio de Janeiro .•.
212 HE

- Elementos de cosmographia, organisados, etc. Rio de Janeiro,


1881,96 pags. in-8° - Por aviso do dito ministerio de 2 de janeiro de
1882 foi mandado adoptar este livro para compendio da aula respectiva
e feita segunda edição em Porto Alegre, 1882, 108 pags. in-8° - Cons~
ta-me que é deste autor:
- Joanna d' A,·c. Pariz, 1875, in-8°.

Henrique Augusto Gonçalves Ferreira-


Não posso por agora dar noticias deste autor, sinão a de ter escripto:
- Noções elemel'ltm'es sobre o serviço das machinas a vapor. Rio
de Janeiro, 1892.

Henrique Augusto Millet - Nascido na França, mas


brazileiro por natura1isação, é engenheiro civil, formado no estado do
seu nascimento, cavalleiro da ordem da Rosa e da de Christo. Em Per-
nambuco, onde estabeleceu-se em sua mocidade e creou familia, serviu
varios cargos, como o de engenheiro fiscal da estrada ferro-carril de
Pernambuco. Pertence a varias associações, mesmo humanitarias, como
a associação commercial beneficente do Recife. Collaborou no Lida-
do,', periodico politico, e escreveu:
- O meio circulante e a questão bancaria. 2" edição, Recife, 1875,
124 pags. iu-4°,
- Os quebra-kilos e a crise da lavoura. Recife, 1876, 125 pags. in-4°.
- Aua;ilio li lavoura e credito rural. Recife, 1876, 144 pags. in4°.
- O artigo rlotavel e a questão monetaria. Recife, 1878, 104 pags.
in-4°,
- Le B"ésilpendant la guerre du Paraguay. Recife, 1877, in-4°.
- MisceUanea economica. Pernambuco, 1879, 121 pags. in-4°. - E'
uma nova edição de escriptos ja publicados na. imprensa periodica e que
demonstram o interesse que o autor tem pelo Brazil.

Henrique Autran da !'I:atta e Albuquerque


- Filho do dr. Henrique Autran da Matta e Albuquerque e de
dona Eduarda de Amorim Filgueiras Autran e irmão de dona Anna
Theophila de Albuquerque Autran, de quem já fiz menção, nasceu na
cidade de Olinda, Pernambuco, a 19 de outubro de 1839 e falleceu na
Bahia a 26 de junho de 1865. Aos 14 annos de idade, feitos na Bahia
todos os estudos necessarios para se matricular no curso de direito, ali
prestou, na faculdade de medicina, todos os exames ; mas, emqut\Dto
esperava a idade precisa para entrar na de direito do Recife, adoeceu
da mo1estia de que veio a perecer mais tarde. Além de varias
HE 213

artigos em praza e em verso sobre politica e litteratura, UBS pu-


blicados em periodicos e outros inedit03, em poder ele sua famiiia,
escreveu:
- Folhas perdidas: poesias. Bahia, 1862, 2 vols. in-8°.

Henrique Avelino Mendes - Filho de Antonio Ave-


lino Mendes e natural do Maranhão, é doutor em medicina pela facul-
dade do Rio de Janeiro, formado em 1885, tendo sido antes interno de
clínica das molestias mentaes no hospicio de Pedro II. Escreveu:
- Delirio ambicioso, seu valor, diagnostico e prognostico: these
apresentada, etc., para obter o grào de doutor. Rio de Janeiro, 1885,
61 pags. in-4° - E' seguida de tres proposições sobre cada uma das
cadeiras da faculdade.
- Discurso pronunciado no acto da collação de gráo aos doutorandos
de 1885. Rio de Janeiro, 1886, in-8.0

Henrique de Beaurepaire Rohan, Visconde de


Beaurepaire - Filho do Conde de Beaurepaire, de quem dou noticia
neste livro (veja-se Jacques Antonio Mal'cos de Beaurepaire,) e da
Condessa do mesmo titulo, nasceu em Nitheroy a 12 de maio de 1812.
Assentando praça no exercito na idade ele sete annos e sendo promo-
vido a segundo tenente dc artilharia em 1829, Rubiu successivamente
á diversos postos até o de tenente-general por decreto de 28 de junho
de 1880, tendo porém passado daquella arma para o corpo de enge-
nheiros em 1837. Desempenhou mnitas commissões importantes, quer de
paz, quer de guerra, tanto na côrte, como em varias provincias do 1mperio.
Presidiu as provincias do Pará e da Parahyba e fez parte do gabi-
nete de 31 de agosto de 1864, occupando a pasta da guerra. Era ba-
charel em sciencias physicas e mathematicas ; agraciado com o titulo
de conselho do 1m perador e gentil-homem da' imperial ca?Jara; membro
do extincto conselho de estado e do conselho supremo militar e de
justiça; grau-cruz da ordem de S. Bent(lde Aviz, dignitario da ordem
da Rosa, commendador da de Christo e condecorado com a medalha
commemorativa da rendição de Uruguayana; sacio do instituto llistorico
e geographico brazileiro, do instituto fluminense ue agricultura, da
associação brazileira de acclimação e de outras corporações de leUras e
sciencias, nacionaes e estrangeiras - e escreveu:
- Relataria apresen tado a Illustrissima Camara Municipal do Rio de
Janeiro (sobre obras municipaes). Rio de Janeiro, 1843, 36 pags. in-4°.
- Viagem de Cuyabá ao Rio de Janeiro pelo Paraguay, Corrientes,
Rio Grande do Sul e Santa Catharina em 1846. S. Paulo, 1847,
214 :E-IE

in-4" - Sahiu tambem na Revista do Institnto, 1847, pagos. 376


a 397.
- Considel'ações acerca da conquista, catechese e civilisação dos
selvagens no Brazil, S. Paulo, 1852, in-4° - Sahiu tambem em varias
numeras da Revista Ensaio Philosophico em 1853, e no Gtumabam,
tomo 2°, pags. 191 a 208.
- Estudos moraes. Os irmãos João Leme da Silva e Lourenço Leme
eht ilva. S. Paulo, 1852, io-4° - Sabiu tambem na Bibliotheca Bra:.:-
leil'a, tomo l°, n. 3, p·lgS. 298 a 308.
Viagem ao campo de Palmas. S. Paulo, 1855, in-4°.
- O campo do Ypiranga. Curitiba, 1855, in-4°.
- Conside?'ações acerca dos melboramentos, de que em relação ás
sêccas . fio susceptivei'> algumas proviocifls do Norte do Brazil. R ia de
Janeiro, 1860, ')1 pag . in-8° - SupponlJo que foram publicadas antes
no COl'reio M e?·cantil.
- Synopsis geoealogica, chronologica e historica dos reis de Por-
tugal e dos imperadores do Brazil. Rio de Janeiro, 1864, in-4°.
- .ti. ilha de Femanclo de N Q?'onha, considerada em relação ao
estabelecimento tle uma colouia agricola e peni t~nciaria. Rio de Ja-
neiro, ]865, 45 pags. in-frl.
- Breve clísctlssaO chronologica acerca do descobrimen to do Bl'3zil
- Vem na Revista do Instituto, tomo 32°,1869, pal·te 2" pago 231-
- Relato1'io sobre o projecto de vias de communicaç'ão com Assum-
pção, com MaLta Grosso e entre esta provincia e a do Rio Grande do
Sul, 10 pflgs. in-fol. - Acha-se anllE:xo ao relataria do m'ini teria da
agricultura de 1872.
- Pa?'ecer sobJ'e as propostas de di versas companhias que preten·
dem tomar ii. si a empreza ele a.ba tecimento de aguns a capital do
Imperin e bem assim acerca da questão d,\ conveuiencia de encarre-
gar-se o proprio governo das obras necessarias i e. te lim, sem :1 inter-
yençiio ele inrtnstria pa.rticular. Rio ele Janeiro, 1872, 20 pags. in-fol.
- Acha-se no rel:ltorio do ministel'Ío da [Igl'icultura. deste anno, e é
tambem assignado por .'lntoni Jo de Bem, J(dl Joaquim da Cunha,
Chl'istílno P. de A. Coutinho e dr. Jo,tqllim Alexanrll'e Manso Sa.yão.
- As siJccas do Cea..cL. Rio de Juneico, 1877, ~O pag·. ill-8° - Neste
opu culo sustenta o autor ir1éas emHtidas antes, em 1860, por ver um
artigo elo couselheico G. S. de Capnu ma sobre o assumpto no Jomal
do Commerc:o de 23 de outubro de 1877.
- P?'ojecto ele organisCt.ção do corpo de saude do exercito, apreseu-
tuJo a commissão de exame da le,!:\'islação militar. Rio de Janeiro,
1877, in-.J.°.
HE 215

- Estudos acerca da organisação da carta geographica e da historia


'Pbysica e politica. do Bt'azi!. Rio tie Janeiro, 1877, 36 pags. in-4 0 -
~ahiu ta.mbem na. Revista do Instituto Polytechnico Bra;ilei,'o, tomo 8".
- Relatorio da commis~ão da carta geral do lmperio. Rio de Ja-
neiro, 1875, io-4° gr.
- Relatorio final da commissão da carta geral do imperio. Rio de
Janeiro, ]878,64 pags. in-4°.
- O (ut,wo da grande lavoura e da gl':lnde pl'opiedade no Brazil:
memoria apre entaua ao mioisterio da agricultura, commel'cio e
obras publicas. Rio de Janeil'o, 1878, 22 pugs. in-4° - Vem tn,mbem no
« Congresso Agl'icola, collecção de documeu tos, etc. » pags. 242 a 252.
- O primitivo e o actual Porto Segm'o. Rio de Janeiro, 1881, 23
p.lgs. io-4° - S'1hiu tumbe~ na Revi.~!a do Instituto, tomo 43", parte
2·, pags. 2 a 26, e na Revista Bl·a.;ileil·et, tomo 9", pags. 1'15 a 132.
E' uma refutação da obra «Nota acerca de como não foi na. Coroa
'Vermelha, na. enseada de Santa Cruz, que Cn,braI primeiro desem-
. barcou e fez dizer a primeil'a missa, etc., pelo Visconde de Porto Se-
guro» publicada naqaella Revista, tomo 40°, parte 2· pags. 5 a 37.
- Glossario de vo~abulos brazileiros, comprehendendo tanto al1uelles
que são derivados de ling"aas conhecidas, como aquelles cuja origen: é
ignoraua. Rio de Janeiro, 1884 - Foi tambem publicado nn, Ga;eta
LitterW-ia, 1883-1884, ns. 1,2,3,4, 5,6,8, lO e 13. - Mais ta.rtle pu-
blicou o autor seu
- DicciorlaJ'io de vocabulos brazileiros. Rio de Janeiro, 1889,
XVIII-147 pags. de duas colull1oas io-4°.
- A emancipação do elemento servil, considerada em suas relações
moraes e commerciaes. Rio de Janeiro, 8 pags. in-4°o
- Noticias geog?'aph:cas da provincia. do Pal':má - Acham-se nos
relatorios do pl'esideote Zacarias ele G. e Vasconccllos, de 1854 e 18 5.
- Relatol'io apresentado á assembléa legislatiya. provincial do Pará
no dia 15 de agosto de 1856. Para, 1856, in-4°.
- Re7atol io apresentndo á assembleu legi lativa provincial do Pará.
o

no dia 15 de agosto de 1857. Para, 1857, in-4° - Como estes doas h


outros relatarias na. administração de pl'ovincias, todo;; do seu proprio
punho.
- Relaçl70 das madeil'as de construcção de que ha noticia. na pro-
Yincia de S. Paulo, 1848 - Inedito de 12 fls. io-folio, esteve na expo-
sição de historia pa tria.
- Erxposição do estado politico, militar e moral do baixo Paraguay,
extremidade meridional da provincia de M'üto Grosso, 1845 - Ioedito,
no archivo militar; esteve tambem na dita exposição.
216 HE

- Carta do Impet"io do Brazil, organisada pela commissão da


carta geral sob a presidencia do general Henrique de Beaurepaire
Rohan com a coadjuvação do Barão da Ponte Ribeiro - 1875. Escala
1:310,220. Inst. Heliog. A. Henschel. 4 fls. medindo a maior
Om,609xo m,628.
- Planta do acampamento de Piraja, Itapoã e mais pontos occupa-
dos, tanto pelo exercito imperial, como pelas forças rebeldes desde o
dia 13 de novembro de 1837 até o dia 13 de março do anno seguinte,
com a indicação das estradas, por onde transitou o mesmo exercito
desde este dia até a tomada da cidade de S. Salvador etc. Lith. n9 arch.
mil. 1838. om,399Xom,315 - Foi lithographada no anno seguinte no
mesmo archivo.
- Demonstração graphica da derrota provavel de Pedro Alvares,
Cabral, capitão-mór da armada que, partindo de Lisboa com destino
a lndia, desoobriu o Brazil a 22 de abril de 1500, assim como das sin-
graduras da mesma armada desde aquelle dia até a sua entrada na
bahia de Porto Seguro, hoje denominada da Corôa Vermelha, pelo
tenente-general Henrique de Beaurepaire Rohan, em 1880. Desenhado
por José Ribeiro da Fonseca Silvares em 1881 - Ahi se indicam:
O ponto de onde a armada avistou, da distancia de 48 milhas, o monte
Paschoal em 22 de abril de 1500 as 3 horas da tarde; A primeira
ancoragem ao pôr do sol do mesmo dia, 24 milhas de terra; A
segunda ancoragem a 23 de abril a 20 milhas do Recife; A terceira
ancoragem ao pôr do sol do dia 24 de abril a 4 milhas do Recife; A
quarta e ultima ancoragem na manhã de 25 de abril na bahia de Porto
Seguro ao norte da ilha da Corôa Vermelha. Este mappa é a demons-
tração graphica do trabalho ja indicado « O primitivo e o actual Porto
Seguro ».

Henrique Burit.y - Natural do Rio Grande do Norte,


sendo empregado na secção de estatistica commercial, annexa á asso-
ciação commercial do Rio de Janeiro, passou a ser agente da prefei-
tura municipal na freguezia da Candelaria em julho de 1893 e alguns
mezes depois foi exonerado deste cargo. Escreveu:
- Estatistica commercial, sua funcções e modo, por que tem sido
interpretado esse ramo do serviço publico pelos poderes competentes
do Brazil. Rio de Janeiro, 1892.

Henrique Oapit.ulino Pereira de Mello - Na-


tural da provincia, hoje estado de Pernambuco, fez o curso de scien-
cias sociaes e juridicas na faculdade do Recife, onde, recebeu o gráo de
217

bacharel em 1879, e entrou logo na carreira da magistratura como juiz


municipal na mesma provincia. Desde estudante eleu-se com dedicação
ás lettras e escreveu:
- O Ensaio: periodico scientilico e litterario. Redactores: Oliveira
EscoreI e Henrique Capitulino. Recife, 1875-1876.
- O fuzilado de 1824, frei Joaquim do Amor Divino Caneca:
traços biographicos com uma carta do aCldemico Manuel Clementino
de Oliveira EscoreI. Recife, 1877, 16 pags. in-8°.
- Ligei1'os tl'aços biographicos do DI'. José Antonio de Figueireclo.
Recife, 1877, 16 pags. in-8°.
- O Bacharel Antonio Rangel de Torres Bandeira: estudo bio-
graphico. Pernambuco, 18i8, 72 pags. in-8° - Este opusculo e os
doús precedentes sahiram sob o titulo «Galeria de pernambucanos
illustres ».
- Pernambucanas íllustres. Pernambuco, 1879, 182, pags. in-8° -
Precede o livro uma carta de J. B. Regueira Costa.

Henrique Carlos Ribeiro Lisboa - Filho do con-


selheiro l\figue1 Maria Lisboa, Barão de Japurá e da Baroneza do mesmo
titulo, dona Maria Isabel de Andrade Lisboa, nasceu no Rio de Janeiro
em 1847 e em 1866 concluia o curso da escola de marinha e fazia parte
da esquadra em operações no Rio da Prata. Reformado no po to de
20 tenente, serviu como addido á legação imperial nos Estados-Unidos
da America; foi á China como secretario da missão especial em 1880,
e foi depois nomeado secretario da legação do Estado Oriental do
Uruguay, donde passou ao Paraguay. E' cavalleit'o da ordem da Rosa
e da ordem portugueza de Christo, condecorado com a medalha da
campanha do Paraguay e moço fidalgo da ertincta casa imperial.
Escreveu:
- A China e os chins : recordação de viagem, etc. Montevidéo, 1888,
400 pags. in-8° com 14 gl'avuras e um mappa,
- A questão das missões perante o tribunal arbitral. Petl'opolis,
1892, 56 pags. iu-4°.

Henrique Cesar Muzzio - Filho de Sebastião José


Muzzio, nasceu no Rio de Janeiro a 18 de setembro de 1831 e faUeceu
em Pariz a 16 de dezembro de 1874. Doutor em medicina pela faculdade
da côrte, foi nomeado official interprete e archivista do conselho naval
a 24 de julho de 1858; foi mais tarde nomeado secretario do mesmo
conselho, depois de ter servido em commissão de 1865 a 1867 o cargo
de secretario do governo provincial de Minas Geraes e por ultimo foi á
· 218 I-IE

Europa tr:üar de sua saude e alli morre1. Era caval1eiro da ordem da


Rosa, di tincto litterato e escreveu:
- Operação do trepano; A morte real e apparente; Tratamento das
ilueimaduras ; Influencia da, anatomia pathologica no tratamen to das
doença: the e apresentada a faculdade de medicina do Rio de Ja-
neiro e ustentac!a em 29 de setembro de 1858. Rio de Janeiro, 1858,
ín-4°.
- Discurso proferido na sessão de posse da nova administração do
Grande Or'iente do Brnzi!. 'alie do. Benedictinos, no dia II de junho
de 1864. Rio úe Janeiro, 1865, 32 pags. in-4 o- Acha-se com outro dis-
curso de A. de Almeida Santos.
- Relatorio do jury especial elo 5° grupo na exposição inaugurada
BO Rio de Janeiro em 1861 - Refere-se ás beIlas-artes, e sahiu na re-
spectiva collecção elo relatorio geral, 1862. O Sr. Henrique Muzzio foi
'RlTI dos red,lctores el:~ Semana lllustl-ada (veja-se Antonio José Victorino
de Barros) e collaborou desde estudante para varios perioc!icos e
revistas litteraria" em que .se acham importantes escriptos seu,
como:
- T!Jpos nac;onaes. I. Ignacio Correia, o caçador de onças - Sabiu
na Bibliotheca Bm:;ilei1'a, tomo l°, n. 1, 1863, e foi em 1882 reprodu-
zido no curso de littet'atura brazileira do dr. Me110 Moraes Filho,
'2" edição, pags. 43 a 47.
- A noite do Castello: critica litteraria - Eill folhetim no Vim'io elo
Rio, TI. 244, de 6 de setembro de 1861. Ahi se elogia tanto o autor do
Hvreto, como o da musica, (Veja-se Antonio José Fernandes dOE Reis e
Antonio Carlos Gome.)

I-:Ieul-ique Christiano BrauD1e - Nascido no Rio


de .Janeiro a 24 de dezemhro de 1854, fallcceu no naufragio elo
V~pOl' Bahir,: em viagem para a cOiote a 2·1 de março de 1887 entre
.a pt'oviucia da Pat'ahyba, e a de Pemambuco. EI'u]O tenente eh
armada, tendo conc1uiLlo () curso d,l escula àe marinha em 1872.
Escreveu:
- O mane}o para as peças de retro-Cill'ga de calibre 70, systema
1Vl1itwortb, montadas em l'ep~,ros Armstroug. Rio de Janeil'o, 1884.

IIenrique Eduardo I-:n:argreaves - Natural da


Gran-Bretanha e brazileiro por naturalisaç1Lo, é engenheiro civil, sacio
do instituto poIytechuico Lrazileiro, da sociedade auxiliadora da in-
dustria nacional e do lyceu li tterario portuguez, de que foi um dos
.f.undadores; fez parte da firma Hargreaves h'mãos com estabeleci-
I-I E 219

mento, no Rio de Janeiro, de machinas para industria, lavoura e


marinha - e escreveu:
- Caminn'·s de fen-o nacionaes. Bitoh preferível. Tracção. Rio de
Janeieo, IS74, 44 pag~. io-8." - Entende o autor que o Beazil deve
adoptaI' uma bi tola uoi forme, a estrei ta, para todo sy tema de via-
ferrea.
- Pl'ovincia do Paraná. Demon tração da superioridade do caminho
de ferro ele Antonina á Coeitiba, peea,nte o instituto polytechnico bra-
zileiro, pelos socios eITectivos Barão de T (Te e e Ig"eoheiros [-I. E. Har-
grcaves e .Ande~ Rebouças. Rio de Janeieo, 1879, 74 pags. in-S' com
uma carta llydrogra pbica.
- A estrada de feITo do valle de Sapucahy - O autographo, datada
de 9 de março de 18S0, Rio de Janeiro, foi apeesentado pelo Imperador.
na expu ição de hi toria patria, assim corno:
- E. F. do valle de SU1Jt!Cally, E~tlldos preliminares e sondagem
elo porto. ln e 2" secção: Tnbatinga á Taubat~. Tilllb,lté á Pouso
Alegre. Corte, 9 de março do 1880. l IU ,69 X 0lU,6l0 - Original a
aquarella.
- MemOl'ia sohre a conseevi\çüo de cunaes nas barras dos portos de
mar - Esta memoda foi npresentadLL ao instituto polytecllnico beazí-
I il'O, em cuja sessão de agosto ou setembro de lSS4 foi oU'erecido pela
commi~slio da medalha, Hawksbaw um parecer no sentido de ser confe-
rida a medalha dE' te anilO ao autol'.

IIenrique Felix Dacia - Natural de Pernambuco, e.


formado em direito em 1832 pela f'lculdade de Olinda, alli falleceu
<tl;;uns annos depois. Dedicando-se ao jornalis1l1o, redigiu:
- Palmatoria dos toleil·ões. Reci Ce, I 33.
- Vo.; do Povo Pel"l?amb~'cuno, Recire, 1833 - Estes periodicos
existem' no instituto archeologico e geogl'aphico pernambucano.

IIenrique Ferreira <: os Santos Reis - Filho de


Gustavo Ferreira, tios Santo~l nasceu na cidade da B::thia e é doutor em
medicina pela fLtculdl\de da diLa cidade. Um anuo depois de formado
apre entou-se nesta f,teulLlade a concurso para um logar de oppo.itol'
da secção accessoria, e em 1885 na uo [{io de Janeiro, a concurso á
cadeira de 1hal'macologiu. Escreveu:
- Considerações cil'urgicas sobre a região axil1ar; Contagio; Estuuo-
chimico da ul'ina 1l1orbida; Lesões intestinaes e seu tratamento: tbese.
apresentada á f<\Culdade, etc., e perante ella sustentada em novembro
de 1870. Bahia, 1870, in-40 •
220 HE

- C011JOS got'durosos: these apresentada à faculdade, etc. e perante

ella publicamente sustentada em julho de 1872 no concurso a um lagar


de oppo itor da secção accessoria. Bahia, 1872, in-4°,
- Da administração dos medicamentos: these de concurso á, cadeira
de pharmacologia e arte de formular. Rio de Janeiro, 1885, in-4°.

Henrique Francisco de A vila - Natural do Rio


Grande do Sul e nascido a 31 tle agosto de 1833, é bacharel em lettras
pelo ex-colIegio Pedro n, bacharel em dil'eito pela faculdade de S.
Paulo, e agraciado com o titulo de conselho do Imperador. Foi deputado
provincial e geral, e senador durante o imperio; presidiu a provincia,
hoje estado do Ceará e a de seu nascimento, e foi ministro da agri-
cultura no gabinete de 3 de julho de 1882. Escreveu:
- Discurso pl'onunciado (no Senado) na sessão de 15 de julho de
1884. Rio de Janeiro, 1884-Refere-se à cOllstrucção de grandes açudes
no Ceará e no Rio Grande como preservativo contra as sêccas e como
meio de augmentar, conjuntamente com os canaes de irrigação, a ferti-
lidade das regiões sujeitas ás sêccas.

Henrique Gerber - Nascido na Allemanba e brazileil'o


por natul'alisação, sendo engenheil'o, serviu na provincia, hoje estado
de Minas Geraes, é cavalIeiro da ordem da Rosa, e escreveu:
- Noções geographicas e administrativas da pl'ovincia de rvlinas
Geraes, publicadas em virtude do art. 21 da lei n, 1164 de outubro
de 1861, com uma planta de Ouro-Preto. Rio de Janeiro, 1863,
in-4 o gr.

Henrique Gorceix - Natural da França, mas brazileiro


por naturalisação, sendo formado em engenharia, foi por muitos annoS
director da escola de minas de Minas Geraes. Fazendo uma viagem
á Europa, occupou-se da propaganda no sentido de engrandecer o
Brazil e de Ser o paiz procul'ado por homens uteis que se dediq uem á sua
lavoura, dando para isso noticia da fecundidade admiravel de seu s610
e instituindo conferencias publicas em Pariz. Exerceu depois o cal'go de
consultor technico do serviço de instrucção publica no estado de
S. Paulo, de que pediu exoneração em julho de 1892, agradecendo-lhe
o governo por esta occasião os serviços prestados neste cargo, lamen-
tando que fique o estado privado desses serviços e esperando que, logo
que cessem os motivos de sua retirada, volte a contribuir para a
prosperidade e engrandecimento da patria brazileil'a. Escreveu:
- Erx;cursao botanica nos arredores de Ouro-Preto. Ouro-Preto, 1884,
HE 221

23 pags. in-4° - São estudos de varias plantas e descripções de lagares,


que o autor percorreu em taes estudos.
- Noticia sobre a jazida e exploração de ouro em Lavras, provincia
de S. Pedro do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, 1874, in-4 0.
- Les explorations de 1'01' dans la pl'ovince de Minas Geraes-
Foram publicadas no BuZZetin de la Soci~te de Geographie, 6" serie,
1876.
- Noticia sobre a jazida de cobre em Lavras e Caçapava, na provín-
cia de S. Pedro do Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, 1876, in-8°.
- Confel'encias feitas no mu"eu nacional áé:erca do passado, presente
e futuro da mineração do ouro. Rio de Janeiro, 1876, 31 pags. in-4°.
- Relatorio apresentado pelo director da escola de minas de Ouro
Preto, etc., em 6 de fevereiro, 1878. Rio de Janeiro, 1878, 19 pags.
in-4. ° - Como este ba outros relatarias seus.
- O fet'ro e os mestres da forja na provincia de Minas Geraes, Rio
de Janeiro, 1880,24 pago in-8.0
- Conferencia feita no dia 31 de março de 1881 ácerca das riquezas
mineraes da provincia de Minas Geraes, Rio de Janeiro, 1881.
- Os diamantes e as pedras preciosas do Brazil: conferencia feita
no grande amphitheatro em Sorbonna a 28 de janeiro ele 1882.
- Lund e suas obras no Brazil, segundo o professor Reinhardt:
memoria lida ao ser inaugurado na escola de minas de Ouro-Pr'eto o
retrato do Dr. Lund. Rio de Janeiro, 1884, 48 pags. in-4°. - Foi
tambem publicada no Jornal do Commercio em janeiro e fevereiro
desta aono.
- Sociedade de geographia economica de Minas Gerae. Relataria
do presidenta do conselho director. Ouro-Preto, 1891, 15 pags. in·4°,
- Nos Annaes da Escola de Minas de Ouro-Preto, de que o dr.
Gorcaix foi redactor, publicou e11a, antre outros trabalhos:
- Estudo chimico e geologico das rochas do centro da provincia de
Minas e das jazidas de topazio da dita provincia - No tomo l°, 1881,
de pags. 1 a 33, com a planta elos arredores de Ouro-Preto e a da lavra
de topazios da Boa Vista.
- Bacias terciarias de agua doce dos arredores de Ouro-Preto
(Gandarela e Fonseca) - no lama 3°, 1884, pags. 95 e 114 com duas
estampas.
- Noticia sobre os cascalhos diamantiferos, contendo acido pbospho-
rico, alumiua e outras terras da família do cerium - no mesmo tomo,
pags. 197 a 202 e no BuUetin da sociedade mine?'alogica de França
tomo 7°, 1884, pags. 179 a 182. E' um estudo chimico sobre algumas
variedades das lavra'> dos minerios de diamantes.
222 I-I:E

- Noticia relati va a um zoolitho de uma rocha pyroxenica ela


baciado Abaeta - no dito tomo, pagos. 205 a 211 e no citado BuUet:n
tomo 7°, pags. 32 e segs. E' um estudo cllimico do mineral e rocb t da.
serra da matta da Curda.
- Esttlclo elos mineraes que acompanham o diamante 00. jazida de
Sa10bl'O (provincia d'l. Bal1ia) - no dito tomo, p.1gs. 219 a 227 ; 00
Bulletin ela socieiade mineralogica de França, tomo 7° e ~nos Comptes-
Rendus, tomo 93°, 1884, plgS. 1446 e sags. O dr. Gorceix ellumem
onze especies caractel'ÍsticclS, ela formação das Cjl1aes corindon e anda-
1uzita não tinham sido reconheciuas em outras iavras.
- E.tudo ohr'e:lo monazita e a xeuotill1i1 do Bt'azil - no tomo 4&,
1885, pags. 29 0.48. Ih ainda. no Comptes Rendtts varias escriptos.
seus, como
- Sur les sables a 1TIuoazite de Caravellas, province de Bahia;
(Brasil) - no tomo 100\ 1885, plg'S. 356 a 358 e tambem no BuZletin.
da sociedade mineraloJica de Fl'a.nçu, tomo 8°, 1885, pags. 32 a 35.
- Sur le xenotime ele Minas GSl'MS ( Bt'asil ) - no tomo 10Zo, 1836,
pags. 1024 a 1026.
- NOUVIYtU memoire SUl' le guisement du eliamant á Gram-Ylogol,

provinceLle Minas Get'a'3S (Bra,"il) - no tomo 98°, 188,1, pags. 1010'


e 101 J.

Henrique Gued s de Mello - Filho do commendadoI'


Umbelino Guedes de Mello e de doua Auror,\' Umbelina Gomes de Mello e
natural úe Pernambuco, a doutor em medicina pela faculdade da Babia ;
cirurgião oculista do hospital d03 laz~lI'os, do bospital de marinha, do
118Spicio nacional de aliena.dos, e de algumas associações beneficente,
da c1pital fOi.leral ; membro funda.dor da sociedade de medicina e cirur-
gia e delta vice-presidente, e membro correspondente de varias asso-
ciações medicas estl'angeiras. Apenas formado, apresentou-se em
concurso a cadeira de francez no lyceu da. Bahia a, depois de exercer
a clinica em S. Paulo, foi á EUl'opa, onde applicou-se à opbhtalmologia
e foi assistente da clinica do celebre professor Landolt. Escreveu:
- Pathogenia da diabetes asstlcarada; Auscultação do cOI'aç'ão'
Hemorrh-lgias puerperaes; Veritlcação dos obitos : these, etc., para o
doutorado. Bahia, 1878,152 pags. in-4•.
- Origem da lingua france;a ; Quaes os empregos e construcções do
relativo Bn 1 tbe3e de concurso á cadeira de francez do lyceu provin-
cial da Bahia. Bahia, 1882, 69 pags. in-4°.
- SU?' tl-ois noUVeatlX instrnments ::l'opbthalmologie - Na Uniaa
Medica os. lO, II e 12 de 1884 e 5 de 1885.
I-'lE

- Lesões ocula?'es, na~aes e auriclllares da lepra, pelos Drs. Guedes-


ele Mello e Azevedo Lima. Rio de J.meiro, 188 - Este trabalho é um
extracto da Revista Brasileira de Ophthalmologia, us. I 2 e3 de 18 8 ;
é o l''lsultado da observação de 48 doentes d':l bospital dos lazaros do
Rio de .Janeiro. Tive <t seguiute tràducção ;
- Oeber das Vorkommeu der einzelnen Lepraformen, sowie deI"
Erschoenungen au Augen, Nase un ll Ohren. Resultate der Untersu-
chungen von 48 Fij,llen aus dem Lepra. hospit(tl in Rio de Janeiro von.·
Dr. Azevedo Lima und Guedes do MeUo. Aus dem Portugiesbchen
ueb rzetzt von Dt'. Adolph Lntz. SondeI' Abdruck (tus l\Ion(ttshefle··
fuI' Pt'aktiscl1e Dermatologie, 60 Band., 1887, Nr. 13 u. 14. Leipsig.
- Esgoto liqueracto?', pelos drs. Felicio dos Santos e Guedes de·
Mello. Parecer apresentado á Sociedade de medicina e Cil'Ul'gia na..
sessão de 25 de maio de 1888 - Jo Boletins da mesma sociedade, 1888..
- Un nouveau blepharostal. Communicação verbal, feita ao 100
congresso internacionallle medicina e cirurgia. Berlim, 1891.
- Retinite albtwünu?·ico.. Rio de Janeiro, 189·1 - Foi publicada..
antes no Bmsil JIedico ns. 10,21,22,28 e 35 de 1893. O dr. Guedes
de Mello tem collaborado nos Boletins da sociedade de medicina e·
cirurgia, na Revista d~ Ophthalmologia, na União Meelica, no Brazil,_
na Revista Bra~ilica ele 01Jhtalmologia, no . .1nm'ario lWedico Bra~i-.
leiro e nos Annales d'Oct!li tique, de Paciz, e fundou e redigiu a
- Revista BI'a~ileiTa de Op.'It!talmologia. Rio de Janeiro.

I-Ienrique Guilherllle Fernando Half'elcl-


Filho de Carlos Augusto TheophiJo Halrelel, nasceu em Hunnover ai
23 de fevereiro de 1797, naturalisou-se br,lzileiro em 18·10, e fulJecel1
em Juiz de Fora, Minas Gel'aes, a 22 de novemlJl'o de 1873. Deu-se em
sua patria aos estudos de engenharia de minus e militou conÍl'a Napo--
leão I com o posto de capitão, sendo ferido na batalba de ·Waterloo_
Vindo para o Brazil em 1825, foi empregado como engenheiro da.
comp'lnhia de mineração de S. José d'EI-Rei, d'onde pa,sou para a de
Coog-o-Socco, depois para a da serra de Cocaes e em 1836 para Ouro-'
Preto como engenheil'o chefe da provincia de Minas, e neste exercicio
esteve quatorze anllOS, durante o qnaes reaJisou muitos e impor-
tantes trabalhos. Serviu durante a revolução de 1842 como capitão de'
artilharia de commissão, começando por assestar bocas ele fogo pam.
deresa da c::rpital em val'ios pontos e sendo elogiado por occa ião do
combate do arraial de Santa Luzi(t. Foi mais tarde encarregado da:
exploração do rio de S. Francisco e seus afiluentes; foi tenente-coronel
da guarda nacional, e exerceu no municipio de Juiz de Fora, para,
224 HE

a fundação de cuja cidade trabalhou muito, varias cargos, como o de


juiz commissario da medição de terras publicas e de vereador da
camara. Era official da ordem da Rosa - e escreveu :
- Relataria concernente :1 exploração do rio de S. Francisco desde
a cachoeiea de Pirapora até o oceano atlantico durante os annos de
1852, 1853 e 1854 por ordem do governo imperial. Rio de Janeiro,
1858,234 pags. in-fol. - Foi depois publicado com o atlas sob o
titulo:
- Atlas e I'elataria concernente a exploração do rio de S. Fran-
cisco de de a cachoeira de Pirapora até o oceano atlantico, etc. Rio de
Janeiro, 1850, in-fol. - Esta obra foi enviad~ a diversos paizes da
Europa. Contém este trabalho, além do relataria, o seguinte: Trinta
grandes folhas em que vem traçado o curso do rio de S. Francisco na
escala de 1:71.250; A planta da cachoeira do Sobradinho, que passa
pelo lagar denominado Caixão no braço septentrional do rio de S. Fran-
cisco; A planta especial da barra do dito rio; A planta geral do dito
rio na escala de 1:712.500 j O perfil longitudinal do curso deste rio
desde a cachoeira de Pirapara até o oceano atlantico; A planta da
cachoeira de Paulo A:ffonso, escala de 1:3.300; A planta do rio Gr'ande
desde a vilIa de Campo-Largo até sua confluencia com o rio de S. Fran-
_cisco, fronteiro à villa da Barra do Rio Grande, na província da Bahia,
escala de I :71.250, e duas vistas da Cachoeira de Paulo A:ffonso. Deste
trabalho, em summa, sahiu ainda uma parte na Revista Brazileim,
isto é :
- Visita de S. M. L o Sr. d. Pedro II a cachoeira de Paulo A:tronso,
pelo dr. Fr'anci.sco José da Rocha e descripção da cachoeira, por
H. G. F. Halfelel - no tomo 3°,1850, pags. 93 a 111.
- Die Bl'asilianische Provinz Minas Geraes. Original[Kart nach den
offiziellen Aufnahmen des civil-ingeuieurs H. G. F. Halfeld, 1836-55,
. unteI' Benutzung altereI' Vermessungen und Karter gez vond Frie-
drich Wagner. Gotha, 1862 - Vem na descripção da viagem feita á
provincia de Minas por J. J. von Tschudi, a quem o autor dera uma
cópia. Freder ico Wagner collaborou como desenhador da provincia.
Esta carta é a mesma que o engenheiro Henrique Gerber publicou
como sua, dando-lhe maior escala, e sendo por isso agraciado com o
titulo de cavalleiro da ordem da Rosa. E' o caso em que se póde
dizer: « Hos ego versiculos feci, tulit alter' honores. 1>
- Planta do arl'aial de Santa Luzia e de suas immediações, etc. -
Esta planta, em que se mostra clara e minuciosamente como se deu
o ataque em que o autor foi ferido, foi feita por ordem do general
Barão da Caxias, sahiu na « HistorÍ<t da revolução de Minas em 1842 »,
HE 225

de Bernardo Xavier Pinto de Souza, de quom tratei no tomo lo deste


livro, e tambem na «Historia do movimento politico que no anno àe
1842 teve lagar, etc. »pelo conego J. A. Marin 110.

Henrique Isidoro Xavier de Brito - Fez o curso


da antiga academia militar, e serviu no corpo de engenheiro, oude
tinha em 1825 o posto de coronel, parecendo-me que reformou-se no
de bl'igadeiro e que falleceu antes de 1844, visto que no almanak
desse anno já não se acha o seu nome. Exerceu neste posto o cargo de
director geral das obras publicas da provincia do Rio de Janeiro, e como
tal escreveu:
- Relatot'io geral da directoria das obras publicas da provincia do
Rio de Janeiro durante o anno de 1840, apresentado em janeiro de 1841.
Rio de Janeiro, 1841, 40 pags. in-4° - Sei que ha outros trabalhos
seus ineditos, como:
- Informação sobre o aqueducto para o chafariz do campo de
Sant'Anna. 1816 - Cópia de 7 fis. in-fol., pertencente ao archivo
militar e exhibida na exposição de historia patria.
- Conta dos trabalhos feitos pela commissáo encarregada do levan-
tamento e melhoramento da carta topographica da provincia (do Rio
de Janeiro) em 1827 e 1828 - Original in-fol., idem.
- Nivelamento da cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, do
campo da Acclamação até o mar, tirado em 1828 - Idem.

Henrique Jorge Rebello- Filho de Domingos Jose


Antonio Rebelio e pai do dr, Eugenio Guimarães Rebello, já men-
cionados neste livro, nasceu na cidade da Bahia no anl10 de 1814 e fal 4

1eceu em 1879, bacharel em direito pela faculdade de Olinda, desem-


bargador da relação daqueIla cidade e cavaIleiro da ordem da Rosa.
Foi deputado ii. 15a legislatura na vaga deixada pelo deputado João
José de Oliveira Junqueira, eleito senador, e escreveu:
- Memorias e considerações sobre a historia do Brazil. Bahia,
1836, in-8 0 - Foi reimpresso na Revista do Instituto, tomo 3D·, 1867,
até ii. pag. 42. O autor assignala como causas de não desenvolver-se
a população do Brazü: l°, o pequena numero de proprietarios re·
lativamente ao numel'O de mercenarios; 2°, o crescido numero de
grandes proprietarios relativamente ao dos proprietarios de segunda
ordem; 3°, a exorbita.ncia e inalienabilidade das riquezas ecclesias-
ticas e o celibato dos padres; 4°, os direito e impostos excessivos
e a maneira violénta de sua arrecadação; 5°, a corrupção dos
costumes.
i5
226 HE

Henrique José da Silva - Pintor da casa impel'ial e


lente de desenho da academia de bellas-artes, ahi tambem serviu o
cargo de director, e nesse exercicio escreveu:
- Reflexões ab"el)iadas sobre o projecto de plano para a academia
imperial de bellas-artes, que se diz composto pelo corpo academico.
Rio de Janeiro, 1827, 14 pags. in-8°.

Henrique Koster - De origem ingleza, mas nascido em


Portugal em 1793, falleceu em P03rnambuco em 1827, brazileiro POl'
ter adherido ii. indepeDLlencia. Viajou pe~as provincias do norte do
Bl'azíl, e escreveu:
- Tral)els in Brasil. London, 1816, iu-4" com eslampas coloriLlas -
Ddste livro salliLl segunda e·jição, augmentauil, London, 1817, dous
volumes com estampas e uma carta geographica.

I-I:enrique Lopes - I!'ilho do general José JO'1.qnim Ro-


drigues Lopes, Barão de Mattoso, e nascido no Marànhão, é doutor em
medicina pela faculdade de Bruxellas e em cirurgia pela de Pariz c ca-
valleiro da ordem porl ugueza da Conceição de Villa-ViÇOSl\. Escreveu:
- Des fractures du radius et du róle pbysiologique du liguement
inleresseux de I'avan~·bl'as: the3e paUL' le doctorat en cirul'gie et
soutenue le 2 tiout 1860. Pariz, 1860, in-4°com duas estampas.
- Das "ottwas do perineo na mulber: these de sul!\ciencia, apre-
sentada á faculdade de medicina do Rio de Janeiro, a 23 de novem1.Jro
de 1860. Rio de Janeiro, 1860, io-4°.

I-I:enrique Luiz de Azevedo Marques - Filho


de José Xavier de Azevedo Marques e dona Joaquina Eufrazia Xavier,
e nascido em S. Paulo a 24 de abl'i1 de 1835, falleceu a 30 de agosto
de 1880, bacharel em mathematicas e sciencias physicas pela escola
central, majúr do corpo de engenheil'os á disposição do ministl'o da
agricullura, commercio e obras publicas; e cavalleiro <1a ordem de
S. Bento de Avíz. Serviu primeiro na provineia do Rio de Janeiro e
depois na de S. Paulo. Escreveu:
- Projecto de caminho tle feri'O de Campinas ao Ampal'o e Mogy-
mirim. Systeml\ mixto de MI'. Larananjat. S. Paulo, 1872.
- Compendio de met,·ologia. S. Paulo.

Henrique Luiz ele Tiem.eyer Bellegarde-


Filho de Candido Norberlo Jorge Bellegilrde e de dona Maria Antonia
de Niemeyer e pai de Guilhel'me Calldido Bellegarde, de quem já
I-IE 2'2:7

occupei-me, nasceu em Lisboa a 12 de outubro de 1802 e faUeceu em


Cabo-Frio, provincia, hoje estado do Rio de Janeiro, a 21 de janeiro de
1839. Vindo p:lra o Brazil com sen pai, que era militar e acompanhara
dom João VI quando este principe para aqui transCel'iu a cÓl'te pOl'tu-
gueza, começou no Srazil o curso de mathematicas com praça DO COl'pO
de artilharia, sondo promovido a segundo tenente em 1818, a prim~iro
tenente em 1820, e no anuo seguinte acapitão-Jjudante do governador
de Moçambique. Voltando dessa cJmmissão em 18Z2, adhel'iu li. iurlepeu-
lleneia, concluiu seus estudos Da acaLiemi,l milital', e em 1825 foi á
EUl'opl\ apel'Ceiçoar-se nos mesmos estudos POl' con ta uo goveruo impe-
rial, regl'e sando com o titulo Lie bllcbal'el em leltms p~lft uuiversidade
de Pal'iz, e o de engonheil'o geograplto e de pontes e cal~adas pela.':l
escolas lh\ mesma cidade, tendo deseu vol vido uma a pplica\ão tal,
que o celcbl'e engeuheiL'o Puissant, seu mestl'c, escreveu ao ministro
daguert'a, pedindo-lhe que o fizesse tomar a Pariz, afim de acompanhai-o
nos tl'abalhos da nova cal'ta da França, então na maior actividade.
Era major do corpo de engenheil'os, caval1eil'o da ordem de Chl'isto,
sodo do instituto h.istol'ico e geograplJico brazileiro, e eSCl'eveu :
- Resumo da. bistoria do Brazil até 1828, tl'aduzida de F. Diniz,
COl'recta e augmentada, etc. Rio de Janeil'o, 1831,260 pags. in-8u -
Este Iiveo, o1ferecido ao geueral Manoel Autonio da Silveir.. Sampaio,
é oscripto sobre o que publicara Diniz na Fl'ança e não uma traducção
propriamente, como poe motlestia diz o aulol'; é dividido em
seis partes ou epocas, sendo a primeira «O Bl'azil antes da conquista »,
ex teau ha ao resumo Cr,lUcez. Segunda edição, augmen tada. Rio de
Janeieo, 1834, 28Z pags. ln-8°. Nesta occasião foi o livro adoptado pelo
govel'no como compendio escolar para. a instrucção publica. O autor
quando falleceu preparava uma nova ediç1Lo muito augmentada e enri-
quecida Li~ DOVOS dados e observações corograpbicas ; mas seu irmão, o
finado couselheil'o Pedro de Alcantal'a Sellegarele, publicou, não só a
terceira edição em 1845, como a quarla em 1;:,55, ambas no Rio de
Janeil'o, sendo esta de 296 pag;;. iu-12°. A bibliotbecu, nacional possue
deUa um exemplar com muitas aunotações e accrescimos da penna do
dito conselheiro para uma quinta edição, que tencionava publicar.
- Relatorio da quarta secção das obras publicas da provincia do
Rio de Janeil'o, apresentado á respectiva directoria geral em agosto
de 1837. Rio de Janeil'o, 1837,70 pags. in-8°.
- J1femoria solJl'e as pontes suspendidas. 1826 - Abre-se este
escl'ipto com um oflicio do Barão de Lages, servindo-lhe de preracio.
Foi escripto quando o autor estudava em Pariz e se achava inedita em
poder de seu fi lho.
228 I-I:E

- Memoria descriptiva tlos clistrictos de POl'cheville, Mésieres e


Epson. 1826 - Tambem inedita, em poder do mesmo seu fill1o.
- Resumo das lições de geodesia, acompanhado de estampas. 1826
- Idem.
- Dissertation UI' la reduction des angles observés aux centres in-
visibles et inaccessibles des station . 1825 - Idem. Ha algumas cartas
suas, como:
- Carta geo-hydrographica da ilha e canal de Santa Catharina. Rio
de Janeiro, 1830, lith. do al'chivo militar. om,795xo m ,398.
- Planta gel"at das fortificações da provincia de Santa Catharina,
levantada por H. L. de Niemeyer Bellegarde e J. da V. Soares de
Andréa. 1830. om,693xo m,517 -Existe a cópia á aquarella no mesmo
archivo.

Henrique de Mag·alh.ães - Filho de Antonio Valentim


da Costa Magalhães e irmão do doutor deste nome, de quem me occupei
no lo volume deste livro, nasceu na provincia, hoje estalo do Rio de
Janeiro e exerce um lagar na companhia Educadora. Escreveu:
- Sonetos de toda Cal'. Rio de Janeiro, 1884 - O periodico O Paiz,
annuncil.tDdo a proxima publicação deste livro em seu numero de 4 de
outubro de 1884, dli, á estampa tres desses sonetos: Miniatura; Origem
da purpura, a Urbano Duarte j Mut1ções.

Henrique l\'.Iarques de Oarvalho - Filho de José


Marques de Carvalho e irmão do doutor Maximiano Marques de Carva-
lbo, de quem adiante occupar-me-hei, é natural do Rio de Janeiro e
bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo. Foi promotor publico
de Jac.1reby e depois em Piracicaba; advogou nestes lagares e actual-
mente advoga em Dous Corregos, comarca de Jahú, tudo do estado de
S. Paulo. Cultiva a poesia, e escreveu:
- Os bl"ados da patri,l. S. Paulo, 1865, III pags. in-8° - São 22
composições poeticas. Ha outras e tambem artigos em prosa, publicados
em periodicos.

Henrique Maze - Nascido na Inglaterra e brazileiro por


naturalisação, falleceu antes de 1848. Foi professor de inglez no antigo
collegio de Pedro II e escreveu :
- Nova gmmmatica ingleza, extrahida dos melhores e mais moder-
nos grammaticos. Rio de Janeiro, Typ. de La.emmert - Este livro, que
tem mais de 300 paginas, é precedido de um tratado sobre a pronuncia
ingleza.
229

Henriqu.e ~!:idozi - latura1 do Rio de Janeiro, falleceu a


1 de setembro de 1889, sub-director da tel'ceira directoria da secretaria
do imperio, membro honorario da academia imperial de bellas-artes,
membro da associação dos homens de lettras do Brazil, official da aca-
demia de França, commendador da ordem da Rosa, cavalleiro da ordem
romana de S. Gregor!o Mag'no e condecorado com a 3" classe do busto
de Simão Bolivar. Escreveu:
-Poesias selectas nos diversos generos de composições poeticas para
a leitura. recitação e analyse dos poetas portuguezes. Rio de Janeiro,
1871, in-8° - Foi fundador e um dos redactores da
- Revista Brazileira. Rio de Janeiro, 1879-1881, la tomos, de 624,
522,437,544,522,501,471,528,523 e 493 pags. in-4°.

Henrique MOl~eira de Carvalho- aturaI do ~io


de Janeiro, onde falleceu a 20 de novembro de 1749, foi mestre em artes
pelo collegio dos jesuitas e doutor em canones pela univer idade de
Coimbra; exerceu varios cargos e prestou bons serviços à diocese.
Escreveu:
- Noticia dos prelados e bispos da igreja fluminense - Nunca vi
esta obra; mas sei que ao bacharel Joaquim José Pinheiro muito serviu
para suas Memorias ecclesiasticas.

Henrique Morize - Brazileiro por naturalisação, é formado


em mathematicas e a tronomo do observatorio nacional. Escreveu:
- Obsel'vatorio do Rio de Janeiro. Esboço de uma climatologia do
Bl'azil. Rio de Janeil'o, 1891, 15 pags. ín-4° - Tem ao lado a traducção
em francez. O Brazil ahi é dividido em tres grandes zonas: I", tropical,
comprebendendo o Amazonas, Pará, Maranhão, Piauby, Ceará Rio
Grande do Norte, Pal'abyba e parte de Goyaz e Matto-Grosso; a 2",
sub-tl'opical, comprehendendo Pernambuco, Alagôas, Bahia, Sergipe,
Espirito Santo, Rio tle Janeiro e uma parte do littoral de S. Paulo; a
3", temperada-doce, comprebendendo os demais estados.

r-I:enrique Raffard - Filho do con ui geral da. Suissa


El:Igenio Emilio Ratrard, descendente de emigrados francezes, Raífard
e Lafonte de Montelimart, nasceu no Rio de Janeiro a 26 de dezemhro
de 1851. Indo para a Europa na idade de oito annos, fez sua educação
litteral'ia em Genebra e em Pariz, onde seguiu um cur-o de sciencias
matbematicas que não concluiu, por ter ordem de preparar-se para o
commercio, a que efi'ectivamente dedicou-se, depois de viajar dous annos
na Allemanba e na Belgica. Por conta de seus chefes percorreu o
230 HE

territorios t\umineme e paulista: vh;iton a Bahia e Pel'nambuco;


abriu uma casa. commercial em S. Paulo e depois tornou-se industrial.
Obtendo em 1881 licença do governo para montar um engenho central
de assucar e alcool de canna em S. João de Capival'Y, S. Paulo, orga-
nisou com~anhia em 1882 com séde em Loncll'es, sendo delh\ represen-
tante e gerente, e em 1883 estava fundada a villa Rarrard e prompto o
estabeler.imento. Em 189J contribuiu para a organisação da companhia
Agricola Brazileira e por duas veze" geriu o consulado geral da Suism.
E' soc~o do instituto hislorico e geJgraphico brazileíro, da sociedade
de gcographia de Lisboa, do instituto geographico argentino e do
atheneu de Lima. Escl'eveu, além de tr,~balhos em jornues e alglU1s
ineditos:
- La Colonie Suisse de Nova Friburgo e1 la. Societó philanthropique
suísse de Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 210 pags. in-8° com varios
mappas instructivos - Neste livro trata ainda o aut('r de outras cc-
10nias, precedendo ao assumpto noLicias histcricas sobre o Brazil, dosde
dona Maria 1, e da politica de dom João VI, quanto á immigração.
- A industria saccaripllera no Brazil. Rio de Janeiro, 1882,65 pags.
in·8°- Foi vertido para o inglez por VV. H. Barber e publicaclo em
Londres em 1892.
- Projecto de uma estral.la de ferro do Porto dos Lençóes do rio
Tieté ao Salto dos Dourados no rio Paranapanema. S. Paulo, 1884.
- Plano de colonisaçt!o em Theresopolis, prov!nciado Rio deJaneiro.
Rio de Janeiro, 1887, 37 pags. in-8°.
- C1'ise do aSSUCa7' no Brazil. Rio de Janeiro, 1888,99 pags. in-SO.
- Relatorio do jw'!/ da secção dos assucares d(~ pI'imelt'a exposição
especial brazileira de assucal'es e vinhos, inaug'urada a 5 dl3 janeit'o de
1889. Rio de Janeiro, 1890, 59 pagil. in·8° com marras.
- Alguns elias na Paulicéa em 1890. Rio tle Jant:'Íl'o, 189Z, 104 pags,
in-8°- Foi publicado na Revista elo Instituto histol'ico, tomo 55", paga,
158 a. 258.
- Immígl'Clçr(O e colonisação no Rio de .raneil'v. Rio de Janeír o, 1892,
87 pags. in-8".
- O centro ela inllustl'ia e commercío de assucar no Rio de JaneiL'o.
Rio de Janeiro, 1892, 120 pags. in-4"- Contém um breve historico
desta associação e documentos relativos á industrias asaucareira e
vinicola do Brazil.

I-l:enrique do R.ego Barros - Filho do senador Conde


da Boa Vista e da Condessa do mesmo ti tulo, e natural da província de
Pernambuco, falleceu a 23 rle julho de 1885 ao chegar ~\P porto do Recife
ME 231

o paquete norte-americano A.dvance, no qual sahira dias antes do Rio


de Janeiro, já. doente. Era bacllarel em direito pela faculdade de Olinda,
cavalleiro da ordem da Rosa, socio do instituto archeologico e geogra-
phico pernambucano, e sendo nomeado pl'Gcurador fiscal da thesouraria
de fazenda daquella provincia, serviu o logar ele inspector da alfan-
dega tio Para. e na da Bah;a, e ultimamente o de sub-director da
directoria do contencioso do thesoul'o nacional. Escreveu:
- Apontamentos sobre o contenciúso admillislt'ativo e sobre os
privilegias e prerogativas da administração nos contractos e lt'ansacções
que celebra como poder publico. Rio de Janeiro, 1874, 678 p:lgs. in-4°
- Esta obra é offerecida ao Visconde do Rio Branco.
- A guerra intitulada elos 1JIlasc..~tes " seguida de noticia dos gover-
nadores ele Pernambuco, depois da retir.lda dos hollandezes - Não soi
si foi publicada; o manuscripto, porém, foi pelo autor offerecido ao
instituto archeologico de Pernambuco em 1865.

Henrique Roberto R.odrigues - 8i não nasceu na


provincia do Maranhão, ahi viveu muitos annos e publicou as duas obras
seguintes. E' sómente o que posso, por agoro, dizer:
- Os m!Jste/"ios da inquisiçiio e outras sociedade;; secretas tia
Hespanllo, por V. de Fereal, com I1nuotações historica'3 e uma intro-
ducç<'lo de M. de 'Cueudias e os fragmentos de uma carta de M. Edgar
Quinet relativamente á. mesma obro. Tl'aducção de 8. R. R. Mar.lllhão,
1847 e 1848, 2 vaIs. in-8°.
- Um galucho, por C, P. de [Coch. Tl'aducção. Maranhão, 1849,2
vols. in-8'.

Henrique Rodolp"ho Baptista - Filho do c'Lpitão


de mar e guel'l'ü. Henrique Antonio BapUsto, de quem faço menção
neste volume, e natural de 8ant.t Catbarina,'ê doutor em medicina pela
faculdade do Rio de Janeiro e adj unto da cadeira de clínica obstotl'ic.:L
e gynecologica da mesma fuculdade. Escreveu:
- AJ!lJUI'ismas da aOI'lu; Das quinas; Dos indicações e conlrn.-indi-
C.lçõ. do esvelsiam"lllto dos ossos iPdl'ica.l'llite: these apresentada, etc.
pal'a receber o gl'áo de doutor em medicina. Rio de Janeil'o, 1880, 70
pags. in-4 0 •
, - QUI"etta espheriaa: memoria apresenta'la á academia nacional de
medicina. Rio de Janeiro, 1894 - O autor apresenta uma cUl'etta de
sua invenção, que pôde ser empregada CJmo moJitlcadora, exploradora
ou de~truidora da mucosa uterino, e occupa-se de alguns pOlltoS de
gynecologia. .
232 HEl

Henrique IS-tepple-Naturalde Pernambuco, foi empregado


na caixa de amortização, na secção de contabilidade, de que pediu
exoneração, ha uns quatro annos. Escreveu:
- Os theatros. Rio de Janeiro, 1886, in-8° -E' um livro de critica,
de cerca de 200 paginas.
- Contos ophidios. Rio de Janeiro, 1880. in-8°-São cont03 ver-
dadeiros, diz o autor, e entre elIes está, como figura do primeirô plano,
a mulher. Redigiu:
- Gryplws: revista litteraria, humoristica e illustrada. Rio de
Janeiro, 1886, in-fol. de tres caIs.

Henrique Valladares - Natural do Piauhy e nascido


a 15 de março de 1852, é doutor em sciencias physicas e mathe-
maticas, tendo feito o curso de engenharia pelo regulamento de 1874;
coronel do corpo de estado-maior de primeira classe, lente da escola
militar e preFeito da capital federal. Foi com mandante da escola
militar do Rio Grande do Sul; faz parte do conselho de instrucção da
escola pratica do Rio de Janeiro. Escreveu:
- P?'ojecto de lei administrativa do regulamento geral para a
Maçonaria brazileira, apresentado pelo Gr. '. Secr.·. Ger.·. da Ord.·.
Rio de Janeiro, 1892, 46 pags. in-4° - E' redactor chefe do
- Boletim do Grande Oriente do Brazil: jornal oflicial da Maço-
naria brazileira. Publicação mensal. Rio de Janeiro, in-4° - De seus
escriptos neste jornal citarei:
- O papa e a maçonaria - no n. 11, janeiro de 1892, pags. 369 a
374, endo antes publicado no Jornal do Commercio.

Henrique Venoso de Oliveira- Filho do conselheiro


Antonio Rodrigues Velloso de Oliveira, que fàra natural da provincia,
hoje estado de S. Paulo e muito servira a sua patria, como ficou dito no
artigo que escrevi a seu respeito, nasceu na cidade do Porto a 17 de
dezembro de 1804, quando seu pai a}:li sE\rvia na relação, e falleceu em
Pariz em 3gostQ. de 1867. Vindo para o Brazil com cinco annos de idade,
tornou á Portugal, afim de ml1Íl'icu lar-so no curso de direito da univer-
sidade de Coimbra, onde formou-se, regressando em seguida ao imperio
em 1824. Entrando na classe da magis.tratura, exerceu o cargo de
juiz de fóra da càrte e ú de presidente do senado da camara e outros
até o de desembargador da relação de Pernambuco, tendo antes ser-
vido na Bahia como intendente do ouro e presidente do tribunal do
commercio. Dominado de ex-1:essivo amor ás sciencias e ás artes, fez de
Pernambuco, com licença do governo, uma viagem pelos paizes mais
UE 233

cultos da Europa, e depois, sempre ancioso de accumular maior somma


da conhecimentos a03 que já possuia, pediu e obteve sua aposentação
na magistatura e tornou ás suas excursões cientificas, na' quaes n.ppli-
cou-se tambem aos estudos da medicina que praticou com proveito.
Desde estuclante se distinguiu por sua excessiva applicação, e sua illus-
tração é comprovada por variadas obras, que escreveu e de que
fazem parte:
- Substituição do trabalho dos escravos pelo tra.balbo livre no
Brazil por um meio suave e sem difficuldade. Obra oíferecida á nação
brazileira e precedida de uma allocução ii. assembléa geral legislativa.
Rio de Janeiro, 1845, in-8°.
- Reflexões acerc:l. do estado de finanças no Brazil e meios de
melhorar e pagar a divida publica. Rio de Janeiro, 1846, in-8°.
- Arte nova de conservar a viste. em bom estado até a extrema
velhice 'e de a restabelecer e vigorar quando s enfraquece, ou con-
selhos ás pessoas que teem os olhos fracos ou demasiado sensíveis; se-
guidos de novas considerações sobre a causa da myopia ou vista curta,
pelo dr. J. H. R. Parise. Trarluzida da 3a edição. Rio de Janeiro,
1848, 142 pags. in-8°.
- Philosophia ]Jopula?' de MI'. de Tayac, traduzitla e annotada. Rio
de Janeiro, 185(l, in-8°.
- O perfeito jogador de xadrez ou manual completo deste jogo, di-
vidido eDl duas partes, thcorica e pratica, extrahido dos melhores
autores, ordenado, etc., e aCCl'escentado com 40 fios de partidas e casos
difficeis do jogo. Rio ele Janeiro, 1850, in-8°.
- Aclditamento ao tratado do jogo do xa<lrez que tem por titulo o
Pel"("eito jogad01' de xad"e;;, feito no me 'rno tratado pelo seu autor, etc.
Rio de Janeiro, 1851, in-8".
- O magico apparente, seguido do manual do magneti ador. Rio de
Janeiro .... in- ".
- O mysterio da Jansa das musas, desenvolvido e publicado por um
catholico; traduzido em portuguez. Rio de JaneÍl'o .... in-8."
- Arte 'Ze nadar, P0l' Furbl'Y, traduzida do francez. Rio de Ja-
neiro .... in-8 0 •
- Arte mnemonica de leitura mUSical ou decifração das notas em
todas as claves e po ições, accrescentada com a solução de varias diffi-
culdades e embaraço que se oppoem ao estudo da musica. Rio de Ja-
neiro, 1853, in-8°.
- Compendio da arte da guerra, seguido de um appenJice contendo
um manual completo de tnctica e de estrategia. Rio de Janeiro. 1853,
in-8°.
234 I-l:E

- A lwmceopathia posta ao alc:1llce de to:los~ contendo a exposição de


seus prillcipios e ue suas leis e modo de o.pplicação, pelo UI'. Glluré,
traduzida da quiotlt edição e accl'escentada, etc. Rio de Janeiro, 1851,
119 pags. in··8".
- O medico elo pouo, insteucção populal', pelo dr. MUl'e, tl'at1uzielo
elo francez. Rio de Janeil'o, .... in·8°.
- Manual de anatomia de B)sser, tl'aduzido elo fl'ancez. Rio de Ja·
neiro .... in-8".
- S!Jstema ele mllte)'ia medica, vegetal brazileira. COIl tendo o cata-
logo e classifica.ção de todas a.s planto.s bra.zileiro.s, conhecidas; os seus
nomes em lillgua naciono.l o com illdividuação do mocIo por que são
cha.mado.s em di vers~s 10C<.'\,lidades; sua nomenclo.tura botanica, sua
habitàção e usos conhecidos; obre. utilissima e instl'uctiva, extrahida
e tratluzida das obl'as de Ch. Fred. Phil. de l\I,wcius. Rio de Jaueil'o,
1854,284 pags. in-8°.
- As marauilha.~ da sYlllpathia e do magnetismo ou revelações da
força maguetica ua natureza, tr,.duzidas do allemão. Rio de Janeil'o,
1854, i11-8°.
- A prese)'vaçcio pessoal: tratado meJical sobre as doenças dos
orgãos ela geração, resultantes dos habitas clandesti nos, dos excessos ela.
mocidade ou do contagio, COI11 observações praticas sobl'e a impotencia
, prematura; s3guido da arte do se cur,\[' a si mesmo nas molestias ve-
nereas; iIlustrado com estampas ano.tomicas, pelo dr, Samuel Lamert;
traduzido do inglez sobre a 40" edição. Rio de Ja,neil'o, ... , in~8n.
- Ct"'SO elementa)' da liogua all"mã elll oito lições. Rio de Ja.oeil'o,
, ... in-8°,
- G)'ammalica rl'ance.za de L~omontl, tl'üduziun. com varios accC's-
sorios. Rio de Janeiro, 1854, in-S".
- Jltlonogl'ophia da canna de assucar da China, chamada sOl'g'ho
mccadfero, ou o fabrico do assucar, do rhl1m, do vinho, da cidra, da
cêra, do pão e de muitos outl'OS productos ao alcance de todos, pelo
dr. Adl'iano Sicard, traduzida e accrescen taua com varias reflexões e
notas. Rio de Janeiro, 1857, 132 pagos. in-8° com nma estampo. colorida.
- In{ol'maÇao e noticia sobre o tratamento da rnorpbéa, conforme a
pratica seguida pela lllma. Sra. D. Muria. Luiza ele Bl'ito Sanches.
Rio de Janeiro, 1850, in-S". - Segunda edição, 1858, 13 pagos. in-S".
- Novo guia meclico homceopatha ou repertorio tl1erapoutico, pelo
dr. Hirschol, traJuzido do alIemão pelo dr. Leon Simon Juniol', e do
francez, accrescento.do com um artigo soLre molestias de pelle e um
indice rcmi~s:vr, explicativJ pelu desembargw:ll)I', etc. Rio de Ja",
~3iro, 1838, 353 P!!o3's. in-8°.
:I-IE 235

- Creaçcto do munelo ou explicação da, obra. d03 seis dias, pelos


abbades Duguet e Dasfeld, traduzida do francez. Rio de Janeit'o, 1858,
174 pags. in-8°, com uma estampa.
- Cathecismo histm'ico em compendio, resumindo a historia sagrada
e a doutrina christã de Fleury, elc. Terceiril, edição. Rio de Janeiro,
1858, io-8°.
- DCSC1"pçcio das armas de fogo porta.teis e do sabre de infantaria,
a que se accrescenta : Noticia sobre o estado actual das armas de
fogo, etc., com figuras e destinada a servir de instrucção a arte da
guerra, Rio de Ja.neiro, 1858, 54 pags. in-8°,
- j}Ianual elo chouriceiro e salcicheiro pratico em todos os sms
ramos, ou arte completa de fabricar com a maior pel'feição tarja quali-
dade de chouriças, salcichas, IinguiQ'1s, etc., traduzida da lingu;),
allemã, Rio de Janeil'o, .. ,. in-8°.
- Crimes espantosos. Relação historica dos acon tecimentos os mais
tragicos, attentados, mortes, assassiuatos, parricidios, infanticídios, etc.
Tl'aducção. Rio de Janeiro: 1830, dous tomos in-8°.
-A desencaminhada (La traviata): livreto de Francisco Maria Piave,
posto em musica por VerJi, traduzido, etc. Rio de Janeiro, 1855, In-8".
- Os H01'acios e O!t1'iaceos, tragedia Iyrica em 3 actos, de Salvador
Camarano, posta em musica por Silverio Mercadlwte, traduzido, etc.
Rio de Janeiro, 1856, 51 pags. in-8°.
- D. Sebastiúo, rei de Portugal, drama seria de Eugenio Scribe,
traduzido em italiano por G. Rufioi e em pol'tugliez, etc. Rio de Ja-
neiro, 1856, 95 pags. in-8°. - A tra.ducçã.o é um verao, com o texlo ao
lado. Do original fez Manoel de Mello, em Portugal, sen dra.ma lyl'ico
em 5 actos, D. Bebas/itto, que foi representado em Lisboa, no theatl'o
de S. Carlos.
- O Tl'ovador: drama IYl'ico em 4 actos, tl'a.duzido, etc. Rio ele
Janeiro, 1857, 75 p3.gs. in-8°, com o texto italiano - em verso rimado.
- El'/wai, drama lyrico em 4 act03 trad.uzido, etc. Rio de Janeiro,
1858, 69 pags. in-8°. - com o texto italiano.
- A fmniUeL Briançon, ou o cu.mpo, a fabrica e a hel'dade: nal'1'a-
li-vu. ftuniliar, dedicada á mocidade da cidude e do campo, por L. J assisu,
traduzida, etc. Rio de Janeiro, 1853, 23 paga. in-12°.

Heraclio Dacio do Rego Lopes - Filllo ele Ma-


. nosl José Lopes e nascido no Recife, Pernambuco, no anno de 1865,
falleceu no Rio de Janeiro a 24 de outubro de 1890, viclima. de urna
congestão pulmonar, quando se prepal'ava para receber o grilo ele
~?utor e~ medicina e p:'\.ra unir-se em matrimonio a uma gen~it
236

donzella. Leccionava particularmente para ter meios de cursar a facul-


dade de medicina e para sustentar sua familia. Actividade inexce-
divel, intelligencia rara, fazia-se estimar, pelas bellas qualidílodes de
que era dotado. Escreveu:
- Pontos de botanica segundo o actual progl'amma da faculdade
de medicina, pelo dr. Oli vio Gon trand, comprehendendo os pontos XTl
a XXIX da mesma faculdade. Rio de Janeiro, 1885, 120 pagil. in-8°.

D. Herculana FirD1.ina Vieira de Souza - E'


natural da provincia, hoje estado do Maranhão, onde exercia o magis-
teria publico como profes ora de primeiras lettras na villa de Curu-
rupú - e escreveu:
- Resumo da historia do Brazil desde seu descobrimento até a
acclamação de S. M. 1. (1500-1840) ; approvado pelo governo para uso
das escolas do 2° grão. S. Luiz do Maranhão, 1868, 151 pags. in-8°
peq. - E' em perguntas e respostas. !!iste livro foi bem recebido pelA.
imprensa do dia, principalmente pelo Semanal"io Mat"anhense. Teve
segunda edição no mesmo logar em 1880 e talvez outras posteriores.

Herculano Ferreira Penna - Nascido em Minas


Geraes em 1810 ou 1811, faUeceu a 27 de setembro de 1867, sendo
senador pela provincia do Amazonas, escolhido a 19 de ahril de 1853,
grande dignitario da ordem da Rosa, etc. Exerceu o cargo de secretario
do governo de sua provincia, natal, presidiu a provincia, que o elegeu
seu representante na camara vitalicia e mais sete provincias do
imperio, e representou a úo Para na cumara temporaria. Ha diversos
relatorios sens, escriptos na vida aelministrativa, como:
- Falia dirigida á Assembléa legislativa pl'ovioclal elo Amazonas
no dia 1° de outubro de 1853, em que se abriu sna segunda sessão ol'di-
naria, etc. Manios, 1853, in-8°.-Da pagina 92 em diante acham-se in-
teressantes noticias historicas da provincia em dous relatorios de explo-
rações: o primeiro por Serafim da Silva Salgaclo, do rio Purus; o segundo
por .João Rodrigues de Medeiros, do rio Macaxis. Escreveu mais:
- Discussrto rlo voto de graças: di enr, O pronunciado na camara
dos senhOl'es deputados na sessão de 23 de janeiro de 1850. Rio de
Janeiro, 1850, 87 pags. in-8°.- Discutindo ,1 resposta a falla elo
tl1rooo, o autor refere-se a actos ele sua administração na província, de
Perllfl.lTI buco.
- ExplO?"aç{io dos l.Iillueutes do Amazonas, 1855 - O original com
anootações marginaes ele 28 pags. in-fol., acha- e na bibliotlJeca
nacional.
HE 237

Herculano j)~arcos Inglez de Souza- Filho do


desemba:rgador M.'Lrco Antonio Rodrigues de Souza e nascido em 185
na cidade do Obidos, do Para, é bacharel em sciencias sociaes e
furidicas pela faculdade de S. Paulo j lent da faculdade livre de
scienciasjul'idicas e sociaes do Rio de Janeiro, e presilliu as provincias,
boje estados, de Sergipe e do Espirita Santo. Tomou pa,rte activa
desde estudante na imprensa jornalistica de S. P'c1ulo, fazendo parte
da redacção da
- Tribuna Liberal: folh,t politica, litter,tria e noticiosa. S. Paulo,
1876, in-fol.- e fundou e redig-iu a
- Revista Nacional de sciencias, artes e lettra. . Paulo, 1877
in-4°- com o doutor Antonio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e
Silva, professor da faculdade de direito. Escreveu depois:
-'Regulamento geral da instrucção pu1.Jlica da provincia de Ser-
gipe. Aracajú, 1881 - Neste trabalho insta o autor pelo ensino de
desenho nas escolas primarias, e para que não se obstrua a memoria do
alumno com nomenclaturas que nada significtm para o espirita infan-
til, nada adiantam. No Espil'ito Santo tambem reformou a instl'ucção
publica, sendo impresso o respectivo regulamento, as im como a secre-
taria do governo, o thesouro e a forca publica.
- O Co;'onel Sangmdo: romance. Santos, 1877.
- Historia de um pescador: romance, S. Paulo, 1876.
- O cacaolista: romance. Santos, 1876.
- O missionat'io: romance. Santos, 1888.
- Contos amasonicos. Rio de Janeiro, 1892.- Contém o livro: O
voluntario ; A feiti eil'a ; Amor de Maria; Aoauan ; O donativo do capi-
tão Silvestre j O gado do Valha-me Deus j O baile do judeu j A qua-
drilha de Jacob Patacho; O rebelde.

Herculano Venoso Ferreira Penna - Filho


do senador Herculano Ferreira Penna, de quem me occupei, ha pouco,
é bacharel em sciencias physicas e mathematica, engenheiro civil e
um dos fundadores do in tituto polytechnico brazileiro. Serviu no
exercito com praça a 12 de março de 1852, e cursou a antiga escola
militar, sendo promovido a alferes alumno em 1854 e a segundo
tenente de engenheiros em 1855. Desempenhou commissões impor-
tantes do govel'Uo, que o incumbiu de uma commissão na Inglaterra.
Escreveu :
- Relatorio do estudo comparativo dos dous alinhamentos da
estrada de ferro entre as cidades da Cachoeira e Alegrete na província
do Rio Grande do Sul, apresentado ao ministerio da agrioultura pelos
238 HE

emprezarios conselheiro Christiano Benedicto Ottoni, bacharel Caetano


Furquim de Almeida e engenheiro Herculano Velloso Ferreira Penna.
Rio de Janeiro. 1874,35 pags. in-4°.
- Memoria j~!Slificativa dos planos apresentados ao governo imperial
para a constl'ucção da estradt~ de fel'ro d(,) Porto-Alegl'e ó. Uruguayana
pelos concessionarios (os mesmos). Rio de Janeiro, 1875, 276 pags.
in-4°, com uma carta e mappas.
- Estrada de (erro de PJl'to-Alegre á UruguaYàna: Tabella das
areas das secções transvel'saes d03 córtes e aterros para ambas as
bitolas. Rio de Jc\neiro, 1876, 16 p:lgs. in-4".- Teve segunda ecUção
no Rio de Janeil'C', sem data, in-8".
- Estrada ele (erro D. Padro II (parte em tl'afego). Relatorio de
1880, apresentado pelo engenheiro director d[~ mesma estrada. Rio de
Ja.neiro, 1880, 132 pags. in-fol., com annªxos.
- CaI"la topogj'aphica do Mucury, coordenada e desenhada, etc. Gra-
vada na offlcina de Pinheiro & C.a e publicada com o Cm'j'eio Mel'-
cantil de 12 de outubro de 1859. Rio de Janeiro. 0Ill,90XO Ill ,680.

Hercules Floreuce - Nascido na Fl'ança, provavelffiente


no ultimo quartel do seculo 18", fetlleceu depois de 1877 em Campinas,
S. Paulo, onde fundou respeitavel família, casando-se com a filha do
notavel paulista Francisco AIvares Machado de Vasconcellos. Dese-
nhista, viajante e modesto escriptor, aliás de variado fundo de
instrucção; homem de indole muito inventiva e observadora - diz o
Vis~onde de Taunay, « imaginou diversos meios, todos engenhosos, de
imprimir; inventou a polygraphia, o papel inimitavel e, antes das
primeiras tentativas de Diepce e Daguerre, descobrira, pal'a assim
dizer, a arte que originou a photographia. Vi vendo, porém, no
interior de uma provincia, em que de certo não tanto lhe faltavam os
element03 com que proseguir em suas indagações, como principalmente
o incitamento da competencia e do applauso, deixou em rudimento
idéas que cumpria tornar realidade ou, quando as levou por diante,
achou que outros em mais felizes condições lhe tinham til'Udo o valor
da prioridade ». De seus escriptos só posso da r as seg'tin tes obras
traduzidas p910 mesmo Visconde:
- Esboço da viagem feita pelo Sr. ele Langsdorff no interior do
Brazil desde setembro de 1825 até março de 1829; escripto em original
franc3Z pelo 2° desenhista da commissão sci'JlJtifica Hercules Flol'ence e
traduzido por Alfredo d'8scragnolle Ta.ullay - Na Revista do Insti-
tuto, tomo 38", parte I", pags. 355 a 469 e parte 2", pags. 231 a30I, e
tomo 39", parte 2", pags. 157 a 182.
HE 239

- Zootomia : memoria escripta em francez no anno de 1829 e tra-


duzida em 1877 por Alfl'edo d'Escra.gnolle Taunay - Na mesma
Revista e neste tomo, p:1rte 2", p:1gs. 321 a 336, com muitas figuras
ou notas indicati vas da voz de varias animaes.

Hercules Octaviano Muzzi - Natural do Rio de Ja-


n':liro, nasceu a. 10 de março ele 1782 e falleceu a 27 ele setembro de
J8,11. Era. formado em medicina. e cil'urgia; cÍl'ul'gião da fD,milia de
sua magestade o Imperador do Beazil e depois honora,rio de sua impe-
rial camara; inspector da junta do instituto vaccinico; cavalleiro di1
ordem de Chri"to e membro honorario da sociedade ele me,Jicinfl, depois
academia. Escreveu;
- COl/zpendio sobl'e a vact;ina, precedido de uma historia abreviada
de sua pl'0l!agação neste imperi.o, e orrerecido á sociedade de medicina
do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1834, 23 pags. in-4° - Segunda
edição, J3altia, 1835, com I est. -~ ESC1'eveu depois;
- Revaccinaçüo - Na Revista Medica Fluminense, tomo 5°, pag. 44.

I~el"ll1enegildo Antonio Barbosa de Alm.eida


- Filho do major Caetano Vicente de Almeida e de dona Luiza Clara
Joaquina de Oliveira, nasceu na <:idade da Bahia a 13 de abl'il de 1815
e falleceu no Rio de Janeiro a 14 de junho de 1877. Fez o curso da
academia de marinha, assentando praça em 1830 como a~pirante a
guarda-marinha, a que foi promovido em 1832, e subiu successivamente
até ao posto de chefe de divisão; foi um dos officiaes mais iIlustrados de
nossa armada., e sinto que me falte espaço para dar noticia das com-
missões honrosa que desempenhou e de factos sympathicos de sua
vida, que constam de sua fé de officio. Era do conselho do Impe-
rador, membro etrectivo elo conselllO naval, olicial da ordelÍl do Cru-
zeiro, commendaelor da ordem ela Rosa e da de S. Ben to de Aviz,
condecorado com a medalha da campanha do Uruguay de 1852, sacio
honoral'io do atheneu paraense, sacio da sociedade liberal união bene-
ficente e ela, associação commercial b3neficente de Pernambuco, do
inStituto archeologico e geographico pernambucano - e escreveu, além
de varias artigos na impl'ensa perio:lica:
- Viagem ás villas ele Caravenas, Viçosa, Por·to-Alegre e aos rios
Mucury e Peruipe - Sahiu no lIfosa:'co, da Bahia, tomo 2", 1845-1846,
pags. 56 a 59, 78 a, 82 e 85 a 90, sendo reimpressa na Revista do insti-
tuto historico, tomo 8", 1846, pags. 425 a 452. Dão-se ahi noticias de
todos esses logal'es e dos costumes de seus habitantes, dos indios do
Iucul'Y e sua linguagem.
240 HE

Her.ID.enegildo Luiz dos Santos ~ erneck -


Natural de Vassoura" estado do Rio de Janeiro, alli fa11eceu em 1871.
Engenheiro civil pela escola central, exerceu algumas commi sões
como tal, e depois e tabeleceu-se no commercio da côrte com armazem
de sêccos e molhauos, onde ao cabo de ponco tempo o surprehemleu a
morte. Escreveu:
- Documentos officiaes. Exame do mappa do Amazonas, levantado
pela, commissão de demarcação de limites com.o Para. Pará, 1865,
in-fol. - Assignam tambem esta obra G. S. de Capanema eM. A.
Vital de Oliveira.
-Mappa do Sul do imperio do Brazil e paizes limitrophes, organisado
segundo os trabalhos mais recentes e pelos engenheiros civis H. L. dos
Santos Werneck e C. Kraus. Rio de Janeiro, Lith. do imperial insti-
tuto artistico, 1865. (Colorido.)
- Carta postal do Brazil, organisada pelos engenheiros civis C. Kraus
e H. L. dos Santos Werneck. Rio de Janeiro, Lith. do -imperial
instituto artistico, 1867.

Her:m.enegildo Militã9 de AI.ID.eida - Filho do


chefe de divisão Hermenegildo Antonio Barbosa de Almeida, de quem
acabo de tratar, e de dona Virginia Aurelia de :.1e11o e Almeida, nasceu
na cidade de Belem, do Pará, a 10 de março de 1860. Fez o todo curso
de direito na faculdade da S. Paulo, onde recebeu o gráo de bacharel,
sempre considerado como um dos estudantes que faziam honra a facul-
dade por sua intelligencia, applicação e proceder; querendo, entre-
tanto, obter o gráo de doutor, não foi approvada a these que apre-
sentou, pelo que foi á Pernambuco, em cuja faculdade, depois de
satisfeitas as exigencias da, lei, foi-lhe conferido o mesmo grão.
Apenas graduado doutor, foi nomeado substituto interino da primeira
secção do curso de sciencias e lettras da escola normal da côrte e
hoje é professor de uma das faculdades livres de sciencias sociaes e juri-
dicas do Rio de Janeiro e sub-director do patrimonio municipal.
Escreveu:
- Estudo de algumas questões constitucionaes. Rio de Janeiro, 1880,
182 pags. in-4° - Consta o livro de oito capitulos ~obre outros tantos
assumptos, sendo o lo sobre a responsabilidade politica e individual dos
ministros e secretarios de estado; e não só foi bem recebido pela im-
prensa de Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e S. Paulo, como foi
citado neste mesmo anno, sendo o autor estudante, em prelecção pelo
conselheiro Furtado, lente de direito administrativo da faculdade de
S. Paulo, e pelo deputado Fernando Osorio em sessão de julho, tambem
UE 241

de 1880, querendo mostrar na camara temporaria que o nivel daqueIla


faculdade não baixara com o ensino livre.
- O estudo do di;·eito. S. Paulo, 1881,71 p:lgs. in-8° - Foi pnbli-
cada por quatro collegas do autor, estudantes da faculdade, como se
vê de duas cartas que precedem o opnsculo.
- Estudo do § 7° do art. II do acto addcional - Vem no Direito,
revista de legislação, etc., tomo 24°,1881, n. 4. Como este escripto, ha
publicados em revistas, e sendo o autor estudante, muitos outros, como:
A instrucção no Brazil j O poder legislativo do Estado; A fusão j O
poder temporal e o poder espiritual; etc.
- Theses e dissertação, apre5entadas a faculdade de direito do
Recife para obter o gráo de doutor. Recife, 1883, 78 pags. in·8. ° - O
ponto da dissertação é: A existencia e o progresso da sociedade con-
tribuem ou não para augmentar a desigualdade de condições 1 E depois
seguem-se dous discursos: o que foi proferido pelo dr. Hermenegildo
na ceremonia da collação do grao, e o que foi proferido pelo professor
Dr. Tobias Barretto de Menezes. Da faculdade de S. Paulo só vi suas
- Theses. (Sem frontespicio e sem data, mas de S. Paulo, 1882)
8 pags. in-8.0

UerlD.enegildo da Silva Senna - Natural da Bahia


e empregado na caixa, economica deste estado, é poeta muito distincto e
repentista admiravel. De suas composições só me consta que publicasse:
- Luares e brumas: poesias. Rio de Janeiro, 1879, in-8°, com um
prefacio do dr. José Ferreira de Menezes-Como specimen de seus im-
provisos abi deixo um soneto que, uma feita, n'uma reunião de litteratos,
de amigos, em desafio poetico, eUe improvisou contra o distincto poeta
João Antonio de Freitas (veja-se este nome), que immediatamente re-
spondeu-lhe com outro soneto;

De bengala no bombro levantada,


Pernas bambas, andar de gafanhoto,
Exquisita, suja barba de minhoto,
De nojenta melena desgrenhada j

Momentos que só podem de um pancada


Sabir tanta porção n'um só arroto,
Maluco que devia andar á chato
E não ir ao Parnazo dar patada j

Vil, infame, terrivel plagiario


De Caldas, Byron, Lamartine, Elmano,
E de Muniz Barreto o caudatario •.•
16
242 RI

Eis o::; tI'aços fieis de um tal magano


Qne da, morte parece um mandataria
Na côr, nos gestos, lia f<111ar insano.

I~erJ!D.jllo Candido da Costa Alves - Natural da.


l)rovincia da Bahia e engenheiro p la escola central, actualmente
escola polyteclmica, tem desempenhado v:1rias commissões e dirigido
varias em prezas como engenheiro em diversas provincias do antigo im~
perio, como as do Espirita Santo, da Bahia, Alagôn,s e de Pernambuco,
e tem escripto por taes occasiões varias trablllhos, como:
- Estrada de ferro da Victoria para Minas: relataria apresentado
ao Ministro da agricultura, etc., conselheiro Thomaz Jasá Coellla de
Almeicla. Rio de Janeiro, 1876, 112 pags. in-4°, com uma carta.
- Breve noticia sobre a provincia de Alagôas, e memoria justifica-
tiva dos pla.nos organisados pelo engeuheiro Hermillo Alves, apresen-
tados ao governo para a construcção ua. estrada de ferro central da
mesma -provincia, etc. Rio de Janeiro, 1880, 141 pags. in-4.0 - g'
acompanhado este trabalho de uma planta, lilhographada neste!:pesmo
anno na escala de l: 100.000 do traçado da linha projectada e um dia-
gramma das distancias rectilineas entre Garanhuns e Ganho.tinho, e
Maceió e Recife. Dirigia o autor essa viação ferrea.

Herlnillo Duperron - Filho de pais fra.ncezes, como


seu nome indica, nasceu na provincia de Pernambuco, e é fúllecido.
segundo me consta. Fez em sua provincia todos os estudo de prepara.-
torios e d~t faculdade de direito, onde recebeu o gráo de bacharel no
anno de 1860. Era muito versado na lingua latina, distinguindG-S0
desde seus primeiros estuuos por sua excessiva seriedade. Escreveu:
_ Prelecções de João Gotllieb Heineccio aos elementos de direito
civil, conforme a ordem das Institutas, corrigidas, illustradas e all-
gmentadas por A. M. J. J. Dupin, doutor pela universidade de Pariz e
advogado nos auditorias da mesma cidade. Traduzidas do latim, em.
1" parte. P~rnambuco, 1857,248 pa.gs. in-8° - Era o tradllcto!." estll-
dante do 2° anno da faculdade nessa época.

I-lilario MaxiIniano Antunes Gurjão - Nascido


em Belém, capital do Parà, a 21 de fevereiro de 1820, faUeeea
a 17 de janeiro de 1869, em consequencia de ferimentos recebid.os no
combate de Itororó, na campanha do Paraguay, sendo brigadeü·o do
exercito; bacharel em mathematicas ; dignitario da ordem do GrllZeiro;
commendador da ordem da Rosa e cavalleiro da de S. Bento de A.m.
HI 243

Morreu combatendo pela patria, proferindo as palavras« Vejam como


morre um general brazileiro ». A' sua memoria foi levantada uma
estatua na cidade de seu nascimento. Escreveu:
- De 'cripçüo da viagem feita, desde a cidade da Barra do Rio Negro
pelo rio do mesmo nome até a serr.1. do Cucui, indo em commissão de
engenheiro por ordem do Exm. Sr. presidente da provincia, Conselteiro
Henrique FJrreira Pe!IDa. Rio Negro, 1855 - Sahiu tambem na Re_
vista do Instituto historico, tomo 18°, p:lgs. 177 a 189.

Hilario Ribeiro de Andrade e Silva - aturai


de Porto-Alegre, capital do Rio Granue do Sul e nascido no anno de
1847, falleceu no Rio de Ja.neiro a 1 de outubro de 1886. Dedicou-se
desde muito joven ao magisterio, e nesse exercicio passara, havia poucos
annos, para a côrte. No empenho de ser util á instrucção da infància,
com paz varias obras didacticas, taes como:
- Lições no lar (1°,2°,3° e 4° livros de leitum). Pelo tas, 1880, 4, vaIs.
in-8.0 - Estes livros tiveram tantas edições que em 1882 se publicou a
oitava de cada um delles, em 1893 a 28", havendo quem affirme que de
algumas apenas o frontespicio era novo. E' certo, porém, qlle os quatro
livros de leitura foram adoptados, nã.o só em toda provincia do Rio
Grande do Sul, como no Rio de Janeiro e nas provincias do sul
do imperio, recommendaudo-se elles pela ordem progressiva e bom
methodo. O l° livro consta do sillabario j o 2° de contos e dia-
logos; o 3° de conhecimentos uteis, e no 4° estudam-se os homens e ai
cousas.
- Geographia da l)rovincia do Rio Grande do Sul j adaptada ás
classes elementares, adornada de oito mappas coloridos e acompanhada
de noções sobre a America do Sul e a do Norte. Segunda edição. Pelotas,
1881, in-8°.
- Grammatica elementar e lições progressivas de composição, ad-
optada nas provincias do Rio Grande do Sul, Santa Catharina, Paraná,
S. Paulo, Rio de Janeiro e municipio neutro. Terceira edição, melhorada
e consideravelmente augmentada com novos exercicios de lexicologia,
orthographia e linguagem j exercícios ue invenção, estylo e sobre
synonymos. Porto-Alegre, 1882, 148 pags. in·8.0- Na cÔrte foi mandada
adoptar por aviso do Ministerio do imperio de 22 de ag-osto desse anno.
Possuo a setima. edição de 1887 e ha outras posteriores, do Rio de
Janeiro.
- Ca'"tilha nacional para o ensino simultaneo de leitura e calligra.-
pbia. Rio de Janeiro, 1884, 63 paga. in-8° - A setima edição é de 1886 ;
a duouecima é de 1888, ornada de gl'avuras j a decima oitava do mesmo
244 RI

anno ! Foi premiada com o diploma de primeira classe na exposição de


objectos escolares de 1887.
- Scenario infantil (novo segundo livro de leitura). Rio de Janeiro,
1884,106 pags. in-8°, com gravuras.- A setima edição é de 1887. São
contos e fabulas moraes.
- Na terra no mar e no espaço (novo terceiro livro de leitura). Rio
de Janeiro, 1885, in-8°, com gravuras.- Ho. mais edições, sendo a se-
tima de 1888.
- Patria e dever. Elementos de euucação physica e moral (novo
quarto livro de leitura). Rio de Janeiro, 1886, in-8.0 - Ha outras edições,
sendo a quarta de 1887.
- Ca,·tas sertanejas. Rio de Janeiro, 1885, in-8. °- Creio que é uma
reproducção tie artigos da imprensa diaria. Antes destas obras Hilario
Ribeiro publicou em sua provincio. algumas composições theatraes, como:
- Riso e lagrimas; drama.
- Aurelia e Lucinda: drama.

Rilario Soares de Gouvêa - Filho de Luca.s Soares


de Gouvêa e dono. Ignacia Carolina Soares de Gouvêa, é natural de
Minas Geraes ; doutor em medicina pela faculdade do Rio de Janeiro,
onde foi professor de clinica ophtalmologica; facultativo do hospital
da santa casa da Misericordia e do hospital de beneficencia portu-
gueza ; sacio instaUador e primeiro presidente da sociedade de medicina
e cirurgia da capital federal e membro de varias associações scientifieas,
nacionaes e estrangeiras. Depois de SUft formatura foi a Europa, onde
fez estudos especiaes sobre as molestias de olhos; foi chefe da clinica
de tues molestias na universidade de Heidelberg, e seu nome é citado
como au toridade em mais de um tratado sobre optalmologia na Ellropa.
Escreveu:
- Do glaucoma: Dos suecos digestivos; Estudo cbimieo-pharmaco-
10gico sobre a strychinina, veratrina e brueina ; Operações reclamadas
pelos tumores hemorroidaes: these, etc. Rio de Janeiro, 1866, in-4°.
- ContribuitioYlS to the pathology of burns of the cornea from lime.
Traslated for the German by Dr. Joseph Aub. Rio de Janeiuo, 1871,
27 pags. in-4°, com 1 est.
- A iridiotomia. Rio de Janeiro, 1875, 34 pags. in-4.0 - Foi tarnbem
publicado este escripto na Revista Medica, 1874-1875, pags. 163, 177,
203,217 e 246.
- Miscellanea ophtalmologica. Rio de Janeiro, 1887 - E' dividido este
livro em tres partes, contendo a ultima deUas uma estatistica de 33
casos de cataractas operadas na clinica da faculdade de medicina em
HO 245

1886 Este trabalho sahiu tambem na Revista dos cursos praticas e


theoricos da faculdade, anno 30, n. 2, dezembro de 1886.
- Discurso pronunciado na sessão inaugural do 20 congresso brazi-
leiro de medicina e cirurgia pelo seu presidente, etc. Rio de Janeiro,
1889, 19 pago in-4°.
- Hygiene publica. O saneamento da cidade do Rio de Janeiro. Re-
plica aos parecares do Ministerio da fazenda sobre o projecto dos
drs. Hilal'Ío de Gouvêa e Lima e Castro relativamente ao sanea-
mento do solo da cidade do Rio de Janeiro pela drenagem profunda e
calçamento estanque, seguida do parecer da intendencia municipal da
capital federal sobre o valor hygienico do referido projecto. Rio de
Janeiro, 1890, 50 pags. e mais 8 do parecer, que é do dr. José Felix
da Cunha Menezes.
- O contmcio de saneamento do solo do Rio de Janeiro. Rio de
Janeiro, 1891 - Contém a refutação do parecer da maioria da com-
missão de saude e de instrucção da camara dos deputados, da com-
missão de obras e colonisação e outros artigos referentes ao assumpto.
O dr. Hilario de Gouvêa tem em revistas muitos tl'abalhos, como :
- Resultai einiger Vel'suche über die Entschung der Ablõ~ung in
folge von Glaskorperverlust- No Archiv für Ophtalmologid, vaI. 150 ,
pago 244, com I est.
-Instituto ophtalmologico. Das anomalias da accommodação e refl'ac-
ção : conferencia feita a 19 de agosto de 1873 - Na Revista Medica,
tomo l°, uS. 7, 15, 17 e 24. .
- Contribuição para a therapeutica das ulceras da cornea - Idem,
n.20.
- Cont"ibuição para o estudo da hemeralogia e xerophtalmia por
vicio de nutrição- a Ga;eta Medica Brazileil'a, Rio de Janeiro, 1882,
pags. 13, 67, 9Z, 13,9 e 219, com I est. e tambem no Archiv tÜl' OpIL-
thamologie, vaI. 29", com I est.
- Maturação a,·tificial das cataractas: memoria lida na terceira
sessão do lo Congresso de medicina e cirurgia, realisado em 1888 - No
Relataria dest Congre soo

Hom.ero Moretzsohn Cam.pista. - Filho de Antonio


Leopoldo da Silva Campista e dona Emilia Moretzsohn Campista,
Dasceu na cidade de Campos, estado do Rio de Janeiro, é d.outor em me-
diciDa pela faculdade desta capital, foi deputado provincial, e escreveu:
- Os urubús do hospital : paginas da vida academica. Rio de Ja-
neiro, 1882, 117 pags. in-8 0 - E' um lívl'O de critica,e foi publicado,
sendo o autor ainda estudante.
246 :I-IO

Vantagens e inconvenientes da cremação dos cadaveres ; Dos al-


caloides cadavericos ou ptomainas de Selm; Estudo comparativo da
tal11a e da Iythotricia nos calculas vesicaes ; Vias de absorpção elos
medicamentos. Rio de Janeiro, 1882, in-4.o - E' sua these inaugural.
- Relato~'io apresentado á sociedade scientifica e litteraria Gym-
nasio academico pelo lo secretario, etc., em 28 de setembro de 1881.
Faculdade de medicina do Rio de JaneÍl'o. Rio de Janeiro, 1882,
24 pags. in-4°.

D. Honora-ta Minelvina Carneiro- Natural do


Piauby, cultiva a poesia e escreveu, além de varias composições que
tem jneditas :
- A Redempçero : poema em seis cantos e um proemio. Rio de
Janeiro, 1875, 37 pags. in-8°.

I-l:onorio Benedic-to Ottoni - Natural de Minas Ge-


raes, presbytero secular e vjgario de Carandahy, no estado de seu
nascimento, foi por varias vezes deputado à assembléa provincial e
escreveu:
- DisCtlrsO em acção de graças pela visita rle SS. MM. Ir. a capi-
tal da provinci:1 de Minas Geraes, pronunciado aos 31 de março ele
1881. Ouro Preto, 1881, 11 pags. in-4°.

Honorio Bicalho- Nasceu em Minas Geraes no anno de


1839, e falleceu no Rio de Janeiro a 5 de maio de 1886. Formado em
matbematicas pela antiga escola militar,Coi a Pariz, onde formou-se na
escola de pontes e cétlçadas, e tm'nou a Europa em 1873, ahi se demo-
rando cerca de quatro annos no estudo de varias materias, com especiali-
dade ele engenharia hydraulica. Exerceu di ver,;;o,;; cargos até o ele dire-
ctor geral das obras publicas do MinUerio da agricultura e por ultimo,
nomeado para proceder aos estudos da barra do Rio Grande do Sul ,apre-
sentou,ao cabo de nove mezes, um relatol'io prefixando seu projecto de
melhoramento definitivo da dita barra, o qua.l foi em tudo approvado
pelo notavelengenheiro, vindo da Europa á convite do governo imperial
para dar parecer sobre o assumpto. Escreveu:
- A estrada de fen'o D. Pedro II e sua admi oistração pelo estado.
Triennio de 1869-1871. Rio de Janeiro, 1872, 182 pags. in-4° gr.
- Estudos sobra a largura das estradas de ferro e a resistencia dos
,trens. Rio de Janeiro, 1877, 131 pags. in-4°.
- Melho)',zmento da barra do Rio Grande do Sul: relataria apre-
sentado ao governo. Texto., Rio de Janeiro, 1884,265 pags. ir.-fol.
HO 247

Melhommento da barra do Rio Grande do Sul, etc. Atlas. Rio de


Janeiro, 188'1 - Contém cartas, plantas, quadros, sondagens, etc., que
fAzem o complemento da obra acima. São 22 peças desdobraveis.
- Estrada de ferro de Cantagallo e o ramal do Rio Bonito. Rio de
Janeiro, 1881.

Honorio HerDleto Oarneiro Leão, Marquez de


Paraná - Filho de Nicolao Netto Carneiro Leão, nasceu em Jacuhy,
Minas Geraes, a 11 de janeiro de 1801 e falleceu no Rio de Janeiro a 3
de setembro de 1856, bacharel em direito pela universidade de Coimbra;
desembargador da relação da côrte; senador do imperio; presidente
do conselho e ministro da fazenda do gabinete que organisou a 6
de setembro de 1853; do conselho do imperador; conselheiro de es-
tado; otflcial da ordem do Cruzeiro; sacio do instituto historico e
geographico brazileiro, etc. Havia representado Minas nas tres 113-
gislaturas que precederam sua en tracla no senado; foi ministro da
justiça nos gabinetes ele 13 de setembro de 1832 e de 20 de janeiro de
1843; presidiu as provincias de Pernambuco e do Rio de Janeiro e
desempenhou uma missão do govemo no Rio da Prata. Genio concilia-
dor, amigo leal, fazia consistir sua principal força na sua palavra,
na soa firmeza, na sua lealdade. Além de varias relatarias na vida
administrativa, escreveu:
- Disctwso pronunciado na camara dos deputados na ses_ão de 19
de maio de 1832. Rio de Janeiro, 18 2, in-8°.
- Discurso que na camara dos deputados na sessão do dia 21 de
maio, discutindo-se o pl'ojecto de resposta a falIa do throno, proferiu,
etc. Rio de Ja.ueiro, 1855, 14 pag~. in-4° gr.
- Discu,'so que na camara dos deputados, na sessão do dia 26 de
maio, discutindo-se o projecto de resposta a falIa do throno, proferiu,
etc. Rio de Janeiro, 1855, 19 pags. in-fol.
- Discur-so do Sr. presidente do conselho na sessão da camara dos
deputados ele 29 de maio de 1855, discutindo-se o voto de graças. Rio
de Janeiro, 1855, 16 pags. in-8°.

Honorio de i\iouza Lim.a - ,Tascido em 1852 no Rio


de Janeiro) com 15 annos de idade, a 19 de fevereiro de 1867, assentou
:prae:1 no exercito, seguiu para a campanha do Paraguay, onde
foi promovido por actos de bravura a segundo tenente do arti~
lharia a 20 de fevereiro de 1869 com antiguidade de II de dezembro
de 1868, sendo reformado neste posto em 1874. Era commandante
do corpo de policia da provincia do Rio de Janeiro, quando procla-
248 HO

mau-se a Republica e actualmente exerce a advogacia em Angra


dos Reis. Escreveu :
- Noticia histot'ica e g'eographica de Angra dos Reis, precedida
de um bosquejo historico das descobertas da America e do Brazil. ,
Rio de Janeiro, 1889, com uma gravura representando a cidade de
Angra dos Reis, o mappa da estrada de ferro central e seus ramos em
trafego e projectados, o lazareto da bahia de Abrahão, o engenho cen-
tral de Bracuhy e o antigo seminario da Santissimn. Trindade de Ja-
cuecanga.
- Considerações sobre o systema de di:fi'usão directa, empregado
na industria saccharina.

Horacio Alexandrino da Oosta Santos - Fi-


lho de João da Costa Santos e dona Anna da Costa Santos, natural
da cidade de S. Miguel, em Alagôas, é negociante matriculado na
praça do Rio de Janeiro, e escreveu:
- Breves considerações sobre o nosso café. Rio de Janeiro, 1881
- E' um opusculo em que se procura demonstrar as vantagens
que resultarão á lavoura da exposição do café, e convida,se os
lavradores a coadjuvarem o commercio pela união, que ao mesmo
tempo lhes trará a consideração, que merecem, do governo do
paiz.
- Qttestões sociaes. Rio de Janeiro, 1882 - Consta es te livro de
uma serie de artigos, já publicados no Cruzei?'o, e depois correctos e
augmentados, acerca do congresso das vias ferreas do Brazil, da livre
concurrencia e do proteccionismo.

Horacio de Oarvalho - Natural de S. Paulo, onde se


tem dedicado ao jornalismo: redigindo o:
- Diario Popular. S. Paulo, 1888.
- Diario Olficial. S. Paulo, 1891-1893 -Fóra do jornalismo es-
creveu:
- O chromo: estudo de temperamento. Rio de Janeiro, (1), 1888,
485 pags. in-8".

Horacio J. Scrosoppi-Natural de S. Paulo ou de Minas


Geraes, nada posso por agora accrescentar a seu respeito, sinão que
sob o p~eudonymo de Aristara;os escreveu:
- A G?'ammatica anal'1jtica de Julio Ribeiro perante a critica.
S. Paulo, 1885,
- Aristara;os e o buzineiro do MercantiL 1886. Campinas, 1886.

I
HO 249

Horacio Nunes Pires - Filho de Amphiloquio Nunes


Pires e dona Henriqueta Julia Nunes Pires, nasceu na cidade do
Rio de Janeiro a 3 de março de 1855. Passando com seus pais para a
provincia de Santa Catharina, muito criança, estudou as primeiras
lettras com sua propria mãi, e aos dez annos matriculou-se nas aulas
de francez e de mathematicas do lyceu desta provincia, onde reside;
mas, sendo extinctas estas aulas no fim de poucos mezes, entrou para
um collegio dirigido por seu pai, no qual continuou seus estudos en-
cetados e cursou outros. Aos 15 annos foi nomeado coadjuvante do
engenheiro da provincia de quem teve elogios pelos serviços presta-
dos; em 1872 foi nomeado auxiliar da directoria da fazenda provincial;
ao cabo de dous annos passou a ser collaborador da secretaria da pre-
sidencia; foi promovido depois a amanuense, tendo feito os exames de
habilitação, e mais tarde a segundo oflicial - lagar que ainda exerce.
E' oflicial do corpo de caval1aria da guarda nacional da cidade do
Desterro, cultiva as lettras, revelando-se poeta desde seus primeiros
estudos de humanidades, e tem escripto:
- A peccad8ra: drama em sete actos, original. Desterro 1880,
147 pags. in 8°.
- Coração de mulhei': drama em tres actos - Vem nas Folhinhas
de Laemmert, 1879 e 1880.
- Helena: drama em cinco actos - Idem, 188!.
- Marietta: romance original - Vem em folhetim no Conservador,
1878-1879.
- Jurity: romance original - Idem na Regeneração, 1876-1877.
- Julieta: romance original - Idem no Artista, 1879.
- Rosinha: imitação -Idem no JOj'nal do Commel'cio do Desterro, 1880.
- Magdalena: romance traduzido do hespanhol - Idem no Conser-
vador, 1877-1878.
- lza : romance de Charles Ledimir, traduzido do francez - Idem
no Progresso, 1880.
- Suripian : romance traduzido do francez - Idem no mesmo pe-
riodico, 1880.
- A capa do j'usso : romance lraduzido do francez - lnedito. Como
este romance, sei que tom ineditos :
- Satan: drama em dous actos.
- Honra: drama em tres actos.
- Os bohemios : drama em cinco actos, traduzido do francez.
- Sogra: comedia em tres actos - Foi reprosentada pela 1" vez
no theatro Polytheama Fluminense a 21 de janeiro de 1888, por occasião
da kermesse em beneficio da associação de soccorros domesticas.
250 HU

- O Juca : comedia em dous actos.


- Na vespera do espectaculo : opereta em um acto.
- Dois republicanos: satyra. em um acto - As poesias de Horacio
Pires teem sido publicadn.s em avulso nos seguintes jornaes do Desterro:
Constitucional, Cacique, Typograplw, Regeneração, Conservador, Despe/'-
tado,', 1876-1877; Al"tista, 1881, etc. A maior p:trte de suas publicações
estão com o pseudonymo de Fulvio Co/'iolani. Ha; finalmente, de sua
penna os folhetins e variedades:
- Litteratura. Ohronica theatral (sob o pseudonymo H eluetius) -
na Regeneração, 1876 a 1878,

Hugo Leal - Filho do doutor Antonio Henriques Leal e de


dona Rosa Maria Vieira Leal, nasceu em S. Luiz do Maranhão a 21 de
julho de 1857 e falleceu no lUa de Janeiro a 16 de março de 1883.
Acompanhando em 1869 a seu pai, que, em consequencia de grave mo-
1estia, se passara com tOlla familia pal1a Lisboa, ahi estudou humani-
dades e matl'iculou-se em 1876 na escola de medicina. Neste mesmo
-anno passou para o curso medico de Pariz; mas, sobrevindo-lhe no
-elevador do Grande-hotel, um incidente, que ia causando-lhe a morte
-e que o prostrou de cama por espaço de seis mezes, não quiz mais con-
tinuar o curso encetado. Voltando á Lisboa, filiou-se no centro
Tepublicano federal, onde fez conferencias, dedicou-se á respectiva
imprensa e, tornando ao imperio, deu-se ao jornalismo com ardor
tal, que arruinou-lhe a saude sem mais remedio, apezar de pro-
curar os ares de Minas Gel'aes, aconselhados pela medicina. No al'tigo
politico, na noticia ligeira, na cl'itica littel'aria, no folhetim, em
toda parte, apparecia eutão, Além de collaborar na Revista dos Es-
:tudos Liw'es e na Vangua?'ela, de Lisboa, e fazer parte da redacção
da Gazeta ela Tarde, do Rio de Janeiro, onde creou diversas secções
como A ch?'onica do bem, Tangoes e gambiarras, Salões e boudoi?'s
- escreveu:
- Rosas de maio: poesias. Pariz, 1877, 178 pags, em 12.- E' uma
coUecção de suas poesias dos 14 aos 19 anuos j si tem, pOl' isso, algu-
mas incorrecções, tem de mistura. muita imaginação.
- Lucrezia: romance. Rio de Janeil'o, 1878, 2.28 pags, in-8°.
- Oamões e o seculo XIX: Lisboa, 1887 - Ha muitas poesias suas,
.esparsas por varios jornaes e revistas, e sei, por pessoa de sua familia,
Que deixou ineditos :
- Co"tedia dos vinte annos - A Folha Nova, annunciando a sua
morte, em 1883, diz que esta obra era a descripção da vida de estudante
~m Pal'iz e que ia seI' publicada por um amigo do autor.
251

- Rosa b?"anca : romance, 1874.


- O seminarista: romance, 1874.
- O hespanhol: romance, 1877.
- A filha do brazilei/'o : romance, 1877.
- A cruz: romance, 1875.
- Lau?"ita : romance, 1876.
- A enjeitada: romance, 1876.
- Plebea e pobre: drama, 1876.
- Cora: drama, 1876.
- Noventa e tre;; : drama, ertrabido do romance de Victor Hugo -
O manu cripta existe em poder de Josá Camillo Videira.

Hygino Alves de Abreu e SiIva - Natural de Minas


Geraes, falleceu a 13 de maio de l880, sendo doutor em direito pela
faculdade de S. Paulo, formado em 1859 e deputado á 17n le""islatura
geral. Foi por varias vozes deputado á assembláa provincial. Escreveu:
- Leis relativas à estrada de ferro Rio Doc e discursos dos depu-
tados Abreu e Silva e Rodrigues Silva, pronunciados na assembléa
provincial mineira. no anno de 1879. Rio de Janeiro, 1879, 68 pags.
in-4°.

I-:Iygino Correia Durão - Portuguez por nascimento,


mas brazileiro por naturaUsação, falleceu, ha annos, no Rio Grande da
Sul, onde foi negociante e depois contratante das estradas de ferro do
Rio Grande à Bagá. Escreveu:
- Caes no littoral da cidade do Rio Gran e. Rio Grande, 1867.
- Memoria justificativa sobre os estudos definitivos para a estrada
de f<3rro do Rio Gl'and~ do Sul ao entl'oncamento no Cacequy, man-
dados executar por etc. Rio de Janeiro, 1876, XIV-168 pags. io-4<>
com dous mappas.

Hygino José Xavier - aturai de S. Paulo, onde fal-


leceu, serviu no funccionalismo publico, na secretaria do governo ou
na thesouraria de fazenda, e com o doutor Victorino Caetano de Brito
foi nomeado para em com missão visitarem as colonias S. Lourenço, do
commendador Luiz Antonio de Souza Barros, e Martyrios, dI) senador-
Francisco Antonio de Souza Queiroz, ambas em S. Paulo, e conhecvrem
das queixas e reclamações uos colonos. Por esta occasião escreveram:
- Relato?'io da commissão encarregada de examinar as colooias
Martyrios e S. Lourenço da provincia de S. Paulo, 1873. Rio de Ja-
neiro, 1874, 188 pags. in-4°.
252 HY

- Hyppolito de Oalllargo - Filho de João José de


Camarg'o e nascido em S. Paulo no anno de 1850, é bacharel em scien-
cias sociaes e j uridicas pela faculdade desse estado, seguiu a carreira
da magistratura e, sendo nomeado juiz de direito de S. Simão a 2 de
março de 1878, exerc u depois o cargo de chefe de policia de S. Paulo,
e se acha actualmente em exercício em uma elas varaS da capital'
daquelle estado. Escreveu:
- Inauguração do novo templo da loja Amizade, em a noite de 4 de
janeiro de 1873 no valle de S. Paulo. S. Paulo, 1873, 123 pags. in-4°.
- Au?'as matutinas: poesias. S. Paulo ...
- Reforma eleitoral brazileira de 1881. Repertorio e annotações á
lei e ás instrucções, e formularias. S. Paulo, 1881, in-8°.
- Modos de responder quesitos nos julgamentos <lo jury. S. Paulo,
1889, in-8°.
- lI!onographiCls judiciarias. II. O casamento civil. S. Paulo, 1890,
in-8°.
- Pt'ojecto de organisação judicial do estado de S. Paulo.
S. Paulo, 1891, in-8. 0
- Novo codigo penal, acompanhado de notas theoricas e praticas,
destinadas a esclarecerem e a tornarem mais facil a applicação do
mesmo codigo. S. Paulo, 1891, in-8°. - E' seguido de um indice
alphabetico das materias, com as devidas referencias aos respectivos
artigos. E' um livro de grande utilidade ás pessoi1s alheias a sciencia
do direito.

:I-IYPI)olito José da Oosta Pereira Furtado


de ~.rendonça - Filho do alferes Felix José da Costa Furtado de
Mendonça e de dona Anna Pereira da Costa Mendonça e irmão de José
Saturnino da Costa Pereira, nasceu na colonia do Sacramento, onde
servia seu pai, a 13 de agosto de 1774 e falleceu a II de setembro de
1823, em Kenzington, arrabalde de Londres. Bacharel em leis e em
philosophia, sendo-lhe conferido em 1797 o brazão de armas com as dos
Costas c Pereiras, foi mandado aos Estados Unidos em 1798 como encar-
regado de negocias e esteve como tal em Philadelphia até setembro ou
outubro de 1800, tendo-se dado ao estudo de diversos ramos dEL cultura
do paiz, principalmente a do canhamo e a do tabaco. Em 1801 foi no-
meado director do serviço litterario da imprens:1 regia, em cujo cara-
cter foi á Londres, ahi fez a acquisição de diversas machinas e de obras
para a bib1iotheca nacional e, apenas chegado á Lisboa de volta dessa
commissão, foi preso pelo santo officio, por ser maçon, facto que eUe,
perante o nefando tribunal, confessou que era verdadeiro, accrescen-
253

tando 'I. não haver em Portugal lei que prohibisse a maçonaria. e por-
tanlo, não poder ser islo para eUe um crime, mas a consequencia da
liberdade, q lle tem o cidadão, de obrar o que não é prohibido por lei».
Essa declaração e o modo ilrme e resoluto com que respondeu aos
santos varões, exacerbaram-lhes as iras. Uma das vezes que compareceu
perante seus implacaveis algozes, sendo·lhe ordenado pelo inquisidor
que se ajoelhasse perante ene para dizer a doutrina, elIe disse que «um
dos pontos da doutrina christã, que aprendera, era que dos tre cultos
de latria, hyperdulia e dulia se devia dar só a Deus o culto de latria, no
que se comprehende ajoelhar com ambos os joelhos e que era um dos
maioref'l peceados tributar esse culto á creatura». E quando, depois de
tres annos de soft'rimento, ia ser lançado ás fogueiras, pôde Eyppolito
fugir dos carceres da inquisição trazendo comsigo os dous regimentos,
por que se dirigie eUa em Portugal, o velho e novo, que elle publicou
mais tarde, integralmente, com a narrativa de seus sotfrimentos. E~teve
occulto em Lisboa, até que pode seguir para o Alemtejo, disfarçado em
criado de servir; dahi passou á Hespanha, da Hespanha á Gibraltar e á
Londres, onde se estabeleceu, ensinando varias línguas, em que era
versado, passando por certo que sua fuga fôra alcançada pela maçonaria,
que comprara o guarda da prisão, o qual acompanhou-o na fuga. Fóra
da patria prestou serviços á causa da independencia, pelo que foi-lhe
por Dom Pedro I concedida uma pensão e a nomeação de agente do
governo brazileiro junto á côrte de Londres. Escreveu:
- Correio BmziLiense ou Armazem litterario. Londres, 1808 a
]822, 29 vols. in-4.0- Esta importante publicação, feita em fárma de
jornal, conquistou a gratidão dos brazileiros, influindo para nOSSl).
emancipação politica, e a admiração da posteridade, pelos transcen-
dentes assumptos, de que se occupava, como, por exemplo, a e~cravidão
no Brazil, que ahi é profligada. A' regencia de Portugal, porém, não
agradaram suas doutrinas; a principio procurou-se refutai-as; d~pois
foi prohibida a introducção e leitura do COloreio Braziliense sob penas
bastante severas, sendo essa prohibição reiterada pela terceira vez a
25 de junhQ de 1817. Divide-se o Correio Bmziliense em quatro
partes: Politica, Commercio e artes, Litteratur<t e sciencias, 1iscel-
lanea e novidades. Sahia em fasciculos mensaes, sem numero certo de
paginas, sendo publicado o lo a I de junho de 1808 e o ultimo em
dezembro de 1822.
- Narrativa da perseguição de Eyppolito José da Costa Pereira
Furtado de Mendonça, preso e processado em Lisboa, pelo supposto
crime de franc-maçon, contendo o processo do autor na intendencia da
policia e na inquisição, e os regimentos por que se governa o santo
254

officio, etc. Londres, 181 I, 2 tomos, 312 e 306 pags. in-4°, com o retrato
do autor revestido das insignias maçonicas - Nesta obra, tambem pro-
hibida em Portugal, silo omittidas as particularidades relativas á fuga,
porque com a exposição dellas Hyppolito comprometteria seus amigos.
Ea ahi, porém, o que basta para se conbecer a indole'perversa e feroz
do santo olicio, i porveotura alguem ha que possa duvidar das aber-
raçõos do espirito humano, ahi em pleno exercicio. Ha segunda edição
da Narrativa, com ligeira alteração no titulo. Rio de Janeiro, 1841,244
]lags. io-8l>.
- Descr:pção da arvore assucareira e da sua utilidade e cultura.
Lisboa, 1800, 36 pags. in-4°.
- DesC'ripção de uma machina para tocar a bomba a bordo dos
navios sem o trabalho de homen . Lisboa, 1800, in-4°.
- Ensaios politicos, economicos e philosophicos de Benjamin, Conde
de Runford, traduzidos em vulgar. Lisboa, 1801-1802, 2 tomos, in-io.
- Historia bj'eve e authentica do Banco tle Inglaterra, com disser-
tações sobre as notas, moedas do cambio e letras, por FI'. Fortune ;
vertida da 12" edição de Londres. Li boa, 1801, in-4°.
- l}[em01'ia sobra a bronchocelle ou papo na America Septen-
trional, :por Benjamin Smith Barton, traduzida do inglez. Lisboa,
1801, in-8°.
- Cartas sobj'e a Franc-maçonaria. Amsterdam, 1803 - Segunda
edição, feita sobre a original de Amsterdam e augmentada com duas
cartas, Madrid (aliás Londres), 1805, 136 pags. in-4.o Terceira, com a
indicação de segunda edição correcta, Pariz, 1821 in-8°. - Esta obra foi
publicada sob o anooymo, e um adversario acerrimo e figadal de
Hyppolito, o padre Jos' Agostinho de Macedo, é quem lhe attribue a
]laternidade della. A ser eIle com e:ffeito o autor dessas cartas, man-
dou-as imprimir, sem duvida, antes de entrar para os carceres da
:inquisição. Talvez sua prisão fosse o resultado da noticia deIlas, denun-
ciada por José Agostinho, que, como se sabe, já havia sido expulso da
<lrdem dos eremitas calçados de Santo Agostinho por ser li. vergonha, o
opprobrio da mesma ordem. Houve ainda quem attribuisse estas cartas
ao Duque de PalmelIa, que nunca foi maçon.
- Historia de Portugal, composta em inglez por uma sociedade de
litteratos, traslatlada em vulgar com as notas da versão franceza e do
traductor portuguez Antonio de Moraes e Silva e continuada até os
nossos dias, em nova edição (terceira). Londres; 1809, 3 tomos in-8°.
- Nova grammatica portugueza e ingleza, a qual serve para
instruir os poctuguezes na língua ingleza. Londres, 181I, in-8°. - Se-
,gnnda edição, revista e consideravelmente augmentada. Londres, 1818,
:I-IY 255

115 pags. in-4°, seguida de mais 119 pags. contendo um vocabl1lari()


das palavras mais usadas na conversação. Quando Hyppolito foi preso-
pelo santo oflicio, foram apprebendidos todo~ 03 papeis que lhe pertenciam
e varios escl'iptos de verdadeiro merito 'cientifico e litterario, que-
nunc mais appareceram; entretanto existem ainda desse tempo:
- Tratado sobre a origem da arcllitectura - publicado, segundo se
vê na Bibliographia Univers:l1 de Michand, na noticia relativa a esse
autor.
- Diario da viagem a Philadelphia em 17\)8 e Copiador e registro
~a correspondencia para e o governo durante a missão dos Estados
Unidos - cujos autogl'apho eyistem na bibliotheca de Evom, segundo
o catalogo de Ri vara, pag. 205.
- 1I1emol'ia sobre a viagem aos Estados-Unidos - publicada na
Revista do Instituto histOl'ico b;'a~ileiro, tomo 2[0, pags. 351 a 365. B'
escripta em Lisboa, na volh, do autor, e foi entregue ao ministro
d. Rodrigo de S'1uza Coitinho. Com a descripção succinta de suas
excursões, dá o autor noticia do que mais lhe attrahiu a attenção: o
tabaco, o canhamo, sobre os quaes escrevera duas memorias; as arvores
culti vadils pelos americano, entra as quaes e tão a arvore assucareÍl'a,
a Bobinia pseudo-acacia, a arvore da cêra, o pinheiro. e de outras couzas
como os prados artificiaes, machinRs, peixes, etc., sobre que enviou
ao Governo relatarias ou inf..Jrmaçõ s. Diz-se, e isso aflirma-se no
Con'eio Bra~iliense, tomo 170 de 1816, que Hyppolito se occupava,
quando falleceu, escrevendo:
- Bistoria do Bra:;il desde seu descobrimento até a immigração da
família real portugueza - Não foi, porém, concluida essa empreza, nem
consta onde existam os trabalhos realizados.

I-I:yppolito Perre't - I ascido na França e brazileiro por


naturalisação, fillleceu depois de 1850 com mais de 70 annos de idade
na cidade da Bahia, para onde emigrara por ser uma das victimas da.
revolução de 183 • Bacharel em direito, membro do Instituto de
França e cavalleiro da Legião de Honra, dedicou-se nessa idade a
educação da mocidade, dirigindo um collegio, onde leccionou mathe-
maticas a muitos jovens, que tiveram depois elevadíssima posição, e
por ultimo entrou no funccionalismo publico como stereometra da.
alfandega. Escreveu:
- Indios camaca1ts - Vem no Crepusculo, Bahia, tomo 1,0 ns. 4.
5, 7, 8, 9 e 12; tomo 20, n~. 13, 14, 17 e 18; tomo 30, ns. 2, 3 e 6..
não continuando a publicação, por cessal' neste numero o Q,'epusctllo_
Perret havia estado algum tempo entl'e os camacans, conhecia-os per-
256 IG

feitamente, como demonstra, e foi levado a eScrever esta historia para


defende l-os de accusações injustas, como a de um celebre viajante,
que os chamou de antropopllagos, dizendo que« escapara. de ser
assado» por eUes e outras falsidades.

Hyppolito da Silva - Natural de S. Paulo, me parece,


dedicou-se ao jornalismo em Campinas, redigindo uma folha. Depois
foi gll:1rda-livros na capital, donde ausentou-se por algum tempo.
De volta, tOl'nou ao jornalismo, collaborando na P?'ovincia de S. Pau,lo
e publicou diariamente composições poeticas apimentadas, que foram
transcriptas n'outras folhas do Rio de Janeiro. Redigiu:
- O Correio da Tarde. Campinas.... - Nesta folha escrevia Hippo-
lyto da Si! va um romance em folhetim, quando eUa cessou, por passar
á outro a typographia.
- O Estado de S. Paulo. São Paulo, 1890·1893 - Esta. folha e a
mesma Provincia de São Paulo, que mudou de titulo depois de pro-
clamada a Republica. Escreveu:
- Latifunctios : poesias. São Paulo, 1888, in·8.o - São poesias sobre
a eséravidão.

I
Ignacio Accioli de Cerqueira e Silva - Filho
do desembargador Miguel ,JoaqJlim de Cel'queira e Silva, nasceu em
1808, em Coimbra, donde veiu ainda na idade infantii com seu pae
para a Bahia ou nesta cidade, como affirma José Alvares do Amaral
no seu « Resumo chronologico e noticioso da provincia dflJ Bahia desde
o seu descobrimento em 1500 »), e falleceu no Rio de Janeiro a 1 de
agosto de 1865. Apenas com seus estudos de humanidades e na idade
de 14 annos tomou pa.rte na luta para nossa independencia, servindo
na milicin. civicu" onde subiu ao posto de ooronel chefe do legião,
no qual foi reformado, sem nunca pedir, nem exercer cargo u,lgum,
á excepção do de director do theatro de S. João, e o de chro-
nista do imperio, a que votou-se por gosto, consumindo toda sua
existencia e alguma fortuna que herdara. Indagador fervoroso dos
factos antigos e modernos, foi - como disse o dr. J. M. de Macedo,
um incansavel perscrutador do passado, e com a luz da critica via.jou
pelos escuros labyrinthos de tres seculos e, talvez mais difficil do que
IG 257

isso, ousou apreciar os acontecimentos cootemporaoeos, esmel'ilhn.ndo


a verdade entre os embuste, os tlesvi03, as SOmbril.5, e nas tempes-
tades, na. confusão, no c:lhos das paixões politicas. Depois de encanecer
no meio dos papeis poentos do velhos archivos e de ter dotado o paiz
de obras de iocalculavel merito, já duente e pobre, veiu para o Rio
de Janeiro com seu valiQso arsenal de notas e documentos continuar
a gloriosa missão, occupando um commodo no consultorio tIe seu
amigo o dr. A. J. de Mello Morae , oode morrou. Era commeodador
da ordem da Rosa, cavalleiro das do Cruzeiro e de Christo ; socio do
instituto hi torico e geographico brazileiro, da sociedade philosophicl\,
da sociedade litteraria, Ul\ sociedi.de polim4tica, tla sociedade ue agri-
culturn. commercio e industria e tla bibliotheca classica portuguoza da
Babia, da polytechnica pratica de Pariz e da tios antiquarios do
Norte da Dinamarca. Escreveu:
- Corogl'ophia paraense ou descl'ipção physica, historica e poli tieu
da província do Grão·Pará, Bahil, 1833, 3?í5 pags. in-4° - Sobre
este li vro escreveu o coronel J. J. Machado de Oliveira, 1)01' no-
meação do instituto historico, um juizo critico, comparando-a com o
eosaio corographico do tenente cOl'ollel A. L. Monteiro Baena.
- l1femol'ias hislOl'icas da provincb <la Babia, 1835-1852, 6 vols.
350,280,260,251, 220 e 208 pags. in-4° - O segulltJo e terceiro vo-
lumes fomlU publicado::. em 1836, o terceiro em ]837, o quarto em
1837, o quinto em 1843, e e te e o ultimo foram o.tl.'erecidos aú Impe-
rador D. Pedro 11 Em ]892 foi feita segun'la euição, precedida de uma
noticia biogl'aphica do autor e ac re~ceutalo com diver::.as notls por
Hypolito Ca iano de Andrade, [O vai. Babia, 22-IX.-408 pags. io-4°.
- ..d. restaw'oção da cidade do Salvador, Bahia de Todos os San tos,
no. provincia <la Bal1ia, pelas armas de D. Felippe 4°, rei das Hespanl1as
e Illdias, publicada em 1628 por D. Thomaz Tamoyo de Varga" tra-
duzida do hespl\nbol e addicionada com notas e uma carta topogra-
phica. Bahia, 1847, 296 pags. in-40. I

- II1{o1"maçao ou descripção topograpl1icl\ e politica do rio de


S. Fruocisco, escl'ipta em virtude das orueos imperiaes e apresenla1a
ao governo provincial da Bahia. Seguida de outra informação, que em
]807 der", o desembargador João RolIigues de Brito sobl'e os melho-
ramentos e interesses da agricultura, commercio e industria da mesma
provincia. Bahia, 1847, 161 pags. in-8° - A informação do coronel
Accioli teve segunda edição no Rio de Janeiro, 1860, 140 pags. in-8°
Essa informação foi-lhe incumbida por omcio do presidente da Bailio, de
25 de fevereiro de 1847 e entregue antes do dia 18 de março seguinte,
como se vê do officio da mesrra pre.idencia, desta data, louvando o
17
258 IG

autor pelo seu luminoso trl1balho e pela brevida.de com que foi
executado.
- Memor:a ou dissertação historica, ethnographica e politic l1 sobre:
Quaes eram as tribus aborigenes que habitavam a provincia da Bahia
ao tempa em que o Bf'azil Coi concruistado j que extensão de terreno
occupavam j quaes emigraram e para onde; emfim, quaes existem
aindae em que e:;tado ~ Ql1l11 a pn.rte da mesm:1 provincia que era
jã a este tempo desprovida ue mattas; quaes são os campos nativos
e qual o terreno coberto de florestas virgens; onde estas teem sido
destrui das e onde se conservam; quaes as madeiras precio as de que
abundam; e que qualidades de animaes a povoavam. Bahi~, 1848,
VlI-144 pags in-4.°- Foi tambem publicada na Revista do Instittlto,
tomo 12°, 1849, pags. 143 a 257.
- Ensaio corographico do imperio do Brazil, ojIarecido e consagrado
a Sua Magestade o Senhor D. Pedro II. Rio de Janeiro, 1854, 353
pags. in-8° - Assigna-o tambem o dr. Mello Moraes, com quem então
já mora va Accioli .
- Memorias cliaf'ias da guerrJ. do Brazil, por espaço de nove annos,
começando em 1630, deduzidas das que escreveu o Marquez de Basto,
senhor de Perna.mbuco, Rio de J.l.Deiro, 1855, 172 pags. in-8°-
Assigna-as t:;tmbem o dr. 1ello Moraes,
- Ensaio histm'icIJ, estatistico e geogl'aphico sobre o imperio do
Brazil. - Desta obra occupava-se 19nacio Accioli desde 1847, diz
Hyppolito C. de Andrade, e que deve existir em poder do dr. Mello
Moraes Filho. Como esta obra deixou inedita :
- Ristm'ia chorographica e contemporanea do imperio do Bl'azil,
escripta por determinação de SUJ. Magestade o Imperadol" o Sanhor
D. Pedro 11. Tomo 1° - Pertencia á bibliotheca do Imperador. Foi~
lhe incumbida, em 1849, como se vê do seguinte oflicio: « Ministerio
dos Negocias do Imperio -la Secção-Rio Janeiro, em 21 de abril de
1849 - Convindo que passe â posteridade, escripta por mais de um
escriptor coevo, a chronica de todos os acontecimentos notaveis do
imperio, occorridos desde o memol'avel dia 26 de fevereil'o de 1821:
lia Sua Magestade por bem incumbir a V. ~cê. de escrever esta im-
portante p<trte da historia do Brazil, esperando de suas copiosas luzes
que desempenhará satisC,\ctoriamente tão honrosa missão. O que
communico a V. Mcê., para seu conhecimento, prevenindo-o de que por
esta Secl'etaria de Estado lhe s3rão ministradas cópias authenticas dos
documentos neIla existentes, e se lhe mandarão facilitar oS que p)r-
ventura existam em qualquer outra repartição, á medida que V. Mce.
os precise consultar. Deus Guarde a V. MC9. - ViscGnú~ d~ Mon'c
IG 259

Alegre - Sr. Ignacio Accioli de Cerqueira e Silva - E~ta obra es-


teve na eÃ-posição de geogL'aphia Sul-Americana de 23 de fevereiro
de 1889.
- Relatorio dos tL'abalhos da Sociedade Philosopbica durante o
anno social, etc., recitado a 1 de outubro de 1843. Bahi\t 1843, 16
pags. in-4° - Ignacio Accioli collaborou no Mercantil da Bahia de
1841 a 1845 e redigiu:
- O Cabalista, jornal politico e litterario Bahia. 1844-1845.
- O Guarany, jornal politico, Iitterario e industrial. Rio de Janeü'o,
]853 - com o dr. Mello Moraes. Publicou, emfim, na Revista do Ins-
tituto Bistorico:
- Biographia de Jos' ELoy Pessoa - No tomo 4°, 1842, pags.
91 a 95. Sahiu antes na Bahia, 1841, io-8°.
- Biographia de José de Sá Bitteocourt Accioli - No tomo 60,
1844, pags. 107 a 111.
- BioSp-aphia do padre Manoel da Nobrega - No tomo 7°, pags ..
406 a 414.
- Biographia do padre José de Anchieta - No tomo 7°, 1845, pags •
.551 a 557.

- Ignacio Alcebiades VelIoso - Filho do coronel


Joaquim José Velloso e nascido na cidade da Bahia, é doutor em me-
dicina pelie faculdade desta c pital, serviu algum tempo no corpo de
saude da armada e exerce a clinica na cidade do Recife, Pernambuco.
Escreveu:
- Qual das theorias da digestão parece mais razoavel e em que
razões se basear,i, este j uizo'~ Qual a causa da frequencia da ascite
na Bahia ~ Qual é a stru tura intima do figado e qual a disposição dos
dHferentes vasos que entram em sua composição ~ Quando se póde
affirmar que houve envenenamento ~ tl1ese sustentada, etc., Bahia,
1855, in-4°.
- Breves considerações sobre as condições climaterícas, pro-
phylaticas e estatísticas da cidade do Recife - Na Ga.eta Medica da
Bahia, tomo 6°, 1812-1873, pags. 244 e seguintes.
- Apontamentos para a reforma do hospital Pedro II em Pernam-
buco - Na mesma revista e no mesmo tomo, pags. 5 e seguintes.
- O be~'iberi em Pernambuco - Idem, tomo 5°, 1871-1872, pags.
275 e seguintes.
- Breves considel'ações sobre a ilha do Nogueira (Pernambuco)
Inra :li edificação do asylo de alienados - 11em, tomo 7·, 1873-1874,
pa.,oos. 327 e 358 e seguintes.
~60 IG

- o aZ'lJeloz no tl'atu.mento das ulceras cancerosas - Idem, 1833 a'


1884, pags. 518 e seguintes. Tambem foi publicado na União Medica,
1884, pags. 120 e seguintes.

Ignacio AI vares Pint.o de A1J:neida - Natural


da Bahia.. falleceu em 1844, sendo do conselho do Imperador, guarua-
roupa da casa imperial, negociante d L praça do Rio de Janeiro,
deputado do tribunal do commercio, secretario da j unta do com-
mercio, fabricas e navegação, socio fundador da sociedade auxiliadora
da industria nacional e tambem do instituto historico e geographico
brazileiro. Fez parte de uma deputação nomeada por cidadãos da Bahia
para convidar frei Francisco de Santa Thereza de Jesus Sampaio a
recital' a oração funebre pelos assassinados nesta provincia, a 2
de maio de J822, e escreveu:
- Additamentos ás observações acerca do capim da Angola, ultima-
mente trazido e cultivado no Rio de J,tneiro. Rio de Janeiro, 1813, in·4°.
- Disc~wso que no faustissimo dia 19 de outubro de 1827, em que foi
installada a sociedade auxiliadora da industria nacional, recitou,
etc. R.io de Janeiro, 1828, 18 pags. in-4°.
- Estatutos da sociedade auxiliadora da industria nacional, pro-
movida em 1824 por Ignacio Alvares Pinto de Almeida, novamente
organisadu" na conformidade da provisão de 31 de outubro de 1825,
etc., Rio de Janeiro, 1831, 12 pags. in-4°.

Ignacio Antonio Dor.J;llond - Vivia pela época da


independencia, em Sergipe, donde era talvez natural e era presbytero
do habito de S. Pedro. Escreveu:
_ Oração grat!llatoria que pela feliz acclamação do senhor D. Pedro
de Alcantara, l° imperador do Brazil, etc., recitou na matriz da cidade
de S. Christovam de Sergipe aos 3 de março de 1823. Rio de Janeiro,
1823, 11 pags. in-4°.
_ Oração gratuZatoria que no dia 19 de outubro de 1823, sendo
acclamado protector e perpetuo defensor do Brazil o senhor D. Pedro
de Alcantara, etc., recitou na matriz da cidaçle de Sergipe. Rio de
Janeiro,. 1823, 11 pag. in-4".

Ig~cio Aprigio da Fonseca Ga.Ivão - Filho de


Antonio Elias da Fonseca GaIvão e nascido em Alagôas, falleeeu
em avançada idade na cidade da Bahia, a 23 de julho de 1841, sendo
coronel de milícias, lente de geographia do lyceu, membro da socie-
dade philantropica da mesma cidade, e cavalleiro da ordem. de
IG 261

Christo. Foi secretario do governo de Sergipe e do de Alagôas.


Compromettendo-se na revolução de 7 de novembro de 1837, foi
por isso preso e processado. Escreveu:
- Discurso recitado na abel'tura da aula de geographia e historia
no dia !ti de julho de 1835. Bama, 1835, in-4° - Consta-me que
é delle a publicação da
- Introducção da geograpbia brazilica, da parte que trata da
Bahia, composta por um presbytero secular do grão-priorado do Crato
e mandada imprimir para instrucção da mocidade bahien.se por um
professor da mesma. Babia, 1826, in-4°.

Ignacio Baptista de Moura - Natural do Pará e


engenheiro pela escola polytechnica, foi deputado á assembléa, então
provincial, durante o regimen monarchlco, e um dos collaborlldores
do importante livro:
- Estado do Pará. Apontamentos para a exposição universal de
Chicago. Belém, 1892, in-fol. - Ha abi de sua penna: Historia do Pará,
de pags.. 3 a 13, constituindo a primeira parte do livro, e a Industria,
o l° capitulo da quinta parte, pags. 109 a 115 com os desenhos da cathe-
dral (interior) ; do theatro da Paz (interior e exterior); do Hospital da
Misericorclia; do palacio estadoal e palacio do governo, e do jardim
das Mercês, com o monumento ao dr. Mãlcher. Escreveu nntes:
- Memoria sobre a estrada de ferro Madeira e Mamoré, apresentada
ao Congresso das estradas de ferro do Brazil. Rio de Janeiro, 1882.

Ignacio de Barros Accioli de Vasconcellos


- Filho de José de Barros Accioli e Vasconcellos e dona Anna Carlota
de Albuquerque e Mello, nasceu em faceió, capital de Alagôas, em 1847
e falleceu em Pernambuco a 31 de maio de 1879. Era sacio do instituto
archeologico e geographico alagoano. Estudava preparatorios no Recife,
quando, aos quinze annos de idade, lhe sobreveiu uma paralysia da perna
direita e depois outros so:trrimentos que o impediram de frequentar as
aulas e o martyrisaram durante toda a sua viôa. Escreveu:
- IZl'Usães perdidas: trovas plangentes. Maceió, 1868, in 80 • - Di-
'Vide-se em tres livros e contém 45 poesias.
- E.speranças mortas: rimasinsulsas. Maceió, 1873, in-8°.-Contém
24 composições.
- Glorias e desventuras ou O rimador alagoano: scena dramatica,
representada pela primeira vez e por seu proprio autor no tbeat1'o
maceioense em a noite de 1 de outubro de 1870, em beneficio da
actriz D. Izabel M. Candida. Maceió, 1871, in-12°.
262 IG

Ignacio de Barros Barreto - Filho do commen-


dador Ignacio de Barros Barreto e de dona Anna Maria Cavalcantí
de Albuquerque Bo.rreto, nasceu na provincia de Pernambuco em
1828 e ahi falleceu, sendo bacbarel em sciencias sociaos e jueidicas
pela faculdade ele Olinda, proprietario rural, sacio fundador e ge-
rente ela sociedade auxiliadora da agricultura de Pernambuco - e
escreveu:
- Memoria acerca da organisação elo novo governo represen ta-
tivo. Pernambuco, 1848, in-8°.
- Doze proposições sobre a legitimidade relig-iosa da verdadeil'a
tolerancia dos cultos, por Epllrain. Recife, 1864. 197 pags. in-8°-Na
Imprensa Evangelica, tomo 6°, 1866 pags. 65,73, 81, 89 e 97 e analy-
sado. esta obra em artigo sob o titulo: A questão de liberdade reli--
giosa no Brazil.
- ExposiçãO de varios pontos da doutrina das doze proposiçães de
Ephrain, por *"'*. Recife, 1865,52 pags. in-8°-E' no prologo que vem as
iniciaes do nome do autor.
- Sociedade auxiliadora da agricultura de Pernambuco. Relatorio
sobre o fabrico do assucar em Pernambuco. Pernambuco, 1876, in-4G•
- Sociedade auxiliadom da agricultura de Pernambuco. Acta da.
assembléa geral de 23 de abril de 1877 e relatorio do gerente, etc_
Recife, 1877, in-4°.
- Sociedade auxiliadora da agricultura de Pernambuco. Relatorio
. annual, apresentado em sessão ele 4 de julho de 1878 pelo gerente,.
Recife, )878, 67 pags. in-4° - Traz no fim um:artigo sobre o cafezeiro
.por João Fernandes Lopes.
- :Melhoramento do fabrico do assucar: Officio e relatorio dirigidos
ao presidente (da provincia de Perna,mbuco) sobre o contracto de 30-
de junho de 1874, concernente ao melhoramento do fabrico do assucar.
Pernambuco, 1874.

Ignacio Cardol3o da Silva - Nasceu em Capivary..


termo da comarca de Cabo-Frio, ele que foi vereador, na província
do Rio de Janeiro, no anno de 1773 e falIeceu a 11 de janeiro de 1844.
Cultivou a poesia, mas sb depois de sua morte foram por Antonio Gon-
çalves Teixeira e Souza C'ol1eccionadas suas producções e publicad3s
com o titulo de
- Ob?-as poeticas de Ignacio Cardoso da Silva, por um seu grato
amigo e alumno. Rio de Janeiro, 1846,74 pags. in 8° - precedidas de
25 pags. contendo a necrologia do poeta, pelo mesmo amigo e collec-
cionador.
IG 263

Fr. Ignacio da Conceição - Filho de Mancel Rodri-


gues Chaves, nasceu no ultimo quartel do seculo 17° em Belém, capital
do Grão-Para. Reli"'ioso da ordem dos carmelitas, professo em 1706,
estudou na universidade de Coimbra tbeologia, em que foi jubilatlo.
Voltalldo a patria, foi vigario geral e examinador synodal do bi pado
do Para; foi grande tbeologo e orador sagrado - e escreveu:
- Sermc10 de acção de graças na tarde de 13 de junho de 1743, cm
que se abl'iu e se dedicou a Santo Antonio a Igreja de seu novo con-
vento de Belém do Pará, concorrendo com a festa do mesmo Santo
a do Corpo de Deus Sacramentado. Lisboa, 1745, in-4" - Segundo diz
Innocencio da Silva, este sermão é notavel como documento historico.
- Resposta que deu a uma consulta, feita pelo cabido, sede 'Vacante,
na cidade do Para. Lisboa, 1741.

Ignacio da Cunha GaIvão - Nasceu em Porto Alegre,


capital do Rio Grande do Sul, a 24 dejulho de 1824. Bacharel em
leUras pela universidade de Pariz e doutor em matbematicas pela
antiga escola militar, serviu no corpo de engenheiros, e no posto de
primeiro tenente fez parte da com missão de demarcação de limites do
imperio do Brazil com o estado oriental do Uruguay. No dito posto foi
nomeado leute substituto, passando mais tarJe a cathedratico da refe-
rida escola, depois central e actualmente escola polytechnica, onde foi
jullilado e exercia o cargo de dit'ector, o qual, proclamada a Republica,
renunciou como cargo de confiança. Presidiu a provincia do Espirita
Santo e a de Santa Catharina; tem desempenhado varias commissões do
governo imperial j teve o titulo do conselho do Imperador; é official da
orilem cl a Rosa, membro do instituto civil tios engellheiros brazileiros,
do instituto polytechnico brazileiro, membro e presidente da aSEOciação
de S. Vicen te de Paulo. Escreveu, além de varios trabalhos no Jornal
do Comme?'cio, no Apostolo e em outras revistas de sciencias e lettms:
- Dissertaçeto sobre as superficies involtorias (enveloppes) apre-
sentada a escola militar do Rio de Janeiro, etc. Rio de Janeiro, 1848,
in-4° .
- Manual de emigrantes para o Brazil ou coUecção de disposições da
legislação brazileira, que lllaiS particularmente interessam aos e tran·
geiros que veem estabelecer sua residencia no Brazil; acompanbado de
algumas ta beUas estatisticas e de conversão de pesos e de um mappa
geral do imperio. Rio de Janeiro, 1865, 112 pags. in-8°.
- Estudos de emigl·ação: coUecção de arti~os publicados no COloreio
Mel·cantil. Rio de Janeiro, 18118, 82 pags. in-4°- Sahiram nesta folha,
1866, ns. 8,9, 11, 15, 16, 22, 32, 45, 49, 53,77 e 81.
264 IG

- Relatorio da agencia official de colonisação. Rio de Janeiro, 1868,


45 pags. in-fol., seguidas de varias peças demonstrativas - Compre-
hende o movimento de 1867 e, como este, ha ouiros relatarias desta
agencia, publicados quer em avulso, quer no Relataria do ministerio d~
agricultura.
- Pal'ecer da commissão de colonisação e estatistica (da Sociedade
Auxiliadora da industria nacional) sobre a questão: «Si cOllvira ao
Brazil a importação de colonos chins ~» Rio de Janeiro, 1870, 15 pags.
in-8°- Sobre esta questão ha de sua penna :
- Discurso proferido na Sociedade auxiliadora da industria na-
cional na sessão de 3 de outubro de 1870. Rio de Janeiro, 1870, 66
pags. in-8°- Este discurso foi continuado nas sessões de 17 de outubro
e 3 rle novembro.
- Parecer da secção de colonisação sobre a questão: « Quaes
os meios mais apropriados e convenientes para se obter o grande
clesideratum social da extincção da escravatura entre nós ~» Rio
de Janeiro, 1871, in-8° - Vêde Miguel Calmon Menezes de Ma-
cedo.
- Empreza promotora da emigração. Objecções apresentadas pelo
Diario do Rio de Janeiro e resposta, dos drs. r. da Cunha GaIvão e
Pinheiro Guimarães. Rio de Janeiro, 1872, 23 pags. in-8°.
- Parecer sobre as tabellns e tarifas do monte-pio geral - Acha-se
na Revista do Instituto Poly!echnico, tomo 15°, occupando 61 pa-
ginas.
- Relataria da associação de S. VicGnte de Paulo. Rio de Janeiro,
1874, 26 pags. in-8°- Ha outros da mesma asso::iação.
- Relataria da escola polytechnica, etc., no anno de 1875 - Foi
publicado em a ppendice ao rolatorio do ministerio do imperio e como
este outros nos annos succe sivo em que o dr. Cunha GaIvão servia o
cargo de director da escola polytechnica até 1889.
- Premio Hawshaw. Discurso proferido na sessão solemne do Insti-
tuto polytechnico brazileiro de 5 de maio de 1879. Rio de Janeiro,
1879, 19 pags. in,8°- Como membro da respectiva commissão leve o
dr. Cunha GaIvão parte na cartn- plana da fronteira do Chuy e na
planta lia villa de Jaguarão, em 1853. (Veja-se Francisco José de Souza
Soares de Andréa.)

Ignacio Felizardo Fortes - Presbytero do habito de


S. Pedro, nasceu no ultimo quartel do seculo 18° e falleceu em 1856
em Cabo Frio, provincia do Rio de Janeiro, onde exerceu o c<'\rgo de
professor publico de latim na freguezia de Nossa Senhora da Assum-
IG 265

pção por muitos annos e tambem a advocacia. Era reputado como um


grande latinista, e escreveu: .
- Arte de grammatíca 2Jortugueza, que para uso de seus discípulos
compoz o padre Ignacio Felizardo Fortes. Rio ele Janeiro, 1816, in-8°-
Ha varias edições desta grammatica, o que comprova o bom acollú-
menta que teve. Destas citarei a terceira, mais correcta e augmenLada,
de 1825; a nona, de 1844, igualmente mais correcta e augmeutada,; a
decima segunda de 1851 ; a decima terceira de 1855; a decima quarta
de 1862, touas do Rio de Janeiro, iu-8°.
- Breve exame de prégadores pelo que pertence ii arte ue rheto-
rica, extrahido da obra O prégador instruido. Rio de Janeiro, 1818,
22 pags. in-4° - E' uma obra para os que se dedicam ao pulpito e
contém resumiuamente os preceitos essenciaes da rhetorica.
- Bístol'ia do Brazil desde a sua descoberta até 1810, a qual contém
a origem ela monarchia portugueza j o quadro do reinado de seus reis,
das conquistas dos portuguezes na Afl'ica e na Jnuia j a descoberta e
descripção do Brazil; o Dumero, a posição e costumes das povoações
brazileiras; a origem e os progressos dos estabelecimentos portuguezes ;
o quadro das guerras successivas, tanto dos naturaes com os portu-
guezes, como destes com difl'erentes nações da Europa, que procuraram
estabelecer-se no Brazil; emfim, a historia civil, politica e commel'cial,
as revoluções e o estado actual deste vasto paiz, Escripta em francez
por MI'. A.tronso de Beauchamp e traduzida em portuguez, etc. Rio de
Janeiro, 1818-1819, lo e 20 tomos iu-8°- A traducção de toda a obra do
historiador francez foi concluida, mas não o foi a publicação, que ficou
no livro 16°. O padre Fortes dividiu sua teaducção em cinco volumes,
e pretendia accrescentar-lhe um 6° volume, como elle declara, contendo
notas explicativas do original e a memoria do IJispo D. José Joaquim da
Cunha de Azeredo Coitinho, apresentada à academia real das sciellcias
de Lisboa, a qual peova, com a carta dirigida a d. João V pelo senado
da camara do Rio de Janeiro, que a entrada de Renato Du-Guay Troin
nesta cidade foi em 1711. Elle se lisongêa de que sua tI' ducção é mais
correcta do que a de Pedro Cyriaco da Silva, feita em Lisboa.
- O,-açe:to, que nas solemues acções de g'l'aças que se celebl'aram na
igreja parochial de Nossa Senhora da Assumpção ela cidade de Cabo-
Frio, no Ca,uslissimo annivers..ario natalicio ele S. M. 1. o Senhor
D. Pedl'o n, recitou, etc. Rio de Janeiro, 1834, in-4°.
- Sentimentos d'aZma Existencia de Deus: humilde tributo de gra-
tidão pela nobre dignidade concedida ao homem, porque páde elevar
seu espirita ao Creador. Rio de Janeiro, 1846, in -12° - E' uma tra-
ducção com um soneto e um escripto com o titulo O desengano.
IG

Ig'nacio FirJno Xavier - Filho de Ignacio Firmo XavieY


que exercera o cargo de conferente 'da alfandega do Recife, capital de
Pernambuco, e dona Maria Gertrudvs de Jesus Xavier, nasceu nesta
cidade a 10 de junho de 1825, e falleceu a 7 de novembro de 1870.
TIoutor em medicina pela faculdade da Bahia, estabeleceu-se como
clinico no lo~ar de seu nascimento e ahi serviu diver,os cargos, como
o de cirurgião-mór da guarda nacional, medico do hospital de caridade, .
secretario da junta de hygiene publica e outros. E bem que dedic,ado á
}lrofiss1io que abraçou, cultivou sempre a litteratura amena, e as artes
]iberaes, compondo desde estudante muitas poesias e diversas peças de
musica para piano, instrumento de sua predilecção. Era cavalleiro da
ordem da Rosa e da de Christo- e escreveu:
- O homem e o medico: these apresentada e sustentada perante a
faculdade de medicina, etc. afim de receber o grão de doutor. Bahia,
]850, in-4° - E' seguida de proposições sobre os diversos ramos do
ensino medico.
- Reflexões scbre a educação physica e moral da infancia. Per-
nambuco, 1854.
- Breve memoria sobre as casas de maternidade e sua utilidade no
J3razil - Vem na União, Pernambuco, 17 de março de 1855.
- As epidemias: (historia) - No Dio1'io de Pe?'nambuco de 11 de
~osto de 1855.
- DisCtl?"SO proferido no jantar que em 4 de outubro de 1855 os
frades fl'ancisc:\nos desta. cidade deram aos pobres no refeitorio do coo-
-vento, por occasião da festa de seu padroeiro - No mesmo Diario.
- Um gemido: poesia em 2 de fevereiro de 1848. Pernambuco, 1849.
- Poesias á sentidi ssima morte de S. M. F., D. Maria II. Pernam-
lJUco, 1854.
- Hymno aS. M. a Imperatriz. Pernambuco, 1859, 17 pags. io-So
- Dentre suas composições poeticas constantes de revistas, posso
mencionar a seguinte~
- Mal'cia (imitação) - Acha-se no Alhenêo, periodico scientifico
e Iitterario dos estudantes da faculdade de medicina da Bahia, pags.
]5 e 16. Escreveu mais:
- A independencia do Bm~iZ: drama- Creio que não foi impresso;
foi, porém, levado a scena no theatro Santa Izabel, ele Pernambuco, a
'7 de setembro de 1855.

Ign~cio Franci@co de Arauj o Porto-Alegre


Filho elo Barão de Santo Angelo, Manoel de Araujo Porto-Alegre, e
(} e dona Anna Paulina Delamare, baroneza do mesmo titulo, nasceu no
IG

Rio de Janeiro a 24 de outubro de 1854 e, na idade de cinco annos~


acompanhou sua fa,milia a Berlim, Dresda, Pariz e Lisboa, e nestas
cidades fez sua educação litteraria e arti tica com os melhores profes-
sores. Em Lisboa, para onde foi em 1867, continuou o estudo da musica
e estudou na aca.demia de bellas-artes o desenho de figura e perspe-
ctiva, arcbitectura e pintura apenas dous annos, por causa de injustiça
flagrante que soffreu de um dos professores n'um concurso ahi e.ffe-
ctuado, voltando ao estudo de composição, que fez em tres anDaS e meio
com o professor Monteiro de Almeida e mais t~l'de recebendo lições de
Barbieri e Luiz Breuner na direcção de ol'chestra. Fallecendo seu IJ:1i
a 28 de dezembro de 1879. foi obrigado a acompanhar sua familia a
Italia e em Florença consolidou seus conhecimentos no contra-ponto·
com o celebre maestro Mabelini. Ahi, por certos desgostos, quiz deixaI'
a vida artistica e fundou a sociedade editora musical, que, por seI' obra.
de estrangeiro, gente odiada nessa terra, foi fOl'çado a liquidar ao cabo
de dous anDOS, victima de guerra surda e dos beneficiados deesa socie-
dade. Voltando, finalmente, á patria, exerce o carg'o de professor de-
solfejo e canto-cl1oral no instituto nacional de musica. Escreveu:
- Solfejos do instituto nacional de musica. Rio de Janeiro, 4-vols.
- Curso de canto-choraI. Gr3.o superior. l° livro. Rio de Janeiro.
- Solfejos a duas e tres vozes. la parte. Rio de Janeil'o.
- Sol(ejos chomes a duas, tres, quatro e mais vozes < ln parte. Rio
de Janeiro.
- Noctu?'no. Opera n. 2. para piano. Rio de Janeiro.
- Fariboles. Opera n. 8. Nove peças pal'a piano. Rio de Janeiro.
- Coros ns. 1,2 e 3. Op. 11. Rio de Janeiro.
- QLlin,ze de Novembl'O: marcha. Reducção para piano. Op. 12.
Rio de Janeiro.
- Duas peças para instrumentos de arco, ns. 113 2. Op. 13. Rio de-
Janeiro.
- L'Inno pat?'io para côro mixto, D. 2. Op. 16. Rio de JaneiL'o_
- La P01'tem;a para coro mixto, D. 1. Op. 17, Rio de Janeiro.
- Romance para violoncello e piano. Op. 9. Rio de Janeiro.
- Manual theorico musical para alumnos e ensinantes. Rio de-
Janeiro - Foi publicado em fasciculos em 1894 e tra.ta da lbeoria ele-
mentar da musica com methodo e clareza segundo o programma do
ensino do Instituto nacional de musica. Tem no prélo:
- Curso de canto cboraI. Grão superior. 2° livro.
- Solfejos a duas vozes. 2" parte.
- Solfejos a duas, tres, quatro e mais vozes. 2" parte.
- Minuete: reducção para piano. Op. 6.
268 IG

- Solfejos do instituto nacional de musica, 4 livros de acompa-


nhamento.
- Solfejos a duas e tres vozes. 2 livros de acompanhamento.
- Soltejos a duas, tres, quatro e mais vozes. 2 livros de acompa-
nhamento.
- A'Ue Mal'ia para côr-o mixto, n. 2. Op. 17.
- Canto La mana para meio soprano e córo mixto, n. 1. Gp. 23.
- I Gyornalisti para coros mixtos. Op. 22.-Tem ineditos:
- Missa solemne para solos, córo, orgão e orchestra.
Tantum ergo para barytono, córo e orgão.
- Aue Maria para côro mixto.
- Quem tej'ra patus rethera para cÔro e orgão.
- O gloriosa Domina para côro e orgão.
- M'amasite mái? para canto e piano.
- I cacciatol'i para côro de homens.
- Desolazione para canto e piano.
- Lontananza para córo de homens.
- Franciulla mm'to para. côro de mulheres.
- Le Nog::e de la Calora: para côro de homens,
- Sonata para cô1'o de homens.
- As fdrmas na composição.
- Pl'incipios de musicá de A. Savard: traducção
- As notas mensumes e os signos dos compassos nos seculos XV e
XVI, por H. Bellermann: traducção.
- Tratado completo de harmonia theorica e pratica, por E. Durand:
traducção.
- Escola de clarineta por Baermann: traducção - Ignacio Porto-
Alegre tem, finalmente, em preparação obras sobre musica, como por
exemplo:
- Diccionario theorico-technico e historico da musica -livro em
que trabalha desde 1876,
- Os principios de mtlsica: theoria e historia.

Ignacio Francisco GOlUes Jardim. - Brazileiro,


declara-se el1e no seguinte escripto que deu á lume, sendo alumno de
pintura historica e desenho da imperial academia de bellas-artes:
- Illusão optica, dedicada ao genio-pintor brazileiro e o:lierecida ao
Exm. Sr. ministro do imperio, protector das artes. Rio de Janeiro, 1845,
in-8° - Divide-se o livro em tres partes: la, II1usão optica, a11plicada
as bellas-artes; 2", Conselhos do genio-pintor brazileiro, dialogas entre
o pintor e o genio ; 3", Proporções do corpo humano, com duas estampas.
IG 269

IgnacioFrancisco dos Santos-Natural de Pel'nam-


buco e nllscido no começo do seculo actual, faJleceu em avançada idade
pelo anno de 1885, pl'esbytero do habito de S. Pedro, (listincto lati-
nista, e versado em outras linguas e em varios ramos dos conheci-
mentos humanos. Foi professor de grammatica latina no gymnasio
pernambucano e o mais dedicado amigo do venerando conego Francisco
José Tavares da Gama, de quem já occupei-me neste livro, sendo que
em virtude de tal dedicação o dr. F. M. Rapozo de Almeida otl'ereceu-
lhe sua« Biogr'aphia do conego Gama », publicada em Goyana em
1871. Foi muitos annos proprietario de uma officina typographica e de
uma loja de livros. Escreveu varos livros, de que sinto não dar uma
noticia completa. Sei dos seguintes:
- O/,wso ~'esumido de mythologia, contendo a mythologia dos gl'egos e
dos romanos, composto por mr. Geruzez, professor aggregado á facul-
dade d'llettras de Pariz : obra autorisada pelo conselho da in trucção
publica de França e posta em vulgar, etc. Pernambuco .... in·8°.
- Instrucção moral e religiosa para uso das aulas de primeiras
lettras; obra accommodada á intelligdncia dos meninos, posta em
vulgar, etc. Pernambuco.... in-8°.
- Os deveres dos homens: discurso dirigido a um mancebo por
Silvio Pellicode Saluzo. Traducção nova, etc. 2" edição, mais correcta.
Pernambuco .. , .. iD-8°.
- Simples noçoes de cosmogra,phia e geographia, compiladas e
traduzidas para uso da infancia nas escolas de instrucção primaria.
Pernambuco....
- Simples ~wçoes de pbysica. Pernambuco ....
- SimpZes noções de artes e officios. Pernambuco ....
- SimpZes noções de historia natura!. Pernambuco ... - O padre
Ignacio dos Santos fez uma edição da
- Selecta eZassiça : obra approvada pelo governo da provincia para
leitura, etc., ordenada pelo padre Miguel do Sacramento Lopes Gama,
expurgada e accrescentada pelo padre Igna':lio Francisco dos Santos.
Quarta ediç.'ío. Pernambuco.

Ignacio Francisco Silveira da Motta, Barão


de Villa Franca - Filho de Joaquim Ignacio Silveira da Motta
e dona Anna Luiza da Gama, nasceu na cidade de Goyaz a 26 de
julho de 1815 e falleceu em· Quissamã, estado do Rio de Janeiro, a
18 de abril de 1885. Bacharel em sciencias sociaes e juridicas pela'
faculdade de S. Paulo, formado em 1838, serviu na secretaria do
thesouro desta província, e depois entrou para a classe da magistratura
-.270 IG

com a nomeação de juiz municipal de Maricá, sendo nomeado juiz de


dil'eito em 1879. Ex:erceu ainda algumas commissões importantes,
c mo a de presidente do Piauhy nesse mesmo anno, presidente do
Ceará em 1850, e do Rio de Janeiro de 1859 a 1861 ; foi deputado á
ass6mbl':a provincial e finalmente u.lliando-se á família de importante
. fazencleiro, o actual Visconde de Araruama, dedicon-se á lavoura,
tomando parte com a fa.milia, a que 83 ligara, no estabvlecimento do
1lngenl1o central de Quissamã, inaugurado a 12 de ~etembro de 1877.
Era grande do imperio, commeudador da ordem de Curisto, e escreveu,
além de varios relatorios na aclministração de tres provincias :
- Regulamento da secretaria do governo da provincia do Rio de
-Janeiro. Rio de Janeiro, 1859,16 pags. in-8°.
- r1pontamentos juridicos. Pariz, 1865,533 pags. in-8°. - E' escripto
em fórm~ de diccionario, com o fim de facilitar aos academicos de
direito o estudo e solução de questõesjuridicas e administrativas.
- Plantes unes du Brésil - No Repertoire de Pharmacie, tomo 250,
1868-1869,pags. 137,257,343 e 483.
- Plantes medicinates etindustriales du Bresil - Ta mesma revista,
iomo 26", 1869-1870, pags. 55,248 e 290.
- Note SUl' les plantes utUes du Beésil, extraite du Bulletin de
Théeapeutique Medicale et Cirurgic:1.le, ns. de j uillet 1879 et suivants.
Paris, 1880,40 pags. in-8°.
- Conferencias officiaes sobre instrucção publica e educação nacio-
nal. Rio de JaneÍl'o, 1878, 174 paga. in-8°.
- J01"1taldas conferJncias radicaes do senador Silveira da Motta.
Rio de Janeiro, 1870-1871, tres vaIs. de 51, 35 e 23 pags. in-4° - São
quatro con ferencias sobre direito cOllstitucional. O 10 volume contém
as duas pl'imeiras.

Fr. Ignacio de Jesus l\J:al.~ia - Natural do Rio de Ja-


neiro, nasceu, segl1lldo parece, pelo meiado do secuIo 170 e falleceu em
Pernambuco em 1704. Religioso c rmelitlt, cujo escapula.rio r cebeu em
sua patria, eu doutor em theologil1, leote na sun. ordem o tloto.tlo de
Hlustraçii,o tal, que o geral <1,\ ordem o cOllstltul.u sen comrnil'lsurio em
<JS gravames dos relígíosos. Escreveu:
- Dout?"ina c7wista, ordenada á maneit'!li d· dJn.l g plH'a. ,nsinar os
menores, pelo eminentíssim e l'deal Durazz, l'o(!bísp d nova,
aecrescentalla por freí Ign aeio de ,r osu Ma.rla, dOi 01'(16111 d, N. S. do
-Carmo. Lisboa, H178, 10·12° - Est[~ obra tev oott'I\SdlQües m 1697,
~m 1699, em 1732, todas d Lisboa, e aluda tnltlt IS d. pol ctt\ moda de
tooI Js-nacl0, como aillrma o abb de B. I1chado. f>Qlltl. r z tr1mbern
IG 271

menção frei Manuel de Sá nas suas « Mem:Jrias historica dos escrípto-


res portuguezes da prJvincia do Carmello 1>, cap. 45, pag. 201.
- Sermao em o dia de S. Francisco de Assis na profissão de soror-
1'Iaria de Santa Rosa, religiosa de S. Francisco, no convento de Santa
Clara do Desterro da Bahia. Lisboa, l6'J7, in-4°.

Ignacio Joaquiln. da Fonseca - Irmão de Domingos


Joaquim da Fonseca, de quem já fiz menção, nasceu na cidade da Bahia
a 15 ue dezembro de 1827. Com praça de aspil'ante a guarda-marinha,
de I de maio de 1843. foi promovido a e-te posto, tendo feito o curso
da academia de marinha, a 12 de novembro de 1845, e foi successi-
vamente promovido a outros postos, até que foi reformado depois da
proclamaçã{) da republica com o posto de vice-almirante. Tem exercido
varias commissões importantes no serviço da armada; é commendador
da ordem da Rosa' cavalleiro das de Christo, ele S. Bento de A viz e
da Legião de Hon~, da França; condecorado com a medalha ela cam-
panha do Par-ao-llil.Y· membro da sociedade de geographia de Lisboa, da
a 'ociação promotora da instrucção - e escreveu:
- A. batalha do Riach.ueLo: estudo. Rio de Janeiro, 1883, 215
pao-s. in- • com o retra,to do Barão do Amazonas e cinco plantas
- I e t:1 obra de o-ran e Talar p:lra nossa historia, o autor eStu-
dou pJ. t ~ relatiTas ao a~sumplo e tudo quanto a
re-pei ~e tem - ip o no imperio e fóra do imperio. As plantas se
p -\ occupadas pelos vasos belUgerantes na memo-
raTeI batalba.
- O com'

apr - ntada pelo capitão de mar e guerra


:ti lo COD- lho de guerra a que respondeu pelo
iro ren-to do grumete imperial Herculano
t nho a guarnição do encouraçado
:\l.l~I:Jl'O) (Jl~ B en -.J. ,- à 4 horas e 40 minutos
de Janeiro, 1875•
.~IIDIIIlOil3.(las~ à lingua brazileira ou verna-
- O autor neste livro lança.
-l3IIlente nossa «tão arredada.
272 IG

da portugueza, quão vasto é o oceano que separ,t o Brazil de POl'tugal»,


como se exprime o Jornal do Commercio ..
- Guia da instrucção para o imperial corpo de engenheiros da ma-
rinha allemã (concluido em setembro de 1887), Kiel, 1888. Trasladado,
etc. Rio de Janeiro, 1888,250 pags. in-8° - H~J diversos trabalhos
geographicos do vice-almil'.lIlte Fonseca, como:
- Mappa entre o rio do Frade e Mucury, copiado das cartas inglezas,
mas correcto e augmentado, sobretudo nas ilhas, bancos, canaes,
coró:lS e recifes. Lithog. do archivo militar, 1857.
- Plano <.lo ancoradouro de Ilhéos (Bahia), levantado por MI'. Er.
Mouchez e 19nacio Fonseca, da marinha brazileira. Paris, 1863.

Ignacio JoaquiD1 Passos - Filho ue Ignacio Joaquim


Passos, nasceu na provincia de Alagó.ls no primeiro decennio do pre~
sente seculo e faUeceu pelo anno de 1865. Foi thesoureiro do thesouro
provincial em sua installação, professor de rhetorica em sua provincia
e o mais distincto poeta que ella tem produzido. Tal era a eloquellcia
de que dispunha, que en antava ouvíl-o. Consta-me que escreveu uma
these, quando se apresentou concorrendo para a cadeira de qUEl. foi pro-
fessor, a qual é um verdadeiro compendio de rhetorica. ~unca coUec-
cionou su:\S belli:;simas poesias; seu filho, Domingos Passos, colligiu
algumas e publicou.:
- Obras de Ignacio Joaquim Passos. Maceió, 1869, in-8° - E' um
livro precedido de um jnizo critico pelo dr. João Francisco Dias
Cabral, contendo odes, sonet03 e alguns artigos publicados no Consti-
tucional. Sahiu um segllndo volume, que nunca vi, e não continuou a
publicação, por faUecer tambem o colleccionador.

Ignacio José de Alvarenga P~ixoto -Filho de


Simão de Alvarenga Braga e dona Angela Michaella da Cunha, nasc~u
no Rio de JaneLro em fins de 1748, como diz o doutor Teixeira de Mello,
ou em 1744, como dizem outros; foi casado com dona Barbara Heleo-
dora Guilhermina da Silveira, de quem já fiz menção, e falleceu a I de
jane'ro de 1793 no presidio de Ambaca, em Angola. Formado em leis
pe,la,universidade de Coimbra, serviu o cargo de juiz de fÓL'a de Cintra,
don~e passou para o de ouvidor do Rio das Mortes, cargo que deixou
apoz seu casamento para dedicar-se á lavoura e á mineração, sendo
depois nomeado coronel de cavallaria de milícias. Compromettendo-se
na conspiração mineira de 1789, de que foi um dos pl'incipaes chefes sen
cunhado Francisco de Paula Freire de AJldrade, foi preso, conduzido
em algemas para a Ilha das Cobras onde esteve incommuJlicaveI, sen-
16 273

tenciado com o mesmo seu cunhado e outros á pena de morte, que lhe
foi commutada em degredo perpetuo no presidio em que morreu, ao
cabo de poucos mezes, acabrunhado de desgostos e de saudades da patria
e da família, que era seu idolo e que não menos so.tl'reu, principal-
mente depois da infamia que em nome da lei lhe atiraram á face seus
nobres juizes. Sua esposa morreu louca com a noticia dessa sentença,
como já o disse,.e sua filha dona Maria Eufemia, menina de uma belleza
tão rara, que a denominavam de princeza do Brazit, não pôde sobre-
viver aos pais! Diz-se que no dia immediato á sentença de morte os
cabellos de Alvarenga, de louros que eram, se apresentaram inteira-
mente brancos. Era sacio da Arcadia, com o nome de Eureste Phenicio,
e escreveu muitas producções em verso, como:
- Merope: tragedia de Ma:ffey. Traducção, 1776 - Foi pelo autor
oJierecida, em sua chegada de Lisboa ao Rio de Janeiro, ao Marquez de
Lavradio de quem eUe conquistara amizade e estima.
- Eneas no Lacio: drama em verso, composto em Minas Geraes-
Foi enviado ao mesmo marquez. Não ha deUe noticia, mas as pessoas
que o leram. o applaudiram geralmente.
- Obras poeticas, de Ignacio José de Alvarenga Peixoto, colligidas,
annotadas, precedidas de um juizo de escri ptores nacionaes e estran-
geiros e de uma noticia sobre o autor e suas obras, com documento!!
historicos, por J. Norberto de Souza e Silva, Pariz, 1865,290 palls. in-ao
- Pertence esse livro á elegante collecção com o titulo: ~BrasiUa,
bibliotheca nacional dos melhores autores antigos e mode,rnos ), publi-
cada por L. B. Garnier. Em todas as collecções de poesias brazileiras,
como os dous Parnazos e o Florilegio, e em varias revistas se acham
composições poeticas de Alvarenga, a quem foi tambe,lll dada a autoria
das Cartas chilenas. (Veja-se Claudio Manoel da Costa.)

Ignacio José da Ounha - Filho de Ignacio José da


Cunha e dona Thereza Joaquina da Cunha, nasceu na provincia da
Bama pelo anno de 1833 e am falleceu a 7 de fevereiro de 1876. Doutor
em medicina pela faculdade da mesma provincia e substituto da secçã9
ue scieucias accessorias, falleceu quando ia entrar no exercicio de lente
cathedratico de physica, por se haver aposentado o conselheiro Vicente
Ferreira de Magalhães, que leccionara essa materia por mais de qua-
renta annos, servindo como vice-direclor da fa.culdade, e que tambem
falleceu a 15 daquelle mez e anno, oito depoi delle. Escreveu:
- Si conforme a divisão dos alimentos, pelo professor Liebig em
alimentos plasticos e alimentos respiratorios, estes de per si e sós ali-
mentarão o animal e mesmo o homem ~. Determinar a ditrerenoa entre
18
274 IG

a anemia e a chlorose; O que é affinidade cl1imica; Que a:trecções se


podem confundir com a hemia inguinal, e quaes os signaes dj!fe~
renciaes: these, etc., para obter o gráo de doutor em medicina. Bahia,
1855, in-4".
- A theoria dos tiuidos será a que melhor explica os phenomenos ela
tllectricidade? these apresen tada e publicamente sustentada, etc., para
o concurso a um lagar ele opposi tal' em sciencias acccssorias. Bahia, 185 ,
in·4".
- Qual a ra;;cio, por que os mesmos sons. tenuo a mesma grandeza
de ondas e a mesma velocidaue, se propagam mais rapidamente pelos
solido::, do que pela atmo~phera? these, etc., de concurso a um lagar
de opp03itor em sciencias accessorias. Bahia., 1859, in-4".

Ignacio José Ferreira Maranhense - Natural


do Maranhão, celebrisou-se na capital do imperio pelos l'Jngenhosos e
muitas vezes engraçados logros que pregou. Publicou muitas compo-
sições poeticas em jornaes e avulsas, que o:tr~recia ás pessoas que lhe
remuneravam - composições que ha quem supponha serem de outras
pennas. Dentre elIas citarei:
- Elrygia ásentidis~ima morte do principe imperial, o Senhor D. Af-
fonso. Rio de Janeiro, 1847.
- Septenm'io poetico á morte de S. M. a rainha das Duas Sicilias,
dedicado aS. M. a imp3mtriz do Brazil e aS. M. o rei de Napoles.
Rio de Ja.neiro, 1849.
- Saudação ao gabinete actual, consagrada ao II 1. mo e Ex. mo Sr.
conselheiro senador do imperio Ronorio Hermeto Carneiro Leão. A
derrota do tyranno argentino. Rio de Janeiro, 1852.

Ignacio José Garcia - Natural do Pará, fulleceu no Rio


de Janeiro a 12 de setembro de 1867, sendo doutor em medicina pela
faculdade da côrte, primeiro cirurgião-capitão reformado do exercito,
cavalleiro da ordem da Rosa e da ordem austriaca de Francisco José.
Servira no exercito á principio como veterinario, com a graduação !le
alferes, do 14 de setembro de 1848 até 30 de janeiro de 1855, nesta
data entrou para o corpo de saude, e esteve muito tempo em com-
missão na imperial fazenda ue Santa Cruz. Escreveu:
- Da atmos"he,.a, especialmente de sua influencia sobre as run-
c~ões physiologicas e pathologicas; Das metrorrhagias durante a
prenhez; Das condições anatomico-pathologicas nos casos de cura dos
tuberculos pulmonares e que deducções se poderão tirar de seu conhe-
cimento para o tratamento desta molestia: these para o doutorado,
IG 275

apr'3sentada e sustentada. no dia 13 de clezembl'o de 1854. Rio de Ja-


neiro, 1854, 42 pags. in-4.°.
- DiSCttl'JO recitado por occasião uo doutoramento em medicina, no
dia 18 de dezembro de 1854. Rio de Janeiro, 1855,7 pags. in-80.

Ig-nacio José Malta - Fallecido na cidade do Rio de Ja-


neiro pelo anno de 1865, foi pharmaceutico pela. polyclinica-mór do
reino e estabelecido nesta cidade com pbarmacia á rua de Mata-porcos,
'hoje Estacio de Sá; cavaIleiro da ordem da Rosa; socio fundador da
sociedade pharmaceutica, ~ocio da sociedade auxiliadora da industria
nacional, da socieuade Velloziana e da sociedade amante do instrucção.
Escreveu:
- Ao muito alto e muito poderoso Sr. D. Pedro H em 16 de julho
de 1841, faustissimo dia de sua coroação o. D. C. Rio de .laneiro, 1841.
- Relato?'io lido na assembléa geral da sociedade Amante da In-
strucção no di3. L de agosto de 1832, in-io - Esta n'um volume sob o
titulo de relatorios, etc., unido a outros do dr. Domingos de Azeredo
Coutinho Duque-Estrada, dr. Luiz Vicente de Simoni e Joaquim Ber-
nardo Leal.
- A Abelha: periodico da sociedade Pharmaceutica brazileira. Rio
de Janeiro, 1862 a 1864, in-8° - Neste periodico acham-se muitos escri·
ptos de sua penna, como « O centeio espigado, sua denominação, sua
alterabilidade e sua conservação, quer em sorte, quel' em pó 't, publi-
cado no tomo 2°, n. 14. Antes disto se publicaram nos Annaes Bra:;i-
Uenses ele Medicina:
- Observações aos artigos do pharmaceutico Ezequiel Corrêa dos
Santos relativamente aos preparados medicinaes ferruginosos - no
tomo 13", 18<Í5-1846, pags. 173 e 245.
- Nattwe:;a dos Brazis, suas molestias, tratamento e cura pelo
Dr. FI'. Ph. de Martius, traduzido do original alIemão por '
no tomo 15° j '1847-1848, pags. 116,141,187,221,248 e 298. Si atra-
ducção não é de Malta, como penso que é, são suas as annotações,
ao menos.

Ignacio Luiz de Verçoza Pi:m.entel- Filho de


Joaquim José de Mello Pimente1, nasceu na provincia de Alagóas em
1841, fez o curso e recebeu o grào <1e doutor na faculdade de medicina
da Bahia em 1864, e falleceu quatro annos depois em sua provincia.
Escreveu:
- Casamentos iIligitimos perante a sciencia; Qual o mais seguro,
mais prompto e mais inoft'ensivo meio de promover-se o parto prema-
276 IG

turo ~ Séde de molestias j Páde-se sempre determinar com certeza si


houve defloramento'? these que sustenta para obter o grao de doutor
em medicina, etc. Bahia, 1864, 54 pags. in-4°. -
- Discurso que prvferiu por occasião de ser conferido o gráo de
doutor pela faculdade de medicina da Bahia em nome de seus collegas,
etc. Bahia, 1864,10 pags. in-4°.

19nacio ManQel Alvares de Azevedo - Filho do


doutol' 19nacio Manoel Alvares de Azevedo e de dona Maria Luiza Sil-
veira da Motta Azevedo, e irmão do inspirado poeta M. A. Alvares
de Azevedo,::lasceu na cidade de Nitheroy a i 7 de maio de 1844 e falleceu
a 23 de julho de 1863, quando se matriculava no quarto anno juri-
dico da faculdade de S. Paulo. Pertencia a varias associações littera-
rias, academicas ealém de varios escriptos que publicou em revistas de
taes associações, como:
- A Morte de AUooa: romance - no Ensaio Philosophico, 1861,
escreveu:
- Ensaios litterarios. S. Paulo, 1862, 169 pags. in-8°, com o retrato
do autor - Precedendo alguns romancetes, ahi se acha A orfã de
Abeçon, drama em cinco actos.

Ignacio Manoel da Cos-ta Mascarenhae-


Filho de Gonçalo da Costa e dona Sebastiana Macarenhas, nasceu
na cidade do Rio de Janeiro em abril de- 1695 e falleceu em agosto
de 1762, sendo presbytero secular, doutor em theologia e vigario
da freguezia da Candelaria, desta cidade. Foi o quarto vigario collado
desta freguezia, de que tomou posse a 22 de julho de 1724 ; foi
examinador synodal do bispado, prégador de nomeada, mas de seus
sermões só publicou :
- Oraçt!o ('Unebre, panegyrica e historica nas exequias que cele-
braram os irmãos da vener-avel irmandade de S. Pedro da cidade do
Rio de Janeiro, a saudosa memoria do fidelíssimo rei de Portugal,
D. João V no dia 26 de fevereiro de 1751. Lisboa, 1752, 36 pags. in-4°-
Os censores desta oração, approvando-a, dizem que « o autor desem-
penhou tão elegantemente o assumpto, que tudo ahi são rios de elo-
quencia, affluencias de rhetorica e torrente" de erudição. }) Parece·me
que houve uma edição de 1751.

Ignacio 1':larcondes de Rezende - Naturllil de


S. Paulo e doutor em medicina pela faculdade de Bordeaux, obteve por
concurso a nomeação de preceptor de an~tomia da mesma faculdade;
IG

deixou, porém, este cargo e veia para o Brazil, sendo nomeado prepa-
rador de a.natomia. pathologiea da faculdade do R.io de Janeiro. Apre-
sentando-se aqui em conCUNlO a cadeira de histologia e não seado o
escolhido apezar de olassifioado em primeiro Iogar, pediu SUlli exone,-
ração e retirou-se para sua província natal. Esoreveu :
- Faculte de Medecine et pharmaoie de Bordeaux. Etúde sar le
meoanisme de la. fermeture de I'arriere-oavité des losses nasales dans la
bouche, de Werber: these pour le doctorat en medecine ; presentée et
soutenue etc. Bordeaux, 1882, 92 pags. in-4°.
- APO''''l,)''ose omo-clavicular: these apresentada á faculdade de'
medicina do Rio de Janeiro em 22 de outubro de 1883, etc. afim da
poder exercer a sua profissão no imperio do Brazil. Rio 1883, in·4° gr.-
Ha deste autor- varios trabalhos em revistas de medicina para que
tem collaborado, como:
- Cerebrotomia methodica de .Bitot - na Revista Brazileira de Me-
dicina, anno l°, 1888, pags. 21 a 32.
- Lympho-fibro-sarcoma primitivo do braço - na mesma Revista e
anno, pags. 97 a 103.

Ignacio Moreira - Filho de Francisco Moreira Franco e


dona Anna Coelho, nasceu na cidade da Bahia a 17 de maio de 1685 e
falleceu a 19 de julho de 1740. Era presbytero secular, ordenado
em 1724, vigario em sua patria li! escreveu muitos sermões, de que,
porém, só publicou:
- Sermão da gloriosa Santa Clara, prégado no convento das reli-
giosas de Santa Clara do Desterro da Bahia. Lisboa, 1739, in-4°.

Fr. Ignacio RalDOS - Filho de Manoel Ramos Parente


e dona Andreza Cazada Ramos e irmão do padre Domingos Ramos, de
quem tlz menção, nasceu na cidade da Bahia, em 1650 e falleceu em
Lisboa a 18 de novembro de 1731. Religioso carmelita, tendo recebido
o escapulario a 17 de julho de 1672 no convento da mesma cidade, ahi
estudou philosophia e theologia e, sendo já prégador applauditlo, foi
á Lisboa em 1685 por causa de negocios de familia ; foi depois á Roma
como representado para votar como procurador do vigario provincial
do Brazil no capitulo celebrado no convento de Santa Maria Trans-
pontina a 27 de maio de 1692 e voltou com o titulo, que representara,
conferido pelo geral da ordem freí João Feixo de Villalobos. Foi visi·
tador e reformador geral dos cónventos de Pernambuco; tornou á Por-
tugal e á Roma em 1700 como procurador geral da província; obteve
no capitulo celebrado em 1704 os privilegios de ex-vigario proTincial e
278 IG

defiuidor perpetuo j fui secretario da provincia e pIIior do convento


de Lisboa, entrando em exercicio em 1714 e escreveu:
- Ramos Evangelicos, divididos em sermões panegyricos e doutri-
nn.es em varias celebridades. Lisboa, 1724, 1726, 1727 e 1731, 4 tomos
in-4° - O 2° tomo contém só sermões quaresmaes. Desta obra frei
Manoel de Sá faz menção nas suas Memorias historicas, png. 202.

Ignacio Ratton - Negociante da praça do Rio de Janeiro,


e do conselho do Imperador, quando em 1834 o góvarno concedeu para
a praça do commercio o antigo armazem do sello da alfandega e sanc-
cionou um regulamento regendo a mesma praça, foi um dos membros
brazileiros eleitos para a commissão dos nove de varias nacionalidades
encarregada de levar ao conhecimento das auto!'idades competentes
suas reclamações relativas ao commercio, e foi um dos signatarios do
- Relatorio sobre o melhoramento do systema de pesos e medirias e
monetarios, etc. pela commissão para esse fim nomeada por decreto
de 8 de janeiro de 1833. Rio de Janeiro, 1834, 148 pags. in-4° de
numeração variada, e 2 tabellas. (Veja-se Francisco Cordeiro da
Silva Torres.)

Ignaeio Rodrigues - Filho do cirurgião-mó!' Francisco


Lourenço e de dona Maria AI ves e irmão dos celebres Alexandre de Gus-
mão e Bartholomeu de Gusmão, dos quaes fiz menção no lo tomo, e de
outros de quem occupar-me-hei, nasceu na villa, hoje cidade de Santos,
no anno do 1700. Jesuita, dotado, como seus irmãos, de intelligencia
brilhante, foi o reformador do pu1pito portuguez, crivado do seiscen-
tismo, introduzindo com o padre José Pegado o novo methodo de pré-
gar, adúptado em França, e apreseniando os exemplos praticos da escola
franceza, o que lhe valeu acres censuras e até sarcasmos. Dedicou-se
tambem com excessiva ca!'idade e z lo li. conversão dos indios, como
refere o padre Simão de Vasconcellos - e escreveu:
- Sermõ~s da Pelizão, prégados na santa igreja de Lisboa no anno
de 1738 e no de 1745. Lisboa, 1746, in-4° - Estes sermões vem repro-
dnzidos nas Instrucções de rhetorica e eloquencia de José Caetano de
Me quita como modelos do pulpito.

Ignacio de Souza Prata - Brazileiro como indica o


asteriôco que precede seu nome na menção que delle faz lnnocencio
da. Silva em seu Diccionario, e presbytero do habito d3 S. Pedro,
Escreveu:
- Se"mão em acção de graças pela feliz restauração de Pernambuco
IG 27()

succedida aos 20 de maio de 1817; prégado no diada posse de Luiz do


R.ego Barreto, governador e capitão general de Pernambuco. Lisboa,
1817,18 pags. in-4°.

Ignacio Tavares da Silva - Nascido no Maranhão


no anno de 1840 e bacharel em sciencias sociaes e juridicas pela fa-
culdade do Recife, formado em 1862, escreveu:
- Homenagem a memoria. do emerito democrata Dr. Felizardo
Toscano de Brito. Parahyba do Norte, 1877, 29 pags. in-8°.

Ig'nacio de Vasconcello8 Ferreira - Natural de


Viamão, na provincia do Rio Grande do Sul e f;).llecido em Porto
Alegre a 8 de novembro de 1888, cursou a faculdade de direito de
S. Paulo sem concluir todo o curso, e serviu o cargo de secretario
da camara municipal desta cidade. ColJaborou para varias orgãos da
imprensa de sua. provincia e ultima.mente para a Re{01"ma, de Porto
Alegre, onde sustentou com o dr. Ramiro Bar"ellos brilhante polemica,
e cultivou a poesia lyrica. Escreveu:
- Parnaso bm;;ileil"O : (obra didactica, admiitida nas escolas do Rio
Grande do Sul). Nunca pude ver.
- Um livro de l·imas. Porto Alegre, 1865, 233 pags. in-8°.
- Cantos e contos. Porto Alegre, 18", in-8°.

D.Ignez Sabino Pinto Maia - Filha do dr. Sabino


Olegario Ludgero Pinho e de dona Gertrudes Pereil'a. Alve Maciel,
nasceu na Bahia P. é casada com Francisco de Oliveira Maia. Tendo
começado sua educação litteral'ia na Inglater-rn, vindo para o BraziJ,
continuou a estudar portllguez e francez com o dI', Pedl'o Autran
da Muita e Albuquerque, lente da faculdade de direito do Recife, e
estudou inglez e principio ele latim com a intenção de receber carta de
bacharel em lettras. Desde menina, no collcgio, mostrou vocação
para as lettras e revelou-se poetisa, fazendo versinhos que eram
lidos pelos professores, e aos 14 anuas de idade fez uuas tra.ducções,
uma do inglez e outra do francez que se perderam quando iam
entrar no prelo, Cultiva a poesia, a musica e passa suas horas
no estudo, frequentand as bibliothecas, mármente a do G~ bineto
portuguez de leitura. Tem collaborado para muitos jornaes e
revistas de Pernambuco, Alagôas, Rio de Janeiro, S. Paulo, etc.
Escreveu:
- Rosas palliclas : poesias. Pernambuco, 1886, in-So.
- Impressões: versos, 2a serie. Permlmbuco, 1887, ia-8/l.
280 IL

- Contos e lapidações. Rio de Janeiro, 1881, in-8° - São 19 contos


e varias poesias. A autora tem a entrar no prelo:
- Esboços femittinos: Pantheon para as escolas brazileirll.s.
- Lutas do coraçao: romance historico, prefaciado pelo dr. Va-
lentim Magalhães.- Tem ainda ineditos :
- Alma de artista: romance historico.
- Atra1Jesde meus dias: memorias.
- Litteratul'a brazileira escolar para uso das escolas superiores.

D. Ilde:f'onsa Laura Oe.ar - Natural e faUecida na


provinoia da Bahia, foi mãi da Baroneza de Alagoinhas, dona Córa
Coitinho Sodre, para quem seu pai, o conselheiro José Lino Coutinho,
escreveu as « Cartas sobre a educação de Córa ». (Veja-se este nome.)
Foi depois casada com o major da guarda nacional .Manoel Gomes
Tourinho e cultivou com esmero a poesia. Além de muitas com-
posições, feitas a pedido de suas amigas, ou offerecidas a estas, es-
creveu:
- Ensaios poeticos, dedicados em signal de muita. estima à sua
irmã, D. Angelica Rosa Cesar. Bahia, 1844, in-8° peq.- Compõe-se
o livro de lyras, cançonetas, glosas, epistolas, e contém bellissimas
traducções do trancez.
- Liç(Jo a meus filhos, ofl'erecida á illma. sra. d. Angelica Rosa
Casar. Bahia, 1854. 16 p~tgs. in-12.- São dous coutos em verso.

llde:f'onso de Souza Ounha - Guarda-livros da praça


do Rio de Janeiro, tornou-se depois negociante de fazendas, miudezas
e ferragens. Escreveu:
- Guia theorico e pratico da escripturação commercial ou a escriptu-
ração ao alcance de todos. Rio de Janeiro, 1880, in-4° - Além dessa
escripturação e dos modelos dos livros do commercio, ahi se encontram
normas de contracto~, conhecimentos, distractos e das diversas trans-
acções das casas de commereio .
- Manual do elcriptorio ou novo guia pratico para se formular todos
os papais relativos ao expediente das casas commerciaes, etc., seguido
de muitos modelo e outl'os variados aSSllmptos em relação ao com-
mercio. Rio de Janeiro, 1883, 152 pags. in-4°.

Ildefunso Xavier Ferreira - Natural de Curytiba,


capital do hoje estado do Pi>rana, falleceu na cidade de S. Paulo no
auno de 1872, sendo doutor em sciencias sociaes e juridicas pela facul-
dade desta cidade, couego chantre da cathedral e lente de theologia
IN 281

dogmatica. Bacharelem 1834, quatro annos antes de doutorado, serviu


nesse interim o cargo de oflicial guarda-livros do curso j uridico, e depois
o de professor substituto de philosophia e de membro do conselho geral
da provincia. Escreveu: .
- Compefidio de theologia dogmatica. traduzido de Lugdnenae.
S. Paulo, 1844, 132 paga. in-8°.
- Oraçllo (unebre que nas solemnes exequias, feitas pelo Exm. ° e
Revm.o Sr. diocesano Manuel Joaquim Gonçalves de Andrade recitou,
etc. S. Paulo, 1846, in-8°.
-Oraç60 funebre que por occasião do funeral mandado celebrar, etc.,
na sé cathedral da imperial cidade de S. Paulo pela sentida morte da
rainha de Portugal, a Sra. d. Maria n, recitou no dia 21 de fevereiro
do corrente anno, etc. S. Paulo, 1854, 15 pags. in-4° - O dr. Xavier
Ferreira publicou:
- Constituição primaria do arcebispado da Bahia, etc., pelo arcebispo
d. Sebastião Monteiro da Vide. S. Paulo, 1853 - E' a quarta edição das
de que tenho noticia, e a primeira feita no Brazil.

Innocencio Galvão de Queiroz - Filho do doutor


José Alexandre de Queiroz e irmão do doutor Aristides Gaivão de
Queiroz, já mencionado neste li vro, nasceu na Babia a 6 de agosto de
1841 ; é bacharel em mathematicas e aciencias physicas e engenheiro
civil; general de brigada do exercito, commandante do segundo dís-
tricto militar e senador estadoal em Pernambuco; cavalleiro da ordem
da Rosa, das do Cruzeiro, de Christo e de S. Bento de Aviz, e conde-
corado com as medalhas da campanha do Paraguay de Merito. Serviu
sempre no corpo de engenheiros e é delle commandante. Escreveu:
- Apontamento& para reorg-anisação do exercito brazileiro e simpli-
ficação do methodo em seu regimenadministrativo. Maceió, 1886, in-8°.

Innocencio da Rocha GaIvã.o - Filho de Manuel


Pereira Gaivão e nascido na cidade da Cachoeira, na Babia, falleceu no
Rio de Janeiro a 8 de setembro de 1863. Versado em varias linguas,
deixou a patria para matricular-se na universidade de Coimbra, mas
seguindo para a França abi obteve o gráo de bacharel em leUras. Tendo
de partir o exercito francez parl~ Portugal, foi elle recrutado e teve
praça no dito exercito e, como arrancasse o laço tricolor, foi preso no
Limoeiro, só obtendo a liberdade depois da evasão franceza. Sabendo
em Portugal da revolução para a illdependencia do Brazil, veiu á Bahia.
rnasjá encontrou a provincia occupada pelas forças brazileiras e pucla-
mada a independencia. Escreveu alguns artigos no sentido republicano,
282 IN

e em 1824 seguiu para os Estados Unidos, oude occupou·se do ensino de


linguas e de mathematicas. Foi eleito deputado á assembléa geral pela
Bahia em 1836 e acclamado presidente do estado na revolução de 7 de
novembro do anuo seguinte. Dos Estados Unidos veiu para o Rio de
Janeiro, onde tomou assento na assembléa e foi nomeado offieial da
secretaria da justiça, na qual serviu até seu fallecimento no cargo de
primeiro omcial, sendo cavalleiro da ordem do Cruzeiro. Escreveu:
- Dicciol1ario universal da lingua portugueza por uma sociedade de
litteratos, no qual se acham: l°, todas as vozes da lingua portugueza,
antigas e modernas, accentuadns segundo a melhor pro uncia com suas
diversas accepções, etc.; 2°, os nomes proprios da fi1bula, historia e
geographia antiga; 3°, todos os termos propl'ios das artes, sciencias e
officios; 4°, a etymologia das palavras, etc. Tomo l°, Lisboa, 1818, XIII,
666 pags. in-(ol.- Foi publicado em fasciculos de 1818 a janeiro
de 1821 até á (olha Jiiii. Houve uma interrupção p<~ra continuar em
setembro de 1823 por outro.
- O despoti3mo considerado nas suas causas e etreitos: discurso
offerecido li. nação portugueza por'" Lisboa, 1820, 19 pags. in-4°-
Foi reimpresso 110 Rio de Janeiro, 1821, 17 pags. in-4°.
- Historia completa das inquisições de Italia, Hespanha e Portugal,
ornada com oito estampas analogas aos principaes objectos que nella
se tratam. Lisboa, 1822, 304 pags. in-4° - Apenas veio á luz esta
obra, foi logo esgotada a edição e tirada uma segumla. E' uma tradu-
cção da «Histoire des Inquisitions religieuses d'ltalie, d'Espagne et du
Portugal par La Vallée ... Paris, 1809 ; mas não se declara. que é tra-
ducção, nem vem ahi o nome do traductor, que a principio se suppoz
ser João Manoel Rodrigues de Castro. Este livro foi condemnado em
Roma e mandado incluir no Indice, por dacreto da sagl'ada congre-
gação de 26 de março de 1825.
- Lyceu constitucional ou casa de educação moral e scielltifica,
estabelecida em Lisboa sob a direcção de Innocencio da Rocha Gaivão.
Lisboa, 1820, 15 pags. in-4° - E' o pl'ogramma de um collegio que o
autol' fundara em Lisboa - Redigiu:
- Dim-io das COrtes. Lisboa, 1821-1822 - Teve por companheiro
de redacção Theotonio José de Oliveira \Telho.

Innocencio Velloso Pederneiras - Nascido na


cidade do Rio Pardo, estado do Rio Grande do Sul, em 1818, falleceu
no Rio de Janeiro a 18 de junho de 1891, tenente general reformado,
dignitario da ordem da Rosa, commendador das de Chl'isto e de S[o
Bento de Aviz e condecorado com a medalh'\ da campanha do Pãra-
IR 283

gUllY, Fez todo o curso da antig.. acatlemia militar, completando-o


em 1840, com o posto de 2° tenente do corpo de engenheiros. No
anno seguinte foi nomeado auxiliar da. commissão de limites entre o
Brazil e a Guyana ingleza, passando a chefe da mesma commissão em
1843. Dahi passou.a servir na Bahia, de que foi representante na pri-
meira eleição por rlistrictos de um só deputado, em 1857. Representou
tambem sua provincia natal na 14' legislatura e exerceu varias com-
missões, como uma que desempenhou na Europa para. compra de
drogas, em sua volta do Paraguay, e a de director do archivo militar
e commandante do corpo de engenheiros. Fez parte da commissão de
exame da legislação militar, em 18;6, e da que foi encarregada de ela-
borar um novo plano de organísação do exercito, em 1883. Renunciou
o titulo de Barão de Bajurú, com que foi agraciado em 1889, e es-
creveu:
- O cm'vão de pedra no Rio Grande do Sul. Correspondencia entre
o Exm. Sr, tenen te general F. J. de Souza Soares de Andréa e o
capitão de engenheiros r. Velloso Pederneiras. Bahia, 1851, 37 paga.
in-4°.
- Commissão de exploração do Mucury e Gequitinhonha. Inter-
esses materiaes das comarcas do Sul da Bahia, de Caravellas e Porto
Seguro: relataria do .. ' chefe da mesma commissão. Bahia, 1851, 51
pags. in-fol., com quadros demonstrativos - O autor fecha este tra-
balho com «Breves noticias do atrazo material do Beazil)).
- Interesses mate?'iaes d:t proviucia de S. Pedro do Sul. Porto
Alegre, 1872, 188 pags. in-8" - Trata-se da viação e meios de trans-
porte em relação á producçfí.o .~ á colonisação; da barra, seus defeitos
ou inconvenientes, e meios de remediai-os; do contrabando, etc.-
Existem do gel18ral Pederneiras varias mappas e plantas como:
- Carta geographica dos terrenos entroe o Imperio do Brazil e a
Guyana Ingleza. levantada em conformidade do decreto imperial de 1
de março de 1843 - (Veja-se Frederico Carneiro de Campos.)
- Mappa geral das comarcas de Caravellas e Porto Seguro, com-
prehendendo a porção do territorio da província de Minas Geraes.
banhado pelos rios Mucury e Gequitinhonha, até onde chega sua nave-
gação, etc.- O a.rchivo militar tEm duas cópias, uma de 1861 e outra
de 1873,

Irinêo Cecillano Pereira .Joflley - Filho do


tenente-coronel José Luiz Pereira da Costa e nascido em Campina
Grande, Parahyba, a 15 de dezembro de 1843, é bacharel em sciencias
sociaes ejuridicas pela faculdade do Recife, tendo nesta cidade estu-
284

dado os preparatorios precisos. Apenas formado foi promotor publico e


juiz municipal do termo de seu nascimento e viajou pelo centro do
estado, então província; foi deputado á assembléa provincial, e tambem
á geral, "na ultima legislatura do imperio. E' sacio do instituto historico
e geographico brazileiro e do instituto archeologico pernambucano.
Fundou e dirigiu a·
- Ga7!eta do SerMo. Campina Grande, 1888-1891-Cessou a pu-
blicação com o numero de 6 de maio deste anno em consequencia. de
ser assaltada a typographia, a titulo de penhora, por uma divida ima-
ginaria., como se prova n'uma correspondencia de seu redactor, de 12
de maio. Este mesmo numero sahiu á lume impresso em parte. A
outra parte, que ia ser impressa, sahiu com esta declaração: c: Ia a
imprimir-se esta pagina quando foi assaltada a nossa typographia,
por soldados de policíil. '1>. Vindo então o dr. Joffiey á capital federal,
escreveu:
- Notas sobre a Parcihyba. Rio de Janeiro, 1892, XVI-263 pags.
io-4°, com o retrato do autor - E' um trabalho de merito, de que
carecia este estado, e escripto por quem o conhece perfeitamente. O
livro é precedido de uma introducção do litterato cearense João Capis-
trano de Abreu. A publicação foi primitivamente feita no JornaL do
BraziL.
-Synopse das sesmarias da capitania da Parahyba, comprehendendo
o territorio de todo o estado do mesmo nome e parte do do Rio Grande
do Norte. Tomo ].0 Parahyba, 1894, 201 pags. in-8°.

Irineo Evangelista de Souza, l° Barão e l° Vis-


conde de Mauá - Filho de João Evangelist!t de Souza e dona Ma-
riana de Souza e Silva, nasceu em Jaguarão, provincia do Rio Grande
do Sul, a 28 de dezembro de 1813 e faJleceu em Petropolis a 20 de ou-
tubro de 1889. Vindo para o Rio de Janeiro muito criança, dedicou-se
ao commercio como caL~eiro e mais tarde associou-se á uma importante
casa desta praça. Já negociante," foi á Europa e o estudo que fez dos
grandes commettimentos do velho mundo o impressionaram de modo
tal, que dedicou-se toda sua vida á introduzir no seu paiz tudo, quanto
na ordem dos melhoramentos materiaes podesse eleval-o entre as
demais nações. Assim, a primeira vía ferrea que o Bra,zil teve, a es-
trada de Mauà, foi construida por iniciati va sua, contribuindo eBe com
um terço do capital preciso, pelo que obteve o titulo de barão, do qual
foi depois elevado a visconde. São emprebendimentos seus a navega-
ç.wa vapor do Amazonas; a iluminação a gaz ; o cabo submarino; o
estabelecimento da Ponta da Areia para fundição de ferro e machinis-
IR 28i

mos j a companhia de diques fluctuantes; a companhia de transportes


fluminenses; a companhia Luz electrica j a companhia de cortumes; a
companhia de rebocadores p.Lra a barra do Rio Grande do Sul; a Bota-
nicai Garden 's, Rail Road company j a via ferrea de Santos à Jundiahy;
a via ferrea do Rio Verde; a via ferrea do Paraná á Matto Grosso; e
o banco Mauá com ramificações dentro e fóra do imperio. Pela sua
intelligencia, energia, actividade e honra, elevou-se ao prestigio
da grandeza e da opulencia; foi a primeira potencia financeira do
Brazil e de toda a America, e á sua influencia devem as finanças do
Estado Oriental do Uruguay importantes melhoramentos. Esse homem
porém, que por seus esforços tão alto subira, e que fÔt:a sempre guiado
por uma estrella feliz, igualando as primeiras potencias fina,nceiras
da Europa, viu sobrevirem-se succes ivos golpes que o forçaram a li-
quidar a casa. colossal que possuia. Na politica de seu paiz tambem
teve notavel influencia, representou sua provincia em varias legisla-
turas desde a nona em que tomou assento como supplente. Estando
na Europa, foi eleito deputado á legislatura de 1873 a 1876, e como
votasse com o governo, que era conservador, n'uma questão suscitada
na camara, seu collega de deput:lção, o conselheiro G. Silveira
Martins accusou·o perante o parlamento de trahir seus committentes,
que o haviam eleito como liberal opposicionista, propondo-se a dirigir
um apello a estes, afim de ver si estava em erro; acceito o repto pelo
então Barão de Mauá e declarando-se a maioria do eleitorado no
sentido da accusação, renunciou elie a cadeira da camara, e ahi não
tornou, apezar de não ser a renuncia acceita, e nem ser seu Ioga.!
substituido em toda a legislatura, elie que por seus serviços ao paiz
fazia honra a qualquer provincia que representasse. Era grande do
imperio, dignitario da ordem da Rosa, commendador da de Christo,
membro honoro.1'io do instituto historico e geographico brazileiro e
escreveu:
-Relataria da companhia de navegação e commercio do Amazonas,
apresentado á assembléa geral dos accionistas a 23 de abril de 1858,
pelo presidente da companhia, etc. Rio de Janeiro, 1858. in-8° - Como
estes, ha muitos escriptos seus.
_ Apontamentos sobre o melhoramento do porto de Pernambuco pelo
conselheiro Manoel da Cunha Gaivão, e proposta para levaI-o a efi'eito
pelo Sr. Barão de Mauá, conselheiro Manoel da Cunha GaIvão e dr.
Joaquim Francisco Alves Branco Muniz Barreto. Rio de Janeiro,
1867,40 pags. in-fol. com uma planta lithographada.
_ Caminho de ferro de Santa Izabel, da provincia do Paraná á Matto-
Grosso. Considerações sobre a empreza pelo Visconde de Maná; rela-
286 IS

toriode William Flogd, membro do instituto dos engenheiros de Ingla-


terra. Rio de Janeiro, 1875, 152 pags. in-fol. com um mappa.
- O meio circulante do Brazil. R.io de Janeiro, 1878, 34 pags. in-4°.
- Exposiçao do Visconde de Mauá aos credores de Mauá & C. e ao
publico. Rio de Janeiro, 1878, 178 pags in-4· com algumas tabellas -
E' a narrativa dos sacrificios com que lutara por espaço de trinta edous
annos para. levar avante emprehendimento da mais alta utilidade,
associando á seus grandes capitaes, com immenso esforço, capitaes de
outros cidadãos que applaudiam e quizeram acompanhal-o em seus in-
tuitos patrioticos, e tambem das dolorosas e pungentes circumstancias,
ii. que o arrastara. fatal destino.
- Manifesto dirigido á camara dos deputados em 1873 - quando
renunciou o mandato, no qual declara que seu diploma exprimia um
duplo erro de apreciação: por parte dos eleitores em supporem que
elIe podia acompanhar as idéas do Sr. Silveira. Martins; por sua
parte em acreditar que a maioria dos eloitores representasse a idéa
liberal sim, mas dentro da lettra da constituição. Ha finalmente tra-
balhos escriptos com outros, como os
- Estatutos da companhia pastoril, agricola e industria,], approvados,
etc. Rio de Janeiro, 1883, 8 pags. in-4°.

Isaias Guedes de Mello - Filho do commendador Um-


balino Guedes de Mello e de dona Aurora Umbelina Gomes de MelJo e
nascido na cidade do Recife, Pernambuco, a 6 de abril de 1854, é ba-
charel em direito pela faculdade do Reci Ce e advogado na capital fe-
deral, tendo antes e.Iercido a advocacia na Bahia, onde foi depntado
provincial. E' do Instituto dos advogados brazileiros e escreveu :
- Reforma da instn~cçao (projecto sanccionado). A questão consti-
tucional : serie dos artigos publicados sob o pseudonymo de Publicola
na parte editorial do Diario da Bahia ns. 14, 15, 16, 18,20,21,22,23
e 25 de setembro de 1880 - De seus discursos na assembléa da Bahia
citarei:
- DiSCtCJ"SO proferido na 2° discussão do projecto de força policial

na sessão de 20 de maio de 1888 - publicado na Ga:uta ele Noticias


e no Dim-io de Noticias da Bahia, depois no Diario da Bahia, folha offl-
cial e noutros j ornaes. Ha neste discurso um eloquente e bem desen-
volvido historico de factos da politica brazileira desde d. João vI no
tocante ii. federação das provincias. De Eeus trabalhos como advogado
mencionarei:
- Intertlicção por p"odigalidade: razões de appellação, o1l'erecidas ao
Superior Tribunal da ltelaçiio da Bahia, etc. Bahia, 1888,28 pags in-8°.
IS 287

- Recurso final. Complicidade em delicto de roubo. Algumas in-


formações o:fferecidas ao superior tribunal dn. relação da Ba,hia, etc.
Bahia, 1888, 30 pags. in-8°.

Isaias de Oliveira - Conheço este autor somente pelo


seguinte livro que escreveu:
- Blocos: poesias. Rio de Janeir'o, 18\l3.

Isidoro José Lopes - Nascido no Rio Gl'ande do Sul,


ou ao menos ahi residente muitos annos, só conheço este autor pela
obra que escreveu. o
- Compendio de grammatica da língua portugueza, ordenado se-
gundo a doutrina dos melhores grammaticos. Rio Grande, 1834 in-8°.

Isicloro Rodrigues Pereira - Coronel reformado do


regimento da villa de Caxias, do Maranhão, onde parece-me que fal-
leceu depois da independencia do Brazil, escreveu:
- Relação fiel da acção de patriotismo e fidelidade que acamara
e o povo da cidade do Maranhão praticaram em obsequio ao muito alto
e poderoso rei, o Sr. D. João VI. Lisboa, 1822, II pags. in-4° com o
retrato de D. João VI.
- Adoertencias interessantes l'~ provincia do Maranhão. Maranhão,
1822, 7 pags. io-4°.

ISDl.ael da Rocha - Filho do dr. Francisco José da Rocha,


de quem faço menção nestelivro,ededona Maria R!ta Arronso da Rocba,
nasceu a II de maio de 1858 na cidade da Babia, é doutor em medicina
pela faculdade da mesma cidade e medico mnjor de 3" classe do exer-
cito. Fez parte do curso medico na faculdade do Rio de Janeiro e foi,
durallt~ esse tempo, interno do hospital da Misericordia e das suas
enfermarias para o tratamento da febre amareUa e da variola. Depois
de doutorado foi medico da commissão militar em Cbapecó no territorio
de Missões e da commissão de limites entl'e o Brazil e a republica
Argentina. Escreveu:
- Da septicemia; Animaes parasitas no homem; Da s pticemia
cirurgica; Da contracção muscular, doutrina das forças vivas: tbese
apresentada, etc.- Bahia, 1879,180 pags. in·4°.
- As aguas sulphu?'osas de Poços de Caldas na provincia de Minas
Geraes - Na União Medica, 1881, pags. 562 e seguintes.
- Aguas therm",es do Paraná- Na mesma revista, tom. 2°, 1882,
pags. 500 a 517.
288 IZ

- Memoria sobre as Caldas da Imperatriz (Caldas de Cubatão)


na provincia de Santa Catllarina - Vem no relataria do ministerio
dos negocias do Imperio, 1887, pags. 15 a 51, e de paga. 53 a 64
acha-se uma noticia das aguas thermaes de Chapecó, extrahida da
União Medica, 1884, pags. 295 e seguintes.
- A tuberculose por Robert Kock ou tratamento biologico da tuber-
culose: memoria apresentada á academia nacional de merlicina em 2
de agosto de 1892 - Nos Annaes da mesma academia, tomo 52°,
pags. 107 a 154.
- O tratame11to da tuberculose e o remedia de Kock. Rio de Ja-
'neiro, 1893,221 pags. in-8°.

ISID.ael de Sennn. Ribeiro Nery - Natural da villa,


depois cidade cio Penedo, na provincia, hoje Estado de Alagóas, e conego
da Sé do Para, falleceu privado de ordens por unir-se ao conego Eutiohio
Pereira da Rocha (veja-se este nome) na questão religiosa de 1873.
Esoreveu varias sermões e trabalhos em revistas, dos quaes mencio-
narei:
- Oração (ulIebre da Sra. D. Estephania Frederica Guilhermina
Antonia, rainha de Portugal. Pará, 1859, in-8°.
- Rio de S. Francisco: artigo bistorico - No Almanaok de lem-
branças brazileiras do dr. Cesar Marques para 1858, pags. 269 a 271.
- Cidade do Penedo, idem - No mesmo volume, pags. 145 a 147.
- Necrologia de Martim Franoisco Ribeiro de Andrada - No Pharol
Constitucional n. 120 de 1844 e antes disto no Nacional.

Israel Rodrigues Barcellos - Filho do commen-


dador Boaventura Rodrigues Barcellos e de dona Cecilia Rodrigues Bar-
ce11os, natural do Rio Grande do Sul e fallecido a 6 de outubro de 1890,
foi bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo, advogado, e por
varias vezes deputado á assembléa provincial. Esoreveu:
- Discurso proferido na assembléa provinoial de S. Pedro do Sul
na sessão de 27 de dezembro de 1858. Porto Alegre, 1859. IDO pags.
in-4° .

D. Izabel GondiID. - Natural do Rio Grande do Norte,


é ahi professora publioa jubilada, e soci::L do instituto archeologico e
geographico pernambucano. Escreveu:
- Reflexões ás minhas alumnas. Rio Grande do Norte, 1873 - E'
um livro para leitura em sua aula, adoptado nas aulas da instrucção
publica do sexo feminino na provincia. A autora se propõe a regular a
JA 289

educação da mulher desde a infancia até ii. maternidade. Teve este livro
segunda edição em 1880. D. Isabel tem varios trabalhos sobre a historia
do paiz, entre os quaes
- A sedição de 1817 no Rio Grande do Norte - que foi lido por
elIa perante o Instituto archeologico e geographico pernambucano em
uma das sessões de 1892.

:r
Jacintho Alves Branco Muniz Barreto-
Filho do general Domingos Alves Branco Muniz Barreto, de quem
oceupei-me, e dona Maria Barbara de Saint-Pierre Muniz Barreto,
e natural da Bahia, era segundo tenente da armada quando foi
acelamada a independencia e subiu successivamente á diversos postos
até o de capitão de fragata, em que foi reformado. Foi director do
arsenal de marinha de Pernambuco, e servia o logar de director do
pharol de Cabo Frio, na provincia do Rio de Janeiro, quando falleceu
em 1862. Pertenceu a algumas associações de lettras; era cavalIeiro
da ordem de S. Bento de Aviz, e escreveu:
- Elementos de ast?'onomia para uso da juventude, traduzidos em
vulgar. Pernambuco, 1834, in-4°- Vi em um catalogo esta obra
editada no Rio de Janeiro, 1836 ; entretanto, não me consta que hou-
veSSe segunda edição.
- Elementos de geometria pratica para os usos mais frequentes da
navegação, traduzidos, etc. Bahia, 1839, in-8°.
- Viagem feita ã. roda do mundo pelo commandante Byron, tra-
duzida, etc. Ba.hia, 1836, in-8°.
- Resumo historico da primeira viagem á roda do mundo, empre-
hendida por Fernando de Magalhães e levada á e:treito pelo capitão
hespanhol João Sebastião do Cano. Traduzido, etc. Bahia, 1836, in-4°.
- Historia dos Estados Unidos da America Septentrional e Meri-
dional desde sua emancipação até o reconhecimento de sua indepen.
dencia, contendo, além da parte historica, geographica e estatistica
dos referidos Estados, a descripção de seus rios, lagos, portos, climas,
minas, montanhas, vulcões, commercio, religião, fõrmas de governo,
ete. Obra escripta originalmente em hespanhol e traduzida, etc. Rio
de Janeiro, 1838, 390 pags. in-8°.

Jaaintho Oardoso da Silva - Nascido em Portugal,


e vindo muito criança para o Rio de Janeiro, naturalmou-se brazileiro
19
290 JA

e faUeceu a 5 de março de 1885. Preparado para o curso da faculdade


<.le medicina, dedicou-se depois ao magisterio, leccionamlo varias ma-
terias, foi director do collegio Gymnasio em Botafogo e do instituto de
humanidades para, o ensino primario e secundario á praç<t do Duque
de Caxias. Escreveu:
- T"ataclo de a~·ithmetica. Rio do Janeiro, 1868, 3lJO pags. ín-8°.-
Collaborou neste livro o engenheiro A. Rochet. A pl'imeiJ'a. e segunda
partes são só da. penna de Cardoso da Silva, que projectava dar do
mesmo livro uma edição mais ampliada, quando falleceu.
- Gmmmatica theorica e pratica da língua ingleza, ou melhodo
facil para. aprender a lingua iogleza, desenvolvido com a maior con-
cisão e clal'eza por P. Sadler, etc. j accommodatlo ao uso dos que faliam
a lingua portugueza, por Joaquim Cardoso da. Silva. Rio de Janeiro,
1878,224 pags. ln-8°.
- NODO 7l1elhodo para aprender aleI', eSCl'ever e faUar :t língua

franceza. Traducção. Rio de Janeiro .... - Segunda edição, 1879, in-8 u •


- Os filhos do capitão Grant. A America do Sul por Julio Veme:
obra coroada pela academia fl'anceza. Traducção. Rio de Janeiro,
1873,291 pags. lo-8°.
- Viagem ao centro da terra por Julio Verne. Traducção. Rio de
Janeiro, 1873, 2lJl pags. in-8° - Ha segunda edição, de Garniel', sem
data, tambem in·8°.
- Viagens e aventuras do capitão Hatteras. Os inglezes no palo do
norte. O deserto de gelo, por Julio Verne: obra coroada pela academia
franceza. Traducção. Rio de Janeiro, 1874, in-8°.
- Economia domestica moral ou a felicidade e a iodependencla
pelo trabalbo e pela economia, por Samuel Smiles. Traducção. Rio de
Janeil'O, 1881, 4U5 pags. in-8° .
..... T1'ataclo cle geometria - Este trabalho ficou prompto e entregue
ao livreiro Serafim José Alves, que deve publicaI-o ..

Jacintho José da Silva Pereira Dutra-


aturaI do Rio de Janeiro e bacharel em sciencias sociaes e juridicas
pela faculdade de Olinda, formado em 1834, escreveu:
- Reperto,io ou indice alphalJetico de todas as disposições do Codígo
cl'iminal e do processo, rllsposição provisoria, lei de 3 de uezembro de
1 41 e de toda a legislação e decisões do governo relativas ás cita.das
leis. Rio de Janeiro, 1844, in-8° gr.

Jacintho Pereira do Rego- Filho do doutol'VícelltEJ


Pereira do Rego, de quem hei de trãtar, naSceu na. cidade do Recife e
291

ahi falleceu, ha muitos annas, sendo bacllarel em direito, fOl'mado em


1860 pela faculdade da dita. cidade e advogado no seu fOro. Administrou
a província do Amazonas em 1868. Escreveu:
- instituições de direito civil de Valdeck. I" parte. Pernambuco,
1858, in-8".

Jacintho Rodrigues Pex:eira Rei:s - Natural


de Minas Geraes, falleceu no Rio de Janeiro de avançada idatle
a 13 de março de 1882, formado em medicina pela antiga. escola
modico-cirurgica, omcial da ordem da Rosa e cavalleiro da de
C11risto, e membro ti tular da antiga academia imperial de modicina.
Foi um dos chefes da revolução em Minas em 1833, dedinou-se muito
á politica dessa época, collaborando em alguns orgãos da impl'enStt
e escreveu:
- O amigo da ?'a~ão ou carta aos redactores do Reve?·bel'o. f ia de
Janeiro, 1822.
- ReflerJJões ás calumnias tecidas pelo cirurgião formado Joaquim
José da Silva. Rio de Janeiro, 1831.
- Estado ela vaccina no Brazil - Nos Annaes Brazilienses da Me-
dicina, tomo 7° (ou 19" da nova classificação), 1851-1852, pago 216.
- jl1eeliclas contra o cholera-morbus - Idem, tomo lO", 1856,
pago 137.

Jacintho Roque de Senna Pereira- Falleceu


no Rio de Janeiro a 27 de junho de 1850 com 66 annos de idade. OtIici::11
da armada, militou no Rio da Prata em 1827 e serviu o cargo de mi-
nistro e secretario de estado dos negocias da marinha em 1840. Refor-
mando-se depois no posto de chefe de di visão graduado, exerceu as
fuucções de commandante e director da academia de marinha, sendo
tambem commandante da companhia dos guardas-marinha, desde
junho de 1841 até outubro de 1848. Era do conselho do Imperador,
offieial da ordem da Rosa e da do Cruzeiro, caval1eiro da de Christo,
condecorado com a medalha da campanha Cisplatina e sacio do instituto
historico e geographico brazíleiro. Escreveu:
- Memo?'ias e reflexões sobre o Rio da Prata, extrahidas do Diario
de um oflicial da marinha brazileira. Rio de Janeiro, 1849-1850, iD-8°
- Esta obra era publicada em li vretos e ficou incompleta por causa
do fallecimento do autor. Na ofi'erta que fez ao Instituto historico dos
quatro primeiros livretos, disse elle: «Sei que não tem ella (a obra)
valor intrinseco ; mas poderá servir de auxiliar ou repertorio á.rluelle
que, dentra os nossos sabias, se dedique a escrever detalhadameute :1 his-
292 JA

toria do imperio brazileiro. Alguns apontamentos já tenho sobre a


parte hydrographica do Rio da Prata e tambem. sobre os usos e cos-
tumes daquelles habitantes, os quaes, depois de postos em ordem, orre-
recerei ao Instituto.»
- Relatorio apresentado á assembléa geral legislativá na sessão
ordinaria de 1840 pelo ministro e secretario de estado dos negocias da
marinha, etc. Rio de Janeiro, 1840, in-So.

Jacintho Silvano de Santa Rosa - Filho de


Jacintho Silvano de Santa Rosa e dona Virginia Marques de Santa
Rosa, nasceu na cidade da Bahia no anno de 1839 e falleceu em Per-
nambuco a 23 de maio de lS88, sendo doutor em medicina pela facul-
dade daquella cidade, etc. Escreveu:
- Dili.gnostico differencial entre as lesões organicas do coração;
Theoria do assucar na economia l1nimal ; Qual pMe ser a influencia do
centeio espigado sobre a vida dos meninos e sobre a saude das mães ~
Os fluidos do canal digestivo concorrem para a digestão por suas pro-
priedades chimicas ~ these apresentada, etc. Bahia, 1861, 44 pags.
in-4° gr.
- Analyse do relataria apresentado pelo Sr. inspector de saude
publica ao Exm. Sr. presidente sobre a epidemia de febre amarella,
desenvolvida este anno (1872) no porto desta cidade. Parahyba, 1872
in-So. - Foi um dos autores do
- Relatoria sobre a saboaria de Francisco Gomes Marques da Fon-
toura por uma commissão medica, e questão de hygiene industrial pelo
dr. Antonio da Cruz Cordeiro, relator da mesma commissão. Parahyba,
lS73, 120 pags. in-8°.

Jacob de Andrade Vellosino - Filho de um hol-


landez que fazia parte da gente que, sob as oraens do principe de
Nassau, dominava a capitania de Pernambuco e de uma portugueza
ou nacional, como indica o appellido de Andrade, nasceu na dita
capitania em 1639 e falleceu em Haya em 1712. Barbosa Machado
e, seguindo a este bibliographo, alguns escriptores, como o con-
selheiro Pereira da Silva, o dão como nascido em 1657, seguinuo
de Pernambuco para Amsterdam depois da restauração deste impor-
tante territorio brazileiro quando, entretanto, este facto deu-se em
1654 ! Estudava humanidades em sua patria, quando restaurada do do-
minio hollandez, retirou-se com seu pae para Hollanda ; ahi formou-se
em medicina e exerceu a clinica, adquirindo a reputação de um dis-
tincto medico e naturalista, e escreveu algumas obras, de que só posso
JA 293

dar noticia das que B. Machado menciona em sua Bibliotheca Luzi-


tana, e são:
- O Theologo religioso-E' uma invectiva contra o livro que, com o
titulo de Theologo politico, escreveu Bento Spinoza, que ele judeu se fizera
atheista.
- O Messias restaurado - E' uma obra, em que se refutam as dou-
trinas de Jaquelot, ministro calvinista, emittidas nas suas Dissertações
do Messias.
- Epitome de la verdad de la ley de Moysés - Esta obra é composta
pelo rabino Morteira que em Amsterdam conhecera e admirava o padre
Antonio Vieira em 1647 ; mas foi reduzida a melhor estylo e accrescen-
tada de doutissimas reflexões por Vellosino. Não sei, porém, si foi im-
pressa, nem si o foram as outras; nem B. Machado declara ao menos
em que lingua foram escriptas as duas primeiras. Consta que Vellosino
escreveu tambem sobre medicina varias trabalhos, assim como sobre a
historia do Brazil. Constantino Pereira da Silva diz que sobre esse
assumpto no seculo passado ainda existiam delle interessantes memorias
manuscriptas, nos arcbivos de Portugal.

Jacques An-tonio Marcos de Beaurepaire,


Conde de Beaurepaire - Pae do conselheiro Henrique de Beaurepaire
Rohan, de quem jã fiz menção, nasceu em Touloll, França, a 17 de
novembro de 1772 e falleceu no Rio ue Janeiro a 26 de j ulbo de 1838,
general do exercito brazileil'O. Militar, achando-se em serviço do reino,
cooperou para a independencia do Brazil, exerceu varias commissões
importantes e subiu ao posto de marechal de campo. Escreveu:
- Comperulio de geographia universal, contendo a divisão particular
de todas ás regiões do mundo conhecido, e com especialidade, do imperio
do Brazil, por um omcial generaJ do exercito. Rio de Janeiro, 1835,
2 tomos in-4.0

Jay:m.e Augusto de Castro - Nascido em Barbacena,


Minas Geraes, em J837 e professor publico de primeiras lettras, cultivou
a poesia e escreveu:
- Poesias. l° volume. Paris, 1870, in-8°.

Jay:m.e Lopes Villas-Boas - Natural da Bahia e


bachltrel em saiencias sociaes e juriilicas, formado pela faculdade do
Recife em 1883, entrou na carreira da magistratura e escreveu:
- O crime do Catú. O desapparecimento do processo do Catú e os
responsaveis por este facto. Babia, 1886 - E' uma collecção de 1l.rtigos
294 J.A.

!lue o autor publicara antes no Dia7'io da Bahia por occasião de sua


remoção da comarca de Alagoinhas para a do Rio de S. Francisco.

Januario da Cunha Barboza - Filho de Leonardo


José da Cunha BarbosD, e dona Bernarda Maria de Jesus, nasceu na
cidade do Rio de Janeiro a 10 de julho de 1780 e falleceu na mesma
cidade a 22 de fevereiro de 1846. Presbytero secular, ordenaclo em 1803,
dedicou-se ao pulpito, adquirindo reputação tal, que em 1808 era ca·
valleiro da ordem de Cl1risto, prégador da capella real e lente substi-
tuto de pbilosophia, de que passou a cathedratico em 1814. Foi um dos
primeiros e dos mail> esforçados obreiros de nossa independencia ; para
esse fim, em quanto José Bonifácio se dava a investigações mineralo-
gicas com seu irmão Martim Francisco em S. Paulo, eUe fandava com
Joaquim Gonçalves Ledo uma imprensa no Rio de Jan"eiro e, depois de
proclamada a independencia, foi á Minas Geraes com o intuito de
apressar e generalizar ahi a acclamação de dom Pedro I, reconciliando
uns, e convertendo outros ao centro da opinião nacional - e, entre-
tanto, quanclo voltava á côrte, foi preso a 7 de dezembro de 1822,
recolllido á fortaleza de Santa Cruz e deportctdo para a Europa a 19 do
mesmo mez por influencia de José Bonifacio, então o primeiro ministro
do imperio, sem ter havido processo, sem se lhe abonar subsidio algnm
para manter-se em paiz extranho. Em 1823, considerado innocente,
voltava do exilio, dando-se a coincidencia de encontrar no mar o mesmo
ministro, seu persegnidor, que por sua vez ia deportado para a Europa.
E tão convencidos estavam o Imperador e a nação de seu patriotismo e
lealdade, que sua magestade o recebeu d:1lldo-lhe uma cadeira de
conego da capella imperütl e o officialato do Cruzeiro, e elle foi logo
eleito deputado a primeira legislaturD. pela provincia de Minas e pelo
Rio de Janeiro ao mesmo tempo. Serviu o cargo de director da
imprensa nacional depois de ter feito parte, interinamente, da segunda
junta directora e por ultimo foi director da bibliotheca nacional. Epa
omcial da ordem do Cruzeiro, commendador das ordens de Christo e da
Rosa, da ordem pOl'tugueza da Conceiçã.o de Villa Viçosa, e da ordem
napolitana de Francisco L Foi com o general Raymundo José dl1J
Cunha Mattos o fundadol' d6 ln tituto l1istorico é geographico brazileiro
e pertencia á muitas associações de lettras e sciencias, nacionaes e
estl'angeiras. N'um discurso que, na occa,sião de baixar seu corpo á
sepultura, proferiu o orador cio instituto, assim se exprime este:
« Vinte e seis titulas honrosos adornam a sua memoria ! Em dezoito
corporações illustres foi seu nome proclamado como de um sabia nos
paizes extpanhos, pois que no nosso de ha muito havia conquistado os
JA 295

inalteraveis clireitos que lhe asseguravam os grandes f,lctOS ele Sua


vida, a sua eloquencia. como Ol'ador sa.grauo, os seus vastos conheci-
mentos e sobretudo os padrões de gloria que levantara á nossa tel'l'o,... )
Cunba Barbosa escreveu, além de g'l'ande numero ele sermões que não
publicou, de relatorios, memorias originaes e traduzid'lS e de poesias
que se acham em revistas ou ineditas, o seguinte:
- Set'mão de acção de graças pela feliz restauração do reino de
Portugal, prégado na real cape lia do Rio de Janeiro na manhã de 19 de
dezembro de 1808. Rio de Janeiro, 1809, 15 pags. in-8".
- Omção de acção ele g-raças, recitada na capeIla real elo 1Uo de
Janeiro, celebrando-se o quinto anniversario'da chegada deS. A. B.
com toda sua família á esta cidade. Rio de Jaueiro, 1813, 22 pags. in·4".
- Oração de graças que, celebrando-se na real capella elo Rio ele
Janeiro no dia 7 de março de 1818 o decimo aoniversario da chegada de
sua magestade a esta cidade, compôz, recitou e o.ITerece com permissã.o
d'el-rei, nosso senhor, a José de Carvalho Ribeiro, etc. Rio de Janeil'o,
1818, 24 pags. in-4°.
- Oração de acção de grnço,s, que recitou na reo,l co,pclla no dia
26 de fevereiro, solenmisando-se por ordem de sua aI tezo, real o l)ri-
meiro anniversar-io do juramento d'el-rei e povo desta côrte :i. consti-
tuição luzitaoa, e oft'erece ao mesmo augusto e coostitucioJlo,l regente
do Brazil. Rio de Janeiro, 1822, 19 pags. in-4°.
- Oraçeio de acção de graças, recitada na imperial capeIln. do Rio
de Juneiro no dia 1 de dezembro de 1825, anoiversario 3" da coroaçlí.o
e sagração do Senhor D. Pedro r, Imperador do Brazil, etc. Rio de
Jaoeiro, 1826, 24 pags. io,8°.
- O?-açeío f~meb1'lJ da muito alta, muito pouerosa e fidelissima
senhora d. Maria r, raioha do reino unido de Portugal, B!'azil e
Algarves nas exequias celebradas na ordem terceira de S. Fl'ancisco de
P:1ula, pelos oillci:1es do batalllão de milici:1s TI. 3 tio Rio de Janeiro.
Babia, 1818, 30 pagos. in-8°.
- Oração r~lneb?'e, que n:1S exequias ue SIl:1 Ol:1gestade l:itlelissima, o
senhor d. João VI, celebrad:1s n:l. co,peIla imperi:1l, recitou, etc. Rio de
Janeiro, 1826,25 pags. in-8."
- 01'ação funebl'e, que nas oxoquias de SU:1 magestarle im perial a
seohora d. Maria Leopoldina Josepha Carolin:1, Archid.uqueza d' Anstri:1,
e primeil'a Imperatriz do Bl'azil, celebradas D:1 capella impel'ial no
di:1 26 de janeir~ deste anno recitou, etc. Rio de Janeiro, 1827,
23 pags. in-8".
- Omçlto recitada na imperial capelIa no dia 10 de novembro,
celebrando-se a missa solemoe do Espirito Santo, que precedeu a
296 JA.

eleição dos deputados da provincia do Rio de Janeiro para a segunda


legislatura. Rio de Janeiro, 1828, 9 pags. in-4°.
- Oração de acção de graças e lou vores á SS. Virgem do Monte do
Carmo, que pelo feliz consorcio de S. M. o Imperador do Brazil o
Senbor D. Pedro I, com Sua Alteza a Senhora Princeza de Leuchtem-
berg, Amelia Augusta Eugenia de Baviera, prégou na capella imperial.
Rio de Janeiro, 1829, 16 pags. in-4°.
- Oração de acção de graças pelo feliz restabelecimento da saude
de S. M. o Imperador, pl'égada na igreja parochial do SS. Sacramento
no dia 14de fevereit'o deste anno, etc. Rio de Janeiro, 1830, 15 pags. in-8°.
- Discurso recitado na igreja parochial de Santa Rita, celebrando-
se o oitavo anniversario da independencia do Brazil. Rio de Janeiro,
1830,11 pags. in-4°.
- Oraçao pronunciada no templo de S. Francisco de Paula no dia
7 de setembro d@ 1832 - Vem no Recopilador de 24 de setembro de 1832.
- Discurso de acção de graças pelas melhoras de S. M. 1. o Senhor
D. Pedro II, celebradas na igreja de S. Francisco de Paula pela primeira
legião de guardas nacionaes na tarde de 27 de novembro deste anno de
1833, etc. Rio de Janeiro, 1833, 11 pags. in-8°.
- Oração funebre de S. A. a Senhora Princeza D. Paula Marianna,
recitada na capella imperial no dia 18 de fevereiro de 1833. Rio de Ja-
neiro, 1833, 12 pags. in-4°.
- Oração funebre nas exequias, que os ofllciaes do l° corpo de arti-
lharia de posição fizeram celebrar na igreja da Santa Cruz dos Milital'es
no dia 4 de março deste anno em suft'ragio de seu companheiro d'armas
Antonio Manoel Pereira Monteiro. Rio de Janeiro, 1837, 15 pags.
in-8° .
- Oração de acção de graças pela elevação de S. M. L o Senhor
D. Pedro II ao pleno exercicio de seus direitos magestaticos, prégada
na capella de N. S. da Gloria, etc., perante S. M. L e suas augustas
irmãs no <.lia 29 de agosto deste anno. Rio de Janeiro, 1840, 13 pags.
in-4°.
- Sermão na solemnidade da sagração do Exm. e Revm. Sr.
D. Manoel do Monte Rodrigues de Araujo, bispo do Rio de Janeiro e
capellão-mór; recitado na imperial capella no dia 24 de maio de 1840.
Rio de Janeiro, 1840, 19 pags. in-4°.
- Sermão prégado na igreja da Santa e Imperiàl Casa da Miseri-
corclia do Rio de Janeiro no dia 2 de julbo de 1840. Rio de Janeiro, 1840,
18 pags in-8°.
- Oração funebre nas exequias do Illm. Sr. Joaquim José Pereira
ae Faro, Barão do Rio Bonito, celebradas pela veneravel ordem 3" do
JA 29

Carmo e por seus herdeiros no dia 10 de março deste anno, trigesimo de


seu fallecimento, etc. Rio de Janeiro, 1843, 19 pags. in-4°, com retrato-
Vem ainda na «Noticia historica do illustre cidauão brazileiro, Barão
do Rio Bonito, etc. », pags. 21 a 36.
- Oração de acção de graças, celebrada na imperial capelia no dia
30 de março do corrente anno, pelo nascimento e baptismo de S. A. L
o Sr. Principe primogenito D. A1fonso, etc. Rio de Janeiro, 1845, 11 pags.
in-4° .
- Discurso sagrado á Exaltação da Santa Cruz, na igreja dos mili-
tares em 21 de dezembro de 1837. Rio de Janeiro, l857, 56 pags. iu-8°-
E' uma publicação posthuma; estão no mesmo volume mais tres ser-
mões: de S. Pedro, de N. S. do Bom Successo e das Chagas de S. Francisco,
com as declarações das festividades e épocas em que foram prégados.
- Discurso que no fim da missa solemne do Espirita Santo, celebrada
na igl'eja dos Terceiros Minimos, etc., e que precedeu ao acto da junta.
eleitoral de comarca no dia 15 de maio de 1821 compoz e recitou na
dita igreja. Rio de Janeiro, 1821,7 pags. in-4°.
- Discurso que no fim da missa solemne do Espirito Santo, celebrada
na real capella desta cidade no dia 21 de maio, etc., antes de se pro-
ceder a eleição dos deputados para as côrtes pela provincia do Rio de
Janeiro, recitou, etc. Rio de Janeiro, 1821,7 pags. in-4°.
- Discurso recitado no G.·. O.'. do Br. '. - Vem na «Collecção
de discursos maçonicos)}, recitados por Gr. '. Dign.·., etc. Rio de J 81-
neiro, 1832, in-4° - E' o primeiro destes discursos.
- Discurso funebre nas exequias que fez celebrar a Aug.·. L.'.
escasseza União Brazileira, ao ar.'. do Rio de Janeiro no dia 9 de abril
de 1835 pelo seu membro, o Resp.·. Cav.·. R.'. C.'. Bernardo Lobo
de SOl1za, etc. Rio de Janeiro, 1835, 12 pags. in-4°.
- Discurso na fusão annual do povo maçonico brazileiro, presidida
pelo Sap.·. G.·. M. '. Geral e com assistencia do Gr. '. M.·. Provin-
cial de Pernambuco, celebrada no dia de S. João em 1835. Rio de Ja-
neiro, 1835, 19 pags. in-8°.
- Discurso recitado no acto de estatuir-se o Iustituto Historico e
Geographico Brazileiro (25 de novembro), precedido de uma breve noti-
cia da proposta, da iostallação e estatuição do mesmo instituto. Rio de
Janeiro, 1838, 26 pags. in-8°.
- Discurso recitado pelo orador do Instituto Historico e Geographico
no enterro do conselheiro José Joaquim da Rocha. Rio de Janeiro, 1838,
7 pags. in-8°.
- IrltJestigações sobre as povoa~es primitivas da America, etc.,
publicadas na obra "Antiguida.des mexicanas» por Warden, Paris,
298 JA

1834,3 vols.-E' uma traducção dos tres primeiros ca,pilulos da 2a


parte sob o tItulo: 1.° Pretendido conhecimento da America pelos
antigos. 2.° Autores da antiguidade que parecem ter alludido a des-
coberta de um novo mundo. 3.° Conhecimentos geographicos dos an-
tigos. Vem na Revish do Instituto, tomo 5", 1843, pags. 187 a 206 ou
199 a 219 da terceira edição.
- Si a int?'oclucção dos escravos afl'icanos no Brazil embaraça a
civilisação dos nossos indigenas, dispensando-se-lhes o tra.balho que
todo foi confiado aos escravos negr03? Neste caso, qual o prejuizo que
soíl're a lavoura brazileira ?-Na mesma revista, tomo 1°,1839, pags.
159 a 166.
- Qual seria hoje o melhor systema de colonisar os indios entra-
nhados nos nossos sertões: si conviria seguir o systema dos jesuitas,
fundado principalmente na propagação do christianismo, ou si outro,
do qual se esperem melhores resultad03 do que os actuaes ? - Idem,
tomo 2°, 1840, pag3. 3 a 18. Nesta revista se encontram, escriptas pelo
conego Januario, nos volumes de 1840 a 1842, muitas biographias de
beazileiros illustres, como: José Monteiro de Noronha, monsenbor José
de Souza Azevedo Pizarro e Araujo, padre Antonio Pereira de Souza
Caldas, Bento de Figueiredo Tenreiro Aranba, d. José Joaquim da Cunhg,
de Azeredo Coi tinha, Manoel Ignacio da Silva Alvarenga, Gregorio de
Maltas Guerra, padre Domingos Caldas Barbosa, Martim Aíl'onso de
Souza (Ararigboya) e José Joaquim Carneiro de Campos (Marquez de
Caravellas). Acham-se ainda abi alguns relatarias, um dos quaes foi
reproduzido na Minerva Braziliense, tomo 2°, pags. 423 e seguintes.
- Nictheroy. Metamorphose do Rio de Janeiro, dedicada á seu
amigo e patricia Marcelino Gonçalves. Londrds, 1822, 6 pago. in-8"-
Teve nova edição no Florilegio da poesia brazileira, tomo 2", pags. 667
a 682. E' um poema em verso hendec'lsyllabo, de que a bibliothecn.
nacional possue llma cópia ou o autographo com algumas variante3 e
mais tres notas.
- Os ga?'impei?'os, Rio de Janeiro, 1838, in-8° - E' um poema em
oitava rima sob o anonymo em resposta ao poema O pesadello de F. J.
Pinheiro Guimarães. Esta publicação troux:e contra o autor algumas
racriminações.
- A ?'usga da pj'aia Grande ou o quixotismo do general das massas:
comedia em tres actos. Rio de Janeiro, 1831, 75 pngs. in-8" - Igual re-
sultado trouxe-lhe esta comedia por causa de aIlusões a vultos muito
conhecidos e ue certa influencia. Sabiu sob o allonymo.
- PCtj'naso bm::;ileil'O ou coUecção das melhores poesias de poetas
brazileil'os. Rio de Janeiro, 1829-1830, 2 vaIs. in·4°.
JA 299

- Epitalamio ao augustissi010 Imperador e defensor perpetuo do


Brazil, o Sr. D. Pedro II, na occasião de seu consorcio com a serenissima
Princeza das Duas Sicilias, D. Thereza Christina Maria, por
Ca tor Roberto, Barão de Planitz. Traducção livre (Rio de Janeiro),
in-4° - Está em tres linguas: latina, portugueza e italiana, sendo
esta ultima traducção feita pelo dr. L. Y. de Simoni. O conego
Januario foi collaborador do Ostenso?' Brasilei1'o e da Mine1'ua B?'a~
:::iliense onde se acham, entre outros, os seus artigos: Bibliotheca
publica, no n. 6; Inft usncia do espiritualismo sobre o genio litterario
no n. 7; Academia das sciencias de Paris, no n. 11. Foi algum
tempo redactor do Auxiliador da IncItestria Nacional, onde, além de
outros artigos publicou:
- Discurso sobre o abuso das derrubadas de arvores em 10gare S
superiores a valles e sobre o das queimadas; lido na sessão annual dn.
sociedade Auxiliadora da industria nacionn.l no dia 7 de julho de 1833
- Foi publicado no Auxiliador, 1833.
- Memoria sobre a vantagem, necessidade e meio m:1is prompto
de propagar a cultura e mallipulação do chá; lida na sessiio publioa
annual, em 13 dejulho de 1834 - Idem, 1834.
- Discu1'so sobre algumas producções do Brazil que podem ser de
grande utilidade, si forem promovidas e aperfeiçoadas; lido na sessão
publica, etc., de 12 de julho de 1835 - Idem, 1835.
- Memo?'ia sobre o cruzamento do gado vaccum, lida na sessão da
6 de agosto de 1837 - Idem, 1837.
- i1femo1'ia sobre o programma sorteado «Qual é o methodo que
se deve empregar para se obter a melhor manteiga»; otferecida ao
conselho administrativo da sociedade Auxilia<1ora (la industria nacio-
nal- Idem, 1837.
- Pomologia physiologica: memoria recitada na sess..'ío publica
annuaI em 1838 - Idem, 1838. Foi o ultimo redactor do Dial'io elo
Governo (veja-se frei Francisco de Santa Thereza de Jesus ~ampaio), e
fundou e redigiu antes disso com Joaquim Gonçalves Lêdo ;
- Reve1'bel'o Constitucional Fluminense, escripto por dons brazileiL'os
amigos da nação e da patria. Rio de Janeiro, 1821-1822, dous vols.
in-4° - Este jornal comsçou a ser publicado a 15 de setembro de 1821
e terminou a 8 de outubro de 1822, e portanto engana-se o conselheiro
J. M. Pereira da Silva, quando diz á pag. 126 do tomo (l" de sua Historia
da fundação do imperio brazileiro, que «laborava em luta séria e deci-
di<1a o periodico Reverbero, orgão de Lêdo, de José Clemente e dos
sens amigos politicos contra o Tamoyo, levantado por Jose Bonifacio e
escripto pelos seus adherentes e segnidores ». E' impossível essa lula, a
300 JA

que se refere ainda o mesmo conselheiro á. pago 130, entre o Reverbero


e o Tamoyo, porque este só veiu á luz a 12 de agosto de 182.'=1, depois
da queda dos Andradas, que teve lagar a 17 de julho do mesmo anDO.
Nem só já não existia o Reverbero, como o seu principal redactor
achava-se fóra da patria, exilado. A opposição que o Reverbero fez ao
ministerio dos Andradas foi a causa do processo e prisão dos redactores.
No artigo Joaquim Uonçalves Lêdo, transcrevo uma parte da defesa
de um e outro. Finalmente o conego Januario publicou:
- Bullas pontificias, cartas régias, alvarás e provisões episcopaes,
por que foi erecta a santa igreja cathedra.l e capella imperial do Rio de
Janeiro e se lhe concederam os privilegias de que gosa. CoUigidas, etc.,
peloconego Manoel Joaquim da Silveira e dada á luz pelo conego Janua-
rio da Cunha Barbosa. Rio de Janeiro, 1844, 111 pags. in-4° - Entre
outros trabalhos, ineditos de sua penna, acham~se :
- Conselhos á um novel ministro do Evangelho sobre a arte de
prégar, traduzidos, etc. - O autographo pertence à bibliotheca do
Instituto historico.

Januario Manoel da Silva - Filho de Carlos Manoel


da Silva e dona Anna da Silva Cunha e sobrinho do conselheiro
João Joaquim da Silva•. de quem farei menção adiante, na-sceu na cidade
da Bahia em 1817 e falleceu em 1869, segundo se suppõe, extra-
viando-se na campanha do Paraguay, para onde seguira com varias
medicas de sua província. Era doutor em medicina pela faculdade da
Ba.hia, e no almanak de 1869 veiu o seu nome entre os facultativos do
hospi tal do Cerrito. Escreveu:
- Tuberculos pulmonares ou phthisica pulmonar : these apresen-
tada á faculdade de medicina da Bama, etc. Bahia, 1839, 41 pags.
in-4" gr. \
- Bre1Jes noções sobre o apparecimento da. epidemia do cholern.-
Rlorbus no Brazil, seus diversos tratamentos e methodo curativo, par-
ticularmente empregado e do qual colheu os mais felizes resultados em
difrerentes commissões medicas que exerceu na província do Ceará, etc.
Bahia, 1863, 75 pags. in-4°.

Januario dos Santos Sabino - Filho do bacharel


Ludgero dos Santos Sabino e sobrinho do distincto clinico dr. Ja-
nuario dos Santos Sabino, nasceu na província, hoje estado do Rio
Grande do Sul e falleceu no Rio de Janeiro a 15 de maio de 1887.
Professor jubilado da instrucção primaria, foi presidente do conselho
director do club dos professores publicas primarias desta capital, serviu
JE 301

no conselho da inspectoria geral d<1 instrucç1i.o primaria e secundaria


e escreveu:
- Primeiro livro ou expositor da lingua materna: obra dos pro-
fessores Januario dos Santos Sabino e A. Estevão da Costa e Cunha.
Rio de Janeiro, 1878, in-8°- Este livro foi adoptado pelo governo para
uso das escolas primarias do municipio nelltro; teve segunda edição em
1883 e terceira, correcta e augmentada, em 1886.
- Ourso methodico de leitura: segundo livro ou collecção de leitura
graduada pelos mesmos. Rio de Janeiro, 1878, in-8° - Segunda edi-
ção em 1883.
- Selecta nacional, composta de trechos dos melhores poetas nacio-
naes e organisada para uso das escolas primarias. Rio de Janeiro,
1883, in-8°.
- Methodo e programma de ensino nas escolas primarias e nos
estabelecimentos de instrucção secundaria; sua reforma ; adopção de
livros. 10 pags. in-fol.- No livro «Actas do Congresso da instrucção
do Rio de Janeiro» 1884.

Jeron'YJD.o Antonio de Proença Ribeiro-


Presbyterosecular, vivia na provincia, hoje estado do Maranhão, pelo
meiado do seculo actual. Ignoro, entretanto, sua patria e as demais
circumstancias, que lhe dizem respeito, pois só sei que escreveu:
- Carta ao RVID. Sr. João ManDeI de Andrada, acompanhada de
um ofilcio ao Exm. bispo diocesano D. Marcos Antonio de Souza.
Maranhão, 1841,20 pags. in-4°.

J eronyJD.o Francisco Ooelho - Filho do major


Antonio Francisco Coelho e de dona Francisca Lima do Espirita Santo
Coelho, nasceu na Laguna, em Santa Catharina, a 30 de setembro de
1806 e falleceu em Nova Friburgo a 16 de janeiro de 1860. Tendo
feito o curso de mathematicas e engenharia na escola militar, onde
formou-se, serviu no exercito, á principio na arma de artilharia
e depois no corpo de engenheiros, subindo até ao posto de brigadeiro.
Foi deputado em sua provincia natal de 1835 a 1847, e deputado
geral em 1857 e por outras vezes; presidiu a província do Para e
occupou a pasta dos negocios da guerra em dous gabinetes. Era
do conselho do Imperador, vogal do conselho supremo militar de
justiça, commendador da ordem da Rosa e da de S. Bento de Avíz,
e socio do instituto historico e geographico brazileiro. Escreveu varias
relatorios nos altos cargos que occupou, sendo um desses trabalhos:
- Relatorio apresentado á Assembléa geral legislativa na segunda
302

sessão da lOa legislatura pelo ministro e secretario de estado dos ne-


gocias da guerra, etc. Rio de Janeiro, 1858, in-fol. - E mais :
- Conta dada ao governo de um reconhecimento militar na frouteil'a
limitrophe entre as provincias de Santa Catharina e Rio Grande do Sul.
1842 - O original de 29 folhas com uma estampa se acha no archivo
militar, assim como as «Observações sobre a memoria apresentada pelo
tenente-coronel Jeronymo Fl'ancisco Coelho, etc. » escriptas pelo ge-
neral Andréa, depois- Barão de Caçapava, 1848, 10 fols. ln-fol. Ha no
arcbivo militar os originaes e cópias de varias mappas e cartas, levan-
tados com o engenheiro C. P. de Azeredo Coutinho, e publicado o
- lYlappa da medição e demarcação das vinte e cinco leguas qua-
dradas das terras concedidas em complemento do dote da serenissima
Princeza de Joinville, a Sra. D. Francisca, comprehendendo os terrenos
adjacentes ao rio ue S. Francisco, e ilha do mesmo nome na provincia
de Santa Catllarina, etc. 1846. Desenhado por J. P. de Sá, etc. Gravée
par F. Delamare. Paris - O mesmo mappa foi reduzido a menor es-
cala pelo capitão P. L. Lecor e lithographado no archivo militar. De
seus trabalhos como ministro de estado citarei :
- Regulamento, á que se refere o decreto n. 2116 de 1 de março
de 1858, reformando as escolas militares existentes. Rio de Janeiro,
lS58, in-So - Acha-se tambem no almanak militar deste anno,
4" parte, pags. 21 a 42. Este regulamento crêa a escola central, hoje
polytechnica.

JeronYJllo Joaquim de Olíveira- F,llleceu a 3 de


setembro de lS90 na cidade de Campos, do estado do Rio de Janeiro.
Era lente de direito commercial da mesma cidade, de cujo banco com-
mercial foi guarda-livros, e escreveu :
-- Compenclio commel'cial. Tratado pratico de di.reito e escriptu-
ração mercantil. Campos, 187S, in-So - Ha segunda edição, Campos,
1887, de 166 pags. in-8°. Consta-me que seu autor collaborou para
alguns jornaes e compaz varias dramas.

J eronylli.o J osê 'I'eixeira~ Visconde do Cruzeiro .....


Filho do commendador Jeronymo José Teixeira e de dona Anna Maria
Netto Teixeira, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 25 de novembro
de 18g0 e falleceu em Roma a 26 de dezembro de lS92, sendo bacharel
em leUras pelo collegio de Pedro II, bacharel em direito pela faculda1e
de S. Paulo, fidalgo cavalleiro da casa imperial, agraciado com
o titulo de conselho do Imperadorl e conselheiro de estado, ex-senador
do imperio, cavalleiro da ordem da Rosa e commendador da de Chri.sto,
JE 303

sacio de varias associações de leUras, de beneficencia e bancarias.


Apenas concluido seu curso academico, entrou para a classe da magis-
tratura com o lagar de promotor de Nitheroy, da qual se retirou dous
annos depois para servir na directoria da estrada de ferro D. Pedl'o II.
Foi eleito, tambem após sua formatura, deputado á assembléa pro-
vincial em duas legislaturas, e deputado geral em varias, occupando
a pasta dos negocias da agricultura em 1870. Eleito senador do imperio
em 1873, ao deixar acamara tem pararia, onde occupava a cadeira
da presidencia, querendo seus amigos da mesma camal',"" olTerecer-Ihe
um. banquete, eUe não só obteve que o pl'oducto da subscripçiio para
esse fim revertesse em beneficio das familias (1<"1.S victimas de um desastre
que tivera lagar no arsenal de marinha da córte, como otrereceu para
esse beneficio um conto de réis. Ainda na camara dos deputados em 1870,
foi um dos iniciadores da libertação do ventre escravo, e eleito relator
da commissão que apresentou o respectivo projecto. Foi director do
banco do Brazil, e neste cargo conseguiu a creação da Cc'1.rteira hypo-
thecaria do mesmo banco. Escreveu:
- Breve exposição da formação e indole da sociedade conjugal.
Extrahida da obra de mI'. Portalis sobre os direitos e deveres respectivos
do homem e da, sociedade. I e II parte. 8. Paulo, 1850, 106 pags. in-8".
- Inc01'pOl'ação de bancos: discurso pronunciado na camara dos
81'S. deputados na sessão de 18 de maio de 1858. Rio de Janeiro,
1858, in-4° ..
- Necessidade da reforma do processo das fallencias: discL'.rilo
pronunciado, etc" na sessão ele 9 ele setembro ele 1869. Rio de Janeiro,
1869, in-4°.
- Reforma do estado serviZ: discurso pronunciado, etc, na sessãJo
de 30 de maio de 187L Rio de JaneiL'o, 187!, 55 pags. in-4° - AclJo.-
se tambem no Appendice ao tomo 2° da « Discussão da x'eforma do
estado servil na camara dos deputados e no senado» pags. 40 a 78.
A's pags. 86 e seguintes do Appendice se acha seu projecto apresen-
tado pela commissão especial da camara, de 1870, em sessão de 16 de
agosto desse anno, e assignado tambem pelos conselheiros João José
de Oliveira Junqueira e Francisco do Rego Barros Barreto. Além do
discurso de 30 de maio, ha sobre o mesmo assumpto mais dous que
vem no oitado livro, tomo l°, pags. 107 a lIS, e 299 a 304, pl'onun-
ciados a 10 e a 27 de julho.
- Discussão do voto de graças: discurso pronunciadd na sessão do
senado de 25 de junho de 1874. Rio de Janeiro, 1874, 74 pags. in-8°.
- Saneamento da cidade do Rio de Janeiro: discurso proferido na
sessão de 1 de setembro de 1887 no senado. Rio de Janeiro, 1887.
304 JE

J eronyJD.o Mar1iiniano Figueira de MelIo-


Filho do capitão Jeronymo José Figuetra de Mello e de dona Maria do
Livramento Figueira de Mello, nasceu na cidade de Sobral, no Ceará, a
19 de abril de 1809 e falleceu a 20 de agosto de 1878 na cÔrte. Como seu
irmão, tambem fallecido, o conselheiro João Capistrano Bandeira de
MelIo, foi dos primeiros estudantes que teve a faculdade de direito de
Olinda, depois de sua creação, e ahi obtendo o gráo de bacharel, entrou
para a classe da magistratura, na qual subiu até ao supremo tribunal de
justiça. Administrou a provincia do Maranhão e a do Rio Grande do
Sul, e foi um dos fundadores da sociedade de estatistica do Brazil,
installada em 1853. Representou sua provincia natal, e tambem a de
Pernambuco, em varias legislaturas na camara tempararia, e depois na
vitalicia, sendo escolhido pela corôa a 27 de abril de 1870, e foi um dos
mais dedicados defensores da curia romana e dos bispos processados por
occasião da questão religiosa. Era do conselho do Imperador, dignitario
da ordem da Rosa, commendador da de Christo, etc. Escreveu:
- Dos poderes e obrigações dos jurys por sir Richard Thilips, a
que se accrescenta uma taboa analytica das jurisdicçoos, magistratura,
actos judiciarios, delictos, titulos ou qualidades, etc., por Carlos Conte.
Traduzido da segunda edição da versão franceza. Olinda. 1832, in-8°.
- Chronica da rebeUião praieira em 1848 e 1849. Rio de Janeiro,
1850, in·8°- Este livro, de mais de 600 pags., foi escripto e publicado,
quando o autor exercia o cargo de chefe de policia na província de Per-
nambuco, onde se deram os factos que historia.
- Manifesto que os deputados da provincia do Ceará fazem aos
habitantes desta província, etc. Rio de Janeiro, 1845, 173 pags. in-12
(Veja-se Antonio José Machado.)
- Ensaio sobre a estatística politica e civil da província de Pernam-
buco. Recife, 1853 - Este trabalho foi escripto por incumbencia do
presidente da provincia Barão, depois Conde da Boa Vista, sendo o
autor secretario da presidencia; e monsenhor Honorato para o seu
diccionario topographico, estatistico e historico dessa província, delle
extrahiu importantes informações.
- Analyse e commentario critico da proposta do governo imperial
sobre o elemento servil por um magistrado. Rio de Janeiro, 1871 -
E' em defesa do projecto de liberdade do ventre, pelo qual, não só na
tribuna, como na imprensa, pugnou.
- RefieaJões sobre a proposição do senado quanto á attribuição do
supremo tribunal de justiça, de estabelecer a verdadeira intelligencia
das disposições duvidosas de nossas leis patrias. Rio de Janeiro, 1873,
ín-8°.
JE 305

- Obsel'vações sobre a consulta da secção dos negocias do Imperio do


conselho de estado relativamente ao recurso da irmandade do Santís-
simo Sacramento da igreja matriz de Santo Antonio do Recife contra o
acto, pelo qual o Bispo de Pernambuco a declarou interilicta. Rio de
Janeiro, 1873, 162 pags. in-8°.
- Discurso pronunciado na sessão de 20 de fevereiro (no Senado).
Discussão do voto de graças. Rio de Janeiro, 1873.
- Pa1'ecer sobre o Parecer das com missões reunidas da camara
dos Srs. deputados opinando que não se approve a proposição do
senado, pela qual se confere ao supremo tribunal de justiça a
faculdade de tomar assento para a boa intelligencia das leis civis,
crimiuaes e commerciaes, quando se derem questões divergentes nos
tribunaes. Transcripto da Gazeta Juridica. Rio de Janeiro, 1873,
27pags. in-8°. .
- Relataria e contas da subscripção promovida em favor das victi-
mas da sêcca do Ceará, pela commis_ão cearense organisada nesta
côrte em 7 de novembro de 1877. Rio de Janeiro, 1879,128 pags. in-40 •
- Ahi se acham annexos de pag. 69 em diante os artigos que sobre a
sêcca do Ceara havia escripto no Jornal do Commel'cio da cÔrte o senador
Liberato) de Castro Carreira (veja-se esse nome), llm dos membros da
commissão.

J eronyID.O MaxiID.o Nogueira Penido - Filho do


doutor Jeronymo Manmo Nogueira Penido e de dona Emilia Luiza No-
gueira Penido e irmão de dona Emilia Augusta Gomide Penido, jã.
mencionada neste livro, nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 31 de
julho de 1843 e falleceu a 17 de fevereiro de 1893. Bacharel em direito
pela faculdade de S. Paulo, foi promotor e juiz municipal de Bom Fim,
em Minas Geraes; depois foi ahi advogado e ultimamente o era na
cidade de seu nascimento. Representou a província do Rio de Janeiro
em Slla assembléa, tratou na imprensa do dia de varias questões de
direito e redigiu:
- O Conservador. Redactores-proprietarios Jeronymo Penido Junior
e Ago tinho Penido. Rio de Janeiro, 1879-1880, in-fol. - Escreveu:
- Assemblea legislativa do Rio de Janeiro. Discursos do deputado
Penido Junior. la sessão ordinal'ia, setembro a novembro de 1874. Rio
de Janeiro (sem data) in-8°.
- Discursos do deputado, etc. Assembléa provincial do Rio de Janeiro.
Sessão extraordinaria de 1874. Rio de Janeiro, 1874,43 pags. ín-8°.
- Discursos pronununciados na Assembléa legislativa provincial do
Rio de Ja,neil'o. 1874-1877. Rio de Janeiro, 1878, 161 pags. in-4°.
20
JE

- 'Mflnl(esto politico aos conservadores de Minas, especialmente


:.a:os {lo 3" districto. Rio de Janeiro, 1886, 32 pags. in-4°.
- A província ele jJiIinas. Serviços do Dr. Jeronymo Maximo No-
::eueim Penido, calldida.to ás eleições senatorial e de deputado pelo
~ • distl'icto. Rio rio Janeiro, 1881, 22 pags. in-12°. - E' uma noticia
'. -oos -serV'ii;os e da. vida politica do pae do autor.

-'ff erony]UO Pereira de LiJna CaD1pos - Natural


, E)'RiG ·de Janeiro e uascido em 1824, fez o curso da. academia de ma-
rrln<ha. com praç~ de aspirante em 1840, é lente jubilado da mesma
;;.~d-emia, vice-almirante reformado e cavalleiro da ordem de S. Bento
~ Aqiz. Fui depllÍ'Ldo á assembléa do Rio de Janeiro e escreveu:
-- Dissertaçiio sobra os principias de balística naval. Rio de Janeiro,
aB50, 55 p:lgS. iu-4°, com uma estampa.
- Discw'so recita.do perante Sua Magest:lde o Imperador por
~:z>eeasião da a1Jerturn, solemne da academia de marinha em 7 de março
.- . 3 ··ffi57. Rio de Janeiro, 1857, 20 pags. in-8.o- Era o autor lente
~ muto,

- Pontos de ,qeometl'ia para provas escriptas nos exames da in-


~nt'uevão publica ua côrte, Rio de Janeiro, 1869, 44 pags. in-4° com
~ras_

~eroJ1Y.l:n.o Pereil-a Pint.o - Natural do Rio de Ja-


";bej,ro, (I(,) i nug-ociante di1 praç:L desta cidade, sacio da sociedade auxi-
-adora da industria nacional e escreveu:
- Esboço de manua.1 de agricultura campista. Rio de Ja:Ieiro, 1869,
-; :-8'1..

-.Jeronyl'UO Rodrigues de Moraes JardiD1-


JPü'llo <lo cOI'onel Joa.quim Rodrigues de Moraes e de dona Maria ALUna
.€e ~flGraes Jardim, nasceu na provincia de Goyaz em 1838. E' marechal
.r:'sformado elo exercito; bacharel em mathematicas pela escola central;
mmenuador da orJem de Christo ; cavalleiro da ordem da Rosa e da
,-.de s.. Bento de Aviz; condecorado com a medalha da campanha contra
Paragu:lY; membro tio club de engenharia; sacio da soc:edade amante
,fia. instrucção, etc. Entrou como praça no exercito a 22 de março de
854 e promovido a alferes-ai um no em 1857, serviu sempre no corpo
,·.fie -eng:enheiros e exerceu Tarias commissões, quer do ministerio da
-_~cteultura, quer do da. guerra, como as de inspector geral das obras
;p:b1ieas da côrte, e de engenheiro chefe da execução do projecto de abas-
~ cimento d'agua. á cidade do Rio de Janeiro, em cujo caracter foi á
JE 307

Europa, commissionado por ordem do governo imperial de 13 de ou-


tubro de 1875, afim de estudar os trabalhos analogos, já ahi executados
ou em via de execução; e eSCl'eveu por occasião de taes commissões
varias trabalhos, de que citarei:
- Relatol'io .da exploração da estrada do Pepiry-Guassú - Sahiu
publicado no Relat.orio do ministerio da agricultura, de 1866.
- Rela/ol'io sobre o melhor tl'aç1do para o caminho de ferro do Pa-
raná. Rio de Janeiro; 1874, in-4° gr.
- Projecto de abastecimento d'agua para a cidade do Rio de Janeiro,
organisado por ordem do ministerio da agricultura pelos engenheiros
Jeronymo Rodrigues de Moraes Jardim e Luiz Francisco Monteiro de
Barros. Rio de Janeiro, 1874, 47 pags. in-4° com uma carta.
- Relato'do l° da commissão de melhoramentos da cidade do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro, 1875, 56 pags. in-4".- E' assignado tambem
por F. F. Passos e M. Ramos da Silva.
-Relatorio 2° da commissão, etc. Rio de Janeiro, 1876,40 pags.
ln-4°. - Idem.
- Relataria sobre os portos de Pedro 2° e Antonina, apresentado
ao... ministro dos negocias da agl'icultura, commercio e obras publicas.
Rio de J aneil'o. 1875, 20 pags. in-4°. - Em commissão com o Barão da
Laguna e Barão de Iguatemy.
- Relatol'io da commissão encarregada de examinar os esgôtos da
cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1875, 16 pagos. in-4°.- As-
signado tambem por A. P. de Me110 Barreto eM. Buarque de Macedo.
-Relatorio dos tmbalhos executados pela inspecção geral das obras
publicas ~a. côrte no anno de 1874. Rio de Janeiro, 1875, in-fol.
- Relatm'io apresentado ao ministerio da :1gl'icnltura em desem-
penho da commissão de que foi incumbido na Europa. Rio de Janeiro,
1877,205 pags. in-4 0 , com duas tabe11:1s - Refere-se esta commissão a
estudos relativos ás obras e systemas de abastecimento d'agua nas mais
importantes cidades da Europa. Foi tambem publicado na Revista do
Instituto Polytecllnico e das Obras Publicas do Bl'azil, tomo 9°, 1877,
pags. 1 a 189.-
- O ex-inspectO?· geral das obras publicas, tenente-coronel, etc., e o
incidente do reservatorio D. Pedro 2° (Pedregulho). Rio de Janeiro,
1881, 45 pags. in-4°, com duas fignras - Neste volume se acham
rennidos todos os artigos publicados pelo autor no Jornal do Commercio
por occusião da racha do reservatorio, uma carta representando o perfil
bypothetico que serviu de base ao calculo e ás deduCQÕes do dr. Borja
Castro, e o perfil real e definitivo do reservatorio no lagar em que se
deu o incidente.
308 JE

- Resumo historico sobre a navegação do rio Araguaya - Vem no


Relataria da exploração do mesmo rio, pelo major Joaquim Rodrigues de
Moraes Jardim, irmão do autor (veja-3e este nome). Ha varias plantas
do dr. Jeronymo Jardim, como:
- Projecto de melhoramento da cidade do Rio de Janeiro. Plauta
geral. 1876. 1m,712X2 m,395.- E' assignado tambem por F. P. Passos
e M. Ramos da Silva.
- Vanguarda elo exercito alliado (levantada na campanha do Para-
guay). om,523XO"',619.- S. M. o imperador possui a o original.

J erony:m.o Si:m.óes - Filho de J eronymo Antonio Simões e


nascido em Maceió, capital de Alagôas, a 31 de março de 1831, comple-
tou em Pernambuco sua educação litteraria e dedicou-se á profissão de
guarda-livros, continuando-a no lagar de seu nascimento e no Rio de
Janeiro desde 1862 e empregando as horas de folga no Cultivo da litte-
ratura amena, no estudo da historia patria e de questões sociaes de
alta transcendencia. Tem tambem exercido o professorado de escriptu-
ração e comtabilidado mel'cantil, já no lyceu de artes e officios, no
club dos guarda-livros e na sociedade Ensaios litterarios, já em casas
particulares. B' sacio deste club e daquella sociedade, e do Instituto
al'cbeologico alagoano; tem collaborado, publicando tambem poesias,
para varios j ornaes politicos e litterarios, e fez parte da redacção dos
seguintes:
- Revista da Associação dos guarda-livros. Rio de Janeiro, 1874-
1875, in-fol.
- Brazil Americano: semanario litterario e politico. Rio de
Janeiro, 1875-1876, iu- foI.
- Atirador Franco. Rio de Jantliro, 1881, in-fol.
- Minerva Fluminense: revista do club polimathico Bethencourt da
Silva. Rio de Janeiro, 1886, in -8°.
- A Democracia. Rio de Janeiro, 1886-1887 - De seus trabalhos
publicados citarei:
- A pena de mOl'te - Nos Ensaios li tterarios, collecção de trabalhos
da sociedad deste nome, 1877, pags. 91 a 105 - E' contra esta pena.
- Calabar perante a posteridade - na mesma collecção, pagos. 159
a 171 - E uma defeza do transfuga pernambucano e refutação do que
escreveu o Visconde de Porto-Seguro na sua Historia da guerra dos
hollandezes.
- Theatro Nacional: serie de artigos - no Oruzeiro, 1879, noS
quaes faz o estudo critico do tl.leatro do Brazil e analysa a composição e
exhibição em scena do drama A opiniào publica, de dona Maria Ribeiro.
JE 309
,
- A abolição do capliveil'o: :serie de escriptos - na Gazeta da
Tarde, 1884, pugnando pela extincção immediata do elemento escravo.

JeronYlllO Sudré Pereira-Filho do coronel Francisco


Sudré Pereira e de dona Cora Coutinho Sudré, depois Barão e Baroneza
de Alagoinbas, e neto materno do conselbeiro José Lino Coitinho, de
quem tratarei mais tarde, nasceu na provincia da Bahia, é doutor em
medicina pela faculdade da mesma provincia, hoje estado e lentejubi-
lado da cadeira de pbysiologia; lente de historia do lyceu provincial;
agTaciado com o titulo de conselbo do imperador; cavalleiro da
ordem da Rosa, e membro do instituto bahiano de agricultura. Foi
deputado á assembléa provincial em varias legislaturas e á geral na
l7a legislatura de 1878 a 1881 ; foi depois disto á Europa em commissão
do governo imperial afim tle aperfeiçoar-se nos estudos de pbYSiologia
experimental e escreveu :
- Qual a iltfiuencia da civilisação sobre o desenvolvimento das
molestias nervosas; Da conveniencia ou descon veniencia das evaeua-
ções sanguíneas nas pneumonias; Do aborto; Tratar em geral das radi-
caes organo-metallicas, assignalar-lhes o logar que lhes compete nas
classificações chimicas modernas: these apresentada e publicamente
sustentada, etc. Bahia, 1861, 46 pags. in-4°.
- Das causas que podem modificar o clima de uma localidade: these
apresentatla, etc., no concurso para um logar de oppositor da secção
medica. Bahia, 1862, in-4°.
- Sensibilidade recUrI'ente: tbese apresentada e publicamente
sustentada em maio de 1865 no concurso para a cadeira de pbysiologia.
Bahia, 1865, io-4°.
- MentOl'ia historica rlos acontecimentos mais notaveis da faculdade
de medicina da Bahia no anno de 1865. (Sem folha de rosto, sem decla-
ração do logar e do anno) in-fi. de 12 pags.- Foi approvada pela con·
gregação a 2 de março de 1866.
- Memoire sur le beriberi, precedée d'une introduction de mI'.
le do.ctenr Charles Mauriac. Paris, 1874,34 pags. in-4°.
- Contpendio de geographia elementar, especialmente do imperio
do Brazil. Bahia, 1876, in-8°.
- Comrnissão scientifica á Europa. Relatorio apresentado a facul-
dade de medicina da Bahia. Bahia, 1883, 267 pags. io-4°.

D. J eronYlllo Tholllé da Silva, arcebiSpo da Bahia


- Filho de João Thomé da Silva e irmão do doutor João Tbomé da
Silva, de quem occupar-me-hei, nasceu em Sobral, ceará, a 12 dejunbo
310 JE

ele 1849, é presbytero secular, doutor em philosophia e em theo-


10gia pela universidade Gregoriana de Roma e arcebispo da Bahia. Fez
em Roma todos os seus estudos, recebendo as ultimas ordens a 3l de
dezembro de 1872 e celebrando no dia seguinte sua primeira missa.
Estabelecendo-se no Ceará, dedicou-se ao, magisterio particular. Mu-
dando-se para a capital de Pernambuco em 1878, exerceu o cargo de
promotor do juizo ecclesiastico até 1888. De 1878 a 1881 leccionou
philosophia no seminario de Olinda, deixando este cargo Pp!' passar a.
ser lente, no gymnasio pernambucano, da língua italiana, cadeira de
que foi transferido ao cabo de um anno para a de rhetorica, que regeu
até 1890. Foi tambem desde 1882 capellão do asylo de mendicidade a.
cargo da santa casa de Misericordia e, por espaço de tres anuos,
director local do Apostolado da oração e liga do sagrado Coração
de Jesus, do recolhimento de Nossa Senhora da Gloria e, na ausencia do
diocesano governou a diocese de 1888 a 1890. Vindo este anno para. o
Rio de Janeiro, a chamado do internuncio apostolico, para tomar parte
nas reuniões celebradas pelo episcopado brazileiro na capi tal, e rece-
bendo sua confirmação para bispo do Pará, seguiu para Roma, foí
ahi sagrado a 26 de outubro de 1890 e fez sua entrada na diocese
a 8 de fevereiro do anno seguin te. Elevado a arcebispo da Babia., fez
sua entrada na archidiocese e tomou posse a 26 de fevereiro de 1894.
Escreveu:
- Oração {unebre, recitada nas solemnes exequias celebradas·
na igreja matriz da Boa Vista, na cidade do Recife, a 27 de
julho ele 1880, pelas victimas da hecatombe da Victoria. Recife,
1880, la pags. in-8°. - Occorre no fim do opusculo: Typographia
do Tempo, 1878.
- Discurso {tmeb"e nas exequias do Visconde do Rio Branco.
Recife, 1880, 14 pags. in-4°.
- Manual phílosophico. Recife, 1886, 431 pags. in-12°.
- Complmdio de rhetorica. R.ecife .•. - Nunca o vi.
- Carta pastoral saudando aos seus diocesanos no dia de sua. sa-
gração. Roma, 1890 - Foi reproduzida em algumas revistas catholicas·
e no Bt'a::il, diario politico, commercia1, scientiflco e noticioso de 23 da-
novembro deste anno, occupando nove columnas.
- Carta pastoral sobre as obras pias e sagração da cathedral da.
diocese. Belém, 1892.
- Carta pastoral por occasião de sua transferencia da Sé episcopal do
Pará para a Sé metropolitana de S. Salvador da Bahia. Babia, 1894-
Foi publicada no Monitor Catholico desta cidade, de 4 de março, Oooll-
pando dezoito columnas.
JE

Jerony.rno Villela de Castro Tavares'- FíUro'


do doutor Jeronymo Villela Tavares e de dona Rita Maria Theae!wa
de Castro Tavares, nasceu no Recife a 8 de outubro de 18·15 e.fiH-
leceu a 25 de abril de 1869. Com 20 annos de idade !'ec~beu>' Ilt)
faculdade de direito de Olinda a carta de bacbarel a 11 de nO\'Brnbr. -
de 1835, e o grau de doutor a 20 de dezemb!'o, sendo t les·:1. s.tm-.
applicação e proceder durante o curso, que em 1833 foi pl'emi::lda,c
uma medalblL de ouro, que só se obtinha por voto unanime tIa congro-·-
gação, e em 1834 foi nomeado vice-director tIo collegio dos orrl1ãoo,._
de que era director frei CfI,rlos de S. Joso, depois bispo d Ma-
ranbão, seu mestre, que havia sido de preparatorios. No meSJ1}GHl,nn •
ele sua formatura a presentou-se ao concurso a uma vaga (le substitlA~fl: .
da faculdade, ao qual não foi admittido, por lhe f ti tal' a i(bdo- legal;:
mas posteriormente foi nomeado lente substituto em 18H e ca~h9~·­
dratico. em 1855. Representou no parlamento snil provincin llruttl ..
na sexta legislatura, na subsequente, dissolvida em 1848, e em dOOíl .
outras; compromettendo-se, porém, na reyolução que seguiu-se>
essa dissolução da cam ara, foi preso a 3 de fevereiro de 184\1, oon--
demnado a prisão perpetua e enviado para Fermllrlo de Noronha,._
(londe, por motivo de molestia, obteve ser transfel'ido para :li 1'01'--
taleza do Brnm e ahi esteve ato o perdão concedido a 28 de 00- -
vembro de 1851. Serviu ainela outros cargos, como.o de directol' ger.,I:..
ela instrucção publica em 1859; foi advogado no fôro do Recife. e: .
tão 110tavel nesse exercicio, como foi no magisterio, na trtlmDa..,
parlamentilr, na litteratura e na politica. Escreveu, alé;n ue- ~Í5-"
cursos academicos e parlamentares, que foram impressos e artiges l'ltt.
imprensa. periodica:
-Compendio de direito ecclesiastico para uso elas nC3rlemiasjllrit.li~ .-
do imperio. Recife. 1853,282 pags. in-So. - Divide-se em iDtl'odu~()<­
ou considerações ger.~es, e tres livros, tratando: o primeiro da i,p-eja......
sua fundação e caracter; o segundo de seu govel'llo, limites e irnPe-
pendencia; o terceiro dos direitos do poder civil em relação à igre~
Teve segunda edição, mais desenvolvida e aug-mentada, no R~crr(f.
1862; foi elogiado pelo bispo Conde de lruja e por ou tros no Brazil e em.
Portugal, assim como por algun' lentes da universidade de CoimTn'rt,
e foi premiado pelo governo, que o mandou adoptar nas duas faCirlL.-.·
dades do imperio.
- Carta dirigida ao Exm. e Revmo. Sr. D. Romualdo, arceBf .
da Bahia, sobre o parecer de S. Ex. acerca da seguinte consona
Si os parochos podem ser processados e punidos pelo poder tempora 1
quando violam as obrigações mixtas e as leis do est3do. Recife'~ .
312 JO

1852, 208 pags. in-8°. - Fecha-se o livro com a resposta escripta pelo
arcebispo. Depois foi publicado:
-Appendice á discussão entre o Exm. e Revmo. Sr. D. Romualdo
Antonio de Seixas, arcebispo da Bahia e o lllm. Sr. Dr. Jeronymo
Villela de Castro Tavares acerca do parecer: Si os parochos podem ser
processados e punidos pelo poder temporal, quando violam as obri-
gações mixtas e as leis do estado. Recife, 1853, 54 pags. in-8°.
- A s~rpente de Moisés. Traducção. Recife, 1832, in-8°.
- Deveres do homem e do cidadão. L'{.ecife, 1833, in-8°.
- Poesias. Recife, 1850, in-8° . - São composições escriptas na prisão
e por isso repassadas de melancolia e saudades; foram colligidas e
publicadas por um patricia e amigo. Além dessas deixou muitas outras,
sendo algumas postas em musica, ou pelo autor, que tambem cultivava
a arte e compunha, ou pelo compositor LimlJ Cantuaria. Foi um dos
redactores do Constitucional da Parabyba em 1839, collaborou para
varias jornaes de sua provincia, como Diario Novo, Regeneração,
Aurora, Guat'da Nacional e Tempestade, e redigiu por fim:
-A Guarda Avançada. Pernambuco, 1863, in-fol.

J esuino LaJD.ego Costa, Barão da Laguna. - Nascido


em Santa Catharina a 13 de setembro de 1811, falleceu no Rio de
Janeiro em 1886, almirante reformado da armada; conselheiro de
guerra; senador por sua. provincia natal; viador da casa imperial;
grã-cruz da ordem de S. Bento de Aviz e da ordem l'ussiana de Santo
Estanislau; dignitario da ordem da Rosa.; oillcial da. do Cruzeiro j
commendador das ordens franceza da Legião de Honra, hollandeza do
Leão Neerlandez, portuguez<l. da. Conceição de ViUa Viçosa e hespa-
nhola de Carlos III, e condecorado com a medalha do combate na
passagem de Tonelero com passador de ouro. Escreveu:
- Relatorio sobre os portos de D. Pedro 2° e Antonina pela com-
missão composta dos Srs. Barão da Laguna, Barão de Iguatemy e en-
genheiro Jeronymo Rodrigues de Moraes Jardim, etc. Rio de Janeiro,
1875, 20 pags. in-4°.
- Descripção da viagem da fragata a vapor Alfonso, abrindo a nave-
gação do Parnguay - O autographo in-folio esteve na exposição de his-
toria patria de 1880, apresentado pelo imperador, a quem pertencia elle.

D. Joanna Tibur"tina da Silva Lins - FLlha de


Francisco de Paula e Silva Lins, já mencionado neste livro, nasceu n&
provincia, hoje e tado de Pernambuco, ahi fez o curso da escola normal,
depois de perder seus pais, e exerceu o cargo de professora da instruc-
JO 313

ção primaria, no qual fallecen. Sua mocidade, como diz o dr. H.


Capitulino PereiJ'a de Mello, foi misturada de sorrisos. e lagrimas, de
esperanças e desillusões. Acariciada por seu pai, que a idolatrava, ella
sorria; mas asphyxiada pela pobreza do artista, chorava com elle.
Embevecida nas expansões de seu talento, ella esperava; antevendo a
atmosphera em que vive a mulher na nossa terra e meditando o im-
possivel, que não podia vencer, elia descria. N'uma poesÍ1\ sua,
o:trerecida a seu pai, assim se exprime:
Eis meus sonbos gentis, eis minhas horas
De doce inspiração!
Eis os sorrisos, os crueis agrores
De um triste coração!

Flores crestadas com o soprar do vento


De atroz contrariedade,
Exprimem as descrenças prematuras
De minha mocidade.
Transumptos de um viver que se alimenta
De tristes ilILl ões,
São os tidos e ternos companheiros
De minhas solidões.
Crestadas, como são, com o sópro ardente
Do fatal impos ivel,
Mal podem exprimir um sentimento
Sublime, indefinivel !
D. Joanna Lins foi uma assidua collaboradora do jornal academico
Madresilva, publicado de 1869 a 1870 e escreveu:
- Meus sonhos: poesias. Recife, 1870 - E' um volume de suas
poesias, colleccionadas por es ri ptores da M adresilva, do qual é extra-
bida a que deixei acima. O autor das "Pernambucanas illustres»
dá noticia de um trabalho delltt em prosa, isto é :
- Ensino miaito- Creio que esta publicado em um volume sob o
titulo de «Conferencias pedagogicas».

João Adolpho Ribeiro .da 8ilva- Natural da


provincia, hoje estaclo de S. Paulo, e pela faculdade respectiva bacbarel
em sciencias sociaes e juridicas, formado em 1868, falleceu a 8 de feve-
reiro de 1884 no Ceará, onde exercia o cargo de juiz de direito dilo
comarca de S. Benedicto. Collaborou em varios orgãos da imprensa
politica, e em revistas litterarias, e escreveu:
- Psyché: romance ao luar. Fortaleza, 1875, 124 pags. ia-8·.
Carlos: romance .•...
314 JO

João Affonso Oorrêa de A lllleida - Natural da


-antiga pl'ovincia do Rio Grande do Sul, segundo me consta, ahi
dedicou-se ao magisterio, foi director do collegio Sul-americano e
neste exercicio escreveu:
- Exe"cicios graduados de analyse, colleccionados dos melhores
autores. Pelotas, 1880, in-8° - Este livro foi adoptado nos principaes
estabelecimentos de instrucção na provincia.
- Regms de p,"onuncia para os principiantes de francez. Pelotas.. ,
in-8°,
- Prova Q?"al de francez, organisada de accôrdo com o novo pro-
gramma de exames em todas as mesaS do:imperio, approvada por aviso
de II de janeiro de 1883. Pelotas, IS83, in-So.

João All'ol1lso de LiJua Nogueira - Natural do


Rio de Janeiro e bacharel em sciencias sociaes e juridicas pela facul-
dade de Olinda, formado em 1833, caval1eiro da ordem da· Rosa e.
da de Christo, serviu muitos annos o car'go de omcial-maior da
secretari::l do tribunal do commercio do Rio de Janeiro, e nesse Cltrgo
escreveu:
- Regttlamento para os tribunaes do eommercio e do processo das
quebras; sobre a orelem do juizo no processo commercial e instrucções
para a eleição de deputados e supplentes dos tribunaes do commercio.
Unica edição completa e annotada por J. A. L. N. Rio de Janeiro,
1860, 158 pags. in-So.

João Alberto de Salles - Filho de Francisco de Paulflo


Salles e irmão do dr. Manoel Ferraz de Campos Saltes, de quem se tra-
tará neste livro, é natural de Campinas, provincia, hoje estado de
S. Paulo, bachar'el em sciencias sociaes e j uridicas pela faculdade desse
estado, formãdo em ISS2, e um dos mais esforçados propugnadores das
idéas repubUcanas desde os tempos de estudante e do dominio da
monarch ia. Escreveu:
- Politica republicana. Rio de Janeiro, 1882, fi83 pags. in-So.-
Neste livro, com que o autor pretende systemati ar os principias
fundamentll.Os da bandeira republicana, inspirando-se em Littré, Comte,
Naquet, Guisot, Tocqueville e outros, se occupa: 1.° Da exposicão da
moderna theoria 'politica; 2.° Da critica da politica mOllarcllÍca ; 3°,
Da reconstituição da nacionalida~e brazileira pela republica. Traz o
manifesto republicano de 3 de dezembro de 1870 e as bases para a
constituição do estado de S. Paulo, formuladas pela commissão perma-
nente do congresso republicano.
JO 315.

- Cathecismo republicano. S. Paulo, 1885,174 pago in-8°. -O paF-


tido republicano dessa. provincia. mandou tiear dez mil exemplare
para distribuição gratuita.
- Ensaio sobre a moderna concepção do direito. S. Paulo, 18OC...
267 pa,gs. in·4°. - Trata-se do logar do direito no quadro geral das
sciencias sociaes, de suas concepções metaphysicas, de tentativas de-
uma. concepção positiva, dos factores do dlreito, evolução do direito,
da família, da proprie.dade, da delinquencia, do ensino do direito, SYIL-
these geral.
- A 'llictol'ia republicana,. S. Paulo, 1885 - E' uma reproducção de
artigos publicados na Provincia de S. Paulo acerca. das eleições de
1884, em quo se apresentou e foi eleito deputado um irmão do autor.
- Apatria paulista. Campinas, 1887,298 pags. in-8°.-E' um livrO'
dividido em tres partes, considerando o separatismo em faee da sciencia,
expondo suas vantagens praticas, e confrontando·,o com a nacionali-·
dade. Collaborou na Ga;eta ele Campincts e redigiu:
- O Federalista: periodico republicano. S. Paulo, 1880, in-fvl.-·
Teve por companheiros na redacção seus collegas Alcides Lima, e Pedro.
Lessa.

- João Alexandre da Silva Paz - Nascido nOo


Rio de Janeiro, onde falleceu em avançada idade no anno de 1841~
foi professor de grammatica latina ê, como disse J. Norberto na sua
Biographia brazilica, seguiu a profissão ecclesiastica, cultivou a poesia
e deu á luz alguns
- Fragmentos traduzidos de Ovidio - que nunca vi. Delle conheço-
apenas a poesia
- Jonio e Otina - publicada no Mosaico poetico do mesmo J. Nor-
berto e Emilio Adet, Rio de Janeiro. 1844, pags. 19 e 20, e
- GI'ammaticet elementar e methodica da. lingua. portugueza, com-
posta e otl'erecida á mocidade fluminense. Rio de Janeiro. 1833,.
163 pags. in-4".- Foi escripta esta grammatica, porque o autor não·
encontrou outra que o satisfizesse para leccionar a um discipulo, e f(i)i
impressa a pedido de amigos seus. Parece que teve nova. ediçã-()
em 1836..

João Alfredo Corrêa de Oliveira - Nascido em


Goyana, actual estado de Pernambuco, a 12 de dezembro de 1835, é-
doutor em direito pela faculdade do Recife; membro honorario dà
academia, hoje escola na.cional de bellas-artes; presidente da dire--
ctoria do lyceu de artes e omcios j cavalleiro da. ordem de Chriato-·;.
316 JO

grã-cruz da ordem de igilal titulo, de Portugal; da ordem da Corõa,


de Italia; da ordem da Aguia Branca, da Russia, e da de Leopoldo, da
Austria; sacio do instituto historico e geographico brazileiro, etc. Foi
deputado á assembléa de Pernambuco de 1856 a 1860; deputado geral
em quatro legislaturas de 1861 em diante, e senador por carta imperial
de 4 de janeiro de 1877; presidente da provincia do Pará e da de São
Paulo; ministro do imperio nos gabinetes de 29 de setembro de 1870 e
7 de março de 1871, e presidente do conselho e ministro da fazenda no
gabinete de 10 de março de 1888, cabendo-lhe fi honra de apresentar
a princeza regente o decreto que aboliu a escravidão no BraziJ. Teve
o titulo de conselho do imperador e foi conselheiro de estado extraor-
dinario. Escreveu:
- Discursos proferidos na Camara dos Srs. Deputados no anno de
1871. Rio de Janeiro, 1871, in-8°.
- Discurso proferido na sessão do senado de 7 de julho do corrente
anno (1879). Rio de Janeiro, 1879, ia-8°.
- Discursos parlamentar~s na sessão de 8 de junho (de 1888), man-
dados publicar por Capitulino A. da Costa. Aracajú, 1888.
- Reforma eleitoral: projecto apresentado á Camara dos Srs. De-
putados na sessão de 30 de abril de 1873. Rio de Janeiro, 1873, 33
pags. in-4°.- Precede o projecto um discurso do autor no acto de
apresentai-o. Ertt elle en tão ministro do imperio, em cujo cargo
publicou varias trabalhos, como o'
- Regulamento do registro civil dos nascimentos, casamentos e
obitos, expedido com o decreto n. 5604, de 25 de abril de 1874. Rio de
Janeiro, 1875, 24 pags. in-4°, seguidas de varias modelos - Escreveu
tambem varias relatarias, como o
- Relatorio apresentado á assembléa legislativa da provincilL de
S. Paulo, no dia 15 de ferereiro de 1886. S. Paulo, 1886.

João Alfredo de Freitas - Natural da provincia do


Piauhy, falleceu em Pernambuco no principio de janeiro de 1892.
Bacharel em sciencias socíaes e jurídicas pela faculdade do Recife,
formado em 1884, distinguiu-se desde estudante por seu espirita
observador e philosophico, de que deu provas, escrevendo:
- Contetos. Reci fe, 1883, in-8°.
- Fetichismo religioso e politico: Recife, 1883, in-8°.
- Lendas e superstições do norte do Brazil. Recife, 1884, 84 pags.
in-8°.- Depois da exposição dos factos, tendo em vista a evolução do
genero humano, considerando com Wreckel que os phenomenos psy-
chologicos são devidos a causas mecanicas, etc., conclue o autor que
JO 317

c emquanto não virmos nas manifestações da vida consequencias de


leis naturaes e inevitaveis j emquanto não considerarmos a hu-
manidade como uma funcção do universo, o nevoeiro das crendices
nos occultara a luz da verdade, seremos supersticiosos e ignorantes, e
a psychologia humana se nos apresentara como um mysterio inson-
davel, abstruso.:l)
- Excursão pelos dominio da entomologia: (estudos e observações
sobre as formigas). Recife, 1886, 140 pags. in-8°. - Bem que não se
occu pe de todas as es pecies brazileiras desses animaes, o li vro é de
muito interesse, e foi applaudido no e trangeiro por homens como o
notavel critico fl'ancez, dr. João Loury. N'um escripto do Brêsil, da
França, ele 15 de maio, a respeito deste livro, lê-se o seguinte: c Um
pequeno, mas muito interessante livro do Sl'. FI'eitas, de accortlo com
os trabalhos motlernos, sobre os costumes das formigas, dá·nos um
resumo das pesquizas assaz curiosas de Buchmes, Lubbock, Greu, La-
treille, Lund, etc., accrescenelo observações pessoaes sobre as formigas
do Brazil.»
- Jesus e os Evangelhos (psychologia morbida), de Julio Soury:
traducção autorisada pelo autor e feita sobre o texto da segunda edi-
ção franceza, por Clovis Bevilaqua, João Alfredo de Freitas e lútloro
Martins Junior. Recife, 1885, in-8°.

João de A1.ID.eida Ooelho - Natural de Santa Catha-


rina e já fallecido, cultivou a poesia e, além de versos, escreveu varias
tragedias, que deixou ineditas e que, flonsta, foram publicadas depois
com o nome de outros. Publicou sómeute :
- A independencia da America ou O patriotismo em seu :1uge:
tragedia - Não sei onde foi publicada; nunca pude vel-a.

João de AIID.eida Pereira - Filho de João de Almeida


Pereira, nasceu no anno d 1826 em Campos, proviucia do Rio
de Janeiro, e falleceu a 5 de julho de 1883. Bacharel em direito pela
faculdade de S. Paulo, sendo deputado pelo circulo de seu na cimento,
foi encarregado da pasta dos negocio:> do imperio no gabinete organisado
pelo conselheiro Angelo Ferraz, (Iepoi Bftrão de UruguaYltna, acom-
panhando suas magestades impel'iaes na viagem que fizeram ao norte
do imperio em 1859, e foi deput:1do ainda em outras legislatura até a
decima oitava. Era do conselho do imperador, viador da casa imperial
e cornrnendador da ordem de Christo. Escreveu:
_ Poesias otrerecidas ao Exm. Sr. Visconde de Araruama. Rio de
Janeiro, 1851, in-8°.
::!JS JO

- Necrologia do Exm. Sr. Visconde de Araruama. Rio de Janeiro


'J..8ô4, in-8° .
- Necrologia da Sra. D. Maria lzabel de Ve1asco Correia. Rio de
..!.1.neiro, 1849, in-4°.
- Auxilios li lauoura: considerações sobre o projecto apresentado
pela commissão especial da camara. dos 51's. tleputados. Rio de Janeiro,
1.875, in-8°.-Ha varios escriptos eus em revistas academicas desde os
iWmpos de estudante de direito, como:
- Os dOtlS poetas ou a pl'imeira hora do dia: fragmentos. (Eleazar
€ Hermann) - Nos Ensaios Littemrios, jornal academico, que com J. de
Alencar e outros fundara em S. Paulo em 1847, pago 13.
- Anjo e demonio: poesia -Idem, pago 64.
- Discurso lido no dia da. inauguração da sociedade Ensaio philo-
sopl1ico paulistano - Idem, pag. 17.

João de Alvarenga - Natural da cidade de Campos,


.provincia do Rio de Janeiro, e um dos proprietarios da typo-
:grapllia do Monito1" Campista, deu a lume nessa officina :
- Almanah. industrial, mercantil e administrativo da cidade e
.municipio de Campos (Rio tle Janeiro), organisado por João de Alva-
l'enga para 1881 e 1882. Anuo l°, Campos, 1881. in-4°.
- Almana" industrial, mercantil e administrativo da cidade e mu-
IRicipio de Campos, comprehendendo tambem os municipios de S. Fidelis,
Macallé, 5. João da Barra (Rio de Janeiro), organisado, etc. Anno 2°.
Campos, 1884.

Joã.o Alvares Carneiro - Filho de André Carneiro e


·dona Anna Leonizia de Santa Rosa, mas educa<j.o por uma alma ca-
ridosa, que lhe servira de mãi, por lhe f,Llta.rem seus pais na infancia,
Jaltsceu na cidade do Rio de Janeiro a 18 de outubro 1776, e aqui
falleceu a 18 de novembro de 1837. E5tudou no hospital da Miseri-
cordia o que mal e imperfeitamente ahj então se estudava, que não
passava de anatomia grossa, pathologia e therapeutica sem base
scientifica, e com sua carta de cirurgião do protomedicato, passou a
servir o logar de cirurgião do banco no dito hospital. Depois de alguns
annos de clinica e de leitura dos bons livr:>s que adquirira, foi a Por-
Itugal, soffrendo tl'abalhos na viagem, por ser o navio aprisionado por
'um vaso tle guerra francez, e por ser este, dous dias depois, tambem
aprisionado por um cor8ario argen tino. Em Portug-al estudou com per-
'severanca, adquirindo o diploma de cirurgião e, voltando à patria depois
rle uma excursão pela Asia, tornou ao logar que occupava no hospital
JO 319'

da Misericordia, foi um facultativo de grande reputação e clientela, e


de excessiva caridade. Foi um dos fundadores dn. sociedade de medicina,
depois academia imperial de medicina, em cuja sala ue sessões se
acha collocado seu busto j foi presidente da mesma sociedade e es-
creveu:
- Obliteração congel1ita e quasi inteira da vagina e concepção
e:ft'ectuada apezar della: observação, etc. - No Semanm'io de Saude
Publica, tomo I·, 1831. pago 56.
- Caso de uma prenhez, em que as pat'tes osseas do feto foram
extrahidas pelo intestino recto: observação, etc, - Idem; pag. 66.
Este escriptu e o precedente foram citados na these do dr. José
Francisco Netto, entre os trabalhos da sociedade e da academia de
medicina, que mais têm concorrido para o progresso da medicina
operatoria.
- Imper{ttração completa da vagina, causando demora dn. men-
struação na cavidade do utero, com grande dilatação deste e obstrucção
das mais visceras abdominaes - Idem, pag. 72.
- Memoria sobre as boubas, lida na sociedade de medicina do Rio
de Janeiro em 3 de setembro de 1835 - Na Revista :Medica Flu-
minense, tomo 2', março de 1836 e depois no Dial'io de Saude, 1836,
pag.405.

Frei João Alvares de Santa Maria - Irmão


mais moço de Alexandre de Gusmão, de Bartholomeu de Gusmão
e de Ignacio Rodrigues, dos quaes já. fiz menção, nasceu na então
villa de Santos, em S. Paulo, no anno de 1703 e falleceu em
Lisboa. Foi carmelita professo no convento do Rio de Janeiro,
jubilado em the010gia sagrada, e passara para Portugal como pro-'
curador da ordem. Sempre ao lado de seu irmão Bartholomeu,
desde que este, por causa do maravilhoso invento da navegac;'ão aere:1
creou desaJrectos e ficou sob as vistas da inquisição, êl.companhou-o
em sua fuga para a Hespanha, quando constou que eUe seria. preso 6
proce 'sado pelo nefando tribunal, e o assistiu na molestia, de que foi
atacado e de que pereceu, tal vez p:llas tribulações e desa.ssocego com
que lutava. Foi distincto pregador, mas apenas publicou, que me
conste:
- Sermci:o de S. Nicoláo, prégado na igrej'L parochial do mesmo
santo, de Lisboa Occidental, em 1739, Lisboa, 1740, in-4·.

João Alvares Soares - Filho de Raphael Soares da


Franca, moço fidalgo da casa real e dona Anua Catharina de Souza
320 JO

Barbalho, nasceu na cidade da Bahia a 8 de setembro de 1676.


Tendo obtido por seus estudos no collegio dos jesuitas o grau de
mestre em artes, assentou praçi1 no terço de infantaria da praça da
Bahia, de que era mestre de campo seu irmão Antonio Soares da
Franca j foi promovido a alfel'es porta-bandeira e mais tarde a
capitão, e neste posto peiliu demissão para dedicar-se ao estado
ecclesiastico, recebendo ordens de presbytero em 1718. Foi um sacer-
dote de muita erudição, poeta, socio da academia dos esquecidos, e
escreveu:
- Sermtto da gloriosa Sant' Anna, mãi de Maria Santissima, Se-
nhora Nossa, na festa que lhe consagraram os moedeiros da cathedral
da cidade da Bahia. Lisboa, 1733, in-4°.
- Pregymnasma litterario e thesouro de erudição sagrada e humana
para enriquecer o animo de prendas e a alma de virtudes. Tomo l°, que
contém 72 discursos moraes e politicos, academicos, doutrinaes, as-
ceticos e predicaes, dispostos pel- s leUras do alphabeto até C_ Lisboa,
1737, in-folio - O autor tinha a publicar mais quatro volumes desta
obra, o que não realizou, por incommodos de saude e morte subsequente.
De suas poesias só sei que se publicamm:
- Sonetos (quatl'o em castelhano) á lamentada morte do au-
gustissimo rei d. Pedro 2°.- Vem no «Breve compendio e nar-
ração do funebre espectaculo que na insigne cidade da Bahia se
viu na morte d'el-rei, d. Pedro 2° ». Lisboa, 1704. Deixou tambem
inedita:
- Oração academica, que na academia dos êsquecidos disse João
Alvares Soares, sendo a pl'imeira vez que se achava em suas confe-
rencias, etc.- Se acha no livl'o 2° das conferencias, e tem a data de
12 de outubro de 1724.

João Alvares Soares de Souza - Filho do Vis-


conde de Uruguaye irmão do conselheiro Paulino José Soares de
Souza, dos quaes se trata neste livro, falleceu em Pariz no mez de abril
de 1892, sendo doutor em medicina pela faculdade desta cidade. Clinicou
algum tempo no Rio de Janeiro, e depois retirou-se para uma fazenda
que possuia. Escreveu :
- Des paralysies consecutives aux: maladies aigües: these pour le
doctorat en m dicil1e, presentée et sot~nue le 21 mars 1862. Paris,
1862, 40 pags. in-4° gr.
- Eclampsia puerperal : these de suffieiencia, apresentada á facul-
dade de medicina do Rio de Janeiro, e sustentada, etc. Rio de Janeiro,
1862, in-4° gr.
JO 321

João Alves Loureiro, Barão de Jav:Ol.ry-


Nascido no Rio de Janeiro em 1812, falleceu em Roma a 28 de fevereiro
de 1883. Formado em direito pela faculdade de S. Paulo em 1834,
serviu o cargo de procurador fiscal da antiga thesouraria da provincia
do Rio de Janeiro e depois entrou para a carreira da deplomacia,
onde exerceu diversos cargos desde o de addido li. legação até o de
enviado extraordinario e ministro plenipotenciario, que exerceu na
côrte da Italia de 1875 até seu rallecimento. Era do con elho de sua ma-
gestade o Imperador, olIlcial da ordem da Rosa, grã-cruz da ordem da
Corôa da Halia, commendador da ordem bavara de S. Miguel, e da
grã-ducal badense do Leão de Zaehringen. Era do Instituto bistorico e
geographico brazileiro, distincto amador da musica, e tambem compo-
sitor, poeta e jornalista, escrevendo como tal:
- Correspondencias de Paris e de Londres para o Jomal do Commercio
- Este jornal assim se pronuncia a seu respeito no seu numero de 2 de
março de 1883: «Era esmerado cultor das lettras, de que podem dar tes-
temunho algumas publicações justamente apreciadas no tempo em que
foram publicadas, embora depois esquecida com o correr de largos
annos. Nestas columnas collai:lorou elle com grande acceitação.»
Deixou muitos
- Esc,-iptos ineditos - segundo decla.ra n'uma carta por estes
termos: «Tenho as pastas cheias desses trabalho, que provavelmente
se finarão com o seu autor sem verem a luz da publicidade.'Ii Póde ser
que taes escriptos vejam essa luz, e por isso entendi que devia aqui
mencionar' o nome do distincto diplomata.

João A1ves Mendes da sn va - Nascido em Per-


nambuco a 23 de junho de 1847, foi secI'etario do externato de Pedro 11,
hoje gymnasio nacional, e subdelegado do 20 districto da freguezia do
Sacra.mento da capital federal, logo que foi proclamada a republica.
Em Pernambuco collaborou para os jornaes A P,-ovincia e O Seis de
Maio, fundou e redigiu a
- Revista agricola e commercial. Recire, 1876, in-4° - No Rio de
Janeiro collaborou para o Diario do Rio de Janeiro, ruodou e foi um dos
propl'ietarios dos jornae!: :
- Correio da Noite. Rio de Janeiro, 1879, in-folio.
- Gazeta da Noite. Rio de Janeiro, 1880, in-folio - Escreveu:
- Arithmetica elementa,' ou as quatro operações fundamentaes,
postas ao alcance dos meninos que frequentam a aula primaria, por
Condorcet: ohra adoptada nas escolas primarias da França, 1n versão
braziieira. Rio de Janeiro, 1883, ín-8°.
~1
g22 JO

- Anthologia da Hngua portugúeza. Rio de .Janeiro, 188-1, in-8°. -


E' um livro para leitura e analyse, e seus trechos são de poetas e
prosadores elo seculo actual.

João Alves Pint.o - Natural do Rio de Janeiro, falleceu'


no anno de 1892, bacharel em lettras pelo collegio Pedro II e pianista-
do estabelecimento de pianos e musicas de Buschmal1u & Guimarães.
Fervoroso amador da musica, escreveu varias composições para piano,
de que foram impressas algumas e
- A theo?"ia da musica por G. Kuhn. Traducção. Rio de Ja-
neiro, in-4°.
- T?'atado elementar de afinação de piano por C. Dusseuil, traduzi-
do em pGrtuguez. Rio de Janeiro, 11 pags. in-4°.- De suas composições-
musicaes, impressas tenho presente: .
- Ninica: polka. Rio de Janeiro, 1887.

João Alves Portella - Nascido na Bahia no anno de


1815, falleceu lt 29 de dezembro de 1883. Cursou varias linguas e scien-
cias ; fez na França o curso do ensino normal, e foi director da escola
normal na provincia de seu nascimento, onde exerceu tambem a advo-
gacia, deu-se aojornaUsmo e pertenceu á todas as sociedades liUerarias,
assim como ao Iustituto l1istorico e geograpbico brazileil'o desde 1840.
Distinguiu-se como orador, tanto na tribuna judiciaria, como na as-
sembléa provincial, a que foi por muitas vezes eleito; não menos distin-
guiu-se no jornalismo, jà collaborando, ja redigindo varias folhas, como:·
- A Tolerancia (orgão do partido conservador). Bahia, 1849-1850,
in-folio - Escreveu:
- Manual completo do ensino sirnultaneo por dous membros da:
Universidade da França, vertido em portuguez. Bahia. 1852.

João Anastacio' ele !Souza Pereira ela !Silva


Portilho - Contemplo-o neste lagar por vel-o mencionado no
Diccionario bibliographico portuguez como asterisco que denotn, niío ser
elle portuguez. Era mnjor de infanteria no Rio de Janeiro e escreveu:
- CollecçG1o dos principios geraes para o estabelecimento, conserva-
ção e augrnento de um imperio, ou elogio á nação portugueza, offere-
cido a sua alteza real o senhor D. Pedro de Alcantara, principe real,
Rio de Janeiro, 1817, 66 pags. in·4o •

João Antonio de Azevedo - Falleceu no Rio de


Janeiro em 1849. Formado em medicina, e cavalleiro da ordem de
JO 39... ~
.

Clu'isto, era sacio da socieuade am[tnte da instrucçã.o e da sociedada.


litteraria do Rio de Janeiro, á qual otrereceu a seguinte obra, G.ue fol.
pela mesma sociedade impressa:
- Manual das molestias cios olhos, dividido em tres partes: Pr!
meira parte, Anatomia. Segunda parte, Physica dos olhos. Terceirr;,
parte, Molestias dos olhos e operações. Rio de Janeiro, 1841, 237 pags_
in-S o com duas estampas coloridas - Escreveu mais:
- Memoria ácerca do tetano essencial e traumatico das creaoças
dos recem-na~cidús, e das causas que com frequencia o produzem no
Rio de Janeiro, etc.-Nos Annaes de Medicina Brasitiensc, tomo 30.~
1847-1848, pags. 268 e 285 e seguintes.

João Antonio de Barcellos - Doutor em Medicina


e bacharel em sciencias physicas pela faculdade de Montpelliel" es-
creveu:
- Quelques considerations SUl' l'asthme: these presentée et SOI1--
tenue, etc., Montpellier, 1857, in-4°.
- Considerações sobre as doenças dos ossos: these de sufficiencia,.
apresentada á faculdade de medicina do Rio de Janeiro e sustentada,
etc. Rio de Janeiro, 1858, in-4° gr.

J.oão Antonio de Barros - Filho de João Antonio tl'"e-


Barros, nascido no Rio de Janeiro e bacharel em sciencias sociaes e-
juridicas pela faculdade do R.ecife onde formou-se em 1863, tendo feitl)
parte do CUl'SO em S. Paulo, tomon parte muito activa na instituiçã~
dos cl ubs a,bolicionistasdó elemen to escravo; foi presiden te (Ia directori~
do club abolicionista da escravidão, e presidente honorario do club abo-
licionista. do Riachuelo, ambos da cidaLle do Rio de Janeiro. CultivandO.
as lettras amenas, escreveu.
- Emilia: romance. S. Panlo. 1861, in-12°.
- Sensitivas: poesias. Recife, 1863, in ·8° .- Precede o livro oma
dedicatoria ao pai uo autor e uma carta do dr. José Roberto da
Cunha Sa\les. Estes escriptos são dos tempos de estudante e ha
varias poesias suas, publicadas em jornae", como a que tem por titulo.
!torará em 1859.

João Antonio Ooqueiro - E' natural da provincia di


Maranhão e nascido a 30 de abril de 1837; doutor em sciencias
physicas e mathematicas pela universidade de Bruxellas e bachareL
em sciencias pela faculdade de sciencias de Paris; professor de'
geometria e de mecanica applicada. ás aI te, em sua patria, emd'e
324 JO

tem sido por mais de uma vez deputado a assembléa provincial.


Escreveu:
- Tratado de arithmetica para uso dos collegios, lyceus, e estabele-
cimentos de instruc~ão secundaria. Paris, 1860, 406 pags. in-8°. -Se-
gunda edição. S. Luiz, 1868. Comprehende este livro a theoria e pra-
ticadas approximações llumericas, das razões, proporções, logarithmos
e um grande numero de problemas sobre a theoria dos nu meros,
sobre a sciencia de observação e sobre questões ordinarias da vida.
- SoZuçães das questões propostas no Tratado de arithmetica.
Paris, 186:t, 48 pags. in-4°.-Comn a precedente, teve segunda edição
no Maranhão em 1868. O autor promettia publicar' segunda parte
dessas Soluções, mas creio que nunca publicou-a.
- MetroZogia moderna ou exposição circumstanciada do systema
metrico decimal, precedida de noções indispensa.veis sobre os numeros
decimaes e seguida de numerosas tabellas comparativas e de muitas
applicações interessantes ao commel'cio e á industria. S. Luiz, 1863,
127 pag". in-4°.-Foi adoptada no Ma.ranhão e em Pernambuco para
uso das escolas do segundo gráo da instrucção primaria.
- Pratica das novas medidas e pesos em doze pequenas lições,
seguirIas do questionaria: obra adoptada para uso das escolas do pri-
meÍl'o gráo da instrucção primaria. Maranhão, ]866, 52 pags. io-12°.-
Segunda edição, S. Luiz, 1867,52 pags. in-12o•
- Curso eZementar de mathematica, redigido segundo o programma
official do Imperial Collegio de Pedro II. Tomo lo. Arithmetica. Pri-
meira parte: obrn. adoptada no Imperil\l Collegio de Pedro II. para
uso dos aloml1os do primeiro anno, e no Maranhão para u"o das escolas
da instrucção primaria. Maranhão, 1870, in-8°. -Esta obra teve conti-
nuação, a saber:
- Curso eZementar de mathematica, redigido, etc., tomo lo arithme-
tica. Segunda parte, s gundo anno. S. Luiz, 1874, in-8°.
- Primeiras noções de calculo para uso da aula especial de in-
strucção primarü, parn. adultos e de todas as escolas de primeiras
lettras em geral. Maranhão, 1871, in-12°.
- Taboas stereomet1'icas para uso do thesouro publico provincial.
S. Luiz, 1871, in-8°.

João Antonio de Freitas - Filho de José Antonio de


Freitas e dona Maria Joaquina de Sant' Anna e irmão de Fortunato
Antonio de Freitas, já mencionado neste livro, nasceu na cidade da
Bahia no anno de 1832 e falleceu a 18 de maio de 1865. Cultivou
com muita distincção a poesia em todos os generos e foi um repentista
JO 325

admirave!. O dr. Rozende Muni;" n'uma, composição poetica que recitou


no acto de seu enterramento assim se exprime:

ElIe era um craneo em magoas f1uctuante,


Teve por guia o dedo do impossivel !
Folha, solta de uma arvore gigante
A' colera dos ventos impassivel. ..
Que é feito desses labios que se abriam
Do pensamento a despejaI' faiscas ~
São dos vermes - já. luz não irradiam! ...
Homem, por que ao futuro inda te arriscas ~

Sinto não poder neste momento dar noticia de suas campo ições que,
me parece, nunca foram colleccionadas. De seus improvisos eis um
- Soneto feito n'uma reunião de 1itteratos, amigos, respondendo a
um desafio poetico :

Um poeta com cara de coruja,


(Si coruja tambem em versos canta)
Misero, desprezivel sycophanta,
Que, si quer escrever, só garatuja,
Afiou contra mim a lingua suja,
PensaDtlo que commigo pinta a manta.
Ora, não querem vêr esse jamanta
Como a agua, que bebe, a sim babuja!
Hei-de vel-o correr qual cão de fila
Com mê10 de me ouvir a cantilena,
Ou soldado ao guarzil, preso á. moxilla.
Promeíto não depõr a minha penna
Sem que deixe entre Charibides e SyUa
O poeta aleijão, cavallo Senna.

João Antonio Garcia de Abranches - Nascido


em Portugal e brazileiro pela COD 'titu:ção do imperio, lillleceu na pro-
vincia do Maranhão em 1844 ou 1845. i veu cerca de trinta a,nnos
nesta provincia, como lavrador, commerciante e por ultimo jornalis-
ta. Fazendo opposição ao general Cockrane, foi preso, re~olhido
incommuuicavel á fortaleza da PODta d'Areia e mandado para Lisboa
a 3 de maio de 1825 no brigue rlurora. Desapprovada sua prisão, como
injusta e arbitraria, pelo ministro Estevam Ribeiro de RezeDde, voltou
elle ao Maranhão. Escreveu:
-EspeZho critico-politico da provincia do Maranhão, 'Por um ha,bitante
da mesma provincia. Llsboa, 1822, 50 pags. in 4°.- Este escripto
sabiu sob o anonymo e foi tambem attribuido a João Chrispim Aives
de Lima (vejn.-se este nome).
JO

- o Censor Maral1hense : publicação perioclica. Maran hão, 1825 a


-1830 in-4°.-Sahiram 24opusculos, o primeiro a 28 de fevereiro de
1825 e o ultimo em maio de 1830.
- Memol'ia COnCel"nel1te ii. construcção da doca do Ilheo de Villa
Franca do Campo da Ilha de S. Miguel, acompanhada da representa-
<;ão da camara municipal da mesma villa a Sua Magestade. Lisboa,
1834, lo pags. in-4°.
- Rept'esentação em nome da Camara municipal de Villa Franca do
Campo ii. camara dos Senhol'es Deputados. Lisboa, 1834, 8 pags. in-4°.
- Historia do Ilheo de VilIa Franca da ilha de S. Miguel. 1a parte.
Lisboa, 1841,32 pags. in-4° com duas ests.
-- O bra.iZei,-o emigrado - Nunca vi este escripto.

;.Toão Antonio Gonçalves da Silva-·Nasceu no


io de Janeiro a 26 de fevereiro de 1828 e falleceu a 18 de julho de
:1861. Bacharel em lettras pelo collegio de Pedro 2°, matriculou-se
na escola militar, mas abandonando essa escola, deu-se ao magisterio,
-.sendo nomeado em 1858 professor de.historia e geogeaphia antiga da-
{)uelle collegio, em 1859 professor de francez da escola de marinha, e
logo depois de francez e latim da escola central. Muito amante do
-theatro dramatico, foi o ensaiador e ao mesmo tempo a intelligencia
-animadora da Opera Nacional. Escreveu:
.- Resumo da historia moderna desde 1815 até 1856, organisado se-
'gundo o progl'amma de instrucção secundaria deste anuo pelos profes-
sores B. de Tautpheus e J. A. G. da Silva. Rio de Janeiro, 1856.

João Antonio de Miranda - Natural do Rio de Ja-


neiro e nascido em 1811, falleceu a I de novembro de 1861, bacha-
rel em direito pela faculdade de S. Paulo, desembargador aposen-
-ta.do, senador pela pl'ovincia de Matta Grosso por escolha da corôa
<la 7 de maio de 1855, socio do Instituto historico e geographico
brazileiro e fundador da sociedade de estatistica do Brazil. Presidiu
.-as provincias da Pará, do Maranhão e do Ceará e representou a
-segunda na camara temporaria em 1843 e 1844. Encetou na car-
'l'eira da magistratura como promotor na côrte, foi di tincto orador
. e escreveu:
- Os serviços relevantes de Manoel Telles da Silva Lobo na
provincia do Maranhão, pelos quaes obteve em 18 de julho de
'11840 a confirmação da patente de corooel de milicias de Mearim, etc .
.Rio de Janeiro, 1843, 64 pags. in ·4°.- Escreveu tambem relatorios
na administração de tres provincias.
JO 327

Jo[tO Antonio Rodrigues de Oarvalho-


Natural do Ceará, falleceu a 4 de dezembro de 1840. Formado em
direito, soguiu a carreira da magistratura, onde elevou-se até occupar
uma cadeira no supremo tribunal de justiça. Foi deputado á consti-
tuinte brazileira, e depoisr presentante da sua provincia na instituição
do senado e foi o primeiro presidente que teve a provincia, hoje e tado
de Santa Catharina, em 1824. Escreveu:
- Od.: ao faustissimo dia trinta e um de julho, anniversario de S. M.
a Imperatriz. Rio de Janeiro, 1830, in-4°.
- Congratulaçüo a sua alteza real o principe regente, nosso senhor,
pelo feliz ~tnnuncio tIa restauração de Portugal. Rio de Janeiro, 1808,
'J pags. in-4°.
- Projecto de uma estrada da cidade do Desterro ás Mi sões do
Uruguay, e de outras providencias que devem servir de ensaio ao
melhoramento da provincia de Santa Catharina; escripto em novembro
de 1824 - Sahiu na Revista do FMtituto Eistorico, tomo 8°, 1845,
pags. 534 a 550.

João Antonio de Sampaio Vianna - Natural da


Bahia, falleceu a 22 de outubro de 1856. Era bacharel em direito pela
academia de Olinda, formado em 1833, advogado da relação e mais audi-
torias da Bahia ; sacio da sociedade litteraria da mesma cidade, e do insti-
tuto historico e geographico brazileiro. Exerceu cargos na magistratura
até o de jtliz do civel na mencionada capital em 1839 - e escreveu:
- Resumo da historia do Sr. D. Pedro de Alcantara, Duque de Bra-
gança, desde seu nascimento até sua morte. 1798-1834. Bahia, 1836,
78 pags. in-8°.
- Ensaio sobre a utilidade da importação dos chinas para a colo-
nisação do Brazil oíferecido ao directorio da colonisação da Bahia.
Bahia, 1837, 104 pags. in-4°.
-Bt'eve noticia da primeira planta do café que houve na comarca de
Caravellas-Sahiu na Revista do Instituto, tomo 5°, 1843, pags. 73 da
primeira ediçã.o ou 77 da terceira.

n. João Antonio dos Santos, Bispo de Diamantina-


Nascido na provincia, hoje estado de Minas-Geraes, falleceu em 1890.
Presbítero secular e doutor em canones pela universidade de Roma, foi
por dom Pedro 2° escolhido bispo a 12 de março de 1863; pelo papa Pio 90
.confirmado a 30 de setembro, tomando posse a 2 de fevereiro de 1864 e
só depois, a 1 de maio, sagrado pelo bispo Conde da Conceição. Vem
a ser o primeiro que dirigiu a diocese de Diamantina, porque sendo
328 JO

apresentado o padre Marcos Cardoso de Paiva antes de 1856, este


renunciou o bispado cinco annos depois da nomeação sem ter nunca
assumido-a e11e. Publicou algumas pastoraes, como:
- Carta pastora~, saudando aos seus diocesanos. Diamantina, 1864,
in-4°.
- Ca,'ta que o bispo de Diamantina, d. João, dirige aos habitantes
desta cidade por occasião de sahir em visita de sua diocese a 15 de junho
de 1872. Diamantina, 1872, 5 pags. in-4°.
- Carta pastora~, etc. Diamantina, 1874,12 pags. in-4".- E' datada
de 2 de março deste anno.

João Antunes de Azevedo Ohaves - Filho do


tenente-coronel Francisco de Paula de Miranda Chaves, nasceu na
capital da Bahia e ahi falleceu sendo professor de clinica cirurgica da
faculdade de medicina desde 1833, membro do conselho de instrucção
publica, do conselho do imperador, cavalleiro da ordem de Cbristo e
socio de varias corporações litterarias, quer nacionaes, quer estrangeiras.
Prestou serviços medicas na campanha da independencia em sua pro-
víncia, sendo por isso condecorado com a respectiva medalha. Foi pro-
fessor publico de rhetorica de 1827 a 1832 no impedimento do professor
conego José Ribeiro Soares da Rocha; foi deputado á assembléa pro-
vincial em varias legislaturas e vereador da camara municipal, sendo-o
em 1837, e como tal assignou a acta da revolução de 7 de novembro
deste aono. Escreveu, além de theses e alguns trabalhos mais, de que
não posso agora dar noticia :
- Methodo curativo da cholera spasmodica e meio de preservar-se
della por D. Hordas e Valbuena, traduzido do hespanhol. Bahia,
1833, in -8 0 •
- Memoria dos acontecimentos notaveis do anno de 1856, apresen-
tada para servir de cbronica á faculdade de medicina ct.'l. Bahia em 2 de
março de 1857 em cumprimento do art. 197 dos Estatutos. Bahia, 1857,
26 pags. in-fol.
- Ao pub~ico e aos meus amigo. Bahia, 1838, 20 pags. in-4 0-Versa
sohre questões politica. Quando o imperador em 1859 visitou a Babia,
escreveu sua magestade, n'um album que lhe foi apresentado na biblio-
theca publica, o verso «Inuocti discant et ament -meminisse periti », ao
qual respondeu o conselheiro Antunes Chaves com os seguintes

Hmc Petrus scripsit, qui moderamine ducens


Aurea adoratus tem para nostra facit ;
Petrus, qui nos fetice cum conjuge charus
Diligit et patrim tetrica damna fugat.
JO 329

E estes versos foram traduzidos por José Antonio Teixeira, de


quem farei menção adiante- o primeiro:

Os indoutos aqui lições recebam;


Aqui os sabios a lembrança avivem.
Os outros:
Estas, que vêdes, preciosas lettras
Escreveu-as Pedro que reger-nos sabe,
Como a filhos um pai idolatrado;
Pedro, que nos renova a idade de ouro,
Que com a Esposa feliz nos preza e ama,
E sempre os males do Brazil remove.

João Antunes de Britto - Natural da cidade da, Ba-


hia, nasceu em 1665, foi presbitero secular, professor de grammatica
latina e de outras humanidades, distincto latinista e philosopbo, e
varão de raras virtudes. Escreveu:
- Mappa da g-rammatica latina, dividido e111 cinco partes, com
admiravel brevidade e clareza, d~ modo que possam bem saber-se em
pouco tempo os preceitos della. Lisboa, 1714, in-4°.

Pr. João da Apresentação Ca:mpelli - Filho


do escrivão da fazenda real na capitania de Olinda, João Baptista
Campelli e de dona Beatriz Bandeil'a de Mello, nasceu na cidade, então
villa, do Recife em 1690 e falleceu na, Bahia a 18 de fevereiro de 1751.
Fez alguns estudos no collegio dos jesuítas desta cidade e, entrando
para o convento dos franciscanos de Paraguassú em 1708, am professou
a 21 de novembro de 1709, dedicando-se logo ao pulpito e ao magis-
terio no mesmo convento. Foi depois lente de theologia no convento
de Olinda e de artes no do Recife, e já com fama de grande prégador
e theologo, adquirindo particular estima e amizade do bispo dom José
Fialho, que o nomeara examinador do bispado e theologo de suas juntas
e consultas, acompanhou o dito bispo em suas vi Uas diocesanas, em
missões e predicas; foi com elle para a Bahia quando elevado á cadeira
metropolitana, e d'ahi a Portugal em sua transferencia ao bispado da
Guarda, onde leccionou theologia moral, e donde voltou li. Bahia, depois
da morte desse prelado. Foi tambem plenipotellciario de sua ordem,
qualificador do santo oflicio e, em missão pelo reino, incumbido de
votar pro ministro ao capitulo geral, celebrado em ValIadolid em
1740. Innocencio da Silva só diz deste autor que era franciscano da
província do Brazil e que «Barbosa desconheceu sua existencia, pois
delle não faz menção 'l> j porém Barbosa, no tomo 20 , pago 729 de sua
.330 JO

J3ibliotheca, dá' desse illustre pernambucano as mesmas noLicias, que


aqui reproduzo e que foram confirmadas por Jaboatão, Monte Carmello
e Pereira da, Costa. Diz Jaboatão que «de seus estudos theologicos,
moraes, expositivos e ela historia, e nestes com bastante pratica e
maior applicação aos })reelicativos, deixou copiosos fructos em muitos
livros e quadernos de folio» que o vira em suas mãos por largo'
annos, em que fóra companheiro de Campelli nos con venlos do Recife
e ele Olinda, e que alguns passara a limpo ele sua lettra, mas que
destes, por morte de Campelli, não appareceu algum. Só foram
achados:
- Epitome ela viela, acções e morte do 1I1mo e Rev mo bispo de Per-
nambuco, arcebispo da Babia e bispo da Guarda, d. fI'. José Fialbo-
.() maDuscripto in-foi. acba- e no arcbivo da Bahia. Consta-me, porém,
-que este trabalho foi impresso em Lisboa, 1840,
- T?'actatus p?'olu O?'ÍtIS ad sacram escripturam intelligendam et ad
Verbi Dei Prcecones et Prcedicatores erudiendos, in duas partes distri-
butllS, In-4°. - A primeira parte completa; a segunda incompleta e
.() manuscripta, no dito '1rchivo,
- Respo tas sobre o facto de um homicida que em flagrante adul-
teria, mas de ca o pensado, com outras circumstancias de mais consi-
deraçc''io, matou a um ecclesiastico: si incorreu ou não na cen ura do
-cap. S:qu:s suadente, que sendo resolvido por varios theologos que
não, e absolto pelo bispo, foi a resolução do autor que sim em um
largo, douto e bem composto tratado - manuscripto in-fol. No dito
.archivo,
- ApP?'ovação ao livro 4. Lettras symbolicas ~ - Idem.
- Cal'ta ao autor do «Discurso prégado na nova celebridade do
B, Gonçalo Garcia», impressa no principio do dito discurso - Idem.
Barboza, quando tratou deste escriptor, em 1742, diz que elle tinha
promptos a imprimir, além da primeira obra mencionada:
- Sm'mões va?'ios, asceticos, moraes e panegyricos. 4 tomos. - E o
padre Lino do Monte Carmello Luna diz em 1857 que elle deu á
publicidade alguns sermões e tambem as
- Prolu ione sacl're ad perfectam aliquarum vo~abul1arum SaCl'ce
Scripturce intelligentiam. - E' provavelmente a primeira parte da;
~egunda obra mencionada.

J oào Aristides Soares Serpa - Filho do doutor


Vicent Porphirio Soares Serpa, nasceu na cidade de Vn.ssouras, pro-
'Vincia do Rio de Janeiro, em 1852, E' doutor em medicina pela facul-
-dade desta: capital e exerce actualmente a clinica em Casa-Branca,
JO 331

estado de S. Paulo, onde foi presidente d.o conselho municipal. Es-


creveu:
- Da {ebl'e amQ?'cUa sob o ponto de vista de sua genese, etio-
logia e propagação; quaes as medidas sanitarias que se devem
aconselhar para impedir ou attenuar seu desenvolvimento e pro-
pagação; Envenenamentos pelo phospl1oro; Tenotomia; Hypoemia
intertropicaL Rio de Janeiro, 1876, 72 pags. in-4°. - E' sua tl1ese
inaugural,
- Flammamnde: romance de George Sand. Traducção. Rio de
Janeiro.
- Os dous irmãos: romance ele George Sand. Traducção. Rio de
Janeiro - E3tes dous romances foram publicados no Globo, quando o
dr. Serpa, sendo ainda estudante, trabalhou para essa folha como
traductor, e editados pela casa Garnier. Cl'eio que ha outl'as traduc-
ÇÕes suas no Globo.
- A Escola. CUl'SO de l1istol'ia universal. Pontos de historia Glntiga;
Historia média; Historia do Bl'azi!. Rio de Janeiro, 1875, 3 vais. in-8°.
- Teve 2" edição em 1881.
- Francisca Soares: historia de uma velha secular - No Alma-
nak de Casn.-Brêl,nca para o anno de 1881:1, pags. 101 a 107.

João Arnoso - Outr'ora João Pedro Moreira Arnoso, é 20


tenente de artilharia, reformado por decreto de 2 de janeil'o de 1882,
tendo praça a 18 de janeiro de 1872 e sendo promovido a este posto a
25 de maio de 1878. Escreveu:
- Elementos de chorographia do Brazil, compilados de accôrdo
com o ultimo programma para os exames geraes. Maranhão, 1887, 136
pags. in-8°. - Foram publicados em fasciculos. A obra carece de cor-
recção; creio que o autor o reconhece.

Pr. João da ASSUIllpção l\1:oura - Filho do te-


nente-coronel Amaro Francisco de Moura e de dona Francisca Marga-
rida de Faria, nasceu rio Recife, a 12 de julho de 1825 e falleceLl a 17
de maio de 1862. Carmelita calçado, profes o em sua provincia a ]5
de agosto de ]844, e sacio fundador do instituto archeologico pernam-
bucano, foi definidor em sua ordem em 1850, provincial em ]854 e .
pelo zelo com que desempenhou taes cargos, agraciado com o uso do
solidéo e do annel, conferido pelo internuncio apostolico, monsenhor
M. JlIarini. Escreveu, além de outros sermões:
- Oração funebl'e das exequias do bispo do Maranhão, de frei Carlos
de S. José e Souza. Recife, 1850.
332 JO

João, Augusto Caldas - Filho do coronel João Popinio


Caldas, e nas ido em Matto Grosso, faUeceu nesse estado em 1887.
Era agrimensor, conhecia todo esse estado e escreveu sobre a
- Provincia de Matto 01'OSSO - 4 grossos volumes, de lettra miuda,
que ficaram ineelitos, em poder de um amigo, a quem os confiara poucos
dias antes de f,~llecer, Um filho seu tem debalde reclamado esses ma-
nuscriptos «fructo dedez annos de incessante labor", segundo o bor-
rão das notas, apontamentos e cópias, iodos de grande interesse, e
vistos pelo Visconde de Taunay, que delIes confessa ter colhido
informações sobre dive.rsos assumptos. Existem dessa obra muitos
caJernos, entre eUes um importante Indice chronologico, do qual
publicou o mesmo Visconde um extracto no seu escripto «A cidade
de Matto-Grosso (:1Dtiga Villa Bella), o rio Guaporé e a sua mais
ilIustre victima, estudo historico» - escripto que foi impresso na
Revista do Instituto, tomo 540, parte 2a , pags. 1 a 108. Caldas
publicou apenas ;
- Memo?'ia historica sobre os indígenas da provincia de Matto-
Grosso. Rio de Janeiro, 1887.

João Augusto da Cunha Brandão Pinheiro


-Filho do egundu tenente Rodrigo Antonio Pinheiro e dona Ca.rolina
Rosa da Cunha, e natural da cidade do Rio de Janeiro, depois de ter
servido na imprensa como typographo, revisor e traductor, foi professor
de francez, philosophia e rhetorica do colIegio Aquino; foi professor
substituto da primeira aula publica da freguezia de S, João Baptista de
Nictheroy e exerce actualmente o magisterio livre. Pertence a varias
associações de lettras, já extinctas, sendo um dos fundadores da asSO-
ciação dos homems de lettras do Brazil, e collaborou em alguns peri~
dicos, como a Provincia do Rio, onde publicou:
- A gaveta do diabo: romance- e a
- Historia da Zitteratura aUemã - Fez parte da redacção da Luz,
onde publicou:
- Coração de mulher: romance,
- D. Carlota Angela da Cunha Pacheco: traços biographicos - no
tomo l°, 1872, pags. 354, 363, 373 e 3 7. Escreveu em volume:
- H:sboços poeticos. ictheroy, 1863.
- O vestido bl'anco, Nictheroy."
- A?'omas e lu.. Nictheroy."
- Contos ao PÔ?' do sol. Rio de Janeiro, 1882.
- Estudos litterarios e biographicos. Rio de Janeiro, !882.
- Oconsultor domestico das famílias brazileiras. Rio de Janeiro.,.
JO 333

- These de concurso para a cadeira de littel'atura geral e portu-


guez do imperial collegio ele Petlro 2°. Rio de Janeiro, 1878, in-4 0 •
- These de concurso para a cadeira da lingua franceza do im-
perial collegio de Pedro 2°. Rio de Janeiro, 1880, in-4°. - Versa
sobre Escolas modernas da litteratura franceza ; Neologismos e ex-
centricidades da lingua. Publicou ainda, nas Folbinh s de E. e H.
Laemmert:
- Folhas avulsas.
- Contos ele uma moça ele saia curta.
- Paginas para a historia do Brazil.
- A troca das cartas.
- No quarto de dormi~·.
- Memorias de uma moça: romance historico. Rio de Janeiro,
1890, 86 pags.- Acha-se nas Folhinhas deste anno.

João Augusto dos S,antos Porto- Filbo de An·


tonio Augusto dos Santos Porto e d. Leonor Porto, natural de Per-
nambuco e nascido a 13 de junho de 1864, fez o curso da escola de
mlll'inha com praça de aspirante a 8 de março de 1880 e é primeiro
tenente da :1rmada. Escreveu:
- Reorganisaçtlo Naval. Um assumpto opportuno. Rio de Janeiro,
1894, 73 pags. in-8°.- E' uma reimpressão de artigos que havia publi-
cado no Paiz.

João Augusto Soares Brandão - Natural de


Pernambuco, é somente o que pude apuI'ar a seu respeito. Es-
creveu:
- Scenas realistas. Theatro i.Ooderno. Originaes. Rio de Janeiro,
1888, in-8° .

.João de Azevedo Carneiro Maia- Filho de Bento


de Azevedo Maia, é bacharel formado em sciencias sociaes e juridicas
pela faculdade de S. Paulo, advogado na cidade de Rezende, donde é
natural, e esoreveu:
- O municipio: estudos sobre a administração local, o1rerecidos ás
camaras municipaes do Bl'azil. Rio de Janeiro, 1883, ín-8°.
- Noticias bistoricas e estatisticas do município de Rezende. Rio de
Janeiro, 1 91,439 pags. in-8°. - Foi escripto este livro por incum-
bencia da respectiva Camara municipal. Redigiu:
- Astro Re;;endel'lse: periodico politico, litterario, industrial e no-
ticioso. Rezende, l866-18n, in-foI.
334 JO

João Bap-tista de Alall1bary Palhares - Con-


tado~ aposentado dos correios do estado de S. Paulo, doncle e natul'al,
escreveu:
- Cat'la poslaZ da provincia de S. Paulo, 1880, litllOgl'aphia de Jules
J\.1artin - Ahi se indicam os limites da pl'ovincia, hoje estado, as linhas
de estradas ue ferro, a direcção do itinerario postal e a :situação das
respectivas estações.

Jo'í.o B3tptis-ta Bueno Mall10ré - Fil!lo de José


Feliciano Bueno Mamore, nasceu em Santl1.l'ém do Pará. E' üoutor em
medicina pela faculdade do Rio de Janeiro, e tem feito estudos especiaes
sobre a ophtalmologia. Escreveu:
- Das condições pathogenicas, do diagnostico e tratamento ela
molestia conhecida pelo nome de beri-beri; Do envenenamento
pela nicotino.; Do tetano dos recem-nascidos; Digestão em geral:
these apresentada à faculdade de medicina, etc. Rio de Janeiro,
1873, in-4°. - Dessa tbese houve seg-unda edição no Para, 1874, e
ainda sobre o primeiro ponto publicou o autor um artigo com
o titulo;
- O bel'i-beri e molestia epyretica ~ - Na Revista Medica da Bahia,
1873-1874, pags. 56 efleguintes. Ho. varias trabalhos de sua penna na
Revista Meclica da Bahia, como;
-Notas sobre a accommoüação do globo do olho (a proposito de uma
discussão com o professor de physiologia da Bahia), 1873-1874. pags.
230 e 265 e seguinte,,- Consta-me que foram publicadas em opusculo
no Rio de Janeiro, 1874.
- Novas tentativas para a cura da elephantiasis dos gregos: ensaio
sobre o tl'atamento do dr. Beau perthuy no hospicio de Tucumduba
(Pam), 1876, pags. 411 e segs.
- Estudo sobre as propriedades therapeuticas ela salicyna e do acido
salicylico, na Europa. 1877, pags. 117 e segs.
- A dl'aillage na tllerapeutica ocular. 1877, pags. 316 e seg .

João Baptista Callogeras - Natural ele COl'fü, ilha


Jonica junto a costa da A lbania e brazileiro por naturalisação, nasceu
a 2 de fevereil'o de 1810 e falleceu no Rio de Janeiro a 27 de julho de
1878, bacharel em Jireito pela universidade de Paris; chefe de secção
da secretaria dos negocios do imperio ; sacio do instituto historico e
geog:'aphico brazileiro e da sociellade auxiliarlora da indu tria nacional;
official da. ordem da Rosa., e das ordens italiana de S. Mauricio e
s. La.zaro, e belga de Leopoldo, e commendador do numero da ordem
JO 335

hespanhola de Ca~'los III. Vindo para o Bl'azil em 1841, fuudolt


na côrte e foi professor do athenêo fluminense, e depois fundou
em Petropolis um collegio de iustl'ucção primal'ia e secundaria,
que foi por espaço de sete anno:> subvencior:ado pelo governo pl'O-
vinciai. Em 1858 foi incumbido pelo goveruo geral de investigar e.
colli git' documentos relativos ó. determinação dos limites tio imperio.
Escreveu:
- Compendio de historia da idade media, adoptado pelo Ilonselhl>
dv, illstrucção publica. Rio ele Janeiro, 1859, 2 vaIs. in-8", - Cada
um destes volumes tem um mappa synchonico ô o segundo contém
mais um mappa colorido da inva ão dos barbaras. Bem que no 1'0 to do
primeiro se veja a data de 1859, elie foi publicado em 1858, e tanto é-
jsso verdade, que o JOl'nal do Commej'cio em novembro ue~te anno da
'noticia da obra..
- COmlJendio de geographia e historia, seguido de um breve
epitome sobre os globo>! e seus Cil'culos por João H nrique Freese.
Quinta ecliçrro, revi ta e consideravelmente augmentada na parte
qlh:l trata da geographia pbysica, e inteiramente nova a geo-
graphia com refereucia. politica., segllndo os mais recentes aconte-
cimentos, com uma descripção do imperio do Brazil e um elenco
de todas as cidades e villas, por J. B. C. Rio de Janeiro, 1868,
124 pags. in-8°.
- Politica amel'icana : resposta ao Exm, Dr. J. V. Lastarria, enviadO'
extraordiuario e ministro plenipotenciarlo da republica do Chile. Rio de
Janeiro, 1860, 169 pags. in-4°,
-Biographia de Manoel Theodoro ele Araujo Azambuja. Rio de
Janeiro, 1860 - Sahiu tambem na Revista Popular onde, entre outros,
se acham os seguintes escriptos seus:
- Fernando II, rei das Duas Sicilias - no tomo 4°, pags. 181, 246,
291 e segs.
- Quem inventou a polvora - no tomo 4°, pags. 42 a 49 e torno 5"
pags. 45 e 57. Collaborou tambem no Echo do Bra:;il e na Minerva B,'a-
ziliense, onde publicou:
- Algumas reflexões sobre a civilisação italiana - DO tomo 2°,
pags. 507 a 510.

João Baptista de Castro Moraes Antas - Na-


tural do Rio de J~neiro, falleceu em 1858. Fez todo o curso da antiga
academia militar, assentando praç \ no exercito a 2 de abril de 1838 e
sentia promovido a segundo tenente a 2de dezembro de 1839. Era
doutor em mathematicas, teneDte-~oronel do corpo de engenheiros"
336 JO

cavalleiro da ordem de Christo, e servia como membro ela commissão de


melhoramentos do material do exercito, e director do corpo de bom-
beiras. Escreveu :
- Dissertação ácerca do. theoria mathematica das probabilidades,
apresentada à escola militar do Rio de Janeiro e sustentada a 27 de
abril de 1848. Rio de Janeiro, 1848,40 pags. in-4°.
- O Amazonas: breve r~sposta a Memoria do tanente da armada
americana-ingleza F. 1au!'y sob!'e as vantagens da livre navegação do
Amazonas. Rio ele Janeiro, 1.854,50 pags. il1-4°.- A obra a que se
responde é: O Amazonas e as costas athlanticas da America Meridional,
Rio de Janei!'o, 1853, obra que to.mbem foi refutada fóra do imperio,
como se vê no livro: «De la navigatiol1 de l'Amazone: reponse
a une memoire de MI'. Maury, et;,)., par M. de Angelis, Monte-
vidéo, 1854". Innocencio da Silva diz que teve informações de que
um alto fUllccionario do imperio fàra o autor da obra de que me
oceupo, tendo Moraes Antas a condescendencia de tomar a si a
responsabilidade de um escripto a qU'3 outros ja se haviam escusado;
o continuador, porém, do Diccionario bibliograplJico portuguez foi o
proprio que encarregou-se de t1ecla!'al' que foram inexactas aquellas
informaÇÕes. Este escri pto é, sem du vida, do coronel Antas.
- Relatorio apresentado a 15 de março de 1852, acerca da explo-
ração dos rios Tocantins e Araguaya - O original de 113 pags. in-fol.
esteve na exposição de historüt patria de 1880, e mais uma cópia, per-
tencente a dona Antonia R. de Carvalho.
- Informação acerca da navegação do Tocantins e seu affiuentes,
o Mara,nhão, Almas e Urubu, com preferencia a navegação do rio
Araguaya e seus affiuentes. 1853 - Idem, de 6 pags. in-fol., da mesma
senhora.

João Baptista de Oastro Rebello - Filho de


João B ptista de Castro Rebello e de dona Carlota Adelaide de
Ca t!'o Rebello, nasceu na cidade da B hia a 25 de novembro de 1853.
Bachal'el em sciencias sociaes e juridica pela faculdade do Recife,
formado em 1875, foi desde 1876, em varias legistaturas, deputado ã
assembléa de sua provincia. Revelando-se poeta Iyrico desde seu
mais verdes annos, e procurando desde então a imprensa periodica, deu
a lume grande numero ele suas composições - algumas recitadas em
festa patrioticas, relativamente a guerra do Paraguay e a outros
assumptos, ou em festas litterarias e em espectaculos theatraes-
o que fez nos Ensaios, no Prenuncio, no Microcosmo, no Movimento,
na Luta, no Culto ás Letti"as, e em folhas diarias, como o Diario de
JO 337

Pernambuco, onde ha tambem varios folhetins seus de 1870 a 1871.


Em 1880, já todo dedicado ao jornalismo, fazia parte da redacção da
Gazeta da Bahia. Escreveu:
- O Porvir: periodico hebdomadario. Bahia, 1869 - Neste perio-
dico, que foi escripto de collaboração com tres companheiros de
collegio, tendo o dr. Castro Rebello quinze anDos e meio, ha artigos
seus em prosa e em verso, que si não têm merito litterario, <.Ião a
medida dos verdes armos em que habituou-se a escrever para o
publico.
- O Uvro de meu anjo. B:1hia, 1880 - Este li vro foi acolhido com
férvidos applausos pela imprensa da Bahia, de Pernambuco e do Rio
de Janeiro. A Revista Bmziteira é que censurou-lhe a «imaginação
opulenta, opulenta demais.»
- Ardentias: poesias. Bahia...-E' um livro de poesias de assumptos
sociaes, poesÍéts lyricas e poesias humoristicas, escriptas pela maiot,
parte durante o tirocinio academico.
- P~eudo-realismo: satyra. Bahia, 1883 - E' escripta em versos
alexandrinos. O autor, achando boas todas as escolas, repelle com horror
a que se chafurda no lôdo, na podridão que corrompe a socie<.lade. São
dessa satyra estes versos:

.. , ." Escolhe o que acha de mais ruim


Sobre este mundo, agarra em tudo que não presta,
E brada. exagerando- A humanidade é esta! -
A infamia, a apostasia, o dólo, a seducção,
O assassinato, o roubo, a tergiversação,
A prepotencia, o escarDeo , a injuria, o servilismo;
O carcere, o monturo, o lupanar, o abysmo ;
O vomito, o miasma, o enxurro, a escoria, as fezes;
Todas as podridões e todos os reveze ;
A toga do juiz mercando-se em leilão;
As carnes da mulher expostas no balcão;
A flor emmurchecida, a estrella ennevoada ;
Estolida a velhice; a infancia malcreada j
O amigo traiçoeiro; o conjuge infiel j
Tudo que é falso, hediondo, illicito, cruel j
Tudo que abala o Cl'aneo e entenebrece ~ vista ..•
- Eis o romance, o poema, o drama l'eahsta !
Todos os seus beróes confundem-se com cães!

Segundo uma noticia que, em 1880, pude obter, tinha Ca tro Rebello
nessa época a publicar, e parece-me que publicou:
- Echos do lar: poesias mais recentes, consagradas a diversas
pessoas.
- Satyras politicas: collecção de satyras - Publicou em folhetins
na Gazeta da Bahia.
JO

João B::"l)tista Corrêa Nery - Conego da cathedral


de S. Paulo, d'onde o supponho natueal, só o conheço pelo seguinte
sermão, que escreveu:
_ O' Parai~o 11(( te/'ra : sermão pregado na matriz de Campinas.
S. Paulo ('?) '1893.

Jo.f"o Baptista Cortines Laxe - Nasceu na pro-


víncia hoje estado de S. Paulo a 24 de junho de 1830 e abi falleceu em
1875, sent.lo bacharel em sciencias sociaes e juridicas pela faculdade da
mesma lJrovincia, formado em 1858, e tendo abiexercido o professorado.
Foi depois vereador da camara municipal do Rio Bonito em 1868, advo-
gado em Araruama, e na côrte, deputado ü. assemblea provincial
elo Rio ele Janeiro e membro do Instituto da orelem elos advogados
brasileiros. Escreveu:
- Estudo ligeil'o sobre os quatL'o pr'i01eires seculos da idade média.
S. Paulo, 1857, 100 pags. in-I!o.
- Duas palavras sobre a carta de Pio IX, dirigida ao rei da Serde-
nha, ou competencia do estado para legislar em materia de casamento.
Porlo das Caixas (provincia do Rio de Janeiro) 1858-Sahiram tambem
no COrl'cio lJIel'cantil.
- Bl'evcs l'cflexõcs sobre o Compendio da historia l11€vlia do sr. João
Baptista Calog-eras. Porto das Caixas, 1861,31 pags. in-8°-Idem.
- Regimcnto das camaras municipaes ou lei de 1 de ou tubro de 182 ,
annotada com as leis, decretos, regulamentos e a~isos que revogam ou
alteram suas disposições e explicam sua doutrina; precedida de uma
introt.lucção historica e seguida de sete appensos, contendo o ultimo uma
breve noticia da formação dos municipios da provincia do Rio de Ja-
neiro. Rio de Janeiro, 1868, 305 pags. in-4°.- Segunda edição correcta
e augmentada pelo dr. Antonio Joaquim de Macedo Soares. Rio de
Janeiro, 1885. Escreveu alguns artigos litterarios em revistas desde
estudante, dos quaes citarei:
- Revollt'çao de Tupac-amarú no Perú - Na Revista Litteraria do
Eusaio philosophico paulistano, serie 5" n. 1
- Quacs as causas do fraccionamento da rtalia ~ Parecer da commissão
Ie historia- rt.lem, pagos. 53 e seguintes. E' assigoada tambem por
A. Alberto Soares. Cortines Laxe foi um dos que fundaram e redigiram
- O Guayallà. S. Paulo, 1856, in-4°.

João BaptistaFigueiredo Tenreiro Aranha.


...... Filho de Bento de Figueiredo Tenreiro Aranha, de quem fiz menção
no l° volume deste livro, nasceu no Pará em 1790 e falleceu a 19 de
JO ::>39

aneiro de 1861. Era professor de geometria do 1yceu paraense ; repre-


sentou no parlamento sua província natal nas legislaturas de 1848 a
1852, e foi o primeiro pr6sidente que teve a provincia do Amazonas, por
occasião de cuja instaUação escreveu:
- lhtlO de instaZlação da provincia do Amazonas pelo. " seu primei-
ro presidente no dia, I de janeiro de 1852. Amazonas. 1852. in-8 0 _
Antes disto publicou:
- Exposição que aos homens justos otrerece, etc. Maranhão, 1838,
30 pags. in·4".- Refere-se a injustiças que, diz, sofl'rerado presidente
Andréa, depois Barão de Caçapava.

J'oáo Baptista da Fonseca., 1.0 - Filho de Francisco


Rodrigues Ramos, nasceu na cidade do Recife em 1790 e falleceu a I de
fevereiro de 1831. :Mais por obediencia a seus pais, do que por vocação,
seguiu o estado ecclesiastico, recebendo na Bahia ordens de presbytero e
tendo ido antes a Coimbra con1 o fim de estudar o curso de theologia, o
que não realizou por se fecharem então as aulas em consequenciada
invasão franceza. fFoi, entl'etanto, um sacerdote distincto e virtuoso;
mas muito animado pelas ideas de liberdade de sua patria, compro-
metteu-se não só na revolução de 1817, sendo por isso preso e enviado
pll.l'a a Bahia, onde esteve até o perdão de 1821, como na de 1824,
vendo-se por isso obrigado a expatriar-se e sendo condemnado á morte
pelajjunta militar, e por fim na de 1831. Servira como capeUão do
exercito, até que foi nomeado lente de philosophia em Goyana a 15 de
abril de 1824, é neste mesmo anno, no dominio da revoluç'ão, foi no-
meado secretario do governo pl'ovisorio da Parabyba, para este cargo
requisitado pelo respectivo presidente. Foi um dos primeiros matri-
culados na academia de direito de Olinda, quando se instal!ou a
academia em 1828, não chegando a concluir o curso, por fallecel' quando
ia entrar no quarto anuo. Escreveu:
- 01'ação de acção de gl'aças, recitada na igreja de S. Pedro no dia
dos annos do sr. D. Pedro L, imperador constitucional e perpetuo de-
fensor do Brazil, ofi'erecida ao mesmo augusto senhor. Pernambuco,
1829.
- 01'açcio de acção de graças, recitada na ig'l'eja de S. Pedro no
dia 25 de março de 1830, anniversario do juramento de sua magestade
o imperador a Constituição. Pernambuco, 1830.
- Poesias dedicadas âs senhoras brazileiras. Pernambuco, 1830,
itl-So .
- A victima da amizade: poema em um canto, feito em 1820. Rio
de Janeiro, lS32, 24 pags. in-1Z".
340 JO

- Ode offerecida ao governador Conde de Palma - Foi escripta na


Bahia em 1820, quando o autor se achava preso, e impressa na Província
de Pe-rnambuco de 4 de s~tembro de 1879. Ha muitas poesias eleste
autor ineLlitas e algumas na «CoUecção de poesias patri6ticas liberaes,
brazileiras, recapituladas elos jornaes desde 1826 até 1851.» No liVl'O
Excavações, de Francisco Pacifico Pereira, acham-se delle:
- Soneto - escripto na sahida da prisão da Bahia em 1821. Está
na pag. 171.
- Sonetos (dous) - um ao padre Aotonio Souto-Maior, seu com-
panheiro nesta prisão, que fal1eceu louco e era irmão ele João Souto-
Maior, que tentara assassinar com um tiro o governador Luiz do Rego
Barreto, e outro a frei Joaquim elo Amor Divino Caneca. Estão nas
pags. 241 e 242.

Joã.o Baptista da Fonseca~ 2°. - Negociante ma-


triculado na praça do Rio de Janeiro, commendador da ordem da Rosa
e da de Christo, foi secretario da antiga companhia da estrada de ferro
Pedro II, thesoureiro e condecorado com as honras de oflicial menor da-
casa imperial, vice-presidente do banco do Brazíl e membro do conse-
lho da caixa economica e monte de socorro. Escreveu:
- Os ramaes da estrada de ferro de D. Pedro II. Rio de Janeiro,
1861, 11 pags. in-8°. - E tem parte na seguinte publicação:
- Estrada de {el'ro de D. Pedro II. Discursos proferidos pelo
presidente da Companhia e resumo das declarações feitas pelo director
Fonseca no intervallo entre os dous discursos. Rio de Janeiro, 1862,
in-8°.

João Baptista da Fonseca Jordão - Filho de


João Rodrigues da Fonseca Jordão, e natural do Rio de Janeiro, falleceu
a 30 de maio de 1881 na cidade de Nova Friburgo, para onde havia ido
doente. Era bacharel em lattras pelo imperial collegio de Pedro II, e
alumno do 4° anno da faculdade de medicina da côrte. Foi um dos
fundadores da Unicio Acttdemicá e depois da Revista ACádemica, cujo
primeiro numero sahiu alguns dias depois de seu fal1ecimento ; por essa
época se publicavam:
- Lições de chimica organica, professadas pelo respectivo lente
cathedratico Dr. Domingues Freire, na Faculdade de Medicina do Rio de
Janeiro e compiladas pelo bacharel João Baptista da Fonseca Jordão.
Rio de Janeiro, 1882, 323 pags. in-8°, com figuras no texto. - Esta
obra samu em fasciculos, sendo os ultimos publicados depois da morte
do compilador. (Veja-se Domingos José Frefre, 2°,)
JO 341

João Baptista Gonçalves OaDlpos,lo.-Natural


do Para e conego arcipreste da diocese paraense, teve gl'ande influencia
nos successos precursores da i ndependencia e nos posteriores. Diz o
doutor Teixeira de Mello que era um homem « audtLz, muito ensaiado
nos manejos das facções daquella província ». Foi um dos chefes do
motim politico de 16 de outubro de 1823 e esteve collocado á boca de uma
peça no largo do palacio, morrão acceso e com ordem para confessar-se,
quando foi perdoado, conduzido para bordo do brigue MaranhãO, e depois
remettido preso para o Rio de Janeiro. Escreveu:
- Historia dos acontecimentos politicos da provincia dú Grão-Pará
desde que adoptou o systema da independencia até 5 de novembro de
1823. Rio de Janeiro (sem data), 19 pags. e 5 fls. in-4°, gr. - E' assi-
gnado pelo « paraense fiel ao Imperador e á Nação .I. B. G. Campos».
- Desaggravo do arcipreste, etc., contra José de Araujo Roso,
ex-presidente do Pará. Rio de Janeiro, 1824,9 pags. in-4° gr.
- Ao respeitavel publico. Rio de Janeiro, 1825, in-4° gr. - E' uma
publicação acompanhada de duas ordens imperiaes de approvando o
procedimento do presidente Roso.

João Baptista Gonçalves CaDlpos,2°.,-Visconde


de Jary - Sobrinho do precedente, filho do capitão Faustino Gonçalves
Campos e dona Josepha Joaquina Gonçalves Campos, nasceu no Pará a 10
de maio de 1814 e falleceu no Rio de Janeiro a 17 de maio de 1890, bacha-
rel em direito, formado pela academia de Olinda em 1840, grande do impe-
rio, do conselho do imperador, ministro aposentado do supremo tribu-
nal de justiça, grão-mestre adjunto da maçonaria brazileira e official da
ordem ela Rosa. Presidiu a provincia de Alagôas, exerceu outros cargos,
como o de membro do conselho supremo militar de justiça, e foi um
ma~istrad0 illustrado. Escreveu:
- Cathecismo christão, composto para jovens virgens a educar nos
Institutos, por A. Deodenes Cyriaco, com permis ão do sagrado synodo
da Grecia e do ministro da iustrucção publica de Athenas; traduzido e
accommodado a. igreja occidelltal. Rio de Janeiro, 1886, 113 paga.
in-4° .

.João Baptista Kossuth Vinelli - Filho de João


Bapti ta Vinelli e de dona Luiza Delfina Vinelli, nasceu na cidade de
itheroy a 20 de outubro de 1849 e falleceu a 2 de dezembro de 1888.
Bacharel em lettl'as pelo collegio PetIro II, onde leccionou depois, e
doutor em medicina pela faculdade do Rio ue Janeiro, entrou logo em
concurso para um logar de oppositor da secção medica da mesma
342 JO

faculdade, sendo o escolhido para esse logar. Passou com a reformn,


da faculdade a lente substituto e mais tarde, em 1882, a cathedratico
de physiologia, para cuja materia foi aperfeiçoal' seus conhecimentos
na Europa. Exercia tambem o cargo de medico interno da cn,sa dos
expostos, e escreveu:
- A amputaçiio coxo-femtwal ; Epilepsia; Fracturas complicadas; Do
vinhos como excipientes dos medicamentos: tl1ese apresentada it Facul-
dade de Meclicina do Rio de Janeiro, etc. Rio de Janeiro, 1872, 5C:i pags,
in-4° .
- Da the,-mometria e da febre: these apresentada a Faculdade
de Medicina do Rio de Janeiro para o concurso ao logar tle lente
oppositor li. secção de sciencias medicas. Rio de Janeiro, 1874,
C:i2 pags. in-4°.
- RelatOl'io apresentado li. Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro
pelo doutor, etc" enviado li. Europa em commissão scientifica. Rio de
Janeiro, 1882, in-4°.
- Da incine,-açiio dos cadavel'es-Na Revista Meclica do Rio de Ja-
neil'o, 1877.
- A cheche. Os 8c'tpinhos nas creanç.'ts. As queimaduras nas creanças.
- São tres escriptos publicados no Miii de Familia, 1880.

.João Bap-tista de Lacerda - Filho do doutor João


Baptista de Lacerda e de dona Maria ela Assumpção Lacerda, nasceu na
cidade de Campos, Rio de Janeiro, a 12 de julho de 1840. Bacharel em
lettras pelo collegio Pedro n e doutor em medicina pela faculdaue do
Rio de Janeiro, clinicavil. na cidade ele seu nascimento, quando por
occasião da refol'ma elo museu da CÔl'te o ministro da agl'icultura, que
era seu conterraueo e conhecia-lhe o genio observador, excessi-
vamente investigador dos segredos da natureza, nomeou-o sub·elirector
da secção de anthropologia, zoologia e paleontologia, sendo mais
ta.rde, em 1880, na organisação do laboratorio de pl1ysiologia expe-
rimen tal, nomeado sub-director delle. Applicanelo-se com especial
attenção ao estuuo do veneno ophidico e de seus antidotos desde 1876,
descobriu e comprovou a acção neutralisatlora. do permang-anato de
potassa sobre esse veneno, facto, que por si só tem lhe dado um logar
dístincto, não só no Brazil, como nos centros scientificos do mundo
civilisado. O dr. Lacerda concorreu em 1877 para o preenchimento
de uma vaga ele lente substituto de sciencias medicas da faculdade de
medicina; é commendador da ordem da Rosa; membro adjunto da
academia nacional de medicina; membro da sociedadA anthropologicn.
de Pàriz, e de outras associações scientificn,s, e pl'ofessor honorario da
JO 343

faculdade de medicina de Santiago, por nomeação do governo chileno.


Escreveu:
- Das indicações e contra-indicações da digitalis no tl'atamento das
• molestias dos apparelhos circulatorio e respiratorio ; Oleo de figado de
bacalhau, considerado pharmacologica e thel'apeuticamente; Tracheo-
tomia; Das quinas e suas preparações therapeuticas. Rio de Janeiro,
1870, i11-4°. - E' sua t11ese inaugural.
- Dos cent?"os moto?"es encephalicos: these para o concurso a um
lagar vago de lente substituto da secção medica da Faculdade de Medi·
cina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1877, in-4°.
- Estt!dos clínicos e thempeuticos. Cam pos, 1875 - E' um li vro de
noticias e factos de Sua clínica em Campos.
- Estudo histO?'íco-anthropologico sobre os craneos encontrados no
largo do Paço. Rio de Janeiro, 1877.
- O ccrebro considerado como orgão da intelligencia: caracteres
ethnicos, tirados do exame deste orgão - Na Revista Medica elo Rio de
Janei?'o, tomo I, paga. 128, 138 e seguintes.
- Cont?"ibuíções para o estudo ant11ropologico das raças indigenas
do Bl'azil, pelos Ors. Lacerda Fjlho e Rodl'ignes Peixoto - Na Revista
do M uset! Nacional, tomo 1, pags. 47 a 76. Este escripto foi tambem
publicado em opnsculo a, sendo apresentado na exposição de P.triz de
1&78, foi premiado com uma medalha de haura.
- Cont?"ibuição pn.ra a anthropologia das raças indigenn.s do Brazil.
Nota, sobre a conformação dos dentes da~ raças indigenas do BI'azil-
Na dita Revista e tomo , pags. 77 a 83.
- Docwnents pour servir i:L l'histoil'e de l'homme fossil du Brésil.
Paris, 1878, in·8".- Foi publicado pela Sociedade Anthropologica de
Pariz.
- Craneos de Mm'acds, Guyana Brazileira: contribuições pa.r[\
o estudo anthl'opologicb das raças indigenas do Brazil. aio de
Janeiro, ·1881, II pags. in-4°.- Foi publicado n.ntes no A?'chivo do
Muset! Nacional, tomo V, 1879, pags. 35 e seguintes, com uma
estampa.
_ Acçao physiologica do ul'ari - Na di ta Revista, tomo I, pn.g . 37
a 43.
- Investigações experimentaes sobre a acção physiologica do Botllrops
jararaca - Na dita Revista, tomo TI, pags. 1 a 16.
- Investigações experímentaes sobre o veneno do Crotulus borridus
- Idem, pags. 51 a 88.
- Investigações expe?'ímentaes sobre a acção pbysiologica do chio-
rhydrato de pereirlna. Rio de Janeiro, 1881 in-8".
3t4 JO

- Investigações experimentaes sobre os efl'eitos toxicos do sueco da


mandioca. Rio de Janeiro, 1881, 55 pags. in-4°, com figuras no texto.
- Acçiio do alcool e do chlaral sobre o veneno ophidico-V~m na
União Medica, tomo. 2°, pags. 76 a 83 e 109 a 116.
- O veneno ophidico e seus antidotos. Rio ele Janeiro, 1881,66
pags. in-So.
- Provas experimentaes ele que o veneno das cobras é um sueco
digestivo. Rio de Janeiro 1881, 15 pags. in·So-E' um opusculo em que
o autor demonstra que o veneno das cobras é um sueco digestivo
obrando sobre os albuminoides e gordurosos, e que sua acção destrui-
dora, quando inoculado es e sueco nos tecidos vivos, é uma digestão
eifectuada em condições especiaes.
- O permanganato ele potassa como antidoto da peçonha das cobras.
Rio do Janeiro, 1881,19 pags. in-8°.- O autor, publicando factos que
confirmam o enunciado no titulo de seu trabalho, sustenta seus direitos
de prioridade acerca do descobrimento do grande antidoto do veneno
ophidico. E se descobrimen to foi acolhido com applausos por todo
imperio, upplauso que eram coroados por factos com felizes resultados,
e por toda a imprensa annunciados. Nem foi só no imperio que isso se
deu, foi tambem no estrangeiro' no Globo de 3 de fevereiro de 1882,
por exemplo, vem o seguinte telegramma, publicado no Times de
Londres, que lhe fôra enviado por um correspondente das lndias:
« O Dr, Vicente Richat'Cl, que 'está expel'imentando a efficacia do per-
manganato de potassa como antidoto da peçonha de cobra, escreve a
Indian Medical Gazette ter obtido alguns re ultados mui notaveis. O
veneno da cobra, misturado com o perm~lnganato e injectado hypoder-
micamente, não produz resultado fatal, ainda que se empregue forte
dóse de veneno e a mistura seja injectada em veias. Accrescenta o
Dr. Richard que, antes de formar opinião definitiva, convém repetir
as experiencias, não só com o veneno da cobra" mas tambem com o da
vihora; sendo que o desta tem propriedades septicas.» As principaes
revistas da Europa s occupam com este descobrimento, confit"1:nalildo
seus bons resultados.
- Les morsu"es eles serpents venimeux elu Brasil et le permanga-
nate ele patas, e. Faits cliniques, recuillis par le docteur, etc. Rio de
Janeiro, 18 2- O consul imperial perante o governo allemão, Herman
Haupt, tendo recebido e apresentado a instituições scientificas da AlIe-
manha o~ dous escriptos do dr. Lacerda sobre este assumpto, autori-
zado pelo mesmo, assim se exprime: «Acabo de receber do alto
governo imperial (da Allemanha) a communicação de terem sido seus
trabalhos assumpto para um relataria publicado á fi. 115 do n. 10 B~r-
JO 345

lener Kliniche Wochenschrift (Gazeta semanal de clinica de Berlim) de


6 de março de ]882, e a ordem de entregar a V. Ex. o referido exemplar
e mais uma dissertação sobre a mordedura das cobras por Julius An-
tonius Aurelius Schulz, de Porto-,Natal. E' com summo prazer que
cumpro a honrosa missão de que me vejo incumbido, e para mim é
tanto mais agradavel, quanto ella ê ainda a(lompanbada da ordem eie
agradecer a V. Ex., em nome do governo da Allemanha, suas valiosas
e importan tes communicações scientificas.»
- Leçons SUl' le venin des serpents du Brêsil et SUl' la methode de
traitement des morsures venimeuses par le permanganate de potasse.
Rio de Janeiro, ]884, 194 pags. in-8°.- São 14 lições, em que o autor,
sob uma fôrma mais systematica, expõe idêas já por elle enunciadas,
começando por um esboço historico dos estudos feitos sobre o assumpto,
fazendo a descripção das cobras do paiz, estudando o liquido vene-
noso, etc.
- Etiologia e genesis do beriberi: investigações feitas no laboratorio
do Museu Nacional. Rio de Janeiro, ]883, 68 pa,!\,s. in-4°, com uma
estampa intercallada no texto - Reconheceu o autor que o beriberi é
c-
uma mo]estia parasitaria e que o baciUus beribericus, cujo germen está
no arroz, introduz-se no organismo pela alimentação. Contestado em
dous escriptos, um publicado na Gazeta Medica da Bahia, 1883-1884,
pago 449, pelo dr. A. Pacifico Pereira, e outro pelo dr. J. H.ocbard,
( um parecer apresentado a academia de medicinA, de Paris e publi-
cado na Gazette des Hospitaua; de Paris, 1884, pags. 109, no qual o
ilIustre medico francez, sem arltluzir provas em contrario á opinião
(10 dr. Lacerda, serve-se de :1llusões, que até certo ponto compro-

mettem seus creditas scientificos l, escreveu este os dous tra ba I bos


seguintes:
- Breve resposta :1 um artigo inserido na Gazet"a Medica da Bahia a
proposito rIe minhas investigações sobre o beriberi - Na União Meclica.
Rio de Janeiro, 1884, pags. 113 e seguintes.
- Reponse a MI'. Jules Rocbard au sujet de mon Memoire SUl' le
• beriberi - Idem pags. 185 e seguintes. Depois publicou mais sobre esta
molestia:
- Etiologia do beri beri- Na dita Revista, 1884, pags. 300 e seguin teso
- Natureza, causa, prophylaxia e tratamento do beriberi: relataria
apresentado pela commissão de medicas, nomeada pejo governo brazi-
leiro pa,ra estuda.r esta molestia. Rio de Janeiro .... in-8°.
- Estudos sobre o beriberi nas índias Neherlasdezas pelo Dr.
Peckelharing', vertidos do hollandez e seguidos de commentarios e
explicações pelo Dr. J. B. de Lacerda. Rio de Janeiro, 1889, in-8°.
346 JO

- Pathç;gonesia oail~J.'arada. Peste de cadeircl.s ou epizootia de


Marajó, €l SUM antl.logias oom o beriberi. Rio de Janeiro, 1885,
in-8° .
- O mlo1'obio do be1"ibm'i, suas rela~ões oom o prooes~o tl.natOluico-
pathologico desta molestia, seguido de um estudo sobre a causa da
enzootia, denominada peste de cadeiras, etc. Rio de Janeiro, l887,
215 pags. in-8', com estampas - E' o que de mais completo ha sobre
Çl periberi sob qualquer ponto de vista .
.".. OQn1'pa l'açeío do beriberi com a mOl'te alcoolica sob o ponto de vista
olillico. Rio de Janeiro, 1893, in-8°,
-.,. A peste da mangt!eim na provinoia, de Minas (carbunculo sympto-
matico): relataria apresentado ao Sr. Ministro da Agl'ioulturtl., RJo de
Janeiro, l889.
-Deslnfeo!)ao e prophylaxia individual contra as molestias infe·
ctllosas, pelo pr, G, M. stermberg, trabalho premiado pela sociedade de
hygiene publica ameriÇlana, vertido do original inglez para o idioma
vernaculo. Rio de ,Taneiro, lR89, in-8°.
- Experienoias physiologicas com algumas plantas toxicas do Brazil. ,
Rio de Janeiro, 1890, ~4 pags. in-So.-São estudos sobre C!uas aspecies
de ablltllas.
-.Indagações soiontifloas sobre a causa primordial da febre amarella
".... Na Unic70 Medioa, 1883, pags, 259 e segi'•
..... A th~Ol'iCf parasitaria na febre amarelia - Idem, pags. 312 e
segs,
- R,eohel'ohes SUl' le microbe de la fiàvre jaune- Na Ga:.ette 11{edioale
(le Paris, tomo 5°, pags. 309 e segs.
- Obsel"l)ações demoltstl"ativas da verdadeim causa da. febre ama-
rella- Nos Anl1lZes Bl'asilenses de Meclicina, tomo 350, 18S3-1884, pags.
III e sags.
- O micl"obio pathogenico da febre amarelia: memoria lida perante a
Academia nacional de medicina e apresentada ao congresso Pan-Ame-
ricano de Wasllington. Rio de Janeiro, IS93, ill-8/1. - lIa ainda muitos
trabalhos do dr. Lacerda em revistas nacionae3 e do estrangeiro. Fúi
um dos redactores da
- Lua;: revista, scientifico-mteraria, quinzenal, publicada sob os
auspicias da Sociedade brasileira de benelicencia e redigida por F. G.
Castal10 Bl'anco, J. B. de Lacerda Filho e J. A. Teixeira de Mello.
Campos, 1874, in foI.

.Toão Baptista Messena - Falleceu emjunho de 1887


pa Babia, donde era talvez natural e em cujo commercio era empreO'ado,
.lO 347

dando-se tambem ao cultivo das lettras. Coliaborou em al~uns peri •


dicos litterarios e escreveu ;
- Vesp~1·tina,IU poesias. Bania" •

•.:T oã,o Ba.plista Monteiro - Advogado na provincla de


Sergipe, de que foi representante na legislatura de 1857 a 1860. amo
fosse conteatada sua eleição por outro candidato, escrevell:
- Exposiçao orrerecida á augusta camara dos Srs, Deputac.los por
JoiLo Baptista Monteiro, deputado eleito pelo circulo de Propriá, da
província de Serg'ip~, sobre a validade de sua eleição e illegalidade
do diploma., com que o major Vicente Ferreira da Costa. Pirag'ibe se diz
eleito pelo mesmo tlistricto. Rio de ,laneiro, 1857, 73 pfl.gs. in·8°. ~
FIa outra. exposição sua, que só vejo mencionada no catalogo da expo-
sição de historia do Bra;lil, dirigida as commissõe' ele constituição a
justiça cl'iminal, tambem impressa no opusculo,

João Baptista Morat.o do C01,l.t.o - Filho de Fran·


cisco Morato do Couto e nascido em Campinas, actual estado de S. 1 aulo,
a 2 de agosto de 1825, dedicou-se ao magisterio por mais de dez anuas,
leccionando latim, francez e musica e depois deu-se ao estudo da hOIDOOO-
pathia, cuja clinica exerce na. cidade de seu nascimento. TI: creveu ;
- Repel'to1'io etiologico ou indicações homceopathicas. Campinas,
1882, 143 pags. iu-8°.
- Regras de eliagnostico segundo a doutrina homceopatbica. Cam pi.
11M,' 1883, 83 paga. iu-8".- Tem alguns trabalhos ine:Jitos obre homceo-
patllia, e mais :
- P1'osodia ela lingua portugue::a, disf;trçada em fórma de drama.
- A1'tinha pllilosophica de musica .

.:Toão Baptist.a da Mot.ta A.zevedo Corrêa -


Filho do desembargador José da Motta Azevedo Corrêa e nascido no
Maranhão a 29 de março de 1858, é doutor em medicina pelo. faculdade
do Rio de Janeiro e medico de 4n classe da repartição sanitaria do exer-
cito, Antes disto, seudo graduado pharmaceutico pela mesma faculda-
de, serviu como tal no hospital da santa casa da Misericordia e Jepois
no corpo de saude, do exercito com a graduação de alferes. Escreveu :
- Lampejas litte1"al°ios: Contos. Rio de Janeiro, 1880, iu-8°. - São
pequellos romances brazileiros, escriptos com originalidade e graça.
- Estudo e classificaçãO medico-legal dos ferimentos e outras o11"en-
sas pbysica', particularmente applicados á nossa legislação: these
sustentada a 26 de outnbro de 1887. Rio d,e ~aneiro de ~887, in-4°o
348 JO

João Baptista Mutél- Filho de Francisco Julio Mutél


e natural do Rio de Janeiro, é pharrnaceutico formado pela faculdad@
desta cidade e estabelecido na cidade da Barra Mansa. Escreveu:
- N oçoes de toa:icologia. Primeira. edição. Rio de Janeiro, 1890,
in-4°. -Depois de impressas 16 paginas deste trabalho, das quaes possuo
um exemplar com frontespicio, a conselho de um distincto facultativo,
foi suspen a a publicação para ser dada nova fárma, o que até hoje
não foi realizado, segundo me consta.

João Baptista Pereira - Natural da cidade de Campos,


provincia, hoje estado do Rio de Janeiro, e nascido a 20 de outubro
de 1833, é doutor em direito pela faculdade de S. Paulo, advogado nos
auditorias desta capital, lente da cadeira de direito criminal e militar
do curso livre de sciencias sociaes e juridicas, da qual foi um dos
fundadores, e socio e:l:l'ectivo do instituto dos advogados bra,zileiros.
Exerceu o cargo de presidente de S. Paulo, apoz a ascensão da politica
liberal, em 5 de janeiro de 1878, e foi eleito deputado por sua pro-
vincia D[\, primeira legislatul'a que seguiu-se de 1878 a 1881, tendo já
sido deputado provincial por mais de uma vez, e á assembléa geral na
legislatura de 1867. Escreveu:
- E' ra:oavel a responsabilidade de terceiro, por conta de quem se
sac[\, a letra de cambio, imposta pelo art. 367 do Codigo do C(}mmercio ~
Será elIa tratada pela mesma acção decendiaria ou por acção ordinaria 1
dissertação para obter o grau de doutor, etc. S. Paulo, 1858, 22 pags.
in-4°.
- Codigo criminal do imperio do Brazil, annotauo com os actos do
Poder legislativo e avisos do governo, que tem alterado e explicado
algumas de suas disposições com as decisões do supremo tribunal de
Justiça e da relação do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 120 pags. in-8°.
- Orçamento provincial. Razões da Dã'> sancção do projecto de lei
da assembléa provincial de S. Paulo, que fixou a receita e despeza
para o exercicio de 1878-1879. S. Paulo 1878, 20 pags. in-8°.
- Banco nacional. Analyse do accordão do tribunal da relação, que
julgou culposa a quebra. Rio de Janeiro, typ. de A. Marques, 1879,
85 pags. in-4°. - Sahiu tambem esta obra no Rio de Janeiro, typ. de
Leusinger & Filhos, 1879, 95 pagil. in-8°, e antes no Jornal do Com-
mercio, em varias numeras, sob o pseudonymo de Dumoulin. Ahi de-
fende-se apre idente do conSelho e tambem presidente do banco fallido.
- Processo pelQ incendio da. rua do Lavradio, em que é réo André
Nunes Rodrigues. Rio do Janeiro, 1876 - Refere-se ao incendio em
que morreu queimado o dr. d. Antonio de Saldanha da Gama.
JO 349

- Discurso proferido na sessão da assembléa provincial do Rio de


Janeiro de 25 de novembro de 1868. Rio de Janeiro, 1868, 71 pags.
in-8°.- Refere-se a assumptos politicas e á subida do partido con-
servador ao poder.
- Orçamento do ministerio da justiça: discur o IH'onunciauo na
camara dos deputados, na sessão ele 16 ele julho de 18811, Rio tle .Ja-
neiro, 1880, 54 pags. in-8°.
- Cursos livres nos estabelecimentos de instl'Ucção superior. 8 pag '.
in-fol.- Vem no livro « Actas e pa.receres do congresso de instrucção
do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 1884 ".
- Da condição actual dos escravos, especialmente depois 11;1 pr
mulgação da lei n. 3270, de 28 de setembro de 1885. Rio de Janeiro,
1887, 34 pags. in-8°.- O autor combate doutrinas que considera me-
nos consentaneas com a indole do direito civil, embora merecessem
adbesão do instituto dos advogados. Collaborou em varias jornaes, e
redigiu:
O Iris : jornal scientifico e litterario. S. Paulo, 1857, in-4°.

João Baptista Pires de Castro Lopes - Filho


do doutor Antonio de Castro Lopes e dona Rita Barbara Pires Lopes,
nasceu na cidade do Rio de Janeiro a 24 de junho de 1859, é bacharel
em direito pela faculdade livre desta cidade e professor de linguas.
Começou o curso da faculdade de medicina, mas abandonou-o nos pri-
meiros annos. Escreveu:
- Simplificação das dezeseis lições do novo systema para estudar
a língua latina do Dr. Antonio de Castro Lopes. Rio de Ja-
neiro, 1884.
- Feitos heroicos da historia patria, escriptos em verso e divHidos
em dez cantos para uso das classes primarias. Rio de Janeit'o ...
- Geographia patria infantil, e cripta em verso para uso das classes
primarias.
- Correcção dos vocabulos vulgarm'3nte mal pronunciados: col-
lecção de doze cartões com 240 vocabulos para uso das classes
primarias.
- Sombrinhas chinezas : collecção de sortes para os festejos de Santo
Antonio, S. João e S. Pedro.
- Sorpreza poetica: novo genero de recitativo para salão. Rio de
Janeiro. "
- Os chilenos no Brazil e sua recepção. Rio de Janeiro •.. - E' em
verso.
- A emigraçClo nos suburbios. Rio de Janeiro ... - E' em verso.
350 JO

H'!;mno escolat· do collegio Castro Lopes. Rio de Janeiro ••... -


A lettra e a musica são de J. B. P. de C. Lopes.
- Palestras com o povo: (collecção de artigos sabre a lingua portu-
gueza) -publicados na Gazeta de Noticias.
- Scenas domesticas e sociaes: (collecção de a,rtigos sobre usos e
costumes nacionaes) - publicados no COl'reio da Temle. Por informação
do illustrado pai deste auetor, sei que elle tem ineditos:
- Da analogia das declinações latinas; trabalho lido no Instituto
philologico.
- Memento do ,examinando de latim.
- Anecdotas ltístoricas para uso das classes primarias.
- O livro do elictado para uso das classes primarias.
- 'implificaçao da tabella de Pytbagoras; estudo pratico da ta-
boada.
- Conferencia publica sobre botanica (orgãos f1oraes).
- Conferencia pttblica sobre escolas normaes.
- Confel'encia pttblica sobre methodo de aproveitamento moral e
intellectual.
- Por causa de um folhetim: comedia em um acto.
- Exagel'ações do Sr. Raymunuo: comedia em um acto.
- lvledo e COl'agem : comedia em um acto.

Fr. João Baptis"ta da Purificação - Filho de


João da Silveira Borges e de dona Josepha Maria da Silva, nasceu em
Pernambuco e ahi falleceu, ignorando-se as datas. Foi franciscano
professo no convento de Santo Antonio do Recife, grande theologo,
afamado pregador e não menos afamado poeta, a acreditarmos o que
dizem delle autoridades venerandas, como o padre Lino do Monte Car-
meUo, o padre Miguel do Sacramento Lopes Gama, o padre Jose Marinho
Falcão Padilha, o padre Francisco Ferreira Barreto, que n'um soneto
que lhe dedica assim se exprime;

Vote assombroso, de assombroso encanto,


Que, ornada a fronte de Apollineo louro,
Grandíloquo invocando a tuba d'ouro,
Dás aos numes prazer, a terra espanto!

De seus escriptos, quer em prosa, quer em verso, raros são oS que


pUL'licara, e deIles só posso mencionar:
- Discurso pela faustosa acclamação d'eI-rei nosso senhor, que no
plausível dia 13 de maio recitou na ma triz do Recife. Rio de Janeiro,
1818, 32 pags. in-So.
JO 351

- Ode o.t:rerecida a Antonio Joaquim de Abreu - Vem !la volume de


versos do poeta portuguez, publicado em Lisboa, em 1815. Ha mais um
soneto seu, dedicado ao mesmo poeta, que tambem dedicou-lhe algumas
producções de sua penna; um soneto publicado em Lisboa, precedido
de uma nenia, por occasião do passamento de uma senhora pernam-
bucana - e alguma cousa mais, de que não posso dar noticia ainda.

João Baptista de Queiroz - Natural de . Paulo c


llaEcido no seculo 18°, ütlleceu depois da abdicaçi10 cio fUlldador ela
mO!larchia brazileira. Foi um homem de idé,lS exaltada', repub1i~anas
c redigiu:
- O COJnpi~ado1' Constitttciolwt, politico e litterario ul'asiliense.
Rio de Janeiro, 1822 in-fo1.- Teve por companheiro na redacção
desta folha, cujo primeiro numero viu a luz a 5 cIe janeÍl'o, José'
Joaquim Gaspar do Nascimento, que foi o fundador della e redactor
unico até o sexto numero. Mais tarde fundou Queiroz:
- A j}[a/l'aca dos Fm'roupílhas. R.io de Janeiro, 1831-1832, ill-4°,

João Baptista Regu.eira Costa- Filho do desem-


bargador José Nicolau Regueira Costa, é natural de Pernambuco,
bacharel em sciencias sociaes e juridicas pela faculdade do Recife,
lente do gymnasio pernambucano e membro elo conselho litterario da
instrucçIío publica, tendo exercido antes disto cargos na magistratura.
R' socio do Instituto archeologico e geographico pernambucano e
escreveu:
- Re~torio sobre o local do reducto do Rio Formoso; apresentado
ao Instituto archeologico e geographico perna.mbucano em sessão de
16 de maio de 1872 - Sahiu na Revista deste Instituto, tomo 2°,
pags. 747 a 755,
- Regimento inte?'no do Gymnasio pernambucano. Pernambuco,
1876, in-16°.
- Nova selecta classica, compilada dos melhores autores, naciollaes
e e "trangeiros, para uso das escolas da instrucção primaria e secun·
daria. Recife, 1880 - Contém trechos em prosa e verso d03 nossos
melhores poetas e prosadores.
- Contos moraes de M. Haiber: traducção. Recife, 1880 - Como
a precedente, é uma obra destinada para a instrucção da infancia e
approvada pelo conselho da instrucção publica de Pernambuco.
~ F~ores transp~antadll,s: poesias. Pernambuco .. ,
........ Eg~og((s de Virgílio, traduzidas livremente. Pernambuoo, 1884,
in-8°.
352 JO

'"".:."João B~p-tis-ta de Sá e Oliveira - Filho de Joaquim


José de Oliveira, natut'al da Bahia e doutor em medicina, formado
neste estado em 18i9, escreveu :
- Relações funccionaes e organicas entre as lesões do coração, do
t1gado e do estomago, e sua ordem rle apparecimento no nosso clima;
Ferro; Dos sentidos como origem dos conhecimentos humanos; Tetano
traumatico: tl1ese apresentada á Faculdade ele medicina da Bahia, etc.,
Bahia, 18i9, 103 pags. in-4° gr. .
- Os Camacãs: e tudos ethnographicos. Bahia, 1890, 24 pags.
in-8°,

João Bap-tis-ta dos lSan-tos, Visconde de lbituruo<~­


Filho de João dos antos Pinho, nasceu em S. João d'EI-H,ei, provincia
de Minas Gerae.,;, a 14 de junho de 1828. E' d.outor em medicina pela
faculdade do Rio de Janeiro, medico da extincta imperial camara,
capitão-cirurgião reformado de cavailaria da guarda nacional, inspector
da escola da Santa Izabel, membro da academia nacioGal de medicina,
socio do instituto historico e geog-raphico brazileiro, commendador da
ordem de Christo de Portugal e cavalleiro da ordem da Rosa. Depois de
concluir o curso medico, residiu alguns annos em sua provincia e
via,jou pela Europa. Em 1881, para honrar e perpetuar a memoria de
seu pai, creou, n'uma casa de propriedade deste, com maio~' apuro
provida e alfaiada do que as aula.s publicas, a escola denominada' de
João dos Santos, a qual funcciona na cidade de seu nascimento com
accommodações apropriadas aos dous sexos, fornecendo durante sua
vida professores, livros e os demais accessorios de instrucção primaria,
da geographia, geometria, desenho linear, etc., e, segundo termo
passado no respectivo thesouro, doando o predio á provincia depois
de sua morte, com a condição de ser pela provincia mantida a mesma
escola, a cuja inauguração o imperador assistiu a 2 de abril daquelle
anno. Foi o primeiro inspector nomeado na instituição da i1Jspectoria
geral de hygiene publica e escreveu :
- Eroiguas "eflexões ácerca da extirpação da coxa: these apresen-
tada á Faculdade de medicina do Rio de Janeiro e sustentada em 3 de
dezembro de 1849, Rio de Janeiro, 1849,36 pags. in-4°,
- Inst,-ucções para o tratamento das queimaduras, o.trerecidas aos
s1'5. fazendeiros. Rio de Janeiro, 1859, 31 pags. in-8°.
- Exame de sanidade, feito pelos peritos da justiça na pessoa do
Dr. José Mariano da Silva em 3 de abril de 1867 : relatorio medico-
legal. Rio de Janeiro, 1867, 15 pags. in·4°. - Assignam tambem este
trabalho os drs. A. J. de Souza Costa e Nicolau J. Moreira.
JO 353

- Da vaccinação e revaccinação como meios de conjurar a variola,


ds attenuar os seus estragos e de extinguir a epidemias desta moles·
tia - Na Gazeta Medica da Bahia., 1873-1874, pags. 249, 262,279 e 292
e seguintes.
- Duas palavras sobre a questão: Ha ou não vantagem na
revaccinação ~ - Nos Annaes Brasilienses de Medicina, tomo 270,
1875-1876.
- Ligeiras considerações sobre a formação do calo nas fracturas _
Idem, tomo 15°, 1863-1864.
- Aguas potaveis. Con tribuição a hygiene do Rio de Janeiro.
Rio de Janeiro, 1877, 266 pags. in-8° - Trata-se não só do novo
estabelecimento de agua, do contracto, planos do governo e execução
de obras, como da agua em geral e das suas diversas proceden-
cias, e do emprego do chumbo na canalisação projectada. Rela-
tivamente a uma parte deste livro escreveu, refutando-a, o bacharel
Luiz Honorio Vieira Souto um opuscul0 com o titulo Aguas potaveis
e encanamentos de chumbo (Veja-se este autor). Sobre o a sumpto
publicaram-se nessa época varias trabalhos por Francisco Carlos
da Luz, Manuel Buarque de Macedo, dos quaes faço menção e
outros.
- Apontamentos sobre a escola de Santa Izabel. Rio de Janeiro,
1882 - Depois de uma noticia da creação desta escola pela A sociação
promotora da instrucção, para as classes desvalidas, descrevem-se
as festas de sua inauguração, e aj untam-se documentos de interesse
para a respectiva hi toria.
- Projecto de alguns melhoramentos para o saneamento da cidade
do Rio de Janeiro, apresentado ao govel'Oo imperial, etc. Rio de
Janeiro, 1886, 33 pags. in-4°, segUidas de uma relação das obras
consitleradas mais urgentes, ja orçadas por ordem .da lllma Camara
Municipal e ainda não resolvidas - E' um de seus trabalhos na ln pe-
ctoria geral de hygiene.
- Relatorio dos trabalhos da Inspectoria Geral de Hygiene, apresen-
tado ao Illm. e Exm. Sr. Conselheiro Senador Barão de Mamoré, etc.,
Rio de Janeiro, 1887, in-fol.
- Relatorio apresentado a nova directoria da sociedade de Benefi-
ceneia e socorros mutuas, dos trabalhos da antiga. Rio de Janeiro,
189l.
- Conselhos ao povo (contra a febre amarella) -Sem folha de rosto,
mas do Rio de Janeiro, 1886, 5 pags. in-4°, assignados tambem pelos
drs. Agostinho José de Souza Lima, Francisco Marques de Araujo Góes,
Bento Gonçalves Cruz e J. Ricardo Pires de Almeida.
23
354 JO

João Baptista da Silva Sobrinho - Filho de José-


\
Baptista da Silva, é natural do Rio de Janeiro, empregado no thesouro
nacional, professor livre de linguas e de matbematicas, e muito appli-
cada á escripturação mercantil. Fez parte do curso do collegio de
Pedro II e escreveu:
- Noções eZemental-es de escripturação mercantil. Rio de Janeiro,
1882, 24 pags_ in-4°.
- Escripturaç{'J,o mel-cantil: estudo theorico e pratico. Rio de Ja·
neiro, 1885, 141 pags. in-8° - Ha segunda edição augmentada,
de 1890.

João Baptista da Sil-v'eira - Natural da provincia,


hoje estado de S. Paulo, e bacharel em sciencias sociaes e j uridicas
pela faculdade dessa provincia, formado em 1880, é advogado em Casa·
Branca, e foi deputado á assembléa provincial. Em 1881 fez parte
da commissão de paulistas que veiu á côrte receber o maestro A. Carlos
Gomes. E' amador da musica e toca maravilhosamente violão, e distin-
cto orador e poeta. Escreveu:
- Nuvens multic6res. S. Paulo, 1880, 112 pags. in-8° - E' um
livro de versos, cujo titulo elle justifica com as seguintes palavras:
«Ora sou Democrito, ora sou Heraclito. E' preciso ser assim; o espirita
nem sempre ri, nem sempre chora. Rir sempre seria uma inverosimi-
lhança de sensibilidade; chorar sempre seria reduzir o estro a uma
jeremiada fastidiosa e piégas» .

João Baptista Vieira Godinho - Neto materno


do sargento-mór da nobreza, escrivão da provedoria doS defuntos e
auzentes, capellas e_ residuos da comarca de Villa-Rica, Gabriel Fer-
nandes AleL~o, nasceu em Mariana, Minas Geraes, no anno de 1742 e
falleceu na Bahia a J3 de fevereiro de 1811 no elevado pôsto de tenente
general clo exercito, ao qual subiu por seu merecimento. Com efl'eito,
assentando praça na academia militar de Lisboa em agosto de 1760, foi
nomeado em 1774, sendo capitão, lente do regimento de artilharia de Gôa
asseguràndo-se-lhe a patente de sargento-mór e o lagar de lente, logo
que findasse o prazo de seis annos, depois do qual, porém, não lhe foi
permittido voltar á Lisboa, porque, como lhe declarou por escripto o
ministro de Ultramar, «alli era impossivel e mesmo em Portugal
era muito difflcíl encontrar militar que com igual merecimento
o substituisse.» Com o pusto de coronel em 1784 foi mandado ás
Malucas como governador e capitão-general das ilhas de Timor e
Solar, e d'ahi em diante, ex-erceu com sabedoria a,,') cemmis,sões mais
JO

importantes ~ houl'osas, como se verá na ,UCt ;)iographil1 publiclldlt


na Minervet Bl'a;itiense, tomo 2", pagin;1. 417, repI'oduzida na Re-
vista do InstitlJ/o histo"ico, tomo G." Escreveu e deixou ineditas varias
obl'a5, COl1l0 :
- Observações sobre n,s mule3tias venorea.s, agudas e chronicas pelo
rir. Antonio Nunes n,ibelro Sanches: tl'aducc:ão - O autor da citada
biogl'o phia ,riu uma carta do geneml Godinho DO CO:lde de Linhares,
accusando a remessa desta tl-aducção, e pedindc-lhe que a mandasse
impril11Íl' e adoptar nos hospitaes mili tares, ond6l era inteiramen to
ignorada ou despresada a rloutrrno ahi contida, ao mesmo tempo quo lhe
declaro, C] ue nito puzem seu nome ness.t obra para nã.o o.xci tal' o ciume
(los medicas.
- Me/hodo ttltiVel's<!l de lançar hombas por meio de um 110VO
c]uaul'al1te - O original de 75 lls. pertence ao IlJstiLuto histol'ico.
- 1'aboas para o uso cio 110VO quadrante ullivel'sa\- idem.
- Exel'cicio e mOl'teil'o p'tra o regimento de artilbaria de Gôll-
jllem.
- Plano para. o estabelecimento de um fundo de piodade em f,tvor
das ViUV,lS e ol'pltãs do::. oftlciaes militares - idem.
--. Plano para a nego~iação da. callella.
- Plano para a introclucção elo tabaco cm pô na Cbina.
- Relaçt10 dos nom~ e usos de algum:ls madeit'as ela. ilha do
Timor - Estes traball10s e mais dom', n~anllr,crj ptos, truncados, sobre
al'lillJaria e fortificaçã.o, foram mostr'H.!o: ao til'. Emilio Maia pelo
deoE'mbargador Joaquim A nselmo Alves Branco Muniz Barreto, de
quem se trata neste livro conculJhaelo do autor e depositario delles,
na. BalJin.

Joi:Lo ]3u,rbalho Uchôa Caya,lcanti - Filho rio


conselheiro Alvaro fhtrbalho Uehôt Cavalc,mti, na. ceu em Pornambuco
e é bacharel em sJiencia.s saciaes e jUl'idicns, formado em 1867. Dedi-
cando-so it advocacia, foi ao cabo ela quatl'o ann03, depois de concluir
o cnrso acatlemieo, nomearlo dit'ector d;1 illstl'ucç:-o publica, logar
que exerceu com gm!lde v,wtagem par~t a mesma instrucção e de
C]ue só separou-s6 para fa,zer parte ,Jo s:lgunrlo gabinete da repu-
blica, no qua.l occupou as pa.stns do interior e da instrucção public:L.
Escreveu:
- Estuclo sobre o systema de ensino primario e organisação peda-
gogica das escolas da côrte. Rio de Janeiro, S. Paulo e Pernambuco.
R~latorio apresentado a.o Pl'c..Í1lente de Pernambuco. Recife, !879,
293 p<1gs. il1-80 •
356 JO

- Leituras selectas para uso das escolas primarias. Excerptos ue


obras classicas e scien ti ficas, colligidos e offerta.dos ao Gl'emio dos
professores primarios. Pernambuco, 1880, 220 pags. in-8° - HOUTe
segunda edição em 1884.
- Programma de pontos para exame de habilitação e provimento
por concurso ás cadeiras da instrucção primaria de Pernambuco;
approvado pelo conselllo litteral'io. Recife, 1880; in-8°.
- Lições de coizas: guia pratica para uso dos professores e aspirantes
ao magisterio. Pernambuco, 1881, in-8.0- Neste livro se estabelecem
preceitos e regras do systema intuitivo com os exel'cicios adequados.
- Conferencia pedagogica sobre lições de cousas e trubalhos da
sessão extl'aordinaria de 25 de mal'ço de 1881. Publicação do Gremio
dos professores publicas de Pernambuco. Recife, 1881, in-8°.
- Coeducação dos sexos nas escolas primarias, nos estabelecimentos
de educação secundaria e nas escolas normaes. 12 pags. in-fol.- Vem
no li vro (( Actas e pareceres do Congres~o de instrucção do Rio de
Janeiro~ 1884.
- Meios de desenvolver a instrucção primaria nos municipios
ruraes. 10 pags. io-fol. - Idem.
- Provincia de Pernambuco. Instrucção publica. Regimenli:> das
escolas da instrucção primaria, orgaoisado etc. Pernambuco, 1886, in-8°.
- Esboço da organisação politica e administrativa do estado de
Pernambuco. Recife, 18\J0, in-8°.
- Relatorio apresentado ao Presidente da Republica dos Estados
Unidos do Brasil em maio de 1891 pelo Ministro e Secretario de E tado
dos Negocios Interiores, etc. Rio de Janeiro, 1891, in-4P - Ha além
destes trabalhos, muitos relatorios apresentados a administração de
Pernambuco. Na imprensa periodica redigiu:
- A Tribuna. Recife - E nesta folha Jlugnou eUe pela abolição do
elemento escravo.

João Barboza - Filho de João Francisco Barboza e dona.


Maria Augu ta de Lemos Reis Barboza, nasceu no Rio de Janeiro a 22 de
junho de 1859. Vocação decidida pura a lettl'a', quando estudante de
prep.lratorios collaborou em di versos jOl'llaes, como o Echo Municipal de
S. Paulo, o Jornal do Norte, o Domingo e o Guanabara. Entrando para
a Gazeta da Tarde como revisor, foi depois chamado por Josá do Par
trocinio a occupar um logar na redacção e ahi, entre artigos em prosa
e verso, escreveu:
- Romance de uma peceadora-Deixando esse jornal, voltou depois
á elle, qua.ndo era outro seu proprietario e seu redactor o dr. Rego
JO 357

Macedo, escrevendo artigos de critica, de assumptos politicos e contos,


sendo mais festejados :
- O Crime de lrajd: romance - em folhetim.
- Paginas de um livro: romance- idem. Deixou a GllZeta da Tarde
em outubro de 1893 e, com outros companheiros, fundou o
- Jornal da Tarde: folha republicana. R.io de Janeiro, 1893-1894.
ContiOl.'!a redigindo este periodico. e tem promptos a serem publi-
cados:
- Meias tintas: contos.
- A adultera: romance.
- Muza antiga: poesias.
- Historiada Republica do Brazil.

João Barboza Cordeiro - Filho deManoel Barboza


Cordeiro e da dona Muia José de Menezes Cordeiro, nasceu em Go}'nn-
na, provincia de P rnambuco em 1792 e falleceu em Maceiõ em 1864.
Presbytero secular e vigario da freguezia de Porto Alegre no R.io Gran-
de do Norte, tomou parte muito activa nos movimentos politicas de
1817, pelo que foi preso quando se refugiava na provincia da Parahyba,
conduzido a Pernambuco e dahi com outros enviado para a Bahia,
onde permaneceu até o perdão de 1821. Tomou parte igualmente
activa na revolução de 1824, sendo por isso outra vez preso; mas,
acbando-se doente no hospital militar, pôde dahi evadir-se e, occul-
tando seu estado, internou-se nos sertões da provincia, dedicou·se ao
magi terio da iostrucção secundaria, e por não poder despir-se de seu
disfarce foi constrangido a casar-s n'uma cilada que lhe fizeram. Am-
nistiado mais tal'de, sofl'reu ainda accusações, de que pÔde justificar-se,
mas depois de novas prisões e trabalhos, como pode ver-se na noticia
que eSCl'eveu Pereira da Costa. Representou sua provincia na legislatura
de 1834, e tendo obtido a nomeação de vigario collado da freguezia da
Granja, no Ceara parochiou-a até 1848, permutando-a então com a de
N. S. dos Prazeres, de Maceió. Foi um dos fundadores e o presidente
da sociedade Anti-restauradora, iostallada em GoyannR. em 1833, tendo
sido um dos brazileiros que mais sofl'l'eram pela indepenrlencia da patria.
Era conego honorario da capeUa imperial, cavalleiro da ordem de
Christo - e escreveu :
- Oraçl%o gt"atulatoria que pelo anniversario da independencia, accla-
mação da maioridade e gloriosa elevação de S.' M. 1. e C. o Sr. D. Pe-
dro II ao throno do Brazi1, na rica e populosa villa Sobral, provincia do
Ceara, recitou na igreja matriz. Rio de Janeiro, 1840, 22 paga.
in-4°.
35 JO

-lmpZol'açeto pf1rahybaua. Ceará, 182.!, in-8" - E' um escripto po-


litico, "lirigido a José Pel'eira Figueira.
- O umman8 viajante ou :t sabeJoria popular de todas as nações
por Fernando Diniz. Tr:1ducção, Mal':1uh1io. 1841, iu-S".
- LogiccL popular pOI' M. AlI. Lecon te, romauci:H.la 11:1 scglluua
odição do Pariz c extl'al1iL!a d:t BilJliotheca Populal'. Conra, IS47,
in-8".
- A,-te de (altw' e (.Ia eSCI'orer on tl';üallo ele rllt'toric.l geral por
Augusto Husson, romanciada pOI' J. B. Cordeil'o, que :1 oxtrahiu da,
Bibliotheca Popular, vftsta publicaçilo frauccza. Pern:l.mbuco, 1848,
182 pugs. iu-So.
- Os cinco mil: pOJma tl'agico-comico-satYl'ico-pol i t ico-moral. Pel'-
nambuco, 1848, iu·12" - O titulo do poema provém de dizerem os ad ver·
sarios politicos cio autor que tinham cinco mil homens dispostos a to-
marem armas pela causa qne abraç:Ham.
- Homenagem poetica a Sua Santidade, o muito liberal e magnanimo
Pio IX. Pernambuco, 1848 - Esta composição foi impL'essa em p:1pel-
setim com letlr IS doura~la e eu viada ao papa por iutermedio do
nosso ministro em R'lmn., Creio que é do padre Barboza Cordeiro
a seguinte
- Epistola em 'l:erso a um amigo poeta por J. B. e por elle cor-
rigida e mui augmentada nest:1 segunda edição. Pernamb:.Ico, 1842,
iu-12°.
- Arco-verde ou :1 glori:1 dos Tabujare,,: dré\l11il histori.co-mcional.
Pernambuco, 1850,
- Cltt'OIúca escandulosa do sr. D. João d:1 PUl:incação Marques P(lI'ui-
giio desde SIl:1 cegn. nomeação para bispo de Pernambuco até o pre-
sente. (Pernambuco) 1862 - Ha em varios pel'iodicos muitos escriptos
do Yignrio Cordeiro, quer politicos, quer religiosos e Jittel'arios, senuo
de sua redtlCção :
- A. Bussola da Libcrtla(le: periotlico volilico c litteL'ario. 1834-1835
ia 4" - Em 1834 foi publicado no Rio de Janeiro; depois em
Pernambuco.
- Cltora-men.ino: periodico politico. Peruambuco, 1843 - Foi um
periodico muito lido, de accoI'do com o partido saquarema.
- O Artilhei'ro: periodico politico. Pernambuco, 1848 - ruem.
- Propugnador catholico. Maceió, 1852 - Pouco durou. Deixou
muitas poesias inedita" das quaes cluas foram escriptas pelo autol'
n'um album de quem escreve estas linhas, e uma vem publicada no
Diccionario biographico de pel'nambucnnos celebl'CS de Pereira '.la
JO 359

Costa; é este soneto, composto depois de uma accusação falsa e tra-


balhos que soft'rera :

Quarenta e duas vezes accusado


Foi o grande Catão, grande em virtude.
Por sentença a beber lethal seguda
Foi Socrates prudente - condemnado.

Milciades, heróe sempre lembrado,


Em ferros expirou !... Oh ! sorta rude !
Jesus, filho de um Deus, que não se iLIude,
N'uma cruz como um réo foi pendurado ! !

Neste quadro fiel, que ao mundo ostento,


Verá quem reflectir que premio alcança
A virtude, a razão, merecimento.

Do retorno elo bem que é da esperança ~


Valor! genios sublimes, sofl'rimento ! ...
Recompensa eternal Deus afiança.

Das impressas em avulso, citarei o


- Soneto enviado a Nicolau Martins Pereira, um dos sentenciadoli
á morte por causa da revolução de 1824, na occasião em que se achava
no oratorio para ser executado - Vem nas Biographias de Antonio J.
de MeUo, tomo 3D, e no Almanak de Cezar Marques para 1861.

João Barbosa Rodrigues - Filho de João Barbosa


Rodrigues, I?asceu na cidade do Rio de Janeiro a 22 de junho de 1842.
Depois de feito o curso do instituto commercial com aprovações distin-
ctas e premio em economia politica, e de servir o cargo de secretario
do mesmo instituto, passou ao de secretario e de professor de desenho
do collegio Pedro II e, sem possuir grande cópia de conhecimentos de
sciencias natumes, só por vocação natural e grandes esforços dedicou-
se ao estudo da botanica, da etnograpllia e da anthropologia, tornan-
do-se um dos brazileiros mais distinctos nessa especialidade. Incumbido
pelo governo imperial da proceder à estudos scientificos no Pará e
A.mazonas, comprehendendo nesses estu.dos o das palmeiras de sa
região, descobriu uma grande quantidade de novas especies,que haviam
escapado às investigações do dr. Martius, do dr. Richard Spruce e do
zoologista Alfredo Wallac9 e de outros. Procurara então obter do go-
v.erno os recursos para dar á lume seus importantes descobrimentos
com todos os desenhos ao natural, mas nada obteve; e, entretanto,
mais tarde o dr. Reichembak, de Vienna d' Aust:>ia, o convida para
>com eUe coHabarar na monographia das orchidéas, trabalho de que
360 JO

estava encarregado, havia alguns annos, e que não etrectuo1l; e de-


pois o convida o professor Eichler para collaborar com o substituto
deste, o dr. Kraenzlin, dizendo em sua carta de 22 de julho de ol881 :
«Les espêces nou velles seront publiées sous le nom et l'autorité Bar-
bosa Rodrigues & Kraenz1in, ainsi que tout I'reuvre. C'est à vaus de
dire, oui ou nono Vous êtes le premier, et vaus avez mérité l'honneur.~
Dous annos depois dos seus descobrimentos, 'cheg-ando ao Amazonas
o dro James Trail em commissão scientifica de seu governo, Barbosa
Rodrigues com elle relacionou-se, deu-lhe noticia das observações que
havia feito, e juntos hel'borisaram, enviando o mesmo TraiL para o
jardim de Kew algumas das plantas já descobertas, descriptas e de-
senhadas por Barbosa RodriO'ues; mas como o profe Sal' inglez preten-
desse passar por descobridor de algumas palmeiras, Barbosa Rodrigues
reclamou seu direito de prioridade e protestou por esse direito em se são
do Instituto de 23 de ll!aio de 1879, provando que, quando Trail chegou
ao Pará, já havia elle estudado e desenhado as novas especies, como
consta de relatorios remettidos ao governo, e procurara em 1875 as
diagnoses das novas especies, emquauto que Trail começara sua publi-
cação em 1877, servindo-se com muita exactidão das especies qU3 elle
descubrira e que muitas vezes cita como descobertas suas. Foi o pri-
meiro que, em 1878, fez estudos physiologicos sobre o curare e seu an-
tidoto, tendo feito experiencias publicas e conferencia sobre o assumpto
em presença do Imperador. Sem ser medico, foi convidado pela con-
gregação da faculdade de medicina e na aula de medicina legal fez tres
lições em presença da mesma cougregação e dos alumnos, recebendo, ao
terminar, uma ovação. Laureado pela faculdade de sciencias physicas
e naturaes de Florença, foi em 1884 director do jardim botanico do Ama-
zonas,que fundoll,selldo encarregado da catechese dos indios crichanás
que pacillcou com risco de vida. dando á civilisação mais de tres mil
almas. E' socio do Instituto historico e geographico brazileiro, da socie-
dade de acclimação do Rio de Janeiro, da academia real das sciencias
de Lisboa, da sociedade de agricultura de Marselha, da sociedade
botanica de Vienna e da de Edimburg e de outras; cavalleil"o da ordem
de São Thiago, do Merito sc\entifico e litterario, etc. E creveu :
- Memorias de uma costureira. Rio de Janeiro, 1861, 100 pags.
m-8°.
- O livro de Orlina: paginas intimas. Rio de Janeiro, 1861,
149 pags. in-8° - Sahira antes na Marmota, e é uma imitação do
Livro de Eli:;a, do e criptor portuguez Mendes Leal.
- Contos nocturnos: e tudos. Paris, 1863, 262 pags. in-8° - Teve
segunda edição em Paris, 1864, com igual numero de paginas.
JO 361

- Idolo amazonico, achado no rio Amazonas. Rio de Janeiro, IS75,


15 pags. in- 0, precedidas do dedenho do idolo.
- Exploração e estudo do val1e do Amazonas: rio Capim, Rio de
Janeiro, IS75, 5"t pags. in-So com uma planta.
- Exploração e estudo do valle do Amazonas: rio Tapajós. Rio de
Janeiro, 1875, 151 pags. in-8°.
- Exploração e estudo do valle do Amazonas: rio Trombetas, Rio
de Janeiro, 1875, 39 pags, in-8° com uma planta.
- Exploração dos rios Urubú e Jatapú. Rio de Janeiro, 1875, 129
pags, in-8° com duas cartas.
- Exploração do rio Yamundá. Rio de Janeiro, 1875, 99 pags, com
1planta e 3 estampas-Esta obra e as quatro precedentes são relatarias
escriptos pelo autor e enviados ao governo no desempenho de sua
commissão. Este ultimo foi traduzida em inglez.
- Enumeratio palm<1rum Dovarum, quas valie tluminis Amazonum
inventas et ad sertum palmarum col1ectas descripsit et iconihus illus-
travit, etc. Seba tianopolis, 1875,43 pags, in-8°- E', diz o autor, uma
relação das especies de palmeiras por elle descobertas, que farão o
ohjecto de outra publicação, o Sertum palmarum,
- Enumeratio pfllmarum novarum, seguida de um protesto e de
novas palmeiras de criptas. Rio de Janeiro, 1875-1879, in-So.- Sahiu
esta obra em duas partes,
- Ensaios de Sciencia, por diversos amadores. Rio de Janeiro, 1876
a 11<80, 3 vols. ÍD-4° - São escriptos por J. B. Rodrig-ues, Guilherme
Schüch-de Capanema e Baptista Caetano de Almeida Nogueira. No
l° numero de março de 1876 acl1a-se a primeira parte de suas Anti-
guidarl.es do Amazonas: « At'mas e instt'umentos de pedra» da pag. 90 a
125, seguindo- e muitas estampa' e as explicações respectivas.
- Palmeiras do Amazonas: Distribuição geographica - Vem no
Vulgarisador, 1880, p~gs. 66,76,94,174 e 183.
- Gent:ra et especie ot'chidearum novarum quas colligit, descripsit
et iconibus illustravit. Seba tianopolis, 1~77-l8 2, 2 vais. in-8°-São
escriptas em latim e fl'aucez, diagnoses de mais de setecentas in teiramente
desconhecidas. A academia das ciencias de Paris resolveu que fosse
esta obra premiada com medalha. de ouro, sendo o Visconde de Vigno-
rol encarregado de transmittir tão grata mticia a seu autor. No pri-
meiro fasciculo das Orchideas da Flora braziliensis, escripta pelo profes-
sor Coguiaux foram por este acceitas quasi todas as e pecies de Barbosa
Rodrigues. De 59 especies dos genero Selenipedium, Habenaria, Pogonia,
Epistt:phium e VaniUa, apresentada por Barbosa Rodrigues, apenas 9
foram levadas á synonymia de iguaes de Lindley, dando-se o facto
362 JO

curioso de tambem se acharem, aomo synonymas, especies de Reicl1en·


bach, que dispunha, para seus trabalhos, de grande material scientifico
dos museus, jardins e bibliothecas do estrangeiro, para quaesquer con·
frontações. Em 72 estampas do referido fasciculo, 49 eão do botanico
brazileiro, que assim vê seus esforços coroados de exito. Só de 99 Ha·
benarias, 33 são d'elle ; de 33 POlJonias, 12; de 9 Epistephiums, 4 lhe
pertencem. O professor Cogniaux, publicando sua monographia, insere
um capitulo especial, relativo ao concurso que lhe foi prestado por
l3arbosa Rodrigues, e 'declara que difficil lhe seria a tarefa sem esse
auxilio,
.,..- Pt'otesto appeudice á Enumeratlo palmarum novarum. Rio de
Janeiro, 1879, in-8°.
-Antiguidacles do Amazonas. Rio de Janeiro, 1879, in.8°, ...Sabiram
tambem nos Ensaios de Sciencia.
- At/alea oleife1'a: palmeira nova descripta e desenhada etc. Rio ele
Janeiro, 1881,8 pags. in-8° - Sahiu tambem na Revista Brazileira,
tomo 70 , pags. 123 e segs.
- Les palmiers. Observation SUl' la monogra.phie de cette famUe
dans la Flora. bmziliensis. Rio de Janeiro, 1882, in-S O - Contém a
diagnose botanica de novas especies de palmeiras pelo autor desco·
bertas, e a contestação das que não foram ahi acceitas como novas,
mas como synonymas na monograpbia das Palmaceas escripta pelo
botan100 Drude na Flora brasiliensis. Aqui reproduzo o que escreveu
por essa ocoasião um dos mais conceituados de nossos publicistas:
( Expondo as suas relações pessones com o Sr. Trail, com quem se
encon trou e herborisou por vezes no Amazonas, o autor reclama ainda
o direito de prioridade na descoberta de algumas palmeiras e contesta
ElO professor Drude os moti vos em que se fundou e que o levaram fi
oonfundir algumas das especies descobertas pelo botanico brazileirQ
com outros typos, a despeito das ditrerenças ele caracteristicos que,
agora a.pon ta •
«Nas suas queixas contra a usurpação da originaliuade dos seus
estudos, pa.rece o Sr. Barbosa Rodrigues ter inteir" ra~ão, e nem seria
esta a. primeira vez que a. pouca probidade de um natul'alistl1 estran-
geiro occasionaria. gr:1Ve prejuízo aos Cre(lit03 e á gloria de um bota-
nico brazileil'o, porquanto Freire Allem[o, que foi distinctissimo cul·
tor da botanica no Brazil, viu muitas vezes o resultado de seus assiduos
estudos apparecerem publicados sob a. paternidaue de classificadores
pouco escrupulosos. Todavia., para dar juizo seguro acerca dos funda-
mentos do protesto do Sr. Barbosa Rodrigues faltam-uos os elementos
necessarios, isto é, os materiaes, que serviram aos dous botanicos em
JO 363

questão c que deveriam ser submettidos ii. rigoroso confronto scientifico.


O que acreditamos é que muito mais elevado teria siuo o numero da
suas especies acceitas na EUl'opa como originaes, . si o Sr. Barbosa
Rodrigues tivesse recGbido do governo imperial melllor acolbimento.
Pobre, mas inteligente. estudioso e dedicado como é este bota nico
brazileiro, o governo poderia ter-lhe dado os recuriiOS pecuniarios que
a outros tem concedido, e certamente em tal caso estaria, ha mnito
tempo, publica.da a grande monographia das nossas palmeiras, com
os desenhos completos de cada especie, ou então o auxilio do Estado
teria permiltido que o Sr. Barbosa Rodrigues fosse à Europa com os
materiaes botanicos que pussue, afim de por si mesmo verificar a origi-
nalidade de seus tl'abalhos e contribuir para maior esplendor da.
Ftol"a Bl'a~ itiellsis».
~ Tetrastylis: genero novo das passifloraceas. Rio de Janeiro, 1882,
in-8.0
- Ol'chiclcce Rodienses et alterro ineditro - Vem na Revista de Eng~.
nharia, tomo 3°. 1881, pags. 7 a 9.
- Passio ftoreacea llIe:smer. Rio de Janeil'o, l882,6 pags. in-4',
com cst.
- Notas a Luccok sobre a Flora e a fauna do Bl'azil. Rio ele Ja·
neiro, 1882, in-8°.
- O M~{il'ahitan, precioso coevo de homem anti-colombiano. Rio de
Janeiro, 1882; in-8°.
- Catalogo elos objectos expostos na exposição anthropologica. Rio
de Janeiro, 1882, in-8°.
- Stl",tclut'e des orcbidêes .. Notes d'un êtude. Rio de Janeiro,
1 83, ia-Soo
- Rul'acece Juss. Esembeckia fasciculata. Nob. Nome vulgar Cnru-
ma.ry, Grum3ry (Rio de Janeiro, 1883) 6 pags. io-4° com uma est.
- Esterhar:ya superba, e pecie nova d.t familia das schrofulareaceas.
Rio de Janeiro, 1885,6 pags. in-8°com desenbo da planta.
- Rio Jaua.pel"Y. Pacificação dos Crichauá~. L Passado e presente
dos Crichanas. II. Etnographia, 31'clleoIogia e geographia. 111. Do-
cumentos. IV. Vocabulario. 'l. Appendice. R.io de Janeiro, 1886,
275 p:1gs. in-8", com um mappa do rio, e a musica e lettl'a de quatro
cantigas cl'ichanàs.
- Catalogo dos productos enviados para a exposição de Berlim, pela
provincia do Amazonas, organis:ldo, etc. 1I1al1l1os, 1886, 22 pags.
in-8 o •
- O TamahoanJ : especies novas da ordem das Tern troemiaceas.
Manaos. 1887, 28 pa~s. in-4° com I est:
JO

- PalmaJ Amazonenses novre. 1884-1886. Manáos. 1886, ia-foI.


- Viagem ds Pedms verdes - E' uma serie de artigos de critica.
etbnogl'aphica, pu):l1icados no Norte do BrazU, periodico do Amazonas,
emjunho de 1888.
- O Muyrakittl: estudo de origem asiatica da civilisação amazo-
nica nos tempos prehistoricos. Manáos, 1889, 177 pags. in-4° com a
arvore monogenica dos povos que teem a tradição do culto da serpente,
do sol e do Muyrakitá.
- Paranduba amazonense ou K.ochyma-uaraoraudub. 1872-1887.
Rio de Janeiro, 1890, 337 pags. io-4° ~r. com uma composição musica.l
- E' um trabalbo concluída em 1887 e consagrado á memoria do
dr. Baptista Caetano de Almeida Nogueira, fallecido em 1882.
- Breves instrucções pr11ticas para remessa de collecções do jardim
botanico do Rio de Janeiro, organizadas, etc. Rio de Janeiro, 1891.
- EllIposiçao sobl'e o estado e o cessi,lade do jardim bOÍ<\oico do
Amazonas - apresentad" ao Ministerio da Agricultur,,, em 1890.
- VeUosia: contribuição do Museu botanico do Amazonas, Rio de
Janeiro, 1891, 4 vaIs., sendo dous de e tampas.
- Decadas de Strymos novos. H.io de Janeiro, 1891, 14 pags. com
quatro estampas.
- Bigoneaceas novas. Rio de Janeiro, 1891, 16 pagiJ. com sete
estampas.
- Os ídolos symbolícos do Amazonas e o muaryatan- ,Foi publicado
este escripto em varias numeras do Jornal do Brazil em setembro
de 1891.
- Vocabulario indígena comparado - Nos Annaes da bibliotheca
nacional, 1892.
- Vocabularío índigena com a ortbographiacorrecta - Nos mesmos
Annaes, 1893. Til'aram-se alguns exemplares, em volume especial.
- Enumeratio plantarum in horto botanico fluminensi cultarum.
Rio de Janeiro. 1893,24 pags. in-4°.
- Plantas novas cultivadas no Jardim Botanico do Rio de Janeiro,
descriptall, classificadas o desenhadas. 1. Rio de Janeiro, 1891,37 pags.
in-4° com nove estampas.
- Plantas novas cultivadas no Jardim Botanico do Rio de Janeiro,
descriptas, classificadas e desenhadas. 11. Um novo individuo do genero
Caryodendron e uma sesbania nova. Rio de Janeiro, 1893, 20 pags.
in-4° gr. com duas estamras.
- Plantas novas cultivadas no Jardim Botanico do Rio de Janeiro,
descriptas, classificadas e desenhadas. 111. Rio de Janeiro, 1893, 13 P&gs.
ín-4° gr. com duas estampas.
JO 365

- Plantas novas, cultivadas no Jardim Botanico do Rio de Janeiro,


descriptas, classificadas e desenhadas, etc. Rio de Ja.neiro, 1894, 4° voI.
in-4° gr.
- Relatorio sobre os trab.llhos do Jardim Botanico, apresentado em
18 de janeiro de 1893 ao r. Ministro da Industria, Viação e Obras Pu-
blicas. Rio de Janeiro, 1893 - Ha mais doua anteriores.
- Horlus fiuminensis - Acba-se actualmente no prél0. Ainda ha
em revistas varias escriptos seus, como:
- O canto e a dança selvícola - Na Revista Brazileira, tomo go,
1881, pags. 32 a 60.
- Lendas, crenças e superstições - Na mesma revista, tomo lO',
pags. 24 a 47.
- Resultado botanico de uma breve excurção a S. João d'el-Rei,
Minas Geraes - Na Revista de Engenharia, tomo 3°, ns. 4 e 5, com
estampas.
- Aterros sepulch1-aes. Sernambis, Inscripções - No Ensaio de Bci-
encias por diversos amauores, Rio de Janeiro, tomo 3', 1880 - Tem
finalmente ineditos:
- Notes d'un naturaliste brasilien - E' um ma.nuscripto sobre o
Amazonas. 1882.
- Iconographia das orchidéas no Brazil, li vols. escriptos de 1869
a 1872.
- O Valle do Amazonas: notas de um naturalista brazileiro. 1872-
1875. 1 voI.
- Sertum palmarum, 1872-1875, 1 voI.- Em 1882 o autor procurou
ajustar com o ministro da f,lzenda, o con elheiro Martinho de Campo ,
a publicação dessa obra. na lmpr'ensl.\- acionaI. Fundou, finalmente e
redigiu:
- Semana dos meninos. Rio de Janeiro .... - e collaborou no
Acaja, jornal de instt'ucção e recreio, Rio de J~neiro, 1860-1861 j no
Album Litterario, periodico instructi vo e recreati vo, Rio de Janeiro,
1860-1861; no Hem&rodromo da Juventude, periodico litterario e
recreativo, Rio de Janeiro, 1861 e em outros.

João Barret,o de Menezes - Filho do eXlmlO litte-


rato Tobias Barreto de Menezes, de quem se tratará nesse livro, natu-
ral de Pernambuco e, segundo creio, estudante da escola militar do
Ceará, escreveu:
_ Amarantos : poesias. Recife, 1893, in-8° - São poesias lyricas
de autor muito joven e inconstante em seus amores, mas que promet-
tem um diatiRoto poeta.
356 JO

João de BarrosFale~"ode A.lbuquerqueMa-


.-anhão de Druuuuond - Fi/lio uo doutor Antonio 19nacio
de Barras Falcão de AlbuC]ue!'que Maranhão e descen Jente ele uma fami-
lia das mais nobres de Pernambuco, natural dessa provincia e fallecido
ha poucos annos, era bacharel em scieucias sociaes e jUI'idlcas pela aca-
demia de plinda, formado em 1837; socio correspondente da primeira
classe do instituto l1i torico de França; socio (Eumeuio Elladiense) da
academia dos arcades de Roma, e sccio correspondente da sociedade
auxiliadora da industria nacional. Cultivou as leltras desde estudante,
collaborou em varios jornaes c escreveu:
- Poesias de João de B<1rl'os F,\lcão de Albuquerque Maranhão.
Pernambuco, 1850, In·8°.
- Ode ao lllm. e Exm. SI'. Thomaz AnLonio Maciel 1onteiro,
fidalgo da casa imperial, commentlador dét ordem de Christo, Barão de
ltamoracil, etc. Pernambuco? 4 pags. in-4°.
- Tlwenos de saudades, !'Jue O. C. e D. a Illma. e Exma. Sra. ***
em signal da mais alta estima., profundo respeito e eterna adoração -
Sabiu no Dim'io de Pernambtlco de 30 de agosto de 18S0, com data de 28
occupando 4 columnas do Diat-io, e é uma composição erotica em verso
hendecasyllabo. Como esta pulilicou varias poesias em perlodicos.

Joã.o Belf'ort ~araiva de l\'.Iagalhães - Filho


de Jose Gabriel de Magillhães Cerqueira e de dona Maria Belfort
Saraiva de Magalhães, nasceu a 27 de lllaio de 1852 na fceguezil\ do
Pedrão, província da Bahia, sendo seu avô materno Maooel Belrort
Saraiva, o irmão do sabio cardeal patr'iarcha de Lisboa, dom frei
Francisco de S. Loiz Saraiva, e que' foi um dos chefe da revolução
da universidade de Coimbra no, fins do seculo passado. Doutor em
medicina pela faculdade ele sua provincia, e dedicado cultor das lettras
amenas desde estu:laote, escreveu:
- Pt-imoge1titas: poesias. Rio de Janeiro, 1877, 222 pags. io-SO-
Divide-se o volume em quatro livros e contém noventa e duas poe-
sia .
- Somno, sonho, somnambulismo, alluc:naçao; Do suicidio em suas
relações medico-legaes; Hel'aoça,s pathologicas e molestius heredi-
tarias; Gangrenas traumaticas: these para o doutoramento, etc. Bahio.
1881,73 plgS. in-8°- além das do rosto e offerecimentos.

j oão Bernardino Cezar Gouzaga - Filho do


doutor João Marcellino ele Souza Gonzaga e nas0ido em S. Paulo, é
bacharel em sciencias sociaes e jUl'idic<'\S pela faculdade deste estado.
só 367

Sendo juiz municipal e interinamente juiz de direito de Guaratinguetá,


escreveu:
- B~'e1)e resposta a um Memorial do dr. Monte Carmello pelo
juiz municipal de Guaratinguetá. Guaratinguetá, 1881, 15 p:1g.
in-8° - Refere-se a edificação da egreja de N. S. da Appare-
cida, de cujas obras era empreiteiro o conego dr. Joaquim do Monte
Carmello.

João Bernardo de Azevedo Coill1bra- Pro-


fessor livre de mathematica!l, profe Sal' do collegio militar e natural,
f5egundo penso, do Rio de Janeiro, escreveu:
- Noções sobre o systema metrico decimal, adoptado pelo conselho
da instrucÇ<'io publica. Rio de Janeiro, 1866, 120 pags. in-8° - Ha se-
gunda edição.
- B?-ev(Js noções de geometria elementar, dispostas segundo o pro-
gramma do imperial collegio ele Pedro II. Rio de Janeiro, 1867, 102
pags. in-8° com muitas figuras e 2 mappas.
- Noções de arithmetica elementar. Rio de Janeiro, 1880,72 pags.
in-8°.
- Noções de geometria elementar coordenadas em pontos de
accordo com o programma official de exames. Rio de Janeiro,
1886, in-8°.
- Pontos de algebra, escriptos segundo o programma do imperial
colIegiú de Pedro II. Rio de Janeiro, 1874, 103 pags. in-8°.
- Pontos de philosophia, segundo o programma ela instrucção pu-
blica.. Rio de Janeiro, 1880, in-8°.
- Taboada mode?·na. Rio de Janeiro, 1895.

João de l3itancourt Pereira l\f:achado e


Souza - Deputado e membro do governo provisorio da antiga
provincia de Santa Catharina, escreveu:
- Memoria sobre a ilha de Santa CathaL'iua, sua população, agri-
cultura, commerciú e recursos necessarios para a pór em bom estado
de defesa, etc. escripta em 1822 - Acha-se no archivo da secretaria
de estado dos negocias ex teriores.

João BloeD1 - Nascido na Allemanha no ultimo quartel do


seculo X VIII, e brazileiro por adopção, falleceu no Rio a 22 de abril d'e
1851 disparando na cabeça uma arma n'um momento de loucura ou
dese pera. Er'a, tenente-coronel do corpo de engenl1eiros, deputado do
qual'tel-mestre general, official da ordem do Cruzeiro, cavalleiro da
JO

ordem da Rosa, etc. Escreveu trabalhos que não foram publicados,


como;
- Memoria geral dos portos, enseadas e costa' da provincia do Ceará,
os quaes são navegaveis, como se vê das plantas levantadas por João
Bloem, etc. Fortaleza do Ceará, 21 de outubro de 1825 - O archivo
militar possue uma copia authentica in-fol. e muita plantas, feitas
por este omcial, como:
- Mappa topographico dos terrenos adjacentes á. fabrica de ferro de
S. João de Ipanema, levantado etc. em 1837 - Ha algumas publica-
das, como:
- Planta c01'ographica para a divisão das comarcas, termos e rtlunici-
pios da provincia de Sergipe d'El-rei, organi ada pejas informações,
exames e varia cartas as mais exactas que e}..istem até hoje, por
ordem etc. Lith. do Archivo militar, 1844 - Foi reproduzida por
A. Schram & Comp. em 1846.

João Borges de Barros - Filho do corondl Domingos


Borges de Barros e de dona Maria de Aeaujo e Azevedo, ambos nobres,
nasceu em uma fazenda que seus pais possuiam em Traripe, termo
da villa da Pul'ificação, da Bahia, a 16 de abril de 1706. Tendo feito
no collegio dos jesuitas alguns estudos de umanidades, foi para Por-
tugal e formou-se em canones na universidade de Coimbra. Recebdu
depois ordens de presbytero secular; foi conego doutoral da sé da
Bahia, chanceller e desembargador da relação ecclesiastica, servindo
varias vez~s como vi itador e governador do bispado. Poeta de
genio admir<~vel, metritlcava com a maior cadencia e elegancia nas
linguas latina, italiana, castelhana e Pol'tugueza ; foi um dos in titui-
doees da academia brazilica dos esquecidos e escreveu:
- Relaçtlo summaria dos funebres obsequios que se fizeram na cidade
da Bahia, córte da America portugueza, ás memorias do sr. dr. Manuel
de Mattos Botelho, provisor e governador do bispado de Marianna.
Lisboa, 1745, in-4° - Ahi se acham de sua penna: um elogio latino de
obra lapidaria com um distico, e tres sonetos, em portuguez, latim e
castelhano.
- Relação panegyrica das honras funebres que ás memorias do muito
alto e muito poderoso senItol' rei tldelisslmo D. João V consagrou a cidade
da Bahia, córte ela America portugueza. Com uma collecção de cinco ora-
ções funebres e varias poesias latinas e vulgares. Lisboa, 1753,358 pags.
in-4° gr.- Ha do relator um elogio h,pidario latino e cinco sçllletos.
- Panegyrico ao illm. e exm. sr. Conde de Sabugoza, Vasco Fer-
nande~ Cezar de Menezes - Inedito.
JO 369

- Poesias "arias á diversos assumptos - Idem, in-4". Consta. que


deixou ainda varios sermões.

João Brazil Silvado - Filho de José Antonio de Menezes


Brazil e natural da cidade do Rio de Janeiro, é bacharel em direito
pela faculdade de S. Paulo, formado em 1882, e lente da faculdade
livre de direito do Rio de Janeiro. Escl'eveu:
- Pequenos ensaios (poesias). S. Paulo, 1879, in-8· - São pro-
duções do tempo de estudante, sendo por isso de notar-se que seu talen·
toso autor ainda se apegue tanto a mithologia.
- ALma Li1Jre (Lembrança da academia). S. Paulo, 1882, in-8°-
São producções, quer em prosa, quer em verso, algumas já publicadas.

João Braz de Oliveil.·a Arruda - Filho de Manoel


Braz de Souza Arruda e dona Alda CardoviJle Barboza de Souza
Al'ruda. nasceu na citlade de Bamwal, provincia de S. Paulo, a 16 de
abril de 1861 ; fez o curso de sciencias sociaes e juridicas na faculdade
dessa provincia, onde formou-se em 1881; advogou na cidade de Barra
Mansa, e em 1886 entrou para a carreira da magi tratura, sendo
nomeadojuiz municipal e de orfãosde Jabotic,'1bal, em S. Paulo. Foi
um dos mais distinctos estudantes do curso juridico, do seu tempo
e escreveu:
- Sciencia sociaL Estudo juridico-philosophico. Bananal, 1881
43 pags. in-4· - Trata-se ahi do direito de punir, dos diversos
systemas etc. e o autor escreveu esta obra quando cursava a facul-
datle.
- Theses e dissertação que perante a congregação de lentes da
facudade de direi to de S. Paulo se propõe sustentar. S. Paulo, 1882,
in-4· ...... Oautor retirou-se no sogundo dia da deITeza por entender que
não fôra tratado por um dos lentes, como o devia ser. Depois, porém,
apresentou novas:
- Theses e dissertaçtto, etc. S. Paulo, 1883, in.4·~ Versa a dissertação
sobre direito ecclesiastico. Estas não chegou a sustentar, porque foi
:1visado de que, i a cougregação não podesse reprovaI-as, valer-se-hia
para nultiplicar o acto, de um engano do secretario da faculdade no
copiar o ponto tirado ii sorte para a dissertação.
- .4.0 acas : serie de artigos de critica sobre a vida de S. Paulo
-publicados em folhetim na Gazetinha, da côrte, de que o autor era
correspondente naquellll. província. O ultimo delles consta de uma
carta de S. Pedro ao Tigario geral.Como da Gazetinha, tem sido cor-
respondente de outras [olhas.
24
370 JO

João Braz da Silveira Caldeira-Filho do doutor


João da Silveira Calueira, ue quem adiante occupar-me-hei, e de dona
Anna. Arruda da Sil veira, nasceu em S. Paulo a 27 de março de 1841.
Cursou aulas de mathematicas e fez estudos e pe iaes de linguística em
Paris e Bruxellfts, dedicando- e ao magisterio em sua volta ao Brazil.
Fundou em Campinas, S. Paulo, as escolas gratuitas e nocturnas para
libertos e escra vos, e e tabeleceu o collegio S. João, para o qual escre·
veu umíL sel'Íe de livros didacLicos. Leccionou geographia no Iyceu de
artes e otôcios do Rio de Janeiro e deu uma serie de coo ferencías na
escola da Gloria sobre o desenvolvimento pararello de linguas e reli-
giões. Collaborou em varias jornaes e revistas e foi nomeado a 24 de
fevereiro de 1882 redactor do
- Dia~'io Official. Rio de Janeiro,. 1882 a 1895 in·Col. - Continúa
neste cargo e tem escripto :
- Cadernos do CoUegio S. João - serie de livros para uso do collegio
deste nome, que, supponho, foram publicados em Campinas.
- Primeiro livro de leitura: sillabario. Rio de Janeiro, 1877.
- Arithmetica pratica.. Rio de Janeiro, 1868.
- Constituições republicanas (Estados Unidos, Republica. Argentina,
Chile, Suissa, Valdeza, etc) - Tem prompta paea dar ao prelo a
- Biographia de seu pae, o Dr. João da Silveira Caldeira.

João Brigido dos Santos - Filho de Ignacio Bl'igido


dos Santos e nascido a 1 de dezembro de 1829 em S. João da Barra,
então villa do Espirita Santo e hoje cidade do estado do Rio de Janeiro,
é advogado provisonado na capital do Ceará, ahi senador estadual,
major reformado da guarda nacional e lente jubilado do Iyceu, tendo
sido antes professor de grammatica portugueza na cidada de Crato. E'
membro do instituto árcheologico e geographico pernambucano e
ne se estado, on~e tem passado quasi toda sua vida, foi durante a mo-
narchia secretario do governo, deputado provincial em duas legisla-
turas e deputado geral na 17° legislatura. Escreveu:
- Biog"aphia do conego Antonio Manoel de Souza. Crato, 1857, 23
-pags. in-8°.
- AssembllJa legislativa p?'o'vincial: di curso (sobre a fixação ele
força policial) pronunciado na sessão de 18 de agosto de 1866, Fortaleza,
1867, 36 pags. in-4°.
- Eleiçtío para deputados a Assembléa geral legislativa pelo 3° djs-
tricto eleitoral do Ceara~ Fortaleza, 1867, 52 pagos. in-4° - A este
opusculo respondeu José Nunes de Mello, refutando·o.
-A Fortaleza em 1810 : cbronica-. FOl'taleza, 1882, 52 pags. in-8".
JO 371

- His/Olota do Ceal"d. Ceareuses iLlustres ou Olstudol biographicos.


Ceará, 1882, 131 pags. iu-8°.
- Chronica politica. Eleições sena toriaes do Ceará. Fortaleza, 1884,
02 pags. in-8°.
- Refutaçao tia biographia de Antonio Rodrigues Ferreira, escripta
pelo Sr. Dr. Paulino Nogueira Borges da FonSeClt; o1ferecida ao octo-
genario C:autlto José de Aguiar" bravo legendario da independencia e
liberal tle todos nstemllos. Cearil, Setembro de 1887,127 pags. in-12°.
- Resumo Chl"OMtOgico para a historia do Ceara. Ceara, 1887, Paris,
1887,230 pags. io-8°com o retrato do nutor.
-Resumo chronologieo da historia tio Ceara segundo os docnmentos
conhecidos até 1875. Fortaleza, 1876, 58 pags. in-8° - Abrange factos
até 17\10.
- Apo/ltamentos para a historia do Caril'i. Chronica do sul do Ceara.
Edição reproduzida do Diario de Pernambu~o de 1861. Fortaleza, 1888,
154 pags. ill-8 u •
- Mi$celanea histol"ica 00 collecção de diversos escriptos. Ceara,
1889, 167 pags. in-8° - Ha em periodicos ou revUas, escriptos de sua
penna, como:
- Rectificaçao á Historia do Rrazil de 1831 a 1840 pelo conselheiro
J. M. Pereira da Si! va - Na Revista do Insti/uto Historico, tomo 42°,
parte 2\ 1879, pags. 107 a 212. ti imprensa pCf'Íodica retligiu :
- O Cearense. Ceará, iu-fol.- E-ta folha começou em 1841, por
oceasião da maioridade de el. Pedro II com o titulo de Vinte e tres de
Julho j pa.ssou a chamar-se .A Fidelidade em 1845, e a 4 de outub['o de
1846 O Ceal"ense, sob a direcção dos drs. Pamplona e Pomllcu. João
Brigido o redigiu em 1854.
- O A.l·al·ipe. Crat.o, 1855 a 1862, iu-fol. - Sahiu o 1° numero a 7 de
julhodaquelle anno.
- A Fratel"n idade , orgão dedicado a caUSll da. humauidade e Pyo-
priedarle da Aug.·. L.'. Frat.·. Cearense. Ceal'iI., 1873-1875, in-fol.
- Gazeta do NOl"te, orgão Jibenl. Fortaleza, 1880-1889, in-fol.

João de Brito LiJn.a - Filho do alcaide-már, tenente-


general de artilharia Seba tião de Araujo Lima e de doua Anna Maria
da Si! va, Dasceu na cidade da Bahia a 22 de outubro de 1671 e falleceu
a 25 de novembro de 1747. Seguiudo a profissão de seu pai, foi capitão
de infantaria na capital da Bahia, tres vezes vereador do senado da
cumara, um dos fundadores da academia bl'ilsilic<1 dos esquecidos e
poeta fecunclo. Varnhagem, na noticia que deste autor publicou Da Re-
vista do Instittcto Historico, tomo 10", pago 116, notando que em quasi
372 JO

todas as suas poesias elie ostenta com abuso os conbecimentos que ti-
nha da historia e da fabula, diz que «quando narra não tem elegancia,
e até dirieis flm quasi toda', fcouxas, pe 'ada e soporiferas, a iste mal
a rima e apenas se atam as idéas~. Acho flue o historiographo brazi-
leiro é severo de mais. Sabe-se que Brito Lima. nunca sahiu de sua
patria e que ahi viveu n'uma época em que não se permittia a ins-
trucção; não bavia mais do que as aulas dos jesuitas; não havia uma
bibliotheca, uma typograpbia. E o abbade B. Machado, que vivia
quando se publicavam seus versos, diz que Brito Lima, «não e tu-
dando mais que os rudimento~ grammaticaes, a natureza o dotou de
engenho tão vivo e comprebensão tão sublime, que fez celebre o sen
nome pela copio a affiuencia de seus versos, ornados de noticias da
historia sagrada e profana, mythologia, e todo genero de erudição,
não havendo assumpto, fe tivo ou funebre, lyrico ou horoico, em que
a sua musa não le.vasse a primazia.» I!Jscreveu :
- Applau<os natalicios com que a cidade da Bahia celebrou a no-
ticia do ft3liz primogenito do Exm. Sr. D. Antonio de Noronha, Conde
ue Villa-Verde, do conselho de sua magestade, etc. etc., neto de Exm.
Sr. D. Pedro Antonio de Noronha, Conele e senhor de Villa-Verde,
marquez de Angêja,vice-rei e capitão-general do estado da IOllia, vice-
rei e capitão general tlos esta10s do Brazil,etc. etc. Lisboa, 1718, in-4 0 •
-Depois de varias poesias em louvor do autor, e da re pectiva licença
para impres ão do livro, vê- e um novo fron tispicio, i to é : « Poema
elegiaco e narr'lção verrladeira em que se descrevem as festas que o
mestre de campo João de Araujo de Azevedo mandou celebrar na cidade
da Bahia em obsequio do pl'imogenito do Exm. Sr. Conde de Villa-
Verde, neto e herdeiro da casa do Exm. Sr. Marquez de Angêja etc.».
No verso deste titulo ha um soneto assignado por Brito Lima, prece-
dendo o poema, que se divide em quatro cantos com 293 oitavas rimadas,
occupando só o poema 148 paginas. Segnem-se 6 pags. com sonetos de
outros autores ao mesmo assumpto e mais 23 pags. contendo 0« Diario
panegyrico das fe"tas que na cidade da Babia se fizeram em applauso
do fausto e feliz natalício do Exm. Sr. D. Pedro de Noronha, etc. lt
- Poema festivo, breve recapitulação das solemnes festas que obse-
quiosa a Ba.bia tributou em applauso das sempre faustosas regias Melai
dos serenissimos principes do Brazil e das Asturias com as inclytas
princezas úe Portugal e de Castella. Lisboa, 1729, in-.(o- Contém
128 oitavas.
- Poema panegyrico em que se de crevem patria, nasr>imento e
lagares que serviu o meritissimo desembargador Ignacio Dias Ma-
deu'a. Lisboa, 1742, in-.(o.
JO 373

- A morte de D, Leonor Josepba de Vilhena, mulher de D. Ro-


drigo da Co ta, governador do estado da Bahia - Vem no Summa-
l'io da vida e morte da mesma senhor'a, publicado em Lisuoa, 1721,
sendo quatro sonetos (dous dos quaes são em castelhano e dous em
portuguez, acrosticos), duas glozas e uma decima.
- Ce::;area : poema epico, em que se descreve a genealoO"ia de
D. Vasco Cezar de Menezes, Conde de Sabugosa, sua' acções e succas-
sos nos dous governos da India. e do Brazil- com 1300 oitavas. unca
fui publicado.
-Poema na profissão de duas irmãs no convento de Santa Clara da
Bahia - Idem.
-Poema nas festas consagradas a Santo Antonio por Sebastião Gago
da Camara - Idem.
- Poema sobre a entrada que fez na Bahia o capitão Manoel
Xli.vier, etc. - Idem.
- Poema á chegada do arcebispo D. Luií: Alvares de Azevedo -
Idem, Nas confereucias ou sessões da aca.demia brasilica dos esq uecidos,
a que nunca faltou Brito Lima, e onde nunca deixou de occupar a tri-
buna (confel'encias colligidas em 3 gl'os os volumes in·fol., que o
Instituto historico pos ue e que são escrlptllradas pelos proprios orado-
res na parte que lhes é relativa),ha uma gl'ande cópia da poesias de te
autor sobre os diversos as umptos dados para discussões, sendo alguns
jaco-serias, COOlO :
-A um delfim conduzindo ~obre a.se paldas um naufragante ao porto:
longa poesia de metrificação variada. - Conferencia de 7 de agosto
de 1724, tomo 2°.
- A uma senhora que, perdendo um grande bem, cuida muito em
se esqnecer uo bem perdido. Idem - Confel'encia de 10 de setembro
de 1724. Começa assim:

Graças a. Deus que acbei UOl senbora


Que, quando perde UOl grande bem, não chora;
An tes, em maltratar-se,
Todo o possivel faz por consolar-se.

- A uma senhora que, chegando a janeila pa.r'a ver o seu amante,


que passava, deram-lhe os raios do sol e a cegaram de modo que o não
viu, idem - Conferencia de 24 de setembro de 1724. Com essa collecção
dos tres vais. ,citados se vê que ainda ha injustiça em Warnbagem n'olltra
censura, que fez a. Brito Lima, de serem os versos bons quo legou «em
a sumptos mais ou menos servis ~. Esquecia-se o censor que o poeta era
um homem nobre e que vivia na maior ou menor intimidade, recebendo
374 JO

obsequias das pessoas mais gr,\das, a quem retribuia com seus vers s.
Brito Lima deixou tambem escriptos em prosa, como:
- Oraçcio academica na confcrencht de 21 de maio de 1724. 14 pJg".
in-fol. - Vem no JOvol. Pl'esillir:t o autor a e sa sessilo, e nella,
como em outl'as, lhe foram offerecidas variils composições pO'3ticas.

João CaeC;ano da Costa e Oliveira - 'aturaI do


Rio de Janeiro, falleceu a 15 tle março de 1860 na fl'egnezia. da Sacra-
Família tio Ting-uá, ollde residia. Era. proprielario rural nessa freglle·
zia, doutor em me.liciu:l pela faculdade da côrte, fOl'mado em 1842,
sacio do instituto hbtorit~o e geog'l'aphico brazileiro e escreveu:
- Considel'ações geme; acerca da morte: these apresentada á facul-
elade de medicina do Rio de Janeiro e sustentada a 6 de dezembro de
1842. lUo de Janeil'o, 1842, 46 pags. iu-4'J - Foi collabol'ador con-
stante dos quatro volumes do Archivo fedico BI'azileil'o, onde, entre
mais escriptos, publicou:
- Consiclerações sobre a, pllysica.- Vem no tomo l°, lIS. 6 e II ;
tomo 2° os. 3,5, 6, 10 e 11; tomo 3°, os. II e 12 e 110 tomo 4°, n. 6.
- Algumas (;onsiderações sobre as febres intermittente3 que endemi·
camente reinam nos log,u'es de serra abaixo do Rio de Jaoeiro - No
tomo l°, 1844·1845pug5. 221 a 220. Eml'eferencb a este trabalho
publicou cerca de tl'es anno , depois o dr. J. B. Antonioi, um artigo
que se acha na mesma revista, tomo 4°, 1847-1848, p:1gs. 40 e 41, ao
qual respondeu o dr, João Caetano com outro que vem ioserto no
mesmo tomo, pags. 187 a 189.
- Algumas considel'açàes acerc.' da hydropesia do utero-No mesmo
tomo) pags. 249 a 253.
- Do emprego do iotllll'etode potas:,io I1I\S molestias syphiliticas, pelo
dr. Payan, l° cirurgião do Hotel Dieu de Aix: memoria. enviada á
Sociedade de medicina de P,lris por occasião de concurso aberto sobre
essa questão peja mesma sociedade, que a premiou com o primeiro
premio etc. - No tomo 2', os. 7, 8, 9, lO, 11 e 12; tomo 3', ns. 1, 2
e 3, e tomo 4', ns. 1, 4, 7e 8.

João Caet8.DO dos Santos - Filho do capitão de orde-


nanças João Ciletallo eles Santos e de dona Joaquina Maria Roza dos
Santos, nasceu no Rio de Janeiro a 27 de jalleiro de 1808 e falleceu a
24 de agosto de 1863. Assentando praça de cadete no exerci to, militou
nas campanhas do Rio Grande do Sul; mas tlominado de irresistivel
vocação para o palco, fez-se artista dramatico contra a vontade de seus
1)R.6i. Apparocendo em scena pela primeira vez Il'um theatro particular
JO 375

em Itaboraby, taes applausos alcançou do publico, que decidiu-!le a vir


á Nitheroy, onde abriu uma a i~natura para dez récitas, levando á
scena Otello, Antonio José, Fayel e outros dramas de egual força, e
depois á côrte, onde obteve entrar no tbeatro de S. Pedro, dirigido
então por uma companhia portugueza, que fez tudo por anniquilal-o,
quando ao contrario mais louros coIbia elIe, sendo-lhe porém rorçoso
retirar-se ante a opposição odienta, com que lutava. Voltou então á
. itheroy, onde reconstruiu o the'üro, organi ando a primeira compa-
nhia dramatica nacional que o Brazil teve; levantou mais tarde um
theatro na rua da Imperatriz, e dirigiu varias emprezas dramaticas,
quer na côrte, quer nas provincias, em toda parte recebendo ovações,
em toda parte proclamado como o primeiro actor brazileiro, sem
igual entre os actores nacionaes, nem interior aos estrangeiros que
aqui mais admirados teem sido. Em 1850, quando Arago, o cego, o
di tincto autor da G'1rgalhada. esteve no 'rio de Janeiro e João Caetano
representou perante elIe este dr'1ma, o autor abalado, commovido,
chorando, abraçou o actor, que segundo sua pllraiie, déra iJ. sua obra
",alimento e vida. O publico nessa occasião utIereceu a João Caetano
uma corôa de louros e e te a colIocou sobre a cabeça de Arago ; mas o
dramaturgo, tirando delIa apenas uma folha, a restituiu ao artista que
tão magistralmente interpretara e poséra em acção seu pensamento.
Mais tarde, em sua "Voyage autour du monde:., referindo-se a João
Caetano, as im se expl'ime Arago: «Oh! qui ne m'est ii permis de
vous citeI' ici un comedien rl'elite qui l'Europe sera.it fiere de posseder,
qui ne s'est inspiré que de lui même et qui po sede on Schiller, son
CorneilIe, les chef" d'oouvre de nos poetes et les intel'prete si energi-
qnement que je vaus porte le deli de resteI' froid se il vons ordone de
pleurer, de tl'embler, de fremir ! ... Cet homme est une des gloires
bresiliennes.:. Em 1850 João Caetano fez uma viagem á França, depois
de estar em Portugal, onde foi agraciado com o titulo de moço da real
camara e a commenda da ordem de Chri to. Escreveu:
- Reflea;ões d)'arnaticas para uso dos candidatos que se dedicam á
scena. Rio de Janeiro, 1837, in-8",
- Lições dmmaticas. Rio de Janeiro, 1852, in-8° - Neste livro refere
o autor como,até que ponto possuia-se do sentimento ou papel que repre-
sentava, succedendo-Ihe, como na representação ,la tragedia <Antonio
José ou o poeta e a inquisição~ mal poder concluir as ultimas scenas,
suJrocado pelo pranto e pelos soluços e ainda permanecel' longo tempo
em estado de qua i alieuação, em seu camarim. E entretanto os santO$
padres da inquisição assistin.m bem contentes e quotidianamente essas
scenas reaes, vivas, do Q.ue póde haver de mais cruente, atroz e borrido!
376 JO

João Oaetano da Silva - Natural de Meia-Ponte, pro-


vincia de Goyaz, foi o descobrbl r da nOV,l navegação entre as capi-
tanias de Goyaz e de S. Paulo, escrevendo por essa OCCll ião:
- Digressão que fez em 1817 para descobrir, como com etreito des-
cobriu, a nova navegação entre a capitania de Goyaz e a de S. Paulo
pelo rio dos Bois até ao Rio Grande, que divide as duas capitanias, etc.
- Sahiu na Revista do Instituto historico, tomo 20, pago. 314 a 320.
- Mllppa da no"a navegação do rio Mogy-Gua sú desde a freguezia
do mesmo nome até o arraial da Anicuns, descoberta por João Caetano
da Silva no anno de 1817. Lith. do archivo militar, 1873 - Creio que
não é levantado por Silva. D. Antonia R. de Carvalho pos ue uma
copia ou o original a aquarella do Mappa do sertão que atravessou
João Caetano da Silva em 1817 (d"l S. Paulo li. Villu-Bôa de Goyaz)
Om,280 X Om,261.

João Oabn.on - Filho do capitão de mar e guerra João Cal-


mon e de dona Juliana de Almeida, nasceu na cidade da Sahia a 6 de
setembro de 1668 e falleceu a 6 de julho de 1737. Presbytero secular,
tendo feito seus estu,jos no collegio dosjesuitas de sua patria, no qual
obteve o gráo de mestre em artes, foi á Portugal, fez em Coimllt'a o
curso de theologia, sendo reconhecida sua vasta. intelligencia, e ahi re·
cebeu o grào de doutor. De volta li. Sahia, ordenou-se sacerdote, ser-
viu o cargo de vigario geral, e depois outros, como os de mestre-
escola e chantre da cathedral, desembargador da relação ecclesiastica,
juiz dos residuos e casamentos, promotor do sinodo que celebrou o ar-
cebispo dom Sebastião Monteiro da Vide, examinador synodal, pro-
visor e governador do bispado, commissario do santo oflicio e da bulia
da cruzada, etc. Foi socio da academia dos esquecidos e por sua illus-
tração e virtudes consultado para ser bispo, ao que não annuiu. Es-
creveu:
- Sermão nas exequias da Exma. Sra. D. Leonor Josepba de Vi·
lhena, celebradas na igreja da Misericordia da cidade da Bahia, a 30
de outubro de 1814. Lisboa, 1721, in-4°.
- Oração academica que a 22 de outubro de 1724, no dia dos anuos
de sua magestade que Deus Guarde, na sa.la real do palacio, gover-
nando este estado do Brazil o I!:xcel1eotissimo Seohor vice-rei Vasco
Fernandes Cezar de Menezes, disse o dr. João Calmon, etc. -Se acha
no tomo 3° das Conferencias da Academia dos Esquecidos, pags. 1 a 20.

João CaID.posNavarro de Andrade - Nascido no


!tnno de 1853 em Portugal, t'al1eceu no Rio de Janeiro. victima da febre
JO 377

amarelIa, a 23 de abril de 1891. Viveu alguns annos em S. Paulo,onde


naturalisou- e cid ldão brazileiro, dh.tinguiu-se como jornali ta, col-
laborando para vario,; orgãos da imprensa e ultimamente para o Diario
M~rcantit e para. a Provincia de S. Paulo. Era tambem dramaturgo e
comediographo e escreveu:
- As armas pela patria : drama patriotico portuguez em cinco actos,
original - repre entario no Theatro Lucinda em 1890.
- A prisiío do padre Amaro: aproposito c,rnado de musica - re-
present;tJo no mesmo theatro a 31 de outubro de 1890.
- As mulheres são o diabo: comedia vaudeville em quatro actos-
Idem a 28 de novembro de 1890.
- As rata~anas: vaudeville original em tres actos. - Representado
no mesmo theatro.
- My,'terios do convento: drama tambem representado no Rio de
Janeiro.

João Cancio GOD1es - Falle"eu a 5 de agosto de 1889


na cidade do Porto Alegre, onde muitos anuas antes se havia estabe-
lecido, a princi pio como typogr-a.pbo e mais tarde como jornalista, sendo
estim ldo geralmente até pelos mai exaltados de seus adversarias poli-
ticas. Ahi fundou e reciigiu o
- Mercantil (jornal litteJ'ario e noticioso). 'Porto Alegre, 1874-1889,
in-fo1.- Esta folha cessou com a morte de seu redactor e proprietario
no 16° anno da publicação.

João Candido de Brito - Natural da Bahia, falIeceu


a 9 de a""osto de 1841. l~oI'rnado em direito, exercia a advocacia e
tomou assento na camar" do deputados na legi"latura de 1838 a 1841,
na primeira ses:x'í.o em substituição ao deputado Antonio Joaquim
AJvare do Amaral, e nas duas ultimas ao deputado Miguel Calmon,
depoi Marquez de Abraote , que havia sido escolhido senador do im-
perio. Era sacio do Instituto historico e geogruphico brazileiro, e
escreveu:
- Discu>' so sobrá a utilidade da botanica agrícola e da sciencias
physicas e,11atur3.68. Bahia, 1831, in-So.

João Candido de Deus e Silva - Natural da pro-


víncia do Para, nasc u a 11 tle ma..vo de 17S7, e falleceu em itheroy
a 8 de agosto de I 60. Doutor em direito, foi lente da faculdade de
S. Paulo de que pedira demissão em 1831, um anno depois de sua
nomeação. Seguiu a carreira da ma.gistratura, servindo diversos cargos
378 JO

até o de desembargarlor da reI1ção do Maranhão, no qual obt ve sua


aposentadoria. Exercera antes di to o togar de secretario do governo
da provincia do Rio de Janeiro, e representara no par[amonto sua pro-
vincia natal na primeira [eg-islatura. de 1826 a 1829 como supplente, e
na segunda como deputado eleito, não tendo feito parte do congresso
nacional eleito a 10 de dezembro de 1821, porque, tendo para elle
obtido o mesmo numero de votos que teve o bispo dom Romua[do de
Souza Coelho, foi este o designado pela orte. E:ra dig-nitario da ordem
da Rosa e cavalleiro da de Cbristo. Traduziu para o portuguez muitas
obras proprias a educar e instruir a mocidade, trabalbo que fazia com
soífreO'uidão tal, que nem procurava bem limar o que entregava
à publicidade para não perder o tempo de oooupar-se com diversa
obra. Disso resultou que uma sorte de fadig:l se apoderasse de Eeu
espirito, ao mesmo tempo qU'3 certas con trariedades, pezando sobre si,
o decidiram a deixar a vida tnmultuosa rIa, côrte e procurar uma
habitação isolada em Nitlteroy, onde exercia a advocacia. Suas obras
são:
- Relação das festa com que o senado da villa, de S. João da Par-
nabiba celebrou no dia 13 de maio de 1820, o anniversario natalício de
sua magestade EI-Rei, a que se junta a oração que no mesmo dia
reei tou o doutor João Can.rlido de Deus e Sil va. Lisboa, 1820, in-4'.
- Discurso p"onunciado na noite de 13 de junbo de 1821 perante a
camara da villa de Santo Antoni de Campo Maior no Piauby depois do
juramento da constituição pelo juiz de fOl'a da mesm", vil[a e da Par-
nahyba. Lisboa, 1822, 14 pags. in-4°.
- Exame e refutação dos erros, absnrdos e calumnias contidos em
uma proclamação, reflexão politica e miscelania que se diz apparecida
na viUa de Campo-Maior, por um anonymo etc. Maranhão, 1822,
26 pags. in_8° .
- Discul'SOS pl'elíminares da hi toria natural do genero humano por
Virey, traduzidos etc. Rio de Janeiro, 1833, 35 pags. in-8°.
- Applicações da moml à politica por Joseph Droz. traduzidas etc.
Rio de Janeiro, 1835, in-12°.
- Philosophia moral e theodicéa por M. J. Ferreol Pel'rard. Tra-
duziu e oITereceu aOi:! paraeuses etc. Rio de Janeiro, 1835. 30 pags.
in-12°.
- Confe,-erlcia de Epicuro com Pithagoras. Visão philosopbica por
J. F. Alibert, prores'or de medicin t da faculdade de Paris, etc. Trasla-
dou em vulgar. Rio de .Janeiro, 1835, 48 pags. in-12 0 •
- Philosophia moml ou differentes systemas sobre a sciencia da vida,
por José Droz ; tradllzida em portuguez. Rio de Janeiro, 1835, in-12°,
JO ~79

- Philosophia, 10gicfL, metapbYilicn. e moral do novo manual com-


pleto dos a pirantes ao bacharelado em lettras, ue E. Ponelle. Quarta
edição. Paris, 1832. Traduziu etc. Rio de Janeiro, 1835-1837,2 tomos
io-8°.
- Po.ciencia e tmbalho: conto moral, traduzido do hespanhol, Rio
de Janeiro, 1835, in-8°.
- Collecçao de varias obras, traduzidas ou originaes. Rio de Janeiro,
1837, 126 pags. in-12°.
- Compendio de economia politica, precedido de uma introducção
historica e seguido de uma biographia dos economistas; catagolo e vo-
cabulario annlytico por Adolpho Blanque. Passado a portuguez. Rio
de Janeiro, 1835, in-8°.
- Resposta de um christão as palavras de um Ci'ente, passada li. vul-
gar. Rio de Janeiro, 1836,77 pags. in-12°.
- Sciencia do guarda-Iivl'os, ensinada em vinte e uma lições e sem
mestl'e, ou tra.tado completo da escripturação de lin'os em partidas
simples e dobradas, posto ao alcance das pessoas que não tem desta
sciencia idéa alguma, por Jaclot; traduzido etc. Rio de Janeiro, 1835,
in-4° .
- Dissertação acerca da incontineocia e seus perigos em relação
as faculdades iotellectuaes e physicas por J. J. Virey; traduzida em
portuguez. Rio ele Janeiro, 1836,96 pags. in-8°.
- Deve,-es do llOmem ou moral elo christiaoismo, e:x.plicada por Silvio
Pellico, tradnzida do italiano em fl'ancez por A. Theil, e do f'rancez ii
portuguez e otl'ereciela à mocida.de brasileira etc. Rio de Janeiro, 1837,
126 pagil. in-12°.
- Sobre o Obe,'manll de M. de Seuancour. TI'aducção. Rio de
Janeiro, 1837.
- Elementos de ideologia (ideologia propriament dita) por M.
Dvstutt, Conele de Tracy, traduzidos da 3~ edição de 1817 e 0{l'6!'ecidos
ti. estudiosa mocidade brasileira. Nitheroy, 1837,258 pags. io-8°.
- Ensaio sobre a arte de ser feliz por Josê Droz; traduzido da sexta
edição. Segunda eclição correcta e castigada. Rio de Janeiro, 1837, in-8°.
- Conside?'açúes sobre as causas da grandeza e decadeocia dos ro-
manos, por Mon tesquieu, traduzidas em vu 19ar. Rio de Janeiro, 1837,
in-8°.
- Minhas prisões: memoria de Silvio Pellico de Saluces, traduzidas
do italiano pelo padre Eaivri e do fl'Uncez para o Pol'tuguez, pelo
Dr. etc. Rio de Janeiro, 1837, io-8°.
- Otwso no,"mal para os pl'ofessores de primeiras lettras ou direcções
relativa5l ã,. educaçio physica, moral e intel1eotual ~as escolas primarias
380 JO

pelo Barão Degerando' traduzido e accrescentado com um appen'


dice das lei gerae3 e provincia.e sobre eS'lolas, Nitheroy, 1839, in -8°.
- Cartas sobre os perigos do onanismo (masturbação) e conselhos
relativos as molestias que deile resultam, por J. L. Dou.sin Debreuil,
passadas do francez á portuguez. Rio de Janeiro, 1842, in-8°.
- Conferencias sobre a pluralidade dos mundos por M. Fontenelle,
trasladadas li. portuguez. Rio de Janeü'o, 1842, iu-8°,
- Conhecimentos uteis ou breve e singela explicação das coisas mais
uzuaes na economia dome tica, acompanhados de doutrinas moraes ;
vertidos do inglez para o castelhano por D. Pa,blo de Mendibil ; pas-
sados ao portuguez e accrescen tados. Nictheroy 1844, ín-8°.
- Livro das mães de familia e dos mes tres sobre a educação pratiCft,
das mulheres, traduzido da segunda edição de 1843. Rio de Janeiro
(sem data).
- Medicina domestica homeopathica do Dr. Heringe, dos Estados
Unidos, traduzida pelo Exm. Sr. desembargador João Candido de Deus
e Silva e annotada por João Vicente Martins para servir de sup-
plemento li. praticfl. elementar da homeopatbia. Quartn. edição, 1851.
Rio de Janeiro, 1854, 462 pags. in-8°.
- Doutrina medica-homeopalhica, examinada nas relações tbeorica
e pratica pelo dr. H. C. Guerard. Passou a portuguez o dr. João Candido
de Dens e Silva. Rio de Janeiro, 1848,245 pags. in-So.
- Curso de philosophia, e.cripto conforme o programma para o
banharelado por E. Geruzez. Traducção. Nitheroy, 1845, in-4°.
- Albertina ou o conhecimento de Jesus Christo: romance de L. F.,
traduzido - Na Tribuna Catholica, tomo l°, 1851, ns. 1 a 21.

Joã(J) Oandido GOUles da Silva - Natural tia cidade


do Recife, capital de Pernambuco e nascido em abril de 1846, fez
alguns preparatorios com a intenção de seguir o curso medico, mas por
motivos alheios á sua vontade os interrompeu e empregou-se na secre-
taria tio governo provincial, onde conservou-se até aposentar-se em
1890, tendo obtido merecidos accessos á lagares superiores. Concluindo
seus estudos, a custo de sacrificios, matriculou-se na faculdade de direito
daquella cidade, onde recebeu o grlÍ.o de bacharel, e hoje vive com sua
familia em uma situação, onde cultiva, com as lettras, flores de que é
amante. Muito joven entregou-se ao commercio das Illuzas, tendo
publicado muitas poe ias, lida com apreço pela mocidade academica que
o chamava João de Deus e trabalho~ em prosa de maior vul to. Escreveu:
- Rosas e goivos : poesias. Recife, 1871 - São algumas de suas
producções poeticas mais apreciadas; são hymnos da juventulle, entoados
JO 381

no templo da belleza; são threno de amor, borrHados dos prantos


chimericos dos vinte annos; são versos, por ta.uto, modehtdos pelo
estalão posto em voga pelo romanti"mo sentimentali ta que teve por
principal coriphêo Ca!limiro de Abreu. De seus trabalhos em prosa de
maior folego distacam-se :
- Alberto: romance. Recire ..•. - E' talvez uma auto-biogra-
phia.
- Cartas de um cofre - publicadas em folhetim no JOl'nat da Tarde
do Recife, 1876, em collaboração com um seu amigo de quem mais tar-
de occupar-me-hei, João Zefirino Rangel de S. Paio.

João Oandido :).Iartins - Ignoro as circumstancias que


lhe dizem respeito; sei apen'ls que é deputado á juuta commercial do
estado de S. Paulo e nest cargo escreveu;
- Consultor do commercio. S. Péwlo, 1894 - E'te livro que ainda
não pude ver, é escripto em vista da uecessidade de se achal'em compen-
diadas as di posições de lei e o~ regulamentos que mais de perto interes-
sam ao commercio para aquelles que quizerem estudar ou resolver
questões, que lhe são relativas.

João Oandido de Moraes Rego - Natural do Mara-


nhão, falleceu no Rio de Janeiro a 24 de novembl'o de 1888. Exerceu
no funcciooali mo publico o cargo de chefe de secção da secretaria do
governo provincial foi presidente do atllenêu maranhense. e escre-
veu;
- Almanah administrativo di). provincia do Maranhão. Primeiro
anno á setimo; 1869 a 1875. S. Luiz do Mar;lObão, 7 vols. in-8°-
Este almanak é uma continuação do de Bell,u'mino de Mattos.

João Oapistrano de Abreu - Natul'al do Ceará,


onde nHsceu a 23 de oububro de 1853, serviu o cargo de oíflcial da bibli-
otheca nacional, dond pas, ou, depois do respectivo concul'so a leute
de chorogl'apbia e bistoria do Brasil do externato do collegio de Pe-
dro II, hoje gymnasio nacional. E' soeio do lnstitu~o hstorico e geo-
graphico brazileiro e um dos brazileiros que mais se tem dedicado ao
estudo de nossa historia, e escreveu:
- O Brazil no seculo XVI. Estudos. 1. A armada de Nuno Ma.noel.
Rio de Janeiro, 1880, 79 pag. in-8° - Sahiram antes os Estudos de
Capi tranu de Abreu na Gazeta de Noticias.
- JOão Fera: traducção do original francez Jean Loup, de Emilio
Richebourg. Rio de Janeiro, 1883, in·S".
582 JO

- Descobrim.e~tto do B,-azil e seu desenvolvimento no seculo X VI.


Rio de Janeiro, 1883, 101 paga. in-4°.
- .A geogl'ophia physica do Brazil refundida, de J. E. Wappreus (Edi-
ção condensada). Rio de Janeiro, 1884,485 paga. in-8° - E' trabalbo de
ClI-pistrano de Abreu e A. do Valle Cabral, de collaboração com o capi-
tão de fragata Luiz F. Saltlanha daGama,dr. Orvilli A. Derby, Barão
Homem de Mello, dr. Pimenta Bueno, dr. Alvaro de Oliveira, dr. Mar-
tins Costa, dr. Rnmiz Gaivão, dr. Pizarroedr. Peixoto.
- Geogl'aphia geral do Brazil por A. W. Selliu, trad uzido e consi-
deravelmente auO'mentada. Rio rle Janeiro .....
- Viagens pelo Brazil, do Rio de Janeiro a Cuyabá. Nota.s de um
na.turalista (8. Smith). Rio de Janeiro, 1887 - E' uma traducção do
original ing lez, inedito.
. - A li,1gua dos Bacahi,'Ys. Rio de Janeiro..... - Tunca pude veI-a.
Este autor escreveu mais:
- Introducção do <Principio e origem dos indios do Brazil e seus
costumes, adorações e ceremonias por Fernão Cardim:l>, Rio de Janeiro,
1881.
- lntrod/J.cção da «Hi toria do Brazil, por frei Vicente de Salva-
dor ", Rio de Janeiro, 1889, in-4° gr. - Abrange 19 pags.
-lntroducção das «Notas sobre a Parahyba por Iriueo Ciciliano Pe-
reira Jo:ffely» Rio de Janeiro, 1891 - E tem trabalhos em revistas
como:
- Pel·fisjuvenis. Casemiro José. Marques de Abreu ; Luiz José JUD-
queira Freire - No Manguarapen e, 1874.

João Capistrano Bandeira de Mello - Filho do


lIapitão Jeronymo Jo é Figueira de Mello e de dona Maria do Li-
vramento Figueira e irmão mais velho do conselheiro Jeronymo
Martiniano Figueirar de Melto, de quem já fiz menção, nasceu em
Sobral, cidade da provincia do Ceará, a 23 de outubro de 1811 e
falleceu no Rio de Janeiro a 29 de maio de 1881. Bacharel em direito,
formado em 1833 pela faculdade de Olinda onde obteve pl'emios em
quatro annos succe~sivos por sua gritlllle applicação e aproveitamento,
consistindo o ultimo n'uma medalha de ouro com a inscl'ipção ( Tri-
buto ao merito », e logo depois doutor peh\ mesma acadamia, em 1834,
foi nomeado por concurso, no anno seguinte, lente de uma cadeira al1i
vaga, renunciando por este motivo uma nomeação que obtivera par.t
juiz de direito de uma das com~rcas do Ceal'a, lia qual não chegara a
tomar posse, mas exercendo antes do professorado o cargo ele auditor
de guerra do Recife. FGli eleito deputa.do por Sua provincia na legis-
JO 383

latura de 1838 a 1841, e depois em mais legislaturas; presidiu a


provin ia de Alagoas durante o movimento revolucionaria de Per-
nambuco de 1848 a 18-19, e as da Parabyba e de Mina Geraes. Obtendo
sua jubilação no magisterio em 1861, foi nest,? me mo anno nomeado
membro ell'ectivo do cOllselho naval, onde sel'viu até a epoca do seu
fallecimento. Era do conselho lIo Imperador, commendador da ordem da
Rosa, membro da sociedade de geographia do Rio de Janeiro e e creveu :
-Poesias. ReciCe, 1867, 55 pags. itl-1Zo-Só no fim se acham as
iniciaes de seu nome. São suas primeiras composições po ticas e diz-se
que foram collegidas por seus amigos. Foram depois reimpressa-! no
Rio de Janeiro, 1875, 74 pags. in-4°, com uma introducção feita pelo
conselheiro João Cardoso de Menezes e Souza e uma carta do conse-
lheiro J. Feliciano de Castilho, e seguidas de um appendice de 23
pags. com v<lrios trabalhos em praza collegidos por um amigo.
- Jocetyn e Laura: poesia (Impres~ões do «Jocelyu I razileiro »,
Rio de Janeiro, 1876, 14 pags. in-8°- Precede a este opusculo uma
carta do conselheiro J. F. de Castilho que acha nesses ver os uma
reve11ação da Iyra lamal'tiniana.
- Um episodio: poesia. Rio de Janeiro, IS76, 14 pags. in-8°-
Contém uma introducção do conselheiro J. Cardo o de Menezes e
Souza, hoje Barão de Paranapiacaba, que < a muito custo conseguira
arrancar mais essa perola do escrinio, onde Bandeira de Me110, escon·
dia ao publico os primores de seu privilegiatlo talento poetico:v, e
um juizo critico de A. E. Zaluar.
- A transviada: poesia. Rio de Janeiro, 1876, 10 pags. in-8°.
- O tumuto: poesia. Rio de Janeiro, 1879, 6 pags. in-So - Sahira
antes no Jorn{),t do Commercio de Z de novembro de 1878.
- RodoZ1Jho: poesia. Rio de Janeil'o, IS79, 7 pags. in-8"- Não traz
frontispicio, mas apenas capa impressa.
- A' Camões: poesia. Rio le Janeiro, 1880, 7 pags. in-So- FOi
reproduzida na collecção com memorativa do tricentenario de Camões,
feita pela Revista Bra::iteira, pags. 49 a 55.
- A viela e o anWl' - Vem no Jornat do Commercio, de 11 de julho
de 1881 . é uma publicação posthuma, e talvez o ultimo C(wto do poeta,
Publicou varios traba.lhos ofllcia.os, como:
- Falta que á assembléa legislativa de Minas Gerae , por occasião
da installação dos trJ.balnos da 2~ sessão da 21 n legislatura dirigiu
etc. em 17 de agosto ele 1877. Ouro-Prelo, IS77, in-4°.

João Capistrano Bandei ra de Mello, 2° - Filho


lIo precedente e liuscido em Pernambuco, como seu pai, doutor em
384 JO

direito pela faculdade do Recire, foi nesta faculdade lente a principio de


direito ecelesiastico, depois de theoria e pra,tica do proces o e é len te
da faculdade livre de sciencia sociaes do Rio de .hneiro e commendador
da ordem da Rosa. Presidiu a.s provin ias do Pará, rio Mal':~nhão, Rio
Grande do Norte, Sahia e Santa Catbarina, e nestes cargos escreveu
relataria, sendo da primeim os dous seguintes:
-Falla com que abriu a 2" se ão da vigesima 1egi 'latura dA, assem-
bléa legislativa da provincia do Pal'à em 15 lle fevereiro de 1877. Pará,
1877, 191 pags. ill 4°, seguidas de annexos.
- Relato,-io com que ao Exm. Sr. Dr. José da Gama. Melcher, 10 vice-
pre ü.l60te passou a administração da provincia do Pará em 9 de março
de 1878. Para, 1878, in-4° - E creveu mais:
- Discurso que ao tomar posse da cadeira de direito ecclesiastico na
faculdade de direito do Recife proferiu em 16 de março de 1870. Recife,
1870, 16 pags. iu-4°.
- Creação de uma faculdade de ciencia~ religiosas, 'ua organisação
e plano de estuuo, 9 pags. in lbl.-No livro ~ \ct:t::; e Pareceres do
Congresso de instrucção do Rio de JaneiJ'O. 1884.:'

Fr. João Capistrano de Mendonça - Filho de


Manoel de Jezus Maria e dona Anna de S. João. nasceu na villa,
hoje cidade do Penedo, Alagôas, no primeiro decennio do secula actual
e falleceu na lirovinch do Ceará, em Aracaty, a 3 de abril de 1858.
Recebeu no convento da Bahia o habito da. ordem seraphica a 14 de
março de 1827, celebra,ndo sua pl'imeira missa a 14 de março de 1830 ;
foi guardião em sua ordem, primeiro no convento de Serinhaem e de-
pois no de N. S. das Neves, ue Olinda. ; leccionou varias materias no
convento de S. Antonio ,lo Recife; fi i professor de geographia do
gymnasio pernambucano, pregador da cflpella imperial e secularisou-
se em 1837. Diz-se que teve grande parte nos movimentos politicas de
1848, redigindo por essa occa ião:
- O Cometa. Recife, 184",.
- João Pobre. Recife, 184* - São duas publicações politicas, exal-
tadas que nunca pude ver. De seus sermões só conheço:
- Oração funebre que nas exequias do finado commenrl~rlor Fran-
cisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque Lacerda no dia 14 de dezem-
bro de 1848, em o convento do Cal'mo, recitou, etc. Recife, 1848- Vem
na União, n. 64, de 16 de dezembro de 1848.
- Oraçl%o fUYlebl'e que nas exequias do finado acarlemico Fabio Vel-
loso da Sil veira recitou na matriz do COl'pO Santo de Recife, em o dia
18 de ,abril de 1850 - Idem, n. 247, de 27 de abril deste anno.
JO 385

- Oração (utlebre nas exequias celebradas na igreja matriz de


S. Frei Pedro Gonçalves pela morte de sua magestade fidelissima a
senhora d. Maria II, rainha de Portugal. Recife, 1854 - Vem DOS
c: Funeraes que pela infausta e sentida morte da senhora d. MarIa n,
fizeram os portuguezes residentes nesta cidade)).

João Oardoso de Menezes e Souza, Barão de


par<1.napi~caba - Filho de outro de igual nome, nasceu ua cidade de
Santos, provincia de S. Paulo, a 25 de abril de 1827. Formado no
anno de 1848 em sciencias sociaes e juridicas pela faculdade de sua
provincia, residiu alguns anDOS em Taubaté, em cujo lyceu foi pro-
fessor de geographia e historia, e exerceu a advocacia na 06rte até
1857. Neste anno entrou para a repartição geral da fitzenda com a
nomeação de ajudante do procurador fiscal do thesouro, onde aposen-
tou-se no logar de director do contencioso. Desempenhou varias com-
missões dessa repartição na cõrte, em S. Paulo e em Pernambuco; foi
deputado pela provincia de Goyaz na legislatura. de 1873 á 1876 e agra-
ciado com o titulo do conselho do Imperador. E' dignatarlo da ordem
dalRosa, socio e presidente do con 'ervatorio dramatico do Rio de
Janeiro, etc. Desde os banco::> du faculdade de direito distinguiu-se
como litterato e poetu e além de varios escL'iptos que publicou em o
COloreio Mercantil, de que foi por muito tempo collaboratior, e no
JOl"nal do Commet'cio em )857 sob as iniciaes O. J., escreveu:
- Harpa gemed8ra. S. Paulo, 1849, 118 pags. in-4° - E' uma
collecção de poesias ainda do tempo de est11dante, dividida em duas
partes: Monodias, Romances e ballatas,
_ O cht·istianismo. S. Paulo, 185' - Sahiu antes publicado na Tri-
buna Catholica, revista redigida pelo conego J. C. Fernandes Pi-
nheiro, depois orgão do instituto episcopal religioilo do Rio de Janeiro.
- Necrologia do mm. Sr. coronel Victorüino Moreira. da Costa.
Rio de Janeiro, 1852, 11 pags. in-8°.
- Christo e o racionalismo: meditação. S. Paulo, 1854 - Foi mais
ta.rde, em 1861 a 29 de março, sexta-feira da Paixão, publicado no
Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, n. 87.
- O sacrificio do Golgotha - Sahiu na mesma. folha na sexta-feira
da Paixão do anno de 1857.
- Jocelin, episodio encontrado em casa de um cura da aldeia poema
ó :

de Afi'. Lamartine; traduzido do fl'ancez. Rio de Janeiro, 1875, in-8°.


- Theses de colonisação do Brazil; projecto de sol ueão á . questões
que se prendem a este difficil problema. Relatorio apresentado ao
ministerio da agricultura, commercio e obras publica em 1875. Rio de
25
386 JO

Janeiro, 1875; in-4° - Depois da pag. 430, seguem-se varias annexos.


A' uma critica a este livro respondeu o auctor publicando:
- Theses de colonisação do Brazil: resposta ao critico analytico.
Rio'de Janeiro, 1876, in-8°.
- RelatO/'io da commissão encarregada de rever e classificar as
rendas geraes do Imperio, etc. Rio de Janeiro.
- Auxilio li lavoura: discursos proferidos na camara dos deputados
sobre o projecto de bancos territoriaes e fabricas centraes de assucar.
Rio de Janeiro, 1875, 36 pags. de 2 cais. in-4° gr.
- Pat'ece,' sobre as caixas economicas e montes de soccorro, apre-
sentado pela commissão iocumbida de verificar as causas de seu atrazo
e indicar providencias tendentes a desenvolver estas instituições no
imperio. Rio de Janeiro, 1882, 142 pags. io-4°, com alguns mappas e
tabellas. (Veja-se Antonio Nicolau Toleotino.)
- O p"imeiro Uv,'o de fabulas de La Fontaine, vertidas do francez e
oJIerecidas ao governo imperial para uso das escolas ele instrucção
primaria. Rio de Janeiro, 1883, in-8° -R' um trabalho primoroso em
todos os sentidos. Depois publicou:
- Fabulas de La Fontaine. Volume 2°. Rio de Janeiro, 1887, in-8".
- Homenagem a Camões no tricentenario de sua morte: canto- na
Revista Brazileira, tomo 4°, 1880, pags. 512 aMO.
- Camoneana bl'aziZeim. Homenagem á Camões no tricentenario
de sua morte. Rio de Janeiro, 1880, 170 pags. io-8° - São varias epi-
sadios dos Luziadas explicados em metdficação variada.
- BibUotheca escola,'. I Camoneaoa brazileira: homenagem a Ca-
mões. Rio de Janeiro, 1886, XIV-156 pags. io-8° - Houve segunda
edição em 1889, 156 pags. in-8°.
-Recordação da visita de SS. AA. II. ás olf1cinas da imprensa nacio-
nal em 9 de janeiro de 1888. (Rio de Janeiro, 1888) - E' uma poesia.
- Saudaça:o ao Imperador. Partida e regresso: poesia. Rio de Ja-
neiro, 1888, in-8°.
- A Marmita (Aulularia) : comedia em cinco actos, de Marco Accio
Plauto, vertida em versos portuguezes. Rio de Janeiro, 1888, 102 pags.
in-4°.
- Lyceu Zitterario POl'tuguez: sessão solemne. Elogio funebre de
Camillo Castello Branco. :Srazil, 1891, in-8° - Ainda ha muitaS traba-
lhos, quer em prosa, quer em verso, publicados em revistas ou encor·
parados á outros. Delles citarei; ,
- Um se"ma:o na capella imperial. Fr. Francisco de Monte Alverne :
artigos - publicados no C01'reio Mercantil de 26 de outubro de 1854 e
27 de agosto de 1855.
JO 387

- A serra de Pa;"anapiacaba: poesia - na Semana, jornal litterario


do Rio de Janeiro, 1856, n. 1-1, pag. 18, e depois nas Harmonias bra-
zileiras do dr. A. J. de Macedo Soares.
- BabiZonia : poesia - na Tribuna Catholica n. 15.
- A Za11lpada do tempZo ou a alma presente a Deus. Traducção de
. Lamartine- idem, l;J. 31.
- O cltristão m01'ibundo, traduzido de Lamartine - idem, n. 31.
- Leonor e RoeZoZplto ou o castigo da blasphemia: ballata do tempo
das Cruzadas - idem ns. 41 e 42.
-Os companlte:1'os de Ulysses: fabula de La Fontaine. Ao meu amigo
o ConselheiL'o Franklin Doria - no J01"naZ do Comme1'cio de 24'de de-
zembro de 1882.
- lm.precação do ind-io: poesia Iyrica - no livro «Festa littoraria
por occasião de fundar-se no imperiu a associação de homens de lettras
do Bra,zil» Rio de JaneiL'o, 1883, pags. 31 a 44.
- O lmpel·ador. Saudade: poesia recitada pelo joven A. S. Souto-
Maior no collegio Menezes Vieira, etc.; O Impe1"ador. Regresso - Estas
duas poesias acham-se no volume« Partida e regresso. Saudação á
S. .M. o Imperador no dia 22 de agosto de 1888 ».

João Carlos Augusto de Oeinhausen, Mar-


quez de Aracaty - Natural de Lisboa e brazileiro pela independen-
cia, f,dleceu em Moçambique a 28 de março de 1838, sendo gentil,
homem da impel'ial camara. Foi por muito tempo governador da
capitania do Ceara; governador e capitão general de S. Paulo; presidente
do governo provisorio desta provincia e na organisação do senado em
1826 foi escolhido senador pelo Cearã, sendo mais tarde declarada vaga,
sua cadeil'a por se haver elle retirado do imperio em companhia de dom
Pedro 10. Entrando em serviço de Portugal, foi nomeado governador de
Moçambique por carta régia de 22 de dezembro de 1836, tomando posse
do lagar no anno seguinte. Com sua morte perderam-se importantes
manuscriptos seus, como os de Gonzaga, diz numa carta, dirigida
de Lisboa ao instituto historico, o conselheiro Drumond. Desses
escriptos porém ficaram alguns encadernados em poder de um filho
seu, dentre os quaes o doutor José Maria do Amaral obteve uma
copia da
_ Descripção geographica da capitania de Matto Grosso, escripta
em 1797 - Não se sabe onde existe. São tambem de sua penna:
_ Mappa da população da capitania do Ceará-Grande, apresentado a
sua alteza real no mez de julho de 1804 pelo governll.dor, etc.-
Existe na Bibliotheca nacional.
388 JO

~ Mappa geral da tropa paga e da tropa miliciana da capitania


do Ceará-Grande, apresentado no mez de julho de 1804 - Idem.
- Proclamação do governador e capitão general de S. Paulo, diri-
gida ao bispo diocesano, a camara, cabido da sé, officiaes generaes etc.
no acto de jurar a constituição portugueza. Rio de Janeiro, 1821,
1 fi. ín-fol.
- Carta do governo provisorio da província de S. Paulo, da-
tada de 30 de agosto de 1821 ao principe regente, agradecendo a
carta régia de 30 de junho. Rio de Janeiro, 1821, 1 fi. in-fol. - Assi-
gnam tambem o vice-presidente, o secretario e outros membros do go-
verno provisorio.

João Carlos Lobo Botelho -E' natural do Rio de


Janeiro, e nascido a 9 de outubro de 1850, coronel do estado-maior
de artilharia, inspector da fabrica de polvora da Estrella ; cavalleiro
da ordem da Rosa, condecorado com a medalha da campanha do Pa-
raguay e com a medalha de merito à bravura militar. Com praça em
1864 fez o curso de sua arma pelo regulamento de 1863, foi promovido
a 2° tenente em janeiro de 1868 ea l° tenente por actos de bravura em
fevereiro de 1869. Escreveu:
- Nosso estado militar: ligeiros reparos. Rio de Janeiro, 1881,
82 pags. ín-8° - Neste trabalho tem o autor por fim a adopção de
medidas que nos colloquem em posição de sermos respeitados pelos
nossos vizinhos da Republica Argentina que elle considera nossos
inimigos, e contra os quaes convem que estejamos promptos para uma
luta inesperada.
- As principaes exigencias da tactica de combate : conferencia. rea-
lisada na typographia nacional da cÔrte a 23 de outubro de 1884.
Rio de Janeiro, 1885 - Se acha tambem publicada na Reuista do
Ewercito, anno l°, pags. 380 a 402. Nessa revista ha outros trabalhos
Seus.
- A reorganisaçt%o militar e o preenchimento das fileiras. Rio de
Janeiro, in-8°.

João Car108 de Medeiros Pardal Mallet -


Filho do marechal João Nepomucemo de Medeiros Mallet e natura~ do
Rio Grande do Sul, falleceu em Caxambú, Minas Geraes, a 24 de
novembro de 1894. Estudou na faculdade de medicina do Rio de Ja,-
neiro até o terceiro anno, 1884 ; depois dedicou-se ao jornalismo, quer
em collaboração, quer em redacção e foi nomeado professor de histo-
ria das escolas primarias do 2° grão. Redigia o
JO 389

- Combate. Rio de Janeiro, 1892 - quando, compromettido na


sedição de 1(\ de abril, foi preso e deportado para Tabatinga, estado
do Amazonas. Escreveu antes:
- Meu aZbum : collecção de artigos litterarios. Rio de Janeiro,
1887, in-8°.
-Hospede: romance. Pernambuco, 1887, 183 pags. in-8°.
- Lar: romance naturalista. Rio de Janeiro, 1888, 275 pags.
in-8°.
- PeZo divorcio. Rio de Janeiro, 1894.

João Oarlos Monteiro - Filho de' José Carlos Mon-


teiro e dona Clara Delfina Rosa Monteiro, nasceu em Campos,provincia
do Rio de Janeiro, a 16 de julho de 1799 e falleceu a 10 de janei 1'0
de 1876. Com o intento de receber o escapulario entrou para oconvento-d,os
carmelitas do Rio de Janeiro em 1815; mas, indo para Portugal,seguiu
o curso de theologia da universidade de Coimbra, onde formou-se em
1825, tendo recebido ordens de presbytero em 1822 com o habito de
S. Pedro. Voltando a patria, foi em 1828 nomeado vigario colIado da
freguezia de seu nascimento; foi por varias vezes deputado á assem-
bléa provincial e ex:erceú outros cargos de eleição popular. Deu grande
impulso ao jornalismo na cidade de Campos, concorrendo para flllldar-
se ahi uma imprensa, e escrevendo com o facultativo Francisco José
Alipio "para o periodico Goytacaõ. De varios sermões, que escreveu,
publicou: .
- Oração (unebre nas solemnes exequias celebradas na igreja
matriz de S. Salvador de Campos pela muito alta e muito poderosa
Sra. D. Maria Leopoldina Josepha, primeira imperatriz do Brazil, etc.
Rio de Janeiro, 1827,20 pags. in-8°.
- Oração sagrada em acção tle graças pela sagração e coroação do
Sr. D. Pedro Il ; recitada na igreja-matriz de S.. Salvador de Campos
dos Goytacazes. Campos, 1841, II pags. in-8°.
- Oração sagrada em acção de graças pela honrosa visita,_ que o
Sr. D. Pedro II, imperador do Brazil, se dignou fazer ao municipio de
Campos; recitada na igreja da ordem terceira da Penitencia. Cam pos,
1847,13 pags. iu-8°.
- Oração em acção de graças pela pacificação da provincia do Rio
Grande do Sul; recitada na igreja parochiaI de N. S. do Desterro de
Quissamã. Campos, 1848, 13 pags. in-8 o •
- Oração sagrada em acção de graças pela inaugu ração da nova
matriz de S. Salvador da cidade de Campos dos Goytacazes. Campos,
1862,20 pags. in-8°.
390 JO

João Oarlos Moré- Pl'ofessor de fmncez na. escola normal


de Porto Alegre em 18S5, si não nasceu na Franço , é de origem fmn-
ceza. Nada mais pude apurar a seu respeito, sinão que escreveu:
-:Refleroões sobre a brochura do St' .. Cil. Espelly «Le BL'ésil, Buenos-
Aires, Montevideo et le Paraguay devaut la ci vilisatiou l) o Porto
Alegre, 1868, 100 pags. iu-4° e mais algumas de documentos.
-De la colonisation de la province de S. Pedro tlo Rio Grande do Sul.
1859. Hamburgo, 1863, in-8" com uma carta geog-raphica - Neste
me3mo anno foi este trabalho publicado em allemão.
- Memorial sobre a ot'ganisação da guarda nacional na provincia
de S. Pedro do Rio Grande do Sul, apresentado a S. Ex. o Sr. João
Lins Vieira Cansansão ele Sinimbú, ministro da justiça. - Foi apre-
sentada pelo Barão Homem de Mello uma cópia de 12 Os. in-4° na expo-
sição de historia patria.

João Oarlos Pardal-Falleceu no Rio de Janeiro a 15


de março de 1857. Com praça. no exercito em 180S, subiu successi-
vamente ã. diversos postos até o de tenente-general, sendo reformado
no immediato. Era conselheifo ele guerra; otIl.cial ela ordem elo Cru-
zeiro; cavalleiro das de S. Bento de Aviz e da Rosa; socio do instituto
historico e geographico brazileiro, e presidiu a provincia de Santa Ca-
tha.rina. Escreveu:
- Conta que o infra-escripto julgou dever apresentar ao Exm. 131'.
brigadeiro José Maria da Silva Bittencourt, quando por ordem do go-
verno imperial lhe entrogou a direcção da i'abL'ica de polvora da. serra
da Estrella em fevel'eil'o de 1845. Rio de Ja.neit'o, 1845,44 pa.gs. in-So.
- DisCLIrso pronunciado na a.bertura da. n.ssemblé" logislativa da
provincia de Santa Catharina na la sessão ordina.ria da segunda legis-
latura de 1838. Cidade do Desterro, 1838,40 pags. in-4°.
-Discurso pronunciado na abertura da assembléa legislativa ela
provincia de Santa Cathat'ina em 1839. Cidade do Destel't'o, 1839, 25
pa.gs. in-4°.

João Oarlos Pereira Ibiapina-NatUl'al da pro-


vincia do Ceal'á e bacharel eID' direito pela i~lculd[tde de Olinda, for·
mado em 1837, exerceu empregos da repartição de fazenda, e escreveu:
- Notas e refleroões a alguns artigos do regulamen to cla.s alfandegas
de 22 de junho de 1836. Recife, 1842,57 pags. in-8°.

João Oarlos Pereira Pin1;o - Irmão de Antonio


Pereira Pinto, de quem fiz menção no primeiro volume desta obra,
JO 391

nasceu no Rio ue Janeiro e aqui falleceu a 13 de dezembro de 1869.


Foi oflicial da armada, e serviu depois muitos annos o lagar de consul
geral do Brazil em Buenos-Aires; era sacio do instituto historico e
geographico brazi leiro, ofIlcial da. ordem da Rosa, e escreveu:
- Navegação do Uruguay. Rio de Janeiro, 1863, 268 pags. in-8° -
Versa este livro sobre um contracto que o autor fizera com o governo
imperial para a navegação do rio Urugul1Y.
- M~moria sobre os limites do imperio com a republica da Bolívia
-O original, de 26 pags. in-foI., pertence ao Instituto historico.

João OarloS! da Silva TeIles- Natural de S. Paulo


e bacharel em sciencias sociaes e juridicas pela faculdade deste estado,
na~ceu no anno de 1811. Escreveu:
- Repertol'io das leis promulgadas pela assembléa legislativa da
provincia de S. Paulo desde 1835 até 1875, ordenado e o:lferecido á
mesma assembléa, etc. S. Paulo, 1877, in·4°.

João Oarlos de Souza Ferreira - Natural da cidade


do Rio de Janeiro, nasceu a 15 de junho e\e 1831, é distincto litterato
e jornalista. sacio do instituto historico e geographico brazileiro, pre-
sidente da sociedade propagadora da. instrucção ás classes operarias
da freguezia de S. João Baptista da Lagôa, cavalleiro da ordem da
Rosa e ela ordem russiana de Santo Estanislau. Matriculou-se na
faculdade de direito de S. Paulo, mas ao cabo do primeiro anno do
respectivo curso, deixou a. faculdade para dedica,r-se ao funcciona-
lismo publico, occupando o logar de escripturario do thesouro nacional.
Passando em 1859 a segundo omcial da secretaria da fazenda, desem-
penhou as funcções de oflicial de gabinete junto a dous ministros de
sua repartição e, obténdo depois sua demissão, dedicou-se exclusiva-
mente ás lettras, a que antes já era dado, e escreveu:
- Biographia de Evaristo Ferreira da Veigl1 - Vem na Galeria dos
brazileiros illustres, tomo l°.
- A missão Paranhos e a paz do Uruguay por um ministro de estado.
Rio de Janeiro, 1865, 48 pags. in-8°.
- Li",'O do domingo: folhetins semanaes - que começal'a a publicar
em 1855 no Diario do Rio de Janeil'o, assignados por S, F. Estes fo-
lhetins se publicaram até :1 retirada do director da empreza, o dr. José
Martiniano de Alencar, assim como outros muitos escriptos seus, com
as mesmas iniciaes e sob o anonymo, tendo por objecto critica litte-
raria, chronica theatral, etc. Fez parte, depois, da redacção do COl'reio
MercanW, onde publicou varias folhetins e artigos sobre diversos
392 JO

assumptos durante a principal redacção do conselheiro F. O. de Almeida


Rosa, a quem substituiu durante sua missão ao Rio da Prata. Mais
tarde fez parte da redacção do
- Jornal do Comme;'cio - cabendo-lhe a secção commercill.l e ahi
publicou annualmente varios retrospectos relativos a essa. secção,
alguns dos quaes foram tirados a parte, como:
- Jornal do Commercio. Retrospecto commmercial de 1882. Rio de
Janeiro, 1883, 91 pags. in-4°.
- Jornal do Commercio. Retrospecto commercial de 1883. Rio de
Janeiro, 1884, 93 pags. in-4°.

João Carlos de Souza Machado - Natural de Per-


nambuco, fez o curso da academia de marinl1a e serviu na armada até
ao posto de l° tenente, em que foi reformado. Era enO'enbeiro naval, e
cursou a imperial escola de engenheiros navaes da França, onde esteve
alguns annos com licença; cavalleiro da ordem de N. S. da Conceição
da Villa'-Viçosa, e me parece que fcl1leceu entre 1861 e 1862, porque
neste anno não vem seu nome no almanak. Escreveu :
- Os saltead01'es : drama .de S hiller. Traducçãt'. Rio de Janeiro (~),
1843, ín-8° - Sahiu sob o anonymo e só no fim se declara ser a typo-
graphia de J. E. S. Cabra.l, e oanno 1843.
- OProgresso: publicação scientifica e industrial, offerecida às clas-
ses industriosas rio Brazil, destinada, não sómente à publicação de um
diccionario technologico e explicativo, francez-portuguez-inglez, e
inglerrportuguez-francez das machinas de vapor em geral, tendo p6r
tIm facilitar aos brazileiros obras francezas e inglezas sobre o assumpto,
e constituir um livro instructivo, visto ser o texto explicativo redigido
em nacional e haver-se dado a cada termo o maior desenvolvimento
possivel, acompanbado das gravuras destinadas a esclarecei-o; mas
tambem a vulgarizar umar erie de conhecimentos, cuja acquisição se
torna indispensavel na era do progresso, na qual vivemos, e a estabe-
lecer a pratica na arte de escrever sobre a industria em geral e em
particular sobre as machinas de vapor. Paris (1856), 120 pags. iu-4° -
Depois do oíIerecimento e introducção ha o seguinte: Locomotivas,
noticia histories. e tlescriptiva, etc. ; Memoria sobre os combustiveis;
Machinas-marinhas, memoria sobre a maneira de conduzir e entreter
as machinas marinhas e de terra; Diccionario technologico e explica-
tivo das machinas de vapor, etc., até o termo Cendrier - Cinzeiro -
Ash·pit. Sahiu o 1° numero em junho e creio que terminou no terceiro.
- Manual do commandante, machiuista, chefe de quarto e foguista
ou memoria sobre a maneira de conduzir e entreter as machinas
JO 393

marinhas, redigida sobre os melhores autores francezes e inglezes,


etc. Paris, 1856, in-4°, com gravuras intercalladas no texto.

João Carlos Teixeira Brandão - Filho de Felício


Viriato Brandão e dona Maria Flora Teixeira Brandão, é natural do
Rio de Janeiro, doutor em medicina e lente de clínica psychiatrica da
faculdade de medicina desta cidade, facultativo clinico do hospicio
nacional dos alienados, membro titular da academia nacional de me-
dicina, membro da sociedade psychiatrica de Paris, etc. Fez uma
viagem a Europa, onde aperfeiçoou-se nas materias de sua cadeira e
escreveu:
- .Operações reclamadas pelos estreitamentos da urethra ; Das quinas;
Do melhor tratamento das feridasaccidentaes e cirurgicas; LelSões orga-
nicas do coração: these para obter u grao de doutor. Rio de Janeiro,
1877, 103 pags. in-4°.
- Os alienados no Brazil. Rio de Janeiro, 1886, in-8°.
~ As paranoias (delírio systematisado - Verruckthist), suas fôrmas,
genese e evolução - No BraziZ Medico, tomo l°, pags. 18 e 36
e seguintes.
- Relatorio da aSBistencia medico-legal de alienados pelo director,
etc.-Acha-se nos annexos ao relataria do ministro do interior, dr. João
Barbalho Uchôa Cavalcante. E' o primeiro trabalho dessa especie
depois da organi ação da assistencia medico-legal dos alienados, isto
é, depois que o antigo hospicio de Pedro II passou a ser dependente da
santa casa de misericordia.

João Carneiro da Silva, l° Barão de Ururay - Natural


{de Campos, provincia do Rio de Janeiro, falleceu a 1 de outubro
de 1851, tendo prestadQ serviços á causa da independencia. Vendo
uma accusação anonyma" feita, ao brigadeiro~José Manoel de Moraes,
nessa occasião publicou:
- Manifesto a favor do brigadeiro José Manoel de Moraes. R.io
de Janeiro, 18~, 12 pag". in-4° - Assignam tambeu: José Carneiro da
Silva, irmão do Barão de Ururay, e depois tambem Barão e Visconde
de Araruama, e outros amigos do brigadeiro.

João Carneiro de Souza Bandeira - Filho do


dr. Antonio Herculano de Souza Bandeit'a 10,ja mencionado neste livro,
e de dona Maria Candida de Souza Bandeira, nasceu na cidade do Recife
a 15 de dezembro de 1865, e é bacharel em direito pela faculdade desta
cidade, lente da faculdade livre de direito do Rio de Janeiro e
394 JO

procurador dos feitos da fazenda municipal da capital federal. Depois


de sua formatura iez uma excursão pela Europa. Escreveu:
~ Memoria histm'ica da faculdade de direito lia Recife. Rio de
Janeiro, 1894, in-8°.
~ Programma de ensino da 1" cadeira da segunda serie do curso de
6ciencias sociaes (scien"óia de administração, direito administrativo) para
o anno de 1893. Rio de Janeiro, 8 pagos. io-4°,
- RlIzóes jinaes da fazenda municipal em acção de perdas e
damnos que lhe foi proposta por D. Carolina Perpetua de Freitas e
outros, a proposito da demolição da Cabeça de Porco. Rio de Janeiro,
1894, in-4° - Refere-se a celebre estalagem, ha Illuitos annos com-
demnada pela autoridade competente e mandada demolir pelo prefeito
dr. EJ. Barata Ribeiro.

João de Carvalho BarceUos - Falleceu em Porto


Alegre, capital da província do Rio Grande do Sul, donde o supponho
natural, a 28 de dezembro de 1875. Dedicava-se ao jornalismo e
redigia:
- A Reforma .. orgão do partido liberal. Porto Alegre, 1869 a
1875, In-fo1.- Desta folha era elIe proprietario.
- O M açon.. orgão da maçonaria. Propriedade das lojas Pro-
gresso da humanidade, Luz e Ordem e Tolerancia. PortO-Alegre, 1874
a 1875, in-fo1.

•.:J oão Carvalho de Souza - Natural do Rio de Janeiro,


onde ft111ecen, foi empregado na camara municipal, hoje intendencia
desta capital, e depois, si me nã.o eugano, na estrada de ferro D. Pe-
dro 11, hoje Central. Escreveu:
- As Be:;erreidas ou o assalto aos cofres d[1 municipalidade. Rio de
Janeiro, 1878, 48 pags. in-4° -Refere-se este trabalho a bem conhecido
cavalleiro que por muitos anuas foi vereador e presidente da dita
camara.

João Cezal~io dos Santos - Natural de S. Paulo e


filho de João Cez1rio dos Santos, fi:\.lleceu na cidade do Rio de Janeiro
pelo anuo de 1874, sendo bacharel em direito, formado em 1868 e juiz
substituto do juizo especiuJ da primeira vara do commercio. Ainda
estudante foi um dos redactores do :
- A?'cllivo jw'idico e littet"ltrio . publicação mensal. S. Paulo, 18&7 a
1868, in-4° - Pllblicou-se em folhetos e um dos seus eseriptos foi:
- A flor do noivado : rumance - na seeie 2'.
JO 395

João Chrysostolllo Callado-Filho do coronel Manoel


Joaquim Callado e de dona Maria Joaquina Nobre, nasceu em Elvas,
Portugal, a 24 de março de 1780, e falleceu no Rio de Janeiro a I de
abril de 1857, sendo brazileiro adoptivo. Militar, subiu no serviço do
imperio até o posto de tenente-general j militou nas campanhas do
Sul, e na rebellião da Bahia de 1837 a 1838 e foi vogal do conselho
supremo militar. Era fidalgo cavalleiro da casa imperial, commendador
da oràem da Rosa e da de S. Bento de Aviz, oilicial da do Cruzeiro, e
condecorado com as medalhas de varias campanhas. Escreveu:
- Fiel, natural e circu1nstanciada exposição dos acontecimentos da
noite de 23 de junho de 1821 pela irregular reunião do 2° regimento
de infantaria da divisão de voluntarios reaes d'el-rei em seu proprio
acantonamento do Sêcco. Rio de Janeiro, 1822.
- Relatorio dos acontecimentos memol'aveis dos dias 13, 14,15 e 16
de março de 1838 na cidade da Bahia, mandado publicar pelo marechal,
etc. Bahia, 1838, 126 pags. in-4°- Este relatorio foi mandado publicar
pelo marechal Callado. Si não é delle, é a seguinte:
- Exposição dos successos do marechal, etc. Bahia, 1838, 38 pags.
in·4°.

João ChrispilD A.lves de LiID.a- Filho de João


Alves Chaves e dona Magdalena Luiza dos Anjos, nasceu em Vi-
anna, freguezia de Santa Maria Maior em Portugal, pelo anno de 1768,
e foi brazileiro pela constituição, tendo pugnado pela independencia do
Brl1zil com os mais exaltados. Fez os estudos necessarios para o estado
clerical em sua patria, recebendo ordens menores em Braga a 24 de
fevereiro de 1788 e, emigru,ndo em 1812 para o Brazil, dedicou- e na
provincia do Maranhão á ad vocacia e ao jornalismo - escrevendo;
-o Amigo elo homem: (publicação periodlca,). Maranhão, 1824 a
1827, in foI. - Occupava·se, ora de politica, ora de jurisprudencia e
sahiu de 17 de setembro daquelle anno a 26 de dezembro deste.
- A Banclurra: (idem). Maranhão, 1828 - Segundo afflrma J. Serra
nos seus «Bessenta annos dejornalismo», é da penna de JoãoChrispim o
- O Pa1'aqué : (idem). Maranhão, 1829 - 1830 in-fol.
- Espelho critico-politico da provincia do Maranhão por um habi-
tante da mesma provincia. r. Lisboa, 1822, 50 pags. in-4° - Jâ. dei no-
ticia deste escripto, tratando de João Antonio Garcia Abranches, a
quem Innocencio da Silva o attl'ibue. E' passiveI que fosse escripto
em collaboração por ambos, assim como sou inclinado a suppõr que o
fosse o Censo?' Mamnhense, de que sahlram alguns numeros depois da.
deportação .de Abranches (veja-se este nome),
JO

João Ohrispiniano Soares - Filho do major José


Soares de Camargo e de dona Ignez Joa.quina de Oliveira, nasceu em
S. Paulo no anno dF.l 1808 e falleceu a 15 de agosto de 1876, sendo pro-
fessor jnbilado da faculdade de direito de sua provincia, onde se for-
mara, do conselho de sua magestade o Imperador e commendador da
ordem da Rosa. Pobre e sem protecção alguma servira, antes de cur-
sar as aulas da faculdade, o lagar de porteiro do conselho geral da
provincia, de onde passou ao de porteiro da secretaria do governo; de-
pois, elevando-se por si mesmo, recebeu o gráo de doutor em 1835,
tendo recebido no anuo anterior o de bacharel, e sendo lente substituto
em 1836. Foi deputado provincial neste mesmo anno, deputado geral,
na setima legislatura pela provincia de Mato GroEso e na decima
terc~ira pela de S. Paulo. Presidiu aquella provincia em 1846, a de
Minas Geraes em 1863, e do Rio de Janeiro em 1864, sendo dahi
transferido para igual cargo em sua provincia natal. Escreveu:
- Tratado sobre as fontes de direito positivo para servir de intro-
ducção a um curso de direito patrio - Foi escripto com um collega
seu (veja-se Joaquim Ignacio Ramalho) e é dividido em tres partes:
Do direito em geral; Das fontes do direito, costumes, legislação e di-
reito scientifico; Fontes de direito patrio, domesticas e extranhas.
Esta obra ficou inedita.
- Regulamento pa~a a arrecadação da taxa dos legados e heranças
e dous por cento addicionaes. S. Paulo, 1865, in-8° peq.

João Ohrockatt de Sá Pereira de Castro-


Filho do doutor Eduardo de Sá Pereira de Castro, de quem já tratei, é
bacharel em mathematicas, sciencias physicas e naturaes, engenheiro
civil pela escola central. Tem desempenhado varias commissões, como
a de engenheiro fiscal das estradas de ferro União e Industria, e de
Leopoldina, a de examinar a estrada de ferro de Rezende á Areias, a
de engenheiro chefe da estrada de ferro de Jequitinhonha, ue inspector
geral das obras publicas de Minas, e agora é inspector geral das estra-
das de ferro. Escreveu:
- Tratado de hydraulica agricola. Rio de Janeiro, 1881, in-4° com
varias estampas intercalladas no texto - Foi publicado o lo fasciculo,
de 144 pags., com muitas figuras, em março, e não continuou a publi-
cação de mais sete ou oito por falta de meios, como declarou o autor
n'uma petição que dirigiu á camara dos deputados, solicitando um
auxilio para isso.
- Elementos de chimica agricola para uso das escolas normaes e
agricolas. Rio de Janeiro, 1884,96 pags. ín-4°.
JO 397

- Formulas geraes para o calculo das tarifas das estradas de ferro:


memoria apresentada ao congresso das vias ferreas do Brazil. Rio de
Janeiro, 1882.
- Estrada de (erro de Jequitinbonha : relatorio do reconhecimento.
Rio de Janeiro, 1882, 109 pags. in·4° - E' um relatorio com o reconhe-
cimento dos valies dos rios Jequitinhonha e Santa Cruz, apresentado ao
concessionario dessa estrada, a planta do porto de Santa Cruz e croquis
do reconhecimento que fez.
- .A estrada de (erro de ~cil.o ao S. Francisco: conferencia reali-
sada no club de engenharia a 25 de março de 1889 - Na Revista de
engenharia e industria, tomo 3°, US, 5 e 6, pags. 6 a 23.
- Relatorio apresentado ao Sr. ministro da industria, viação e
obras publicas pelo inspector gera.l de estradas de ferro, relativo ao
anno de 1892. Rio de Janeiro, 1893, in-4°.
- Relatorio, etc. relativo ao anno de 1893. Rio de Janeiro, 1894,
in-4° .
- Mappa do estado de Minas Geraes, contendo os do Rio de Ja-
neiro, Espirito Santo e S. Paulo, organisado pelo engenheiro civil, etc.,
de.senhado na escala. de 1-1,000,000 e impresso em sete côres.

João Claudino de Oliveira Cruz - Nascido no


anno de 1850, com praça no exercito a 19 de novembro de 1869, fez o
curso de engenharia militar pelo regulamento de 1874, é bacharel em
mathematicas e sciencias physicas, tenente-coronel do corpo de enge-
nheiros e exerce o cargo de director das obras milita.res de Pernambuco.
Escreveu:
- Guia de construcções. Recife, 1894 - Neste livro occupa-se o autor
da cODstrucção, das regras e preceitos a seguir, das empreitadas, fisca-
lisação, alicerces, parêdes, argamassa, esquadria, madeiramento e
telhado.

João Clünaco de Alvareng'a, Rangel- Natu-


ral da província do Espirito Santo, ahi falleceu com 68 annos de. idade
a 23 de j ulbo de 1863. Presbytero secular e formado em direito pela
faculdade de S. Paulo em 1833, arcipreste e vigario da vara. em sua
provincia, que elle representou, quer na assembléa provincial, quer na
geral, foi reputado como distincto tbeologo e orador sagrado. Occupou
tambem o cargo de director do lyceo e foi lente de latim. De seus
sermõas sã conheço:
- Discurso recitado no T~-Deum, que pelo anniversario da re-
generação politica do Brazil solemnisaram os patriotas da villa de
398 JO

Iguassu. Rio de Janeiro, 1834, 16 pags. in-4° - Foi tambem poeta e


delle vi:
- Cantata por occasião de installar-se a assembléa provincial de
1835 - No Jardim Poetico de José Marcellino Pereira de Vasconcellos,
tomo 2°, pags. 93 a 97. Neste mesmo livro ha ainda:
- Sonetos (doze) - pags. 11 a 38. O primeiL'o destes sonetos é
uma traducção paraphraseada das memoraveis palavras escriptas nas
paredes do Ol'atorio pelo infeliz Radcliff antes de ser levado ao patíbulo
a 17 de março de 1825 «Quid mim mors nocuit? Virtus post fi1ta vires-
cito Nec Sffive gladio perit illa tyranni. » No l° torno ou serie desta
collecção ha mais tees sonetos deste autor.

João Olilnaco Lobat.o - Filho do desembargador Ray-


mundo Filippe Lobato, de quem tratarei opportull::tmente, nasceu na
província do Maranhão a 6 de agosto de 1829. Bacharel em sciencias
sociaes e j uridicas pela faculdade do Recife, exerceu cargos de ma-
gistratura e out~os, como os de promotor publico, de juiz municipal,
procurador fiscal do thesouro, etc. Cultivou a litteratura amena desde
estudante, e escreveu:
- Ma?'ia: drama original brazileiro em tres actos. Pernambuco,
1851, in-8° - Foi escripto quando o autor estudava direito.
- A cigana brazileira: romanc~. Maranhãà, 1853, ÍD-So.
- O diabo: romance. Maeanhão, 1856, in-So,
- ll1ystel'ios da vitla de S. Bento - Foi publicado em folhetim no
Porto Franco.
- O rancho de pai Thoma::; ou a escravatura no Brazil: romance-
Começou a ser publicado no dito jornal, mas por ordem da policia, se-
gundo diz o autor, foí suspensa a publicação - E' uma obra em que e
refutam as idéas de miss stowe no seu livro «A Cabana de Pai Tho-
maz ». O dr. Lobato escreveu ainda muitos trabalhos litterarios que
não sei si foram publicados. Destes citarei:
- A douda ou ajustiça de Deus: drama em tres actos.
- O ouro : drama em tres actos.
~ A neta do pescador : dra~a em tres actos e seis quadl'os.
- Pal'angui?'a: drama brazilico em dous actos.
- O diabo: comedia em tres actos, exteahido do romance de igual
titulo.
- A mãi d'agua : comedia em dous actos.
- As duas fadas: comedia-vaudeville em um acto.
- O diabinho em meu quarto: comedia em um acto ~ O de.
Lobato collaborou no Constitucional, do Maranhão, recligido por
JO 399

João Francisco 80tero de 1851 a 1856, e no BeUo Sexo, de Per-


nambuco.

João Olodoaldo Moreira da Costa - Filho do


capitão Pedro Antonio da Costa e de dona Guilhermina Caodida Moreil'a
da Costa, nasceu na provincia da Bahia e sendo estudante do ter-
ceiro anno da faculdade de direito do Recife, escreveu :
- O amante myste~'ioso: drama em tres actos. Bahia, 1880, 60
pags. io-8° e mais 20 de dedicatorias, etc.

João Coelbo Gom.es - Filho de João Coelho Gomes, e


natural, segundo creio, do Rio de Janeiro, sendo negociante na praça
desta cidade, e membro do conselho director da companhia Ponta
d'Areia e dn. directoria do Banco do Brazil, escreveu:
- Parece?' da. commissão especial, nomeada pela directoria do Banco
do Brazil dentre os seus membros sobre a conveniencia de negociar-se
com os bancos Commercial e agricola e Rural hypothecario. Apre,
sentado á assembléa geral dos 81's. accionistas em 2 de abril de 1862.
Rio de Janeiro, 1862, 12 pags. in-4° - com T. C. Ottoni e F. J.
Gonçalves.

João Coelho Gom.es Ribeiro - Filho de José Coelho


Gomes Ribeiro e natural da cidade do Rio de Janeiro, é bacharel em'
sciencias sociaes e j uridicas pela faculdade de S. Paulo, entrou Da
magisteatUl'a com o cargo de juiz municipal e de orphãos de Baependy,
província de Minas Geraes, e escreveu:
-Reforma da magistra~um: esboço de um plano sobre o assumpto.
Cidade da Campan.ha, 1881, 63 pags. in-8° - O autor indica as bases,
pelas quaes, a seu ver, se deve fazer a reforma, e apresenta o esboço
de um projecto de lei Desse sentido,
- Promptuario do alistamento eleitoral ou indice alphabetico de
todas as disposições da lei, dos decretos, do regulamento, dos avísos do
governo, dos pareceres do conselho de estado, dos pareceres dai com-
missões de poderes da camara dos deputados e do senado, das portarias
de varias presidentes de província, das decisões dos tribunaes superiores
sobt'e o alistamento eleitoral até o presente (j unho de, 1885) com um
formulal'io completo e modelos para todos os actos. Aguas de Caxambú,
(1885) YIII-163 pags, io-4°.
-Homenagem a Vict01' Hugo. 40 anniversario. (Sem lagar e sem
data), 8 pags. in-4° de 2 cols.- Começa pelá poesia de Gomes Ribeiro
« O exilado de Jersey» de pugs. 2 a 5.
JO

-Diversões: poesias. Rio de Janeiro, 1890, in-8°.


- Ensaios constitucionaes. Baependy, 1890, in-8°- Contém e te livro
a constituição publicada pelo governo provisorio da republica com todas
as alterações por elle feitas, confrontada com o projecto da commissão
especial e de todos os mais projectos de constituição federal, publicados
até hoje no paiz, inclusive um do autor do livro, e finalmente, como
introducção, um estudo sobre as bases da constituição em parte jã.
publicado nas columnas editoriaes da Gazeta de Noticias.
- Classificação das leis e regulamentos ci vil e commercial. Rio de
Janeiro, 1894,264 pags. in-4° - E'uma reprodncção da summa das dis-
posições relativas ao processo em vigor desde as OrdenaÇÕes até o novo
regulamento do estado de Minas Geraes sobre a junta commercial. E'
dividido o livro em cinco partes: Ol'gãos da administração da justiça ;
Processo em geral; Cousas especiaes; Execuções; Recursos.
- Reforma da magistratul'a: esboço de um plano sobre o assumpto
-Redigiu:
- ..4.. Evolução: revista de politica, dil'eito e litteratura. Baependy,
1889-18\W.

João Ooelho Gonçalves Lisboa - Natural da pro-


vincia, hoje estado da Parabyb'l. e bacbarel em sciencias sociaes e juri-
dicas pel<l. faculdade do Recife. Escreveu:
- Sublimes Dea, a Sciencia (Segunda antithese da Terribilis Dea),
recitada no dia 12 de maio de 1880 por occasião da sessão solemne em
c.ommemoração do segundo anniversario desta sociedade, e publicada
por seus amigos. Recife, 1880, 15 pags. in-4°.

João Oordeiro da Graça' - Natural do Rio de Ja-


neiro e nascido a 29 de maio de 1850, é bacharel em sciencias physicas
e mathematicas pela escola polytechnica, professor interino de macbi-
nas à vapor na escola naval, sacio da sociedade de geographia do Rio
de Janeiro, do club de engenharia e do instituto de engenheiros civis
de Londres. Antes disto fez o curso da academia de marinha com
praça de aspirante em 1870 e serviu na armada, promovido á guarda-
marinhà em 1872, a segundo tenente em 1874 e á primeiro tenente
em 1878. Escreveu:
- Breve noticia historica do desenvolvimento da siderurgia, e es-
tatística de algumas fabricas da Europa e seu progresso nos Estados-
Unidos; colligidos e traduzidos, etc. Rio de Janeiro, 1883, XI-93
pags. in-fol. com tres e ts. - Foi antes publicado este trabalho no
Jornal do Commercio n'uma serie de artigos com o titulo Aço e ferro,
JO 401

e o governo considerou-o de tanta importancia e utilidade que man-


dou imprimil-o em volume especial.
- ReZatorio dos estudos mineralogicos e geologicos da província de
S. Pedro tio Rio Grande do Sul. Rio de Janeiro, 1883, in-4 0 •
- Tratado eZementat· de macLJinas â vapor - Foi publicado na Re-
vista de Engenharia e Industria. n. 6, pags. 6 a 18, ns. 7 e 8, pags.
5 e 28, etc. Não aífirmo que fosse publicado em volume.
- Ditrerentes especies de calç;<tmento. empregado ilas principaes
cidades da Europa e da America, e que podem encontrar applicação
entre nós.

João da Costa Brito Sanches - Official do exer-


cito, falleceu no posto de marechal reformado. Ignoro o logar de seu
nascimento, mas vejo seu nome no Almanak do Rio de Janeiro para o
anno de 1825, sendo então coronel. Escreveu:
- Confutação da Memoria descriptiva sobre o pretendido modo,
com que se estabeleceu em Moçambique o ystema constitucional, ou
provas da falsidade e injustiça com que o autor della intentou calum-
niar á João da Costa Bl'ito Sanches. Rio de Janeiro, 1822, 40 pagil.
in-4°, seguidas de 39 documentos.

João da Costa Ferreira-Presbytero secular, si não


na ceu no Brazil, como fui informado, devo considerai-o como brazi-
leiro, porque viveu no imperio na época, e depois da independencia.
Publicou:
-Poesias de clous amigos. Rio de Janeiro, 1816, 117 pags. in-4°-
São oll'erecidas ao governador de Minas Gerae • dom Manoel de Por-
tugal e Castro.

João da Costa Freitas - Brazileiro declara-se elle


no trabalho que passo a mencionf1.r. Nacla mais sei a seu respeito,
sinão que escreveu:
- B?'eves considemçõe sobre a farinha de mandioca, preparada
para pão, a qual foi apresentada na exposição nacional de 2 de
dezembro de 1861. Rio de Janeil'o, 1862, 16 pags. in-4 o-'Parece ficar
provado do estudo do autor que a farinha de mandioca substitue a do
trigo no fabrico do pão,

João da Costa LiJna e Castro - Filho do desem-


bargador João da Costa Lima e Castro, natural da cidade do Rio de
Janeiro, e nascidono
anno de 1855, é doutor em medicina, pela faculdade
26
402 JO

desta cidade e professor da segunda cadeira de clínica cirurgica, da


mesma faculdade. Escreveu:
- O secuZo 18", sua civilisaçã e suas tend~ncias: conferencia
publica, e:lfectua~ana escola de S. José em 14 de março de 1875.
Rio de Janeiro, 1875 - Era o autor estudante.
- Christo e a humanidade: conferencia rei ta no salão da Phenix
dramatica em favor das victimas da inundação de POl'tugal e de
Campos a 28 de janeiro de 1877. Rio de Janeiro, 1877.
- Vozes d'aZma: poesia ao centenario americano. Rio de Janeiro,
1877,6 pags. ín-8°.
- Das operações recZámadas pelas retenções de urinas; Do calor
em geral; Da autonomia da cellula ; Epilepsia: these apresentada li.
faculdade de medicina do Rio de Jalleiro, etc. Rio de Janeiro, 1877, 80
pags. iu-4°.
- Da infecção PU}'uZenta e da infecção putrida: these apresentada,
etc. para o concurso li. um lagar de substituto da secção de sciencias
cirurgicas. Rio de Janeiro, 1882,87 pags. in-4°.
- Da i.nfecção puruZenta - Na Gazeta Medica Bra::;ileira, 1882,
pags. 133, 171, 203 e segil.
- Saneamento da cidade do Rio de Janeiro. Replica aos pareceres do
Ministerio da Fazenda sobre o projecto dos drs. Hilario ele Gouvêa e
Lima e Castl'o, relativo ao saneamento do solo da cidade do Rio de
Janeiro pela drenagem profunda e calçamento estanque, seguido do
parecer da Intendencia Municipal sobre o valor hygienico do referido
projecto. Rio de Janeiro, 1890, 50 pags. in-8" e mais 8 do parecer que
é assignado pelo dr. José Felix da Cunha Menezes.

João da Costa Lillla Drulllond - Filho do com·


mendador Manoel de Assis Drumond e natural da cidade do Rio de
Janeiro, é bacharel em lettras pelo collegio de Pedt'o li, e bacharel em
sciencias sociaes e juridicas pela faculdade de S. Paulo, formado em
1888. Escreveu:
- A conspiração mineira: conferencia feita no lyceo de artes e
alicias. Rio de Janeiro, 1883.
- Discurso proferido na sessão solemne do Congresso academico no
uia 5 do corrente (julho) pelo bacharel etc., como representante dos
estudantes de direito. Rio de Janeiro, 1885.

João Oruvêll@ Oavalcanti - Natural elo Rio de


Janeiro, é bacharel em direito pela faculdade do Recife. chefe da rece-
bedoria do thesouro nacional, tenente-coronel honorario do exercito,
JO 403

cavalleiro da ordem da Rosa e condecorado com a medalha da


campanha do Paraguay, onde serviu. Exerceu varias commissões como
a de inspector na alfandega de Porto-Alegre e na de Pernambuco
e foi encarregado da numeração dos predios da capital do imperio.
Cursou a faculdade do Recife, quando ahi servia na alfandega.
Escreveu:
- No'oa r.tlmemção dos predios da cidade do Rio de Janeiro, orga-
nisada por ordem da Illustrissima Camara Municipal. Rio de Jn.neiro,
1878, in-4°- E' um volume de cerca de mil paginas.
- Relatorio apresentado pelo encarregado da nova numeração da
cidade, etc. Rio de Janeiro, 7<) pags. iu-4 com annexos.
- Relatorio do delegado fiscal do Rio Grande do Sul. Rio de Ja-
neiro, 1891,51 pags_ in-4°.
- ReLatorio sobre as fazendas de Santa Cruz e quinta da Boa-Vista.
Rio de Janeiro, 1892, 40 pags. in-4°.

João da Ounha - Nem por Barboza Machado, nem por


Iunocencio da Silva é dada sua naturalitlade ; tenho porém noticia de
que nasceu no Brazil. Presbytero secular, mestre em artes e vigario
da freguezia de Matuim, districto da cidade da Bahia, foi prégador e de
seus sermões publicou:
- Sermão de S. Theotonio na Sé de S. Salvador da Bahia na segunda
dominga da quaresma, estando o Santíssimo exposto e dando-se prin-
cipio á reedificação do templo. Li boa, 1675, in-4°.

João da Cunha LoboBarreto~ l° - Natural do Rio


Grande do Sul, falleceu em Porto Alegre, onde exerceu o cargo de
official-maior da secretaria do governo no regimen monarchico. Foi
muito sabedor dos acontecimentos politicas de sua província e cultor
da poesia. Nunca fez, porém, collecção de uas composições; publicou
apenas varias
- Cantos poeticos - em avulso por occasião de festas patrioticas.
Escreveu:
- Historia da revoluçcto ?-io-grandense de 1835 a 1845 - Este tra-
balho está inedito, e contém graude somma de documentos, qU9 podem
ser um dia aproveitados. Consta que se acha em poder do distincto
Jitterato rio-grandense Apollinario Porto Alegre e que este pretende
dal-o á publicidade.

João da Cunha Lobo Barreto~ 2°- Filho do pre-


cedente, nasceu em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, em 1853
404 JO

e ahi faIleceu a 1 de dezembro de 1876, sendo empregado da secretaria


do governo e sacio fundador da sociedade Ensaios litternrios. Cultivou
a litteratura dramatica e poetica, usando do pseudonymo Candido
Si!via e escreveu:
- Estrellas e diamantes: drama em tres actos - publicado na Re-
vista dos Ensaios litterarios. •
- O senhor Queiroz: comedia em tres actos-idem.
- Ef{eitos da aguat"dente : comedia- idem.
- Paginas sombrias: propaganda republicana - na Revista do
Parthenon litterario.
- Uma pagina da vida de dois estudantes. Crença e Scepticismo-na
mesma revista de jnlho de 1874, de collaboração com João Damasceno
Vieira Fernctndes, este sob o pseudonymo de Luciano de Aguiar, elIe
sob o de Candido Silvio.

João Custodio Coelho Pinto de Anehieta-


Conego em Minas Geraes e, talvez natul'al desta pl'ovincia, hoje
estado, onde foi inspector do vigesimo-sexto circulo litterario, e
escreveu:
- Vida do veneravel padre José de Anchieta, apostolo do Brazil,
servo dedic..'1.do de Maria, e Flores á Maria, compiladas e offerecidas aos
devotos da Immaculada pelo capellão, etc., em 1888, data do tl'iumpho da
igl'eja pelo 50° anniversal'io sacerdotal de Leão XlII e da extincção da
escravidão no Brazil. Marianna, 1888.
- Leituras uteis, oJierecidas aos delegacias e professores ele ambos
os sexos do 26° circulo litterario da provincia de Minas Geraes. Ouro
Preto (?), 1882.

João Cyrillo Muniz - Nascido na cidade de Funchal,


em Portugal, a :<:8 de janeil'o ele 1818, fallecen em Nitheroy a 2 de junho
de 1874, naturalisado hl'azileiL'o e professor de piano e canto. Vindo
com seu pai pam o Brazil em 1829, fez no conservatorio de musica do
Rio de Janeiro o curso das materias que leccionou depois, pertenceu
a varias associações, foi fundador da instrucção gratuita desta cidade
e escreveu:
- Breve compendio de musica, composto e dedicado á suas altezas,
a serenissima princeza a Sra. D. Isabel e a serenissima princeza a Sra.
D. Leopoldina. Rio de Janeiro (sem uata), in-4°.
- Novo methodo de canto e de vocalisação, adoptado no Conserva-
torio de Paris, contendo os exercicios apropriados a dar ii. voz força e
agilidade, conduzindo-a progressivamente a arte de cantar; seguido
JO 405

de uma escolha de vocalisações de difficuldade grad uada em um diapasão


pouco eievado, extrahido dos melhores mestres italianos, como Aprili,
Zingarelli, Crescentini, Danzi, Richini, CriveIli, etc. por Augusto
Andrade, compositor, professor de canto, membro da sociedade dos
concertos da escola real. Nova edição, publicada, revista e au-
gmentada por A. Gothes, Hamburgo, e traduzido em portuguez por
J. C. Muniz.

João Dabney de Avellar Brotero - Filllo do


conselheiro José Maria de Avellar Brotero e de dona Isabel Dabney, e
nascido no Rio de Janeiro a 24 de dezembro ele 1826, faIlaceu em
S. Paulo a 1 de setembro de 1859, doutor em direito e lente substi-
tuto da faculdade d~sta cidade. Foi á Europa depois de formado ba-
charel. Na legislatura geral de 1856 tomou assento como deputado
supplente, presidiu a província de Sergipe e estava nomeado para a
ela Parahyba qUlLndo morreu. Escreveu, além de suas
- Theses para u doutorado e para concurso na faculdade de direito
- que nunca pude ver, o seguinte:
- Codigo da instrucção publica. da provincia de S. Paulo, organisado
pela commissão composta dos elrs. A. J. RUJas, João Dabney de Avellar
Brotero e Diog'o de Mendonça Pinto - Foi publicado em seguida à
relação dos relatarias da. instrucção pubiica de 1853-1858. S. Paulo,
1858, in-4°.
- Instt'ucção para a execução do art. 12, § II do regulamento pro·
vincial de 8 de novembro de 1854, referente aos relatorios trimensae S
que deverão ser enviados à Inspectorin. geral de instrucção publica.
S. Paulo, 1860; iu-4°.

João Da:m.asceno Peçanha da lSilva- Filho de


Antonio José da Silva e natural da cidade do Rio de Janeiro, nasceu
em 1839 e na mesma cidade falleceu a 28 de setembro de 1893, sendo
bacharel em !ettras pelo collegio de Pedro II, doutor em medicina
pela faculdade do Rio de Janeiro e ahi lente' cathedratico de patholo-
g-ia medica, cavalleiro da ordem da Rosa, membro titular da academia
nacional de medicina, membro do instituto dos bachareis em 1ettra ,
do Instituto phu.rmaceutico, da sociedade auxiliadora da industria
nacional, etc. E creveu:
- Da angina tliphterica e do melhor methodo de a curar; Da hepa-
tite; Da. arthrite; Al': the e apresentada à faculdade de medicina do
Rio de Janeiro e sustentada em 25 de novembro de 1862. Rio de Ja-
neiro, 1862, in-4°.
406 JO

- Diagnostico differencial entre o cancro do estomago, a ulcera


simples e a inflammaç.'ío chronica do mesmo orgão: these apresentada,
etc., para o concurso a um lagar de oppositor da secção de sciencias
medICas. Rio de Janeiro, .1870, in-4°.
- Da escarlatina: these apresentada, etc., para o concurso a um
lagar de lente oppositor da secção de sciencias medicas. Rio de Janeiro'
1872, 67 pags. in-4°,
- Febres pe~'niciosas: these apresentada, etc. para o concurso á
cadeira de pathologia interna. Rio de Janeiro, 1875, in-4°.
- Memol'ia historica dos acontecimentos mais notaveis da faculdade
de medicint\ do Rio de Janeiro em 1880 - Não foi acceita pela con-
gregação esta memoria, porque o autor censura seus aoHegas por
fazerem conferencias na escola da Gloria, e ao governo por certas
nomeações de medicas estrangeiros.
- Trataclo das (ebl'es. Rio de Janeiro, 1886, in-4°- Depois de estudar
o paludismo, o autor trata das febres que são mais frequentes no
Brazil. O dr. Peçanha foi um dos redactores dos Annaes Bra::iliensis
de j}lIedicina, onde ha varias trabalhos de sua penna, dos quaes
mencionarei:
- Das convulsões na infancia - No tomo 25°, pags. 32,58,104, 144,
184 e 273 e seguintes.
- Ligeiras considerações sobre a memoria do Sr. D. A. Martins
Costa, intitulada« Pyogenia ou genese do püs no organismo» - No
tomo 26°, pags. 3,41,82, 121, 162,202,389, e 429 e seguintes.
- Natul'e::a da febre amarella - No tomo 28°, pags. 293, 325 e 357
e seguintes, De suas lições foi publicado o
- Resumo das lições professadas na escola de medicina pelo dr.
Peçanha da Si! va, sobre a febre em geral, por Eduardo de Menezes -
Na Rev:sta Academica, publicação quinzenal, ns. 1,2 e 3.

João DaU1asceno Vieira Fernandes-Filho de


José Vieira Fernandes e dona Belmira Vieira do Nascimento, nasceu
em Porto-Alegre, capital do Rio Grande do Sul,' a 6 de maio de 1853.
Cursou a escola, normal de sua provincia com o fim de seguir o magis,
teria publico, mas, obtido o di ploma, preferiu ser empregado geral.
Depois de ter servido ntt tlJesouraria de fazenda como praticante e
terceiro escripturario; na alfandega do Rio Grande como segundo
escripturario, e na mesa de rendas gemes de Pelotas como adminis-
trador, passou á Porto Alegre, em cuja alfandega exerce o lagar
de primeiro escripturario. Damasceno Vieira é um vulto distiucto
da litteratura patria. N'um artigo publicado no primeiro numero
JO 407

da Luva, orgão litterario e humoristico de Santos, de 17 de feve-


reiro do corrente anuo (1895), lê-se o seguinte: «Em Damasceno
Vieira triumpha o poeta; ao lado deste, o dramaturgo surge, des-
coberta a fl'onte .. ictoriosa; depois deste ultimo appareceu, sym-
patllicamente forte, o conteur delicado e fino, o chrouista polida-'
mente ironico, o escriptor, emfim, cuja penna, serenamente justa e
diamantina, tem scintillações esplencUdas de sol, faiscações oiIus-
cantes de metal brunido». E' socio do Instituto historico e geograpbico
brazileiro, do Parthenon litterario, e foi socio correspondente da
Associação dos homens de lettras do Brazil em sua installação em
1883. Escreveu:
- Ensaios timidos: poesias. Porto Alegre, 1872,238 pags. in-8°-
O livro é divicUdo em tres partes: Sala, Gabinete e Alcova, cujo
humorismo faz lembrar o ameno e gracioso poeta paraense Bruno de
Seabra.
- AU"oras do SuL Rio Grande, 1879, in-8° - E' um livro de
versos realistas, di vidido em duas partes: Musa moderna, e Dolores,
que é um poemeto.
- A musa moderna, poesias. Porto-Alegre, 1885, XXV-190 pags.
in-So - E' dividida em duas partes: Lutas e Consagrações, precedidas
de um juizo critico sobre a poesia, que diz eUe «de todas as bellas
manifestações da intelligencia é a que melhor tem assignalado a
marcha do espirito humano sob a alternada influencia dos tl'es ideaes
theologico, metaphysico e positivo.
- Hymno revolucionario ,'io-grandllrlse (mu~ica do hymno da revo-
lução de 1835) - Foi publicado na Reforma de 15 de novembro de 1891
e depois em folha avulsa.
- A nova geração. Aos alumnos do Atheneo brazileiro. Capital
Federal, lS92, I folba - E' uma composição poetica.
- A' C/tristovam Colombo: versos recitados nas festas promo-
vidas pelas sociedades italianas em Porto Alegre p:Lra solem-
nisar o 4° centenario da descoberta da America, 12 de outubro
de lS92. I folha - Depois foi reproduzido no livro «Sessão so-
lemne do Instituto historico e geographico brazileiro, celebrada a
12 de outubro de 1892, em commemoração do 4° centenario do
descobrimento da America e homena.gem á memoria de Colombo,
pags. 155 a 157».
- Exílio e morte: A' memoria de S. M. o Imperador D. Pedro II.
Porto-Alegre, lS92, 1 fl. in-4° - E' uma poesia em decimas rimadas
que foi reproduzida na Homenagem do Instituto historico e geographico
brazileiro á memoria de S. M. o Sr. D. Pedro II, pag. 767 e ainda, ha
408 JO

pouco, o foi no Diario de Santos de 17 de fevereiro de 1895. São della


os seguintes versos:

Salve, Pariz! Tu soubeste


Render um preito gentil
Nas homenagens que déste
A quem reinou DO Brazil !
Sal ve, Pariz ! terra ingen te
Onde o progres o fulgente
Distende as azas de 1uz 1
Cercaste d' honras e brilhos
O mais illustre dos filhos
Da terra de Santa Cruz !

Não morreu no Novo Mundo,


Na terra que o viu nascer!
Ferido de mal profundo,
Foi na Franç'l fenecer!
Não morreu ante as paizagens
Americanas - miragens
Que enchiam-lhe o coração!
Mas .. , idéa lisonjeira!
Teve terra brazileira
No leito de seu cab::ão !

- Escrinios : poesias. Porto Alegre, 1892,230 pags. in·8° - Divi-


de-se em duas partes: Escrinio da pbantasia, Escrinio do coração.
-A Orença. Ao real Club gymnastico portuguez. Poesia recitada
por occasião da representação de seu drama Arnaldo em beneficio da
familia do mallogrado general Antonio Ernesto Gomes Carneiro e das
victimas da revolução. S. Paulo, 1894, I fi. in-folio.
- Epinicio ao heroe rio-grandense. general Osorio, por occasião da
inauguração de sua estatua no Rio de Janeiro, a 12 de novembro de
1894. 2 fis. in-4°,
- A boneca de Lucia: peça em um acto - No Progresso Educador,
Anno l°, Rio de Janeiro, 1894, n. 5. E' uma lindissima composição
poetica, representada por duas meninas no Recreio dramatico por
occasião do festival escolar do Atheneo brazileiro Lem 25 de dezembro
de 1892.
- Poemetos e quadros: S. Paulo, 1894, ín-8°.
- Historia de um amo~': narrativa. Porto Aleg'l'e, 1876, 72 pags.
in-8° - E' um romance de costumes rio-grandenses.
- Echos de Paris (collecção de folhetins). Porto Alegre, 1886,
in-8°.
- Noites de verão (Vanda; As martyres; A dama branca; Lelia ;
Almerinda; O beijo da onda; O attentado; O primeiro arrufo; A
JO 409

jangada; O casamento de Sara; Amores hespanhóes; A' margem do


Rheno ) Porto Alegre, 1888, 198 pags. in-8 0 •
- Adetina: dl'ama em tres actos e dous quadros, repre entado pela
primeira vez no theatro Sete de Setembro do Rio Grande do Sul pela
sociedade dl'amatica particular Culto ao Progresso em 25 de outuhro
de 1879. Pelotas, 1880, 121 pags. in-8°.
- Arnaldo: drama em tres actos. Porto Alegre, 1886, in-8°.
- Amalia: drama em quatro actos. Uruguayana, 1889,122 pags.
in-So - E' em verso.
- A 1JO~ de Timdentes: scen", dramatica com uma apotheose
á Republica dos Estados Unidos do Brazil. Porto-Alegre, 1890,
16 pags. in-8°.
- Os gaúchos: comedia de costumes rio-grandenses em tres actos.
Porta-Alegre, 1891, m-8°.
- A família Pascoal: opereta italo-brazileira em tres actos, musica
do maestro Luiz Roberti, 1893 - Tem por assumpto a colonisação
italiana no Brazil.
- O centenario de Luiz de CamCíes em Porto-Alegre, ca,pital da pro-
vincia de S. Pedro do Sul, tlo BI'azil. Porto-Alegre, 1882, XX-213 pags.
in-4° - Este livro, além da introducção, que occupa as vinte primeiras
paginas, contém de Damasceno uma bella poesia de pags. 165 a 168.
. - Esboços litterarios: poesia e critica. Porta-Alegre, 1883, 217
pags. in-4° - E' sua estréa em critica litteraria e nem poderia ser
mais feliz essa estréa. O distincto 11tterato sergipano Luciano Car-
doso, n'uma carta dirigida ao redactor do Jornal elo Commercio de Porto
Alegre, publicada nesta folha, referindo-se a essa obra, assim se exprime:
«Achei-a mui criteriosamente escripta, sobre revestir-se de uma
fórma lindissima. Não póde o estylo ser mais fidalgo, nem os concei-
tos evidenciados por urna dicção mais aromatisada pelas violetas da
eloquencia. Eu subscrevo tudo quanto eUe disse acerca de qualquer dos
criticados. Si é que se approxima dessa men talidade primorosa, peço-lhe
de abraça:l'-lhe o vulto symp,tthico, por deducção do elevado espirita, e
oscular-Ihe com reverencia, na, curvatura de meus respeitos, o instru-
mento de OUI'O com que assenta no papel, por um modo tão seductor,
as idéas que conceben seu superior espirita.» .
- Atravez do Rio da Prata. Impressão de viagem. Porta-Alegre,
1890, 288 pags. in-8° - Este livro deu ao autor o titulo de sacio do
Instituto historico e geogl'apllico bruziJeiro. Damasceno Vieira tem col-
laborado em varias jOl'naes e revistas, usando em suas poesias humo-
risticas do pseudonymo Luciano de Aguiar e nos folhetins do de Renato,
e collabora, ha muito, eífectivamente no Jornal do Commercio de Porto-
410 JO

Alegre como poeta e folhetinista, sendo de seus escriptos ahi os dous


seguintes:
- O casamento de Sara: folhetim em 9 capitulas - no nUJl.ero
de 18 de março de 1884, occupando quatorze columnas.
- Nenia 1'ecitada na egreja de N. S. da Conceição por occasião das
exequias mandadas celebrar pelos empregados da Alfandega e Paga-
doria - E' um acrostico ao nome José Maria da Silva Paranhos e foi
publicado a 15 de dezembro de 1880. De outros periodicos apontarei:
- Lucia; Armando: contos - Nos Ensaios Littera1'ios, 1874.
- Por um retrato : comedia em um acto - Idem.
- Crença e scepticismo; Urna noite à bordo: contos - Na Revista
do Parthenon Litterario.
- Lucilia: pequeno roma.nce humorístico - No Mosquito. Sei que
tem promptos para dar á lume quatro volumes, que são:
- Floreios criticos: apreciações litterarias sobre poetas nacionaes-
São juizos já enunciados em folhetins e outros ainda ineditos.
- A Mulher do Consul : romance,
- Echos da America : poesias naturalisticas e sociaes - E' uma col-
lecção, reunida a muitas já conhecidas.
- Mosaicos: versos ligeiros e humoristicos - E' outra collecção de
que tambem alguns já foram publicados, com seu nome, ou com o pseu-
donymo Luciano de Aguiar, como: O usurario; Um casamento na roça;
Epistolas a Bibaculus; Na assembléa ; Feitiço contra o feiticeiro, en-
treacto comico entre tres persona~gens.

João Daniel - Ignora-se onde nasceu e em que anno ; tive


apenas informações de que nascera no Brazil e o contemplo neste
lagar, porque tambem o contrario ninguem disse ainda. Si não nasceu
no Brazil, os serviços relevantissimos que prestou-lhe, o estudo profundo
que fez das cousas que lhe dizem respeito, dão-lhe incontestavel direito
a iS50. Era jesuita, viveu muitos annos em missões pelo alto Ama-
zonas e pelos sertões <lo norte do Bl'azil, mormente do extincto estado
dq Maranh1í.o. No anno de 1757 sahira para Lisboa na nau Nossa
Senho1'a da Atalaia com mais nove jesuítas, sendo um delles o padre
Domingos Antonio, rei tal' do collegio do Pará, e alguns franciscanos e,
cnegando ã Lisboa, foi por ordem do Marguez de Pombal mandado
recolher como preso do estado á torre de S. Julião, onde faUeceu
ou foi assassinado, sem que nunca se soubesse o seu fim verdadeiro.
Escreveu:
- Thesouro descoberto no maximo rio Amazonas; dividido em seis
partes - As cinco primeira~ existem autographas na bibliotheca
JO 411

Racional do Rio de Janeiro; a ultima Lambem autographa na bibliotheca


de Evora, por o:1ferta do bispo dom Manoel do Cenaculo, e na livraria
ela extincta confraria de Jesus em Lisboa por cópia, faltando as estampas
a que se refere. Contém essa importante obra:
Parte la: Descripção geographico-historica elo rio Amazonas; seu
desc.obrimento, navegação e orig-em de seu nome; rios que recebe e
qualidade de suas aguas ; a melhor pesca" caça, cobras e alguns anti~
dotas; ilhas, lagos, peninsulas, etc., em 28 capitulas.
Parte 2°: Noticia dos indios, seus naturaes e de algumas nações em
particular; sua fé, vida, costumes e causas mais notaveis de sua rusti-
cidade; sua creação, desprezo ás riquezas, suas habilitações, guerras e
regimen ; noticia de alguns venenos mais notaveis da America, etc. E'
dividida em 21 capitulas, e foi publicada na Revista do Instituto, tomo 2°,
1840, pags. 321 a 364, 447 a 500 e tomo 30, 1841, pags. 39 a 158 e
282 a 422..
Parte 30.: Dá noticia da grande riqueza de suas minas de ouro, de
prata e de diamantes; da fertilidade e amenidade de suas margens;
de suas preciosas madeiras; de suas palmeir'as ; da multidão, variedade
e grande valor de seus haveres e de tintas especiaes. E' dividida elll
seis tratados e estes em 28 capitulas.
Parte 4": Trata da praxe de !;lua agricultura ao uso dos materiaes
indios; da praxe e da diversa agricultura que usam os naturaes do rio
Solimões e toda provincia de Minas; dos engenhos de assucar e feitorias
de aguas ardentes; ele suas emba.rcações ; das missões, sua fundação
e o que se refere ao governo e aos missionarias; do pastoreio do gado,
do modo de pescar, de fabricar louça, etc. Divide-se em 13 capitulas.
Parte 5°: Aqui se mostra nm novo e mais facil methodo de Sua
agricultura ; o melhor e mais util meio para extrahir suas riquezas ;
o modo mais breve para aproveitar e usufruir seus haveres, e para
mais prompta e facilmente effectuar-se a povoação e commercio. Divide-
se em oito tratados e estes em 59 capitulas, dos quaes o ultimo, que é
o terceiro do oitavo tratado, não está escripto ; apenas se menciona o
titulo, isto é: Da. preparação do chá, café, algodão e chitas. Desta parte
do Thesouro descoberto foram publicados sómente os quatro primeiros
tratados com 34 capitulas, sob o titulo:
- Quinta pal'te do thesouro descoberto no rio maximo Amazonas.
Contém um novo methodo para sua agricultura; utilissima praxe para
sua navegação, augmento e commercio, assim dos indios, como dos
europeus. Rio de Janeiro, J820, 156 pags. in-4o •
Parte 60. : Contém inventos uteis e curiosos para a melhor na-
vegação, fazendo prosperar todos os ventos ainda os mais ponteiros
412 JO

e contrarias e para fazer na calmaria boa viagem; nova invenção


para reprezar as marés, e para moerem fabricas e engenhos ele
motu continuo; algumas outras idéas de engenhos manuaes para
serrar madeira e fazer assucar, e muitos outros, não menos curio-
sos, que uteis a vida humana - E' dividida em 14 capitulas e foi
publicada na Revista do Instituto, tomo 41°, pags. 33 a 142. E'
uma cópia authentica do original da bibliotheca eborense, di:ll'erindo,
entretanto, o systema orthographico, pois que no original appa-
recem termos, ja de uma, já de outra fórma escriptos. Precede
esta ultima parte um antiloquio, em que o autor declara que escreve
para. (f. entreter o entendimento, na falta summa de todos os di-
vertimentos e de livros, e para disfarçar a falta de somno, ainda
do necessario nas noites.» Diz elle ainda: «Supponho que não
serão censurados estes novos inventos por nove lias, porque eu
não pretendo louvores e elogios dos leitores, nem premio ele in-
ventor nos principes, nem certidões de serviços nos magistrados:
basta-me o haverem-me servido de honesto divertimento em tanta
miseria ... » Nesta ultima parte do Thesouro descoberto ha algumas
figuras intercalladas no texto, e são notados os lagares em que
faltam outras. Parece que elle queria continuar, porque termina
com estas palavras: «Porém como se acaba o papel, e por outra,
estes inventos necessitam de se conferir, fiquem reservados para
melhor tempo ou para quem tem liberdade e nella commodidade e
instrumentos. »

Fr. João de Deus -Natural da cidade da Bahia, foi


franciscano professo no convento de 19uarassu a 18 de fevereiro
de 1732, leccionou theologia no convento do Recife e exerceu o cargo de
guardião no de Olinda. Foi distincto prégador, mas só se conhece o seu:
- Sernuío nas exequias do fi de li simo rei d. Joã,o V, prégado no
convento da villa de Sergipe do Conde - Foi impresso com outros no
livro Gemidos Seraficos. Com o nome de João de Deus houve dous
religimms prégadol'es, dos quaes ha sermões impressos, sendo ambos
nascidos em Portugal: o l° a 23 de fevereiro de 1618, tambem da
ordem seraphica; o 2° nascido a 23 de outubro de 1732, da ordem dos
eremitas calçados de San to Agostinho.

João de Deus do Rego - Filho de um magistrado.i a


fallecido, que foi juiz de direito de Obidos na provincia, hoje estado do
Para, nasceu neste estado, cultiva a poesia e escreveu:
- Primeiras rimas: poesias. Pará, 1888,208 pags. in-So.
JO 413

João de Deus de Souza Brag'a - Filho de José de


Souza e Silva Bl'aga e dona Adelaide Henriqueta Beaumont Braga e
nascido no Rio de Janeiro em 1841, é professor aposentado da in tru-
cção primaria do estado do Rio de Janeiro e empregado da caixa eco-
nomica e monte de soccorro. Cultivou a musica, compaz varias peças
que nunca publicou e
- Novo Methodo para piano. Rio de Janeiro, 1870,44 pags. in-fol.
- E' o primeiro methodo para piano, de autor brazileiro.

João Diniz Ribeiro da Cunha - Natural de Per-


nambuco, onde falleceu, ha annos, foi bacharel em sciencias' sociaes e
juridicas, formado em 1859 pela faculdade do Recife e, parece-me, em-
pregado na secreta.ria do governo provincial. Cultivou a poesia, publi-
cando algumas composições em jornaes e escreveu :
- Cantas e prantos. Peruambuco, 1856, in-8°.
- Discurso do orador da Sociedade propagadora da instrucção pu-
blica de Pernambuco na sessão magna anniversaria do Instituto archeo-
logico e geographico pernambucano a 27 de janeiro de 1874. Recife'
1874, 16 pags. in-8°.

João Diog'o. Esteves da Si!va - Filho de João Diogo


Esteves da Silva e natural do Rio de Janeiro, é doutor em medicina
pela faculdade desta cidade. Estabeleceu-se 11a muitos annos, na cidade
de Ubatuba, do actual estado de S. Paulo, onde tem prestado muitos
serviços, como os de delegado de hygiene. E creveu :
- Dos casamentos sob o ponto de vista hygienico; Do berne; Operações
reclamrtdas pelos tumores homorehoidaes ; Signaes tirados da voz e da
palavra: these apresentada á faculdade de medicina, etc. Rio de Ja.nairo,
1873, 52 pags. in-4° gr. - Pél.reCe-me que teve nova edição em Ig8l.
- A escola noct~wna do Atheneo Ubatubense. Breve noticia. Rio de
Janeiro, 1887.
- Discu1'so proferidos na inauguração da escola nocturna, gratuita,
fundada pelo Gabinete de leitura ubatubense e na distribuição dos pre-
mias aos alumnos e alumnas da mesma escola. Rio de Janeiro, 1889.
- Ubatuba medica: apontamentos de geographia, climatologia,
historia natural, historia e pathologia local do municipio de Ubatuba,
em S. Paulo. S. Paulo (~) 1891, in-8°- E' um livro dividido em quinze
capitulas, cada qual de mais interesse. O setimo capitulo, depois de
tratar-se da etymologia da palavra Ubatuba, contém noticias dos indi-
genas da localidade, da visita dos francezes, da confedera~ão dos
tamoyos, do Canhambebe, Stadem, e Iperoig (Ubatuba).
414 JO

João Diogo StllrZ - Natural da Prussia e brazileiro por


naturalisação, nasceu no anno de 1800 e fallaceu em avançada idade,
sendo cavalleirv da ordem da Rosa, socio do Instituto historico e geo-
graphico brazileiro, etc. Residiu por algum tempo no Rio de Janeiro,
depois na Bahia, donde passou á Europa e foi consul geral do Brasil na
Prussia sempre dedicando-se a emprezas uteis á sua patría adoptiva.
Em 1851 foi nomeado commissario do Brazil na exposição geral da
industria em Londres, recebendo as instrucções respectivas a 20 de
janeiro. Escreveu:
- Etfei/os beneficos das machinas e do combustivel, como do aper-
feiçoamento dos meios de transporte sobre a prosperidade das nações.
Rio de Janeiro, 1835, in-8°.
- Etfeitos das machinas e suas vantagens na riqueza publica e
necessidade de sua introducção no Brazil. Rio de Janeiro, 1835, 50 pags.
in-4°.
- A review financiaL statical & commercial of the Empire of Brasil
and its resources; together with a suggestion of the expediency and
mode of aclmitting brasilian and other foreign sugars into Great-Bri-
lain for refining and exportation. London, lS37, in-8".
- Memoria sobre diversos ramos da agricultura, commercio e in-
dustria, otrerecida á assembléa provincial da Bahia. Bahia, 1846,72
pags. in·fol.
- Emigmção para o 'Brazil - Na Revista , Americana, jornalllos
conhecimentos uteis, tomo 20 , Bahia, 1847-1848, pago 38 e seguintes.
- Neto Beitrage über Brasilien und die La Plata-Lander von
J. J. Sturz. Berlin, 1865, in·8°.
- Die deutsche Auswanderung unll die Verschleppung deutscher
Auswanderer. Berlin, 1868, ín-So.

João Duart.e Lisboa Serra - Filho do commendador


Francisco João Serra e de dona Leonor Duarte Serra, nasceu em Itapi-
curd, provincia do Maranhão, a 31 de maio de 1818 e falleceu a 16 de
abril de l855. Bacharel em mathematicas, e em sciencias physicas e
naturaes pela universidade de Coimbra, onde teve por contemporaneos
seu patricio A. Gonçalves Dias e o bem conhecido litterato portuguez
João de Lemos, foi inspector da thesouraria provincial do Rio de Janeiro;
presidiu a provincia da Bahia e representou sua província natal na
sessão legislativa de l848 em substituição do doutor Joaquim Franco
de Sá, e na legislatura de 1853 a 1856, que não chegou a ver termi-
nada. Foi um dos fundadores da sociedade de estatistica, socio do Insti-
tuto historicó e geographico brazileiro e cultor fervoroso das lettras,
JO 415

principalmente da poesia, desde os bancos academicos, época em que


foi collaborador da CM'onica Littet'aria de Coimbra. Escreveu:
- Subindo pelo Vouga: poesia - que publicou com muitas outras
na Revista Academica de Coimbra, 1839, e vem reproduzida no Pan-
theDn Maranhense, tomo 2·, pago 177 a 179.
-No cemitel'io dos christãos: elegia - escripta ao visitar o tumulo
de sua irmã, fallecida um anno antes, achando-se eIle em Coimbra-
Vem no «Tributo de saudade» à memoria de sua suspirada irmã, dona
Leonor Francisca Lisboa Serra, publicado no Maranhão em 1842, e no
dito Pantheon, tomo 20, pags. 180 a 186. Na primeira edição é prece-
dida das seguintes palavras: «Em qualquer parte em que me asyle, no
labyfinthico tumultuar das córtes ou no placido remanso da natureza;
no centro risonho da prosperidade ou á braços com a feia adversidade,
oh! nunca este dia deixará. de ser para mim - consagrado á mais viva,
á mais pung'ente saudade, nem os meus suspiros, convertidos em'ardentes
preces, deixarão de subir ao throno de Deus I ))
-Um adeos aos meus amigos. Coimbra, 1841- E' uma poesia em
sua retirada da universidade.
-Domine, exaudi orationem meam - E' a sua ultima composição
poetica; é uma internecedora prece, partida de um coração de pae
estremecido á lembrança cruel de deixar seus filhos orphãos, escripta
pouco antes de morrer, publicada no Correio Mercantil, e depois na.
Selecta brasiliense de J. M. P. de Vascollcellos, e no Pantheon citado.
Começa assim:

Morrer tão moço ainda! quando a.penas


Começava a pag-ar á patria. amada.
m esca.sso tl'ibuto que devia
A' seus doces extl'emos ...

Morrer, tendo no peito tanta vida,


Tanta idéa na mente, tanto sonho,
Tanto afan de sel'víl-a, c!l.minhando
Ao futuro com ella .. ' .

Si ao menos de meus filhos eu p'udesse,


Educados por mim legar o exforço !...
Mas ah! que os deixo, tenras f1oresinhas,
A' mel'cê dos tufões!. ...

- A.' sua magestade imperial o senhor D. Pedro II em o seu anni·


v ersal'io de 2 de dezembro de 1844 - Vem na .J..linenJa Brazilei?'a, vol. 3·,
pags. 75 a 77. Ha tambem impresso, de sua penna, um relatorio de
fazenda, em 1854.
416 JO

João Duarte Peixoto Franco de Sã - Natural do


Maranhão, falleceu em Pernambuco e foi professor ela, escola normal.
Escreveu:
- Relataria acerca ela primeira festa popular elo trabalho ou expo-
sição maranhense de 1871. Maranhão, 1872, 77 pags. in-8~ - Teve por
companheiros o elr. A. Ennesele Souza a quem coube a parte soore
mecanica, a Ricardo Ernesto Ferreira ele Carvalho (veja-se este nome)
que se occupou da secção artistica. A' Franco ue Sá coube a secção
agricola.

João Egyclio de Souza Aranha - Natural de São


Paulo e bacharel em sciencias sociaes e juridicas pela faculdade deste
estado, formado em 1872, cultiva a poesia e escre\-eu:
- Ephemeras : poesias clispersas. Campinas, 1887.

João Elisiario de Carvalho Monte-Negro-


Filho de Sebastião José de Carvalho Monte-Negro e clona Maria Caro-
lina Marcia de Souza, nascido em Nova-Louzã, Portugal, a 24 de ju-
nho de 1824, veiu para o Brazil muito criança, aqui dedicou-se ao com-
mercio e fundou uma fazenda modelo pelos processos agricolas nell~~
empregados, de trabalho livre, com o titulo de Nova Louzã, na antiga
pl'ovincia de S. Paulo. Fundou uma u.ula para os empregados analpha-
betos dessa fazenda, uma bibliotheca e um 110 pital na villa de seu
nascimento. E' commenelador da ordem de N. S. ela Conceição da
Villa Viçosa, é membro da sociedade de geograpbia de Lisboa, da asso-
ciação dos jornalistas e escriptores portuguezes e de outras" Escreveu:
- Regulamenta ou estatutos para n. colonia Nova Louz1i - Para
discutirem seus direitos e obrigações convidou o autor todos os empre-
gados da colonia.
- Mema?'ia sobre a fundação e estado actual da colonia Nova-Louzã.
S. Paulo (1), 1870, 54 pag . in-4°.
- Opuscula sobre a colonia Nova-Louzi1, etc. Campiuas, 1872, 37
pags. in·4°.
- Calanias Nova·Louzã e Nova Colombia. Relatorio apresentado ao
Exm. Sr. Dr. presidente da provincia de S. Paulo em 6 de fevereiro
de 1875. S. Paulo, 1875, 81 pags. in-4° com um mappa e varias
quadros - A segunda destas eolonias é propriedade de Manuel de
Almeida Barbosa.
- Relatm'ia sobre a eolouias Nova-Lauz5. e Novl1 Colombia, n.pre-
sentado, etc., em 31 de dezembro de 1875. Rio de Janeiro, 1876, io-4°
- Ha outros trabalhos iguaes, pmltei'iormente escriptos.
JO 417

João Elisio de Oastro Fonseca - Natural de


Santa Catharioa e dou tal' em scieucias sociaes e i uridic'l. pela facultlade
do Recife, à lente do quarto anno do curso de sciencias juridicas da
mesma faculdade e escreveu :
- Theses e dissel'tação apresentadas á fi.leuldade de direito do Recife
para obter o gr.io de doutor, Recife, 1837 - O ponto da dissertação à
este: Todo o uso é susceptivel de modilicllr as consequencias regulares
dos factos juridicos ~
- Theses e di3sel'taçc1o aprasentadas par.l. o concurso, etc. Recife,
1877 - Eis o ponto da dissertação:' A sciencia justifica a dilferença
estabelecida entre os principias que regulam a guerra maritima e a
conti,nental ~
- Theses , dissertaçeto, etc. Recife, 1887 - Dissertação: Qual o fun-
damento juridico da propriedade?
- Theses e dissertação, etc. Recife, 1888 - Dissertação: A adopção
estabelece entre o adoptante e o adoptado os mesmos direitos que
competem ao p'ae e filho legitimQ?
- Theses e dissertação apresentadas, etc. Recife, 1889- Disser'tação:
A. interpretação doutrinal tem lagar em todas as leis.
- Programmas de ensino da 28. e 4" cadeiras da.(" serie do curso
juridico (pratica forense e processo) para os annos de 1891 e 189.3.
Recife, 2 vaIs., 7 e 35 pags. in:8°.

João Ernesto Viriai;o de Medeiros - Natural da


provincia do Cea,rà, nasceu em 1827. Com praça no exercito em 1843,
fez todo o curso da antiga academia militar, onde recebeu o gráo de
doutor em mathematicas ; serviu no corpo de engenhoiros até ao posto
de capitão, do qual pediu demi:ssão em sua volta ele uma viagem que
fizera á Europa em commissão do governo em 1866; desempenhou
durante sua vida militar e depois varias commissões quer do ministerio
da guerra, quer do ministerio do imperio e da agricultura; foi, final-
mente, eleito deputado por sua proviucia em 1867, e á legislatura de
1878 ao 1881 e, neste ultimo anno, escolhido senador pela mesma pro-
'Vinda. E' cavalleiro da ordem de S. Bento de Aviz e escreveu:
- Dissel'taÇao sobre o methodo dos limites e dos infinitamente pe-
quenos, apresentada pari1 obter o grào de doutor em mathematicas e
sustentada. perante S. M. o Imperador em 27 de fevereiro de 1850.
Rio de Janeiro, 1850, in-4°.
- Estradas de {erro para Minas Geraes, Aos Exms. Srs. senador
Theophilo Benedicto Ottoni e conselheiro Christiano Benedicto Ottoni.
Rio de Janeiro, 1865, in-8° - E' um opusyulo (lue o autor publicou ao
~1
418 JO

partir para a Europa e á qJle o conselheiro C. Ottoni respondeu


com outro 0pusl.:ulo sob o titulo «Um brazileiro em LoneIres». (Veja-se
Christiano Benedicto Ottoni.)
- Estrada de fe?'ro de Porto Alegre á Uruguayana. O Ministerio da
Agricultura e o eng-enheiro Viriato de Medeiros. Rio de Janeiro, 1877,
40 pags. in-8° - São escriptos já publicados na imprensa do dia, que
foram contestados n/um opusculo, publicado com igual titulo. Rio de
Janeiro, 1887,80 pags. in-8°.
- Ponderações sobre a memoria do dr. AnJré Rebouças« A sêcca
nas provincias do norte». Rio de Janeiro, 1877, 50 pags. in-4°.
- Limites entre o Ceara e Piauhy: discurso recitado na camara dos
srs. deputados em 18 de agosto de 1880. Rio de Janeiro, 1880, 23 pags.
in-So.

D. João Esberard, Arcebispo do Rio de Janeiro-


Oriundo de familia franceza e nascido em Bat'celona. a 10 de outubro
de 18i2, veio muito criança com seus paes -para o Brazil e fez sua
primeira educação na cidade de Campos. Presbytero ~ecLllar, leccionou
latim no seminario de S. José, onde estudou, e philosopbia no colleg-io
de S. Luiz do padre Jourard e exerceu o cargo de capellão das freiras
de Santa Tllereza. Tendo-se pronunciado por occasião da questão re-
ligiosa em favor do Syllabus e das preteoções da curia romana, e indo
depois a Roma, pelo papa foi nomeado múnseohor do solio pootificio, e
mais tarde bispo de Gerra e coadjuctor da diocese de Olinda, sendo sa-
grado no seminario do Rio Comprido a 29 de setembro de 1890. Por
transferencia do bispo dessa diocese, o Conde de Santo Agostinho, para
a do Rio de Janeiro, passou eUe a occupar a cadeira episcopal e, lle~a
elevação do bispado do Rio de Janeiro á prim~ira Me em 1893, foi
nomeado seu primeiro arcebispo. E' camareiro secreto do actual pon-
tifice, membro da arcadia romana e do Iustituto historico e geogra-
phico brazileiro. CoUaborou no Apostolo e na E"a N"ova, do Recife; foi
fundador e um dos redaclores do
- B,'azil " or~ão constitucional. Rio de Janeiro, 1873, in-fol. - e
escreveu:
- As delicias da piedade: tratado sobre o culto da Santissima Vir-
gem, seguido de uma confereocia sobre o culto dos santos pelo padre
Ventura de Raulica. Traducção do francez. Rio de Janeiro, 1867,
243 pags. in-8°.
- A ig?'eja catholica e o ·Sr. bispo diocesano e o maçonismo. Rio de
Janeiro, 1872, 79 pags. io-::\o.
- Estudo sobre a mac:oqal'ia por monsenhor Dupanloup, bi po de
.to 419

arIeaos ; traduzido, offet'6cido e dedicado aos venerandos pregadores


da fé o... bispo de a linda e o. .. bispo do Pará. Rio de Janeiro, 1875,
146 pags. in-8°.
- O dogma da infallibilidade por monsenhor SeguI', traduzido, etc.
Rio de Janeiro, in-16°.
- Questrio «Ue, missa est », Rio de Janeiro, 1884.
- C,'eação d; uma faculdade de scienciu.s religiosas; sua organisa-
ção e plano de estuLlo. Rio de Janeiro, 1884, 14 pags. in-fol. - Vem
no livro < Actas e pareceres do Congresso de instrucção ». Rio ele Ja-
neiro, 1884.
- A obra da santa infancia no Brazil : relatarias, etc. 1886, 1887.
Rio de Janeiro, 1887, 60 pags, in-8°o
- A Rosa de OtWO ou o mimo de S. Santidade o papa Leão XlII à
S. Alteza a Princeza imperial regente por occasião da lei de 13 de maio
de 1888, extinguindo a escravidão no imperio. Estndo historico e lithur·
gico da Rosa nuren.o Rio de Janeiro, 1888, 161 pags. in-So - a autor
faz ver qne a I asa de ouro não e uma condecoração, como se suppõe,
mas « um dom insigne, um presente extraordinario que os Snmmos
Pontifices oifertam ora á cathedraes, ora a soberanos, ora a princip~s
illustres, ou a personagens julgados benemeritos da San ta Sé». De
suas pastoraes apenas conheço ;
- Da igreja e de sua divina missão: carta pastoral saudando
seus diocesanos (da diocese de Pernambuco), Rio de Janeiro, 1891,
158 pags. in-8°.
- Do chefe da ig"eja e sua acção social: carta pastoral, saudando
seus diocesanos (do Rio de Janeiro). Recife, 1894, 200 pags. in-8°-
Tem sido reproduzida em varias jornaes e revistas como o Jornal
do Commel'cio e o Apostolo,

.1'oão Es:taniE!lláu da Silva Lisboa ~ Filho de paes


brazileiros, nasceu em Calcuttá, capital da Iudia ingleza, pelo anno de
1820 e fallecau em dezembro de 1878 na Bahia" onde viveu sempré, deu·
se ao magisterio, leccionando varias materins e, nos ultimas annos de
sua vida, dirigiu um collegio de educação. Em sua mocidade, possuido o
de paixão amorosa, assassinou uma int.eressante joven com uma pistola,
invadindo o lar domestico em pleno dia, porque essa joven não lhe quiz
acceitar a mão de esposo; foi por isso processado e cumpriu sentença,
Escreveu:
- O lav1'adOl' lJ?'atico da canna de aSsncal' : obra que cantem uma
noticia completa do cultivo e manufactura desta planta, segundo os pro-
cessos mais recentes e aperfeiçoados, sendo o resultado de dezeseis annos
JO

de experiencia; composta em inglez por L')onardo Wl',..g e trc1.nsladaJa


para o POf'tuguez, etc. B:1hia, 18;)8, 479 pags. in-So, com estampa3.
- Atlas elementa," de geogrltpllia para uso das es~olas primarias,
approvado pelo con3elho de ilBtrucção publica da Bahia e adoptado pelo
gOyel'nO da mesma provincia. B.1hia, 1877. in-4°.

João E vangelista Braga - Natural, segundo me con-


sta' da provincia de S. Paulo, e conego d:1 cathedral, foi vigario da
freguezia da Lapa, na prJvincia, hoje estado do P:1raná, tendo paro-
chiado a da Ponta Grossa, e tendo antes disto servido o cargo de director
espiritual do seminario de S. Paulo. Escl'eveu :
- Novo me,; do Sagrado Ooração de Jesus. Rio de Janeiro, 1882.
- DiscU1'SO que pronunciou na cathedral de S. Paulo por occasião
do jubileu do S~1l1to Padre. S. Paulo, 1893.
- Ode aos alumnos do episcopal collegio menor por occasião da
soJemne distribuição dos premias a 20 de dezembro de 1892 - No Apos-
tolo de 25 de janeiro de 1893.

João Evangelista de Faria Lobato - Natural


de Minas Geraes, onde nasceu em 1763, ahi falleceu a 25 de j unho de
1846. Baclt:1rel em direito pela universidade de Ooimbra, depois de
estar algum tempo em Lisboa, veio exercer a profissão ele advogado
n:1 provincia de seu nascimento e, á instancias do governador Marquez
de Barbaccna, exerceu o cargo de thesoureiro pagador das tropas. Foi
juiz de fóra de Paracatu, depois do Serro Frio onde introduziu a cul-
tura do inhame, e foi desembargador da relação de Pernambuco. Depu-
tado a constituinte brazileira, foi eleito·senador na instituição do se-
nado. Amigo dedicado de d. Pedro I, com este principe cooporou muito
efficazmente para a independencia do Brazil, sendo por elle incumbido
de ir aS. PiLUlo buscar José Bonifltcio para organisar o primeiro mi-
nisterio e apresentando para o serviço <las armas quatro filhos que,
alias, e<lucara para carreira di versa. Era commendador da ordem de
Ohristo e escreveu:
- Memoria acerca do critico estado em que se achavam o com~
mereio e a fortuna de multas familia.s da comarca de Serro-Frio
com o desapparecimento dos bilhetes de permuta de ourOj assigna..
lando medidas adaptadas il. extincção desse estado - Não sei si
esta memoria foi impressa. Elia foi transladada por João Innocencio de
Azeredo Ooutinho, depois empregado no arsenal de guerra. da corte
e enviada ao go\'erno, de quem mereceu distincta attenção e :\co-
lhimento.
JO 421

João Evangelista de :M:oraes Sarmento-


Autor já fallecido. de quem nenllUma noticia obtive. Vejo n'um catalogo
de Garnier a seguinte publicação de SU:l. penna:
- Poesias colligidas por varias amigos seus, revistas pelo autor :lnles
de sua morte a dadas ti. I uz por :llguns admiradoras. Rio de Janeiro (1).

João Evang'elista Rangel- Natural do Rio de Ja-


neiro, segundo me consta, fa!leceu a 14 de outubro de 1849, sendo ci-
rurgião formado pela antiga. escola medico-cirurgica desta cidade, e
membro titular da imperial academia de meJicina de3ue sua fundação
com o titulo de Sociedade de medicina. EscI'eveu :
- Memoria sobre o tetanr, conhecido debaixo do nome ue opistho-
lomos-Foi publicada na Revista Medica Fluminense, tomo 2", 1836,
paga. 337 a 358, 378 a 398, 450 a 460, e tomo 3e pags. 16 a 31, e pags.
52, 92, 154 e 175 e segs.

João Evangelista dos Santos Castro - Nascido


na. provincia da. Bahia, ahi fez o curso de sciencias ecclesiaslicas, recebeu
ordens de presbytero e, sendo coneg-o da sé metrupolitana, renunciou
a cadeira, e veio para o Rio de Janeil'o, onde foi nomeado vigario
encommendado de Cantagallo. Fundou em sua provincia. a devoção do
Sagrado Coração de Jasui', erigin io um m~nifico altar na catheural
e escreveu:
- Guia da devoção do Sagrado Coração de Jesus; composto por um
sacerdote desta diocese, approvado pelos Exms. e Rvms. Srs. Arce-
bispo da Bahia e Bispo de Cuiabá, 1878, 150 pags. in-8".

João Evangelista Sayão de Bulhões Oarva_


lho - Natural do Rio de Janeiro, bacharel em sciencias sociaes e
juridicas pela faculdade do Recife e doutor pela de S. Paulo, represen-
tou o Rio de Janeiro na vigesima legislatura de 1886 a 1889, é advo-
gado na capital federal, lenle da faculdade livre de scieucias sociaes,
membro do I03tituto da ordem dos advogados brazileiros e presidente
da commissão de red cção da
- Revista do Instituto da ordem dos advogados brazileiro3. Dou-
trina, legislação, jurisprudencia, bibliographia, chronica e expediente.
l-do de Janeiro, in-8° - Esta revista eslà em 15° volume. O primeiro
presiuen te da com missão de redacção em 186Z, foi o dr. Agostinho Mar-
ques Perdigão Malheiros. Escrcl'eu:
- Dissertação e theões npresen tadas á faculdade de direito de
S. Paulo para obter o gráo de doutor em sciencias sociaes e juridicas.
422 JO

S. Paulo, 1875 - O ponto da dissertação é: O herdeiro que prefere


ficar com ós bens que recebeu em dote, não é obrigado a collação 1
- Theses e dissertação aprosentadas a faculdade de direito de
S. Paulo, etc. Rio de Janeiro, 1878 - Ponto da dissertação: Os illter-
dictos possessorios são direitos reaes ou pessoaes 1
- Gamara dos Srs. deputados. Discurso proferido na sessã.o de 4 de
outubro de 1886. Rio de Janeiro, 1886, in-8°.

João E-vangelista de Souza e Silva - Foi presby-


tero secular, natural de Portugal e brazileiro por adoptar a indepen-
dencia. Escreveu:
- O impostor desmascal-ado. Rio de Janeiro, 1826, 13 pags. in-fol.-
Refere-se ao padre Domingos Cadavilla Vellozo e a denuncia dada por
este de ter sido convidado pelo presidente ela junta civil do Maranhão
afim de cooperar para adopção do systema republicano. Publicaram-se
por essa occasião varios escriptos pro, e contra Cadavilla. (Veja-se
Domingos Oadavilla Vellozo.)

João Fanfa nibas - Filho de João Furtado Faufa e


dona Maria José da Silva Fanf,t Ribae, nasceu na cidade de Port~­
Alegre, capital do Rio Grande do Sul. Tem collaborado para a
Gazeta Serrana e Atirara da Serra, da Cruz Alta; para o Taqua-
'-iense, de Taquary; para o AthZeta e Gazetinha de POl'to-Alegre, e
escreveu:
- Faiscas: versos. Porto-Alegre, 1893, 122 pags. in-8° - Divide·se
o livro em duas partes: Amorozas e Miscellanea.

João Fernandes de Lima Côrtes - Natural da


Bahia, deu-se ao magisterio e foi o examinador da faculdade de medi-
cina; depois, passando ao Rio de Janeiro, foi professor do collegio
Abilio, em Barbacenl\. Escreveu:
-Modo ele medir as odes de Horacio. Bahia, 1879, 42 pags. in-8°.
- Resumo da grammatica. portugueza. Pontos de portuguez, se-
gundo o novo programma de exames. Rio de Janeiro, 1888.
- LeZio ou o tratado sobre a amisade por M. T. Cicero; vertido do
latim para o Pol'tuguez. Rio de Janeiro, 1888.

João F~rnandes Lopes - Nascido em Portngal, mas


actualmente cidadão brazileiro, foi em Pel'llambuco negociante de
fazendas, depois gerente do banco de credito real, e fundador e presi·
dente da socieqade ~ ~eflnaçã.o e disWlaria per~ambqcana », gqe ainqa
JO 423

hoje funcciona sob sua direcQão. E' memhro da sociedade de agricultura


de Pernambuco, homem laborioso e tem pll.blicado alguns trabalhos,
como:
- Cololtias industriaes, de3tinadas á disciplina, correcção e educação
dos vagabundos regenerados pela hospitalidade e trabalho, ou exemplo
fecundo das medidas preventivas contra a mendicidaile e vng[tbun-
dagem, empregadas na França, Suecia, All manha, Bollnnda, Ingla-
terra e Estados-Unidos por meio d regulamentos até 1889. Recife,
1890 - E' um apusculo, sobre colonias destinadas a proteger as classes
necessitadas, assim como acabar com a vagabundagem, corrigir e chamar
ao trabalho individuas Que pesam á sociedade.
- Plantação do cafeeiro - Acha-se no fim do relatorio annual da
sociedade «Auxiliadora da agricultura de Pernambuco », sendo apre-
sentado na sessão de 4 de julho de 1874 pelo gerent~ Ignacio de Barros
Barreto.

João Fernandes Tavares~ Visconde da Ponte Ferreira,


de Portugal- Filho de Manoel Fernandes Tavares, nasceu na cidade
do Rio de Janeiro á 27 de dezembro de 1795 e falleceu a 17 de agosto
de 1874. Destinado ao estado ecclesiastico, e só accedendo á vontade de
sua mãe, fez alguns estudos para isso e recebeu a primeira tonsura;
mas sendo-lhe impossivel vencer a força que des3e estado o afastava,
abandonou a casa de seus paes em ltaborahy e veio procurar um tio,
negociante na côrte, a quem expoz o desejo que tinha de estudar me·
dicina. Este, dando-lhe um emprego em sua casa commercial, com cujo
ordenado podia estudar os preparatorios que lhe faltavam, mandou-o
depois á Paris, onde bacharelou-se em lettras, e formou-se em medicina.
Foi medico da imperial camara, em cuja qualidade acompanhou á serra
da Estrella a princeza dona Paula, então gravemente doente, e tratou
por duas vezes o primeiro imperador que lhe deu umo. pensão de 800$
o,nnuaes e a quem sempre acompanhou em suas viagens e até em sua
retil'llda por occasião de abdicar o, eorôa do Brazil, sem entretanto que·
rer acceitar do governo Pol'tuguez gratificaçl10 alguma, mas apenas
com os vencimentos de cirurgião do hospit:ll militar do Rio de Janeiro,
de que obtivera uma licença por dous annos. Dom Pedro I lhe dissera
em sua, partida para Europa: «minha vida depende da continuação
de seu tratamento, e eu espero que não será daquelles que me abandonem
na desgraça. ~ Naturali~ando-se portuguez, depois do sitio do Porlo,
foi nomeado inspector geral de saude do exercito portuguez, e ainda
presidente da commissão de saude dos portos, physico-mór do reino, do
coq~elho da ra-inba. Ertiqctq:; p~Ja l'élforrqa de 1836, os 10l5a1'es de
424 JO

inspector geral de saude do exercito e de physico-mór do reino, foi-lhe


dado em compensação o do presidente do conselho de saude publica;
foi thesoureiro-mór da bulIa da Cruzada de Ponte-Delgada, primeiro
medico da camara de sua magestl1de 1idelissima e de seu conselho, con-
decorado com diversas ordens honorificas, e soeio de varias corporações
scientificas da Europa; mas sempre adoentado desde a campanha da
restauração, tornou ao Brazil em 1838, e foi comprimentar o Imperador
d. Pedro n, prompto para entrar em serViço do impel'io, o que não
conseguiu por haver perdido os fol'OS de cidadão brazileiro, percebendo,
entretanto, dos cofres da casa imperial a pequena pensão que lhe dera
o fundador da monarchia. Em 182~ por pedido seu foi aberto um curso
de medicina legal, que leccionou na santa casa da Misericordia n'uma
sala, em que a academia medico..,ürurgica funceionava. Em 1865 o:ffe-
receu seus serviços medicos na campanha contra o governo do Para-
guay e foi agraciado pelo rei de Portugal, d. Luiz I, com o titulo de
Visconde da Ponte Ferreiea por decreto de 2 de maio de 1872.
Escreveu:
- Annuar.io histol"ico bra:riUense (para oS annos de 1821 a 1824).
Paris. Rio de Janeiro, 1821-1824,4 vaIs. - Os dous pr-imeiros são pu-
blicados em Paris; os dous ultimos no Rio de Janeiro.
- COYlsiderlil.tions d'hygiene publique et de police medicale, appli-
cables à la ville de Rio de Janeiro: these presentée et sou-
tenue à la facultá de médecine de Paris, le 27 novembro 1823,
pour obtenir lo grade de docteur en mádocine. Paris, 1823, 56 pags.
ín-4°.
- Soccorros ás pessoas envenenadas e asphixiadas, seguidos dos
meios proprios a reconhecer os venenos e os vinhos falsificados o
para distinguir a morte real da apparente, por MI'. Orfila; tradu-
zidos e ampliados com algumas notas. Paris, 1823, in-12° - Foram
publicados em duas edições com accrescimos e otl'erecidos a dom
Pedro r.
- Memoria sobre os inconvenientes e imperfeições da operação da
sangria. Paris, 1823.
- A estreZla do Norte: elogio dramatico. Rio de Janeiro, 1829-Fci
composto para ser representado, como foi, no theatro de S. Pedro,
solemnisando-se o consorcio de dom Pedro I com a princeza dona
Amelia de Leuchtemberg.
- Reflexões sobre as causas que decidiram o longo padecimento que
enfim terminou a gloriosa vida do muito alto e muito poderoso principe
o Sr. d. Pedro de Alcantara, Duque de Bragança. Paço das Necessi-
dad.es. 24 de s~tembro de 1834 - Foi publicado este escripto em varios
JO 425

orgãos da imprensa da EUl'opa~ e do Brazil e vem reproduzido na bio·


graphia do autor nos Annaes Brazilienses de Medicina, tomo 23°.
- Oração recitada aos 29 dias do 3° mez do anno da V.'. L.'.
5841 em a L.'. Regen.·. na sessão funeraria e exequias do M.·.
m.·. e Pod.·. Ir.'. José Antonio da Camara, etc. - Sahiu no
opusculo CoUecção de algtlmas das pranch.·. funebres, etc. Njtheroy,
1841, in-4°.
- Discurso que por occa&ião da 2& sessão geral anniversaria da.
veneravel congregação de S. Thereza de Jesus, recitou, etc. Rio de
Janeiro, 1864, in-12° - E' precedido de um discurso da Baroneza de
Suruhy, e seguido de outro do dr. Antonio Feli.i: Martins.
- Discurso que na sessão inaugural do jury e lyceo dramatico reei·
tau a 17 de setembro de 1862. Rio de Janeiro, 1862,20 pags. in-8° -
Entre os papeis do conselheiro Tavares foram encontrados varias
escriptos ineditos, sendo desses:
- Discurso dirigido ao Instituto medico fluminen~e.
- Observação de um caso de combustão espontanea.
- Visão: (em memoria de dom Pedro I por occasião da inau-
guração da estatu:1 da Praça da Constituição) - E' um escripto cheio de
uncção e piedade. Por essa occasião publicaram-se varios sonetos
e poesias inspiradas pela occasião. Ha deste autor composições poe-
ticas em algumas revistas da França, de POl'tugal e do BraziJ, das
quaes citarei:
- Soneto improvisado no principio da tempestade que afastou da
Ilha Terceira a fragata, em que ia o imperador D. Pedro I para a
Europa.
- Soneto á memoria de dom Pedro no dia 24 de setembro de 1835,
primeiro anniversario da morte do mesmo augusto senhor.

João Fernandes VaIdez - Nasceu no Rio de Janeiro,


onde falleceu ainda moço entre os annos de 1880 e 1881, concorrendo
muito para sua morte prematura sot1'rimentos moraes por occasião de
m01estia e da perda de sua esposa, e trabalhos intel1ectuaes excessivos,
a que se entregava. Era omcial da primeira directoria da secretaria.
de estado dos negocias do imperio, versado em varias linguas e distincto
litterato. Escreveu:
- Novo dicciona?'io inglez-portuguez e portuguez-inglez. Havre, 2
vaIs. in-8° - Em 1879, pela mesma caSa de B. L. Garnier, foi feita se-
gunda edição deste livro, composto sobre os melhores diccionarios das
duas linguas, contendo a pronuncia figurada e augrnenta.do com mais de
15.000 termos de todas as sciencias e artes, enriq,lJ~cido com as
42(\ JO

ir1'e~ula1'idades elos vel'bos, muitos idiotismos, phrases familiares,


um vocabulario geog1'aphico e outro de nomes proprios, etc. Terceira
edição, Paris, 188'!, 2 vols. VlII-I.104 e VIU-851 pags. de duas co-
lumnas in-8°. O segundo volume deste livro tem por titulo:
- Aportugueze and english pronuncing Diccionary newli compozed
from the best Diccionaries of both languages, containing a great num-
bel' of terms connetd with ali the sciences and arts sho1't sentences, and
exp1'essions illustrating such acceptations a present any dlfficulty
many idiotisms and familiar phrases and íolleved by vocabularies or
the names of places and persons, etc., etc.
- Novissimo diccional'io francez-portuguez e portuguez-francez,
contendo : a pronuncia figurada, a conjugação de todos o verbos irre-
gulares nos tempos simples, as phl'ases cuja traducção póde offerecer
alguma difficuldade, as locuçõas e proverbioli usados em ambas as
linguas ; e augmentado com mais de 25.000 termos de medicina, cirur-
gia, veterinaria, phy.::ica, chimica, pharmacia, mineralogia, botanica,
zoologia, astronomia, bellas-artes, nautica, e das mais sciencias e
artes, bem como os priucipaes nomes geogl'aphicos antigos e modernos.
Seguido de uma lista de nomes proprios, alguns elos qllaes historicos e
outros mythologicos. Composto com o auxilio dos diccionarios portu-
guezes de Moraes e Vieira e dos melhores diccionarios francezes e do
grande diccionario uuiver"al, do XIX seculo, de Pierre Larouse. Fran-
cez-portuguez. Havre (sem data), VIU-797 pags. iu-4° gr. de tres
columnas - O outro volume tem por titulo:
- NQu'veau Diccio'taire rrançais-portugais at portugais-français,
composé SUl' les meilleul'S diccionaires des deux langues, augmenté de
plus de 15.000 mots nouveaux et contenant la pronunciation figuree,
la composition des verbes irreguliers, les termes de medecine, de phar-
macologie, de zoologie, de botll.nique, de mineralogie, de commerce, de
marine, de mythologie, de sciences, d''''rts, et de metiers, les innume-
rables acceptioDs et las locutions familieres et proverbiales,les noms
des principales villes et"tous les termas de geographie, suivi ll'un vo-
cabulaire des noms propres, portugais et [rançais. Portuguez-francez.
Havre, 1885,694 pags. in-4° gr. de duas columnas.
- A term das peUes por Julio Verne; tl'aducção. Rio de Janeiro,
1873, in-8°.
- Viagem ao redor do mundo, de Julio Verne; versão. Segunda edi-
ção. Rio de Janeiro, 1878, 293 paga. ia-80.
- O cal'acter, de Samuel Smiles: traducçiio. Rio Je Jànelt'O, 187ó,
396 pags. in-8° - Teve segunda edição em 1876 e foi adoptacjo pel~
p'"0verqQ i01P(lria\ pa,r§. ~ê (l~Golas pLll;>I\c~~,
JO 427

João Ferreira de Bittencourt e sá. - Filho de


João Feneira de Bittencourt e Sa, nasceu na cidade da Bahia cm 1827
e falleceu em Lisboa a 19 de novembro de 1877, Era doutor em medicina
pela faculdade de sua provincia e exerceu muitos anuas, ate seu falle-
cimento, o log.lr de medico da casa ele prisão com trabalho e director
do hospital de Mon tserrate daq uella cidade. Escreveu:
- Responsabilidade medica: these apresen tada e sustentada peran te
a faculdade de medicina da Bahia em 5 de dezembro de 1849, Bahia,
1849, in-4° - E' seguida de proposições sobre os diversos ramos do
ensino medico.
- Ensaio sobre a influencia dos alimentos e bebidas: tllese pelo
doutor Eduardo Ferreira França, traduzida do francez. Bahia, ]851
- A esta traducção vem unida a obl'a do dr, E, França «Influencia
das emanações putridas animaes sobre o homem».
- Caso de hydropholJia rabida no homem dous mezes depois da
mordedura de uma gata; morte no fim de 24 horas j reflexões - Na Ga·
zela Medica da Bahia, anno 2°, 1867-1868, pags. 7 e segs.

João Ferreira da Gosta SaDl.paio - Supponho·o


brazileiro por ver seu nome contemplado no Diccionario biblio-
graphico portuguez, tomo 10°, com o asterisco que assim o indica.
Foi escrivão da mesa do thesouro publico do Rio de Janeiro e es-
creveu:
- Cal'ta dirigida aos accionistas do Banco do Brazil em consequencia
de certas reflexões sobre o mesmo. Rio de Janeiro, 1821, 10 pags. in-4°
- Refe?'e-se o autor ao opusculo < Reflexões sobre o Ba.nco do Brazil,
otl'erecidas aos seus accionistas» de J. A. Lisboa.
- 01'çamento da despeza que se acha á cargo do thesouro p blico do
Rio de Janeiro no segundo semestre de 1821 (Rio de Janeiro, ]821), in-fol.

João l,'erreira Marque~ - Não conheço este autor.


Vejo com este nome no Almanak de 1883 um amanuense da sub-dire-
ctoria do arsenal de guerra do Rio de Janeiro. Escreveu com Manoel
Joaquim Yalladão:
- O modelo vivo: drama em cinco actos, representado pela pri-
meira vez no Nucleo dramatico de S. Christovão. Rio de Janeiro,
1887, iu·8°.
- Disparate tragico-comico-Iyrico, ou antes amontoado de muitos
disparates, collecciouados cuidadosamente em praza e em versos, repre-
sentado no Nucleo dramatico de S. Chrjstov~Q e Villa Isabel. Rio de
"ilneiro, 1887, 31 pags. jn·8°~
428 JO

João Ferreira Neves - Nasceu em Itaguahy, provincia


do Rio de JaneÍl'o, pelo anno de 1845, e f.1lIeceu em Baependy, pro-
víncia de Minas Geraes, a 11 de abril de 1874. Dedicando-se ao commer-
cio, foi guarda-livros na côrte, e por occasião da guerra contra o
Paraguay otl'ereceu-se para. servir no exercito em operações como
simples soldado; mas sendo graduado sargento, e Rendo julgado pela.
junta medic..'I. incapaz do respectivo serviço por molestia, continuou no
seu emprego commerciaI, até que, aggravando-:>e seus sotl'rimentos, foi
mandado por seu medico assistente para Baependy~onde morreu, Era
socio da sociedade Ensaios litterarios, em cuja revista publicou alguns
artigos. assim como na Marmota em sua ultima phase, no Arc1lillo
pitto,-esco e na Regene,·ação. Cultivou a poesia, e escreveu:
- Tl'enos: poesias, Rio de Janeiro, 1867, 175 pags, in-8° - E~te
livro é dividido em quatro partes e tem uma introducção escripta por
L. J. Pereira daSílva.
- Rimas innocentes de dous poetas ingenuos, N. e F. Rio de Janeiro,
1869, 104 pags. in-8° - Não pude até hoje averiguar quem é F, o
segundo poeta.
- Os amoladores: parodia dos Ballal'ds, opera franceza - Creio que
nunca foi publicada, e que teve a collabol'ação de Manoel Antonio
Major de quem adiante occupar-me-hei.
- O dote de Latira: opera em quatro actos, escripta expressamente
para ser posta em musica pelo compositor Domingos Ferreira, mas não
o foi por se perderem os dous ultimos actos.

João Ferreira de Oliveira Bueno - Filho de João


Ferreira de Oliveira e dona Maria Bueno, nasceu em Santos, S. Paulo,
e falleceu em 1830. Sendo presbytero secular e doutor em ca.nones pela
universil1al1e de Coimbra, foi nomeado conego da sé cathedral de sua
provincia em 1781, depois thesoureiro-m6r da mesma só, e em 1821
eleito membro do governo pt'ovisario, Por otl'erecimento espontaneo que
fez ao goyerno, prestou-se á missões de catechese pelo rio Tieté até ao
rio Paraná, para as quaes seguiu. com um irmão seu, e por esta occasião
escreveu:
- Simples 71a?'raçtlo da viagem que fez ao rio Paraná o thesourei-
ro-m6r da sé desta cidade, etc., acompanhado de seu irmão o capitão
Migu'll Ferreira de Oliveira Bueno aos 3 de setembro de 1810 - Vem
na Revista do Instituto, tomo l°, pags. 179 a 198,

João Ferreira da Roza - Nascido em Pernambuco


pelo meiado do seculo 17°, foi formado em medicina pela univel'sidade
JO 429

de Coimbra. Pernambuco, que já conta a gloria de ter dado o bel'ço


ao primeiro homem nascido no Brazil qu deu à publicidade um
livro, deve contar a de ser um filho seu quem primeiro, no mundo
das sciencias, escreveu sobre a febre ama,rella. Os bibliographos
portuguezes, verdade é, não dão Ferreira da Roza como nascido
em Pernambuco; não lhe assignalam o logar do nascimento, só
dizem que residia em Pernambuco. Eu mesmo não vi, confesso-o,
documento que comprove sua naturalidade, mas tenho lembrança
de ter ouvido n'~ma reunião de medicos velhos, formados em
Coimbra, por occasião da primeira epidemia de febre amarella que
grassou na Bahia em 1&50, que < a primeira obra conhecida sobre esta
materia era de um medico pernambucano do seculo 17° .. e esse me-
dico não póde ser outro, sinão Ferreira da Rosa. O livro à que me
refiro é:
- Tratado unico da constituição pestilencial Ide Pernambuco, o.o:e-
recido a el-rei N. S. por ser servido ordenar por seu gover-
nador aos medicos da America que assistem aonde lia este contagio
que o compozessem para se conferirem pelo coripheo da medicina
aos dictames com que é tratada esta pestilencial febre. Composto,
etc. Lisboa, 1694, 222 pags. fóra as de licenças, dedicatorias, pro-
logo, etc. - Uma parte deste livro foi reproduzida nas < Direcções
sobre o conhecimento e tratamento da febre amarella» por A. J.
de Lima Leitão. Delle fazem menção a Histoire de la nouvelle Es-
pagne, de Humboldt, o Jornal da Sociedade de Sciencias Medicas,
tomo 10° da 2" serie, e o Diccionaire des Sciences Medicales, Paris,
1816, pags. 344 e 371.

João Filippe Pinheiro -~ascido na vil1a do Lagarto,


em Sergipe, professou no convento dos fl'anciscanos da capital da
Ba.hia com o nome de frei João do Lado de Christo e ahi recebeu as
sagradas ordens. Mais tarje, obtendo um breve de missionario apos·
tolico, percorreu os sertões do Brazil e achava-se em Goyaz quando
constou ao governo imperial que elle prégava idéas subversiva~ da
ordem publica, e então foi, por ordem do mesmo governo, exone-
rado da commissão em que se achava. Recolheu-se depois á seu
convento e, obtendo breve de secularisação, alcançou a Romeação
de vigario encommendado da parochia de Itapemirim na antiga pro-
vincia do E:ipirito Santo, advogou com provisão da rdlação, foi pre-
sidente da camara municipal e vigario da vara com as honras de
arcipreste. Em ltapemirim soifreu um processo que o deciuiu a tornar
ao Rio de Janeiro e foi depois nomeado parocho enoommendado da
430 JÓ

freguezia de S. José da Boa-Morte em Macacú. E' official da ordem da


Rosa e escreveu:
- Directorio parochial ou novissimo manual dos parochos: obra
utilissima aos parochos, seus coadjutores, e aos sacerdotes em geral
põr d. Antonio Covian ; precedida de um discurso sobre a importancia.
social do ministerio do parocho; traduzida e annotada conforme o
uireito e uso da igreja brazileira e consideravelmente enriquecida de
diversos formularias e outras muitas materias interessantes. Rio de
Janeiro, 1867, 271 pags. in-8°.
- lnstnlcções catechisticas para uso do ensino religioso dos meninos
da freguezia de Sant'Anna da côrte. Rio de Janeiro, 1867,211 pags. in-8°.
- As noites de Santa Maria Magdalena, enriquecidas com o Se·
pulchro de Jesus pelo padre M. J. Geramb e traduzidas do francez
para portuguez, etc. Rio de Janeiro, 1867, 186 pags. in-12°.

João FiUppo - Italiano de nascimento, adoptou por patria o


. Brazil, e reside no estado de S. Paulo, anele tem preatado relevantes
serviços. E' presbytero secular, de illustração distincta e actividade
inexcedível. Com sacrificios immensos, com esforço inaudito, pres-
tando-se elle mesmo como operaria ii. trabalhos materiaes de sol a sol,
conseguiu fundar um estabelecimen to para a educação de meninas, ao
qual deu o titulo de collegio de Nossa Senhora do Carmo, e agora
trata de fundar outro para men-inos. Escreveu:
- Justificação da crençr. catholica contra o Brazil mistificado.
S. Paulo, 1880, in-4° com retrato - Neste livro o autor «jogando
com as sagradas escripturas, com a tradição, com a sciencia e todos os
elementos da verdade, pulverisou habilmente o erro e dignificou a
religião, de que elle é um dos mais dignos ministros », disse um seu
admirador. (Veja-se Joaquim do -Monte Carmello.)

João Florentino Meira de Vasconcellos


aturaI da provincia da Parahyba, falleceu na capital federal a 10 de
março de 1892, sendo bacharel em direito pela fe.culdade do Recife,
magistrado aposentado, advogado, cavalleiro da ordem da Rosa e da
de Christo e agraciado com o titulo de conselho do Imperador. Repre-
sentou a Parahyba na camara temporaria na decima terceira e decima
setima legislaturas, e no senado de 1880 em deante ; foi ministro da
marinha no gabinete de 3 de julho de 1882, e do imperi.o no gabinete
de 6 de maio de 1885, e presidiu a provincia de Minas Geraes. Escreveu:
- A qualificaçcío dos votantes na capital do Pará, ou collecção dos
artigos com que o Dr. João Florentino Meira de VascoDcellos pul-
JO 431

verisou as falsidades contidas no discurso proferido pelo reverendo


conego Manoel José de Siqueira Mendes na camara tem pararia na
sessão de 11 de outubro de 1877. Pará, 1878, 115 pags. in-4°.
- Escla?'ecimentos sobre a eleição de senador peja provinciada Pa-
rahyba : artigos publicados no Jonlal do Comme?·cio. Rio de Janeiro,
1880, 19 pags. in-4°.
- Discursos pronunciados no Senado soure 0 Mioisterio da Mari-
nha na t6rceira sessão da 18 a legislatura. Rio de Janeiro, 1883,
150 pags. in-8° - São quatl'O discursos. Ha deste autor trabalhos
otIiciaes, como o
- Relataria que :i. assembléa legislativa de Minas Geraes apresen-
tou por occasião de ser instaUada a mesma assembléa para a se-
gunda sessão ordinaria da 23" legislatura em 7 de agosto de 1881.
Ouro Preto, 1881, ill-4°.

João Florindo Ribeiro de Bulhões - Filho do


advogado Manuel Pinto Ribeiro de Bulbões e nascido na Bahia, fa1-
leceu depois de 1863, doutor em medicina pela faculdade da dita
cidade, primeiro cirurgião do corpo d saude do exercito e con-
decorauo com a medalha da caml1aolllt oriental do Uruguay de 1852.
E,crevdu :
- P?'oposições sobre os diversos ramos da medicina: these apre-
sentada e sustentada, etc. Bahia, 1844, in-4° gr.
- Cautelas contra o cholera-morbus epidemico (Rio de Janeiro,
sem data), 16 pags. in-16° - Anda em folhinhas da casa Laemmert.

João Francisco de Araujo Le!llsa - Filho do ne-


gociante Bernardo Fl'ancisco Lessa, nasceu na cidade do Rio de Ja-
neiro a 13 ele maio de 1829 e falleceu a 1 de dezembro de 1872.
Depois de fazer o respectivo curso do commel'cio, dedicou-se á pro-
fissão de guarda-livros que sempre exerceu, e ao magisterio, leccio-
nando particularmente e em collegios, não só materias Lia instrucção
primaria, como arithmetica, algebra, geometria, fruncez, hespanl101 e
o 2° anno da aula do commercio, comprehendendo o estudo pratico de
escripturação mercantil. Foi sacio fundador e presidente do club dos
guarda-livros. Escreveu:
- Manual theorico e pratico ào guarda-livros: tratado completo
de escripturação mercantil por partidas simples, mixlas e dobradas.
Rio de Janeiro, 1858,268 pags. io-4°, com 6 tabelJas - Segunda edição,
refundida e muHo augmentada. Rio de Janeiro, 1869. Ultimamente,
depois da morte do autor, em 1881, houve outra edição mais correcta
432 JO

e:1ugmentada. Este livro é seguilo de um roteiro dos cOrL'eios terres·


tres entre a côrte e as provincias do Rio de Janeiro, Espirita Ranto,
Minas Geraes, S. Pl1ulo, Matto G:'osso e Goyaz.
- Roteiro dos correios tel'restres entre :1 côrte e as provincias
do Rio de J:u'.eõro, Espirita Santo, Minas Geraes, S. Paulo, Parami.,
Matto Grosso e Goyaz, .annot:1tlo sob as vistas do Sr. Dr. Thomaz José
Pinto de Serqueira., director geral dos correios. Rio de Janeiro, 1858,
57 pags. in-S o•
- Argu,s censo?', mas não politico. Rio de Janeiro, 1858 - E'
uma. publicação llebiomadaria d<3 pouca duração, cujo lo numero, de
4 pags. in-folio, sahiu a l de novembro deste anno.
- Pl'ojecto de lei do Exm. Sr. ministro da fazenda, Angelo Moniz
da Silva F9rraz. Rio de Janeiro, 1860, in-8°.
- ApostitZa do collegio popular. Noticia do systema metrico, dos
pesos e medidas actuaes, das moedas do Brazil e a mais completa
explicação da conta romana, etc. Rio de Janeiro, 1872, 23 pags.
in-So •
- Estatutos da sociedade Club dos guarda-livros, fundada no Rio
de Janeiro a 1 de abril de 1860. Rio ele Ja,neiro, 1860, 12 pags. in-8°
- Consta que deixou ineditos :
- Historia do commercio do Rio de Janeiro.
- Diccionario do commercio pelo systema de Mac Cullocb.
- Commentarios ao codigo do commercio do Brazil.

João Francisco Dias Oabral- Filho de Fran-


cisco Dias Cabral e dona Francisca Maria do Rego Baldaia Cabral,
nasceu na cidade de Maceió, capital de Alagôas, a 27 de dezembro de
1834 e falleceu a 19 de julho de 1885. Doutor em medicina pela fa-
culdade dl1 Bahia, estabeleceu-se em sua provincia onde exerceu di.
versos cargos, como o de medico da colonil1 militar Leopoldina, de 1857
a 1859 ; professor do lyceo provincial; director e lente de zoologia do
lyceo de artes e officios ; director e medico do asylo das orpbãs ; se-
cretario da exposição do. provincia em Philadelphia; commissario vac-
cinador, etc. Foi um d03 fundadores do Instituto a,rcheologico ala-
goano e do asylo das orphãs - e escreveu:
- These sobre os seguintes pontos: l°, Apreciação dos methodos
operatorios emprega'los na cura do aneurisma; 2·, Apreciação dos meios
hemostaticos cirurgicos; 30 , Como reconhecer que um recem-nascido
vivera depois do nascimento? 4°, Qual o tratamento que mais tem apro-
veitade na febre amarelia ? Apresentada e sustentada perante a Fa-
culdade de Medicina da Babia, etc. Babia, 1856, in·4o gr.
JO 433

- Noticia biographica do fillado BIJ'ão de .Je'luiá, exlrahid,t de


varios documentos pelo Dr. João Francisco Dias Cctbral e ellitada por
um liberal. Mace:ó, 1871. 24 pags., in-~o.
- O homem pemote a historia: dissertação lida na ioauguração das
<!bnferencias popul;\res do collegio Sete de Setembro. Maceió, 1882.
- O Artista: periolico politico, scieotilico e litterario. Maceió,
1876, in-fol - Tomou tambem parte na redacção do
- Liberal: orgão do parti lo liberal das Alagõ:ts. Maceió, 1869 a
1885, in-fol - Depois de alguns anU03 Lla creação desta folha. foi que
o dr. Cabral fez parte da re lacção, teorio entretanto coopera-lo sempre
na sustentação do mesmo periodico. FiOlümente redigiu:
- Revista do Instituto ArcheologiClo e Geographico Alagoano.
tVeja-se Francisco Peixoto Duarte) - Esta revista. começou em l872,
in-4°. Lle duas columnas, e até i888 só haviam sahido 19 numeros, ou
iJ.ous volumes incompletos. Ahi havia o dr. C.Lbral publicado varios
altigos, como :
- Esboço historico acerç,t da flllld:lção e desenvolvimento da im-
prensa nas Alagõas - No tomo l°, n .5, pags. 99 a 109.
- Memoria de alguns successos l'elativos a guerJ'<1 dos Palmares de
1668 a 1680 - No mesmo tomo n. 7, pags. 165 a 187.
- Exquisa rapida acerca da fundaçã.o üe alguns templos da villa
de S",nta Maria Magdalena da Lagóa tio Slll, hoje cidade das Alagóas
- No tomo 2°, pags. 1 aiO.

João Francisco Duarte - Filho de João Francisco


Duarte, é nascido em Alagõas, ou em Pernambuco. Escreveu:
- f! onhos e realidades : poesias. Recife, 1883. .
-.ScintiUações: poesias. Recife, 1883, com o retrato do autor.
- Peregrinas: poesi9.s. Recife, 1884.
- Sonetos e sonetinhos : Maceió, 1888 -8' uma collecção de poesias
(sonetos) de 1878 a 1888 com o retrato do autor-que é o que principal-
mente, diz o « DiMio de Noticias )} do Rio tle Janeiro, recommenda o
livro.

João Francisco Lisboa - Filbo de João Francisco de


Mello Lisboa e dona Gertmdes Rita GonsalvJs Nina, nasceu em Ita-
picuru-mirim, provincia do Mat'anhão, no 22 de maio de l8l2, e falle-
ceu em Lisboa a 26 de abril da 1863. Sua elu3ação litteraria foi um
pouco descurada pOl' seus paes que eram lavradores, mas ainda que
tarde e quasi que só a exforços seus, fez em pouco tempo varios es-
tudos de humaniúades e dedicou-se ao jornalitltoo, onúe grang-eou
28
434 JÓ

honrosa nomeada pelo espaço de dez annos, pugnando por um dos par-
tiLlos politicas do imperio, do (lua I se I'etü'ou completamente por
conhecer n. mei. vontade de seus cOl'l'eligionario:; quando em 1840 se
apre entava. candidato ei. uma cadeira na llamara dos deputados. Hav~
elle já. sido deputado á assembléa provi!lcial na primeira 1egislatma e
desempenhado o cargo de secretario dl\ presü1eocia. Dando-se depois
Llisto a advocacia, veiu a corte em 1855, e foi depois incumbido pelo
governo imperial de ir à Portugal colligir documeotos relativos à bis-
tOl'iu. patria, o que satisfazia com todo zelo, ji tendo escripto alguns
trabalhos, e enthesourando preciosos materiaes para outros, quando o
surprehendeu a morte. Era commendador da ordem da Rosa e membro,
do Iustituto bistorico e geogruphico brazileiro. Delle se occuparam
vario::> escriptores que podem ser coosultados, principalmente ode
A. Henrique Leal no seu Pantheon Maranbense. Escreveu:
- O Bl'azileiro: perioLlico politico, hebdomadario•. Maranhão, 1832-
Começou a sahir a 23 de agosto, e limitou-se a poucos numeras até no-
vembro. O Bm;ilei1'o sustentava as mesmas idéas do Pharol Maranhense,
fundado em 1829, e suspenso por se achar foragido seu redactor, amigo
e cunhado de Lisboa que, sabendo da morte de seu amigo, (vide
José Caudido de Moraes e Silva) fez parar o Bra::ilei1'o e publicou:
- Phal'ol Mam1thense. Maranhão, 1832 a 1833, in-fol -Começou a I
de novembro daquelle anoo e terminou em dezembro deste.
- Echo do Norte. :Maraohão, 1834 a 1836, in-4° - Começou a 3 de
julho de 1834.
- Ch"onica Mamnhense. l'viaraohão, 1838 a 1840, io-fol-Começou a
publicar-se a 2 de jaueiro de 1838 e termioou a 17 de dezembro de 1840,
sempre em lucta com a Revista, redigida por Francisco Sotero dos
Reis.
- Jornal de Timon. Maranhão, 1852 a 185-1, 2 vais. in-8°-
(
E' um.'1 série de folhetos em que se fulmina com a sátira e com o
ridiculo « o vicio, o desregramento, a vaidade" e tambem dam-se no ti-
ciás sobre a historia patria etc. Com o JOl-nal de Timon adquirira Lisboa
uesa:t!ectos. Se pronunciara. elle coutra o methodo, proposto por Var-
nhagem em sua Histol'ia gel'a1 do Brazil, para, a catecltese e civilisação
dos iudios bravos, e isto deu motivo ao apparecimento em Portugal de
um opusculo com o titulo: « Diat,"ibe contra a timouice do Jornal ele
Timon, maranhense, acerca da Historia do Brazi1 do SI'. Varnhagem,
Lisboa, 1859» por Erasmo, anagramma de Mornes, ou Frederico
Augusto Pereira de Moraes, e a que o mesmo Va,rubagem escrevesse:
< Os iudios bravos e o Sr. Lisboa, Timou 3°, pelo autor da Historia
geral do Brazil. ApostilIa e nota G. aos numeras II e 12 do Jontal
435

de 'l'imon, contendo 26 cartas do jornalista e um exLL',lcto do folheto


coatl'a a timúnice etc., Lima, 1867 ».
AplJntamentos : noticias e 'observações para servirem a historia do
Mar nbão. Lisboa, 1858-Este volume, de 429 pags. in-8°, contém os
ns. 11 e 12 do Jornal de Timon, e teve ainda uma edição no Maranhão,
1864.
- Biographia de Manuel Odorico Mendes- Vem na Revista contem·
poranea, tomo 4°, outubro de 1862, pags. 329 a 353 e na Revista do
Instituto historico, tomo 3S", 1875, parte 2& pags. 303 a 337.
- P"ojecto apresentado a assembléa legislativa provincial do Mara-
nhão, pedindo a S. M. o Imperador amnistia geral para os nossos
irmãos peruambucanos j Discus ão na tribuna e na imprensa, etc.
l<.io de Janeiro, 1850, Z4 pa,gs., in·4".
- Ob}'as completas: anlecedidas de uma noticia biographica pelo
dl'. Antonio Henrique Leal. Lisboa, 1864-1865, quatro Tols. de 548,
51S, 578 e 569 pags. in-So, com o retrato do autor no l° - No quarto
volume se acha, e devo m~nciona.l-o particularmente:
V - A vidado Padre Antonio Vieira-que é o que se pMe consultar de
mais completo e authentico de tudo quanto se tem dito acerca do
immortal orador; vem de pags. 8 a 48S. Foi impressa em soparado,
e teve varias edições. Oprimeiro vai. das obl'as, traz o Jornal de Timón
até o 4° opusculo; o segundo até o n. lO, o terceiro os ns. 11 e 12
o quarto a vida do padre Antonio Vieira, biographia de Manuel Odorico
Mendes. Folhetins etc.

João Francisco Lopes Rodrigues-Filllo de João


Francisco Lopes Rodrigues e dona Isabel Toixeira Lopes Rodrigues,
nasceu na cidade da Bahia a 24 de fevereiro de lS56, é doutor em medi-
cin(\. pela faculdade da mesma cidade, fOl'mado em 187S, e cirurgião de
tel'ceil'a classe do corpo de saude da armada. Escreveu:
- Indicações e contra-indicações da operação da talha; Qual a
melhor fÓl'mula pbarmaceulica para empregar-se o oleo de ricino ;
Pathologia da diabetis assucarada ; Abcesso por congestão e seu trata-
mento : these apl'esentada etc. Bahia, 187S, 130 pa,gs. in·4".
- Feb"e dengtle : estudo clinico. Desterro (Santa Catharina) 1889,
56 pags. in-So - Termina o autor dando o mappa dos obitos desta
atrecção registrados no cemiterio publico do Desterro durante o pri-
meiro semestre de lS89.

João Francisco de Madureira Pará - Nasceu


na pl'ovincia do Pará a 12 de outubro de 1797 e falleceu depois de 1834
436 JO

sem conhecer nunca seus paes. Exerceu em sua provincia o cargo de


amanuense da, contadoria da junta da fazenda e foi um homem empre-
hendedor, de idéas adeantadas mesmo, ma sem as necessarias habilita-
ções para levar avante certos commettimentos ; foi elle quem com
seus exforços fez levantar-se no Pará a primeira imprensa, e fez inven-
tos que não poude ver realisados. Escreveu :
- O despotismo desmascarado ou a verdade desnudada, dedicado ao
memoravel dia 1 de janeiro de 1821 em que a provincia de Grão-Para
deu pr.incipio a regeneração do Bl'azil. Oíferecido ao soberano congresso
da nação portugueza. Lisboa, 1822, 75 pags. in-4°.
- Petição apresentada a junta provisoria do governo do Para a 28
de maio de 1824, 4pags. in-fo1 -Versa sobre a fundação de uma typo'
grapbia.
- Representaçeío que a soberania nacional dirige João Francisco ele
Madureira Para, inventor de uma machina de navegação, em que se
demonstra a desconnexada conni vencia nas inexaustas tortuosidades
com que tem al'rostado sem outl'as armas, que as de seu acrisolado
patriotismo. R.io de Janeiro, 1832,34 pags. in-4° - Este ou outro in-
vento anterior foi contestado, como se verifica da seguinte publicação
cujo autor desconheço:
- A causa triumphante, defendendo a invenção de João Francisco de
Madureira Pa.ra e destruindo a impostura de Venancio da Silva Velho.
Rio de Janeiro, 1828, in·8°- Pela data parece referir-se a outra invenção.
- Refutação da projectada companllia ingleza, iniciada pelo decreto
da regencia rIe 1 de fevereiro de 1834, obtido com ob e subrepção por
Joaquim José de Siqueira para total ruina do Para e talvez do Brazil
inteiro; offerecida á assembléa geral legislativa .etc. Rio de Janeiro,
1834, 49 pags. in-4°. -
- Accusação feita no conselho dos juizes de facto contra Rafael
Vasco e sustentada por João Francisco de M!ldureira Para. Rio de
Janeiro, 1829, 17 pags. in-8°.

João Fran.cisco de Oliveira Bad uelD. - Co-


nheço-o apenas pela obra que passo a mencionar e de que possuo um
exemplar, escripta em Pernambuco, donde o supponho natura!.
-Diccíonario dos termos scientificos das molestias, contendo os sim-
ptomas principaes com que eUas se apresentam; as diíferenças e alte-
rações que as di tinguem das outras; a discripção dos principaes or_
gãos que entram na composição do corpo humano; uma exposição so-
bre a homeopathia; uma discripção abreviada d8, circulação e um re-
sumo do magnetismo animal. Pernambuco, 1860, iD·8°.
JO 437

João Francisco Paes Barreto - Natural de Per~


nambuco, teuente honorario do exercito por serviços prestados na
campanba do Paraguay e condecorado com a medalha desta campa·
nba, escreveu:
- Historia da guerra do Paraguay. Recife, 1893.

João Francisco Pereira-Filho de Antonio Fran-


cisco Pereira e dona Josepha Maria Pereira, :nasceu na cidade
da Fortaleza, capital do Ceará, a 2 de novembro de 1854. Fez
parte do curso medico na faculdade da Bahia e veio concluil-o na do
Rio de Janeiro, onde recebeu o grào de doutor em 1881. Antes de
concluil-o, apresentou-se ao concurso para lente substituto de his-
toria, geograpbia e cosmographia do collegio de Pedro U, e depois
serviu como me:lico da r:ommissão encarregada dos estudos neces-
sarios á determinação do traçado da via ferrea do Madeira e Ma-
moré. Cultivou desde estudante a muzica, que executa á rabeca e
escreveu:
- Da influencia dos climas sobre o desenvol vimento e marcha da
phthisica pulmonar. Quaes as medidas hygienicas mais favoraveis
ao tratamento desta molestia ~ these apresentada á faculdade de me-
dicina do Rio de Jltneiro. Rio de ,Janeiro, 1881,52 pags. in-4° -Con-
tém mais as proposições acerca dos seguintes pontos: Atmosphera;
Parallelo entre a talha e a lithotricia; Tuberculose.
- Sistema de Ptolomeu, Copernico e Tycho-Brake ; Leis de Keple.ç;
Attracção e repulsão: these para o concurso da cadeira de substituto
de historia, geographia e cosmographia do imperial collegio de Pedro
l[. Rio de Janeiro, 1879, 26 pags. ín_8°.

João Francisco dos Reis - Filho de Joaquim Manoel


dos Reis e dona Maria da Conceição Reis, nasceu na cidade da Bahia
a 27 de janeiro de 1825. Depoi de obter a carta de pharmaceutico pela
faculdade de sua provincia, fez o curso medico, recebendo o gráo de
doutor em 1856, e apresentou-se depois a vn.rios concursos na mesma
faculdade. Exérce ha muitos annos, a clinica bomrepatbica no Rio de
Janeiro e escreveu:
- Nas fracturas das immediações das juntas qual o melhor meio
de obter a consolidação sem com prometter a mobilidade da articula-
ção ~ Apreciação dos methodos operatorios empregados na cura dos
aneurismas; Existem superfectaÇÕ8s ; Qual o tratamento que mais tem
aproveitado na febre amarelia : pontos para serem em these sustenta-
dos etc. em dezembro de 1856. Bahia, 1856 in-4°.
JO

- A reunilIo das duas arterias ver-tebraes, constituindo o tronco ba-


sillar e a juncção dos dous trajectos opticos, constituindo a commissul'a
ou cliasma optico são exemplificações do mesmo principio ~ Si o não são,
em que differem e qual a sua respectiva utilidade' these de concurso
para tres 10gares de oppositor a secção cirurgica, etc. Bahia, 1860, in-4°.
- Hemostaticos cinwgicos : these de concurso pa.l'a oppositor á sec-
ção cirurgica, seguida de algumas proposições sobre as sciencias de
que se compõe o ensino cirurgico. Bahia, 1861, in-4°.
- Diabetes: theso de concurso para oppositor à sec('ão medica,
seguida de algumas proposições sobre ás sciencias de que se compõe o
ensino medico. Bahia, 1861, in-'1°.
-Da cholera-morbus e de seu tratamento preventivo e curativo pelo
methodo homceopathico ao alcance de todos. Rio de Janeiro, 1862,
M pags. in-4°.
-Diccionario medico ou guia pr:atica de medicinahomceopathica, de
cirurgia e de partos, contendo a synonymia, descripção dos symtomas e
tratamento dietetico, medico e cirurgico de todas as molestias conhe·
cidas até boje, tirados dos principaes autores de reputação na scienci<1
etc. Rio de Janeiro, 1874,2 vols, in-8°, com figs.- Ha alguns escri-
ptos deste autor em revistas, como:
- O paludismo - Na Lux, 1874, pags. 157 e 173.
- Febre amareUa- Nos Annaes de M,dicina Homreopathica, tomo l°,
pags. 18 e 39.

João prancisco dos Santos - O amor da patt'ia o


inspirou a escrever o trabalho que passo a mencionar. Com este nome,
porém, só vejo no Almanak de Eduardo Laemmert, de 1848, um
tenente·coronel graduado do estado-maior de segunda classe. Não sei
si é delIe o livro:
- A lavoura rotineira: idéas praticas de João Francisco dos Santos.
Plantação do tabaco da Bahia: carta de F. A. de Yarnhagem,
Caracas, 11 do abril de 1863. Ri() de Janeiro (sem data), 47 pags.
in-12°- De pagina 31 em deanle se acha li. carta de Va1'l1113gem.

João Francisco da Silva Utra - Filho de José Xa-


vier da Silva Utra e nascido em Lisboa a 13 ele dezembro de 1802, fal-
leceu em Campos, Rio de Janeiro,a 25 de outubro de 1873. Vimlo muito
criatiça para o Bl'azil que ado;.>tou por patl'ia, applicon-se á medicina e
exerceu-a naquella cidade. Cultivou tambem a poesia e escreveu;
- O uaticinio cwnp"ido: alogio dramatico, representado no theatro
de S. Sal vador em a noi te de 13 ele abril, em que a sociedade par ticular
JO 439

Instrucção e Recreio~festejou a muito pomposa e muito honrosa visita


de S. M; o Sr. D, Pedro II á cidade de Campos. Campos, 1847,15 pags.
in-4°.
- A gloria do B1·a.il: elogio dr:1ma.lico, representado em a noite
de 2 de dezembro de 1848, anniversario do natalicio de S. M. r. o Sr.
D, PetIro no theatro de S. Salvador, etc. Cumpo~, 1848, 12 pags. in-8°.
- Monologo que na noite ~e 4 de abril, annivel'sario n:1talicio da
Sra. D. Maria II, rainha constitucional de POl'tugal e seus dominios e
bem assim da installllção da sociedade dramatica Instrucção e Recreio
foi recitado no theatro de S. Salvador. Campos (sem data) 1 ti. in-foI.
- Ao {atlstissimo 4 ãe abril: ode. Campos, 1842,2 pags. in-!'ol.
- O voto ele Tltemis: elogio dramatico representado no theatro de
S. Salvádor na noite de 7 de setembl'o, auniversario da iudependencia
do Imperio. Campas, 1853, 15 pags. in'-8".
- O nattfl'agio do vapor Hem'!J: romance histol'ico. Ca,mpos, 1862,
91 pags. in-So - Ha ainda publicadas val'ias composições poeticas em
folha avulsa, como:
- Congratulação: poesia pelo consorcio do SI'. Dr. Antonio Dias
Coelho Netto com a Exma. Sra. D. [i'mncisca Jaciutha Nogueira da
Gama em 1 de agosto de IS54. 1 ti.
- PoeSift ao faustissimo consorcio de Francisco Domingos Barros
Nunes. 1 ti.
- Poesia por occasião do beneficio tia actriz D. Deolinda Pinto da
Si!veira. 1 fi.
- Monologo de gratidiío para seI' recitado pela actl'iz O. Joa'1uinil
Rosa em a noite de seu beneficio. 1 fi.

João Francisco de Souza - Filho do doutol' João


Francisco de Souza e natural da. cidade tio Rio de Janeiro, já fu,lIe-
cido, era dou tal' em medicina pela faculdade tia mesma cidade, e mem-
bro adjunto da academia nacional de medicina. Exerceu o cargo de
medico dos a.lienauos dO'hospital de S. João B:~ptista, de Nicteroy, e
serviu car"os de eleiçi10 popular e de cJllfiança do governo. Escreveu:
- Funcções do baço: Da pneumonia; Aneslhesia em gel'al e em
particulal' o ether, chloroformio e chloral j Da atmosphel'a.: the e apre-
sentada á faculdade de medicina do Rio de Janeiro, etc. I~io de Janeiro,
1S73, 45 pags. in-4°.
- M~mo1"Ía sobre a opporluLlidade e uso do sulflhato de quinino
nas atrecções palustl'es. Rio de Janeiro, lS74, 28 pagos. in-So •
- Memoria sobre a prostituição no pai?, suas causas e medidas a
::tlloptal' para sua não propagação. Rio de Janeiro, 1876, in-So - Sahiu
440 JO

tambem nos Annaes Bra::ilienses de Medicina, tomo 28°, pags. 317,


343, 372 o segs.
- Parecer medico-legal sobre o estado mental de Bento ue Souza
Borges, apontado como homicida de uma criança da Jurujuba. Rio de
Janeiro, 1879, 16 pags. in-8°.
- Relataria clinico das enfermarias de alienados do hospital tie
S. João Baptista de Nicteroy, alJl'esentado ao dil'ector do mesmo hos-
pita.! no dia 20 de jULlho rJe 1880. 21 pags. in-fo1. (sem d'eclarar o
logar e data) - A paz algumas coosiderêlções clinicas sobre as moles-
tias mentaes, o autor a presenta um caso de aphasia por traumatismo
da região fronto-parietal direita, que vai de encontro á nova doutrina
da localisação no cerebro dos difi'er'entes oontr0s de movimento volun-
tario e authomatico.
- Relataria elinico das enfermar'ias de alienados do hospital de
S. João Baptista de Nitheroy, apresentado, etc. Rio de Janeiro, 1881,
17 pags. in-fol - Publicou em revistas alguns artigos, como:
- Apontamentos para a historia da medicina - no Progresso Me-
dico, tomo l°, 1876, pags. 136, 158 e segs.
- .J:'hysiologia do cerebro - na Revista Medica, 1877, pags. 82 e
seguintes - E redigiu:
- Revista clinica do hospital de S. João Baptista de Nitheroy: Rio
de Janeiro, 1879, in-8° - O l° numero sahiu em novembro, com 16 pags.

João Francisco de Souza Cou'tinho - Nasceu


na cidade do Desterro, Santn. Cathal'ina, em 1808, e falleceu a 11 de se-
tembro de 1869. Serviu em sua província varias cargo, como os de
secretario interino do governo, inspector do thesouro e provedor do
hospital de caridade. Era official da ordem da Rosa, socio do instituto
hi torico e geographico IJrazlleiro e esmerado cultor dê\ musica" de que
deixou varias composições, qU ..r sacras, que ainda são executadas em
grandes solemnidades religiosas, qner profa.nas. Além disto, escreveu:
- Estudo phrenologico do craoeo da Sra. D. Joanna Gomes de Gus-
mão - Vem nas Cartas sobre a provincia de Santa Catharina, sob
n. 38, por G. S. S.

João Franklin da Silveira Tavora - Filho de


Ca.millo Henrique da Silveira Tavora e dona Maria de Santa Anna. da
Silveira, nasceu na provincia UJ Ce:.rá a 13 de janeiro de 1842 e fal-
leceu no Rio de Jaaneiro a 18 de agosto de 1888. Bacharel em direito
pela faculdade do Reei fe, foi director geral da instrucção publica, depu-
tado á assembléa provincial e curador geral dos orphãos da provincia
JO 441

lJe Pernambuco; secretario da presidencia do Para, e exercia ul-


timamente o logar de oflicial da secretaria de estado dos negocios do
imperio. Litterato, de illustração variada, e fundador da extincta
associaÇk'ío dos homens de lettras, foi socio do Instituto historico e
geographico brazileiro, do Instituto archeologico e geographico de
Pernambuco, da secção da Sociedade de geographia de Lisboa no Rio
de Janeiro; socio honorario do Club litterario limoeirense e de outras
associações de lettras do Brazil. Escreveu :
- Um casamento no arrabalde: historia do tempo em estylo de
casa. Recife, 1809 - Este romance é uma notavel pintura de costu-
mes nacionaes.
- Tres lagrimas: drama em cinco actos e sete quadros. Recife,
1870 - Foi representado no theatro Sant'l, Isabel, com grande applauso
e impresso por uma associação de cearenses, denominada Dezesete de
Janeiro.
- Cartas â Cincinnato: estudos criticos de Sempronio sobre o Gaúcho
e Iracema de Senio (José de Alencar). Segunda edição com extractos
de cartas de Cincinnato e notas do autor. Paris, 1872, 334 pags. in-8°
- Esta obra, considerada por A. Herculano <I. livro, onde se revelam
grandes dotes àe escriptor em geral e de critico em particula!' », foi
suggerida pelo apparecimento do l° volume do Gaúcho, do conselheiro
J. de Alencar. Compõe -se de viu te e dua cartas, que foram successi-
vamente escriptas em Pernambuco o enviadas ao conselbeiro J. F. de
Ca tilho, que as ueu a lume nas Questões do dia, publicação de sua
direcção na Côrte em 1870. Foi esta a primeira edição. Além das cartus
de Semprooio (pseudonymo de Franklin Tavora); est<.i.m alli colli-
gidô,s por extractos nove cartas de Cincinnato á empronio, ao cidadão
F,tbricio, á Cujaccio e ao redactor das Questões do dia. E' consideralll\
u'ma LIas melhores o'ul'as do autor.
- O cabelleira: historia pernambucana. Rio de Janeiro, 1876-
l<l' a historia de um celebre malfeitor, que foi enforcado pelos fins do
seculo passado e sobre o qual appareceram diversas poesias que o com-
memoram. No Jornal do Commercio de 15 de outubro desse anno, o con-
selheir'o J. F. de Castilho, e outros no Globo, na Illustração Brazileira
e no Jfwnal da Tarde publicara.!lI 10ntiUs apreciações sobre este tra-
balbo, a que tambem se refol'e o autor do Primeiro reinado, o dr. L.
F. da Veiga, reproduzindo uma. p"rte do escripto do conselheiro J. F.
de Castilho. Este livro é o primeiro daserie intitula.ua Littemtura do
Norte.
- Lendas e tradições populares do orte - Foram publicadas na
lllustraçao Brazileira, revista de lettras e artes, em 1878. Algumas
JO

dellas são inspiradas no tempo dos hollandezes dura,nle seu dominlo


no Bl'azil, e outras nas révoluç5es de Pernambuco de 1817 e 1824.
- O matuto.. chronica. pernambucana. Rio de Janeiro, 1878 -
E' o segundo livro da serie «Litteratura do Norte~. Funda.se a
acção deste romance no facto conhecido na historia de Pernambuco
pelo nome de guerl'a dos mascates, do qual o autor dá uma idéa. com~
pieta no seu romnll.ce.
- A trindade maldita. Contos no botequim: romance modelado
pela noite da taberna de Alvares de Azevedo - Foi publicado no Diario
ele Pej'nambuco, 1861.
- Os Inelios elo Jaguaribe .. romance historioo - Idem em 18B2,
E' um rom:lllçe em quatro tomos, tendo por assumpto a colonlsação tIo
Ceará em 1603 por Pedro Coelho de Souza. O primeit'o volume teve
segunda edição no Recife; 1870.
- Um m-ysterio de familia : drama em tres actos, posto em sceoa no
theatro L1e Santa Isabel pelo empresario Duarte Coimbra em 1861.
Recife, 1861 - Segunda edição. Rio de Janeiro, 1877, prece-
dida de um juizo critico do dr. L. F. Maciel Pinheiro e de uma carta
do actor Furtado Coelho.
- A casa de palha: romance. Recife - Foi publicado em folhetim
do Jornal do Recife, em 1856 e reproduzido em varias jornaes do im.
perio,
- LOtwenço . chronica pernambucana. Porto, 1881 - Foi publi-
oado antes' na Revista Brazileij'a, 1881, tomo 7°, pagos. 73 a 80,133 a
152,221 a 241, ~93 a 331,401 11.419 - tomo 8°, pags. 5 a 23,79 11.88,
147 a 172,245 a 208 e 343 11.357 - tomo 9°, pags. 5 a 31.
- Sacrificio: r:omance - Foi publicado 011. mesma revista, 1879,tomo
l°, pags. 2011. 41, 145 II. 160,236 II. 249,305 tj. 322,377 a 393,477 a 492
e 537 II. 549, e tomo 2°, pags. 5 a 13, 93 a 101 e 169 a 186, B' o ter-
ceiro li vro da Leitura do Norte.
- Os patriotas de 1817- Na mesma revista, tomo 4°, 1880, pags. 37
a 66. Este e5cripto é um trecho ele trabalhos que Tavora ueixou ioe-
ditos. Franklin Tavora tem ainda escl'iptos, como o
- Pj"efacio ao Dim'io de La.al"O de Fagundes Varella - Deixou
ineditos trab,l.!hos, como:
- Antonio . drama, que foi levado ii. scena por Furtado Coelho,
com muito applauso - Finalmeote es-::reveu aiuda innumeros artigos
de critica litteraria e theatral e tambem politicas em periodicos e
revistas, como o Diario de Pernambuco, Jornal do Recife, Situação
Liberal, Globo, Mephistopheles,lllustraçiío Braailail"a, Revista Bj'(J,aileirn
e outros, e foi o redactor-chefe da
JO 443

- .Vel'dade : sema,nario consagrado á çausa da humanidade. Re-


cife, 1872-1873, 2 vaIs. in·fo\' - Com a chegada do bispo d. frei
Vital á Pernambuco, a maçoneria, resolvendo representa,r-se por um
orgão que defendesse seus direitos e pI'omovesse seus interesses, con-
vidou o dr. Franklin Tavora. a fundar e' dirigir es e orgão. A prin.
cipio a Verdade se publicava uma vez por semana,e depois duas vezes,
a.ugmentaudo de formato, por ver·se a maçoneria compellida pela
reacção episcopal a ser mais assidua na sustentação de sua causa. Foi
uma folha de combate, que, em todo imperio quasi, produziu uma re-
volução nas idéas religiosas, e ii. qual S(l deve, em grande parte, a im-
portancia que assumiu a questilo religiosa em Pernambuco. Sua leitul'a
foi probibida pelo bispo em uma pastoral sub·g'·ave. Essa folha, para a
qual collaboraram varias dos primeiros escriptores de PernambucO,é um
importante repertorio de noticias sobre esse periodo de nossa historia;
abi se discutem importantissimas questões de direito constitucional e
ecclesiastico. Antes disto, redigiu com José Bal)tista. de Castro e Silva
- A. con.çciencia livl·e. Recife, 1869-1870, in-fol.-Depois foi um dos
fundadores da
- Revista Brazilei?-a. Rio de Janeiro, 1879-1881, 10 tomos de 624,
522,437,544,522,501,471,528,523 e 49:3 pags. in-4° - Veja-se Ni-
colau Midosi.

João Gabriel de :M:oraes Navarro - Nascido em


S. Paulo pelo anno de 183?, ahi falleceu bacharel em sciencias socia.es
e j uridicas, formado em 1857. CuUi vou a poesia e escreveu :
- Diversões. Campinas, 1877, in-8°.

João Galeào Carvalhal-Filho do doutor João Tbomaz


Carvalhal e de Guilbermina Galeão Carvalhal, nasceu na Bahia, é
bacharel em sciencias sociaes e j uridicas pela faculdade de S. Paulo
e deputado ao congresso deste estauo. Escreveu:
- Discurso proferido na camara dos deputados do E5tado de
S. Paulo na sessão de 17 de agosto de 1892, Santos, 1892-Versa sobre
força publica e foi impresso pel03 amigos do autor. Redigiu com outros
ainda estudante:
- O Libel'aZ. S. Paulo, 1879, in-fol.

João de Godoy - Natural de S. Paulo e fu.llecido em Gua·


ratinguetá em 1886, exercia ne ta cidade o professorado da instrucção
primaria e cultivava a poesia. Escreveu:
- FtOl'es elas selvas. Guaratiaguetá ...
444 JO

João GOIDes R~beiro - Filho d~ João Gomes Ribeiroe


nascido na provincia, boje est1do de Sergipe, sendo bacharel em sciencias
sociaes e j uridicas, formado peia. faculdade do Recife em 1862, escreveu:
- O novo regimento de custas judiciarias, illustrauo de notas e dous
appeudices. Rio de Janeiro, 1876, 100 pags, in-8° - Os appendices
contém o.visos,opiniões dos tribunaes e j'urisconsultos, critica de alguns
artigos, etc.

João Gonçalves Dias Sobreira - Natural da


província, hoje Estado do Ceará e o.hi professor publico, escreveu :
- Geog?'aphiá especial do Ceará, approvada pelo conselho superior
da instrucção publica para servir de compeudio nas escolas primarias
e secundarias da província. Segunda edição correcta e muito augmen-
tada com um mappa da provincia, con feccionado pelo mesmo autor.
Ceará, 1888,49 pags. io-4° - Nunca vi a primeira edição.

João Gonçalves de Paula Ne-t-to - Naseido na


cidade da Victoria, Espirita Santo, a 23 de autuara de 1856, perdendo
seu pai e sendo obrigado a susLntar sua f<tmilia, fez-se typog-rapho.
Do Espirita Santo veiu p lrll. o Rio de Jaueil'o e collaborou no Artista,
no Album, no Monitor Campista, Diario Popular e Gazeta de Campos.
Passando para. Minas Geraes, col!aborou na Alvorada e no Arauto
de Minas e foi um dos redactores da
- Gazeta Minei?·o.. S. João d'Elrei, 1884 - Esta folha ainda per-
siste. Em 1888 tinha a entrar no prelo:
- Campesinas: poe3ias - que oão sei oOlle se publicaram.

João Gonçalves Tourinho, 1°_ Natural da Balüa é,


me parece, engenheiro aO'rooomo pela escola agricola deste estauo e
escreveu:
- Estudos definitivos de um ramal ele Alagoinhas ao Tiuba, man-
dados executar' pela directorin. da estrarlil. tle fel'ro dn, Bahia á S. Fran-
cisco. Babia, 1883 .

. João Gonçalves Tourinho, 2° - Filho do deputado


ao congm so d(l, Balúa João Gonçalves Tourinbo e Iln.tural desse estado,
é bacharel em sciencias j urirlicas pela faculdade elo Recife, formado
em 1887. Seguin lo a carreira da magistratura, exerce hoje um cargo
de juiz de direito. Escreveu:
- Historia da sedição ua Bahia de 24 de novembro de 1891.
Bahia, 1893.
JO 445

João Gregorio dos Sant.os - Filho de José Francisco


dos Santos e natural de Pernambuco, é empr~gado aposentado da repar-
tição de fazenda e escreveu :
-"Compendio elementar do sy:;tema metrico decimal, extrahido de
diversüs autores e adoptado nas aulas da instrucção primaria pelo Cou-
selho director da instrucção publica. Recife, 1870, 104 p'lgS. in-12° -
Ha outra edição de 1872.

João Gualberto Fer:reira dos Santos Reis


- Irmão de Antonio Ferreira dos Santos Capirunga, de quem já
fiz menção, e de Ladislau dos Santos Titara, de quem tratarei
opportnnamente, nasceu em Santo Amaro da Purificação, provincia
da Bahia, a 12 de julho de 1787, e falleceu!pelo meiado do seculo
actual. Era muito, versado nos classicos da lingua latina, lingua em
que compõz varias poesias e de que foi um distincto professor.
Prestou serviços por occasião da guerra da independencia em sua
provincia e era condecúrado com a respectiva medalha commemo-
rativa. Escreveu, além de muitas composições poeticas que deixou
ineditas :
- Traducção portugueza do poema bucolico de José Rodrigues de
Mello, Lusitano Portuense. «Da creação dos bois no Brazil». Bahia,
1817,96 pags. in-4°.-Esta traducção acha-se no livro« De cura bovum
in Brasília: latino carmine, Bahia, 1817.
- Georgica brazileira. Bahia... - E' uma nova edição do poema
acima com a traducção do" Sacchari opificio carmén ~ do paclre Pru-
dencio do Amaral. (Veja-se este autor.)
-Poesias. Bahia, 1827 a 1833, 4 vols. in-8°.
- Eneida de P. Virgílio Marão. Traducção dedicada á Sua Mages-
tar:le o Imperador do Brazil, D. Pedro li. Bahia, 1845,2 tomos, 333 e 356
pags. in-8°.
- Terceirada ::poema - E' um dos seus trabalhos ineditos, cujo
autographo foi enviada á exposição de historia patria pelo omcial da
bibliotheca publica da Bahia, João de Brito.

João Gualberto de Pa61@os - Nascido na Bahia pelo


anno de 1818, ahi ialleceu, tendo sido otJicial-maior da thesouraria
da provincia e cultivando sempre as lettras, mormente a poesia.
Pertenceu a varias associações litterarias, como o Instituto hiS'-
torico da Bahia, a sociedade Bibliotheca. classica portugueza e a
Instructiva, e coIlaborou para varias revistas, como o Orepusculo
e o Atheneu. Por occasião de festas nacionaes sua musa sempre se
JO
patenteava !Lltiva. Escreveu, além de ínnumeras composições por
occasiões taes :
- Poesia dedicada a S. M. o Impel'ador, Bahia, 1851, in·8 0 •
- Poesia recitada. e offerecid~t a SS. MM. II. em sua visita á Bahia
- no livro <Memorias da viagem de SS. MM. II., tomo l°, pags. 187
a 189. Dentre as composições em revistas citarei:
- A roSCt e as flores murchas - no C1'epttsculo, tomo l°, pago 181.
- Poesia recitada no tlleatro publico em a noite do sompre glorioso
dia 7 de setembro - idem, tomo 3", pags, 5 a 7.
- O passeio entre as flore" - idem, pags. 44 e 45.
- O cravo do noivado - no Athe1teU, tomo I", pago 14.
- Cançonetll. - Idem, pag. 155.
- Poesia - idem, pags. 190 a 191. E tambem publicou trabalhos
em prosa, como :
- Um voto pela litteratura patria - no Orepusculo, tomo 2°, pags.
8 a 10.

João Henrique de Oarvalho e Mello -Omcial


da armada, falleceu no Rio de Janeiro a I de julho de 1855 no posto
de chefe de di visã.o. Depois de varias com missões, exerceu desde
agosto de 1853 até seu fallecimento o cargo de commandante da aca-
demia de marinha; er.1 cavalleiro da ordem de S. Bento de Aviz e
e.,creveu :
- Explicação do Almanllk nautico e ephemerides astronomicas para
o meridiano de Greenwich, publicado annualmente em Londres; tra-
duzida do mesmo almanak. Rio de Janeiro, 1841,32 pags. in-4°.
- Explicaçlio das taboas nauticas ue John Willians Norie, h'adu·
zida, etc. Rio de Janeiro, 1841, 40 pags. in-4°.
- P1'oblemas naut:co aS/1'ono?n'icos de John ,Villian Norie, para ser-
virem de continuação a EXl?licação das taboas nauticas do mesmo autor,
publicada em 1841. Rio de Janeiro, 1844,64 pags. in-4°.

João F.Iellrique Braune - Filho uo doutOl' João Henri-


que Braune e nascido no Rio de Janeiro, i'allecell em 1888 ou 1889, ba-
charel em lettras pe] o an ligo collegio de Pedro II, hoje gYP1Dasio na-
cional, onde leccionav:lo grego, e doutor em medicina pela faculdade
desta cidade. Escreveu:
- Diagnostico dittere1tcial entre as molestias do estomago; Da as'
phixia por submersão j Anatomia e physiõlogia d:lo placenta; Das condl-
ções pathololYicas, causas, diagnostico e tratamento do beriberi : these
apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1875,82 pags. in-4° gr.
- Relação dos dialectos com a litteratura e o diagramma: these
para o concurso á cadeira de grego do internato do imperial collegio de
Pedro Il. Rio de Janeiro, 1879, 43 pags. in-4 0 •

João Henrique Freese-Inglez de nascimento e brazi-


leiro por naturalisação, foi um conceituado educador da mocidade,
fuudou em 1841 e dü'igiu por muitos annos um collegio em Nova-
Friburgo, Escreveu:
- Compendio de geographia e historia, seguido de um epitome sobre
os globos e seus circu10s, e de um trabalho chronologico dos principaes
acontecimentos da historia do Brazil desde o seu descobrimento até a
coroação de S. M. 1. o Sr. D. Pedro Il. Rio de Janeiro, 1842, 106
pags. in-8°.- Ha outras edições, sendo a quarta, revista e augmentada,
de 1868, 126 pags. in-8°, seguindo-se a edição de 1871, etc.
- Noções get'aes acerca da educallão domestica. brazileira. Relato-
rio do curso de estudos no instituto collegial de Nova-Friburgo. Hymno
ii. commemoração da iudependencia do Brazil. Conselhos de um pae á
uma noivD.. Rio de Janeiro, 1850,72 pagos. in-8°.

João Henrique de LiDl.a Barreto- Filho de Hen-


rique de Lima Barreto e nascido na cidade do Rio de Janeiro no anno
de 1853, é habilissimo typographo e exerce o cargo de administrador
das colonias de alienados da ilha do Governador. Serviu antes o de
chefe de composição na Imprensa nacional e foi presidente da associa-
ção nacional dos artistas brazileiros Trabalho, união e morillidade.
Escreveu:
- Manual do aprendiz compositor por Jules Claye; traduzido da
lingua franceza. Rio de Janeiro, 1889, in-8°.

J o ["l.O Henrique de Mattos - Tio e sogro do com-


mendado!' João Wilkens de Maltos, de quem farei mençã,o em tempo,
nasceu no Pará em 1790, seguiu a carreira das armas, na qual refor-
mou-se com o posto de coronel, e {alleceu a 8 de ago"to de 1857, des-
cendo o rio Cucui em direcção ii. capital do Amazonas, tendo junto a si
apenas um escravo fiel que lhe cerl'l'ara os olhos. Fez va!'ias explo-
rações pelas florestas da. extremidade setemptrional do imperio, e
enviou ao Instituto historico e geographico brazileiro, de que era sacio,
varias manuscriptos, e documentos curiosos, de importancia. Escreveu:
- Rotei?'o da viagem da cidade do Pará alé os limites do rio Bran-
co, feito pelo co!'onel reformado de artilheria etc. - Existe na Biblio-
theca Nacional o original da 1 fi. e 52 pags.
448 JO

- Relataria tio estado actual de decadencia, em que se acha o Alto


Amazonas. Par'a, 25 de outubro de 1845-0 original de 38 pags. ín-fol.
e 1 pla.nta existe no Archivo Militar.
- ExposiçãO analytica do forte de S. Joaquim do Rio Branco, da
Missão do Macuxú ao rio Pirará e do forte de S. José da barra do í'io
Negro, 1844 - O original de 12 pags. in-fol. com 4 plantas pertence a
dona Joanna T. de Carvalho e esteve na exposição de historia patria
em 1880. Nessa exposição estiveram varias plantas por elle levantadas
em 1843.

João Henrique de Souza. - Nasceu no Rio de Ja-


neiro pelo anno de 1725 e falleceu em Lisboa, p lo de ligO. Depois
de ter estudado alguns preparatorios pOl' insinuações de um seu amigo
e companheiro de di vertimentos e de saráos, de que era apaixonado,
emigrou para Lisboa, levando cartas de recommandação para o Mar-
quez de Pombal, e em virtude de taes recommendà.ções, quando se orga-
nisou a aula do commercio, foi nomeado lente da mesma aula, e encar-
regado relo notavel estadista portuguez da orgallisação do erario regia
de que foi nomeado escrivão e mais tarde t1lesoureiro. Mais preoccu-'
pado com os divertimentos do que convinha, foi processado por faltas
encontradas, e então ficaudo provado, não que fosse delapidador-
como consta da sentença da relação, de 12 de dezembl'o de 1786, contra
os verdadeiros criminosos, publicada no Conimbrense de II de março de
1787, mas muito indoleute, foi demittido de seu emprego, solIrendo
por isso ser'ios desgostos, que contl'ibuiram tal vez para sua morte.
Escreveu:
- Postatas para servir de texto nas Lições de escripturação mer-
cantil da aula do commercio de Lisboa - Não foram publicadas talvez
por ter logo o autor deixadú o lagar de lente, nem me consta que o fos-
sem as lições.
- Discurso politico sobre o juro do dinheiro. Lisboa, 1786, 164
pags. in-So - Esta obra, publicada sem assignatura do autor, provo-
cou uma forte discussão scientifica entre varias escriptores da epoca,
na qual procurava cada qual com mais ou menos vehemencia sus-
tentar suas opiniões sobre a legitimidade dos juros etc., interpretando
ii. seu modo os principias de jurispruuencia, relativos ao assumpto.

João Henrique Ulric& - Filho ue João Henrique UI-


rick e dona Maria Luiza de Sá Ulrick, nasceu no Rio de Janeiro a 22
de novembro de 1851 e faUeceu em Portugal a 19 de janeiro de 1895.
Depois de fazer em Lisboa o curso do Iyceu nacional matriculou-se
JO 449

no curso preparatorio de artilharia da escola polyteclmica da mesma


cic1aue, não o concluindo por molestia que disto o impediu. Fez então
uma excursão por varios paizes da Europa, e veiu ao Brazil, tornando
depois á Lisboa, onde se estabeleceu no commercio e exerceu o cargo
de vice-consul do imperio, sendo nomeado pelo governo portuguez
directol' da companhia nacional de tabacos e antes disso director da
companhia das minas ue Santa Eufemia. Era commendador da ordem
de Isabel a Catholica, cavalleiro da de Christo de Portugal, sacio da
sociedade geographica de Lisboa etc. Collaborou no Diccionario po-
pular, na Revista de Portugal e do Braúl e escreveu-além de varios
trabalhos ineditos, de que me faltam actualmente informações:
- Tmtado do jogo do bilhar; traduzido etc. Lisboa - Foi feita
essa tradução a pedido do editor Antonio Maria Pereira.
- Duas palavras aos leitores das Farpas de dezembro de 1872 por
um bl'uzileiro. Funchal, 1873.

João I-Ienrique Vieira da Silva - Filho do coronel


Luiz Vieira da Silva e de dona Rita Vieira da Silva, nasceu na capi-
ta,l do Maranhão a 28 de fevereiro de 1854 e falleceu a 22 de outubro de
1890, bacharel em sciencias sociaes e jurídicas pela faculdade do Recife
e professor de latinidade do lyceo daquel1a capital. Apenas com os pri-
meiros estudos foi á Portugal, onde, como interno do coIlegio Doovid-
som, fez o curso de humanidades. Voltando ao Maranhão, depois do
curso de direito, renunciou á nomeação de addido de primeira classe da
legação brasileira em Londres, abriu escriptorio de advoca,cia e foi
nomeado promotor publico da cidade S. Luiz, cargo que exerceu por
pouco mais de um anno. COloU a elevação ao poder do gabinete de 20
de agósto de 1885 foi eleito depu tado na vigesima legislatura geral
foi nomea,do primeiro vice-presidente da provincia em 1888 e, com a,
ascensão do partido liberal á 10 de março de 1889 deu fim á sua car-
reira politica. Além de discursos parlamentares e artigos em jornaes
em que collaborou ou de cuja redacção fez parte, escreveu :
- Belte;;as da litteratura latina ou extractos dos principaes pl'osa-
dores e poetas dos' tempos classicos das lettras romanas, colleccionados
e precedidos de uma breve introducção sobre a evolução da litteratura
latina. S. Luiz, 1884, C" " XV-288 pags., in-8". - Na introducção
deste livro em excel1ente e criterioso exame passa o autor em revista
a litteratura latina desde a fundação de Roma até o 5° seculo da éra
christã e de todos os escriptores de nota, prosadores e poetas, otrerece
excerptos bem escolhidos. E', pois, um livro util não ~ómente ao es-
tudante de latim, mas tambem ao que quizer subir do conhecimento
29
450 JO

do beIlo idioma de Tacito· ao da litteratura, infelizmente sem outros


compaqheiros, pOl'que mui cedo a morte roubou-nos o operoso autor
a quem a politica arredara da, messe de trabalhos propriamente litte-
rarios para atiral-o aos embates da vida publica, onde se manteve até
a quéda da monarchia.

João I-lilario ele Menezes Drullllllonel - Natu-


ral de ltaborahy, estado do Rio de Janeiro, é capitão reformado da
guarda, nacional, tabellião e escrivão da provedoria na villa do Bo-
nito, e escreveu:
- Dicciona1'io dos nomes proprios, masculinos e femininos, com-
preltenelidos na historia e na mythologia. Rio de Janeiro (1888),
443 pags. in-8° de duas columnas ->E' um livro curioso. De grande
parte dos nomes dá o autor a significação. Occupa-se elle de perso-
nagens da historia desde os tempos biblicos e dos santos elo calendario
c<'1,tholico.

João :I-Ionora-to - Filho do mestre de campo do terço


novo de infanteria da cidade da Bahia, João Honorato, e de dona
Francisca Soares de Araujo, nasceu nessa cidade á 12 de agosto
de 1690, ignorando-se a data clo seu fallecimento. Foi jesuita, em
cuja ordem professou em 1714, tendo vestido o habito em 1704 com
quatorze annos apenas. No coIlegio da Bahia obteve o gráu de mestre
em artes; foi prefeito dos estudos e leccionou humanidades, como o
fez tambem no collegio elo Rio de Janeiro; leccionou philosophia e
theologia no seminario de Belém; foi examinador synodal e exercia
o cargo de provincial da ordem no Brnzi], qúando, extincta essa
ordem, foi preso, e remettido com outros para a torre de S. Julião.
Escreveu:
- Sermão da Immaculadft Conceição da Mãe de Deus, pregado no
dia do apostolo S. Mathias. Lisboa, 1735, in-4°. . ,
- Oração {unebre nas exequias de D. Luiz Alvarenga de Fig-uei-
redo, arcebispo da Bahia, celebradas na capital da mesma cidade no dia
1 de outubro de 1735. Lisboa, 1735, in-4°.

João Ig'nacio ele Moraes Reg'o - Natural do Ma-


ranhão, ahi ralleceu, ha mais de trinta annos. Kada mais pude apurar
a seu respeito. Escreveu :
- Tabella histol'ica e chronologica das diglli lades, conegos e bene-
IiciR~os da santa igreja catheclral do Mar'Rnhão desde sua fundação em
1739 até o presente. Maranhão, 1844, 32 pags., in-4°.
• c
JO 451

João Jacintho Gonçalves de Andrade - Nas-


cido em Portugal, mas brazileiro por naturalisação, sendo presbytero'
secular e conego, fez o curso de direito na faculdade de S. Paulo, re-
cebeu o gráo de bacharel em 1864, o de doutor em 1865 e, entrando no
corpo docente d~ mesma faculdade, foi nomeado em 1878, lente cathe-
dratico de direito ecclesiastico. Escreveu:
- Ot'ação (unebre do Exmo. e Revrno. Sr. D. Sebastião Pinto do
Rego, bispo de S. Paulo, re~itada, etc. S. Paulo, 1868.
- These e disse,otaçao para obter o grã.o de doutor em direito.
S. Paulo, 1865, 23 pags. in-4° - O ponto da dissertação é : Os ,governos
despoticos podem ser justificados pelos principias de direito publico ~
- Faculdade de direito de S. Paulo. Memoria historica dos accon-
tecimentos mais notaveis do anno ele 1870. R.io ele Janeiro, 1871, in-4°.

João JoaquiDl. Ferreira de Ag'uiar - Nascido


no anno de 1805, falleceu em Valença, estado do Rio de Janeiro, de
onde o supponho natural, ~\ 20 de outubro de 1850, sendo presbytero
secular e conego honorario da capella impel'ial ; pregador da mesma
capella ; vigario da vara no municipio onde falleceu ; cavalleiro da
ordem do Christo; socio correspondente do instituto historico e geo-
graphico brazileiro ; da sociedacle polyt echnica de Paris; da sociedade
do agricultura ela Bahia; da sociedade de instrucção elementar e do
gabinete portuguez de leitura da curte; soeio eiIectivo da sociedade
auxiliadora da industria nacional, e das sociedades auxiliadora da
instrucção,e protectora da ci vilisação e industria da villa, hoje cidade,
de Vassouras, dUi qual fóra presiden te. Escreveu :
- Peqttena memoria sobre a plantação, cultura e colheitf.L do café,
otIerecida à Sociedade promotora da civilisação e industria da villa de
Vassouras. Rio de Jll.neil'o, 1836, 19 pags. in-8°.
- Oração gratulatoria, recitada na solemne acção de graças que,
pela pacificação da provincia de Minas, foi celebrada na freguezia
do Rio Preto no dia 25 de setembro de 1842. Rio de Janeü'o; 1842,
15 pags. in-4°.
- Relatorio lido na reunião geral da sociedade proteotor:1 da civili-
sação e industria da villa de Vassouras em 19 de abril de 1841 pelo seu
vice-pre idente, &. Rio de Janeiro, 1841, in-8°.
- Relatorio lido na 1 eunião gel'ul da sociedade protectora & de 8
de maio de 1842. Rio de Janeiro, 1842, in-So.
- Relntorio lido na reunião gel'al da sociedade auxiliadora da in •
trucção do municipio de VaSSOLll'aS em o f<Lustissimo dht 18 de julho de
1844. Rio de Janeiro, 1845, in-8°.
45.2 JO

- Estatutos da s.ociedade auxiliadora da instrucção do municipio


de Vassouras . .Rio de Janeiro, 1843, 8 pags. in·4 o - Assigna-o como
presidente com os dous secretarias.

João JoaquiD1 da Fonseca Albuqu.erque -


-Filho do major Salvador Henrique de Albuquerque,de quem se trata
neste Hvro, e natural do Recife, Pernambuco, é bacharel em direito
pela faculdade desta cidade e escreveu :
- O mendigo mystej·ioso : romance. Rio de Janeiro, 1880.

João JoaquiD1 de Gouvêa - Filho do conselheiro Luiz


Teixeira Soal'es de Gouvêa, nasceu no Rio de Janeiro em 1830 e
falIeceu a 20 de junllo de 1866. Doutor em medicina pela faculdade
do Rio de Janeiro, era caval1eiro da ordem da Rsoa, e acabava
de ser elevado de oppo.,it 01' da secção de sciencias accessorias á lente
catbeclratico de pbysiologia da mesma faculdade, quando fa,lleceu.
Escreveu:
- Da agua e da acção que diversos agentes exercem sobre alIa;
Quaes os casos em que o exacto conhecimento dos preceitos e
regras anatomicas mais importa ao medico em pró da humanidade,
e quaes os males ou vicios que da inobservancia de taes regras a
saiencia medica so:trre e quiçá a humanidade; Relações phYSiologo-
pathologiaas entre a hepatites chronica e as a.l:l'ecções do coração,
cuja existencia se observa frequentemente: these apresentada etc.,
e sustentada em 12 de dezembro de 1852. Rio de Janeiro, 1852,
38 paga. in-4°.
- Do en'venenamento em geral, flnalyse e interpretação de nossa le-
gislação criminal relativa aos crimes desta ordem; Do envenenamento
pelos preparados de arsenico ; Algumas proposições sobre os difl'erentes
ramos do ensino medico: theses de candidatura ao logar de lente oppo-
sitor da f,lculdade de medicina do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro,
1855, 44 pags. in-4°.

João Joaqui:w. Pizarro - Filho de João Joaquim Pi-


zarro e dona Joaquina Eufemia Pizal'ro e natural da cidade do
Rio de Janeiro, é bacharel em lettras pelo colIegio de Pedro 11,
doutor em medicina pela faculdade da referida cidade, lente do
botaniú<'\ e zoologia da dita faculdade, lente da faculdade livre de
direito do Rio de Janeiro, director da secção de antropologia, zoologia
e paleontologia do museu nacional, director do 3sylo dos meniaos
desvalidos, official da ordem da Rosa, cavalleiro da ordem austriaca
JO ~53

de Francisco José e membro da sociedade auxiliadora da industria


nacional. Escreveu:
- Das feridas por arma de fogo; Estudo chi mico e pharmaceutico
dos alcaloides das strychneas; Tumores erectis do craneo ; Diagnostico
diJl'erencial entre a pneumonia e a pleurisia: tl1ese apresentada á
faculdade de medicina do Rio de Janeiro e sustentada em 25 de novem·
br'o de 1866. Rio de Janeiro, 1866, in-4".
- SoLanaceas brasileil'as : these apresentada etc., para o concurso a
um loga,r de lente oppositor da secção de sciencias accessorias. Rio de
Janeiro, 1872, 85 pags. in-4".
- Catalogo dos productos naturaes e indrlstriaes, enviados pelo
municipio neutro e província do Rio de Janeiro á. exposição nacional,
inaugurada na côrte em 2 de dezembro de 1875. Rio de Janeiro, 1875,
141 pags. in-8" ..
- .ilfemoria historica dos factos mais notaveis, occorridos na facul-
dade de medicina do Rio de Janeiro durante o biennio de 1882-1883.
Rio de Janeiro, 1884, 54 pags. in·fol.
- Nota descl"ipti'IJa de um pequeno animal, extremamente curioso e
denominado Batracbychthis - No archivo do museu nacional, 1876,
, 31 paginas com uma estampa.

João Joaqubn. da Silva - Nasceu na cidade da Bahia


a 24 de junho de 1802 e falleceu no Rio de Janeiro a 30 de maio
de 1870, bacharel em direito pela universidade de Coimbra, mi-
nistro do supremo trilJUnal de justiça e commendador da ordem de
Cbristo. Iniciou na carreira da magistratura servindo o logar de
ajudante do auditor dn. marinha, de que passou ao de juiz de fóra da
Ilha Grande e Paraty; dabi passou a desemblil.rgador da relação
da Bahia, onde exerceu tambem o cargo de chefe de policia de
1843 a 1849, sendp exonerado a seu pedido, e foi presidente da mesma
relação. Foi um magistrado integerrimo, distincto litterato, e
escreveu:
-lndice alfabetico das materias, às quaes tem appllcação a legislação
patria promulgada ate o fim do anoo de 1850. Bahia, 1852, 144 pags.
lo-4°.
- Indice aLfabetico etc., de 1851, 1852 e 1853. Bahia, 1858,105 pags.
ín-4°.
- Indice aLfabetico etc., de 1854, 1855, 1856 e 1857. Bahia, 1859,
169 pags. in-4°.
- Indice alfabetico etc., de 1858, 1859, 1860 e 1861. Ba.bia, 1863,
259 pags. ín-4°.
454 JO

- Comurahy: drama - Creio que não foi publicado; sei, porém, que
escreveu, além deste, outros trabalhos que devem existir em poder de
seus herdeiros.

João JoaquiD1 da Silva Gu.iD1arães, 1°- Na-


tural da Bahia, nasceu no ultimo descennio do seculo 18°. Não pude
obter informações circumstanciadas a seu respeito; sei, entretanto,
que se dedicara ávida commercial, da qual depois 'se l'etirara, e
que applicou-se ao estudo da historia patria e ela lingua indigena.
Escreveu:
- Hist01'ia abreviada da vida e acções elo coronel Felisberto Gomes
Caldeira. Bahia, 1825, 40 pags. in-4°.
- Miscellanea historica, curiosa e instructiva. D. e O, em teste-
munho de estima e veneração ao Illm. Sr. tenente-coronel Joaquim
José da Costa Portugal. Bahia, 1847, in-8" com varias mappas.
- Epitome da historia dos indios do Brazil - Vem no Medico do
Povo, 1851, ns. 99 e seguin tes.
- Grammatica da lingua geral dos indios do Brazil, reimpressa
pela primeira vez neste continente depois de tão longo tempo de sua
publicação em Lisboa, oíferecida a S. M. Imperial, attenta a sua au-
gusta vontade manifestada no instituto historico e geographico, em
testemunho de respeito, gratidão e submissão. Bahia" 1852, 139 pags.
in-4". - A data ela publicação só no fim do livro se acha com a indicação
da typographia de B. ele Souza Moreira, sendo no principio inclicada a
typographia de Manoel Felicia.no Sepulveda. E' precedida de duas
poesias em verso hendecasyllabo pelo reimpressor : A voz do povo
indigena, encaminhada submissamente ao muito alto defensor perpetuo
do paiz commum, e OJIerenda à patria. Conclue-se o livro com juizos
criticas do arcebispo dom Romoaldo, elo coronel 19nacio Accioli e do
professor G. B. Embirussó.. Camacã e com varias poesias; sendo afinal
declarada a data da impressão e typographia diversa da que se indica
no frontespicio. Esta obra é uma eclição da celebre «Arte de gl'amma-
tica da lingua brazilica» elo padre Luiz Figueira, em tudo conforme a
edição, que se eliz ser a quarta, feita por trei José Mariano da Conceição
Vellozo em 1795, e sobre ella foi publicada uma noticia no Dia?'io
do Rio de Janei?'o de 27 ele setembro de 1853, noticia escripta em
francez por frei Camillo de Mont errato, traduzida pelo redactor d'esse
jornn.l, e reproduzida na Reforma de 3 de setembro ele 1873. No
catalogo da livraria do Gabinete pOl'tugneíl de leitura, em Pernambuco,
vejo esta grammatica publicada em r"isboa, 1851, por J. J. da Silva
Guimarães.
JO 455

-Diccionario da lingua geral dos indios do Brazil, reimpre so e


augmentado com diversos vocabu10s e ofl'erecido a Sua Magestade
Imperial. R"tia, 1854, 103 pags. in-4° - E' uma nova edição do «Diccio-
nario portuguez e brosiliano impresso em LislJ'Jll. no mesmo anno de
1795 pelo mesmo frei José Mariano, com um addendo de 34 pflgs. dos
novos vocabulos.

João Joaqubn. da Silva GuiJnarães, 2° - Filho


do precedente e de dona Thereza Celestino. da M,\Ua Bacellar, na'ceu
na Bahia a 2 de setembro de í818, e falleceu no Rio de Janeiro, no
hospital de marinha, a 21 de julho de 1858. Fez o curso ua academia
de marinha, sendo promovido a varios postos até o de capitão tenente
a 2 de dezembro de 1857. Era. cavalleiro da ordem do Cruzeiro e
escreveu:
- Descripção da costada provincia de Santa Catharina, comprehen-
dida entre a ponta das Bombas e a barra do Norte do rio de S. Fran-
cisco. Rio de Janeiro, 1849, l5 pags. in-4°.
- Descripção geogra;>hica e topographica da provincia de Matto
Gl'OSSO, seguida de um mappa respectivo as suas longitudes e lati-
tudes - Na exposição de historia patria em 1880 foi apresentado o
original de 110 tis. in-4°, e uma copia de 107 fi . iu-4° gr.

João JoaquiD1 da Silva GuiD1arães, 3°_ Nasceu


em Sabara, provincia de Minas Geraes pelo anno de 1798 e falleceu a
24 de junho de 1858. Era pfli do dl'. Bernardo Joaquim da Silva Gui-
marães de quem ja fiz menção; omcial super~9!.t~da gual'da nacional em
sua provincia, onde exerceu "\Iarios cargos ~ eleição populor, e 1Jor
onde foi deputado na. primeira legislatura,~erâ;I~;Escreveu;
- Varias poesias e trabalbos em prosa cm varias jornaes da
provincia - De entl'e es as poesias e outras ineditas, seus. filhos
tratavam de colleccionar as melhores, em 1882, afim de sial-as ao
prelo; com a morte, porém, do mais empenhado talvez na empreza,
o dr. Bernardo Guimarães, parece-me que não se tratou mais disso.
Este, en tretanto, no seu livro Folhas do Ot!tono publicou varias
dessas poesias.

João José de Andrade Pinto - Filho do gentil-


homem João .José de Andrade Pinto e irmão do desembargador Caetano
,José de Andrade Pinto de quem já occupei-me, nasceu na cidflde do
Rio de Janeit'o em 1825, é moço fidalgo da extincta casa. il11pel'i~ I, ba-
cbarel em direito pela faculdade de S. Paulo, e ministro aposentado
456 JO

do supremo tribunal de justiça. E' agraciado com o titulo de conselho


do imperador d. Pedro II e escreveu:
- Resposta sobre o conflicto de jurisdição entre o governo imperial
e a relação da côrte que mandaram levantar os avisos de 6 e 10 de
agosto de 1879. Rio de Janeiro, 1880, i11-4°.
- A Constituição da Repullica do Brazil. Rio de Janeiro, 1890.
Fez-se logo segunda edição.

João José Barboza de Oliveira-Filho de Ro-


drigo Antonio Barboza de Oliveira e dona Anna Luiza de Oliveira, I;l
pai do dr. Ruy Barboza, nasceu na Bahia a 2 de julho de 1818
e falleceu a 29 de novembro de 1874. Doutor em medicina pela
faculdade da Bama l apresentou-se em concurso á uma cadeira de
substituto da secção de sciencias medicas; representou sua, provincia
na 1211. legislatura geral e na seguinte, e por muitas vezes occupou
uma cadeira na assembléa provincial e serviu outros cargos como o de
inspector geral da instrucção publica. Desde estudante de. prepara-
torios revellou um talento robusto, uma intelligencia brilhante e sendo
estudante de medicina, era considerado como insigne litterato, e grande
philologo. Tão notavel na tribuna, como no gabinete, era socio de
instituto historico e geographico brasileiro, e de varias associações de
lettras. Caracter firme, inhabalavel, filiou-se desde os bancos escolares
á um dos partidos politicos do imperio e nelle sempre militou sem nunca
recusar-lhe seus serviços até á época de seu fallecimento. Escreveu:
- As pl'isões do Paiz e o systema penitenciario ou hygiene penal :
these apresentada e sustentada, etc., em 11 de dezembrQ de 1843.
Bahia, 1843,59 pags. iu-4° gr. - A simples introducção desta. these,
de dez longas paginas, deixa_ver a grande copia de conhecimentos, a
litteratura immensa que possuía o autor aincla estudante de medicina,
e sobre o assumpto, ã cujo estudo se dedicou sempre, escreveu, além
de artigos em revistas e periodicos como o Mozaico e o Guaycurü, as
tres obras seguintes:
- Retatot'io feito em nome da commissão encarregada de examinar
o projecto de lei sobre prisões, pelo Dr. Tocqueville. Tirado em lin-
guagem. e oJTerecido a commissão incumbida de examinar as questões
relativas a casa de prisão com trabalho da Babia, etc. Bahia, 1846.
- Systema penitenciario pelo Dr. Benoistou de. Chateauneuf :
memoria lida na academia de sciencias moraes e politicas na sessão de 1
de setembro de 1843. Traducção, etc. Bahia, 184.6.- Foi tambem publi-
cada esta traducção no Archivo Medico Brazileiro, torno 4°, ns. 1,2,6 e 9.
- Systenw. penitencial·io. Relatorio feito em nome da commissão
JO 457

encarregada pelo .... presidente da provincia de examinar as questões


relativas a casa de prisão com trabalho. Bahia, 1847, 147 pags. in-4°
- E' assignado por mais ouiros. (Veja-se Eduardo Ferreira França.)
- Discurso que na occasião de se dar a sepultura o corpo do Dr.
Francisco de Paula de Araujo e Almeida recitou na igroja da Piedade
no dia 2 de março de 1844. Babia, 1844, 7 pags. in-4°-Foi reprodu-
zido na Minerva B1'asiliense, tomo 2°, pag. 55l.
- Qual a r6l.zão, por que a natureza não deu ás arterias, cerebraos
o mesmo grao de elasticidade que as outras? these de concurso á
uma cadeira de substituto da secção medica, etc. Bahia, 1846, 8-30
pags. in-4° gr.-Este trabalho, por si só, honra seu autor, principal-
mente attendendo-se os poucos clias, que pela lei lho' eram concedidos
para escrevel-o e apresental-o impresso.
- O que seja a doença o quaes as considerações sobre sua s de, em
geral: (prova escripta no concurso, etc.) - Sahiu no Musaico, tomo 2°,
pags. 149 a 153 e depois no Archivo Medico Brazileiro, tomo 2°,
1845-1846, pags. 230 a 234. Apparecendo uma refutação a este traba-
lho (veja-se Antonio José Alves) o dr. Barboza, sustentando suas
ideias, escreveu :
- Carta em resposta ao Dr. Antonio José Alves-Na mesma revista,
pags. 217 a 223, não sendo concluida a publicação por cessar a do
Musaico. Ha varias relatarias sobre a instrucção publica, apresentados
pelo dr. Barboza ao Governo da Bahia, muitos escriptos em varias
revistas e n'outras publicações, como :
- Threno poetico do bardo - que' vem no volume « Honras e sau-
dades em homenagem á cara memoria do eximia, sabia babiano Fran-
cisco Agostinho Gomes» (Veja-s0 Ernesto Frederico Pires de Figuei-
redo Camargo.)
- O gemido da harpa clwistã: poesia á morte de Aristides Franco Ve·
lasco-No livro « Honras e Saudados tributadas a memoria de Aristides
Franco Velasco, etc.» Bahia, 1841, paga. 22 a 28. Neste livro acha-se
tambem um discurso seu, proferido no n.cto da inhumação de Velasco,
de pags. 6 a 12. Deixou muitas poesias ineditas sendo dellas :
- A. meu filho Ruy - poesia improvisada, escriptn. nas primeiras
paginas de um allJum ue seu filho ao partir esLe para Pernambuco afim
de matricular-se na faculdade de clireito a 5 de novembro de 1865.
Termina assim:

Filho, bem vês - meu rosto asserenou.


A fé voltou ! serás a patrla, aos pais
Tropheo modesto, cidadão severo ...
Eu creio e espero! já não choro mais t
458 JO

Na imprensa rerligiu :
- O Seculo : jornal politico, Iitterario e commercial. Bahia, 1848-
1849, in-fol.

João José de Brito - Filho ele Joaquim José ele Brito e


dona Rufina Roza de Araujo, nasceu na Bahia a 16 de junho de
1845. Sua educação litteraritL correu com indesculpavel descuido da
parte de seus pais, ue modo que só aos dezoito annos deu-se a estudos
de preparatorios, revelando a brilhante intelligencia de que é dotado.
Eleito deputado ii, assembléa provincial em 1876, ainda comprovou
seus dotes oratorios. E' official da bibliotheca publica de sua provincia,
apaixonado cultor das lettras e escreveu:
- Rogerio: drama aprovado pelo Conservatorio dramatico. Bahia,
1874 - Foi representado nesse anno com applausos.
- Vozes no ar : poesias. Bahia, 1877.
- Prometheo, de Edgard Quinet. Traducção em verso. Bahia,
1879 - E' um trabalho primoroso na opinião de pessoas compe-
tentes.
- Octa'Vío : drama em cinco actos. Bahia, 1884, 183 pags. com o
retrato do autoJ'.
, - Forasteiras: poesias. Bahia, 1885, com o retrato do autor.
- Amor fr.ttal: drama - O autor o tinha inedito em 1880 e creio
que não foi publicaào.
- Lira dos tropicos : poesias - Idem.
- Haj'monias bj"asileij"as: Idem - De SUfl,f; po~sias publicallas em
avulso, citarei :
- Ft'ei Cho.gas: poesia of'ferecida ao IIlm. e R.ev. Sr. padre-mestre
frei Raymundo da Madre de Deus Pontes - Vem no volume «Frei
Chagas, traços biograllbicos de frei Chagas (FrGl,ncisco das), leigo
professo no convonto de S. Francisco da Bahia, etc. 4" edição, Bahia,
1867», pags. 27 a 30. (Veja-se João Nepomuceno ela Silva.) Sei que João
de Brito tem ainda outl'OS trabalhps, posteriormente escriptos, dos
quaes me fa.ltam as precisas indicações. Redigiu:
- Bahia Itlustrada: Ballia, 1869-i870, in-fol.-Teve por compa·
nheiro na. redacc;ão Hermenegildo da Silva Senna, a quem me r'efiro
neste volume,

João Jo, é Carneiro da SilYa~ Barão de Monte


Cedro - Filllo do Visconde de Araruama, José Carneiro da Sil va, de
quem hei de occupar-me mn.is ta,rde, e da Viscondessa do mesmo
titulo, nasceu em Macahé, ex-província do Rio de Jl\neiro, e falleceu a I
JO 459

de agosto de 1882; sete mezes apenas depois de ser agraciado com


o titulo de nobreza que lhe conferira o decreto de 17 de dezembro
de 1881. Era bacharel em sciencias sociaes e juridicas, pela facul-
dade de S. Paulo, sacio da sociedade campista de agricultura, e dn
sociedade auxiliadora da industria nacional, e fazendeiro impor-
tante do municipio de seu nascimeuto, onde exerceu sempre cargos de
eleição popular. Cooperou paea Q eugenho centra.l de Quissamã, inaú-
gurado em 1877, e propriedade de uma. com panhia :Jnonyma, orga-
nisada pelos esforços c iniciativa individual de sua farnilia. Deu-se
muito aos estudo" agronomicos, dando a lume varias trabalhos em
periodicos como a Lux, e o Monitor Campista, e escrevendo :
- Estudos agt'icolas: !" serie, Rio de Janeiro, 1872, 242 pags. in-4°
- Trata-se ahi da cultura da canna e do fabrico do assucar com o
monosulphito de cal, da cultura da mandioca &.
- Estudos agricolas: 2° serie. Rio de Janeiro, 1875, 234 pags. in-4°
- Trata-se dos engenhos mixtos e engenhos centraes, da reforma da
lavoura do Brasil, dos braços a empregar, do ensino da agricultura, etc.
- Relatorio de Burton sobre os engenhos centraes da Martinica,
traduzido, etc. Rio de Janeiro, 1875,58 pags. in-4° - E' seguido da
«Producção e consumo do assucar por N. Lubbock» e de ideias sobre
a fundação de um engenho central em Campos.
- Estudos economicos. Rio de JaneÍl'o, ]878, 158 pags. iu-4°.
- Noticia de criptiva do municipio de Macahé, organisada pelo Dr.
João José Carneiro da Sil va, presidente da. Camara Municipal. Rio de Ja-
neiro, 1881,63 pags. iu-4°- Foi enviada com um officio do autor á ex·
posição de historia patria, antes de ser impressa. leoi tambem publicada
no Populat· de Macahé de 19 a 28 de maio e 2 de junho desse anno.

J oão José de Carvalho - Filho do coronel Antonio


José de Carvalho o de dona Emerenciana Joaquina de carvalho, nasceu
no Rio de Janeil'o a 24 de fevel'eiro de ]806 e falleceu a 22 de março
de 1867. O Larrey brnileiro, como o chama o ol'ador do instituto his-
torico, era. doutol' em medicina. pela fa uldade de Paris, l.Jrofessor cathe·
dratico de materia medica e pllarmacia da faculdade do Rio ,Ie Janeiro,
do couselllO do ]mpel'a.dOI", membro da. imperial academia. rle medicina
e do instituto l1i torico e geographico brazileiro, official da ordem da
Rosa e ca valleiro da de Chri to. Serviu cerc", de vinte anDOS o cargo
de cirurgião-mõr do corpo de policia da côrte, e escreveu:
- De l'influence du sl\ng SUl' la production des maladies : these
presentée et soutenue à ]a faculté de medeciue de Paris 113 21 juln 1828
pour obtenir le grade de docteur en medicine. Paris, 1828, in-4°.
4fDq JO

- Dissertaçao sobre a syphilis. Rio de Janeiro, 1831, in·4°,


- Da hygrometria: tbese apresentada para ser sustentada perante
a academia medico-cirurgica do Rio de Janeiro ao concurso de physica.
Rio de Janeiro, 1833, io·4°.
- Estatística geral do hospital do corpo municipal ])ermanente
durante o anno de 1850, acompanhada de reflexões, etc.-Vem publicado
este trabalho, assim como outros no mesmo sentido, na Ga:;eta dos
Hospitaes. 1851, n. 2. Uma censura bem severa que publicou o
dr. L. V. De Simoni sobre esse trabalho noS Annaes Brazilienses de
medicina, tomo 6°,1850-1851, ns. 9 e 10, levou o dr. Carvalho a dar
á estampa:
- Resposta as observações feitas pelo Sr. De Simoni acerca da
Estatistica geral do hospital do corpo municipal permanente, etc.-
Nos mesmos Annaes, n. 11 e 12, pags. 250 a 255, 272 a 279.
- 1l1"atel"ía medica brazileira: ~ extractos das lições do lllm. Sr. Dr"
João José de Carvalho - Idem, tomo 9°, 1853-1854, pags. 13, 42,
63 e seguintes.
- Lições de materia medica brazileira em 1863, do Sr. conselhei.ro,
etc.- Na Gazeta Medica do Rio de Janeiro, 1863-1864, pags. 82, 92,
103, 115, 131, 141, 154, 166, 180, 190, 203, 224 e seguintes. São onze
lições.

João José Dias de Faria - Natural do Rio de Janeiro


e engenheiro pela escola central, escreveu:
- Locomotiva Baldwín - Na Revista de Enge»hal"ia, tomo 2",
n. 5.
- Elementos de um diccionario ele tecllnologia do material rodante
mais em uso nas estradas ele Cerro do Bl'azil e de suas dependencias -
Idem ns. 9,10,11 e 12 e tomo 3°, uso I, 2 e 3. E' di.vidido em tres
grupos: Locomotivas, carros, officinas e ferramentas - grupos que,
depois de correctos e augmentados, fundirá, diz o autor, em um só com
a denominação de Material rodante.

João José Ferreira de Aguiar, Barão de Camacuan


- Filho de Antonio Ferreira de Aguiar e dona Ursula das Virgens
de Aguiar, nasceu em Goyanna, província de Pernambuco, a 10 de
janeiro de 1810 e falleceu a 18 de novembro de 1888. Um dos pri-
meiros que se matricularam no curso de direito de Olinda, recebendo o
gráo de bacharel em 1832, foi no anno seguinte nomeado juiz de di-
reito da capitn.l do Cen.rá, mas logo depois removido para o Piauhy,
passou em janeiro de 1835 a juiz de se"'unda vara criminal do Recife.
JO 461

Administrou a ex-provincia do Rio Grande do Norte de 1836 a 1837, e


ultimamente a do Ceará de 1877 a 1878; foi deputado á assembléa de sua
provincia em varias legislaturas, e á assembléa geral em cinco, en-
trando seu nome em li8to,s triplices para senador por duas vezes. Por
occasião da reforma dos cursos juridicos foi nomeado, por decreto de
26 de abril de 1854 lente cathedratico de direito criminal, e jubilado em
1888. Era de conselho do imperador, official da ordem da Rosa, caval-
leiro da de Christo, e dedicou-se ao jornalismo desde 1833, escrevendo
para \) Dia1"io de Pe1-nambuco (3 para a Quotidiana Fidedigna, periodico
politico, moral, litterario e noticioso, até 1844, e desta época. em
deante redigindo :
- O LicladOl-. Recife 1845-1848, in-fol.- E' uma folha doutrinaria
e orgão do partido conservador em opposição ao gabinete de 2 de fe-
vereiro de 1844, e escripto tambem pelo Barão de Itamarac.1. e J. T.
Nabuco de Araujo.
- A União. Pernambuco, 1848-1849, in-fol.-Esta folha 1'01 succes-
sara da precedente, e escripta pelos mesmos, pelo padlle J. Pinto de
Campos e outros, continuando a publica(;ão até 1855, si me não engano.
- O Clamo)' Publico: Ordem e liberdade. Recife, 1846, in-4°-
Collaborou ainda em outros jornaes ; escreveu alguns relatarias e
- Faculdade de Direito do Recife: Memoria historica do anno de
1870. Rio de Janeiro, 1871, in-4 o - Vem no relataria do Ministerio do
Imperio.

Jo[a,o José Frederico Ludovice - Filho de outro


de igual nome e nascido no Bananal, hoje estado ue S. Paulo, i',tUeceu a
3 de junho de 1892, baclJarel em sciencias sociaese juridicas pela facul-
dade deste estado, e foi por vezes deplltado á assembléa de Minas
Gemes durante o imperio. Escreveu, sendo estudante:
- Rabiscas ctcademicas: . Paulo .•..- Nunca pude ver este tra-
balho. Escreveu depois de formado:
- Descripção do municipio do Araxá, comarca do mesmo nome,
provlncia de Mina' Gemes - na Ga:;eta de Uberaba, anno 90 , ns_ 487 a
490 de 6, 11, 15 e 20 de janeiro de 1887. O original acha-se nl1 Bibl.io-
theca nacional do Rio de Janeiro.

João José Luiz Vianna - Filho de Bento José Luiz


Vianna e dona Florentina Maria de Jesus Vianna e nascido na cidade do
Rio de Janeiro a 24 de junho de 1843, é bacharel em mathematicas e
sCiencias pbysicas pela escola central, engenheiro geograpbo pela
mesma escola, professor do cur;lü de preparatorios da escola naval,
462 JO

sacio do Instituto púlytechnico brazileiro e cavalleiro da ordem da


Rosa. Escreveu :
- Elementos de arith?lle~ica : obra adoptada no collegio naval e em
outros estabelecimentos de instrucção. Rio de' Janeiro - Esta ari-
thmetica conta quatro edições, sendo a ultima de 18'44, correcta e me-
lhorada. Todas são do Rio de Janeiro e uma é de 1888.

João José do Monte - Filho de João JO'é do Monte,


nasceu em Japaratuba, villa da ex-provincia de Sergipe, a 17 de junho
de 1843. Bacharel em sciencias sociaes e juridicas pela faculdade do Recife
em 1864, serviu o cal'go de secretario da ex-provincia do Rio Grande do
Sul de 1866 a 1868, foi deputado à assembléa de Sel'gipe em varias 1e-
gislaturas e deputado geral na legislatura de 1879 a 1880. Estabeleeeu-
se como advogado no Rio de Janeiro e aqui fundou e redigiu:
- O Direito: revista mensal de legislação, doutrina e juris-
prudencia, dirigida pelo Dr. João José do Monte. Rio de Janeiro, 1873 a
1893,63 vaIs. ln-8°-sendo tres desses volumes, preenchidos pelo indice,
e tendo começado a publicação em julho daquelle anno. Esta revista
sahe em fasciculos mensaes e de sua redacção tem feito parte distinctis-
simos advogados e jurisconsultos, como d. Francisco Balthazar da
Silveira, Antonio Joaquim Ribas, Joaquim de Saldanha Marinho, Ole-
gario Herculano de Aquino e Castro e Tristão de Alencar Araripe.
- Processo e julgamento do bispo do Pará, D. Antonio de Macedo
Costa, perante o Supremo Tribunal de Justiça nas sessões de 27 de
junho e 1 de julb.o (segundo a compilação feita para o Direito). Rio de
Janeiro, 1874,203 pa,gs. in-8°.
- Manual dos tribunaes ou coliecção dos codigos e tias leis que são
consultadas pelos magistraclos, advogados, etc. Cadel'lleta n. 1 : Con-
stituição politica, acto addicional, etc. Rio de Janeiro, 1878, in-8°.
- Seculat'isação dos cemiterios : discurso pronunciado na camara
dos deputados, n;), sessão de 9 de setembro de 1880. Rio de Janeiro,
1880, in-8°.

João José de MOl'aes Tavares - Natural do Rio


de Janeiro, nasceu a 3 de janeiro de 1823. Serviu muitos annos com
honra e zelo na contadoria da marinha desde os primeiros lagares até
o de chefe de secção, e foi demittido afinal por causa de faltas commet-
tidas por outros. E' cavalleiro da ordem da Rosa, condecorado com a
medalha geral da campanha do Paraguay - e escreveu:
- Manual do systema metrico ou explicador tio official de fazenda.
Rio de Janeiro, 1863 - Teve segunda edição com o simples titulo de
JO. 463

Manual do systema metrico, Rio de Janeiro, 1864, 64 pags. in.-8°, com


a taboa da conversão das medidas metricas nos valores correspondentes
ao antigo sysLema de pesos e medidas, substituido pelo s:ystema metrico
francez ; a taboa da conversão das unidades daquelle systema nos
valores correspondentes a destes, e a uos coefficientes ue reducção.
- Por causa de um, papagaio: romance de Alfredo Assolant.
Traducção - Sahiu no periodico ActuaZidade. Moraes Tavares tem as
seguintes traducções ineditas :
- O egoista (Le village): comedia em um acto de Octave Feuillet.
- Os ?nysterios de um colIete (La course au corset): comedia em
dous actos POI' Eduardo Bresebarre e Eug'enio Nees.
- A mania dos t'oUzetins : comedia em um acto POl' Julcs Moinaux
e Henri Bocage.
- O ?nodo de pensa1' de Beaucornet: comedia em um acto, de
M. Siraudin.
- O beUo nW1'echal : quadro popular em um acto, de Paul Avaute
Ernest Adam.
- A estaZagem da vida: proverbio em um acto, de Alphonse Karl'.
- O 1'aplO da condessa: comedia de salão em um acto por
Maurice Poàesta,t.

J ~ão J osé Moreira~ 1°- Professor publico da instrucção


primaria na fl'eguezia, de Sant'Anna da cidade do Rio de Janeiro, oDde
falleceu em 1873 ou 1874, foi membro da sociedade prop&.gadora das
bellas-artes e ele outras; exerceu cargos de eleição popular e de con-
fiança do governo; redigiu com Vicente Pereira de Carvalho Guimarães o
- Ostensor B1'a~iZeil'o : periodico litterario e pictorial, publicado,
etc. Rio de Janeiro, 1845-1846, in·4° com estampas - E escreveu:
- lnst1'ucção publica: Manifesto dos professores publicas da
instrucção primaria. Rio de Janeiro, 187l, 21 pags. in-80- Versa
subre melhoramentos para sua classe e é tambem assignado por Can-
dido Matheus de Faria Pardal e Manoel José Pereira Frazão.

João José Moreira~ 2° - Filho do precedente e natural


da cidade do Rio de Janeiro, aqui falleceu, com cerca de 30 annos de
idade, a.. . 18 de dezembro de 1881, doutor em theologia, formado' em
Roma e professor da língua italiana do collegio Pedro II, hoje instituto
nacional de instrucção secundaria, cargo, para que havia sido no·
meado no anno precedente, e escreveu:
- Cenni biografici di 'Don Pedro II, Imper'atore del Brazile. Roma,
1871, iu-8°.· ,
464 JO

J oão José de l"IGura Magalhães - Natural da


Bahia, falleceu a 14 de março de 1850, doutor em direito, desembargador
da relação de sua provincia, socio do instituto historico e geographico
brazileiro e commendador da ordem de Christo. Foi leu te da faculdade
de Olinda, representou a BlLhia em varias legislaturas desde 1835 e
administrou-a de 1847 a 1848_ Foi notave! orador e poeta, e deixou, na
phrase do ora:dor do instituto na sessão solemne de 1851, seus valentes
discursos e algumas
- Composições e traducções de Goethe e Schiller - e escreveu:
- Discurso ln-eliminar para servir de introducção á analyse da
constituição do imperio do Brazir. PeL'nambuco, 1830.
- Synopse do direito natural. Bahia, 1860 - Este livro foi publi-
cado por um filho do autor.

João José de Oliveira Junqueira - Filho do


conselheiro ele igual nome e de dona Thereza Leonor Carneiro Junqueira,
nasceu na cidade ela Bahia a 20 de fevereiro de l831 e na mesma cidade
falleceu a 9 de novembro de 1887, bacharel em direito pela faculdade do
Recife; senador do imperio; fidalgo cavalleiro da casa imperial; do
conselho do Imperador; official da ordem da Rosa; cavalleiro da ordem
romana de S. Gregorio Magno ; grã-cruz da ordem portugueza da Villa
Viçosa e da ordem da Corôa da Italia. Serviu na carreira da magistra-
tura até o cargo de juiz de direito; foi deputado provinci~l em duas
legislaturas, e geral em quatro des~e 1857; presidiu as ex-províncias do
Piauhy, do Rio Grande do Norte e de Pernambuco e foi ministro da
guerra nos gabinetes de 7 de março de 1871 e de 20 de agosto do 1885.
Orador discreto e substancioso desde a assembléa. pL'ovincial, foi membro
da commissão especial que formulou o parecer e projecto de lei de liber-
taç;:'io do ventre escravo, censuL'ando o gabinete por não pôr-se á frente
da idéa. Além de varias relatarias na vida administrativa, escreveu:
- Eleição do 5° districto da Bahia: discursos proferidos nas sessões
da 4 e 5 de julho de 1867. Rio de Janeiro, 1867, in-4° gr.
- Re{01'ma do elemento servil, discui,sos - No livro « Discussão qa
reforma do estado servil:na camara dos deputados e no senado. 1871 »,
pags. 3 a 18 e 34 a 39 do Appendice; 119 a. 139 da la parte, e 89 a 94,
96 a 103 e 182 a 205 da 2" parte.
- Reorganisação ministerial: discurso proferido na sessão de 30 de
janeÍL'o de 1873. Rio ele Janeiro, 1873,25 pags. in-4°.
- Sobre o lJyujecto do Sr _ senador Silveira Lobo propondo a sus-
pensão da nova lei elo recrutamento: discuL'So. Rio de Janeiro, 1875,24
pags. in-4°.
JO 465

- Ref07"ma eleitoral: discurso proferido na sessão de lô de agosto


de 1875. Rio de Janeiro, 1875, 24 pags. in-4°.
- Reforma ela instrucção pubUca: discurso proferido na sessão
de 7 de julho de 1879, 34 pagil. in-8°.
- Lei de orçamento: discurso preferido no Seuado na sessão ere 7
de junho de 1882. L-<.io de Janeiro, 18 2.
- Elemento s.en)il: Parecer e projecto eLe lei, apresentados na camara.
dos srs. deputados na sessão de IOde agosto de 1870 pela commissão
especial, etc. Rio de Janeiro, 1870, 172 pags. io-4°.- Fa7.em tambem
parte da commissão os conselheiros .leronymo José Teixeira, Francisco
do Rego Bam;ls Barreto, Rodrigo A. da Silva, que apresentou voto em
separado e o dr. Domingos de Andrade Figueira, que assignou.-se ven-
cido. O conselheiro Junqueira su tentou suas idéas, tanto no parlamento,
como na imprensa. Entre seus actos como ministro nota-se
- Regulamento dos arsenaes de guerra do imperic, ol'ganisado e
. mandado observar pOl' decreto de 19 de outubro de 1872. Rio de Janeiro,
1872, in-8°- De seus relatorios apontarei o
- Relatorio apresentado â Assembléa geral legislativa na I a sessão
da vigesima legislatura pelo ministro e secretario de estado dos nego-
cios da guerra. Rio de Janeiro, 188ô, in·4°.

João José Pereira de Azurara - Filho de um


portuguez e de dona Joanna Maria da Silva Trancozo de AzuI'ara,
irmão de José Joaquim Pereira de Azurar"" de quem occupar-me-hei, e
natural de Minas Gel'aes, dedicou-se ao magisterio, sendo professor de
primeiras lettra da companlüa de aprendizes do arsenal de guerra do
Rio de Janeit'(i), depois oa comp:1nhia de aprendizes artilheiros, professor
de portuguez da escola de humanidades do instituto pharmaceutico e
teve um collegio Lle educação para o sexo masculino. E' alferes hono-
rario do exercito e escreveu:
- Novo cW'so resumido de litteratura por M. Gondran, traduzido,
etc. Rio de Janeiro, 1876.
- Primeiras noções de arithmetica para o primeiro anno do curso
primaria tle aprendizes artifices do arsenal de guerra da corte. Rio de
Janeiro, 1878, in-12°.
- Novo syllabarío ou arte de aprentler a ler em pouco tempo para
uso dos aprendizes artifices do arsenal de guel'ra da côrte. R.io de Ja-
neiro, 1879, em 12".
- Themas e mi..es: these de concurso a cadeira de portuguez
do 2° ao 5° anno do imperial collegio de Petlro II. Rio de Ja-
neiro, 1883, in-4°.
30
466 JO

- Lições de etymologia e syntaxe portugueza. Rio de Janeiro - Foi


publicada esta obra em fascicu los, sahindo o 12° em 1883,
- Pequena geographia do Brazil, methodo intuiti \"0. Rio de Janeiro,
1884.
- Estylo e composição: regras compiladas para uso do curso de
portuguez do externato Azarara. Rio de Jaueiro, 1884, 17 pags. in-8°.
- Compendio de ?'hetorica, escripto para uso dos alumnos do
curso de portuguêz do externato Azurara. Rio de Janeiro, 1884,
24 pags. in-8°.

João José Pinto - Filho elo dr. João José Pinto c de dona
Joa.nna. Rosa Monteiro Pinto, e nascido no Recife a 2 de fevereiro de
1832, é doutor em sciencias sociae e juridicas pela faculdade desta
cidade; lente jubilado da mesma. t'aculda.de ; agraciado com o titulo ue
conselho do ex-imperador j omcial ua oruem da Rosa; socio do in 'tituto
historico e geographico brazileiro, do instituto archeologico e geogra-
phico pernambucano, do instituto filial dos arlvogados brazileil'os, da.
sociedade litteraria e auxiliadora da, instrucção secunuaria., da, socie-
dade propagadora da instrucção pulJlica de Pema.mbuco e ue varias
associações de lettras. Foi relator de algumas commissões da congl'e-
ga.çãojuridica, para iuformar ácerca do varias questões e de obras sub-
mettidas ao juizo da mesma congregação por seu' collegas do Recife e
de S. Paulo, sendo notaveis seu parecer sobre o projecto de lei que
creava uma universidade no Rio de Janeiro e o que eSCl'eveu em sepa-
rado sobre a traducção das [nstitutas do impel'ador Justiniano (veja-se
Antonio Coelho Rodrigue ). Fez tambem pal'te de ,commissões nomeadas
pelo governo, como a da presiden ia da provincia, de 1884, para agen-
ciar documentos relativos á instrucção primaria afim de serem enviados
á associação mantenedora do museu escolar nacional, e a do governo do
estado, em 1892, para animar e preparar a concurrencia de productos
para a exposição de Chicago. Foi á tres concul'SOS para ser lente sub-
stituto da faculdade, sendo sempre seu nome collocado em primeiro
logar, e escreveu:
-Dissertação lida perante a faculdade de direito do Recife por oc-
casião de defender theses p:1ra tom:1r o grá.o do doutor no dia 18 de
outubro de 1857, Recife, 1857, in-8°.
- Disse?·tação e theses apresentadas á faculdade de direito do Recife,
para o concurso á uma vaga de lente substituto, etc. Recife, 1858,
in-8° - Versa a dissertação sobre «Liberdétde do ensino~.
- Dissertação e theses apresentadas á f,lculdade de direito do Recife,
para o concurso a uma vaga de lente substituto, etc. R'3cife, 1859, in-8°
JO 467

-o ponto da dissertação é: «<\. descentralisação administrativae campa·


tivel com a centralisação politica.~
- Dissertação e theses apresentarIas à faculdade de direito do
Recife para o coucurso á uma vaga de lente substituto. Recife, 1859,
in-8° - Dissertou o autor .sobre o ponto: «Os progressos indus-
triaes teem produzido o augmento dos valores e, portanto, o das
riquezas.»
- Curso elementm' de direito romu,no. Recife, 1888, in-8° - E' a
part geral do curso, precedida de um discurso proferido na a.bertura
de sua ,lula em março deste anno.
- Memol'ia historico-academica dos acontecimentos notaveis da fa·
'Culdade de direito do Recire, d'urante o anno de 1865. Rio de Janeiro,
1866, in·4°.
- ilIemOl'ia histO'r"ico-academica dos acontecimentos notaveis da
faculdade de direito do Recife durante o anno de 1876, apresen-
tada à congregação da mesma faculdade em 7 de março de 1877.
Rio de Janeiro, 1879, 30 pags. in-4°- Vem no relatorio do imperio
deste anno.
-MemOl'ia dos acontecimentos notaveis da faculdade de direito
do Recife no auuo de 1884, apresentada, etc. !'tio de Janeiro, 1885,
in-4° - Nesta memoria o autor demonstrou que a lnstituta do impe-
rador Justiniano uão podiam servir para compendio, como pretendia o
traductor deIlas, porque foram organisadas se mmethodo e, além disto,
o estudo do direito romano não se limita, segundo a lei, á essas
lns tUutas "
- RelatOl"io apresentado à assembléa geral da sociedade propa-
gadora da instrucção publica no tlia 28 de agosto de 1873. Recife,
J.873, in·4°.
- Relatorio que ao Exm. Sr. Presidente da província de Pernam-
buco apresentou em 31 de janeiro de 1873 o inspector geral interino da
instrucção publica, etc. Pernambuco, 1873, in-4° ..... aa, como estes
. dous, outros relatorios seus.
- Memoria sobre os factos mais notaveis da sociedade propagadora
da instrucção publica em Pernambuco, acompanhada de menções hon-
rosas e artigos relativos ao 20· anni versario da mesma sociedade.
Publicação do conselho superior da mesma s6ciedade em homenagem ao
glorioso acontecimento. Pernambuco, 1892, 84 pags.in-8°-E' assignado
por outros membros da commissão especial, de que o dr. Pinto fez
parte como presidente da sociedad e. Fui o redactor da
- Revista mensal da instrucção publica da Pernambuco. Recife,
1872-1873, dous vols. in-4°.
468 JO

João José Ribeiro Gaia - Sei apenas que é brazil~ir(}


e que escreveu:
- A quadratura do circulu o sua resolução, ou relação entre o
diametro de um circulo e a SU:1 cirJumferencia. Rio de Janeiro, 1891 -
Sinto não ter podido ver este escri pto.

João José Rodrigues - :'l"aturcLI de S. Paulo, falleceu


em Baependy, provincia de Minas.Gel'aes, á 3 de OUtUbl'O de 1877. Era
bacharel em sciencias socicLes e jUl'idici1s peb faculdad~ de sua pro-
vincia natal, e escreveu:
- MisceZlanea juridica ou gl'ande pe ulio de decisões do tribunal da
Felação da càrte, ·supremo tribualtl de justiça e tribunal do commel'cio
sobre questões de dIreito civil, commel'cial e cl'Íminltl j decreto~ e avi-
sos do poder executivo; Iuterpret lção doutrInai de nossa leis pelos
jurisconsulios antigos e modernos; axiomas ou regl'as de direito;
questões de liberdade, etc. etc, por ordem alphabetica Acompanhada de
um supplemento. Rio de Janeil'o, 1868, in-S' - Segunda edição, 1875,
I grosso volume iu-8°, com um appendice, coatendo questões ele em-
bargos ou arestos; de depositas de casas; de prescripçõe5 ; leis e de-
cretos sobre otficios de justiça, sobre cOl'pol'açães de mão-morta, mui-
tas, elemento servIl, novissim'1. reforma Juúicia.ria, regulamento do
sello, hypothec.ls, traa~mi.:;são de pl'opriedaele, industria~ e pro-
fissões, etc.
- Consultas juridicas ou coUecção de propostas, questões de direito
civil, commercial, criminal, administrati vo e ecclesiasüco, responJidas
pelos mais notaveis jul'isconsultos brazileiros. Rio de Janeiro, 1873,
2 vols. In-8°.
- Moral e religiãO: extracto.:> de Pli1tão- Polichinelli, postos em
vulgar por J. J. R. Rio ae JaneIro, 1830, in-12°.

João José de Saldanha M'a,rinho - Pl'esbytero se-


cular,conego e vigario de Serinhaam, pl'ovincia cle Pernambuco,em na-'
tural desta provincia e falleceu, segua lo posso calcular, em 1840 ou
l'84l,anno em que foi enviada ao instituto historico a seguinte obra
sua
- Historia da igreja perUftmbucana - Foi ol:Ierecida ao instituto
a 5 de dezembro de 1840. São tres cadernos manuscriptos, conteodo :
a relação dos goverJ:!adores de Pel'Uambuco atéá restauração e úa res-
tauração até D. Thomaz José de Mello; a relaçií.o dos pernambucanos
que floresceram em virtudes e mOl'rerram CJm opinião de s,"Ilotidade j
a dos ecclesiasticos notaveis pelas lettl'as e dignidaéles ; a de seculares,
JO 469

tambem Dotaveis pelas lettras e por occupações honorarias, e a


dos seculares illu tres pelas armas. M. J. de Albuquerque, fazendo
a remes a ao instituto, diz ter encontrado do mesmo autor e pro-
meHe tambem enviar uma relação incompleta dos goveJlJladores
do Ceará.

João José de Sant'Anna - Filho do capitão João José


de Sant'Anna e de dona Luizada Costa Sant'Anna, e nascido em Para-
catú, Minas Geraes, a 28 de outubro de 1851, é doutor em mediciná pela.
faculdade do Rio de JaneiTo, especialista de pa.rtos e molest'ias do 'ute-
1'0, chefe de clinica de molestias de mulheres da policlinica geral desta
cidade, e membro da sociedade de medicina e cirurgia. Fez em Vienna
d'Austria cursos das materias de sua especialidade, tendo antes disto
exercido a clínica na cidade de Rezende e é um dos primeiros opera-
dores cIo Beazi!. Escreveu :'
- V?'emia >' Do aborto ceiminoso; Do diagnostico difi'erencial dos
tumores do testiculo ; Nervos va o-motores: these apresentada á facul-
dade de medicina do Rio de Janeiro, etc. Rio de Janeiro, 1877, 113
pags. in-4°, gr.
- Manual das jovens mães ou hygiene da gravidez, do parto e da
primeira infancia. Rio de Janeiro, 1890, 143 pags. in-8°.
- Sob?'e a ophthalmia dos recem-nascidos no Bl'azil e do seu trata-
mento prophylactico - No primeiro congresso medico de medicin&e
cirurgia. Rio de Jaueiro, 1888.
- Notas sobre dous casos de gravidez e partos normaes depois da
amputação infra-vaginal do collo do utero - No mesmo congresso,
1889.
:- Extirpação total do utero, seguidas de bons resultados immedia-
tos - No Boletim da Sociedade de Medicina e Cirurgia, 1888.
- Fibroma do utero complicando o parto e o puerperio ; cura es-
pontanea do tumor - No mesmo Boletim, 1889.

João José dos Santos - Filho de João José dos Santos


e natural de S. João d'EI-rei, cidade da ex-provincia de Minas Geraes, é
formado em medicina pela escola medico-cirurgica de Lisboa., onde foi
considerado como um dos primeiros' estudantes, e escreveu:
- Revulsi1JOs. Lisbóa, 1878, 108 pa.gs. in-8°.
- Estudos sobre a ?'evulsão em geral, e em especial sobre o modo
de acção do vesicatorio na pleurisia; these de sufilciencia, apresentada
á faCUldade de medicina do l{ia de Janeiro. Rio de Janeiro, 1878,
65 pags. in-4°.
470 JO

João José da Silva - Filho do professor da f<lculdade


de me licina da. côrte, Joaquim José da Si! va, tendo nascido na cidade
do Rio de Janeiro à 5 de julho de 1835 e fallecido à 3 de março de
1887, foi pela dita faculdade àoutor em medicina em 1857 e depois
lente cathedratico de patbologia geral. Ainda como seu pae, foi um
distincto lente, distincto clínico e nada escreveu, além de suas theses
que são:
- Dos orgãos reproductores e de sua acção nos vegetaes acotyledo-
neos; Da commoção cerebral; Quaes são as alterações orgallicas que
commumente se dão na escarlatina grave e qual será a causa das leuco·
phegmasias, tão frequerrtes nesta molestia ~ Dissertação da, cbolera-
morbus, sua séde, natureza e tratll,mento. Será contagiosa? these
apresentada, etc. Rio de Janeiro, 1857,78 pags. in-4°.
- De crisium o3t criticorum dierum tlleoretice : thesis, quam do-
ctor Joannes Josephus a Silva ad seccionis medicre oppositol'is pro-
fessoris gradu)ll obtinelldum obtulit. Flumine Januario, 1860, 28 pags.
in-4' .
-. Da peritonite: these etc. para o concurso à um lagar de oppositor
da secção de sciencias medicas. Rio de Janeiro, 1873,64 pags. io-4°.
- Da chyluria : these apre.entada etc. para o concurso à cadeira de
pathologia interna. Rio de Janeiro, 1875, 75 pags. in-4° - Sobre esta
these escreveu o dr. A. C. de Miranda Azevedo uma bem desenvolvida
analy;se na União Medica, 1874-1875,

João José da Silva "-rheodoro - Omcial do corp


de estado-maior de 2" classe, falleceu, si não me eng'ano em 1865 no
posto de tenente ou capitão. Servira muito tempo no Rio Grande do
Sul, e em Minas Geraes, onde e creveu :
- Relatorio do tenente João José da Silva Theodoro, encarregado
pelo Exm. Sr. Dr. Quintiliano José da Silva, presidente da provincia
de Minas Geraes, de levantar o mappa topographico do Presidio,
Pomba e S. João Nepomuceno. e verificar as divi-as entre a dita pro-
vincia e as do Rio de Janeiro e Espirito Santo pelo lado de Campos e
Itapemirim. atiro Preto, 1847,23 pags. io-4°.

J oãO- José de §ouza e Silva Rio - Filho de Manoel


José de Souza e Silva, irmão de Francisco Alberto de Souza e Si! va e
de Joaquim Norberto de Souza e Silva e pae ele Ernesto Augusto de
Souza e Silva Rio, dos quaes faço menção neste livro, nasceu no Rio de
Janeiro a 4 de julho de 1810 e falleceu a 12 de agosto de 1885. OtI!-
cial da ordem da Rosa, cavalleiro da de Christo, socio do instituto his-
JO 471

tOI'ico e geographico brazileiro, e do con ervatorio dramatico, sendo


aposentado 00 lagar de contador da contadoria da guerra com as hon-
ras de official-maior dessa repartição, exerceu o cargo de secretario do
banco rural e hypothecario, Escreveu:
- Relatorio do estado da contadoria geral da guerra, etc., em 30 de
março de 1846. Rio de Janeiro, 1846, io-4o.
- Bl'e'DeS 1'<3flexões sobre o relataria do estado da contadoria geral da
gu<>rru, apresentado em 6 de novembro eLe 1852 pelo contador geral
interino Alexandre Emílio de Salles Campos, Rio de Janeiro, 1853, 11
pags. in-4°.
- O calotei1'o p07' bailes: drama comico em um acto. Rio de Janeiro,
1839,32 pags. in-8".
- O desafio: drama. Rio de Janeiro ...
- A 'Diu'Da da moda,' comedia. Rio de Janeiro ...
- Cincoenla mil cl'!!::;/l,dos ele dote: comedia. Rio de Janeiro... &'1.
em diversos periodicos do Rio de Janeiro varias escriptos seus,
quer em prosa, quer em verso, como:
- Canções de Bulange1' - na Se,7lineUa da Monarchia, folha pulJlicada
no Rio de Ja,neiro de 1840 a 18-17,
- Uma maldição. O ultimo suspiro-no Con'eio das Modas, 1839. São
dous episodios romanticos.
- Virgínia ou a vingança de assau. O seductor - no Despel·tador
Bmoileiro, 1840. São duas novellas.
- O Seductor : balista-no Musêo Pittoresco, 1848.
- O enjeitado: baltata. O remOl'SO ode-na Grinalda Poetica, 1854-
Escreveu ainda em outras revistas como : O Gua1'any, folha illu trada
litteraria, artistica, noticiosa e critica, redigida por Felix Ferreir~ e
outros em 1871, a Semana lllustrada, e o Ba::;ar VoZante de que foi de-
senhista rle muito espirita e graça, e deixou varias trabalhos ineditos,
entr os quaes :
- Ensaios sobre a estatística do imperio -trabalho que tencionou
elle oll'erecer ao instituto historico.

João Julião Federado Gonnet - Francez de nas-


cimen Lo, consLa-me que Calleceu cidadão brazileiro depois do meiado do
seculo actual no Rio dt:l vaneiro, leccionando mnemotechnia, depois
de haver leccionado essa arte em P~rnambuco e na Bahia, onde
se estabeLeceu primeiramente. Foi discipulo em França do afamado M.
Aimé P,tris. Escre,eu :
- Cw'w de mnernoteclmia e tacbygraphia. Bahia, 1833, 16 pags.
in-8°-E' seu prospecto de en~ioo.
472 JO

- Curso àe mnemotechnia. Pernambuco, 1835, 194 pags. in-4° e mais


seis de supplemento.
- Opinião do grande orador, philosopho romano, M. T. Cicero sobre
a mnemotechnia; o.fferecida ao publico. Pernamhuco, 1835, 11 pags.
in-4° .
- Supplemento ao curso de mnemotechnia : applicação ao estudo da
anatomia. Rio'de Janeiro, 1844,19 pags. in-4°.
- P1'ogramma das especialidades, sobre as quues hão de responder
os alumnos do curso de mnemotechnia. Rio de Janeiro, 1844, 40 pags.
in-4°.
- O marujo virtuoso ou os horrores do trafego da escravatura: melo·
drama em tres actos. Rio de Janeiro, 1851, in-4°.

João Julio dos San-tos- Nascido, segundo me consta,


em Minas Geraes e a11i fallecido, estndou, sem concluir o curso, na
faculdade de direito de S. Paulo, onde foi um dos mais talentosos
alumnos. Foi um dos redactores do
- Jequitinhon7za, folha commercial, agricola e noticiosa. Diaman-
tina, 1861 a 1873, in-fol.- Esta folha tinha por principal redactor o
Dr. Joaquim Felicio dos Santos, e Julio dos Santos a redigia no anno
de 1870, 9° anno. Escreveu:
- Genesco, romance. S. Paulo, 1867.

João Jus-tino de Araujo - Exerceu no Rio de Ja-


neiro o cargo de director do corte do cobre, na casa da moeda,
e parece que soíTreu nesse exercicio alguma accusação, pois que
publicou:
- Garta e exposição que serve de defesa ao ex-director do corte do
cobre da casa da moeda desta côrte, dirigidas ao mm. Sr'. DI'. João
da Silveira Caldeira, director da mesma casa. Rio de Janeiro, 1828,
40 pags. in-Bo.

João Justino de Proença - Natural da provincia de


Santa Catllarina, nasceu a 12 de dezembro de 1844. Com praça de aspi-
rante a guarda-marinha a 6 de fevereiro de 1862, fez o cur o da academia
reSpectiva, subindo a diversos postos até o de capitão de mar e g-uerra.
E' cavalleiro das ordens da Rosa, de Christo e de S. Bento de Aviz,
condecorado com a medalha da campanha oriental de 1865 e a da cam-
panha do i'araguay - e escreveu:
- Nossa marinha de guerra: considerações, etc. Rio de Janeiro, 1879,
71 pags. in-8°.
JO 473

- O meZhor porto do sul do Bruzil. Rio de Janeiro, 1884, 82 pags.


in-8° - E' a repl'oducção, com algumas morlificaçõell, de uma serie de
artig-os publicados a proposito do porto de Santa Ca-ibarina no JornaZ
do OomlMrcio do Desterro, de dezembro de 1883 a janeiro de 1884 - Ha
um officio seu sobre a
- Necessidade da collocação de um pbarol no cabo de Santa Martba
- E'te e cl'ipto é dirigido ao presidente da provincia de Santa Catba-
rina, e foi publicado na Regenemção desta provincia de 3 de junbo
de 1863.

João Kopke - Filho cio doutor Henrique Kopke, nasceu em


Petropoüs, província do Rio de Janeiro, a 27 de novembro de 1853.
Bacharel em direito pela faculdade de S. Paulo, serviu o cargo de pro-
motor pul1lico nesta provincia e deixou a carreira. da magistratura para
seguir a do magisterio, para qu tem a mais pronunciada dedicação
desde o curso uC.ldemico, durante o qual leccionou linguas e sciencias
que con tituern o curso de preparatorios. Obtendo depois de formado a
nomeação de substitut.o de pbilosopbia, rhetorica, geographia e historia,
do curso annexo á f:1culdade, deixou-o pOI' não rodeI' tolerar escan-
dalos, que se punham em pl'atica para que obtives em approvações
mancebos, que á eUas não tinbam direito. Dedicou-se então ao magis-
terio particular, mandançlo vir da Europa, apparelbos, mappa , CJu. rlros,
collecçõe de objectos oeces'arios ao en ino intuitivo e pas ou a lec-
cionar, além de linguas e das materias jã. mencionadas, geometria,
algebm, botaoica e principio elementaresrle anatomia e depby'iologia.
O magisterio é sua paixão dominante; en tretanto ainda se riedica á
litteratura amena, escre.endo trabalhos como
- A morgadinha de Lion ou amor e orgulbo: drama em cinco actos
de Bulner. Traducção - Publicou:
- Methodo racional e rapi o para aprender a ler sem solettrar,
cledicado á inrancia e ao povo brazileiro. S. Paulo, in-12° - Segunda
edição, S. Paulo, 1879.
-Lições momes e instruct,i'llas para as escolas primarias, 1· livro.
S. Paulo, 1884, in-8° - Foi feita a publicação pelo dr. F. R. Pestana.
Sou informado de que tem inedita uma
- Grammatica ingleza - e methodos de ensinar a ler, e tem em
conclusão uma, etie de livros destinados ao en iDO primario.

João Lins Vieira Cansansão de Sini:m.bú, Vis-


conde de Sinimbú - Filho do capitão de ordenanças Manoel Vieira
Dantas e ele dona Anna Maria José Lins, nasceu em Alagóas a 20 de no-
474 JO

vembro de 18100 Bacharel em direito pela faculdade de Olinda. formado


em 1835 e doutor pela uni versidade de Yena, foi o primeiro pre °ic1ente
que teve sua provincia natal depois da sedição de outubro de 1839 e da
transferencia da capital da cidade de Alagôas para a de Maceió e, posto
que a administrasse sómente de 10 de janeiro a 18 de julho de 1840,
dotou-a de reaes beneficias. Exerceu o cargo de ministro residente no
Estado Oriental do Uruguay em 1843; foi deputldo á assembléa da
dita provincia em val'iae 1egislaturas, e representou-a na assembléa
geralllas 1egislaturas de 1842 a 1844 e de 1853 a 1856, sendo em 1857
eleito senador do imperio; presidiu a provincia do Rio Grn.nde do Sul
depois da campanha de 1852 , passanLlo a pt'esidir a da BallÍa em 1856.
Fez parte do gabinete de 9 de agosto de 1859, occupando a pasta dos
negodos extrangeiros, e do gabinete organi ado pelo Marquez de Olinda
em 1862, occupando a da agricultura; administrou tambem a pa ta da
justiça aposentando alguns ministros do supremo tribunal de ju tiça e
alguns uesembarg. dores em 1864, e finalmente org:lllisou o gabinete
de 5 de janeiro de 1878, reservando para si a pasta da agricultura, e
sendo nessa occasião processado como pre~idente do banco nacional,
então fallido. Tem o titulo de conselho do Imperador e foi conselheiro
de estado; é commendador da ordem da Rosa e da de Christo ; gran-
cruz da ordem franceza da Legião de Honra, da ordem austriaca da
Corôa de Ferro e da ordem hanoweriana dos Guelphos; membro do .
instituto l1istorico e geographico brazileiro, e -:llém de varias relalorios
no desempenho dos cargos que occupou, escreveu:
- Opiniilo do Sr. Dr. Cansansão de Sinimbú ácerca da instrucção
primaria e secundaria - O manuscripto, datado do engenho Sinimbú
18 de fevereiro de 1834, foi apresentado ao instituto hbtorico na
sessão de 25 de agosto de 1854 pelo brigoadeiro J. J o Machado de
Oliveira.
- jVota das colonias agricolas, suissa e allemã, fundadas na fregue-
zia ue S. João Baptista de ova Friburgo. Rio de Janeiro, 1852,48 pags.
in-fol.
- A verdadeim intelligencia a dar-se:1 expressão p"edio empregada
no § 4° da clausula 3a do contracto approva 10 pelo decreto no 1929 de 16
de abril de 1857: I;1Udo como I1rlJitro na contestação entre a c01J1panhia
«R.io de Janeü'o City Improvements» e o governo. Rio de Janeiro, 1876,
11 pags. in-8° - Tão tem fl'onti.spicio e só no fim se indica a data e ()
loo-ar da impressão o
- Orçamento do ministerio dos extrangeiros : discurso pronunciado
no senado em ses~ão de 31 de agosto de 1883. Rio de Janeiro, 1883,
62 pags. in-12.
JO 475-

- Discul'so proferido na primeira sessão do congresso agricola


a 8 de junho de 1878 - No livro «Congre so agricola», pags. 125
a 129. Fóra o autor o iniciador e presirlen te de te congres o,
sendo ministro da agricultura. Entre os trabalhos oillciaes de sua
pennft, ha:
- Tarifas e condições regulamen tares para o transporte de viag-ens~
bagagens, encommendas, mercadorias, dinheiro, joias e animae , e
transmissão de te egraphos pela estrada de ferro D. Pedro II. Rio de
Janeiro, 1879 - Foram postas em execuç'ão por aviso de 5 de agosto
de 1878. Entre seus relatorios encontra-se:
- Relatol'io dos negocios extrangeiros, apresentado a assem1.:)léa
geral legislativa na 2a sessão da 17~ legislatura pelo ministro, etc. Rio
de Janeiro, 1879, in-4°.

João Lopes de Abreu Lage - Filho de João Lopes


de Abreu Lage, é natural do Ceara, em cuja. capital, depois de fazer
alguns estudos de preparatorios, dedicou-se ao funcciona!ismo publico e
exerce um emprego de fazenda.. E' poeta e escreveu:
- Phontos: poesias. Fortaleza, 1893 - Tem collaborado em 0.1·
gumas folhas periodicas desta cidade, e publicado trabalhos !it-
tern.rios.

João Lopes Cardoso lU.achado - Pae de Caetano


Maria Lopes Gama (Visconde de Maranguape) e do padre Miguel do
Sacramento Lopes Gama, dos quaes me occupo cm lagar competente, e
natural, seguudo uos, de Pernambuco, ou, seg'undo outros, de Portu-
gal, mas brazileiro pela con tituição, fa lleceu na cirlarle do Recife depois
da. independencia do Brazil, sendo bacharel em medUna pela universi-
dade de Coimbra, cavalIeiro da ordem de Cbri to e conceituado clinico.
Foi o chefe da commissão que por occasião das febres miasmaticas,
que grassaram no Ceará em 1791, foi a pedil o do governador Luiz da
Motta Feo e Torres mandado a esta capitania pelo governador de
Pernambuco. Escreveu:
- Diccional'io medico-pl'atico para u o dos que tratam da saude
]1ublica onde não ha profes ores de medicina. Rio de Jfweil'o, 1823,
2 volumes in-4°.
- Apologia da agua de Inglaterra da real fabl'ica de José Joaquim
de Ca tro, 1812., 25 pags. in-4° - 1 ão se declara o lagar da impres ão,
mas uppõe-se ter sido em Londres.
- Da enfermidade chamada hemorrheidas, observada no Brazil pelo
Dr. etc. - no Diario de Saude, ]835, pago 124 e segs.
476 JO

- Carta ao ministro Thomaz Antonio de Vi lia-Nova Portugal - E'


datada de 15 de junho de 1817 e vem no BraziZ Historico do Dr. Mello
Moraes.
- Relato1'io da epidemia de febres miasmaticas que grassou na barra
de Acaracli Gl em Sobral no anno de 17!H - El' seguido do Di .rio das
enfermidades tratadas pelo autor e pelos licenciaJos, seus companhei-
ros e foi apresentado ao Cc'\pitão-general de Pernambuco. Não me consta
que fosse impresso.

João Lucio de Azevedo - Natural, si me não engano,


do Para; pelo menos, ahi reside. Só o conheço pelo seguinte livro que
escreveu:
- Estudos da historia paraense. L A Companhia do Commercio do
Grão-Para e o Marquez de Pombal. II. Os jeslútas expulsos. III.
Appendice ás Memorias do Bispo do Para. IV. Noticias sobre o piloto
João A:tfon o, denominado o FTancez. V. Os francezes no Amazonas.
Parã, 1893,252 pags. in-8· peq.

João Luiz da Fraga Loureiro - Filho do coronel


Luiz da Fraga Loureiro, nasceu na villa, hoje cidade da Serra, do
Espirito Santo, a 15 de maio de 1805 e falleceu a, 6 de abril de 1878
na cidade ria Victoria, capital dessa provincia, sendo presbytero do
habito de S. Pedro, e professor jubilado da lingua latina. Parochiou as
freguezias de Santa Cruz, Carapina e da Villa Velha; foi vigario da
.vara e por varias vezes deputaria ii assembléa provincial. Foi um sacer-
dote illustrado, pré:ador e poeta em extremo satyrico, de quem seus
coevos temiam as satyras ferinas, que elle distribuia, ora impressas
em a ui o, ora manuscriptas, quando não as publicava em jornaes.
uas poesias nunca foram colleccionadas; eram a sim publicadas,
ficando muitas ineditas. Possuo delle, por obsequio do major B. de
C. Daemond:
- Soneto, seguido de quatorze oitavas, glosadas contra certo ma-
gi trado - E' uma satyra excessivamente mordaz. Ha entre·as pu-
blicadas :
- Ode recitada no baile que em obsequio ao I1lm. Sr. Dr. Antonio
Thomaz rle Godoy se deu no dia 17 de julho de 1856 na cidade da
Victoria - No Jardim Poetico de José Marcellino P. de VascoDcellos,
serie 2a , pa-gs. 107 a 112. ~
- A S. Benedicto, quatro decimas-idem, pags. 157 a 158 e 160.
- Quadrinhas dedicadas aS. Benedicto e mais duas poesias ao mesmo
santo - No mesmo livro, pags. 81 a 82 e 116 a ll8. .
JO '477

- Soneto recitado em 17 de julho de 1856 pOl' occasião do baile, etc.,


ao Dr. A. T. de Godoy - idem, pago 3I.
- Soneto ao anniversario natalicio de S. :\1. a imperatriz, o.trerecido,
etc.- Idem, pago 32.

João Lui:z; Soares Martins - Natural da Bahia, fal-


Ieceu em 1874, bacharel em sciencias sociaes e juridicas, fOl'mado pela
faculdade do S. Pa.ul0, eis o que somente sei a seu respeito. Escreveu:
- Curso elementar de pwlosophia, pelo Sr. Abbade Barbe: terceir::>.
edição, revistllo e augmentada. Traduzida, etc. Bahia, 1861, 1II - 474
pags. in-4° - A' traclucção do importante li vro de Bal'be foi Soares
Martins levado unicamente por amor á sciencia e por util distl'acção
pai que ao editor cedeu-a sem interesse algum pecuuiario.

João Lusto:z;a da Cunha Paranag'uá, 2° Marquez


de Pal'anaguà - Filho do coronel José da Cunha Lustoza .e de dona
Ignacia Antonia dos Reis Lustoza, nas~eu em PadLDagua, província do
Piauhy, a 21 de agosto de 1821. Bacharel em direito pela faculdade
de Olinda, formado em 1846, fizera parte de sua educação liLteraria
na Bahia, onde casou-se e foi eleito varias vezes deputado â. as-
sembléa provincial. Foi eleito tambem deputado gbral em varias
legislaturas pelo Pia,uhy e senador em 1864; pre idiu aqueJla pro-
víncia, as do Maranhão e de Pernambuco j serviu di versos cargos
de magistL'atura, como os de juiz de direito na provincia de seu nas-
cimento e na do Rio de Janeiro, e juiz de orphãos rIa cô,'te; occupou
a pa~ta dos negocios da justiça no galJineLe de 9 de ago to de 1859 ;
a da guerra durante a campanha do Paraguay em 1866 e 1867, e no
gabinete de 5 de janeil'o de 1878; organisou, finalmente, o gabinete
de 23 de julho de 1882, encarregamlo-se da pasta da fazenda. Tem
o titulo de conselho do Impel'ador e de veador da ca a imperial;
é dignitario da ordem da Ro a e commendadol' da ordem romana
de S. Gregorio Magno j membro e 1?1'8sidente da sociedade de
geograpbia do Rio de Janeiro, membro do instituto archeologico
pernambucano, do instituto historica e geegraphico bl'azileiro, etc.
Escreveu, além de varias relatorios no desempenho dos cargos men-
cionados, o seguinte: '
- Maranlulo. Eleição para um senador. ReI torio dirigido ao minis-
terio do im perio : breves c<lDsiderações sobre a mesma eleição. Rio de
Janeiro, 1859, 8 pags. in-4°,
- Discurso proferido na camara dos senhores deputados na sessão de
2 de julho de 1861. Rio de Janeiro, 1861, 12 pags. in-4°.
478 JO

- Refoj-ma hypothec!l1"ia: projectos e pareceres, mandados colligir,


etc. Rio de Janeiro, 1860, in-4°.
- Reorganisaçdo rIo exel'cito : discurso do ministl'o da guerra na
sessão de 22 dejull:lO de 1867 na Cêtmal'a do senllOres deputados. Rio
de Janeiro, 1867,23 pags .• in-4°.
- D:swrso proferido na sessão de 24 de julho ele 1867. Rio de Ja-
neiro, 1867, 17 pags. in-So.
- Discurso proferiria na sessão de 17 de setembro de 1867. Rio de
Janeiro, 1867, i6 pags. in-4° - Refel'em- e estes discursos a assumptos
relativos á guerra uo Paraguay, sendo o autor ministro ·da respectiva
pêtsta.
- Discw'sos proferido:> na sessão legislati va de 1882, tanto na camara
dos senhores deputados, como no senado, sobre os orçamentos da
fazendtt e da recei ta geral do imperio; reorgani-ação do quadro do
exercito; alistamento militnr ; irnpo~tos addi ionaes de 10% ; projecto
sobre impostos de im]]ortação ; lei de orçamento provincial de Pernam-
buco, etc. Rio de J,tneiro, 1882, 302 pags. in-S o- São oito discursos na
c, ma,ra tem pararia e onze na vitalicia.
- Reforma da lei de execuções. Arljudicação forçada. Rio de
J:tneiro, 1881,98 pags. in-4° - São artigos da redacção do Jonwl do
COl1lmel'cio, seguido:> do paI'ecer sobre o projecto da reforma elaborado
pela camn.r. dos deputados e parecer as ignaclo pelo Viscontle de
Paranaguá, e pelos senadores P. Leã') Vello:>o e J. J. Fernandes
da Cunha. Ainda estuIlante de direito, collaborou no Phileidemon,
periodico da sociedade Phileidemica OlintZense, no qual estão, entre
outros, os dous artigos: .
- A fonte e causa da rique:.a; A esperança - TO lo numero, de
junho de 1846. .

João Manso Perei ra - Natural de Minas Geraes, fa.lleceu


com mais de 70 anuas de idade a 20 de agosto de 1820 na cidade do Rio
de Janeiro, onde foi professor de grammatica latina e professor de
nomeada tal, que era uma honra ser seu disci pulo. Estudou no semi-
nario da Lapa; conhecia. o gl'ego e o hebraico; er!\. muito ver~ado nas
seieocias naturaes e fOI pelo govel'oo encarregado da analyse do ferro
de Ipanema. Essas sciencias estudou elle em seu gabinete, tornando-se
nma notabilidade, quanto era passivei sel-o no Brazil, colonia peada
pelo egoismo tia metropole. Fa.bricou varias productos, como vinho,
a~sucar, aguêwdente distillada da raiz de sapé, camafeus de barro do
paiz, etc. Otl'ere:leu ao vice-rei Luiz de Vasconcellos uma mesa, só por
elle trabalhada, onde se viam representados, em ouro e em diversas
JO 479

Côl'es a bahia do Rio de Jl1neiro e suas ilhas, e a d. João VI oITereceu


um appal'elho e uma caixa para sabão de barba, de fina porcellanl1, ~omo
a da Iudia, que elte s>lbia imitar, as~im como o charão, feita com argUia
da Ilha do Governador. Fez tam1em os bustos de dOlla Maria I e de
seu esposo, os quaes foram enviados para Lisboa e ahi admirados. Na
phrase do dr. Macedo «foi uma aguia, á que faltou espaço; foi um
genio, á que faltaram recursos e condiÇÕes favoraveis para elevar-s á
altura de suas faculdades». Era cavaUeiro da ordem de Cbl'Í::ito e
escreveu:
- Memoria sobre a reforma dos alambiques ou de um proprio para
distillação das aguas-ardentes. Lisboa, 1797, 42 pags. in-8".
- Memôria sobre o meLhodo economico de transportar para Por-
tugal a agua-ardente do Brazil com grande p~oveito dos fubricantes e
commerciantes. Lisboa, 1798,28 pagos. in-8° -Foi depois reimpre5sa no
ilu:x:iUador da Indust?-:a, tomo 8°, pags. 3~1 e segs. Nesta memoria, a
p3g. 26, diz o autor que a perdiçãf' no Brazil da intlu tria da cochonilha
proviera de certo chi.mico inferl?aZ que a f,~lsificava com farinha de
mandioc:1.
- Memoria sobre uma nova con trucção de alambique para. se fazer
toda a sorte de di tillaçõe com economia e proveito, tr:lc.luzida do
francez e accresccntada com annotações. Lisboa, IB05, Íll-Bo.
- Carta sobre a nitreira artificial, e tabelecicla na vil la de Santos
da capitania de S. Paulo, dirigida á esta côrte por João 'Manso Pereira
e publicada por frei José Mariano da CO:Jceição Vellozo. Li boa, 1800,
19 pags. iu-4° - Depois, neste mesmo anno, se publicou a continuação
de"sa carta, in-Bo.
- Considerações sobre as cinzas do cambl1rá, do imbé, etc. Lisboa,
1800, in-4° - Forar.n tambem enviadas com uma carta, e publicadas por
frei Jose Mariano.

João Manoel Pereira da Si! va - Nascido na cidadCil


do Rio de Janeiro a. 30 de agosto de 1817, fez o curso da faculdade de
direito de Pa'l.'is, onde recebeu o gráo de bacharel em 1838, e voltalldo
logo á patria, dedicou-se á ad vocacia que exerceu até 1850, e tam bem
ao jornalismo. Foi deputado ii. assembléa provincial em varias leiSis·
laturas desde 1840, á assembléa geral desde 1843 e, sendo por vezes
seu nome apresentado á corôa em lista triplice para senador, foi a
final escolhido pela princeza regente dona Isabel, em 1888. Filiado á
um dos partidus politicos do imperio desde sua formatura, ao partido
conservador, nunca durante tão longo periodo foi posta em duvida sua
lealdade. Vocação decidida pelas lettras, dedicação fervorosa pel(}
480 JO

estudo da historia patria desde seus primeiros annos, actividade inex-


cedi vel, sem pre juvenil, o conselheil'o Peneirit ua. Silva ainda hoj e, na
idade avançada em que se acha, como em sua mllcidade, dá-se ii. tra-
balhos de gabine,te e sua penna, sempre bem aparada, tem produzido
escriptos de mais ou menos folego que adomam as columnas do pri-
meiro orgão da imprensa brazileira- o Jornal do Commercio. E' uma
das pennas mais fecundas flue o Brazil tem produzitlo, adquirintlo para
seu autor a mais alta e merecida reputação, tanto no paiz, como róra
delle. Foi ad vogado do consell:lO de estado e tem o titulo de conselho
do Imperador; é grande dignitario da ordem da Rosa e commendauor
da de Cl.ll'i to; commendador da ordem portugueza de igual titulo e da
de Nossa Senhora da nonceição de VUla Viçosa; sacio do inStituto his-
torico e geographico brazileiro, d,t academia real das sciencias e da
sociedade de geogra,pbia de Lisbo.l, da Arcadia de Roma, ,do instituto
llistol'ico de França, úa academia rei11 de historia de Madrid e de outras
corpoeações de leUras, nacionaes e extr,wgeiras. Escreveu:
- Revista nacional e extrangeim : escolha de artigos originaes e
tralluzidos por uma sociedade de littera,t03 brazileiros. Rio ue Janeiro,
1839-1841,5 vols. iu-8° - Foram seu companlleiros nessa eroproza
Jo ino do Na:;cimento e Silva e Pedro de Alcantara Bellegarde,
-O annivel'sario de D. Miguel em 1828: romance historico. Rio de
Janeiro, 1839,33 pags. in-8°.
- ReligiãO, amor e patria: romance histori o dividido em tres
pa.rtes: Coimbra, Rio de Janeiro, Porto. Rio de Janeieo, 183a, 47 pags.
in-8 0 - Sabiu ;ambem ao forno}, do Commercio, donde foi repeoduzido no
Archivo Popular de Li boa, tomo 3°.
- fel'onimo Cor·te-Real : chronict portugueza do seculo XVI. Rio de
JaneiL'o, 1840, io-8° - Teve outl'a edição em pa.ris, 1865, in-8°.
_ Manuel de Moraes: cbronica do seculo X VII : romance historico.
Rio de Janeiro, in-8°,
- D, Ruy Cirl de BilJal': tragedia em 5 actos, de P. COl'Deille, tra-
duzida por· • " revista e emendada por J. M. Pereir'a da Silva. Rio
de Janeiro, 1843,20 pags. in-4°, gl'.-ü tl'aductor occultou-se na publi-
cação deste livl'O com o mesmo cuidado que teve no ~eóuillte :
- Gonz(J.ga : poema por'" com uma intl'oducção. Paris, 1861,241
pags. in-8° - Sabe-se qlle é do cO,nselheieo Pereira da Silva, apezar
mesmo de sua declal'ação de ter conheciuo o autor, um estudante da
faculdade de direito de S. Pemlo, em 1848, etc. E' um poema de dez
cantos em veeso hendecasyllabo sollo.
- Aspazia. Rio de Jaoeil'O, ( em data) 289 pags. io-8° - E' um ro-
mance portuguez contemporaneo.
JO 481

- Parnaso bra;;ileil·o ou collecção rios melhores poetas brazileiros


desde (J descobrimento do Brazil. precediLia de uma introducção histo-
rica e biographica sobre a litteratura. brazileira. Rio de Janeiro, IS43-
lS4S, 2 tomos in-So- Constituem estes dous livros os tomos 40 e 7° da
Bibliotheca dos poetas classicos da lingua portugueza, e abrangem o
primeiro producções de quinze escriptores, começando por Gregorto de
Mattos; e o segundo de vinte e um.
- Plutarco brazileiro. Rio de Janeiro, lS47, 2 tomos ín-So- E' uma
collecção de biographias, muitas das quaes já publicadas pelo canego
Januario da Cunha B,trboza, por Varnhagem, etc. O primeiro tomo
comprehende doz~ j o segundo oito. Esta obra foi applaudida por quasi
toda imprensa do imperio e na Europa pela «Revue des Deux Mondes»
e pela « Revue Encyclopedique ». O autor, porém, nem guardara nessa
publicação a ordem chronologica, nem nas noticias que colleccionara,
«aperfeiçoou mais a phrase - como' observou lnnocencio da Silva-
corbndo pelo demasiado vicio do estylo, conseguindo tornal-o mais
cerrado e proprio do genero historico lI, e então para fazei-o, deu se-
gunda edição com o titulo:
- Varões iUustres do Brazil durante os tempos coloniaes. Paris,
IS5S, 2 tomos, 393-371 pags. ia-So - Nesta edição se acham mais duas
biographias, as de Bartholomeu Lourenço de Gusmão e de Francisco de
MeUo Franco, e um supplemento biographico relativo a muitos outros
brazileiros, quer dos tempos co10niaes, quer do Imperio. Nesse supple-
menta, porém, ha muitas inexactitlões, de que o mesmo lnnocencio da
Silva apresenta varias correcções, não só tratando de alguns escripto-
res brazileiros, como na relação em seguida a noticia que dá do autor,
no 3° tomo de seu Diccionflrio. O commendador A. J. de MeIlo no
tomo 2° de sua.s biographias de pernambuca,nos ii lustres tambem indica
ahi faltas. O livro, porém, foi elogiado uo imperio, como se vê em um
artigo do Jornal do Comrnercio da côrte de 30 de março de lS59, assi·
. gnado por Agrippa, e na Europa pelos ma.is acredita.dos orgãos da
imprensa litteraria, e teve nova edição « muito mais augmentada e
correcta» em Paris, lS6S, 2 tomos in-So, da qual foi supprimido o sup·
plemento da edição precedente.
- Historia criminal do governo inglez desde as primeir....s matanças
d;t I['landa até o envenenamento dos chinas, por Elias Regnault, tra-
duzida Lio francez, augmentada e annotada com a hi lol'Ía de muitos
factos modernos, tanto no Brazil como em dominios de Portugal, por
um brazileiro. Rio de Janeiro, 1842, in-12' - E' um Livro de cerca de
600 paginas, dividido em duas partes. Nesse mesmo aano foi publicada
m Lisboa uma traducção d,\ mesma obra. por F. C.
31
482. JO

- Inglatel't"(I- e Bra;it, TraCego de escravos, Rio de Janeiro, 1845,


281 pagil, in-3°- !L' 1I11J<1 publicação anonyma, reproduzida do perio-
tlico Brazit. l~m nma. Co II ta. supplementar declam o autor que não
tencionava da,l-a 0m I i vro e por isso se devem ahi encontrar inex'3;cti-
dões e defeit05,
- Rplatol'io aprese:1t L.JO it. assembléa legislativa da provincia do
Rio de Janeiru na 2 a sessão da 12" legi511tul'a.. RiJ de Janeiro, 1857,
154 pags. io-Cúl. com varios documentos, m~ppas, uma memoria sobre
a cultura da canUi1 de aSSllca.r, etc.-Foi escripto quando o autor como
vice-presidente atlministrav;), a proviocia,
- O Bra.it 00 reinado llo SI'. D, Pedro 20, trad).lzido da Revista
dos dotls mWlClos. Rio de Janeiro, 1858, 23 pagos. de duas cols. in..4°.-
O origin·.1l publica'Io n!l~S,\ revista é do mesmo tr:1.(luctor.
- Obros l:tterarias e potiticas. Rio de Jaueir,>, J862, dous tomos
328, 37'1 pagos. iu-8° - O pl'imeiro tomo tem o titulo de « Variedades
litter:1l'ias» o s IgundJ de «E~cI'ipto~ politicos ':l discUI'SOS [al'lamen-
tares.'? e bem I}lIe, eomo é de e~lylo nas obr.IS e'Jit;'tdl1s pela cas~ B, L.
Gal'nier, se declarJ no rJi:ito do livro «Rio de ,Janeiro ", Coi a obr'a im-
f,ress'l. em Pl1ris. romo tlepoi5 se vê.
- llistol'ia 11<\ Cuodüçiio (to im[Jerio bl'azileil'o. P:'<rlS, 1864-186S,
7 tomps, 31.'-;-175-397-3611-34<1-314-420 p:tgs. ln-S o - Comprehende a
obra quatorze livro.) ;),Ílrangentlo dübs de 1808;), 1825, mas começando
por Uma re vi ta dos acon tecimen to do 1540 até a. regellciu de D. João 5·
e a vinr!<\ da rJ<11 Cu.miliu. ao Bt'azil. Foi t5.o bem recelJitlo o livro, que
esgotou-se em POUCl tempo Ullla údição ue 3.000 exemplares, e Coi pu-
blicada. urna. segunda euiçiio em 3 gTO~'O' vals. cm Paris; entretanto'
a.Jgum, s aprE'ciaçü'lS má~ e de;cltitlos que contém, tem provoc Ido ;L pu-
blicação ató de Obl'ilS <'sl'eciaes para ['eCutal-Js. ;'olest.~ livro já fiz
menção da. «I,npugll:lÇJo, clc. », escl'ipla pOl' Courado Jil.úob de Nie-
meyel' 2 0 , por occi1sião de ser pllblicll,d,L outt'a obra., C'outinuação desta;
fiz menl,'ã.o dos c Estudos criticos de Silvio Dinarte, parte 2", publicada
em 1883 », e~c, Em ultima. analyse per:l1ilta-~e-me a trallScripçií.o, bem
que um pouco longa, do que di7. a r~speito o autor do « pantheon
Fluminense» :
«Como historiador, o Sl'. conselheiro Pereira. l:la Silv,~ tem um
grande defeito, o mn,ior de todos, a falta de eriterio com que escreve,
acceitando como vl!rdadeiros e cohrindo com a autoridade de seu pre-
stigio litterario factos, que não se acham comprovados e muitos dos
quaes foram invenção das praças pulJlicas em momento de agitações
politicas. Não pótle O hi5tori;),dor ac,1cilar a Calsas opiuiões, creada:;
pelas opposições em seu plano de Llesmoralisar o objecto tle seus ata-
JO 483

que:;. " PI'i~d; a,lm21l te como histol'iac1ol' llo pf'i moi 1'0 reina'lo n5,o
soub'3 o SI'. cO~Helhei['o Pel' lira. d~L Silva g-Ilal',lar, aill'ia. a.gUl'_L no fim
de tnutos,annos, a impar~ialidad<3 o tL friez,L do historia.dOl' deflnte de
acontecimento.; flue se paS:iflr.Lm e:n um:t época, dc eITel've cenchL [lol i licn,
em qne a,s pnixões tndo CJga!V::LI'll. R'lcolhondo o.) uoatos das !'l1as o
convon:ticulo5', colligindo as 1I0ticia5, :lllJ'eue invontallutl e IH'epara.tlas
pelos exalta'los em seus- planos l'ovolucionarios, tI'<lusllliLtillllo à postr-
ridade a fa.lstt apreciàção e os incxactos 'commentaJ'ios, ,L que neuhul'll
apto, por.melhor que seja, pó le escJ.par;·deso.e qne ::L má fé fluizcr adul-
tera!-o, o Sr. conselheiro Peraira. da Silva poz o S:l1I helio talento a
sel ~iç0 de u ' I1/.L canS;1 mi. c tOT'na-~e digno da mil,i:; sevem. censura, que
nã:o poucâs veZf~S lho cabe, r~ não ó sómente em re[;'oão a.o Sr. O. Peelro I,
em varias (.c~as:0-Js injustitmente aprejauo nesse/> trabalhos histol'icos,
cQmo,em reftlL'encia lL muitos,peL'5011age~)S, flUJ li'K'ul'u,r,Lm nos aCOD-
tecimen,tos dU'IueUa .ép(lc I, rtue deixou elle de procede L' com a dev ida.
ca.u.tela. NiJil@uetn ignora,'por exemplo, as conlestações que'pt'ovocou a
sua our,L ~obrc o s~!ltn'lo periodo do l'eitlaclo de D. Pedro I. Si a
{alta.de exactidüo' historiCi~ é,.vicio' es~eocíal nos estu,los el':lsse genel'o,
Ir .ais intlesculpavel e peI'igosa se torna nas apreciaçilcs dos factos, ele
<lue 'o historiadpr. teJ;lba sido qua,i conlemporaMo, muitf\s das quaes,
ficando sem protesto e resguardatl'10·se com o nome do autor, podem
passar á posteridàde,tinteiramente aI bradas, com 'grave prejuizo da
verdaçlo.» I, "
" ' -, SegulUw J1el;iodo do reill<l/10 de O. P(lCÚ'O I no Brazil (1825-1831),
R~o de Janllil'O, 187),,47J Jpags, ill-S" - E' uma continuação da. obra
preceàente .. Ha,tambem,seguncla edição ••
- His/ol'ia do Bra,iL do 1831 a 1840. (Governos regonciaes dura.nte
aJmenol'idpde). Rio clt'J'.hneiro, 1879,.500 pags. in-8° - E' o com-
pl.eme,uto .tin.al da: HistoriJJ,· d;o 13I'$zil. Fez-se a segunda edição
em 1888.
-+ ,Situation sociale, politique et éconQmiql1e do l'empire du Brésil.
P,II'i:', 1805, 248 p~,"s. in-8° - Compl'ehende duas publicaçõp,s que
J11.("1'<1. na. Reoue des deux Mondes,. lL saber: «Le Bl'ílSil em 1858
sous'. ,I'empeL'eur O. Pedro II », que encerra um esboço histOl~ico do
irrípol'io, considerado sob os pontos de vista' tlnaocelro, politico,
militar; commer\lial, industrial, etc.• e flue foi tl'aduzido em por-
tuguei, allcmão, italiq'L]O, e public(l.do em poriodicO;l d9S respectivas
liDgJlaS,e .~ L;L g'necr.o .entre lo BI'esil Qt h Pinta», publicação
de I 65.
- L:, J,iu.h·alw·c pOI·tugetisO, ,O:J pl.S5ê et 5.0:1 étnt actueI. P':'L'is,
1865, 237 p:lgE. in-S" - Foi t'Lmbe n public'ldo dcpoi,s na' ncoi~lll
484 JO

Contemporanea de Paris, de 30 de abril, 15 de agosto e 15 de outubro


desse anno.
- M anoet de Momes: chronica do ::;eculo 17°. Paris, lS66, 289 pags.
ín-So.
- Discursos partamerltares. Paris, lS70, 223 pags. in-So.
- Discursos do deputado, etc., nas sessões do parlamento brazi-
1eiro em lS70 e 1871. Paris, lS72, 250 pags. in-S°.
- Conferencias Utterarias: Discursos pronunciados nas sessões de
14 e 30 de dezembro de IS73, S de fevereiro, 28 de abril, 23 e 30 de
agosto de IS74. Rio de Janeiro, IS74, io-So.
- Ourso de historia dos descobrimentos, colonisação, instituições,
civilisação, iodependencia e progressos até nossos dias, dos di"lferentes
Estauos americanos. Rio de Janeiro, IS76, 25Spags in-So.
- Nacionatidade da língua e litterat1;lra de POl'tugal e do Brazil.
Paris, IS84, 410 pags. in-So - O Coimbrense de 22 de março deste
anno aponta e corrige algumas inexactidões deste livro em artigo
assignado por J. M. de Carvalho.
- D. JoãO de Noronha: chronic1\ do seculo ISO. Rio de Janeiro,
lSS*, ín-8°.
- FiUnto Etisio e sua época. Rio.de Janeiro, IS91, in-So - E'o"lfe-
recido ao Gabinete portuguez de leitura.
- Christovam Colombo e o descobrimento da America : conferencias
publicas e"lfectuadas na cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, IS92,
192 pags. in-8° - Este li vro foi olferecido ao Instituto historico, pelo
Instituto impresso para commemorar o quarto ceutenario do descobri-
mento da America e distribuido na sessão solemne de 12 de outubro
deste anno.
- A hjstoria e a legenda. Rio de Janeiro, lS92 ín-8° - Neste livro
acham-se factos desconhecidos da historia e analyse critica de perso-
nagens importantes.
- A historia e a legenda. Segunda serie. Rio de Janeiro, 1S93,
in-So .
- A historia e a legenda. Terceira serie. Rio de Janeiro, lS94,
in-So - São estuJos publicados no Jornat do Commercio e agora em
edição eEpecial. O Conselheiro Pereira da Silva collaborou desde lS3S
para varios periodicos políticos e litterarios, como o Jornat dos Debates,
O Chronista, Revista Nitheroyense, Revista Poputar do Rio de Janeiro,
onde estão as «Cartas ácerca de suas viagens~. a Revista do Instituto,
fioalmente, ha de sua penoa as seguintes
- Biographia de Frei Francisco de S. Carlos - no tomo 10°,
pags. 24 a 42.
JO 485

- BiograJlhia de Sebastião da Rocha Pitta -no tomo 12°, pags. 258


a 276.
- Biographia de Ignacio José de Alvarenga Peixoto - no mesmo
tomo, pags. 400 a 412.
--- Biographia de Claudio Manoel da Costa - uo mesmo tomo,
pags. 529 a 549.
- Biographia de Junqueira Freire (Luiz José) - no tomo 19°,
pags. 425 a 4:',3. Nos annaes do parlamento, além de seus di cursos,
ha trabalhos, como um relataria sobre a reforma hypothecaria que se
projectou em 1854.

João Manoel Pont.es - Falleceu sendo capitão da extincta


terceira linha do exercito, e tendo militado na provincia de S. Pedro
do Sul, onde escreveu :
- ExposiçãO militar, feita a S. Ex. o' Sr. Conde de Caxias, pre i-
dente e general commandante em chefe do exercito nesta provincia.
Porto Alegre, 1845, 20 pags. in-8 0 - E' em verso.
- Memoria historica em discurso poetico, dedicaria á satisfactoria
vinda de SS. MM. Imperiaes a esta provincia do Rio Grande de
S. Pedro do Sul. Porto Alegre, 1845, 16 pags. in-12° - Contém o
livro dous sonetos, duas decimas e dous cantos.

João Marcellino de Souza Gonzaga - Nascido


no Rio de Janeiro a 31 de março de 1820 e bacharel em direito pela
faculdade de S. Paulo, foi juiz municipal de Pindamonhangaba, depois
juiz de direito em 1847. Administrou a provincia de Alagõas, donde foi
removido para a do Rio Grande do Sul em março de 1864, poucos dias
depois de haver naquella contractado o encanamento de aguas potaveis
para a capital e por ultimo a do Rio de Janeiro. Tem o titulo de moço
fidalgo com exercicio da extincta casa imperial, é dignitario da ordem
da Rosa e cavalleil'o da de Christo. Escreveu:
- Estudos sobre a lei de 3 de dezembro de 1841. Rio de janeiro,
1863, 72 pags. in-8° - E' uma collecção de escriptos que antes publicara
no Correio Mercantil.
- Discursos pronunciados no Congresso agricola nas sessões de 10
e 12 de junho de 1878 - Vem no livro «Congresso agricola », pags. 170
a 173 e 209 a 211. O segundo é publicado em resumo. Tem trabalhos
de administração, como :
- Relatorio apresentado á assembléa provincial do Rio de Janeiro
na primeira sessão da 23" legislatura no dia 8 de setembro de 1880.
Rio de Janeiro, lB80, in-4°,
. _Joãq~Marm _ua Gama Berquó -1'i3.-t.U'l'll.LJ:lo-Río
dc Janeil'o, é professor do hislçll'ia do gymllasio nacional (} ,es-
creve,Q. : - ,I ." (

- These para o COUCUI'SO do logar ue professol' <ubstitJlto das ca-


<wiras de hi;atol'ia ui=l-ivers:J,l, his:od.a ,e glJogra.phi,t do B.ra7iil d'o impe-
rial collogio de Pedro 2°. Rio de Jaueiro, 18,\), 28 pc;g,.~. 'in-:4°-
Tr:i!-ta-so dos S:I'.otemas Ptolomeu, Copel'nico. T~l.;ho-BI'ahe· I..,~il? d~
Kepler; .Attracção o .repulsüú.
- Histol1ia antiga do/Oriente. 1. Rio de Jaueiro, I1,&1il7, In-I,2";•• ,
- Historia da Greda e tio Roma. II. Rio tle Jnneice, IS8S,,28(i) TJag-s ..
in-12°. .
~.,.... Ris.tO?1Üt, ~mit'ersal. Noções -summnrias. Rio;t1e'lJanBiro,-~iHr!2o.
L I 1

João Maria Pereira de I,aceL dfi>- Filho deIlJo:l,- 1

quimo Antonio ele LalJe·rda e, dooa, Mar:ia. Clo.rri;\Pe.reira de lAlcerda,


e. pai. do hi,po d. Pedl'o Mario. de Lacerda e de lJonql1im f<will
de Lacerda, de quem. occupar..me-hei, 0pp0l'tuuarriente, nasceu 'no'
Rio' de Janeiro l1.L 91 de novemuro J de 1809 e- fllllcceU"'a I de 'a-
n.eil'o \de. 186!!. Com praço. de aspirante a ..gu:;.rda ma;rin lia' em
marçOl.de l1826 fGL promo,vido á este ',posto em ldezembro da meõmo
anno, á. segundo tenente em outubro 'de 1828" e da.hi succ'ssi-
vamente até o posto de capitão de fl'ng-ata em 1856, obtendo mais
tactle. sua.- refOl~ml1 Da. de .capitão ue mar.a guerra!. T.odas;!M; -suas
promoçõ~s e ·clilmmissões em' que ser·v,iu e ati) rulguma.s pa.rticuln.
ridlldes de sua. vid.t vcem mencionallns 110 tbmo 10° tio Diccionb,1'Io
bibliogl'o.phico < porLugl1l1z, confocme os 3lpontamelltos forllocidos ao
autor.,que, d,alla.;; reprotlu7. um trecho llolativl1meote lt seus scnti'::
mentos religiosos OISUa. fl:11lesii.o Út jnstltuição das iJrmã,; de caridadE',
de quem dÔl',a enthusiastico defensor" r,ISl1ltrlD'lo de sellS I rah~dlhos,
litter:ltrios em prol dnl 15'rE'j't ,e rIo Estado« q 11 /brare r;-se-thes as
forças e reduzir- o ;1:1) tl'isü~ E'sk'1.do de crgüeir.1 completa. ». Foi
ppofussor de geometeu\ appl'ieada á8.lt1'los HO o.l'seHl111lg· l1lui'inho. cht
c6cte ;lsupel'inteudente tias obl'ns da:'cornpo.n'!li,' bl'a~i1eira de 'Paquetes
lt vapor; syndico do coo vento das freiras ue San'Íl1, .Ther3zl\I ; o1ficial

da ordem da Rosa, oava:llei'l'o uas rle Chuisto, de Atviz e de--S.'lGl'eg01'io


Magno d~ Roma. Escreveu l' r ,, " ',I
~ Arithm/J'tica e I1lgebra. do oplll'al'io 'd0 .aNenal\ d~ 'J1mrioh:1'. Rio
de Janeiro, '1857, 240 pagos. ;n-8° - Esto. oh'ra, (scniptRi 'l'flOl' ordem I
superiOl~, flcou incompleta . . r.
. - Planos'pnra omorti7,;Jç[o da divida, n<!eionnl brazileira e creução
da capilnes, Rio de Janeiro, 1860, io-fol.- G' 'Uln·td'u,balho ·i'l1J'POl'tdut-iw
4~7

. tótlo baseado'em calculos, Collal'Jorou em varjas publicaçõGs periodicas,


como o'Con'eio da Tarde, e l'sdig:u :
.:..- lbelha Religiosa. Rio de Janeiro, Hl58 , in-fol. - Suhiram poucos
numeros,
,_. (!) ]!)uputaj', Rio ue J·aneiro. 1'858; in-fuJ.- Idem. '.

Jof'"o J\.Iarqué, ele elo rT"il,]:ho'- Filho de Antonio :Tosé


Dras dê C/II'valho e don;t Thoreza Marqnes de Carv,\}h@~ nasoen ua cidnde
ue Belem', do P:lrà, a () uo novembro ue 1866. PaJ'tillllo na i·lade de onzI;I
fl'llirós,'côrn"slJa' f,\Itrlla,'pltr.t 'Port'ug"ul,'ahi estudou hl1muniuades com 'um
tio, varão de alto sabcr, até o começo tle '1881, época em que foi â. P8Iriz,
onde app li COll--e ao ostuuo dl1slett:-.,>, voltando'ao Pará em 1883. Fez,os
trcts primeú'os annos do ctlrso jurluico lIa facnllladc do Recife e exerceu
e111 sua. pu tria. o magistl:'J'io ClII110 lente de portng"nez no arsenal de ma-
l'iIiha: e depo'is' foi se'cretaria gOl'rrl'd;\ instrl1cç10'publicn. C0l110 repre-
sélltarlte dtt "provihci':t do P~rh aCOmp1111hou em 1889'0 Gonde d' Eu em
SUft viagem ao Amn~nnns e, 'pOl' 'occasilio da queda lIa mOl~archia, foi
noméado secretal'io do governo du,estauo de seu nascimento. Escreveu:
- O sonho do móitare/ui: r'oemeto. Recife, 1886. '
- Ldvas :' poelncto. Recife, 1886'- E-tes' dons escriptos silo do,in-
dole republicano. e aliolicioni b,
- GaZe}'ia de poetas. I Panlino uo BI'ito. Pnrá , 1887. ; I~ .~
j

- Contos pcwaenses·. P,W:l, 1889,


' - Hôi,teneid: 'roh1a.11C"e: Pal':1., 1888.
- Olivro de Judith: (pl'osa e vel'~o), P.lrú, 1888,
""-SÓ1'@)' Mm'ia :,l;Oll1ltnCa' tHttul'illl:,tn. J'larn. 1891'" Collaborou em
'1883 e 188.1 no 'D:al'io"de BeZém, onde"j1ntlllcon :
' - Anyela: rOmaÍlce - Cblh,tlorou tambem no. P,,'ovincia do Pal'd, o\lde
'deu ao pré10: • .
- ri ~eúiana: I'omunce'-e na' Republica, onLlé foi il1~el'to:-
-O Pagd: r0l11auce l1:1tur.il'ista - t'\011Jel1l public:ulb' no'Comlllercio
do Pard. No romance João ;Vlarqlles estó. tlliaclo n oscolá l'éa1istd. Seí quo
elle em 1884, inuo ao CeuI'.1 [ior'mo:estia, ahn'uudoucõll1 séus eontel'l'il-
neos TLJeotlorico Magno e Mucio Junvrot uma revi ta littel'aria; que tem
g-mnde cóph' de trabúlhos ineditos-;-e tem \Jublica'dos muit"ds arligõs de
li ttcr.\tura, cl'iticlJ, polell1ica litteral'ia, politicu, clIr0111e'\s hUll1oristicils,
lt'.Idi.lcçJes'e poesia: 'uosjQruae's do Pal'<l, do Cettrâ e no Equadm',l'evi ta
llcademica, n.rtlgos qUI:! cne eriam bons vo1 um'cs, São' fillalmeote aelle
- C'ommental'ios, Chronica. 'mensal. Palestro. simples, desopilatorin.
e sem ma.licia sobre assumptos varinllos, Padl, 1885, iu-8° .... Só vi (l
primeiro numéro, com 26 pags:' ,
488 JO

João Martins da Silva Ooutinho - Filho do major


Fernando José Martins, nasceu em S. João da Barra, cidade do Rio de Ja-
neiro, e falleceu em Paris ~t 11 de outubro de. 1889. Bacharel em mathe-
maticas pela antiga escola militar, assentando praça no exercito a 2 de
maio de 1848, data em que obteve a graduação de alferes alumno, ser-
viu no corpo de engenheiros, subindo até o posto de major, do qual
pediu demissão em 1865. Exerceu algumas commissões civis durante
sua vida militar, como as de inspector geral das terras publicas na
proviucia do Pará, membro da commissão scientifica encarregada da
exploração de algumas provincias do norte e depois de explorador dos
rios que banham o actual estado do Amazonas. l"uma excursão que fez
no rio desse nome com o professor Agassiz e a senhora deste, da qual
excursão chegaram á Belém a 4 de fevereiro de 1866, foram recolhidas
por este professol' cercn de duas mil especies de peixes, de que apenas
mil el'am conhecidas, sendo extraordinaria tão rica collecção, como
ponderou o dr. J. A. Teixeira de Mello, quando as especies conhecidas
em todo globo não passam d~ cinco mil. Exerceu depois disto varias
commissões do governo imperial, quer no paiz, quer no extrangeiro,
sendo desse numero as da exposição de Pariz em 1867 e da exposição de
Philadelphia em 1876, servindo tambem nesta de secretario, e naquella
de membro do jury internacional. Era dignitario ela ordem da Rosa e
escreveu:
- As epidemias no valle do Amazonas. Breve noticia. Manáos, 1861,
10 pngs. in-4°- Vem reproduzida nos Annaes Bra:::ilienses de Medicina,
1862-1863, pags. 144 e seguintes.
- Relatorio apresentado ao Illm. e Exm. Sr. dr. Manoel Clementina
Carneiro da Cunha, presidente da provincia do Amazonas, sobre o exame
de alguns lagares da provincia, especialmente do rio Madeira, debaixo
do ponto de vista de colonisação e navegação. Manáos, 1861,45 pa.gs.
in-4° - E' seguido de um mappa de observações meteoroÍogicas, e vem
reproduzido no relataria do ministerio da agricultura, de 1862.
- Breve noticia obre a extracç.:'io da salsa e da seringa e vantagens
tle sua cultura - No relataria do presidente do Amazonas, dr. S. O.
Moura, 1863.
- Emploraçero do rio Hyupurâ - Vem no relataria do ministerio da.
agricultura, 1865.
- Exploração do rio Madeira: relataria - No mesmo relataria, 1865.
- Exploração do rio Puras: relataria - Idem, 1865.
- Noticia sobre o Uaraná, apresentada ao Sr. conselheiro dr.
,l\1~noel Pinto de Souza Dantas, mini tro dos negocias da agricultura,
commercil.l-e obras publicas. Rio de Janeiro, 1866, 10 pags. in-foJ.
JO 489

- O Cacau na exposição nacional de 1867 (Rio de Janeiro, 1868). 12


pags. de duas caIs. in-4° - Trata-se da rlescripção da planta, de sua
cultura. e do fabrico do chocolate.
- L'embouchure de l' Amazone - Vem no <( Bulletin de la Societé de
geographie», 5a serie, tomo 14°, 1867.
- Sur la ,qeologie de I' Amazone par MM. Agassiz et Coutinho. Paris,
1867, in-8° -E' extrahido do mesmo Bulletin.
-Note sur la tortue de l'Amazoue. Paris, 1867, in-8°.
- Gommas e resinas que figuram na exposição universal de Pariz de
1867 - E' um relataria que vem no relataria sobre a exposição, pu-
blicado pelo secretario da commissáo brazileira, J. C. de VilJeneuve,
Pariz, Hl68. Foi traduzido em fl'ancez.
- Relatorio da commissão encarregada do reconhecimento da região
do oeste da provincia de S. Paulo, e escolha da direcção mais conve-
niente para os transportes entre a comarca de Botucatú e o Iittoral.
Pelo chefe da commissão, etc. Rio de Janeiro, 1872,77 pags. in-4°.
- Estrada ele ferro do Recife ao S. Franci 'co: estudos definitivos de
Una li Boa Vista, etc. Rio de Janeiro, 1874, 155 pags. in-4°, com a planta
geral da estrada - Vem ainda no relataria do ministerio da agricul-
tura de 1875.
- ExposiçãO centenaria de PhiJadelpbia, Estados-Unid~ da America,
em 1876: relatorio da commissão braziJeil'u, apresentado, etc. Rio de
Janeiro, 1878, 123 pags. in-4° - Era o autor secretario da commis ão.
- Os Munducurús - Vem no Vulgarisador, tomo l°, pags. 52 a 58.
- Estradas de ferro do Norte: relatorio apresentado ao Exm. Sr.
conselheiro Antonio da Silva Prado, ministro, etc. Rio de Janeiro, I 88,
218 pags. in-8°.
- O coqueiro da India: vantagens de sua cultura no BraziJ. Rio de
Janeiro, 1889, 14 pags. in-4°.
- Mappa do Rio Solimões e Içâ - Existe no instituto historico, que
o possue por oíferta do conselheu'l) M. P. de Souza Dantas, em 1866.
Por occasíão de suas explorações no Amazonas escreveu outros traba·
lhos, que nunca pude ver, como:
- Noticia geral dos rios da província do Amazouas.
- Noticia sobre a salubridade e clima do valle do Amazonas.
- Noticia sobre a extracção da gomma elastíca uo valIe do Ama·
zonas e vantagens de sua cultura.

João Martins Teixeira-Filho de Manoel Martins Tei-


xeira, natural do Rio de JaneÍl'o e nascido a 5 de fevereiro de 1848, é
doutor em medicina pela faculdade desta cidade, e lente da cadeita de
- phy.:;ic~i rf\'e;Ji(![\)"lh~ uHa f·lcnluacle.'. F~z . tt Eu'ropa uil11t"viagclm' em
cOlumiss'fuJ s(:ientitica·, oxer'cCll o CllJlgo'uà'u; l)un to. c1a ia pe'cloria ~geral
r

1.113 hygiene e C3creveLl: ' .:,.;


- ·Das (!Uiançãs consal'z,guine(!s e ue sU3I·io fflle-ncia sebre o :physico,
,nor"l' o in tollectllal dl) homem : these apl1esentada,à fa-cLlldllde·"rle
,;meúiól!l'a, (;1'0 Rio tle ,J"neiro e' Sl\ste.H1tarJu eln .;:,) üe 'janeiro de+872,
,Rio ue Janeiro, 1872, in,4,°.,...Co.9tém ruind;\,.proposições ·obre. 'Hemost."l-
sia pOI' aCLlp'r'essuo. ; M ~UiC;lÇ,io, :l.nesthês!cct ;, lI.rdLlcc1i.a •. ' '" . -
~ ~c'.lSliáo;~ tt.le.;e· a[ll'dSi:lHt\;la,;t f,t~nl'lt..l..u)· uó metlicin[l,'do Rio de
.JaneiI:\~··P1Wlt o concurso· a um lognr..tle lente O'flpoBitor1.ãn. "seccão àe
· scie-r.-oias' accessol'ias, 'Rio ue Janeil'0, '187·2,' ifl-40/" I, "

- Calar em gerul o calm' aniJllH I élH parHc~ilal' .': ] these apresentatia


etc. \ pfil',L o eoilCll,rso â,. um 10g';l r de o~posi-lor dai secçilo de scioncias
- accessoriilS. Rio uO Janeil'o, 1873. in·4". ~ ,.,
....·-Noçõ·es tle Ch::llica geral; lJ::l.Se.v.lus nus tlotltl'inu's moderim'S. Rio' de
JltnC'ir'o;, 1815, 348 Fagõ. in-8°-':;eg'un,ll'edicilo;co1'l'cct:i' e angme'IJ'tada,
· ~Rio de· Jilneil'i', 1835, in-8"( C0111 ·e~tal11pa., o'~el'coid 0111'189:3':1 . -
\ - N oçàcs de· cltimica' inol'ganic.\ : '!iç'Ü:lS Pl'OCcss:tJas na'faculdade 'de
-~nedicillllldo'[~io lIe Janeiro, C0:n m:\h:i dt!·I00 O-g'UI'Lls-no texto'.'} Rio d13
Jarwiro, 1878, Ô.JO pag.;. in-8"- 8.;ta obr,t o a pl'ece.lente' sa.himm sob
· o"ti'tlllo Escal'a; ·0 auto!' mo .. trn'-3·~ a r~;ll' de' t00Jas 'as 'l'hódifiéâ:çõés trazi-
·das -â sêioncia (Jelas inNesLi'gil~ões e de 'couel'tas do; cliilllic::lS: JTIo::lilmos.
· HOl1've"seg-unult' 'edição itlteil'amon le' ,'cfündida-, R'io UC J':lneil'o,' 1'893,
·j·n-8", com muis'tlc 100 /ig-tir:ls no .texto." I ',lI"" .
. ' - 'Fu'culdar1c de medicina 'do' Rio do J a (~i 1'0.' MdlH:n':i~t hi's'toric;:nlos
fuctos mfl·is notnvciserrl'l:870. ikio c1e",bnei-ro' 0-8-77),'(\5 p"-gs. in fol: ......
D.=sst\ memol'itL pL1bli~ou depois: .", I <:., I

'.' ...... M'ligas' s()Ur~::t I'crcl'lld::wle de motlicina\ln côl'te (do'en3iho 'mediCo),


extra,liir.!os da Memol'it\ historic I, etc. trio 'de" Janei'ro, 1878,' 44
p;lg~. iil-4o . ' .• , -

, - 'Re'latario apl'2Se'ntano fi, [;\Cul'hldc cll:nliellbu·::\. do Rlo)',de 'JiW'éil'o


'peloDl'. etc., cllvrado Ó. 811rop:L em coml11i's'sãb 'scientificl.l.. ltib de'Ja-
neiro, 1882,30 pngs. in-4° - Cl-lltém' liste rclXto i'ó''Um~L ~xp'o 'içãb do
(Iue ele mais Ilotf\.\·c'l ohsel'vou o"prbfês~ol' íios labêll'tl:tórios', dê 'phy"lCa
que visitou: espccialmente nos de- Be'rlim, GI'utz BJlé,'S'tI'a,l:Jurgo', Púriz
e' :LoudTes:
- Curso de physica, ft:Ji to D:1 f\.lculdaC!'o do medicina: tlesta côrte,
extrahida da Revista thoorica e pratica da c.litn. f,wulctltde, Rio de
'JaucÍl'o, '1887, in-B", "" ,
- (!) ~xplícar1'Ol" (te g-eomútrin, pnru. uSd d'os estll'dnotes dá p'repa.l'a..
turios: Rio d(f Jnneil'o, 18?\):
.J oão da l\.I.atta-.A:rtl>ujo - ;,lturaJ J~ provio~ia d~ Baltia,
del1icando-se ao magislerip, foLpl'ofesso)' pJ,\.QJicQ çla jn }r'gÇ!;fig PJimu-
ti:u do mUlliaipio n.eutI:O e-esc!'oy,ejl; " .•'_ .~ v._ ,. • _
- Liçl]es p,·at::cfl.S de 011 thQgraplljl} ouJ.iV:o par::;t».4ictad.Q}):a~ flSco-
las primarias: obra approvadn. pelo,eon~eJJlP,pir~j~o.r:.. d~. igstrucção
pllulica e adol1taua pelo governo impor-ial p~ro-_lJ.~.~ls\es.cq i\, Ilol\.mal e
das escolas publicas da ifl5trucç'iío primaria...Tgl'yci-ra !'ld!ção~ Rio.de
Janoiro, 1877, in·12° - SalJiu publicada á qUQ\'Ja~edjçi1o.&.m 18!3L no
quInta em 1887, c:l a fJOxtill'm 1894, tambem no Rio de Janeiro, como
forl\m ns pl'ecedclllc~.

João da l\.fatta de Moraes Reg'o - Filho de Ray-


mundo Joa'lulrn do i\'!or,)es Rego e donn. Ann·l. Rlymunda Macie-U
Pal'ente, nasceu Dil. proviw·in. do i\f:lrnnhão n. 8 de fevereiro ele 1825.
E' major c!<t gnaro.! l nacionn I, escri vão dos feitos da fazcnda oa capit,Ll
ele ~Ilit provincia, :'t cllja asselllldé;) lem siclo deplltnrlo em varias legisla-
tnrils desde 1850, cnvallciro d;l ol'dem de Christo, socío do l\theneu
ma I'nnhense e oscl'cveu :
- 811nopse his/ol'ica da admilli.,tração do gove: nador capitão gene-
ral D. rrnnci~co rla 1ello l\Janoel rln Cnmar'a- Começou aseI' public.... i:la.
no pel'iollico Puúlicrr.rlor, de Luiz, 1867, do n. 220 em lIeante e delJr)js
11"1. Actllaliuade, e foi C'scr'ipt;l em prc ença de documentos lluthentico~,
I1CO:111';),JOS em ~cn cnrlol'in em cer'los aulo ,as.uz volullIosos. ue
R,\'lIrliC!flIlCí;t proccdi,ht pelo I,e cmbnl'g:lClol' Antonio [{odrig-ues Velloso
dA Oli~'811'1l pc>!' car-ta réght tTc 15 de junho rle 1813,
- lIJemotía , ohri! 11; fundaçilo do IIm:l. cólp;'lIa no municipio de GlJimn.-
l'ue3 - Foi puulic'ld.l, mas ignoro onrie e quando.
- Di~oUl'so.~ profclridos lia assem blé;l. le~islali va pl'Ovincin [llo Mal'[).-
Ilhiío na fi:J, 'ií.'l rlo auno do 1868, 0Pílondo·se ao projecto de lei do orça~
mento quo pl'ejulicavil exr.e,.siv;tl11cnte n. r'enrlns puulic;\s e I'el'lil, a.
c0nslituição d imporia. S. Luiz, 1868, 117 rag·', in·4,).
~ JIis/oria ela imp,'eosa lia provincia do Maranhão - E' uma obl'a qne
o nutor con~erVl iucdita.
,...., ReocnseamenlO floral da illlpel'io, Província do Maranhão, capital,
P:l1'oohia tle Nos~:\ ~Qnhora tl:t Conr.f'l;i1o (Relatol'io). Mal'anhüo, 18i~,
!lh4°,
- Roptosenl,trao que á nssem1.J!éa geral legislativ;l. na se são da
anno de 18G7 submetta etc. Maranbão, 1867,24 pags. ln-Coi. - E' lima
petição com documentos para poder advogar em CJunlquGr parlo do
imper:o, auditoria ou tribunal. Mornes Rego collabol'Ju em Vilrio3,
periodicos, como o Estal1dm'te o o Despel'tadot', e redigiu:
492 JO

- O Forum (periodico dedicado aos interesses jurillicos). S. Luiz,


1862 - Começou a publicação a l° de janeiro.
- A Situação. S. Luiz, 1863 a 1870 in-fol.-Este jornal so:ffren
interrupções, e foram ao mesmo tempo seus redactores o dr. Heraclito
Graça e o dr. L. A. Vieira da Silva. Começou em junho de i863.
- O Futuro. Maranhão, 1866 - Nunca o vi nem tambem
- A Actualidade (periodico) - como o precedente e o Forum, de
redacção exclusiva de Moraes Rego.
APPENDICE

Francisco João de Azevedo, pag. 1 - No primeiro


trabalho que escreveu em logar de «Esclarecimentos sobre a macbina
typographica», leia-se «Esclarecimentos sobre a machina tachygra-
phica», como se lê na parte biographica do artigo. Azevedo foi tam-
bem inventor de um
- ElUpsigrapho de novo systema, instrumento para trao,;tt.' ellipses-
que foi exhibido na exposição de Pel'nambuco, de 1866.

Francisco José do Cant.o e Mello Cast.ro


Mascarenhas, p'ag. 7 - Nasceu no Rio de Janeiro a 31 de
agosto de 1.819 e falleceu nesta cidade a 22 de novembro de 1885 e
não de 1884.

Francisco José Gonçalv~s Agra, pago 9 - Fal-


leceu a 20 de março de 1886.

Francisco José Mart.ins Penna - Filho de outro


de igual nome e dona Maria Rosa Penna, nasceu na cidade de São
Christovão, Sergipe, a 28 de agosto de 1837 e [aUeceu a 9 de maio de
1884, bacharel em direito pela faculdade do Recife e juiz municipal do
termo de seu nascimento. Antes de seguir a magistratura advogou na
cidade do Recife, foi ahi delegado de policia e deputado provincial.
Em sua proVÍncia foi tambem deputado em varias legislaturas e oc-
cupou logar distincto na imprensa. Escreveu:
- Flo;'es e espinhos: drama - Não o pude ver, nem sei onde pu-
blicado.

Francisco José Pinheiro Guilnarães, pago II


- Falleceu a 17 de novembro de 1857 e não a 18 de novembro de 1867.
494 A PE J[lICE

Francisco José da I~ocha, pago 1:1 - Depois 1]11)


deixou a retiacção tio Jornal da Balda, e~le jO:llal, tio 1879 a,I800, pas-
sou a deuomimtl'-se Ga.eta ria Balda, e tle julho de 1890 em de Il1te
Estada da Bulii'J., propl'i:)du.tle de um:l nssúcinção de cidatl:1o.5 politicas, e
orgão do partido nacional, tendo 1'01' progl'amma sllstentnr a 1"PU-
blim fcder.\til"a o l'nrlamental'.

l.~'rancisco José ele ",\Tiveii."os e Cast.r::>, lJ.1g, IQ-


Na~c)u a 1:3 tle novemb!'o de 1862 . .!"0J'yo~e.1.do jll'z do triuunal civil o
érimiual, e escl'CVOU mai, depois do impl'esso o :ll'tig-o I]no Ih') é l'ebtivo:
- A. !tOva escola penal. R.io tle .f::meil'o, 1894,407 pngs. in-4°- Soura
este IiVl'O o dI'. P. E'lIlapio da S. D)iro pllblicOll llnH uem elaborad.t
crilicn. litteraria no Jon1al do Commercia de 2::! tle mi1.io e seguintes.
- O suicidi,j lH1c,tpitll Cc·del',,], eslatistica tL 1870 l1 1890, mancJarla
organbar polo SI'. coronel cheCe de policia' ·Man081 Felicillno ele Oli-
"oim Valladüo. IUo do Jalleil'o, 1894, 49 p1~, ln-4°. '
- Ensaio sohre a estatistica criminal da llo[)llblieo, mán,htla of'ga,-
nb;ae (laia Se. coronel chefe de polid.\, !'ltc, Rio de Janeiro, 1894, iu-'!o
- Não vi este trn.balho, mas em uma noticia:l]ne <lelle' tebho á. vista,
lê-se: « Pr13cedcl11-o algumls bri I!Jan tes obsel'vações do dI'. Vi veiros lIe
C~tstI'O, em I]ue este demonst'ra com elcqnélltes pal:lv\·as que li. osta·
tistica é o e~pelho tia socied>\de e 'que' el1'a é 'inlli psn·solVêl a'solução d~
tOllos-os problerims que preoccupArn os .ttlnlinislr.tdcrrtls e homens de
E~tado o de\'o merece e to la a attenção o apuio dos poderes' publico.5.
De"te opusculo se vê que:1. cif,'a du" crill~os commetti los tle 1865 a
1872 no Brazil attingiu'a 27.130.1) 'lO dist!'iclo ft;l.lel i n'l·s8menle tle
IS70 a 188:1 eleyou-so a 497, oom cxcepç:'io dlJS anoos de 1875'0 1870, POl'
lião ser encontrado 1I0S rel.lto,'ios do millistol'io da ju.;liç:1. e clIeC,tum
lIo policÍ<1J dado algum ,'olatl\'o r~ este" dous allno".» -.
- Attel1t(~dos (LO YJudo!': estuuo sobre as abel'rações do lnslincto se-
:'111\1. Rio tio !Janeil'o, 1&95, XV, 377 p:\gs. io-8°- Depoi.5 '<:!.l expC'si-
Qão'das clive[·sas psycopatlIi.•ts do: in:!tiuclo sexual e de :bl'<}vé o.5ludo
eliologico do m:a.I, o autor coocl::e seu liv,'o ten.tando do pl'ocetlimento
que incumb J à justiça com relação a taes oITonsas. . •I '
\ I '1 f I I ~ I (I 11 I

Francisco José Xarvier, pago 19 - ti seus escrilÍlos"le-


ve-se accrescen tal' : • i .\
- Ctll'a da tubel'c~~tOf~ pelo metllodo de Kocl1. Experieuchs clinica.~,
realizadas no bospital da Miserico:'di l do Rio tle Janeiro pela commis-
silo nomeada p310 Exm. S','. con,ollIG!i;'o P:tIlUno Jo,é Soares de Souza,
etc. Rio de, Janeiro, ,I 91 1, ,!n-So.-- ·q~r.l ello. o Irol,\.tOl' dt\,~o:nmissão ..
APPENDlCE

Francisco Julio de Freitas e A.lbuquerque,


pago 20 - Kasceu n, 1 de julho de 1834. Tom o titulo do moço fidalgo
com exercicio dq, extinctn. casa i:1I poria I e é cfficial da ol'u~m da [{o~a.

Francisco de LinLt B:l.cury - Ê~j1erei ei" \"ií.o, ata


entrar eslo arligo em cornpo,i.;ão, noticias destci escl'iplor, que suppo-
nho nrl.tur,,1 do estaçfo. do Amazona', ou do P.lrá. Foi doputado ao ul-
timo eongresso feuel',\l pOl' a'lllelle estado e além, talvez, d(~ outros
e5:'ripto5 (,SCl'uVCU :
- Estado do lima.onas. Movimento I'evolucionado ele 30 de dezem-
bro de IS9Z o cle 26 e 27 do f0vcrei 1'0 ue .J 893. Rio de Janeiro, 1894,
265 pag-~. in-4°.
- Cqi1ser 'aÇao do leite cle seringlleira pelo sy~tema Tonos. Manáos,
1894,8 I,ag. ill-'!o.
, I

F.J;:O:Lncisco Lobo da, Costa, pi\~. 28 - F';lllccr.u a 19


de j,LO'ho d l, 1388. "

Francisco Luiz Co~rôa ele AUlh'atle - Natural


(le Pe,wlm!JUco ri bacllarel Qtn scicncil\s soci:les e jurídicas pela fa-
culdade do Recife, escreveu:
- P"ocesso cl'iminal de 1" entrancia. Theol'Ía, nl111i~adcs e for-
1i'.ulas respecliV'.ts. i\Iaceiô,2 ,"ol:;. in-8".

Francisco Lui:z da Gallla Rosa l°, pog. 32 - Fal-


1~cell
em Nill1eroy a 27 uo jaueil'o de 1892.

J:.-'rancisco ~Lanoel Alyar "" ele Araujo, p[lg.35


- Fez parte da cOl1ltnis~.)O '.lue cscrel'eu :
..... [mpel'i"t in.stituto fluminense ue agr-icultl1l'a. Relataria da com-
mbsão encwreg.lda de examin"r o e t luelecimento de pi~1icul tUI"1. ua
ilba do Governador. Rio UI) J:1ueil'o, 1876, 10 pag;;. iu-4° - E' tambem
assigoado por José Agoslillh" l'lIo<'eil'u, Guima.rães, Henriqne ele Beuu-
repaire Rohall e dr. A. \'iclol' de Borjôt Ct1. troo

1<-'l.'anc.isc,o l\'La:....co.n.eles Pereira, p[lg. 39 -E' cnge-


nheiro e actualmente efQ~r.eg.\do na eslrada de ferl:o do Ceara.

Francisco Maria; Gordilho Velloso de Bar-


buda, llag-. 39 - Na3c.~u em Portu,g tl e füi brazileiI'o, ppI' lp,r adue-
rido li independeJci,u do Br',dJ.
496 APPENDICE

Francisco Maria de Mello e Oliveira, pago 40 -


Escreveu com os drs. Henrique Schamaun, r.himico, e W. Londen Strain:
- Medidas de urgencia: contribuição para o estudo da bygiene em
S. Paulo. S. Paulo, 1892,51 pags. in-4° - Trata-se da topog-l'aphia
da cidade de S. Paulo j Historia da invasão do germen da febre ama-
rella em S. Paulo; Bacteriologia; Instituto de hygiene; Medidas de
urgente realização; Desinfecção; Falta de agua, esgotos e organisação
de transporte do lixo; Hospitaes para tratamento'das moles tias infecto-
contagiosas; Instrucção ao povo. Foi um dos redactores da
- Revista Medica de S. Paulo. S, Paulo, 1889 - com os drs. Mi-
randa Azevedo e F. Tibil'içá.

Francisco Maria de Viveiros Sobrinho, pago


42- Nasceu na cidade de Alcantal'a a l2 de janeiro de 1819 e falleceu
a 10 de janeiro de 1860.

Francisco Marques de Arau..jo G6es~ pag. 43 -


E' este o titulo da terceira de suas obras indicadas:
- Da anuria na febre amarella: memorÍlt apresentada á Academia
i mperial de medicina, como titulo de habilitação ao logar de membro
titular. Rio de Janeiro, 1856, in-8' - Escreveu mais:
- Manual de agricultura para as escolas. Bahia, 1895.

Francisco de MelIo Cout.inho de VHhena~


pago 43 - Na. lista geral dos bachareis e doutores que teem obtido o
gráo na academiajuridica de Pernambuco lê-se que este autor nasceu
no Rio de Janeiro j mas o Publicado?' Maranhense de II de janeiro de
1880 numa noticia delie diz que nasceu na cidade de'Caxias, do MR.-
ranhão, a 7 de setembro de l8l6. Diz esta foíha: « Não deixou o dr.
Vilhena os fructos de tanto saber reunidos em volume; mas quem se
der ao trabalho de enfeixar os seus eSCl'iptos, esparsos por autos. re-
vistR.s forenses e muitos publica.dos neste jornal, formaria volumes que
conteriam as mais solidas lições, em cuja exposição o fundo e a fórma
disputariam a primazia. »

Francisco Moreira SaID.paio~ pag. 52 -' A musica


dos Amores de Psyché é do maesÍl'o brnzileiro Luiz Moreira e no Aba-
ca.xi, revista fluminense. collaborou Vicente Reis. Tem mais as se-
guintes peças theatraes :
- Vovó: revista fluminense em tl'es actos e quinze quadros, sendo
tres apotheoses, original de Moreira Sampaio e Vicente Reis, ornada
APPENDICE 497

com 52 numeros de musica de di versos - Foi pela primeira vez repre-


sentada na theatro Apollo a 25 de agosto de 1894.
- A Co,"nucopia do Amor: magica original em tres actos e dezenove
quadros e tres apotheoses, musica do maestro Costa Junior - Teve a
primeira representação no theatro Sant'Ann'\ em setembro de 1894.
- O Duo da Africana: zarzuela em um acto e tres quadros. Tra-
ducção do dr. Moreira Sampaio e mu ica uo ma'3stro Gaballero-
Representada no mesmo theatro.
- Gran Via: revista oladrilena em dous actos e cinco quadros com
musica de Chueca e Vai verde. Traducção- Idem. Foi fundador e
redactor do
- Novidades. Rio de Janeiro ... - Foi redactor chere do Industrial,
periodico fundado pelo dr. Paulo de Frontin e outros, em 1893, no qual
publicou sob o titulo D'apres nature diversos sonetos e foram as se-
guintes poesias suas, postas em musica pelo dr. Abdon F. Milanoz.
- A Dama de Espadas. Moça bonita: polka-tango. Rio de Janeiro
(1888).
- A Dama de Espadas. A Suzana vai á missa: p.o1ka-tango. Rio
de Janeiro (1888).
- A romã .. cançoneta. Rio de Janeiro-Os pseudonymos, de que o
dr. Moreira Sampaio tem usado. são Sapolio, Sp. e outros.

Francisco Moreira de Vasconcellos,. pago 55-


Escreveu ultimamente:
- Tiradentes, o martyr da Republica: drama historico em cinco
actos, sete quadros e uma apotbeose - Foi representado pela primeira
vez no theatro Lucinda a 24 de maio de 1894.

Francisco Muniz Tavares,. pago 59 - Falleceu em


1875 e não em 1876.

Francisco Parahybuna elos Reis,. pago 64-


Nasceu em Lisboa a 9 de janeiro de 1812 ; veiu para o Rio de Janeiro
com dous annos de idade, e falleceu em Nitheroy a 27 de abril de 1895.
A seus escriptos augmeote-se:
- Mappa do Amazonas, levantado pelo capitão-tenente Francisco
Parahybuna dos Reis e organisado e desenbado por F. A. Pimenta
Bueno. Rio de Janeiro, 1865, 6 fls.

Francisco de Paula de AlIneidae Albuquer-


que,. pago 65 - Falleceu em 1868 e não em 1867.
3~
498 APP~NDlCE

Francisco de Paula Borges Fortes - Major do


c:>rpo do engenheiros do ex rcito, foi instructor de tiro na escola
pratica do exercito no Rio Grande do Sul, e agora é lente substituto da
escola superior de guerra e membro da, commissão consultiva militar.
Escreveu:
- Otwso eZementa1' de tiro. Rio de J:1neü'o, 1895, 380 pags., além
das da introducção e do indice-E' um compendio para a aula do autor.

Francisco de Paula Candido, pago 71 - E' este o seu


ultimo trabalho publicado, como presidente dajunta central de hygiene
publica:
- ReZatorio ap"eset'ltado ao Exm. Sr. Ministro do Imperio, expondo
o movimento sanitario da cidade do Rio de Janeiro durante o anno de
1862 e seu melhoramento, providencias sanitarias contra a invasão e
propagação de epidemias, etc. Rio de Janeiro, 1863, in-4°.

Francisco de Paula Fajardo, pago 74 - Escreveu


ainda:
- Propedeutica clínica. Diagnostico e prognostico das molestias
internas pelo exame microscopico e bact,eriologico junto do doente-
No Bmzil Medico, anno 6°, 1892, pags. 191, 205 e 345.
- Resposta ao professor Dr. Domingos José Freire sobre a questão
bacteriologica. Rio de Janeiro.
- Contribuiçeio para o estudo dos casos de cholera-morbus, occor-
ridos na capital do Estado de S. Paulo no corrente anno. Rio de Ja-
neiro, 1893, 14 pags., com os dr's. E, Chapat Prevost e V. Ottoui - O
titulo do seu segundo trabalho é este:
- Contribuição ao esttldo das perturbações oculares da histeria pelo
hypnolismo, etc. Rio ne J>l.neiro.
- Vehictllação do vibrião ctolerico no xarque platino. Rio de Ja-
neiro, 1895 - E' um trabalho apresentado ao Ministerio do Interior.
-Anomalia muscuZa1' do grupo peitoral esquer'do. Rio de Ja-
neiro, 1895.

Francisco de Paula ~.Ionteiro de Barl·os, pago


78 - Deu mais á publicidade as composições seguintes:
-Poema da do,' (1890). Rio de Janeiro, 1894,31 pags. 'in-8° - E'
olferecido a seus pais.
- Resposta ao Dr. João Evangelista ayão de Bulhões Carvalho,
advogado do engenheiro civil Joaquim Silverio de Castro Barboza e
seus irmãos na 'questão que movem Eugenio Augusto de Miranda
APPENDíCE

Monteiro de Barros e sua senhora sobre os bens de D. Leopoldina Isabel


de Wel'na Magalhães Barboza. Rio eh: Janeiro, 1805,20 p:1gs. in·8°-
Monteiro de Barros tem para entrar no prélo :
- [ris: segunda collecção de poesia.s.

Fraucisco de Paula Mascall'enhas~pago 76 -. Seu


abecedal'io, approvado pelo Conselho dir'ectorio ela instrucção publica,
teve segunda edição melhoratla e accornrnodada as escolas publicas.
Nella foi simplificado o estudo e, para tornal-o mais ameno, o autor
ajuntou-lbe varias contos recreativo".

1.< rancisco de Paula Pessoa~ pag. 80 - Nasceu a 28


de outubro de 1836 e falleceu a 1 de agosto de 1879.

Francisco de Paula Tolêdo~ pago. 84 - Nasceu a 18


de julho de 1832 e fa.lleceu a 26 de abril ele 1890.

Francisco Peixoto de Lacerda "Werneck,2°,


pag. 87 - Foi assassinado no Estado do Parana em 1894.

Francisco PeR'eira Passo!:!l~ pago 89 - Nasceu no mu-


nicipio deS. João da Ba.l'l'a, Rio de Janeiro, a 29 de agosto de 1837.
A seus escriptos accresce :
- A companhia Viação fenea Sapucahy. Rio de Janeiro, 1894-
E' urna reproelucção de artigos que o autor publicara antes no JornaZ
do Commercio em defesa desta c.<Jmpanhia. sendo t1ella pre idente.

Francisco Pinto de AI.'aujo Correia~ pago 93 -


Falleceu no Rio de hneiro a 26 ele agosto ele 1894 e foi· promovido ao
posto de tenente-coronel nesta me"ma data. Era natural do Espirito
Santo.

Francisco Rangel Pestana~ pago 99 - Quando depu-


tado à assembléa da então pl'ovincia de S. Paulo, escreveu:
- Discurso do deputado republicano pelo 4° districto de S. Paulo.
pronunciado em sessão de 13 de março de 1882. S. Paulo, 1882,
48 rags. in-80 - Responde-se as accusações do partido liberal da
assembléa aos republicanos. e explicam-se as transacções de partido.

Francisco do Rego l\J:aia~ pag. 103 - Na re-


cente cl'eação do bispado de Nitheroy, foi nomeado seu primeiro
500 APPENDICE

diocesano e, sagrado a 26 de maio de 1893, tomou posse do cargo.


Escreveu:
- Carta pastoral ao veneravel clero secular e regular e ao povo,
que formam a nova diocese de Nitheroy. Rio de Janeiro, 1894 - Foi
reproduzida. no periodico A Estrella, da capital federal, ns. 22,
23 e 24.
- Carta pastoral publicando a Carta do Santíssimo Padre Leão Xlll,
dirigida aos arcebispos e bispos do Brazil. Rio de JaI1eiro, 1895.

Francisco Ribeiro Delfino Montesuxn.a, pag.


103 - Nasceu na cidade de Icó a 27 de abril de 1839 e falleceu na
cidade da Fortaleza a 31 de agosto de 1892.

Francisco Ribeiro Escobar, pago 104 - FaUeceu


no estado de seu nascimento a 11 de, outubro de 1893.

Francisco Rodrigues Barcellos Freire, pag.


105 - Nasceu em novembro de 1817 e falleceu a 12 de maio de 1892,
tendo sido deputado em sua provincia.

Francisco Rodrigues da Silva, pag. 107 - FaUe-


ceu a 14 de setembro de 1886. Escreveu ainda alguns discursos, presi-
dindo o acto de coUação do gráo aos doutorandos em medicina, como :
- J)iscuT3os do vice-director da faculdl1de de medicina da Babia no
acto da collaoão do gráo em 1881, 1882 e 1883. Bahia, 1881, 1882 e
1883, tres vaIs. de 18, 17 e 11 pags. in-8°.

Francisco de Salles Pereira Pacheco, pago 114


- F~lleceu llill de março de 1889 e foi filho de Domingos José Pereira
Pacheco.

Francisco Sergio de Oliveira, pag. 123 - Foi na-


tural da provincia da Parahyba e falleceu na cidade do Recife a 27
de maio de 1866.

Franciaco SUviano de Abn.eida Brandão,


pago 125 - Foi sua mãe dona Maria Isabel Bueno. Além dos lrabalhos
mencionados escreveu :
- Discurso pronunciado na sessão solemne da escola de pharmacia
de Ouro Preto, em 4 de abril de 1893. Ouro Preto, 1893, 12 pags.
41..$°.
APPENDICE 561

Francisco Torquato Bah.ia da Silva A.raujo


- Filho do actor Antonio José de Araujo e sobrinho do muito applau-
dido actor Xisto Bahia, de quem occupar-me-hei em logar competente,
nasceu na Bahia a 27 de fevereiro de 1851. Professor pelo externato
normal de sua patria, é hoje empregado no thesouro estadoal, e cultiva
a poesia, tendo publicado muitas composições de sua penna, algumas
com o pseudonymo de Paulo Soter, no periodico Horironte, de Frederico
Lisboa, Raulino Gil e Guedes Cabral, e no Pequeno Jornal, que se
publicou na Bahia. Escreveu:
- Philosophus rea;. Bahia, 1877 - Foi publicado este livro por
occasião do regresso do Imperador D. Pedro 2' ao Brazil- Actualmente
faz parte da redacção do
- Diario àa Bahia. Bahia, in-fol.

Francisco Urbano da Silva Ribeiro, pago 133


- Nasceu na cidade de Sobral a 20 de fevereiro de 1822, seguiu a car-
reira da magistratura, aposentando-se como desembargador dd. relação
do Maranhão, onde tem residencia.

Francisco Vicente Vianna-Filho do Barão do Rio de


Contas e da Baroneza do mesmo titulo e natural da Babia, ahi (alleceu a
24 de abril de 1893, doutor em medicina pela faculdade de Berlim, e
director do archivo publico do estado do seu nascimento. Escreveu,
além de outros trabalho , de que não posso agora dar noticia, prin-
cipalmente sobre historia patria, como sobre a < Sabinada:. no
Diario da Bahia:
- Estudo sobre a origem bistorica dos limites de Sergipe e Babia,
feito por ordem do Exm. Sr. Dr. José Gonçalves da Silva, governa-
dor do Estado da Bahia, pelo director do Archivo Publico, etc., com o
Dr. João de Oliveira Campos, director da Bibliotheca publica.. Bahia,
1891, 131 pags. in-4'.
- Memoria sobre o estado da Bahia, feita por ordem do Exm. Sr.
Dr. Joaquim Manoel Rodrigues, Governador da Bahia, pelo,director do
Arcbivo Publico, etc., auxiliado pelo amanuense do dilo archivo José
Carlos Ferreira. Bahia, 1893, 647 pags. in-8', com mais 25 de indice e
varios mappas demonstrativos.

Francisco Xavier Ferreira Marques-Natural


da ilba de ltaparica, da Bahia, ahi na,sceu no anno de 1861. Depois de
alguns estudos de h umanidades dedicou-se ao jornalismo, onde occnpa
brilhante posição, e á litteratura amena. No jornalismo tem redigido:
502 APPENDICE

- JO~'na~ de Notícias. Bahia, in-foJ. - Na redacção destu folha


esteve por espaço de seis annos.
- Dím'io da Bahia. Babia, 1892-189-, in-fol.-E' uma das folhas
mais antigas da Bahia. Em i881 era el1a redigida pelo dr. Augusto
Alves Guimarães e Alexandre 8ercul:100 Ladislau. Escreveu:
- Themas e variações: poesias. Babia, 1884 - São prefaciadas pelo
dr. Valentim Magalhães.
- Simples historias: livro de-contos. Bahia, 1886.
- Urna familia bahiana: romance de costumes. Bahia, 1888.
- Insulares: poesias - E' seu segundo volume de veesos, que deve
entrar breve no prélo.

Francisco Xavier Taques Al-villl. - Natural de


S. Paulo, esceeveu :
- ' Liv~'o de familia. Algumas notas genealogicas soIJI'e os Taques
Abreu - Prado Abreu - Bittencourt - Alves Alvim - Cort'l~a
Alvim e outros. S. Paulo, 1895,61 pags. io-4°.

Frederico Adão 'Carlos Koeffer~ pago 149-


O nome deste autor é Hoeffer e não Koeffer. Nasceu na Al1emauha.

Frederico Augusto do Alllaral §ar1uent.o


Menna, pago 151 - Falleceu em porto Alegre a 26 de dezembro
de 1856.

--Frederico Aug'usto Borg'cs, pago 151- E' filho do


doutor Victoriano Augusto Borges o nasci.do a 7 de abril de 1853.

Frederico Bieri - De origom allemã e professor desta lin-


gua na escola normal de Porto \.legre, e em varias collegios, ha m3is
de vin te e cinco annos exerce o magisterio, e escreveu:
- Novo methodo para aprender a lingun. allem1í _ POl'to Alegre,
1894.

Frederico Carlos da Costa Brito~ pago. 153 - Fi.


lho de Frederico José da Costa Brito e doua Maria Carolina ue Souza
Brito, nasceu a 4 de fevereiro de 1854 e completou em 1880 ila escola
polytechnica o curso de sciencias pbysicas e mathematil'us. Leccionou de
1876 a 1882 geoo-ruphia e historia universal e tambem portuguez e ma-
tl1ematica na extincta escola de humanidades e sciencias pl1armaceuti-
APPENDICE 503

cas, obtendo por isso o titulo de sacio do Instituto pharmaceutico e uma


medalba de ouro. Foi professor do curso de scieucias e lettras da escola
normal de 1884 a 1888 e é actualmente leute de mathematicas da se-
gunda escola do 2° grao. Desde criança, como amador, dedica-se ao es-
tudo da magia branca, sendo muito considerado não só pelos prestidi-
gitadores de nome que aqui tem vindo, como tambem pelos seus nume-
rosos discipulos e pela. nossa selecta sociedade. Mereceu a estima do seu
mestre, o afamado Carlos Hermann, que o convidou, debalde, para ir
com eUe para a Europa. Este convite foi feito depois que o eminente
mestre apreciou seus trabalhos em uma sessão dada na noite de 4 de
junho de 1880, no theatro de S. Luiz desta capital, em favor da socie-
dade União beneficente academica da escola polytechnica. Contra os
prestidigitadores Basco, Alexandre Hermann, Hermann Filho, publi-
cou artigos assignados em di versos periodicos desta capital, mostrando
á evidencia os erros destes artistas, sem que nunca fossem contesta-
dos. E' membro da sociedade de geographia de Lisboa e foi em 1882 pre-
miado com uma medalha de OUl'O por um escripto que apresentou em
concurso aberto pela sociedade scientitica União polytechnica, do qual
foram juizes professores da escola polytechnica. Além dos dous traba-
lhos mencionados, escreveu:
- P1'otoplasma vegetal - E' o trabalho que lhe deu o premio no con-
Jurso da socieLlade scientifica União polytechnica e que, presumo, acha-
se inedito.
- Reminiscencias puel'is. Rio de Janeiro, 1884 -Contém o livro:
Amor infeliz, Saudação, Um duello historico, Lucia, Supplica, Vivi, Ao
luar, Pagina intima, Marieta, O adeus do descrente.
- Consciencia e ~'emo?'so: scena dramatica, approvada. pelo Conserva-
torio dramatico. Rio de Janeiro, 1880.
- O st~icidapor amor: scena dramatica, approvada pelo Conserva-
torio dramatico -Foi publicada. na Bibliotheca theatral do Rio de Ja-
neiro, 1880.
- Erro e salvação: drama orif:l'iual em dous actos.
- As namoradeiras: comedia ol'iginul em um acto,
- O caipira no Rio de Janei7'o : scena comica.
- Os am01'l1S do menino de collegio: scena comica - Este escripto e
os cinco precedentes não fOl'am publicados, mas representados em va-
rias thea.tros do Rio de Janeiro. Seus Exel'cicios de analyse portu{}ue?:a,
tiveram segunda edição em 1894 - Costa Brito, em summa, publicou
na Folha Nova, na. .Ga;;eta da Ta~'de e no Tempo artigo sobre a
constituição de nossas rochas, sobl'e botanica, agl'icultllra e meteoro-
logia.
504 APPENDICE

Frederico Greg'orio Machado da Silva - Fi-


lho rIo commendndor Gregol'io Christino da , i.1 va e nascido no Rio de
Janeiro, f,\lIeceu ne. ta cidade n 1 de março de 1895, sendo alumno do
quarto anno da faculdarle de medicioa, interno do hospital da Mise-
ricordia e adjunto de cliniclt de crianças na policlinica do Rio de
Janeiro. Era um dos redactores da
- Revista do Gremio dos internos dos hospitaes. R.io de Janeiro -
e tambem da
- Revista Academica. Rio de Janeiro, 1895 - e escreveu:
- Etiologia do l"achitismo. Rio de ,Janeiro, 1894.

Frederico José Cardoso de Ar~ujo Abran-


ches" pag. 156 - Presidiu a pl'ovincia do Maranhão de 1875 a 1876,
tenrlo antes presidido a do Paraná. Não puele obter os esclareci-
mentos '1ue esper::l.va quanto no ver<1arleiro titulo e rlatas de seus
escriptos. Con~o deputarlo provincial escreveu mais o
-Discurso p?'onunciado na sessão de 10 rle março de 1882. S. Paulo,
1882 - O autor defende a rloutrina conservadora e assim termina ~
« Eu quero para. minha pAtria a liberdade, que se encontra na Ingla-
terra,onrle, na phrase eloquente de José de Alencar, o alvergue do
proletario e tá a cahir em r11inas com as paredes fendidas, devassado
pelo v9nto e pela chuva, mas d'fe~o á tyranni::t do rei e á violencia do
povo, porCJ11e é domicilio do cidAdão que, como Il ua consciencia, é um
a8ylo inviohvel e sag-rado». O ultimo de seus trabalhos na vida
administrativa foi, rleixa.ndo a presidellci", do Maranhão, o
- Relatnrio qne apresenton no ln vice-pr .sidente, !'lenador Luiz
Antonio Vieirfl dn. ~ilva em 17 de fevereiro rle 1876. S. Luiz,
1876, in-4°.

Gabriel Luiz Ferreira" pn,2'. lô7 - Nasceu, com l'l:/feito,


no Piauhy a 11 de ahril de 1847, sendo eu pai João Luiz Ferreira.
Depois ria lei do ensino livre fez o curso da f,lculdade do Recife, onde
recebeu o gr'á.o de 1acbarel em 1882; depois de proclamada a
republica foi g-overnador do estado de seu nascimento, depntado esta-
doaI e federal e boje exer'ce o logar de snb-procurador do di.stricto
fedeml.

Gabriel Osorio de Abueida" pag. 168 - E' natural de


Minas Geraes. Além do trabalho mencionado escreveu:
- O caes de Santos. S. Paulo, 1894 - E' uma serie de artigos que,
em resposta a seu collega A. Pinto, publicou no Diario Popular de
APPENDICE 505

S. Paulo, nnalysando ns occurrencias relativas a esse caes, e procurando


justificar o procedimento dos que dirigiram as respectivas obras.

Gaspar de Menezes Vasconcellos de Dru-


J:n.ond l°, pago 174 - Nasceu na côrte a 23 de novembro de 1791 e
falleceu no Recife a 30 de julho de 1865.

Gaspar de Menezes Vasconcellos de Dru-


J:n.ond 2°, pago 174 - Falleceu a 24 de maio de 1886.

Gaspar José de Mattos PiJ:n.entel- Em 1839 vivia


no Rio de Janeiro um individuo com este nome. Não sei si é delle
o escripto:
- A expulsão dos Hollandezes ou o heroismo brazileiro. Pernam-
buco (~) 1872 - Neste anno Coi otrerecida (1,0 instituto archeologico
pel'l1ambucano pelo socio F. Augu to Pereira. da Costa.

GerJ:n.ano Hasslocher - Natural do Rio Grande do Sul


e bacharel em s iencias sociaes e juridicas, formado pela faculdade do
Recife em 1883. Delle nada sei, sinão que escreveu:
- Derradeiro amor, de Georo-e Ohnet: traducção. Porto-Alegre,
1890,240 pags. in-8°.
- A Alma de Pedro, de George Ohnet: tradu<;ção. Porto Alegre,
1891, in-8° - Esta e a precedente traducção estão publicadas sob o
titulo « As batalhas da vida:l>.
- A 'Ve,-dade sobre a re'Vol'~çr.7.o. Porto- Alegre, 1894, 91 pagos. in-8° -
Conhecendo, como rliz, a revoluç'ão e os revolucionarios do R.io Grande
do Sul, sem envolver-se na lut&. o autor lamentfl-a, e lembra os meios
de terminal-a; mas, em tudo quanto escreveu, revela-se inimigo
rn.ncoro o da revolução, onde só se dão horrores, e de seu indigitado
cheCo.

Godof"redo da Silveira, pago I 2- E' com etreito natural


do Espirito Santo, em cuja alfandegoa é empregoado.

Gonçalo Paes de Azevedo Faro - Filho do major


Felippe de A7.evedo Faro e <lona Luizn da Motta Faro, nasceu no
termo do Rosario do Cattete, em Sergoipe, a 27 de fevereiro de 1846.
Bacharel em direito pela faculdade rio ReciCe, seguiu a carreira da
magistratura, aposentando-se no logar de juiz de direito e tendo
sido chefe de policia nas provincia.s da Parahyba, de AIagóas e do
5G5 APPENDICE

Ceará. Reside actualmente na cidade de Olinda, em Pernambuco,


e escreveu:
- Regimento das colonias orphanologicas, agl'icolas e iniustriaes do
muuicipio da Estrella. Rio de Janeiro, 1877,31 pags. in-4°.

Gonçalo Marinho de Aragão Bulcão~ pag. 184


- Nasceu a 16 de março de 1839 e falleceu a 10 de abril de 1894.

Graciano Alve. de Azall1huja~ pago 186 - Seu


Annua,-io da provincia do Rio Grande do Sul tem continuado desde '
1884 até o presente; o ultimo publicado é
- Annuario do Estado do R.io Grande do Sul, para o anno de 1895,
etc. (undecimo anno). Porto Alegre, 1894, in-8°.

Graciliano Aristides do P1~ado Pill1entel~


pag. 186 - Filho de Joaquim José de Barros Pimentel e dona Anna
Hortencia do Prado Pimentel, nasceu na antiga capital de Sergipe, a
cidade de S. Christovão, a 15 de agosto'de 1841. Bacharel em sciencias
sociaes e juridicas pela faculdade do Recife, foi em sua provincia pro-
motor e juiz municipal; representou-a em duas legislaturas geraes ; foi
r:I"cretario do governo do Espirito Santo e de Minas Gel'aes, e presidiu
esta província, a de Alagôas e a do Maranhão. E' advogado na capital
federal e commendador da ordem de Christo. Escreveu mais, além de
- Relatm'ios - nos cargos de administração de provincia e do que
ficou mencionado:
- Confidencias de um morto. Rio de Janeiro, 1868, 32 pags. in-8°.
- E' um pamphleto politico. Dedicado ao jornalismo, o dt'. Prado
Pimentel redigiu:
- O COl'reio Sergipense: folha oflicial, politica e litteraria.
Aracajú, in-fol.- Esta folha .já existia antes delle assumir a redacção
della depois de sua form'l.tura em direito.
- COrl'eio do Povo. Rio de Janeiro, 1868, in-foL
- A Reronna: orgão democratico. Rio de Janeiro, 1869-1879,
in-foL - Teve varios outros redactores.,
- Echo Liberal: ol'gão do partido liberal ele Sergipe. Aracajú,
1879-1881, in-ful. - Esta folha foi C1'e9.da pelo dr. Pl'aào Pirnentel.
- T,'ibuna Libel-al. Rio de Janeiro, 1889, in-fol.

Gregorio Lipparoni~ pag. 187 - Filho de Bartholomeu


Lipparoni e dona Maria Custodia, nasceu no anno de 1816 e ralleceu no
hospital ela Penitencia do Rio de Janeiro a 4 de outubl'O de 1893, ten-
APPENDICE 507

do-se justificado cabalmente de accusações que havia so1ft'ido e obtendo


sua jubilação na: cadeira que regeu no gymnasio nacional.

Greg'orio de Ma-t-tos Guerra~ pag. 1I:l7 - Nasceu na


cidade da Bahia, não a 7 de abril de 1623, como escrevi, mas a 20 de
dezembro de 1633.

Greg'orio ThauD1a-turgo de Azevedo~ pago 191


- Foi reformado no posto de tenente-coronel do corpo de engenheit'os.
Entre seus serviços neste corpo nota-se ode membro e secretario da com-
missão de limites entre o Brazil e a Venezuel(l, para que foi nomeado,
sendo tenente. Na fundação da escola militar do Ceará foi nomeado
ajudante e lente da mesma escola, cargos que não acceilou. Proclamada
á republica, foi o primeiro governador que teve o Piauhy, sua patl'ia,
que eUe conseguiu engrandecer j deixando o governo a instante pedido
seu, foi nomeado para o do Parana, de que pediu dispensa., e depois pf\ra
o do Amazonas, onde fez a mais brilhante e pl'ospera admini tração.
E' tambem commendador da ordem ele Christo, e o titulo ele seu segundo
escripto é :
- Avaliação do material d\ empreza elo g,'\,z do Recife. Laudo do ar-
bitro desempatador, etc. R.ecife, 1889, 18 pags. in-fol.- E' um trabaJ9lO
muito consciencioso, com varios quadros demonstrativos. E-creveu mais:
- Estado do Amazonas. Mensagem, etc., lida perante o congre so
amazonen e na sessão de 15 de setembro de 1891. Manáos, 15 pags. in-4.0
- Estado do Amazonas. Mensagem, lida perante o congresso ama-
zonense na sessão de 25 de novembro de 1891. Manaos, 1891,
12 pags. in-4°.
- Manifesto do Presidente dn Estado do Amazonas a Nação bra-
zileira. (Sem fro_tespicio, mas de Manaos, 1892), li pags. in-4° gr. de
duas columnas.
- Manifesto ao E ·tado do Amazonas - Uma folha in-fol. de duas
columnas, datada de 14 de setembro de 1892. E' o historico de sua
prisão na madrugada de li de abril, e de seu exilio, e sua despedida do
povo do Amazonas.
- Reformas inconstitucionae de officiaes do exercito e armada.
Rio de Janeiro, 1895 - E' um memorial dirigido ao juizo seccional,
acerca da illegalidade do decreto de 12 de abril de 1892, que o privou
da patente de tenente-coronel.
- As reformas it~constitucionaes dos officiaes do exercito e da
armada e a nullidade do decreto de 12 de abril de 1892. Rio de Janeiro,
1895, 36 pag . in-4°.
508 APPENDICE

Guarino AloY'sio Ferreira Freire - Natural da


Bahia e doutor em medicina pela faculdade desta provinda, hoje
estado, seus collegas o distinguiram elegendo-o ?ara ser o orador por
occasião da collação do gráo. Escreveu :
- Qual o papel que desempenha a civilisação no movimento das mo-
lestias mentaes : these para receber o gráo de doutor em medicina, etc.
Bahia, 1888, in-40 •
- Discurso proferido no acto do doutoramento pelo orador eleito
pelos seus collegas, etc. Sahia, 1888, in-8°.

Guido ThoInaz Martiere - Natural da França e brazi-


leiro por naturalisação, falleceu em Minas Geraes, segundo penso, pelo
anuo de 1840. Na primeira obra sua, que passo a mencionar, assigna-
se elle coronel de cavallaria do estado-maior do exercito, e cavalleiro
das ordens de S. Luiz e de Christo. Prestou os mais relevantes servi-
ços li. catechese e civilisação dos indios das margens do Rio Doce; o
modo pacifico, por que isso conseguiu, consta dos <i. Apontamentos sobre
a vida do indio Guida Pokrane e sobre o francez Guida Martiere~, pu-
blicados na Revista trimensal do Instituto historico e geographico bra-
zileiro, tomo 18°, paga. 410 a 417. Escreveu:
- Vocabulario portuguez botocudo. - O manuscl'ipto original, datado
de fevereiro de 1833, de 31 folhas innumeradas, por lettra e com assi-
gnatura do autor, pertence á bibliotheca nacional. E' um trabalho de
merito que faz parte dos manuscriptos de Manoel Ferreira Lagos,
comprados pelo governo para essa bibliotheca.
- Idiomas ou línguas dos indios. Língua botocuda - Na Abelha de
ltacolomy n. 15, de 4 de fevereiro de 1825. E' em portuguez e boto-
cudo, contendo pronomes pessoaes e exemplos; possessivos e exemplos
delles ; demonstrativos; adverbias de lagar e distancia; do verbo ir;
acção j negativa e affirmativa; admiração; para significar a dor, a
alegria e o contentamento; descanço; chamar; comparativos, dimi-
nuitivos e augmentativos; defeitos do corpo; cores; nomes das partes
do corpo humano, etc.
- Vocabulario das tribus dos botocudos, appeUidados Krakmun,
Poj[~urum e Naltenenuk - Na mesma revista, numeras de 29 de abril
ao de 27 de mn.io de 1825. Eschwege confessa que a Guida Martiàre
deve o seu «Wõrterverzeichniss der Coroatichen Sprache~, pu-
blicado em Braunschweig, 1824, dous tomos, e no seu Journal von
Brasilien transcreve algumas consideraçõliI deste autor acerca do sen
tido e da pronuncia das palavras do vocabulario que inseriu em
sua obra.
APPENDICE 50Q

Guilher:m.e Ahrons,'pag. 192 - O titulo do terceiro de


seus trabalhos é :
-Companhia das minas de carvão de pedra do Arroio dos Ratos.
Relatorio pelo engenheiro, etc. Porto Alegre, 1887.

Guilher:m.e Baldoino E:m.birussú Ca:m.acã,


pago 193-Nasceu na ilha de ltaparica e falleceu na cidade da Bahia
a 24 de julho de 1859.

Guilher:m.e Pereira Rebello 2°, pago 198-Nasceu


a 5 de junho. E' actualmente lente cathedratico de pathologia geral
da faculdade de medicina da Bahia e socio do Instituto geographico e
historico tia mesma cidade.

Guilher:m.e Schuch de Capane:m.a - Barão de Capa-


nema, pag. 199 - A data de seu nascimento é 27 de janeiro. Na
Revista do Instituto Historico foram publicados varios escriptos seus, e
no archivo desta associação ha outros ineditos como:
- Informação e documentos acerca da demarcação de limites do Bra.-
zil com a Guyana Ingleza, 32 fols. in-fol.- E' tambem assignado este
trabalho por L. A. da Cunha Mattos. Seu opusculo «Algumas pala-
vras sobre telegraphos, etc.~, é em duas columnas.

Guilher:m.e Studart, pag. 201 - E' tambem socio do In-


stituto geographico e his~orico da Bahia. Ao crescido numero de suas
obras accrescente-se :
- Datas para a historia do Ceará no seculo XII. Fortaleza, 1894,
53 pags. ín-8°.

Gu:m.ercindo de Araujo Bessa - Filho de Ur-


bano Joaquim da Soledade, e nascido na cidade da Estancia, Sergipe, á
2 de fevereiro de 1857, fez sua educação litteraria na Bahia, d'onde
passou a cursar a faculdade de direito do Recife, recebendo o gráo de
bacharel em 1885. No estado de seu nascimento exerceu os cargos de
promotor publico, juiz dos casamentos, desembargador da primeira
relação e chefe de policia. Foi deputado ao congresso constituinte do
mesmo estado e exerce ahi a advocacia. Escreveu:
_ Projecto de constituição do estado de Sergipe. Aracajá., 1891 -
No jornalismo redigiu:
_ A Reforma, Aracajú••• - Nunca pude ver esta folha.
510 APPENDlCE

Gustavo RUDl.belsterg;er~pag. 206 - Seu nome é


Gustavo Rumpelsberger.

F-Ienrique Alexandre N.Iona·t~ pa.g. 280 - DAU n,inda


ao prelo:
- Caxambu. Rio de Janeiro, 1895 - Neste livro o autor não se
occupa somente das aguas de Caxambli. No iutuito de contribuir para
o engrandecimento dessa 10calidadL', além de uma curios'l. investi;;ação
llistorica do descobrimento elas fontes, uo augmento progressivo da
população, expõe as virtudes dessas aguas, su citando questões que
reclamam o exame dos competentes na materia ; censura. as munici-
palidades pelo abandono ii. que teem votado Caxambli, e aponta abusos
que exigem prompta correcção. Este livro é, pois, além de curiosl1,
instructivo e util.

F-Ienrique Áug;usto de Albuqu.erque Millei:.


- Filho do engenheiro Henrique Augusto Millet, de quem occupei-me
neste volume, nasceu em Pernambuco, é formado em scienci. s sociaes
e juridicas pela faculdade do Recife e Jente do segundo anno do curso
de sciencias juridicas da mesma faculdade. Escreveu:
- Theses e disseJ·tação apresentadas á faculdade de dü'eito do Re-
cife, etc. Recife, 1887. 23 pags. in-4° - O ponto de dissertação é ;
Em relação á liberdade industrial será preferivel o systema preven-
tivo ou repressivo?
- Theses e disse,'taçGio apresentadas, etc.- Recife, 1887,24 pags.
in-4° - Dissertação : Relação revisora, conhecendo de uma parte do
pedido, pode julgar da. outra parte de que não se occupou a revista ~
- Theses e di5se?'laçüo apresentadas, etc. Recife, 1888, 43 pags.
in-4° - Dissertação: O penhor mercantil póde ser provado indepen-
dentemente do escripto 'I

Henrique Aug'usto Millet~ pago 212 - Falleceu no


Recife á 22 de setembro de 189-1, esmagado por um trem da estrada
de ferro.

I-Ienrique de Beaurepaire Rohan. - Visconde de


Beaurep3,ire, pago 213 - Falleceu no Rio de Janeiro a 10 de julllo
de 1894 e á suas obras se deve accrescentar :
- P"ojecto de codigo de justiça militar para o exercito brazileiro,
apresentado ao mi.nistro da guerr~. marechal FloriaDo Peixoto pela
éommi:ssão nomeada para este fim e composta do marechal HeDrique
APPENDICE 511

de Beaurepaire R.ohan, do general do brigada João Manoel de Lima e


Silva, do auditor de guerra Agostinho de Carvalho Dias Lima e do
Dr. Carlos Augusto de Carvalho. Rio de Janeiro, 1890, in-8° - Diz
o Visconde de Taunay n'um excellente esboço biographico que publicou
no Jornal do Commercio de 9 de agosto de 1894, occupando tres
columnas deste grande jornu,l, que Beaurepail'e deixou grande cópia
de manuscriptos, e entre elles :
- Annaes da provinda ele 11Iatto-G1'osso, em 18 cadernos in-folio
com 177 paginas, contendo, anno por anno, desde 1718 até 1824, a re-
lação dos principaes successos que se deram naquella afastada zona..

Henrique Felix Dacia, pag. 219 - Seguiu a carreira da


magistratura e falleceu juiz de direito no Pará a 5 de junho de 1851.

Henrique Gueeles ele Mello, pag. 222 - Nasceu a


6 de abril de 1857 e escreveu mais :
- Kisto de1'lnoide da conjunctiva ocular, Rio de Janeiro, 1895,
in-8° - Dando noticia de um facto de sua clinica, o autor faz conside-
rações sobre os kistos dermoides da conjuncti vite e sua pathogenia.

I-Ienrique Jorg'e Rebello, ·pag. 225 - O titulo ver·


dadeiL'o do livro é :
- - Memoria e consicZel'açães sobre a população do Brazil. Bahia,
1836, in-8 n •

I-Ienrique Raffarel, pag. 229 - Tambem é socio da so-


ciedade de geographia de Lima. Incumbido pelo instituto bistorico de
fazer em li Vl'O especial a compillação de todos os artigos publicados
no Rio de Janeil'o em relaoã.o ao Imperador, d. Pedro lI, desde o dia
5 de novembro de 1891, escreveu:
- Homenagem do instituto historico e geogL'aphico br:l-zileiro á
memol'ia de Sua Magestade o Sr. D. Pedro II. Rio de Janeiro,
1894, CXLIlI - 804 pags. in-4°, com o retrato de D. Pedro l I -
A introelucção deste livro com o titulo « Instituto historico e geo-
geaphico brazileiro e seu augusto protector immediato S. M. o Senhor
D. Pedro II» justifica a razão de ser do mesmo livro; nella se
salientam os beneficios, a grata, excessiva e nunca interrompida
dedicação de S. M. ao Instituto. A homenagem compõe-se de sete
partes, a saber: Telegrammas estrangeiros j Telegrammas nacionaes j
Opinião ela imprensa; Avulsos; Demonsll'ações ele pezar ; Convite para
officios religiosos; Supplemento.
512 APPENDICE

Frei Henrique de Sant'Anna - Filho de Henri-


que de Almeida Costa e dona Maria Joaquina da CosÍlt, nasceu na
cidade do Rio de Janeiro pelo anno de 1790, usou no seculo do nome
de seu pai e f",lleceu na mesma cidade a 22 de novembro de 1834.
Reiigioso franciscano, professo a 8 de outubro de 1808, recebeu ordens
sacras em 1814, lecciono.u em sua ordem plJilosophia e exerceu altos
cargos, sendo em 1831 ministro provincial. De seus discursos oratorios
só conheço o
- Sermáo da Conceição da Virgem Santissima, prégado no Con-
vento de Santo Antonio a 8 dA dezembro de 1816 - Não sei si foi
impresso na época. Vejo-o, porém, em grande parte publicado no
trabalho «Os claustros e o clero no Brazil:l>, por José Luiz Alves,
de pags. 170 a 177.

Henrique Velloso de Oliveira, pago 232 - A's


obras mencionadas convem augmentar:
- Historia de um c~ime, por Victor Hugo. Rio de Janeiro, 2 tomos
com 32 estampas, in-8°.
- Segredos do famoso feiticeiro Buchique : t1escoberta e ensino de
mais de duzentas surprehendentes e interessantes habilidades e pe-
loticas. Rio de Janeiro, in-8°.

Herculano Ferreira Penna, pago 236 - Dedicou-se


tambem ao jornaUsmo, collaboral1do paro. algumas folhas e re-
'do:
dj glD ~
- O N01:JO Argos. Ouro Preto, 1829 a 1834 - O primeiro numero
foi publicado a 10 de novembro daquelle anno.
II
Hercules Florense, pago 238 - Posso ainda mencionar
o seguinte escripto seu, inedito :
- Voyage fiuviale du Tieté à l' Amazone - E' ~ manuscripto de
20 tis. que pertence ao Instituto historico e geographico brazileiro.

HerIDillo Duperron, pag. 242 - Nascido a 3 de agosto


de 1836, falleceu em ltamaracá, Pernambuco, a 26 de setembro de·
.,
1881.
flJ
Higino Alves de A.breu e Silva, pago 251 - Eis,
a sua tl1ese para o doutorado em direito: .
- A lei n. 601 de 18 de setembro de 1850 pertence exclusivamente
ao dominio do direito privado ~ Quaes são as razões que se deduzem
APPENDICE 513

de suas disposições para sustentar a opinião contraria ~ S. 'Pau10, 1859-


Ainda escreveu:
- Forças de mat': discurso pronunciado na camara dos deputados
na sessão de 18 de julho de 1879, Rio de Janeiro, 1879.

Hilario Soares de Gouveia, pag, 244-Nasceu em


Cahetá em setembro de 1844. Entre as notabilidades europeas, que
o citam em obras sobre ophtalmologia, estam os professores r\..
Iwano1I, L. Wecker e E. Jacger. Em Paris, para onde se dirigiu,
podendo evadir-se da prisão em que se achava, por ordem do presi-
den te marechal Floriano Peixoto, fez o dr. Hilario de Gouveia bri-
lhante exame e sustentou uma these sobre assumpto original em
medicina, a qual foi approvada com distincção na faculdade respect.iva
e ahi recebeu o gráo de doutor. Este facto é refererido por telegram-
ma daqueHa cidade de 19 de janeiro de 1895. A seus escriptos se deve
accrescentar :
- Pt'irneil'o trabalho da commissão encarregada de revisão c;las me-
didas sanitarias aconselhadas pela commissão nomeada por aviso de
31 de março ultimo, e indicar em que ordem e como devem ser
tomadas, Rio de Janeiro, 1876, in-S..
- La distornatose ptllmonail'e par le douve du foie. Contribution a
l'elude de:> homoptyses parasitaires: these, Paris, 1895, in-4.0 - Não
vi este escripto. O Jornal do Bt'a:.;iZ de 24 de fevereiro deste anno,
declarando te1-0 recebido de Paris, publica o avant-prO]10S que passo
a rer1?oduzir, e o primeiro capitulo da these que omitto por ser
muito longo: «O assumpto desta these foi-me suggerido no curso
dos acontecimentos que me trouxeram á França. Preso, posto em
segredo n'um calabouço pelo marechal Peixoto, dictador do Brazi1,
sentindo minha vida em perigo, por ter ousado organisar um serViço
de soccorros aos feridos da guerra civil, consegui evadir-me do carcel'e
duro onde tantos outros, infelizmente, acharam a morte, e refugiei-me
n'um navio de guerra, sob a bandeira da França, que, em todos os
cantos da terra, symbolisa os grandes e generosos principios da huma-
nidade. A bordo desse navio travei relações com um joven e distincto
offi.cial de marinha que, soifrendo de hemoptyse:> opimaticas, teve que
ser 1,Jpatriado e foi lUeu companheiro de viagem pam a Europa.
carregado do seu tratamento, durante a travessia, tive a felici-
da, (... de vel-o restituido são e salvo ás caricias de sua familia e ao
ser. iço da sua patria, depois de ter eHe espectorado uma enorme douve
hepatica, alojada n'um de seus pulmões. Tendo de submetter·me aos
exames de doutorando em medicina em Paris, para pOlter exercer a
33
514 APPENDICE

minha pl'ofisSão em França, nenhum outro a Sllrr.ptO me pareceu


mais digno de figumr na minha these de doutorando que aquelle,
tanto mais que era a primeil'll. obsel'vação desse genero, e que essa
vel'minose parece ser mais frequente no homem, elo que geralmente
se julga.))

Honorato Oandido l.~erreira Caldas-Nasceu


no Maranhão a 28 de outubro de 1842. Com pl'aça no exercito a 25 de
abril de 1859 e com o curso de infantal'ia, feito palo regulamento de
1860, serviu neSSa al'ma, onde subiu á varias postos até ser reformado
no de general d~ brigada a 6 de outubro de 1890. E' official da ordem
da Rosa, cavalleil'o da de Aviz e condecorado com a medalha da cam-
panha do Paraguay. Escl'eveu:
- A deshonra da Republica: al'tigos publicados e memorias ineditas
do carcere, sobl'e a revolta da esquadra e o governo do marechal
Floriano Peixoto pelo general de brigada Honorato Caldas (preso
a 23 de outubro de 1893 e solto a 10 de agosto de 1894 sem nota de
culpa e sem processo e julgamento algum). Rio de Janeiro, 1895,
200 pags. in-4".

I-l:yppolito de Oalllargo.. pag. 252 - Nasceu na cidade


de S. P'wl0 a 30 de Janeiro de 1846. Alem dos tr.\balhos mencionados,
escreveu mais:
- Menores e inte"dictos; estudo pratico sobl'e tutelas e curatela·.
S. Paulo, 1891, in-16".
-o estado civiL, nascimentos, casamentos e obitos. Theol'ia e pl'a-
tica. S. Paulo, 18!J2, in·8" .
- Manutenção ele clireitos: estuelo, etc. S. Paulo, 1895.

Ig'uaoio An·tonio Dur:rn.ond.. pag. 260 - Foi com


etreito natul'al de Set'gipe.

Ignacio Francisco Silveira da Motta, pag. 269


-As conferencias que se acham mencionadas no final deste artigo, não
pertencem a Ignacio Francisco Silveira da MotLa, barão de Villa Franca,
mas a seu irmão José Ignacio Silveira da Motta, de quem farei menção
mais tarde.

Ignacio de Barros Barreto.. pag. 262 - Nasceu a 23


de julho de 1827 e falJeceu a 3 de novembro de 1887 no Recife, onde
exercia o cargo de inspector da alfandega.
APPENDICE 515

Ignacio J oaquiIn da Fonseca, pag. 272 - Pnblicou


ultimamente os seg-uintes escriptos :
- Estudo (Pro-republica) o Reorganisação naval e outros artigos.
Rio de Janeiro, 1894, 88 pags. in-4·.
- Estudo analytico. Descobriemento do Brazil. Rio de Janeiro, 1895,
38 pags. in-8°, com o mappa da costa occidental do. Africa e oriental
da America do Sul, o planispherio do mundo actual, o goiaba de Martim
Behaim, oretl'ato do almirante Pedro Alvares Cabral e o desenho da
caravella do seculo XVI - Neste importante livro affirma o autor
que: «l°, o Brazil está comprehendiclo no descubl'imento syntetico
de 12 de outubro de 1492; 2°, foi conhecido e percorrido antes de abril
de 1500 e até aos 14° de latitude; 30, verificada tão segura premeditação,
não foi a derrota de Cabral obra do acaso, sendo alias de planejado
reconhecimento; 4°, nem calmarias, nem correntezas, nem ventanias
poderiam causar um tal desvio on desorientação nunca vista; 5°, o
ponto de chegada jámais poderia ser em Santa Cruz, nem na mo-
derna bahia Cabralia 16° 17' 20" e, portanto, não foi outro senão no
lagamar de Porto Seguro pelos 16° 36' de latitude, ou d'ahi um pouco
mais p&r.a Q sul, e nunca para o norte. E, como additivo, após tantas
mudanças e confusges de nomes; de logares, de rumos, de direcção, de
brizas, de correntezas, de calmaria, do dia da chegada, e até de Santa
Oruz ao de Cabralia, occorre que passou abril a maio e pretende-se
ainda incinerar a orthographia, que não póde ser outra sinão
- BRAZIL. »

Frei Ignacio de Santa Justina- Filho de José


Leite de Oliveira e dona Justina Leite de Oliveira, nasceu em Itú,
S. Paulo, no anno de 1776 e ahi falleceu depois la indepen-
dencia do Brazii. Chamado no seculo Ignacio Leite de Oliveira, pro-
fessou a 16 de julho de 1793 no convento dC's franciscanos do Rio de
Janeiro, foi lente de tbeologia moral e dogmatica e de artes em sua
ordem, e lente de philosophia e de outras materias no seminario de
S. José. Foi grande theologo, elogiado por Monte Alverne que
foi seu discipulo, e foi tambem gl'ancte orador o Só tenho, porém,
noticia de seu
- Sermão de S. BeYledicto, pregado na matriz de ltú no segundo
domingo de outubro de 18Z1-DeUe se occupa o livro «Os/ claustros e o
clero do Brazil por José Luiz Alves », pag. 234.

Ignac:l.o Tavares da Silva, pago 279 - Falleceu na


capital da Parahyba a 26 de outubro de 1882.
516 APPENDICE

Ignacio de Vasconcellos Ferreira, pago 279-


O titulo do seu primeiro trabalho é :
- Selecta bl·Ctzileira: compilação depoesias;lá de autores brazileiros,
Escreveu mais :
- O im?nortal: romance de Alphonso Dauclet - Não sei onde foi
publicaclo.

Innocencio dos Santos Lopes Oavalcanti -


Filho do cap]tão Ovidio,dos Santos Lopes Cavalcanti, nasceu na cidade
da Bahia a 23 de maio de 1856. Doutor. em medicina pela faculdade
da mesma cidade, director do laboratorio municipal de bygiene desde
a época de sua creação, 12 de abril de 1892, e membro do conselho
geral de saude publica no estado de seu nascimento, escreveu:
- Valor clinico dos exames ua urina, sua importancia relativa e n.b·
soluta no tra1<tmento das molestias : These ele doutoramento. Bahia,
1879,70 pag's. in-4°.
- Dernarcações medicas e cirul'g'icas de IJuthero Holden, tracluziqas
do inglez. Bahia, 1880, 154 pags. ln,·8°,
- Observações mete01'ologicas da capital do Estado da Bahia - Tem
sido publicadas, no Diario daBahia e na Gazeta Medica da Bahia desde
setembro de 1892 até o presente.

Isaias Guedes de Mello, pago 286 - Escreveu mais:


- Pm"ecer sobre, o decreto n. 1030 de 14 de novombro de 1890,
apresentado ao instituto da ordem dos advogados brazileiros em 1892
por uma commissão especial, composta dos Dr,. Mauoel Alvaro de SOUZlj,
e Sá Vianna, Isaias Guedes ele Mello, e Josepbino Felicio dos Santos'
Rio de Janeiro, 1892, 50 pags. in·S o •
- Liberdade profissional (Art. 72, § 24 da Constituição de 24 de fe·
vereiro ). Noticia sobre o elemento historico. Rio de Janeiro, 1894, 28
pags. in·8°.
- Manutençcio e sequestro da posse do libreto e partes da orchestra
da revista portugueza Tim tim POl" tim tim do comediograpbo Souza
Bastos e do maestro Stichini e prohibição j udictal da representação da
peça. Memorial apresentado ao Oolendo Conselho elo Tribunal civil e cri-
minal em nome dos aggravantes. Rio de Janeiro, 1894, 16 pags. in-4 o •

D. JeronyDl.o ThoDl.é da Silva, pago 309 - Escreveu


mais a seguinte
- Carta pastoral, publicando a Cn.rta do santissimo padre Leão XII!
aos arcebispos e bispos do Brazil. Batia, 1895.
APPENDICE 517

Jesuino Lamego Costa, pago 312 - Falleceu a 16 de


fevereiro de 1886, no Rio de Janeiro.

João Adolpho Ribeiro da Silva, pago 313-


Nasceu na cidade de Sobral, do Ceará, a 13 de abril de 1841 e ahi fal-
leceu. Me affirma pessoa competente que é de sua penna o escripto:
- O Senador Francisco de Paulo Pessôa: Traços biographicos POl'
um amigo. Maranhão, 1880, 37 pags. in. 80 - Este escripto é o mesmo
que no lo volume deste livro está mencionado sob o nome de Antonio
Dias Martins.

João Alfredo de Freitas, pago 316 - Filbo do des·


embargador José Manoel de Freitas, de quem occupar-me-hei, e dona
Thereza Carolina da Silva Freitas, nasceu em Thereziua, capital do Piau-
by, a 17 de novembro de 1862 e falleceu a 31 de dezembro de 1891. Era
chefe de policia do Rio Grande do Norte, quando se aggravaram os
soífl'imentos que o levaram ao tumulo.

~o- Alvares Soares de Souza, pag. 320 - Não


falleceu em abril, mas a 4 de março de 1892.

João Alves Pin-to, pago 322 - A data de seu falIecimeilto


é 25 de dezembro de 1890.

D. João An-tonio dos Santos, Bispo de Diamantina,


pago 327 - Por equivoco o dei como fallecido. Sua Excellenci3. Reve·
rendissima rege sua diocese, muito amado pelo seu rebanho.

João Arnoso, pag. 331 - Nasceu na província do Ama-


zonas, onde estabeleceu residencia depois de sua reforma.

João Baptista Bueno MaD1.oré, pago 334- FaUeceu


no logar de seu nascimento a 9 de janeiro de 1884.

João Bap-tist.a Mon-teiro, pago 347 - E' natural do


M:uanhão e, apezar de sua idade avançada, exerce a advocacia na
capital de Sergipe, provi ionado por lei províncial.

João Bap-tis-ta GuiD1.arães Cerne - Filbo de José


de Oliveira Guimarães, nascido na cidade de Valença, Bahia, e bacharel
em direito pela faculdade do Recife, seguiu a carreira da magistratura,
51R APPENDICE

tendo sido no regimen monarchico juiz de direito e chefe de policia em


Sergipe. Actualmente exerce um cargo em um dos tribuna,es da Bahia.
Cultor da poesia, escreveu, sendo estudante :
- Favos e travos: poesias. Recife, 1869, io-4°.

João Baptista dos Santos, Visconde de Ibitllruoa,


pag, 352 - Fez parte lia commissão que ehLborou o
- P?'imei?'o tmbalho da commissão enca,negada da revisão das me-
didas sanitarias; aconselhadas pela commissão nomeada por aviso de 31
de m<1rço ultimo, e de indicar em que ordem e como devem ser tomadas.
Rio de Janeiro, 1876, 11 pags. io-8° .

. João Baptista Regueira Costa, pago 351- Nasceu


a 24 de junbo de 1845 e escreveu mais:
- lnscripções dos rochedos do Brazil. Recife, 1885.
- Geologia de Fernando de Noronha por J. C. Brauner. Traducção.
Recife, 189Gl.
- Gréseolico de Fernando de Noronha por J. C. Brauner. Tra-
ducção. Recife, 1894.

João Barbalho Uchôa Cavalcanti, pago 355 ~


Escreveu ultimamente:
- Allegações finaes, o:fferecidas na acção intentada perante a Jus-
tiça federal pelo coronel João Soares Neiva para a reintegração na
e:ffectividade do seu posto no exercito. R.io de Janeiro (~) 1895 - Na
conclusão cita o autor a seguinte sentença de Emilio Castel1ar: Antes
quero encontrar·me com uma fera nos bosques, do que com a arbitra-
riedade elo governo de uma nação civilisada.

João de Barros Falcão de Albuquerque Ma-


ranhão de DrUID.ond, pag. 366 - Não usava do appelJido
Drumond. Falleceu no Recife a 20 de setembro de 1881.

João Candido de Deus e Silva, pago 377 - O livro


Philosoplúa, logica, metaphysica e moral ou novo manual completo dos
aspirantes ao bacharelado em lettras de E. Ponelle teve segunda
edição em S. Paulo, 1847, dous vais. '

João Oarlos de Oliva Maia - Natural de S. Paulo,


e doutor em sciencias sociaes e jUl'idicas pela faculdade do actual estado
de seu nascimento; advogado e leute da faculdade livre de Bcieucias
APPENDICE 519

juL'itlicas e sociaes da capital federal e membro cio instituto da ordem


dos advogados brazileiros. Foi professor da escola normal e delegado
parochial da instrucção publica. Escreveu:
- Theses e dissertação que, para obter o gráo de doutor em sciencias
sociaes e juridicas, se propoz defender etc. . Paulo, 1859, 27 pags.
in-8" - A dissertação tem por assumpto: « Póde o bispo em sua diocese
suspender a um sacerdote em exercicio de suas funcções administt'ativas
sem as formalidades do juizo ~ »
- O regirnen de intel-nato nos estabelecimentos de instrucção secun-
daria e nas escolas normae:;. 13 pags. in-fo1.- Acha-se no livro« Actas
e pareceres do congresso de instrucção no Rio de Janeiro».
- P.l·ogl·arnma de ensino da cadeira de economia politica da facul-
dade livre de sciencias jurielicas e sociaes do Rio de Janeiro para o anno'
de 1893. Rio ele Janeiro, 6 pags, in-8°,

João Carlos Pereira Ibial:)ina, pago 390 - Filho de


Francisco Miguel Pereira Ibiapina, um dos fuzilados liO Ceará em 1825,
por tomar parte na revolução da Confederaç~o do EquadOl', faIleceu na
capital do Ceara a 2 de maio de 1875, sendo juiz de direito aposentado.
~

João Cesario dos Santos, pags. 394 - Não CaUeceu em


1874, mas a 7 de mal'ço de 1876.

João Cli.nl.aco de Alvaren,g'a 1~an,g'el, pago 397


- Nasceu a 30 de março de 1798, falleceu a 23 de julho de 1866 e não
de 1868.

João Chrisostolllo Melicio - Filllo de JO:1quim Fer-


nandes Melicio e natural do Rio de Janeiro, nasceu a 27 de janeiro
ele 1837. Bacharel em direito pela univel'sitIade de Coimbra, entrou em
serviço de POl'tugal, onde trabalhou efficazmente por occasião da expo-
sição internacional do Poeto, sendo por isso condecorado com a venera
de cavalleiro da ordem de N. S. da Conceição da Villa Viçosa, e foi
eleito em varias legislaturas deputado ás côrtes. E' membro da. asso-
ciação dos artistas de Coimbra o foi fundador da associação dos jorna-
listas e escriptores portuguezes. E' distincto jornalista e redigiu:
- Dial'io das camaras do deputados. Li boa.
- Ga;.eta elo Povo. Lisboa, 1883-1887 - Teve nesta folha por collega
o grande publicista Pinheiro Chagas.
- C01nmercio de PortugaZ : periodico dedicado aos interesses do com-
mercio e da industria - Deste tambem foi proprietario.
520 APPENDlCE

João Diniz Ribeiro da Cunha" pago 413-Era


filho ele João Diniz ela Cunha, nasceu a 19 de junho de lS32 e falleceu
a 24 de agosto de lS7S, servindo na magistratura como juiz de direito.

D. João Esberard" pago 418 - A's suas obras cumpre


accrescentar :
- Carta pastoral a proposito da circular do ?apa Leão XIII ao epis-
copado brazileiro, pedindo esmolas para as igrejas orientaes. Rio de
Janeiro, 1S95, in-SO.
- Pastoral sobre a exth'pação do schisma do Oriente. Rio de Ja-
neiro, 1S95, in-So.
- Para as obras da cathedral metropolitana. Carta pastoral. Rio
de Janeiro, lS95, in-So - Depois da pastoral segue-se uma portaria de
nomeação de uma commissão de trin ta membros par::]. tratar dessas
obras.

I João José de Sant'Anna" pag 469 - Fal!eceu na


cidade do Rio de Janeiro a 4 de Outubro de 1895. Era o primeiro
parteiro e gynecologista desta cidade.

João Manuel de Carva1ho - aturaI do Rio Gl'ande


do Norte e presbytero secular, parochiou a freguezia da Candelaria e
representou sua provincia em duas legislaturas geraes durante a mo-
narchia. Escreveu:
- Reminiscencias !lobre vultos e factos do imperio e da republica.
S. Paulo, IS95, xxxr - 27S pags. in 8°. - Redigiu:
. - Quin;;e de Jttlho: orgão conservador. Proprietario e redactor o
padre João Manoel de Carvalho. Rio d.e Janeiro, 1S70, in-fol.
- A NaçCíO: jornal politico, rommercial e litterario. Rio de Janeiro,
lS72-1876, 8 vaIs. in-fol. - Foram seus primeiros r~dactores o ba-
charel J. Juvencio Ferreira de Ag'uiar e Cyrillo Eloy Pessôa de Barros;
depois o padre João Manoel; por ultimo J. M. da Silva Paranhos Junior
e FI' L. de Gusmão Lobo. Redige agora:
- Correio Ampm·ense. Amparo, 1895.

L c =1
- F/OO~6

Você também pode gostar