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brazileiro v. 3
F-J
1895
http://bd.camara.leg.br
“Dissemina os documentos digitais de interesse da atividade legislativa e da sociedade.”
DICCIONARIO
BIBLIOGRAP.HICO BRAZILEIRO
PELO DOUTOR
KATURAL DA BARIA
TERCEIRO VOLUME
--I·e·I- -
RIO DE JANEIRO
DY.rPRENS.A. N .A.CION.A.L
i017 - 94
BIBUUTECA DO SfNAOO fEDERIL
E:&te YGI.lI1lJ acha-se r~lstrado
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do ano de 1..f}._~-'ol('--_
Não ha duvidar. E' mister grande força de vontade para
levar avante uma empreza como a que tomei a meus hombros.
A indifferença, com que tem sido acolhido este trabalho, me faz
acreditar que o brazileiro se satisfaz apenas com o romance, a
poesia, o drama phantastico!
Deveria ter desistido da empreza, logo que aventurei-me
a ena.
Havia eu, então, mandado imprimir duas mil circulares
para dirigir-me às pessoas mais competentes, pedindo com a
maior delicadeza que me auxiliassem com quaesquer indicações
bio-bibliographicas de caracter authentico. Oom essas circulares
dirigi-me ao corpo docente das faculdades de direito de S. Paulo
e do Recife, das de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia,
assim como á um crescido numero de homens de lettras.
Destes apenas dez ou doze corresponderam ao meu appello ;
daquellas corporações scientificas apenas um lente do Recife
mandou-me seus apontamentos e um da faculdade do Rio de
Janeiro a collecção de suas obras.
IV
cava com ardor á poesia, mandou-o outra vez ao Rio de Janeiro para
estudar e seguir a vida claustral. Mais contrariado ainda, porque o
filho não quiz abraçar o estado monastico, suspendeu a mezada que
. lhe dava. Pouco tempo depois, fallecendo o autor de seus dias, esta-
beleceu-se Ribeirão definitivamente em Campos, onde casou-se, e em
cujo f6ro trabalhou até 1882 como solicitador. Foi escrivão da santa
casa da misericordia e culthrou sempre a poesia, mostrando em suas
composições um grande péndor para a satyra, mas sem ofrender, sem
expôr alguem ao desprezo, procurava com o ridiculo innocente corrigir
os defeitos e nada mais. Escreveu: .
- A inundaçiio do Parahyba: poemeto. Campos, 1833 - e dflixou
publicado muitas
- Sextilhas, odes, sonetos e outras composições no Monitor Cam-
pista - O doutor F, Portella, numa noticia que escreveu do poeta no
«Almana1\. industrial mercantil e administrativo da cidade e municipio
de Campos para 1881 e 1882» faz menção especial de tres destas
composições, que se acham neste jornal, isto é: O j'ctrato; A sattdade;
MemO?'ial dirigido ao Imperador. Esta ultima sahiu tambem no Pa-
mhyba de Petropolis, 1859. Em prosa ha de Ribeirão:
- Notas biogl'aphicas de frei Rodrigo de S. José Silva Pereira,
monge benecUctino - Existe o original na bibliotheca nacional em duas
cartas, datadas de 17 e 30 de setembro de 1877, acompanhadas de
varias poesias de frei Rodrigo.
politicas do regente padre Feijó. Não traz o nome do autor, sendo por
isso attribuido a outros poetas, como João José de Souza e Silva Rio.
EII;l resposta escreveu o conego Januario outro poema em oitava rima
Os Garimpeiros. (Veja-se Januario da Cunha Barbosa.)
- O ?'oubo da madeixa: poema heroi-comico de Alexandre Pape,
traduzido em verso portuguez. Rio de Janeiro, 1843 - Sahiu tambem
na Minerva Braziliense, tomo l°, pags. 212 a 215, e 244 a 250; e ainda
num volume posthumo com outras obras. Esta traducção é feita do
original inglez, e portanto mais fielmente interpretada do que a tra-
ducção antes publicada no Museu Universal, que é feita de outra
franceza, de M. Marmontel.
- Norma (libreto da opera, traduzido em verso portuguez). Rio
de Janeiro, 1843.
- A dama do Lago (libreto). Rio de Janeiro, 1843.
- Belisario (libreto). Rio de Janeiro, 1843.
- Torquato Tasso (libreto). Rio de Janeiro, 1843.
- Elixir d'amor (libreto). Rio de Janeiro, 1844.
- Anna Bolena (libreto). Rio de Jêtneiro, 1844.
-: O furioso (libreto). Rio de Janeiro, 1844.
- Capuletos (libreto). Rio de Janeiro, 1844.
- Hernani ou a honra dos Castelhanos: dl'a.ma em cinco actos
de Victor Hugo, traduzido em verso portuguez. Rio de Janeiro,
1848, 168 pags. in-12D - A traduccão é feita em verSificação de
rima variada, conforme o sentimento que~ predomina nas scenas
do drama.
- Traducçõe,s poeticas. Rio de Janeiro, 1863, 659 pags. in-8D -
E' uma publicação posthuma, contendo: A peregrinação de Childi
Harold, poema de lord Byron, traduzido em verso portuguez;
Sardanapalo, tragedia do mesmo autor, adaptada á scena; O roubo
da madeixa, poama heroi-comico de Pope; Hernani ou a honra dos
Castelhanos, drama de Victor Hugo. Abre-se o volume com uma
carta do conselheiro F. Octaviano, servindo-lhe de prologo, á qual
carta s~gue a traducção do Sonho, de lord Byron, pelo mesmo con-
selheiro.
- A oiumenta; comedia em cinco actos, representada no theatro de
S. Pedro de Alcantara em 1843 - Inedita.
- O brazileiro em Lisboa: comedia em cinco actos, representada
no theatro de S. Pedro de Alcantara em 1844 - Idem.
- A donzella de Orleans, de Voltaire, traduzida do francez - Idem.
Consta-me que o doutor Pinheiro Guimarães deixou outras obras in-
editas, quer traduzidas, quer originaes. Entre estas ha muitas poesias,
13
como uma temivel satyra aos Paulistas, feita nos teIrJÍlos de estu-
dante, e que assim começa:
o que era Christo, abi devemos estar pelo que a nova ,"evelaçüo, a reve-
lação dos espiritos ensinou ao autor e aos inspirados da ~ua escola.
Christo era um espirita superior, protector e governador do globo
terraqueo; querendo fazer a sua apparição entre nós, não encarnou.
em corpo de carne e osso, como outros espil'itos de inferior hierarchia,
mas tomou aponas a apparencia humana, revestindo-se de uma natu-
reza f1uidica, mas tangivel. Não querendo apparecer subitamente no
meio de um campo, fez-se auxiliar por outros espiritos que, por meio
do magnetismo-spiritista, simularam na Virgem-Mãe todos os e:ITeitos
de uma gestação de principio a fim condensando gradualmente os
fluidos apl'opriados e depois dispersando-os de um jacto no momento
opportuno. O innocente artificio foi tão habilmente empregado, que
illudiu a mesma Virgem, involuntaria complice dos espiritos nicroma.n-
ticos. Espiritos e fluidos tudo o mais explicam. Muitas da personagens
biblicas eram espiritos encarnados, e de algumas sabemos me-mo sob
que nome haviam vivido outr·ol'a. Dos fluidos que todos llle obedeciam
servia-se Chl:1sto para operar os seus milagres, que assim deixavam de
o ser, pois eram praticados por meio de forças naturaes e dentro das
leis immutaveis que regem a mesma natureza. Magia branca, com a
sciencia por unica auxiliar, e mais nada. ~
- Poema ela escmoidão, de Longfellow (Henry Weds"Wortb), tra-
ducção. Rio de Janeiro, 1884, in-8°.
- A beUa Sa,-a, de Victor Hugo. Traducção. Rio de Janeiro,
1885, in-8°.
- A mio da liberdade: ode. Rio de Janeiro, 1891, in-8 0 -Já havia
sido publicada em 1870 na Refo1"1na. Bittencourt Sampaio foi U111 dos
collaboradores das
- Lama,-tinianas: poesias de Lamartine, traduzidas por poetas bra-
ziLiros. Rio de Janeiro, 1869 - (Veja-se Antonio Joaquim de Maced0
Soares.) Ha escriptos seus em revistas, como:
- Nossa Senhora da Piedade: legenda. - no Monitor Catholico de
28 de junho de 1881. Presidindo o Espirita Santo, escreveu:
- Relato,"io com que foi aberta a se~ ão extraordinaria da assembléa.
provincial no anno de 1868. Victoria, 1868, in-fol.
dado por uma menina gaiata, e no mesmo instante viu-se livre desta e
de todas com fi seguinte glosa:
Muniz Barreto não escrevia seus improvisos, e por isso não podem
ser elle devidamente apreciaaos. Nem os versos que compunha, elle
corri~da. Cavallf'iro da ordem (lo CI'uzeiro, condecorado com a me.
i1alha da gnerra da independencia, membro da sociedade dos veteranos
ela me ma independoncia o do conservatorio dramatico de sua pru-
vinci;), escreven innumeras poesia de que mencionarei:
- Ode ao fau ti simo regres o de SS. MM. II. á corte do Rio de
Janeiro etc. Rio de Janeiro, 1826, 8 pags. in-8° - Era o autor nessa
época seg-nudo. tenente do 7° corpo de artilharia.
- A' .'alllenta.vel morte do Sr. D. João VI, augusto '{Jae de Vossa
Mage'tade Imperial, elegia qU'3 a Vossa Magestade Imperial mui sub-
mi~samellte dedica, etc. Rio de Janeiro, 1826,.5 pags. in-8 0 •
FR 57
"
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o
FR 69
« O sincero acolhimento
Do fiel povo ituano
Qravado fica no peito
De seu grato soberano."
cisco Sigaud.
- O B?'azil Itlustrado : publicação litteraria. Rio de Janeiro, 1855 a
1856, in-fol., com estampas - Teve tambem outros companheiros de
redacção.
melhoramentos elo material ele guerra. Cultor ela poesia, suas proelu-
cções são saturadas de-tanta graça e espirita, que no seu genero o tornam
um dos mais notaveis poetas ela actual geração. São de sua penna :
- Ha?'pejos e variações: poesias. Rio ele Janeiro, 1876, 153 pags. -
Este livro e dividido em duas partes: A prlmeira, sob o titulo - Har-
pejas do coração, segundo diz o poeta_< é um coujuncto de suspiros e de
grimas, capazes de pôr a nado uma nau de linha: e o mesmo r-a-m
ram do costume, onde não lU\. nada de aproveitavel:). A segunda, que
tem por titulo - Variações de flauta, é onde o poeta está nos seus
elementos.
- Scenas da roça: poema de costumes nacionaes. Rio de Janeiro,
1879. 88 pags. - Segunda edição, Rio de Janeiro, 1883. E' um poema
jaco-seria, em que se descreve um casamento na roça e as scenas que o
acompanham. O autor conclue assim:
•
Francisco R.odrigues do Prado - Na,tural de
S. Paulo, foi da família e talvez filho de Domingos Rodrigues do Prado,
que falleceu em 1738 e foi ochere da revolta dA Minas de 1712 contra
o estabelecimento de casas de fundição e cobrança do quinto do ouro,
um dos descobridores das minas rle Cuyabá e de Goyaz, e finalmente
o Cundador do arrahl de Crixá no anDO de 1734. Foi commandante
do presidio ele Coimbra, em Matto Grosso, e escreveu:
- Hist01"ia dos indios cavaIleiros ou dl\ nação g-uaycurú, em que
se descrevem os sens usos e costumes, leis, alliaoças, ritos e governo
domestico, e as hostilidades feitas a dif}:" rente~ nações bnrbarns, aos
portuguezes e lIe pa'1hóes, males que ainda são presentes á memoria
de todos. Anno de 1795 - N~\ Revista do Instituto, tomo I, pags. 25
a 57 da 2" edição e antes disto, traduzido em francez e publicado nos
Nouveaux Annales des Voyages, tomo 30 , 1819.
106 l:<-'R
outras edições em opusculo, como uma dC:! Lisbàa, 1870, e outra ante-
rior, de 1868, mencionada no catalogo do gabinete portuguez de
leitura com a declaração de ser supposta a subscripção typographica,
de Lisboa e finalmente uma do Rio de Janeiro, 1885, anuotada pelo dr.
Amphrisio Fiu.lho. O Libello do POljO, escripto n'um arrebatamento de
animo do autor pelo golpe llesferido contra o partido liberal, a que
pertencia, em 1848, foi, como disse o dr. J. M. de Macedo, uma
erupção vulcanica em que o autor estudou em ondas de fogo a situação
politica, demonstrando com exaltamen to febril a improficuidade dos
meios normaes para :lo salvação das institui9ões liberaes j no empenho
de feril'-se de frente o chefe do Estado, ahi se abre e estende-se o
processo e lavra-se a sentença contra a casa de Bragança, sem que ao
menos em suas lavas se poupe o sexo que obriga o respeito.
- Pensamentos ácerca. da couciliação dos partidos: coUecção de
artigos publicados no Correio Mercantil. Rio de Janeiro, 1853,28 pags.
in-4° gr. de 2 columnas. .
- Sociedades em commandita e bancos de circulação: discursos pro-
feridos na camara dos senhores deputados nas sessões de 5 e 6 de
agosto de 1853. Rio de Janeiro, 1853, in·4o •
- Questões sobre impostos. Rio de Janeiro, 1856, 76 pags. in-8°.
- ..1.0 partido constitucional. (Peruambuco, s. d.) 39 pags. io-12°-
Neste opusculo, depois de uma iotroducção de tres pagos. pelos redacto-
res do C01tstitucional de Pernambuco, Eegue; «Rio de Janeiro. O Sr.
Salles Torres Homem aos eleitores do 4° districto da provincia do Rio
de Jan iro », trabalho assignado por este e datado de 25 de maio
de 1863.
- Relatorio apresentado a assembléa geral dos accionistas do Banco
do Brazil (1867, 1868, 1869). Rio de Janeiro, 1867 a 1869,3 vaIs.
in-fol.
- Elemento servil: discurEo pronunciado na sesEão de 5 de setem-
bro de 1871. Rio de Janeiro, 1871, 15 pags. iÍl-4° - Vem tambem no
livro ({Di .cursão da reforma do estado servll», parte 3a , pags. 282 a
299. Este discurso conclue com as seguintes memoraveis palavras:
(I. Esses milhares de mulheres, que durante o curso de tres seculos amal-
nitaria, foi obrigada a envol ver-se nos altos assumptos da politica geral.
Muitos litteratos se teem occupado de fr. Sampaio, e o dr. Nunes
Garcia possuia, com a maior veneração, seu craneo, onde se nota o
grande desenvolvimento da bossa da idealidade, e que o distincto ana-
tomista analysava nas suas lecções de anthropotomia « como uma das
melhores, das beIlas formações craneanas, que se presta a todos os
systemas craneometricos, melhor do que todos os que h i podido ver »,
dizia o sabio mestre.
<la cidade da Bahia; dado á luz por um de'Voto do santo, 132 pags.
m-4° - Não se declara o logar e data da publicação, que parece ser
feita antes do melado do seculo X VlII e de que te'Ve segunda edição
feita pelo coronel Ignacio Accioli Cerqueira e Silva um canto que se
acha no fim do poema, ou a
- Descripção da ilha de Itaparlca: can to heroico, extrahiclo do
poema Eustaquidos. Babia, 1841- Deste poema tambem reproduziu
Varnhagem varios trechos no Ftoi"itegio da poesia bi'azileira, tomo lo,
pags. 151 a 181. Veja-se fI'. Manoel de Santa Maria Itaparica.
~. Brazileiros denodados.
Voai ao campo da gloria I
Quem peleja pela patria,
Alcança sempre a victoria.
Correi, ó bravos, ás armas, etc.»
FR 13 '
litar, foi depois lente da mesma escola, onde se jubilou; i~ssentou praça
no imperial corpo de engenheiros, onde subiu successivamente todos
os postos até ào de brigadeiro, em que foi reformado; exerceu diversas
com missões e cargos, sendo os ultimo o de director do museo naciona~,
e de secretario da directoria do instituto fluminense de agricultura,
creado por decreto de 30 de junho de 1860, em cujo exeL'cicio morreu.
Eea do conso~ho do lmpeeador; cavalleiro da ordem de S. Bento de
Aviz e official <l.a ordem da Rosa; socio honorario o secretario per-
petu·o da sociedade auxiliadora da industria nacional, onde pelos seus
serviços foi inauguTado seu busto em sessão solemno, especial; socio do
instituto historico e geographico brazileiro, da academia de beIlas-artes
e de diversas associações de sciencias e leUras - e escreveu:
- Resumo estatistico historico dos Estados Unidos da. America
septentrional. Rio de Janeiro, 1830,2 vols., 1M e 366 pagil. in-8°.
- M emol'ia analytica ácerca do commercio dos eSCravos e dos
males da escravidão domestica. Rio de Janeiro, 1837, 156 pags in-8°
- Este livro foi reproduzido pelo dr. José Antonio do Valle Caldre
Fião (veja-se este nome) no seu periodico o PhilantM'opo, a começar tlo
l° numero, de 6 de abril de 1849. Foi escripto para o concurso aberto,
mas não realisado, pela sociedade defensora da liberdade e indepen-
dencia nacional em 1836.
- Resumo do curso da historia e da arte militar, de l. B. Rocquan-
court. Rio de Janeiro, 1842, in-4° com estampas.
- G1WSO ele?nentar de historia e de arte militar: compendio de
ensino para a academia militar. Rio de Janeiro, 1842,363 pags. in-4°
incluidas as de um appendice depois da pagina. 341, e 9 estampas.
- Gomperuiio de montanistica e de metallurgia para uso dos
alumnos do qua.rto anno da escola militar. Rio de Janeiro, 1848 - Com
21 estampas em formato maior, contendo muitas figuras, que ão ex-
plicadas em 184 paginas, seguidas ás 213 que abrange o compendio.
- Riquezas mineraes do Brazil. Rio de Janeiro, 1850 - Neste
livro faz-se a. descripção dos mineraes queUo Brazil possue, e da-se no-
ticia de suas jazidas. Sobre este assumpto escreveu depois:
- Noticia ácerca de alguns mineraes e rochas de varias provincias
do Brazil, recebidas no museo nacional durante os annos de 1855 a
1858 - Vem na antiga Re."ista Bl'a:;ileil'a, tomo 2°, pags. 72 a 104 e
241 a 265 com diversas estampas e com a declaração de ser este
escripto a continuação de outros publicados no Guanabara.
- "Noticia de mineraes brazileiros - nos Trabalhos da Sociedade
Vello:::iana, pags. 149 a 169.
-ll1"emoriasobre o salitre, a soda e a potassa. Rio de Janeiro, 1851
- Nesta memoria mostra o autor as vantagens da industria de taes
ii
162 PR
G
Gabriel Evaristo de Oliveira Freitas - Filho
de Manoel Gonçalves de Freitas e dona Leonor Lopes de Oliveira Freitas,
nasceu em Paraty, provincia, hoje estado elo Rio de Janeiro, a 2 de de-
zembro de 1832, e falleceu a 14 de fevereiro de 1870 na cidade do Rio
de Janeiro. Presbytero secular, antes de receber as respecti vas ordens,
tendo apenas 18 annos de idade e obtendo a necessaria autorisação,
prégou em varias festividades religiosas, quer da côrte, quer de sua
provincia. Parochiava desde 1856 a freguezia de Capiva,ry, do Rio de
Janeiro, quando, a convite do bispo diocesano, a quem sempre foi de-
dicado, passou a exercer o cargo de seu secretario particular em 1858, e
no anno seguinte passou ao'de secretario do bispado, onde serviu até a
morte. Era conego da capella imperial, examinador synodal e lente de
theologia do seminario de S. Jo é. Sacerdote c!e raras virtudes, muito
versado, tanto nas lettras sagradas, como nas profanas, e distincto
prégador, e 'creveu muitos sermões e trabalhos litterurios, mas só
publicou:
- Oração, que na solemne acção de gl'aças pelo feliz restabeleci-
mento da saude do exm. e revm. sr. d. Manuel elo Monte Rodrigues
de Aranjo, bispo do Rio de Janeiro, recitou, etc. Rio de Janeiro, 1860,
in-8° .
- 01'ação funebre nas exequia do exm. e revm. sr. d. Manuel
do Monte Rodrigues de Araujo, etc. Rio de Janeiro, 1863,30 pags. in-8°.
GA. 167
tomo 2°, pags. 427 a 446. E' datada ele 3 de julho de 1784. O instituto
possue mais deste autor :
- Eis/m·ia das minas da provincia de S. Paulo - Ms. pertencente
ao espolio do Visconde ele S. Leopoldo e por seu filho, o bachal'el J. F.
Fernandes Pinheiro, otrerecido ao instituto em 1862.
- Noticia historica ela expulsão elos jesuitas do seu collegio de
s. Pu.ulo da capitania de S. Vicente em 13 de julho de 1640 e soa resti-
tuição á mesma capitania em 14 de maio de 1643 - Ms. idem.
- Oração funebre nas exequias que pelo serenissimo senhor D. Jose I,
rei fidelissimo de Portugal, mandou celebrar a camara da viUa do
porto de Santos em 14 ele julho de 1777, etc. Recitou-a, estando o povo
muito consternado pela vergonhosa entrega de Santa Catharina - Ms.
offerecido por J. Pinto de Campos a 13 de agosto de 1858. O dr. B. F.
Ramiz Gaivão em seus Apontamentos historicos sobre a ordem bene-
dictina menciona a existencia do seguinte:
- Oração f~tnebre nas exequias á memoria do bispo de Areopoli
D. João de Seixas, celebradas no mosteiro do Rio de Janeiro em 1758.
- Oração funebre por occasião de dar-se a sepultura o corpo do go-
vernador, capitão-general Gomes Freire de Andrade, no convento do
Desterro em 2 de janeiro de 1763.
- Ot'ação funebre nas exequias, etc. (do mesmo), celebradas pelos
monges benedictinos no seu convento do Rio de Janeiro.
- Oração panegyrica do nascimento do infante D. Jose, principe da
Beira, recitada no convento do Rio de Janeiro a 7 de março de 1762 nas
·festas solemnes, etc.
- Sermão nas festas do casamento da senhora princeza, mãi do
principe da Beira, pregado na se elo Rio de Janeiro.
- Relação do mosteiro de Nossa Senhora do Monserrate do Rio
de Janeiro, comprehendendo as casas, residencias, numero dos sa-
cerdotes, coristas e donatos, e suas respectivas rendas, t"eita pOl' ordem
do governo portuguez e ao mesmo govel'no dirigida em 15 de outubro
de 1764.
tambem é certo, que mais tarde recebeu do bispo dom frei Francisco
de Lima todos os sacramentos com a maior docilidade, coutricção e la-
grimas de arrependimento, e que o prelado encontrou sobre a mesa
junto ao leito dous sonetos, escriptos com lettra tremida, um dos quaes
assim terminava:
Nariz de embono
Com tal sacada,
Que entra na. escada
Duas horas primei 1'0 que seu dono.
Na.riz que ('aUa
Longe do rosto,
Pois, na sé posto,
Na praça. manda. pôr a g'uarda em ala.
Membro de oll'atos,
Ma tão quadrado,
Que um rei corôado
O fJólle ter por copa. de cem pratos;
Tão temerario
E' o tal nariz,
Que por um triz
Não ficou cJ.tltareil'a de um armaria ...
Voce perdôe, .
Nariz nefando,
Que eu vou cortando
E ainda fica nariz em que se assôe.
GU 193
neiro, etc. Rio de Janeiro, 1890, 63 pags. in-4°- E' seguida de tres
proposições sobre éada uma da;s cadeiras de ensino ~edico.
- Discurso lido no acto da soleillne coUação do grão dos douto-
randos de 1890, Rio de Janeiro, 1891.
H
Heitor GuiD1arães - r aturai de Minas Geraes, onde
nasceu em 1868, cultiva a poesia desde 1886 e publicou colIeccionadas
suas producções com o titulo:
- Versos e ,·eve,·sos. Juiz de Fóra, 1890, 151 pags. in-8° - Este
livro é prefaciado pelo poeta mineiro Augusto de Lima, que é por
demais lisonjeiro em seu juizo. E' um livro de estréa, de autor
moço, DO qual ba mimosos versos, mas tambem pensamentos frivolos,
infantis.
-Muttic01'es: conto. Jniz de Fora, 1893- Heitor Guimarães
redigiu a
- Gazeta dfJ, Tarde. Juiz de Fora, 1889-1890.
208 HE
I
HO 249
tando 'I. não haver em Portugal lei que prohibisse a maçonaria. e por-
tanlo, não poder ser islo para eUe um crime, mas a consequencia da
liberdade, q lle tem o cidadão, de obrar o que não é prohibido por lei».
Essa declaração e o modo ilrme e resoluto com que respondeu aos
santos varões, exacerbaram-lhes as iras. Uma das vezes que compareceu
perante seus implacaveis algozes, sendo·lhe ordenado pelo inquisidor
que se ajoelhasse perante ene para dizer a doutrina, elIe disse que «um
dos pontos da doutrina christã, que aprendera, era que dos tre cultos
de latria, hyperdulia e dulia se devia dar só a Deus o culto de latria, no
que se comprehende ajoelhar com ambos os joelhos e que era um dos
maioref'l peceados tributar esse culto á creatura». E quando, depois de
tres annos de soft'rimento, ia ser lançado ás fogueiras, pôde Eyppolito
fugir dos carceres da inquisição trazendo comsigo os dous regimentos,
por que se dirigie eUa em Portugal, o velho e novo, que elle publicou
mais tarde, integralmente, com a narrativa de seus sotfrimentos. E~teve
occulto em Lisboa, até que pode seguir para o Alemtejo, disfarçado em
criado de servir; dahi passou á Hespanha, da Hespanha á Gibraltar e á
Londres, onde se estabeleceu, ensinando varias línguas, em que era
versado, passando por certo que sua fuga fôra alcançada pela maçonaria,
que comprara o guarda da prisão, o qual acompanhou-o na fuga. Fóra
da patria prestou serviços á causa da independencia, pelo que foi-lhe
por Dom Pedro I concedida uma pensão e a nomeação de agente do
governo brazileiro junto á côrte de Londres. Escreveu:
- Correio BmziLiense ou Armazem litterario. Londres, 1808 a
]822, 29 vols. in-4.0- Esta importante publicação, feita em fárma de
jornal, conquistou a gratidão dos brazileiros, influindo para nOSSl).
emancipação politica, e a admiração da posteridade, pelos transcen-
dentes assumptos, de que se occupava, como, por exemplo, a e~cravidão
no Brazil, que ahi é profligada. A' regencia de Portugal, porém, não
agradaram suas doutrinas; a principio procurou-se refutai-as; d~pois
foi prohibida a introducção e leitura do COloreio Braziliense sob penas
bastante severas, sendo essa prohibição reiterada pela terceira vez a
25 de junhQ de 1817. Divide-se o Correio Bmziliense em quatro
partes: Politica, Commercio e artes, Litteratur<t e sciencias, 1iscel-
lanea e novidades. Sahia em fasciculos mensaes, sem numero certo de
paginas, sendo publicado o lo a I de junho de 1808 e o ultimo em
dezembro de 1822.
- Narrativa da perseguição de Eyppolito José da Costa Pereira
Furtado de Mendonça, preso e processado em Lisboa, pelo supposto
crime de franc-maçon, contendo o processo do autor na intendencia da
policia e na inquisição, e os regimentos por que se governa o santo
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officio, etc. Londres, 181 I, 2 tomos, 312 e 306 pags. in-4°, com o retrato
do autor revestido das insignias maçonicas - Nesta obra, tambem pro-
hibida em Portugal, silo omittidas as particularidades relativas á fuga,
porque com a exposição dellas Hyppolito comprometteria seus amigos.
Ea ahi, porém, o que basta para se conbecer a indole'perversa e feroz
do santo olicio, i porveotura alguem ha que possa duvidar das aber-
raçõos do espirito humano, ahi em pleno exercicio. Ha segunda edição
da Narrativa, com ligeira alteração no titulo. Rio de Janeiro, 1841,244
]lags. io-8l>.
- Descr:pção da arvore assucareira e da sua utilidade e cultura.
Lisboa, 1800, 36 pags. in-4°.
- DesC'ripção de uma machina para tocar a bomba a bordo dos
navios sem o trabalho de homen . Lisboa, 1800, in-4°.
- Ensaios politicos, economicos e philosophicos de Benjamin, Conde
de Runford, traduzidos em vulgar. Lisboa, 1801-1802, 2 tomos, in-io.
- Historia bj'eve e authentica do Banco tle Inglaterra, com disser-
tações sobre as notas, moedas do cambio e letras, por FI'. Fortune ;
vertida da 12" edição de Londres. Li boa, 1801, in-4°.
- l}[em01'ia sobra a bronchocelle ou papo na America Septen-
trional, :por Benjamin Smith Barton, traduzida do inglez. Lisboa,
1801, in-8°.
- Cartas sobj'e a Franc-maçonaria. Amsterdam, 1803 - Segunda
edição, feita sobre a original de Amsterdam e augmentada com duas
cartas, Madrid (aliás Londres), 1805, 136 pags. in-4.o Terceira, com a
indicação de segunda edição correcta, Pariz, 1821 in-8°. - Esta obra foi
publicada sob o anooymo, e um adversario acerrimo e figadal de
Hyppolito, o padre Jos' Agostinho de Macedo, é quem lhe attribue a
]laternidade della. A ser eIle com e:ffeito o autor dessas cartas, man-
dou-as imprimir, sem duvida, antes de entrar para os carceres da
:inquisição. Talvez sua prisão fosse o resultado da noticia deIlas, denun-
ciada por José Agostinho, que, como se sabe, já havia sido expulso da
<lrdem dos eremitas calçados de Santo Agostinho por ser li. vergonha, o
opprobrio da mesma ordem. Houve ainda quem attribuisse estas cartas
ao Duque de PalmelIa, que nunca foi maçon.
- Historia de Portugal, composta em inglez por uma sociedade de
litteratos, traslatlada em vulgar com as notas da versão franceza e do
traductor portuguez Antonio de Moraes e Silva e continuada até os
nossos dias, em nova edição (terceira). Londres; 1809, 3 tomos in-8°.
- Nova grammatica portugueza e ingleza, a qual serve para
instruir os poctuguezes na língua ingleza. Londres, 181I, in-8°. - Se-
,gnnda edição, revista e consideravelmente augmentada. Londres, 1818,
:I-IY 255
I
Ignacio Accioli de Cerqueira e Silva - Filho
do desembargador Miguel ,JoaqJlim de Cel'queira e Silva, nasceu em
1808, em Coimbra, donde veiu ainda na idade infantii com seu pae
para a Bahia ou nesta cidade, como affirma José Alvares do Amaral
no seu « Resumo chronologico e noticioso da provincia dflJ Bahia desde
o seu descobrimento em 1500 »), e falleceu no Rio de Janeiro a 1 de
agosto de 1865. Apenas com seus estudos de humanidades e na idade
de 14 annos tomou pa.rte na luta para nossa independencia, servindo
na milicin. civicu" onde subiu ao posto de ooronel chefe do legião,
no qual foi reformado, sem nunca pedir, nem exercer cargo u,lgum,
á excepção do de director do theatro de S. João, e o de chro-
nista do imperio, a que votou-se por gosto, consumindo toda sua
existencia e alguma fortuna que herdara. Indagador fervoroso dos
factos antigos e modernos, foi - como disse o dr. J. M. de Macedo,
um incansavel perscrutador do passado, e com a luz da critica via.jou
pelos escuros labyrinthos de tres seculos e, talvez mais difficil do que
IG 257
autor pelo seu luminoso trl1balho e pela brevida.de com que foi
executado.
- Memor:a ou dissertação historica, ethnographica e politic l1 sobre:
Quaes eram as tribus aborigenes que habitavam a provincia da Bahia
ao tempa em que o Bf'azil Coi concruistado j que extensão de terreno
occupavam j quaes emigraram e para onde; emfim, quaes existem
aindae em que e:;tado ~ Ql1l11 a pn.rte da mesm:1 provincia que era
jã a este tempo desprovida ue mattas; quaes são os campos nativos
e qual o terreno coberto de florestas virgens; onde estas teem sido
destrui das e onde se conservam; quaes as madeiras precio as de que
abundam; e que qualidades de animaes a povoavam. Bahi~, 1848,
VlI-144 pags in-4.°- Foi tambem publicada na Revista do Instittlto,
tomo 12°, 1849, pags. 143 a 257.
- Ensaio corographico do imperio do Brazil, ojIarecido e consagrado
a Sua Magestade o Senhor D. Pedro II. Rio de Janeiro, 1854, 353
pags. in-8° - Assigna-o tambem o dr. Mello Moraes, com quem então
já mora va Accioli .
- Memorias cliaf'ias da guerrJ. do Brazil, por espaço de nove annos,
começando em 1630, deduzidas das que escreveu o Marquez de Basto,
senhor de Perna.mbuco, Rio de J.l.Deiro, 1855, 172 pags. in-8°-
Assigna-as t:;tmbem o dr. 1ello Moraes,
- Ensaio histm'icIJ, estatistico e geogl'aphico sobre o imperio do
Brazil. - Desta obra occupava-se 19nacio Accioli desde 1847, diz
Hyppolito C. de Andrade, e que deve existir em poder do dr. Mello
Moraes Filho. Como esta obra deixou inedita :
- Ristm'ia chorographica e contemporanea do imperio do Bl'azil,
escripta por determinação de SUJ. Magestade o Imperadol" o Sanhor
D. Pedro 11. Tomo 1° - Pertencia á bibliotheca do Imperador. Foi~
lhe incumbida, em 1849, como se vê do seguinte oflicio: « Ministerio
dos Negocias do Imperio -la Secção-Rio Janeiro, em 21 de abril de
1849 - Convindo que passe â posteridade, escripta por mais de um
escriptor coevo, a chronica de todos os acontecimentos notaveis do
imperio, occorridos desde o memol'avel dia 26 de fevereil'o de 1821:
lia Sua Magestade por bem incumbir a V. ~cê. de escrever esta im-
portante p<trte da historia do Brazil, esperando de suas copiosas luzes
que desempenhará satisC,\ctoriamente tão honrosa missão. O que
communico a V. Mcê., para seu conhecimento, prevenindo-o de que por
esta Secl'etaria de Estado lhe s3rão ministradas cópias authenticas dos
documentos neIla existentes, e se lhe mandarão facilitar oS que p)r-
ventura existam em qualquer outra repartição, á medida que V. Mce.
os precise consultar. Deus Guarde a V. MC9. - ViscGnú~ d~ Mon'c
IG 259
tenciado com o mesmo seu cunhado e outros á pena de morte, que lhe
foi commutada em degredo perpetuo no presidio em que morreu, ao
cabo de poucos mezes, acabrunhado de desgostos e de saudades da patria
e da família, que era seu idolo e que não menos so.tl'reu, principal-
mente depois da infamia que em nome da lei lhe atiraram á face seus
nobres juizes. Sua esposa morreu louca com a noticia dessa sentença,
como já o disse,.e sua filha dona Maria Eufemia, menina de uma belleza
tão rara, que a denominavam de princeza do Brazit, não pôde sobre-
viver aos pais! Diz-se que no dia immediato á sentença de morte os
cabellos de Alvarenga, de louros que eram, se apresentaram inteira-
mente brancos. Era sacio da Arcadia, com o nome de Eureste Phenicio,
e escreveu muitas producções em verso, como:
- Merope: tragedia de Ma:ffey. Traducção, 1776 - Foi pelo autor
oJierecida, em sua chegada de Lisboa ao Rio de Janeiro, ao Marquez de
Lavradio de quem eUe conquistara amizade e estima.
- Eneas no Lacio: drama em verso, composto em Minas Geraes-
Foi enviado ao mesmo marquez. Não ha deUe noticia, mas as pessoas
que o leram. o applaudiram geralmente.
- Obras poeticas, de Ignacio José de Alvarenga Peixoto, colligidas,
annotadas, precedidas de um juizo de escri ptores nacionaes e estran-
geiros e de uma noticia sobre o autor e suas obras, com documento!!
historicos, por J. Norberto de Souza e Silva, Pariz, 1865,290 palls. in-ao
- Pertence esse livro á elegante collecção com o titulo: ~BrasiUa,
bibliotheca nacional dos melhores autores antigos e mode,rnos ), publi-
cada por L. B. Garnier. Em todas as collecções de poesias brazileiras,
como os dous Parnazos e o Florilegio, e em varias revistas se acham
composições poeticas de Alvarenga, a quem foi tambe,lll dada a autoria
das Cartas chilenas. (Veja-se Claudio Manoel da Costa.)
deixou, porém, este cargo e veia para o Brazil, sendo nomeado prepa-
rador de a.natomia. pathologiea da faculdade do R.io de Janeiro. Apre-
sentando-se aqui em conCUNlO a cadeira de histologia e não seado o
escolhido apezar de olassifioado em primeiro Iogar, pediu SUlli exone,-
ração e retirou-se para sua província natal. Esoreveu :
- Faculte de Medecine et pharmaoie de Bordeaux. Etúde sar le
meoanisme de la. fermeture de I'arriere-oavité des losses nasales dans la
bouche, de Werber: these pour le doctorat en medecine ; presentée et
soutenue etc. Bordeaux, 1882, 92 pags. in-4°.
- APO''''l,)''ose omo-clavicular: these apresentada á faculdade de'
medicina do Rio de Janeiro em 22 de outubro de 1883, etc. afim da
poder exercer a sua profissão no imperio do Brazil. Rio 1883, in·4° gr.-
Ha deste autor- varios trabalhos em revistas de medicina para que
tem collaborado, como:
- Cerebrotomia methodica de .Bitot - na Revista Brazileira de Me-
dicina, anno l°, 1888, pags. 21 a 32.
- Lympho-fibro-sarcoma primitivo do braço - na mesma Revista e
anno, pags. 97 a 103.
educação da mulher desde a infancia até ii. maternidade. Teve este livro
segunda edição em 1880. D. Isabel tem varios trabalhos sobre a historia
do paiz, entre os quaes
- A sedição de 1817 no Rio Grande do Norte - que foi lido por
elIa perante o Instituto archeologico e geographico pernambucano em
uma das sessões de 1892.
:r
Jacintho Alves Branco Muniz Barreto-
Filho do general Domingos Alves Branco Muniz Barreto, de quem
oceupei-me, e dona Maria Barbara de Saint-Pierre Muniz Barreto,
e natural da Bahia, era segundo tenente da armada quando foi
acelamada a independencia e subiu successivamente á diversos postos
até o de capitão de fragata, em que foi reformado. Foi director do
arsenal de marinha de Pernambuco, e servia o logar de director do
pharol de Cabo Frio, na provincia do Rio de Janeiro, quando falleceu
em 1862. Pertenceu a algumas associações de lettras; era cavalIeiro
da ordem de S. Bento de Aviz, e escreveu:
- Elementos de ast?'onomia para uso da juventude, traduzidos em
vulgar. Pernambuco, 1834, in-4°- Vi em um catalogo esta obra
editada no Rio de Janeiro, 1836 ; entretanto, não me consta que hou-
veSSe segunda edição.
- Elementos de geometria pratica para os usos mais frequentes da
navegação, traduzidos, etc. Bahia, 1839, in-8°.
- Viagem feita ã. roda do mundo pelo commandante Byron, tra-
duzida, etc. Ba.hia, 1836, in-8°.
- Resumo historico da primeira viagem á roda do mundo, empre-
hendida por Fernando de Magalhães e levada á e:treito pelo capitão
hespanhol João Sebastião do Cano. Traduzido, etc. Bahia, 1836, in-4°.
- Historia dos Estados Unidos da America Septentrional e Meri-
dional desde sua emancipação até o reconhecimento de sua indepen.
dencia, contendo, além da parte historica, geographica e estatistica
dos referidos Estados, a descripção de seus rios, lagos, portos, climas,
minas, montanhas, vulcões, commercio, religião, fõrmas de governo,
ete. Obra escripta originalmente em hespanhol e traduzida, etc. Rio
de Janeiro, 1838, 390 pags. in-8°.
1852, 208 pags. in-8°. - Fecha-se o livro com a resposta escripta pelo
arcebispo. Depois foi publicado:
-Appendice á discussão entre o Exm. e Revmo. Sr. D. Romualdo
Antonio de Seixas, arcebispo da Bahia e o lllm. Sr. Dr. Jeronymo
Villela de Castro Tavares acerca do parecer: Si os parochos podem ser
processados e punidos pelo poder temporal, quando violam as obri-
gações mixtas e as leis do estado. Recife, 1853, 54 pags. in-8°.
- A s~rpente de Moisés. Traducção. Recife, 1832, in-8°.
- Deveres do homem e do cidadão. L'{.ecife, 1833, in-8°.
- Poesias. Recife, 1850, in-8° . - São composições escriptas na prisão
e por isso repassadas de melancolia e saudades; foram colligidas e
publicadas por um patricia e amigo. Além dessas deixou muitas outras,
sendo algumas postas em musica, ou pelo autor, que tambem cultivava
a arte e compunha, ou pelo compositor LimlJ Cantuaria. Foi um dos
redactores do Constitucional da Parabyba em 1839, collaborou para
varias jornaes de sua provincia, como Diario Novo, Regeneração,
Aurora, Guat'da Nacional e Tempestade, e redigiu por fim:
-A Guarda Avançada. Pernambuco, 1863, in-fol.
Sinto não poder neste momento dar noticia de suas campo ições que,
me parece, nunca foram colleccionadas. De seus improvisos eis um
- Soneto feito n'uma reunião de 1itteratos, amigos, respondendo a
um desafio poetico :
Segundo uma noticia que, em 1880, pude obter, tinha Ca tro Rebello
nessa época a publicar, e parece-me que publicou:
- Echos do lar: poesias mais recentes, consagradas a diversas
pessoas.
- Satyras politicas: collecção de satyras - Publicou em folhetins
na Gazeta da Bahia.
JO
todas as suas poesias elie ostenta com abuso os conbecimentos que ti-
nha da historia e da fabula, diz que «quando narra não tem elegancia,
e até dirieis flm quasi toda', fcouxas, pe 'ada e soporiferas, a iste mal
a rima e apenas se atam as idéas~. Acho flue o historiographo brazi-
leiro é severo de mais. Sabe-se que Brito Lima. nunca sahiu de sua
patria e que ahi viveu n'uma época em que não se permittia a ins-
trucção; não bavia mais do que as aulas dos jesuitas; não havia uma
bibliotheca, uma typograpbia. E o abbade B. Machado, que vivia
quando se publicavam seus versos, diz que Brito Lima, «não e tu-
dando mais que os rudimento~ grammaticaes, a natureza o dotou de
engenho tão vivo e comprebensão tão sublime, que fez celebre o sen
nome pela copio a affiuencia de seus versos, ornados de noticias da
historia sagrada e profana, mythologia, e todo genero de erudição,
não havendo assumpto, fe tivo ou funebre, lyrico ou horoico, em que
a sua musa não le.vasse a primazia.» I!Jscreveu :
- Applau<os natalicios com que a cidade da Bahia celebrou a no-
ticia do ft3liz primogenito do Exm. Sr. D. Antonio de Noronha, Conde
ue Villa-Verde, do conselho de sua magestade, etc. etc., neto de Exm.
Sr. D. Pedro Antonio de Noronha, Conele e senhor de Villa-Verde,
marquez de Angêja,vice-rei e capitão-general do estado da IOllia, vice-
rei e capitão general tlos esta10s do Brazil,etc. etc. Lisboa, 1718, in-4 0 •
-Depois de varias poesias em louvor do autor, e da re pectiva licença
para impres ão do livro, vê- e um novo fron tispicio, i to é : « Poema
elegiaco e narr'lção verrladeira em que se descrevem as festas que o
mestre de campo João de Araujo de Azevedo mandou celebrar na cidade
da Bahia em obsequio do pl'imogenito do Exm. Sr. Conde de Villa-
Verde, neto e herdeiro da casa do Exm. Sr. Marquez de Angêja etc.».
No verso deste titulo ha um soneto assignado por Brito Lima, prece-
dendo o poema, que se divide em quatro cantos com 293 oitavas rimadas,
occupando só o poema 148 paginas. Segnem-se 6 pags. com sonetos de
outros autores ao mesmo assumpto e mais 23 pags. contendo 0« Diario
panegyrico das fe"tas que na cidade da Babia se fizeram em applauso
do fausto e feliz natalício do Exm. Sr. D. Pedro de Noronha, etc. lt
- Poema festivo, breve recapitulação das solemnes festas que obse-
quiosa a Ba.bia tributou em applauso das sempre faustosas regias Melai
dos serenissimos principes do Brazil e das Asturias com as inclytas
princezas úe Portugal e de Castella. Lisboa, 1729, in-.(o- Contém
128 oitavas.
- Poema panegyrico em que se de crevem patria, nasr>imento e
lagares que serviu o meritissimo desembargador Ignacio Dias Ma-
deu'a. Lisboa, 1742, in-.(o.
JO 373
obsequias das pessoas mais gr,\das, a quem retribuia com seus vers s.
Brito Lima deixou tambem escriptos em prosa, como:
- Oraçcio academica na confcrencht de 21 de maio de 1724. 14 pJg".
in-fol. - Vem no JOvol. Pl'esillir:t o autor a e sa sessilo, e nella,
como em outl'as, lhe foram offerecidas variils composições pO'3ticas.
honrosa nomeada pelo espaço de dez annos, pugnando por um dos par-
tiLlos politicas do imperio, do (lua I se I'etü'ou completamente por
conhecer n. mei. vontade de seus cOl'l'eligionario:; quando em 1840 se
apre entava. candidato ei. uma cadeira na llamara dos deputados. Hav~
elle já. sido deputado á assembléa provi!lcial na primeira 1egislatma e
desempenhado o cargo de secretario dl\ presü1eocia. Dando-se depois
Llisto a advocacia, veiu a corte em 1855, e foi depois incumbido pelo
governo imperial de ir à Portugal colligir documeotos relativos à bis-
tOl'iu. patria, o que satisfazia com todo zelo, ji tendo escripto alguns
trabalhos, e enthesourando preciosos materiaes para outros, quando o
surprehendeu a morte. Era commendador da ordem da Rosa e membro,
do Iustituto bistorico e geogruphico brazileiro. Delle se occuparam
vario::> escriptores que podem ser coosultados, principalmente ode
A. Henrique Leal no seu Pantheon Maranbense. Escreveu:
- O Bl'azileiro: perioLlico politico, hebdomadario•. Maranhão, 1832-
Começou a sahir a 23 de agosto, e limitou-se a poucos numeras até no-
vembro. O Bm;ilei1'o sustentava as mesmas idéas do Pharol Maranhense,
fundado em 1829, e suspenso por se achar foragido seu redactor, amigo
e cunhado de Lisboa que, sabendo da morte de seu amigo, (vide
José Caudido de Moraes e Silva) fez parar o Bra::ilei1'o e publicou:
- Phal'ol Mam1thense. Maranhão, 1832 a 1833, in-fol -Começou a I
de novembro daquelle anoo e terminou em dezembro deste.
- Echo do Norte. :Maraohão, 1834 a 1836, in-4° - Começou a 3 de
julho de 1834.
- Ch"onica Mamnhense. l'viaraohão, 1838 a 1840, io-fol-Começou a
publicar-se a 2 de jaueiro de 1838 e termioou a 17 de dezembro de 1840,
sempre em lucta com a Revista, redigida por Francisco Sotero dos
Reis.
- Jornal de Timon. Maranhão, 1852 a 185-1, 2 vais. in-8°-
(
E' um.'1 série de folhetos em que se fulmina com a sátira e com o
ridiculo « o vicio, o desregramento, a vaidade" e tambem dam-se no ti-
ciás sobre a historia patria etc. Com o JOl-nal de Timon adquirira Lisboa
uesa:t!ectos. Se pronunciara. elle coutra o methodo, proposto por Var-
nhagem em sua Histol'ia gel'a1 do Brazil, para, a catecltese e civilisação
dos iudios bravos, e isto deu motivo ao apparecimento em Portugal de
um opusculo com o titulo: « Diat,"ibe contra a timouice do Jornal ele
Timon, maranhense, acerca da Historia do Brazi1 do SI'. Varnhagem,
Lisboa, 1859» por Erasmo, anagramma de Mornes, ou Frederico
Augusto Pereira de Moraes, e a que o mesmo Va,rubagem escrevesse:
< Os iudios bravos e o Sr. Lisboa, Timou 3°, pelo autor da Historia
geral do Brazil. ApostilIa e nota G. aos numeras II e 12 do Jontal
435
- Comurahy: drama - Creio que não foi publicado; sei, porém, que
escreveu, além deste, outros trabalhos que devem existir em poder de
seus herdeiros.
Na imprensa rerligiu :
- O Seculo : jornal politico, Iitterario e commercial. Bahia, 1848-
1849, in-fol.
João José Pinto - Filho elo dr. João José Pinto c de dona
Joa.nna. Rosa Monteiro Pinto, e nascido no Recife a 2 de fevereiro de
1832, é doutor em sciencias sociae e juridicas pela faculdade desta
cidade; lente jubilado da mesma. t'aculda.de ; agraciado com o titulo ue
conselho do ex-imperador j omcial ua oruem da Rosa; socio do in 'tituto
historico e geographico brazileiro, do instituto archeologico e geogra-
phico pernambucano, do instituto filial dos arlvogados brazileil'os, da.
sociedade litteraria e auxiliadora da, instrucção secunuaria., da, socie-
dade propagadora da instrucção pulJlica de Pema.mbuco e ue varias
associações de lettras. Foi relator de algumas commissões da congl'e-
ga.çãojuridica, para iuformar ácerca do varias questões e de obras sub-
mettidas ao juizo da mesma congregação por seu' collegas do Recife e
de S. Paulo, sendo notaveis seu parecer sobre o projecto de lei que
creava uma universidade no Rio de Janeiro e o que eSCl'eveu em sepa-
rado sobre a traducção das [nstitutas do impel'ador Justiniano (veja-se
Antonio Coelho Rodrigue ). Fez tambem pal'te de ,commissões nomeadas
pelo governo, como a da presiden ia da provincia, de 1884, para agen-
ciar documentos relativos á instrucção primaria afim de serem enviados
á associação mantenedora do museu escolar nacional, e a do governo do
estado, em 1892, para animar e preparar a concurrencia de productos
para a exposição de Chicago. Foi á tres concul'SOS para ser lente sub-
stituto da faculdade, sendo sempre seu nome collocado em primeiro
logar, e escreveu:
-Dissertação lida perante a faculdade de direito do Recife por oc-
casião de defender theses p:1ra tom:1r o grá.o do doutor no dia 18 de
outubro de 1857, Recife, 1857, in-8°.
- Disse?·tação e theses apresentadas á faculdade de direito do Recife,
para o concurso á uma vaga de lente substituto, etc. Recife, 1858,
in-8° - Versa a dissertação sobre «Liberdétde do ensino~.
- Dissertação e theses apresentadas á f,lculdade de direito do Recife,
para o concurso a uma vaga de lente substituto, etc. R'3cife, 1859, in-8°
JO 467
que:;. " PI'i~d; a,lm21l te como histol'iac1ol' llo pf'i moi 1'0 reina'lo n5,o
soub'3 o SI'. cO~Helhei['o Pel' lira. d~L Silva g-Ilal',lar, aill'ia. a.gUl'_L no fim
de tnutos,annos, a impar~ialidad<3 o tL friez,L do historia.dOl' deflnte de
acontecimento.; flue se paS:iflr.Lm e:n um:t época, dc eITel've cenchL [lol i licn,
em qne a,s pnixões tndo CJga!V::LI'll. R'lcolhondo o.) uoatos das !'l1as o
convon:ticulo5', colligindo as 1I0ticia5, :lllJ'eue invontallutl e IH'epara.tlas
pelos exalta'los em seus- planos l'ovolucionarios, tI'<lusllliLtillllo à postr-
ridade a fa.lstt apreciàção e os incxactos 'commentaJ'ios, ,L que neuhul'll
apto, por.melhor que seja, pó le escJ.par;·deso.e qne ::L má fé fluizcr adul-
tera!-o, o Sr. conselheiro Peraira. da Silva poz o S:l1I helio talento a
sel ~iç0 de u ' I1/.L canS;1 mi. c tOT'na-~e digno da mil,i:; sevem. censura, que
nã:o poucâs veZf~S lho cabe, r~ não ó sómente em re[;'oão a.o Sr. O. Peelro I,
em varias (.c~as:0-Js injustitmente aprejauo nesse/> trabalhos histol'icos,
cQmo,em reftlL'encia lL muitos,peL'5011age~)S, flUJ li'K'ul'u,r,Lm nos aCOD-
tecimen,tos dU'IueUa .ép(lc I, rtue deixou elle de procede L' com a dev ida.
ca.u.tela. NiJil@uetn ignora,'por exemplo, as conlestações que'pt'ovocou a
sua our,L ~obrc o s~!ltn'lo periodo do l'eitlaclo de D. Pedro I. Si a
{alta.de exactidüo' historiCi~ é,.vicio' es~eocíal nos estu,los el':lsse genel'o,
Ir .ais intlesculpavel e peI'igosa se torna nas apreciaçilcs dos factos, ele
<lue 'o historiadpr. teJ;lba sido qua,i conlemporaMo, muitf\s das quaes,
ficando sem protesto e resguardatl'10·se com o nome do autor, podem
passar á posteridàde,tinteiramente aI bradas, com 'grave prejuizo da
verdaçlo.» I, "
" ' -, SegulUw J1el;iodo do reill<l/10 de O. P(lCÚ'O I no Brazil (1825-1831),
R~o de Janllil'O, 187),,47J Jpags, ill-S" - E' uma continuação da. obra
preceàente .. Ha,tambem,seguncla edição ••
- His/ol'ia do Bra,iL do 1831 a 1840. (Governos regonciaes dura.nte
aJmenol'idpde). Rio clt'J'.hneiro, 1879,.500 pags. in-8° - E' o com-
pl.eme,uto .tin.al da: HistoriJJ,· d;o 13I'$zil. Fez-se a segunda edição
em 1888.
-+ ,Situation sociale, politique et éconQmiql1e do l'empire du Brésil.
P,II'i:', 1805, 248 p~,"s. in-8° - Compl'ehende duas publicaçõp,s que
J11.("1'<1. na. Reoue des deux Mondes,. lL saber: «Le Bl'ílSil em 1858
sous'. ,I'empeL'eur O. Pedro II », que encerra um esboço histOl~ico do
irrípol'io, considerado sob os pontos de vista' tlnaocelro, politico,
militar; commer\lial, industrial, etc.• e flue foi tl'aduzido em por-
tuguei, allcmão, italiq'L]O, e public(l.do em poriodicO;l d9S respectivas
liDgJlaS,e .~ L;L g'necr.o .entre lo BI'esil Qt h Pinta», publicação
de I 65.
- L:, J,iu.h·alw·c pOI·tugetisO, ,O:J pl.S5ê et 5.0:1 étnt actueI. P':'L'is,
1865, 237 p:lgE. in-S" - Foi t'Lmbe n public'ldo dcpoi,s na' ncoi~lll
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