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DOSSIÊ TÉCNICO –

Fibra de coco

Aproveitamento

Lisiane Fernanda Fabro de Castilhos


Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR

Agosto/2011
Edição atualizada em Setembro/2021
Fibra de coco
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Dossiê Técnico CASTILHOS, Lisiane Fernanda Fabro de
Fibra de coco
Instituto de Tecnologia do Paraná - TECPAR
8/8/2011
Resumo Informações sobre o processo de obtenção da fibra de coco,
suas propriedades e aplicações. Descrição da composição do
fruto, método e equipamentos para obtenção da fibra, sua
utilização como substrato agrícola, como matéria-prima para
fabricação de objetos de jardinagem, na construção de placas
acústicas e de isolamento térmico, no revestimento para bancos
de automóveis, na adição como reforço em compósitos
poliméricos, fibrocimento, concreto e mistura asfáltica, fabricação
de mantas para proteção de encostas, recuperação de áreas
desmatadas e biofilme em tratamentos de efluentes.

Assunto RECUPERAÇÃO DE MATERIAIS NÃO ESPECIFICADOS


ANTERIORMENTE
Palavras-chave Acondicionamento; acústica; biomanta; capacho; casca de coco;
coco; compósito; concreto; corda; embalagem; extração de fibra;
fibra de coco; fibra natural; fibra vegetal; fruto; isolamento
acústico; isolamento térmico; jardinagem; nutrição animal; ração;
som; substrato; tapete; tratamento de efluente; vassoura
Atualizado por MARTINES, Elizabeth

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DOSSIÊ TÉCNICO

Sumário

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3
2 COMPOSIÇÃO DO FRUTO ............................................................................................. 3
3 CONSTITUIÇÃO DAS FIBRAS VEGETAIS ..................................................................... 4
4 PROCESSO DE EXTRAÇÃO DAS FIBRAS .................................................................... 5
5 APLICAÇÃO DAS FIBRAS .............................................................................................. 7
5.1 Fibra da casca do coco verde como substrato agrícola ........................................... 7
5.2 Embalagem de fibra de coco....................................................................................... 8
5.3 Adição de fibra de coco em concreto não estrutural ................................................ 8
5.4 Uso de fibras de coco em compósitos ....................................................................... 9
5.5 Adição de fibras de coco em misturas asfálticas ...................................................... 10
5.6 Mantas de fibra de coco .............................................................................................. 11
5.7 Objetos para jardinagem ............................................................................................. 13
5.8 Chapas de fibra de coco.............................................................................................. 14
5.9 Produção de gabinetes ecológicos de computadores .............................................. 15
5.10 Banco de automóveis ................................................................................................ 16
5.11 Obtenção de papel ..................................................................................................... 17
5.12 Produção de enzimas ................................................................................................ 18
5.13 Complementação alimentar animal .......................................................................... 18
5.14 Fabricação de cordas, vassouras e capachos......................................................... 18
5.15 Suporte para biofilme em sistema de tratamento de efluente ................................ 20
Conclusões e recomendações ......................................................................................... 20
Referências ........................................................................................................................ 21

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DOSSIÊ TÉCNICO

Conteúdo

1 INTRODUÇÃO

O coqueiro (Cocos nucifera L.) é uma planta comum da região litorânea do Nordeste,
entretanto, pode ser cultivado em outras regiões de clima tropical caracterizado por uma
temperatura acima de 220C, com elevada umidade e chuvas sazonais. Para que haja um
bom desenvolvimento da planta, além do clima, o solo deve ser leve, profundo, permeável e
arejado (PORTAL SÃO FRANCISCO, [200-?]).

As cascas do coco verde correspondem a 80% do peso bruto do fruto. O país é o maior
produtor de água de coco, com 1,9 bilhão de cocos colhidos em 2015, segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este material vem sendo disposto em
aterros e lixões, provocando um enorme problema aos serviços municipais de coleta de lixo
devido ao seu grande volume. O meio ambiente leva de 8 a 12 anos para decompor o coco.
O desenvolvimento de alternativas de aproveitamento da casca de coco verde possibilita
reduzir a quantidade de resíduos sólidos nos aterros sanitários, além de proporcionar uma
nova opção de rendimento (CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002; GITEL, 2018; VALE;
SOARES; CASAGRANDE, 2007).

Com a grande expansão da produção de coco, a garantia da disponibilidade de matéria-


prima aumentou, possibilitando a fabricação dos mais variados produtos. O Brasil é o quarto
maior produtor mundial de coco, atrás de Indonésia, Filipinas e Índia, mas é o maior de coco
verde, do qual é extraída a água de coco (CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002; GITEL, 2018;
VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007).

Analisando o comportamento histórico do coco verde no mercado observa-se um expressivo


crescimento dos plantios nos últimos anos, contudo, ao contrário das cascas de coco seco,
grande parte do coco verde ainda é descartado como resíduo. O processo de coleta da
casca ocorre nos próprios locais de venda de água de coco, descartando-se aquelas de
coloração marrom, por apresentarem dificuldade no processamento (VALE; SOARES;
CASAGRANDE, 2007; CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002).

As fibras de coco se destacam por apresentarem alta disponibilidade no país, baixo custo e
propriedades físico-químicas adequadas à confecção de diversos produtos como cordas,
escovas, tapetes, estofamentos automotivos, reforço em compósitos, entre outros
(DUARTE; IMAI; NII, 2009).

Um coco fornece cerca de 70 gramas de fibra, sendo que, do processo de desfibramento,


somente 25% da casca é revertida em fibras multidimensionais aproveitáveis, o restante é
formado principalmente por fibras de comprimento reduzido e pó de coco que têm sido
utilizados experimentalmente como adubo (DUARTE; IMAI; NII, 2009).

2 COMPOSIÇÃO DO FRUTO

O coco, fruto formado a partir de uma semente chamada drupa, é constituído basicamente
por um epicarpo, que consiste em uma camada externa fina e lisa que forma a sua casca;
mesocarpo, camada intermediária fibrosa de onde obtém-se a fibra; endocarpo, uma
camada lenhosa e dura e a castanha chamada de albúmem sólido, que é a parte do fruto de
maior valor comercial, além da água de coco. O fruto chega a alcançar o peso médio de 3 a
4 Kg e a quantidade de água diminui à medida que o coco amadurece (PORTAL SÃO
FRANCISCO [200-?]; FAGURY, 2005).

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Fibra de coco

Figura 1 – Partes do coco


Fonte: (PASSOS, 2005)

3 CONSTITUIÇÃO DAS FIBRAS VEGETAIS

A fibra de coco extraída do mesocarpo, parte espessa fibrosa do fruto (FIG. 2) apresenta
uma elasticidade superior a outras fibras vegetais, além de uma elevada capacidade de
resistir à umidade e a altas variações nas condições climáticas. É constituída de materiais
lignocelulósicos, sendo suas principais características a baixa densidade, a boa flexibilidade
no processamento e a facilidade de modificação perante agentes químicos, além de fonte de
recursos renováveis, biodegradáveis e não abrasivos (PANNIRSELVAM et al., 2005; VALE;
SOARES; CASAGRANDE, 2007).

Figura 2 – Mesocarpo fibroso


Fonte: (DUARTE; IMAI; NII, 2009)

Quanto à sua composição, as fibras são formadas basicamente de celulose, hemicelulose,


lignina, pectina e minerais. A celulose é o principal constituinte estruturante, sendo um
polissacarídeo linear de alto peso molecular formado principalmente de glicose, responsável

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pela estabilidade e resistência das fibras. A hemicelulose é um polissacarídeo formado pela


polimerização de vários açúcares (glicose, xilose, galactose, arabinose e manose), atua
como ligante entre a celulose e a lignina (PASSOS, 2005).

A lignina é um polímero complexo responsável pela formação da parede celular. Sua


concentração nas fibras influencia na estrutura, na morfologia, na flexibilidade e taxa de
hidrólise. Fibras com alto teor de lignina são de excelente qualidade e alta flexibilidade
(PASSOS, 2005).

A pectina, um polissacarídeo com função aglutinante, é um dos constituintes da parede


celular. Já os componentes minerais são os responsáveis pela formação das cinzas após a
incineração das fibras (PASSOS, 2005).

As fibras das cascas de coco possuem uma quantidade menor de celulose, contudo, o
percentual de lignina é grande, cerca de duas a quatro vezes maiores que os valores
existentes nas fibras de juta e sisal, tornando-a extremamente vantajosas frente às outras
fibras. O teor de lignina nas fibras varia em função da idade do fruto, girando entre 20% nas
fibras de coco jovem e de aproximadamente 35% no fruto maduro (PASSOS, 2005).

As principais características a serem avaliadas nas fibras são: qual tipo de celulose está
presente (cada tipo de celulose tem a sua geometria e a geometria das células influencia
nas propriedades físicas); qual é a idade da fibra; qual é a relação entre as quantidades de
celulose, hemicelulose e lignina e, finalmente, qual é o nível de cristalização das fibrilas que
formam as fibras. As propriedades mecânicas das fibras de coco estão descritas no Quadro
1.

Comprimento da fibra 15 a 33 cm
Diâmetro da fibra 0,05 a 0,4 mm
Cor Marrom claro a escuro
Toque Áspero, duro
Alongamento Muito alto
Densidade Muito baixa
Higroscopicidade Tolerância de 13%
Lignificação Forte
Tingibilidade Boa
Quadro 1 – Características mecânicas da fibra de coco
Fonte: Adaptado de (CLAUS, [200-?])

4 PROCESSO DE EXTRAÇÃO DAS FIBRAS

O processo convencional de extração das fibras ocorre de duas formas: por maceração ou
desfibramento mecânico. A maceração é realizada nas fibras de coco verde, enquanto o
desfibramento mecânico ocorre nas fibras de coco seco.

A maceração é um processo de origem biológica, no qual as cascas de coco são imersas


em água por um período de 4 a 12 semanas para que ocorra uma fermentação anaeróbia
espontânea da matéria vegetal, auxiliando a liberação dos feixes fibrosos. Esta variação de
tempo depende de fatores químicos e físicos como pH e temperatura da água (DUARTE;
IMAI; NII, 2009; PANNIRSELVAM et al., 2005).

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Fibra de coco

Figura 3 – Tanque de maceração


Fonte: (CALDSTEEL EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS, [200-?])

Depois de maceradas, as cascas seguem para o desfibramento, onde ocorre a separação


da parte celulósica (fibra) da semicelulósica (pó). Este processo resulta em cerca de 25% de
fibras aproveitáveis e 75% de pó (CLAUS, [200-?]; DUARTE; IMAI; NII, 2009).

Após o desfibramento, as fibras devem ser lavadas em água corrente para a remoção
parcial da lignina. Então, seguem para a secagem que pode ser feita ao sol ou em estufas,
são separadas através de peneiramento (longas ou curtas) (CLAUS, [200-?]).

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), unidade Agroindústria


Tropical, juntamente com a metalúrgica Fortalmag desenvolveram um equipamento conjunto
para a obtenção do pó e fibra da casca de coco verde. A produção é realizada basicamente
em três etapas (ROSA, [200-?]):

• A trituração onde a casca de coco é cortada e triturada por um rolo de facas fixas;

• A prensagem é realizada para eliminar a alta concentração de sais tóxicos para o


cultivo das diversas espécies vegetais. A eficiência desta etapa é de importância
fundamental para a seleção do material na etapa seguinte e também para a adequação do
nível de salinidade do pó obtido no processamento;

• Na seleção, as fibras são separadas do pó na máquina selecionadora que é


equipada com um rolo de facas fixas e uma chapa perfurada. O material é turbilhonado ao
longo do eixo da máquina, o que faz com que o pó caia pela chapa perfurada e a fibra saia
no fim do percurso (FIG. 4).

Figura 4 – Desfibrador de fibra de coco produzido pela Embrapa


Fonte: (ROSA, [200-?])

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5 APLICAÇÃO DAS FIBRAS

As fibras de coco são utilizadas na fabricação de tapetes e capachos, pois têm alta
durabilidade, maior retenção da sujeira, além de fungicida natural; em cordame especial
para navios, devido a sua resistência à água do mar; em escovas e vassouras; como
enchimento de almofadas; na fabricação de madeira prensada; mantas para
reflorestamento; suporte para biofilme, entre outras (CLAUS, [200-?])

5.1 Fibra da casca do coco verde como substrato agrícola

A fibra da casca de coco verde tem sido utilizada na preparação de substratos para cultivo
de mudas de hortaliças. Para isto, as fibras devem passar por um processo de
compostagem (CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002).

Após o desfibramento, já descrito anteriormente, as fibras são separadas e lavadas em água


corrente de boa qualidade, para diminuir o teor de substâncias tóxicas como o tanino,
cloreto de potássio e sódio. Em seguida, passam por uma secagem ao sol, onde sua
umidade é reduzida para uma faixa de 15 a 20%, pois o teor de umidade influencia no
tamanho das partículas finais de substrato (CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002).

Para obter-se um bom substrato é necessário que o cumprimento das fibras seja pequeno,
portanto, deve-se diminuir o tamanho das fibras, o que consequentemente aumenta a
capacidade de retenção de umidade e nutrientes. A unidade da Embrapa Hortaliças tem
obtido bons resultados utilizando trituradoras e peneiras com furos de 3 mm ou 4 mm de
diâmetro para o cultivo sem solo, entretanto, para a produção de mudas é recomendável
substrato com granulometria ainda menor (CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA, 2002).

Para produção de um substrato a base de fibra de coco de qualidade, com o intuito de


produzir mudas, é necessário adicionar adubos de acordo com as necessidades da espécie
a ser cultivada, pois a fibra não possui os nutrientes suficientes (CARRIJO; LIZ;
MAKISHIMA, 2002).

As principais características para um bom substrato são, entre outras, uma porosidade
acima de 85%, a capacidade de aeração entre 10 e 30% e facilidade na assimilação de
água de 20 a 30%. Já as propriedades físico-químicas da fibra de coco dependem do
processamento e da casca, entretanto, estima-se que a porosidade média é cerca de 95% a
capacidade média de aeração 45,5% e a facilidade na assimilação de água 19,8%.
Conferindo ao substrato com fibra de coco uma boa qualidade (CARRIJO; LIZ; MAKISHIMA,
2002).

Segundo Carrijo, Liz e Makishima (2002), o cultivo de hortaliças sem o uso do solo, com
substrato de fibra de coco apresentou excelente resultado devido a sua baixa degradação
mediante a intensa aplicação de água e fertilizantes. Quando comparado a outros sete tipos
de substratos, este apresentou uma pequena superioridade.

Para que a utilização do substrato de fibra de coco seja eficiente no plantio de mudas é
necessário um processo de compostagem. A maneira de preparar o substrato é descrita a
seguir.

Para 3 partes de fibra de coco deve-se adicionar uma parte de cama de aviário e mais 2
kg/m3 de fosfato, deixando em compostagem por 60 dias e revirando o conteúdo a cada 15
dias. O armazenamento deve ser em local limpo, seco e coberto (EMPRESA BRASILEIRA
DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, [200-?]).

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Fibra de coco

Figura 5 – Substrato de fibra de coco


Fonte: (PROJETO COCO VIVO, 2011)

5.2 Embalagem de fibra de coco

Chamados de “coco bag” são sacos feitos com fibra de coco para armazenamento de
substrato e germinação de mudas, substituindo os tradicionais sacos de plástico (FIG. 6).
Suas principais características são:

• eliminação do lixo residual, devido a degradação do saco após um tempo;

• produto reciclável e biodegradável;

• expansão do saco quando adicionado água (ENGEPLAS, [200-?]).

Figura 6 – Sacos de fibra de coco


Fonte: (ENGEPLAS, [200-?])

5.3 Adição de fibra de coco em concreto não estrutural

Diversos estudos sobre adição de fibras em concreto com intuito de melhoramento das
propriedades do concreto convencional foram realizados, entre eles, a adição da fibra de
coco (BENTO et al., 2008).

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Ensaios laboratoriais foram realizados para avaliar as vantagens e desvantagens para a


utilização do concreto acrescido de fibras de coco. Para a análise, utilizou-se duas
composições de concreto. A primeira havia brita, areia, cimento, água e fibra de coco. A
segunda não possuía a fibra. Foram feitos corpos de provas das duas amostras de concreto,
submetendo-as a testes de tração e compressão para então compará-los (BENTO et al.,
2008).

O concreto composto com a fibra de coco apresentou resultado satisfatório apenas para a
aplicação não estrutural onde não sofre grandes solicitações, pois a degradação da fibra em
relação ao tempo não permite que ele suporte grandes esforços tanto de compressão como
tração. Entretanto, ele apresentou boa propriedade de vedação devido ao baixo módulo de
elasticidade, além de isolamento acústico e térmico (BENTO et al., 2008).

5.4 Uso de fibras de coco em compósitos

O desenvolvimento de novos materiais com adição de fibras vegetais tem sido pesquisado e
utilizado para substituição da fibra de vidro em compósitos poliméricos, com intuito de
reduzir a quantidade destas fontes não renováveis. Com o advento desta tecnologia, os
compósitos reforçados com fibra de coco, sisal e juta estão competindo com os plásticos
reforçados com fibra de vidro (PASSOS, 2005).

As vantagens apresentadas pelos compósitos a base de fibras quando comparadas a outros


materiais sintéticos são:

• Altas propriedades mecânicas específicas;

• Biodegradabilidade e reciclabilidade;

• Baixa densidade e não-abrasividade;

• Baixo consumo de energia e custo de produção;

• Oferta de empregos rurais;

• Resistência a temperaturas (até 2000C) altas sem perda significativa das suas
propriedades (PANNIRSELVAM et al., 2005).

As propriedades das fibras podem ser alteradas pela modificação química, o que permite um
crescimento do seu potencial em aplicação tecnológica. A modificação química convencional
consiste na reação de esterificação, copolimerização superficial, onde a superfície da fibra
lignocelulósica pode ser alterada pelas ligações de ramificação com monômeros vinílicos e a
ativação por plasma, onde um gás ionizado modifica as propriedades da fibra de acordo
com sua natureza (PANNIRSELVAM et al., 2005).

A utilização de fibras vegetais em compósitos de fibrocimento também tem sido estudada


para substituição do asbesto, um mineral com propriedade carcinogênicas, proibido em
diversos países, que provoca asbestose, uma doença respiratória que ocorre devido ao
acúmulo de fragmentos deste material nos pulmões (PASSOS, 2005; TELHA..., [200-?]).

O novo produto foi desenvolvido a partir de uma mistura de cimento, resíduos siderúrgicos,
fibras vegetais (de bananeira, sisal, coco, eucalipto ou outras plantas) e sintéticas. Seu
nome técnico é fibrocimento vegetal (TELHA..., [200-?]).

Ensaios mecânicos de tração, testes físicos de permeabilidade, densidade e absorção de


água comprovaram a eficiência do produto em substituição ao fibrocimento tradicional, além
de apresentar algumas vantagens, entre elas, a maior capacidade de isolamento térmico,
leveza e durabilidade equivalente ao fibrocimento com asbesto. Entretanto, sua maior
vantagem é que não oferece riscos à saúde (TELHA..., [200-?]).

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Fibra de coco

Outra possibilidade é a produção de compósitos com celulose de papel usado e fibras de


coco para a utilização em coberturas de edificações, substituindo os compósitos tradicionais
(PASSOS, 2005).

O processo desenvolvido consistiu na mistura de água, papel e fibra de coco em um


refinador sob agitação, transformando estes componentes em uma massa que foi
transferida para um equipamento chamado desaguadouro, para formação de placas e
eliminação do excesso de água. Seguindo para secagem em estufa a uma temperatura de
70°C, então foram prensadas a frio e aparadas para o processo de impermeabilização com
cimento asfáltico (CAP 20) a 180ºC por 2 horas. O resultado pode ser observado na Figura 7
(PASSOS, 2005).

Figura 7 – (a) placa de compósito com papel e fibra de coco (b) telha do compósito impermeabilizada
Fonte: (PASSOS, 2005)

5.5 Adição de fibras de coco em misturas asfálticas

Com o aumento do volume de tráfego e da carga dos veículos nas rodovias, a preocupação
em desenvolver pavimentos de alta durabilidade e segurança que atendam os requisitos de
custo e beneficio é cada vez mais importante, pois este é um fator que exerce forte
influência na escolha do revestimento (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007).

A utilização de uma camada de rolamento com misturas asfálticas mais resistentes e


duráveis tem sido uma alternativa para a redução de custos de manutenção e operação das
vias. Como resposta das pesquisas, obteve-se uma mistura de graduação descontínua
chamada SMA. Esse tipo de mistura asfáltica tem sido muito utilizado na Alemanha, Bélgica,
nos Estados Unidos e no Canadá. Sua aplicação tem sido realizada principalmente em vias
de tráfego intenso, pesado e aeroportos (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007).

A mistura SMA é um concreto asfáltico usinado a quente de alto desempenho estrutural e


funcional, é utilizado como camada de aderência em pista molhada, na diminuição efetiva do
borrifo de água pelos pneus, na redução da reflexão das luzes de faróis em noites chuvosas,
e na redução de ruídos nas áreas lindeiras à via. A espessura de aplicação varia entre 1,5 a
7,0 cm, dependendo da faixa granulométrica. A formação de pequenos canais devido a sua
macrotextura promove uma drenagem superficial bastante eficiente (VALE; SOARES;
CASAGRANDE, 2007).

A composição da mistura SMA consiste basicamente em uma elevada quantidade de


agregados graúdos (entre 70 a 80%) preenchidos por um ligante asfáltico (6 a 7%) e fibras,
que penetram nos espaços vazios formando o revestimento (FIG. 8). Este ligante aumenta o
contato entre os grãos, formando um revestimento asfáltico resistente e impermeável com
um volume de espaços vazios menor que 4% (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007).

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Figura 8 – Mistura asfáltica SMA


Fonte: (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007)

As principais fibras utilizadas na Europa e na América do Norte são as de celulose e


minerais. As fibras de celulose apresentam vantagens em relação às minerais, devido ao
fato de serem produzidas a partir de fontes renováveis (VALE; SOARES; CASAGRANDE,
2007).

No Brasil, devido a grande quantidade de coco produzida, a pesquisa utilizou a fibra deste
fruto para avaliar sua aplicabilidade quando incorporada ao revestimento em substituição a
celulose. A percentagem de fibra adicionada ao revestimento asfáltico varia entre 0,3 a
0,4%, apesar das fibras não exercerem influencia no desempenho da mistura após a
compactação. Quando adicionada, ela forma uma película ao redor do granulado retardando
a oxidação, a penetração de umidade e a sua separação e, consequentemente,
aumentando a resistência ao desgaste do concreto asfáltico produzido (VALE; SOARES;
CASAGRANDE, 2007).

Foram realizados ensaios de resistência à tração, a fadiga, de escorrimento e resistência à


tração retida por umidade induzida. Os valores encontrados foram comparados ao
revestimento com a fibra de celulose. A fibra de coco apresentou boa eficiência com relação
ao escorrimento, contudo apresentou dificuldade de trabalhabilidade devido ao seu
comprimento, o que levou a concluir que ela não pode ultrapassar 20 mm de comprimento.
Quanto à resistência a tração, o revestimento apresentou resultados satisfatórios,
entretanto, nas análises de fadiga, os resultados foram equivalentes tanto com as fibras de
celulose e coco como sem a presença delas (VALE; SOARES; CASAGRANDE, 2007).

5.6 Mantas de fibra de coco

A utilização de fibra de coco para fabricação de mantas para proteção de encostas,


recuperação de áreas desmatadas ou devastadas pela mineração, contra erosão do solo,
sementeira, filtros industriais, porta-copos, jogo americano, entre outros, tem se
desenvolvido cada vez mais (POEMATEC, [200-?]).

O processo de obtenção das fibras e o mesmo descrito anteriormente, a tecelagem da


manta é à base de fibra, látex e tanino, um fungicida natural. As mantas de fibra de coco
podem ser fofas ou prensadas, possuem várias gramaturas, sendo utilizadas em uma série
de finalidades (POEMATEC, [200-?]).

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Fibra de coco

Figura 9 – Equipamento para fabricação de manta


Fonte: (POEMATEC, [200-?])

As mantas de fibra de coco são ideais para o controle de erosão, formação de taludes para
contenção de encostas e assoreamento na beira de rios, canais e córregos, revegetação em
estradas, paisagismo de parques urbanos e urbanização de jardins (ENGEPLAS, [200-?]).

Também podem ser incorporadas a sementeiras para germinação e para enraizamento de


várias espécies, evita o crescimento de mato e ervas daninhas, auxilia na retenção de
adubos, água e nutrientes no solo (ENGEPLAS, [200-?]).

Suas características diferenciadas atendem a processos erosivos específicos, sendo


adaptáveis a diferentes locais e finalidades. Algumas vantagens da sua utilização são
degradação programável e adição de matérias orgânicas e nutrientes ao solo (ENGEPLAS,
[200-?]).

Figura 10 – Manta para contenção de encostas


Fonte: (ENGEPLAS, [200-?])

Outra variedade de manta de fibra são as semiprensadas, chamadas de mantas fofas,


utilizadas como antirruído para aplicação em veículos ou máquinas, filtros de contenção de
material particulado (poeira, tintas, etc.), decorações, tapetes, cortinas e palmilhas
(ENGEPLAS, [200-?]).

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Figura 11 – Manta semiprensada


Fonte: (ENGEPLAS, [200-?])

5.7 Objetos para jardinagem

O uso da fibra de coco na confecção de produtos para jardinagem tem se difundido devido
ao fato da fibra ser antifúngica e possuir propriedades semelhantes às do xaxim, que em
razão de sua quase extinção tem extração controlada. Sua homogeneidade e capacidade de
absorção faz dos vasos de fibra um excelente retentor de água, auxiliando na hidratação e
aeração das plantas (VASOS..., 2009; POEMATEC, [200-?]).

Para o processo de fabricação de vasos e peças de jardinagem são utilizadas as fibras


curtas, geralmente desprezadas na fabricação de pinceis, o que faz a atividade muito
lucrativa, desde que fornecedores garantam a produção (VASOS..., 2009).

As principais características dos vasos de fibra de coco são:

• Contribuir para o enraizamento e crescimento das plantas;

• Absorver umidade;

• Perspirante;

• Alta durabilidade;

• Fungicida natural;

• Maleável;

• Leve (SILVA et al., 2003).

Para a fabricação de vasos de coco deve-se seguir as etapas de moagem, onde a casca do
coco é moída formando um granulado bem próximo ao pó; aglutinação onde um látex é
misturado a fibra (relação em peso é de 30% de látex para 70% de coco), para então ser
prensado e moldado; em seguida, vulcanizado em estufas durante 1 hora e meia a uma
temperatura de 70ºC (VASOS..., 2009).

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Fibra de coco

Figura 12 – Produtos para jardinagem


Fonte: (CLAUS, [200-?])

5.8 Chapas de fibra de coco

A confecção de chapas usando fibras de coco e resinas como aglutinante, com a finalidade
de isolamento acústico e térmico, tem ganho mercado devido ao custo e a sustentabilidade
do produto. O isolamento acústico é uma das utilidades mais nobres da fibra de coco. A
elevada quantidade de lignina produz placas rígidas que absorvem as baixas frequências,
reduzindo substancialmente os níveis sonoros, quer seja por impacto ou aéreos, tornando o
material um excelente isolante. Sua utilização em conjunto com a cortiça apresenta um dos
melhores índices de isolamento acústico (SILVA et al., 2003).

A confecção de painéis acústicos a partir da fibra de coco atende às exigências técnicas


quanto ao controle da qualidade, equiparando-se com os materiais disponíveis no mercado,
inclusive com baixo custo para sua aquisição (MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR,
2009).

Estas placas de fibra possuem resistência inferior à madeira, entretanto, sua capacidade de
isolamento térmico representa um alto ganho energético com refrigeração, principalmente
em países de clima tropical. Sua aplicação em paredes e tetos é recomendada nestas
regiões (PASSOS, 2005).

Dentro desta concepção, diversos produtos foram introduzidos no mercado com as mais
variadas finalidades.

A utilização de fibras de coco aglomeradas com látex natural e acoplada com plástico e
tecido não tecido (TNT) como revestimento para piso possui grandes vantagens, além da
sustentabilidade (FIG. 13). A utilização deste piso reduz em torno de 20% os ruídos quando
comparados aos demais e isola o frio e umidade devido a sua camada de plástico
(ENGEPLAS, [200-?]).

Figura 13 – Piso de fibra de coco


Fonte: (ENGEPLAS, [200-?])

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DOSSIÊ TÉCNICO

Utilizadas na construção civil como pisos, forros e paredes, as placas são aglomeradas com
látex natural e resina acrílica (FIG. 14). Funcionam como antirruído, junta de dilatação e
isolante térmico. Suas principais características são redução de ruído e isolamento térmico
de 20%, fácil aplicação, possuem várias densidades e espessuras (ENGEPLAS, [200-?]).

Figura 14 – Placa de fibra de coco


Fonte: (ENGEPLAS, [200-?])

5.9 Produção de gabinetes ecológicos de computadores

A substituição de placas convencionais dos gabinetes de computadores por placas de


compósitos a base de fibra de coco foi avaliada para possível produção de gabinetes
ecológicos. O projeto visou substituir as duas placas laterais e a placa superior, mantendo
os demais componentes originais (MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009).

Inicialmente, a casca do coco foi fatiada uniformemente com espessuras de 2 a 3 mm,


seguindo para um tratamento químico onde as fatias foram expostas a uma substância
oxidante para então serem prensadas. A prensa foi idealizada de forma a possibilitar uma
redução da espessura da lâmina processada através de dois rolos em inox (MACHADO;
DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009).

A seguir, as fibras foram levadas à estufa a temperatura em torno de 120ºC para ser
desidratadas por um período de duas horas. Este valor de temperatura foi determinado de
modo experimental para que a taxa de evaporação não modifique as suas propriedades
mecânicas (MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009).

A remoção total da umidade foi feita em micro-ondas com potência de 40 Watts em


intervalos de 2,5 minutos, onde a fibra foi pesada e aquecida até que não houvesse mais
alteração na sua massa. Então, iniciou-se a moagem em moinho de bolas pelo período de
uma hora e meia para redução do tamanho da fibra de coco, propiciando uma mistura mais
homogênea para produzir um compósito com maiores propriedades mecânicas (MACHADO;
DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009).

As fibras moídas foram separadas em peneiras vibratórias e então coloridas com anilina
diluída em álcool, ou por fervura em corantes diluídos em água. A granulometria das fibras
escolhidas para o compósito era de 40 mesh, para esta escolha foram realizados testes
experimentais com pequenos corpos de prova com vários comprimentos de fibras
(MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009).

Para confecção das placas foram construídas molduras nos tamanhos correspondentes às
placas originais do computador. As placas fabricadas foram compostas de resina, fibra de
coco e iniciador, responsável pelo endurecimento da resina. Durante os ensaios, algumas
placas apresentaram defeitos como empeno, trincas e bolhas devido a quantidade de
iniciador. Após vários testes, definiu-se que o valor ideal de iniciador para composição das
placas é de 0,8% mássico (MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009).

15 2021 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT


Fibra de coco

O processo de fabricação das placas consistiu em cinco etapas:

• Aplicação de desmoldante nas matrizes para auxiliar na retirada do compósito;

• Adição do iniciador na resina e despejo sobre a matriz;

• Distribuição das fibras uniformemente sobre a lâmina de resina;

• Recobrimento da camada de fibra com a resina já preparada;

• Desinformação das placas após a cura do compósito (MACHADO; DAMM;


FORNARI JUNIOR, 2009).

Finalizado o processo, o gabinete apresentou design agradável e satisfatório, pois o projeto


focou apenas o aspecto visual do compósito. O objetivo do trabalho que era o
reaproveitamento de um produto abundante e pouco utilizado foi alcançado, de forma
sustentável e ecologicamente correta (MACHADO; DAMM; FORNARI JUNIOR, 2009).

5.10 Banco de automóveis

A utilização de fibra de coco na composição de assentos para automóveis teve inicio com a
Mercedes-Benz em 1994, com a fabricação de encostos de cabeça para os caminhões. A
partir de 1999 a fibra passou a ser utilizada na composição dos assentos dianteiros do
modelo Classe A. Hoje, diversas fábricas europeias utilizam o estofamento de fibra de coco
(FIG. 15) (CLAUS, [200-?]).

Comparando os assentos fabricados com fibra de coco e os de espuma derivada de


petróleo, considera-se a fibra superior à espuma devido a condensação do vapor do corpo
que a espuma provoca, enquanto que a fibra permite a aeração, evitando assim o incômodo
do suor (ENGEPLAS, [200-?]).

Algumas vantagens da fibra de coco em relação às espumas de poliuretano, que geralmente


são usadas nos estofamentos, estão descritas a seguir:

• Permite troca de calor com o ambiente;

• Fabricado com produtos naturais de fontes renováveis;

• Contém tanino, um fungicida natural;

• Resistente a impactos;

• Maior conforto devido a possibilidade de ter várias densidades em uma mesma


peça;

• Biodegradável e reciclável;

• Alta resistência;

• São retardantes de chama;

• Não tem odor;

• Mais durável que os materiais similares (ENGEPLAS, [200-?]).

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DOSSIÊ TÉCNICO

Figura 15 – Bancos de automóveis com fibra de coco


Fonte: (ENGEPLAS, [200-?])

Salazar e Leão ([200-?]) pesquisaram a qualidade dos assentos de fibra de coco utilizados
em automóveis, comparando-os aos de poliuretano. Para as análises de teste de qualidade
e vida útil desenvolveu-se um equipamento que realiza simultaneamente a compressão e
torção do material com o objetivo de simular as condições de uso.

A simulação do envelhecimento foi feita por aquecimento em estufa com circulação de ar


por um período de 7, 30 e 45 dias, com temperatura entre 70 e 750C. Os testes foram
realizados tomando por base que o usuário utilize o assento pelo menos 10 vezes ao dia.
Estabelecendo-se assim 4000 ciclos no ano, como fator de segurança, foram realizados
5000 ciclos no teste. Cada ciclo corresponde a uma torção e uma compressão. Após os
ciclos, fez-se a medida para avaliar a deformação (SALAZAR; LEÃO, 2000).

Com base nos testes de comparação, concluiu-se que todas as amostras com fibra de coco
apresentaram deformação superior a da espuma, independente das condições de
envelhecimento e umidade (SALAZAR; LEÃO, 2000).

5.11 Obtenção de papel

A preocupação em encontrar alternativas sustentáveis para a fabricação de papel e evitar o


desflorestamento tem incentivado o resgate dos processos de fabricação a partir de
resíduos agrícolas (SENHORAS, [2004]).

Diante dessa preocupação, a utilização da casca do coco verde para substituição da


madeira é uma possibilidade visto que, dentro dos padrões industriais, a casca de coco é
considerada um material vegetal apto para a produção de papel, pois possui 33% de
celulose em sua composição (SENHORAS, [2004]).

O engenheiro Fred Albán desenvolveu uma pesquisa para a produção de papel com fibras
de coco mescladas às de pinheiros e eucaliptos, comumente utilizadas na produção de
papel. Segundo ele, esta mescla é necessária, pois as fibras de coco não são
suficientemente compridas para obter um papel flexível e resistente (SENHORAS, [2004]).

A utilização da fibra de coco reduz a quantidade dos outros materiais, diminuindo tempo de
corte das árvores e área de plantio. Entretanto, existem limitações quanto ao planejamento e
a gestão logística, é necessária uma integração entre a indústria de papel e celulose e a
cadeia agroindustrial do coco verde (SENHORAS, [2004]).

17 2021 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT


Fibra de coco

O programa Pobreza e Meio Ambiente da Amazônia (POEMA) desenvolveu diversos


processos para o auxílio da população pobre da Amazônia, entre ele a fabricação do
Amazon Paper, um papel produzido a partir de técnicas orientais e conhecimentos dos
ancestrais amazônicos, 100% natural (CLAUS, [200-?]).

A produção do papel consiste na seleção das fibras para eliminar os possíveis nós formados
durante a sua extração, seguindo para o corte e fervura. Durante este período, as fibras
podem ou não receber corantes. Após a fervura, as fibras seguem para a bateção onde são
agitadas até se transformarem em uma pasta. Finalizada esta etapa, a pasta é colocada em
placas teladas e seguem para tanques com água onde, por movimentos alternados, se
transformam no papel que é prensado para a remoção do excesso de água (CLAUS, [200-?]).

5.12 Produção de enzimas

Uma boa alternativa para a casca de coco verde é a utilização em processos fermentativos,
com a produção de enzimas. Assim como os demais rejeitos agroindustriais, a fibra de coco
verde contém grande quantidade de compostos como celulose, hemicelulose e pectina que
funcionam como indutores na produção de enzimas extracelulares, como as celulases,
xilanases, pectinases e outras, sendo adequada para o desenvolvimento microbiano sem
que haja necessidade de grandes complementações nutricionais (SENHORAS, [2004]).

A inserção deste processo na fabricação de enzimas no Brasil é muito importante, sendo


que o desenvolvimento da indústria de enzimas nacional é muito pequeno. A maioria das
enzimas utilizadas é importada. É grande o interesse gerado por processos que envolvem
tecnologia de baixo custo energético, com menor impacto ambiental e que utiliza matérias-
primas renováveis, adequando-se ao reaproveitamento de subprodutos da agroindústria
(SENHORAS, [2004]).

5.13 Complementação alimentar animal

A complentação alimentar para animais ruminantes durante os períodos de secas nas


regiões áridas e semiáridas é uma difícil tarefa para os produtores rurais, sendo a utilização
de subprodutos agropecuários, como as palhas, o bagaço de cana-de-açúcar e a fibra do
coco verde uma alternativa satisfatória nesta época (SENHORAS, [2004]).

A alimentação animal não deve ser feita exclusivamente com a fibra de coco como ração,
pois a baixa digestibilidade e pouca palatabilidade dificultam a ingestão voluntária, além de
possuir quantidades insuficientes de minerais, energia e proteínas. Por isso, é necessário o
acréscimo de outros complementos. Para melhorar o aproveitamento da fibra do coco verde
é necessário um tratamento químico relativamente fácil barato e bastante acessível aos
produtores (SENHORAS, [2004]).

5.14 Fabricação de vassouras, cordas e capachos

As fibras de coco podem ser usadas para a fabricação de cordas, capachos e vassouras.
Para fabricação de cordas e vassouras são utilizadas as fibras curtas, o processo é simples
e não exige pessoal especializado (SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS DE SANTA CATARINA, [200-?]).

A fabricação de vassouras segue as seguintes etapas:

• As fibras são amolecidas com água para evitar desfiamento durante o corte;

• É feito o corte das fibras em comprimentos próximos a 36 cm;

• Desembaraçamento das fibras com pente de ferro, para remoção de pedaços


soltos;

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DOSSIÊ TÉCNICO

• Separação e fixação dos molhos de fibra com arame;

• Fixação do suporte;

• Amarração dos molhos de fibras no suporte;

• Colocação de suporte para fixar a fibra ao fundo da peça;

• Apara da fibra para uniformizar o tamanho;

• Preparada a peça, ela é novamente desembaraçada e fixada ao cabo


(SERVIÇO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE SANTA CATARINA, [200-
?]).

Até a Segunda Guerra Mundial, as cordas eram feitas de fibras naturais como cânhamo,
linho, coco, sisal, com o surgimento das fibras sintéticas, hoje existem diversos tipos de
cordas para diferentes funções (NÓS..., 1999).

As cordas tradicionais são formadas de fibras torcidas, a grande maioria das cordas de
fibras naturais possuem 3 cordões que são enrolados para a direita, geralmente as cordas
enroladas para a esquerda possuem 4 cordões e são em média 10% mais fracas que as
cordas com 3 cordões. As fibras são enroladas para a direita, cada uma na direção oposta à
anterior para formar o fio; os fios são reunidos e torcidos para formar os cordões; estes por
sua vez são torcidos para formar a corda (FIG. 16) (NÓS..., 1999).

Figura 16 – Processo de encordamento


Fonte: (NÓS..., 1999)

Algumas desvantagens das cordas naturais são facilidade de desgaste quando exposta ao
sol e a produtos químicos, o inchamento quando em contato com água e a menor
resistência devido ao fato das fibras naturais não serem contínuas como as sintéticas
(NÓS..., 1999).

Os capachos de fibra de coco são resistentes ao tráfego, podendo ser usados em encaixe
de entradas, elevadores e escadas. Suas fibras funcionam como escovas que limpam e
retêm a sujeira em até 70%, deixando o ambiente mais limpo e o piso protegido.
Geralmente, sua base é emborrachada e antiderrapante, tornando-o mais seguro, além de
proteger as fibras, aumentando sua vida útil e mantendo-o livre da umidade (REAL
TAPETES, [200-?]).

Algumas desvantagens do capacho de fibra natural em relação a fibra sintética é que ele
não permite a pintura de boa qualidade e não pode ser lavado, devido ao elevado tempo de
secagem (REAL TAPETES, [200-?]).

19 2021 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT


Fibra de coco

5.15 Suporte para biofilme em sistema de tratamento de efluente

Em busca de um método sustentável para minimizar os impactos causados pelos efluentes


industriais realizou-se um estudo de sistema de tratamento biológico, utilizando fibra de coco
como suporte para a formação do biofilme. Estes tratamentos geram um menor custo e alta
eficiência na redução da matéria orgânica.

Foram realizados testes em colunas de acrílico utilizando a fibra de coco como suporte.
Estas colunas foram alimentadas com um efluente de esgoto contaminado artificialmente
com cádmio. Análises de demanda química de oxigênio (DQO), demanda biológica de
oxigênio (DBO) e microscopia eletrônica de varredura (MEV) demonstraram que a utilização
da fibra apresentou desempenho satisfatório em relação a redução de DQO, DBO e cádmio
(BEZERRA; RIZZO; AZEVEDO, 2008).

Conclusões e recomendações

O aproveitamento da fibra de coco além de reduzir a quantidade de resíduos sólidos


proporciona uma nova opção de rendimento. A alta disponibilidade, baixo custo e
propriedades físico-químicas adequadas proporcionam a fabricação de diversos produtos
como cordas, escovas, tapetes, estofamentos automotivos, reforço em compósitos,
substratos, entre outros. Na produção de substrato, sua longa durabilidade, inércia,
abundância e baixo custo, as fibras de coco se tornaram ideal para cultivo de mudas de
hortaliças e flores.

A substituição de fibras sintéticas e minerais por fibras vegetais em compósitos poliméricos


e de fibrocimento tornou-se bastante vantajosa, devido a sua biodegradabilidade e
reciclabilidade, além de baixo consumo de energia e custo de produção. A utilização de fibra
de coco para fabricação de manta para proteção de encostas, recuperação de áreas
desmatadas ou devastadas pela mineração, contra erosão do solo, sementeira, filtros industriais,
porta-copos, jogo americano, entre outros, tem se desenvolvido cada vez mais.

O uso da fibra de coco na confecção de produtos de jardinagem tem se difundido devido ao


fato da fibra ser antifúngica e possuir propriedades semelhantes às do xaxim que, em razão
de sua quase extinção, tem extração controlada. Além disso, os produtos de fibra de coco
são absorvente, fungicida, leve, maleável e de alta durabilidade. A confecção de chapas
usando fibras de coco com a finalidade de isolamento acústico e térmico possui
propriedades equivalentes aos materiais disponíveis no mercado. A utilização de fibra de
coco na composição de assentos para automóveis, além da sustentabilidade, possui
vantagens como troca térmica com o ambiente, fungicida, não tem odor, entre outros.

A preocupação em diminuir o desmatamento tem desenvolvido novas alternativas para a


fabricação de papel. A utilização de fibra de coco na fabricação de papel associada às fibras
convencionais mostrou-se eficiente, produzindo um papel de qualidade e boa flexibilidade. A
grande parte dos projetos e pesquisas desenvolvidos para a criação de novos produtos de
custos mais baixos e de boa qualidade obtiveram bons resultados com uso dos princípios da
conservação ambiental e do desenvolvimento para a sustentabilidade.

Material complementar:

BAHIA RURAL. Especial Litoral Norte: conheça a versatilidade da fibra do coco. Vídeo.
2015. Disponível em: <https://globoplay.globo.com/v/4670371/>. Acesso em: 13 set. 2021.

CETEM. Utilização da fibra da casca de coco verde como suporte para a formação de
biofilme visando o tratamento de efluentes. 2008. Disponível em:
<http://mineralis.cetem.gov.br/bitstream/cetem/318/1/sta-51.pdf>. Acesso em: 13 set. 2021.

ECYCLE. Casca do coco verde pode ser aproveitada para a produção de fibras vegetais. 08
abr. 2013. Disponível em: <https://www.ecycle.com.br/casca-do-coco-verde-pode-ser-
aproveitada-para-a-producao-de-fibras-vegetais/>. Acesso em: 13 set. 2021.
www.respostatecnica.org.br 20
DOSSIÊ TÉCNICO

EMBRAPA. Pesquisadora mostra oportunidades na reutilização da casca de coco. 19 nov.


2019. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-
/noticia/48242623/pesquisadora-mostra-oportunidades-na-reutilizacao-da-casca-de-coco>.
Acesso em: 13 set. 2021.

FAPERJ. Reciclagem transforma fibra de coco em piso. 2012. Disponível em:


<http://www.faperj.br/?id=2272.2.6>. Acesso em: 13 set. 2021.

PORTAL METÁLICA. Versatilidade: coco para toda obra. Disponível em:


<https://metalica.com.br/versatilidade-coco-para-toda-obra/>. Acesso em: 13 set. 2021.

VIDA NO JARDIM. Uso e benefícios da fibra de coco. Vídeo. 2017. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=w7mcd64x_Jc>. Acesso em: 13 set. 2021.

O Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas - SBRT possui em seu no banco de informação,


Respostas Técnicas e Dossiês que podem complementar as informações aqui prestadas.

Para visualizar esses arquivos, acesse o site <www.respostatecnica.org.br> com seu login e
senha e realize a Busca Avançada utilizando palavras-chave como: biomanta; casca de
coco; fibra de coco; fibra natural; fibra vegetal para encontrar os arquivos recomendados
para leitura.

Referências

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não estrutural e suas vantagens em relação ao meio ambiente. In: SIMPÓSIO
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Souza Manhães de. Utilização da fibra da casca de coco verde como suporte para formação
de biofilme visando o tratamento de efluentes. In: JORNADA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
DO CETEM, 16., 2008, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Cetem, 2008. Disponível
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23 2021 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT


DOSSIÊ TÉCNICO

25 2021 c Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas – SBRT

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