Você está na página 1de 8

Rosana Ricalde

Artista visual, formada em gravura pela Escola de Belas Artes da UFRJ, e Mestre em Cincia da Arte pela Universidade Federal Fluminense, Niteri. Integra a equipe de produo e pesquisa do Pao Imperial, Rio de Janeiro, desde 2000. Em parceria com o artista Felipe Barbosa, participa das trs edies do Prmio Interferncias Urbanas, Rio de Janeiro, em 2000 e 2001. Exps em pases como o Japo, Frana, Espanha, Portugal, Holanda, Crocia, Mxico, Argentina, Porto Rico e So Tom e Prncipe. Participou de residncias artsticas em So Tom e Prncipe, na V Bienal de Arte e Cultura 2008, na Ilha de Susak, Crocia, no evento Eko Susak 2008 e no Perambulaes 2005 em Roterdam, Holanda. Recebeu o prmio CNI-SESI Macantonio Vilaa III edio. Texto a partir da Enciclopdia Ita Cultural de Artes Visual

Exposies individuais
2011 O livro das Questes, Bar Cruz Galeria, So Paulo, SP. 2009 Mundo Flutuante - Galeria Bar Cruz, So Paulo,SP. O Navegante, Arte em Dobro, Rio de Janeiro, RJ. O Percurso da Palavra - Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza, CE. 2008 Galeria 3+1, Lisboa, Portugal. Palavras Compartilhadas SESC Paran, Maranho, Mato Grosso, Cear, Bahia, Tocantins, Amap e Pernambuco. 2007 Cidades Ocultas Arte em Dobro, RJ. La Casa Del Lago UNAM (Universidad Autnoma de Mxico) - Interveno Urbana Cidade do Mxico (trabalho em parceria com Felipe Barbosa). 2006 Todos os Nomes Galeria Amparo 60, Recife. Horizonte Azul Galeria Mnima, RJ. 2005 Mvel Mar Galeria Casa Tringulo, SP. Poesia DES _RE_GRADA, Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho Castelinho do Flamengo, RJ. 2004 Palavra Matria Escultrica - Museu de Arte Contempornea de Niteri. Programa de Exposies Centro Cultural So Paulo, SP. Exerccio da Possibilidade - Centro Universitrio Maria Antnia, SP. 2003 Casa de Cultura da Amrica Latina, Braslia. Insola(R)es - Solar Grandjean de Montigny, RJ. 2002 Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho Castelinho do Flamengo, RJ. 2001 Vento Contentamento Galeria do Centro de Artes UFF, Niteri. Verba Volant, Scripta Manent Espao Maria Martins, RJ.

A pesquisa plstica de Rosana Ricalde: Explora a escrita fora de seu registro convencional; Busca na escrita uma densidade que vem sendo solapado pelo sentido de urgncia dos tempos em que vivemos; Confere uma visualidade corprea a fragmentos de textos extrados de poemas, romances, manifestos; Subverte a narrativa, a semntica, a sintaxe do texto, expandindo-os numa operao de superposio e rebatimento de sentidos, desassociando livremente o contedo do texto e a forma do vocbulo.

A palavra como dispositivo plstico Nos trabalhos de Rosana evidencia-se um jogo de atrito entre dois sistemas cognitivos histricos, duas ordens assumidas como paradigmticas e antagnicas: A tico-visual, entendida como experincia essencialmente sensvel, no coercvel a um conhecimento lgico e logocntrico e A textual, remetida a uma natureza decididamente intelectiva. Ela desfaz essa polaridade em suas obras ao mesclar e confundir suas fronteiras. A palavra retoma um sentido especulativo, na medida em que, translcida, convoca o olhar a atravess-la, a procurar em seus vazios algo evocado em seu contedo inicial. Simultaneamente, a palavra retm uma objetividade quase escultrica e se implanta como um dispositivo construtivo. Rosana problematiza de maneira irnica a encruzilhada demarcada pela arte conceitual, que demarcava o limite da arte na reflexo de sua definio. Ela convoca tal indagao como ponto de partida de novas investigaes possveis, para as quais, todavia, a escrita (ou reescrita) desta - ou destas - pergunta(s) s se torna vivel quando propostas materialmente a enfrentar sua inscrio no mundo.
Texto a partir de Guilherme Bueno Curador - MAC - Niteri 2004 http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/materia_escultorica.htm

"[...] quem somos ns, quem cada um de ns seno uma combinatria de experincias, de informaes, de leituras, de imaginaes? Cada vida uma enciclopdia, uma biblioteca, um inventrio de objetos, uma amostragem de estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas as maneiras possveis".
Pilares, 2003 - Instalao com 40 pilastras recobertas com pginas de dicionrios de lnguas latinas http://www.rosanaricalde.com/obrasport.html

Sobre a Multiplicidade In CALVINO, talo. Seis Propostas para o prximo milnio. So Paulo: 2 Ed.Companhia das Letras, 1998.

ALFABETO DE VERBOS 2002 Trabalho inaugural da identidade artstica de Rosana Ricalde


Eu fiz a faculdade, tinha produo, mas o trabalho no tinha identidade. Quer dizer, voc pega cada coisa que voc conhece e vai digerindo, mas aquilo ali ainda no tem uma linha. O incio dessa linha foi o trabalho que se chamou Alfabeto de Verbos (2002), em que datilografei todos os verbos da lngua portuguesa em etiquetas e colei em 42 painis. A partir desse trabalho comecei a tomar conscincia do que eu estava pesquisando meio instintivamente, e a foi mais fcil porque passei a conduzir a pesquisa fazendo leituras que estavam ligadas ao que me interessava, antes as coisas estavam mais soltas. (...) Esse trabalho inaugurou esse entendimento do que eu queria fazer de fato. Nesse momento, li As palavras e as Coisas do Michel Foucault, que foi um livro muito instigante, que me deu idias e me mostrou algumas coisas e alguns materiais que eu poderia explorar dentro de meu trabalho. Catlogo Rosana Ricalde

PROCESSO CRIATIVO
A gente tem uma biblioteca incrvel e uma pequena coleo (...). A gente investe por acreditar que a gente se alimenta daquilo ali, de imagem, de texto e tambm de informao sobre histria da arte. No sou uma grande estudiosa de teoria, at gostaria de me dedicar um pouco mais, mas no d tempo, ento a formao um pouco informal. baseada nos livros que a gente tem e que voc vai vendo e tendo idias, porque a arte contempornea no te probe de ter idias a partir de outros artistas. (...) na arte contempornea no s o resultado que representa o trabalho. A imagem pode at falar por si, o trabalho pode produzir um encantamento ou provocao, mas o contexto dele fundamental para entender a obra. Gosto de ter o contexto, tanto no meu trabalho quanto no de outros artistas e entender como o cara produz, mais ainda os que me interessam.

''O artista no deve fazer sua arte pensando no dinheiro. Isso mrito do trabalho. No pode ser a premissa e sim a conseqncia'', opina Rosana Ricalde, de 32 anos, casada com o colega de profisso Felipe Barbosa, de 26. Eles fizeram faculdade de artes plsticas. Ela se especializou em gravura e ele, em pintura. H cerca de cinco anos, mantm um ateli a dois, no mesmo espao que tambm casa. Depois de formados, trabalharam como monitores, assistentes e restauradores. Tambm ralaram em um ateli coletivo, onde dividiam o espao com outros dez artistas - foi l que se conheceram. A cada vitria, preparavam-se para dar mais um passo. ''Sempre reinvestimos o que ganhamos em equipamentos como laptop e mquina fotogrfica para documentar as obras'', conta Felipe. Hoje a arte virou negcio de verdade. A dupla at emprega trs assistentes. ''No incio do ano, compramos a nossa casa'', conta Rosana. Texto: Beatriz Portugal http://revistacriativa.globo.com/Criativa/0,19125,ETT832875-2240,00.html

OBRAS DE ROSANA RICALDE NA EXPOSIO ITINERANTE PALAVRAS COMPARTILHADAS Srie CONTRAPOEMAS Entre a literatura e a imagem
Poema Versos escritos ngua, de Manoel Bandeira, recortado em vinil adesivo preto, e poema construdo com palavras antnimas, recortado em vinil branco adesivado sobre vidro-moldura de madeira 100x100cm Poema Desesperana, de Manoel Bandeira, recortado em vinil adesivo preto, e poema construdo com palavras antnimas, recortado em vinil branco adesivado sobre vidromoldura de madeira 100x100cm

Srie AUTO-RETRATOS Entre a literatura e a imagem


O desejo por aproximar campos distintos explorado nos trabalhos da srie Autoretratos, em que poemas de cinco autores que formularam, em palavras, o que imaginaram ser a prpria imagem (fisionmica ou moral), so reproduzidos, com fita rotuladora, sobre superfcies planas. A partir de Moacir dos Anjos. Fonte: http://www.muvi.advent.com.br Auto-retrato de Mrio Quintana, 2004. Poema de Mrio Quintana intitulado Auto-retrato, escrito em fita rotuladora verde, 50x46cm Auto-retrato de Ceclia Meireles, 2004. Poema de Ceclia Meireles intitulado Auto-retrato, escrito em fita rotuladora azul, 50x46cm Auto-retrato de Manoel Bandeira, 2004, Poema de Manoel Bandeira intitulado Auto-retrato, escrito em fita rotuladora preta, 50x46cm Auto-retrato de Augusto Massi, 2004. Poema de Augusto Massi intitulado Auto-retrato falado, escrito em fita rotuladora vermelho, 50x46cm Auto-retrato de Graciliano Ramos, 2004. Poema de Graciliano Ramos intitulado Auto-retrato, escrito em fita rotuladora roxa, 50x46cm

Srie PROVRBIOS Entre a literatura e a imagem


Provrbio. 2004. Pinturas com frases coloridas para serem vistas com culos coloridos

Srie O TEMPO MUDA TUDO Entre a paisagem e a escrita


O Tempo muda tudo, 2002. Trs vidros com palavras escritas em areia colorida. Srie de 5 fotografias com diferentes ordens de palavras, 40x60cm cada fotografia| 3x5cm cada vidro

Srie MARES Entre a paisagem e a escrita


Mar Egeu, 2006. Desenho sobre papel artesanal azul, feito com o nome Mar Egeu, 91x62x5cm Mar Vermelho, 2006. Desenho sobre papel artesanal azul, feito com o nome Mar Vermelho, 91x62x5cm

Srie MANIFESTOS Construes em palavras


Rosana Ricalde apresenta vrios manifestos artsticos conhecidos, em verses "visuaisliterrias", onde a estrutura do texto destrinchada, sugerindo uma tomada de atitude do pblico ou do artista atravs de uma leitura diferente. Os trabalhos buscam a palavra pelo vis da sua materialidade, reinventando a mtrica e a rima dos escritos, e colocando a verbalidade como elemento primordial - ainda que a legibilidade e o entendimento imediato das frases sejam comprometidos de certa forma. Desse modo, o lugar da palavra e do contedo no meio do bombardeio de mdias ultra-rpidas que em que vivemos, a questo mais crtica desta srie, que rejeita interpretaes manifestantes ardorosas.
Daniela H. Labra http://www.muvi.advant.com.br/artistas/r/rosana_ricalde/exercicio_da_possibilidade.htm

Leitura Dinmica, 2003. Estatstica das letras empregadas na escrita do Manifesto neoconcreto impresso sobre papel, 60x42cm Manifesto de Verbos, 2003. Manifesto antropofgico sem espaos entre as palavras e com os verbos que surgem aps esta juno das palavras colocados em negrito impresso sobre papel, 60x42cm Deglutio do Manifesto, 2003. Manifesto antropofgico escrito apenas com vogais impresso sobre papel, 60x42cm Manifesto Objeto, 2004. O objeto (escrito por Waldemar Cordeiro) sobreposto imagem A Mulher que no B.B. (obra de Waldemar Cordeiro) impresso sobre papel, 60x42cm1. Manifesto Visvel, 2004. Manifesto ruptura sobreposto obra Idia visvel (de Waldemar Cordeiro) impresso sobre papel, 60x42cm

TEXTOS DE APOIO PARA A SRIE MANIFESTOS Manifesto Neoconcreto


O neoconcretismo dialoga com o movimento concreto no pas (dcada de 50) e os artistas dos Grupos Frente - RJ, Ruptura - SP. A arte concreta, tributria das correntes abstracionistas modernas das primeiras dcadas do sculo XX - Bauhaus, De Stijl, Cercle et Carr, do suprematismo e construtivismo soviticos, ganha terreno com as formulaes de Max Bill, aps a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O contexto desenvolvimentista de crena na indstria e no progresso d o tom da poca. O programa concreto parte de uma aproximao entre trabalho artstico e industrial. Afasta da arte qualquer conotao lrica ou simblica. O quadro, construdo exclusivamente com elementos plsticos - planos e cores -, no tem outra significao seno ele prprio. Menos do que representar a realidade, a obra de arte evidencia estruturas e planos relacionados, formas seriadas e geomtricas, que falam por si mesmos. A investigao dos artistas paulistas enfatiza o conceito de pura visualidade da forma. Em oposio o grupo carioca destaca a intuio como requisito fundamental do trabalho artstico e estabelece uma articulao forte entre arte e vida, afastando a considerao da obra como "mquina" ou "objeto. O manifesto de 1959, assinado por Amilcar de Castro, Ferreira Gullar, Franz Weissmann, Lygia Clark, Lygia Pape, Reynaldo Jardim e Theon Spanudis, denuncia o perigo da exacerbao racionalista da arte concreta levada. Contra as ortodoxias construtivas e o dogmatismo geomtrico, os neoconcretos defendem a liberdade de experimentao, o retorno s intenes expressivas e o resgate da subjetividade.
Texto a partir da Enciclopdia Ita Cultural de Artes Visuais Imagem: http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=11852

Manifesto Antropfago
Escrito por Oswald de Andrade, foi publicado em maio de 1928, no primeiro nmero da Revista de Antropofagia. Em linguagem metafrica cheia de aforismos poticos repletos de humor, repensa a dependncia cultural no Brasil. Influncias tericas identificadas no Manifesto: Pensamento revolucionrio de Karl Marx; Descoberta do inconsciente pela psicanlise e o estudo Totem e Tabu, de Sigmund Freud; Liberao do elemento primitivo no homem proposta por alguns escritores da corrente surrealista como Andr Breton; Manifeste Cannibale escrito por Francis Picabia em 1920; Questes em torno do selvagem discutidas pelos filsofos JeanJacques Rousseau e Michel de Montaigne; Idia de barbrie tcnica de Hermann Keyserling. Oswald amalgamou essas influncias ao conceito indito de antropofagia ou canibalismo com razes na histria da civilizao brasileira. A antropofagia reala a contradio violenta entre as culturas primitivas (amerndia e africana) e a latina na base da cultura brasileira. No prope um processo de assimilao harmoniosa e espontnea entre os dois plos, como no Manifesto da Poesia Pau-Brasil de 1924. Agora o primitivismo aparece como signo de deglutio crtica do outro, o moderno e civilizado: "Tupy, or not tupy that is the question. (...) S me interessa o que no meu. Lei do homem. Lei do antropfago". O mito irracional critica a histria do Brasil e as conseqncias de seu passado colonial, e estabelece um horizonte utpico, em que o matriarcado da comunidade primitiva substitui o sistema burgus patriarcal: "Contra a realidade social, vestida e opressora, cadastrada por Freud - a realidade sem complexos, sem loucura, sem prostituies e sem penitencirias do matriarcado de Pindorama". Oswald no se ope civilizao moderna industrial, acredita que alguns de seus benefcios tornam possveis formas primitivas de existncia. Por outro lado somente o pensamento antropofgico capaz de distinguir os elementos positivos dessa civilizao, eliminando o que no interessa, podendo promover a "Revoluo Caraba" e seu novo homem "brbaro tecnizado": "A idade de ouro anunciada pela Amrica. A idade de ouro. E todas as girls". Na nova imagem forjada o passado pr-cabralino emparelhado com as utopias vanguardistas, pois "j tnhamos o comunismo. J tnhamos a lngua surrealista" em nossa idade de ouro. A antropofagia desloca o objeto esttico, predominante na fase pau-brasil, para discusses relacionadas com o sujeito social e coletivo. A multiplicidade de interpretaes do Manifesto Antropofgico proporcionada pela justaposio de imagens e conceitos coerente com a averso de Oswald de Andrade ao discurso lgico-linear herdado da colonizao europia. Sua trajetria artstica indica que h coerncia na loucura antropofgica - e sentido em seu no-senso. A partir de texto In
http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=marcos_texto&cd_verbete=339

Manifesto Ruptura
Sob o impacto da I Bienal Internacional de So Paulo, e da vinda delegao dos artistas construtivistas suos, principalmente Max Bill, surgiu em So Paulo o movimento concreto. O grupo inicial era formado por Waldemar Cordeiro, Lothar Charoux, Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto, Kazmer Fjer, Anatol Wladyslaw e Leopoldo Haar, artistas que desde a dcada anterior realizavam experincias com a abstrao, abandonando a representao da realidade em suas obras. A arte representativa no respondia s novas questes do mundo industrial. Era necessria uma nova forma de arte, que pensasse e agisse diretamente na sociedade contempornea. Os artistas se reuniam regularmente para discutir os novos caminhos da arte, da arquitetura e do design (termo este que era novidade no Brasil). A idia era organizar um projeto de reforma para a cultura brasileira. Surge o Grupo Ruptura.
Manifesto Ruptura:http://www.artbr.com.br/casa/ruptura/manirup.html Texto: http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/seculoxx/modulo3/ruptura/ruptura.html

Idia Visvel
Waldemar Cordeiro 1925-1973 Nasce em Roma, onde inicia sua formao artstica. Vem para o Brasil em 1946. Trabalha inicialmente como jornalista, crtico de arte e realiza ilustraes para jornais. Em 1952, funda o Grupo Ruptura, do qual participam, entre outros artistas, Luiz Sacilotto (1924 - 2003) e Lothar Charoux (1912 - 1987). Conhece os poetas Dcio Pignatari (1927), Haroldo de Campos (1929 - 2003) e Augusto de Campos (1931), que divulgam na revista Noigandres a experincia da poesia concreta em So Paulo. Na dcada de 50 produz obras que se caracterizam pelo rigoroso abstracionismo geomtrico e pelo uso de materiais industriais No fim da dcada de 40 realiza quadros abstratos nos quais dialoga com a pureza plstica das obras de Mondrian, empregando cores primrias, linhas retas e pinceladas impessoais lisas como, por exemplo, em Estrutura Plstica (1949). Explora tambm relaes entre crculos sobrepostos e deslocados do centro, como em Idia Visvel (1956), que possui um ritmo musical.
A partir de: www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=3529&cd_item=2&cd_idioma=28555

O Objeto
CORDEIRO, Waldemar. O objeto. AD Arquitetura e Decorao, So Paulo n. 20, no paginado, nov./dez. 1956. No pice concretista, durante a I Exposio Nacional de Arte Concreta (1956/57), (Waldemar Cordeiro) prope uma nova correlao entre O objeto e a sensibilidade, fundada na experincia direta, mas atenta potencialidade social da criao formal. (...) A arte conceituada como produtora de objetos que so fontes de conhecimento, matrizes de uma nova realidade. Mais do que fatura, a obra produto; o nico contedo (e valor) artstico admitido o fato visual concretamente materializado pela obra. (...).

Realismo artstico e no realismo anedtico. Forma autnoma de conhecimento, a arte afronta o mundo exterior com seus prprios meios, em total independncia das injunes verbais, abrindo-se realidade sem alterar sua essncia. O aval desse argumento o conceito de arte produtiva de Fiedler, que se ope ao idealismo da arte de expresso a arte no expresso mas produto; a linguagem artstica no expresso do ser, mas forma do ser. Sendo produto, ela no exprime, . (...) Reconhecidas a especificidade e a autonomia da arte, credita-se ao fazer artstico um papel analtico, reflexivo, cognitivo, depurador do olhar. O fato pictrico adquire significao com a prpria prtica visual. A arte enquanto pensamento por imagens alcana a inteleco artstica no ato mesmo em que se realiza. A construo de um campo disciplinar autnomo constitui a essncia da arte concreta, informando teoria e ao ao longo dos anos 1950. (...) A singularidade do concretismo brasileiro e, particularmente, de Cordeiro, deve ser imputada associao inusitada de Fiedler, Gramsci e teoria da Gestalt: arte como objeto, portanto conhecimento sensvel fundado na experincia direta e voltado pedagogia do olhar, entendidos a ao cultural como fato poltico e o intelectual como agente persuasivo a produzir valores endereados transformao das concepes de mundo das massas.
In MEDEIROS, Givaldo. Dialtica concretista: o percurso artstico de Waldemar Cordeiro, revista do ieb n 45 p. 63-86 set 2007 http://www.revistasusp.sibi.usp.br/pdf/rieb/n45/a05n45.pdf

A mulher que no B.B.


Waldemar Cordeiro 1925-1973 A partir de 1968, associado ao fsico e engenheiro Giorgio Moscati, realiza os primeiros trabalhos em arte por computador, na Universidade de So Paulo. Para Waldemar Cordeiro, a arte eletrnica uma seqncia lgica da arte concreta, na qual o artista cria um projeto, que tem em sua base um programa numrico. Trabalha com derivaes de imagens, partindo de fotografias, que so traduzidas em imagens de trama reticulada - um processo usual na indstria grfica. Em A Mulher Que No B.B. (1971), estuda a desintegrao da figura no campo visual a partir da foto de uma menina vietnamita. (...) Waldemar Cordeiro prope, assim, em suas obras, outra compreenso da arte atravs dos novos recursos tecnolgicos, dos quais estimula o uso criativo.
Texto a partir de: www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=3529&cd_item=2&cd _idioma=28555 Retrato: http://www.fabiofon.com/webartenobrasil/texto_interartistas2.html

Você também pode gostar