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Os Quadrinhos
                         Como Linguagem:
                         Com Vocabulário
                         e Terminologia
                         Fernando Busch
                         Pós-graduando Lato Sensu em Design e Gestão de
                         Marca (Branding) pela Unochapecó, Chapecó, SC.
                         Bacharel em Design pela ULBRA, Carazinho, RS.

                         13 de fevereiro de 2013.




Imagem: arte do autor.
Os quadrinhos são uma linguagem?
              Segundo Eisner (1999, p. 7), quando se examina uma obra de quadrinhos como um todo, a disposição dos seus elementos
              específicos assume a característica de uma linguagem “que se vale da experiência visual comum ao criador e ao público”. O’Neil
              (2005, p. 10) reforça a consideração afirmando que os quadrinhos não são uma “coleção de palavras e imagens”, isto, para o
              autor, definiria os livros ilustrados: “para ser uma história em quadrinhos, essas palavras e imagens devem trabalhar juntas da
              mesma maneira que partes de uma linguagem trabalham juntas”.




Imagem: arte do autor.
Os processos psicológicos envolvidos na compreensão de uma palavra e de uma imagem podem ser tidos como análogos
              (WOLF apud EISNER, 1999, p.7-8):

                         Durante os últimos cem anos, o tema da leitura tem sido diretamente vinculado ao conceito de alfabetização;
                         (...) aprender a ler, (...), tem significado aprender a ler palavras, (...). Mas, (...), gradualmente a leitura foi se
                         tornando objeto de um exame mais detalhado. Pesquisas recentes mostram que a leitura de palavras é apenas
                         um subconjunto de uma atividade humana mais geral, que inclui a decodificação de símbolos, a integração e a
                         organização de informações, (...). Na verdade, pode-se pensar na leitura - no sentido mais geral - como uma forma
                         de atividade da percepção. A leitura de palavras é uma manifestação dessa atividade; mas existem muitas outras
                         leituras - de figuras, mapas, diagramas, circuitos, notas musicais, (...).




Imagem: arte do autor.
Por apresentar uma sobreposição de palavra e imagem, a linguagem dos quadrinhos gera
                         interpretação visual e verbal. De acordo com Eisner (1999, p. 8), as regências da arte visual
                         (como a perspectiva, o estilo, a simetria e os materiais) e as regências da literatura (como a
                         gramática, a sintaxe e o enredo) superpõem-se de forma mútua. Sendo assim, a leitura se
                         torna um ato de percepção estética e de esforço intelectual.




Imagem: arte do autor.
Regência da literatura:
                             a linguagem verbal
                             A linguagem verbal é definida como aquela que emprega
                             palavras, escritas ou faladas. Ela apresenta diversas
                             funções, que estão associadas às intenções do autor da
                             mensagem. São elas, segundo Faraco e Moura (1999, p.
                             28):

                             1.	Poética
                             2.	Emotiva
                             3.	Referencial
                             4.	Apelativa
                             5.	Metalinguística
                             6.	Fática




Imagem: foto de Brewbooks.
Função poética
                             Foca a mensagem e busca sua elaboração de modo
                             criativo.

                             Função emotiva
                             Manifesta uma emoção, uma expressão ou opinião do
                             emissor.

                             Função referencial
                             Busca apresentar um conteúdo livre de ambiguidade.

                             Função apelativa
                             Atua a fim de interferir no receptor, através de um apelo,
                             de uma ordem ou sugestão.

                             Função metalinguística
                             Utiliza o seu código como assunto ou explanação de sí
                             mesma.

                             Função fática
                             Intuito de iniciar, prolongar ou encerrar um contato.

                             (FARACO e MOURA, 1999)




Imagem: foto de Brewbooks.
Regência da arte visual:
                                                      a linguagem visual
                                                      A linguagem visual, assim como a verbal, gira em torno
                                                      de uma mensagem. Segundo Dondis (2007, p. 85), nós
                                                      expressamos e recebemos mensagens visuais em três
                                                      níveis: representacional, abstrato e simbólico. Onde
                                                      o nível representacional engloba aquilo que vemos e
                                                      identificamos com base no meio e na experiência; o
                                                      abstrato representa a qualidade cinestésica de um fato
                                                      visual reduzido a seus componentes visuais elementares,
                                                      enfatizando os meios mais emocionais e primitivos da
                                                      criação de mensagens; o nível simbólico, por sua vez,
                                                      compreende o vasto universo de sistemas de símbolos
                                                      codificados que o homem criou arbitrariamente e ao qual
                                                      atribui significados (DONDIS, 2007).




Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
Dondis (2007) afirma que o conceito de linguagem visual
                                                      deveria receber maior importância, fazendo referência a
                                                      uma “alfabetização visual”:

                                                                   Para ser visualmente alfabetizado, é
                                                                   extremamente necessário que o criador
                                                                   da obra visual tenha tenha consciência de
                                                                   cada um desses três níveis individuais, mas
                                                                   também que o espectador ou sujeito tenha
                                                                   deles a mesma consciência. Cada nível, o
                                                                   representacional, o abstrato e o simbólico,
                                                                   tem características específicas que podem
                                                                   ser isoladas e definidas, mas que não são
                                                                   absolutamente antagônicas. Na verdade
                                                                   eles se sobrepõem, interagem e reforçam
                                                                   mutuamente suas respectivas qualidades. (p.
                                                                   103)




Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
O sistema de leitura visual de Gomes Filho (2000),
                                                      recebendo embasamento científica das leis da Gestalt,
                                                      sugere, da mesma forma a existência de uma linguagem
                                                      a ser lida, composta e interpretada de acordo com regras
                                                      formais.

                                                      Ramalho e Oliveira (2005), porém, afirma que não
                                                      existem regras para a linguagem visual e que esta, por
                                                      sua vez, inexiste. Para a autora, o que há é a leitura
                                                      visual, enquanto que a expressão “linguagem” visual
                                                      carece de reparo:

                                                                   (...) devemos ter cuidado ao fazer a
                                                                   transposição ou as analogias entre texto
                                                                   verbal e visual. (...) Porque não existe
                                                                   gramática visual; não existindo gramática,
                                                                   inexiste uma sintaxe; não existindo gramática
                                                                   nem sintaxe, inexiste uma linguagem visual...
                                                                   existe apenas uma “linguagem” visual,
                                                                   (...), uma espécie de linguagem que não
                                                                   exatamente o que se pensa quando se diz
                                                                   linguagem. (...) o uso já consagrou a expressão
                                                                   “linguagem” visual. No entanto, esta “ falta
                                                                   de cerimônia” ao nos apropriarmos de uma
                                                                   terminologia importada de outro sistema, (...),
                                                                   merece, no mínimo um reparo. (p. 56-57)




Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
Segundo Wong (1998), cada teórico pode ter um conjunto
                                                      de descobertas completamente diferentes no que se
                                                      refere a linguagem visual:

                                                                   Há inúmeras maneiras de interpretar a
                                                                   linguagem visual. Diversamente da linguagem
                                                                   falada ou escrita, cujas regras gramaticais
                                                                   são mais ou menos estabelecidas, a linguagem
                                                                   visual não tem nenhuma lei evidente. Cada
                                                                   teórico do desenho pode ter um conjunto de
                                                                   descobertas completamente diferentes. (p. 41)




Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
Independentemente destes posicionamentos, sabemos
                                                      que há a leitura verbal e a leitura visual (mesmo que
                                                      o uso do termo “linguagem” possa ser indevido para
                                                      a última), e que ambas constituem as histórias em
                                                      quadrinhos. Desse modo, levando em consideração tais
                                                      definições, a fim de se considerar os quadrinhos como
                                                      linguagem própria, se faz necessária a estruturação de
                                                      um vocabulário próprio com uma terminologia específica.

                                                      Diversos autores reúnem termos, significados, usos,
                                                      práticas e descrições dos elementos que compõem
                                                      a linguagem dos quadrinhos. Os principais são
                                                      apresentados a seguir.




Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
O Vocabulário e
              a Terminologia
              dos Quadrinhos
              Segundo Zugliani (2007, p. 110), o
              vocabulário dos quadrinhos é baseado
              nos ícones (qualquer imagem que
              represente uma pessoa, local, coisa
              ou ideia). McCloud (2005, p. 51)
              apresenta um diagrama de abstração do
              vocabulário dos ícones pictóricos para
              arte visual:




Imagem: Diagrama de abstração do vocabulário dos ícones pictóricos de McCloud (2005, p. 51)
O vocabulário dos quadrinhos é baseado
              em ícones que “flutuam” na pirâmide de
              McCloud (2005). Alguns mais próximos da
              linguagem escrita, outros mais próximos
              da representação gráfica da realidade e
              outros mais próximos da representação
              abstrata, figurativa.




Imagem: Diagrama de abstração do vocabulário dos ícones pictóricos de McCloud (2005, p. 51)
Os principais elementos
Página de história
É a página em seu roteiro (O’NEIL, 2005,
p. 10)




                                           Imagem: Roteiro de Devin Grayson para história que apareceu em Batman: Gotham Knights.
                                           Apresentado por O’Neil (p. 132, 2005).
Splash Page
Geralmente a primeira página, sendo a
que incorpora, em uma ou duas imagens
de impacto, título, créditos e outras
informações de identificação (O’NEIL,
2005, p. 10)




                                        Imagem: Exemplo de Splah Page. Página 98 de Ex Machina: Marcha à Guerra.
                                        Brian K. Vaughn, Tony Harris, Tom Feister, Chris Sprouse, Karl Story, JD Mettler. Vol. 4.
                                        Panini Brasil LTDA. 2010.
Quadro de Página Inteira
Uma página, um desenho (O’NEIL, 2005,
p. 10)




                                        Imagem: Exemplo de quadro de página inteira. A Morte de Superman, volume 1. -- Barueri,
                                        SP: Panini Books, 2009. p. 170.
Quadro
Também conhecido como tomada
(O’NEIL, 2005, p. 10), são a decomposição
de certas imagens no espaço em
segmentos sequenciados (EISNER, 1999,
p. 38). Possuem uma moldura chamada
requadro, que pode ser útil como recurso
narrativo, intensificando as emoções da
trama (EISNER, 1999, p. 44-59)




                                            Imagem: Exemplos de requadros de Eisner (1999, p. 44).
Enquadramento
Conota ao conteúdo do desenho. Se
refere à distância entre a “câmera” e o
assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):

1.	Quadro de apresentação
2.	Panorâmica
3.	Plano geral
4.	Enquadramento de corpo inteiro
5.	Plano médio ou americano
6.	Close
7.	Hiperclose




                                          Imagem: Exemplo de Quadro de Apresentação. Página 56 de Neon Genenis Evangelion.
                                          Yoshiyuki Sadamoto, Gainax – Khara. Vol. 20. Conrad Editora do Brasil LTDA. 2006.
Enquadramento
Conota ao conteúdo do desenho. Se
refere à distância entre a “câmera” e o
assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):

1.	Quadro de apresentação
2.	Panorâmica
3.	Plano geral
4.	Enquadramento de corpo inteiro
5.	Plano médio ou americano
6.	Close
7.	Hiperclose




                                          Imagem: Exemplo de Panorâmica. Página 44 de Avenida Dropsie: A Vizinhança.
                                          Will Eisner. Editora Devir. 2009.
Enquadramento
Conota ao conteúdo do desenho. Se
refere à distância entre a “câmera” e o
assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):

1.	Quadro de apresentação
2.	Panorâmica
3.	Plano geral
4.	Enquadramento de corpo inteiro
5.	Plano médio ou americano
6.	Close
7.	Hiperclose




                                          Imagem: Exemplo de Plano Geral. Página 8 de Predadores. Jean Dufaux, Enrico Marini. Vol.
                                          2. Editora Devir. 2008.
Enquadramento
Conota ao conteúdo do desenho. Se
refere à distância entre a “câmera” e o
assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):

1.	Quadro de apresentação
2.	Panorâmica
3.	Plano geral
4.	Enquadramento de corpo inteiro
5.	Plano médio ou americano
6.	Close
7.	Hiperclose




                                          Imagem: arte do autor.
Enquadramento
Conota ao conteúdo do desenho. Se
refere à distância entre a “câmera” e o
assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):

1.	Quadro de apresentação
2.	Panorâmica
3.	Plano geral
4.	Enquadramento de corpo inteiro
5.	Plano médio ou americano
6.	Close
7.	Hiperclose




                                          Imagem: arte do autor.
Enquadramento
Conota ao conteúdo do desenho. Se
refere à distância entre a “câmera” e o
assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):

1.	Quadro de apresentação
2.	Panorâmica
3.	Plano geral
4.	Enquadramento de corpo inteiro
5.	Plano médio ou americano
6.	Close
7.	Hiperclose




                                          Imagem: Exemplo de Close. Página 51 de O Curioso Caso de Benjamin Button.
                                          F. Scott Fitzgerald, Nunzio DeFilippis, Christina Weir, Kevin Cornell. Ediouro. 2009.
Enquadramento
Conota ao conteúdo do desenho. Se
refere à distância entre a “câmera” e o
assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):

1.	Quadro de apresentação
2.	Panorâmica
3.	Plano geral
4.	Enquadramento de corpo inteiro
5.	Plano médio ou americano
6.	Close
7.	Hiperclose




                                          Imagem: Exemplo de Hiperclose. Página 68 de GUNNM: Hyper Future Vision.
                                          Vol. 18. Yukito Kishiro. Editora JBC. 1991.
Ângulos
Enquando que os enquadramentos são
diferenciados pela “câmera” e o assunto,
os ângulos dela se diferenciam com base
na sua posição em relação às linhas
horizontais e verticais de seu quadro
( JANSON, 2005, p. 102-103).

1.	Ângulo inclinado
2.	Enquadramento com visão inferior
3.	Enquadramento com visão superior




                                           Imagem: Exemplo de Ângulo Inclinado. Página 196 de Mulher-Gato: Um Crime Perfeito.
                                           Darwyn Cooke. Editora Panini do Brasil LTDA. 2007.
Ângulos
Enquando que os enquadramentos são
diferenciados pela “câmera” e o assunto,
os ângulos dela se diferenciam com base
na sua posição em relação às linhas
horizontais e verticais de seu quadro
( JANSON, 2005, p. 102-103).

1.	Ângulo inclinado
2.	Enquadramento com visão inferior
3.	Enquadramento com visão superior




                                           Imagem: Exemplo de Enquadramento com Visão Inferior. Página 9 de Coringa.
                                           Brian Azzarello, Lee Bermejo. Editora Panini do Brasil LTDA. 2009.
Ângulos
Enquando que os enquadramentos são
diferenciados pela “câmera” e o assunto,
os ângulos dela se diferenciam com base
na sua posição em relação às linhas
horizontais e verticais de seu quadro
( JANSON, 2005, p. 102-103).

1.	Ângulo inclinado
2.	Enquadramento com visão inferior
3.	Enquadramento com visão superior




                                           Imagem: Exemplo de Enquadramento com Visão Superior. Página 144 de Fábulas: A Marcha
                                           dos Soldados de Madeira. Bill Willingham, Mark Buckingham, Craig Hamilton, Steve Leialoha,
                                           P. Craig Russel. Vol. 4. Editora Panini do Brasil LTDA. 2009.
Balão de fala, balão de palavras
ou balão
O que contém palavras que permitem
ao leitor saber o que o personagem está
falando (O’NEIL, 2005, p. 14).




                                          Imagem: Exemplo de Balão de Fala (O’NEIL, 2005, p.14).
Rabicho ou seta
Apêndice que salta do balão e aponta
para o personagem que está falando
(O’NEIL, 2005, p. 14)




                                       Imagem: Exemplo de Rabicho ou Seta (O’NEIL, 2005, p.14).
Explosão, elétrico ou balão
elétrico
Balão com extremidades pontiagudas
para indicar volume/estresse ou uma
transmissão de rádio/telefone (O’NEIL,
2005, p. 14)




                                         Imagem: Exemplo de Explosão, Elétrico ou Balão Elétrico (O’NEIL, 2005, p.14).
Balão de sussurro
Cujo contorno é quebrado em diversos
traços (O’NEIL, 2005, p. 14)




                                       Imagem: Exemplo de Balão de Sussurro (O’NEIL, 2005, p.14).
Balão de pensamento
Enevoado que indica que o personagem
está pensando. Em vez de setas, balões
de pensamento tem pequenas bolhas
escapando em direção à cabeça do
personagem (O’NEIL, 2005, p. 14)




                                         Imagem: Exemplo de Balão de Pensamento (O’NEIL, 2005, p.14).
Legenda ou recordatório
Uma frase ou um fragmento de frase
que aparese em um quadro, não em um
balão (O’NEIL, 2005, p. 14)




                                      Imagem: Exemplo de Legenda ou Recordatório (O’NEIL, 2005, p.14).
Sarjeta
Espaço existente entre um quadro e
outro (MCCLOUD, 2005, p. 66).




                                     Imagem: Exemplo de sarjeta. Página 186 de Watchmen. Edição Definitiva. Alan Moore, Dave
                                     Gibbons. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.
História                                 Arco de história
Narrativa única com começo, meio e       Uma história que leva várias edições para
fim. Classificada para quadrinhos como   ser contada (O’NEIL, 2005, p. 16).
(EISNER, 2008, p. 27):

1.	Narrativa
2.	“Como Fazer”/Instrucional
3.	Sem trama
4.	Ilustrada
5.	Simbolista
6.	“Um pedaço da vida”
7.	De vida
Graphic Novel
Uma história longa, geralmente em
formato especial, com capa dura, mais
páginas e qualidade de impressão
superior (O’NEIL, 2005, p. 16).




                                        Imagem: foto de graphic novel de Sandman. Disponível em: http://vozdoeste.files.word-
                                        press.com/2010/05/absolute-sandman1.jpg
Minisséries                                Flashback
Um título que tem um númeo pré-            Dramatização de um evento que ocorreu
determinado de edições (O’NEIL, 2005, P.   anteriormente à ação principal da
16).                                       história (O’NEIL, 2005, p. 16).
Linhas de ação
Linhas que indicam movimento (O’NEIL,
2005, p. 16).




                                        Imagem: Exemplo de Linhas de Ação. Página 111 de Mulher-Maravilha Especial: A Ascensão
                                        dos Olimpianos. Gail Simone, Aaron Lopresti, Bernard Chang. Editora Panini do Brasil LTDA.
                                        2010.
Linhas radiais
Mostram que um personagem está
passando por uma agitação emocional
ou que um objeto é quente/radioativo
(O’NEIL, 2005, p. 16)




                                       Imagem: Exemplo de Linhas Radiais. Página 108 de Skreemer. Peter Milligan, Brett Ewis,
                                       Steve Dillon. Brainstore Editora. 2003.
Lâmpada acesa
Clichê visual para representar uma ideia
brilhante (O’NEIL, 2005, p. 18).




                                             Imagem: Cascão tendo uma ideia. Fonte: http://peregrinacultural.files.wordpress.
                                           com/2010/06/ideia-15-uma-ideia-comum-cascao.jpg
Multiimagem
Diversas imagens do mesmo personagem
em um mesmo quadro, a fim de traçar a
trilha do personagem ou indicar que este
está executando várias ações em um
curto período de tempo (O’NEIL, 2005, p.
18).




                                           Imagem: Exemplo de Multiimagem. Página 51 de Liga da Justiça. Vol. 81. Tom Peyer, Freddie
                                           E. Williams II. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.
Tipografia
Estilos de desenhos das letras, podem
sugerir diferentes tipos de fala (O’NEIL,
2005, p. 18).




                                            Imagem: arte do autor.
Composição
              Processo de combinar elementos
              ou partes que formem uma unidade
              completa, de modo que o leitor leia
              a página de uma maneira específica,
              direcionando o olho do leitor ( JANSON,
              2005, p. 85). Tipos de composição
              ( JANSON, 2005, p. 88-93):

              1.	Pelo movimento do olho
              2.	Pelo contraste
              3.	Pelo equilíbrio




Imagem: arte do autor.
Tempo e timing
  Formas de transmitir a ideia de tempo
  para obtenção de uma mensagem ou
  emoção específica (EISNER, 1999, p. 26).




Imagens: Representação visual, através de exemplo, de tempo e timingem arte sequencial (EISNER, 1999, p.25).
Transições quadro-a-quadro
Forma como uma imagem de um
quadro leva a outro para contar a
história. Podem ser classificadas como
(MCCLOUD, 2005, p. 70-72):

1.	Momento-a-momento
2.	Ação-para-ação
3.	Tema-para-tema
4.	Cena-a-cena
5.	Aspecto-para-aspecto
6.	Non-sequitur




                                         Imagem: Exemplo de transição Momento-a-momento. Página 186 de Watchmen.
                                         Edição Definitiva. Alan Moore, Dave Gibbons. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.
Transições quadro-a-quadro
Forma como uma imagem de um
quadro leva a outro para contar a
história. Podem ser classificadas como
(MCCLOUD, 2005, p. 70-72):

1.	Momento-a-momento
2.	Ação-para-ação
3.	Tema-para-tema
4.	Cena-a-cena
5.	Aspecto-para-aspecto
6.	Non-sequitur




                                         Imagem: Exemplo de transição Ação-pra-ação. Página 90 de Batman: Morte em Família.
                                         Jim Starlin, Marv Wolfman, Jim Aparo, George Pérez. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.
Transições quadro-a-quadro
Forma como uma imagem de um
quadro leva a outro para contar a
história. Podem ser classificadas como
(MCCLOUD, 2005, p. 70-72):

1.	Momento-a-momento
2.	Ação-para-ação
3.	Tema-para-tema
4.	Cena-a-cena
5.	Aspecto-para-aspecto
6.	Non-sequitur




                                         Imagem: Exemplo de transição Tema-pra-tema. Página 67 de O Ladrão da Eternidade.
                                         Clive Barker, Kris Oprisko, Gabriel Hernandez, Sulaco Studios. Ediouro. 2006.
Transições quadro-a-quadro
Forma como uma imagem de um
quadro leva a outro para contar a
história. Podem ser classificadas como
(MCCLOUD, 2005, p. 70-72):

1.	Momento-a-momento
2.	Ação-para-ação
3.	Tema-para-tema
4.	Cena-a-cena
5.	Aspecto-para-aspecto
6.	Non-sequitur




                                         Imagem: Exemplo de transição Cena-a-cena. Página 83 de A Vida de Jesus em Quadrinhos.
                                         Oswaldo Talo, Eugênio Colonnese. Mythos Editora. 2009.
Transições quadro-a-quadro
Forma como uma imagem de um
quadro leva a outro para contar a
história. Podem ser classificadas como
(MCCLOUD, 2005, p. 70-72):

1.	Momento-a-momento
2.	Ação-para-ação
3.	Tema-para-tema
4.	Cena-a-cena
5.	Aspecto-para-aspecto
6.	Non-sequitur




                                         Imagem: Exemplo de transições aspecto-pra-aspecto. Página 104 de O Espinafre de Yukiko.
                                         Fréderic Boilet. Conrad Editora do Brasil. 2005.
Transições quadro-a-quadro
Forma como uma imagem de um
quadro leva a outro para contar a
história. Podem ser classificadas como
(MCCLOUD, 2005, p. 70-72):

1.	Momento-a-momento
2.	Ação-para-ação
3.	Tema-para-tema
4.	Cena-a-cena
5.	Aspecto-para-aspecto
6.	Non-sequitur                          Sem sequência lógica
Estereótipos
  Utilizados como ferramentas que
  possibilitam a fácil assimilação de
  informação através das imagens dos
  personagens (EISNER, 2008, p. 21).




Imagem: Exemplo de estereótipos (EISNER, 2008, p. 22).
Símbolos
  Eisner (2008), p. 25) afirma que, da
  mesma forma que os esterótipos
  empregam imagens de pessoas que
  podem ser facilmente identificadas nos
  quadrinhos e nos filmes, os objetos tem
  um vocabulário simbólico próprio na
  linguagem dos quadrinhos.




Imagem: Exemplo de símbolos (EISNER, 2008, p. 25).
E muito mais! O vocabulário dos
quadrinhos está em constante
crescimento.

O mapeamento constante dos elementos
que compõem os quadrinhos busca
facilitar a assimilação e contribuir com
o planejamento de narrativas gráficas
tanto para revistas e livros de ficção,
como na publicidade, na pedagogia
ou qualquer área do conhecimento
que queira se valer dos potenciais
comunicativos da linguagem.
Referências
DONDIS, Donis A.. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2007.


EISNER, Will. Narrativas gráficas. 2ª ed. São Paulo, SP : Devir, 2008.


EISNER, Will. Quadrinhos e arte sequencial. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1999.


FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto. Língua e literatura. São Paulo, SP: Editora Ática, 1999.


GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual. São Paulo, SP: Escrituras Editora, 2000.


JANSON, Klaus. Guia oficial DC comics: desenhos. São Paulo, SP: Opera Graphica Editora, 2005.


MCCLOUD, Scott. Desvendando os quadrinhos: história, criação, desenho, animação, roteiro. São Paulo, SP: M. Books do Brasil Ltda, 2005.


O’NEIL, Dennis. Guia oficial DC comics: roteiros. São Paulo, SP: Opera Graphica Editora, 2005.


RAMALHO E OLIVEIRA, Sandra. Imagem também se lê. São Paulo, SP: Edições Rosari, 2005.


WOLF, Tom. Harvard Educational Review. 1977.


WONG, Wucius. Princípios de forma e desenho. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1998.


ZUGLIANI, Jorge Otávio. O circo de Lucca. São Paulo, SP: Devir, 2007.
OBRIGADO!

       Fernando Busch
Pós-graduando Lato Sensu em Design e Gestão de
Marca (Branding) pela Unochapecó, Chapecó, SC.
 Bacharel em Design pela ULBRA, Carazinho, RS.

              13 de fevereiro de 2013.

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Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia

  • 1. Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia Fernando Busch Pós-graduando Lato Sensu em Design e Gestão de Marca (Branding) pela Unochapecó, Chapecó, SC. Bacharel em Design pela ULBRA, Carazinho, RS. 13 de fevereiro de 2013. Imagem: arte do autor.
  • 2. Os quadrinhos são uma linguagem? Segundo Eisner (1999, p. 7), quando se examina uma obra de quadrinhos como um todo, a disposição dos seus elementos específicos assume a característica de uma linguagem “que se vale da experiência visual comum ao criador e ao público”. O’Neil (2005, p. 10) reforça a consideração afirmando que os quadrinhos não são uma “coleção de palavras e imagens”, isto, para o autor, definiria os livros ilustrados: “para ser uma história em quadrinhos, essas palavras e imagens devem trabalhar juntas da mesma maneira que partes de uma linguagem trabalham juntas”. Imagem: arte do autor.
  • 3. Os processos psicológicos envolvidos na compreensão de uma palavra e de uma imagem podem ser tidos como análogos (WOLF apud EISNER, 1999, p.7-8): Durante os últimos cem anos, o tema da leitura tem sido diretamente vinculado ao conceito de alfabetização; (...) aprender a ler, (...), tem significado aprender a ler palavras, (...). Mas, (...), gradualmente a leitura foi se tornando objeto de um exame mais detalhado. Pesquisas recentes mostram que a leitura de palavras é apenas um subconjunto de uma atividade humana mais geral, que inclui a decodificação de símbolos, a integração e a organização de informações, (...). Na verdade, pode-se pensar na leitura - no sentido mais geral - como uma forma de atividade da percepção. A leitura de palavras é uma manifestação dessa atividade; mas existem muitas outras leituras - de figuras, mapas, diagramas, circuitos, notas musicais, (...). Imagem: arte do autor.
  • 4. Por apresentar uma sobreposição de palavra e imagem, a linguagem dos quadrinhos gera interpretação visual e verbal. De acordo com Eisner (1999, p. 8), as regências da arte visual (como a perspectiva, o estilo, a simetria e os materiais) e as regências da literatura (como a gramática, a sintaxe e o enredo) superpõem-se de forma mútua. Sendo assim, a leitura se torna um ato de percepção estética e de esforço intelectual. Imagem: arte do autor.
  • 5. Regência da literatura: a linguagem verbal A linguagem verbal é definida como aquela que emprega palavras, escritas ou faladas. Ela apresenta diversas funções, que estão associadas às intenções do autor da mensagem. São elas, segundo Faraco e Moura (1999, p. 28): 1. Poética 2. Emotiva 3. Referencial 4. Apelativa 5. Metalinguística 6. Fática Imagem: foto de Brewbooks.
  • 6. Função poética Foca a mensagem e busca sua elaboração de modo criativo. Função emotiva Manifesta uma emoção, uma expressão ou opinião do emissor. Função referencial Busca apresentar um conteúdo livre de ambiguidade. Função apelativa Atua a fim de interferir no receptor, através de um apelo, de uma ordem ou sugestão. Função metalinguística Utiliza o seu código como assunto ou explanação de sí mesma. Função fática Intuito de iniciar, prolongar ou encerrar um contato. (FARACO e MOURA, 1999) Imagem: foto de Brewbooks.
  • 7. Regência da arte visual: a linguagem visual A linguagem visual, assim como a verbal, gira em torno de uma mensagem. Segundo Dondis (2007, p. 85), nós expressamos e recebemos mensagens visuais em três níveis: representacional, abstrato e simbólico. Onde o nível representacional engloba aquilo que vemos e identificamos com base no meio e na experiência; o abstrato representa a qualidade cinestésica de um fato visual reduzido a seus componentes visuais elementares, enfatizando os meios mais emocionais e primitivos da criação de mensagens; o nível simbólico, por sua vez, compreende o vasto universo de sistemas de símbolos codificados que o homem criou arbitrariamente e ao qual atribui significados (DONDIS, 2007). Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
  • 8. Dondis (2007) afirma que o conceito de linguagem visual deveria receber maior importância, fazendo referência a uma “alfabetização visual”: Para ser visualmente alfabetizado, é extremamente necessário que o criador da obra visual tenha tenha consciência de cada um desses três níveis individuais, mas também que o espectador ou sujeito tenha deles a mesma consciência. Cada nível, o representacional, o abstrato e o simbólico, tem características específicas que podem ser isoladas e definidas, mas que não são absolutamente antagônicas. Na verdade eles se sobrepõem, interagem e reforçam mutuamente suas respectivas qualidades. (p. 103) Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
  • 9. O sistema de leitura visual de Gomes Filho (2000), recebendo embasamento científica das leis da Gestalt, sugere, da mesma forma a existência de uma linguagem a ser lida, composta e interpretada de acordo com regras formais. Ramalho e Oliveira (2005), porém, afirma que não existem regras para a linguagem visual e que esta, por sua vez, inexiste. Para a autora, o que há é a leitura visual, enquanto que a expressão “linguagem” visual carece de reparo: (...) devemos ter cuidado ao fazer a transposição ou as analogias entre texto verbal e visual. (...) Porque não existe gramática visual; não existindo gramática, inexiste uma sintaxe; não existindo gramática nem sintaxe, inexiste uma linguagem visual... existe apenas uma “linguagem” visual, (...), uma espécie de linguagem que não exatamente o que se pensa quando se diz linguagem. (...) o uso já consagrou a expressão “linguagem” visual. No entanto, esta “ falta de cerimônia” ao nos apropriarmos de uma terminologia importada de outro sistema, (...), merece, no mínimo um reparo. (p. 56-57) Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
  • 10. Segundo Wong (1998), cada teórico pode ter um conjunto de descobertas completamente diferentes no que se refere a linguagem visual: Há inúmeras maneiras de interpretar a linguagem visual. Diversamente da linguagem falada ou escrita, cujas regras gramaticais são mais ou menos estabelecidas, a linguagem visual não tem nenhuma lei evidente. Cada teórico do desenho pode ter um conjunto de descobertas completamente diferentes. (p. 41) Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
  • 11. Independentemente destes posicionamentos, sabemos que há a leitura verbal e a leitura visual (mesmo que o uso do termo “linguagem” possa ser indevido para a última), e que ambas constituem as histórias em quadrinhos. Desse modo, levando em consideração tais definições, a fim de se considerar os quadrinhos como linguagem própria, se faz necessária a estruturação de um vocabulário próprio com uma terminologia específica. Diversos autores reúnem termos, significados, usos, práticas e descrições dos elementos que compõem a linguagem dos quadrinhos. Os principais são apresentados a seguir. Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
  • 12. O Vocabulário e a Terminologia dos Quadrinhos Segundo Zugliani (2007, p. 110), o vocabulário dos quadrinhos é baseado nos ícones (qualquer imagem que represente uma pessoa, local, coisa ou ideia). McCloud (2005, p. 51) apresenta um diagrama de abstração do vocabulário dos ícones pictóricos para arte visual: Imagem: Diagrama de abstração do vocabulário dos ícones pictóricos de McCloud (2005, p. 51)
  • 13. O vocabulário dos quadrinhos é baseado em ícones que “flutuam” na pirâmide de McCloud (2005). Alguns mais próximos da linguagem escrita, outros mais próximos da representação gráfica da realidade e outros mais próximos da representação abstrata, figurativa. Imagem: Diagrama de abstração do vocabulário dos ícones pictóricos de McCloud (2005, p. 51)
  • 15. Página de história É a página em seu roteiro (O’NEIL, 2005, p. 10) Imagem: Roteiro de Devin Grayson para história que apareceu em Batman: Gotham Knights. Apresentado por O’Neil (p. 132, 2005).
  • 16. Splash Page Geralmente a primeira página, sendo a que incorpora, em uma ou duas imagens de impacto, título, créditos e outras informações de identificação (O’NEIL, 2005, p. 10) Imagem: Exemplo de Splah Page. Página 98 de Ex Machina: Marcha à Guerra. Brian K. Vaughn, Tony Harris, Tom Feister, Chris Sprouse, Karl Story, JD Mettler. Vol. 4. Panini Brasil LTDA. 2010.
  • 17. Quadro de Página Inteira Uma página, um desenho (O’NEIL, 2005, p. 10) Imagem: Exemplo de quadro de página inteira. A Morte de Superman, volume 1. -- Barueri, SP: Panini Books, 2009. p. 170.
  • 18. Quadro Também conhecido como tomada (O’NEIL, 2005, p. 10), são a decomposição de certas imagens no espaço em segmentos sequenciados (EISNER, 1999, p. 38). Possuem uma moldura chamada requadro, que pode ser útil como recurso narrativo, intensificando as emoções da trama (EISNER, 1999, p. 44-59) Imagem: Exemplos de requadros de Eisner (1999, p. 44).
  • 19. Enquadramento Conota ao conteúdo do desenho. Se refere à distância entre a “câmera” e o assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100): 1. Quadro de apresentação 2. Panorâmica 3. Plano geral 4. Enquadramento de corpo inteiro 5. Plano médio ou americano 6. Close 7. Hiperclose Imagem: Exemplo de Quadro de Apresentação. Página 56 de Neon Genenis Evangelion. Yoshiyuki Sadamoto, Gainax – Khara. Vol. 20. Conrad Editora do Brasil LTDA. 2006.
  • 20. Enquadramento Conota ao conteúdo do desenho. Se refere à distância entre a “câmera” e o assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100): 1. Quadro de apresentação 2. Panorâmica 3. Plano geral 4. Enquadramento de corpo inteiro 5. Plano médio ou americano 6. Close 7. Hiperclose Imagem: Exemplo de Panorâmica. Página 44 de Avenida Dropsie: A Vizinhança. Will Eisner. Editora Devir. 2009.
  • 21. Enquadramento Conota ao conteúdo do desenho. Se refere à distância entre a “câmera” e o assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100): 1. Quadro de apresentação 2. Panorâmica 3. Plano geral 4. Enquadramento de corpo inteiro 5. Plano médio ou americano 6. Close 7. Hiperclose Imagem: Exemplo de Plano Geral. Página 8 de Predadores. Jean Dufaux, Enrico Marini. Vol. 2. Editora Devir. 2008.
  • 22. Enquadramento Conota ao conteúdo do desenho. Se refere à distância entre a “câmera” e o assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100): 1. Quadro de apresentação 2. Panorâmica 3. Plano geral 4. Enquadramento de corpo inteiro 5. Plano médio ou americano 6. Close 7. Hiperclose Imagem: arte do autor.
  • 23. Enquadramento Conota ao conteúdo do desenho. Se refere à distância entre a “câmera” e o assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100): 1. Quadro de apresentação 2. Panorâmica 3. Plano geral 4. Enquadramento de corpo inteiro 5. Plano médio ou americano 6. Close 7. Hiperclose Imagem: arte do autor.
  • 24. Enquadramento Conota ao conteúdo do desenho. Se refere à distância entre a “câmera” e o assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100): 1. Quadro de apresentação 2. Panorâmica 3. Plano geral 4. Enquadramento de corpo inteiro 5. Plano médio ou americano 6. Close 7. Hiperclose Imagem: Exemplo de Close. Página 51 de O Curioso Caso de Benjamin Button. F. Scott Fitzgerald, Nunzio DeFilippis, Christina Weir, Kevin Cornell. Ediouro. 2009.
  • 25. Enquadramento Conota ao conteúdo do desenho. Se refere à distância entre a “câmera” e o assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100): 1. Quadro de apresentação 2. Panorâmica 3. Plano geral 4. Enquadramento de corpo inteiro 5. Plano médio ou americano 6. Close 7. Hiperclose Imagem: Exemplo de Hiperclose. Página 68 de GUNNM: Hyper Future Vision. Vol. 18. Yukito Kishiro. Editora JBC. 1991.
  • 26. Ângulos Enquando que os enquadramentos são diferenciados pela “câmera” e o assunto, os ângulos dela se diferenciam com base na sua posição em relação às linhas horizontais e verticais de seu quadro ( JANSON, 2005, p. 102-103). 1. Ângulo inclinado 2. Enquadramento com visão inferior 3. Enquadramento com visão superior Imagem: Exemplo de Ângulo Inclinado. Página 196 de Mulher-Gato: Um Crime Perfeito. Darwyn Cooke. Editora Panini do Brasil LTDA. 2007.
  • 27. Ângulos Enquando que os enquadramentos são diferenciados pela “câmera” e o assunto, os ângulos dela se diferenciam com base na sua posição em relação às linhas horizontais e verticais de seu quadro ( JANSON, 2005, p. 102-103). 1. Ângulo inclinado 2. Enquadramento com visão inferior 3. Enquadramento com visão superior Imagem: Exemplo de Enquadramento com Visão Inferior. Página 9 de Coringa. Brian Azzarello, Lee Bermejo. Editora Panini do Brasil LTDA. 2009.
  • 28. Ângulos Enquando que os enquadramentos são diferenciados pela “câmera” e o assunto, os ângulos dela se diferenciam com base na sua posição em relação às linhas horizontais e verticais de seu quadro ( JANSON, 2005, p. 102-103). 1. Ângulo inclinado 2. Enquadramento com visão inferior 3. Enquadramento com visão superior Imagem: Exemplo de Enquadramento com Visão Superior. Página 144 de Fábulas: A Marcha dos Soldados de Madeira. Bill Willingham, Mark Buckingham, Craig Hamilton, Steve Leialoha, P. Craig Russel. Vol. 4. Editora Panini do Brasil LTDA. 2009.
  • 29. Balão de fala, balão de palavras ou balão O que contém palavras que permitem ao leitor saber o que o personagem está falando (O’NEIL, 2005, p. 14). Imagem: Exemplo de Balão de Fala (O’NEIL, 2005, p.14).
  • 30. Rabicho ou seta Apêndice que salta do balão e aponta para o personagem que está falando (O’NEIL, 2005, p. 14) Imagem: Exemplo de Rabicho ou Seta (O’NEIL, 2005, p.14).
  • 31. Explosão, elétrico ou balão elétrico Balão com extremidades pontiagudas para indicar volume/estresse ou uma transmissão de rádio/telefone (O’NEIL, 2005, p. 14) Imagem: Exemplo de Explosão, Elétrico ou Balão Elétrico (O’NEIL, 2005, p.14).
  • 32. Balão de sussurro Cujo contorno é quebrado em diversos traços (O’NEIL, 2005, p. 14) Imagem: Exemplo de Balão de Sussurro (O’NEIL, 2005, p.14).
  • 33. Balão de pensamento Enevoado que indica que o personagem está pensando. Em vez de setas, balões de pensamento tem pequenas bolhas escapando em direção à cabeça do personagem (O’NEIL, 2005, p. 14) Imagem: Exemplo de Balão de Pensamento (O’NEIL, 2005, p.14).
  • 34. Legenda ou recordatório Uma frase ou um fragmento de frase que aparese em um quadro, não em um balão (O’NEIL, 2005, p. 14) Imagem: Exemplo de Legenda ou Recordatório (O’NEIL, 2005, p.14).
  • 35. Sarjeta Espaço existente entre um quadro e outro (MCCLOUD, 2005, p. 66). Imagem: Exemplo de sarjeta. Página 186 de Watchmen. Edição Definitiva. Alan Moore, Dave Gibbons. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.
  • 36. História Arco de história Narrativa única com começo, meio e Uma história que leva várias edições para fim. Classificada para quadrinhos como ser contada (O’NEIL, 2005, p. 16). (EISNER, 2008, p. 27): 1. Narrativa 2. “Como Fazer”/Instrucional 3. Sem trama 4. Ilustrada 5. Simbolista 6. “Um pedaço da vida” 7. De vida
  • 37. Graphic Novel Uma história longa, geralmente em formato especial, com capa dura, mais páginas e qualidade de impressão superior (O’NEIL, 2005, p. 16). Imagem: foto de graphic novel de Sandman. Disponível em: http://vozdoeste.files.word- press.com/2010/05/absolute-sandman1.jpg
  • 38. Minisséries Flashback Um título que tem um númeo pré- Dramatização de um evento que ocorreu determinado de edições (O’NEIL, 2005, P. anteriormente à ação principal da 16). história (O’NEIL, 2005, p. 16).
  • 39. Linhas de ação Linhas que indicam movimento (O’NEIL, 2005, p. 16). Imagem: Exemplo de Linhas de Ação. Página 111 de Mulher-Maravilha Especial: A Ascensão dos Olimpianos. Gail Simone, Aaron Lopresti, Bernard Chang. Editora Panini do Brasil LTDA. 2010.
  • 40. Linhas radiais Mostram que um personagem está passando por uma agitação emocional ou que um objeto é quente/radioativo (O’NEIL, 2005, p. 16) Imagem: Exemplo de Linhas Radiais. Página 108 de Skreemer. Peter Milligan, Brett Ewis, Steve Dillon. Brainstore Editora. 2003.
  • 41. Lâmpada acesa Clichê visual para representar uma ideia brilhante (O’NEIL, 2005, p. 18). Imagem: Cascão tendo uma ideia. Fonte: http://peregrinacultural.files.wordpress. com/2010/06/ideia-15-uma-ideia-comum-cascao.jpg
  • 42. Multiimagem Diversas imagens do mesmo personagem em um mesmo quadro, a fim de traçar a trilha do personagem ou indicar que este está executando várias ações em um curto período de tempo (O’NEIL, 2005, p. 18). Imagem: Exemplo de Multiimagem. Página 51 de Liga da Justiça. Vol. 81. Tom Peyer, Freddie E. Williams II. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.
  • 43. Tipografia Estilos de desenhos das letras, podem sugerir diferentes tipos de fala (O’NEIL, 2005, p. 18). Imagem: arte do autor.
  • 44. Composição Processo de combinar elementos ou partes que formem uma unidade completa, de modo que o leitor leia a página de uma maneira específica, direcionando o olho do leitor ( JANSON, 2005, p. 85). Tipos de composição ( JANSON, 2005, p. 88-93): 1. Pelo movimento do olho 2. Pelo contraste 3. Pelo equilíbrio Imagem: arte do autor.
  • 45. Tempo e timing Formas de transmitir a ideia de tempo para obtenção de uma mensagem ou emoção específica (EISNER, 1999, p. 26). Imagens: Representação visual, através de exemplo, de tempo e timingem arte sequencial (EISNER, 1999, p.25).
  • 46. Transições quadro-a-quadro Forma como uma imagem de um quadro leva a outro para contar a história. Podem ser classificadas como (MCCLOUD, 2005, p. 70-72): 1. Momento-a-momento 2. Ação-para-ação 3. Tema-para-tema 4. Cena-a-cena 5. Aspecto-para-aspecto 6. Non-sequitur Imagem: Exemplo de transição Momento-a-momento. Página 186 de Watchmen. Edição Definitiva. Alan Moore, Dave Gibbons. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.
  • 47. Transições quadro-a-quadro Forma como uma imagem de um quadro leva a outro para contar a história. Podem ser classificadas como (MCCLOUD, 2005, p. 70-72): 1. Momento-a-momento 2. Ação-para-ação 3. Tema-para-tema 4. Cena-a-cena 5. Aspecto-para-aspecto 6. Non-sequitur Imagem: Exemplo de transição Ação-pra-ação. Página 90 de Batman: Morte em Família. Jim Starlin, Marv Wolfman, Jim Aparo, George Pérez. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.
  • 48. Transições quadro-a-quadro Forma como uma imagem de um quadro leva a outro para contar a história. Podem ser classificadas como (MCCLOUD, 2005, p. 70-72): 1. Momento-a-momento 2. Ação-para-ação 3. Tema-para-tema 4. Cena-a-cena 5. Aspecto-para-aspecto 6. Non-sequitur Imagem: Exemplo de transição Tema-pra-tema. Página 67 de O Ladrão da Eternidade. Clive Barker, Kris Oprisko, Gabriel Hernandez, Sulaco Studios. Ediouro. 2006.
  • 49. Transições quadro-a-quadro Forma como uma imagem de um quadro leva a outro para contar a história. Podem ser classificadas como (MCCLOUD, 2005, p. 70-72): 1. Momento-a-momento 2. Ação-para-ação 3. Tema-para-tema 4. Cena-a-cena 5. Aspecto-para-aspecto 6. Non-sequitur Imagem: Exemplo de transição Cena-a-cena. Página 83 de A Vida de Jesus em Quadrinhos. Oswaldo Talo, Eugênio Colonnese. Mythos Editora. 2009.
  • 50. Transições quadro-a-quadro Forma como uma imagem de um quadro leva a outro para contar a história. Podem ser classificadas como (MCCLOUD, 2005, p. 70-72): 1. Momento-a-momento 2. Ação-para-ação 3. Tema-para-tema 4. Cena-a-cena 5. Aspecto-para-aspecto 6. Non-sequitur Imagem: Exemplo de transições aspecto-pra-aspecto. Página 104 de O Espinafre de Yukiko. Fréderic Boilet. Conrad Editora do Brasil. 2005.
  • 51. Transições quadro-a-quadro Forma como uma imagem de um quadro leva a outro para contar a história. Podem ser classificadas como (MCCLOUD, 2005, p. 70-72): 1. Momento-a-momento 2. Ação-para-ação 3. Tema-para-tema 4. Cena-a-cena 5. Aspecto-para-aspecto 6. Non-sequitur Sem sequência lógica
  • 52. Estereótipos Utilizados como ferramentas que possibilitam a fácil assimilação de informação através das imagens dos personagens (EISNER, 2008, p. 21). Imagem: Exemplo de estereótipos (EISNER, 2008, p. 22).
  • 53. Símbolos Eisner (2008), p. 25) afirma que, da mesma forma que os esterótipos empregam imagens de pessoas que podem ser facilmente identificadas nos quadrinhos e nos filmes, os objetos tem um vocabulário simbólico próprio na linguagem dos quadrinhos. Imagem: Exemplo de símbolos (EISNER, 2008, p. 25).
  • 54. E muito mais! O vocabulário dos quadrinhos está em constante crescimento. O mapeamento constante dos elementos que compõem os quadrinhos busca facilitar a assimilação e contribuir com o planejamento de narrativas gráficas tanto para revistas e livros de ficção, como na publicidade, na pedagogia ou qualquer área do conhecimento que queira se valer dos potenciais comunicativos da linguagem.
  • 55. Referências DONDIS, Donis A.. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2007. EISNER, Will. Narrativas gráficas. 2ª ed. São Paulo, SP : Devir, 2008. EISNER, Will. Quadrinhos e arte sequencial. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1999. FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto. Língua e literatura. São Paulo, SP: Editora Ática, 1999. GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual. São Paulo, SP: Escrituras Editora, 2000. JANSON, Klaus. Guia oficial DC comics: desenhos. São Paulo, SP: Opera Graphica Editora, 2005. MCCLOUD, Scott. Desvendando os quadrinhos: história, criação, desenho, animação, roteiro. São Paulo, SP: M. Books do Brasil Ltda, 2005. O’NEIL, Dennis. Guia oficial DC comics: roteiros. São Paulo, SP: Opera Graphica Editora, 2005. RAMALHO E OLIVEIRA, Sandra. Imagem também se lê. São Paulo, SP: Edições Rosari, 2005. WOLF, Tom. Harvard Educational Review. 1977. WONG, Wucius. Princípios de forma e desenho. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1998. ZUGLIANI, Jorge Otávio. O circo de Lucca. São Paulo, SP: Devir, 2007.
  • 56. OBRIGADO! Fernando Busch Pós-graduando Lato Sensu em Design e Gestão de Marca (Branding) pela Unochapecó, Chapecó, SC. Bacharel em Design pela ULBRA, Carazinho, RS. 13 de fevereiro de 2013.