Sabemos que há a leitura verbal e a leitura visual e que ambas constituem as histórias em quadrinhos. Desse modo, a fim de se considerar os quadrinhos como linguagem própria, se faz necessária a estruturação de um vocabulário com uma terminologia específica. Diversos autores reúnem termos, significados, usos, práticas e descrições dos elementos que compõem a linguagem dos quadrinhos. Os principais são apresentados aqui.
Os Quadrinhos Como Linguagem: Com Vocabulário e Terminologia
1. Os Quadrinhos
Como Linguagem:
Com Vocabulário
e Terminologia
Fernando Busch
Pós-graduando Lato Sensu em Design e Gestão de
Marca (Branding) pela Unochapecó, Chapecó, SC.
Bacharel em Design pela ULBRA, Carazinho, RS.
13 de fevereiro de 2013.
Imagem: arte do autor.
2. Os quadrinhos são uma linguagem?
Segundo Eisner (1999, p. 7), quando se examina uma obra de quadrinhos como um todo, a disposição dos seus elementos
específicos assume a característica de uma linguagem “que se vale da experiência visual comum ao criador e ao público”. O’Neil
(2005, p. 10) reforça a consideração afirmando que os quadrinhos não são uma “coleção de palavras e imagens”, isto, para o
autor, definiria os livros ilustrados: “para ser uma história em quadrinhos, essas palavras e imagens devem trabalhar juntas da
mesma maneira que partes de uma linguagem trabalham juntas”.
Imagem: arte do autor.
3. Os processos psicológicos envolvidos na compreensão de uma palavra e de uma imagem podem ser tidos como análogos
(WOLF apud EISNER, 1999, p.7-8):
Durante os últimos cem anos, o tema da leitura tem sido diretamente vinculado ao conceito de alfabetização;
(...) aprender a ler, (...), tem significado aprender a ler palavras, (...). Mas, (...), gradualmente a leitura foi se
tornando objeto de um exame mais detalhado. Pesquisas recentes mostram que a leitura de palavras é apenas
um subconjunto de uma atividade humana mais geral, que inclui a decodificação de símbolos, a integração e a
organização de informações, (...). Na verdade, pode-se pensar na leitura - no sentido mais geral - como uma forma
de atividade da percepção. A leitura de palavras é uma manifestação dessa atividade; mas existem muitas outras
leituras - de figuras, mapas, diagramas, circuitos, notas musicais, (...).
Imagem: arte do autor.
4. Por apresentar uma sobreposição de palavra e imagem, a linguagem dos quadrinhos gera
interpretação visual e verbal. De acordo com Eisner (1999, p. 8), as regências da arte visual
(como a perspectiva, o estilo, a simetria e os materiais) e as regências da literatura (como a
gramática, a sintaxe e o enredo) superpõem-se de forma mútua. Sendo assim, a leitura se
torna um ato de percepção estética e de esforço intelectual.
Imagem: arte do autor.
5. Regência da literatura:
a linguagem verbal
A linguagem verbal é definida como aquela que emprega
palavras, escritas ou faladas. Ela apresenta diversas
funções, que estão associadas às intenções do autor da
mensagem. São elas, segundo Faraco e Moura (1999, p.
28):
1. Poética
2. Emotiva
3. Referencial
4. Apelativa
5. Metalinguística
6. Fática
Imagem: foto de Brewbooks.
6. Função poética
Foca a mensagem e busca sua elaboração de modo
criativo.
Função emotiva
Manifesta uma emoção, uma expressão ou opinião do
emissor.
Função referencial
Busca apresentar um conteúdo livre de ambiguidade.
Função apelativa
Atua a fim de interferir no receptor, através de um apelo,
de uma ordem ou sugestão.
Função metalinguística
Utiliza o seu código como assunto ou explanação de sí
mesma.
Função fática
Intuito de iniciar, prolongar ou encerrar um contato.
(FARACO e MOURA, 1999)
Imagem: foto de Brewbooks.
7. Regência da arte visual:
a linguagem visual
A linguagem visual, assim como a verbal, gira em torno
de uma mensagem. Segundo Dondis (2007, p. 85), nós
expressamos e recebemos mensagens visuais em três
níveis: representacional, abstrato e simbólico. Onde
o nível representacional engloba aquilo que vemos e
identificamos com base no meio e na experiência; o
abstrato representa a qualidade cinestésica de um fato
visual reduzido a seus componentes visuais elementares,
enfatizando os meios mais emocionais e primitivos da
criação de mensagens; o nível simbólico, por sua vez,
compreende o vasto universo de sistemas de símbolos
codificados que o homem criou arbitrariamente e ao qual
atribui significados (DONDIS, 2007).
Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
8. Dondis (2007) afirma que o conceito de linguagem visual
deveria receber maior importância, fazendo referência a
uma “alfabetização visual”:
Para ser visualmente alfabetizado, é
extremamente necessário que o criador
da obra visual tenha tenha consciência de
cada um desses três níveis individuais, mas
também que o espectador ou sujeito tenha
deles a mesma consciência. Cada nível, o
representacional, o abstrato e o simbólico,
tem características específicas que podem
ser isoladas e definidas, mas que não são
absolutamente antagônicas. Na verdade
eles se sobrepõem, interagem e reforçam
mutuamente suas respectivas qualidades. (p.
103)
Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
9. O sistema de leitura visual de Gomes Filho (2000),
recebendo embasamento científica das leis da Gestalt,
sugere, da mesma forma a existência de uma linguagem
a ser lida, composta e interpretada de acordo com regras
formais.
Ramalho e Oliveira (2005), porém, afirma que não
existem regras para a linguagem visual e que esta, por
sua vez, inexiste. Para a autora, o que há é a leitura
visual, enquanto que a expressão “linguagem” visual
carece de reparo:
(...) devemos ter cuidado ao fazer a
transposição ou as analogias entre texto
verbal e visual. (...) Porque não existe
gramática visual; não existindo gramática,
inexiste uma sintaxe; não existindo gramática
nem sintaxe, inexiste uma linguagem visual...
existe apenas uma “linguagem” visual,
(...), uma espécie de linguagem que não
exatamente o que se pensa quando se diz
linguagem. (...) o uso já consagrou a expressão
“linguagem” visual. No entanto, esta “ falta
de cerimônia” ao nos apropriarmos de uma
terminologia importada de outro sistema, (...),
merece, no mínimo um reparo. (p. 56-57)
Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
10. Segundo Wong (1998), cada teórico pode ter um conjunto
de descobertas completamente diferentes no que se
refere a linguagem visual:
Há inúmeras maneiras de interpretar a
linguagem visual. Diversamente da linguagem
falada ou escrita, cujas regras gramaticais
são mais ou menos estabelecidas, a linguagem
visual não tem nenhuma lei evidente. Cada
teórico do desenho pode ter um conjunto de
descobertas completamente diferentes. (p. 41)
Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
11. Independentemente destes posicionamentos, sabemos
que há a leitura verbal e a leitura visual (mesmo que
o uso do termo “linguagem” possa ser indevido para
a última), e que ambas constituem as histórias em
quadrinhos. Desse modo, levando em consideração tais
definições, a fim de se considerar os quadrinhos como
linguagem própria, se faz necessária a estruturação de
um vocabulário próprio com uma terminologia específica.
Diversos autores reúnem termos, significados, usos,
práticas e descrições dos elementos que compõem
a linguagem dos quadrinhos. Os principais são
apresentados a seguir.
Imagem: Guernica de Picasso, disponível em: http://www.cultorweb.com/Picasso/IMG/guernica_pablo_picasso.jpg
12. O Vocabulário e
a Terminologia
dos Quadrinhos
Segundo Zugliani (2007, p. 110), o
vocabulário dos quadrinhos é baseado
nos ícones (qualquer imagem que
represente uma pessoa, local, coisa
ou ideia). McCloud (2005, p. 51)
apresenta um diagrama de abstração do
vocabulário dos ícones pictóricos para
arte visual:
Imagem: Diagrama de abstração do vocabulário dos ícones pictóricos de McCloud (2005, p. 51)
13. O vocabulário dos quadrinhos é baseado
em ícones que “flutuam” na pirâmide de
McCloud (2005). Alguns mais próximos da
linguagem escrita, outros mais próximos
da representação gráfica da realidade e
outros mais próximos da representação
abstrata, figurativa.
Imagem: Diagrama de abstração do vocabulário dos ícones pictóricos de McCloud (2005, p. 51)
15. Página de história
É a página em seu roteiro (O’NEIL, 2005,
p. 10)
Imagem: Roteiro de Devin Grayson para história que apareceu em Batman: Gotham Knights.
Apresentado por O’Neil (p. 132, 2005).
16. Splash Page
Geralmente a primeira página, sendo a
que incorpora, em uma ou duas imagens
de impacto, título, créditos e outras
informações de identificação (O’NEIL,
2005, p. 10)
Imagem: Exemplo de Splah Page. Página 98 de Ex Machina: Marcha à Guerra.
Brian K. Vaughn, Tony Harris, Tom Feister, Chris Sprouse, Karl Story, JD Mettler. Vol. 4.
Panini Brasil LTDA. 2010.
17. Quadro de Página Inteira
Uma página, um desenho (O’NEIL, 2005,
p. 10)
Imagem: Exemplo de quadro de página inteira. A Morte de Superman, volume 1. -- Barueri,
SP: Panini Books, 2009. p. 170.
18. Quadro
Também conhecido como tomada
(O’NEIL, 2005, p. 10), são a decomposição
de certas imagens no espaço em
segmentos sequenciados (EISNER, 1999,
p. 38). Possuem uma moldura chamada
requadro, que pode ser útil como recurso
narrativo, intensificando as emoções da
trama (EISNER, 1999, p. 44-59)
Imagem: Exemplos de requadros de Eisner (1999, p. 44).
19. Enquadramento
Conota ao conteúdo do desenho. Se
refere à distância entre a “câmera” e o
assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):
1. Quadro de apresentação
2. Panorâmica
3. Plano geral
4. Enquadramento de corpo inteiro
5. Plano médio ou americano
6. Close
7. Hiperclose
Imagem: Exemplo de Quadro de Apresentação. Página 56 de Neon Genenis Evangelion.
Yoshiyuki Sadamoto, Gainax – Khara. Vol. 20. Conrad Editora do Brasil LTDA. 2006.
20. Enquadramento
Conota ao conteúdo do desenho. Se
refere à distância entre a “câmera” e o
assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):
1. Quadro de apresentação
2. Panorâmica
3. Plano geral
4. Enquadramento de corpo inteiro
5. Plano médio ou americano
6. Close
7. Hiperclose
Imagem: Exemplo de Panorâmica. Página 44 de Avenida Dropsie: A Vizinhança.
Will Eisner. Editora Devir. 2009.
21. Enquadramento
Conota ao conteúdo do desenho. Se
refere à distância entre a “câmera” e o
assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):
1. Quadro de apresentação
2. Panorâmica
3. Plano geral
4. Enquadramento de corpo inteiro
5. Plano médio ou americano
6. Close
7. Hiperclose
Imagem: Exemplo de Plano Geral. Página 8 de Predadores. Jean Dufaux, Enrico Marini. Vol.
2. Editora Devir. 2008.
22. Enquadramento
Conota ao conteúdo do desenho. Se
refere à distância entre a “câmera” e o
assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):
1. Quadro de apresentação
2. Panorâmica
3. Plano geral
4. Enquadramento de corpo inteiro
5. Plano médio ou americano
6. Close
7. Hiperclose
Imagem: arte do autor.
23. Enquadramento
Conota ao conteúdo do desenho. Se
refere à distância entre a “câmera” e o
assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):
1. Quadro de apresentação
2. Panorâmica
3. Plano geral
4. Enquadramento de corpo inteiro
5. Plano médio ou americano
6. Close
7. Hiperclose
Imagem: arte do autor.
24. Enquadramento
Conota ao conteúdo do desenho. Se
refere à distância entre a “câmera” e o
assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):
1. Quadro de apresentação
2. Panorâmica
3. Plano geral
4. Enquadramento de corpo inteiro
5. Plano médio ou americano
6. Close
7. Hiperclose
Imagem: Exemplo de Close. Página 51 de O Curioso Caso de Benjamin Button.
F. Scott Fitzgerald, Nunzio DeFilippis, Christina Weir, Kevin Cornell. Ediouro. 2009.
25. Enquadramento
Conota ao conteúdo do desenho. Se
refere à distância entre a “câmera” e o
assunto ( JANSON, 2005, p. 99-100):
1. Quadro de apresentação
2. Panorâmica
3. Plano geral
4. Enquadramento de corpo inteiro
5. Plano médio ou americano
6. Close
7. Hiperclose
Imagem: Exemplo de Hiperclose. Página 68 de GUNNM: Hyper Future Vision.
Vol. 18. Yukito Kishiro. Editora JBC. 1991.
26. Ângulos
Enquando que os enquadramentos são
diferenciados pela “câmera” e o assunto,
os ângulos dela se diferenciam com base
na sua posição em relação às linhas
horizontais e verticais de seu quadro
( JANSON, 2005, p. 102-103).
1. Ângulo inclinado
2. Enquadramento com visão inferior
3. Enquadramento com visão superior
Imagem: Exemplo de Ângulo Inclinado. Página 196 de Mulher-Gato: Um Crime Perfeito.
Darwyn Cooke. Editora Panini do Brasil LTDA. 2007.
27. Ângulos
Enquando que os enquadramentos são
diferenciados pela “câmera” e o assunto,
os ângulos dela se diferenciam com base
na sua posição em relação às linhas
horizontais e verticais de seu quadro
( JANSON, 2005, p. 102-103).
1. Ângulo inclinado
2. Enquadramento com visão inferior
3. Enquadramento com visão superior
Imagem: Exemplo de Enquadramento com Visão Inferior. Página 9 de Coringa.
Brian Azzarello, Lee Bermejo. Editora Panini do Brasil LTDA. 2009.
28. Ângulos
Enquando que os enquadramentos são
diferenciados pela “câmera” e o assunto,
os ângulos dela se diferenciam com base
na sua posição em relação às linhas
horizontais e verticais de seu quadro
( JANSON, 2005, p. 102-103).
1. Ângulo inclinado
2. Enquadramento com visão inferior
3. Enquadramento com visão superior
Imagem: Exemplo de Enquadramento com Visão Superior. Página 144 de Fábulas: A Marcha
dos Soldados de Madeira. Bill Willingham, Mark Buckingham, Craig Hamilton, Steve Leialoha,
P. Craig Russel. Vol. 4. Editora Panini do Brasil LTDA. 2009.
29. Balão de fala, balão de palavras
ou balão
O que contém palavras que permitem
ao leitor saber o que o personagem está
falando (O’NEIL, 2005, p. 14).
Imagem: Exemplo de Balão de Fala (O’NEIL, 2005, p.14).
30. Rabicho ou seta
Apêndice que salta do balão e aponta
para o personagem que está falando
(O’NEIL, 2005, p. 14)
Imagem: Exemplo de Rabicho ou Seta (O’NEIL, 2005, p.14).
31. Explosão, elétrico ou balão
elétrico
Balão com extremidades pontiagudas
para indicar volume/estresse ou uma
transmissão de rádio/telefone (O’NEIL,
2005, p. 14)
Imagem: Exemplo de Explosão, Elétrico ou Balão Elétrico (O’NEIL, 2005, p.14).
32. Balão de sussurro
Cujo contorno é quebrado em diversos
traços (O’NEIL, 2005, p. 14)
Imagem: Exemplo de Balão de Sussurro (O’NEIL, 2005, p.14).
33. Balão de pensamento
Enevoado que indica que o personagem
está pensando. Em vez de setas, balões
de pensamento tem pequenas bolhas
escapando em direção à cabeça do
personagem (O’NEIL, 2005, p. 14)
Imagem: Exemplo de Balão de Pensamento (O’NEIL, 2005, p.14).
34. Legenda ou recordatório
Uma frase ou um fragmento de frase
que aparese em um quadro, não em um
balão (O’NEIL, 2005, p. 14)
Imagem: Exemplo de Legenda ou Recordatório (O’NEIL, 2005, p.14).
35. Sarjeta
Espaço existente entre um quadro e
outro (MCCLOUD, 2005, p. 66).
Imagem: Exemplo de sarjeta. Página 186 de Watchmen. Edição Definitiva. Alan Moore, Dave
Gibbons. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.
36. História Arco de história
Narrativa única com começo, meio e Uma história que leva várias edições para
fim. Classificada para quadrinhos como ser contada (O’NEIL, 2005, p. 16).
(EISNER, 2008, p. 27):
1. Narrativa
2. “Como Fazer”/Instrucional
3. Sem trama
4. Ilustrada
5. Simbolista
6. “Um pedaço da vida”
7. De vida
37. Graphic Novel
Uma história longa, geralmente em
formato especial, com capa dura, mais
páginas e qualidade de impressão
superior (O’NEIL, 2005, p. 16).
Imagem: foto de graphic novel de Sandman. Disponível em: http://vozdoeste.files.word-
press.com/2010/05/absolute-sandman1.jpg
38. Minisséries Flashback
Um título que tem um númeo pré- Dramatização de um evento que ocorreu
determinado de edições (O’NEIL, 2005, P. anteriormente à ação principal da
16). história (O’NEIL, 2005, p. 16).
39. Linhas de ação
Linhas que indicam movimento (O’NEIL,
2005, p. 16).
Imagem: Exemplo de Linhas de Ação. Página 111 de Mulher-Maravilha Especial: A Ascensão
dos Olimpianos. Gail Simone, Aaron Lopresti, Bernard Chang. Editora Panini do Brasil LTDA.
2010.
40. Linhas radiais
Mostram que um personagem está
passando por uma agitação emocional
ou que um objeto é quente/radioativo
(O’NEIL, 2005, p. 16)
Imagem: Exemplo de Linhas Radiais. Página 108 de Skreemer. Peter Milligan, Brett Ewis,
Steve Dillon. Brainstore Editora. 2003.
41. Lâmpada acesa
Clichê visual para representar uma ideia
brilhante (O’NEIL, 2005, p. 18).
Imagem: Cascão tendo uma ideia. Fonte: http://peregrinacultural.files.wordpress.
com/2010/06/ideia-15-uma-ideia-comum-cascao.jpg
42. Multiimagem
Diversas imagens do mesmo personagem
em um mesmo quadro, a fim de traçar a
trilha do personagem ou indicar que este
está executando várias ações em um
curto período de tempo (O’NEIL, 2005, p.
18).
Imagem: Exemplo de Multiimagem. Página 51 de Liga da Justiça. Vol. 81. Tom Peyer, Freddie
E. Williams II. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.
43. Tipografia
Estilos de desenhos das letras, podem
sugerir diferentes tipos de fala (O’NEIL,
2005, p. 18).
Imagem: arte do autor.
44. Composição
Processo de combinar elementos
ou partes que formem uma unidade
completa, de modo que o leitor leia
a página de uma maneira específica,
direcionando o olho do leitor ( JANSON,
2005, p. 85). Tipos de composição
( JANSON, 2005, p. 88-93):
1. Pelo movimento do olho
2. Pelo contraste
3. Pelo equilíbrio
Imagem: arte do autor.
45. Tempo e timing
Formas de transmitir a ideia de tempo
para obtenção de uma mensagem ou
emoção específica (EISNER, 1999, p. 26).
Imagens: Representação visual, através de exemplo, de tempo e timingem arte sequencial (EISNER, 1999, p.25).
46. Transições quadro-a-quadro
Forma como uma imagem de um
quadro leva a outro para contar a
história. Podem ser classificadas como
(MCCLOUD, 2005, p. 70-72):
1. Momento-a-momento
2. Ação-para-ação
3. Tema-para-tema
4. Cena-a-cena
5. Aspecto-para-aspecto
6. Non-sequitur
Imagem: Exemplo de transição Momento-a-momento. Página 186 de Watchmen.
Edição Definitiva. Alan Moore, Dave Gibbons. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.
47. Transições quadro-a-quadro
Forma como uma imagem de um
quadro leva a outro para contar a
história. Podem ser classificadas como
(MCCLOUD, 2005, p. 70-72):
1. Momento-a-momento
2. Ação-para-ação
3. Tema-para-tema
4. Cena-a-cena
5. Aspecto-para-aspecto
6. Non-sequitur
Imagem: Exemplo de transição Ação-pra-ação. Página 90 de Batman: Morte em Família.
Jim Starlin, Marv Wolfman, Jim Aparo, George Pérez. Panini Editora do Brasil LTDA. 2009.
48. Transições quadro-a-quadro
Forma como uma imagem de um
quadro leva a outro para contar a
história. Podem ser classificadas como
(MCCLOUD, 2005, p. 70-72):
1. Momento-a-momento
2. Ação-para-ação
3. Tema-para-tema
4. Cena-a-cena
5. Aspecto-para-aspecto
6. Non-sequitur
Imagem: Exemplo de transição Tema-pra-tema. Página 67 de O Ladrão da Eternidade.
Clive Barker, Kris Oprisko, Gabriel Hernandez, Sulaco Studios. Ediouro. 2006.
49. Transições quadro-a-quadro
Forma como uma imagem de um
quadro leva a outro para contar a
história. Podem ser classificadas como
(MCCLOUD, 2005, p. 70-72):
1. Momento-a-momento
2. Ação-para-ação
3. Tema-para-tema
4. Cena-a-cena
5. Aspecto-para-aspecto
6. Non-sequitur
Imagem: Exemplo de transição Cena-a-cena. Página 83 de A Vida de Jesus em Quadrinhos.
Oswaldo Talo, Eugênio Colonnese. Mythos Editora. 2009.
50. Transições quadro-a-quadro
Forma como uma imagem de um
quadro leva a outro para contar a
história. Podem ser classificadas como
(MCCLOUD, 2005, p. 70-72):
1. Momento-a-momento
2. Ação-para-ação
3. Tema-para-tema
4. Cena-a-cena
5. Aspecto-para-aspecto
6. Non-sequitur
Imagem: Exemplo de transições aspecto-pra-aspecto. Página 104 de O Espinafre de Yukiko.
Fréderic Boilet. Conrad Editora do Brasil. 2005.
51. Transições quadro-a-quadro
Forma como uma imagem de um
quadro leva a outro para contar a
história. Podem ser classificadas como
(MCCLOUD, 2005, p. 70-72):
1. Momento-a-momento
2. Ação-para-ação
3. Tema-para-tema
4. Cena-a-cena
5. Aspecto-para-aspecto
6. Non-sequitur Sem sequência lógica
52. Estereótipos
Utilizados como ferramentas que
possibilitam a fácil assimilação de
informação através das imagens dos
personagens (EISNER, 2008, p. 21).
Imagem: Exemplo de estereótipos (EISNER, 2008, p. 22).
53. Símbolos
Eisner (2008), p. 25) afirma que, da
mesma forma que os esterótipos
empregam imagens de pessoas que
podem ser facilmente identificadas nos
quadrinhos e nos filmes, os objetos tem
um vocabulário simbólico próprio na
linguagem dos quadrinhos.
Imagem: Exemplo de símbolos (EISNER, 2008, p. 25).
54. E muito mais! O vocabulário dos
quadrinhos está em constante
crescimento.
O mapeamento constante dos elementos
que compõem os quadrinhos busca
facilitar a assimilação e contribuir com
o planejamento de narrativas gráficas
tanto para revistas e livros de ficção,
como na publicidade, na pedagogia
ou qualquer área do conhecimento
que queira se valer dos potenciais
comunicativos da linguagem.
55. Referências
DONDIS, Donis A.. Sintaxe da linguagem visual. São Paulo, SP: Martins Fontes, 2007.
EISNER, Will. Narrativas gráficas. 2ª ed. São Paulo, SP : Devir, 2008.
EISNER, Will. Quadrinhos e arte sequencial. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1999.
FARACO, Carlos Emílio; MOURA, Francisco Marto. Língua e literatura. São Paulo, SP: Editora Ática, 1999.
GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual. São Paulo, SP: Escrituras Editora, 2000.
JANSON, Klaus. Guia oficial DC comics: desenhos. São Paulo, SP: Opera Graphica Editora, 2005.
MCCLOUD, Scott. Desvendando os quadrinhos: história, criação, desenho, animação, roteiro. São Paulo, SP: M. Books do Brasil Ltda, 2005.
O’NEIL, Dennis. Guia oficial DC comics: roteiros. São Paulo, SP: Opera Graphica Editora, 2005.
RAMALHO E OLIVEIRA, Sandra. Imagem também se lê. São Paulo, SP: Edições Rosari, 2005.
WOLF, Tom. Harvard Educational Review. 1977.
WONG, Wucius. Princípios de forma e desenho. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1998.
ZUGLIANI, Jorge Otávio. O circo de Lucca. São Paulo, SP: Devir, 2007.
56. OBRIGADO!
Fernando Busch
Pós-graduando Lato Sensu em Design e Gestão de
Marca (Branding) pela Unochapecó, Chapecó, SC.
Bacharel em Design pela ULBRA, Carazinho, RS.
13 de fevereiro de 2013.