O documento descreve a vida e as invenções do inventor brasileiro Alberto Santos-Dumont, considerado o pai da aviação. O texto detalha como Santos-Dumont nasceu no Brasil e foi para a França estudar engenharia, onde construiu seu primeiro balão e realizou o primeiro voo controlado em um balão dirigível, antes de inventar o 14-Bis, o primeiro avião capaz de decolar, voar e pousar sem ajuda externa.
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1. Uma visita à
casa do inventor
brasileiro
As muitas
invenções do
pai da aviação
REVISTA DE DIVULGAÇÃO
CIENTÍFICA PARA CRIANÇAS
ANO 19 / No
172/ R$ 6,60
SETEMBRO DE 2006
ISSN 0103-2054
Santos-Dumont inventou o avião
Há 100 anos,
D
IVIRTA-SE
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M
AVIÕ
ES
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E
PAPEL
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172 Setembro de 2006
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No dia 12 de
novembro de 1906,
uma máquina voadora
deixou o solo para entrar na
História. Seu nome: 14 Bis.
Seu inventor: Alberto
Santos-Dumont. O brasileiro
– que já havia encantado a
França ao mostrar que era
possível dirigir balões –,
nessa data, apresentou ao
mundo o avião! O 14 Bis
criado por ele foi o primeiro
aparelho mais pesado que o
ar a decolar, voar mais de
cem metros e pousar sem
qualquer auxílio externo.
Para comemorar o
centenário desse vôo
histórico, a CHC convida
você a conhecer, nesta
edição especial, um pouco
da vida de Santos-Dumont,
assim como as suas muitas
invenções e todos os
detalhes do vôo do 14 Bis.
Então, embarque nessa
leitura e... até a próxima!
Como funciona o
relógio de pulso e
Seção de cartas.
Você sabia que
Santos-Dumont
teve uma casa
chamada
“A Encantada”?
Minha primeira
ascensão.
O primeiro vôo de
balão de Santos-
Dumont, contado
pelo próprio pai da
aviação.
Um vôo muito
especial. Em 12 de
novembro de 1906,
o 14 Bis voou mais
de 200 metros.
Entenda por que
esse dia entrou para
a História!
Santos-Dumont,
o menino que
sonhava voar.
A história do
inventor que deu
asas à humanidade.
As muitas
invenções de um
brasileiro: do
balão ao avião,
Santos-Dumont
criou diversos
inventos. Venha
conhecê-los!
Decolagem
autorizada! Ganhe
os céus com aviões
de papel que
lembram duas
aeronaves criadas
por Santos-Dumont.
Uma delas, o 14 Bis!
Por que o avião
consegue voar?
No ar, dois
desafios para você
solucionar:
Matemática aérea e
Cálculo enigmático.
Na trilha de um
grande inventor.
Lance o dado e siga
os passos de Santos-
Dumont, em um
jogo repleto de
emoções.
Quando crescer,
vou ser...
engenheiro
aeronáutico!
Bate-papo
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3. Nas noites da fazenda, a criançada se
divertia com um jogo de prendas.
– Quem errar tem de pagar com um
objeto seu. Vamos lá!
– Pomba voa?
– Vooooa! – todos levantavam as mãos.
– Cachorro voa?
– Nãããão!
– Beija-flor voa?
– Voooa!
– Homem voa?
– Nãããão! – gritavam todos. Quer dizer,
quase todos.
– Homem voa. Voa, sim!
Quem afirmava isso era o pequeno
Alberto, que ficaria mais conhecido,
quando adulto, por seu sobrenome:
Santos-Dumont. Desde pequeno, ele já
tinha uma intuição: o ser humano
podia voar! E transformou esse
sonho em realidade...
o menino que
sonhava voar
Ilustração
Lula
Santos-
Dumont,
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2
4. A
lberto Santos-Dumont
nasceu no dia 20 de
julho de 1873, no sítio
Cabangu, em Minas
Gerais, na Serra da Mantiqueira,
próximo de um povoado que, na
época, chamava-se João Aires.
Pequeno ainda, o menino foi
morar com a família em São
Paulo, na cidade de Ribeirão
Preto, em uma fazenda chamada
Arindeúva, onde viveu a maior
parte de sua infância. A fazenda,
enorme, produzia café, produto
que, na época, era valioso e
rendia muito dinheiro. Alberto
era o sexto filho de oito irmãos.
Seu pai, Henrique Dumont, era
descendente de joalheiros
franceses, e sua mãe, Francisca,
pertencia a uma família de
portugueses que veio para o
Brasil junto com D. João VI.
Na fazenda, Alberto viveu
muitas aventuras e começou a se
interessar pelos aparelhos
mecânicos, que despertavam sua
curiosidade. Enquanto seus
irmãos viviam soltos pelos
cafezais, andando a cavalo, o
pequeno Alberto preferia ir para
o lugar onde ficavam as
máquinas. Ele passava horas ali
observando as engenhocas que
tratavam os grãos de café: eram
secadores, descascadores e
separadores de grãos. Com sete
anos, já dirigia um locomóvel,
como, então, eram chamados os
tratores da fazenda. Mas não
parou por aí. Aos doze anos,
conseguiu permissão para dirigir
as locomotivas que carregavam a
colheita e percorriam toda a
fazenda Arindeúva. A bordo
dessas máquinas, Alberto ia
alimentando o sonho de ser
inventor. Sonho que também
crescia com a leitura.
O menino gostava de ouvir e
ler histórias ao lado de sua irmã
Virgínia. Os livros de Julio Verne
eram os seus preferidos e
adivinhe qual ele gostava mais
de ler? O que contava as
aventuras de uma viagem em um
balão: A volta ao mundo em oitenta
dias. Ah! Como ele sonhava em
voar assim. Por isso, sua
imaginação corria solta nas
noites de São João, quando
acontecia a tradicional festa
junina na fazenda. A distração
preferida de Alberto era ver os
balões subindo aos céus. Então,
pensava: um dia, ainda viajarei
em um desses!
O sítio Cabangu, em Minas Gerais, onde Santos-Dumont nasceu.
Os pais de Santos-Dumont: Henrique e Francisca.
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Fotos
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5. Vá para Paris!
Quando tinha dezoito anos,
Santos-Dumont foi viver na
França. Seu pai o incentivou a
tomar esse caminho, dando-lhe
dinheiro suficiente para viver
muito bem e estudar o que
precisasse para ser um inventor.
Na Cidade Luz, como Paris
era chamada, o brasileiro
estudou um pouco de tudo o que
fosse relacionado às máquinas e
ao seu funcionamento. Para isso,
teve a ajuda de um professor
espanhol, que lhe explicou física,
química, eletricidade e mecânica,
entre outras disciplinas.
Santos-Dumont era um
cavalheiro. Baixinho, gostava de
usar o seu famoso chapéu e um
sapato que dava a impressão de
que ele era um pouco mais alto.
Mantinha sempre seu modo de
ser elegante e reservado. Tanto
que pouca gente sabe sobre seus
amores. Dizem que ele teve um
romance com uma brasileira e
pensou em namorar uma
americana, levantando até a
hipótese de se casar com ela.
Mas certeza só existe uma:
Santos-Dumont continuou
solteiro por toda a vida.
Na França, ao que parece, o
brasileiro estava mais
interessado em tudo o que tinha
relação com a mecânica, como o
automóvel, novidade na época.
Na Cidade Luz, organizou a
primeira corrida de triciclos em
um autódromo. Mas sua alegria
só seria total no dia em que
pudesse ganhar os céus...
Do balão ao avião
Santos-Dumont sabia que a
sua idéia de vôo não era igual à
de inventores como Leonardo da
Vinci, que pensava que o ser
humano poderia voar como um
pássaro, com a ajuda de asas que
se movimentavam com a força
dos músculos. Para Santos-
Dumont, o ser humano poderia
voar, sim, mas com a ajuda de
máquinas!
Tendo essa certeza, ele fez o
seu primeiro balão, o Brasil.
A seguir, fez vários outros. Com
um deles, o no
6, provou que era
possível dirigir um balão com
eficiência, algo que ninguém, até
então, tinha conseguido fazer.
Isso ocorreu em 19 de outubro
de 1901, quando Santos-
Dumont, a bordo de seu invento,
deu uma volta completa na Torre
Eiffel, em Paris. Foi uma
sensação! Mas ele não estava
Em Paris, Santos-Dumont organizou a primeira corrida de triciclos
em um autódromo.
O pai da
aviação e
seu famoso
chapéu.
O dirigível no
6 contorna a Torre
Eiffel, em Paris, sob os aplausos
da multidão.
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6. satisfeito. Queria mais. Queria
fazer outras máquinas de voar.
Em 1906, ele construiu o 14 Bis.
Com esse invento – que não era
um balão, mas um aparelho mais
pesado que o ar –, ele conseguiu
realizar, em 23 de outubro desse
mesmo ano, um vôo completo,
decolando, voando e pousando
sem nenhum auxílio externo.
Logo depois, em 12 de novembro
de 1906, fez um novo vôo e
percorreu 220 metros. Uma
comissão de especialistas viu o
14 Bis voar. O público também.
Foi o primeiro vôo em que um
avião decolava e voava mais de
100 metros. Naquele momento,
Santos-Dumont apresentava
uma invenção que mudaria a
vida de muita gente: o avião!
Sua vontade de criar, no
entanto, não parou por aí: ele
ainda inventou várias máquinas
depois do 14 Bis, como um avião
pequeno e veloz chamado
Demoiselle (leia As muitas invenções
de um brasileiro, nesta edição).
De volta ao Brasil
Santos-Dumont nunca
esqueceu a sua terra natal. Tanto
que, sempre que podia, visitava
o Brasil. Em uma dessas visitas,
em 1917, resolveu criar um lugar
onde pudesse descansar e criar.
Estava se sentindo cansado.
Então, projetou uma casa,
chamada A Encantada, que foi
construída em Petrópolis, no Rio
de Janeiro (leia o texto Você sabia
que Santos-Dumont teve uma casa
chamada A Encantada?, nesta
edição). Quando estava no
Brasil, Santos-Dumont dividia o
seu tempo livre entre essa casa e
a fazenda do Cabangu, em Minas
Gerais, onde nasceu. Depois de
construir A Encantada, o
inventor ainda voltou ao
exterior, mas já se sentia muito
doente e triste.
Santos-Dumont viveu os
últimos dias de sua vida em um
hotel no Guarujá, em São Paulo,
na companhia de um sobrinho.
O inventor, acostumado ao
aplauso das multidões, vivia em
retiro para cuidar de sua saúde.
Era o ano de 1932 e uma
revolução pretendia separar São
Paulo do resto do país. Isso
muito o incomodava. Santos-
Dumont queria a união dos
brasileiros e, não, sua separação.
O inventor acabou por falecer
no mesmo ano, no dia 23 de
julho.
Sua engenhosidade e
inteligência, no entanto, são
reconhecidas ainda hoje, não só
por brasileiros, mas também por
pessoas de todo o mundo. Tanto
que Santos-Dumont já foi
homenageado até mesmo no
espaço. Em 1976, a União
Astronômica Internacional
decidiu batizar uma cratera na
Lua com seu nome, em
reconhecimento ao seu trabalho.
Afinal, primeiro, Alberto Santos-
Dumont conquistou os céus,
para, depois, o mundo
conquistar o espaço!
Araguaryno Cabrero dos Reis,
pesquisador da vida de Alberto
Santos-Dumont.
Em 23 de outubro de 1906, o 14 Bis fez um vôo completo, decolando,
voando e pousando sem qualquer auxílio externo.
Santos-Dumont e o avião que batizou de Demoiselle em frente ao
castelo Gallard, na França.
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7. QUEM INVENTOU O AVIÃO? A RESPOSTA TODO MUNDO CONHECE: SANTOS-DUMONT!
PORÉM, ANTES DE VOAR COM O 14 BIS E MESMO DEPOIS DE ENCANTAR O MUNDO
COM ESSE FEITO, O BRASILEIRO CRIOU, PROJETOU E TESTOU MUITAS INVENÇÕES.
VAMOS CONHECÊ-LAS?
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de um brasileiro
As muitas
invenções
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8. Voando ao sabor do vento
Em 1897, Santos-Dumont chegou à França com uma
idéia fixa: voar. Na época, isso apenas era possível com
os balões. E que aventura era embarcar em um deles!
Como os balões voavam ao sabor do vento, ninguém sabia
aocertoondeiriadescer.Santos-Dumontpercebeu,porém,
que precisava ter o domínio dos balões, os únicos inventos
que voavam até então, para tentar desenvolver, no futuro,
máquinas voadoras que o ser humano pudesse dirigir.
Assim, fez vários vôos de balão e, a partir disso, notou
que poderia fazer um balão menor e mais simples do que
os criados até então.
Como você sabe, o balão é uma grande bola feita de
seda fina, cheia de gás e revestida com verniz. Ele tem
uma cestinha, presa por cordas à bola de gás. O balão
em si é leve, mas o verniz e o aparato para sustentar a
cesta pesam. Na época de Santos-Dumont, os balões
traziam ainda enfeites, que significavam um peso extra.
Aoprojetaroseuprimeirobalão,Santos-Dumontinovou
ao simplificar o invento ao máximo, tirando tudo o que
fosse supérfluo. E não estamos falando só dos
enfeites. O brasileiro estudou a resistência da seda
e das cordas, a quantidade de verniz geralmente
empregada e o tamanho da cesta que costumava
ser usada com o intuito de diminuir o peso do balão
e reduzi-lo ao mínimo necessário. Assim, criou
um balão que pesava 30 quilos, quando os
inventos desse tipo pesavam, em média, 500.
Seu nome? Brasil.
Brasil era tão pequeno que os
construtores franceses achavam que ele
não ia ter capacidade de levantar vôo.
QuandoSantos-Dumontatingiuasalturas
com o seu invento, chamou a atenção.
Depois do Brasil, ele ainda mandou construir
um outro balão, em que podia levar, como
companhia, mais dois passageiros: o L’Amérique.
Assumindo o controle
O maior desejo de Santos-Dumont, porém, não era voar ao sabor do vento,
mas dirigir os balões: definir para onde eles iriam, onde pousariam... Muitos
tinham tentado fazer isso e fracassado. Mas, com Santos-Dumont, a história
seria diferente. Sabe por quê? Além de persistente e talentoso, o inventor
usou o motor certo em seus balões.
Desde a década de 1850, sabia-se que, para dirigir um balão, era preciso
usar um motor e uma hélice. O motor forneceria a energia para rodar a hélice,
que empurraria o balão, dando a ele velocidade. Mas que tipo de motor usar?
O motor a vapor era potente, porém pesado.O elétrico exigia baterias de peso
considerável. Havia o motor de petróleo, usado nos carros, leve e potente.
Porém, ele soltava faíscas e o balão estava cheio de um gás que explodia
facilmente. Quem já tinha tentado utilizá-lo havia morrido.
No primeiro balão
dirigível que
construiu, o no
1,
Santos-Dumont
usou um motor a
petróleo.
Balão Brasil.
Santos-Dumont
não inventou
apenas aviões,
mas,também,
balões que
podiam ser
dirigidos, como
este, o dirigível
no
9.
7
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3
9. Para poder usar o motor a petróleo sem
riscos, Santos-Dumont projetou um balão
diferente. Chamado de no
1, ele tinha o cesto
bem afastado do balão em si. Essa saída,
embora engenhosa, é complicada, pois afeta
o equilíbrio do invento:quando o motor é ligado,
a tendência do balão é girar como uma roda
gigante, o que é preciso levar em conta durante
a elaboração do projeto. Com o no
1, porém,
Santos-Dumont mostrou a todos que era
possível usar o motor a petróleo nos balões,
tomando os devidos cuidados.
O no
1 teve uma trajetória curta: caiu sobre
árvores no primeiro teste realizado e, no
segundo, o balão, que tinha a forma de um
charuto e 25 metros de comprimento, dobrou-
se ao meio, por causa de uma válvula que não
funcionou direito. Como resultado, caiu. Mas
quem disse que Santos-Dumont desanimou?
Ele fez o no
2, um dirigível muito parecido com
o no
1, que também caiu e, no no
3, acertou, ao
introduzir algumas mudanças. Enquanto o no
1
e o no
2 eram balões compridos em forma de
charuto, o no
3 era mais gordo e curto. Assim,
sua forma era mais rígida e ele não dobrava
com facilidade. Com esse invento, Santos-
Dumont começou a passear pelos céus de
Paris.
Mas não se deu por satisfeito. O inventor sabia que precisava ganhar
velocidade. Afinal, um balão lento só pode voar com tempo bom, senão, um
vento mais rápido surge e o carrega. Para ganhar velocidade, porém, quantos
desafios precisam ser superados! É preciso aumentar a potência do motor, ou
seja, usar um motor mais pesado, que exige um balão maior para carregá-lo,
que tem mais dificuldade para se mover no ar...
Para resolver todos esses
problemas, Santos-Dumont
teve de projetar, construir e
testar mais dois balões
dirigíveis – o no
4 e o no
5 – até,
enfim,chegaraono
6.Comesse
invento, ele provou de uma vez
por todas que era possível
dirigir balões, ao dar uma volta
completa na Torre Eiffel, em
Paris, no dia 19 de outubro de
1901.Foram11quilômetrosde
vôo, completados em trinta
minutos, dirigindo com o vento
ora contra, ora a favor.
Depois do no
6, Santos-
Dumontinventouumdirigívelde
corrida – o no
7 –, vendeu uma
de suas invenções – o no
8 –,
O pai da aviação
testa o seu
dirigível no
4.
O no
2 (no alto)
caiu logo em seu
primeiro vôo,
realizado em 11
de maio de 1899.
Com o no
3
(acima), Santos-
Dumont passou a
voar com
freqüência sobre
Paris.
8
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4
10. fez o projeto de um
dirigível-ônibus, o no
10,
capaz de levar 20
passageiros, além do
piloto, e criou um dirigível
para uma só pessoa: o no
9. Esse era tão pequeno e
fácil de manejar que, certa
vez, Santos-Dumont o
estacionou diante do
prédio onde vivia e foi
tomar café em casa.
Santos-Dumont ainda inventou mais dois
balões dirigíveis: o no
13 e o no
14. Mas, então, já
dominava toda a arte de construir balões desse
tipo. Uma vez, aliás, lhe perguntaram qual o
segredo para dirigir esses inventos. Talvez
lembrando o valor da persistência e do trabalho
duro para qualquer realização, o brasileiro disse:
“Levantar-se cedo.”Depois, completou, olhando o
relógio:“E recolher-se tarde.” Não é curioso?
Mais pesado do que o ar
Santos-Dumont havia feito balões para todos os gostos. Voar com um
aparelho mais leve do que o ar – o balão – não era mais mistério para ele ou
para a humanidade. O desafio, agora, era voar com um aparelho mais pesado
do que o ar. Americanos e franceses já estavam tentando vôos desse tipo. Em
1905, então, Santos-Dumont projetou o no
11, um avião de
uma asa só. Mas ficou em dúvida entre investir na criação
do avião ou na do helicóptero.Tanto é que construiu um: o
no
12, que foi abandonado, como o no
11.
Em 1906, no entanto, Santos-Dumont surpreendeu a
todos ao apresentar o 14 Bis. Com esse avião, feito de
bambu, madeira, seda branca e cordas de piano, o brasileiro
fezoprimeirovôoreconhecidocomumaparelhomaispesado
do que o ar. Em 12 de novembro de 1906, o avião decolou,
percorreu mais de 200 metros e retornou ao ponto de partida
por seus próprios meios (leia o texto Um vôo muito especial,
nesta edição). Um grande feito! Mas pensa que o brasileiro
deu por encerrada a sua carreira de inventor? Que nada!
Santos-Dumont sabia que o 14 Bis tinha problemas de
estabilidade. Para resolvê-los, tentou inúmeros caminhos:
em seu invento no
15, colocou o leme – com o qual o piloto
faz a aeronave descer ou subir no ar – para trás, mas o
avião não voou. No no
16, o inventor pôs um balão, para
o avião ficar mais leve, mas não teve sucesso. No no
17,
aumentou a potência do motor e... nada. Porém, ao fazer
umtestecomumhidroplanador–oinventono
18,queparecia
uma lancha de corrida –, ele notou que precisava pôr o leme
e a asa do avião em uma certa distribuição para conseguir
voar.Era o que faltava para construir um avião leve, pequeno
e veloz: o no
19 ou Demoiselle (Donzela, em português).
O no
10, um
dirigível-ônibus.
O dirigível no
6.
Com o no
6,
Santos-Dumont
prova que é
possível dirigir
balões ao dar
uma volta
completa na Torre
Eiffel.
9
Foto
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11. O primeiro Demoiselle tinha oito metros de comprimento e, de uma ponta a
outra das asas, media cinco metros. Porém, logo depois de experimentar esse
invento,Santos-Dumontconstruiuumnovo Demoiselle, mais resistente e rápido.
Ele tinha 5,55 metros de comprimento e 5,5 metros de uma ponta a outra das
asas. Era mínimo. O primeiro ultraleve da História. Atingia 100 quilômetros por
hora e pesava menos de 100 quilos. Seus controles eram simples. Com as
mãos, Santos-Dumont dirigia os lemes e freava o aparelho: usando grossas
luvas, segurava as duas rodas presas à parte de baixo do avião. Para incliná-
lo no ar, movia o corpo, pois estava preso à asa do Demoiselle por um cabo.
Como Santos-Dumont sempre
pôs seus projetos à disposição dos
interessados, para quem quisesse
copiá-los gratuitamente, mais de
200 Demoiselles foram construídos
no mundo. Após a criação dessa
aeronave, o brasileiro não inventou
mais aviões, passando a se dedicar
à divulgação do vôo. Analisando
sua trajetória, é possível notar que
Santos-Dumont dedicou grande
parte da sua vida à criação de
máquinasvoadoras,sendoquecada
uma contribuiu, a seu modo, para a
realização do sonho do brasileiro: dar asas à humanidade. Ele mesmo disse,
certa vez: “Comecei por fazer-me bom piloto de balão
livre e só depois ataquei o problema da dirigibilidade.
Fiz-me bom aeronauta no manejo dos meus dirigíveis,
durante muitos anos estudei a fundo o motor a petróleo
e só quando verifiquei que seu estado de perfeição era
bastante para voar, ataquei o problema do mais pesado
do que o ar.” Ou seja, Santos-Dumont conquistou o ar
passo a passo. Ou melhor, vôo a vôo!
Henrique Lins de Barros,
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas.
Na tentativa de
obter um avião
mais estável que
o 14 Bis, Santos-
Dumont
construiu três
outras aeronaves.
Em uma delas, o
no
16, juntou ao
avião um balão.
O invento no
18,
que parecia uma
lancha de corrida,
era um
hidroplanador.
O no
19, ou
Demoiselle: um
avião leve,
pequeno e veloz.
Santos-Dumont
a bordo do
Demoiselle.
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12. Experimentar
para acertar
Até chegar a esse momento
de vitória, o inquieto Santos-
Dumont realizou inúmeros
experimentos. Ele criava suas
máquinas, testava-as e ia
modificando os projetos,
conforme verificava os
problemas. Pesquisava diferentes
materiais e tipos de motor. Nesse
percurso, as dificuldades não
eram poucas, e as tentativas
incluíam diversos acidentes.
Santos-Dumont, por exemplo,
trabalhou muito até chegar à
forma final do 14 Bis, embora
tenha construído esse avião em
apenas dois meses. Nos
primeiros testes realizados com a
aeronave, o inventor a juntou ao
seu balão de número 14. Daí,
aliás, vem o nome 14 Bis: o
aparelho mais pesado do que o ar
era o anexo do no
14. Unindo as
duas invenções, Santos-Dumont
conseguiu que a força que o
balão fazia para cima diminuísse
o peso do conjunto, mas logo
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○
passou a usar o 14 Bis sozinho.
O motor do avião também sofreu
transformações. Ao constatar que
o motor de 24 cavalos-vapor era
insuficiente, ele instalou um mais
possante, de 50 cavalos-vapor.
Mexeu ainda no espaço do piloto
para reduzir o seu peso. O 14
Bis, pronto, ficou meio esquisito.
Ao contrário dos aviões atuais, o
leme ficava na frente da asa e o
motor, atrás de tudo. Feita de
madeira, bambu e pano, a
aeronave parecia voar para trás.
Além disso, quando foi criado, o
14 Bis era todo branco, por ser
coberto de seda. Depois, para ter
mais sustentação, Santos-
Dumont passou verniz no avião,
que deve ter ficado com uma cor
meio amarelada.
Santos-Dumont, mais do que
ninguém, sabia dos defeitos da
máquina que inventara. Apesar
do sucesso do vôo no Campo de
Bagatelle, ele logo percebeu que
aquela idéia de avião não teria
grande futuro. Era muito
complicado dirigi-lo, uma
operação que exigia enorme
precisão. Para você ter uma idéia,
no 14 Bis, o piloto ia em pé: com
uma mão, fazia subir e descer o
avião; com a outra, controlava a
aeronave nas curvas; com os
pés, acionava o motor. Sem
contar que, no vôo de 12 de
novembro de 1906, Santos-
Dumont ainda estava amarrado à
asa do avião para controlar os
ailerões: a parte da asa que
permite à aeronave se inclinar
para os lados.
Santos-Dumont sabia que
precisava criar um equipamento
que fosse menos instável.
Assim, ao partir para a
construção do modelo seguinte, o
de número 15, construiu um
avião com o leme na parte de
trás, como as aeronaves
modernas. Mas o número 15 não
voou. Nem o 16, nem o 17,
sequer o 18, uma lancha. Mas foi
estudando os fracassos que, em
um ano, Santos-Dumont
construiu o primeiro ultraleve da
História: o Demoiselle (leia o
texto As muitas invenções de um
brasileiro, nesta edição).
Santos-Dumont construiu o 14 Bis
em dois meses. Nos primeiros testes
que realizou, juntou a aeronave a
seu balão de no
14.
16
Foto
www.santosdumont.14bis.mil.br
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4
13. Nelson Studart,
Departamento de Física,
Universidade Federal de São
Carlos.
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O último vôo do 14 Bis
ocorreu em abril de 1907. Após
ter voado cerca de 50 metros, o
aparelho sofreu uma queda.
A aeronave se despedaçou e o
inventor não se interessou em
consertá-la: o 14 Bis já havia
cumprido o seu papel!
Pioneiro da aviação
Existe muita polêmica até
hoje sobre quem, afinal, inventou
o avião. Como ocorre
freqüentemente com as grandes
invenções científicas e
tecnológicas, diferentes
inventores trabalharam com
idéias semelhantes numa mesma
época. Em seu tempo, Santos-
Dumont não era o único a fazer
experimentos com o objetivo de
tornar realidade o sonho de voar
do ser humano. Entre seus
concorrentes, havia os irmãos
norte-americanos Orville e Wilbur
Wright, que, nos Estados Unidos,
são considerados os inventores
do avião e, não, Santos-Dumont.
A História, no entanto, está
ao lado do brasileiro. Afinal, em
1906, quando o Aeroclube da
França classificou o vôo de
Santos-Dumont no 14 Bis como
o primeiro de um aparelho mais
pesado que o ar, a entidade
reconhecia que era a primeira
vez que um equipamento desse
tipo voava por meios próprios.
Em 1908, os irmãos Wright
divulgaram fotos do vôo que
teriam feito com um aparelho
mais pesado que o ar em 1903 –
ou seja, três anos antes de
Santos-Dumont – e passaram a
fazer demonstrações públicas
nos Estados Unidos e na
França. Porém, a máquina deles
não tinha a capacidade de
levantar vôo.
O Flyer (Voador, em
português), como era chamada a
aeronave, dependia de condições
de vento forte ou do uso de uma
catapulta para que fosse lançado
e pudesse voar. Já o 14 Bis
realizara, naquela histórica tarde
do dia 12 de novembro de 1906,
um vôo completo, decolando,
percorrendo mais de cem metros
e pousando sem auxílio externo e
com vento moderado. Um feito
que nenhum outro aparelho mais
pesado do que o ar havia
conseguido realizar antes.
Assim sendo, não há por que
duvidar.Para orgulho dos
brasileiros, o primeiro avião do
mundo e da História foi o que
voou no dia 12 de novembro de
1906, há cem anos, para quem
quisesse ver: o 14 Bis!
A multidão reunida em torno do 14 Bis no dia 12 de novembro de 1906, quando a aeronave percorreu mais de 200 metros no ar.
17
14bis.pmd 18/8/2006, 17:00
5
14. R mesa onde o inventor fazia suas
refeições. Essa peça, aliás, é
especial. Ela tem um recorte que, na
verdade, define o espaço reservado
ao garçom que servia Santos-Dumont
na hora das refeições. Como na casa
não havia cozinha, o inventor pedia
seu almoço ou jantar em um hotel
que existia em frente à Encantada.
E o garçom vinha a reboque!
Para chegar ao terceiro andar de
sua casa – a suíte, onde descansava –,
Santos-Dumont subia uma escada
diferente, com degraus que têm um
corte que os deixa parecidos com
raquetes. Ele optou por esse formato
porque não queria que ninguém, ao
subir ao seu quarto, batesse com a
canela na madeira, uma vez que a
escada estava quase na vertical, ou
como diríamos popularmente, era
muito “em pé”, para economizar
espaço. Uma escada no mesmo
estilo liga o primeiro ao segundo
andar, mas, ali, foi usada para dar um
estilo harmônico à construção.
Na suíte de Santos-Dumont,
olhos desatentos poderiam ver
apenas uma mesa e um cabideiro.
Mas o inventor enxergava também
uma cama e um porta-objeto. Afinal,
ele havia projetado a mesa para ter
ua do Encanto, 22. Esse
endereço, que parece saído de
um conto de fadas, pertence, na
verdade, a uma casa que Santos-
Dumont construiu na cidade de
Petrópolis, no Rio de Janeiro. Erguida
em uma encosta no Morro do
Encanto, ela ganhou o nome de
A Encantada.
Na época em que Santos-Dumont
viveu, Petrópolis era o destino das
famílias ricas do Rio de Janeiro
durante o verão. Por ser um lugar
tranqüilo, bonito e de clima ameno,
até a família imperial buscava refúgio
na região nos dias de calor! Assim
sendo, ao conhecer a cidade, Santos-
Dumont decidiu ter uma casa ali: um
chalé de três andares, que ficou
pronto em 1918. Cada detalhe da
construção – que desde 1956 é um
museu – revela o gênio inventivo do
proprietário.
No primeiro andar, Santos-
Dumont mantinha uma oficina onde
revelava fotos, um de seus
passatempos preferidos. Já no
segundo andar, escrevia cartas em
uma escrivaninha em forma de...
asa-delta! O móvel dividia o
pequeno espaço existente com
prateleiras cheias de livros e com a
essa dupla função. Seu tampo era
arredondado para evitar que o
colchão posto ali escorregasse e
bastava levantá-lo para revelar uma
parte oca, onde se podia pôr
objetos.
Achou curioso? Pois você ainda
não sabe como é o banheiro! Na
época, era hábito tomar banhos
mornos em grandes banheiras. Sem
espaço para isso em sua casa,
Santos-Dumont criou um chuveiro de
água morna. Fez furos no fundo de
um balde e, com uma divisória,
separou o seu interior em duas
partes: uma ficava cheia de água fria;
a outra, repleta de água quente.
Puxando duas cordas, ele sacudia o
balde, misturava a água e conseguia
um jato de água morna para seu
banho.
Por apresentar soluções criativas
como essa, A Encantada pode ser
considerada mais um invento de
Santos-Dumont. Uma invenção que
vem se somar às muitas outras que
só o pai da aviação poderia criar!
Marisa Guadalupe Plum,
Museu Casa de Santos-Dumont –
“A Encantada”
Você sabia que
Santos-Dumont
teve uma casa
chamada...
“A Encantada”?
11
Foto
Cathia
Abreu
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1
15. G Aldeias e bosques, prados e castelos desfilavam como
quadros movediços, em cima dos quais os apitos das
locomotivas desferiam notas agudas e longínquas. Com os
latidos dos cães, eram os únicos sons que chegavam ao
alto. A voz humana não vai a essas solidões sem limites. As
pessoas apresentavam o aspecto de formigas caminhando
sobre linhas brancas, as estradas, as filas de casas
assemelhavam-se a brinquedos de crianças.
Meu olhar sentia ainda a fascinação do espetáculo
quando uma nuvem passou diante do Sol. A sombra assim
produzida provocou um esfriamento do gás do balão, que,
murchando, começou a descer, a princípio lentamente,
depois com velocidade cada vez maior. Para reagir, deitamos
lastro fora. E eis a segunda grande observação a que se é
levado com os balões esféricos: alguns quilos de areia
bastam para restituir ao indivíduo o domínio da altitude!
(...)
O som de um alegre carrilhão chegou aos nossos
ouvidos. Os sinos tocavam o Angelus do meio-dia.
Havíamos levado uma refeição substancial: ovos duros,
vitela e frango frios, queijo, gelo, frutos, doces, champanha,
café e licor. Nada mais delicioso do que semelhante
repasto acima das nuvens. Que salão de refeições oferecia
mais maravilhosa decoração? (...)
Acabava eu de beber um cálice de licor quando uma
cortina desceu subitamente sobre esse admirável cenário
de Sol, nuvens e céu azul. O barômetro elevou-se
rapidamente cinco milímetros, indicando uma brusca
ruptura do equilíbrio e uma descida precipitada. O balão
devia ter-se sobrecarregado de muitos quilos de neve; caía
com uma nuvem.
(...)
uardo uma recordação indelével das deliciosas
sensações de minha primeira tentativa aérea.
Cheguei cedo ao parque de aerostação de Vaugirard, a
fim de não perder nenhum dos preparativos. O balão, de
uma capacidade de setecentos e cinqüenta metros
cúbicos, jazia estendido sobre a grama. A uma ordem do
Sr. Lachambre, os operários começaram a enchê-lo de gás.
E em pouco a massa informe começou a se transformar
numa vasta esfera.
Às 11 horas, os preparativos estavam terminados. Uma
brisa fresca acariciava a barquinha, que se balançava
suavemente sob o balão. A um dos cantos dela, com um
saco de lastro na mão, eu aguardava com impaciência o
momento da partida. Do outro, o Sr. Machuron gritou:
– Larguem tudo!
No mesmo instante, o vento deixou de soprar. Era como
se o ar em volta de nós se tivesse imobilizado. É que
havíamos partido, e a corrente que atravessávamos nos
comunicava sua própria velocidade. Eis o primeiro grande
fato que se observa quando se sobe num balão esférico.
Esse movimento imperceptível de marcha possui um
sabor infinitamente agradável. A ilusão é absoluta.
Acreditar-se-ia, não que é o balão que se move, mas que é
a Terra que foge dele e se abaixa.
No fundo do abismo que se cavava sob nós, a mil e
quinhentos metros, a Terra, em lugar de parecer redonda
como uma bola, apresentava a forma côncava de uma
tigela (...).
Minha primeira
ascensão
Alberto Santos-Dumont
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2
16. Após alguns minutos de uma queda que amortecemos
soltando lastro, vimo-nos abaixo das nuvens, a uma
distância de cerca de trezentos metros do solo. Uma aldeia
fugia debaixo de nós. Localizamos o ponto e comparamos
nossa carta com a imensa carta natural que a vista
lobrigava. Foi-nos fácil identificar as estradas, os caminhos
de ferro, as aldeias, os bosques. Tudo isso avançava para o
horizonte com a própria rapidez do vento.
A nuvem que provocara a nossa descida era prenúncio
de uma mudança de tempo. Pequenas rajadas começavam
a impelir o balão da direita para a esquerda e de cima para
baixo. De espaço a espaço, o cabo-pendente – uma grande
corda de uns cem metros de comprido, que flutuava fora da
barquinha – tocava no chão. A barquinha não tardou, por
sua vez, a roçar as copas das árvores.
(...)
Mais de cinqüenta metros do cabo arrastavam-se já
pelo chão. Não era preciso tanto para nos mantermos em
equilíbrio a uma altitude inferior a cem metros, pois
havíamos decidido não exceder disso até o fim da viagem.
(...)
Quando franqueávamos um pequeno maciço de
árvores, um balanço mais forte do que os outros atirou-me
para trás, na barquinha. Imobilizado de súbito, o balão
estremecia açoitado pelas lufadas de vento, na
extremidade do seu cabo-pendente enrolado nas franças
de um carvalho. Durante um quarto de hora fomos
sacudidos como um cesto de legumes e só nos libertamos
aliviando um pouco de lastro. O balão deu então um pulo
terrível e foi como uma bala furar as nuvens. Estávamos
ameaçados de atingir alturas que depois nos podiam ser
perigosas para a descida, dada a pequena provisão de
lastro de que já dispúnhamos. Era tempo de recorrer a
meios mais eficazes: abrir a válvula e deixar fugir gás.
Foi obra de um minuto. O balão retomou a descida e o
cabo-pendente tocou de novo o solo. Não nos restava
senão dar por encerrada aí a excursão; a areia estava
quase esgotada.
(...) Atiramos a âncora, ao mesmo tempo que abríamos
completamente a válvula para dar escapamento ao gás.
A dupla manobra colocou-nos em terra sem menor
abalo. Saltamos e assistimos ao balão murchar. Alongado
no chão, ele esvaziava-se do restante do seu conteúdo em
estremecimentos convulsivos, como um grande pássaro
batendo as asas ao morrer.
(...)
Às seis e meia estávamos novamente em Paris.
Havíamos efetuado um percurso de cem quilômetros e
passado quase duas horas nos ares.
No dia 23 de março de 1898, Alberto Santos-Dumont voou pela
primeira vez em um balão. O vôo custou 400 francos e o
brasileiro embarcou em um invento construído pela firma
Lachambre e Machuron. Santos-Dumont registrou todas as
sensações que a experiência lhe proporcionou em seu livro
Meus balões. Dessa obra, publicada pela Biblioteca do Exército
Editora, retiramos parte do relato feito pelo inventor para que,
a partir das próprias palavras do pai da aviação, você saiba
como é voar ao sabor do vento, a bordo de um balão.
Ilustração
Daniel
Bueno
conto172.pmd 14/8/2006, 17:44
3
18. 14 Bis
Você irá precisar de:
– uma folha de papel ofício ou similar;
– cola;
– tesoura sem ponta.
Modo de construir:
Divida a folha como mostrado abaixo e recorte
as partes indicadas.
Prepare papel, tesoura, cola, além de muita
disposição para voar. Você está convidado a
ganhar os céus com aviões de papel. Mas não
com qualquer um. A CHC ensina agora, para
quem quiser aprender, como construir um avião
de papel que parece o 14 Bis e outro que
lembra o Demoiselle, duas grandes invenções
de Santos-Dumont. Pronto para decolar?
Então, dobre, recorte, cole e... divirta-se!
Decolagem
autorizada!
Você terá em mãos
três retângulos. Pegue o
maior deles e comece a
enrolá-lo a partir de
uma das pontas, para
fazer um canudinho.
Quando estiver quase terminando, passe um
pouco de cola no papel e enrole mais uma vez, para
que o canudo não se desfaça quando você soltar.
Pegue o menor retângulo que sobrou. Cole as
suas extremidades, formando um cilindro. Este será
o leme do seu 14 Bis. Depois, faça o mesmo com o
outro retângulo, para criar a asa do seu avião.
Cole um cilindro em cada ponta do canudo de
papel que você fez.
O seu 14 Bis está pronto para voar. Mas,
atenção: como o invento de Santos-Dumont, o seu
avião de papel também deve ser lançado com o
leme para a frente. Bons vôos!
18
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2
19. Fique atento, aviador!
As medidas dadas aqui são apenas
sugestões. Tente fazer o avião testando
diferentes tamanhos do leme e da asa e veja o
que acontece. O objetivo é experimentar,
observar e pensar por que algumas mudanças
no formato do avião geram determinados
resultados!
Compare o seu avião de papel com o 14 Bis
original e note as diferenças. Você irá perceber
que a asa do invento de Santos-Dumont era
retangular e, não, cilíndrica como a da sua
aeronave de papel. Mas o formato lembra em
muito o avião do brasileiro, não é?
Demoiselle
Você irá precisar de:
– uma folha de papel ofício ou similar;
– tesoura sem ponta.
Modo de construir:
Dobre o papel várias vezes, até ultrapassar a
metade da folha. No total, serão necessárias cerca
de sete dobras.
A Redação.
A seguir, dobre a folha
ao meio.
Dobre cada lado para
fazer as asas, mais ou
menos na altura
mostrada no desenho.
Com uma tesoura,
faça um corte como
mostrado ao lado.
Corte apenas as asas.
Cuidado para não
tirar um pedaço do
“corpo” do seu
avião.
Abra o avião e...
Pronto! Você já
pode lançar o seu
Demoiselle.
Fique atento, aviador!
Se, ao lançar o avião, você perceber que a
parte da frente da aeronave levanta, é porque
a dianteira está leve. Faça mais uma dobra.
Se quiser, dobre, para cima, as laterais da
cauda do seu Demoiselle. Compare o vôo do
seu avião antes dessa mudança e depois dela.
Você também pode fazer
quatro cortes na cauda do
avião, como mostramos
abaixo. Dobre a parte do
papel que ficar solta,
colocando-a para
cima, lance o
Demoiselle e
veja o que
acontece.
Depois, faça
novos testes: coloque
ambos os recortes para
baixo, depois, um para
cima e outro para
baixo... Então,
compare o
desempenho
dos seus
vôos.
Ilustração
Maurício
Veneza
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3
20. Como o avião, mesmo pesando, às vezes,
milhares de quilos e carregado de pessoas,
cargas e todo tipo de coisa, consegue voar com
tanta facilidade? Essa dúvida já deve ter deixado
você intrigado algumas vezes, não é? Pois saiba
que a explicação é muito mais simples do que você
imagina.
O principal responsável pelo vôo do avião é o ar.
Quando esse aparelho está voando, o ar que passa
por suas asas gera uma força para cima, que se
equilibra com a força que seu peso faz para baixo,
e o sustenta. Mas não é só. O ar produz, ainda,
uma força, o arrasto, que se opõe ao movimento
para frente do avião. E, para manter uma
velocidade constante, os motores fazem uma força
no sentido contrário ao arrasto.
O arrasto é uma força que todos nós
conhecemos. Ou será que você, ao correr
depressa, nunca teve a sensação de que o ar o
empurrava para trás? Essa resistência que o ar faz
ao nosso movimento é justamente a força de
arrasto. Mas como é produzida a outra força, a que
joga o avião para cima, impedindo que ele caia?
Dois fatores são responsáveis por isso e ambos
estão relacionados ao movimento do ar na asa. Em
primeiro lugar, o ar dá um impulso na asa, que é
levemente inclinada para cima. Se você, em um dia
com muito vento, esticar sua mão, meio inclinada,
poderá verificar isso ao vivo: uma força a
empurrará um pouco para trás, mas, também, um
pouco para cima. Quem a joga para trás é o
arrasto, mas quem a empurra para cima é a força
que proporciona sustentação ao avião.
O outro fator que ajuda a manter o avião no ar é
a pressão. Quando o avião está em movimento, o
ar passa tanto pela parte superior das suas asas –
que é arredondada e, portanto, mais comprida –
quanto pela parte de baixo, que é praticamente
reta e mais curta. Na parte de cima da asa, o ar
alcança uma velocidade maior do que na parte de
baixo. Talvez você não saiba, mas quanto maior a
velocidade do ar, menos pressão ele gera. Assim,
na parte de cima da asa, o ar produz uma pressão
menor do que na parte de baixo. Resultado?
É gerada uma força de baixo para cima, que
empurra o avião para o alto: a força de
sustentação!
Os dois fatores que dão sustentação ao avião,
porém, apenas surgem quando ele atinge uma
certa velocidade. Por isso, as pistas de decolagem
são longas e retas: para a aeronave se tornar cada
vez mais veloz.
Viu só como o principal responsável por
sustentar os aviões lá no céu não é nenhuma força
mágica, mas, sim, o próprio ar?
A Redação,
com base em entrevista concedida por Maurício Pazini
Brandão, professor do Instituto Tecnológico de
Aeronáutica (ITA).
Por que o avião
consegue voar?
Ilustração
Cavalcante
20
porque172.pmd 21/8/2006, 15:06
1
21. Respostas na seção de cartas.
Cálculo
enigmático
O engenheiro Aéreo Calculáceo está
há dias trabalhando no projeto de um
novo e revolucionário avião. Finalmente
vencido pelo cansaço, ele decide tirar
algumas horas de sono e pede que Tião
Avião, seu ajudante, passe a limpo
alguns de seus cálculos. Só que a letra
do inventor é realmente horrível. Em
uma das contas principais, é possível
entender apenas 11 dos 34 números
escritos! Ainda bem que Tião não é
bobo nem nada e consegue descobrir
todos os outros a partir desses. Quero
ver quanto tempo você demora para
repetir a façanha do ajudante do
professor Aéreo!
Matemática
aérea
Santos-Dumont saiu voando de Paris em
um balão, com velocidade constante,
sobrevoando uma estrada que ligava duas
cidades. Logo no início do caminho, o
inventor passou por uma placa, com dois
algarismos, que mostrava em que
quilômetro da estrada ele estava. Uma
hora depois, passou por outra placa, com
os mesmos algarismos, só que na ordem
inversa. Mais uma hora e ele passou por
uma terceira placa, com os mesmos
algarismos separados por um zero.
A partir disso, ele calculou a velocidade
em que devia estar voando. Será que
você consegue fazer o mesmo?
Uma dica: se o aviador está viajando
a uma velocidade constante, ele
percorreu a mesma quantidade de
quilômetros nos dois trechos que
sobrevoou!
21
Ilustrações
Fernando
jogos172.pmd 18/8/2006, 17:57
1
22. engenheiro a
Quando vou ser...
P
22
or muito tempo, a humanidade teve um
sonho: voar! Até que Santos-Dumont o
transformou em realidade, primeiro, com
seus balões dirigíveis, depois, com o 14 Bis, o
primeiro avião da História. Mas isso foi há um
século. Hoje, será que você sabe como são
construídos os aviões? Ou quem são as pessoas
que dão continuidade a esse sonho tão antigo?
Não? Então, precisa conhecer os engenheiros
aeronáuticos!
Esses profissionais são os responsáveis pela
concepção, pelo desenvolvimento, pela fabricação,
manutenção e modernização de aviões,
helicópteros, mísseis, foguetes e até naves
espaciais, ou seja, de tudo o que navega no ar ou
fora dele, no espaço. São eles que respondem pela
criação dos aviões atuais, rápidos e seguros.
E apesar de muita coisa ter mudado em cem anos,
a mesma dedicação e a imaginação que moviam os
antigos inventores ainda são fundamentais para o
trabalho dessas pessoas.
Mas como surge a idéia de criar um avião? Ao
contrário do que ocorria no passado, quando os
inventores tinham razões pessoais para investir na
construção de aeronaves – o desejo de ser um
pioneiro da aviação, por exemplo –, hoje elas são
criadas devido a interesses comerciais ou
estratégicos. “Como são projetos caros, eles
geralmente surgem para melhorar o atendimento
aos passageiros, assim como facilitar a operação
das diversas linhas aéreas, diminuindo seus custos
de operação e manutenção, por exemplo”, explica
Luciano Lampi, que trabalhou por 17 anos na
Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer).
A partir de uma idéia inicial, uma equipe, que
conta com muitos engenheiros aeronáuticos,
desenvolve os conceitos do avião e dos
componentes que farão parte dele. Aliás, se você
acha que todos os aviões são iguais, mudando
apenas o tamanho, preste mais atenção aos céus.
Cada aeronave tem objetivo e características
específicos. Ou você acha que um avião voltado
para transporte de passageiros deve ser igual a um
que transporta cargas? As aeronaves podem ter
hélices ou motores a jato; voar mais baixo (com
mais turbulência) ou mais alto (com menos
turbulência), segundo a carga que levam; investir
mais ou menos no conforto... “Todas essas opções,
porém, estão submetidas a uma necessidade
maior: a segurança”, explica Lampi.
Para construir aviões, os engenheiros
aeronáuticos contam com poderosos aliados: os
computadores, que realizam complicados cálculos
de estrutura, aerodinâmica, desempenho, entre
engenheiro a
vouser172.pmd 21/8/2006, 17:34
2
23. aeronáutico!
23
outros, e os simuladores de vôo, onde podem
testar suas criações com segurança e com custos
relativamente baixos. Existem, ainda, os túneis de
vento, câmaras com um equipamento semelhante
a um ventilador gigante, capaz de gerar intensas
rajadas de ar, onde modelos reduzidos do avião são
submetidos a condições semelhantes às
experimentadas em vôos em termos de velocidade,
temperatura e pressão.
Modelos reduzidos? Pois é. Um protótipo em
tamanho real do avião somente é construído depois
que todas essas etapas são realizadas. Ele é testado
em um vôo de verdade, quando são acertados os
últimos detalhes. “Todo esse processo nos ajuda a
poupar dinheiro e evitar riscos desnecessários”,
explica o coronel engenheiro Maurício Pazini
Brandão, professor do Instituto Tecnológico da
Aeronáutica (ITA). E olha que, para o avião ser
comercializado, é preciso submetê-lo a mais testes!
Parece muito cansativo construir aeronaves?
Então, saiba que o trabalho do engenheiro
aeronáutico não se resume a elas. “Nós
entendemos de todas as máquinas que atingem
altas velocidades e mantêm relação importante
com o ar”, conta Pazini. Graças a isso, esses
profissionais têm sido cada vez mais importantes no
desenvolvimento da tecnologia espacial e até no
aperfeiçoamento de lanchas e carros de corrida,
como os da Fórmula 1!
Antes de 2003, quando foi criado o curso de
engenharia aeronáutica na Universidade de São
Paulo, as únicas opções para a formação desses
engenheiros no Brasil eram o ITA, em São José dos
Campos, São Paulo, e o Curso de Mecânica
Aeronáutica da Universidade Federal de Minas
Gerais. Seguir a profissão, porém, continua difícil.
“É preciso gostar muito de ciências exatas e
estudar bastante, porque entrar nessas
universidades não é fácil”, explica Pazini. As opções
de emprego, porém, são muitas, seja na indústria,
no transporte aéreo ou na própria Aeronáutica.
Santos-Dumont foi o precursor de todos os
engenheiros aeronáuticos e seus ensinamentos não
foram esquecidos. “Ele nos ensinou a sonhar, nos
mostrou que é possível ultrapassar qualquer
barreira”, conta Lampi. “Isso é a engenharia
aeronáutica: é a criatividade, a capacidade de
superar novos desafios, de olhar para o céu e se
encantar com tudo aquilo que ainda podemos
fazer.”
Marcelo Garcia,
Instituto Ciência Hoje/RJ.
Ilustração
Ivan
Zigg
aeronáutico!
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3
24. O brasileiro que conquistou o céu
Você já sabe que Santos-Dumont inventou o avião, o
dirigível... Mas quem disse que o brasileiro sentiu apenas
o gostinho do sucesso com suas invenções? Neste livro,
você pode acompanhar a vida do inventor e conhecer os
seus 22 projetos que lhe renderam glórias, mas, também,
muitas quedas, todas levadas na esportiva pelo pai da
aviação. Além de divertida e interessante, essa é uma
história de simplicidade, determinação e genialidade.
Aposto que você vai gostar!
Uma alegria selvagem: a vida de Santos-Dumont.
Texto de Bia Hetzel, com ilustrações de Graça Lima.
Manati Produções Editoriais.
Sonhos de menino
As pipas do pequeno Alberto eram melhores do que as
de todos os seus amigos. Nas festas juninas, sua atenção
não era da fogueira ou dos doces, mas dos balões
coloridos, mais leves que o ar. Pudera! O garoto tinha a
idéia – considerada boba na época – de que o ser
humano podia voar. Mas não é que ele cresceu e
desafiou o mundo, ao provar que todo sonho pode se
tornar real, até mesmo o de voar?
Alberto: do sonho ao vôo. Texto de José Roberto
Luchetti, com ilustrações de Ângelo Abu. Editora
Scipione.
BATE-PAPO
24
Hora de tentar novos vôos
Ícaro sofria com a idéia de se tornar adulto. Seu pai
preocupava-se com o futuro do filho e tinha medo de
que, como o Ícaro da mitologia grega, que ganhou asas
de cera, desobedeceu a um aviso do pai e caiu no mar, o
garoto não ouvisse os conselhos paternos e acabasse
tendo um final trágico. Mas um sonho vai ensinar o
jovem a lidar com suas inseguranças e temores, para criar
asas próprias e tomar conta de sua vida.
Despertando para sonhar e Poeira de estrelas. Texto
de Eduardo Bakr, com ilustrações de Gamba Jr. Editora
Nova Fronteira.
Santos-Dumont em quadrinhos
Quem não gosta de uma boa história em quadrinhos,
com muita ação e aventura? Pois esta, além de todos
esses ingredientes, traz um herói e tanto: Santos-
Dumont, o Santô! A cada quadrinho, você conhece
melhor a vida desse inventor e de homens como ele, que
tentaram realizar o sonho de voar. Além de acompanhar
as dificuldades – e os tombos! – desses pioneiros da
aviação em belos desenhos, entenda por que Santos-
Dumont usava um chapéu meio “diferente”, entre outras
curiosidades!
Santô e os Pais da Aviação. Texto e ilustrações de
Spacca. Editora Companhia das Letras.
Ilustrações
Spacca/Reprodução
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25. 25
NA REDE
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Marcelo Garcia,
Instituto Ciência
Hoje/RJ.
Brincando de voar
Com certeza, você já brincou com algum avião de
papel. Duvido, no entanto, de que ele tenha sido tão
bonito ou diferente quanto os que existem neste livro.
São aviões de todos os tipos, feitos de papel, cartolina,
papelão e até de tiras de madeira, a maioria deles
acompanhada de moldes. É só ler, construir, pintar e
voar por aí!
Aviões de papel. Texto de Ludwig e Christian Kobler.
Editora Paulinas.
A mais louca história do avião
Já pensou se, em vez de brasileiro, o criador do avião
fosse um príncipe maori? Alguém nascido em uma
remota ilha do oceano Pacífico, lá pelos lados da
Austrália e da Nova Zelândia? Pois este livro conta a
divertida história do príncipe Kiwi Tanganui e do dia em
que ele se tornou o primeiro homem a voar em um
aparelho mais pesado que o ar. Será ele o verdadeiro pai
da aviação? No mundo da literatura, tudo é possível.
Então, leia e descubra!
O dia em que o homem voou. Texto de Yves Hublet.
Editora Record.
Voe para conferir
Para se tornar o pai da aviação, Santos-Dumont teve de
suar a camisa. O genial inventor precisou superar uma
concorrência duríssima e criar uma aeronave que
atendesse às mais diferentes exigências. Você vai
conhecer a vida desse brasileiro ilustre e se surpreender
com os seus inventos nessa cartilha que pode ser baixada
de graça no endereço http://
www.santosdumont.14bis.mil.br/
Santos-Dumont e a invenção do avião. Texto de
Henrique Lins de Barros. CBPF.
Fantástica
aventura
A comunidade
científica da Inglaterra
jamais levou o inventor
Phileas Fogg – e suas
loucas criações – a
sério. Pelo menos, até
o dia que ele se lançou
num fantástico desafio:
dar a volta ao mundo
em exatos 80 dias!
A partir daí, ele e seu
novo criado,
Passepartout, vão viver
engraçadas aventuras,
viajar de trem, navio,
balão e até construir o
primeiro avião do
mundo para tentar
completar sua jornada
a tempo! Será que eles
vão conseguir?
A volta ao mundo
em 80 dias – uma
aposta muito louca.
Estados Unidos,
120min, 2004.
Direção: Frank Coraci.
NA TELA
Avião feito em casa
Que tal ter o seu próprio Mirage ou Tucano, dois
aviões usados pela Força Aérea Brasileira? O que
acha de construir um foguete de papel, como o
que levou ao espaço o astronauta brasileiro Marcos
Pontes? Parece uma boa idéia? Então, saiba que
tudo isso está ao seu alcance! Com os moldes e as instruções disponíveis em
http://paginas.terra.com.br/lazer/avioesdepapel/index.htm, você pode
montar réplicas de todas essas aeronaves, além de muitas outras. Preparado?
Então, aperte o cinto, pois é hora de voar!
Um projeto encantador
A casa de Santos-Dumont em Petrópolis, no Rio de Janeiro, não poderia ter
um nome mais apropriado: A Encantada! Nesta edição da CHC, você teve a
chance de conhecê-la. Mas se ficou com gostinho de quero mais, não perca
tempo: navegue pelo endereço http://www.cabangu.com.br/
pai_da_aviacao/11-encantada/pg11.htm e faça uma visita virtual à
residência. É a sua chance de ver fotos e conhecer detalhes dessa casa que,
em cada canto, revela a simplicidade e a genialidade do inventor brasileiro.
papo172.pmd 11/8/2006, 17:13
3
26. Nesta edição da CHC, você teve a
chance de conhecer um pouco da
trajetória e muitos dos inventos de
Santos-Dumont. Quantas aventuras
o brasileiro viveu, não é? Mas será
que você seria capaz de seguir os
passos desse espetacular inventor?
Para descobrir, chame alguns amigos,
arrume um dado, grãos de cereais
diferentes – arroz, feijão, milho etc.
– para usar como peões e participe
do jogo a seguir. Cada competidor
joga o dado, anda o número de
casas que tirar e lê as instruções.
Aquele que chegar ao fim da trilha
primeiro é o vencedor e entra para a
História como um dos maiores
gênios que o mundo já conheceu!
Preparado? Então, vamos lá!
Na trilha de um
2
Seu pai já dizia: “O futuro do
mundo é a mecânica!”
Entusiasmado com o
incentivo, avance três casas.
3
Viajar para a França, de
barco, é muito demorado.
Alguém precisa inventar um
transporte mais rápido!
Espere uma rodada para
chegar ao seu destino.
6
Vinte e três de março de
1898.Você voa pela
primeira vez em um balão.
Avance duas casas.
7
Você percebeu que é
possível construir um
balão muito menor do
que os existentes até
então. Avance uma casa
e inicie o trabalho.
9
Brasil, seu primeiro
balão, é um sucesso.
Agora, você é figurinha
fácil nos céus de Paris.
Avance uma casa.
11
Hora de voar ao sabor do
vento em boa companhia.
Você construiu o balão
L’Amérique e pode levar
dois acompanhantes.
Avance uma casa!
13
Muitos tentaram dirigir um
balão, sem sucesso. Mas,
com você, a história será
diferente. Jogue
novamente.
grande inventor
26
Ilustração
Cruz
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2
27. 15
O dirigível no
1
caiu sobre as
árvores.
Apreensivo, volte
uma casa para
refazer seus
planos.
16
O dirigível no
1 ganha os céus.
Mas surgem novos problemas
durante o vôo. Avance uma
casa em busca da solução.
18
Nova queda com o
dirigível no
2. Volte
uma casa.
40
Você decide parar de construir aviões e
se dedicar à divulgação do vôo. Recebe
homenagens em todo o mundo.
Parabéns! Você mostrou toda a sua
genialidade, superou muitos
obstáculos e conseguiu se tornar o pai
da aviação! O Brasil e o mundo têm
orgulho dos seus feitos!
20
Você começa a voar pelos
céus de Paris com o
dirigível no
3. Parabéns!
Avance duas casas.
23
O dirigível no
6 contorna
com sucesso aTorre
Eiffel, em Paris! Você
mostra que é possível,
sim, dirigir balões.
Avance quatro casas.
25
O no
9 é tão pequeno e
fácil de manejar que você
o estacionou em frente à
sua casa para tomar um
café. Espere uma rodada
para ter tempo de
saborear a bebida.
26
O no
10 é um dirigível-
ônibus. Convide um
amigo para ir à próxima
casa e dar uma voltinha
nele. Ao fim do passeio,
ele pode ficar por lá!
28
Você abandonou os seus
projetos de número 11 e 12.
Mas construiu dois balões
dirigíveis: o no
13 e o no
14.
Avance uma casa.
31
No dia 12 de novembro de
1906, você encanta o mundo
ao voar mais de 200 metros
com o 14 Bis. Jogue
novamente.
33
Você sabe que o 14
Bis tem problemas
de estabilidade. Na
tentativa de
solucioná-los, cria
três outras
aeronaves, mas não
sai do chão. Fique
uma rodada sem
jogar.
35
Hora de apresentar
ao mundo um avião
leve, pequeno e
veloz: o Demoiselle.
Voe com ele até a
próxima casa.
38
O Demoiselle é um
sucesso: mais de
200 aparelhos são
construídos no
mundo. Avance
uma casa.
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3
28. P
Cartas
28
Como funciona o relógio de pulso?
FUTURA PROFISSÃO
Olá, galera da CHC. É a primeira vez
que escrevo. Adoro a CHC. A seção de
que mais gosto é a “Quando crescer,
vou ser...”, pois ajuda a escolher nossa
futura profissão. Gostaria que
divulgassem meu endereço para poder
receber muitas cartas e fazer novas
amizades. Escrevam para mim! Irei
responder a todos com muito carinho.
Luana Ricelli L. Santos.
Rua Dantas Barreto s/
no
, Riacho do Meio,
56700-000, São José
do Egito/PE.
Aí, pessoal! Não se
esqueçam de escrever
para a Luana!
GOSTO DE TODAS!
Olá, pessoal da CHC. Gosto muito da
revista. Infelizmente, não sou assinante,
mas pretendo ser. Eu não tenho uma
CHC preferida, porque o conteúdo é
ótimo e gosto de todas. Vocês estão de
parabéns! Eu gostaria que vocês
publicassem a minha carta.
Ghéssio Bonfim
Palermo. Rua João
Garnica 2.034,
Centro, 78293-000,
Glória D´Oeste/MT.
Ficamos contentes
por agradar tanto,
Ghéssio. Grande
abraço da CHC!
CÍRCULO DA AMIZADE
Quero parabenizar vocês por essa
revista! Também queria dizer à galera
que gosta da CHC que estou lançando o
“Círculo da Amizade” – um clube de
amigos. Quem quiser participar me
escreva dizendo nome, idade, série,
matéria preferida na CHC, profissão,
esporte, banda ou cantor predileto, um
or volta de 1907 ou 1908, Santos-Dumont disse a Louis Cartier, um
fabricante de relógios da época, que sentia necessidade de medir o
tempo de vôo, em suas aeronaves, sem precisar tirar as mãos dos
comandos.Cartier mandou fazer, então, um relógio preso ao pulso para o
aviador usar.O “modelo Santos” passou a ser vendido em 1911.Por ser
usado por uma personalidade do porte de Santos-Dumont, fez enorme
sucesso.Virou moda.
Atualmente, o que não faltam são relógios de pulso à venda. Mas como
eles marcam o tempo? Um relógio precisa basicamente de três coisas para
funcionar: de energia, de um mecanismo para medir a passagem do tempo
e de uma forma de mostrar que horas são.Podemos dizer que há dois tipos
de relógio de pulso hoje: os mecânicos e os eletrônicos, dependendo da
forma utilizada para medir o tempo.
Os primeiros relógios mecânicos foram inventados em meados do
século 19. O mecanismo deles era – e ainda é – cheio de engrenagens,
eixos, parafusos, molas etc. Para fazê-los funcionar, é preciso dar corda
neles. Isso porque quem marca o tempo nesses acessórios é um balanço,
que oscila alternadamente, em torno do próprio eixo, no sentido horário e
anti-horário.Ao darmos corda no relógio, enrolamos uma mola, feita de
metal fino, que, por meio de um mecanismo de engrenagens, vai lenta e
constantemente fornecendo um impulso ao balanço, permitindo que ele
continue oscilando e marcando o tempo.
O relógio de pulso a corda reinou absoluto até a década de 1920, quando
se criou o modelo automático, que não precisava receber corda
manualmente, pois isso era feito pelo rotor, uma peça que gira quando o
usuário move o braço. Os relógios mecânicos automáticos, porém, param
de funcionar após dois ou três dias sem uso.
Já o relógio a quartzo – o mais vendido hoje – só pára quando acaba a
bateria, que pode ser substituída. Ele não mede o tempo da mesma forma
que os relógios automáticos ou de corda.Nesse modelo, que passou a ser
fabricado em larga escala no final da década de 1960, o tempo é medido
pelas vibrações de cristais de quartzo, que são transformadas em um sinal
elétrico, e não pelo movimento do balanço, o que o torna geralmente mais
preciso que os mecânicos.
Por seu dispositivo de medida do tempo ser eletrônico e, não, mecânico,
o relógio a quartzo pode ser considerado um relógio eletrônico, embora os
relógios a quartzo com ponteiros ainda precisem de algumas engrenagens,
eixos etc. Nas últimas décadas, os relógios eletrônicos digitais se tornaram
populares. Neles, uma tela – de cristal líquido – mostra as horas por meio
de números, substituindo os ponteiros dos relógios mecânicos. O seu
mecanismo, totalmente eletrônico, sem qualquer peça mecânica, emprega
ainda um chip, como os dos computadores, o que dá a eles várias funções:
alarmes, agenda, banco de dados, calculadora etc.
No tempo de Santos-Dumont, relógios eram caros, vendidos em
joalherias ou relojoarias e feitos para durar décadas. Hoje, são mais baratos
e estão à venda até em barracas de camelô.Ruim? Veja pelo lado bom: hoje,
qualquer um pode ter um relógio! E o seu? De que tipo é?
Cássio Leite Vieira,
Especial para Ciência Hoje das Crianças.
Ilustração
Cavalcante
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2
29. sonho, frase preferida e o significado da
palavra amigo. Mandem um e-mail, se
tiverem. Ah! Meu e-mail é
caio.rfn@oi.com.br
Caio Rosemberg.
Trav. Marina 130,
26230-510,
Mesquita/RJ.
Muito bacana sua
iniciativa, Caio.
Esperamos que você
receba muitas cartas.
REVISTA ADMIRÁVEL!
Oi! Tudo bem com vocês? Espero
que esteja, porque comigo está. Ao ler
Ciência Hoje das Crianças, fiquei mais
informada. Amei a revista e amei o Rex,
a Diná, o Zíper. A revista é admirável e
superlegal. Gostaria que divulgassem
meu endereço para correspondência.
Jéssica Laianne de Moura Santos. Av.
Zito Batista 154, Centro, 64450-000,
Monsenhor Gil/PI.
Nossos mascotes mandam um
superbeijo para você, Jéssica!
CIENTISTAS FAMOSOS
Tenho 11 anos e amo demais a
revista. É a primeira vez que estou
escrevendo. Eu queria que vocês
escrevessem uma matéria sobre os
cientistas mais famosos do mundo e
outra dizendo como se faz um
laboratório superinteressante. Gostaria
também que vocês, leitores da CHC,
escrevessem para mim. Beijos!
Layra Christe Brito
Martins. Rua Clesriston
Andrade 32, 44940-
000, Central/BA.
Suas sugestões já
estão anotadas, Layra.
Beijos!
REVISTA NOTA 1.000
Adoro a revista CHC. Não tenho nem
palavras para explicar as virtudes dessa
revista. Simplesmente é nota 1.000.
Amo tudo o que falam na revista e
queria me corresponder com gente de
todo o Brasil. Quero aproveitar a
oportunidade para mandar um abraço
para minha amiga Marisol. Escrevam para
mim, responderei a todas as cartas, ok?
Tamara de Souza. Rua Inná Cnica
200, Morada Nova, 35680-000,
Itaúna/MG.
Vocês, leitores, é que são nota
1.000, Tamara! Um grande abraço!
O RABO DA LAGARTIXA
Olá, pessoal! A CHC é a primeira
revista para a qual eu escrevo. Adoro
todas as edições. Gosto da parte das
cartas, pois fico sabendo sobre outros
números e matérias publicadas na
revista. Não sou assinante, mas sempre
que posso vou à biblioteca da escola
para pegar algumas revistas. Fico
indeciso e não sei qual devo levar
porque todas são ótimas. O artigo de
que mais gostei foi “Por que as lagartixas
perdem o rabo?”, publicado na CHC
162. Peço para que vocês publiquem
meu endereço para trocar
conhecimentos com outras pessoas e um
superabraço para o Rex, a Diná e o
Zíper.
Maxuell dos Santos.
Rua Alessio Prati 120,
Guaianazes, 08451-
510, São Paulo/SP
.
Rex, Diná e Zíper
também mandam
abraços!
RESPOSTAS DOS JOGOS
Matemática aérea: 45km/h.
Cálculo enigmático:
LEITORA DESDE SEMPRE
Olá, pessoal! Sempre li a CHC.
Quando pequena, meu pai trazia as
revistas para mim. Depois, fiquei um
tempo sem a revista, mas logo voltei a
ler. Eu as adoro, vocês explicam muito
bem a ciência. Até hoje, tenho as
revistas antigas. Queria que publicassem
meu endereço, assim posso fazer novas
amizades! Continuem assim. Beijos para
todos!
Elena Moraes Pires.
Rua Lírio 154, Jardim
das Flores, 06112-
110, Osasco/SP
.
Bom saber que
temos leitores fiéis
como você, Elena!
Beijos de toda a
turma!
O INSTITUTO CIÊNCIA HOJE é uma
organização social de interesse público da
Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência e tem sob sua responsabilidade as
seguintes publicações de divulgação
científica: revistas Ciência Hoje e Ciência
Hoje das Crianças, CH on-line (Internet) e
Ciência Hoje na Escola (volumes temáticos).
Diretor Presidente: Renato Lessa (IUPERJ).
Diretores Adjuntos: Alberto Passos
Guimarães Filho (CBPF), Franklin Rumjanek
(Instituto de Ciências Biomédicas/UFRJ),
Maria Lúcia Maciel (Instituto de Filosofia e
Ciências Sociais/UFRJ) e Roberto Lent
(Instituto de Ciências Biomédicas/UFRJ).
Superintendente Executiva: Elisabete Pinto
Guedes. Superintendente Financeira:
Lindalva Gurfield. Superintendente de
Projetos Estratégicos: Fernando Szklo.
Revista Ciência Hoje das Crianças
ISSN 0103-2054
Publicação mensal do Instituto Ciência Hoje,
no
172, setembro de 2006, Ano 19.
Editores Científicos: Débora Foguel
(Bioquímica/UFRJ), Maria Alice Rezende de
Carvalho (IUPERJ), Marcia Stein (Instituto
Ciência Hoje), Martín Makler (Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas), Salvatore
Siciliano (Escola Nacional de Saúde
Pública/Fiocruz) e Ricardo Iglésias Rios
(Biologia/UFRJ).
Redação: Bianca Encarnação (editora
executiva); Mara Figueira (editora executiva
interina), Cathia Abreu e Marcelo Garcia
(reportagem).
Arte:WalterVasconcelos (coordenação) e
Luiza Merege (programação visual).
Colaboraram neste número: Gisele
Sampaio (revisão). Mário Bag (capa),
Cavalcante, Cruz, Daniel Bueno, Fernando,
Ivan Zigg, Lula, Marcelo Pacheco, Maurício
Veneza e Rogério Coelho (ilustração).
Assinaturas (11 números) – Brasil: R$ 60,00.
Exterior: US$ 65,00.
Fotolito: Quadratim. Impressão: Gráfica
Minister. Distribuição em bancas: Fernando
Chinaglia Distribuidora S.A.
INSTITUTO CIÊNCIA HOJE
Endereço: Av.Venceslau Brás 71, fundos,
casa 27, CEP 22290-140, Rio de Janeiro/RJ.
Tel.:(21) 2109-8999.Fax:(21) 2541-5342.
E-mail: chc@cienciahoje.org.br . CH on-line:
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Atendimento ao assinante:
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Assinatura: Gláucia Viola.
Produção: Maria Elisa da C. Santos e Irani
Fuentes de Araújo.
Circulação: Adalgisa Bahri.
Comercial e Projetos Educacionais:
Ricardo Madeira. Publicidade: Sandra
Soares. Projetos Educacionais: Clarissa
Akemi. Rua Berta 60, Vila Mariana, 04120-
040, São Paulo/SP.Telefax:(11) 5083-5025.
E-mail: chsp@uol.com.br
Sucursais:São Paulo – Vera Rita Costa,
tel. (11) 3814-6656, e-mail:
chojesp@spbcnet.org.br; Sul – Roberto
Barros de Carvalho, tel. (41) 3313-2038,
e-mail: chsul@ufpr.br
Neste número, Ciência Hoje das Crianças
contou com a colaboração do Centro
Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do
Laboratório Nacional de Computação
Científica (LNCC) e da Universidade Federal
do Rio de Janeiro.
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3
30. Revista Ciência Hoje das Crianças
Avenida Venceslau Brás 71, fundos, casa 27. CEP 22290-140, Rio de Janeiro/RJ.
selecionados e, na edição de dezembro,
anunciaremos os vencedores. Quem ficar em
primeiro lugar leva para casa uma assinatura
anual da CHC, além
de um kit “Santos-
Dumont”, com uma
réplica dourada do
14 Bis, livros e
vídeos sobre o pai
da aviação. Já o
segundo colocado recebe um kit diferenciado,
com uma réplica do 14 Bis prateada. Não fique
fora dessa: dê asas à sua imaginação! Participe!
Visite
www.santosdumont.14bis.mil.br
e encontre fotos e informações
que podem inspirá-lo a fazer o
desenho vencedor!
Nas asas da
C O N C U R S O
imaginação!
--------------------------------
Atenção, senhores passageiros: é hora
de embarcar em uma aventura muito
especial. Há 100 anos, o brasileiro Alberto
Santos-Dumont voou com o 14 Bis, o primeiro
avião da História. Um século depois, vocês
estão convidados a fazê-lo ganhar os céus
novamente. Como? Com uma idéia na cabeça
e lápis de cor, giz de cera ou canetinha nas
mãos. Faça um desenho do 14 Bis ou de
qualquer outro invento de Santos-Dumont –
até mesmo do próprio pai da aviação – e
mande para a CHC até o dia 31 de outubro.
Depois, fique atento: dois desenhos serão
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1
31. Francisco Marques
Francisco Marques nasceu em Belo Horizonte, capital do
estado de Minas Gerais, em 1959. Desde criança, gostava
de escrever, mas foi só depois de formar-se em Letras que
começou a publicar seus poemas. O Avião e a Borboleta
foi retirado do livro Garranchos, da Editora Paulinas.
– O meu vôo
é simples direção.
Ao decolar
já sei de cor
onde pousar.
Abraço a terra
e beijo o ar.
– O meu vôo
é simples voar.
Só sei de cor
borboletar.
Beijo a terra
e abraço o ar.
Borboleta
O Avião
e a
Ilustração
Marcelo
Pacheco
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