O documento apresenta três retratos: 1) O retrato do pai do autor quando jovem revela sua beleza natural. 2) O retrato de Santa Marciana na capela do vilarejo de Planalto atesta sua existência como mártir local. 3) O retrato de Castelo Branco destaca sua carreira de sucesso na Marinha e empresas de segurança no Ceará, aplicando valores aprendidos na instituição.
5. pinturas
SÉRGIO HELLE
textos de aber tura
IZABEL GURGEL
textos sobre os retratados
ANA K ARL A DUBIEL A
colaboração
Fc. CAMPELO
6.
7.
8.
9. 9
A partir de um retrato do
meu pai
O único retrato do meu pai jovem revela a
beleza de nascença que o acompanhou
até a morte. Um moço tão à vontade
no paletó com gravata quanto no olhar
melancólico que vai bem em quase todas
as artes (da literatura ao cinema), pode
doer de mansinho uma vida inteira e não
deixar rastro em qualquer suporte material.
Dilaceração que se realiza no silêncio, entre
lonjuras e lentidão. Ele tem entre dezoito
e vinte e poucos anos. Os anos variavam
no relato que se repetia sobre a feitura do
retrato; a Fortaleza, no começo dos anos
de 1940, já se distanciava daquela que se
aformoseara na virada dos anos de 1800
para os de 1900, mas nada que pudesse
anunciar a ruína de experiência de cidade
na qual vivemos hoje.
O fotógrafo, cinco anos mais velho, é o
mesmo que daria à cidade um de seus
retratos mais comovedores, o das rotinas de
vidas invisíveis em um Mucuripe em preto
& branco, tão solar, tão real, que só sendo
ficção. Comovedor, enternecedor, com as
alegrias sem solenidade do cotidiano de
sobre retratosPOR IZABEL GURGEL
meninos e meninas, homens e mulheres
do mar, à beira do mar, com tempos que
o tempo devorou; seus “mesmos tristes”
ecoando nos nossos, como na música de
Tom Jobim, Retrato em Branco e Preto. Ô,
Seu Chico Albuquerque, receba nossos
agradecimentos. O Mucuripe do começo
dos anos de 1950 se realiza, quando
evocado pela memória, com a poesia da
coletânea de fotos que o senhor fez.
Não havíamos nascido ainda – o pintor
dos retratos da exposição Perfil Cearense
e eu –, mas o encontro com as imagens
alarga nosso tempo. Agora me faz pensar
em Câmara Cascudo escrevendo algo
como nossa contemporaneidade é coisa
de milênios. Um pedaço da geografia
física e humana de Fortaleza refulge no
papel sensibilizado pela luz com a qual
Seu Chico (des)escreveu paisagens, fez
retratos. E ainda que não fosse meu pai,
o retrato de Rosalvo Gurgel Oliveira é uma
escola. Talvez não sejamos mais do que
uma tentativa de existir em um brevíssimo
espaço de tempo. Por isso, para isso, a
nós humanos o ofício e a bendição de urdir
ficções. Como as mulheres e os homens do
mar fazem redes. Fisgar a vida.
10. 10
Da iminência da ausência
Jorge Luis Borges, o escritor argentino com
rosto moldado para o retrato, um certo aire
de haver sido tocado pelo eterno, de quem
olhamos os retratos para tê-lo por perto,
como para se acercar, no sentido mais
restrito da palavra, o de diminuir distâncias,
Borges dizia que quando um homem morre,
morre com ele uma série de circunstâncias.
Cito de memória e já me perco na vastidão
que seu dito abre para contar do mapa
escrito na pele, melhor, da cartografia à
flor da pele que se faz ao longo de uma
vida. Do que se tornou o rosto de um. E
deixa de existir. Vai-se. Passa. E jamais se
realiza outra vez do mesmo modo. Talvez a
iminência da ausência seja a fonte de onde
jorram os retratos.
Do retrato de Santa
Marciana
Julho é um mês festivo no Planalto, distrito
de Arneiroz, no Sertão dos Inhamuns,
extensões de um Ceará profundo, quase
primordial. É o mês da festa da padroeira,
Senhora Santana, e de celebrar Santa
Marciana, sem registro oficial no panteão
de mártires e santidades da Igreja Católica.
Em torno de Marciana, o Planalto se fez, a
vida se faz. Anos depois de ter visitado o
lugar, a memória me devolve um retângulo
de piçarra em torno e a partir do qual talvez
pouco mais de uma centena de casas
resuma a povoação.
Um grupo de teatro, Plarc – Planalto, Arte
e Cultura, encena um único espetáculo,
ano após ano, A Vida de Marciana, com
texto e direção de Ivanildo Sales. Das
primeiras vezes em que ouvi o relato sobre
a encenação, em 2005, 2006, cerca de
quarenta pessoas estavam diretamente
envolvidas na peça. Cem casas e quarenta
pessoas fazendo teatro. Arquivei o Planalto
na minha escala de exageros como “uma
pequena Grécia no sertão”. O teatro mobiliza
o mundo inteiro do Planalto, dá sentido à
Ivan Bezerra e Ivan Filho
técnica mista sobre madeira 140 x 89cm 2003
11. 11
vida do lugar onde os bebês não cessam de
receber nas águas do batismos os nomes
de Marciano e Marcianas, como a partir do
Juazeiro brotam mais Cíceros e Cíceras e do
Canindé, mais Franciscos e Franciscas.
Marciana é mártir, reverenciada na gruta
ou santuário erigido no local do Cruzeiro
da Marciana, outrora uma estradinha, hoje
uma das laterais do retângulo principal do
vilarejo. Ali se guardam os ex-votos trazidos
por romeiros e moradores pagadores de
promessas. Ali, diz-se, foi encontrado
o corpo de Marciana depois de muitos
maltratos e malfazejos. Ali, foi-se fazendo
santa. A partir dali surgiu o Planalto.
Escrava de uma das antigas fazendas
da região, Brasil do século 19, Marciana
apaixonou-se por um escravo, propriedade
de outra família dona de terras. A senhora
de Marciana, que nos relatos tem nome e
sobrenome, não aprovou o namoro e de
tudo fez para impedir que prosperasse.
Chegou a “piar” a negra, como se faz com
galinhas para evitar que fujam. Mesmo
com os pés amarrados, mais para peixe do
que para pássaro, feito água de rio rumo
ao mar, Marciana fugia para encontrar o
namorado. Uma vez, encontrou a morte.
A brotar milagres, a fé na Santa cresce e vai
além das fronteiras do Planalto. A carência
de registros históricos que comprovem
sua existência é um deserto mudo frente à
força de vida que dela emana. À esquerda
do altar da capela de Senhora Santana,
um retrato de Santa Marciana atesta sua
existência. Olhos azulados, pele escura.
Um ouvinte mais arguto, entre tantos a
quem fui contando a história da Santa e
do Planalto, o estudioso Edilberto Mendes,
dramaturgo, pesquisou o que só olhei e me
deixou impressionada, e fez uma primorosa
ficção em forma de dissertação de
mestrado no Programa de Pós-Graduação
em Comunicação da Universidade Federal
do Ceará “A santa negra dos Inhamuns: um estudo
das performances que atualizam o culto à escrava
Marciana em Planalto, Arneiroz, Ceará” (http://hdl.handle.
net./123456789/697).
Procuro Edilberto enquanto faço este texto
para que me confirme a existência do
retrato e o lugar que ocupa na capela. O
real transborda, sabemos. Tantos anos sem
voltar lá, o que me garante a veracidade da
lembrança? Descrevo o visto. Ele confirma.
Digo que estou escrevendo um texto sobre
retrato e o da Marciana voltou à cena como
Demócrito Dummar
técnica mista sobre tela 75 x 100cm 2008
12. 12
tatuado na memória. Explícito, reluzente,
como uma estampa de calendário.
Edilberto agora me conta a origem do retrato.
Foi comprado de um galego, como nós no
Ceará chamamos uma das atualizações dos
mascates. Um vendedor, que fazia todo o
Planalto porta a porta, chegou um dia com
a estampa na moldura, atestando ser um
retrato da Santa Marciana. Dona Sinhá, uma
das primeiras moradoras do lugar, bem que
tentou resistir, explicando que não existia
imagem da Santa, não era possível, que
todos sabiam, já haviam procurado muito
e não existia, Marciana não era ainda
reconhecida pela Igreja. Em vão. O retrato
foi comprado. Sob clamor geral, o quadro
foi para o lado esquerdo do altar da capela.
Foi a última vez que o galego passou por lá.
Lembro que ao voltar da primeira vez no
Planalto, procurei no balcão-ateliê do meu
pai uma réplica do retrato da Santa. Extinto
o ateliê de alfaiate, ele então fazia quadros
e colagens e nosso gosto por estampas
de calendário se renovava a cada ida
dele ao Centro de Fortaleza. Nunca vi
outra cópia do retrato da Santa. Ainda
hoje, descendo a rua Floriano Peixoto
vindo da Praça do Ferreira em direção
ao Passeio Público, às vezes me ocorre
que vou dar com os olhos em Marciana
ali pela calçada do Casablanca. Ou ela
vai me encontrar. Talvez façamos retratos
não só para provar a existência, atestá-la.
Só existir não basta. Podem ser também
exercícios da invenção de si.
...
Não é só neste texto que misturo paisagem
e retrato, reduzo registro fotográfico a
retrato, escrevo rosto como se um retrato
fosse; borro as fronteiras entre as técnicas
e as tecnologias, valho-me da ilusão de
eternidade para dizer de imagens que,
acreditamos, perduram, ficam, imagens
do que não pôde/não pode permanecer.
Não é só neste texto que os tempos estão
embaralhados. Há mundos tão vastos
entre o que retrata e o que se deixa
retratar, entre o que retrata e o que pode
ser retratado, entre o que retrata e o que
suporta/permite ser retratado, quantoTereza Ximenes
técnica mista sobre madeira 90 x 67cm 1997
13. 13
mundos que dizem dos modos de ver e
olhar, de mostrar e ser visto. Este texto é
um retrato possível, talvez, da perplexidade
ante ao que não conhecemos, ao mistério
que somos, ao que não sabemos. Retratos
podem ser tentativas silenciosas de
perguntas. Entre tantas que a vida nos faz.
Todas elas passam pela nossa experiência
de tempo, esse material de que somos
feitos, isso que nos come.
...
O retrato ao longo da história da humanidade
é uma série de modos de fazer, de práticas
distintas, abrigados sob o mesmo nome. O
que se faz hoje com uma câmara digital e a
possibilidade de uma memória infinita para
tudo guardar – como a memória de Funes,
Aléxia Brasil
técnica mista sobre madeira 67 x 67cm 1996
o memorioso, personagem de Borges –
não se contrapõe ao retrato único de uma
vida inteira que perdurou até o século 20.
O dar-se um rosto. Ou o inventar-se um
rosto. Não sei o que dizer do largo tempo
de distância entre um e outro. Nem das
variadas possibilidades de retrato que nos
deu a literatura oral, a música, o teatro, a
dança antes de contarmos com quaisquer
suportes materiais de registro e fixação. Mas
todos dizem de como se vive no tempo, com
ele, contra o tempo, para além dele. Todos
nos acenam com perguntas que mudam
com o tempo, apesar dele, graças a ele.
Izabel Gurgel é jornalista. Vive em Fortaleza. Dirige
o Theatro José de Alencar.
14. Antônio Carlos Castelo Branco é Oficial Superior da Marinha do
Brasil (na reserva) e administrador de empresas (UFPA). Nas-
ceu em Fortaleza, onde iniciou seus estudos, primeiramente no
Colégio Capistrano de Abreu e depois no Colégio São João.
Aos 16 anos, foi morar em Belém do Pará, onde trabalhou em
uma fábrica de propriedade da família. Posteriormente, aten-
dendo ao próprio chamado vocacional, ingressou na Marinha
de Guerra. “Foi na Marinha que tive o melhor aprendizado de ci-
vismo, amor ao trabalho e moralidade – valores do cerne dessa
amada instituição. Tive a honra de aprender com os exemplos
dos meus superiores, pares e subordinados”. Na reserva, foi
diretor de uma grande firma de segurança no Rio de Janeiro,
tendo optado, depois, por regressar à sua terra natal, onde
fundou a Castelo Borges Vigilância e Segurança e a C & B Ser-
viços, que atendem a diversos segmentos empresariais da eco-
nomia cearense. Em todo o decorrer de sua vida profissional,
teve a preocupação de aprofundar seus estudos acadêmicos,
em cursos no Brasil e no exterior, o que o capacitou a prestar
um serviço de qualidade ao empresariado brasileiro. Junto com
sua família, vem fazendo de suas empresas uma referência im-
castelo
branco
15. portante, sendo distinguidas pela eficiência e ética com que
tratam seus compromissos.
A empresa faz segurança patrimonial para condomínios resi-
denciais, fábricas, shoppings e hotéis, construindo, antecipa-
damente, um projeto de segurança personalizado, de acordo
com cada cliente. Ele atribui o sucesso conquistado em sua
terra natal ao feliz casamento entre o que aprendeu na mari-
nha e o seu perfil empreendedor. “Nosso sucesso se deve, so-
bretudo, à credibilidade que conquistamos”, garante Castelo
Branco, que investe principalmente na qualidade de sua equi-
pe, com frequentes cursos, palestras e treinamentos técnicos
de atendimento ao público. O empresário segue os rastros do
pai, um oficial da Polícia Militar correto, firme em suas convic-
ções. “Sou do tempo em que os melhores exemplos humanos
eram cultivados todos os dias”, lembra. E resume em uma pa-
lavra sua trajetória de vida: “Coragem. Primeiro para deixar
a Marinha, depois para voltar a Fortaleza sem nada certo. É
preciso coragem para começar tudo de novo. E isso eu tive”,
assume Castelo Branco.
18. O dançarino e coreógrafo Cláudio Bernardo nasceu em Forta-
leza, em 15 de outubro de 1964. Sua história começa quando
seus pais se conhecem em um baile, casam-se e continuam
bailando, como um prazeroso ritual, aos fins de semana. Ainda
adolescente, no auge da discoteca, Cláudio Bernardo ganhou
concurso de dança, junto com a irmã. Um professor assistiu à
apresentação dos dois na TV e se interessou em dar aula ao
casal. Aos 17, Cláudio Bernardo foi morar em São Paulo, onde
estudou no Ballet Stagium e recebeu o convite para trabalhar
na companhia. Autodidata, estudou profundamente Psicologia.
Aos 21 anos, começou a coreografar. No início dos anos 80, en-
controu o coreógrafo Victor Navarro e trabalhou três anos com
ele. Em 1986, conheceu Maurice Béjart, dançarino e coreógra-
fo francês, e ficou estudando na escola Béjart Ballet Lausan-
ne. Ganhou um concurso de jovens coreógrafos e voltou para
Bruxelas, onde integrou um movimento de dança contempo-
rânea belga. Foi ali que fez sua primeira coreografia e turnê
internacional: Vita Nostra. Em Bruxelas, também trabalhou com
Frédéric Flamand, da Refinaria Plan K. Em 1990, ainda mais
livre e original, quis voltar ao Brasil. Ao estudar o movimento
dos trabalhadores de Serra Pelada, descobriu um outro Brasil
e criou o espetáculo que o projetou definitivamente na dança:
Usdum, vencedor do prêmio europeu Sociedade dos Autores
de Artes Dramáticas, em 1991. Em seguida, fundou sua própria
companhia, As palavras, cuja inspiração, como o nome indica,
é a literatura. De lá para cá, foram 40 coreografias. Em 2010, O
assalto do céu ganhou o prêmio de melhor espetáculo do ano,
da imprensa de Bruxelas.
A busca pela espiritualidade é um elemento cada vez mais
constante em suas coreografias: “O que importa é a travessia,
cláudio
bernardo
19. não a chegada”, diz Cláudio Bernardo. Entre a literatura e a
espiritualidade, o dançarino lê de Franz Kafka a Fernando Pes-
soa, de Michel Tournier a Santa Teresa D’Ávila e a biografia de
São Francisco de Assis.
O amor à cultura, anterior à dança, é o que o impulsiona a
imaginar espetáculos como ParaBach – peça para seis bai-
larinos, que criou em homenagem aos dez anos da Paracuru
Companhia de Dança: “Eu acredito que a beleza pode salvar
o mundo. E a peça traz essa sensibilidade, a vontade de ver
e viver melhor, de alcançar o sublime”, descreve Cláudio Ber-
nardo, um dançarino e coreógrafo aclamado mundialmente,
que redescobre a arte universal em uma aldeia de pescado-
res do litoral cearense e nos concertos do compositor alemão
Johann Bach, unindo-os. A identidade cearense e o conceito
de beleza que permeiam toda a coreografia foram vistas gra-
tuitamente em Fortaleza e também em festivais de dança de
Cuba, Argentina, Colômbia, Uruguai, Panamá e Costa Rica.
Cláudio Bernardo também criou Caim (1988), Equus e Histó-
ria do sal (1990), Serra, A Última Ceia e Sodoma (1991), Di-
latatio e Raptus (1992), Vá (1993), Ilagik, Cidades Invisíveis
e A Voz Humana (1994), Três Poemas (1995), Geometria do
Abismo (1996), Sístole, O Jardim de Graves e Agudos e The
Girl and Death (1997), Incandescência e A Fauna (1999), The
Rite – o Sacrifício e Meu Sagrado Coração, o Bêbado (2001),
Paixão (2002), Off Key (2003), The Waves (2004), A Biblio-
teca EMDP (2006), Identificazione de una Donna (2008), O
Assalto do Céu (2009) e No Coração da Tempestade (2011).
“Eu faço as peças em cima das pessoas, como elas são,
do ambiente no qual elas vivem”, afirma o coreógrafo, que
já tem em mente novos projetos como o solo Só20 (2013),
V.T.R.O.L. (2015) e D. Giovani (2017).
22. Danilo Dias nasceu em Fortaleza, em 23/6/1977, e se formou
em Medicina na UFC (2000). Antes mesmo de entrar na uni-
versidade, tinha um sonho: o de fazer as pessoas mais felizes
consigo mesmas, tendo um maior cuidado com sua saúde, com
seu corpo. No início, o foco era se firmar no mercado e dar vi-
sibilidade a um trabalho diferente dos tratamentos existentes.
Abriu sua própria clínica em 2007, realizando 44 cirurgias no
primeiro ano. Atualmente, são quase 300 por ano. Especializou-
se em cirurgia plástica, estética e transplante capilar. Seguindo
uma tendência mundial, a maior demanda de sua clínica é de
cirurgias estéticas da face e corporal. Aos poucos, foi se tor-
nando também uma referência entre os homens, que já chegam
a 40% do total de procedimentos (cirurgias de nariz, face e ca-
pilar). Um destaque inovador é a cirurgia de videoendoscopia
facial, (plástica facial por vídeo) com tempo de recuperação
reduzido e cicatrizes imperceptíveis.
Outro diferencial importante da Clínica Danilo Dias – Cirurgia
Plástica é o atendimento personalizado e a atenção com cui-
dados em domicílio. “Conquistamos clientes que precisam de
acompanhamento pós-operatório, em casa, com visitas de uma
enfermeira e cuidados especiais. É uma clientela fiel. Agora,
não busco mais aumentar o número de clientes, mas investir
ainda mais na qualidade de um tratamento de alto nível, que
não havia antes na cidade”, afirma o Dr. Danilo Dias.
danilo
dias
23. Sua principal referência profissional é o trabalho do professor
Ronaldo Pontes, dono da Clínica Fluminense de Cirurgia Plásti-
ca (RJ), onde se aprofundou nesse tipo de atendimento exclusi-
vo e individualizado, entre 2004 e 2007, durante sua residência
médica. Em Detroit, Orlando e Dallas, nos Estados Unidos, fez
cursos de aperfeiçoamento em cirurgias de nariz, transplante
capilar e rejuvenescimento facial. Hoje, é membro da Socieda-
de Brasileira de Cirurgia Plástica, Sociedade Internacional de
Transplante Capilar, diretor da Clínica Blue D Cirurgia Plástica &
SPA e da Unique Hair Transplante.
Os clientes de outros estados e diversos países, especialmente
das regiões Norte e Nordeste, Europa, Estados Unidos e Áfri-
ca, chegam a 50% dos pacientes, nos meses de julho, agosto
e setembro. Parte dessa clientela é resultado de seu trabalho
em Cabo Verde e Lisboa, onde manteve clínica e consultório.
Entre seus planos futuros, está a mudança de sua clínica para
sede ampliada e definitiva, com a instalação de um SPA médi-
co. “Também estamos nos preparando para que o conceito da
Clínica Blue D e SPA alcance outras regiões brasileiras e outros
países, o que é um resultado natural da qualidade do nosso
trabalho”, diz o cirurgião plástico.
Casado com Patrícia Dias e pai de dois filhos, Danilo Dias adora
jogar golfe, viajar e colecionar cervejas raras e especiais.
26. 26
Fausto Nilo é um arquiteto atuante e, ao mesmo tempo, com-
positor letrista com cerca de 450 canções, muitas de grande
sucesso. É natural de Quixeramobim (5/4/1944), mas deixou a
cidade natal aos 11 anos e foi para Fortaleza, onde estudou no
velho Liceu do Ceará e posteriormente se formou na primeira
turma de Arquitetura da Universidade Federal do Ceará (1970).
Em 1971, recém-formado, mudou-se para Brasília e lecionou no
curso de arquitetura da UnB, por dois anos. Em 1975, após um
breve período de retorno a Fortaleza, mudou-se para São Pau-
lo, onde trabalhou na Companhia do Metrô, desenhando a Es-
tação Santa Cecília. Ao final de 1976, foi morar no Rio de Janei-
ro e lá permaneceu por 15 anos, atuando prioritariamente nas
letras de canções. Compôs seu primeiro grande sucesso, Fim
do mundo, em 1972, em parceria com Raimundo Fagner (gra-
vada por Marília Medalha). Depois, compôs Dorothy Lamour,
com Petrúcio Maia, eternizada na voz de Ednardo. Conside-
ra seus parceiros mais importantes: Fagner, Geraldo Azevedo,
Dominguinhos e Moraes Moreira. Na arquitetura, destaca-se a
parceria com Delberg Ponce de Leon. “Sou um privilegiado: de
dia, a arquitetura; à noite, as poesias das canções. Há quem
diga que são atividades conflitantes, mas para mim a poética é
a mesma”, diz o autor de Zanzibar.
Fausto Nilo gravou o primeiro disco interpretando suas canções
em 1997, com o título Esquinas do Deserto. Depois, veio Casa
Tudo Azul, em 2002, Verso e Voz ao Vivo, em 2004, e Fausto
Nilo, em 2008. Em 2010, lançou Quando fevereiro chegar - uma
lírica de Fausto Nilo, em que juntou em torno de sua obra carna-
valesca intérpretes como Caetano Veloso, Ivan Lins, Elza Soa-
res, Fernanda Takai, Fagner, Moraes Moreira, Geraldo Azevedo,
Zé Ramalho, Zeca Baleiro e Jorge Vercillo. Antes, em 1987, a
fausto
nilo
27. 27
gravadora CBS já havia lançado uma coletânea de suas letras
intitulada Fausto Nilo – 12 letras de sucesso, com suas prin-
cipais canções gravadas por Chico Buarque, Bethânia, Nara
Leão, Gal Costa, Ney Matogrosso, Geraldo Azevedo, Elba Ra-
malho, Dominguinhos, Moraes Moreira, Simone, Amelinha, Lulu
Santos, Pepeu Gomes, Luiz Gonzaga, e pelo grupo A cor do
som. Ganhou dois prêmios Sharp, na categoria Melhor Música
Popular, em 1987 e 1995, e o troféu Playboy (1982).
Atualmente, desenvolve projetos arquitetônicos (predominante-
mente de uso público) e projetos de urbanismo. Entre as obras
de edificação de uso público em que foi coautor, atuando com
o parceiro Delberg Ponce de León, destacam-se a reforma e a
adaptação da Ponte dos Ingleses, o Mercado São Sebastião,
a nova Praça do Ferreira, o Centro Dragão do Mar de Arte e
Cultura, todos em Fortaleza. Recentemente, juntou-se aos par-
ceiros Ricardo Muratori e Esdras Santos e venceu o concurso
nacional para o projeto de Reordenação Urbana da Avenida
Beira Mar, ora em execução.
A Quixeramobim de sua infância povoa suas canções, ainda
que recriada com os tons imaginários da memória. Apaixona-
do pela urbanidade e estudioso do urbanismo, Fausto Nilo usa
uma singular estratégia, entre tantas, em seu processo de cria-
ção (na arquitetura e na música): “eu vou atrás do que meu
inconsciente me mostra como provocante, em um cruzamento
das memórias mais importantes, do presente que me desafia
e do futuro que nos espera”. Além dos já citados, ficaram na
história da MPB sucessos como Esquinas do deserto, Pão e
poesia, Pequenino cão, Santa fé (tema de abertura da novela
Roque Santeiro), Meninas do Brasil, entre tantas outras.
30. 30
Fernanda Quinderé (1/2/1938), carioca de nascimento e filha
de pais cearenses, é atriz, diretora e autora de teatro, escritora,
compositora, produtora cultural. As mil facetas de sua exitosa
carreira, de seis décadas, são alvo de homenagens, medalha e
condecorações que a fazem, de fato, destaque cultural cearen-
se. Sua atuação, nas mais diversas atividades culturais, a fez
merecer, em 2002, o título de Cidadã Cearense, na Assembleia
Legislativa. Também recebeu a Medalha Boticário Ferreira, na
Câmara Municipal de Fortaleza (ambos por indicação de Cláu-
dio Pereira), diploma de Mérito Cultural da Academia Cearense
de Letras e Diploma de Reconhecimento ao Apoio e Divulga-
ção das Artes. Também é “Amiga da Marinha” e “Amiga da Po-
esia”, além de vários prêmios conquistados por seu trabalho,
especialmente no teatro. Integrante da Academia Fortalezense
de Letras, Fernanda começou no teatro amador, em Fortaleza
(1952). Dois anos depois, encenou em São Paulo Os Deuses
Riem, de A. J. Cronin, no I Congresso Musical da Juventude.
Em 1959, recebeu das mãos de Teotônio Vilela o prêmio de Me-
lhor atriz do Norte e Nordeste, pela atuação em Nós, as Teste-
munhas, de Eduardo Campos, no III Festival Nortista de Teatro
Amador (Maceió/Alagoas).
Depois Fernanda casou-se, foi morar em Teresina, teve cinco
filhos e depois voltou a Fortaleza. De volta ao Rio, trabalhou na
UNIRIO, na gestão do reitor B. de Paiva, no Serviço Nacional de
Teatro, assessorando Orlando Miranda, no Instituto Nacional de
Artes Cênicas, no Teatro Tereza Rachel e no Serviço Brasileiro
fernanda
quinderé
31. 31
de Dança, onde foi diretora substituta. Em Fortaleza, foi diretora
Artística do Theatro José de Alencar (1994 a 1998).
Além do impecável currículo artístico, as histórias de vida de Fer-
nanda Quinderé são um tesouro à parte. Depois do divórcio, de
volta ao Rio, ela reencontrou um antigo amor de adolescência, o
pianista Luiz Eça, e com ele viveu as mais incríveis histórias, que
resultaram no livro Bodas da solidão – um olhar azul para Luiz
Eça. Nele, disseca os bastidores de um grande amor, da Bos-
sa Nova, da música instrumental e da MPB, os encontros com
Miéle, Leny Andrade, Ronaldo Bôscoli, Tom Jobim, Sivuca, Peri
Ribeiro, Artur Moreira Lima, Dorival e Nana Caymmi, Quarteto em
Cy,João Nogueira,Wanda Sá. Além deste tocante e discreto ro-
mance autobiográfico, a “artista de mil faces” escreveu outros
sete livros (de crônicas e poesias) e se prepara para lançar mais
dois: Madame Rian e Vinícius cheio de graças. Na inauguração
da TV Diário, leu o editorial que abria as atividades da emisso-
ra e, por seis anos, apresentou o programa Ponto de Encontro.
Em seguida, dividiu o programa Tarde Livre, com Carla Soraia.
Escreveu, em parceria com Luiz Eça, o seriado de dez capítu-
los Luizinho no mundo dos sons, para a TV Mexicana (no Brasil,
adaptado para um musical de teatro, entrou em cartaz no Teatro
Villa-Lobos) e participou da novela Meu bem, meu mal, da TV
Globo. Serena e apaixonada ao mesmo tempo, Fernanda Quin-
deré respira cultura e é workaholic assumida: “Para mim, arte e
cultura são sinônimos de prazer, por isso não tenho hora, nem
dia para trabalhar”, define-se.
34. 34
Hilma Braga nasceu na Paraíba, sob o signo de aquário
(16/2). Veio para Fortaleza há duas décadas e lançou uma
das primeiras revistas sociais do estado, a Life Estilo, que
já tem dez anos. Há cinco anos, inovou mais uma vez com
o lançamento da Life Teens, para o público infantil e ado-
lescente da capital. Hoje, além de empresária, atua como
editora-chefe das duas revistas.
É graduada em Comunicação Social, Publicidade e Propagan-
da e tem no currículo vários cursos de fotografia pela Escola
Pan-americana de Arte e Design (SP). Abriu seu primeiro es-
túdio fotográfico em João Pessoa e explorou no mercado uma
nova tendência de fotos, com sofisticação e irreverência. Em
1993, veio para Fortaleza e deu continuidade ao seu trabalho
com a criação do Hilma Braga Art Studio, onde ela mesma foto-
grafava e revelava as fotos em seu próprio laboratório. No ano
de 2001, lançou o primeiro livro, Divas, com fotos em preto e
branco de 66 mulheres cearenses. Três anos depois, publicou o
segundo: Musas, uma seleção de mulheres e seus talentos, nas
mais diversificadas áreas de atuação. Musas é um mergulho no
universo e na alma femininas, onde Hilma expressa seu próprio
encanto pela magia de fazer arte com a câmera, que surgiu ain-
da criança, com a máquina de seu pai, que sempre registrava
os melhores momentos da família em sua Kodak.
Filha de fazendeiro e empresário e de uma professora, Hilma, a
caçula, prima pela simplicidade, sensibilidade e força. Apaixo-
nada por artes, ela criou uma coluna na Life Estilo onde retrata,
hilma
braga
35. 35
com texto e foto, os destaques da pintura cearense. “Estudei
pintura em tela na Paraíba, adoro Picasso, alguns artistas ce-
arenses e paraibanos”, diz Hilma Braga, mostrando algumas
obras de arte na sala de sua casa.
Desde 2011, dedica-se integralmente às duas revistas, mas ja-
mais deixou de fotografar. O amor por livros, que divide com a
filha Yasmin, a faz preferir o impresso ao livro eletrônico: “Adoro
o cheiro, a textura do papel. Para mim, ler um livro sem essas
sensações, perde toda a graça”, afirma a empresária.
Com uma longa e exitosa trajetória no entretenimento social em
Fortaleza, Hilma tem projetos ousados para o futuro. Um deles
é o de investir em moda, para agregar ainda mais conhecimen-
to às áreas que já domina, como a fotografia, o jornalismo e a
publicidade. Depois de viagens aos principais centros culturais
da Europa, como Paris, Milão, Barcelona e Bruxelas e de ter ido
a dois festivais Cannes Lions, é hora de colher os frutos, lapidar
desejos, refletir e cuidar do que já conquistou.
Católica, mãe de Yasmin (14) e Kahlil (29), Hilma Braga é
uma mulher perseverante, de fé: “O mais importante é estar
com Deus e agradecer por tudo o que consegui através dele
e da minha fé. Aos poucos, fui construindo um network em
Fortaleza, a credibilidade e a confiança do povo cearense no
meu trabalho. Agora, é seguir em frente, crescendo e acredi-
tando, sempre”, conclui Hilma, com a sua costumeira e sábia
simplicidade.
38. 38
O Dr. Hipólito Souza Monte nasceu em 9/12/53 em Mossoró (RN) e
veio aos 12 anos para Fortaleza, para continuar seus estudos. Eis
que um dia foi acompanhar seu pai a um médico, no centro da ci-
dade, e se impressionou com aquele homem de branco, elegante,
muito educado, impecavelmente vestido. Era o Dr. Edson Braga.
Hipólito Monte não entendia nenhuma palavra do que ele falava ao
seu pai, mas nunca mais o esqueceu. Adulto, formou-se em Medi-
cina pela UFC e fez residência no Hospital São Raimundo, com o
Dr. Pontes Neto e Dr. Haroldo Juaçaba. Recém-formado, começou
a trabalhar dia e noite para juntar dinheiro e aprofundar seus estu-
dos na Alemanha: operava na Aldeota, depois ia para o Hospital
de Maracanaú e de lá para a fábrica Guararapes, onde era médico
do trabalho. Também trabalhou no Instituto de Prevenção do Cân-
cer e aos domingos dava plantão no Frotinha de Parangaba. Foi
nesse tempo que entrou em contato com um cirurgião da Universi-
dade Livre de Berlim e, por conta própria, partiu para a Alemanha,
quatro anos depois de sua formatura. Após enfrentar as barreiras
da língua e do desconhecido, começou a acompanhar o chefe da
clínica cirúrgica da Universidade Livre de Berlim, aperfeiçoando,
principalmente, a técnica de cirurgia abdominal e vascular. Partici-
pou de vários simpósios em cidades alemãs. Entre uma atividade
e outra, rabiscava seu grande sonho: as dependências do hospital
que, um dia, iria construir. Para permanecer na Alemanha, Hipólito
Monte teve que pedir autorização especial ao próprio Ministro do
Exterior – e conseguiu. Aceitou convite para ir a Estocolmo e atra-
vessou o muro de Berlim, conheceu de perto a sabedoria e técnica
da medicina escandinava.
De volta ao Brasil, em 1986, tratou de dar forma ao seu sonho.
Primeiro teve consultório na rua Maria Tomásia, depois na Vicente
Leite e exatamente cinco anos depois de seu regresso ao Ceará,
em 1991, abre o Monte Klinikum (Monte, o sobrenome; Klinikum,
clínica em alemão). Atualmente, já tendo 15 mil cirurgias realiza-
das, todas anotadas a mão em vários cadernos que conserva ao
lado de sua mesa de trabalho, o Dr. Hipólito Monte continua em
plena atividade: são 50 cirurgias/mês, em média. A grande maio-
ria delas feitas por videolaparoscopia, o que reduz o risco de in-
fecção e o período de internação. Como um ritual, todos os anos
visita dois centros de medicina: o de Massachusetts, em Boston,
um dos mais avançados do mundo, e o IRCAD, em Estrasburgo
(França), especializado em cânceres do aparelho digestivo. No ex-
tenso currículo, destacam-se os cursos de pós-graduação em ci-
hipólito
monte
39. 39
rurgia laparoscópica no IRCAD, especialização em Cirurgia Geral
na Universidade Livre de Berlim (Alemanha), no Instituto Karolinska
em Estocolmo (Suécia) e no MGH Havard (EUA), atuação como
membro fundador da Associação Nacional dos Hospitais Privados
do Brasil e integrante das mais importantes sociedades e asso-
ciações de medicina nacionais e internacionais, especialmente na
área de oncologia.
Dr. Hipólito Monte também não parou de sonhar: há novidades
em gestação para o Monte Klinikum, um dos maiores e mais bem
equipados do Nordeste. “Eu não sou realizado profissionalmente,
porque o potencial sempre cresce à medida que os desafios apa-
recem. Só depois de superá-los, poderei dizer se valeu a pena”,
diz o criador e diretor geral do Monte Klinikum, fazendo segredo
sobre seus planos futuros. Atualmente, o Monte Klinikum tem 100
leitos e um diferencial: todo o ar que circula dentro dele é trocado
de hora em hora, através de uma turbina ecológica que utiliza ar
umidificado com água gelada, para não ressecar a pele. A recicla-
gem anual do corpo médico e auxiliar é outra prioridade.
Pessoalmente, Dr. Hipólito é comedido, gosta de um ambiente
clean, poucos móveis e adornos em casa. Adora carros, relógios,
estudar Medicina e a leitura de uma poesia. Seu único vício é a
medicina. Sabe que o seu exercício, assim como no futebol, tem
data certa de parar, mas segue planejando, pesquisando e geran-
do saúde. O menino que foi expulso do colégio porque levou um
violão para tocar, o mesmo que ficou encantado com o médico de
seu pai e com tantos outros, diz claramente o que significa o Monte
Klinikum para ele: “É a razão do meu viver, mais um filho que tive,
e como todo bom filho, me traz preocupações, mas também me
enche de orgulho. Ninguém constrói um mundo sozinho e muita
gente que está aqui me ajudou a concretizar as minhas aspira-
ções”, disse Dr. Hipólito, ao receber o título de Cidadão Cearense
na Assembleia Legislativa do Ceará, em 2011. “Tenho a certeza de
um longo caminho a percorrer e de muito por fazer pela medicina
cearense, que precisa ser encarada com seriedade pela socieda-
de, pois estamos muito bem no cenário nacional. O exercício da
Medicina exige dedicação quase que exclusiva, ética profissional,
atualização constante e encarar o paciente sem distinção de clas-
se socioeconômica. Ser médico não é apenas uma arte, mas um
conjunto de atitudes, atos, fatos que o tempo - e somente o tempo
- se encarregará de mostrar, revelando o que você é”.
42. 42
Um dos grandes nomes do ballet e da dança no Brasil é um
fortalezense, nascido em 1926: Hugo Alves Mesquita, que,
por sugestão de um jornalista, adotou o sobrenome italiano,
Bianchi. Bailarino e coreógrafo autodidata, Hugo Bianchi fun-
dou a primeira Academia de Dança no Ceará, inicialmente
com o nome de Eros Volúsia, depois Academia Hugo Bianchi.
Começou a carreira aos 16 anos, no Ginásio Santa Maria, fa-
zendo teatro, mas ao ver os filmes de Fred Astaire no cinema,
“saía pulando no meio da rua” e se encantou definitivamente
pela dança.
Em 1948, conheceu o Theatro José de Alencar, de onde nunca
mais saiu: primeiro, instalou ali sua academia de ballet por 10
anos e depois uma sala no fundo do teatro, onde ministrou seus
cursos por mais 14 anos. Hoje, aos 87 anos de idade, foi contra-
tado pelo Governo do Ceará como funcionário do Theatro. “Só
aqui me sinto em casa, esta é a minha casa” diz o bailarino no
pátio do TJA. Ainda rapaz, Bianchi foi selecionado pela baila-
rina Marquise Branca, nascida em Juazeiro do Norte, mas que
trabalhava no Rio de Janeiro, para trabalhar como “galã ligeiro”
em uma tourné, por São Luis, Teresina, Belém e Manaus.
Formado pelo Serviço Nacional de Teatro do Rio de Janeiro,
aperfeiçoou sua técnica com Eros Volúsia, Dina Nova, Maria
Olenewa, Vaslav Veltchek, Tatiana Leskova e David Dupré, além
de cursos no Teatro Colón de Buenos Aires e no American Ballet
e New York Ballet nos Estados Unidos. Integrou o Corpo de Bai-
le do Conservatório, hoje Centro Nacional de Artes da Secção
do Teatro, da UNIRIO e atuou nas companhias Vicente Celesti-
hugo
bianchi
43. 43
no, Zico Ribeiro, Carlos Magno, Walter Pinto e Carlos Machado
e nas emissoras de televisão (Tupi e Excelsior).
No repertório clássico, montou cerca de vinte espetáculos, en-
tre eles O Morro dos Ventos Uivantes, A Bela Adormecida, She-
razade, A Valsa Proibida, A Viúva Alegre, Mártir de Gólgota,
Otelo, Lago dos Cisnes, O Quebra-Nozes, Gisele, Iracema e
Dom Quixote, além de Os Deserdados, do cearense Manuelito
Eduardo.
Entre as diversas premiações e homenagens que recebeu,
Hugo Bianchi conquistou o primeiro lugar no Festival Interna-
cional de Dança Amazônica, em 2001, segundo lugar em 2002
e terceiro, em 2003. Foi condecorado com a Medalha Boticário
Ferreira (Câmara Municipal de Fortaleza), Troféu Albanisa Sa-
rasate (Festival Vida & Arte), Troféu Sereia de Ouro (Sistema
Verdes Mares), Medalha CBDD (Rio de Janeiro) e homenagens
da Assembleia Legislativa do Ceará, Secretaria de Cultura do
Ceará e do Theatro José de Alencar.
Hugo Bianchi ainda frequenta todos os dias o Theatro e super-
visiona a Academia de Balé Hugo Bianchi, que criou em 1966
e que atualmente tem seis professores. Um de seus orgulhos é
o de ter formado as grandes bailarinas da cidade, que o aju-
daram a difundir a dança em vários bairros de Fortaleza, com
suas academias de dança. Em uma época em que pouco se
falava em dança, Hugo Bianchi ensinou ballet a mais de duas
mil alunas. “Elas foram se formando e criando suas próprias
academias, que hoje são muitas, e fico contente com isso”.
46. 46
Isabel Pires é auditora fiscal da Secretaria da Fazenda do Cea-
rá, e tem uma trajetória de ineditismo e ousadia em uma profis-
são notadamente masculina. Foi a primeira presidente feminina
da Associação dos Auditores e Fiscais da Receita Estadual do
Ceará (Auditece), de 2009 a 2011, e anteriormente ocupou a
Diretoria de Comunicação e Eventos da mesma instituição. Atu-
almente, é vice-diretora da Escola Superior de Estudos e Pes-
quisas Tributárias – ESET.
É mestre em Administração de Empresas pela Universidade Fe-
deral do Ceará - UFC e também professora na graduação e pós-
graduação da Faculdade Vale do Jaguaribe (FVJ) e da Fametro.
Atua como instrutora da Secretaria da Fazenda do Estado do
Ceará, na área de aperfeiçoamento da Imagem Profissional.
Como diretora de Comunicação da Auditece, criou projetos
inovadores, que foram replicados em vários estados. Um des-
ses projetos é o Café com leis, que agrega diversas áreas do
conhecimento, através de palestras mensais de especialistas
de cada setor. Como ingresso, cada participante contribui com
café ou leite, que são doados para instituições carentes. O pro-
jeto se expandiu para outros estados, como o Amazonas, Bahia
e Tocantins (que adotou a proposta com outro nome).
Outro projeto criado por Isabel Pires foi o Fisco Solidário, uma
campanha em que os auditores e demais funcionários do fisco
isabel
pires
47. 47
colaboram em casos de grandes tragédias. Houve a arreca-
dação de água para os desabrigados pela enchente do Crato,
artigos de higiene e mantimentos para as vítimas de desaba-
mentos de encostas no Rio de Janeiro, entre outros. Com o in-
tuito de debater as questões mais urgentes do fisco, a auditora
também criou o projeto Conversa com o Fisco, onde acontecem
discussões tributárias e palestras eventuais e interativas. Os in-
gressos são lençóis brancos – uma demanda da Santa Casa de
Misericórdia. Foi agraciada com o Prêmio Joaseiro (2008), na
categoria Relevantes Serviços à classe dos Auditores Fiscais.
Esse prêmio é um programa institucional da AUDITECE - Asso-
ciação dos Auditores e Fiscais do Tesouro do Estado do Ceará
que visa reconhecer o mérito dos profissionais que se desta-
caram por ações ou trabalhos bem sucedidos que trouxeram
resultados significativos para a causa fazendária.
Além de sua dedicação e amor à fiscalização pública,
Isabel Pires tem ainda três grandes paixões: marketing,
moda e antiguidades. Criou o blog Glamour Urbano e o site
www.glamoururbano.com, que nasceram dos cursos e palestras
sobre Gestão de Carreiras, na área de Imagem Profissional.
Atualmente, o site tem mais de cem mil acessos e é um de seus
passatempos preferidos. O apreço por antiguidades foi o que a
moveu, em coautoria com Jaime Cavalcante, na complexa tarefa
de reunir documentos, textuais e iconográficos, móveis e diversos
objetos que integram o Memorial da Sefaz, hoje aberto ao público.
50. 50
“Foi em cima de um banco da Praça do Ferreira que o meu bi-
savô, Demócrito Rocha, fez um discurso anunciando a criação
de um novo jornal em Fortaleza. Posso dizer, então, que a Praça
do Ferreira foi o berço que embalou o nascimento d’O Povo,
disse a presidente do Grupo de Comunicação O Povo, Luciana
Dummar, em homenagem aos 85 anos do jornal. Ela nasceu
em Fortaleza, em 26/12/1967 e se formou em Administração de
Empresa pela UNIFOR – Universidade de Fortaleza.
“Nascida e criada” dentro do jornal, já na infância escuta-
va as conversas e os debates entre seu pai, Demócrito Rocha
Dummar, e a avó, Albanisa, em torno do fazer jornalístico. “Eles
eram pessoas fantásticas, cada um a seu modo, com jeitos di-
ferentes de lidar com as questões e, por isso mesmo, com opi-
niões tão enriquecedoras. Sem dúvida, meu pai e minha avó
são a minha maior referência e inspiração”, diz.
Aos 16 anos, começou a trabalhar na Biblioteca Pública do Es-
tado do Ceará, em uma tarefa que marcou sua vida: a microfil-
magem de toda a trajetória d’O Povo desde 7/1/1928 até então,
organizando o mais rico acervo jornalístico do Ceará. “Naquele
momento, ficou claro que minha vocação era o jornalismo. Está
na veia, é uma missão de vida. Esse trabalho foi definitivo, por-
que consegui ver os desafios da imprensa com um apuro que
só uma pesquisa como aquela me daria”, conclui a bisneta de
Demócrito Rocha.
Mãe de um casal de filhos, Luciana vive entre os compromis-
sos do jornal e os pessoais, onde se destaca, sobretudo, sua
espiritualidade. “Vivo profundamente esse ecumenismo interno
que tão bem define a minha vida. É como descascar cebolas,
em busca da essência de mim mesma, e estimular os outros a
luciana
dummar
51. fazer o mesmo”, define. No cotidiano efervescente do jornal, a
presidente do Grupo procura manter os princípios passados de
geração em geração, dando continuidade ao trabalho da famí-
lia Rocha Dummar, iniciado em 1928, em clima de companhei-
rismo e cumplicidade: “Sinto como se todos nós que fazemos
o jornal fôssemos uma comunidade alternativa, onde se sonha
junto, luta junto e encara junto o que está acontecendo no mun-
do. O cheiro, a essência disso tudo é muito forte. Todos os dias,
resgato essa missão em mim: a de manter o equilíbrio e fazer
d’O Povo uma referência de credibilidade, confiança e liberda-
de, nesse mar revolto de informações desencontradas do nos-
so tempo”, diz Luciana. Entre os compromissos assumidos, ela
cita a relação entre o jornal e a sociedade, “fundada em proce-
dimentos transparentes e participativos desde a fundação por
Demócrito Rocha”, fortalecidos por instrumentos como o cargo
de ombudsman, o Conselho Editorial e o Conselho Consultivo
de Leitores.
Em 2013, Luciana Dummar participou de sessão solene na As-
sembleia Legislativa do Ceará e recebeu, na Câmara Municipal,
a maior comenda de Fortaleza, a Medalha Boticário Ferreira - ho-
menagens ao aniversário de 85 anos do jornal O POVO. “Tenho
orgulho de nossa história, de ter passado por tudo que passamos,
lado a lado com a história do nosso povo cearense, com seus de-
safios, vitórias e dificuldades. Lá se foram 85 anos, daqui a pouco,
será um século..., honro cada passo dessa trajetória, reafirmando
o compromisso de meu pai, assumido em 2008, quando O Povo
fez 80 anos: manter firme a luta por uma imprensa cada vez mais
livre, mais atuante”, almeja. Ao lado do pai, Demócrito Dummar,
e dos irmãos, Luciana contribuiu para promover a modernização
editorial e gráfica do jornal, além de incorporar novos meios de
comunicação ao Grupo, como a TV O POVO.
54. 54
Lúcia Praciano, com seus gestos singelos e elegantes,
é um retrato da mulher contemporânea de sucesso. Tem
personalidade forte e é movida por suas emoções. Dedica
seu tempo e entusiasmo a cultuar seus valores e princípios,
entre eles, cuidar do bem-estar de sua família. Casada com
o conceituado empresário Tadeu Costa, é mãe de duas filhas:
Marine, a primogênita, e Marianne. Ela atribui a Deus as suas
vitórias, especialmente a força que sempre tem para enfrentar
os desafios e os momentos mais difíceis de sua vida.
Empreendedora, dirigiu uma empresa familiar no ramo das
telecomunicações por 16 anos. Preferiu parar, após pensar
que a maior parte do tempo que dedicava ao trabalho fazia
falta no cotidiano de seu bem mais precioso: a família. Por esse
motivo, decidiu se dar férias por tempo indeterminado, para
acompanhar o crescimento e as necessidades de suas filhas.
“Quando me dedico a uma tarefa me entrego de corpo e alma,
sou obstinada e me cobro bastante em fazer o melhor, por isso
lucia
praciano
55. 55
precisei parar um pouco para buscar o equilíbrio entre o lado
profissional e o pessoal, para não deixar a desejar nenhum dos
papéis”, afirma Lúcia.
Adepta dos hábitos saudáveis, Lúcia Praciano segue com
disciplina uma nutritiva dieta alimentar, faz exercícios físicos
diários, adora viajar, escutar música de qualidade e ler. Um
de seus diferenciais é a paixão por joias e moda, cujo uso
é pautado pelo bom senso e bom gosto. Sensível à sua
função social no mundo, procura sempre ajudar ao próximo,
principalmente às crianças. Nisso se resume os seus planos
para o futuro: tornar-se, a cada dia, uma pessoa melhor e
mais espiritualizada.
Entre os acessórios prediletos de Lúcia Praciano estão as
bolsas Chanel (tem uma coleção) e Fendi, além de peças do
estilista Lino Villaventura. Para ela, viver bem é poder cultuar o
amor, as grandes emoções da vida e ter paz.
58. 58
Nilo Tabosa é advogado e nasceu em Fortaleza no dia 29
de outubro de 1959. Além da graduação em Direito (Unifor),
também se formou em Geografia (Uece), uma de suas grandes
paixões. Descendente de uma linhagem de advogados de
renome, a família Quezado, Nilo Tabosa especializou-se em
Direito do Trabalho, assim como o seu pai, Jefferson Quezado,
que foi Delegado Regional do Trabalho do Ceará.
Após o falecimento do pai, Nilo Tabosa criou a Quezado
Advocacia e Assessoria Empresarial, juntamente com seu pai
adotivo Geraldo Quezado, que hoje funciona no bairro Dionísio
Torres. Foi juiz de paz do Cartório Registral do Mucuripe, por
cinco anos, e membro do Conselho Consultivo da OAB/CE.
Além da marca da família Quezado na advocacia, Nilo Tabosa
tem como diferenciais importantes a total dedicação a cada
cliente e o empenho em fazer justiça nas causas nas quais atua.
Pai presente e carinhoso, Nilo se define como homem de fé de
orientação espírita. Ele tem três filhos: Aglais, que, seguindo os
caminhos do pai, optou pelo Direito, e os gêmeos Geraldo Neto
e Eduardo. Entre os objetos de decoração de seu apartamento,
a história de seus antepassados, a espiritualidade e o gosto
nilo
tabosa
59. 59
pela cultura são latentes. Revelam seu interesse pelo cinema,
por exemplo, que o atraiu para participações em três filmes:
A ilha da morte, de Wolney Oliveira; Sedição de Juazeiro, de
Daniel Abreu; e um filme espírita, que está sendo realizado pela
Casa de Cinema de Fortaleza.
Em 2003, Nilo Tabosa começou a reunir um grupo de amigos
para dividir um dos seus grandes prazeres: a gastronomia.
A cada semana, um amigo convidava o restante do grupo
para sua casa e criava os mais incríveis pratos, saboreados
com um ótimo papo. Atualmente, o grupo é formado por
profissionais liberais e se reúne, em média, de uma a duas
vezes por semana. “Os integrantes mudam, mas sempre fica
aquilo que nos une: o amor por um bom garfo. Já fizemos
festivais de pães caseiros e estamos sempre tentando superar
nossos talentos culinários”, diz o advogado, que comprou seu
apartamento, principalmente, pela dimensão da cozinha. A
coleção de xícaras, resultado de suas viagens pelo mundo,
é um mimo para os amigos especiais, que não costumam
sair de mãos vazias de sua casa. Um símbolo de quem prima
pela arte do encontro, através de aromas e sabores de uma
acolhedora mesa.
62. O decorador de festas e cenógrafo Rosalvo Ponte é um empresá-
rio de sucesso no segmento de festas. Acredita tanto no ramo em
que atua, que consegue garantir a admiração de parceiros e de
clientes. Construiu uma carreira sólida e uma empresa muito bem
estruturada, na praça de Fortaleza. Filho de renomada banquetei-
ra de Sobral, Socorro Ponte, desde cedo Rosalvo teve inclinação
para o desenho. Suas habilidades chamavam tanto a atenção,
que aos 15 anos assinou seu primeiro projeto. Poucos profissio-
nais, mesmo nos dias de hoje, fazem projetos, mas, para ele, esta
prática é essencial, pois garante exatidão e transparência. O foco
de Rosalvo é garantir a satisfação de quem o contrata.
Veio estudar em Fortaleza, cursou Arquitetura e se graduou na
faculdade de Design. Em seguida, abriu uma empresa especia-
lizada em decoração de festas de casamentos, aniversários (15
anos), formaturas e corporativos, a Rosalvo Ponte Decorações.
Com acervo de ponta, mais de 20 funcionários, o compromisso
maior da empresa é a busca pela excelência. Apaixonado pelo
que faz, Rosalvo se sente realizado por ter se destacado no ramo,
mas se sente um eterno aprendiz: “Ainda não repetimos nenhum
projeto, por isso preciso estar me movimentando o tempo todo,
fugindo do que é cômodo. Preciso estar sempre muito antenado,
me superando, estudando, pesquisando, é isso que as pessoas
esperam de mim quando me contratam”, diz: Rosalvo Ponte.
rosalvo
ponte
63. No site www.rosalvoponte.com.br, imagens e informações
apresentam com elegância a abrangência de seus projetos
de decoração para festas temáticas, casamentos e eventos
corporativos. Há 25 anos no mercado e seis no mercado de
Fortaleza, Rosalvo Ponte construiu um conceito de vida e de
profissionalismo, onde tem por lema a palavra: super-ação =
superação: “Gosto muito da junção dessas duas palavras. Por
isso, estudo, viajo, experimento o novo, revejo conceitos e no-
vas roupagens. Clientes muito exigentes contribuem para sair-
mos do lugar comum e vejo nessa postura uma oportunidade
de me superar”, conclui.
Com foco no conforto, na beleza e, principalmente nos deta-
lhes de cada projeto, Rosalvo Ponte faz o elo entre o sonho e
o orçamento do cliente: “Para mim, um projeto sofisticado é
o que fica dentro da condição social do meu cliente”, afirma
Rosalvo Ponte, que considera seu trabalho como seu maior or-
gulho. Criar um momento único e especial em cada festa, com
uma lista de convidados bem cuidada e uma decoração que
garanta a atmosfera desejada pelo anfitrião é o que ele mais
gosta de fazer. Nos momentos de descanso e lazer, prefere
viajar e conhecer o mundo.
66. A gravura, a pintura e o desenho passeiam pela literatura e trans-
bordam, ao mesmo tempo, leves e densas. O artista plástico e
arquiteto Rian Fontenele, nascido em Ubajara, em 14/12/1977,
veio morar em Fortaleza aos 12 anos e muito cedo aprendeu a
ser independente. A arte de pintar o mundo e os sentimentos,
manifestada aos 10 anos, o fez procurar o curso mais próximo
de seus talentos, na época: o de Arquitetura e Urbanismo/UFC.
Manteve o escritório de arquitetura por uma década e resolveu
fechá-lo há três anos, para fazer da vida uma obra de arte: “faço
do meu sonho o meu cotidiano”, diz Rian, que atualmente mora
num grande galpão no Centro. O ambiente intimista e único,
projetado por ele, desvela as suas três paixões: pintura, litera-
tura e arquitetura. Um dos mais valorizados artistas cearenses,
Rian Fontenele acorda diariamente com o sol, para fermentar o
que ele chama de “sarcerdócio”. Utiliza o que aprendeu como
arquiteto, o planejamento e o foco, e revela a essência: “o gati-
lho de toda a minha obra é a literatura, a narrativa poética”. Um
quadro nasce do poema Novembro de Garcia Lorca, outro de
Drummond, Hilda Hilst, Orides Fontela ou Jorge Luis Borges.
A forma e o que há de invisível entre a sombra e a luz causam
em quem vê um efeito epifânico e sensações quase antitéticas,
entre o incômodo, a interrogação e a plenitude – mas o que
permanece é a estética de um poema pictórico.
Entre as diversas linguagens, o artista já produziu desenho livre
com Cecília Castellini; xilogravura com Eduardo Eloy; estudou
gravura em Metal com Raul Cara na escola D´Art Da Vinci e fez
cursos de desenho e história da arte em Barcelona, Espanha.
Participa de exposições nacionais e internacionais: Circunstan-
tes - Galeria Casa D´Art - Fortaleza; Aproximações - Galeria
Nagy Lajos - Museu Histórico e Artístico do Maranhão e 30
rian
fontenele
67. Dies de Gravata Olot, catálogo – Espanha. Entre as exposições
individuais, Hiatos, em Fortaleza fruto do prêmio de Melhor
Desenho da XIII Unifor Plástica. Em 2009, recebeu o prêmio
de Melhor Pintura pela Bienal da Unifor. Suas obras podem ser
vistas nos acervos MAUC-Ce, IBEU_Ce, UFRN Centro Cultural
Banco do Nordeste (CCBNB) e coleções particulares.
“Partindo do enigma borgiano do qual sua sensibilidade se nu-
tre, a sua poética é a do sonho e da memória e cada cena pin-
tada é como a lembrança de algo que foi ou poderia ter sido.
Em seus quadros, a aparição de figuras e objetos em primeiro
plano, como num teatro onírico onde a luz é a abstração, dialo-
ga permanentemente com os sentidos da recordação. (...) Há
partituras de silêncios e harmonias em cada um desses qua-
dros, e disso se depreende a sensação de transcendência que
a verdadeira arte inspira. Assim como na poesia da palavra há
ritmo e melodia, na poética das formas canta a música da luz”,
diz Weydson Barros Leal, da Associação Brasileira de Críticos
de Arte (ABCA).
Sobre si mesmo, Rian Fontenele fala pouco; elege a ruminação
de um rebuliço íntimo, resgatando o que há de eterno na Arte e
transgredindo-o com o efêmero, que arde em movimentos sinu-
osos da pele e da alma, sempre em busca de novas perguntas
e tessituras que as traduzam. “A magia é fazer exatamente o
que estou fazendo: um trabalho de laboratório, em que o que
me interessa é a tessitura, todo o resto é consequência. Algo
nasce e sigo nele até a exaustão, que se dá entre um e dois
anos. Não importa a um artista um produto, mas toda a sua
obra, como um permanente exercício de coerência”, revela.
w w w . r i a n f o n t e n e l e . c o m
70. Roberto Markan é empresário, dono do restaurante Moranga,
de cardápio inspirado na culinária francesa, e da Cantina
Caravaggio, especializada em comida italiana. Ele nasceu
em Fortaleza, em 28/9/1975 e começou o curso de Ciências
Sociais (Unifor). Interrompeu a graduação para estudar na
Inglaterra por cinco meses e se encantou com a capital inglesa,
à qual retornou, anos depois. Um encontro marcante foi com
seu tio Geraldo Markan, teatrólogo e sociólogo da UFC, cuja
visão de mundo o fascinou. De volta a Fortaleza, começou a
trabalhar com uma de suas grandes paixões: os animais. Abriu
um pet shop, em seguida uma segunda loja, que administrou
por seis anos. Fechado o ciclo, seguiu em busca de sua paixão
primeira, que herdou de sua mãe e o faz lembrar-se de cheiros
e sabores da infância: a gastronomia.
Autodidata, Roberto Markan (o “Xon”), filho de empresário e dona
de casa, abriu o Moranga no jardim da casa da mãe, na Praia de
Iracema, em 2002. No início, a família não acreditava no sucesso
da empreitada, mas a “magia das mãos” de Roberto Markan
conquistou não só a família, como uma clientela especial e fiel,
que buscava arte e sabor conjugados, além de um ambiente
intimista, à meia-luz. De vez em quando, a mãe tocava piano para
os clientes. “O Moranga fica na casa em que eu nasci. Logo na
entrada, tem uma árvore dentro da sala. No começo, o estilo do
restaurante era mais rústico. Hoje, está entre o rústico, o discreto
e o requintado. Em todo prato, sempre há um carinho meu,
algo a mais que as pessoas gostam, porque sempre voltam”,
diz Markan. O restaurante, que já recebeu personalidades
internacionais como a Shakira, o Gerard Piqué e a comitiva da
Fifa, é sempre indicado aos hóspedes dos grandes hotéis da
cidade. Foi lá a comemoração da vitória da Espanha sobre a
Itália, na Copa das Confederações. Como tantos outros clientes,
Shakira o cumprimentou, dizendo: “Voltei, porque gostei”.
roberto
markan
71. Em 2006, abriu a Cantina Caravaggio, que foi eleito pela revista
Veja o melhor restaurante italiano e o melhor restaurante de
Fortaleza, em 2007, oferecendo um mix entre a comida italiana
e francesa, crepes, doces e salgados. No Moranga e na Cantina
há a marca, o diferencial de Markan: “O meu maior prazer é
ver o resultado da primeira garfada, a expressão que causa
no amigo, no cliente. Isso é o que me faz feliz e me incentiva a
deixar minha marca pessoal na criação de cada prato”, ressalta.
Caçula de uma família de cinco filhos (quatro mulheres),
Roberto é uma pessoa empreendedora e enxerga sempre
novas possibilidades. Do conceito de que “menos é mais”,
resultaram a intimidade da sala de estar do Moranga e o
loft onde mora. Roberto Markan viu seus mesmos ideiais de
vida quando conheceu a França, em uma de suas pesquisas
gastronômicas. “O ar retrô, de bistrô, que eu havia criado aqui
é o mesmo que vi lá e isso foi uma boa surpresa, porque pensei
em tudo antes de conhecer a França, principalmente, o berço
gastronômico de Lion”, revela Markan.
Em seu escritório, por trás de um birô de mais de cem anos
e um móvel-vitrola, Roberto Markan fala de seu fascínio
por antiguidades e antiquários. Outro adorno sofisticado
para um jeito simples de ver a vida. Nas horas vagas, põe a
companheira Debby no carro e vai para o seu pequeno sítio em
Sucatinga (Beberibe), com direito à casa de pescador e tudo. A
nostalgia romântica da região, o cavalo, vacas, galinhas, peru e
a boa convivência com a vizinhança proporcionam o merecido
descanso. Em cima de um grande cajueiro, na companhia
de Debby, sempre ao pé da árvore, Roberto Markan costuma
refletir e tomar decisões importantes.
74. O empresário e professor universitário de Gastronomia (UFC),
Rodrigo Viriato, nasceu em Fortaleza, em 15/5/1978. Filho de
funcionário do Banco Central e de uma decoradora de festas
infantis, Rodrigo se graduou em Ciências Contábeis (UFC),
mas resolveu investir em sua própria empresa, em sociedade
com o irmão mais velho, Haroldo Euclides. Inicialmente, uma
empresa de locação de materiais de eventos que cresceu e se
transformou num buffet, atendendo a uma crescente demanda
dos clientes de sua mãe.
Depois do AliceS Bufet, localizado na região da Água Fria, em
Fortaleza, foram abertas mais duas empresas: AliceS Garden
e Viriato Gastronomia. “O que diferencia os três buffets é a
arquitetura: o AliceS tem o pé direito mais alto, de seis metros.
O Garden é mais intimista e o Viriato é todo de vidro e mais
rústico”, explica Viriato. Com foco em festas de casamento
e eventos empresariais de alto padrão, os buffets primam
pelo cardápio diferenciado e um enxoval especial de louças,
prataria e cristais. “O cliente diz o que precisa e nosso extenso
cardápio se adapta ao seu desejo, pois desenvolvemos
qualquer possibilidade, de cozinhas internacionais regionais a
clássicas”, afirma Viriato, que adora a imersão nos trabalhos
culinários e prima pelo bom atendimento ao cliente.
Rodrigo Viriato é mestre em Educação Brasileira na linha
de pesquisa “Currículo: estudando a formação Formal e
rodrigo
viriato
75. Empírica de cozinheiros”. Graduou-se como Cozinheiro-Chef
Internacional pelo The Culinary Institute of America/New York
em associação com o Senac-SP. Especializou-se também em
confeitaria como Chef Patissier pela École Ritz Escoffier/Paris,
além de ter feito diversas especializações pela École Lenotre,
em Plaisir, na França. É chefe-executivo e sócio do AliceS há
17 anos (grupo de empresas que inclui os três buffets, uma
empresa de catering, que realiza eventos no local indicado pelo
cliente, uma de representação de equipamentos de gastronomia
e uma de locação de materiais).
Prestou diversos serviços paralelos à sua atividade principal,
como consultorias, peças publicitárias para o setor de
alimentação, desenvolvimento de embalagens para indústria
alimentícia, treinamentos e demonstrações de novas
tecnologias para cozinhas comerciais e industriais. Lecionou
como professor convidado na pós-graduação em Hotelaria da
Faculdade de Hotelaria e Turismo do Senac-SP/Hotel Águas
de São Pedro e na pós-graduação em Gastronomia da Fanor/
Fortaleza. Iniciou um trabalho engajado de acompanhamento
de jovens em formação no setor hoteleiro/alimentício, através
de visitas técnicas de alunos do Pró-Jovem (programa de
assistência da Prefeitura de Fortaleza) e alunos do curso de
Gastronomia da Universidade Federal do Ceará, onde é
professor efetivo. Atualmente, mantém uma coluna regular de
Gastronomia e Cultura no caderno People do jornal O Povo.
78. 78
Socorro Acioli é escritora e jornalista, mestre (UFC) e douto-
randa (Universidade Federal Fluminense) em Literatura, além
de ter sido professora da Fundação Casa Grande, em Nova
Olinda (CE). Cinco de seus livros, entre eles A bailarina fan-
tasma e Inventário de Segredos, receberam o selo Altamente
Recomendável, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Ju-
venil. Nascida em Fortaleza (24/2/1975), Socorro escreveu O
pipoqueiro João aos oito anos e de lá para cá não parou mais.
Começou publicando pequenas biografias, como Frei Tito e
Rachel de Queiroz, na Coleção Terra Bárbara e só investiu
no talento para a ficção infantil em 2004, com Bia que tanto
lia – uma história do livro para crianças (Edições Demócrito
Rocha).
Em 2006, foi a única brasileira selecionada para participar da
oficina de roteiros Como contar um conto, ministrada pelo es-
critor colombiano Gabriel Garcia Màrquez, (autor de Cem anos
de Solidão e Prêmio Nobel de Literatura) na Escuela de Cine y
TV de San Antonio de Los Baños, em Cuba. Em seguida, ga-
nhou bolsa de pesquisa da Biblioteca de Munique, na Alema-
nha, onde morou por dois meses, e foi convidada pelos Centros
Culturais das Embaixadas do Brasil em La Paz (Bolívia), Praia
(Cabo Verde), Beirute (Líbano), Pretória (África do Sul) e Rose
Hill (Ilhas Maurício) para proferir palestras sobre sua obra e
ministrar seminários sobre Literatura Brasileira. Socorro Acioli
socorro
acioli
79. 79
também escreveu É pra ler ou pra comer? (2005), A casa dos
Benjamins (2005), O peixinho de Pedra (2006), O anjo do lago
(2006), Vende-se uma família (2007), O mistério da professora
Julieta (2008), Tempo de Caju (2008, 2ª ed, 2010), A Rendeira
Borralheira (2009), A quarta-feira de Jonas (2010), A Bailarina
Fantasma (2010) e Inventário de Segredos (2010).
Socorro Acioli está entre os 20 autores selecionados pela terceira
edição da Revista Machado de Assis – Literatura Brasileira em
Tradução, dedicada à literatura infanto-juvenil (2013). A publi-
cação, que tem como objetivo difundir a literatura brasileira no
exterior, é uma iniciativa da Fundação Biblioteca Nacional (FBN),
em parceria com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil
e foi lançada na Feira do Livro para Crianças de Bolonha (Itália).
A obra da autora é representada pela Agência Riff para o Bra-
sil e exterior. (www.agenciariff.com.br). Entre seus admiradores
confessos estão a escritora Marina Colasanti, Adriana Falcão
e Frei Betto, que diz: “Inventário de segredos é um livro fasci-
nante! Através de volteios poéticos, que mais parecem borda-
dos nordestinos, a autora, Socorro Acioli, conduz o leitor por
múltiplas e divertidas situações. Trata-se de uma obra que faz
pensar, rir e admirar”. Sobre o ofício de escrever ficção, define:
“A literatura ensina a amar o imperfeito”; “quando eu escrevo,
sou a pessoa mais feliz do mundo”.
82. 82
No dia 20 de abril, nasceu em Quixadá Susie Yolette, matriarca
da família Tabosa Quesado. Veio para Fortaleza ainda criança,
quando foi interna do Colégio Juvenal de Carvalho. Extremamen-
te católica e sempre à frente do seu tempo, duas de suas carac-
terísticas mais marcantes, dona Susie começou a trabalhar nos
Correios ainda mocinha – fato incomum entre as mulheres de
sua época. Conheceu o advogado Jefferson Quezado, casou-se
com ele e foram morar em Baturité, onde ele foi tabelião. Após
o nascimento do segundo filho, a família retornou a Fortaleza,
passando a residir no então bucólico bairro de Jacarecanga,
próximo a à Praça do Liceu, onde Susie teve mais seis filhos.
Atualmente, ela espera, ansiosa, a chegada do primeiro bisneto.
Filha do médico Nilo Tabosa e de Aurea Costa Sousa, pren-
dada dona de casa, dona Susie descende da tradicional
família Tabosa, oriunda de Itapipoca. “Ela é o nosso esteio
familiar, o elo que agrega a família, promovendo encontros
semanais. Sua presença é tão forte que todos os seus filhos
vieram morar perto dela”, diz o filho advogado Nilo Tabosa
Neto. A receita para educar os oito filhos consiste no diálogo
susie
yolette
tabosa
83. 83
e na firmeza do olhar. Assim cresceram todos os herdeiros,
que se tornaram profissionais graduados nas mais diversas
áreas do conhecimento.
Depois de aposentada, dona Susie fez questão de manter os
hábitos que cultivou a vida inteira: as constantes viagens e o
grande círculo de amizades. Duas vezes por ano, costuma visi-
tar países de sua predileção. Por ser uma pessoa extremamen-
te social, o convívio com novos e antigos amigos consiste em
uma prática diária. Também fazem parte do seu ativo cotidiano
os exercícios físicos com um personal trainer. Atenta aos pro-
blemas sociais, mantém sua contribuição periódica a institui-
ções filantrópicas. “O que mais admiro em minha mãe é o seu
jeito de orientar os filhos, sem nunca interferir em sua decisão
final. Até hoje, ela administra sua vida pessoal sozinha e jamais
se refere a ninguém de forma negativa, não ataca a honra de
quem quer que seja”, ressalta o filho Nilo. Entre os amigos, a
imagem de dona Susie é a de uma mulher dócil, afetiva, leal,
ponderada, sempre a postos para socorrer as pessoas nos mo-
mentos mais difíceis.
86. 86
Tércia Montenegro nasceu em Fortaleza, onde ainda hoje
vive. Começou sua carreira como ficcionista em 1998, com
a publicação de O Vendedor de Judas, livro que atualmente
está em sua quinta edição e recebeu o selo PNBE (Programa
Nacional Biblioteca na Escola), do MEC. Em 1999, ganhou
a Bolsa para Escritores Brasileiros com Obra em Fase de
Conclusão, da Biblioteca Nacional, e em 2000 ganhou, com
Linha Férrea, o prêmio Redescoberta da Literatura Brasileira,
promovido pela Revista Cult. Este livro foi publicado no ano
seguinte, em São Paulo, pela Lemos Editorial.
Em 2005, Tércia publicou os contos de O resto de teu corpo no
aquário, livro que foi premiado pela Secretaria da Cultura do
Estado do Ceará. Em 2012, foi a vez de O Tempo em Estado
Sólido, volume que recebeu o prêmio Governo de Minas Gerais
de Literatura e o Prêmio Nacional Ideal Clube de Literatura,
tendo sido selecionado pela primeira temporada de originais da
editora Grua, de São Paulo. O Tempo em Estado Sólido também
foi semifinalista do Prêmio Portugal Telecom, em 2013.
Seus contos integram várias antologias nacionais e estrangeiras,
como 25 mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira
(ed. Record), Contos cruéis: as narrativas mais violentas
da literatura brasileira (Geração Editorial), Contos de agora
(audiobook pela Livro Falante), Quartas histórias – contos
baseados em narrativas de Guimarães Rosa (Garamond),
tércia
montenegro
87. 87
Um rio de contos (ed. Tágide, de Portugal), O conto brasileiro
contemporâneo (ed. Laiovento, de Santiago de Compostela), 50
versões de amor e prazer – contos eróticos (Geração Editorial),
Wir sind bereit (Lettretage) e Entre as quatro linhas – contos
brasileiros sobre futebol (Assoziation).
Tércia escreveu histórias voltadas para o público infantil, tendo,
nesta área, cinco títulos, atualmente esgotados. Para os leitores
juvenis, em 2010, fez Instruções para beijar, que recebeu o
Prêmio Secult e foi editado pela 7 Letras, do Rio de Janeiro, e
Rachel: o mundo por escrito, uma biografia da escritora Rachel
de Queiroz para adolescentes, publicada pela Demócrito
Rocha, de Fortaleza.
Graduada em Letras, com mestrado em Literatura Brasileira
e doutorado em Linguística, Tércia é professora adjunta da
Universidade Federal do Ceará. Atua ainda como fotógrafa,
tendo participado já de algumas exposições individuais e
coletivas. Em 2009, recebeu o prêmio de uma viagem a Veneza,
pela Unifor Plástica.
Atualmente, dedica-se à escrita de um romance selecionado
pela Petrobras. Paralelamente, mantém uma coluna no jornal
O Povo, publicando textos quinzenais neste espaço e no blog
www.literatercia.wordpress.com . Em 2012, cinquenta de suas
crônicas foram reunidas no volume Os espantos.
90. 90
Uma boa cerimonialista deve ter pelo menos três adjetivos pri-
mordiais: experiência, eficiência e discrição. Há 22 anos, Tere-
sa Borges coordena o Cerimonial da Assembleia Legislativa do
Ceará e é membro fundadora do Comitê Nacional de Cerimonial
Público, onde ocupou a direção nacional para assuntos legis-
lativos. Começou a trabalhar como oficial de gabinete do então
secretário de Justiça Gentil Barreira, transferindo-se em seguida
para o gabinete do governador Virgílio Távora (primeira gestão).
Também foi oficial de gabinete do governador Plácido Castelo e
chefe do cerimonial do governo César Cals por dois anos Logo
depois, foi morar em Paris, onde residiu por seis anos e meio,
aprimorando seus conhecimentos: fez o curso Civilização Fran-
cesa (Sorbonne), Aperfeiçoamento da Língua Francesa (Aliança
Francesa), Comunicação Social (Universidade Paris II), Empre-
sas Públicas (Instituto Internacional de Administração Pública).
Nesse mesmo instituto, fez curso de Diplomacia por dois anos,
com estágio no Ministério das Relações Exteriores da França e
na Unesco. Também estagiou na Empresa de Transportes Urba-
nos da França e concluiu o curso de História da Arte no Museu
do Louvre, com duração de dois anos.
teresa
borges
91. 91
Teresa Borges, como comprova sua história de vida, adora
viajar, frequentar lugares intimistas, curtir boa gastronomia
e, principalmente, cultivar boas amizades. Uma mulher pio-
neira no ofício de cerimonialista, estando à frente de festas e
eventos que marcaram a vida social da cidade nos últimos 29
anos. Exigente consigo mesma e com os outros, ela se apoia
na organização minuciosa e no domínio das informações ge-
rais para formatar cada cerimônia, de acordo com suas pecu-
liaridades. “No caso de um casamento, por exemplo, a ceri-
monialista é responsável por tudo o que a mãe da noiva fazia
antigamente”, diz Teresa.
Além da coordenação do cerimonial legislativo, que a permite,
até hoje, ampliar uma rede de bons relacionamentos políticos e
pessoais, Teresa é uma das fundadoras da Associação de Ce-
rimonialistas dos Legislativos Estaduais (ABCLE), onde ocupa
a vice-presidência do Conselho Deliberativo, e também é sócia
fundadora do Comitê Nacional de Cerimonial Público (CNPC),
onde foi diretora, e do Departamento Legislativo.
95. 95
SÉRGIO HELLE
PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES COLETIVAS
FORTALEZA, BRASÍLIA, PORTO ALEGRE E HAVANA
XIII MOSTRA DOS NOVOS - Galeria Antônio Bandeira 1980
UNIFOR PLÁSTICA - IV edição ANO X /V /VI /VII /VIII / X / XII / XV / XVI -EspaçoCulturaldaUnifor1983
/ 1984 / 1985 / 1986 / 1987 / 1989 / 1991 / 2005 / 2007 / 2009 / 2011
SALÃO DE ABRIL 34° / 41° / 44° / 45° / 52° - Galeria Antônio Bandeira 1984/2001 - Centro Cultural do
Abolição -1990 - Museu de Arte da UFC 1993 / 1994
II PRÊMIO PIRELLI “PINTURA JOVEM” - Othon Palace Hotel 1985
II/III ARTE SOBRE PAPEL - Galeria Tukano 1988 / 1990
II OUTDOOR ARTE - Cidade de Fortaleza 1988
TALENTO 91/92 - Espaço Cultural da Teleceará 1991 / 1992
C.I.P.E. - Galeria Del Centro Provencial de Artes Plásticas y Deseño - Havana CUBA 1991
ARTE PAPEL DESENHO - Domini Galeria 1992
OLHARES - Espaço SEBRAE Brasília-DF 1993
MUITO SIMPLES - IBEU Art-Gallery 1995
I/III SALÃO DO DESENHO E DA GRAVURA - IBEU Art-Gallery 1995 / 1997
4º SALÃO NORMAN ROCKWELL - IBEU Art-Gallery / IV Prêmio CDL de Artes Plásticas 1998
6º SALÃO NORMAN ROCKWELL - IBEU Art-Gallery 2000
2º SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DA BASE AÉREA DE FORTALEZA - Ideal Clube 2000
III BIENAL DO MERCOSUL - Santander Cultural Porto Alegre-RS 2001
III BIENAL DO MERCOSUL - Conjunto Cultural da Caixa Econômica Federal Brasília-DF 2002
CALEIDOSCÓPIO - Galeria Vicente Leite 2008
SALÃODEABRIL-DECASAPARAOMUNDO.DOMUNDOPARACASA-MuseudeArteContemporânea
- Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura 2011
EXPOSIÇÕES INDIVIDUAIS
FORTALEZA
ABRAÇOS - Alliance Française 1988
IMAGENS TRADUZIDAS - Galeria Metrópolis 1990
PEQUENOS FORMATOS EM TÉCNICA MISTA - Sanatorium 1992
OLHO MÁGICO - Casa Av. Dom Luis 1996
ABRAÇO DE CINEMA - Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura 2001
SONHOS - Festival Vida e Arte - Centro de Convenções 2005
DOBRAS MOLES - Centro Cultural Oboé 2005
ACQUA - Exposição e lançamento do livro ACQUA - Galeria Mariana Furlani 2010
PERFIL CEARENSE - Espaço Cultura da Assembleia Legislativa de Fortaleza 2013
FRAGMENTA - Galeria Mariana Furlani 2013
PRÊMIOS
PRODUTO FINAL -Primeiro Prêmio - Trabalho reproduzido na capa do Cadastro Industrial, editado pela
Secretaria de Indústria e Comércio 1990
XII UNIFOR PLÁSTICA - Prêmio Pintura 1991
I SALÃO DO DESENHO E DA GRAVURA - IBEU Art-Gallery -Prêmio Aquisição 1995
4º SALÃO NORMAN ROCKWELL - Prêmio de Gravura 1998
2º SALÃO DE ARTES PLÁSTICAS DA BASE AÉREA DE FORTALEZA - Ideal Clube - Segundo Prêmio 2000
52° SALÃO DE ABRIL - Prêmio Gravura 2001
PRÊMIO ESMALTEC DE INFOGRAVURAS - Primeiro Prêmio 2009
PRÊMIO VIAGEM A VENEZA - XVI Unifor Plástica 2011
96.
97. Este projeto foi apoiado pela Secretaria Estadual de Cultura
através da Lei 13.811, de 06 de agosto de 2006.
Um projeto contemplado junto ao
Governo do Estado do Ceará
Secretaria de Cultura via Mecenato
Agradecimento: AMBEV
PATROCÍNIO
FORTALEZA CEARÁ BRASIL
AGOSTO DE 2013
www.sergiohelle.com.br
98. PERFIL CEARENSE
SÉRGIO HELLE
Fortaleza, 2013
Este livro foi produzido usando papéis de madeira de reflorestamento,
no tamanho de 22 x 26 cm com 100 páginas de miolo
em couche Suzano Matte 170g/m2
impresso na Halley S/A Gráfica e Editora
ISBN 978-85-64179-12-7
www.sergiohelle.com.br
sergio@sergiohelle.com.br
99.
100. Perfil Cearense pretende resgatar a importância
do retrato como registro artístico de uma época e
sociedade específicas. Foram retratadas pessoas
de diferentes segmentos da cidade de Fortaleza,
que se destacaram em suas áreas de atuação e
representam o momento atual da sociedade em que
estão inseridas. Perfil Cearense, a segunda incursão
do artista plástico Sérgio Helle no universo do retrato,
é um mosaico contemporâneo dos diversos talentos
urbanos que formam a Fortaleza do século XXI.
www.sergiohelle.com.br
Este projeto foi apoiado pela Secretaria Estadual de Cultura
através da Lei 13.811, de 06 de agosto de 2006.
Um projeto contemplado junto ao
Governo do Estado do Ceará
Secretaria de Cultura via Mecenato
Agradecimento: AMBEV
PATROCÍNIO
Sérgio Helle - autorretrato
técnica mista sobre madeira 92 x 70cm 1996