2. Pesquisando...
• MENDIGOS, MOLEQUES E VADIOS
Na Bahia do Século XIX
• Editora: Hucitec
• Autor: WALTER FRAGA FILHO
• Origem: Nacional
• Ano: 1996
• Descreve o drama dos pobres no século
passado, suas estratégias de
sobrevivência e resistência, o
calendário da mendicância, as
transformações na política de controle
dos pobres e sua ligação com diferentes
modos de ver a pobreza.
3. Inciando a Conversa...
• Mendigo
Mendigo, mendicante,
pedinte, morador de rua,
sem-teto ou sem-abrigo
Indivíduo que vive em extrema
carência material, não podendo
garantir a sua sobrevivência com
meios próprios. Tal situação de
indigência material força o
indivíduo a viver na rua,
perambulando de um local para
o outro, recebendo o adjetivo de
vagabundo, ou seja, aquele que
vaga, que tem uma vida errante.
4. Voltando no tempo...
• No século XIX, mesmo quando objeto de repulsa e desprezo,
os mendigos não eram vistos como marginais.
• Chegavam a desfrutar certa tolerância social e eram o
exemplo de piedade, posto que estavam ligados ao cenário
cotidiano da cidade
5. • A mendicância era reconhecida como cristamente legitima,
desde que o individuo não tivesse forças para trabalhar e
manter sua própria subsistência. Eram, o doente, deficiente
físico, o velho, a criança órfã e as viúvas.
• Havia limites de tolerância por parte da sociedade, de acordo
com a saúde e o comportamento dos mendigos. Os doentes
sofriam repugnância bem como os beberrões.
6. A mola propulsora...
• Religião
Numa sociedade católica, a
piedade para com os pobres
era uma forma de expressar
devoção para com Deus.
Desde a Idade Média, a
imagem dos pobres pedintes
estava impregnada de
simbologia sagrada e era
como se sua existência fosse
uma forma de proporcionar
salvação aos mais
afortunados
7. • A mão da caridade estendida aos pobres extinguia os
pecados e assegurava a salvação da alma após a morte
• As datas comemorativas como o batizado e o casamento
eram ocasiões em que se procurava praticar a caridade para
com os mendigos
• Graças recebidas de promessas feitas aos santos e o
restabelecimento de doenças motivavam pessoas ricas a dar
esmolas
• Mendigos eram incluídos nos testamentos de pessoas
afortunadas e Salvador possuía o “capataz dos pobres”
reconhecido pelo Governo que coordenava e entregava as
esmolas deixadas pelos testadores.
9. • Pedinte Legitimo – Os que não possuiam condições para
trabalhar e manter sua própria subsistência.
• Pedinte Ocasional – Praticavam mendicância apenas em
conjunturas difíceis.
• Pedinte de Portas de Igreja – Faziam das áreas
externas das igrejas a base principal de sua ocupação.
• Pedinte com freguesia certa – A categoria mais
refinada, não andavam vestidos de qualquer jeito e portavam-se
com máxima discrição. Eram velhos conhecidos dos que os
beneficiavam.
10. • Pedinte de porta em porta – Andarilhos que buscavam
de casa em casa o seu ganha-pão.
• Pedinte Escravo – Escravos velhos ou deficientes, pediam
esmolas aos fiéis, devendo no fim de semana repartir seus ganhos
com seus senhores
• Pedinte Devoto – Comumente nas festas religiosas
costumavam pedir esmolas em nome dos santos.
• Pedinte por Escolha – Os que simplesmente acharam este
o melhor caminho para sobrevivência. Por ser rendoso, a
mendicância tornava-se um atrativo para quem queria viver sem
realizar grandes esforços.
12. Épocas prosperas?
• Haviam épocas ou dias
específicos, nos quais
a prática da doação de
esmolas eram
constantes e bastante
generosas. Para a
alegria dos mendigos
que sabiam muito bem
aproveitar o momento
13. • Festas religiosas e dias santos
como a semana santa, dia do
Divino Espirito Santo, Natal, dia de
finados e festas diversas de
irmandades também eram
momentos em que a generosidade
era predominante.
• O batizado, o casamento, festas
domésticas dedicadas aos santos
de devoção e funerais eram os
momentos de maior sensibilidade e
predisposição dos benfeitores para
doação de esmolas.
• O sábado era consagrado como o
“dia da esmola”, pois os
comerciantes tinham uma
preferência por este para praticar
doação.
14. Pontos de Esmola...
• Os mendigos distribuiam-se
por diversos pontos da
cidade. Preferencialmente
nos grandes centros de
poder eclesiástico, civil e
econômico, sempre visando
facilidade na obtenção de
ganhos.
• Alguns não possuíam
pontos fixos preferindo
vagar pelas vilas e cidades,
sendo identificados como
“mendigos vagabundos”
15. Igrejas e Conventos
Preferência majoritária dos mendigos. Geralmente
nas áreas externas, sendo também permitido o
acesso interno para pedir quando não houvesse
celebrações de missas
Largos e Praças
Devido ao grande fluxo de pessoas e em
virtude também da presença de instituições
religiosas
Áreas Residenciais
Proporcionavam aos mendigos possibilidade de
tecerem as redes de colaboradores essenciais para
a sobrevivência como pedinte.
Áreas Comerciais
Aproveitavam-se do movimento comercial
e portuário da época para implorar
caridade.
16. Por fim... No Século XIX...
• Devido a onda de higienização que varreu a Bahia
juntamente com a politica de reformas urbanas os
pontos de esmola foram designados como lugares sujos
e perigosos a salubridade pública.
• Os mendigos já não eram admitidos pela sociedade com
suas roupas esfarrapadas, seus corpos sujos, feridas
abertas e linguagem recheada de palavras indecentes,
devendo estes serem confinados em instituições criadas
especialmente para este fim.
17. E aí... O que você diz?
Mendigos do Século
XIX
e
Mendigos do Século
XXI
18. Créditos
Curso Técnico em Hospedagem
Produção: Marcus Bittencourt
Como avaliação parcial da disciplina
Historia Aplicada ao Turismo
Turma 3912 / Ano 2012
Imagens: internet (Google Imagens)