3. 6.1 DIFERENÇA ENTRE FIGURAS E VÍCIOS DE
LINGUAGEM
Para Faraco & Moura (1999, p. 595),
Chama-se vício de linguagem ao
modo de falar ou escrever que
contraria as normas de uma língua.
A infração à norma só recebe o
nome de vício quando se torna
frequente e habitual na expressão de
um indivíduo ou de um grupo. O
desrespeito ocasional aos padrões
linguísticos poderá resultar de
descuido ou, ainda, revelar intenção
expressiva.
4. Como você analisa o autor da
frase?
O grafiteiro pichou no muro
caiado: Herrar é umano.
6. Barbarismo
Para os latinos bárbaros eram todos os
estrangeiros. Pode ser:
Cacoépia É a má pronúncia de uma
palavra. Quando o erro se deve ao
deslocamento do acento tônico, recebe o
nome de silabada.
Ex.: esteje, rúbrica – o correto é esteja,
rubrica.
7. Cacografia É a má grafia, ou a má
flexão de uma palavra, ou os erros
de separação silábica.
Ex.: quizer, cidadões – o correto é
quiser, cidadãos.
Cruzamento ou deslize É o mau
emprego de uma palavra.
Ex.: Quantia vultuosa – o certo é
quantia vultosa.
8. Estrangeirismo É o emprego de
palavras ou expressões estrangeiras ainda
não adaptadas ao idioma nacional. Por
princípio, todo estrangeirismo que não
possuir equivalente adequado em nossa
língua deve ser aportuguesado –
galicismo: quando a palavra é de origem
francesa; anglicismo: quando a palavra é
de origem inglesa; germanismo: quando
tem origem alemã etc.
Ex.: checape e não check-up.
9. Solecismo
É o nome dado às construções que
infringem as normas de sintaxe.
De concordância - Houveram eleições
(houve eleições).
De regência - Assisti esse filme (assisti
a esse filme).
De colocação - Darei-lhe um abraço
(dar-lhe-ei um abraço).
11. Chavão ou Clichê
Metáfora que perdeu sua força
expressiva. É uma expressão já
desgastada pelo uso e que perdeu toda
a eficácia estilística, todo o valor
literário. Produz efeito inverso: ao invés
de embelezar a frase e realçar a ideia,
descai para o lugar-comum e a
vulgaridade. Contrapõe-se à
originalidade.
Ex.: Completar mais uma primavera.
12. Cacofonia
É a palavra inconveniente,
descabida, ridícula ou obscena que
resulta da união de duas outras ou
de partes de outras palavras
vizinhas.
Ex.: Ela tinha, vez passada, mas que
tinha que te (ter) tinha etc.
13. Parequema
É o som desagradável proveniente da
união de sílabas idênticas ou
semelhantes no final de uma palavra
e início de outra.
Ex.: Corpo potente, tema maçante
etc.
14. Colisão
É a sequência de sons consonantais
iguais, da qual resulta um efeito
acústico desagradável.
Ex.: Sabe, se você se sair
satisfatoriamente bem, seremos
salvos.
15. Hiato
É o acúmulo de vogais que
produz um efeito acústico
desagradável.
Ex.: Assava a asa da ave.
16. Eco
Consiste na repetição das palavras
terminadas pelo mesmo som,
provocando uma rima interna na
frase. Constitui-se num defeito
quando o texto não é prosa literária.
Ex.: O réu reincidente mente.
Na realidade, a subjetividade é
uma questão de identidade.
17. Obs.: Sacconi considera a colisão, o
hiato, o parequema e o eco como
tipos de cacofonia. Considera
colisão somente quando os sons
aproximados forem sibilantes (sê-
sê). Outros consideram colisão
qualquer sucessão de palavras nas
quais se repete a mesma consoante.
19. Neologismo não é propriamente vício
de linguagem, já que descobrimentos
tecnológicos, novas modalidades de
esporte, novas realidades nas
ciências de todos os tipos, provocam
o aparecimento cada vez mais de
novos vocábulos.
Ex.: surfar, windsurfar, bipar etc.
Muitas vezes os verbos são
formados de siglas criadas: detetizar
(de DDT) etc.
20. Plebeísmo
É qualquer desvio que
caracteriza a trivialidade ou a
falta de instrução. Exemplo
maior de plebeísmo são as
gírias.
21. Pleonasmo Vicioso (ou
Redundância, tautologia,
perissologia)
Repetição de uma ideia mediante
palavras ou expressões diferentes.
Ex.: Subiu para cima, novidade
inédita, pomar de frutas, demente
mental etc.
22. Arcaísmo
Consiste no uso de palavras que
já caíram em desuso.
Ex.: Quiçá eu pudesse
comparecer à audiência.
Vosmecê etc.
23. Preciosismo
É o exagero na linguagem, em
prejuízo da naturalidade e da clareza.
Ex.: Na pretérita centúria, meu
progenitor presenciou o
acasalamento do astro-rei com a
rainha da noite.
(No século passado, meu avô
presenciou o eclipse solar).
24. Há, ainda, outros deslizes que cometemos ao
falarmos ou escrevermos: erros de pontuação,
na conjugação de verbos e no emprego de
pronomes, o emprego do gerundismo em
situações indevidas, entre outros.
Ex.: O homem possui muitos bens e não
possue.
Para eu fazer e não para mim fazer.
Vou contigo (ou com você) e não consigo.
Sinta-se livre para fazer tantas cópias quantas
você achar necessárias e não sinta-se livre
para estar fazendo tantas cópias quantas você
vá estar achando necessárias.
25. Obs.: Outros vícios devem ser
evitados: a verbosidade, o
coloquialismo excessivo e o
jargão técnico fora de contexto.
26. PLEONASMOS (TAUTOLOGIAS)
Amigo pessoal
Boato falso
Decapitar a cabeça
Elo de ligação
Acabamento final
Certeza absoluta
Amanhecer o dia
Como prêmio extra
As estrelas do céu
Sintomas indicativos
Exceder em muito
Há anos atrás
Abertura inaugural
Vereador da cidade
Continua a permanecer
Comparecer em pessoa
Anexo junto à carta
Escolha opcional
27. Surpresa inesperada
A seu critério pessoal
Destaque excepcional
Vandalismo criminoso
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Completamente vazio
Repetir outra vez
Sentido significativo
Abusar demais
Criar novos empregos
Gritar bem alto
De sua livre escolha
Superávit positivo
Encarar de frente
Prefeitura Municipal
Sua autobiografia
Manter o mesmo time
As labaredas de fogo
Habitat natural
Sorriso nos lábios
28. Goteira no teto
Ganhar grátis
Manusear com as mãos
Monopólio exclusivo
Perfeitamente legal
A viúva do falecido
Almirante da marinha
Retomar de novo
Conviver junto
29. Demasiadamente excessivo
Detalhes minuciosos ou pequenos
detalhes
Possivelmente poderá ocorrer
Planejar antecipadamente
Em duas metades iguais
A última versão definitiva
Interromper de uma vez
Expressamente proibido
Empréstimo temporário
30. Colaborar com uma ajuda
Planos ou projetos para o futuro (para o
passado não pode ser)
General do exército (Só existem generais no
exército)
Brigadeiro da aeronáutica (Só existem
brigadeiros na Aeronáutica)
Erário público (O dicionário ensina que
erário é o tesouro público, por isso erário
só basta.)
Exultar de alegria (de tristeza é que não
pode ser)
Despesas com gastos (são sinônimos)
31. LUGAR-COMUM E POBREZA
VOCABULAR
Segundo o professor e cronista Hélio
Consolaro, os clichês (ou chavões)
devem ser evitados na escrita porque
revelam pobreza vocabular e falta de
criatividade. São aceitáveis na fala, pois,
no dia-a-dia, é impossível se livrar deles
já que o lugar-comum tem a função
fática da linguagem, como os
cumprimentos (que são lugares-
comuns): bom-dia, tudo bem, parabéns.
Veja alguns exemplos, a seguir, citados
pelo professor Hélio.
32. EXEMPLOS DE CHAVÕES
Subir os degraus da glória
Fazer das tripas coração
Encerrar com chave de ouro
A grosso modo
Solução para este problema
Colocar os pingos nos ii
Sair com as mãos abanando
Fazer fé em
Da melhor maneira possível
Em todos os cantos do mundo
33. Com a voz embargada pela emoção
Muita gente pensa que
Isto quer dizer que
Pedra sobre pedra
Dos males o menor
Encher os bolsos
Agora ou nunca
Contorcendo-se em dores
Chorando copiosamente
Uma vergonha