• Juliana Malacarne
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Inspirado em uma série homônima lançada em 2011, 'Tromba-Trem' chega aos cinemas nesta quinta trazendo o desmemoriado elefante Ganjah e sua trupe. Em entrevista à Crescer, Marisa Orth, que solta o vozeirão como a famosa gata Mirella Miramontes e Ed Gama que se arrisca em uma canção de rap como o imaginativo Calango Leso falam sobre a criação de seus personagens. Já o diretor Zé Brandão revela por que decidiu transformar a história de origem de seu protagonista em um longa-metragem. Confira:

A gata Mirella Miramontes ganhou a voz de Marisa Orth (Foto: Divulgação)

A gata Mirella Miramontes ganhou a voz de Marisa Orth (Foto: Divulgação)

Os personagens do filme foram inspirados na série, mas de onde veio a ideia de expandir esse universo para um longa-metragem?

Zé Brandão: A série 'Tromba-Trem' começa com um elefante caindo do céu de um dirigível misterioso. E todo mundo que acompanhou o desenho perguntava: “quando vocês vão responder à pergunta de onde ele veio e qual é o seu passado?”. E sempre soubemos que isso não caberia em um episódio. Resolvemos então fazer um filme para contar essa história e enchemos de música, piadas e personagens novos.

O que mais te interessou ao receber o convite para o filme?

Marisa Orth: Eu adoro animações, foi uma chance incrível de participar da construção do projeto e do personagem antes de o filme estar pronto. Sempre amei Quino, Asterix, Maurício de Sousa e Disney, eles foram minha infância. Ao observar os traços dos quadrinhos eu já percebia se o desenhista era um bom ator. Por um lado, a lógica é parecida. A diferença é que o ator atua com o próprio corpo e o desenhista através de um boneco. Então sempre tive interesse em observar isso. Me chamaram para o projeto e disseram que era da mesma produtora do ‘Irmão do Jorel’ que eu, na minha ignorância, não conhecia. As pessoas ficaram chocadas com meu desconhecimento e me senti velhíssima, mas rapidamente me inteirei. Meu filho já conhecia, óbvio (risos). Ao ver os outros trabalhos deles, gostei mais ainda da proposta, do roteiro e da personagem e foi só alegria aceitar esse convite.

Foi muito legal também ter a experiência de criar um personagem próprio, sem precisar me basear no que havia sido feito no original por um ator estrangeiro. É uma técnica diferente. Admiro muito as duas coisas. Dar uma nova voz a um personagem também é muito difícil, é conseguir brilhar em uma caixinha apertada. Agora, você conseguir fazer sua própria sequência de notas é luxuoso. É você quem decide quando o personagem abre ou fecha a boca e se olha ou não para o lado. É um poder incrível.

Calango Leso ganhou a voz de Ed Gama (Foto: Divulgação)

Calango Leso ganhou a voz de Ed Gama (Foto: Divulgação)

Ed Gama: Acho que a coisa mais legal que alguém pode fazer é dar voz para uma animação porque é um processo muito maluco e quando você vê pronto é incrível. O prazer de estar fazendo uma animação brasileira foi o que mais me chamou atenção e poder contar com uma equipe que estava superaberta a sugestões. Meu personagem tem muitas intervenções, várias palavras e frases do cancioneiro popular nordestino. Fiquei muito feliz de poder acrescentar essas palavras que fazem parte do meu dia a dia e da minha família ao filme.

O filme discute o impacto que a fama instantânea e a popularidade nas redes sociais podem ter na vida das pessoas. Como vocês observam isso nas novas gerações?

Ed Gama: Hoje em dia, vivemos um momento em que todo mundo quer ser famoso, quer ter o perfil bombando e um milhão de seguidores. Há um tempo, todos queriam ser jogadores de futebol. Na verdade, faço comédia porque é minha vida, é meu dia a dia e a fama é consequência do trabalho. O filme mostra que é importante que a fama não seja seu principal objetivo e sim uma consequência do que você faz. Então, independentemente do que você vai fazer na vida, é importante fazer bem-feito não para ser famoso, mas para poder ter orgulho daquilo.

Assista ao trailer: