• Redação Galileu
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Representação de uma estrela de nêutrons. Esses objetos, segundo astrônomos, podem ter deformações com milímetros de altura (Foto: ESO / L.Calçada)

Representação de uma estrela de nêutrons. Esses objetos, segundo astrônomos, podem ter deformações com milímetros de altura (Foto: ESO / L.Calçada)

Objetos astronômicos são conhecidos por suas proporções gigantescas, mas o estudo da astronomia não se resume apenas às grandezas. Astrônomos descobriram, por exemplo, que estrelas de nêutrons têm formações com frações de milímetro de altura, apelidadas de "montanhas", que ocorrem devido à atração gravitacional sobre essas estrelas.

A pesquisa foi apresentada em uma conferência virtual nesta segunda-feira (19), na edição de 2021 do National Astronomy Meeting, organizado pela Sociedade Real de Astronomia (RAS). O estudo utilizou modelagem computacional, submetendo estrelas de nêutrons a forças matemáticas para identificar como as “montanhas” se formam.

Os cientistas descobriram que as formações estão atreladas à atração gravitacional das estrelas de nêutrons, uma força que é 1 bilhão de vezes mais forte do que a gravidade da Terra. Essa atração comprime as superfícies desses astros em tamanhos minúsculos, fazendo com que eles sejam esferas quase que perfeitas.

As estrelas de nêutrons são, inclusive, alguns dos objetos mais densos do Universo. Apesar de terem praticamente a mesma massa do Sol, elas têm apenas 10 quilômetros de diâmetro (em comparação, a nossa Estrela Mãe apresenta diâmetro de 1,3 milhão de quilômetros).

As novas medições revelaram que as “montanhas” mais altas dessas estrelas têm tamanho 100 vezes menor que o estimado por pesquisas anteriores, que previam uma escala de alguns centímetros.






Além disso, cientistas acreditavam antes que as crostas dessas estrelas poderiam se quebrar em alguns pontos, mas o novo estudo mostra que esse não é o caso. Ainda assim, a intensa gravitação desses objetos pode levá-los a produzir ondulações no tecido do espaço-tempo, as chamadas ondas gravitacionais.

Contudo, essas ondas não foram observadas pelos estudiosos no novo artigo e sua existência ainda permanece um mistério. “Observar ondas gravitacionais de estrelas de nêutrons em rotação pode ser ainda mais desafiador do que se pensava”, avalia Fabian Gittins, pesquisador da Universidade de Southampton, na Inglaterra, e líder do estudo, em comunicado.