As equidnas (Tachyglossidae sp.) são pequenos animais que podem ser facilmente reconhecidos por seus espinhos e nariz comprido. Naturais da Oceania, pertencem ao grupo dos mamíferos monotremados e, assim como os ornitorrincos, botam ovos e produzem leite.
De hábitos noturnos e comportamento reservado, as equidnas interagem pouco com outras espécies. Mas, em evento raro, moradores da Nova Gales do Sul, na Austrália, conseguiram registrar dois encontros com o animal em menos de duas semanas. De forma mais rara ainda, ambos os exemplares eram albinos.
O albinismo é uma condição genética que interfere na produção de melanina, pigmento responsável pela coloração do corpo do indivíduo afetado. Isso faz com que ele pareça parcialmente ou completamente branco.
Equidnas que não apresentam a anomalia variam em tons de marrom claro e escuro, podendo nascer pretas, a depender da região. No caso das albinas, porém, os espinhos e a pele, que recobre desde o seu focinho até suas patas, são brancos, com algumas regiões mais ruborizadas.
Embora seja difícil determinar exatamente o quão raras são as equidnas albinas, John Grant, porta-voz do Serviço de Informação, Resgate e Educação da Vida Selvagem da Austrália (WIRES), disse ao ABC News que, durante décadas, a organização só havia cuidado de apenas três ou quatro indivíduos na região.
Segundo a apuração do jornal, a aparição do primeiro animal aconteceu no dia 1º de maio. O conselheiro Geoff Hadley teria encontrado a equidna — que recebeu o nome “Raffie” — tentando cruzar a estrada. Após ajudá-la, relatou sua descoberta ao Conselho Regional de Bathurst e publicou as imagens capturadas nas redes sociais.
Onze dias após o primeiro avistamento, o WIRES publicou novas imagens de uma segunda equidna albina de nariz curto na região. Essa parecia ter sido atropelada por um carro e ter sofrido ferimentos leves.
“Esta rara equidna albina, apelidada de Sr. Spike, foi entregue aos cuidados da WIRES recentemente após uma suspeita de colisão de veículo motorizado. Depois de alguns dias sob os cuidados de voluntários locais, eles a soltaram de volta na mata perto de onde foi encontrada”, indica a nota do dia 12 de maio.
Em post, o Conselho adverte: “Caso venha a se encontrar com uma equidna, sinta-se à vontade para tirar algumas fotos, mas não se aproxime, toque ou tente contê-la. É importante deixar a vida selvagem em paz”. Segundo a instituição, interações com o animal podem provocar a perda de seu rastro olfativo, meio pelo qual se guia, o que pode levá-lo a se perder de sua casa e filhotes.