Francisca Praguer Fróes foi uma das primeiras mulheres médicas do Brasil. Nascida em 21 de outubro de 1872 em Cachoeira (BA), matriculou-se na Faculdade de Medicina da Bahia (Fameb) em 1888 – nove anos após o Império permitir o ingresso de mulheres no ensino superior.
Formada aos 20 anos, dedicou-se à Obstetrícia e à Ginecologia. Foi pioneira na defesa do direito à saúde de mulheres com infecções sexualmente transmissíveis e nos debates da moral sexual e dos direitos políticos femininos vinculados à maternidade.
Estreou a participação feminina na Gazeta Médica da Bahia em 1903. Seu primeiro artigo relatava um caso de gravidez extrauterina abdominal, e naquele ano publicou um texto exigindo que mulheres tivessem os mesmos direitos que homens na faculdade.
Em 1917, escreveu um artigo em defesa do divórcio, processo que só foi instituído legalmente no país 60 anos depois, em 1977. Foi ainda a primeira mulher a dar aulas na Fameb, e chegou a ser eleita presidente da União Universitária Feminina, fundada em 1929.
Francisca casou-se com o também médico João Américo Garcês Fróes, e morreu aos 59 anos no Rio de Janeiro, em 1931, ano em que participava do Segundo Congresso Internacional Feminista. Era, em suas palavras, “feminista por herança e por convicção.”