Walmir Amaral, o criador brasileiro do Fantasma

Autor:
Redação

Seção:
Desenhistas

Publicado em:
11 de Janeiro de 2024

Tempo de leitura:
2 minutos

Algumas capas desenhadas por Walmir Amaral, sobre uma página do Anjo, obras clássicas do mestre

Walmir Amaral, o criador brasileiro do Fantasma

Por: Redação

O Brasil perdeu no dia 10 de janeiro, aos 84 anos, Walmir Amaral de Oliveira. Nascido no bairro do Méier, no Rio de Janeiro, em dezembro de 1939 era um desenhista autodidata que em meados da década de 1950 foi contratado como assistente de arte na Rio Gráfica Editora (RGE) onde se tornou um dos mais importantes desenhistas da editora, na qual atuou até 1986.

Arte de Bira Dantas

Ele foi um dos últimos grandes representantes do período de ouro dos gibis brasileiros, época que as revistas em quadrinhos alcançavam grande vendagem em bancas de jornais. Na década de 1950 editoras nacionais repaginavam tiras dos quadrinhos americanos reformatando e adaptando-as ao formato gibi, o que criou um mercado de trabalho para desenhistas, principalmente para a confecção das capas, trabalho no qual Walmir Amaral se encarregava com maestria tendo se notabilizado pelos gibis do Fantasma, criação de Lee Falk.

A partir de 1960 a RGE precisou recorrer a produção nacional para suprir a demanda e licenciou os direitos autorais de personagens do King Features Sindicate para as produzi-los localmente, assim, Walmir Amaral entrou para o seleto grupo não só dos desenhistas do Fantasma como também dos roteiristas, função que executou com maestria. Mas, diga-se de passagem que ele também ilustrou gibis de outros quadrinhos, sendo muito reconhecido pelas aventuras de faroeste do Cavaleiro Negro e Flecha Ligeira, além da adaptação para gibi de heróis da TV, como Zorro e personagens da Hanna-Barbera para a Editora Abril.

Arte de Nei Lima

Mas não foi só para herói importado que Walmir Amaral emprestou sua arte, ele também desenhou uma série de produções nacionais em diferentes editoras, entre elas O Vingador e o Anjo, que deu continuidade após Flávio Colin abandonar o personagem.

"O Walmir pegou o Flecha Ligeira para fazer depois que o material importado acabou e escolheu um estilo meio Hal Foster, fez também o Cavaleiro Negro até a editora comprar o Ringo, um faroeste espanhol que ele retocava e transformava no Cavaleiro Negro, fora isso, talvez tenha desenhado mais capas do que o Gutenberg Monteiro."
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Os últimos anos do século XX encontra Walmir Amaral afastado dos quadrinhos mas ainda ilustrando cartilhas, livros didáticos e sendo reconhecido como um mestre dos quadrinhos nacionais, título concedido tanto pelo Prêmio Angelo Agostini (1990) quanto pelo HQMix (1997).