• Mateus Phyno (@phynocomph_) e Giulianna Campos (@giuliannacampos)
  • Do home office
Atualizado em
Letícia Manzan para Pequena Lô (Foto: Laerttes (@laerttes))

Letícia Manzan para Pequena Lô (Foto: Laerttes @laerttes)

Nos últimos anos, ainda que de maneira tímida, vimos marcas incluir pessoas com deficiência em sua comunicação e, aos poucos, um esforço coletivo para tornar a moda mais acessível. Gigantes como Savage Fenty, de Rihanna, e Gucci levaram PCDs para suas passarelas e campanhas, sendo marcos no longo caminho para uma moda realmente inclusiva. Porém, muito além da comunicação, o mercado de roupas adaptadas ainda segue pouco explorado e são muitos os desafios encontrados na hora de se vestir.

Quando se fala em PCD, ou pessoa com deficiência, é preciso entender que, assim como a sigla abraça uma multiplicidade de indivíduos, seus corpos também são múltiplos e com necessidades variadas. Nesse sentido, uma moda plural deve incluir um espectro variado de pessoas e suas especificidades. Pequena Lô, que apresenta o tapete vermelho do nosso Prêmio Rádio Globo Quem, na quarta-feira (23), conta que uma de suas maiores dificuldades com roupas é o fato de que precisar ajustá-las, depois de comprá-las.

“Eu comprava e precisava mandar para uma costureira arrumar, antes de poder usar. O mercado pode pensar nisso, para gente não ter essa dificuldade de comprar a roupa e mandar arrumar por fora. Por exemplo, as pessoas poderiam comprar suas roupas e a loja mesmo ajustar, pro cliente que é PCD. Isso seria uma inclusão e acessibilidade incrível!”, ensina. Assim, marcas que se propõem a produzir roupas personalizadas (ou personalizáveis) saem na frente.

LEIA MAIS: Conheça a história por trás do sucesso da estilista Leticia Manzan

Como prova disso, Lô usará três looks exclusivos, na premiação, assinados por Letícia Manzan e styling de Thiago Setra. Com anos de experiência em made to measure, a estilista já vestiu celebridades como Luísa Sonza, Adriane Galisteu e Luciana Gimenez, e é o nome certo quando o assunto é roupa de festa. Conversamos com ela para entender como o mercado de moda pode ser verdadeiramente inclusivo e, claro, ter um spoiler do que nossa bonequinha usará no dia 23 de junho! As artes dos croquis são assinadas por Laerttes.

LEIA MAIS: Prêmio Rádio Globo Quem 2021 terá Barões da Pisadinha, IZA, Pabllo Vittar e Ferrugem 

Letícia Manzan para Pequena Lô (Foto: Laerttes (@laerttes))

Letícia Manzan para Pequena Lô (Foto: Laerttes (@laerttes))

Quais são os maiores desafios de criar para pessoas com deficiência?
Na hora de criar uma roupa para qualquer mulher, tenho como prioridade atender às necessidades dela, estudando seu corpo e principalmente seu estilo. Quando se trata de alguém que tenha algum tipo de deficiência não é diferente, o foco é deixar a mulher sempre maravilhosa e se atentar a todos os pontos que queremos “disfarçar” e enaltecer.

Como aliar forma e função, pensando nas necessidades de PCDs, mas sem perder o estilo? Especialmente quando o assunto é roupa de festa, que precisa ser mais especial por natureza?
Sem dúvidas na hora de pensar em vestido de festa sempre acabamos na mesmice de peças que não são confortáveis, que vislumbram a beleza acima de tudo. No meu caso amo pensar em brilho, modelagem perfeita e além disto o conforto, afinal nenhuma de nós quer perder uma festa pelo desconforto do look. O grande segredo está na escolha da matéria-prima! Leveza no tecido (mesmo com brilho) e modelagem pensada para atender a necessidade específica de cada deficiência são os pontos principais.

Como você acha que o mercado de moda pode e deve evoluir nesse sentido?
O mercado em geral pode e deve pensar mais na felicidade e bem estar das pessoas, pra mim não existe nada mais importante do que ver a satisfação e auto-estima da cliente saltando pelos seus olhos. Afinal, todos nós temos o direito de nos sentirmos bem e empoderadas.

Letícia Manzan para Pequena Lô (Foto: Laerttes (@laerttes))

Letícia Manzan para Pequena Lô (Foto: Laerttes (@laerttes))

Como marca, quais atitudes você acha que devem ser tomadas rumo à uma moda mais inclusiva?
O ponto principal é, com certeza, tirar o tabu de ‘dificuldade’ no estilo de quem possui algum tipo de deficiência. Moda é pensada para atender todas as pessoas! Não existe um padrão, cada mulher deve ter o seu estilo e a roupa pensada para ela.

Como foi criar para a Pequena Lo?
Uma grande emoção! Criar foi bom, mas vê-la linda e emocionada ao experimentar cada look foi ainda mais prazeroso, é exatamente por este olhar que trabalho todos os dias! Ela além de tudo é uma pessoa muito especial e que nos ensina muito!

Letícia Manzan para Pequena Lô (Foto: Laerttes (@laerttes))

Letícia Manzan para Pequena Lô (Foto: Laerttes (@laerttes))

Leticia Manzan (Foto: reprodução instagram)

Leticia Manzan (Foto: reprodução instagram)