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Zélia Duncan e o pai (Foto: Reprodução/Instagram)

Zélia Duncan e o pai (Foto: Reprodução/Instagram)

Zélia Duncan fez uma linda homenagem para o pai no Instagram. A cantora anunciou aos fãs e amigos que o patriarca morreu nesta segunda (7), sem citar a causa da morte. Procurada por Quem, a empresária da artista assegurou que o falecimento de Seu Antônio Moreira não se deu em decorrência do novo coronavírus, mas por outro motivo.

Na legenda de um vídeo, em que Seu Moreira a convida para tomar "garapa com pastel", a artista relatou como era a sua relação com o pai e lembrou que ele era "um cara simpaticão, risonho, que gostava de contar uns 'causos' e, para não perder a plateia, fazia arranjos mirabolantes". Leia, abaixo, o relato completo:

"A gente sabe que esse dia vai chegar, o dia de perder. Mas vamos indo, como se nada pudesse nos acontecer. Mas perdemos pessoas. Ontem perdi meu pai. Ainda ouço sua voz dizendo meu nome, chego a olhar para a porta, mesmo sabendo que nunca esteve aqui nessa casa. Meu pai era muito querido dos amigos e conhecidos. Um cara simpaticão, risonho, gostava de contar uns 'causos' e, para não perder a plateia, fazia arranjos mirabolantes, que quando difíceis de comprovar, se safava com: 'é o que dizem, não sei' ou 'li numa pesquisa'. E ele lia muitos livros, pesquisas, já não sei", escreveu.

"Meu pai tinha uma bela e afinada voz. Amava livros. Escrevia e amava citações. Baiano de Anguera/Feira de Santana. Eu sempre tive reclamações dele e muitas razões. Mas nesses meses sem dias desse ano sem calendário nem horas, comecei uma reconstrução das minhas palavras para ele. Obrigada, Cris! Ele não sabia construir pontes, mas era um andarilho. Ele não sabia conversar assuntos necessários para nós, mas cantava. Ele nunca perguntava se eu estava bem, mas no último vídeo me oferece caldo de cana, sem saber que eu amo garapa. Guardo a cena doce. Meu pai nunca agiu em momentos frágeis para mim, mas me deu sangue nordestino para fortalecer as veias. Meu pai não cantava minhas músicas, mas esteve em muitas plateias e comprava meus discos em pequenas lojas", lembrou.

"No começo não queria que eu cantasse, mas levou nas mãos o álbum 'Eu Me Transformo Em Outras'. Que a música faça as pontes que não conseguimos construir juntos aqui, papai. Que sua alegria esteja nas esquinas onde passou, no afeto que cultivou sem saber. Obrigada por estar naquela estreia chique em SP e ter se atracado com a manga do camarim. Ela estava inteira, mas não te intimidou. Essa é a herança que me interessa e comove. Ser quem sou em qualquer lugar. Todos queriam foto comigo e você, quando viu a grande cantora Célia, cruzou a sala e pediu que eu tirasse uma foto sua com ela. Obrigada por isso, pai, ela era mesmo a maior ali presente! E, por fim, graças a Cris, hoje eu sei que você era mesmo próximo do Cauby e que ele gostava de você. Entre lágrimas que embaçam o teclado, um sorriso. Você e Cauby conversando. Ele gentil, te ouvindo com interesse e você, o baiano gente fina, cheio de graça e repertório, ganhando sua atenção. Vai na paz, Moreira, o legado de pessoas que te querem bem é grande! E leva meu amor...", finalizou.

O relato comoveu os fãs e amigos de Zélia. "Que pena, Zélia, que triste, que ano. Tamo junto, certo? Que beleza de eulogia a sua. Ele teria se encantado. Ou encantou-se", postou Marília Gabriela. "Muito carinho para ti, que lindas memórias que são parte de você -- e dele -- e do universo", destacou Júlia Lemmertz. "Meus sentimentos, amada!", desejou Emanuelle Araujo. "Um abraço apertado, minha querida amiga! Todo amor para você e sua família! Te amo", postou Maria Gadú. "Amiga, querida. Sentimos muitíssimo. Sinta-se abraçada e acolhida. Te amamos!", escreveu Daniela Mercury.

"Ah, querida, é sempre tão triste perder quem a gente ama, quem está, de uma maneira ou outra, entranhado na nossa vida. É um pouco dela que se vai... Te mando meu amor e carinho", postou Deborah Evelyn. "Lindo isso. Fique bem, nossa Zelia querida. Carinho", escreveu Maitê Proença.