Nelson Pereira dos Santos, favela e cinema

O Laboratório de Etnografia Metropolitana do IFICS/UFRJ promoveu esse encontro na Aula sobre Nelson Pereira dos Santos, no curso "Favela Filmada e Cantada"- 1º de Junho de 2011. Na foto: o antropólogo Marco Antonio da Silva Mello, Sérgio Péo, Sérgio Santeiro e Nelson Pereira dos Santos

Foto de Felipe Berocan Veiga

O Laboratório de Etnografia Metropolitana do IFICS/UFRJ promoveu esse encontro na Aula sobre Nelson Pereira dos Santos, no curso “Favela Filmada e Cantada”, em 1º de Junho de 2011. Na foto: o antropólogo Marco Antonio da Silva Mello, Sérgio Péo, Sérgio Santeiro e Nelson Pereira dos Santos.

Marajó, o filme

Cartaz produzido para o lançamento no Marajó (Soure)

Cartaz produzido pelo pessoal da Resistência para o lançamento no Marajó (Soure)

O filme na tela

O filme na tela

Deu no blog “Resistência Marajoara“:

O coletivo Resistência Marajoara vai promover a estréia do filme MARAJÓ, de Sérgio Péo. Aberta a comunidade, a sessão cineclubista acontecerá no trapiche municipal de Soure, nesta sexta, 19, às 19H.

Velha guarda e vanguarda, à frente e impregnado pelo seu tempo histórico, Péo faz cinema épico. Cinema fotografia. Cinema pintura. Cinema escultura. Cinema poesia. Cinema-síntese. Cada filme um sonho, mágico, que remete o público a uma viagem interior que aprofunda o sentimento humano naquilo que ele tem de essencial.

Realizador paraense radicado no Rio de Janeiro, Péo está muito além do star system: suas obras são caracterizadas pela superação de regras e padrões que amarram e limitam a criatividade humana; e seus filmes são tanto um raio-X da História do Brasil, das greves do ABC paulista a Serra Pelada (de Lula líder operário à presidente da república), quanto um grito em defesa dos direitos humanos e do próprio cinema brasileiro.

Cinema Novo na veia – Em “Marajó – movimento das águas”, Péo traz à luz toda a sua coragem, misturando linguagens e tecnologias. Filmado entre 92 e 94 (em 35 milímetros e em HI8), este filme abre portais para uma nova percepção da cena marajoara, seja pela montagem paralela, com imagens desfocadas e tremidas, seja pela pujança de planos fixos prolongados, travellings ondulados a imitar o marear dos popopôs, e leves passeios de câmera por sobre a econografia que a natureza grafa nas areias das praias de Pesqueiro e Araruna (Soure).

Graças ao apoio da professora Lindalva, a quem o filme é carinhosamente dedicado (post-mortem), “Marajó” é um filme silenciosamente místico, que nos revela um cortejo ancestral da cultura marajoara, paraense, amazônida e brasileira. Centenas de atores fantasiados desfilam durante cerca de 20 minutos diante da câmera numa das cenas mais antropofágicas do cinema brasileiro. “Leit motive” do filme, este (magnífico!) quadro (rodado em 35 milímetros, em 1992) é recortado por cenas captadas em HI8 (em 1994). O resultado disso é uma obra prima, que será por assim dizer devolvida à civilização marajoara, da qual nós paraoaras-amazônidas somos herdeiros com o orgulho de quem assume e afirma a sua ancestralidade.

Estréia – O Coletivo Resistência Marajoara atua no setor audiovisual no Município de Soure (Marajó), conta com cerca de 30 pessoas, a maioria dos quais jovens entre 16 e 25 anos, já realizou cerca de 10 obras audiovisuais. Entre os dias 18 e 21 de novembro deste ano, está programada uma oficina de CURADORIA, sob a coordenação de Isabela do Lago e Francisco Weyl, fundadores do Coletivo.

Serviço – Estréia do filme “Marajó – movimento das águas”, de Sérgio Péo. Dia 19 de novembro de 2010, 19 h. trapiche municipal de Soure. Entrada franca. Apoio: PARACINE – Federação Paraense de Cineclubes.

Mostra Sérgio Péo no Amazônia Doc

Deu no “Holofote Virtual“:

O cinema como ferramenta para se questionar a urbanidade e as condições habitacionais da população. Assim podemos definir o trabalho desenvolvido pelo cineasta Sérgio Péo, que está em Belém participando do II Festival Pan Amazônico de Cinema que se estende até o dia 14.
 
Sérgio terá uma parte de sua produção cinematográfica apresentada em uma mostra organizada pela Fundação Curro Velho, através do Cine Clube Pedro Veriano, e ABD. Os filmes estão sendo exibidos desde o dia 05 e ficam em cartaz até dia 10, no auditório do IAP, na Casa da Linguegam e no Cine Líbero Luxardo.
 
“Pra mim está sendo super emocionante a realização desta Mostra que tem um caráter de volta pra minha terra. Uma vez que fiquei aqui até os meus 13 anos de idade. A última vez que voltei foi há 17 anos,” lembra Sérgio.
 
Sérgio Péo nasceu em Belém, em 1947 e estudou arquitetura no Rio de Janeiro, na UFRJ, o que influenciou sua carreira no cinema que sempre levam o espectador a uma reflexão sobre as mudanças de urbanização das cidades, como o realizado na favela da Rocinha, onde passeia pela favela e faz um comparativo das ruelas filmando nos anos de 76 e 96.
 
Com o “Associação dos Moradores do Guararapes”, comunidade que adquiriu na justiça a posse do terreno, Sérgio conquistou o prêmio de melhor curta metragem no Festival de Gramado, em 1979.
“Meus filmes sempre estão no entorno de questões sociais, mais ligados à questão da habitação e do urbanismo fazendo um caminho por um veio poético que identifico como vindo das minhas origens aqui em Belém”, confessa.
 
Na Casa da Linguagem, um dos locais da exibição dos filmes do cineasta, Sérgio estará presente e irá conversar sobre a importância político-social do cinema brasileiro nos anos 70, tema que irá desenvolver no Fórum Doc BH que se realizará em 17 de novembro próximo.
 
O evento tem ainda um valor pessoal porque foi lá que o menino Sérgio estudou, quando o prédio abrigava o Colégio Floriano Peixoto. “Nunca mais entrei lá, e agora voltar pra falar de meus filmes é muito emocionante”, completa.
 
Para a crítica, a linguagem de seus filmes registra e documenta a memória de um determinado tempo, levando o expectador à reflexão e análise, recriando e reformatando uma nova visão crítica.
 
De sua produção a ser exibida em Belém, destaca-se também “Marajó, o Movimento das águas”, iniciado em 1991 e terminado só agora em 2010. Uma homenagem à pesquisadora do folclore marajoara, Lindalva Caetano.
 
Trajetória – Além de cineasta, Sérgio é também artista plástico. Embora resida no Rio de Janeiro desde 1962, seus filmes mostram a essência da importância da memória da terra, sentimento natural característico dos povos pan-amazônicos.
 

Em parceria com outros cineastas de relevo desenvolveu e apresentou políticas que incentivaram não só a produção e distribuição do cinema brasileiro assim como a formação de um público expectador de opinião. 
 
Na década de 70 contribuiu também com o ideário responsável pela fundação da Corcina (Cooperativa dos Realizadores Cinematográficos Autônomos), primeira cooperativa que objetivava promover e apoiar realizações de produções nacionais independentes a partir dos curtas-metragens.
 
A Corcina chegou a reunir 46 realizadores/produtores/autores. Prosseguindo com a política de apoio ao cinema nacional foi diretor da ABD/RJ (Associação Brasileira de Documentarista).
Ao longo deste curso percorrido, Sérgio Péo teve parte de sua obra premiada em vários festivais de relevo nacionais e internacionais.
 
Serviço
Você pode ver a Mostra Sérgio Peó, no dia 7, às 16h, no Cine Líbero Luxardo – no Centur; no dia 09, a partir das 18h30, na Casa da Linguagem – Av. Nazaré, esquina com Assis de Vasconcelos e no dia 10, às 17h30, mais uma vez no IAP. A programação faz parte do Amazonia Doc.2.

 

Cinemação Curta Metralha ganha “Prêmio Século XX” no Festival do Filme Livre

Deu no Fórum dos Festivais:

Após exibir 25 panoramas da atual produção de filmes livres brasileiros, sessões especiais e levar mais de 5 mil pessoas ao Centro do Rio de Janeiro, a Mostra do Filme Livre 2006 chegou ao fim premiando os maiores destaques de suas Mostras Competitivas. Com o objetivo de dar maior visibilidade aos trabalhos independentes, a MFL 2006 ofereceu quatro dos cinco prêmios, que totalizam R$ 50mil, a filmes produzidos sem apoio estatal. Na categoria dedicada aos curtas-metragens (sem apoio), o maior destaque foi “Landscape Theory”, de Roberto Bellini (MG). Nesta categoria foram também dedicadas duas menções honrosas, para os curtas: “Tchau Pai”, de Lívia Izar e Ricardo E. Machado (PR) e “Veluda”, de Ana Rieper (RJ). Entre os longas/médias, “Espetáculo Democrático”, de Guilherme César (SP), foi o melhor. O Troféu “Caríssima Liberdade”, único prêmio da MFL para produções apoiadas, ficou com Helvécio Marins (MG), pelo curta “Nascente”.

Confira a lista completa com os grandes destaques da MFL 2006:
CURTAS – Prêmio Filme Livre!
Melhor Filme: “Landscape Theory”, de Roberto Bellini (MG)
Menções Honrosas: “Tchau Pai”, de Lívia Izar e Ricardo E. Machado e “Veluda”, de Ana Rieper
LONGA/MÉDIA – Prêmio Filme Livre!
Melhor Filme: “Espetáculo Democrático”, de Guilherme César (SP)
Prêmio Século XX
Melhor Filme: “Cinemação Curta-metralha”, de Sérgio Péo (RJ) – 1978
Menções Honrosas: “Boato, uma Autodefinitude”, do grupo Boato e Jorge Mourão (pelo conjunto de sua obra)
Prêmio Oficinando
“A Sentinela”, de Michelle de Paula (BA) e “Nada com Ninguém”, de Marcos Pimentel (MG) – dividido
Prêmio Caríssima Liberdade
Melhor Filme: “Nascente”, de Helvécio Marins (MG)
Menção Honrosa: “O Som da Luz do Trovão”, de Tiago Scorza e Petrônio Lorena
Mais informações em: http://www.curtaocurta.com.br

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