Naturalista convicta Kelva Novaes pinta com uma forte tendência ao lirismo. Admira-se em seus quadros casarios rústicos, trilhas de montanha, arvores multicores e ao fundo o perfil das colinas circunvizinhas e a luz que reflete do horizonte. O que encanta em sua obra é o silencio, pois nada se move. São momentos de calma absoluta, onde nem mesmo o bater de asas faz vibrar a atmosfera. Daí compreende-se que suas paisagens campestres constituem uma espécie de aspiração a um tempo que parou, com a imobilidade dos ponteiros do relógio que provocam um significado inesperado. Kelva se exprime em linguagem aderente ao real, a emoção visual que a natureza suscita atraves de um sentimento sadio e sincero. A realidade se insinua em seus espaços, certamente mais imediata, mais visível, mais verdadeira. Às vezes, temos a impressão que pinta uma paisagem mais móvel, com maior emoção, mas na realidade armazena experiências que deseja rememorar. Suas impressões sobre o outono constituem, sem duvida, o forte desta artista, que as exprime com vigor. Seu cromatismo é forte, os tons são marcados a tal ponto que temos a sensação que seu olhar foi superado pela emoção interior. Na obra "Cores de outono", doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, vislumbra-se uma cena pacatamente romântica, sente se o ar das "Alterosas" da vizinha Minas Gerais, onde se refugia a alma de quem é obrigado a viver na metrópole. A Artista Kelva, pseudônimo artístico de Kelva Lúcia Gorgone Novaes Kelva Novaes, nasceu em Caxambu, Minas Gerais. Residiu no Rio de Janeiro e Brasília e há mais de 30 anos, radicou-se em São Paulo. Iniciou-se na pintura a óleo sobre tela em 1992, tendo anteriormente se dedicado ao artesanato, cerâmica e porcelana, que foram o alicerce para seu atual trabalho. Freqüentou cursos de pintura e desenho no atelier Matisse com o professor Miguel Lopes Pallas e mais tarde com Daniel Terto Marcedes, história da arte na Opa-Oficina Paulista De Arte-História da arte e escultura no atelier Beatriz Stevens. Enveredando pelo estilo acadêmico figurativo e usando como foco principal a natureza, a artista acredita que o entrosamento com os pincéis é um sentimento interno, que vem do coração. Atualmente, além de trabalhar em pintura, dedica-se também à escultura como complemento de sua arte. Ministra também aulas e cursos procurando transmitir seus conhecimentos e técnica. É membro da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História e catalogada no Dicionário Catálogo Júlio Lousada, Catálogo Paletas, Le Sermadiras Galeries & Artistes-Guide de l´Art International. Participou de inúmeras exposições coletivas, individuais nacionais e internacionais e recebeu medalhas de ouro, prata e bronze além de varias menções honrosas e possui obras em oficiais e particulares no Brasil, Portugal, Uruguai, Estados Unidos e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.