Século XVIII
MINUET
O período pré-clássico musical corresponde ao rococó e é uma introdução ao classicismo (estilo galante). No final da época do período do alto barroco musical vai surgindo um tipo de musica instrumental conhecida como “musica pura”, que desenvolveu como instrumento solista principalmente os instrumentos de teclado antecesores ao piano.
No contexto da música da corte de espírito galante , a dança que ganhava a preferência nos salões era o minuet ou minueto, com passos miúdos, grande leveza e evoluções graciosas. Esta forma musical de origem dançante refletia a vida aristocrática marcada pelas normas de etiqueta, a elegância exterior, as mesuras, a frivolidade e o luxo. Época de Luis XV, em que as danças aristocráticas continuavam em voga.
As peças para alaúde, para teclado – cravo, clavicordio, espineta e também para conjuntos, revelavam-se em suítes de danças ou de peças – miniaturas caracterizadas de extrema delicadeza, com cadências femininas frequentes, melodias muito ornamentadas, num estilo nobre e galante, tonal e de densidade leve.
O maior cravista francês da época foi François Couperin (1668-1733) denominado Le Grand, e da Itália, destacou-se o notável Domenico Scarlatti (1685-1757), que passou a maior parte de sua vida como músico da corte de Portugal e Espanha.
Domenico Scarlatti hoje é lembrado fundamentalmente pelas 550 sonatas que compôs, a maioria das quais foram feitas para sua aluna real a princesa Maria Bárbara de Bragança. Dentre as inovações técnicas que desenvolveu encontramos as passagens rápidas, arpejos saltitantes, notas repetidas, cruzamento de mãos, saltos longos, ornamentações variadas, notas duplas, etc. Isto, para o compositor poder representar as várias “cores” instrumentais (chifres, trompetes, violinos, bateria, tímpanos) características da música espanhola. Assim, a música e a dança da Espanha estão representadas nas guitarras e ritmos flamencos frequentes, bem como a alusão aos sons das castanholas e bandolim. É desse período o aparecimento do piano, inventado por volta de 1710 por B. Cristofori, em Florência, tendo sido precedido pelo clavicordio quanto ao uso da corda percutida; a grande inovação foi o jogo de martelos que abriu grandes recursos à execução da música para teclado e a aplicação do “Temperamento Igual” (divisão da oitava em semitons iguais).
Durante o período medieval o Minuet foi uma dança lenta para dois. No período barroco, esta forma musical foi utilizada por Jean Baptiste Lully nas suas óperas e para o final do século XVII o minuet foi incorporado às suítes por J.S.Bach e G.F. Handel. No período pré-clássico musical se incorporou nas aulas de prática da técnica da teoria musical de escrever partituras, onde o minuet era utilizado para escrever uma terceira parte chamada trio. A partir de 1740, este gênero de dança foi utilizado por Johann Stamitz na expansão da forma sinfônica da sinfonia clássica de três para quatro movimentos com a inserção do minueto e trio antes do final.
Estrutura formal binária:
O minué, de origem francês, é uma dança em compasso ternário. A configuração da forma musical tem duas partes. Ambas se repetem. Na musica do classicismo o protótipo sintáctico básico para a parte A e a parte B é de 8 compassos cada uma sendo que na repetição ficam 16 compassos em cada parte.
Um dos minuetos mais conhecidos mas pouco valorizados até a primeira metade do século XX, foi o do compositor italiano Rodolfo Luigi Boccherini (1743 – 1805) radicado em Espanha.
A data da composição encontra divergências entre 1771 a 1775.
Luigi Boccherini (1783) retratado por Goya.
É um compositor pós-barroco (rococó). A maior parte de seu acervo de más de 350 obras de música de câmara são trios, quartetos e quintetos para cordas, marcados pela elegância e o refinamento do estilo post-barroco (rococó) que dominava no seu tempo. Sua formação musical começo em sua cidade natal Lucca, e depois em Roma.
Formou parte da orquestra do compositor Giovanni Batista Sanmartinni durante um curto período de tempo. Mais tarde trabalhou como compositor nas cortes de Espanha e Prússia. Foi um dos primeiros virtuoses do violoncelo, a partitura para esse instrumento era ricamente ornamentada. Em 1769 se estabelece em Madrid como compositor e “virtuoso di câmera” de don Luis, infante da Espanha.
Para orquestra escreveu arredor de 30 sinfonias e 12 concertos para violoncelo. Boccherini morreu em 1805 em Madrid na maior das misérias, pois o sucessor de don Luis, Carlos IV, não deu continuidade a seus serviços.
REFERENCIAS
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HARNONCOURT, Nikolaus. O Discurso dos Sons: Caminhos para uma nova compreensão musical. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor Ltda, 1988.
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Cecilia Battaglia 