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Mulheres indígenas do documentário Hiper Mulheres

“Dia do Índio”: além dos estereótipos

Dia 19 de abril é “Dia do Índio” no Brasil,  data escolhida durante o governo de Getúlio Vargas, por meio do Decreto-Lei n.º 5.540, de 1943, para comemorar o 1.º Congresso Indigenista Interamericano que ocorreu nesse dia em 1940.

Tornou-se popular então, celebrar a data principalmente nas escolas, apropriando-se de alguns elementos culturais, no entanto, não é mais aceitável usar a data apenas para vestir crianças com cocares e pintar o rosto, precisamos fugir dos estereótipos e aproveitar o momento para dar evidência e conhecer ainda mais a cultura dos povos originários.

Por isso, a Tree Diversidade, com auxílio de Marli Bárbara P.V (Dyakapiró), mulher Indígena da etnia Desana, criou uma seleção de filmes, documentários e curta metragens que fogem de estigmas sobre as comunidades indígenas, trazendo maior representatividade a esses povos, sua cultura e sabedoria.

Filmes, documentários e curta metragens que fogem do estigma do “Dia do Índio” :

Chuva é cantoria na aldeia dos mortos (2019):

O protagonista é Ihjãc, um jovem da etnia Krahô que é confrontado com a responsabilidade de preparar o ritual de passagem do seu pai, um pajé, recém falecido, para libertar seu espírito e acabar com o luto que acomete a ele e a toda comunidade. Somado a isso, o jovem indígena recebe o chamado das araras para virar pajé, o que o leva a fugir para a cidade. (Disponível em o Vimeo e Now).

Piripkura (2017):

Os diretores Bruno Jorge, Mariana Oliva e Renata Terra apresentam, Packyî e Tamandua que há mais de 30 anos vivem isolados em uma extensão de 242,5 mil hectares no Mato Grosso (MT), isso porque eles são os últimos indígenas sobreviventes da etnia Piripkura, dizimada por madeireiros da região nas últimas décadas. ( Disponível em YouTube).

Ex- pajé (2018):

O filme mostra a saga de Perpera, um pajé que perdeu seu posto de liderança religiosa após a chegada de missionários cristãos estrangeiros. Apesar do distanciamento no estilo do cinema direto, o longa-metragem demarca sua posição logo no início ao citar uma frase do antropólogo francês Pierre Clasters: “O etnocídio não é a destruição física dos homens, mas do seu modo de vida e pensamento”. ( Disponível em Now).

As hiper mulheres (2011):

Prevendo a morte iminente de sua esposa, um ancião da tribo Kuikuro, localizada no Alto Xingu (MT), pede ao seu sobrinho para organizar o Janurikumalu, maior ritual feminino da região. O objetivo é dar a oportunidade para que sua esposa possa cantar pela última vez. (Disponível em Videocamp e YouTube).

Taego Âwã (2016):

Os cineastas Marcela Borela e Henrique Borela encontraram fitas VHS em um armário da Universidade Federal de Goiás (UFG), em 2003, com imagens inéditas da etnia Ãwa na década de 1970. Com elas, propuseram aos indígenas uma volta ao passado partindo do resgate da memória de costumes e de um território que foram obrigados a abandonar. ( Disponível em Now).

Como Era Gostoso o meu Francês (1971):

É um filme brasileiro de 1971, do gênero aventura, dirigido por Nelson Pereira dos Santos. No Brasil, em 1594, um aventureiro francês com conhecimentos de artilharia é feito prisioneiro dos Tupinambás. Segundo a cultura indígena, era preciso devorar o inimigo para adquirir todos os seus poderes: saber utilizar a pólvora e os canhões.

Xingu (2011):

A história dos irmãos Villas-Bôas em sua jornada de desbravamento do Brasil. Eles entram em contato com aldeias indígenas, ajudando a defender a sua cultura e criando o Parque Nacional do Xingu.

Personagens dos irmãos Villas-Bôas do filme Xingu.

Indígenas digitais (2010):

Curta metragem dirigido por Sebastian Gerlic sobre a inclusão digital indígena que retrata a apropriação que os indígenas fazem das tecnologias, tornando-se “ciberativistas” e “etno jornalistas” das próprias realidades.

O abraço da serpente (2015):

Théo (Jan Bijvoet) é um explorador europeu que conta com a ajuda do xamã Karamakate (Nilbio Torres) para percorrer o rio Amazonas. Gravemente doente, ele busca uma lendária flor que pode curar sua enfermidade. Quarenta anos depois, a trilha de Théo é seguida por Evan (Brionne Davis), outro explorador que tenta convencer Karamakate a ajudá-lo. ( Disponível em YouTube).

A Febre (2019):

A febre acompanha Justino, um índio de Manaus, Amazonas que há 20 anos vive na cidade grande, trabalhando agora como segurança no porto local. Sua filha Vanessa (Rosa Peixoto) trabalha em um posto de saúde e acaba de passar para a faculdade de Medicina, na Universidade de Brasília. Insegura entre seguir seu sonho e deixar seu pai, ela precisa ainda lidar com uma estranha febre que subitamente aparece. Paralelamente, uma série de estranhos ataques a animais ganha destaque na TV local. (Disponivel em Netflix).

500 almas (2004):

Entenda a perda de identidade, por meio da cultura dos índios Guatós. Filmado na ilha Insua, Pantanal, e em localidades como Cáceres, Poconé e Berlim (Alemanha), tem como ponto de partida o resgate da identidade de uma população indígena.

Martírio (2016):

Premiado no Festival de Brasília de 2016, o documentário também mostra o massacre enfrentado pela comunidade Guarani Kaiowá, assim como a desapropriação de suas terras e a luta desse povo contra os interesses do agronegócio brasileiro. ( Disponível em Vimeo).

Assista à entrevista da Marli Bárbara P.V (Dyakapiró) para a TREE Diversidade sobre o “Dia do Índio”: