Biodiversidade
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Por Redação, do Um Só Planeta


Águia-careca é considerada um case de sucesso na recuperação de espécies em extinção nos EUA, mas agora encara uma nova ameaça — Foto: Getty images
Águia-careca é considerada um case de sucesso na recuperação de espécies em extinção nos EUA, mas agora encara uma nova ameaça — Foto: Getty images

As águias-carecas, animal símbolo dos Estados Unidos (EUA), estão enfrentando um envenenamento em massa devido à ingestão de chumbo, em grande parte por comerem animais abatidos por caçadores.

Níveis prejudiciais de chumbo foram encontrados nos ossos de 46% das águias coletadas em 38 estados americanos, relata pesquisa publicada na revista Science.

As aves acabam contaminadas por fragmentos de munição usada na caça, e o chumbo pode matá-las a depender da quantidade ingerida.

As águias-carecas estiveram ameaçadas de extinção e voltaram a ser consideradas uma espécie fora de perigo em 2007 pelo governo dos EUA, graças à proibição do pesticida DDT em 1972, informa a agência de notícias AP.

O sangue, ossos, penas e tecido hepático de 1.210 águias, coletados de 2010 a 2018, foram examinados para avaliar a exposição crônica e aguda ao chumbo.

“Esta é a primeira vez para qualquer espécie de vida selvagem que conseguimos avaliar a exposição ao chumbo e as consequências do nível populacional em escala continental”, disse o coautor do estudo Todd Katzner, biólogo da vida selvagem do Serviço Geológico dos EUA em Boise, Idaho. “É impressionante que quase 50% deles estejam sendo expostos repetidamente ao chumbo.”

O chumbo é uma neurotoxina que, mesmo em baixas doses, prejudica o equilíbrio e a resistência da águia, reduzindo sua capacidade de voar, caçar e se reproduzir. Em altas doses, o chumbo causa convulsões, dificuldade respiratória e morte.

O estudo estimou que a exposição ao chumbo reduziu o crescimento populacional anual de águias-carecas em 4%. O envenenamento é considerado perigoso pelos cientistas, algo quer pode por exemplo minar as habilidades de o animal se adaptar às mudanças climáticas e seu impacto na biodiversidade.

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“Um fragmento de chumbo do tamanho da ponta de um alfinete é grande o suficiente para matar uma águia”, afirma o coautor Vince Slabe, biólogo pesquisador da vida selvagem da organização sem fins lucrativos Conservation Science Global.

Os pesquisadores detectaram níveis elevados de exposição ao chumbo nas aves no outono e no inverno, coincidindo com a temporada de caça em muitos estados. Durante esses meses, as águias se alimentam de carcaças e restos deixados por caçadores, que muitas vezes contêm cacos de chumbo ou fragmentos de balas.

Slabe disse que o resultado da pesquisa não deve gerar um moimento contra os caçadores. “Os caçadores são um dos melhores grupos de conservação deste país”, afirmou, observando que as taxas e impostos pagos pela atividade ajudam a financiar as agências estaduais de vida selvagem nos EUA.

No entanto, Slabe espera que as descobertas forneçam uma oportunidade de “conversar com os caçadores sobre esse assunto de maneira clara” e que mais caçadores mudem voluntariamente para munições sem chumbo, como balas de cobre.

A munição de chumbo para a caça de aves aquáticas foi proibida nos Estados Unidos em 1991, devido a preocupações com a contaminação dos cursos d'água, e as autoridades da vida selvagem incentivaram o uso de munição de aço. No entanto, a munição de chumbo ainda é comum para a caça de diversas aves e outros animais.

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