Biodiversidade
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Por Camila Araujo, do Globo

Neste domingo (11), um lobo-guará foi avistado em uma fazenda na região de Cassorotiba, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio. É a primeira vez que a espécie é vista em toda a zona costeira da região metropolitana do Rio de Janeiro. O registro em vídeo foi feito pelo produtor rural João Marcelo Nahoum, de 47 anos, a uma distância estimada de 50 metros, que mostra o animal caçando e se alimentando de pequenas aves numa área de mata da propriedade.

Com o flagrante, a Secretaria de Cidade Sustentável de Maricá incluiu a região no Programa de Monitoramento da Fauna no município e passará a acompanhar o animal por câmeras, assim como já ocorre com a onça parda, cachorros do mato e quatis, que já foram vistos em uma área de preservação ambiental do bairro Espraiado. O subsecretário de Cidade Sustentável de Maricá, Guilherme Motta, informou que esse mamífero se alimenta de pequenos animais, como roedores e aves, e não tem o hábito de atacar ovelhas e vacas. Essa é a primeira vez que um lobo-guará é visto em uma zona costeira da Região Metropolitana, que inclui os municípios do Rio de Janeiro, Niterói e Maricá.

— Estamos colhendo os frutos do trabalho de monitoramento e preservação das unidades ambientais de Maricá. Primeiro, tivemos o flagrante da onça-parda, e agora, o lobo-guará. Isso valoriza o ecossistema do município — afirma Guilherme.

Animal não é uma ameaça à população

O morador percebeu que havia algo acontecendo na fazenda e pensou, no primeiro momento, que havia algum predador, porque os animais estavam assustados.

— O rebanho não reduziu, mas os animais estavam assustados. Foi quando vi o lobo comendo uma preá. Corri para pegar o celular e fiquei filmando. Ele estava tranquilo, como se já conhecesse o terreno e depois sumiu. Foi uma grande surpresa e estou feliz demais por ter feito esse flagrante — contou João Marcelo Nahoum.

O pesquisador de mamíferos do Programa de Monitoramento da Fauna de Maricá, Izar Aximoff, disse que não existe registro de ataque do lobo-guará a humanos, mas que as pessoas devem evitar aproximação e também não devem alimentar os animais.

— Vamos monitorar a região com câmeras para saber se tem alimentos suficientes ou se tem outros animais da espécie. Estamos monitorando os registros dessa espécie no estado do Rio desde 2014. É o maior canídeo das Américas e é uma felicidade muito grande ele ter aparecido em Maricá — disse o pesquisador.

Apesar de não ser um animal típico da Mata Atlântica, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que há registros de lobos-guará (Chrysocyon brachyurus) em várias regiões do Estado do Rio, como, por exemplo, nos municípios de Valença e Rio das Flores.

Em julho deste ano, um lobo-guará macho e jovem foi encontrado no município de Aperibé, no Norte Fluminense. O órgão foi acionado e o mesmo foi resgatado por uma equipe do Parque Estadual do Desengano. O bichinho foi encontrado debilitado e apresentando quadro de desnutrição. Por conta do seu delicado estado de saúde, o lobo-guará recebeu cuidados médico-veterinários em um hospital de uma universidade particular parceira do Inea.

Lobo-guará

O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), de acordo com avaliação do Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), é considerado um animal que vive em situação vulnerável para extinção. Ele se alimenta de pequenos animais, como roedores e tatus, além de frutos variados do Cerrado, e conta com uma população total estimada em mais de 23 mil animais, sendo 21 mil no Brasil. É justamente no país onde há a maior população, que o animal corre o risco de desaparecer. Existem registros da presença do lobo-guará no Paraguai, Argentina e Bolívia.

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