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Leishmaniose visceral no Brasil
Visceral leishmaniasis in Brazil
Mary MARCONDES1; Claudio Nazaretian ROSSI2
1
Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal da Faculdade de Medicina Veterinária
da Universidade Estadual Paulista, UNESP, Araçatuba –SP, Brasil
2
Instituto de Ciências da Saúde da Universidade Paulista, UNIP – SP, Brasil
Resumo
A leishmaniose visceral (LV) está entre as mais importantes doenças transmitidas por vetores que ocorrem no Brasil,
principalmente devido ao seu caráter zoonótico. Atualmente, está presente em quase todo o território brasileiro, e
seu controle é um desafio tanto para médicos veterinários como para agentes de saúde pública. O agente etiológico
da doença é a Leishmania infantum (syn chagasi), e o principal vetor no Brasil é a Lutzomyia longipalpis. De todos os
animais identificados como reservatórios da LV, o cão é considerado o reservatório doméstico mais importante. Apesar
da doença já ter sido identificada em gatos, o papel epidemiológico desta espécie animal ainda é incerto. O presente
artigo apresenta uma breve revisão sobre a situação epidemiológica da doença, a sua forma de transmissão, os aspectos
clínicos nos cães e gatos, bem como possíveis fatores de risco associados à ocorrência da doença no Brasil.
Palavras-chave: Leishmania infantum. Leishmania chagasi. Cães. Gatos. Epidemiologia.
Abstract
Visceral leishmaniasis (VL) is among the most important vector-borne diseases that occur in Brazil, mainly due to its
zoonotic nature. It is currently present in almost all Brazilian territory, and its control is a challenge both for veterinarians
and for public health officials. The etiologic agent is Leishmania infantum (syn chagasi), and the main vector in Brazil is
Lutzomyia longipalpis. Of all animals identified as reservoirs of VL, the dog is considered the most important domestic
reservoir. Although the disease has already been identified in cats, the epidemiological role of this animal species is still
unclear. This article presents a brief review of the epidemiological situation of the disease, its mode of transmission,
clinical features in dogs and cats as well as possible risk factors associated with the occurrence of the disease in Brazil.
Keywords: Leishmania infantum. Leishmania chagasi. Dogs. Cats. Epidemiology.
Leishmaniose visceral humana no
mundo, nas Américas e no Brasil
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença endêmica em cinco continentes, com casos humanos relatados em cerca de 54 países localizados em regiões
tropicais e subtropicais. Mais de 90% dos casos mundiais ocorrem em Bangladesh, Índia, Sudão, Sudão do
Sul, Etiópia e Brasil. A incidência anual estimada da
doença é de cerca de 200.000 a 400.000 novos casos.
Infelizmente, esses dados são subestimados, uma vez
que a afecção não é de notificação compulsória em todos os países em que ocorre, e muitos países não realizam vigilância ou outras investigações e não possuem
um sistema de armazenamento de dados (ALVAR et
al., 2012; WHO, 2012). Além disso, o número de seres
humanos assintomáticos ou expostos à LV é muitas
vezes superior ao número de casos detectados (MORENO; ALVAR, 2002).
As primeiras referências à possível existência de
leishmaniose visceral na América do Sul são de Carlos Chagas que, percorrendo o vale do Rio Amazonas e seus principais afluentes, entre 1911 e 1912,
suspeitou da ocorrência da doença nesta região por
encontrar pacientes com esplenomegalia sem causa
justificada. No ano seguinte, a LV teve sua primeira
Correspondência para:
Mary Marcondes
Departamento de Clínica, Cirurgia e Reprodução Animal
Faculdade de Medicina Veterinária, UNESP
Rua Clóvis Pestana, 793
CEP 16050-680, Araçatuba, São Paulo
e-mail: marcondes@fmva.unesp.br
Recebido: 10/10/2013
Aprovado: 30/10/2013
Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., São Paulo, v. 50, n. 5, p. 341-352, 2013
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descrição em seres humanos nas Américas, quando
Migone identificou o parasita durante a realização
da autopsia de um indivíduo proveniente do município de Boa Esperança, atual Estado do Mato Grosso
do Sul. Alguns anos depois, a doença foi identificada também na Argentina, por Mazza, que em 1926
relatou os primeiros casos autóctones da doença em
humanos na província de Salta. No entanto, somente
em 1934, com os estudos de Penna, é que se confirmou que a doença, até então considerada inexistente
do ponto de vista epidêmico, era autóctone e de alta
ocorrência nas Américas. Já no ano de 1936, enquanto
um novo foco epidêmico surgia na província de Chaco, Argentina, Evandro Chagas realizou, por meio de
punção esplênica, o primeiro diagnóstico in vivo da
doença, classificando a Leishmania chagasi como uma
nova espécie do gênero Leishmania (CHAGAS et al.,
1937; CUNHA; CHAGAS, 1937).
Atualmente, a doença é descrita desde o México até
o norte da Argentina, atingindo ainda a Guatemala,
Honduras, Nicarágua, Colômbia, Venezuela, Brasil e
Paraguai (ALVAR et al., 2012). Mesmo com grande
parte dos casos de leishmaniose visceral americana
(LVA) subnotificados, o Brasil é, atualmente, responsável por cerca de 90% dos casos da América Latina.
Somente no ano de 2012 foram notificados 3.038 casos da doença em humanos, com uma incidência da
ordem de 1,57 casos/100.000 habitantes e uma taxa
de letalidade de 7,1%. Crianças com até nove anos de
idade são as mais acometidas, compreendendo 41,9%
dos casos humanos no país. Um fator preocupante é a
ocorrência de coinfecção com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), que já atinge 8,5% dos pacientes
no Brasil. Além dos elevados índices de letalidade e
mortalidade, a LVA vem apresentando grande expansão geográfica no território brasileiro. De acordo com
o Ministério da Saúde, dos 27 estados brasileiros 21
já notificaram casos autóctones da enfermidade em
humanos, principalmente nas regiões norte, sudeste e
nordeste, com mais de 1.300 municípios apresentando casos da doença (BRASIL, 2012).
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Até uma ou duas décadas atrás, essa zoonose acometia indivíduos com condições socioeconômicas
reduzidas, residentes em áreas rurais ou semiáridas
do nordeste, que contava com cerca de 90% dos casos notificados no país (ALVAR; YACTAYO; BERN,
2006). Com o passar dos anos, os casos que se concentravam principalmente no nordeste passaram a ser
notificados com mais frequência nas regiões norte,
centro-oeste e sudeste do Brasil, com uma expansão
da doença observada em quase todo o território brasileiro, principalmente em municípios com crescente
urbanização e alto índice de pobreza (CESSE et al.,
2001; CERBINO-NETO; WERNECK; COSTA, 2009).
Enquanto em 1999, 92,9% dos casos de LVA estavam
concentrados na região nordeste e apenas 2,6% no sudeste, com a expansão territorial da doença em 2011 a
distribuição de casos humanos passou a ser de 47,8%
e 15% identificados, respectivamente, nas regiões nordeste e sudeste do Brasil (BRASIL, 2012). Associado a
isso, a enfermidade passou a ser identificada em diversas cidades brasileiras, tais como Corumbá (MS),
Belo Horizonte (MG), Araçatuba (SP), Palmas (TO) e
Três Lagoas (MS). Isso se deve, em parte, à alta capacidade adaptativa da Lutzomyia longipalpis, principal
vetor incriminado na transmissão da doença no Brasil
(LAINSON; RANGEL, 2005).
Muitos fatores podem ter contribuído para a dispersão geográfica da LV no Brasil, entre eles o movimento de cães entre áreas endêmicas e não endêmicas, e
mudanças na ecologia do vetor. O vetor da LV está
disseminado pelo Brasil e encontra-se adaptado para
colonizar o meio ambiente modificado pelo homem.
Isso significa que a introdução de cães infectados em
áreas não endêmicas, onde existam potenciais vetores,
podem resultar em um novo foco da doença (DANTAS-TORRES, 2009).
Em 2000, foi identificado o primeiro caso humano
autóctone de LV em Assunção, no Paraguai, colocando em risco o sul do Brasil e o norte da Argentina.
Até 2006, foram identificados 126 casos humanos,
inúmeros casos caninos e confirmou-se a presença do
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vetor, Lutzomyia longipalpis, no Paraguai. Apesar de
relatos prévios de casos autóctones de LV em algumas
províncias argentinas, a doença não era considerada endêmica nesse país e também não haviam casos
humanos descritos no sul do Brasil. No entanto, em
maio de 2006, iniciou-se um surto de LV na Argentina, com a notificação do primeiro caso autóctone na
cidade de Posadas, Misiones, em um menino de oito
anos (SALOMÓN et al., 2008). Desde então, vários
casos humanos foram notificados no norte da Argentina, nas províncias argentinas que fazem fronteira
com o Brasil (Corrientes e Misiones), inclusive com a
ocorrência de óbitos (BARRIO et al., 2012).
A região Sul do Brasil era considerada área indene para LV humana e canina até novembro de 2008,
quando foi notificado o primeiro caso de LV canina
no município de São Borja, fronteira com a Argentina. No início do ano seguinte foi notificado também
o primeiro caso autóctone de LV humana no mesmo
município, em um paciente de 20 anos de idade. A
partir de então, novos casos humanos foram identificados e iniciou-se um surto da doença em cães no
município. Até os primeiros meses de 2011 foram
registrados 11 municípios com a presença de cães
sorologicamente positivos para LV, sendo que cinco
destas cidades fazem fronteira com o território argentino (Barra do Quaraí, Uruguaiana, Itaqui, São Borja e
Porto Xavier). Segundo o Ministério da Saúde da Argentina, o primeiro caso canino da doença registrado
em Santo Tomé (Corrientes), fronteira com o município brasileiro de São Borja, ocorreu em outubro de
2008, ou seja, um mês antes do registro do primeiro
caso canino no município brasileiro (BRASIL, 2010).
No sul do país, além do Rio Grande do Sul, existem
casos autóctones humanos confirmados também no
estado do Paraná (BRASIL, 2012).
Transmissão da doença
No Brasil, o principal vetor da LV é a Lutzomyia
longipalpis (LUTZ; NEIVA, 1912), contudo, outras
espécies já foram incriminadas como vetores da
doença em algumas regiões do país (BRASIL, 2006;
PITA-PEREIRA et al., 2008). Mesmo com a dispersão dos flebotomíneos para quase todas as regiões
do Brasil, a ausência do vetor em áreas onde existem
casos de leishmaniose visceral sugere a existência de
outros modos de transmissão da enfermidade (DANTAS-TORRES, 2009). Carrapatos e pulgas têm sido
incriminados como possíveis vetores de L. infantum,
mas ainda não se comprovou se eles são, de fato, vetores competentes (COUTINHO; LINARDI, 2007;
FERREIRA et al., 2009; PAZ et al., 2010; OTRANTO;
DANTAS-TORRES, 2010; DANTAS-TORRES, 2011).
Já foi descrita também a ocorrência de transmissão
venérea, transplacentária e por transfusão sanguínea;
entretanto, até o momento, estes não são mecanismos
de importância epidemiológica (FREITAS et al., 2006;
SILVA et al., 2009a,b; NAUCKE; LORENTZ, 2012).
Os flebotomíneos são insetos pequenos, de um a três
milímetros, identificados preferencialmente na região
peridomiciliar, em áreas com abrigo de animais, lixo e
matéria orgânica em decomposição (FELICIANGELI,
2004). Entretanto, em áreas urbanizadas é frequente encontrá-los no interior das residências durante o
período crepuscular. Os vetores realizam oviposição
e desenvolvimento larval em áreas úmidas, com sombreamento e ricas em matéria orgânica (KILLICKKENDRICK, 1990; FELICIANGELI, 2004). Contudo,
o desenvolvimento das formas imaturas também pode
ser observado em ecossistemas aparentemente hostis
como, por exemplo, em áreas desmatadas e regiões
semiáridas (DIAS-LIMA; GUEDES; SHERLOCK,
2003). Isso ocorre porque os ovos dos flebotomíneos
dispõem de características peculiares que impedem
sua desidratação e lhes permite sobreviver em ambientes secos (FELICIANGELI; CASTEJON; LIMONGI, 1993), embora em menor densidade (DIAS-LIMA;
GUEDES; SHERLOCK, 2003).
Os machos alimentam-se de seiva e néctar de plantas, além de frutas maduras. Já as fêmeas são hematófagas e possuem um hábito alimentar eclético, ingerindo sangue de seres humanos, cães, gatos, cavalos,
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jumentos, cabras, bois, porcos, galinhas e animais
silvestres (QUINNELL; DYE; SHAW, 1992; PASSOSDIAS; LOROSA; REBÊLO, 2003; MISSAWA; LOROSA; DIAS, 2008). Apesar de o cão ser considerado o
principal reservatório da doença, em algumas áreas
os cães não são a fonte preferencial de alimentação
para a Lu. longipalpis. No Estado de Mato Grosso foi
investigada a preferência alimentar da Lu. longipalpis
em uma área de transmissão de LV, verificando-se que
30,8% dos flebotomíneos se alimentaram de sangue
de aves, 21,2% de roedores, 13,5% de sangue humano
e, em menor proporção, em amostras sanguíneas de
gambás, bois, cavalos e cães (MISSAWA; LOROSA;
DIAS, 2008). Resultados semelhantes foram observados com flebotomíneos capturados em municípios
de três estados da região nordeste do Brasil, onde se
verificou que os vetores se alimentaram preferencialmente de sangue de aves e, em segundo lugar, de cães.
Também foi comprovada a ocorrência de repasto sanguíneo em equinos, gambás, ovelhas, cabras, roedores e no homem (AFONSO et al., 2012). Desse modo,
sugere-se que em algumas áreas o papel do cão como
reservatório de L. infantum pode ser de menor importância. Ainda, a preferência alimentar dos flebotomíneos é determinada pela acessibilidade, abundância,
tamanho e biomassa do hospedeiro (QUINNELL;
DYE; SHAW, 1992; BERN; COURTENAY; ALVAR,
2010). Essa diversificação alimentar, por parte dos
flebotomíneos, reforça a idéia de que, com o desmatamento e deslocamento populacional para a periferia
de grandes centros urbanos, a disponibilidade de animais silvestres como fonte alimentar torna-se cada vez
mais difícil, propiciando a rápida adaptação do vetor
ao ambiente, que busca fontes alternativas de alimentação (FELIPE et al., 2011; AFONSO et al., 2012).
Leishmaniose visceral canina
Até o presente momento, de todos os animais identificados como reservatórios da LV o cão, sob o ponto
de vista epidemiológico, é considerado o reservatório
doméstico mais importante, sendo, por esta razão, um
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dos alvos do programa de controle da doença no Brasil. Estima-se que aproximadamente 2,5 milhões de
cães na Europa estejam infectados, e que na América
do Sul o número de cães infectados também esteja na
casa dos milhões, com as maiores taxas de infecção
em países como o Brasil e a Venezuela (BANETH;
SOLANO-GALLEGO, 2012).
A leishmaniose visceral canina (LVC), causada pela
Leishmania infantum (syn chagasi), é uma doença
sistêmica essencialmente crônica que, em animais
susceptíveis, causa geralmente anemia, linfoadenomegalia generalizada, hepatoesplenomegalia, perda
progressiva de peso, epistaxe, lesões cutâneas, renais,
oftálmicas, digestivas, locomotoras e neurológicas
(FEITOSA et al., 2000; PALTRINIERI et al., 2010). No
Brasil, existem outras espécies de Leishmania, entre
elas a Leishmania amazonensis e a Leishmania braziliensis, causadoras de leishmaniose cutânea (DANTAS-TORRES, 2009). Em algumas áreas do país, os
ciclos de transmissão enzoótica de diferentes espécies
de Leishmania podem estar sobrepostos e cães podem
se tornar coinfectados. Casos de coinfecção por L. infantum e L. braziliensis em cães já foram descritos no
sudeste do Brasil (MADEIRA et al., 2006a,b). Além
disso, existe ainda o relato de dois cães supostamente
portadores de leishmaniose visceral que estavam, na
verdade, infectados por L. amazonensis (TOLEZANO
et al., 2007). Tal fato chama atenção para a necessidade de técnicas mais adequadas para identificar as
espécies envolvidas com a infecção de cães vivendo
em áreas endêmicas (DANTAS-TORRES, 2009).
A ocorrência de LVC precede ou está correlacionada com a infecção em seres humanos (OLIVEIRA
et al., 2001; CORTADA et al. 2004; PRADO et al.,
2011). No Brasil, a prevalência da enfermidade canina varia de 4% a 75%, dependendo da região avaliada
e do método de diagnóstico utilizado (CORTADA et
al., 2004; DANTAS-TORRES; BRITO; BRANDÃOFILHO, 2006; ALMEIDA; MENDONÇA; SOUSA,
2010; BARBOSA et al., 2010; COURA-VITAL et al.,
2011; FELIPE et al., 2011; SILVEIRA et al., 2012).
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Cabe lembrar, que muitos estudos epidemiológicos
são realizados com base em avaliação sorológica, no
entanto, muitos cães infectados não fazem soroconversão, de modo que a prevalência da enfermidade é
sempre maior do que a soroprevalência (BANETH et
al., 2008).
A importância do cão na epidemiologia da doença não reside somente no fato do mesmo apresentar
altas prevalências de infecção quando comparadas à
espécie humana, mas também pelo elevado número
de animais assintomáticos, que pode chegar a 80%
da população infectada (DANTAS-TORRES; BRITO;
BRANDÃO-FILHO, 2006; BANETH et al., 2008; PALTRINIERI et al., 2010). Esses servem de fonte de infecção para o vetor e, muitas vezes, deixam de ser identificados numa população devido à ausência de sintomas,
ou ainda, em função de resultados falso-negativos nos
exames sorológicos (BANETH et al., 2008).
Em alguns cães os sinais clínicos da doença aparecem logo após a infecção, porém, em muitos animais
a infecção segue seu curso de forma assintomática. No
primeiro caso, os cães desenvolvem imunidade humoral, podem ser identificados por sorologia, mas são
incapazes de desenvolver uma imunidade celular efetiva. Por outro lado, os cães que não exibem sintomas
da doença podem permanecer desta forma por anos
ou por toda a vida. No entanto, uma alteração em seu
estado imune, em decorrência de alguma enfermidade ou do uso de medicamentos imunossupressores,
pode levar ao aparecimento dos sintomas da doença
(BANETH et al., 2008).
O desenvolvimento de sintomas inespecíficos e,
muitas vezes, tardios contribui para o subdiagnóstico da doença e transmissão do parasita no ambiente
doméstico. A alta prevalência de cães assintomáticos
sugere que estes animais mantenham o ciclo de transmissão da LV na mesma proporção, ou até em proporção superior aos cães sintomáticos. Apesar de existirem discordâncias no que diz respeito à importância
epidemiológica de cães assintomáticos, recentemente
foi comprovado que cães assintomáticos são altamen-
te competentes para estabelecer a infecção em flebotomíneos, demonstrando o seu papel na manutenção
do ciclo epidemiológico da doença (LAURENTI et al.,
2013).
O uso de técnicas moleculares para o diagnóstico da
LVC, particularmente em animais soronegativos, permitiu a confirmação de que quando as condições são
favoráveis para a transmissão da doença (tais como
altas densidades de animais e de flebotomíneos), a
infecção se dissemina rapidamente pela população
canina. Mesmo com a disseminação da infecção em
áreas endêmicas, nem todos os cães infectados desenvolvem a doença. Esses conceitos demonstram que os
casos clínicos de LVC, nessas áreas, são apenas o topo
de um iceberg, uma vez que a maioria da população
está exposta e torna-se infectada sem apresentar evidências clínicas da doença ou anticorpos anti-Leishmania sp (BANETH et al., 2008).
Características individuais ou biológicas, tais como
a idade e o sexo, podem ser um fator de risco para a
infecção por Leishmania sp. em cães. A maior predisposição em machos têm sido observado (DANTAS-TORRES; BRITO; BRANDÃO-FILHO, 2006;
JULIÃO et al., 2007; MIRANDA et al., 2008). A LV
pode acometer animais de qualquer idade, entretanto, a enfermidade em cães caracteriza-se por ocorrer
de forma bimodal. O primeiro pico ocorre em animais com menos de três anos de idade e o segundo
mo que estão na faixa entre oito a dez anos (PALTRINIERI et al., 2010). Dantas-Torres, Brito e BrandãoFilho (2006), observaram que no Estado de Pernambuco, os cães jovens, com idade inferior a um ano,
apresentaram alto risco de infecção por L. infantum
chagasi. O estado imunológico ainda imaturo do animal, associado às condições ambientais, pode ser um
fator determinante. Além disso, em áreas endêmicas
ocorre a reposição de cães submetidos à eutanásia, ou
que vieram a óbito, por animais jovens, o que torna
a população canina mais susceptível a diversas enfermidades infecciosas, entre elas a LV (ANDRADE et
al., 2007).
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Leishmaniose visceral em gatos
O primeiro caso de leishmaniose felina foi relatado,
na Argélia, em 1912, em um gato com quatro meses
de idade que residia na mesma casa que um cão e uma
criança, ambos portadores de leishmaniose visceral.
A partir dessa data, em diversos países, foram identificados gatos infectados pelo parasita (VITA et al.,
2005; SOLANO-GALLEGO et al., 2007; AYLLON et
al., 2008; HATAM et al., 2009; COSTA et al., 2010).
Nas Américas, o primeiro relato de leishmaniose visceral em gatos ocorreu no ano de 2001, no Estado de
São Paulo, Brasil (SAVANI et al., 2004). Nos últimos
anos, as pesquisas em áreas endêmicas demonstraram que essa espécie animal é capaz de se infectar e
desenvolver sintomas da doença (VIDES et al., 2011;
SOBRINHO et al., 2012); contudo, acredita-se que os
felinos infectados possuam certo grau de resistência
natural à enfermidade (SOLANO-GALLEGO et al.,
2007). Estudos epidemiológicos, realizados no Brasil
identificaram valores de prevalência variando entre 4
e 28% (COSTA et al., 2010; SOBRINHO et al., 2012).
Existem discrepâncias no que diz respeito à predisposição sexual na leishmaniose visceral felina. Enquanto alguns autores afirmam que a doença é mais
prevalente em machos, provavelmente pelo acesso
frequente às ruas (CARDOSO et al., 2010; SOBRINHO et al., 2012), outros não verificaram tal predisposição (NASEREDDIN; SALANT; ABDEEN, 2008;
SHERRY et al., 2011). A doença pode acometer gatos
de qualquer idade (SOLANO-GALLEGO et al., 2007;
NASEREDDIN; SALANT; ABDEEN, 2008; SOBRINHO et al., 2012).
Os sinais clínicos associados à leishmaniose visceral
felina são inespecíficos e incluem perda de peso, linfoadenopatia, alopecia, descamação cutânea, dermatite
úlcero-crostosa, dermatite nodular, além de distúrbios digestivos, respiratórios, hepáticos e esplênicos
(OZON et al., 1998; HERVÁS et al., 1999; PENNISI
et al., 2004; GREVOT et al., 2005; LEIVA et al., 2005;
VITA et al., 2005; AYLLON et al., 2008; NASEREDDIN; SALANT; ABDEEN, 2008; SILVA et al., 2010).
Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., São Paulo, v. 50, n. 5, p. 341-352, 2013
Apesar de não serem sinais patognomônicos da doença, as lesões dermatológicas podem ser importantes
para se fazer uma triagem de animais infectados em
áreas endêmicas. Vides et al. (2011), diagnosticaram
leishmaniose visceral em 49% de uma população de
55 gatos com problemas dermatológicos residentes
em uma área endêmica. Esses resultados chamam
atenção para o fato de que a doença pode estar sendo
subdiagnosticada em felinos, uma vez que estes animais viviam em abrigos e não havia a suspeita de LV
nos mesmos. Em todos os gatos foi realizado o exame
parasitológico de órgãos linfoides, sorologia e imunoistoquímica (IHQ) de lesões cutâneas. No entanto,
é visível o fato de que apenas 55% dos gatos infectados
foram diagnosticados por meio de sorologia, mesmo
na presença de sintomas, e em cinco gatos o diagnóstico foi confirmado apenas por IHQ de lesões cutâneas, demonstrando a necessidade de associação de
várias técnicas diagnósticas nesta espécie.
No que concerne ao papel do gato como reservatório da doença, sugere-se que os felinos possam atuar
como reservatórios secundários da LV (GRAMICCIA; GRADONNI, 2005; SOLANO-GALLEGO et al.,
2007). Apesar de não estar definido o papel do gato
no ciclo epidemiológico da doença, com xenodiagnóstico foi comprovado que gatos infectados por L.
infantum foram capazes de infectar o vetor (MAROLI et al., 2007; SILVA et al., 2010), demonstrando-se
a necessidade de mais pesquisas com gatos em áreas
endêmicas para LV.
Fatores de risco associados à ocorrência
de leishmaniose visceral
O aumento da ocorrência de surtos urbanos de LV
e a expansão geográfica da doença podem ser explicados por vários fatores, e nesse contexto o ambiente
desempenha um importante papel na dinâmica de
transmissão da doença. O desmatamento é um fator
preponderante, uma vez que reduz a disponibilidade
de fonte alimentar para os flebotomíneos, expondo
o cão e o homem, que passam a ser as fontes mais
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acessíveis. Além disso, o intenso processo migratório
provoca o deslocamento de pessoas que levam seus
animais domésticos, muitas vezes infectados, o que
também contribui para a expansão e urbanização da
doença (BRASIL, 2006).
Em grande parte dos locais onde existe elevada
transmissão de leishmaniose visceral, tanto humana
quanto canina, as condições socioeconômicas da população são precárias. Uma rápida e desorganizada
urbanização nas periferias das cidades com habitações
inadequadas, ausência de estrutura sanitária, aglomerado populacional, presença de potenciais criadouros
de flebotomíneos em quintais e presença de animais
domésticos nas residências são fatores que favorecem
a expansão da doença. Mais ainda, a redução dos investimentos em saúde e educação, e falhas nas ações
de controle da doença auxiliam na urbanização da LV
(CESSE et al., 2001; DUJARDIN et al., 2008; CERBINO-NETO; WERNECK; COSTA, 2009; COURA-VITAL et al., 2011).
No entanto, as principais condições de transmissibilidade da LV estão correlacionadas à adaptação do
vetor aos ambientes modificados pelo homem e à presença de fontes de infecção. Nesse contexto, o cão doméstico é considerado o principal reservatório da endemia e um fator de risco para a ocorrência de LV em
humanos (CESSE et al., 2001; MORENO et al., 2005;
BORGES et al., 2009). No nordeste do Brasil, foi constatado que 67% dos pacientes humanos com leishmaniose visceral possuíam animais em casa quando adoeceram, incluindo cães e animais de médio e grande
porte (CESSE et al., 2001). A criação de animais pode
piorar as condições sanitárias locais devido à produção de resíduos orgânicos, o que favorece a atração e
a manutenção do vetor no ambiente (FELICIANGELI, 2004; LAINSON; RANGEL, 2005). No Brasil, foi
constatado que moradores com um ou dois cães em
suas residências apresentaram mais chances de contraírem a doença quando comparados a indivíduos
que não possuíam animais (BORGES et al., 2009).
De forma semelhante, no Senegal, foi verificado que,
além da presença dos cães duplicar o risco da doença
aos seres humanos, em casas com animais portadores
de LV a chance dos moradores se infectarem foi cerca
de cinco vezes maior do que naquelas habitações com
animais não infectados (FAYE et al., 2011).
Apesar do crescente número de gatos infectados por
Leishmania infantum, ainda existem dúvidas sobre o
verdadeiro papel desta espécie animal na epidemiologia da LV. A despeito de ter sido verificado que residir
com gatos no mesmo ambiente não constituiu risco
para a ocorrência da doença canina (BARBOZA et al.,
2006; JULIÃO et al., 2007), outros concluíram que residências com gatos apresentaram chances 58% mais
elevadas de possuírem cães com LV quando comparadas a casas sem gatos (SILVA et al., 2012).
O papel das aves no ciclo epidemiológico da LV
também é controverso. No agreste pernambucano foi
comprovado que a criação de aves ao redor das moradias pode atuar como barreira zooprofilática para
a infecção por L. infantum, diminuindo a população
de flebotomíneos no interior das residências e elevando a quantidade no interior dos galinheiros (COSTA, 2011), porém (RODRIGUES et al., 1999; ALEXANDER et al. 2002; LAINSON; RANGEL, 2005;
SANT’ANNA et al., 2010) verificaram que a presença
de galinhas nas residências está relacionada a uma
maior proliferação do vetor da LV, e que a presença
de patos, roedores, pássaros e galinhas próximo aos
domicílios aumenta o risco de ocorrência de LV em
seres humanos (BORGES et al., 2009). No Brasil, foi
observado que seres humanos que residem em casas
com criatórios de galinhas possuem quatro vezes mais
chance de se infectarem do que as pessoas que vivem
na mesma área, mas não possuíam as aves em seus
quintais (RODRIGUES et al., 1999).
A presença de mata ou de muita vegetação nas proximidades das residências também pode ser um fator
de risco para a ocorrência de leishmaniose visceral canina (BARBOSA et al., 2010; BIGELI; OLIVEIRA JR.;
TELES, 2012). Na área periurbana no litoral do Rio
de Janeiro, foi observado uma correlação direta en-
Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., São Paulo, v. 50, n. 5, p. 341-352, 2013
348
tre morar na proximidade da mata e a ocorrência de
casos caninos (SILVA et al., 2005). De maneira semelhante, também já foi verificada uma associação entre
a proximidade com áreas com cobertura vegetal e a
ocorrência de casos humanos de LV (GLÓRIA, 2006).
O avanço da urbanização populacional em território brasileiro, bem como a velocidade com que ela
vem ocorrendo, não constituem um problema por si
só, se não fosse o modo de ocupação do território,
muitas vezes sem disponibilidade de água e de descarga adequada de resíduos (destino e tratamento de
esgoto e lixo). Há uma tendência dos grupos de baixa
renda residirem em áreas com más condições urbanísticas e sanitárias e em situações de risco e degradação ambiental, talvez porque estas sejam as únicas
áreas acessíveis à população com menor poder aquisitivo (MIRANDA, 2008). A ausência de rede de esgoto
e a coleta de lixo inadequada também podem estar
associadas à manutenção da infecção por L. infantum
em áreas urbanas, pois tornam o ambiente propício ao
desenvolvimento de formas imaturas e à manutenção
do vetor no ambiente (FELICIANGELI, 2004; COSTA et al., 2005; MORENO et al., 2005; CAMARGONEVES, 2007; CERBINO-NETO; WERNECK; COSTA, 2009; ALMEIDA; MENDONÇA; SOUSA, 2010;
FERNÁNDEZ et al., 2010; BIGELI; OLIVEIRA JR.;
TELES, 2012).
Estima-se que a chance de infecção em áreas sem
rede de esgoto ou sem coleta de lixo adequada possa
Braz. J. Vet. Res. Anim. Sci., São Paulo, v. 50, n. 5, p. 341-352, 2013
ser quatro e seis vezes maior, respectivamente, do que
aquela em áreas que possuem serviço sanitário adequado (COSTA et al., 2005). A análise do percentual
de domicílios com água canalizada (CERBINO-NETO; WERNECK; COSTA, 2009) e a presença de rede
elétrica (FERNÁNDEZ et al., 2010), considerados fatores indicativos de melhoria no nível socioeconômico, identificou a existência de uma associação inversa
com a incidência de LV e a alta densidade de flebotomíneos, respectivamente.
Considerações finais
Sem sombra de dúvidas o cenário da leishmaniose
visceral canina e humana no Brasil é complexo. Por se
tratar de uma doença de alta endemicidade em áreas
onde existem condições favoráveis, e se considerar as
dificuldades relacionadas ao seu controle, é de suma
importância que sejam concentrados esforços para:
controle da população canina, identificação de animais infectados, controle de vetores e eliminação de
fatores de risco. Além da LV ser negligenciada em
muitos municípios, especialmente naqueles onde as
condições socioeconômicas são desfavoráveis, o risco
de estabelecimento da doença em novas áreas indica
a necessidade de atenção por parte de médicos veterinários na identificação de novos casos, e de uma constante vigilância por parte de agentes de saúde pública.
Além disso, é imprescindível a implementação de medidas de educação em saúde nas áreas endêmicas.
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