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University of New Mexico UNM Digital Repository Portuguese Latin American Social Medicine 11-13-2009 Francisca Praguer Fróes: medicina, gênero e poder nas trajetórias de uma médica baiana (1872-1931) E Rago Follow this and additional works at: http://digitalrepository.unm.edu/lasm_cucs_pt Recommended Citation Rago, E. "Francisca Praguer Fróes: medicina, gênero e poder nas trajetórias de uma médica baiana (1872-1931)." (2009). http://digitalrepository.unm.edu/lasm_cucs_pt/21 This Article is brought to you for free and open access by the Latin American Social Medicine at UNM Digital Repository. It has been accepted for inclusion in Portuguese by an authorized administrator of UNM Digital Repository. For more information, please contact disc@unm.edu. Documento CUCS # 8C C&SC200813(3)Rago (B) Rago E. Francisca Praguer Fróes: medicina, gênero e poder nas trajetórias de uma médica baiana (1872-1931). Ciencia & Saúde Coletiva (Río de Janeiro, Brasil) 2008 Maio-Junho; 13(3): 985-993. Objetivos: Descrever a trajetória e as contribuições de Francisca Praguer Fróes ao estudo da medicina, gênero e poder no Brasil. Metodologia: Analítica descritiva Resultados: Francisca Praguer Fróes foi uma das cinco mulheres brasileiras que concluíram estudos em educação superior em 1893. Sua incursão foi possível pelo crescimento da urbanização, da indústria e do fortalecimento das condições do trabalho feminino. Seu entorno familiar lhe transmitiu valores feministas. Francisca Praguer Fróes exerceu a medicina em Salvador, Bahia, Brasil. Especializou-se em ginecologia e obstretrícia. Interessou-se por prevenção de doenças de transmissão sexual e pela defesa dos direitos à saúde por mulheres de qualquer condição social e econômica. Com sua intervenção, os preceitos higiênicos foram incorporados a suas proposições médicas. Estas se centraram em proteger a saúde e o corpo feminino; brindar atenção médica pré-natal, promover a moral sexual contra o adultério e reivindicar o divórcio. Outras propostas foram a igualdade de direitos e obrigações no interior da família; a educação sexual para ambos os sexos; o estabelecimento de um contrato pré-nupcial e a monogamia. Foi pioneira no debate público das questões relacionadas com a moral e o sexo na Bahia católica. Francisca Praguer Fróes atribuía o adultério masculino ao sexo desprotegido e considerou que as mulheres sexo-servidoras não eram as únicas responsáveis pela transmissão de doenças venéreas. Também participou em três projetos políticos culturais modernos e regenerativos. Um deles teve como objetivos reconhecer a cidadania feminina e defender sua saúde combatendo a infidelidade masculina. Em outro, lutou seu direito ao voto e pela dominação masculina. E em um outro projeto, estabeleceu os direitos civis e políticos das mulheres, reconhecendo a maternidade como trabalho feminino. Estas propostas permitiram o desenvolvimento femenino em espaços dominados pelos homens. Conclusões: Francisca Praguer Fróes foi médica e reformadora feminista em um momento histórico moralista. Conclui-se que suas contribuições na educação moral e sexual contribuíram para estabelecimento de princípios higiênicos, assim como para o reconhecimento dos direitos civis e políticos das mulheres.