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Andréa Figueiredo Leão Grants (DES)ARQUIVAR BIOGRAFEMAS: A BIBLIOTECA DE CORA CORALINA Tese de doutoramento submetida ao Programa de Pós-Graduação em Literatura da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para a obtenção do Grau de Doutor em Literatura, área de concentração Literaturas, linha de pesquisa: subjetividade, memória e história. Orientador: Prof. Dr. Stélio Furlan Florianópolis 2016 Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC. Grants, Andréa Figueiredo Leão (Des)arquivar biografemas : a biblioteca de Cora Coralina / Andréa Figueiredo Leão Grants ; orientador, Stélio Furlan – Florianópolis, SC, 2016. 459 p. Tese (doutorado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós Graduação em Literatura. Inclui referências 1.Literatura. 2. Biblioteca particular. 3. Autobiografia material. 4. Biografema. 5. Cora Coralina. I.Furlan, Stélio. II. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Literatura. III. Título. Andréa Figueiredo Leão Grants (DES)ARQUIVAR BIOGRAFEMAS: A BIBLIOTECA DE CORA CORALINA Esta Tese foi julgada adequada para obtenção do Título de “Doutora em Literatura” e aprovada em sua forma final pelo Programa de PósGraduação em Literatura Local, x de xxxxx de xxxx. ____________________________________ Profª. Drª. Maria Lúcia de Barros Camargo Coordenadora do Curso ___________________ Prof. Dr. Stélio Furlan Orientador Banca Examinadora: _____________________________________________ Prof. Dr. Stélio Furlan ( Presidente e orientador) (UFSC) ________________________________________ Profª. Drª. Tania Regina Oliveira Ramos (UFSC) _________________________________ Prof. Dr. José Ernesto de Vargas (UFSC) ___________________________________ Profª. Drª. Roberta Moraes de Bem (UFSC) ___________________________________ Profª. Drª. Giselle Kaminski Corso (IFSC) __________________________________ Profª. Drª. Maria Eunice Moreira (PUCRS) Este trabalho é dedicado à minha família. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus por me permitir concretizar este sonho. À toda minha família, especialmente, meu marido e meus filhos, meus pais e minhas irmãs, pelo carinho e incentivo sempre. Ao orientador, pela oportunidade concedida, a confiança e a gentileza permanente. Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Literatura pelas lições literárias. Aos colegas da Biblioteca Universitária, especialmente às diretoras e a equipe do Serviço de Periódicos, pelo apoio e compreensão. Às amigas e amigos do doutorado pela amizade fraternal. À UFSC, por me receber como doutoranda e servidora técnicaadministrativa. Ao pessoal do Museu Casa de Cora Coralina pela recepção e acolhimento durante minha pesquisa de campo. À autora que eu amo, Cora Coralina. RESUMO Este trabalho apresenta a biblioteca da escritora Cora Coralina, pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas, pela dupla proposta de estudo: a catalogação do acervo bibliográfico da poetisa, ou seja, sua biblioteca particular; e a análise, por meio de uma leitura biografemática, dos resíduos encontrados, tanto no arquivar/desarquivar dos fragmentos quanto em alguns textos poéticos de sua escritura. Os versos selecionados, voltados à poesia da culinária, à poesia do eu e à poesia do resíduo, se tornaram corpus para análise da construção de uma persona. São, portanto, os fios condutores que desenham, de forma emblemática, os biografemas que se articulam na escritura de Cora Coralina. Os objetos residuais são considerados sob o ponto de vista de uma autobiografia material, revelados não apenas nos títulos, autores e assuntos catalogados, mas sobretudo, nas implicações presentes nas tessituras de associações das suas experiências e memórias, assim como os pormenores concretos que, por sua vez, revelam as múltiplas facetas da vida e da obra da poetisa. A pesquisa propõe um entrelaçamento de gesto de vida e de escritura da autora, como uma dança ritualística em torno da figura emblemática da “mulher-monumento”, como apontado por Andrea Delgado (2003). A biblioteca particular catalogada contempla parte do espólio da escritora e encontra-se localizada no Museu Casa de Cora Coralina na cidade de Goiás, sob a direção da professora Marlene Vellasco. Essa tese, propõe-se, portanto, espelhar a singularidade da poetisa por meio dos biografemas cotejados em sua escritura e, por vezes, com a iconografia, punctum, tal como percebido por Roland Barthes (1984). O processo de inventariar a biblioteca particular de Cora Coralina permite dar visibilidade ao acervo de 912 títulos e 978 exemplares disponibilizados em forma de catálogo, resgatando, do “esquecimento”, um autêntico repertório de fontes e inspirações da poetisa e de sua escritura. Opera-se, a partir das centenas de páginas impressas entre rastros de suas leituras, as redes de relações com os “outros”, as escritas de margens em forma de anotações, adendos, rasuras, além de paratextos, como as dedicatórias, os pós-escritos e os excertos inéditos em prosa e em verso. Trata-se de uma tese de doutorado, a primeira que se dispõe a desarquivar biografemas a partir da biblioteca particular da escritora e que, ao final se transforma na construção de uma “biografia descontínua”, inserida no contexto do espaço biográfico, proposto por Leonor Arfuch (2010) e, cujo fio condutor, envolve aspectos conexos à linha de pesquisa memória, subjetividade e história. Palavras-chave: Biblioteca particular. Autobiografia Biografema. Roland Barthes. Cora Coralina. material. ABSTRACT This study presents the library of the writer Cora Colina, pseudonym for Anna Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas, with a two-fold proposal: cataloguing the bibliography of the poet in her private library, and analysing - through a biographeme reading – the residues found both in the archiving process and in some of the author’s poetic writings. The selected verses, dealing with themes of culinary, of the self and of the residue became the corpus for the analysis of the construction of a persona. They are, therefore, the engine that brings together, in an emblematic way, the biographemes that are articulated in the writings of Cora Coralina. The residual objects are considered from the point of view of a material autobiography, which is revealed not only in catalogued titles, authors, and subjects, but mainly in the implications presented in the constructed associations between experience and memories, as well as in the concrete details that reveal the multiple facets of the poet’s life and work. The research proposes a net of connections between the life gesture and the author’s writings, as in a ritualistic dance around the emblematic figure of the “monument woman”, as pointed out by Andrea Delgado (2003). The catalogued private library encompasses part of the writer’s assets and is located in the Museum “Casa de Cora Coralina” in the city of Goiás, under the direction of professor Marlene Vellasco. In this sense, this dissertation aims at portaying the singularity of the poet through the biographemes present in her writings, and also through the punctum iconography, as defined by Roland Barthes (1984). The process of inventorying the private library of Cora Coralina gives visibility to the archives of 912 titles and 978 samples made available in the form of a catalogue, saving from oblivion an authentic repertoire of sources and inspirations of the poet and her writings. From the hundreds of pages printed out in traces of her readings, networks of relations with “others” operate as well as writings on the margins in the form of notes, erasures and paratexts, such as dedications, post-writings and unpublished excerpts both in prose and verse. The doctoral dissertation is the first to look at the archives of biographemes from her private library which become, at the end, a discontinuous biography, inserted in the context of the biographical space as proposed by Leonor Arfuch (2010), whose thread involves aspects related to the line of research on memory, subjectivity and history. Keywords: Private library. Material autobiography. Biographeme. Roland Barthes. Cora Coralina. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Cora Cristalina ................................................................................. 21 Figura 2 - Cora Coralina lendo ......................................................................... 43 Figura 3 - Brocas .............................................................................................. 65 Figura 4 - Troféu Jaburu e Troféu Juca Pato – respectivamente ....................... 75 Figura 5 - Cora Coralina e os doces .................................................................. 85 Figura 6 - Livro -Fogão de lenha: quitandas e quitutes de Minas Gerais (1977) .......................................................................................................................... 92 Figura 7 - Recorte de Jornal - Cinco de março ................................................. 93 Figura 8 - Carta de Yêda Schmaltz para Cora Coralina .................................... 97 Figura 9 - Carta de Jorge Amado para Cora Coralina (1) ................................. 98 Figura 10 - Cora Coralina ............................................................................... 100 Figura 11- Livro com carimbo do Gabinete Literário Goiano ........................ 110 Figura 12 - Marcas de leitura .......................................................................... 115 Figura 13 - Casa Velha da Ponte..................................................................... 119 Figura 14 - Prato Azul-Pombinho em exposição no museu ............................ 129 Figura 15 - Biblioteca de Cora Coralina após catalogação ............................. 137 Figura 16 - Centro de Documentação - Museu Casa de Cora Coralina .......... 142 Figura 17 - Lista de nomes e números de telefones (1) .................................. 148 Figura 18 - Lista de nomes e números de telefones (2) .................................. 149 Figura 19 - Lista de compras (1) ..................................................................... 149 Figura 20 - Lista de compras e dedicatória (2) ............................................... 150 Figura 21 - Recorte de jornal - Nota de falecimento de Helena Peixoto ......... 150 Figura 22 - Cartão postal - frente .................................................................... 152 Figura 23 - Cartão postal -verso...................................................................... 152 Figura 24 - Carta de Jorge Amado para Cora Coralina (2) ............................. 154 Figura 25 - Livro de Pablo Neruda ................................................................. 157 Figura 26 - Livro de Fernando Pessoa ............................................................ 158 Figura 27 - Mensagem de Cora Coralina ........................................................ 159 Figura 28 - Mensagem de Cora Coralina para Haquira Osakabe .................... 160 Figura 29 - Texto manuscrito de Cora Coralina (inédito) ............................... 162 Figura 30 - Marcações de Cora Coralina ........................................................ 164 Figura 31 - Literatura de cordel ...................................................................... 166 Figura 32 - Livro Nordeste - Gilberto Freyre.................................................. 168 Figura 33 - Bíblia de Cora Coralina ................................................................ 170 Figura 34 - Altar de Cora Coralina ................................................................. 171 Figura 35 - Dedicatória de Maria Guilhermina para Cora Coralina ................ 178 Figura 36 - Museu Casa de Cora Coralina - Varanda ..................................... 180 Figura 37 - Dedicatória de Cora para Guilhermina ......................................... 181 Figura 38 - Crônica de Carlos Drummond de Andrade .................................. 184 Figura 39 - Dedicatória de Rachel de Queiroz ................................................ 186 Figura 40 - Dedicatória de Dinah Silveira de Queiroz .................................... 187 Figura 41 - Dedicatória Chico Xavier (1) ....................................................... 192 Figura 42 - Dedicatória de Chico Xavier (2) ................................................... 193 Figura 43 - Dedicatória Chico Xavier (3) ........................................................ 194 Figura 44 - Dedicatória Darcy França Denófrio .............................................. 195 Figura 45 - Dedicatória dos netos (1) .............................................................. 196 Figura 46 - Comentário de Cora Coralina (inédito) ......................................... 197 Figura 47 - Eça de Queiroz - livro e marcador ................................................ 199 Figura 48 - Dedicatória dos netos (2) .............................................................. 200 Figura 49 - Tabela CDU .................................................................................. 209 Figura 50 - Interface do PHL ........................................................................... 209 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Livros e materiais de referência .................................................... 211 Quadro 2 - Periódicos ..................................................................................... 402 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AACR2 – Código de Catalogação Anglo-Americano ABDE – Associação Brasileira de Escritores ABL – Academia Brasileira de Letras AFLAG – Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás BIBLEX – Biblioteca do Exército BNP – Biblioteca Pública de Portugal CDU – Classificação Decimal Universal EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural de Lisboa GEN – Grupo de Escritores Novos IES – Instituições de Ensino Superior MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização PHL – Personal Home Library UDN – União Democrática Nacional UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 23 2 DAS VOZES: FORTUNA CRÍTICA ............................................. 45 2.1 TESES DE DOUTORADO ............................................................ 46 2.2 DISSERTAÇÕES DE MESTRADO .............................................. 48 2.3 DA VIDA LITERÁRIA DE GOIÁS: CRÔNICA........................... 56 3 DOS BIOGRAFEMAS NA POESIA – FRAGMENTOS DE MEMÓRIA NA OBRA DE CORA CORALINA ............................. 67 3.1 POESIA DA CULINÁRIA: ORAÇÃO DO MILHO ..................... 87 3.2 POESIA DO EU: VINTÉM DE COBRE ...................................... 102 3.3 POESIA DO RESÍDUO: CASA VELHA DA PONTE, PRATO AZUL-POMBINHO............................................................................ 121 4 DO CATÁLOGO E DOS ATOS ................................................... 139 4.1 PACTOS DE LEITURA - (DES)ARQUIVAR BIOGRAFEMAS 143 4.2 REDES DE RELAÇÕES .............................................................. 172 4.3 ENTRE ESTANTES ..................................................................... 203 4.3.1 Catálogo da biblioteca de Cora Coralina (livros e materiais de referência) ............................................................ 211 4.3.2 Catálogo da biblioteca de Cora Coralina (periódicos) .. 402 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................ 413 REFERÊNCIAS ................................................................................ 423 ANEXO A – Estatuto do Museu Casa de Cora Coralina .............. 447 ANEXO B – Poemas e crônica na íntegra ....................................... 453 Figura 1 - Cora Cristalina Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora1 1 Pintura, acrílico sobre tela 50x60 (2016) – Autora: Narcisa de Fátima Amboni 23 1 INTRODUÇÃO “O ‘biografema’ nada mais é do que uma anamnese factícia: aquela que atribuo ao autor que amo” (BARTHES, 2003a) Esta tese concentra-se em compreender e seguir os passos marcados na trajetória de escritura da poetisa Cora Coralina: uma menina/mulher, mulher/menina que caminha em busca de liberdade nas letras, consagrando-se, pelo seu ofício, como um dos nomes mais relevantes da literatura brasileira. O presente estudo visa penetrar no insondável espaço criativo dessa mulher simples, religiosa, doceira por profissão e que viveu longe dos centros urbanos, alheia a modismos literários, apenas imbuída do espírito curioso e do exemplo materno do gosto pelos livros. A escritora que produziu sua obra rica em motivos do cotidiano, marcados por sua vivência no interior brasileiro, em particular dos estreitos becos “discriminados e humildes2”, cujas histórias retratam, mais especificamente, a cidade de Goiás. Destaco que, antes de se alcançar a exposição do corpus da pesquisa, os objetivos, a hipótese e a metodologia, é preciso explanar acerca da gênese de minhas motivações em realizar esta pesquisa. Essa motivação passa pelo encontro com a trajetória de vida e com o universo poético de Cora Coralina, que publicou em vida três livros3, contribuindo não só para a literatura, como também para a vida cultural de Goiás, Estado do Brasil onde nasci e permaneci até 2001. Ainda na infância, quando vivia em Goiânia, tive conhecimento e contato com os versos que me encantaram e plantaram a semente de meu interesse pela poética de Cora Coralina. Seus versos simples que retratam e reescrevem Verso retirado do poema “Becos de Goiás”. (CORALINA, 2006, p. 93). São eles: Poemas dos becos de Goiás e estórias mais (1965); Meu livro de cordel (1976); e Vintém de Cobre: meias confissões de Aninha (1983). Somamse aos três livros publicados em vida, os seguintes títulos publicados postumamente: Estórias da casa velha da ponte (1985); Os meninos verdes (1986); O tesouro da casa velha da ponte (1996); A moeda de ouro que um pato engoliu (1999); Vila Boa de Goyaz (2001); O prato azul-pombinho (2001); Os melhores poemas (2004); Cora Coralina – poema do milho (2005); As cocadas (2007); Cora Coralina- doceira e poeta (2009); A menina, o cofrinho e a vovó (2009), Contas de dividir e trinta e seis bolos (2011). As datas citadas são referentes às primeiras edições dos livros. 2 3 24 poeticamente o tempo passado de Goiás e as inquietações humanas, provocaram-me as primeiras lições literárias e trouxeram-me motivações pelo experimento no mundo das letras. Impossível era não se sensibilizar, num processo de catarse infantil, com a pequena Aninha, máscara lírica da poetisa, menina chorona, joelhos esfolados e que acreditava em histórias de assombração e mula-sem-cabeça. Estabeleço, aqui, um diálogo com a epígrafe de autoria de Roland Barthes que abre esse capítulo introdutório, para registrar a passionalidade que me motiva a compor este texto, por meio dos fragmentos e traços biografemáticos da poetisa, que sempre me inspirou com sua poética de saberes e sabores de uma expressão literária universal, mas com pitadas de sentimentos regionalistas, marcadamente do centro-oeste brasileiro, terra onde nasci. Retratos de uma memória coletiva das terras goianas, ratificada pelas palavras de Jubé (1978, p. 75) “A inspiração da poetisa não se confina ao tema regional e ensaia uma escalada pelos universais; embora telúricos, exteriorização de seu imenso amor à terra [...]”. O interesse pela obra da escritora acompanhou minha trajetória pessoal e profissional e me levou a visitar o Museu Casa de Coralina e nele (re)conhecer, no espaço intitulado “sala de homenagens”, uma velha estante de madeira, dupla, cerrada por vidro e preenchida por prateleiras repletas de livros. Logo, defronte da encantadora biblioteca comecei a imaginar, primeiramente, como Cora Coralina havia formado aquele acervo? Quais teriam sido os critérios de escolha dos títulos? Teria, a poetisa, manuseado todos os exemplares? Quais seriam seus títulos preferidos? Relidos? E, ainda, o que neles a inspiraram e se transformaram em seiva, como matéria viva brotando em seus poemas, lirismo contundente que está em si, conforme suas palavras. São perguntas inquietantes, as quais buscaram respostas nos pormenores da vida e obra da poetisa nascida em 20 de agosto de 1889, na Casa Velha da Ponte da antiga Vila Boa de Goiáz4, local que, após o seu falecimento e num processo de restauração, tornou-se o Museu Casa de Cora Coralina. Anna Lins dos Guimarães Peixoto5 é o nome de batismo da poetisa que cantou e encantou Carlos Drummond de Andrade com seus versos 4 Vila Boa de Goiáz é o nome, em ortografia arcaica, atribuído em 1736, a então vila administrativa pertencente à Capitania de São Paulo, hoje cidade de Goiás. 5 A inclusão do sobrenome Brêtas ocorre na ocasião de seu casamento com o advogado Cantídio Tolentino Figueiredo Brêtas. 25 lacônicos carregados de lirismo6. Versos escritos por quem dizia, com naturalidade, que a poesia estava em si, “assim como o vinho está na uva, assim como o pão está no trigo”7. Tendo estudado apenas os anos primários na escola da Mestra Silvina, numa época em que as dificuldades sociais e econômicas estavam evidenciadas com a recém-proclamação da República (1889) e a libertação dos escravos (1888), a pequena Aninha ficou marcada pelos obstáculos impostos pelo cenário político e histórico brasileiro e pelas barreiras impostas às mulheres da época. Empecilhos revelados e evidenciados pela educação voltada à constituição do matrimônio e criação dos filhos, impondo às mulheres um baixo nível de escolaridade formal e a escrita tardia. Nesse contexto, a menina de pernas moles, que vestia o mandrião costurado, a partir da velha saia de sua bisavó, sentava no banco das atrasadas na escola e brincava sozinha no imenso quintal de sua casa, em meio as árvores frutíferas e as formigas diligentes, na vida adulta torna-se a mulher forte como a terra, operária como as pedras e, sobretudo, sensível como as rosas inseridas na gleba8. A história das mulheres e as suas relações com o fazer literário9 nos mostra que, no século XIX e início do XX, a literatura era de domínio exclusivamente masculino10. As mulheres, em geral, eram submetidas a uma educação que as preparavam para atitudes sociais voltadas à resignação, à subordinação, à abnegação, ao consentimento e a passividade. Saavedra (2013) corrobora com o exposto, ao estabelecer que nas últimas décadas do século XIX haviam poucas mulheres que escreviam, pois, a realidade que se apresentava a elas era a de baixa escolaridade e de repressão familiar. No começo do século XX, apesar de 6 As informações biográficas sobre a poetisa narradas a seguir foram retiradas do livro Cora Coralina: raízes de Aninha publicado em 2009 pelos biógrafos Clóvis Carvalho Britto e Rita Elisa Seda. Trata-se de um estudo rigoroso da vida e obra da poetisa que obedece um critério cronológico e temático. 7 Em depoimento a Marlene Vellasco (1990, p. [136]), Cora Coralina disse: “A poesia está em mim assim como o vinho na uva, assim como o pão no trigo. Há uma explicação? É uma coisa natural”. 8 Contexto e expressões retirados dos versos de Cora Coralina publicados em Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1984). 9 Ressalto que farei uma breve passagem pela temática (Mulheres e Literatura) para contextualizar a representação da poetisa nesse cenário. 10 Figueiredo (2013, p. 88) atesta esta condição afirmando que “A literatura no século XIX era de tal modo domínio reservado aos homens que algumas escritoras preferiram usar pseudônimos masculinos a fim de que sua obra fosse respeitada”. 26 um melhor acesso aos estudos, o universo feminino continuava sendo o da vida privada, o que acabava se refletindo em seus escritos. A partir da segunda metade do século XX, as mulheres ganham espaço no mercado de trabalho e na luta por seus direitos11. Neste percurso, poucos nomes femininos conseguiram romper com essa condição imposta e se expressar por meio das letras. “A conquista do território da escrita pelas mulheres foi longa e difícil”, afirmou Norma Telles (2013, p. 54). Essa luta foi também a luta de Aninha, como Cora Coralina era chamada na infância. A menina de frágil aparência se sentia excluída pelas irmãs e ignorada pela mãe, porém, conseguiu, de algum modo, romper com os padrões determinados por convenções sociais fortalecendo, assim, ao longo de sua vida, o seu talento como escritora12. Seu talento já se despontava, ainda na adolescência, como declamadora e redatora, pois aos 18 anos assumiu, juntamente com Leodegária de Jesus13, a redação do jornal literário A Rosa. Diante desse contexto de pioneirismo e perseverança em busca de valorização de seus escritos, abro um pequeno parêntese para ressaltar o interesse de Cora Coralina em poetizar a condição feminina, especialmente, a das mulheres “anônimas”, não protagonistas, as “obscuras14” (lavadeiras, analfabetas, prostitutas) na sociedade patriarcal da época. Sobre este aspecto, Camargo (2006, p. 6869) afirma: Raramente a figura masculina é enfocada com vigor nos poemas de Cora Coralina, embora a sociedade em que viveu quando jovem fosse patriarcal e conferisse à mulher um papel social de submissão, negando-lhe qualquer outra função que 11 Para Saavedra (2013) é nessa época que surgem conceitos totalizadores, inclusive o de literatura feminina. 12 Apesar de escrever desde cedo, a poetisa só conseguiu publicar seu primeiro livro aos 76 anos de idade. Fatos associados a condição feminina, à velhice e impedimentos financeiros evidenciam sua dificuldade em concretizar seu projeto literário. 13 Leodegária de Jesus foi a primeira mulher a publicar um livro (Coroa de Lírios, 1906) em Goiás. 14 Incluo uma representante das mulheres anônimas homenageadas em versos por Cora Coralina, a Maria Grampinho, como ficou conhecida a moradora de rua, andarilha que carregava uma trouxa de roupa repleta de botões e usava vários grampos no cabelo. Maria da Purificação era seu nome de batismo. Maria Grampinho passou as noites, por aproximadamente 30 anos, no porão da Casa Velha da Ponte. 27 não a de esposa e de dona de casa, com todas as obrigações pertinente. O modo como a leitura é inscrita na família de Cora, especialmente, representada pela figura de sua mãe, uma ávida leitora, favoreceu desde cedo o contato da poetisa com um expressivo repertório de materiais bibliográficos que contribuíram para seu amadurecimento intelectual. No final do século XIX, apesar da distância dos grandes centros urbanos, a Senhora15 possuía meios de acesso aos livros, jornais e revistas, particularmente como sócia do Gabinete Literário Goiano, lugar de onde, mesmo durante o período em que a família morou na fazenda Paraíso, continuava a receber os livros emprestados. A notável capacidade como leitora, até mesmo de livros em diferentes idiomas: o espanhol, o francês e o italiano é atestada pelo controle de empréstimos do Gabinete e ratificada por Bittar (1997, p. 138), ao destacar a mãe de Cora, como sendo “Intelectual, perde-se em intermináveis leituras e, até hoje, o fato de ter lido todos os livros da Biblioteca Pública de Goiás é sempre lembrado”. Pouco afável aos serviços domésticos, a mãe de Cora Coralina foi uma mulher empreendedora, e apesar das limitações impostas à condição feminina, mantinha-se firme aos seus propósitos dentro e fora do ambiente familiar. Foi, portanto, neste ambiente controlado matriarcalmente e com muita leitura disponível, que cresceu Aninha, sob os cuidados de tia Nhorita, Mãe Didi (ex-escrava e madrinha) e sua bisavó. Mulheres que se destacaram na vida da escritora como fontes de contato com a oralidade e a memória. Contato rompido, em 1911, quando aos 22 anos, a poetisa partiu, contrariando a moral vigente, para São Paulo com Cantídio Tolentino Figueiredo Brêtas16, aquele que seria seu futuro marido17. Nessa época, Cora já havia publicado alguns textos, em prosa, nos jornais locais. 15 Pronome de tratamento usado pela família ao se referir à mãe de Cora Coralina. Seu nome de nascimento: Jacyntha Luiza do Couto Brandão Peixoto. 16 Cantídio Tolentino Figueiredo Brêtas era bacharel em Direito e atuava como chefe de polícia na cidade de Goiás. A família de Cora Coralina não aceitava o seu relacionamento com Cantídio, pois este havia deixado esposa em São Paulo. Ainda assim, contrariando os preceitos sociais e morais vigentes, no dia 25 de novembro de 1911, o casal parte da sociedade vilaboense rumo ao Estado de São Paulo. 17 O casamento entre Cantídio e Cora Coralina ocorreu, oficialmente, no dia 01 de julho de 1925. 28 Cantídio, por sua vez, era advogado e chefe de polícia e conheceu Cora Coralina nos eventos literários e nos encontros sociais que aconteciam no Gabinete Literário da cidade de Goiás. As palavras de Teles (2010, p. 95) exprimem a respeitável posição do Gabinete como “A mais antiga instituição cultural do Estado [...]. Durante mais de 100 anos o Gabinete foi o grande laboratório de cultura da antiga Vila Boa”. O Gabinete Literário Goiano exercia grande influência no comportamento cultural e artístico da sociedade da época. Câmara (1979, p. 93) corrobora ao relatar que: O Gabinete Literário funcionava, naquele tempo, como uma espécie de crônica falada e ininterrupta da cidade. Para lá convergiam, conforme as frequentadoras da hora, os comentários e as fofocas políticas, as murmurações e os fuxicos sobre a conduta moral de insuspeitas e respeitáveis matronas. Isto geralmente à tarde, pois, no período noturno, o Gabinete parecia reservado aos jovens que lá formavam pares de namorados [...]. A mudança para outro Estado, em companhia de Cantídio, levou Cora a viver em Jaboticabal, no Estado de São Paulo. Cidade em que nasceram seus seis filhos e onde criou uma filha adotiva18. Lugar no qual plantou e vendeu rosas e recebeu homenagens em forma de versos. Escreveu a poetisa no poema “Jaboticabal”: [...] Cafezal. Canavial. Algodoal. Laranjal. Rosal. Roseiral. Cidade das Rosas. Terra de meus filhos onde fiz meu duro 18 Em 1912 nasceu a primeira filha de Cora Coralina, Paraguassu, em 1914 nasceram os gêmeos Cantídio e Enéas, sendo que o segundo faleceu aos 5 meses. Depois, em 1915, nasce Jacyntha Philomena e, em 1917, Maria Isis nasce prematura e falece aos 5 meses. Por último, após 10 anos (1927), nasce Vicência. Dos filhos de Cora, apenas Vicência, encontra-se viva, os demais são falecidos. Sua filha adotiva, Guajajarina, era fruto do relacionamento anterior de seu marido com uma índia. 29 aprendizado de vida e relembro sempre amigos e vizinhos incomparáveis. [...]. (CORALINA, 1976, p. 32). A poetisa morou, ainda, na cidade de São Paulo e presenciou a Revolução Constitucionalista de 1932. Chegou a alistar-se como enfermeira e costurou uniformes para os soldados19. Após a morte de seu marido, em 1934, instalou uma pensão e começou a vender livros da editora José Olympio, como meio de subsistência. Mudou-se para Penápolis e sobreviveu financeiramente com a venda de plantas e um pequeno comércio, uma casa de retalhos de tecidos. Nessa época participou da Ordem Franciscana e fez votos de viver segundo seus ensinamentos. Quando foi para Andradina e por lá permaneceu por 15 anos, Cora viveu dividida entre os afazeres como proprietária de um sítio e um pequeno comércio na cidade. Sua atuação na sociedade andradinense levou-a, num gesto de comprometimento político, porém, sem sucesso, a candidatar-se à vereadora pela União Democrática Nacional (UDN). Depois dessas andanças por terras paulistas e, após 45 anos ausente de sua terra natal, com seus filhos criados, a poetisa sente “o chamado das pedras20” e, aos 67 anos de idade, “vestida de cabelos brancos” retorna em busca do “vintém perdido21”. A estrada está deserta. Vou caminhando sozinha. Ninguém me espera no caminho. Ninguém acende a luz. A velha candeia de azeite De a muito se apagou. Tudo deserto. Na ocasião, Cora doou sua aliança de casamento e recebeu o certificado “Dei ouro pelo bem de São Paulo”. 20 Título do poema abaixo (fragmento) publicado em Meu livro de cordel (1976, p. 42-43). No mesmo poema há um verso com a expressão “Vestida de cabelos brancos” que utilizo a seguir. 21 Em depoimento a Marlene Vellasco (1990), Cora disse que voltou para Goiás para procurar o vintém de cobre perdido. 19 30 A longa caminhada. A longa noite escura. Ninguém me estende a mão. E as mãos atiram pedras. Sozinha... Errada a estrada. No frio, no escuro, no abandono. Tateio em volta e procuro a luz Meus olhos estão fechados. Meus olhos estão cegos. Vem do passado [...] (CORALINA, 1976, p. 42) Na ocasião de sua volta, Cora escreveu o poema Cântico da volta22 (1956) e começou a sonhar em publicar seu primeiro livro Poemas dos becos de Goiás e estórias mais, fato que se concretizou em 1965. Esse sonho foi realizado após a clausura voluntária na Casa Velha da Ponte, em meio as inúmeras pesquisas sobre o folclore e costumes de Goiás, a escrita de poemas e o feitio de doces cristalizados. Observo a afirmação de Britto (2009) sobre o fato que o primeiro livro de Cora não [...] nasceu em uma só contração. Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais começou a ser gerado quando a autora ainda estava em São Paulo, no dia em que conseguiu se libertar da métrica e da rima e escrever seu primeiro poema. [...]. Podemos dizer, de acordo com os registros no acervo da autora, que os vinte e quatro poemas reunidos na primeira edição do livro foram concebidos entre as décadas de 1930 e 1960. (BRITTO, 2009, p. 31, grifo do autor). Diante desta sucinta explanação introdutória acerca do caminho percorrido por Cora Coralina, retomo o foco na apresentação da pesquisa e aproveito para esclarecer que o conceito de biblioteca, utilizado nesta Publicado primeiramente em folheto dobrável, o poema-prosa “Cântico da volta” foi distribuído no evento promovido pela Associação Brasileira de Escritores (ABDE) em homenagem ao retorno de Cora Coralina. Recuperado em 2011, o poema pode ser lido no livro póstumo Villa Boa de Goyaz (2001). (DENÓFRIO, 2006). 22 31 tese, ultrapassa a fronteira do estabelecido pelos manuais e livros de referência. Sumariamente, a “biblioteca” que proponho abordar, neste estudo, vai além do sentido etimológico resultante da união dos dois termos biblio e têke23, e da definição de Schwarcz, Azevedo e Costa (2002, p. 125), que estabelecem a biblioteca como “prateleira ou depósito para guardar livros, escritos, rolos de papiro e de pergaminho arrumados em estantes”, ou mesmo da materialidade definida pelos dicionários que a indica como sendo “[...] a coleção pública ou privada de livros e documento congêneres, para estudo, leitura e consulta. Edifício ou recinto onde ela se instala. Móvel onde se guardam e / ou ordenam livros”. (FERREIRA, 2001, p. 97). O que desejo e proponho, ao estudar a biblioteca de Cora Coralina, é trazer, além dos pressupostos acima explicitados, uma concepção ampliada do vocábulo. Isto significa dizer que a “biblioteca”, tal como a concebo, articula a tensão entre reunião/dispersão, esquecimento/memória, tradição/vanguarda. Especificamente, nesta tese, fica evidente o uso significativo do termo, a partir dos recortes que estabeleço na escritura poética de Cora Coralina; a fortuna crítica sobre a poetisa (especialmente teses e dissertações); os livros e periódicos colecionados e acumulados pela poetisa durante sua vida e que foram organizados e catalogados para esta pesquisa; e parte do acervo documental cedido pelo Museu Casa de Cora Coralina, materiais que englobam fragmentos de jornais e revistas, fotos, cartas, dedicatórias e crônicas. Assim, ainda que a ênfase recaia sobre a biblioteca particular da poetisa, pretendo utilizar o termo “biblioteca” como metonímia para as diversas possibilidades de bibliotecas e assuntos relacionados ao arquivar e desarquivar, observando a articulação com a cultura coletiva envolta dos valores históricos, a tradição literária e, em última análise, a história da literatura. Diante desta colocação acerca do termo, a hipótese que suscito é a de se pensar na possibilidade de (des)arquivar biografemas a partir da biblioteca de Cora Coralina. Sendo assim e considerando a frase do escritor Alberto Manguel (2006, p. 162) que diz que “Toda biblioteca é autobiográfica” e associando-a à noção conceitual de biografema proposto por Roland Barthes (1984), passei a desenvolver a essência do argumento deste estudo. Partindo da reflexão sobre como uma biblioteca espelha a singularidade de um leitor, exercendo, desse modo, uma relação de testemunho entre o contingente intelectual e a trajetória pessoal, 23 Para Santos (2009) as palavras gregas biblio e têke significam respectivamente livro e coleção/depósito. 32 proponho-me a atuar, num primeiro momento, como pesquisadora do acervo bibliográfico24 da poetisa e, em seguida, como biografóloga dos vestígios repletos de significações, presentes tanto nos pormenores detectados em sua poética, ou seja, nos poemas emblemáticos selecionados como corpus de análise, como nas possíveis conexões de leituras, nas redes de relações, nas escritas de margens em forma de anotações, nos adendos, nas rasuras, além de paratextos como as dedicatórias, os pós-escritos, os excertos inéditos em prosa e verso, encontrados no manuseio de seu acervo. Os vestígios, resíduos e os fragmentos são como as chaves que permitem dar conta de uma trajetória de vida e de escritura que, transgressora por não obedecer a uma ordem cronológica convencional, refletem idiossincrasias humanas. Para Manguel (2006, p. 163): O que torna toda biblioteca um reflexo de seu proprietário não é apenas a seleção de títulos, mas a trama de associações implícita na seleção. Nossa experiência elabora outras experiências, nossa memória elabora outras memórias. Nossos livros dependem de outros livros, que os modificam e enriquecem, que lhes dão uma cronologia ao arrepio dos dicionários de literatura. Alberto Manguel ressalta que, até o atual momento, se conserva a concepção de que os livros pessoais atestam, refletem, julgam contra ou ao nosso favor. Além disso, estabelece que existem as bibliotecas sólidas, palpáveis que se transformam, na medida em que são absorvidas (lidas) pela biblioteca mental, de caráter fluída, fragmentária, posto que se apoia na memória individual. (MANGUEL, 2006). Sem a pretensão de que este estudo seja contado apenas sob o formato dos objetos que Barthes (2004b, p. 44) chamou de “[...] monemas da língua metaliterária ou da história da literatura; tais objetos são, certamente, os autores, as escolas, os movimentos, os gêneros e os séculos”, pois assim se estaria diante de um manual, ao contrário, o propósito é (re)escrever uma vida, intermitente em sua essência, considerando que o contato com o acervo pode permitir uma nova 24 Nesta tese, o conceito de acervo bibliográfico refere-se ao conjunto de documentos armazenados e conservados em uma biblioteca. Na biblioteca de Cora Coralina estes documentos estão representados pelos livros e periódicos. 33 abordagem de leitura, de distinção e de reconhecimento dos signos de vida. Por meio de uma perspectiva biografemática pretende-se encontrar os pormenores concretos para compor uma “biografia descontínua”, capturada a partir da poética Cora, de seus livros e de suas impressões. Perrone-Moisés (1983), ao analisar a “ciência do biografema”, afirma que Barthes aponta para dois tipos de biografias. A biografia-destino – onde existe uma completude de sentido e a biografia descontínua – que absorve a ordem dispersiva do biografema, recriando uma nova ordenação. E, nesta nova ordenação, será dado a conhecer os livros que marcaram e deixaram ser marcados pelas experiências25 da escritora, que soube ornamentar sua vida poeticamente, pois: Dizer que um autor é um leitor, ou um leitor, um autor, considerar um livro como um ser humano ou um ser humano como um livro, descrever o mundo como texto ou um texto como o mundo são formas de nomear a arte do leitor. (MANGUEL, 2001, p. 196). Seria, portanto, a tentativa de (re)escrever mediante os traços biografemáticos, cenas de uma vida, sem o obrigatório sentido de organização cronológica presente, geralmente, nas biografias. Biografemas que possuem como pano de fundo as fontes bibliográficas, que até o momento estavam “invisíveis”. Em outras palavras, trata-se de descortinar o passado cravado em livros, folhear emoções, as quais pedem passagem para serem reveladas. Nas palavras de Cora Coralina (2006, p. 27), estes biografemas constituiriam simplesmente em “[...] um modo diferente de contar velhas estórias”, pois para Vasconcelos (2004, p. 40), “O biografema sai da vida para entrar na obra, mas é na obra que se constitui como biografema”. Sobre o período que antecedeu à catalogação do acervo, cabe registrar que, no momento em que encontrei os livros da biblioteca pessoal de Cora Coralina, as obras estavam acondicionadas, por certo, em 25 Entende-se por experiência, o conceito elaborado por Walter Benjamin em O narrador (1987) no qual o filósofo afirma que “a experiência que passa de pessoa a pessoa é a fonte a que recorrem todos os narradores” (BENJAMIN, 1987, p. 198), entretanto essa experiência é transmitida por meio da própria história ainda que dependa da intervenção do narrador. Figura essa, que para Benjamin, estava desaparecendo. 34 um local seguro, aparentemente livres de agentes deteriorantes como sol, umidade, insetos, entre outros, mas era absolutamente relevante observar que faltava um tipo de tratamento técnico, pois não se notava nenhum critério que demonstrasse algum eco de organização biblioteconômica, que permitisse disponibilizar o acervo para pesquisadores interessados em Cora Coralina. Nesse instante, lembrei-me da biblioteca sem catálogo, por opção, de Alberto Manguel. Disse ele: [...] eu mesmo dispus os livros pelas estantes, e em geral só preciso recordar o plano da biblioteca para saber onde estão – as áreas de luz e sombra fazem pouca diferença para minhas explorações. Essa ordem rememorada segue um padrão em minha mente, que retém a forma e a divisão da biblioteca, assim como um astrônomo conecta por meio de padrões narrativos os pontos das estrelas [...]. (MANGUEL, 2006, p. 161) Se, como afirma o autor, a biblioteca física, a virtual/eletrônica e a memorizada refletisse a identidade individual e social, ou seja, “Somos o que lemos, ou o que já lemos” (MANGUEL, 2014), como não pensar a poetisa a partir de suas leituras, de seu modo de colecionar, selecionar os livros e fazer seus pactos de leituras. Sentiria ela a “obsessão de um bibliófilo”? Expressão cunhada por José Mindlin (2008, p. 15) ao dizer que: “O livro exerce uma atração multiforme, que vai muito além da leitura, embora esta seja um ponto de partida fundamental”. Teria, a poetisa, lido todos aqueles livros? Comungava ela com a ilusão do bibliófilo? “Em primeiro lugar, existe sempre a ilusão de que se vai conseguir ler mais do que na realidade se consegue”. (MINDLIN, 2008, p. 15). Seria possível responder a essas perguntas? Evidentemente, para se alcançar as respostas a esses questionamentos, era necessário considerar o fato de que a biblioteca, tal como eu a observava na ocasião de minha visita ao museu, é resultado de uma estruturação post mortem, considerando que este espaço de preservação e memória foi inaugurado em 20 de agosto de 198926, pouco mais de quatro anos após a morte da poetisa e, portanto, os livros haviam sidos organizados para serem expostos ao público. Concebendo que há algo de arbitrário na organização de uma biblioteca, especialmente, a biblioteca particular, pois esta “[...] tem a 26 Data comemorativa dos 100 anos de nascimento de Cora Coralina. 35 vantagem de permitir classificações caprichosas e altamente pessoais. [e] Por vezes, a classificação antecede a ordenação material”. (MANGUEL, 2006, p. 42-43), comecei a vislumbrar a possibilidade de, como um arconte que, para Derrida (2001), seria a um só tempo guardião e intérprete do arquivo, inserir os livros no “[...] suave tédio da ordem [...]” que ainda não os envolviam. (BENJAMIN, 1987, p. 227). Assim, passei a refletir sobre a possibilidade de organizar, classificar e catalogar o acervo bibliográfico registrando dados físicos como: os títulos, os autores, as datas, as edições, os assuntos e, especialmente, as particularidades em notas27. Ou seja, vestígios que permitissem trazer à tona fragmentos biografemáticos de ordem textual, encontrados em erupções artísticas que, acredito, podem ser de grande valia para os pesquisadores e amantes da obra de Cora Coralina. E foi diante de tamanho tesouro, raro, que o olhar de bibliotecária, mestra e doutoranda em literatura não se esquivou e, por aproximadamente três meses consecutivos, trabalhei, inventariei, li, analisei, pesquisei e conversei com as pessoas que conheceram e conviveram com a poetisa, no intuito de reunir subsídios, buscar as chaves que permitissem abrir portais no espaço biográfico, para apontar alguns biografemas da poetisa, pois conforme Costa (2010, p. 29): Trata-se de um outro tratamento para aquilo que a cultura nos oferece acerca do autor (através dos livros, fotos, manuscritos, filmes, entrevistas, documentos, etc.): a relação biografemática faz uso deste material, porém toma-o como um compósito de signos soltos, prontos para pontilharem outros rostos, culminando em novos jogos de mentiras e verdades. Nesse aspecto subjetivo, faço recortes intuitivos que não obedecem a uma cronologia fixa, pois assim como os traços biografemáticos, estes, foram recolhidos em fragmentos repletos de significações existentes no factual de uma ordem caótica. À vista disso, estabeleço uma dupla proposta de estudo, no qual pretendo, de um lado, apresentar o catálogo, devidamente organizado e sistematizado conforme os preceitos 27 Ao analisar cuidadosamente os volumes examinando os eventuais resíduos presentes no arquivo literário, foram registradas, em “notas”, a presença ou não desses fragmentos, como por exemplo, a presença de dedicatórias, algumas mensagens manuscritas e anotações diversas, registros de práticas de leituras. 36 biblioteconômicos, com a transcrição exata dos conteúdos das folhas de rosto e a descrição sobre as particularidades encontradas em alguns livros e revistas e, por outro lado, buscar, a partir de uma leitura biografemática, trazer à tona, marcas individualizantes dispersas em pormenores observados, ora nos objetos estudados no acervo catalogado, ora nas tessituras das associações de experiências e memórias presentes na escritura de Cora Coralina. Antes de iniciar qualquer reflexão sobre o processo que envolve a catalogação de arquivos pessoais de escritores e dos documentos literários que saem dos arquivos, como apontado por Hay (2003, p. 68) como sendo resultantes do momento em que o “[...] culto ao grande escritor surgiu no imaginário coletivo”, cabe esclarecer o uso terminológico dos termos arquivar e desarquivar, e como estes são pensados e usados nesta pesquisa. Comumente, a palavra arquivar significa, dentre outras acepções, recolher e classificar em arquivo, guardar, fixar na memória; já a palavra desarquivar designa trazer de volta à tona, tirar do esquecimento; pôr de novo em prática; ressuscitar. Ainda é possível pensar que, enquanto verbetes, arquivar e desarquivar, possuem respectivamente os significados de guardar (documento, informação em qualquer formato) em arquivo, reter na memória e; trazer do esquecimento, trazer de volta à atualidade, recordar, relembrar. Nesta pesquisa, estou considerando (des)arquivar a ação de trazer à tona parte do espólio da escritora Cora Coralina, ou seja, tirar do “esquecimento”, recolhendo do estado de dormência sua biblioteca, guardando-a na memória por meio da catalogação e, porque não, conduzindo à atualidade suas leituras, reminiscências, anotações, objetos e dedicatórias que podem se constituir em biografemas. Isto significa revisitar o passado para dar visibilidade à biblioteca de Cora Coralina, inventariar e disponibilizar em forma de catálogo os títulos que compõem parte do seu acervo pessoal, descortinando, com isso, um autêntico repertório de fontes, inspirações e leituras da poetisa. Ao manusear o acervo, esperava encontrar (e encontrei!), nas centenas de páginas impressas, rastros de sua leitura, resíduos marginais, parentéticos, adendos, rasuras, pós-escritos e comentários em prosa e verso. Subsídios para atender/responder a hipótese suscitada pela expectativa de arquivar e desarquivar biografemas, a partir da biblioteca de Cora Coralina. Antes de realizar a pesquisa de campo, estimava-se que a sua biblioteca seria composta por aproximadamente 300 títulos que, como citado antes, se encontram albergados no Museu Casa de Cora Coralina. Número equivocado e subestimado por mim e pela professora da Universidade Estadual de Goiás, a Sra. Marlene Vellasco, curadora e 37 diretora responsável pelo museu, que muito colaborou com esta pesquisa, especialmente concedendo autorização para livre acesso à biblioteca, bem como, auxiliando na construção detalhada do plano de trabalho da pesquisa de campo, no esclarecimento de alguns pontos lacunares da pesquisa e na disponibilização de material documental adicional sobre a vida e obra da poetisa. Após o trabalho de catalogação dos títulos verifiquei que, na verdade, a biblioteca possui 912 títulos entre livros e periódicos e 978 exemplares28. Em toda produção de pesquisa acadêmica é preciso estabelecer recortes e delimitar objetos de estudo, portanto, a metodologia do modus operandi da presente pesquisa é composta por duas partes específicas. A primeira compreende o levantamento dos títulos que compõem a biblioteca particular da poetisa. Acervo devidamente tratado e catalogado de acordo com o Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2) usado para a descrição bibliográfica e a Classificação Decimal Universal (CDU)29 para atribuição do assunto. Todos os dados foram transpostos para o sistema eletrônico gerenciador de biblioteca, o Personal Home Library – PHL30. O PHL é um sistema gratuito desenvolvido como alternativa moderna e eficiente para atender as necessidades de organização de um acervo. Todos esses procedimentos serviram de aporte para a segunda etapa da pesquisa que compreende a análise rigorosa dos resíduos encontrados, haja visto que me proponho a conjugar a assimilação de biografemas com a descrição detalhada dos objetos analisados (apresentação do catálogo), identificando as obras lidas e colecionadas pela escritora e, a partir dessa identificação, traçar paralelos com os fragmentos, os pormenores e os puncta31 que, de certo modo, estabelecem conexão entre a história e a memória. O termo punctum é usado por Roland Barthes em A câmara clara: nota sobre fotografia (1984) para designar pontos sensíveis, marcas que pungem e será 28 Esse número refere-se aos exemplares que pertencem ao acervo do Museu Casa de Cora Coralina. Existem relatos que o número de obras seria maior, pois, na ocasião da morte da poetisa, seus familiares recolheram para si, alguns títulos. 29 Utilizou-se a tabela da Classificação Decimal Universal (CDU) disponível online no seguinte endereço: <http://www.udcc.org/udcsummary/php/index.php?lang=23>. Ressalto que esta versão online da tabela está em formato reduzido em comparação a versão impressa. Este fato não comprometeu a catalogação do acervo, pois não havia a necessidade de um maior desmembramento dos assuntos. 30 Maiores informações em: http://www.elysio.com.br/. 31 Puncta é o plural de punctum. 38 novamente abordado no capítulo 3 – “Dos biografemas na poesia: fragmentos de memória na obra de Cora Coralina”. A exibição dos resultados da pesquisa de campo, realizada na biblioteca particular de Cora Coralina, localizada na casa-museu, é concomitantemente apresentada com as análises conceituais, conjugandoos às reflexões teóricas e às apresentações dos traços biografemáticos no decorrer dos capítulos. Estabelece-se, no entanto, um fio condutor no processo de argumentação teórica e expositiva, com eixos fundamentais voltados aos estudos da memória, história, subjetividade, com ênfase nos biografemas, nas teorias da escrita de si e a arte do colecionismo. Ressalto a presença de imagens fotográficas, de modo intencional, no decorrer de toda a tese e, notadamente, nas aberturas dos capítulos. Em sua maioria são imagens capturadas por mim, durante o período em que estive trabalhando com o acervo no museu e, sobre o qual, mantive a curiosidade natural de pesquisadora, mas que, também, em alguns momentos, ainda que em minha terra natal, prevaleceu um olhar particular, observador sobre a cidade e o museu, o olhar do turista; as outras imagens presenciadas na pesquisa foram disponibilizadas pela equipe do museu no decorrer de minha estadia na cidade de Goiás. São registros fotográficos emblemáticos que atestam a memória do operator, para usar o termo proposto por Roland Barthes (1984) ao designar o fotógrafo, e revelam, em alguns casos, pontos de sensibilidade em detalhes suplementares, o punctum. Estas imagens possuem o objetivo de traduzir, de maneira denotativa e referencial, os dados do real, da experiência vivida e, de forma conotativa, servem para revisitar e recompor os aspectos culturais e históricos presentes na mensagem fotográfica. Assim, a tese está estruturada em conformidade com os seguintes tópicos: esta introdução dedicada à exposição do corpus da pesquisa, o encontro com as motivações, as hipóteses suscitadas, os objetivos traçados e a apresentação metodológica do modus operandi. A seguir, no capítulo 2 “Das vozes: Fortuna Crítica”, dentro da proposta do conceito ampliado de biblioteca, já anunciado anteriormente, apresento uma revisão e a atualização da fortuna crítica da escritora, demonstrando circunstancialmente como a poetisa está representada na academia, justificando, com isso, o ineditismo e a consequente realização da pesquisa. Para isso, parto do estudo realizado pela professora Darcy França Denófrio (2006) intitulado “Uma fortuna quase completa”, no qual a professora objetivou, em suas palavras, poupar o pesquisador do caminho já trilhado por outros. O levantamento realizado por ela incluiu teses, dissertações, livros, capítulos de livros, antologias, dicionários, revistas, prefácios, orelhas, entrevistas e matérias de jornais. Dentro desse 39 universo bio/bibliográfico, resolvi fazer um recorte optando por atualizar o material produzido no âmbito restrito ao universo acadêmico de instituições nacionais e internacionais, ou seja, priorizei a pesquisa dos trabalhos de pós-graduação convertidos em teses e dissertações não incluindo ao corpus do capítulo os demais tipos de materiais bibliográficos. Além disso, como uma proposta de contextualização cultural e histórica, o capítulo traz, como subcapítulo, uma rápida crônica da vida literária em Goiás no decorrer do século XX. Essa crônica abordou o panorama do cenário da literatura realizada à época no interior do Brasil, com os principais nomes e a inserção dos preponderantes acontecimentos como a criação da Academia de Letras de Goiás, os movimentos intelectuais, as publicações de livros e periódicos, as iniciativas tal como a criação do jornal literário A Rosa no qual Cora Coralina atuou como redatora. Esse subcapítulo é indispensável como um apanhado geral da historicidade para se compreender o palco literário presenciado e vivido por Cora Coralina e, sobretudo, como a articulação dos fatores e elementos expostos na crônica foram elementares na construção dos pactos de leituras, das redes de relações que serão abordadas nos capítulos subsequentes. No capítulo 3, intitulado “Dos biografemas na poesia – fragmentos de memória na obra de Cora Coralina”, discorro acerca das teorias da memória e a noção de biografema proposta por Roland Barthes (1978, 1984, 2003) e retomada por outros autores que a utilizam em seus estudos, buscando explicar e compreender o autor francês. Os argumentos teóricos desenvolvidos no capítulo tencionam dissipar os equívocos existentes entre os conceitos de biografia, autobiografia e biografema, estabelecendo um vínculo entre os resíduos memorialísticos pensados enquanto autobiografia material proposto por Miguel Sanches Neto (2011) e a leitura biografemática, percebendo estes conceitos como pertencentes ao espaço biográfico, tal como verificado por Leonor Arfuch (2010). Além disso, o capítulo se propõe a desvelar o imaginário da linguagem ao percorrer a poética de Cora Coralina em busca de descodificar os biografemas que se estabelecem no diálogo entre escritor e escritura, pois, para Perrone-Moisés (1983, p. 56) “A escritura é poesia, no sentido moderno do termo: [...] aquele discurso que não exprime um sujeito, mas o coloca em processo”. As análises biografemáticas, nesse capítulo, são divididas em três partes: a primeira “Poesia da culinária: Oração do milho”, a segunda “Poesia do eu: Vintém de cobre” e a terceira “Poesia do resíduo: Casa velha da ponte, Prato Azul-Pombinho”, nas quais busco, ainda que sem aspirações de completude, decifrar as principais linhas que 40 indicam e aproximam a essência poética da poetisa. O fato de centrar meu olhar nessas abordagens poéticas que envolvem a culinária, a escrita de si e os resíduos, resulta do entendimento de que são temas emblemáticos e representativos da poesia de Cora Coralina. As explorações dos poemas selecionados às essas temáticas levaram-me a uma investigação dos traços biografemáticos possíveis de serem identificados nos versos escolhidos de Cora Coralina. Os fragmentos perceptíveis na escritura de Cora Coralina, ou seja, as anamneses factícias selecionadas por mim, enquanto biografóloga, implicam no conhecimento aprofundado da obra da autora. Esse conhecimento me permite perceber, no contorno de sua escritura, a presença marcante dos biografemas ligados à noção de simplicidade, modéstia e humildade, implícitos nos gestos culinários, na religiosidade, na escrita de si, no autodidatismo, na infância, na identificação com sua terra e sua gente, nas reminiscências exibidas e evidenciadas nos poemas “Oração do milho”, “Prato Azul-Pombinho” e em versos constantes no livro “Vintém de cobre: meias confissões de Aninha”. Ao escrever este capítulo utilizei como aporte teórico nomes como: Jacques Le Goff (1990), Michael Pollak (1989, 1992) e seus estudos sobre a memória, Alberto Manguel (2001, 2006) e a sua percepção de biblioteca, Philippe Lejeune (2008) e o pacto autobiográfico e, as referências de Walter Benjamin (1985, 2011) no tocante ao conceito de experiência e a arte de colecionar. Ademais, estes autores dialogam com outros pesquisadores que corroboraram fornecendo subsídios intelectuais para o estudo, a partir de estudos disponíveis em teses, dissertações e artigos de periódicos. O capítulo 4 intitulado “Do catálogo e dos atos”, destinou-se à apresentação dos resultados da pesquisa de campo realizada na biblioteca particular de Cora Coralina. Para tal, definiu-se juntamente com a direção da casa-museu, as principais estratégias para o trabalho de catalogação, alinhando-as aos anseios da pesquisa. Os aspectos intrínsecos resultantes dos procedimentos de construção de um catálogo associado às circunstâncias envoltas aos elementos biografemáticos ajudaram a compor esta biografia descontínua e despossuída de uma ordenação linear comuns às narrativas biográficas, tal como, frequentemente, considerado pelo cânone do gênero. É importante ressaltar que as apresentações dos resultados são ratificadas por imagens fotográficas que reproduzem e atestam o material recuperado durante a pesquisa de campo. Evidentemente, o material exibido deriva das escolhas assumidas por mim, diante da massa documental que integra a pesquisa na biblioteca de Cora Coralina. Os “pormenores concretos” arquivados e desarquivados no trabalho com o acervo bibliográfico revelaram os pactos de leituras 41 captados no manuseio dos livros e as redes de relações estabelecidas pela poetisa no decorrer de sua trajetória literária. Coube a este capítulo decompor os elementos presentes nas imagens, pormenores, textos, estrofes, frases, anotações inéditas propagadas em vínculos afetivos e profissionais, com espaço para se pensar as trocas literárias e sentimentais presentes em algumas dedicatórias de/para Cora Coralina. Posso dizer que a hipótese suscitada nesta tese encontra, no capítulo em questão, as principais respostas para o ato de arquivar e desarquivar biografemas, a partir da biblioteca particular de Cora Coralina. Esses biografemas são encontrados em manifestações de escritas cotidianas e/ou poéticas representadas nas folhas de rosto dos livros, em papéis avulsos, em cartões postais, recortes de jornais e, em documentos complementados pela equipe do museu como algumas cartas e fotografias. Para a exibição do acervo bibliográfico catalogado no ambiente virtual, foram elaborados dois quadros com a compilação dos dados inseridos no software específico. A primeira tabela contém a descrição dos 862 títulos de livros e a segunda os 50 títulos de periódicos, totalizando 912 títulos e 978 exemplares catalogados. Após percorrer estes capítulos, finalizo esta pesquisa, inédita no cenário acadêmico, pois é a primeira que aborda a biblioteca particular de Cora Coralina com vieses na catalogação e todos os procedimentos que envolvem tal atividade (organização e classificação dos títulos e exemplares), mas, sobretudo, pela ênfase e o alargamento das fronteiras ao propor uma análise biografemática da mesma. Assim, consciente do lugar de onde falo como biografóloga e as implicações desse ato sobre o objeto estudado, concluo a tese com a apresentação das “Considerações finais” dedicadas a alinhavar os principais temas explorados no transcorrer dos capítulos, associando-os às revelações das leituras da escritora, intentando, com isso, disponibilizar aos leitores da poetisa e aos pesquisadores de acervos literários, a coleção dos livros dotados de aura biográfica e de fragmentos biografemáticos de Cora Coralina. Após a listagem das referências utilizadas no estudo, trago à guisa de anexo o “Estatuto do Museu Casa de Cora Coralina”, como arremate final, em formato de fonte documental complementar, que ratifica os princípios e objetivos museológicos que vão ao encontro desta tese de doutorado. 43 Figura 2 - Cora Coralina lendo Fonte: Museu Casa de Cora Coralina No livro sobre a mesinha lateral – fulgura o punctum 45 2 DAS VOZES: FORTUNA CRÍTICA Este capítulo é destinado a dar à vista aos estudos acadêmicos que abordam temáticas relacionadas à vida e obra de Cora Coralina. Para dar conta desse propósito, realizei uma investigação, por meio da revisão da fortuna crítica32, do atual lugar de Cora Coralina como objeto de estudo nas Instituições de Ensino Superior (IES). Ao trazer à superfície os trabalhos acadêmicos (teses e dissertações) nacionais e internacionais, busco demonstrar a recepção crítica da obra de Cora Coralina. A abordagem dessa “biblioteca” se faz necessária pelos seguintes motivos: disponibilizar e atualizar as fontes oriundas de produção acadêmica para pesquisadores; demonstrar, de modo reunido, a quantidade e o aumento da elaboração dos textos acadêmicos e como ela ocorre em termos de distribuição territorial; oferecer, ao centro de documentação do museu, uma lista completa para a atualização do acervo e, oportunizar a mim, pesquisadora, a leitura da coletânea e a explanação analítica de alguns trabalhos considerados fundamentais e procedentes para a pesquisa. A revisão tomou como ponto de partida o levantamento realizado pela professora Darcy França Denófrio (2006)33 conferido no capítulo de livro Retirando o véu de Isis: contribuição às pesquisas sobre Cora Coralina. A partir dos documentos apresentados pela professora, estabeleceu-se como critério metodológico para a complementação de sua listagem, em um primeiro momento, uma pesquisa no catálogo das bibliotecas das Universidades Federais Brasileiras34 e, seguidamente, a pesquisa no site da plataforma lattes. Adotou-se o seguinte modelo como estratégia de busca: nas bibliotecas universitárias, usou-se o termo livre “cora coralina” associando-o ao tipo de material (tese e/ou dissertação), ao passo que, na plataforma lattes, a busca foi executada “por assunto” e 32 Conforme dito na apresentação, foram analisados como parte da fortuna crítica da poetisa, os documentos acadêmicos no formato de teses e dissertações, não contemplando, nesse caso, trabalhos de conclusão de curso, artigos científicos e comunicações de anais de congresso. 33 Capítulo publicado no livro Cora Coralina: celebração da volta (2006) organizado pelas professoras Darcy França Denófrio e Goiandira Ortiz de Camargo em homenagem aos 50 anos do retorno da poetisa a sua terra natal, Goiás. 34 Conforme informação encontrada no site do Ministério da Educação <http://portal.mec.gov.br/index.php>, atualmente são 63 Universidades Federais Brasileiras. 46 selecionado “doutores”. Na plataforma lattes foram recuperados 180 currículos que continham as palavras “cora” e/ou “coralina”. Todos os currículos foram analisados e o resultado final do levantamento foi ampliado com o acréscimo de trabalhos defendidos em Instituições de Ensino Superior estaduais e particulares no âmbito nacional e internacional. Além disso, com a pesquisa na plataforma lattes surgiram alguns documentos defendidos em 2014 e que, até a data da pesquisa, não estavam disponíveis nos catálogos das bibliotecas das Universidades Federais Brasileiras. Nesse caso, especificamente, houve certa dificuldade em se ter o acesso aos resumos, palavras-chave e o texto completo, o que, em alguns casos, resultou no envio de e-mail aos autores solicitando estas informações. Ao final reuniu-se 35 materiais (26 dissertações e 9 teses35) frutos de produção acadêmica do período de 1990 a 2014 e provenientes de 16 instituições, sendo que 3 internacionais, a saber, Universidade Complutense de Madrid, Universidade de Havana e Universidade de Paris III Sorbonne-Nouvelle. Como Cora Coralina faleceu em 1985 subentende-se que o primeiro trabalho acadêmico de pós-graduação foi defendido 5 anos após sua morte. Coube à professora e atual diretora do Museu Casa de Cora Coralina, Marlene Gomes de Vellasco, principiar os estudos sobre a poetisa. O resultado do levantamento com a atualização da fortuna crítica será encaminhado ao Setor de Pesquisa e Documentação do museu para que seja incorporado à bibliografia existente no local, sobre os documentos relacionados à recepção da obra de Cora Coralina, facilitando, com isso, o acesso dos pesquisadores à massa documental unificada. A seguir serão apresentados os resultados recuperados na pesquisa em formato de referência bibliográfica e, antes de passar para a crônica da vida literária de Goiás, destaquei alguns trabalhos para uma análise particularizada. 2.1 TESES DE DOUTORADO BRITTO, Clóvis Carvalho. A economia simbólica dos acervos literários: itinerários de Cora Coralina, Hilda Hilst e Ana Cristina César. 2011. 364 f. Tese (Doutorado) - Curso de Sociologia, Instituto de Ciências 35 No levantamento da professora Darcy Denófrio constam 21 trabalhos acadêmicos, sendo 3 teses e 18 dissertações. 47 Sociais, Universidade de Brasília, Brasília, 2011. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10482/9435-->. Acesso em: 14 set. 2014. CAMARGO, Luis Hellmeister. Encurtando o caminho entre texto e ilustração: homenagem a Angela Lago. 2006. 392 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls0003827 60>. Acesso em: 14 set. 2014. DELGADO, Andrea Ferreira. A Invenção de Cora Coralina na batalha das memorias. 2003. 508 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade de Campinas, Campinas, 2003. Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls0002898 76>. Acesso em: 14 set. 2014. DIAS, Paula Pinho. Representações textuais-discursivas na construção do mito de Cora Coralina. 248 f. Tese (doutorado) – Departamento de Língua Portuguesa. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2013. Disponível em: < http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=15 746>. Acesso em: 14 set. 2014. FREITAS, Consuelo Brito de. El discurso poético y las condiciones de su produccion: uma lectura comparada de la poesia de Rosalia de Castro y Cora Coralina. 575 f. Tese (doutorado) – Departamento de Filologia Românica Eslava e Linguistica Geral, Universidade Complutense de Madri, Madri, 2004. Disponível em: <http://biblioteca.ucm.es/tesis/fll/ucm-t27646.pdf>. Acesso em: 16 set. 2014. MORAIS, Mara Rúbia de Souza Rodrigues. A trama discursiva de si, entre o estético e o ordinário: identidade e diferença nos fios da memória. 212 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista de Ciências e Letras de Araraquara, Araraquara, 2010. REIS, Claudia Barbosa. A literatura no museu. 213 f. Tese (doutorado) – Departamento de letras do centro de teologia e ciências humanas da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012. 48 Disponível em: <http://www2.dbd.pucrio.br/pergamum/tesesabertas/0912688_2012_completo.pdf>. Acesso em: 20 set. 2014. SACRAMENTO, Adriana Rodrigues. A culinária de sentidos: corpo e memória na literatura contemporânea. 2009. xi, 246 f. Tese (doutorado) Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Brasília, 2009. Disponível em: <http://repositorio.unb.br/handle/10482/4926>. Acesso em: 20 set. 2014. SILVA, Olívia Aparecida. Labirintos da memória: o pulsar de vida na poética de Cora Coralina. 2005. 174 f. Tese (Doutorado) – Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Universidade de Brasília, Brasília, 2005. 2.2 DISSERTAÇÕES DE MESTRADO ANJOS, José Humberto Rodrigues dos. Na minha vida, a vida mera da Cora Coralina, Modernismo, Representação, Outro 113 obscuras: as representações do Eu e de outros espaços em Poemas dos becos de Goiás e estórias mais, de Cora Coralina. 71 f. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal de Goiás, Catalão, 2013. Disponível em: <http://mestrado_letras.catalao.ufg.br/up/570/o/NA_MINHA_VIDA__ A_VIDA_MERA_DAS_OBSCURAS_AS_REPRESENTA%C3%87% C3%95ES_DO_EU_E_DE_OUTROS_ESPA%C3%87OS_EM_POEM AS_DOS_BECOS_DE_GOI%C3%81S_E_EST%C3%93RIAS_MAIS_ _DE_CORA_CORALINA.pdf>. Acesso em: 22 set. 2014. BRITTO, Clóvis Carvalho. "Sou paranaíba pra cá": literatura e sociedade em Cora Coralina. 190 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de sociologia. Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2006. Disponível em: <http://pos-sociologia.cienciassociais.ufg.br/up/109/o/CLOVIS.pdf.> Acesso em: 05 set. 2014. CURADO, Bento Araújo Jayme Fleury. Sopro em Brasas dormentes: inventário das precursoras da literatura em Goiás. 136 f. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Letras, Goiânia, 2003. DIAS, Paula Pinho. Sociedade, cognição e discurso: desvendando Cora Coralina. 2008. 301 f. Dissertação (Mestrado) – 49 Departamento de Língua Portuguesa, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2008. Disponível em: <http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=77 76>. Acesso em: 18 set. 2014. ESMERALDO, Moema de Souza. 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Disponível em: <http://www.cesjf.br/index.php/mestradoem-letras-dissertacoes/2014/345--157>. Acesso em: 18 set. 2014. Diante deste levantamento, fica evidente a diversidade de temas abordados nas pesquisas que envolvem a poética de Cora Coralina, dentre eles, destaquei alguns trabalhos, como, por exemplo, as teses de Andrea Ferreira Delgado (2003), Clovis Carvalho Britto (2011) e Claudia Barbosa Reis (2012), além das dissertações de Marlene Gomes Vellasco (1990) e Maria Ivone Souza de Melo (2014) para serem melhor apuradas, buscando refletir sobre a pergunta feita pela poetisa nos versos do poema “A gleba me transfigura” publicado no livro Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1984). Perguntou Cora Coralina: “Onde está Aninha, a inzoneira,/menina do banco das mais atrasadas da escola de Mestra Silvina...” (CORALINA, 1984, p. 108). A resposta: Aninha está presente nesses estudos que extrapolam os limites geográficos, as fronteiras culturais e estabelecem um diálogo interdisciplinar com diferentes áreas. Mas, antes de tudo, Aninha está no coração e na memória das pessoas, fazendo valer o que Cora Coralina pressagiou ao dizer: “[...] Faz de tua vida mesquinha/um poema./E viverás no coração dos jovens/e na memória das gerações que hão de vir.[...]” (CORALINA, 1984, p. 139). Assim, principio meus apontamentos pelo trabalho de Clóvis Carvalho Britto (2011) que tem como horizonte temático, a partir da definição de uma sociologia dos/nos acervos literários, as trajetórias e estratégias mobilizadas por Cora Coralina, Hilda Hilst e Ana Cristina César para suas inserções e reconhecimentos no campo literário brasileiro ao longo do século XX. Para tal feito, Britto (2011) reconstrói as trajetórias dessas escritoras assentando seus argumentos nos seus acervos pessoais, esboçando, assim, uma sociologia da vida literária. Acervos estes, que, conforme o pesquisador, possuem o propósito de perpetuarem a imagem e a obra das escritoras. Assim, o pesquisador inicia seu estudo refletindo sobre a acumulação documental (constituição, organização e interferências), considerando os jogos de poder envolvidos nesses procedimentos. Sua tese possui um capítulo dedicado à Cora Coralina, no qual é enfatizado algumas particularidades da poetisa, tais como: o autodidatismo, a publicação tardia, a vida fora dos grandes centros culturais, o preconceito em razão de sua idade, a precária condição econômica, a sua poética voltada àqueles tradicionalmente 53 marginalizados e, portanto, silenciados. Num segundo momento, sua pesquisa dedica-se a analisar os registros documentais, confrontando-os com a trajetória no campo literário de cada autora. Após essa etapa, o autor busca aproximar os diferentes acervos observando questões voltadas à gestão documental após a morte das escritoras e a relação com a manutenção dos agentes e instituições envolvidas. Oportunamente, Britto (2011) ressalta a luta das autoras em torno das possibilidades de expressão e legitimação literárias e o fato de ser crescente o interesse de novos leitores e críticos por suas obras. A tese de Claudia Barbosa Reis (2012) estuda como se dá a gestão de museus de literatura e possui a orientação do poeta e crítico literário goiano Gilberto Mendonça Teles. Com um olhar aguçado acerca do Museu Casa de Cora Coralina, a autora afirma que este não consegue ultrapassar a superficialidade da vida e a obra da poetisa e, portanto, opta por sustentar o mito. A pesquisadora Claudia Reis atuou como museóloga de 1976 a 2013 na Fundação Casa de Rui Barbosa e ampara seus argumentos na análise dos elementos teóricos que alicerçam a leitura museológica de obras literárias e de seus autores. Nesse percurso, evidencia que a memória de Cora vem sendo encolhida por uma visão museal equivocada. Afirma a autora que: “ O estudo da obra de Cora e a veracidade das informações biográficas é que deveriam fundamentar a museografia. Mas não é isso que se vê”. (REIS, 2012, p. 164). A autora salienta a investigação de Andrea Delgado (2003) (que será analisada a seguir), que aborda a questão da Mulher-Monumento e considera predominante a falta de elementos concretos e de fortuna crítica para uma total compreensão da expressão poética de Cora. Em tom igualmente provocador, a autora questiona o fato de que, no imaginário da cultura social, a instituição museu significa uma espécie de guarda-chuva que abriga todo tipo de coleção, mas que, na sua opinião, não é bem assim, pois, na verdade, trata-se de um desconhecimento do que verdadeiramente converte-se um museu – um espaço dedicado à preservação e estudo. Finaliza seu estudo atestando que a literatura entra no museu como um bem intangível a ser preservado, difundido e convertido em memória. Outra pesquisa que merece um detalhamento mais elaborado é a que investiga a invenção de Cora Coralina como Mulher-Monumento. Nesse estudo, Andrea Ferreira Delgado (2003) analisa os discursos, os agentes e as instituições que disputam a produção do que ela chamou de “biografia hegemônica”, ou seja, o conjunto da autobiografia tecida por Cora Coralina, a biografia romanceada escrita pela filha da poetisa e a 54 memória subterrânea engendrada em Goiás. O trabalho investiga as teias discursivas que promovem a poetisa como Mulher-Monumento36 e a evidencia como “[...] artesã e guardiã da memória, socialmente investida do poder de evocar, testemunhar e eternizar o passado. Processo que constitui umas das estratégias da instituição da cidade de Goiás como histórica e turística”. (DELGADO, 2003, p. 5). Estruturada em cinco capítulos, a tese de Andrea Delgado (2003), sumariamente, apresenta a construção da memória oficial por meio da Associação Casa de Cora Coralina, que promove reiteradamente homenagens e eventos dedicados à poetisa, trabalhando os temas específicos que se relacionam à velhice a favor da construção do monumento, explorando a visibilidade da mídia ao aludir sobre a questão da doceira-poeta e o modo como é validado a monumentalização conferido pelo poder atribuído à Cora na transmissão de experiências. Adiante, investiga as estratégias, os esforços da escritora em formatar o passado e instaurar uma versão da sua vida imbricando os dados autobiográficos com a cidade de Goiás e analisa as criações discursivas biográficas que envolvem as duas principais guardiãs da memória de Cora, são elas: Vicência Bretas Tahan e Marlene Vellasco, respectivamente filha da poetisa e diretora do museu Casa de Cora Coralina. Para a pesquisadora, a exposição museológica com foco nas coleções verbais, materiais e iconográficas revelam o discurso biográfico oficial instituído pelo Museu. Nesse sentido, os objetos materiais disponibilizados no museu, como por exemplo, os tachos de cobre, os painéis com os poemas, os pertences do quarto, exercem um papel de rememoração dos marcos biográficos. Ao final, afirma que esses marcos biográficos são explorados pelos guias turísticos e pela mídia impressa e audiovisual, fatos que articulam a ligação da poetisa com a cidade de Goiás. Na esteira das leituras dos textos acadêmicos sobre Cora Coralina, o trabalho de Marlene Gomes de Vellasco (1990) se destaca por ser a primeira dissertação publicada após a morte da escritora. O estudo analisa as peculiaridades da poética de Cora, observando sua configuração telúrica e alquímica, a multiplicidade de eus (metafísico, social, telúrico e da infância) e a reconstrução poética do ser além do tempo. Para além 36 Este tema explorado por Delgado (2003), apesar de não ser o foco desta tese, é considerado como fundamental para se pensar as questões sobre a memória e seus usos, especialmente, diante da atual tendência de exploração da musealização do passado. 55 do estudo em si, a dissertação apresenta a transcrição de uma entrevista/depoimento realizado pela pesquisadora com a poetisa. Nessa entrevista é possível conhecer as faces de Cora Coralina, seu ímpeto pela escritura, o amor pela terra, pelo trabalho, as suas dificuldades e limitações impostas e a eterna busca pelo Vintém de cobre que tanto marcou sua infância. Para finalizar esta exposição analítica de alguns trabalhos acadêmicos, ressalto que, Maria Ivone Souza de Melo (2014) toca em questões relacionadas à formação da poetisa como leitora. A pesquisa teve motivação nos versos autobiográficos de Cora Coralina que se descrevia como uma criança “obtusa”, que sentava no “banco das atrasadas” na escola da Mestra Silvina. O desejo de entender a relação do sujeito aprendiz e a sua constituição como leitor guiou a elaboração da dissertação, cujo foco de análise são as passagens presentes na primeira edição do livro Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1983). Maria Melo (2014) aborda as temáticas da escrita de si, memória/esquecimento e autodidatismo mesclando-as com passagens de alguns poemas escolhidos para análise. Assim, as leituras infantis, o apreço pelo dicionário, a leitura familiar, a escola primária, os castigos corporais são usados como exemplos atuantes na formação da poetisa/leitora. Destaca, inclusive, o papel do professor como mediador na transposição de dificuldades escolares, fato evidenciado na poesia de Cora, especialmente, na figura da mestra Silvina. Nesse trabalho há interessantes comentários que, de algum modo, inevitavelmente, coadunam com o projeto apresentado nesta tese. Entretanto, apesar de possuírem alguns pontos convergentes, o que, sobremaneira, as divergem, é o fato desta tese ser o primeiro estudo que se propõe a refletir sobre a biblioteca pessoal de Cora Coralina, tomandoa como um espaço autobiográfico numa perspectiva material e, portanto, passível de apresentar rastros e resíduos que, por sua vez, são fontes potenciais de fragmentos biografemáticos. Deste modo, para além de discorrer sobre a fortuna crítica atualizada e revelar como ocorre a recepção do nome e da obra de Cora Coralina, acredito ser fundamental para a integridade deste capítulo, apresentar o panorama da vida literária goiana, ainda que por meio de uma sucinta digressão, pois o interesse acadêmico pela obra de Cora Coralina revelado nessa pesquisa se justifica por uma trajetória de vida de 95 anos de história e memória de uma mulher que disse “Geração ponte, eu fui, posso contar” (CORALINA, 1984, p. 44) e que marcou em sua obra os rituais de uma sociedade com a representação do passado. Assim, a 56 crônica traz os principais nomes da literatura goiana do século XX, período no qual, a poetisa está inserida. 2.3 DA VIDA LITERÁRIA DE GOIÁS: CRÔNICA No início do século XX, a capital do Estado de Goiás era a cidade de Goiás, terra natal de Cora Coralina. Nessa época fatos importantes enriqueceram a vida literária goiana. De 1900 até 1930 existiu uma grande produção literária, especialmente voltada à poesia e ao jornalismo. A literatura refletia um tardio romantismo, ao tempo que, nacionalmente, já se fazia o movimento modernista. Pode-se dizer que, à época, predominavam as poesias de serestas, sentimentais e românticas. Jubé (1978) ressalta que, nesse período, havia uma mescla estilística entre o romantismo, parnasianismo e o simbolismo. O distanciamento temporal dos movimentos literários pode ser explicado por fatores de ordem econômica e política, bem como, pelo reflexo do distanciamento dos grandes centros urbanos, especialmente, Rio de Janeiro e São Paulo. Algumas iniciativas merecem destaque como a criação do jornal literário A Rosa37 fundado em 1907 com a atuação de quatro redatoras, a saber: Rosa Godinho, Alice Santana, Lambertina Póvoa e Luzia de Oliveira. Posteriormente, as duas últimas redatoras foram substituídas por Cora Coralina e Leodegária de Jesus. Impresso em papel róseo e com três edições mensais, o jornal recebia contribuições de importantes colaboradores que, juntamente com seus dirigentes, ofereciam bailes à 37 Interessante destacar que na recente publicação Imprensa feminina e feminista no Brasil: Século XIX, dicionário ilustrado (2016) escrito pela professora Constância Lima Duarte é apresentado 143 títulos de revistas e jornais femininos e feministas que circularam no país no decorrer do século XIX. Nesse volume aparecem dois títulos homônimos de revistas que antecederam a criação do jornal literário goiano A Rosa (1907). Trata-se de publicações oriundas do Rio de Janeiro (1883) e de Recife (1890-1893). O primeiro dizia-se ser um “Jornal Crítico, Literário e Recreativo” e circulou mensalmente a partir de abril de 1883, tendo como redatores Pedro Magalhães e G. Vilaça; o segundo definia-se como “Periódico Crítico e Científico” circulando de outubro de 1890 a junho (ou dezembro, pois há uma dúvida em relação à data) de 1893. Este último possuía periodicidade indeterminada e sua redatora foi Pórcia Constância de Mello. A professora Constância Lima Duarte, na introdução do dicionário ilustrado, afirma que o segundo volume com cerca de 300 títulos de periódicos está em fase de preparo e tratará dos jornais e revistas do século XX. Acredita-se que o jornal A Rosa (1907) estará contido entre os títulos do segundo volume. 57 sociedade goiana, nos quais as mulheres compareciam vestidas de cor de rosa e só falavam francês38. Igualmente merecedora de destaque foi a iniciativa de Eurídice Natal e Silva que, no final de sua adolescência, conclamou alguns intelectuais a fundar a Academia de Goiás (1904-1908) e tornando-se, com isso, a primeira mulher a presidir uma academia de letras no Brasil. Brito Broca (1975) destaca que: Enquanto a Academia Brasileira, fiel ao modelo francês, fechava as portas às mulheres, a modesta congênere de Goiás, não só admitia mulher como a elegia, por aclamação, presidente do cenáculo, cabendo as funções de secretário perpétuo ao poeta Joaquim Bonifácio. A instalação da Academia e a posse da diretoria efetuaram-se, cabendo à presidente fazer o elogio de Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera. Finda a sessão solene, seguiuse um grande baile oferecido pelos acadêmicos à senhorita Eurídice Natal. (BROCA, 1975, p. 57) Além dos bailes e serestas, a vida literária goiana era impulsionada pelos encontros no Clube Literário Goiano, cuja sede era o Sobrado dos Vieiras. Cora Coralina registrou no poema “Velho sobrado”, publicado em seu primeiro livro, o movimento literário, conforme excerto abaixo: [...] O Passado... O salão da frente recende a cravo. Um grupo de gente moça se reúne ali. “Clube Literário Goiano” Rosa Godinho. Luzia de Oliveira. Leodegária de Jesus, a presidência. 38 Brito Broca salienta a forte influência de Paris na vida literária nacional no início do século XX. “[...] não seria de admirar que vivêssemos, vestíssemos e escrevêssemos pelas receitas parisienses, se era bem poderosa igualmente a sugestão de Paris sobre o mundo europeu e ocidental nessa época, tornando-se o centro de atração da humanidade, o maior empório de prazer do planeta”. (BROCA, 1975, p. 91) 58 Nós, gente menor, sentadas, convencidas, formais. Respondendo à chamada. Ouvindo atentas a leitura da ata. Pedindo a palavra. Levantando ideias geniais. Encerrada a sessão com seriedade, passávamos à tertúlia. O velho harmônio, uma flauta, um bandolim. Músicas antigas. Recitativos. Declamavam-se monólogos. Dialogávamos em rimas e risos. [...] (CORALINA, 2006, p. 87-88, grifo da autora). Nessa mesma época foram publicados importantes livros como, por exemplo, Coroa de Lírios (1906) de Leodegária de Jesus, Violetas (1904) e Lilazes (1913) de Luís do Couto, Iluminuras (1913) de Érico Curado e Ontem (1927) de Leo Lynce. Este último sendo considerado pelos críticos, como o escritor precursor do Modernismo em Goiás. A respeito do reconhecido poeta Luís do Couto, cabe ressaltar o parentesco deste com Cora Coralina. Eram primos e, por vezes, os seus familiares insinuavam que era o primo quem escrevia os textos da poetisa. Porém, naquela época, Cora ainda não escrevia poesia, apenas texto em prosa e as calúnias a deixava sobremaneira descontente. O descontentamento a aborrecia muito, ao ponto de registrá-lo nos versos do poema “Menina mal amada”, publicado no livro Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1984): [...] Sempre sozinha, crescendo devagar, menina inzoneira, buliçosa, malina. Escola difícil. Dificuldade de aprender. Fui vencendo. Afinal menina moça, depois adolescente. Meus pruridos literários, os primeiros escritinhos, sempre rejeitada. Não, ela não. Menina atrasada da escola da mestra Silvina... Alguém escreve pra ela... Luís do Couto, o primo. Assim fui negada, pedrinha rejeitada, até a saída de Luís do Couto para São José do Duro, muito longe, divisa com a Bahia. Ele nomeado, Juiz de Direito. Vamos ver, agora, como faz a Coralina... [...] (CORALINA, 1984, p. 116). 59 A partir de 1930, percebe-se uma fase de transição para a incorporação da estética modernista. Ao lado Leo Lynce, outros nomes, tais como: Americano do Brasil, Joaquim Bonifácio, Primo Vieira e Xavier Júnior chamaram a atenção nessa fase em rota ao modernismo chamada de Proto-Modernismo pelos críticos. Sobre esse momento, Assis Brasil (1997) ressalta que: A essa altura, já podemos falar num ProtoModernismo em Goiás [...] ensombreado ainda pela fase de transição [...]. Temos, assim, Luís do Couto (1888-1948), Cora Coralina (1889-1995). Esta poetisa, embora venha desde 1907, através do semanário a rosa, pode ser remetida aos prémodernistas, não por adesão algo premonitória ao movimento de 1922, mas, talvez, porque preferia escrever prosa, ou alguma coisa na faixa do poemaem-prosa, o que mais tarde, conscientemente, adotaria como feição estética libertária de sua atuação. (BRASIL, 1997, p. 19) É significativo realçar que no período indicado como ProtoModernismo em Goiás, Cora Coralina já morava no Estado de São Paulo e contribuía para o jornal O Democrata de Jaboticabal, mas ainda assim é apontada como integrante dessa transformação literária. A poetisa afirmava que começou a escrever poesia quando esta se libertou da rima e da métrica imposta antes do modernismo. Em verdade, seria a expressão do amadurecimento de sua trajetória no mundo das letras. O surgimento do Modernismo em Goiás ocorre concomitantemente ao fato histórico que mudaria para sempre o destino da cidade – a transferência da capital para a cidade de Goiânia. Nesse cenário em que ocorre o lançamento oficial da nova capital e eclode o Modernismo de 1942, surge a revista Oeste39 (1942-1944). Esta revista exerceu importante função no desenvolvimento cultural e artístico goiano e teve como colaboradores nomes como Bernardo Élis40, Nelly Alves de Para Nepomuceno (2008, p. 1), a revista Oeste “É considerada por alguns a maior expressão escrita do batismo cultural da nova Capital do Estado, por ter realizado o mais completo relato dos acontecimentos iniciais da transferência da Capital da Cidade de Goiás para Goiânia”. 40 Cora Coralina escreveu para a segunda edição do livro “Poemas dos becos de Goiás e estórias mais” publicado em 1978, o poema A enxada, no qual faz uma rápida nota, tal como um subtítulo, dizendo se tratar de uma paráfrase de um 39 60 Almeida e José Godoy Garcia. No último ano da revista foi criada a Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, com a finalidade de encontrar e divulgar obras inéditas de autores goianos na prosa e na poesia. O primeiro ganhador da bolsa foi o escritor Bernardo Élis, o que lhe garantiu a publicação de seu primeiro livro Ermos e Gerais (1944). No contexto nacional, chama a atenção dos escritores goianos (no ano de 1945), a realização do I Congresso Brasileiro de Escritores41. É nesse ano que se estabelece a Geração de 1945, também conhecida como terceira geração modernista, que opera um retorno ao erudito e às formas fixas (rima, soneto) e rechaça o aspecto libertário dos modernistas. Em Goiás, dentro dessa perspectiva, o grupo Os Quinze toma a postura da geração de 1945. Brasil (1997, p. 21) sublinha que “O grupo nasceu em fevereiro de 1956, com reuniões na casa de Regina Lacerda (1919-1992), quando fundaram o jornal Poesia”. O poeta Gilberto Mendonça Teles foi um grande expoente dessa época, trazendo o soneto do esquecimento. Paralelamente a esses “eventos” nos reinos de Goiás, Cora Coralina vivia em terras paulistas, cuidando dos filhos e escrevendo nas horas vagas, porém, recebia pouco estímulo para a publicação de seus versos. Os filhos cresceram, se encaminharam na vida e, então, já viúva, ela sente o chamado das pedras. Este sentimento é percebido, concatenado aos compromissos burocráticos do inventário de sua mãe42, por várias vezes adiado pela poetisa. Assim, em 1956, aos 65 anos, Cora Coralina retorna definitivamente a sua cidade natal. Foi recebida com homenagens conto de Bernardo Élis. Bernardo Élis publicou o conto homônimo no livro “Veranico de janeiro” (1966). Geralda Rosa da Silva (2008) ao fazer um estudo sobre a poetisa Cora Coralina e a tradição literária em Goiás, estabelece uma correlação entre Bernardo Élis e a poetisa. Segundo a pesquisadora, os escritores goianos transferem aos leitores as experiências e sabedorias recorrendo, com frequência, às histórias orais e a linguagem simples. Conforme Silva (2008, p. 76) “Cora Coralina, assim como Bernardo Élis, faz uso das conquistas modernistas, como é o caso do verso e da rima livre e da reconfiguração do herói épico. Além dessas características, também se junta a Bernardo no telurismo, na liricização dos costumes e paisagens locais, mas sem incorrer no precariamente pitoresco”. Ao estudar a biblioteca particular de Cora verifiquei a presença de um exemplar, sem a capa, do livro citado de Bernardo Élis. 41 O I Congresso Brasileiro de Escritores aconteceu na cidade de São Paulo entre os dias 22 e 27 de janeiro de 1945, numa iniciativa da Associação Brasileira de Escritores. Lima (2010) analisa que o evento foi consagrado como um movimento intelectual em favor da democracia e contra o Estado Novo de Getúlio Vargas. O escritor Bernardo Élis é o representante do Estado de Goiás no evento. 42 Jacintha Luiza do Couto Brandão faleceu em 01 de abril de1936. 61 pela Associação Brasileira de Escritores, mas com certa hostilidade por seus conterrâneos que, embora passados 45 anos, exerciam julgamentos morais e de conduta sobre sua pessoa. Na década de 60, surge o Grupo de Escritores Novos (GEN) propondo uma estética contrária a retomada pela Geração de 45. Ou seja, o GEN trazia à tona novamente a postura do verso livre. O GEN foi um divisor de águas para a literatura goiana, recebeu inúmeras críticas, mas saiu-se na vanguarda com adesão de alguns escritores ao Concretismo e a Poesia Práxis. Destacaram-se representativos nomes, a saber: Miguel Jorge, Geraldo Coelho Vaz, Yêda Schmaltz, Luiz Fernando Valladares, Maria Helena Chein, Ciro Palmerston Muniz, Heleno Godoy, para citar alguns. Em 1965, conforme anunciado anteriormente, Cora Coralina publica seu primeiro livro Poemas dos becos de Goiás e estórias mais pela editora José Olympio e recebe a ajuda dos amigos do grupo GEN na sua divulgação. Cora registra sua gratidão aos amigos nos versos do poema “Meu vintém perdido” publicado mais tarde em seu terceiro livro. Registro o fragmento: [...] Leitores e promoção. Meu respeito constante, gratidão pelos jovens. Foram eles, do grupo Gen, cheios de um fogo novo que me promoveram a primeira noite de autógrafos na antiga livraria Oió: Jamais os esquecer. Miguel Jorge, nos seus dezessete anos, namorado firme De Helena Cheim, também escritora e amiga de sempre. Luís Valladares e tantos outros a quem devo Tanta manifestação carinhosa e generosidade. Hercival de Castro, dezessete anos lá se vão corridos. [...] (CORALINA, 1984, p. 62). Cora Coralina também recebeu apoio das escritoras goianas que criaram, em 1969, a Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás – AFLAG e a convidaram para fazer parte da mesma43. Assim, Cora assumiu a cadeira n. 5 da AFLAG e, juntamente com as demais escritoras, 43 Britto e Seda (2009, p. 295) destacam que, para a ocasião da posse na AFLAG, Cora recebeu de presente de Nelly Alves de Almeida, Rosarita Fleury e Celia Coutinho Seixo de Brito a vestimenta típica – beca, e de seu sobrinho Nion Albernaz o distintivo. 62 preencheu o vácuo que havia quanto ao ingresso feminino nesse tipo de entidade, uma vez que a Academia Goiana de Letras44 não permitia a admissão de mulheres à época. Os anos 70 são marcados pelo estabelecimento de dois novos grupos literários, caracterizados por serem efêmeros, o Arcádia Goiana de Cultura que reunia escritores de várias gerações e o Novo GEN que era composto pelos discípulos de Miguel Jorge, como o escritor Brasigóis Felício. Simultaneamente a esses fatos, Cora Coralina escreve textos em prosa e poesia, preparando seu segundo livro Meu livro de cordel (1976) publicado pela Editora Cultura Goiana. Este livro presta uma homenagem a seu pai de origem nordestina e revela uma das paixões da escritora, a literatura de cordel. O crítico Assis Brasil (1997) chama a atenção para um grupo de poetas que, segundo ele, se beneficiaram do que ele chamou de “tradição do novo45”. São os poetas que: [...] ora contribuindo com a sua originalidade criativa, ora procurando por meios que digam mais de perto das linguagens poéticas de seu tempo, como Helvécio Goulart [...], que sai do soneto para uma maior liberdade; Darcy França Denófrio [...], linguagem econômica e rica de significado; José Mendonça Teles [...], poeta de sensibilidade lírica [...]; Gabriel Nascente [...], organização extraordinária de poeta, poesia participante e de sentido universal [...]. (BRASIL, 1997, p. 24). Acrescento a esta sintética exposição da paisagem da vida literária em Goiás que, evidentemente, vários nomes relevantes para a literatura goiana não foram citados, pois o objetivo maior, nesse momento, era apresentar um panorama geral do movimento literário/poético do século XX, entremeando com algumas passagens da trajetória profissional de Cora Coralina. Cabe ressaltar que no acervo da biblioteca de Cora Coralina constam livros de vários autores mencionados acima. No catálogo estão 44 A Academia Goiana de Letras foi fundada em 19 de abril de 1939 por um grupo de intelectuais liderados por Colemar Natal e Silva – filho de Eurídice Natal, fundadora da Academia de Letras de Goiás (1904-1908), e presidida por Pedro Ludovico Teixeira. 45 Assis Brasil (1997) utiliza essa expressão em seu livro “A poesia goiana no século XX: antologia”. 63 presentes nomes de escritores como: Americano do Brasil, Primo Vieira, Xavier Júnior, Bernardo Élis, Nelly Alves, José Godoy, Regina Lacerda, Gilberto Mendonça Teles, Miguel Jorge, Yêda Schmaltz, Luiz Valladares, Maria Helena Chein, Ciro Palmerston, Brasigóis Felício, Helvécio Goulart, Darcy Denófrio, José Mendonça Teles e Gabriel Nascente. Para finalizar, ressalto que neste subcapítulo discorri sobre alguns aspectos da vida literária no período em que Cora Coralina iniciou sua aventura no mundo das letras, até o período em que a poetisa consegue publicar seus primeiros livros. Objetivei com esta crônica, traçar um panorama com episódios que, de certo modo, nutriram o estar-no-mundo de Cora Coralina e me fazem compreender as circunstâncias dos referentes do seu trabalho escritural. 65 Figura 3 - Brocas Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora O punctum nas perfurações – linhas imaginárias 67 3 DOS BIOGRAFEMAS NA POESIA – FRAGMENTOS DE MEMÓRIA NA OBRA DE CORA CORALINA “Gosto de certos traços biográficos que, na vida de um escritor, me encantam tanto quanto certas fotografias; chamei esses traços de ‘biografemas’” (BARTHES, 1984) Inicio este capítulo trazendo à tona a noção de biografemas que, associado aos conceitos de memória e autobiografia material é o ponto central desta tese de doutorado. Para tratar do neologismo, criado por Roland Barthes é preciso, primeiramente, discorrer acerca de seu mentor. Barthes (1915-1980) intitulava-se o “sujeito incerto e impuro46”. Nas palavras de Lapouge (2011), Barthes era um homem labirinto, de uma obra permeada de sendas e tessituras, nas quais proliferaram “as sutilezas e os rigores”, misto de impasses e surpresas, acréscimos e arrependimentos. Vasconcelos (2004), por sua vez, concorda com Lapouge (2011) ao afirmar que: [...] há um Barthes prático, eficaz, professoral, que trata com sisudez dos problemas da narrativa e dos fundamentos semiológicos, um Barthes antihierático, temerário, quixotesco, que desafia os moinhos de vento da teoria, outro, ardente, romântico, arrebatado, que luta pela desmistificação da crítica literária academizada, e ainda outro, o jeremias lânguido e lascivo que se esvai em soluços e suspiros [...] e entre tantos há ainda o Barthes perfunctório das aulas e palestras e o Barthes dos artigos de ocasião. Mas sobretudo há o Barthes sofista. (VASCONCELOS, 2004, p. 32) Sobre a denominação de sujeito “incerto” e “impuro”, Motta (2011, p. 19) reflete que, ao se autointitular assim, Barthes revela “[...] seu eterno deslizar entre a vida acadêmica e a existencial”. Ao fazer uso dos adjetivos (conforme destacado anteriormente, na ocasião do seminário a Aula), Barthes refletia o não se julgar portador dos títulos 46 Em 1977, no texto intitulado, Aula, lido na aula inaugural de Semiologia Literária no Colégio de França, Barthes se autointitulou um “sujeito incerto”, “impuro”. 68 suficientes e requeridos para o seu acolhimento pelo Collège de France47. Fato explicitado pelo próprio Barthes (1978) quando afirmou ser: [...] verdade que, por longo tempo, quis inscrever meu trabalho no campo da ciência, literária, lexicológica ou sociológica, devo reconhecer que produzi tão-somente, ensaios, gênero incerto onde a escritura rivaliza com a análise. [...]. É, pois, manifestamente, um sujeito impuro que se acolhe numa casa onde reinam a ciência, o saber, o rigor e a invenção disciplinada. (BARTHES, 1978, p. 78). Sobre a escrita de Barthes, alguns estudiosos afirmam que a pluralidade de seu texto, enquanto gênero, acaricia, ao mesmo tempo, o romanesco e o texto crítico. Isso é especialmente verificável em seu livro Roland Barthes por Roland Barthes (2003a), no qual o autor estabelece, logo nas primeiras páginas, um contrato com seu leitor ao dizer: “Tudo isso deve ser considerado como dito por um personagem de romance”. Com isso, Barthes escreve o livro em terceira pessoa, desordenando o discurso autobiográfico convencional e fazendo [...] da obra um verdadeiro patchwork: reescrituras, acréscimos, obliterações em meio aos livros, aos temas, às lembranças, de modo que essa nova enunciação não permite saber se é do presente ou do passado que se fala, tampouco se é mesmo da vida daquele que escreve que se diz. (COSTA, 2015). A questão que se coloca nesse momento é a originalidade do pensamento de Barthes, uma figura contraditória que incita os seus leitores a alterarem o modo como pensam “[...] a respeito de uma gama de objetos culturais, que vão da literatura, da moda, da luta livre e da propaganda, a noções do eu, da história e da natureza”. (CULLER, 1988, p. 13) E como uma figura contraditória, que abandonava posições anteriores para adotar novas perspectivas, numa demonstração da Collège de France é considerado “[...] antigo reduto dos ‘lectures royaux’, [...] o mais alto patamar possível para um enseignant francês do século XX”. (MOTTA, 2011, p. 19, grifo do autor) 47 69 inquietude de seus pensamentos, Barthes exercia uma estimulante atração em seus admiradores. Culler (1988) afirma que: Quando abandonava aquilo que havia posto em movimento, ele frequentemente escrevia de forma distorcida e injuriosa a respeito de suas preocupações anteriores. Barthes é um pensador original, mas tenta arrancar as raízes daquilo que semeia assim que ocorre a germinação. Quando florescem, seus projetos o fazem sem ele e a despeito dele. (CULLER, 1988, p. 14). Respeitado e venerado pela crítica brasileira que, especialmente, nos decênios finais século XX, reeditou seus livros, promoveu eventos que privilegiaram sua temática e o consagrou com a propagação de ensaios críticos, Barthes elaborou e provocou com discursos teóricos como, por exemplo: O grau zero da escrita (2004a), O neutro (2003b), Mitologias (2003c), a Aula (1978), O rumor da língua (2004b), A câmara clara: notas sobre a fotografia (1984) e o Roland Barthes por Roland Barthes (2003a). Sobre o interesse pela obra de Barthes, Silva (2005, p. 65) destaca que: [...] é notável que, a partir de 2002, circunstâncias, a princípio, editoriais o tenham trazido de volta. Na França, há, de um lado, a reedição, corrigida e aumentada, de suas obras completas; de outro, a publicação das inéditas anotações dos cursos que Barthes ministrou, entre 1977 e 1980, no Collège de France. Acrescente-se ainda, sobretudo na França e nos Estados Unidos, a reedição de alguns estudos críticos dedicados à sua obra ou à publicação de inéditos afins. No Brasil, a partir dessa mesma época, têm surgido colóquios dedicados a Barthes, reedições de seus livros em novas traduções ou publicações inéditas, além de alguns estudos críticos. Tudo isso ou incita à retomada do trabalho de Barthes, ou este é por tal retomada incitado. Diante de tal legado e, como exercício conceitual, proponho destacar as noções de escritura, texto, obra e biografemas para posteriormente relacioná-las ao campo de investigação da linha de pesquisa, a qual esta tese se subordina, trabalhando com a escritura 70 memorialística de Cora Coralina e com a autobiografia material encontrada em seu acervo. Sendo assim, saliento que a partir do sentido designado ao termo escritura é que se alcança a noção de biografema, isso porque os fatos existenciais (bios) transfiguram-se em fatos de linguagem (graphos) que, por sua vez, estão envolvidos com os signos-biografemas. A combinação entre os fatos existenciais e os escriturais permitem ler os resíduos difusos produzidos pelo sujeito/autor. Ao pensar no conceito de biografema, Barthes se apoia na diferença entre a escrita e a escritura, referindo-se à primeira como instrumento linguístico e a segunda, sendo intransitiva – é a particularidade que sobressai como significante. Perrone-Moisés (1978, p. 75) afirma que para Barthes “[...] a escritura é a escrita do escritor”. No texto Aula, ele não faz distinção entre os termos literatura, escritura ou texto, relacionando-os, desse modo, com a voz subjetiva, autorreferencial que ilumina, tanto o objeto quanto o sujeito que se inclina sobre ele, ou seja, trata-se de, com o uso da linguagem, devolver o sujeito ao centro do ato enunciativo. Perrone-Moisés (1983, p. 53-54) destaca que “Apesar de certos deslocamentos que se efetuaram, na obra de Barthes, com referência à conceituação de escritura, os traços fundamentais dessa prática se mantiveram estáveis”. E afirma, ainda, que para Barthes “A escritura é um modo de dizer as coisas, uma enunciação, uma ‘voz’. Esse modo de dizer provém do mais íntimo e único de cada escritor: de seu corpo, de seu inconsciente, de sua história pessoal [...]”48. Ao me reportar ao conceito de escritura, toco num ponto fundamental da teoria de Barthes, a diferenciação entre obra e texto. Esta afirmação é validada pelo esclarecimento dos dois conceitos, ou seja, para Barthes a obra: [...] é um fragmento de substância, ocupa alguma porção do espaço dos livros (por exemplo, numa biblioteca). Já o texto é um campo metodológico. Cabe estabelecer a diferença, para Barthes, entre a escritura e o estilo. “A escritura, diferentemente do estilo, não se presta à análise tópica. Podemos mostrar as técnicas que fazem um bom estilo, mas não podemos isolar aquilo que transforma um bom estilo em escritura” (PERRONE-MOISÉS, 1983, p. 54). Sobre esse aspecto, Culler (1988, p. 28, grifo do autor) destaca: “A linguagem de um autor é algo que ele herda, e seu estilo é uma estrutura pessoal, talvez subconsciente, de hábitos e obsessões verbais; mas sua forma de escrever, ou écriture, é algo que ele escolhe, a partir das possibilidades historicamente disponíveis”. 48 71 A oposição poderia lembrar (mas de modo algum reproduzir termo a termo) a distinção proposta por Lacan: a “realidade” se mostra, o “real” se demonstra; da mesma forma, a obra se vê (nas livrarias, nos fichários, nos programas de exame), o texto se demonstra, se fala segundo certas regras (ou contra certas regras); a obra segura-se na mão, o texto mantém-se na linguagem: ele só existe tomado num discurso (ou melhor, é Texto pelo fato mesmo de o saber); o Texto não é decomposição da obra, é a obra que é a cauda imaginária do Texto. Ou ainda: só se prova o Texto num trabalho, numa produção. A consequência é que o Texto não se pode parar (por exemplo, numa prateleira de biblioteca; o seu movimento constitutivo é a travessia (ele pode especialmente atravessar a obra, várias obras). (BARTHES, 2004b, p. 67, grifo do autor). Ao considerar a pluralidade do texto, quer dizer, o seu sentido intertextual, implica pensá-lo em sua oposição à obra, pois não se pode buscar “[...] alguma origem do texto [...] as citações de que é feito um texto são anônimas, indiscerníveis [...] são citações sem aspas” (BARTHES, 2004b, p. 71), enquanto que a obra “[...] estaria presa a um processo de filiação, em que o autor é o seu pai e proprietário, o texto é lido sem a inscrição do Pai, numa relação com outros textos (intertextualidade)”. (FIGUEIREDO, 2013, p. 17). Sobre o texto/escritura do próprio Barthes, pode-se dizer que esta é encontrada na sua enunciação e nas “[...] entrelinhas desse discurso falsamente acadêmico, nas conotações de seu léxico, nas vibrações de seus arranjos frásicos, [...]” (PERRONE-MOISÉS, 1983, p. 14) que, por vezes, se confundem às suas anamneses constituídas de biografemas. Dito isto acerca do criador da ideia de biografema é importante ressaltar que, ao falar do neologismo, Barthes não apresenta um conceito ou definição estruturada e satisfatória, ao contrário, ele expõe uma noção insuficiente, na qual infere-se que, para se fazer uma leitura biografemática de um autor, é necessário ter conhecimento do modo como este opera a linguagem, pois somente assim será possível identificar os pormenores, gestos e gostos que propiciam uma leitura biografemática. Na senda dos traços biografemáticos, Barthes afirma em Sade, Fourier e Loyola (1971, p. 15, grifo do autor) que: 72 [...] se fosse escritor, e morto, como gostaria que a minha vida se reduzisse, pelos cuidados de um amistoso e desenvolto biógrafo, a alguns pormenores, a alguns gostos, a algumas inflexões, digamos: ‘biografemas’, cuja distinção e mobilidade poderiam viajar fora de qualquer destino e vir tocar, como átomos epicuristas, algum corpo futuro, prometido à mesma dispersão. O desejo e o anseio por biografemas é, para Barthes, conforme Gonçalves49 (2013, p. 96), “[...] o mesmo que ele deseja encontrar em textos de prazer e assim se desfazer, se despedaçar nestes próprios textos, se perder como criança nessa textura de onde emana o texto [...]”. Perrone-Moisés (1983) corrobora com Gonçalves (2013) ao afirmar que Barthes reuniu em Roland Barthes por Roland Barthes (2003a) [...] alguns autobiografemas, que chamou de anamneses: lembranças de infância fixadas como breves haicais: o defeito na louça de uma tigela; um morcego rechaçado pela família, armada de pinças; [...] o sabor insosso de um café com leite claro [...]. (PERRONE-MOISÉS, 1983, p. 10, grifo da autora) Acerca da mesma obra de Barthes, Figueiredo (2013, p. 20) acrescenta: Não é propriamente uma autobiografia; contém alguns biografemas, faz referência à homossexualidade, às suas enxaquecas, a algumas poucas recordações da infância (anamneses). Há nele um hibridismo genérico que mistura ensaio, fotografia e recordações pessoais. A partir da noção proposta por Barthes, alguns estudiosos desenvolveram o termo e os seus usos. Como, por exemplo, o verbete desenvolvido pelo professor Latuf Isaias Mucci (2010, grifo do autor) que explora o sentido de biografema: 49 Jadson Fernando Garcia Gonçalves (2013) escreveu sua tese orientando-se, a partir da noção de biografema, na problematização da Escrita da Vida em textos autobiográficos de docentes da Educação Superior, apresentados no Congresso Internacional sobre Pesquisa (Auto)biográfica – CIPA (2006, 2008 e 2010). 73 Grafado entre aspas, o neologismo “biografema” passou a fazer parte da teoria literária, inserindo-se na crítica como aquele significante que, tomando um fato da vida civil do biografado, corpus da pesquisa ou do texto literário, transforma-o em signo, fecundo em significações, e reconstitui o gênero autobiográfico através de um conceito construtor da imagem fragmentária do sujeito, impossível de ser capturado pelo estereótipo de uma totalidade. Pertencente ao “campo do imaginário afetivo”, o biografema constitui-se a partir de um conjunto maior, de informações pré-existentes, por assim dizer, presentes numa vivência relatável (PERRONE-MOISÉS, 1983). Sob a perspectiva de uma “existência narrável50” explico e justifico o fato desta tese recorrer e apresentar algumas referências biográficas da poetisa. Apesar destas referências biográficas permitirem que os biografemas se apoiem na vida/obra de um autor, estabelecendo, de certo modo, consonância com os pormenores e os fragmentos, estes, são percebidos como uma escrita não biográfica – no sentido canônico estético do termo –, considerando que não se detêm em fatos, episódios datados e concretos, colocando, assim, em jogo e suspensão, a noção linear de retrospectiva. Acerca desta característica do biografema, Pataca e Oliveira (2016, p. 171, grifo dos autores) ponderam: O biografema remete à ideia de uma memória que não se realiza na narrativa linear dos acontecimentos ou pelo quadro fixo da figura biografada; ou seja, a partir dos biografemas, é possível relatar pequenos retalhos de vida, sendo desnecessária a preocupação com a continuidade. Dito isto, pretendo, neste estudo, fazer uso do recurso do biografema para trazer à superfície alguns pormenores da poetisa Cora Coralina. Na verdade, trata-se de inventariar traços biografemáticos que se lançam como potência de uma escritura que perfila um rosto, um gesto, uma vivência, um retrato. Para tal feito, busco subsídios em resíduos 50 As expressões entre aspas deste parágrafo foram retiradas de: Perrone-Moisés (1983, p. 10-11). 74 memorialísticos na poética de Cora Coralina e naquilo que Miguel Sanches Neto (2011) denominou como “autobiografia material”, ou seja, Toda essa variedade de material da escrita, que vai dos arquivos do computador, passando pelos cadernos, pelos livros lidos e anotados, para chegar aos papéis mais heterodoxos, aos instrumentosfetiche, compõem o que poderíamos chamar de autobiografia material do escritor, ou de autobiografia da escrita. (SANCHES NETO, 2011, p. 74) Penetrar nesse “ambiente”, por assim dizer, caótico e latente para ordenar o que naturalmente não aceita ordem, gera uma potência de possibilidades de novas leituras, inclusive de leituras biografemáticas. Nesse aspecto, pretendo apresentar a escrita de uma biografia descontínua, considerando nessa escrita, os aspectos da autobiografia material da escritora, por meio da análise dos resíduos presentes em sua escritura e sua biblioteca. Biografia descontínua quanto ao aspecto revelador de uma singularidade, sem o rigor essencialmente cronológico, ou seja, uma biografia dispersiva e fluida, e autobiográfica materialmente, visto que calcada em evidências materiais compostos de traços biografemáticos, da escritora que, apesar de formalmente ter estudado apenas os anos iniciais, na escola primária da Mestra Silvina, recebeu o título de doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Goiás em 1983 e foi a primeira pessoa a obter o Troféu Jaburu51, oferecido pelo Conselho Estadual de Cultura do Estado de Goiás (1981), além do Troféu Juca Pato52 concedido pela União Brasileira dos Escritores de São Paulo, em 1983, com a concessão de Intelectual do Ano. 51 O Troféu Jaburu é o prêmio maior do Estado de Goiás no âmbito cultural. Criado em 1980 é conferido anualmente a pessoa física ou jurídica de destaque no Estado no campo da cultura e sua promoção. Já foram agraciados nomes como: Cora Coralina, Siron Franco, Nelly Alves de Almeida, Gelinires Reis, Ursulino Leão, Eli Brasiliense, Gilberto Mendonça Teles, Darcy França Denófrio, Antonio Poteiro, dentre outros. (GOIÁS, 2015) 52 A União Brasileira de Escritores desde 1962, concede o Prêmio Juca Pato ao “Intelectual do Ano”, em parceria com o Jornal Folha de São Paulo, por conta da significação de obra publicada no ano anterior. Já foram agraciados com o Juca Pato grifes das nossas letras como San Tiago Dantas, Afonso Schmidt, Alceu Amoroso Lima, Érico Veríssimo, Jorge Amado, R. Magalhães Jr., Juscelino Kubitschek, Sérgio Buarque de Holanda, Rachel de Queiroz, Carlos Drummond 75 Figura 4 - Troféu Jaburu e Troféu Juca Pato – respectivamente Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Proponho, assim, utilizar os biografemas para apresentar uma trajetória singular, mesclando bios e graphos, sem perder, com isso, o horizonte dos aspectos literários reproduzidos por meio de fontes dispostas em acervo documental que, até então, estavam ocultos, intangíveis e imperceptíveis. Ao realizar este propósito é preciso ponderar e atentar para não incorrer no equívoco de emaranhar biografema com biografia ou, até mesmo, com autobiografia, pois o primeiro, não se propõe a descrever ou relatar etapas linearmente sucessórias, ao ponto que biografia e autobiografia, tal como são percebidas pelo cânone habitual do gênero, se propõem a narrar uma vida com roteiro pré-estabelecido, geralmente datada, e com ambições de plenitude. Sobre a distinção entre biografema e biografia, Kossovitch (1987, p. 58) afirma: O biografema não deriva de significado (como a biografia), mas, significância, faz que os sentidos flutuem na escritura ou nas imagens (fotografia, pintura, fita, etc.); quando recupera algum de Andrade, Cora Coralina, Barbosa Lima Sobrinho, Jacob Gorender e Antonio Cândido. A premiação resgata o personagem Juca Pato, criação do chargista Belmonte (1896-1947). (UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES, 2015). 76 significado, este é pulsional, pois as intensidades vêm com o arbítrio do factício, em que se inclui o gosto. Convém ratificar e ressaltar que o uso do termo autobiografia, neste estudo, assume o caráter proposto pelo escritor e professor Miguel Sanches Neto, que o utiliza ao analisar os contornos da escrita sob o ponto de vista material e imaterial, pois: [...] o escritor é, antes de tudo, um colecionador de anotações, carregando consigo todo tipo de retalhos de escrita – retalhos materiais e imateriais. [...] São materiais herdados dos dias vividos, das leituras feitas, dos sonhos atormentados, das insatisfações cotidianas, agregados mais pela ação do acaso do que por consciência de um projeto, e dão contornos incontroláveis ao imaginário do escritor. Todo livro assim nasce de acúmulos. [...] em boa medida há registros materiais desse processo, retidos em gavetas, cadernos, estantes e livros e crescendo em armários [...]. (SANCHES NETO, 2011, p. 71). Assim, resultantes do ato de colecionar, esses fluxos de elementos se entrelaçam e acumulam criando um ambiente, por vezes desordenado, que antecede a criação de uma obra. Ainda segundo Sanches Neto (2011, p. 73), “ Tudo é autobiografia nesse espaço de concentração de coisas, de coleta casual de imagens que é o ateliê/estúdio do artista. [...]”. À vista disso, sublinho que o conceito de autobiografia53, nesta tese, é ampliado em relação ao apresentado por Phillipe Lejeune (2008), que estabelece como condição irrestrita para a autobiografia, a junção de identidades entre autor, narrador e personagem e, é nessa circunstância 53 Wander Melo Miranda (2009) faz uma análise sobre a autobiografia, tal como a percebemos atualmente. Esta percepção, enquanto característica do mundo ocidental, surge do individualismo moderno presente no século das Luzes e do documento que definiu os direitos individuais e coletivos dos seres humanos, aprovado na Revolução Francesa (1789). Na esteira histórica do uso dos termos biografia e autobiografia, Silva (2008a, p. 69, grifo do autor) afirma que na antiguidade “A palavra ‘biografia’ só foi utilizada pela primeira vez no século V d.C. e ‘autobiografia’ apenas no final do século XVIII”. Esclarece ainda que, na Antiguidade, os termos bios está para a biografia, assim como hypomnemata para a autobiografia. 77 que se estabelece o pacto entre leitor e autor – o pacto autobiográfico. Essa definição foi posteriormente revista pelo próprio Lejeune em “O pacto autobiográfico (bis)” e em outra releitura designada “O pacto autobiográfico, 25 anos depois”. Serge Doubrovsky (1977), por sua vez, propõe o neologismo autoficção54 com o intuito de preencher uma lacuna observada nos estudos de Lejeune. Autoficção seria, para ele, um gênero híbrido que mescla ficção e realidade. Nesse campo de discussão, a relação entre a vida e obra é múltipla. Existem críticas e posicionamentos divergentes em relação à teoria de Lejeune, como os apresentados por Leonor Arfuch em seu O espaço biográfico: dilemas da subjetividade contemporânea (2010). Arfuch busca apoio no pensamento bakhtiniano para entender que “[...] não há identidade possível entre autor e personagem, nem mesmo na autobiografia, porque não existe coincidência entre a experiência vivencial e a ‘totalidade artística’”. (ARFUCH, 2010, p. 55, grifo da autora). Nesse sentido, Arfuch (2010) argumenta que, fundamentalmente plural, o espaço biográfico deve ser considerado aquele onde a: [...] confluência de múltiplas formas, gêneros e horizontes de expectativas – supõe um interessante campo de indagação. Permite a consideração das especificidades respectivas sem perder de vista sua dimensão relacional, sua interatividade temática e pragmática, seus usos nas diferentes esferas da comunicação e ação. (ARFUCH, 2010, p. 58-59) No contexto contemporâneo, Arfuch (2010) abarca, sem a pretensão de totalidade e consciente do crescente interesse social pelos detalhes, intimidade e privacidade, como componentes do espaço biográfico as: [...] biografias, autorizadas ou não, autobiografias, memórias, testemunhos, histórias de vida, diários íntimos – e, melhor ainda, secretos -, correspondências, cadernos de notas, de viagens, 54 Serge Doubrovsky elabora o neologismo autoficção para definir seu romance Fils, no qual narra sua vida. O termo é ainda hoje controverso e não apresenta unanimidade entre escritores e críticos. No Brasil foi incorporado ao dicionário Houaiss e é adotado por escritores como Silviano Santiago e Tatiana Salem Levy. (HIDALGO, 2013). 78 rascunhos, lembranças de infância, autoficções, romances, filmes, vídeo e teatro autobiográficos, a chamada reality painting, os inúmeros registros biográficos da entrevista midiática, conversas, retratos, perfis, anedotários, indiscrições, confissões próprias e alheias, velhas e novas variantes do show (talk show, reality show), a vídeopolítica, os relatos de vida das ciências sociais e as novas ênfases da pesquisa e da escrita acadêmicas. (ARFUCH, 2010, p. 60, grifo da autora). Inserida na diversidade do espaço biográfico, a pesquisa na biblioteca de Cora Coralina apresentou resultados tangíveis que justificaram a hipótese de autobiografia material, como fonte para possíveis traços biografemáticos. O trabalho de organização do acervo bibliográfico, em formato de catálogo, suscitou nuances e descobertas que me conduziram a eleger fragmentos/pormenores para serem apresentados nesta tese. E, ao realizar estas escolhas, orientei-me em Barthes, quando este, ao escrever o livro A câmara clara: nota sobre a fotografia55 em 1980, selecionou, estruturou e apresentou uma série de fotografias sobre as quais refletiu sobre a realidade. Em sua reflexão, nomeou duas palavras de origem latina para caracterizar seu interesse pela fotografia, studium e punctum. Para ele, os termos studium e punctum estão relacionados, porém, contrários em suas particularidades. Isso significa dizer que, o sentido do primeiro está relacionado ao interesse amplo, geral, vasto e diversificado que se tem por uma foto e, o do segundo, possui ligação com um pormenor que chama a atenção individualmente, ou seja, por aquilo que estimula, toca, cativa, ou seja, o studium para Barthes relaciona-se ao “afeto médio” que ele experimenta como interesse geral, ou seja, é um elemento compartilhado culturalmente desprovido de euforia e arroubo. De outro modo, o punctum pertence ao comando da subjetividade, do sensível, da paixão. Subjetividade que se revela no olhar particularizado de quem admira. Nas palavras do intelectual “[...] punctum é também picada, pequeno buraco, pequena mancha, pequeno corte – e também lance de dados. O punctum de uma foto é esse acaso 55 A câmara clara: nota sobre a fotografia (1980, data da primeira edição) foi o último livro publicado em vida por Roland Barthes. Em fevereiro de 1980, Barthes é vítima de um atropelamento em frente ao Collège de France quando ia ao encontro de políticos e intelectuais franceses. 79 que, nela, me punge (mas também me mortifica, me fere)”. (BARTHES, 1984, p. 46, grifo do autor). Fontanari (2016, p. 150-151, grifo ao autor) ao escrever sobre estes termos abordados por Barthes, afirma: O termo studium vem do verbo studare, que é um estudo do mundo: tudo aquilo que não tem pungência, enquanto o punctum vem do verbo latino pungere, “picar”, “furar”, “perfurar”. Conotativamente, aquilo que é pungente, que corta, fere, sensibiliza, alfineta e amortiza. Ao modo barthesiano, selecionei, organizei aquilo que pinçou meu olhar de pesquisadora e que está associado ao apreço por peculiaridades biográficas. Para Azevedo (2012, p. 165, grifo da autora) “O punctum é o que sensibiliza, toca, proporciona à narrativa, e pode se transformar em biografema”. Assim destaco que, para Barthes: Ela [a fotografia] me permite ter acesso a um infrasaber; fornece-me uma coleção de objetos parciais e pode favorecer em mim um certo fetichismo: pois há um “eu” que gosta de saber, que sente a seu respeito como que um gosto amoroso. [...] a Fotografia tem com a História a mesma relação que o biografema com a biografia. (BARTHES, 1984, p. 51, grifo do autor). Desse ponto de vista retomo a epígrafe deste capítulo, pois a mesma, de algum modo, estabelece uma aproximação entre a palavra usada por Barthes em relação à fotografia – punctum, e o termo biografema. Repito a epígrafe: “Gosto de certos traços biográficos que, na vida de um escritor, me encantam tanto quanto certas fotografias; chamei esses traços de ‘biografemas’” (BARTHES, 1984, p. 51, grifo do autor). Assim como o punctum, o biografema está nos detalhes, nos pormenores, percebidos como consequentes, resultantes da emoção.56 56 Nessa perspectiva de análise, vale ressaltar as considerações levantadas por Eurídice Figueiredo (2013), que traz à tona o argumento de Régine Robin, que por sua vez se apoia no estudo de Françoise Gaillard acerca do livro Roland Barthes por Roland Barthes e estabelece uma analogia entre o si/studium/biografia no que tange a completude e eu/punctum/biografema ao se pensar nas nuances, singularidades e particularidades. 80 Portanto, toma-se de empréstimo a presença de punctum, biografemas e pormenores concretos, pensando-os como um componente “extracampo sutil”, o qual acrescenta-se ao acervo ainda que já esteja nele, pois o biografema se interpõe no espaço combinatório do biográfico e escritural, no qual é possível identificar os fragmentos residuais. Para Noronha (2001, p. 20, grifo da autora), “[...] é nesse intervalar, entreretratos, que é possível pressupor, em reciprocidade, o escritor na escritura, revertendo sab(o)eres biográficos e escriturais – uma leitura vingada nos meandros da produção sígnica”. Nesse contexto, cabe ressaltar que o perfil estético-literário de Cora Coralina é marcado pela presença de versos livres, por vezes, denominados como “epilíricos”, pois, trazem em si, características de prosa como, por exemplo, a dimensão e os personagens que estão conjugados com a subjetividade lírica. Nessa direção, Camargo (2004, p. 8) afirma que os poemas epilíricos são aqueles que “[...] apresentam características estilísticas da prosa, como, por exemplo, a extensão dos poemas, a presença de personagens, de narrador e de uma ação”. E Cavalcanti (2012, p. [7]) corrobora ao dizer que, quando se conjuga esses elementos: [...] o poema ganha um outro tipo de dimensão, fazse mais complexo e penetrante, e o poeta pode cantar suas dores individuais e coletivas abarcando um infinito de possíveis representações, tanto sociais quanto individuais, formais ou temáticas. Seja uma poetisa épica e/ou lírica, o certo é que Cora Coralina buscou em suas memórias a chave para sua escritura, como pode-se atestar, por exemplo, no excerto do poema Mestra Silvina que integra o livro Vintém de Cobre: meias confissões de Aninha (1984): Vesti a memória com meu mandrião balão. Centrei nas mãos meu vintém de cobre. Oferta de uma infância pobre, inconsciente, ingênua revivida nestas páginas. Minha escola primária, fostes meu ponto de partida, dei voltas ao mundo. Criei meus mundos... Minha escola primária. Minha memória reverencia minha velha Mestra. Nas minhas festivas noites de autógrafos, minhas colunas de jornais e livros, está sempre presente minha escola primária. 81 Eu era menina do banco das mais atrasadas. (CORALINA, 1984, p. 123) Cabe ressaltar que o conceito de memória adotado neste estudo parte da compreensão dos ensinamentos de historiadores e sociólogos, como, por exemplo, Jacques Le Goff. O historiador que atuou como membro da escola de Annales, afirma que a memória como propriedade de conservar certas informações, “[...] remete-nos em primeiro lugar a um conjunto de funções psíquicas, graças às quais o homem pode atualizar impressões ou informações passadas, ou que ele representa como passadas” (LE GOFF, 1990, p. 423). Este modo de se pensar a memória vem ao encontro da peculiaridade poética de Cora, quer dizer, a recriação lírica da memória. Os refúgios da memória da escritora encontram, em vários momentos, a mediação familiar, especialmente na figura de sua bisavó. Sobre este aspecto, cabe ressaltar que a transmissão da memória familiar é vista por Myriam Moraes Barros (1989, p. 33) como fundamental, pois “Apresentados como elo vivo entre gerações, os mediadores transmitem a história de um passado vivido e experimentado” e, nesse processo, expressam tanto a memória individual como a memória coletiva de uma sociedade. Ainda, segundo a autora, os indivíduos mensageiros da memória assemelham-se à figura e atividade do narrador de Walter Benjamin, pois, para ela (BARROS, 1989, p. 41): A arte da narrativa também pressupõe a marca da experiência vivida. O bom narrador é aquele capaz de intercambiar experiências. O caráter normativo da memória-mensagem tem seu correspondente, no texto de Benjamin, nas qualidades de ensinamento moral e de sugestão prática da narrativa. Diante de tal afirmação, recorro ao texto de Benjamin para explorar o argumento que considera a associação do narrador com os mensageiros da memória e, sobretudo, com a memória coletiva. Assim, verifica-se as palavras de Benjamin (1985, p. 201) “O narrador retira da experiência o que ele conta: sua própria experiência ou a relatada pelos outros. E incorpora as coisas narradas à experiência dos seus ouvintes”. É oportuno pensar aqui nos aspectos da memória coletiva e da memória individual. Indissociável de uma concepção sociológica, a memória coletiva envolve a participação de um círculo social e inclui, também, o uso da linguagem. Pois, “A compreensão comum dos símbolos 82 e dos significados e a comunhão de noções que compartilhamos com os membros do grupo social definem o caráter social das memórias individuais”. (BARROS, 1989, p. 30). A poesia de Cora é um instrumento representativo da memória coletiva, pois partindo de suas experiências individuais, ela registra em versos uma memória ameaçada de esquecimento e, ao fazer isso, a poetisa difunde e perpetua princípios, preceitos coletivos. Isso ocorre, ainda que, a poetisa subverta e rompa com padrões uniformizantes da memória coletiva oficial, ao escrever sobre os espaços marginais, por exemplo, os becos e os marginalizados socialmente, como as lavadeiras, as prostitutas, os judeus. Assim, numa linguagem compartilhada, percebo na poesia de Cora Coralina experiências individuais harmonizadas com aspectos coletivos. Para Camargo (2006, p. 60): [...] o sujeito poético em Cora Coralina se inscreve nos acontecimentos da comunidade que ela relembra, na medida em que, mesmo não vividos por ela, são apropriados pelo ouvir de outros entremeados à sua experiência de vida, responsável pela inflexão lírica do poema. Por este ângulo, observo a presença marcante de sua bisavó atuando como memória-mensagem, sublinhada nos versos do poema Estórias do aparelho azul-pombinho (2006): Minha bisavó – que Deus a tenha em bom lugar – inspirada no passado sempre tinha o que contar. Velhas tradições. Casos de assombração. Costumes antigos. Usanças de outros tempos. Cenas da escravidão. Cronologia superada onde havia bangues. Mucamas e cadeirinhas. Rodas e teares. Ouro em profusão, posto a secar em couro de boi. Crioulinho vigiando de vara na mão pra galinha não ciscar. Romanceiro. Estórias avoengas... Por sinal que uma delas embalou minha infância. (CORALINA, 2006, p. 49) 83 A oralidade, desfrutada na infância, permeia os versos de Cora Coralina. As referências familiares e as transmissões de experiências às gerações seguintes está fundamentalmente apoiada na memória. Isso me lembra Michael Pollak (1992, p. 201, grifo do autor) quando este afirma que: A priori, a memória parece ser um fenômeno individual, algo relativamente íntimo, próprio da pessoa. Mas Maurice Halbwachs, nos anos 20-30, já havia sublinhado que a memória deve ser entendida também, ou sobretudo, como um fenômeno coletivo e social, ou seja, como um fenômeno construído coletivamente e submetido a flutuações, transformações, mudanças constantes. Logo, é possível reconhecer a criação poética de Cora Coralina como procedente da força memorialística que se transmutam em versos, os quais, se identificam com essencialidades existenciais. Sobre este aspecto discorre Yokozawa (2009): A escritora tanto transfigura em arte vivências individuais, notadamente a infância da menina mal amada Aninha, dando origem a poemas autobiográficos, às “meias confissões de Aninha”, quanto recria histórias, lendas, resgata memórias subterrâneas que não constam nos autos oficiais do passado, de modo a promover um rearranjo da história canônica. (YOKOZAWA, 2009, p. 192, grifo da autora). Considerando essas nuances da poética de Cora Coralina no que tange à presença dos aspectos relacionados à memória, pois esta “[...] imanta toda a sua obra, é o sopro alimentador dos motivos e temas inspiracionais que ganham a forma de poemas” (CAMARGO, 2006, p. 61) e, no plano de uma leitura biografemática, passo à análise dos subcapítulos nos quais elegi alguns poemas que entendo como sendo emblemáticos da estratégia escritural de Cora Coralina, ou seja, um transbordamento de vida na escritura da poetisa. No primeiro subcapítulo, Poesia da culinária: Oração do milho, a memória é explorada na polissemia do saber e sabor, na quase obsessão da poetisa pelo trabalho e nas marcas de sua religiosidade. O segundo, Poesia do eu: Vintém de cobre busco os biografemas da oralidade, da poetisa/colecionadora, do 84 olhar atento ao “outro”, da melancolia. Conjugo e associo a análise dos versos autobiográficos de Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1984) com algumas peculiaridades encontradas na biblioteca particular de Cora, já apresentando alguns resultados da autobiografia material. Seguindo na esteira do rastreamento biografemático na escritura de Cora Coralina, o terceiro subcapítulo, Poesia do resíduo: Casa velha da ponte e Prato azul pombinho abordo as questões dos objetos materiais, os locais de memória, a tensão entre a memória e o espaço criativo observados nos versos que retratam os resíduos da casa, dos objetos e da infância. 85 Figura 5 - Cora Coralina e os doces Fonte: Museu Casa de Cora Coralina O punctum inominável 86 ORAÇÃO DO MILHO57 Introdução ao Poema do Milho Senhor, nada valho. Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das lavouras pobres. Meu grão, perdido por acaso, nasce e cresce na terra descuidada. Ponho folhas e haste e se me ajudares Senhor, mesmo planta de acaso, solitária, dou espigas e devolvo em muitos grãos, o grão perdido inicial, salvo por milagre, que a terra fecundou. Sou a planta primária da lavoura. Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo e de mim, não se faz o pão alvo, universal. O Justo não me consagrou Pão da Vida, nem lugar me foi dado nos altares. Sou apenas o alimento forte e substancial dos que trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre. Sou de origem obscura e de ascendência pobre, alimento de rústicos e animais do jugo. [...] Fui o angu pesado e constante do escravo na exaustão do eito. Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante. Sou a farinha econômica do proletário. Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam a vida em terra estranha. [...] Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis. Sou o cocho abastecido donde rumina o gado. Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece. Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos. Sou a pobreza vegetal, agradecida a Vós, Senhor, que me fizeste necessária e humilde Sou o milho". (CORALINA, 2006, p. 156) 57 Fragmentos do poema publicado no livro Poemas dos becos de Goiás e estórias mais (2006). O poema na íntegra é apresentado no Anexo B. 87 3.1 POESIA DA CULINÁRIA: ORAÇÃO DO MILHO Cora Coralina fez doces. Doces glacerados. Tinha orgulho de ser doceira. Antes de se dedicar inteiramente a literatura, exerceu por 14 anos esse ofício culinário. Seus doces alcançaram destaque nacional, fato verificado em agradecimentos e elogios presentes em algumas dedicatórias nos seus livros58. Ao retornar à Casa Velha da Ponte, Cora Coralina encontrou no feitio de doces um meio de subsistência. O trabalho, para Cora Coralina, sempre foi reverenciado como o bem maior da humanidade. Nunca se esquivou de anunciar aos que a conheciam e em entrevistas publicadas em jornais e revistas, que o “melhor da vida é o trabalho59”, o excerto abaixo encontrado no Jornal dos Estados (19--), página 2, ratifica seu pensamento. Disse ela: A vida tem dois sentidos absolutos: o Amor que renova a Humanidade e o Trabalho que dignifica o homem e impulsiona o Progresso. Tudo mais, derivações, consequências. O Trabalho é a grande terapêutica humana, a busca incessante do homem. [...] (CORALINA, 19--, p. 2) A poetisa fez do trabalho, sua vida, considerava-se uma operária. Ao regressar a Goiás, Cora resgatou uma tradição da família goiana – o fazer doces de frutas. Cascudo (1983) destaca que a culinária brasileira se formou, num primeiro momento, a partir da culinária portuguesa, indígena e africana e, num segundo momento, de outras culturas migratórias, como italiana, alemã e japonesa. Em Goiás, [...] as culinárias indígena, africana e portuguesa resultaram na miscigenação de alimentos e técnicas culinárias que difundiram o consumo de guariroba, mandioca, milho, banana, amendoim, abóbora, e também na elaboração de pastéis, doces açucarados, bolos, pirão, canjica, pamonha, pão de queijo e outros pratos que se tornaram símbolos da 58 No capítulo 4.2, Redes de relações, serão apresentadas algumas dedicatórias com agradecimentos e elogios por doces experimentados. 59 Frase retirada do poema “Recados de Aninha – II” presente no livro Vintém de Cobre: meias confissões de Aninha (1984, p. 155). 88 cultura goiana. (KUWAE; FERNANDES, 2009, p. 36) MONEGO; Nesse sentido, retoma-se o conceito de “experiência60”, apontado por Walter Benjamin, para se pensar a Arte da culinária perpassando temporalmente como um objeto cultural que, apesar de ser atualizada, renovada, remodelada, permanece por meio de relatos e receitas. Na culinária poética de Cora Coralina congregam-se os saberes, os sabores, as memórias e os atos comunicativos. Sua filha Vicência Brêtas Tahan (1989, p. 137) esclarece que a poetisa: Depois de uma temporada preparando só passas de caju, dedicava-se aos doces glacerados de laranjada-terra, figo e mamão verde, vendendo tudo o que consegue fazer. Sua fama de doceira ultrapassa os limites da cidade, do Estado. Ir a Goiás conhecer Cora e comprar seus doces passa a complementar o roteiro turístico local. A notoriedade dos doces de Cora Coralina ultrapassou as fronteiras geográficas, encantou artistas, políticos e autoridades e este reconhecimento permitiu que ela fizesse um fundo monetário que lhe proporcionou adquirir, dos demais herdeiros, a Casa Velha da Ponte. Ela dizia ter “[...] guardado o dinheiro dos doces debaixo do travesseiro, para apalpá-lo e sentir-se uma criatura forte, segura e sem vacilações” (GALVÃO, 1982, p. 129). A culinária, traço biografemático essencial na vida e obra de Cora Coralina, sempre foi motor inventivo para a poetisa. Escreveu no poema Cora Coralina, quem é você? (2008) “Sou mais doceira e cozinheira/ do que escritora, sendo a culinária/ a mais nobre de todas as Artes: objetiva, concreta, jamais abstrata/ a que está ligada à vida e/ à saúde humana”. (CORALINA, 2008, p. 227). Como destacado anteriormente, contar histórias e colecionar receitas fazem parte da cultura goiana. A primeira evocada por meio de narrativas orais, presentes no ambiente doméstico, passadas de geração a geração; a segunda recebe um caráter memorialístico, tradicional, com receitas caseiras perpetuadas, geralmente, de mãe para filha. Receitas saboreadas em casamentos, batizados, primeira comunhão, servidas ao 60 Esse conceito foi abordado anteriormente na Introdução da tese e no início do capítulo 3 Dos biografemas na poesia – fragmentos de memória na obra de Cora Coralina. 89 receber visitas e usadas para “agradar maridos”. No poema “Normas de educação61”, a escritora ressalta um tipo de comportamento social associado aos hábitos alimentares dizendo: [...] O ovo tinha que ser batido até ficar daquele jeito aceito pelo paladar exigente e apurado dos homens da casa. Estes tinham no tempo uma forma típica de rejeição ao menor deslize: Cruzavam os talheres, deixavam o prato ou a tigela, tomavam o chapéu e saiam sem palavra, quando não reagiam, duros. As donas, responsáveis, sentiam a desfeita, assanhavam-se, ralhavam, esbravejavam lá pela cozinha, em correções ásperas. [...] (CORALINA, 1984, p. 120). As receitas eram testadas, aprovadas e bem guardadas nos cadernos de receitas62. Práticas sociais e representações femininas, perceptíveis no final do século XIX e parte do século XX: [...] empadão, coxinha, pastel. Lucinda, na cozinha, suprindo os pratos da meninada. Um pedaço de bolo todo enfeitado, doces secos, olho-de-sogra, completam o seu dia. [...]. Os refrescos de seriguela e maracujá estão sendo servidos às crianças e senhoras, enquanto aos cavalheiros é servido um vinho feito em casa, de laranja, receita guardada muito bem, e apreciado por todos, além de vinho português, comprado um garrafão há muito tempo e esperando a ocasião certa. (TAHAN, 1989, p. 21) A escritura de Cora, marcada por aspectos memoriais e sensoriais, realça o sentido gustativo. Cora conjugou com sabedoria a poesia e os sentidos, o saber e o sabor. Para Sacramento (2009, p. 132), a voz literária de Cora Coralina é: 61 Publicado no livro Vintém de Cobre: meias confissões de Aninha (1984, p. 119122). 62 Norma Telles (2013), ao refletir sobre a origem da escrita feminina, destaca os diários nos quais as moças solteiras escreviam seus pensamentos. Após o matrimônio só lhes “[...] restava então usar o cadernão do dia-a-dia, o caderno de receitas e contas caseiras onde misturados ousavam escrever alguma lembrança, verso ou confissão”. (TELLES, 2013, p. 54) 90 [...] expressão dos sentimentos que vivenciou com o corpo, na vida cotidiana. Por isso, é possível entender que a sua materialidade corporal se presentifica e se desloca pelos objetos e atividades que compõem sua lembrança. Ao representar os sentidos, Cora traz à tona, para além de sua individualidade, o aspecto do coletivo feminino expressado por “um impulso incontrolável63”. Nesse impulso incontrolável, Cora Coralina escreveu. E ao escrever, sua memória adquiriu forma, se libertou, “tomou a palavra” pela linguagem. Para Barthes (1978), a linguagem é dotada de poder e a literatura de saberes. Barthes estabelece a relação entre a literatura e o escritor como: [...] a prática de escrever. [...] As forças de liberdade que residem na literatura não dependem da pessoa civil, do engajamento político do escritor que, afinal, é apenas um “senhor” entre outros, nem mesmo do conteúdo doutrinal de sua obra, mas do deslocamento que ele exerce sobre a língua [...] (BARTHES, 1978, p. 17, grifo do autor). Barthes ainda destaca que o saber mobilizado pela literatura “[...] nunca é inteiro nem derradeiro; a literatura não diz que sabe alguma coisa, mas que sabe de alguma coisa; ou melhor: que ela sabe algo das coisas – que sabe muito sobre os homens” (BARTHES, 1978, p. 19). Na escritura este saber é a enunciação e, como tal, é prenhe de sentidos, destinos e encadeamentos que fazem das palavras não apenas simples recurso, mas sim “[...] projeções, explosões, vibrações, maquinarias, sabores: a escritura faz do saber uma festa”. E nesta perspectiva “[...] a escritura se encontra em toda parte onde as palavras têm sabor (saber e sabor tem, em latim, a mesma etimologia). [...]. É esse gosto das palavras que faz o saber profundo, fecundo”. (BARTHES, 1978, p. 21) Numa leitura biografemática, pode-se dizer que Cora Coralina soube atribuir sabor às palavras e às frutas. A autora de Vintém de cobre apresenta, aos seus leitores, uma mistura de sensibilidade e sensações que, construídas no tempo, marcaram a experiência da poetisa. Seus versos, nutridos pela memória, nutrem o coração e a alma de seus leitores. O colunista João Cândido Galvão (1982) ressalta: Frase expressa no poema “Parte Biográfica” publicado no Meu livro de cordel (CORALINA, 1976, p. 12). 63 91 Seu jogo de palavras e ideias tem sabor só comparável ao dos “grandes pudins,/ recendendo a cravo, / nadando em calda64”. O exato equilíbrio do paladar é dado por poemas como “Vintém de cobre” e “Mulher da vida”, que como “Do beco da Villa Rica”, mostram uma autora machucada e comovida com a realidade que a cerca. (GALVÃO, 1982, p. 129, grifo do autor) À época de seu retorno a Goiás, Cora, sem profissão definida, chegou a afirmar que: “Idade para pleitear em emprego público, como fazem as moças de hoje, não tinha. Diploma de professora, também não. Aposentada não era. Então me restava a alternativa de fazer doces” (CORA...,1985, p. 30). Assim sendo, dedicou-se a produção de doces por 14 anos entre os anos de 1965 e 1979. Era inegável seu prazer e realização pessoal com o ofício. Sabia que os doces seriam um modo de se aproximar das pessoas e de seduzi-las pelo paladar65. Em outra ocasião, para o Jornal de Brasília (1981), ditou sua receita ao jornalista Menezes de Morais: Faça doces com amor/com fruta, com o tacho de cobre/no fogão de lenha./Nem muita água, nem muito/ açúcar/ (as frutas já tem açúcar natural)/ misture tudo isso/ com muita inteligência./Vá graduando no fogo/ escorra a calda/apure essa calda mais um bocadinho no fogo/vá despejando as porções/no prato ou travessa rasa/ vá passando os pedaços de frutas/cozidas em calda./Deixe esfriar. Levante a tampa. O/ doce está pronto?/Sirva-o com amor e inteligência./E você terá realizado o milagre da/transformação/transformando as frutas naturais/em doces de frutas. Em sua biblioteca foram encontrados cinco livros de culinária. Dois deles, A cozinha goiana: estudo receituário de Bariani Ortêncio (1980) e Fogão de lenha: quitandas e quitutes de Minas Gerais de Maria Stella Christo (1977), cuja imagem apresento neste subcapítulo, e que 64 Estes versos citados por João Cândido Galvão foram retirados do poema O prato azul-pombinho publicado no livro “Poemas dos becos de Goiás e estórias mais”. 65 Em 2009, como parte das comemorações dos 120 anos de nascimento da poetisa, foi publicado, pela Global Editora, o livro Cora Coralina: doceira e poeta. Trata-se de uma coletânea de receitas compiladas de suas anotações. 92 possuem anotações a lápis e marcadores de textos66. A sinalização feita com marcação textual refere-se, no primeiro livro, a quantidade de receitas doadas pela poetisa ao autor Bariani Ortêncio, além de contornos feitos nos números de algumas receitas, evidenciando o interesse da escritora pelas mesmas. Os marcadores de texto estão nas páginas do livro de Maria Stella Christo, onde há a reprodução do poema “Oração ao milho” e o índice onomástico com o nome da poetisa. Figura 6 - Livro -Fogão de lenha: quitandas e quitutes de Minas Gerais (1977) Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Outra peculiaridade encontrada no acervo foi o recorte do jornal Cinco de Março localizado no livro espírita Redenção (19--) de Victor Hugo e psicografado por Zilda Gama. O recorte de jornal apresenta uma publicação na coluna intitulada Do leitor com a mensagem de Cora Coralina sobre o envio e recebimento de doces a Batista Custódio. Os outros três livros são: “A saúde depende da cozinha” (197?), “Um tratado da cozinha portuguesa do século XV” (1963) e “O de comer no Ceará” (1981). Os detalhes completos dos livros estão no catálogo apresentado no subcapítulo 4.3.1. 66 93 Figura 7 - Recorte de Jornal - Cinco de março Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Batista Custódio do Cinco de Março, você é tão bom que às vezes pergunto se você existe mesmo ou é psicografado por Chico Xavier. Eu mandei um doce de caju para vocês do Cinco, como não mandaram dizer nada, procurei achá-lo: o portador comeu o doce no caminho, deu batida, estourou pneu e não levou um outro. Grata. Cora Coralina – Cidade de Goiás. Resposta do Cinco: Cora, você se lembra daqueles versos do Bandeira: “Ah, se em troca de tanta felicidade que me dás eu te pudesse repor, eu soubesse repor no coração despedaçado as mais puras alegrias da infância?” O presente que recebemos de você não é doce de caju: é alegria pura de infância. Pena que não possamos retribuir. O que pudemos lhe mandar foi alguma coisa de prosaicamente material. Mas, acredite, a turma fez isso com tanto amor como se estivesse lhe mandando a imagem de um velho beco de Vila Boa. O alimento, na poesia de Cora Coralina, atua como alegoria literária, recebendo tratamento especial. Seja ao se referir ao ofício de doceira ou ao venerar o milho com os versos de a Oração do milho e Poema do milho (Este último eleito por Osvaldino Marques como sua 94 obra-prima67). O poema Oração do milho, possui elementos de análise, nos quais, pode-se dividi-lo em duas partes. Nos primeiros versos verifica-se, ato de modéstia e simplicidade em torno da figura simbólica do milho, fato verificável na presença de adjetivos que reforçam essa percepção: humilde, pequeno, pobre, entre outros. Nos últimos versos, observa-se o inverso, ou seja, uma valorização sintetizada pelos adjetivos: abastecido, festivo e alegre. Na opinião do professor Saturnino Pesquero Ramón68, os poemas: ‘Oração do milho’ e o antológico ‘Poema do milho’, além de testemunharem um novo aspecto da consciência telúrica da poetisa, constituem um hino às raízes de todos os países da América [...]. Arguta, Cora explora a riqueza polissêmica do milho, transcende seu significado imediato e, tal como é o trigo para o Velho Continente, eleva-o a símbolo maior do Novo Mundo, na luta pela vida e pela sobrevivência. (PESQUERO RAMÓN, 2003, p. 53, grifo do autor). Há, em Cora, um processo simbiótico de identificação com o mundo e com as coisas que nele existe, isso é para Pesquero Ramón (2003, p. 49) “[...] a característica mais transparente da obra de Aninha”. O professor José Fernandes (2009, p. 62) corrobora com esta afirmação quando, em seu texto Imagens alquímicas na poesia de Cora Coralina, afirma que na poesia de Cora, encontrada nos versos do poema Oração do milho, “O processo alquímico [...] é tão consciente que [...] assume a pessoa do discurso e revela a própria essência, como se milho e eu lírico “O ‘Poema do Milho’ é antológico, indiscutivelmente a obra-prima de Cora Coralina. Nele se contém talvez a mais brilhante poetização da febre genésica vegetal que conheço. É de ver a arte consumada com que a Autora goiana transmuta a sua ciência do cultivo da terra em superior, lídima poesia” (MARQUES, 2006, p. 17, grifo do autor). 68 Em seu livro Cora Coralina: o mito de Aninha (2003), Pesquero Ramón afirma que “Oração do milho” de Cora Coralina traz à memória o “Oração ao pão” de Guerra Junqueiro (1902). Ao cotejar os dois poemas, ele pergunta: “Cora teria conhecido a obra do poeta português?” (p. 55). A partir do estudo desenvolvido nesta tese, essa pergunta pode, de certa maneira, ser respondida pelos dois livros do autor português encontrado em sua biblioteca particular. São eles: Antologia para a juventude (1950) e Vibrações líricas (1950). Interessante ressaltar que os dois exemplares possuem em suas respectivas folhas de rosto a seguinte anotação de data manuscrita a lápis (5.11.56). 67 95 fossem um mesmo ser [...]”. Nesse deslocamento simbiótico, o milho e o eu lírico se fundem e se conjugam na palavra e no ser. Outro aspecto relevante a ser considerado é o tom devocional explicitado nos versos iniciais “Senhor, nada valho” e finais “Sou a pobreza vegetal agradecida a Vós, Senhor,/que me fizestes necessário e humilde./Sou o milho”, da Oração do milho. Estes versos revelam um outro traço biografemático de Cora Coralina – a religiosidade. Os signosbiografemas verificáveis em outros títulos de seus poemas como, por exemplo, oração, cântico, exaltação, corroboram para a ratificação de sua religiosidade69. Esse traço biografemático será retomado no capítulo 4 “Do catálogo: pactos de leitura, (des)arquivar biografemas”. Na alquimia de seus doces e versos há constantemente referências ao dicionário. Em reportagem realizada por Severino Francisco para a revista Interior70, a poetisa, desejando captar plenamente o sabor das palavras disse: Eu fazia doce, mas o meu dicionário estava na mesa da cozinha: cheio de dedada de melado, de manteiga, de gema de ovo. Mas me valeu. Eu tenho páginas sobre muitas coisas da fazenda do meu avô – e são páginas que me satisfazem. (FRANCISCO, 1982, p. 5). Sua admiração e devoção pelo dicionário produziu versos como os escritos no poema Voltei (1984, p. 128), publicado em “Vintém de cobre: meias confissões de Aninha”. Escreveu a poetisa: [...] O grande livro que sempre me valeu e que aconselho aos jovens, um dicionário. Ele é pai, é tio, é avô, é amigo e é um mestre. Ensina, ajuda, corrige, melhora, protege. Dá origem da gramática e o antigo das palavras. A pronúncia correta, a vulgar e a gíria. Incorporou ao vocabulário todos os galicismos, antes condenados. Para exemplificar, evidencio que, em seu primeiro livro “Poemas dos becos de Goiás e estórias mais” (2006), Cora escreveu 5 poemas que trazem em seus títulos as referidas palavras. São eles: Cântico de Andradina (p. 147), Oração do milho (p. 156), O cântico da terra (p. 210), Oração do pequeno delinquente (p. 232), e Oração do presidiário (p. 234). 70 A revista Interior foi uma publicação oficial editada entre 1974 e 1989 pelo governo do regime militar (IORIO, 2010). 69 96 Absolveu o erro e ressalvou o uso. Assimilou a afirmação de um grande escritor: é o povo que faz a língua. Outro escritor: a língua é viva e móvel. Os gramáticos a querem estática, solene, rígida. Só o povo a faz renovada e corrente sem por isso escrever mal. Além dos livros de culinária já apresentados, destaco os dicionários de Cora. Sua biblioteca possui três exemplares, a saber: Dicionário de legislação do ensino (1981) de Moacir Bretas Soares; Dicionário geral de monossílabos (1968) de Freitas Casanovas; e Dicionário escolar da língua portuguesa (1975) do professor Francisco da Silveira Bueno. Repleto de marcas de leituras, localizou-se, neste último, vários papéis entre as páginas, alguns com pequenas anotações cotidianas e, no dicionário de Freitas Casanovas havia uma nota pecuniária no valor de um cruzeiro. Dinheiro antigo, esquecido e rasgado que, possivelmente, servia como um marcador de páginas improvisado. A questão do apreço pelo “livro do amor” como era considerado, por Cora, o dicionário, descortina o autodidatismo que perpassa toda a trajetória da poetisa e expõe um dos modos como a poetisa se nutria criativamente. “Estarei presente no meu dicionário, meu livro de amor/ que tanto me ensinou e corrigiu”. (CORALINA, 1984, p. 54). Voltando ao assunto do início do subcapítulo, o fazer doces glacerados, observo que, a partir da análise de alguns documentos inéditos encontrados na biblioteca e os já pertencentes ao acervo documental do museu, é possível argumentar que os doces feitos por Cora Coralina serviram, em alguns momentos, como estratégia da poetisa para se aproximar das pessoas. Fatos comprovados pelos diversos registros de elogios e agradecimentos pelo envio de doces, como o atestado, previamente, no recorte de jornal do Cinco de Março e, em algumas dedicatórias, que serão apresentadas no subcapítulo 4.2 “Redes de relações”. Para o momento, selecionei as cartas de Yêda Schmaltz e Jorge Amado como documentos que atestam a delicadeza de Cora Coralina em se fazer presente em saber e sabor. 97 Figura 8 - Carta de Yêda Schmaltz para Cora Coralina Fonte: Museu Casa de Cora Coralina. Cora querida: Só de você que é tôda poesia, eu poderia receber aquêle belo poema. Ninguém mais seria capaz mesmo de me situar tão bem no tempo e no espaço dêste imenso amar. Quanto conheço, Cora, a sua poesia-doçura e os seus doces tão arrumadinhos: metrificados sonetos nas caixinhas! Só não sabia que você possui, além de tudo, o olhar tão longo, de ver tão fundo na minha poesia. Qualquer dia irei visitá-la com os meus Luizes. Cora, obrigado pelo que você me deu e não mereço. Obrigado por ser você que é. A amiga, Ieda Schmaltz Go. 22.8.70 98 Figura 9 - Carta de Jorge Amado para Cora Coralina (1) Fonte: Museu Casa de Cora Coralina. 99 Bahia, 13 out. 75 Minha amiga, dos doces posso dizer que são sublimes e divinos e ainda digo pouco. Da gentileza de enviá-los, nada posso dizer, faltam-me as palavras para agradecer tanta civilização. A senhora é uma artista, admirável em sua arte, a mais nobre das artes, a da culinária. Ademais sinto-me feliz de contar com mais uma amiga em Goyás – eu e minha mulher, Zelia. Receba um beijo dela e outro afetuoso de Jorge Amado Jorge Amado 33, rua Alagoinhas – Salvador – Bahia 40.000 Com essas considerações assinalo que, neste subcapítulo, foi possível averiguar como os traços pessoais de Cora Coralina estão interligados a sua poética, ou seja, o seu tracejar, o seu movimento poético harmoniza-se com sua subjetividade, sua existência, sua experiência. E, nesse sentido, prossigo nos próximos subcapítulos, tendo como mote, a perspectiva de uma leitura biografemática, apontando e montando uma espécie de diagrama constituído por fragmentos captados, assimilados e sincronizados entre a vida e o ser, o sujeito e o objeto. 100 Figura 10 - Cora Coralina Fonte: Museu Casa de Cora Coralina A mão que toca a ruína – o punctum que me fere 101 O CÂNTICO DE ANINHA71 Vintém de Cobre... Antigos vinténs escuros. (De cobre preto foi batizado). Azinhavrados. Ainda o vejo, Ainda o sinto, Ainda o tenho, na mão fechada. Moeda triste, escura, pesada, da minha casa, da minha terra, da minha infância, da gente pobre, daquele tempo. Tudo velho, gasto, conservado, empoeirado, pelos cantos. Levados para o depósito do velho sobradão. [...] A casa pobre. Mandrião de saias velhas da minha bisavó [...] Nesse tempo me criei. Daí, este livro – Vintém de Cobre, numa longa gestação, inconsciente ou não. que vem da infância longínqua à ansiedade presente. 71 Fragmentos do poema publicado no livro Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1984). O poema na íntegra é apresentado no Anexo B. 102 (CORALINA, 1984, p. 35-36) 3.2 POESIA DO EU: VINTÉM DE COBRE Na seleção dos fragmentos mais significativos, dos indícios presentes na linguagem é que procuro, consciente da impossibilidade de se trabalhar com totalidade e completude desse delineamento, ler a vida de Cora Coralina entre textos, entre livros e entre estantes. E, nesse sentido, considero emblemático, para a compreensão de sua poética, o livro Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1984), pois este, possui versos nos quais a poetisa se expõe, exibindo sua subjetividade ao leitor. Sua criação poética traduz-se em direção a um lirismo, cujo âmago está no revelar-se a si mesmo. Especialmente, em alguns poemas, Cora reverencia, confessa, rememora e evidencia72. Reverencia a Mestra Silvina reconhecendo a importância da escola primária na sua trajetória “Foi pela didática paciente da velha mestra que Aninha, a menina boba da casa, obtusa, do banco das mais atrasadas se desencantou em Cora Coralina” (p. 31). Confessa, humildemente, que o ato de escrever versos se reflete em “Alguma coisa, coisas que me entulhavam, me engasgavam e precisavam sair”. (p. 33). Rememora a moeda triste e pobre, o vintém de cobre “Ainda o vejo, /Ainda o sinto,/ Ainda o tenho,/ na mão fechada” (p. 35) e, evidencia o caminho solitário que percorreu na vida. [...] A longa noite escura... A caminhada... Carreando pedras, construindo com as mãos sangrando minha vida. [...] A candeia está apagada e na noite gélida eu me vesti de cinzas. Meus olhos estão cansados Meus olhos estão cegos Os caminhos estão fechados (CORALINA, 1984, p. 37-38). 72 As próximas quatro citações foram retiradas das páginas introdutórias (paratextos) do livro Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1984) dos seguintes poemas, sequencialmente: “Cântico excelso” (p. 31), “Este livro, meias confissões de Aninha” (p. 33), “O cântico de Aninha” (p. 35), e “Cântico primeiro de Aninha” (p. 37-38). 103 Sublinho que em seus livros, notadamente neste em que Cora assume o caráter autobiográfico, sobressai uma das principais propriedades de sua escritura, isto é, os versos traduzidos no “contar casos” (causos). Essa oralidade, como traço biografemático, aceita se descodificar por meio da herança familiar revivida pela poetisa em sua escritura. Escritura engendrada num transbordamento de vida e de vestígios existenciais: das perdas, das raízes, dos costumes, da infância, dos reinos de Goiás. Interessante salientar que, nesse mesmo livro, de modo paratextual73, o leitor encontra a reprodução da carta (p. 17) e da crônica (p. 27-28) escrita por Carlos Drummond de Andrade (1984). Textos nos quais o poeta exalta o prazer de ter se encontrado com os versos de Cora Coralina. Escreveu Drummond em carta enviada à Cora: Rio de Janeiro, 7 de outubro, 1983 Minha querida amiga Cora Coralina: Seu “Vintém de Cobre” é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não se pertence. É patrimônio de nós todos que nascemos no Brasil e amamos a poesia [...]. Não lhe escrevi antes, agradecendo a dádiva, porque andei malacafento e me submeti a uma cirurgia. Mas agora, já estou recuperado, estou em condições de dizer, com alegria justa: Obrigado, minha amiga! Obrigado, também, pelas lindas, tocantes palavras que escreveu para mim e que guardei na memória do coração. O beijo e o carinho do seu Drummond. Curiosamente, apesar da existência de troca de cartas entre os poetas, verificável no acervo documental do museu, o que pressupõe a Gérard Genette (2009, p. 10, grifo do autor) define o paratexto como “‘Zona indecisa’ entre o dentro e o fora, sem limite rigoroso, nem para o interior (o texto) nem para o exterior (o discurso do mundo sobre o texto), orla” ou, como dizia Philippe Lejeune, “franja do texto impresso que, na realidade, comanda toda a leitura”. 73 104 presença de afinidades e apreço mútuo, na biblioteca de Cora, durante a realização do inventário, não foi encontrado nenhum livro de autoria de seu amigo Itabirano. Retornando a análise do Vintém de cobre: meias confissões de Aninha, na sua parte introdutória, paratextual, há textos críticos de Oswaldino Marques (Cora Coralina – Vivenciadora) e Lena Castello Branco Ferreira Costa (Essa mulher admirável...). Esses textos operam como anfitriões que recepcionam e apresentam aos leitores o tom da poetisa “[...] captadora de misteriosas modulações de subjetividades”. (MARQUES, 1984, p. 19) e “A arte maior da poetisa está em recolher da memória do tempo todo um mundo de coisas e fatos quotidianos e pessoas simples, transfigurando-os, emprestando-lhes contornos universais” (COSTA, 1984, p. 23). Que seja dito de passagem, Lena Castello Branco Ferreira Costa, será abordada no próximo capítulo, momento em que apresento as anotações manuscritas de Cora Coralina em seu livro Arraial e coronel: dois estudos de história social (1978). E para fazer jus a Oswaldino Marques, registra-se que na biblioteca de Cora há um exemplar autografado pelo crítico do livro de sua autoria A dançarina e o horizonte (1977), que inclusive, contém marcas de correção ortográfica feitas a caneta74. Vintém de cobre..., ainda, se divide em três partes, isto é: Livro I – Meias confissões de Aninha; Livro II – Ainda Aninha...; e Livro III – Nos reinos de Goiás e outros. Neste subcapítulo confrontarei, se possível for, as passagens poéticas que fazem referência às leituras literárias, aos livros e autores e o acervo encontrado na biblioteca, buscando estabelecer correlações entre o que foi rememorando em versos e o que se encontra fisicamente disponível na biblioteca particular estabelecendo, com isso, o reflexo biografemático que “[...] se compõe de resíduos, desse misto de sensações interceptadas, [e] vai se estruturando nessa trajetória de viacrúcis, a que se deixa entrever no que se viveu e no que se produziu”. (NORONHA, 2001, p. 79, grifo da autora). Assim sendo, no Livro I composto por 33 poemas, a primeira referência literária que aparece está no poema Moinho do tempo (p. 42), no qual, a poetisa, cita o conto de fadas “Maria Borralheira”. Ao aludir ao conto de fadas, Cora estabelece uma analogia com as moças do seu tempo que vivem à espera de um marido. Transcrevo alguns versos: 74 Não foi possível identificar a autoria das marcas com correções ortográficas feitas na obra. 105 [...] A gente era moça do passado. Namorava de longe, vigiada. Aconselhada. Doutrinada dos mais velhos, em autoridade, experiência, alto saber. “Moça para casar não precisa namorar, o que for seu virá”. Ai, meu Deus! E como custava chegar... Virá! Virá!...Virá virá... quando? E o tempo passando e o moinho dos anos moendo, e a roda-da-vida rodando... Virá-virá! A gente ali, na estaca. Amarrada, consumida de Maria Borralheira, sem madrinha-fada, sem sapatinho perdido, sem arauto de príncipe-rei, a procurar pelos reinos da cidade de Goiás o pezinho faceiro do sapatinho de cristal, caído na correria da volta. (CORALINA, 1984, p. 43). Afora essa primeira passagem, as histórias de contos de fadas também são citadas em dois outros poemas: Meu melhor livro de leitura (p. 54) e Voltei (p. 128). No primeiro, a poetisa veste-se dos personagens infantis e enfatiza as características físicas do livro gravados na memória, veja-se um pequeno trecho: [...] Minhas estórias de Carochinha, meu melhor livro de leitura, capa escura, parda, dura, desenhos preto e branco. Eu me identificava com as estórias. Fui Maria e Joãozinho perdidos na floresta. Fui a Bela Adormecida no Bosque. Fui pele de Burro. Fui companheira de Pequeno Polegar e viajei com o Gato de Sete Botas. Morei com os anõezinhos. Fui a Gata Borralheira que perdeu o sapatinho de cristal na correria da volta, sempre à espera do príncipe encantado, desencantada de tantos sonhos nos reinos da minha cidade. [...] (CORALINA, 1984, p. 54). No poema Voltei, a poetisa enaltece as características físicas do livro, tomando-o enquanto objeto: 106 Voltei. Ninguém me conhecia. Nem eu reconhecia alguém. Quarenta e cinco anos decorridos. Procurava o passado no presente e lentamente fui identificando a minha gente. Minha escola primária. A sombra da velha Mestra. A casa, tal como antes. Sua pedra escorando a pesada porta. Quanto daria por um daqueles duros bancos onde me sentava, nas mãos a carta de “ABC”, a cartilha de soletrar, separar vogais e consoantes. Repassar folha por folha, gaguejando lições num aprendizado demorado e tardo. Afinal, vencer e mudar de livro. Reconheço a paciência infinita da mestra Silvina, sua memória sagrada e venerada, para ela a oferta deste livro, todas as páginas, todas as ofertas e referências Tão pouco para aquela que me esclareceu a luz da inteligência. A vida foi passando e o melhor livro que me foi dado foi Estórias da Carochinha, edição antiga, capa cinzenta, papel amarelado, barato, desenho pobre, preto e branco, miúdo. [...] (CORALINA, 1984, p. 128). Os aspectos físicos do livro são realçados nos dois poemas. As circunstâncias de se atribuir detalhes ao objeto livro é levado em consideração por Umberto Eco, quando este analisa a relação pessoa/livro, privilegiando o objeto por “[...] ser amado não só por aquilo que diz, mas também pela forma sob a qual se apresenta”. (ECO, 2010, p. 19). Sobre a questão relacionada à forma do livro, Manguel (2001, p. 149) esclarece que “Os livros declaram-se por meio de seus títulos, seus autores, seus lugares num catálogo ou numa estante, pelas ilustrações em suas capas; declaram-se também pelo tamanho”. E acrescenta que, pessoalmente “Julgo um livro por sua capa; julgo um livro por sua forma”. (MANGUEL, 2001, p. 149). O tratamento minucioso percebido sob o prisma físico dos livros e descritos por Cora, me permite observar como traço biografemático um embrionário desejo de colecionadora, verificável no amor pelos livros, seus detalhes e suas histórias. Percebo a presença de um olhar atento às particularidades, às marcas das memórias de infância, selecionadas ao abrigo de uma perspectiva pessoal. Independentemente da biblioteca de Cora Coralina não possuir nenhum exemplar de contos de fadas, considero pertinente tratar desse tema, acreditando que a gênese do interesse da poetisa pela leitura passa pelas leituras infantis e pelas referências familiares, notadamente pelo 107 fato de sua mãe ter sido uma exímia leitora, assinante de jornais e sócia do Gabinete Literário Goiano. Acerca do Gabinete Literário Goiano trago-o mais uma vez à discussão, numa pequena digressão, pois este teve um importante papel na dificultosa circulação e acesso aos livros e jornais na segunda metade do século XIX em Goiás. Dificuldades, especialmente, por questões concernentes ao processo de transição política, social e econômica da época, evidenciadas com o fim da escravatura e com a Proclamação da República no Brasil. Fundado em 1864, o Gabinete Literário Goiano é reconhecido como a primeira biblioteca pública do Estado de Goiás75. Fruto da iniciativa de uma elite letrada de Goiás, o primeiro estatuto do Gabinete não permitia a associação de mulheres. Essa condição foi alterada, com a efetiva participação feminina, no final do século XIX. Passos (1982, p. 165) transcreve a ata de reunião do dia 16 de abril de 1871, na qual destaca que seria incluída no estatuto o seguinte artigo: “As senhoras que forem sócias do Gabinete, e não puderem vir, não quiserem concorrer pessoalmente às seções podem fazerem-se representar por uma terceira pessoa expressamente autorizada para isso”. Essa abertura propiciou que, em 1929, fosse eleita a primeira presidente do Gabinete, a senhora Consuelo Caiado. Sua gestão foi marcada por um intenso período de palestras e conferências com os principais nomes que se destacavam literariamente à época. Os historiadores afirmam que os livros adquiridos pelo Gabinete Literário Goiano eram provenientes da livraria Garnier do Rio de Janeiro e eram transportados em tropas, significando vários dias de viagem até chegada ao seu destino. No decorrer dos anos, a manutenção do Gabinete Literário Goiano passou por momentos de crise financeira, acarretando, por vezes, a suspensão de atendimento e a mudança de localização. A despeito dos esforços e interesse da sociedade em preservar o acervo, atualmente o Gabinete encontra-se fechado ao público, condição esta, que não impede a atual presidente do Gabinete, Sra. Circe de Camargo Ferreira e Silva, de gentilmente abrir as portas para pesquisadores interessados no acervo, 75 Sobre esse aspecto existe uma divergência, pois segundo Barra (2008) há um registro, localizado no primeiro periódico goiano – A Matutina Meyapotense, sobre a existência de uma biblioteca pública no ano de 1832, na cidade de Meia Ponte. Fato contrariado por Bittar (1997) ao afirmar que, em 1850, é criada a primeira biblioteca pública da cidade de Goiás, anexa ao Liceu de Goiás. 108 inscrições históricas constantes nos livros de registro de sócios e atas de reuniões76. Como citado anteriormente, a Senhora era sócia assídua do Gabinete, circunstância verificável nos registros da movimentação de empréstimos realizados em nome da mãe de Cora Coralina. Até 1889, ano do nascimento de Cora e do falecimento de seu pai, o registro estava em nome de seu marido desembargador. Cuidadosamente, encontra-se guardado no acervo do Gabinete um bilhete, datado de junho de 1889, no qual a mãe de Cora solicita o envio de romances e o volume do livro “Das maravilhas da criação”. Reproduzo o conteúdo do bilhete: Paraízo, 5 de junho de 1889 Ilustríssimo Antonio Gomes Pinto Peço-lhe por obsequio de enviar-me pelo portador desta, alguns romances dos novos e também o volume das Maravilhas da Criação que trata das Aves, que muito agradecida lhe ficarei. L[ilegível] as primas. Sua [ilegível] J. Luiza do C. B. Peixoto. A leitura dos romances do Gabinete é confirmada por Cora Coralina ao destacar que durante o período em que a família morou na fazenda Paraíso, o distanciamento da cidade era rompido pela figura do carreiro Anselmo77, que, de tempos em tempos, fazia a viagem no carro de bois e levava consigo uma lista variada de encomendas, conforme observado no poema “O longínquo cantar do carro” (p. 97-99). Escreveu a poetisa: [...] era a rotina da vida no Paraíso e nós, jovens, ansiando já pela volta do carro, 76 Durante o período em que realizei a pesquisa de campo no Museu Casa de Cora Coralina, a Sra. Circe de Camargo, abriu as portas do Gabinete para que eu pudesse consultar os livros de empréstimos, em busca de comprovações dos registros de leitura da família de Cora Coralina. 77 Cora Coralina presta homenagem ao importante vaqueiro em Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1984). Homem trabalhador e de confiança da família, ela escreve um poema intitulado O carreiro Anselmo (p. 100), no qual destaca suas habilidades com os afazeres da fazenda Paraíso. 109 cartas e jornais do Rio de Janeiro. Minha mãe era assinante do “Paiz” e para nós vinham os romances do Gabinete Literário Goiano. Esperar a volta do carro, imaginar as coisas que viriam da cidade, tomava a imaginação desocupada das meninas moças. Acostumei a ler jornais com a leitura do “Paiz” Colaboravam Carlos de Laet, Arthur Azevedo, Júlia Lopes de Almeida, Carmem Dolores. Meus primeiros escritinhos foram publicados no suplemento desse jornal. Acompanhei, na sua leitura, fatos e acontecimentos universais. [...] (CORALINA, 1984, p. 98, grifo da autora). Sobre o Gabinete e a biblioteca de Cora Coralina, cabe registrar que, dentre os livros mais antigos do acervo catalogado, há um exemplar com capa solta, paginação incompleta, que possui carimbo do Gabinete Literário Goyano datado de 10 de setembro de 1921. Trata-se do título A bandeira: estudo psychologico d’uma desequilibrada (1897) de Lino de Macedo. Intrigante pensar como um livro tão antigo com carimbo de uma instituição faz-se presente no acervo de Cora Coralina. A julgar por outros livros de escritores portugueses presentes em sua biblioteca, como Eça de Queiros, Guerra Junqueiro e Fernando Pessoa, pode-se assegurar que Cora apreciava a literatura produzida em Portugal. Figura 11 - Livro com carimbo do Gabinete Literário Goiano 110 Figura 11- Livro com carimbo do Gabinete Literário Goiano Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Sobre o apreço por autores portugueses, chama a atenção que Almeida Garrett tinha a admiração de Cora Coralina. Admiração expressa no poema “Aquela gente antiga – II”, no qual confessa que foi vítima de alguns princípios, considerados pela sociedade goiana, como inapropriados às mulheres daquele tempo, em particular, às moças que projetavam no casamento um ideal de vida. Reproduzo alguns versos: Aquela gente antiga explorava a minha bobice. Diziam assim, virando a cara como se eu estivesse distante: “Senhora Jacinta tem quatro fulores mal falando. Três acham logo casamento, uma, não sei não, moça feia num casa fácil” Eu me abria em lágrimas. Choro manso e soluçado... [...] Eu me consolava e me apegava à minha bisavó. Cresci com os meus medos e com o chá de raiz de fedegoso, prescrito pelo saber de minha bisavó. Certo que perdi a aparência bisonha. Fiquei corada e achei quem me quisesse. Sim, que esse não estava contaminado dos princípios goianos, 111 de que moça que lia romance e declamava Almeida Garrett não dava boa dona de casa. (CORALINA, 1984, p.53, grifo do autor) Na segunda parte do livro – Livro II Ainda Aninha..., observo a forte presença da subjetividade em torno da máscara lírica, Aninha. Uma subjetividade voltada aos aspectos do imaginário, das lembranças, dos apelos, das reflexões, dos recados e da oração. O eu lírico se revela, não só no que declara de si, mas no encontro com múltiplas oportunidades de representá-lo. Isso pode ser percebido no tratamento que a poetisa dispensa a alguns símbolos históricos, como Tiradentes, Juscelino Kubitschek e outras autoridades, como o Presidente e o Ministro da Justiça à época. Comprometida social e politicamente, Cora Coralina lembra dos presidiários, o menor abandonado, exalta a universidade, o professor e cobra das autoridades as promessas feitas em relação aos problemas da seca no Nordeste numa representação de criticidade. Alguns fragmentos de “Os apelos de Aninha”: [...] Presidente, salva o Nordeste, Dá água abundante e corrente aos seus filhos valorosos, irrigação ao seco. Salva àquela gente, seu gado e sua lavoura, dá vida nova àqueles estados tão marcados pela seca. A posteridade te espera e as gerações vindouras te proclamarão. Presidente, há uma trilogia de salvação e recuperação em oferta ao governo. Sê o Presidente, esse esperado, sê o Messias destes tempos novos. Se assim for, a posteridade te espera. [...] Excelência, essas três proposições, magnas proposições, deságuam numa única – Trabalho como fonte de salvação. Salvação do Nordeste, dando condições de viver ao nordestino no seu próprio meio. Regeneração do apenado em condições de trabalho organizado, produzido a nível industrial, dentro dos presídios, respaldado por uma formação autônoma e cooperativista do reeducando. Salvar a criança pobre antes que se perca pelo abandono e pela miséria. Isso pela criação de Escolas de Ofícios, que façam delas operários qualificados para a grandeza do nosso país. Resumindo tudo: na terapêutica humana do trabalho. Presidente. A posteridade te espera. Não te espantem as dificuldades de assumir. 112 A Nação te ajudará e se sentirá engrandecida e orgulhosa do seu Presidente. (CORALINA, 1984, p. 176-178) A terceira parte – Livro III Nos Reinos de Goiás e outros – é composta por 16 poemas nos quais ressaltam-se as particularidades da antiga capital do Estado e os seus costumes, habitantes e animais (gatos, rolinhas fogo-apagou, bem-te-vis). Pesquero Ramón (2003) acentua que Cora Coralina possui uma particular sensibilidade poética e filosófica ao ponto de suas identificações pessoais adquirirem proporções universais. Para o crítico, as principais identificações da poetisa são: sua gente, sua sósia (a mulher obscura78), a terra, a água, os animais, as plantas e a cidade de Goiás. Nesta última parte do livro, estão disponíveis alguns poemas que ratificam a análise de Pesquero Ramón (2003), dos quais cito alguns: “Nos reinos de Goiás (A vida e suas contradições) ” (p. 183), “Bem-tevi... Bem-te-vi...” (p. 193), e “Irmã Bruna” (p. 201). A leitura biografemática de Cora Coralina, nesse momento, permite observar o espelhamento da face da poetisa na confluência dos significantes dos poemas. Tosta (2006, p. 21, grifo do autor) argumenta que: Cora tinha consciência de que a história normalmente tende a esquecer, ou melhor, a não escolher as pessoas comuns [...]. Em ‘Sou raiz’, de Vintém de cobre [...] ela revela a sua solidariedade para com os oprimidos da sociedade, se ‘misturando’ com os ‘condutores e cobradores’, os ‘pequenos iletrados, pobres e remendados’, os ‘humildes’, que, para ela, são todos ‘heroicos e anônimos’. Além desses poemas, nos quais se percebem as identificações de Cora Coralina, nesta última parte do livro, chama a atenção os versos de “O poeta e a poesia” (p. 195). Talvez, inspirada no livro encontrado em 78 Sobre este aspecto, os biógrafos de Cora vão um pouco mais além. Ao escreverem o capítulo “Em defesa dos obscuros”, no livro Cora Coralina: raízes de Aninha (BRITTO; SEDA, 2009), eles incluem como singularidade da poetisa, não apenas a condição da exclusão feminina representada nos versos, sobretudo, pela vida das prostitutas e lavadeiras de roupas, mas outros grupos igualmente marginalizados, a saber: o menor abandonado; os presidiários; os nordestinos; e os judeus. Afirmam ainda que: “A identificação com os obscuros contribuiu para que fosse leitora e admiradora de Jorge Amado, que também efetuava, em sua ficção, um canto solidário com os excluídos [...]”. (BRITTO; SEDA, 2009, p. 335). 113 sua biblioteca Carta a um jovem poeta (1975) de Rainer Maria Rilke, livro que contém várias marcações de leitura, inclusive no prefácio de Cecília Meireles (transcrito na sequência dos versos), Cora tenha escrito o poema: Não é o poeta que cria a poesia. E sim, a poesia que condiciona o poeta. Poeta é a sensibilidade acima do vulgar. Poeta é o operário, o artífice da palavra. E com ela compõe a ourivesaria de um verso. Poeta, não somente o que escreve. É aquele que sente a poesia, se extasia sensível ao achado de uma rima, à autenticidade de um verso. Poeta é ser ambicioso, insatisfeito, procurando no jogo das palavras, no imprevisto do texto, atingir a perfeição inalcançável. O autêntico sabe que jamais chegará ao prêmio Nobel. O medíocre se acredita sempre perto dele. Alguns vêm a mim. Querem a palavra, o incentivo, a apreciação. Que dizer a um jovem ansioso na sede precoce de lançar um livro… Tão pobre ainda a sua bagagem cultural, tão restrito seu vocabulário, enxugando lágrimas que não chorou, dores que não sentiu, sofrimentos imaginários que não experimentou. Falam exaltados de fome e saudades, tão desgastadas de tantos já passados. Primário nos rudimentos de sua escrita e aquela pressa moça de subir. Alcançar estatura de poeta, publicar um livro, Oriento para a leitura, reescrever, processar seus dados concretos. Não fechar o caminho, não negar possibilidades. É a linguagem deles, seus sonhos. 114 A escola não os ajudou, inculpados, eles. [...] (CORALINA, 1984, p. 195-196) É impossível saber, com exatidão, a data em que Cora Coralina escreveu estes versos, as ressalvas feitas por seus biógrafos apontam para algumas pistas que podem confirmar ou não a suspeita que levanto, ao pensar na apropriação de Cora acerca das recomendações que Rilke faz em seu livro: A maioria dos poemas de Vintém de cobre foi escrita na proximidade do contexto de sua publicação: ‘Bem-te-vi... Bem-te-vi...’ e ‘O Quartel de polícia de Goiás’ (1978), ‘Segue-me’ (1980), ‘Aninha e suas pedras’ (outubro de 1981) e os cadernos com grande número de poemas datados de 1982. Mesmo com a agenda repleta de palestras, lançamentos, viagens e homenagens, nele agasalhou 77 poemas, tornando-o sua obra com o maior número de trabalhos [...]. (BRITTO; SEDA, 2009, p. 394, grifo do autor). Isso me permite inferir que, provavelmente, Cora já havia lido e assinalado o livro de Rilke quando escreveu os versos nos quais, ao modo do escritor tcheco, emite conselhos aos iniciantes nas letras. Entretanto, para além dessa questão cronológica, sublinho que Cora, em algum grau, seguiu, na sua trajetória poética, as sugestões/recomendações que Rilke fez ao jovem Kappus. A transcrição do conteúdo dos parágrafos selecionados por Cora Coralina, no prefácio escrito por Cecília Meireles79, ratificam esta assimilação. O trecho sublinhado pela poetisa é, para a prefaciadora, o resumo dos conselhos do mestre ao aprendiz. 79 O prefácio escrito por Cecília Meireles é dedicado a falar sobre a tradução feita por Paulo Rónai sobre a série de dez cartas escritas por Rainer Maria Rilke, destinadas ao jovem poeta Franz Xaver Kappus. 115 Figura 12 - Marcas de leitura Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. A seguir, apresento a transcrição dos trechos grifados por Cora Coralina: [...] do poeta em algumas linhas: escrever só por absoluta necessidade, evitar temas sentimentais e formas comuns, escolher as sugestões oferecidas pelo ambiente, a imaginação e a memória, não dar importância aos críticos, não ler tratados de estilo. O resto é muito mais importante, uma vez que a parte formal da arte acaba por se realizar, quando atrás dela há uma imposição total de vida transbordante. Por isso aplica-se a valorizar aos olhos do jovem Kappus [...] [...] uma clarividência; de um gosto da solidão, constante e inteligente; uma visão diversa do amor; de uma ternura pela natureza e pelos mínimos aspectos das coisas; de uma paciência interminável; de uma aceitação leal de todas as dificuldades; de uma fidelidade à infância; de uma expectativa de Deus; de uma compreensão mais humana da mulher; de uma disciplina poética humilde e vagarosa. Mas sobretudo a solidão assume, nessas cartas, um 116 caráter de heroísmo e de magnificência, - a ponto de poder dizer que o homem solitário pode preparar muitas coisas futuras porque as suas mãos erram menos. (MEIRELES, 1975, grifo nosso) Torna-se significativo destacar que nas páginas seguintes do livro, ou seja, nas cartas, propriamente ditas, de Rilke, existem novas marcações de leitura de Cora, em pontos específicos. Destaco algumas: Evite de início as formas usuais e demasiados comuns [...]. Para o criador, com efeito, não há pobreza nem lugar mesquinho e indiferente. [...] O criador, com efeito, deve ser um mundo para si mesmo e encontrar tudo em si e nessa natureza a que se aliou. (RILKE, 1975, p. 23-25). Pondero que não é o objetivo desta tese, aprofundar e detalhar a análise do espelhamento dos ensinamentos de Rilke presentes na escritura de Cora, isso caberia a outro estudo, com esta finalidade. Porém, dentre os conselhos assinalados por Cora, alguns estão evidentes na sua poética, são eles: o esquivo dos temas sentimentais – sua lírica se afasta de assuntos que envolvem paixão e romance. Há em Cora um olhar singular sobre o amor e este implica no amor fraternal e caridoso; o uso da memória – esta é, com certeza, sua principal marca, o que significa que sua poesia se identifica com a memória, tornando, esta, um saber; a ternura pela natureza e pelos aspectos mínimos das coisas – particularidades notadamente presente em sua poética; fidelidade à infância – Cora utiliza em vários poemas, a máscara lírica Aninha, seu tempo poético predominante é a infância; a compreensão humana da mulher – por várias vezes abordado nesta tese, a identificação com as mulheres, sobretudo, as ditas “obscuras”. Entretanto, sobre este aspecto, cabe uma ressalva, apesar de se interessar e defender causas femininas, como o direito à educação, à participação social e política é preciso desmistificar, o fato propagado pela impressa jornalística e periódicos, que Cora seria uma feminista. Sobre esta peculiaridade de Cora, Darcy França Denófrio (2006, p. 192) afirma: “Feminista, não: mulher diferenciada”. Para a professora é um equívoco considerar Cora Coralina uma feminista e no sentido de desmistificar esse arquétipo, ela aponta exemplos que ratificam seus argumentos. Isso significa dizer que Cora, em alguns poemas, homologa o pensamento patriarcal quando se posiciona “[...] contra a laqueadura, os modernos métodos contraceptivos, o sexo por prazer e o trabalho fora do 117 lar”. (DENÓFRIO, 2006, p. 196). Alega, inclusive, que no poema “Outra face”, publicado em seu primeiro livro Poemas dos becos de Goiás e estórias mais (2006), Cora lamenta que valores antigos estão sendo desprezados e “[...] entre eles, contraditoriamente em seu caso, a própria virgindade. Cora era absolutamente contra a mulher liberada”, declara. (DENÓFRIO, 2006, p. 196). Apresento alguns versos do referido poema: Tudo deserto. Alguém sozinha Na noite No frio Procurando os berços Que já não cabem os meninos. Eles cresceram tanto Que já não cabem nos berços. Outras crianças virão? Já não se precisa de berços? Onde estão as criancinhas? Indesejáveis, por aí... Nas creches. [...] Não há mais verdes, Nem heróis nem nada. Os ventres estão infecundos. Os lares abandonados. As trompas foram silenciadas. Filhos...pílulas. Terror. Terroristas. Violência. Violentos. Assaltos. Assaltantes. [...] (CORALINA, 2006, p. 222-223) Após essa ressalva, devolvo à análise o foco desse subcapítulo e prossigo com a da terceira parte do livro Vintém de cobre: meias confissões de Aninha, em que no último poema do livro, intitulado Sombras, observo uma poetisa melancólica, consciente das suas limitações físicas, suas dificuldades e sua finitude. No poema, Cora se diz cansada e usa como metonímia a catarata, para expressar o sentimento de impotência perante a capacidade de lutar, de perceber a luz, de ler “O livro amado”. Nesse momento, é visível a fragilidade da mulher-operária- 118 doceira, que quebrou pedras, plantou flores, enfrentou as dificuldades da vida e transformou sofrimento em poesia. Transcrevo o poema: Tudo em mim vai se apagando. Cede minha força de mulher de luta em dizer: estou cansada. A claridade se faz em névoa e bruma. O livro amado: o negro das letras se embaralham, entortam as linhas paralelas. Dançam as palavras, a distância se faz em quebra luz. Deixo de reconhecer rostos amigos, familiares. Um véu tênue vai se encorporando no campo da retina. Passam lentamente como ovelhas mandas os vultos conhecidos que já não reconheço. É a catarata amortalhando a visão que se faz sombra. Sinto que cede meu valor de mulher de luta, e eu me confesso: estou cansada. (CORALINA, 1984, p. 211) Sob a perspectiva da melancolia e incertezas, há em Cora Coralina um transbordamento poético regido pela emoção e autenticidade da existência. Nesse lugar, onde o autor empírico constrói sua autoria e desenvolve sua escritura, a leitura biografemática “[...] instaura o desejo que investiga em fragmentos sígnicos vetoriados ao qualitativo, ler, neste sentido, é o mesmo que criar, pelo estilo da busca, a singularidade de um modelo”. (NORONHA, 2001, p. 22). 119 Figura 13 - Casa Velha da Ponte Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora O espectro na janela – o pormenor descentrado 120 CASA VELHA DA PONTE80... Olho e vejo tua ancianidade vigorosa e sã. Revejo teu corpo patinado pelo tempo, mascado das escaras da velhice. Desde quando ficaste assim? Eu era menina e você já era a mesma, de paredes toscas, de beiradão Desusado e feio, onde em dias de chuva se encolhiam as cabras soltas da Cidade. Portais imensos para suas paredes rudes de barrotins e enchimento em lances sobrepostos salientes. Folhas de portas pesadas de arvores fortes descomunais, serradas a mão, unidas e aparelhadas, levantadas para a entrada e saída de gigantes homens feros, duros restos de bandeira. Fechaduras anacrônicas, chavões de broca, gonzos rangentes de feitio estranho e pregos quadrados. MINHA CASA VELHA DA PONTE... assim a vejo e conto, sem datas e sem assentos. Assim a conheci e canto com minhas pobres letras. Desde sempre. Lgum dia cerimonial foste casa nova, num tempo perdido do passado, quando mãos escravas te levantaram em pedra, madeirame e barro. [...] MINHA CASA VELHA DA PONTE... Velho documentário de passados tempos, vertente viva de estórias e lendas. Gerações de rolinhas fogo-pagô descantam teus anos jubilares, cumeeiras, aninham-se nas mangueiras rotundas e mariscam suas coisinhas, sementinhas de capim na areia limpa do quintal. Geriarcas lagartixas, eternas inquilinas dos velhos muros e paredes brechadas se aquecem ao sol balançando sempre a cabecinha astuta. [...] A batida ansiosa entre velhos e crianças, a intera de vinténs de cobre para alcançar o valor de um verde e cheiroso quilo de café. CASA VELHA DA PONTE, és para o meu cântico ancestral uma benção madrinha do passado. (CORALINA, 1976, p. 90-93, grifo da autora) 80 Publicado na obra Meu livro de cordel (1976). A crônica na íntegra é apresentado do Anexo B. 121 3.3 POESIA DO RESÍDUO: CASA VELHA DA PONTE, PRATO AZUL-POMBINHO É de significativa importância para a vida e obra de Cora Coralina, a Casa Velha da Ponte e as suas histórias. Ao ponto de seu quarto livro, organizado em vida e publicado após sua morte, trazer 18 contos reunidos sob o título de Estórias da Casa Velha da Ponte (1986). Diante desta constatação e considerando a proposta de uma leitura biografemática, intento neste subcapítulo, apresentar manifestações e complementariedades que envolvem os dados existenciais e a materialidade escritural de Cora Coralina, em busca do deciframento que envolve bios e graphos. Cora Coralina passou parte de sua vida entre as paredes toscas, de beiradão desusado e feio81 da Casa Velha da Ponte. Nessa casa nasceu e viveu seus primeiros anos. Depois, entre os anos de 1900 a 1905, juntamente com sua família, morou na fazenda Paraíso, propriedade de seu avô, enquanto a casa permaneceu alugada. Após isso, junto aos seus, retornou à casa e, em 1911, Cora parte rumo a São Paulo, retornando após 45 anos (1956) e permanecendo na antiga casa até sua morte em 1985. A poetisa registrou, em prosa, o tempo em que viveu ali. Escreveu ela: Nesse meio me criei e me fiz jovem. Meus anseios extravasaram a velha casa. Arrombaram portas e janelas, e eu me fiz ao largo da vida. Andei por mundos ignotos e cavalguei o corcel branco do sonho. Pobre, vestida de cabelos brancos, voltei à velha CASA DA PONTE, barco centenário encalhado no Rio Vermelho, contemporânea do Brasil Colônia, de monarcas e adventos. (CORALINA, 1986, p. 11, grifo da autora). Deste modo, proponho uma incursão, ainda que célere, na gênese da Casa Velha da Ponte e o percurso que a trouxe como propriedade para a família de Cora. Assim, saliento que à época da fundação da primeira capital do Estado de Goiás (1727), o interior do Brasil era palco do movimento de ocupação com as investidas dos bandeirantes82. Como ressalta Britto e Seda (2009, p. 16): Grifo retirado do conto “Casa Velha da Ponte”, publicado no livro Meu livro de cordel (1976) e apresentado na abertura deste subcapítulo. 82 O historiador Luiz Palacín (1972) destaca que o descobrimento de Goiás está relacionado com a “corrida do ouro” que se iniciou em Minas Gerais (1690), 81 122 A criação da cidade, a oeste da linha demarcatória do Tratado de Tordesilhas, contribuiu para a formação de outros núcleos urbanos, dilatando, assim, os limites destinados aos portugueses na América do Sul e tornando-se referência na ocupação do Centro-Oeste entre os séculos XVIII e XIX. Na cidade do século XVIII, estrategicamente posicionada às margens do Rio Vermelho, uma das primeiras construções, em arquitetura vernacular, erigida pelos escravos é a Casa Velha da Ponte. Relatos apontam que a história da casa se confunde com a da fundação da cidade. “Não se sabe a data exata da construção da casa [...]. Apesar da falta de documentos a respeito da finalidade primeira do imóvel, a versão de Cora, de a casa ter sido da Coroa Portuguesa, tem fundamento”. (BRITTO; SEDA, 2009, p. 18-19). Privilegiada geograficamente, coleante ao Rio Vermelho, a velha casa abrigou moradores ilustres como, por exemplo, o inconfidente capitão-mor Antônio Souza Telles de Menezes.83 Após a morte do inconfidente, poucos são os registros dos demais moradores, até que em 1854 existe a indicação de a casa ter sido propriedade do cônego Couto Guimarães, ascendente de Cora Coralina. Falar na Casa Velha da Ponte é relevante para a reconstrução biografemática da poetisa, pois, “[...] vida e obra deixam-se descodificar unificadas pela mobilidade das nuances, em estatuto que atua indistintamente, transmutando-as em fatos de linguagem”. (NORONHA, 2001, p. 16, grifo da autora). Para compreender como a Casa Velha da Ponte tornou-se propriedade da família de Cora é necessário investigar a descendência de Couto Guimarães até chegar em Cora Coralina. Essa descendência é assim explicada: o cônego era um dos três filhos de João José do Couto depois Cuiabá (1719). Devido à localização geográfica, o ouro de Goiás não permaneceria oculto por muito tempo. O autor aponta três razões que motivaram as investidas dos bandeirantes rumo ao cerrado goiano: a busca de um caminho por terra com acesso a Cuiabá, a crença transmitida pelos colonos e apoiada numa teoria geológica renascentista da existência abundante de metais preciosos em subsolos paralelos ao equador e, o momento político, no qual os paulistas desejavam alargar os limites reais da Capitania. 83 Conta-se que o capitão foi um inconfidente, desgarrado da turma de Minas e perdido no interior de Goiás. Morreu, ou foi “mandado morrer”, em 1804. (TAHAN, 1989) 123 Guimarães e Vicência Pereira de Carvalho. Sua irmã, a única que deixou sucessores, teve doze filhos. Um sobrinho do cônego Couto, Joaquim Luiz, casou-se na Casa da Ponte com uma herdeira do bandeirante Bartolomeu Bueno da Silva – o Anhanguera. Após a morte do cônego, Joaquim Luiz, avô de Cora Coralina, recebe como herança a Casa Velha da Ponte. Da união com Honória Pereira de Abreu nascem sete filhos, dentre eles, Jacyntha Luiza do Couto Brandão (mãe de Cora Coralina). Futuramente, a Casa Velha da Ponte é adquirida pelo segundo marido da senhora Jacyntha, o desembargador Francisco Paula Lins Guimarães Peixoto (pai de Cora), e lhe é presenteada (BRITTO; SEDA, 2009). Em um momento delicado para a família, que se via diante do fim do período de escravatura e da necessidade de um rearranjo financeiro para se adequar à nova economia, chega ao mundo a segunda filha do casal Guimarães Peixoto84. Período conturbado de endividamento, culminado com a morte do patriarca da família que padece doente. É nesse cenário que nasce Aninha. Cenário retratado nos versos de Minha Infância (Freudiana): Quando nasci, meu velho Pai agonizava, logo após morria. Cresci filha sem pai, secundária na turma das irmãs. Eu era triste, nervosa e feia. Amarela, de rosto empalamado. De pernas moles, caindo à toa. Os que assim me viam – diziam: “- Essa menina é o retrato vivo do velho pai doente”. (CORALINA, 2006, p. 168, grifo da autora) Cabe registrar que a Casa Velha da Ponte, inserida no contexto geográfico e histórico, está incorporada ao conjunto de casas coloniais, igrejas e monumentos encravados nas ruas de pedra e becos da cidade de Goiás85. Becos, que por sinal, compõem o título e o tema principal do Viúva por três vezes, Jacyntha Luíza teve com o primeiro marido uma filha – Vicência, depois vieram Helena e Ana (Cora Coralina) com o segundo e Adda Maria com o terceiro. 85 Em 2001, a cidade de Goiás recebeu, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o título de Patrimônio Histórico da Humanidade, em reconhecimento de sua estrutura arquitetônica e cultural. 84 124 primeiro livro publicado por Cora Coralina Poemas dos becos de Goiás e Estórias mais (2006). Beco da minha terra... Amo tua paisagem triste, ausente e suja. Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa. Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio. E a réstia de sol que ao meio-dia desce, fugidia, e semeia polmes dourados no teu lixo pobre, calçando de ouro a sandália velha, jogada no teu monturo. […] Becos de minha terra, discriminados e humildes, lembrando passadas eras … [...] Conto a estória dos becos, dos becos da minha terra, suspeitos... mal afamados onde família de conceito não passava. “Lugar de gentinha” – diziam, virando a cara. De gente do pote d’água. De gente de pé no chão. Becos de mulher perdida. Becos de mulheres da vida. Renegadas, confinadas na sombra triste do beco. […] (CORALINA, 2006, p. 93, grifo da autora). Ao retornar para Goiás, Cora Coralina percebe a Casa Velha da Ponte como um local de memória, de modo que a escolheu para viver seu momento de insulamento e reclusão, que proporcionaram a gestação de sua primeira obra. A casa observada enquanto um lugar “[...] constituído por redes públicas de sentido, formadoras de subjetividade” (JOBIM, 2011, p. 129), tornou-se o ponto de equilíbrio para a reflexão e assimilação que permitiram a expressão lírica de sua subjetividade. Pode-se dizer que a escritura de Cora Coralina atualiza os resíduos da memória. Isso é, notadamente, sustentado por aspectos relacionados a uma “[...] memória especializada, fossilizada no espaço. [...] é essencialmente a cidade de Goiás o espaço memorial de onde desentranha a matéria de sua literatura”. (YOKOZAWA, 2009, p. 203). Espacialmente, a Casa Velha da Ponte representa um importante local de 125 memória, ambiente em que a poetisa viveu duas fases de sua vida: infância (tempo marcante/predominante em seus versos) e a velhice, após seu regresso à cidade natal. A escritura confessional e testemunhal de Cora Coralina, encontrou na Casa Velha da Ponte e na cidade de Goiás com seus monumentos, igrejas, casarões e becos, o espaço fértil para se desenvolver. É, portanto, adequado falar, como faz Michael Pollak (1989), sobre os objetos materiais representativos da memória: [...] monumentos, museus, bibliotecas etc. [...]. Quando vemos esses pontos de referência de uma época longínqua, frequentemente os integramos em nossos próprios sentimentos de filiação e de origem, de modo que certos elementos são progressivamente integrados num fundo cultural comum a toda humanidade. (POLLAK, 1989, p. 10) Além disso, inclui-se no rol de objetos materiais citados por Pollak (1989), a casa materna como campo de referência espacial para a memória. Referência que, nas palavras de Bachelard (1978), elaboram a constituição da subjetividade humana. Diz o filósofo: [...] é graças à casa que um grande número de nossas lembranças estão [sic] guardadas e se a casa se complica um pouco, se tem porão e sótão, cantos e corredores, nossas lembranças têm refúgios cada vez mais bem caracterizados. Voltamos a eles durante toda a vida em nossos devaneios. (BACHELARD, 1978, p. 202) Assim, a casa atua como lugar de memória e, essa condição, reflete a explicação de Aleida Assmann (2011, p. 25) ao afirmar como “[...] as mídias externalizadas da memória incluem localizações que são convertidas em lugares de memórias, devido a algum acontecimento de relevância religiosa, histórica ou biográfica”. Cabe, mais uma vez, citar Assmann (2011, p. 25, grifo da autora) para pensar o desejo de retornar aos locais de memória: Lugares podem atestar e preservar uma memória [...]. Após intervalos de suspensão da tradição, peregrinos e turistas do passado retornam a locais 126 significativos para eles, e ali encontram uma paisagem, monumentos ou ruínas. Com isso ocorrem “reanimações”, nas quais tanto o lugar reativa a recordação quanto a recordação reativa o lugar. A compreensão da obra de Cora Coralina perpassa pela apreensão da dimensão histórica de um passado revisitado pela memória da autora. Referentes que resultaram em impressões, marcas na escritura, resíduos, traços pessoais que se contagiaram pelo tracejar poético de Cora. Britto e Seda (2009, p. 33) destacam a presença de materiais residuais no seu processo criativo: [...] a autora acumulou dezenas de cadernos e folhas esparsas, com poemas, contos, desabafos, relatos do cotidiano, anotações de gastos caseiros etc. Se pautando em livros de história, matérias de jornais, causos e lendas, ou nos fatos que presenciou em sua infância. É, portanto, necessário pensar nos resíduos, por assim dizer, colecionados e como estes ensejam combinações metafóricas na escritura. É aí que Cora Coralina se revela como colecionadora. Seu desejo de colecionar remete à citação de Walter Benjamin (2011, p. 235) “Bemaventurado o colecionador” que explanou acerca da inquietação do desejo de colecionar, desejo este, que o próprio Benjamin se rendeu e escreveu um discurso sobre o colecionador. Nesse texto, Benjamin se propõe a desvendar, não à coleção propriamente dita, e sim, a arte de colecionar, o desejo, a paixão que está relacionada com as lembranças. Segundo o autor, “De fato, toda paixão confina com um caos, mas a de colecionar com o das lembranças”. (BENJAMIN, 2011, p. 228). Cora Coralina compartilhava com Benjamin a arte de colecionar, na medida em que moveu o moinho do tempo, voltou à sua cidade natal, escolheu a casa onde nasceu para morar, recolheu-se em meio aos seus papéis, livros, objetos e escavou o seu passado para se dedicar a sua obra poética. Benjamin (2011) destaca que: Quem pretende se aproximar do próprio passado soterrado deve agir como um homem que escava. Antes de tudo, não deve temer voltar sempre ao mesmo fato, espalhá-lo como se espalha a terra, revolvê-lo como se revolve o solo. Pois “fatos” 127 nada são além de camadas que apenas à exploração mais cuidadosa entregam aquilo que recompensa a escavação. (BENJAMIN, 2011, p. 239, grifo do autor). Celso Araújo (1977) reproduz uma fala de Cora Coralina, na qual a autora expressa que, seu regresso à Casa Velha da Ponte, preencheu a lacuna interna que clamava por isolamento, insulamento, desejo de afastamento e, especialmente, de libertar-se das amarras sociais, dos compromissos familiares (casamento86, criação dos filhos) que a impediam de abrir as portas do pensamento criativo e exercer plenamente o seu direito à escritura. Ao realizar seu intuito, a poetisa buscava escavar seu passado na antiga cidade de Goiás, junto aos seus, aos costumes, aos becos e as Igrejas, revolvendo as camadas das memórias, pois “[...] a memória não é um instrumento para a exploração do passado; é, antes, o meio. É o meio onde se deu a vivência, assim como o solo é o meio no qual as antigas cidades estão soterradas”. (BENJAMIN, 2011, p. 239). Nesse processo de escavação, o tempo da memória, para Cora Coralina, é a infância. Infância vivida, conforme afirmado anteriormente, parcialmente na Casa Velha da Ponte, e que, juntamente com os objetos colecionados pela poetisa, criaram o ambiente, o cenário de destroços e resíduos necessários para a expressão artística de Cora Coralina, para que sua arqueopoesia87 aflorasse. A velha casa que a posteriori tornou-se museu é o espaço escolhido por Cora para realizar seu processo de escavação e realizar sua obra. Sobre esse aspecto, Britto (2009, p. 31) registra que “[...] a maior e melhor parte de sua obra foi efetuada após seu reencontro com a cidade de Goiás, quando reescreveu e registrou as relações – de um passado que vivenciou e/ou que ouviu contar – travadas em sua terra natal”. No contexto que associa o retorno às origens, com o ato de colecionar e escavar as memórias, este subcapítulo se propõe trazer à luz, no poema “O prato azul-pombinho”, os limites, as tensões entre a memória e o processo criativo, confrontando-os e estreitando as afinidades existentes, pois, como afirma Carvalho (2005, p. 41, grifo do autor), “A atmosfera de um objeto são ‘as recordações’ que o objeto oferece ao observador”. 86 87 Seu marido, Cantídio Brêtas, faleceu de infecção pulmonar em 1934. Para Almeida (2012), Arqueopoesia é o vínculo entre memória e imaginação. 128 O prato azul-pombinho e seus resíduos, assim como, objetos pessoais, manuscritos, livros, fotos, datiloscritos, utensílios domésticos, roupas e móveis que pertenceram à poetisa estão dispostos para a visualização no Museu Casa de Cora Coralina. Este fato permite uma reflexão em relação à capacidade de fazer com que o ser humano, inserido em seu tempo, possua uma visão menos acessível do tempo presente se comparado à pessoa que se encontra distanciada anacronicamente, uma vez que este é capaz de reviver o passado com amplitude de visão, particularmente auxiliada por acervos museológicos e suas diferentes coleções. Carvalho (2005, p. 41, grifo do autor) destaca que “O observador, no museu, tem a claridade e a ‘transparência’ do homem em voo [...]”, ou seja, o observador no museu consegue descortinar e apreciar, sob o ponto de vista simultâneo, todo o contexto. Os objetos em si contam suas histórias, especialmente, quando dispostos, arranjados em um museu. Para Romero (2012, p. 18), na maioria dos museus: [...] o objeto, por estar afastado de uma suposta origem que ele tenta representar, tanto no tempo quanto no espaço, ou porque esta origem é realmente inapreensível, promove um discurso que só pode ser repetição ou diferimento em relação a esta origem. Esta origem é sempre mítica, pois não pode nunca mais ser vivida como experiência. O desejo de representação definitiva do passado torna os museus quase uma obsessão humana, ou seja, o desejo de reunir o passado, colecionar lembranças, expor os testemunhos materiais e os objetos de cunho sentimentais e culturais estão na origem do surgimento dos museus. Apesar disso, Romero (2012, p. 18, grifo do autor) lembra que, nesse anseio pela apropriação do passado, “Não se leva em conta a impossibilidade de se reviver o passado e o fato de que estes acervos e discursos são apenas simulacros que guardam em si fragmentos ou ‘rastros que restam’ de uma pretensa origem”. Assim sendo, o desejo de resguardar a memória e o tempo vivido é incompatível com o reviver pleno dessa memória. Essa incompatibilidade existente no museu traz um tom de melancolia a esse tipo de local, tendo em vista que a dualidade existente entre a possibilidade de se retomar o passado por meio da apreensão das imagens museológicas, anda de mãos dadas com a impossibilidade de se retornar efetivamente no tempo desse passado. 129 Saliento que o objeto de análise que intitula o poema selecionado e é tema do mesmo – o prato azul-pombinho – encontra-se, parcialmente destruído, em exposição no Museu Casa de Cora Coralina juntamente com os cacos de louça que restaram e os primeiros manuscritos, os rascunhos da referida poesia. O Museu Casa de Cora Coralina tornou-se um espaço cultural de recordação e os fragmentos do imponente prato azul-pombinho, sem dúvida, são importantes objetos/resíduos dessa recordação. Para Assmann (2011), os objetos materiais remanescentes tornam-se elementos de narrativas e, desse modo, componentes importantes para a formação da memória cultural. Figura 14 - Prato Azul-Pombinho em exposição no museu Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Para o deciframento do poema proposto é preciso, contudo, evocar dois outros textos, a saber: Estória do Aparelho Azul-Pombinho e Nota. O primeiro, introdutório, é um poema que prepara o leitor para conhecer O Prato Azul-Pombinho, e o segundo apresenta o desfecho com a explicação de parte da história contada. A Estória do Aparelho Azul-Pombinho narra ao leitor a trajetória percorrida pelo aparelho de jantar de 92 peças – “Enorme. Pesado, lendário” (CORALINA, 2006, p. 50), que migrou da China para Goiás, numa viagem que durou 16 meses e 22 dias, por ocasião da encomenda 130 feita pelo senhor Cônego para o casamento de seu sobrinho e afilhado, conforme atestado na passagem do referido poema: [...] O cônego-tio e padrinho pelo visto, relatado, fazia gosto naquele matrimônio. E o aparelho era para as bodas contratadas. [...] E o antigo carro por ano e meio quase rodou, sulcou, cantou e levantou poeira rechinando por caminhos e atalhos, vilas e cidades, campos, sarobais. Atravessou rios em balsas. Vadeou lameiros, tremedais. Varou Goiás – fim de mundo. Cortou o sertão de Minas. O planalto de São Paulo. Foi receber o aparelho e mais sedas e xailes-da-índia em Caçapava – ponta dos trilhos da Dão Pedro Segundo – ali por volta de 1860 e tantos. Durou essa viagem, ir e voltar, dezesseis meses e vinte e dois dias. – As bodas em suspenso. (CORALINA, 2006, p. 50-51). Sobre a origem desse tipo de louça, Machado (1983, p. 95, grifo ao autor) afirma que: Com a denominação curiosa de ‘azul-pombinho’ são conhecidas entre nós as louças inglesas em meia-porcelana, normalmente em azul, cuja decoração é baseada na lenda chinesa do salgueiro, árvore sempre presente na decoração dessa louça. O autor de Antiguidades do Brasil revela que a louça é fabricada na Inglaterra desde 1858 e que em função da sua decoração oriental lembra as famosas porcelanas de Macau, o que provoca erroneamente confusão sobre sua origem. Equívoco percebido nos versos finais, nos quais a poetisa enfatiza: 131 [...] Toda essa estória Por via de um aparelho de loiça da China, Destinado a Goiás. Laborado de um oleiro, loiceiro de Cantão. Embarcado num veleiro No porto de Macau. [...] (CORALINA, 2006, p. 54). Origens contraditórias à parte, o que se acentua é que as figuras estampadas na louça (maças, árvores, pombos, ponte etc.) relembram uma curiosa lenda do folclore chinês. Lenda, esta, retratada em O Prato AzulPombinho pela voz lírica, a partir das recordações das histórias contadas por sua bisavó e recontada por Cora nas linhas poéticas. Limiares biografemáticos. Sublinho um pequeno trecho do poema citado: [...] Minha bisavó traduzia com sentimento sem igual, a lenda oriental estampada no fundo daquele prato. Eu era toda ouvidos. Ouvia com os olhos, com o nariz, com a boca, com todos os sentidos, aquela estória da Princesinha Lui, lá da china – muito longe de Goiás – que tinha fugido do palácio, um dia, com um plebeu do seu agrado e se refugiado num quiosque muito lindo com aquele a quem queria, enquanto o velho mandarim – seu pai – concertava, com outro mandarim de nobre casta, detalhes complicados e cerimoniosos do seu casamento com um príncipe todo-poderoso, chamado Li. (CORALINA, 2006, p. 68). Publicados em 1965, no livro de estreia da poetisa, os poemas estão organizados no sumário, de maneira não rigorosamente sequencial: Estória do aparelho Azul-Pombinho (p. 49); O Prato Azul-Pombinho (p. 132 66); e Nota (p. 75).88 Juntos, os textos narram resumidamente: a chegada do aparelho de jantar azul-pombinho a Goiás; a quebra do exemplar remanescente do aparelho com a consequente punição a Aninha; e o fim do tradicional castigo dos cacos quebrados no pescoço impingidos às crianças. É importante evidenciar que, apesar da completude da obra estar associada aos três textos, os mesmos podem ser lidos separadamente sem o comprometimento da compreensão intelectual. Desse modo, vale aqui concentrar o foco na história da pequena menina narradora (eu lírico) que sonhava com as aventuras românticas da Princesinha Lui e que, injustamente, sofre o castigo, sendo acusada de ser a responsável pelo aparecimento do prato quebrado. O Prato Azul-Pombinho é considerado um poema épico, pois se caracteriza por apresentar a estilística da prosa em toda a extensão do texto, além da presença de personagens e de enredo com certas doses de ação. Minha bisavó - que Deus a tenha em glória – sempre contava e recontava em sentidas recordações de outros tempos a estória de saudade daquele prato azul-pombinho. Era uma estória minuciosa. Comprida, detalhada. Sentimental. Puxada em suspiros saudosistas e ais presentes. E terminava, invariavelmente, depois do caso esmiuçado: “- Nem gosto de lembrar disso...” É que a estória se prendia aos tempos idos em que vivia minha bisavó que fizera deles seu presente e seu futuro. (CORALINA, 2006, p. 66). As linhas poéticas nos revelam um texto carregado de representações de classes sociais, um passado senhorial, patriarcal, com Paginação referente a 22ª edição (2006), 1ª reimpressão (2009) do livro Poemas dos becos de Goiás e estórias mais. 88 133 severas segregações aos direitos e desejos infantis. Observa-se, inclusive, o resgate da tradição oral de contar histórias, traduzidas no poema e na presença de linguagem simples, coloquial. A leitura biografemática da escritura poética de Cora Coralina evidencia a aproximação do eu lírico com o outro, com os excluídos socialmente, marginalizados, oprimidos. Isso é percebido também em O Prato Azul Pombinho, a partir da exposição do tratamento diferenciado que era aplicado às crianças à época, conforme verificado no trecho abaixo: [...] Por indução e conclusão, era eu mesma que tinha quebrado o prato-azul-pombinho. Reuniu-se o conselho da família e veio a condenação à moda do tempo: uma boa tunda de chineladas. Aí ponderou minha bisavó umas tantas atenuantes a meu favor E o castigo foi comutado para outro, bem lembrado, que melhor servisse a todos de escarmento e de lição: trazer no pescoço por tempo indeterminado, amarrado de um cordão, um caco do prato quebrado. (CORALINA 2006, p. 73). A subjetividade poética nestes versos revela-se igualmente em outros textos de sua autoria, como Mulher da Vida, Menor Abandonado e Oração do Presidiário89, para citar alguns. Existe uma multiplicidade de “eus” disposto a abarcar os desprovidos social e economicamente. Para Camargo (2004, p. 16, grifo do autor): O poeta assume uma identidade outra que não a sua, incorporando a dor, o sofrimento, a solidão, a angústia e o desespero do ‘outro’ ante a sociedade moderna para preencher a própria solidão interior que também perpassa a vida dos poetas modernos. A exemplo de Pessoa e de Baudelaire, Cora Coralina também resgata para o âmbito da poesia a 89 Publicados no livro Poemas dos becos de Goiás e estórias mais (2006). 134 multidão e o pária social, dentre eles, a prostituta, ‘mulher da vida’ que vive a perambular pelos becos a espera de algum homem disposto a desfrutá-la tal como um objeto. Cora Coralina deflagra, em seus versos, estigmas de vários grupos sociais, ao relatar fatos presentes numa memória coletiva, registrando, por meio do resgate memorialístico, os modos e costumes de uma época, revelando, por assim dizer, o contexto social, econômico e histórico brasileiro. Seus textos são verdadeiras tramas que envolvem questões relacionadas ao gênero, à disputa de poder, aos costumes escravagistas, trazendo à tona elementos precípuos para reflexões críticas. Importantes referências históricas como, por exemplo, práticas comuns ao tempo da escravidão, especialmente, relacionadas ao ato de alforriar escravos como parte do ritual do casamento, um costume da época que é registrado pela poetisa no excerto abaixo de Estória do aparelho azul-pombinho. [...] Por amor e grandeza desse fasto – casamento da sinhazinha Honória com o sinhô-moço Joaquim Luís – dois velhos escravos, já pintando, receberam chorando suas cartas de alforria. Ficou mais, assentado e prometido em palavra de rei testemunhado, que o crioulinho que viesse ao mundo com o primogênito do casal seria forro sem tardança na pia batismal. E se criaria em regalia com o senhorzinho, nato fosse ele, em hora e dia. (CORALINA, 2006, p. 53). Ainda sobre a expressão poética calcada em procedimentos conservadores, a obra de Cora traz à superfície condutas que desmitificam a infância edificada por outros escritores: 135 [...] sobretudo, pelos românticos e por muitos poetas do século XX, que reiteradamente tomam essa idade como um espaço privilegiado com o qual o artista pode manter uma correspondência feliz, em detrimento ao ingrato presente. Assim, enquanto para poetas como Casimiro de Abreu, Manuel Bandeira e Mario Quintana, a infância, ainda que inventada, é o paraíso perdido, o tempo para sempre amado, o espaço por excelência da saudade, para Cora Coralina, ela não constitui normalmente um reduto de felicidade, de amor e de saudade, de modo que a poeta, a exemplo de Graciliano Ramos em Infância, subverte o mito da meninice feliz e saudosa. (YOKOZAWA, 2009, p. 193, grifo da autora). Percebe-se, em O Prato Azul-Pombinho, uma ênfase na infância triste, diante do castigo injustamente aplicado: [...] Dizia-se aquele, um castigo atinente, de ótima procedência. Boa coerência. Exemplar e de alta moral. Chorei sozinha minhas mágoas de criança. Depois, me acostumei com aquilo. No fim, até brincava com o caco pendurado. (CORALINA, 2006, p. 74) Registra-se que a última composição dessa trilogia poética, Nota, oferece ao leitor um texto, em prosa, no qual o ser lírico reconta, novamente, a estória narrada pela bisavó sobre como acabou, em Goiás, o castigo dos cacos quebrados no pescoço, com a morte de uma menina que, após castigada, teve o pescoço cortado. O texto possui ligação com o anterior e isso fica explicitado nas últimas linhas “Foi assim, com o sacrifício da menina Jesuína, desaparecendo em Goiás o castigo exemplar do colar de cacos quebrados no pescoço. Quando chegou a minha vez já era só um caco”. (CORALINA, 2006, p. 78). Reencontrar a infância e a retratar em linhas poéticas é recorrente em Cora Coralina. Infância rememorada como época triste, propalada melancolicamente, sem saudosismo. Por vezes, a memória de Cora Coralina está associada a algum local ou objeto, como observado em O 136 Prato Azul-Pombinho, poema central dessa tríade poética. Acredito que o objeto e os seus resíduos detonaram o gatilho para as lembranças contadas por sua bisavó, para a ludicidade e para a curiosidade infantil, no envolvimento com a estória da princesinha Lui. A presença marcante do objeto memorialístico – “- Cuidado com esse prato! / É o último de 92” (CORALINA, 2006, p. 70) e que por esse motivo recebia lugar de destaque sendo usado apenas em dias especiais de festas, como um objeto que sobressaía nas mesas goianas, sendo guardado e resguardado “Tornava a relíquia para o relicário / que no caso era um grande e velho armário, / alto e bem fechado” (CORALINA, 2006, p. 71) – forma retratos de uma época em que as crianças não tinham voz e sofriam pesados castigos. Castigos que marcaram a poetisa, que os guardou [...] no armarinho da memória, bem guardado, e posso contar aos meus leitores, direitinho, a estória, tão singela, do prato azul-pombinho. (CORALINA, 2006, p. 74). Assim, com estes versos, finalizo a construção deste capítulo, no qual, pretendi, em primeiro lugar, abordar a noção de biografema, pela voz de seu mentor, Roland Barthes e, num segundo momento, em forma de subcapítulos, investigar e decifrar particularidades da poética de Cora Coralina, buscando alinhar o encontro entre a poetisa e sua poesia. Para isto, elegi, numa leitura biografemática, algumas marcas que a individualizaram, como: a culinária; a autobiografia; o autodidatismo; a arte de colecionar; e a memória dos locais e objetos. O próximo capítulo é dedicado a explanar acerca da pesquisa de campo realizada na biblioteca particular da poetisa, em continuidade à proposta desta tese que é o trabalho de arquivar e desarquivar biografemas a partir da sua escritura, por meio da análise de alguns poemas e, sobretudo, da autobiografia material, residual, encontrada nos livros e periódicos colecionados por Cora Coralina. 137 Figura 15 - Biblioteca de Cora Coralina após catalogação Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. O punctum não delimitado 139 4 DO CATÁLOGO E DOS ATOS Se toda biblioteca é um espelho do universo, então todo catálogo será espelho de um espelho Alberto Manguel (2006) Conforme anunciado no capítulo introdutório, esta tese pretende, a partir do conceito amplificado de biblioteca e sustentado pela noção do conceito de biografema de Barthes, criar uma biografia descontínua de Cora Coralina. Uma biografia descontínua, já que não se traduz em uma narrativa linear, datada cronologicamente, nem tampouco, com expectativas de abarcar a completude da vida da poetisa. Para isso, apontei minha reflexão e análise para duas perspectivas que compreendem: a análise biografemática presente nos limiares entre a existência e a escritura, ou seja, o encontro da poetisa com sua poesia e como é possível observar essa convergência nos versos e; a apresentação, por meio de um catálogo comentado, dos títulos de livros e periódicos que compõem a biblioteca pessoal de Cora Coralina e suas marcas, resíduos e fragmentos. Cabe ressaltar que estas duas perspectivas são apenas para sistematizar, metodologicamente, o estudo, uma vez que a tese, como um todo, extrapola essas fronteiras, margens, limites. Isso pode ser percebido em vários momentos, por exemplo, o subcapítulo 3.1 Poesia da culinária, no qual entre a análise do poema Oração do milho, são apresentados exemplos de livros e marcas encontradas na biblioteca particular de Cora Coralina. Sendo assim, a partir deste capítulo, o foco sinalizará para os aspectos intrínsecos da biblioteca particular de Cora que envolvem os pactos de leitura, as redes de relações e o catálogo propriamente dito. O Museu Casa de Cora Coralina é, sobretudo, um universo autobiográfico. Ao adentrar em seus espaços, revitalizados, ordenados segundo os preceitos de uma orientação museológica, depara-se com a polarização harmoniosa entre a vida e a obra, o público e o privado. Nesse ambiente, apresentei-me oficialmente junto à direção do museu no dia 26 de outubro de 2014 para iniciar a pesquisa de campo na biblioteca da poetisa e por lá permaneci até o dia 22 de janeiro de 2015. Assim feito, indicaram-me a sala de trabalho com computador e impressora. Como é previsível, no processo de adaptação ao local de trabalho, existiram alguns ajustes para serem feitos no intuito de alinhar a pesquisa aos anseios da gestão museológica. A sala de trabalho denominada "centro de documentação" e o uso do computador local foram decisões acertadas. Essa sala, de acesso restrito à maioria dos visitantes, é considerada a alma 140 do museu, pois abriga quase a totalidade do acervo literário de Cora, além de ser o espaço de tratamento, digitalização e elaboração de documentos. Para além do aspecto passional, “do autor que amo”, organizar uma biblioteca particular, implica em procedimentos que, de certo modo, podem ser encarados como uma transgressão. Explico e justifico: trabalhar com a organização de arquivos literários, a princípio pode ser um ato invasor, na medida em que viola o desejo do autor, sua provável organização pessoal; entretanto, justifica-se, pois, tornou-se na contemporaneidade um modo de se interpor entre o sujeito e a obra e de manter a imagem memorialística do autor. Sendo assim, é preciso atribuir um outro sentido para o termo: transgressão. Para Walty (2007, p. 39): [...] só há transgressão, onde há fronteiras. Nesse sentido, vale retornar ao conceito de arquivo, associando-o à própria história da literatura brasileira, em seu papel de conservar e/ou excluir. Se em um primeiro momento, pensa-se o arquivo como o lugar da conservação, do controle, da fixação, em outro momento, este se faz lugar da violação, da transgressão, abrindo possibilidade de releituras. Diante dessa justificativa considero imperioso apresentar parte da entrevista concedida pela diretora do Museu, a Sra. Marlene Gomes de Vellasco (2015, sem página) e seu posicionamento acerca da organização da biblioteca de Cora Coralina. Disse ela: Foi uma coisa muito importante para o museu. Eu fico extremamente agradecida [...] pela sua participação, [...] eu acho que a parte mais importante é o acervo, ele vai ficar para a posteridade. [...] o museu tem suas mudanças [...] mas essa sala é a mais importante da Casa. O coração do museu é essa sala90. Então na medida que possamos organizar o acervo documental, as fotografias, os manuscritos, os cadernos, toda história [...] e agora completando com a biblioteca, que a biblioteca era totalmente... não tinha nada, registro algum. Nós nem sabíamos o que nós 90 Marlene Vellasco refere-se à Sala de Documentação, local onde foi realizada a entrevista e onde permanece armazenado o acervo literário organizado (cartas, manuscritos, fotografias etc.) em formato impresso e digital. 141 tínhamos, você descobriu preciosidades aí. Então acho que enriqueceu nosso acervo. Acho que a partir do momento, agora nós podemos dizer, quando o turista visitar aquela sala, ele vai saber que o museu é organizado, tem uma preocupação com a preservação com a memória de Cora. E está dentro do nosso estatuto91 que é preservar a memória e a obra de Cora. Então, eu acho que nossa função aqui é essa. E na medida que nós encontramos parceiros como você que nos fortalece. [...] você sabe que a casa não tem recurso financeiro, vive das entradas, [...] dos bilhetes para entrar no museu e quando a gente entra em algum Edital. [...]. Eu falo que a Cora, ela está presente aqui na casa. Ela consegue trazer pessoas especiais para casa e vai aparecendo [...], cada dia chega uma pessoa para ajudar, para colaborar, para ajudar a manter viva essa memória. Então fica nosso eterno agradecimento e vai ser registrado sempre que foi você, que foi feito esse trabalho por você, [...] aqui a gente gosta de dar nome a quem participa. [...] você já está registrada nos anais da casa de Cora. E é com muito amor que a gente está falando isso. A montagem equilibrada do museu favorece a construção da imagem de Cora Coralina como mulher-monumento, conforme estudado por Delgado (2003) e predispõe um determinado sentido de leitura para a vida e obra da poetisa. As circunstâncias favorecem o que Derrida (2001) chamou de “poder de consignação” e que está diretamente relacionado ao fato do arquivo exigir um guardião e uma localização, ou seja, uma autoridade – o arconte que se responsabiliza pela segurança topológica e estabelece as leis, mas não apenas isso, pois para Derrida (2001, p. 13-14, grifo ao autor): É preciso que o poder arcôntico, que concentra também as funções de unificação, identificação, classificação caminhe junto com o que chamaremos o poder de consignação. [...] A consignação tende a coordenar um único corpus em um sistema ou uma sincronia na qual todos os 91 O anexo A apresenta o estatuto do museu. 142 elementos articulam configuração ideal. a unidade de uma Figura 16 - Centro de Documentação - Museu Casa de Cora Coralina Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Na busca por atender essa “configuração ideal”, reuni-me com a direção do museu para elaboração de plano de trabalho e definição do modus operandi. A pedido da diretora do Museu, num primeiro momento, não haveria a disponibilização do acervo catalogado em rede (online). Diante dessa solicitação foi efetuada uma alteração de rota que, inicialmente, previa o uso do software gratuito Biblivre92 e a possibilidade de digitalização da folha de rosto dos livros e disponibilização online. Optei, então, como segundo plano, pelo software PHL, uma vez que este, possui recursos satisfatórios para emissão de relatórios e impressão de etiquetas, porém, com a opção de cadastro monousuário de acervo offline. Definido tais estratégias, o primeiro passo foi vistoriar o acervo da poetisa e realizar um pequeno levantamento numérico das obras, na tentativa de estimar o tempo necessário para a execução do trabalho de catalogação e organização do acervo. Trabalho, este, que compreendeu a inserção das informações no sistema, a geração e colagem de etiquetas e 92 Biblivre é um projeto de software desenvolvido desde 2006 com o objetivo de promover a inclusão digital através da informatização de bibliotecas pelo uso de software livre. É um projeto patrocinado pelo grupo Itaú. BIBLIVRE. 2015. Disponível em: <http://biblivre.org.br/index.php>. Acesso em: 21 abr. 2015. 143 a organização dos exemplares nas estantes. Além disso, durante o período em que estive trabalhando com o acervo de Cora, registrei em fotografias aquilo que chamou minha atenção e julguei importante como elemento comprobatório das particularidades encontradas, mas que também representam o que Barthes (2003a, p. 13) considera “[...] a cota de prazer que o autor oferece a si mesmo [...]. Esse prazer é de fascinação (e, por isso mesmo, bastante egoísta)”. O resultado do trabalho de catalogação será, ao final deste capítulo, apresentado em formato de um catálogo consolidado com os dados sobre a biblioteca de Cora Coralina. Entretanto, antes de apresentar o referido catálogo, abordo os aspectos analíticos referentes aos pactos de leitura da poetisa e biografemas arquivados e desarquivados, como os observáveis nos “papéis de circunstância”, recortes de jornais e manuscritos inéditos. Além disso, serão explicitadas algumas redes de relações estabelecidas, especialmente, por meio das dedicatórias entre pares, amigos e familiares. 4.1 PACTOS DE LEITURA - (DES)ARQUIVAR BIOGRAFEMAS O verso do poeta Francisco de Quevedo (1580-1645) “Escutar os mortos com os olhos” usado como título da lição inaugural nº 195 do Collège de France/Fayard, proferido por Roger Chartier em 2007 e publicado em 2010, quando o historiador inaugurava uma cátedra que visava estudar as práticas do escrito ao longo do tempo de uma modernidade, possibilita a reflexão sobre a capacidade de “escutarmos”, por meio de nossas leituras, as vozes de outros, ou mesmo, a capacidade da escrita expressar essas vozes, tornando “palpável” a memória antes transmitida verbalmente. Memória, neste caso, intrinsecamente relacionada ao conhecimento acumulado pela humanidade. À vista disso, desnudar as possíveis leituras de um indivíduo é, de certo modo, suscitar o sentido inesgotável, no qual cada percurso do texto tem como consequência deixar restos pela incompletude do sentido. “Numa primeira entrada, o resto é o resultado de uma mutação; em literatura é aquilo que depois da leitura permanece ilegível”. (FERRO, 2010, p. 27). O resto não é o texto em si, mas aquilo que não se absorveu, de outro modo, é o ilegível que provoca e impulsiona novas leituras, uma constelação de possibilidades. O resto permanece aberto a essas diversas leituras. Assim, pode-se afirmar que: A escrita marca e deixa marcas. Toda escrita tem algo de testamentário, a recordação escrita prolonga a vida durante a morte. Os restos de 144 presença retidos na escrita não são de todo alheios à presença viva de quem a produziu”. (FERRO, 2010, p. 134). Cora Coralina parecia saber disso, pois sua escritura memorialística, traz em si, elementos biografemáticos como: a infância; a culinária; a religiosidade; além do recurso “epilírico” como traço da sua construção poética, com fortes tendências a oralidade e um desejo de deixar sua marca para eternidade. Disse a poetisa no paratexto, Ao leitor, de seu primeiro livro Poemas dos becos de Goiás e estórias mais (2006): Alguém deve rever, escrever e assinar os autos do Passado antes que o Tempo passe tudo a raso. É o que procuro fazer, para a geração nova, sempre atenta e enlevada nas estórias, lendas, tradições, sociologia e folclore de nossa terra. Para a gente moça, pois, escrevi este livro de estórias. Sei que serei lida e entendida. (CORALINA, 2006, p. 25) O lirismo de Cora Coralina, em alguns momentos, busca justificar a sua poesia como uma tentativa de reter o passado e postergá-lo, enquanto memória coletiva, para as gerações vindouras e essa consciência é percebida no exemplo citado acima. Esses aspectos que envolvem o universo da literatura, da memória e da subjetividade são vastos, dinâmicos e se apoiam em outras leituras. Tentar compreender esse universo e suas nuances é um movimento que me leva a pensar na literatura como: [...] um conjunto heterogêneo, herdado e de limites instáveis. Um conjunto que se constitui para além da diversidade dos sujeitos, objetos, ações, valores, processos e instituições que o compõem. Igualmente, a literatura pode ser pensada como uma configuração social em que todos leem e alguns escrevem. A escrita que se reconhece como pertencente ao espaço literário é a escrita de outros textos, discursos, tradições, genealogias, em síntese, operações de transformação dos textos lidos. Se escrever textos literários é condensar múltiplas convergências no traçado da letra, lê-los é expandir esse processo em direção a inumeráveis pontos de fuga. Uma expansão que tanto se amplifica pela lucidez do olho voraz que aprende, 145 dissemina, incrementa, catalisa, disseca, transmuta, quanto perde, descarta, ignora, omite, desperdiça, exclui pela cegueira de um saber sempre insuficiente que atravessa o texto literário deixando em seu percurso incontáveis restos intocados. (FERRO, 2010, p.24) Ferro (2010) esclarece que a escrita de texto literário está relacionada com a propulsão de outros textos, de restos ilegíveis. A escrita é uma entidade autônoma, mas ligada à leitura. E, nesse contexto, o leitor torna-se um jogador, dissimula os artifícios, assume riscos, desconstrói fronteiras. O texto produz sentido porque é um campo de relações condicionadas ao modo como o leitor se posiciona perante ele. Ler e escrever são dois modos privilegiados da literatura, quando lemos um texto, o citamos, ainda que sem aspas ou recuo, pois a citação enquanto repetição, amparada na autoridade de um nome, legitima o leitor. Nesse momento existe o entrecruzamento de dois movimentos apropriação/desapropriação, ou seja, por um lado existe a apropriação da leitura sobre a qual se concretiza a escrita, de outro apodera-se dessa escrita sendo apropriado por ela. Diante dessa análise, pergunto: o que teria lido a menina da Casa Velha da Ponte? No seu papel de leitora, quais foram seus autores preferidos? Sua escritura, marcada pelo estilo memorialístico, teria como referências algum autor específico, alguma corrente literária? Ou para usar outro termo, quais seriam suas afinidades literárias? Na busca de respostas a perguntas como essas, o contato com a biblioteca de Cora Coralina certamente trouxe elementos para compor uma leitura biografemática da escritora, pois como pode ser observado nos materiais paraliterários, ou seja, nos rascunhos, borrões de frases, anotações marginais, objetos, recortes de jornais e marcas de leitura presentes nos livros de suas estantes, esses, podem servir, por vezes, como subsídios para um outro tratamento sobre o autor, particularmente, pela perspectiva da sua cartografia intelectual. A biblioteca particular, inserida no contexto dos arquivos literários, revela-se, não apenas como um modo de conservar a escrita literária, mas sim, de revitalizá-la. Desse modo, organizo e estabeleço um mosaico desses elementos, associando-os a outros relatos, oriundos das memórias da poetisa para traçar um paralelo, confrontando, quando possível, com os principais fragmentos e, considerando as particularidades, minuciosidades, pormenores concretos encontrados em sua biblioteca. 146 Alberto Manguel (2006, p. 43) chama a atenção em relação à organização de uma biblioteca, ao dizer: “Arrumar livros é uma atividade reveladora”. E acentua a existência de inúmeros indícios circunstanciais que asseguram o pertencimento dos livros. Para isso, cita exemplos pessoais: Eu [...] era tomado por visões assim: um bilhete esvoaçante, saído de um livro aberto, lembrava um trajeto de bonde em Buenos Aires [...]; um nome e um número de telefone anotados numa folha de rosto traziam consigo o rosto do amigo [...]; um guardanapo com o emblema do Café de Flore, dobrado no interior de Sidarta, de Herman Hesse, atesta minha primeira viagem a Paris [...]; uma carta de um professor, dentro de uma antologia de poesia espanhola [...]” (MANGUEL, 2006, p. 44, grifo do autor) Realmente, inúmeras revelações, fragmentos, traços e resíduos foram encontrados no manuseio dos livros de Cora Coralina. Menciono como casos semelhantes aos citados por Manguel (2006), os livros: Arraial e coronel: dois estudos de história social de Lena Castello Branco Costa (1978) e Poesias completas de Joaquim Cardozo (1979), nos quais deparei-me com pequenas listas manuscritas de nomes, endereços e telefones. E ainda, o livro de contos de Maria Helena Chein (1974), Do olhar e do querer, que além de possuir dedicatória com o registro da estreia literária da contista, traz em seu interior, uma pequena lista de compras – escritas do cotidiano. Poderiam esses resíduos serem considerados mais uns espécimes dos Papéis de Circunstância? Essas anotações manuscritas assemelham-se àqueles papéis que permaneceram nas “gavetinhas da memória” de Cora Coralina. Como ressaltou a poetisa no conto Papéis de circunstância, publicado no livro Estórias da casa velha da ponte (1986)93: Como me lembro deles... De muita coisa passada na infância a gente se esquece, de outras não. Elas nos acompanham a vida inteira, embora não sejam coisas de profundidade nem tenham em si nenhum conteúdo de alto ensinamento. [...]. Nos longos anos que passei longe da velha casa, sobrecarregada com os fardos, mais arrochos da 93 Data de publicação da 3. ed. do livro. Destaco que a 1. ed. foi publicada em dezembro de 1985, alguns meses após o falecimento da escritora. 147 vida, muita coisa desapareceu da minha lembrança, sobre outras se fecharam de forma inviolável os escaninhos – melhor direi – as gavetinhas da memória. Mas aqueles papéis de circunstância e junto a eles, a figura alta, magra e severa de minha mãe, esse quadro só a morte poderá apagar. (CORALINA, 1986, p. 77) E complementa, definindo e distinguindo os papéis de circunstâncias como sendo: [...] todos aqueles papéis que pertenciam a ela94, que existiam na casa ou que ali foram deixados por meu pai, tios e parentes, falecidos ou ausentados. Eram guardados em velhas canastras de couro tacheadas de amarelo, com arabescos, datas iniciais e pesadas fechaduras de ferro. [...] (CORALINA, 1986, p. 77) Cora Coralina demonstrava apreço pela guarda de papéis, tanto que existem no arquivo do acervo do museu: documentos familiares; recortes de jornais; recibos de correios; e notas de pagamentos, para citar alguns95. Sobre esse aspecto, Britto (2011b, p. 52, grifo do autor) afirma que: No caso de Cora Coralina, não apenas os documentos relativos à sua família foram guardados por serem “papéis de circunstância”. A escritora alargou as comportas do termo e, ciente da importância de preservá-los, começou a guardar jornais e documentos relativos à sua comunidade, transformando, assim, seus papéis em misto de acervo pessoal e acervo histórico. [...] é notório em seu acervo a existência de jornais e outros documentos atestando conhecimentos históricos considerados por ela significativos ao ponto de Ela refere-se à figura materna, Jacyntha Luiza do Couto Brandão – a Senhora. Acerca dessa particularidade de Cora Coralina, ressalto que na entrevista que realizei com Marlene Vellasco (2015, sem página), a diretora do museu confirmou que a poetisa, cortava e colava notícias que considerava importantes para serem de conhecimento da próxima geração. Afirmou, inclusive, que Cora deixou uma “mala inviolável” – assim era chamada pela poetisa. A mala inviolável, segundo Marlene, continha, uma revista com a reportagem sobre a conquista do homem ao pisar lua, os registros das mudanças do dinheiro brasileiro, uma espiga de milho, dentre outros objetos. Era desejo de Cora que a mala fosse aberta somente cinquenta anos após sua morte. Infelizmente, por ocasião de sua morte, a família, sem saber do pedido de Cora, acabou violando a mala. 94 95 148 serem sublinhados ou recortados, a exemplo de matérias relativas à chegada do homem à lua, da construção de Brasília e da redemocratização do país. Alguns destes “papéis de circunstância” estavam ocultados dentro dos livros de sua biblioteca pessoal. Considero como um dos mais representativos, o recorte de jornal com a notícia do falecimento de Helena Mainardi Peixoto, sua irmã. Esse recorte foi encontrado no livro de Phaulo Gonçalves (1974), Momento alegres do livro goiano96 e que, até aquele momento, não fazia parte do acervo catalogado do museu. D. Xotinha, como era conhecida Helena, teve papel fundamental no momento em que Cora Coralina morou em Jaboticabal, cidade onde nasceram seus filhos. A proximidade experimentada com Helena, vivendo na mesma cidade, possibilitou que a irmã lhe auxiliasse nos cuidados com os filhos pequenos. Este fato, permitiu a Cora alguns momentos livres para se dedicar a escritura e a publicação de crônicas nos jornais locais. Sobre os livros citados e os papéis de circunstância, ilustro com as imagens abaixo: Figura 17 - Lista de nomes e números de telefones (1) Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. 96 Uma notícia triste em um livro de humor – ironia. 149 Figura 18 - Lista de nomes e números de telefones (2) Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Figura 19 - Lista de compras (1) Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. 150 Figura 20 - Lista de compras e dedicatória (2) Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Figura 21 - Recorte de jornal - Nota de falecimento de Helena Peixoto Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora 151 Precisamente, no já anunciado conto, “Papéis de circunstância”, Cora Coralina (1986, p. 86) faz questão de registrar que: Passaram-se os anos e eu, também, por associação de hábitos empostados ou tendências congênitas, passei a juntar meus papéis de circunstância. Como o meio era outro, e a casa pequena, e circunstância menores, estes tiveram proporções limitadas. Tempos mais tarde conversando com minha irmã mais velha, que eu revia depois de vinte anos de ausência, entre tantas perguntas sobre o passado, quis saber dos papéis de circunstância... Os papéis de outrora, pertencentes a mãe de Cora, foram corroídos pelo tempo e seus infortúnios. Os tocantes à Cora Coralina, em sua grande parte, estão catalogados no museu, e alguns recém descobertos, também foram incorporados ao arquivo documental. Estudar a biblioteca de Cora Coralina me fez aprofundar a paixão pelos livros e pela literatura. (Re)conhecer Cora por meio de seus livros, restos biografemáticos, foi uma experiência fascinante, fortuita, testemunhal. Alberto Manguel (2006, p. 139) ressalta que a biblioteca testemunha e, do mesmo modo “[...] não é apenas um lugar de caos e ordem: ela é também o reino do acaso”. E no reino do acaso posso dizer que encontrei verdadeiras raridades que, associadas ao acervo como um todo, são importantes biografemas que revelam parte da vida e da obra escritora. Sendo assim, apresento o cartão postal enviado pelo casal Zélia e Jorge Amado encontrado no interior do livro de poemas de Consuelo Belloni, Eu me deixei sonhar! (1981). O fato da data do livro ser o ano de 1981 e o cartão datado 1976, manifesta o acaso (ou não) dele estar dentro do livro de Belloni. Pode-se inferir que, no momento de recordação do postal, certamente o livro era lido por Cora Coralina. O entrelaçamento da leitura e a rede de relações ratifica o sentimento de amizade entre os escritores que ultrapassava a cordialidade de pares. 152 Figura 22 - Cartão postal - frente Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Figura 23 - Cartão postal -verso Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. 153 Cora Coralina Goyás Velho Goiás Brasil Londres, outubro 1976 Um abraço de Londres e de seus amigos e admiradores Zélia e Jorge Amado João Jorge Amado (2002, p. 115-116), filho do romancista, confirma a prática, de seu pai, de enviar cartões quando viajava: O livro de endereços era um companheiro inseparável de meu pai durante as viagens. Junto com esse livro, havia sempre duas listas: uma dos cartões-postais que deveria enviar, tendo ao lado de cada nome a quantidade de cartões a serem enviados. [...]. A outra lista era a dos presentes que pretendia comprar. Em 1976, Jorge Amado esteve na Feira Internacional do Livro de Frankfurt que, na ocasião, homenageava a literatura latino-americana. Machado (2010) afirma que a homenagem ocorreu na [...] época em que a América do Sul era 100% tomada por ditaduras militares. Todos os grandes autores, com exceção de Jorge Luis Borges, estavam lá: o colombiano Gabriel García Marquez, o peruano Mario Vargas Llosa, o paraguaio Augusto Roa Bastos, o argentino Julio Cortázar, o chileno José Donoso, os uruguaios Eduardo Galeano e Mario Benedetti, os brasileiros Jorge Amado, Thiago de Mello e muitos outros. Houve várias manifestações e uma histórica mesa redonda com todos os escritores importantes num auditório lotado por mais de 2.000 pessoas. No mesmo ano em que Jorge Amado publica O gato Malhado e a andorinha Sinhá como presente para seu filho João Jorge, Cora Coralina recebe nos “reinos de Goiás”, o postal dos queridos amigos. No ano seguinte, Jorge e Zélia cumprem sua promessa registrada em carta e 154 visitam a Casa Velha da Ponte em agosto de 1977. Diz a carta escrita em janeiro de 1977, gentilmente cedida pela direção do Museu Casa de Cora Coralina: Figura 24 - Carta de Jorge Amado para Cora Coralina (2) Fonte: Museu Casa de Cora Coralina. Bahia, janeiro de 1977 Cara amiga. Cora Coralina, muito obrigado por Meu Livro de Cordel, uma beleza. Comoveram-me os poemas sobre Neruda, de quem fui grande amigo e gostei demais de “A casa do berço azul”, admirável poema. 155 Muito obrigado também pelas palavras de sua carta. Uma hora destas apareço aí com Zélia, para visitar a casa velha da ponte e a fada que a habita. Com muita amizade e admiração Jorge Amado Investigando a amizade entre Cora Coralina e Jorge Amado, evidenciada nas correspondências e dedicatórias trocadas entre os autores, conclui que Cora fazia questão de registrar publicamente sua admiração pelo amigo romancista. Indagada em entrevista ao jornal Folha de Goiás (1981, sem página) sobre seus autores prediletos respondeu que: “[...] os escritores de sua admiração possuem poucos livros como por exemplo Guimarães Rosa e Euclides da Cunha. Como escritor do momento ela citou Jorge Amado”. Na carta reproduzida acima, Jorge Amado comenta sua amizade com o poeta chileno Pablo Neruda e se diz comovido com a leitura dos poemas sobre Neruda, publicados no Meu livro de cordel (1976) que havia sido enviado a ele. O livro apresenta três poemas dedicados ao poeta chileno, são eles: Pablo Neruda I; Pablo Neruda II; e Pablo Neruda III. Neles, Cora Coralina explana sua admiração ao poeta falecido alguns anos antes. Lamenta em seus versos a sua morte97 e o encontro tardio com sua lírica. No poema Pablo Neruda I escreveu Cora Coralina: Perdoa-me poeta. Tão tarde o conheci! Tantos cantores pelo mundo... Para minha ignorância eras mais um dentre eles. Foi assim que não pedi a Deus poupar-te a vida e ficares para sempre semente viva, incorruptível, de beleza excelsa e universal. Ninguém me disse antes. Ninguém me disse nada, Ninguém me fez a doação fraterna de um livro teu. Perdida no meu sertão goiano, 97 Pablo Neruda morreu em setembro de 1973. 156 Só o teu nome, Pablo, Só o teu apelido crespo, Neruda, Chegaram a mim... E eu a pensar que foste apenas um grande poeta entre outros grandes... [...] (CORALINA, 1976, p. 47) Cora Coralina se ressente, no poema citado, de não ter recebido como “doação fraterna” um livro de Neruda. Porém, é pertinente relatar que em sua biblioteca estão alojados dois livros do poeta, são eles: El mar y las campanas (1974) e Confesso que vivi: memórias (1979)98. O primeiro é um livro de poesias publicado postumamente e o segundo uma autobiografia em prosa. Os dois exemplares estão visivelmente manuseados, com suas capas soltas e deterioradas. No livro autobiográfico de Neruda consta uma dedicatória assinada por Nepomuceno e datada de 15/04/1979. Esse fato me levou a pensar que se trata, Nepomuceno, do esperado amigo, o qual, sensibilizado pela súplica dos versos, fraternalmente lhe presenteou com o sonhado livro de Pablo Neruda. Abro um parêntese para analisar a dedicatória desse livro99, pois ela reafirma a ligação que existe entre o interesse de Cora por Neruda, a manifestação dessa estima em sua poesia e o livro de sua biblioteca particular. Pactos, vínculos de leituras – biografemas. A partir da transcrição da dedicatória é possível afirmar que o “doador fraterno” leu os poemas escritos por Cora em homenagem a Pablo Neruda. Fato este, comprovado pela citação que é feita de alguns versos do poema Pablo Neruda III na dedicatória: “E eu o vejo comandando/no etéreo todos os potros/indomados da Terra”. (CORALINA, 1976, p. 49). Essa constatação pode ser verificada na imagem abaixo: 98 As descrições completas destas obras encontram-se no catálogo (4.3.1) O próximo subcapítulo Redes de relações abordará outras dedicatórias encontradas no acervo bibliográfico de Cora Coralina. 99 157 Figura 25 - Livro de Pablo Neruda Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Cara Dona Cora Coralina Tardou, mas aqui está o poema mais bonito, mais importante e vigoroso de Neruda. Sua própria vida, do poema profundamente engajada com o destino de sua gente. E se vivo Neruda fosse, sentir-se-ia orgulhoso do que foi dito em sua homenagem, por uma companheira na arte de perpetuar emoções e coisas em versos: “E o vejo comandando no etéreo todos os potros indomados da Terra”. Potro indomado Neruda o é ainda. Um abraço, cheio de admiração e respeito, Nepomuceno Cidade de Goyaz, 15.04.79. Aproximadamente dois anos antes (29/12/77), José Nepomuceno Filho (nome completo do amigo fraterno), em outra dedicatória, agora de um livro de Fernando Pessoa, sob o heterônimo de Álvaro de Campos, escreveu-lhe: 158 Figura 26 - Livro de Fernando Pessoa Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Cora Coralina, Li seus versos e tomo a liberdade de discordar da Senhora – eles são tão bons quanto seus doces, ou até melhores (é difícil dizer!). Aliás, seus versos e doces têm muito em comum: “são feitos com amor”, não foi o que me disse. Eles têm um sabor da coisa sofrida, trabalhada e portanto, de vida – “entre pedras cresceu minha poesia. Minha vida...” Poesia com poesia se “paga”, assim, embora não traga o poema-vida de Neruda, conforme o prometido, trago-lhe um outro poeta também maior – Fernando Pessoa. Tenho certeza que a senhora vai gostar desse encontro, faço votos! Do, José Nepomuceno, filho Cidade de Goiás, 29. Dez. 77 Prossigo com a exibição dos interesses literários de Cora Coralina, em relação a outro apreciado autor – Guimarães Rosa. Cabe destacar o encantamento de Cora pelo escritor mineiro. O fascínio de Cora é registrado pelo poeta e jornalista Luís Turiba (1984 apud BRITTO; CURADO, 2009, p. 101, grifo do autor). Disse ela: Eu sou uma grande leitora de Guimarães Rosa e uma grande admiradora dele, muito antes dele ser aceito. A literatura dele não é uma literatura fácil, principalmente nos dois maiores livros dele, Corpo 159 de Baile e Grande Sertão: Veredas (...). Agora há os imitadores de Guimarães Rosa, mas imitar é uma coisa e assimilar é outra. Sobre o livro Grande Sertão: veredas de Guimarães Rosa é sabido que, à época de sua morte, Cora estava relendo este romance. Em sua biblioteca há um exemplar datado de 1984, ofertado por sua amiga Marlene Velasco em substituição do exemplar mais antigo. Seu interesse pela vida e obra de Guimarães Rosa é ratificada pela presença em sua coleção, de um livro com a literatura comentada sobre o romancista. O livro Guimarães Rosa (1982) possui textos selecionados, notas, estudos biográfico, histórico e crítico feito por Beth Brait. Entre outras preciosidades constatadas na biblioteca destaco alguns textos da poetisa, manuscritos nas páginas dos livros. Pequenas mensagens, verdadeiras poesias. Resíduos sígnicos, emblemáticos e sintetizadores da força vital de Cora Coralina. A mensagem abaixo, até o momento da catalogação da biblioteca, era desconhecida pela equipe do museu, que passou a integrar o acervo documental. A passagem está registrada no livro de Adhemar Santillo, Da mesa farta à subnutrição (1978). O breve texto é marcante do estilo de Cora Coralina: forte, intenso, curto. Transcrevo o fragmento: Figura 27 - Mensagem de Cora Coralina Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. 160 Para haver a grande Paz deste meu final de vida pastei a erva amarga de longa e dura caminhada. CC Vila Boa 30/3/79 Semelhante à mensagem acima, encontrei outra, escrita por Cora, que poderia se encaixar no próximo subcapítulo Da rede de relações100, pois há a presença de um destinatário, mas por seu teor poético, julguei conveniente inseri-la no rol dos escritos inéditos da poetisa. Trata-se de um texto endereçado ao professor Haquira Osakabe101 (grafado por Cora Coralina como Aquira Osakabe), redigido na folha de rosto do livro Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais, com localização (São Paulo) e data (17/10/83). Nesse momento, inevitavelmente, questionei o que impediu o livro de ser entregue ao seu destinatário? Algumas perguntas sem respostas. Figura 28 - Mensagem de Cora Coralina para Haquira Osakabe Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. 100 Assim como a dedicatória do livro de Pablo Neruda apresentada anteriormente. 101 O professor Haquira Osakabe é um importante investigador da literatura portuguesa, especialista em Fernando Pessoa. 161 Aquira Osakabe A vida é boa, a inteligência é um fogo dos deuses ou era assim considerada. Hoje, mudou o conceito, que já não há deuses sobre a terra. Será a inteligência um Dom de Deus? Não há inteligência completa, haverá meios de dar-lhe dimensão maior? Cora Coralina São Paulo, 17-10-83 O texto designado ao professor Haquira Osakabe autentica a pesquisa realizada pelos biógrafos Clóvis Britto e Rita Seda (2009) que destacam, o ano de 1983, como repleto de compromissos sociais para a poetisa. Neste mesmo ano, Cora, com a ajuda de sua amiga e escritora Marietta Telles Machado, reuniu seus escritos, organizou e os lançou oficialmente em 15 de agosto de 1983, pela editora da Universidade Federal de Goiás seu terceiro livro Vintém de Cobre: meias confissões de Aninha. E, em 18 de agosto de 1983, Cora recebeu o título Doutora Honoris Causa conferido pela mesma universidade. Fatos que se associaram às inúmeras palestras, entrevistas, homenagens e viagens. “Entre setembro e novembro de 1983, a poetisa cumpriu uma agenda intensa”. (BRITTO; SEDA, 2009, p. 397). Cora viajou para Brasília, Ribeirão Preto, Três Lagoas, Andradina, São Paulo, Taubaté e Foz do Iguaçu promovendo seu livro e recebendo homenagens. Outra manifestação poética de Cora foi encontrada manuscrita no livro Muita prosa, pouco verso: crônica e poesia (1983) cuja autoria é a paulista Maria José Aranha de Rezende também conhecida por Zezinha Rezende. A biblioteca possui dois exemplares deste livro, sendo um com dedicatória endereçada à Paraguassú (filha de Cora) e outra à própria poetisa. No livro, que contêm uma crônica intitulada Cora Coralina, deparei-me com o manuscrito que poderia estar publicado em algum dos livros da poetisa. Não se trata de uma dedicatória ao molde da escrita para Haquira Osakabe, pois o livro já possuía sua dedicatória. Trata-se, sim, de um impulso poético como o explicado pela poetisa: “Poesia para mim é um ato visceral. É um impulso que vem de dentro e se eu não obedecêlo me sinto angustiada” (CORALINA, 1982, p. 5). Sobre seu processo de criação, em outra ocasião, ao ser questionada por Marlene Vellasco (1990, p. 137-138), se acreditava em inspiração, a poetisa respondeu: “A inspiração é um fato. A inspiração é uma coisa que eu até hoje não consegui analisar, mas ela vem, se apresenta e se impõe. E se você não atende a sua hora de inspiração, você passa a ser um angustiado”. E complementou: “Nesta hora eu sempre tenho um papel perto de mim. Nesta hora, tudo mais se impõe 162 materialmente, desaparece naturalmente. Um papel qualquer serve para anotar e depois a gente procura aproveitar aquilo”. Considerando estes depoimentos, acredito que o manuscrito seja fruto de algum desses momentos de inspiração da poetisa. Um texto que foi escrito na folha de rosto do livro que estava ao seu alcance, o livro que era lido. Um texto significativo e representativo das reflexões da escritora. Biografemas. Figura 29 - Texto manuscrito de Cora Coralina (inédito) Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Cidade grande... Toda ela tão grande, tanta gente pelas ruas, tanto movimento nas praças e lojas. Tantos bancos movimentando dinheiro, tanta riqueza nos edifícios e mansões e tanta indiferença entre criaturas que se desconhecem, tanta ausência de fraternidade e amor!... 163 Lidando pequenina onde nasci. Deus te abençoe pequena cidade onde todos se conhecem, se cumprimentam, na fraternidade da boa vizinhança102. Fica evidenciado nessas passagens, que Cora usa o livro como espaço para sua expressão poética em momentos de inspiração. Em depoimento a Marlene Vellasco (1990), a poetisa registrou uma prática sua no momento de apropriação e captação do sentir poético: [...] quando vem, se eu deixo fugir aquele momento, não volta mais. Como me vem sempre à noite ou pela manhã, tenho perto de minha cama um castiçal com vela e fósforo; um caderno espiral e uma esferográfica para apanhar aquele momento. Depois de apanhado, eu não leio. Escrevo como se fosse uma gravação, sem preocupação de gramática, de estilo, nada. Um esquema. De manhã, vou rever aquilo. Às vezes, tem coisas valiosas que aproveito; outras, nem tanto. Mas fico muito satisfeita quando escrevo um esquema válido. (VELLASCO, 1990, p. [139]). Outra prática da poetisa, agora sob o ponto de vista da leitura é a de fazer marcações nas extremidades dos parágrafos com caneta ou sublinhar pequenos trechos da obra lida. Prática esta, evidenciada por Chartier (1991, p. 178): “[...] as significações múltiplas e móveis de um texto dependem das formas por meio das quais é recebido por seus leitores (ou ouvintes). [...] a leitura é uma prática encarnada de gestos, espaços, hábitos”. Ao assinalar seus textos materialmente, quer dizer, ao sublinhar, grifar, frisar, apontar, Cora Coralina apresenta um recurso essencial para se compreender o modo como ela recebia e se apropriava das leituras. 102 Cora Coralina possuía um carinho especial por seus vizinhos. Fato atestado pela regularização da lei municipal, a partir de sua proposta, oficializando a criação do dia do vizinho na cidade de Goiás (20 de agosto – data de seu aniversário) e por alguns poemas dedicado ao tema. 164 Figura 30 - Marcações de Cora Coralina Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora O inventário da biblioteca consolidado e apresentado no subcapítulo Entre Estantes revela um acervo diversificado em relação aos assuntos, os autores e as datas de publicações dos livros. Dos 912 títulos catalogados, 862 pertencem a categoria – livros e 50 a categoria – periódicos. E dos 862 títulos de livros, 263 estão inseridos na categoria de assunto – poesia e 27 na categoria de assunto – literatura de cordel. Chamou-me a atenção o expressivo interesse de Cora pela literatura de cordel, podendo ser considerado como um aspecto paradigmal da escritura do seu Meu livro de cordel (1976). O gosto de Cora pela literatura de cordel pode ser entendido como resultante e embasamento no roteiro de relações e conhecimentos que absorvem os aspectos reunidos de sua vida. Assim, alude-se às referências biográficas da poetisa que, filha do desembargador Francisco Lins dos Guimarães Peixoto natural da cidade de Areias, na Paraíba, dizia-se metade goiana (parte de mãe) e metade nordestina (parte de pai). Essa ocorrência é comprovada no paratexto do livro citado acima: Pelo amor que tenho a todas as estórias e poesias de Cordel, que este livro assim o seja, assim o 165 quero numa ligação profunda e obstinada com todos os anônimos menestréis nordestinos, povo da minha casta, meus irmãos do nordeste rude, de onde um dia veio meu Pai para que eu nascesse e tivesse vida. (CORALINA, 1976, p. [15]) Cora sempre se interessou pelas histórias e causas do povo nordestino. Em seu livro autobiográfico, Vintém de Cobre: meias confissões de Aninha (1984), escreveu o poema Lampião, Maria Bonita... e Aninha: Tenho na parede de minha sala um pôster de Lampião, Maria Bonita e cangaceiros. Sempre desejei um retrato de Lampião. Pedi a muitos, inclusive a Jorge Amado, quando esteve em nossa casa. Foi uma cearense que tinha uma boutique em Brasília, Boutique Lampião, que me mandou do Ceará Também o medalhão do padrinho Cícero. Por quê? Não os conheci pessoalmente. Não conheço o Nordeste. O carisma... tão somente. Acontece que sou filha de pai nascido na Paraíba do Norte e de mãe goiana. Assim, fui repartida. Da parte materna, sou mulher goiana, descendente de portugueses. Do lado paterno, minha metade nordestina, eu um pouco cangaceira. Daí, Lampião, Maria Bonita, seus cabras e o padrinho Cícero na parede da minha casa, com muito agrado. [...] Aninha... meio a meio mulher goiana, mulher rendeira cangaceira, assimilação consciente ou não. (CORALINA, 1984, p. 81-83) 166 Figura 31 - Literatura de cordel Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. O interesse de Cora em conhecer melhor a vida de Virgulino Ferreira da Silva103 pode ser comprovado nos três livros sobre o cangaceiro, encontrados em sua biblioteca. São eles: Assim morreu Lampião (1982) de Antônio Amaury Corrêa de Araújo; Vida, aventuras e morte de Lampião e Maria Bonita (1958) de Amador Santelmo; e Lampião, o rei dos cangaceiros (1981) de autoria atribuída a Billy Jaynes Chandler. Os dois primeiros possuem dedicatórias assinadas por Germano Barros e, no último, como registro de leitura, localizei um marcador de página. O nordeste brasileiro exercia certo fascínio em Cora Coralina. Isto pode ser ratificado com a presença do livro Nordeste: aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do nordeste do Brasil (1961) de Gilberto Freyre. O livro possui anotações manuscritas da poetisa e expressivas marcas de danificações104, possivelmente causadas pela 103 Consta na parede da casa de Cora Coralina, no local denominado varanda, as seguintes imagens emolduradas: a fotografia de seu pai falecido (era um costume da época), o padre Cícero e Lampião e seu bando. 104 Apesar do estado de deterioração do livro, que aguarda ser submetido a um processo de restauração, durante esta pesquisa o exemplar foi catalogado e organizado na estante. 167 grande enchente que acometeu a cidade de Goiás em 2001105. No livro de Gilberto Freyre, Cora fez a seguinte anotação: Este livro ensina a sentir melhor o Brasil e seus problemas. Além dessa frase, há no livro, uma lista de palavras, presumivelmente removidas e anotadas a partir da leitura do livro, semelhante a um vocabulário. É interessante associar a lista de palavras escritas pela poetisa como, por exemplo: mucambo, taipê, cangalho, maricas, dendezeiro, araçá, sisudo, ócio, escorbuto e o relato de seus biógrafos sobre o período no qual se “[...] reintegrava à vida em Goiás e resolvia questões da herança, Cora Coralina pesquisou os antigos costumes, as histórias e, principalmente, a linguagem”. (BRITTO; SEDA, 2009, p. 253). O interesse pela linguagem sempre “[...] guiou seu processo criativo ao ponto da autora elaborar um glossário de termos e apelidos comumente utilizados em Goiás” (BRITTO, 2011b, p. 193). Práticas de leitura de uma pessoa autodidata. 105 No final do ano de 2001, especificamente em 31 de dezembro, uma grande enchente nas águas do Rio Vermelho que margeiam o Museu Casa de Cora Coralina inundou a cidade de Goiás. A tragédia foi de grandes proporções, a força das águas levou pontes, muros e monumentos, como a admirada Cruz do Anhanguera. Em torno de 184 imóveis foram destruídos total ou parcialmente pelas águas, inclusive o museu. O acervo documental do museu composto por fotos, móveis, livros e objetos, em geral, sofreu prejuízos. 168 Figura 32 - Livro Nordeste - Gilberto Freyre Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Acerca da literatura de cordel, cabe ressaltar que, esta, consolidouse entre os anos de 1930 e 1950. A gênese da literatura de cordel está associada ao costume antigo de narração de histórias. A área de produção inicial restringiu-se aos estados de Pernambuco e Paraíba. A sua consolidação implicou na ampliação da produção e comercialização dos folhetos que migraram para o centro-sul do país, juntamente com o fluxo migratório nordestino à época da expansão industrial do sudeste. (MEYER, 1980). Para Manuel Diegues Júnior (2012), as condições sociais de formação da região nordeste, que incluem o surgimento de bandos de cangaceiros e a seca prolongada, propiciaram o surgimento de manifestações culturais como um modo de expressão do pensamento coletivo. Pesquisadores da poesia popular afirmam que os poetas Silviano Pirauá de Lima e Leandro Gomes de Barros foram os pioneiros disseminadores deste tipo de literatura no Brasil, notadamente ao introduzirem rimas às cantorias que narravam histórias e, sobretudo, ao passarem a imprimir essas rimas em folhetos. Identificada fisicamente por impressões que usam a técnica da xilogravura, a literatura de cordel, foi introduzida em nosso país pelos portugueses no período da colonização. 169 A literatura de cordel retrata o folclore regional, os aspectos sociais, políticos, econômicos, por meio dos poetas populares que buscam inspirações em situações diversas do cotidiano. Há os velhos temas tradicionais, sempre retomados e modificados: histórias de mulheres abandonadas, de bois ou outros animais, de príncipes, de cavalheiros. [...] desastres, mortes, assassinatos, cataclismos, enchentes, secas, ou, então, acontecimentos que envolvem toda a região. (MEYER, 1980, p. 93). É possível pensar que o aspecto peculiar que caracteriza a literatura de cordel conjuga-se aos interesses particulares de Cora Coralina, uma vez que Araújo (2007, p. 127-128) revela: Daquele período ao Século XX, muitas temáticas foram alvo da produção cordelina. Entre elas, poderíamos mencionar a seca, o misticismo, imbuído da religiosidade, destacando-se ícones populares como Padre Cícero e Frei Damião, e o cangaceirismo, em que desponta a figura de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Além dessas temáticas, outras, como a migração, também encabeçaram as discussões que perpassavam os cordéis. Para além do fator hereditário de Cora Coralina que, sem dúvida, colabora por seu interesse pela literatura de cordel, acredito numa identificação com a temática relacionada ao folclore e costumes de um determinado local, pois ao retornar à cidade de Goiás, a poetisa reuniu este tipo de material para subsidiar seus escritos. Desse modo, revela-se importante fonte de afinidades dos livros de cordel e o pensamento criativo de Cora Coralina. Seu livro, de sugestivo título, Meu livro de Cordel (1976) é composto por duas partes, na primeira existem 28 poemas e na segunda 6 crônicas. As abordagens são diversas, mas se observa na quase totalidade, a presença aflorada da religiosidade da escritora. A religiosidade, característica emblemática da poetisa, é uma marca constante nos versos desse livro e na vida da poetisa. Ao ser perguntada acerca do poema que considerava sua obra prima, Cora Coralina respondeu: 170 A melhor página que escrevi na minha vida, segundo meus critérios, está contida no ‘Meu livro de cordel’, de minha autoria, e foi inspirada na passagem do evangelho, quando Jesus subia ao Calvário, carregando a cruz, e Simão Cirineu, que não era judeu, o ajudou. O poema se chama ‘Dívida paga’, porque foi a única dívida que Cristo teve na vida. Ele serviu a muitos, e poucos serviram a ele... (VELLASCO, 1990, p. [139-140], grifo da autora) A religiosidade percorre toda a escritura de Cora Coralina, revelando com isso, a sua formação católica e seus conhecimentos bíblicos. Sua fé é fortemente evidenciada, em 1937, quando Cora passa a integrar a Venerável Ordem Terceira da Penitência Franciscana, seguindo as regras do Evangelho e as lições de São Francisco. Britto e Seda (2009) esclarecem que o contato com a ordem ampliou a sua fé, ao ponto de levála a fazer votos de pobreza, a receber o Hábito da Penitência e o nome de Irmã Conceição. Na análise da autobiografia material de seus livros existem vários livros religiosos. Dentre eles estão: Bíblias Sagradas, missais, livros de histórias religiosas, além de livros da religião espírita. Figura 33 - Bíblia de Cora Coralina Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. 171 Figura 34 - Altar de Cora Coralina Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Sobre os livros de espiritismo, estes, serão exibidos com um maior detalhamento no transcorrer dos próximos subcapítulos. Por ora, para finalizar, saliento como pacto de leitura, os livros da editora Biblioteca do Exército106, alguns pertencentes a coleção General Benício. No decorrer da catalogação da biblioteca chamou-me a atenção o expressivo número de títulos publicados por essa editora. Ao todo são 32 títulos que abordam diferentes assuntos como, por exemplos: biografias (como as de José de Anchieta e Duque de Caxias), guerra mundial, relações exteriores, energia nuclear, poluição, história, sociologia etc. 106 A Biblioteca do Exército (BIBLEX) foi criada pelo Conselheiro Franklin Américo de Menezes Dória, Barão de Loreto, então Secretário de Estado e Negócios da Guerra, em 17 de dezembro de 1881. Sua instalação solene ocorreu a 4 de janeiro de 1882, no então Quartel do Campo da Aclamação, hoje Palácio Duque de Caxias, Rio de Janeiro, na presença do Imperador D. Pedro II. Suas origens remontam às bibliotecas preconizadas pelo Marechal-General Friedrich Wilhelm Ernest, Conde de Schaumbourg-Lippe, em uma "Memória" de 1773, como parte da reorganização militar portuguesa. Em 1937, na gestão do Ministro da Guerra, General Eurico Gaspar Dutra, a Biblioteca do Exército foi reorganizada pelo General-de-Divisão Valentim Benício da Silva, recebendo, na oportunidade, encargos de editoração, que mantém até hoje. (BIBLIOTECA..., 2016). 172 A explicação para a presença de significativa quantidade de exemplares na biblioteca foi esclarecida durante a entrevista realizada com a diretora do museu, na qual perguntei a origem desses livros. Marlene Vellasco (2015, sem página), elucidou como Cora colecionou esses livros ao dizer: Ah! Porque o filho dela... O Cantídio Bretas, ele era do exército. Ele era coronel do exército. Então ele fez [...] assinatura para ela e ela achava o máximo. [...] ele que fez a assinatura. Sabe. Ele fez, por isso que você achou muito livro. Com esse depoimento finalizo este subcapítulo Pactos de leitura: (des)arquivar biografemas e, passo a discorrer acerca das redes de relações percebidas e apreendidas, a partir das descobertas feitas na biblioteca de Cora Coralina. 4.2 REDES DE RELAÇÕES Ao se lidar com pesquisas em acervos literários, singularmente, com acervos bibliográficos de escritores, é significativo considerar, assim como fez a pesquisadora Terezinha Pereira (2003) ao estudar o acervo de Murilo Mendes, a presença de duas coleções, a de livros/revistas e a de textos. Estes últimos podem ser encontrados, por exemplo, nas anotações marginais dos autores, nas dedicatórias, nos recortes de jornais e cartões diversos. Nesse contexto, a presença de dedicatórias permite reconstituir os rituais literários e sociais, na medida em que revela a formação das redes de relações por meio das conexões estabelecidas entre os pares, desvelando os vínculos afetivos e emocionais, pois as dedicatórias são ao mesmo tempo um ato e uma expressão. Nas palavras de Viola (2014, p. 1)107 “É uma manifestação de cortesia, mas é também uma voz que instaura um dizer, convocando o outro”. Esses aspectos intrínsecos às dedicatórias são percebidos e compartilhados por pesquisadores de diferentes acervos literários 107 Ana Isabel Serra Gonçalves Viola (2014) realizou um estudo nas obras de ficção portuguesa voltado às dedicatórias impressas, categorizando-as conforme suas organizações discursivas e segundo critérios lexicais e semânticopragmáticos. Apesar da pesquisa em questão voltar-se às dedicatórias impressas, o estudo de Ana Isabel contribuiu para as análises das dedicatórias manuscritas apresentadas nesta tese. 173 envoltos com a investigação e preservação de fontes documentais. Menciono, a título de exemplo, a presença constante de dedicatórias no acervo de livros das bibliotecas particulares de dois escritores canônicos – Machado de Assis108 e Fernando Pessoa109. Abro um parêntese para discorrer brevemente acerca dos catálogos das bibliotecas desses autores e algumas peculiaridades. A biblioteca de Machado de Assis, teve seu catálogo elaborado pela primeira vez em 1960, pelo professor Jean-Michel Massa que, à época, realizava sua pesquisa de doutorado pela Universidade da AltaBretanha. Esta biblioteca foi novamente catalogada pela professora Glória Vianna, quando o acervo já se encontrava na Academia Brasileira de Letras (ABL). Glória Vianna destaca que Jean-Michel Massa havia catalogado 718 volumes e que durante os dois primeiros semestres, ela encontrou 649 volumes, os demais, [...] 69 não foram encontrados. Com a ajuda dos bibliotecários os livros extraviados foram procurados, sem sucesso, nas bibliotecas de outros ex-acadêmicos, que como Machado também tiveram seus acervos particulares doados à Academia. Entretanto, ao final do levantamento encontramos 15 volumes que não tinham sido catalogados por Massa mas que provavelmente teriam pertencido a Machado de Assis, pois todos estavam a ele dedicados por seus autores ou editores, em datas que iam de 1867 a 1907. (VIANNA, 2008, p. 104) Este fato evidencia uma realidade encontrada pelos especialistas, o de terem que trabalhar com acervos parciais. Isso ocorreu com o espólio de Machado de Assis que, em testamento, apontou como sua única herdeira, sua sobrinha, Laura Leitão de Carvalho. Segundo Vianna (2008, p. 105), em conversa com Jean-Michel Massa, a herdeira afirmou que: 108 A Biblioteca da Academia Brasileira de Letras tem, sob sua guarda, a coleção particular de livros que pertenceu a Machado de Assis, além de diversas obras sobre Machado de Assis. (ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, 2003, p. [9]) 109 A Biblioteca da Casa Fernando Pessoa constitui-se de três núcleos essenciais: a biblioteca particular de Fernando Pessoa; a biblioteca pessoana ativa e passiva; e um fundo de poesia portuguesa e estrangeira. 174 [...] teriam levado cerca de trezentos volumes da coleção logo depois da morte do escritor, o que nos conduzia a supor que os quinze volumes encontrados no acervo da ABL, todos dedicados a Machado de Assis, fizeram parte de tal lote de livros. Depois de todo o trabalho de resgate dos livros pertencentes a Machado de Assis, o que envolveu a busca por livros em acervos de outros escritores e a eliminação, no catálogo anterior, de números repetidos de exemplares, Glória Vianna afirma que restaram 674 volumes, dos quais, aproximadamente 121 volumes (18%) possuem dedicatórias. Observando o trabalho em diferentes bibliotecas particulares identifico, por vezes, algumas semelhanças no que tange a reunião e conservação do acervo originalmente composto por seus proprietários. No caso da biblioteca de Cora Coralina, posso afirmar que, esta, também perdeu parte de seu acervo na ocasião de sua morte. Esse fato foi confirmado pela diretora Marlene Vellasco (2015), quando ela declarou que algo em torno de 10%, o equivalente a um número entre 90 a 100 exemplares, foram levados pelos familiares no momento do falecimento da poetisa. De modo aproximado, a biblioteca particular de Fernando Pessoa, está parcialmente alojada na Casa Fernando Pessoa. Esta instituição, concebida pela Câmara Municipal de Lisboa foi inaugurada em 1993 e atualmente é gerenciada pela Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural de Lisboa (EGEAC). Trata-se da casa onde Fernando Pessoa morou nos últimos 15 anos de sua vida (1920-1935). Denominada como uma casa de cultura, nela é possível encontrar diversos objetos pessoais, além de, um espaço multimídia e a biblioteca particular do escritor. Jerónimo Pizarro (2015), pessoa responsável por liderar o grupo de pesquisadores internacionais que investigam os documentos deixados por Fernando Pessoa, registrou no texto intitulado “nota prévia”, disponível no site da casa de cultura que: [...] esta biblioteca, albergada na sua grande maioria na Casa Fernando Pessoa (1058 títulos), não conta com todos os exemplares que alguma vez dela fizeram parte; parcelas da mesma estão ainda 175 com a família do escritor e no espólio número 3 da BNP110. (PIZARRO, 2015) Independentemente de trabalharem com o acervo parcial da biblioteca de Fernando Pessoa, os pesquisadores designaram, no site, um espaço para a apresentação das dedicatórias encontradas nos livros que pertenceram ao escritor, evidenciando o fato que Pessoa “[...] não viveu isolado, que teve numerosos amigos e companheiros de viagem e que acompanhou de perto relevantes manifestações culturais e editoriais”, conforme assegurado por Antonio Cardiello (2016). Essas circunstâncias ratificam os estudos das dedicatórias, sobretudo porque estas refletem os momentos históricos e sociais em que são produzidas, marcando e testemunhando parte da historicidade literária, confirmando datas e episódios e preenchendo lacunas, pois há por trás do gesto uma história compartilhada que “[...] se oculta ou que se quer desvendada. O outro torna-se parte do livro, torna-se presente nesse objeto também ele simbólico, que transcende o tempo e o espaço”. (VIOLA, 2014, p. 1). Considerada por Umberto Eco (2010) um peritexto, a dedicatória se inclui no rol de: [...] todo o material que aparece fisicamente conexo ao veículo-livro, como o frontispício, o colofão, as introduções, [...], os prefácios e os posfácios, a orelha, a própria encadernação ou a sobre capa, e assim por diante. (ECO, 2010, p. 187). Sobre a possível origem das dedicatórias, Carlos Ceia (2015, grifo do autor) relata que: Horácio foi dos primeiros a escrever dedicatórias literárias, homenageando Mecenas por ter patrocinado as suas Odes. Virgílio também dedicou as Geórgicas à mesma figura. Camões dedica Os Lusíadas a D. Sebastião (Canto I, 6-18), por razões políticas sobretudo, porque o jovem monarca era uma figura tutelar. Para além dos aspectos de reverência e mecenato, a dedicatória tornou-se um ato social representando, assim, um gesto de doação, de estima, amizade e agradecimento. Graficamente, pode-se dizer que, assim 110 Biblioteca Nacional de Portugal. 176 como os textos, as dedicatórias podem ser impressas ou manuscritas. A priori aquilo que está impresso pertence ao âmbito público, enquanto que, o manuscrito ao âmbito do privado. Digo, a priori, pois na medida em que o acervo de uma personalidade encontra-se acessível, disponível para visualização e consulta, por exemplo, em um museu, o manuscrito tornase público. Dito isso, esclareço que neste estudo darei especial atenção a forma manuscrita, autografada, aquela que responde a uma convenção: a de situar-se nas primeiras páginas de um livro, em posição de destaque, num primeiro momento, para a pessoa a quem se faz uma dedicatória – o dedicatário e, em segundo lugar, ao leitor. Estas dedicatórias, manuscritas, não são passíveis de serem alteradas ou suprimidas em novas edições, como pode ocorrer quando se fala em livro quer seja, convencionalmente em papel ou virtualmente, no caso do livro online (ebooks). É significativo pensar que, no caso de publicização das dedicatórias encontradas na biblioteca de Cora Coralina, trabalha-se com duas expectativas de recepção. A primeira envolve o dedicatário oficial e, sobre este aspecto, deparei-me com dedicatórias de/para Cora Coralina, o que implica em dizer que, por alguma obra do acaso, algo pouco explicável, existem algumas dedicatórias escritas pela poetisa que não foram entregues aos seus dedicatários. A outra expectativa de recepção está relacionada aos leitores comuns, pesquisadores, observadores, curiosos, enfim, frequentadores do Museu Casa de Cora Coralina. Pessoas interessadas em conhecer mais sobre a vida, a arte, a rede de relações, as histórias de leitura da poetisa e a história literária de uma época. Viola (2014, p. 23) destaca o papel do leitor nesse contexto: O leitor atualiza o enunciado da dedicatória através do seu próprio ato de leitura, constituindo-se como testemunha de uma mensagem que parece ser orientada para um polo presumível. Desta forma, o leitor constitui-se como destinatário estável e constante, ou seja, imprescindível para a atualização do sentido do texto. Nos livros catalogados na biblioteca de Cora Coralina existem várias dedicatórias, algumas foram selecionadas para, de modo analítico, serem apresentadas no corpo desta tese, as demais terão seus registros feitos na coluna “particularidades” constante no quadro com o catálogo dos livros. Do total dos 978 exemplares, foram encontradas dedicatórias 177 em 467, o equivalente a 47,75% dos fascículos. Algumas se encaixam nas categorias estabelecidas por Viola (2014), que em sua pesquisa, as classificou como: carta dedicatória – pouco usada atualmente, assumiu características prefaciais; dedicatória autobiográfica – situa o leitor na vida privada e podem ser de ordem genealógica ou amical; dedicatória aos pares – estabelece e dá a conhecer a rede de relações entre autores e dedicatários; dedicatória de gratidão – é a dedicatória de agradecimento; dedicatória de homenagem – envolve uma deferência por questões de superioridade (antiguidade) ou notório saber; dedicatória simpatia – verifica-se sentimento de compaixão e solidariedade; dedicatória condenação – contrária à dedicatória simpatia, refere-se à falta de consideração; dedicatória simbólica – insere-se no domínio da representação e da analogia; dedicatória enigmática – o autor estabelece uma relação privilegiada com o receptor que exclui o leitor suscitando, com isso, o caráter enigmático e místico da dedicatória e; dedicatória micronarrativa – quando há no corpus situações enunciativas com função narrativa. A partir deste momento, passo a ilustrar com algumas imagens as dedicatórias, por mim selecionadas para integrar o corpus do subcapítulo, seguidas pelas reproduções dos textos. A primeira trata-se de uma dedicatória escrita pela escultora, pintora e professora, Maria Guilhermina. Esta dedicatória encontra-se na folha de rosto do livro ilustrado pela própria artista, Hóspedes do tempo de Primo Vieira (1978) e, revela os laços de amizade entre a ilustradora e Cora Coralina. Amizade que perdurou por vários anos e se materializou em ilustrações de alguns livros de Cora Coralina como, por exemplo, Vintém de Cobre: meias confissões de Aninha e Meu Livro de Cordel. Duas considerações são necessárias se fazer: a primeira é que foram encontradas três dedicatórias, em diferentes livros, assinadas por Maria Guilhermina; e a segunda é que existe no acervo digitalizado do Museu, uma dedicatória, apresentada a seguir, escrita por Cora Coralina à Maria Guilhermina ao presenteá-la com um exemplar do seu Vintém de Cobre: meias confissões de Aninha. 178 Figura 35 - Dedicatória de Maria Guilhermina para Cora Coralina Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. 21-12-1978 Hospital Santa Paula Para Cora Coralina Minha amiga querida. Estamos numa manhã quente, no Hospital Santa Paula, onde os enfermeiros acabam de preparar a perna direita para uma tração, quando então a dor vai melhorar, acabar. Hoje, 21 de dezembro de 1978. Cora já falou poesia. Conversamos sobre o Ano Internacional da Criança – Ano I da Criança Brasileira. Agora ela dorme um sono tranquilo, com seu abano de papelão, arranjado aqui no hospital pela bondosa dona Ondina. Agora ela acorda e me pergunta: “Maria você fez o autógrafo?” E dorme novamente São 11.45 hs, Maria Guilhermina Esta dedicatória foi escrita, cinco anos após o primeiro acidente de Cora Coralina, quando ela escorregou na porta de sua cozinha em 1973 e teve como consequência a fratura do fêmur direito. Em dezembro de 1978, a escritora caiu novamente sendo hospitalizada e operada. Com a segunda queda, Cora resolve abandonar o feitio dos doces e passa a se 179 dedicar exclusivamente à literatura. (BRITTO, 2009). A dedicatória acima retrata e reproduz um momento dramático da vida da poetisa. Momento que a amiga e parceira Maria Guilhermina registrou na folha de rosto de um livro. As sucessivas quedas e as suas consequências obrigaram Cora Coralina a usar muletas por muitos anos. Esta condição foi registrada em versos no poema Ode às muletas do livro Poemas dos becos de Goiás e estórias mais, leia-se: Muletas novas, prateadas e reluzentes. Apoio singelo e poderoso de quem perdeu a integridade de uma ossatura intacta, invicta em anos de andanças domésticas. Muletas de quem delas careceu depois de ter vencido longo tempo e de ter dado voltas ao mundo sem deixar a sua casa. [...] (CORALINA, 2006, p. 191) A figura abaixo mostra o espaço do museu conhecido por varanda111. O local mantém-se fiel ao espaço de outrora, com a cadeira na qual Cora Coralina sentava-se para ler e receber visitas. Este cenário foi fotografado durante a pesquisa de campo e retrata as mesmas características apontadas por Cora em Reflexões de Aninha (A cidade e seus turistas): [...] A famigerada “porta do meio”, que preserva o interior, abre para a peça que em Goiás chamam varanda, em regra a mais ampla da construção, onde a família se reúne, recebe, trabalha, conversa e toma refeições. (CORALINA, 1984, p. 158, grifo da autora). 111 Este espaço foi citado anteriormente quando se abordou o interesse de Cora Coralina pelo cangaceiro Lampião. 180 Figura 36 - Museu Casa de Cora Coralina - Varanda Fontes: Acervo pessoal da pesquisadora. Conforme mencionado previamente, consta no acervo documental do Museu, um documento intitulado dedicatória de Cora Coralina para Maria Guilhermina. Este documento, como tantos outros, foi-me gentilmente disponibilizado pela equipe do museu. São documentos importantes que, associados aos encontrados na biblioteca, complementam, ratificam, escrevem a autobiografia material de Cora Coralina. Sendo assim, destaco a mensagem enviada por Cora a Maria Guilhermina. 181 Figura 37 - Dedicatória de Cora para Guilhermina Fonte: Museu Casa de Cora Coralina. Goiânia, 21-8-83 Guilhermina Você, na sua Oscar Freire, moça e linda, fascinante, hoje amadurecida e mãe de Família sempre a mesma Guilhermina, feita de encantos e delicadezas discretas, que acentuaram o seu fascínio de Moça-Mulher. Vai este livro, todo ele filho de velhos tempos de muita pobreza, marcado pelo seu pecuniário de cobre. Um dia, daqueles tempos, me faltou um Vintém de Cobre. Voltei a Goiás, a sua procura. Em sua busca escrevi este livro, sempre procurando e quando me parece tê-lo encontrado vejo que ainda não. Cora Coralina 182 O relacionamento estabelecido com outros escritores, ainda que a distância, é expressado e verificável em outras dedicatórias amistosas. Por vezes, são dedicatórias de escritores estreantes que objetivam receber uma palavra de apoio, encorajamento necessário aos que se aventuram no mundo das letras, outras são de escritores renomados, enaltecidos pela crítica e, portanto, atrelados a um contexto histórico. Cora Coralina entendia bem as dificuldades dos iniciantes. No início de sua carreira assinou a coluna Chroniqueta para o jornal A Imprensa. Na crônica do dia 22 de agosto de 1910, Cora escreveu: Decididamente é muito difícil a gente fazer literatura numa sociedade onde ninguém a faz e num meio tão rebarbativo as letras como o nosso que nenhum estimulo ou incentivo oferece aos platônicos, ideólogos que ainda tentam enristar a lança contra a clássica e reconhecida indiferença doentia dos goyanos. Indiferença não só pelo que lhes afetam os próprios interesses, como por tudo o mais, seja de que ordem, for jurídica, social ou religiosa. Se não fosse por temperamento, mesmo uma necessidade psicológica, eu desanimaria de escrever literatura ou coisa que o valha, em Goiás, nem ao menos pela vaidade das comparações, ou pelo interesse de escrever melhor. Acresce ainda a influência perigosa do meio, que mata energias, quebra as forças criadoras, reduz o ideal, nivelando todas as inteligências ao mesmo grau de frivolidade chata e banal. Influência mil vezes perniciosa de desânimo moral, de apatia, de pessimismo, a que não escapam nem as pessoas que chegam de outros centros adiantados. (CORALINA, 1910). Alguns escritores criaram laços de amizade com a poetisa. Apesar da distância geográfica, Cora Coralina cativou, encantou e deixou se encantar por seus pares. Observa-se, na sua biblioteca, que nomes como: Rachel de Queiroz; Dinah Silveira de Queiroz; Chico Xavier; Darcy Denófrio; Jorge Amado, entre outros, fizeram parte da rede de relações da poetisa. Sob a perspectiva das fontes de documentos textuais, os autores citados serão objeto deste estudo, pois considero que as dedicatórias estão inseridas no contexto do sistema literário. Assim, Raquel de Queiroz, em 1966, enviou à Cora Coralina um exemplar da sétima edição do livro O quinze. Diante do livro e a sua dedicatória verifiquei algumas afinidades com a trajetória de Cora 183 Coralina, por exemplo, O quinze que foi publicado em 1930 pela editora José Olympio. Curioso notar que Cora Coralina, nos anos 30, havia trabalhado como vendedora de livros para a Livraria José Olympio Editora e, mais tarde, nos anos 60, quando a poetisa batalhava para editar seu primeiro livro em São Paulo, recebeu desta editora a resposta que tanto esperava: o aceite dos manuscritos de Poemas de Becos de Goiás e estórias mais para a publicação. Livro, então, publicado em 1965 sob a batuta do editor gerente da José Olympio, o senhor Antônio Olavo. Primeira escritora a integrar a Academia Brasileira de Letras (ABL), Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza em 1910, numa casa de intelectuais. Escreveu e divulgou suas primeiras crônicas aos 16 anos, isso quatro anos antes de publicar O quinze, livro que encantou o escritor Mario de Andrade e que lhe rendeu vários prêmios. De modo semelhante, Cora Coralina teve seus primeiros escritos, ainda na adolescência, publicados em colunas de jornais locais, mas sua obra somente recebeu projeção nacional, a partir da apreciação pública de Carlos Drummond de Andrade, no Jornal do Brasil em 27 de dezembro de 1980. Carlos Drummond de Andrade foi uma das pessoas responsáveis pela condecoração de Cora Coralina nacionalmente112. Cora e Drummond nunca se encontraram pessoalmente, porém, trocaram afetuosas cartas. Abaixo apresento a imagem, cedida pela equipe do museu, da crônica escrita por Drummond. 112 Antes de Drummond, o poeta e crítico Oswaldino Marques escreveu um texto analisando a obra de Cora Coralina. Seus biógrafos afirmam que os dois escritores foram importantes para o reconhecimento literário de Cora. “Ambos, em momentos diferentes, contribuíram para que sua obra fosse conhecida e valorizada” (BRITTO; SEDA, 2009, p. 372) 184 Figura 38 - Crônica de Carlos Drummond de Andrade Fonte: Museu Casa de Cora Coralina. Mais uma vez, sobre à dedicatória escrita por Rachel de Queiroz, esta, possui como data o ano de 1966; já a assinada por Dinah Silveira de Queiroz no livro A muralha (1971) tem registrado o ano de 1972. Nesta última, Dinah cita Rachel evidenciando a amizade entre as duas escritoras113. Na década de 70 ocorreu um fato marcante envolvendo as Queiroz e a ABL e que merece um breve relato. Dinah Silveira de Queiroz solicitou sua inscrição como candidata à ABL em 1970, acreditando que o Regimento vigente ainda era o mesmo da fundação da academia. Seu pedido, negado, foi o segundo na história 113 Para além da amizade entre as escritoras, havia uma ligação de parentesco entre elas, uma vez que o primeiro marido de Dinah Silveira de Queiroz, Narcélio de Queiroz era primo de Rachel de Queiroz (FANINI, 2009) 185 da ABL em relação a uma candidatura feminina, o primeiro coube a Amélia Freitas Beviláqua. Diante de tal negativa, Dinah empenhou-se numa batalha a favor do ingresso feminino na ABL. O sucesso de tal empreitada previa a quebra da hegemonia masculina de 80 anos. Sendo assim, a eleição de Rachel de Queiroz, em agosto de 1977 se diferenciou das candidaturas femininas anteriores por dois motivos principais, o primeiro porque contou com a disposição de Dinah de Queiroz em solicitar a alteração do Regimento e, o segundo, pelo fato de seus amigos e incentivadores literatos terem indicado seu nome, ao contrário de Amélia Freitas Beviláqua e Dinah Silveira de Queiroz que se autoindicaram (FANINI, 2009). É, portanto, certo que a “grande Rachel” como citada por Dinah de Queiroz na dedicatória foi quem estabeleceu proximidade entre Cora Coralina e a autora de A muralha. Convívio selado com troca de presentes (doces e livros), conforme verificável nas imagens abaixo. 186 Figura 39 - Dedicatória de Rachel de Queiroz Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Para Cora Coralina, sua admiradora. Rachel de Queiroz 16-9-66 187 Figura 40 - Dedicatória de Dinah Silveira de Queiroz Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Para Cora Coralina, ainda com o sabor de sua poesia (e de seus inimitáveis doces) por intermédio da grande Rachel a saudade de Dinah Silveira de Queiroz Set. 72 Outras dedicatórias receberam destaque nesse estudo como, por exemplo, as escritas por Francisco Cândido Xavier. Ao todo são três livros com dedicatórias assinadas por Chico Xavier, a saber: Maria 188 Dolores (1977); Luz Bendita (1977); e Poetas redivivos: obra mediúnica (1969). A questão da religiosidade de Cora Coralina é singular. Sabe-se que a poetisa foi educada numa família que respeitava as diferentes religiões. Sua filha, Vicência Bretas Tahan, destaca na biografia romanceada Cora Coragem Cora Poesia (1989), que sua avó materna participava ativamente das atividades cristãs, mas possuía interesse na doutrina espírita. Diz Tahan (1989, p. 13, grifo nosso): Senhora distrai-se com seus livros e revistas, que agora chegam semanalmente. Programa serões. Não esquece os aniversários. Providencia prendas para as quermesses – é uma boa cristã, apesar do kardecismo, atua bastante na igreja -, é braço direito do pároco nas festividades religiosas. A gênese da doutrina espírita em Goiás é atribuída ao período prérepublicano e teve a influência de um distinto cidadão vilaboense, Jacyntho do Couto Brandão, tio de Cora Coralina. Segundo Curado (2014, online): Jacyntho do Couto Brandão passou, ao que se sabe, a ser o primeiro estudioso da Doutrina Espírita em Goiás, tempo em que encomendou do Rio de Janeiro as obras de Kardec. Estudou sobre Eusápia Palladino, e conheceu, em Minas, Sinhô Mariano, tio de Eurípedes Barsanulfo, introdutor do Espiritismo no Triângulo Mineiro, notadamente em Sacramento. A prática religiosa do tio é rememorada no poema “Meu tio Jacinto” publicado no livro Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1984), no qual Cora Coralina versa: [...] Eram os primeiros tempos do Espiritismo em Goiás, suas primeiras experiências, a mesa de invocação. Meu tio gostava da teoria e logo fez a mesa, leve, misteriosa, de madeira fina e caprichada, e pôs a funcionar. Sempre à noite, a gente apoiava de leve as pontas dos dedos, concentrava, rezavam todos o Pai Nosso, invocava-se um espírito escolhido da família e por meio de batidas marcadas, estabelecia-se conversa e identificava-se o espírito presente Falava-se em médiuns e mediunidades. 189 Estava muito comentada no tempo Eusápia Paladino, que transmitia pela sua mediunidade informações impressionantes do outro mundo. Assinavam-se revistas espíritas. [...] (CORALINA, 1984, p. 86) Clóvis Carvalho Britto (2013) corrobora com os argumentos apresentados sobre a origem do espiritismo em Goiás e, acrescenta, com seu estudo acerca da construção e transmissão do espiritismo em Goiás, o importante papel feminino nesse processo. O autor aponta duas consideráveis crônicas escritas por Cora Coralina sobre o tema, em 1905 e 1908 no jornal Tribuna Espirita. Na primeira, Cora traz à luz nomes de pessoas que contribuíram com a difusão da doutrina em terras goianas. Conforme Britto (2013): Os relatos de Cora Coralina contribuíram para que a trajetória de José Olympio Xavier de Barros (1842-1907) não caísse no esquecimento. De acordo com a escritora, ele teria sido o responsável pela organização das primeiras sessões espíritas e pela propagação da doutrina em Goiás. [...] Pioneirismo dividido com dois outros espíritas: o farmacêutico Luiz Marcelino de Camargo Júnior e o poeta e juiz Manuel Lopes de Carvalho Ramos. (BRITTO, 2013, p. 28) Cora Coralina era assumidamente católica, batizada e crismada, mas essa condição não a impediu de admirar e respeitar outras religiões. O sincretismo está presente em sua poesia, ao versar sobre ritos religiosos em vários poemas. Destaco, primeiramente, os versos em Os aborrecimentos de Aninha: Era o Crisma, o último cerimonial pelo bispo, Dom Eduardo Duarte da Silva. Saía de Goiás, aborrecido, para não mais retornar. Minha madrinha – Mestra Silvina. Eu, faceira, cabelo solto, amarrado com fita azul, repuxado para trás. Queria penteado diferente, coisa linda. Via com as outras. Não podia. Meu cabelo não dava. Pouco, liso e fino – herança de meu pai. [...] Aquele Crisma – sua última cerimônia litúrgica 190 na Capela do Seminário. Eu, menina boba, medrosa, filha de velho doente, com medo do Crisma. (CORALINA, 1984, p. 136-138). Em outra passagem, no poema Do beco da Vila Rica escreveu Cora Coralina: Monturo... Faz lembrar a Bíblia: Jó, raspando suas úlceras. Jó, ouvindo a exortação dos amigos. Jó, clamando e reclamando do seu Deus. (CORALINA, 2006, p. 99). Do mesmo modo poetizou Frei Germano (2006) e Irmã Bruna (1984), respectivamente nos fragmentos dos poemas abaixo: [...] Frei Germano... Quanto respeito, meu Deus! Durezas de ascetismo. Estatura invulgar de sacerdote. Tão severo... [...] Cinquenta anos decorridos, guardo na lembrança sua figura austera, retratada, de velho santo. E as lições aprendidas do pequeno catecismo. Como prêmio de aplicação conservo daquele tempo, recebido de suas mãos, uma antiga História Sagrada e uns santinhos que me têm valido na aflição. [...] (CORALINA, 2006, p. 57-59) [...] No fim, minha mão vazia, segura As mãos cheias de Deus. E continuar na eternidade 191 a renovação de meus votos jovens, na glória imensa de ter sido em vida e morte, Dele, a mais humilde e pequenina serva, Irmã Bruna. (CORALINA, 1984, p. 201). Além disso, a poetisa respeitou a lei de Allan Kardec e se mostrou desprovida de preconceitos religiosos ao versar em Meu melhor livro de leitura (1984) e Todas as vidas (2006): [...] Minha pedra morena. Minha pedra mãe. Quem assentará você sobre o meu túmulo no meu retorno às origens de todas as origens? Minha volta ao mundo na lei de Kardec... Vou reviver na menina Georgina. Estarei presente no meu dicionário, meu livro de amor que tanto me ensinou e corrigiu. [...] (CORALINA, 1984, p. 54). Vive dentro de mim uma cabocla velha de mau-olhado, acocorada ao pé do borralho, olhando pra o fogo. Benze quebranto. Bota feitiço... Ogum. Orixá. Macumba, terreiro. Ogã, Pai-de-santo... (CORALINA, 2006, p. 31). Com Chico Xavier, Cora Coralina construiu uma sólida amizade e admiração mútua perceptível nas dedicatórias. 192 Figura 41 - Dedicatória Chico Xavier (1) Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora Uberaba 10-9-77 À nossa admirável poetisa e distinta patrícia Cora Coralina – brilho permanente das letras do Brasil – agradeço as generosas referencias a este seu pequeno servidor reconhecido, em “O Popular” de Goiânia, na edição de 28/8/77, rogando a Deus por sua saúde e felicidade. Admiração e respeito do seu servidor muito grato Chico Xavier 193 Figura 42 - Dedicatória de Chico Xavier (2) Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora À distinta poetisa Cora Coralina, com respeitoso apreço do seu servidor reconhecido Chico Xavier Uberaba, 20-10-77 194 Figura 43 - Dedicatória Chico Xavier (3) Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. À distinta poetisa brasileira Cora Coralina, homenagem respeitosa do seu servidor reconhecido Chico Xavier Uberaba, 7-1-78 Dentre as dedicatórias selecionadas para serem apresentas nesta tese, sublinho a escrita pela professora, poeta e crítica literária Darcy França Denófrio em seu livro Voo Cego (1980), obra que marcou sua estreia poética. O referido livro foi agraciado com o prêmio “Cora Coralina” no ano de 1981. A professora escreveu diversos trabalhos sobre a vida e a obra de Cora Coralina e realizou um levantamento da fortuna crítica da poetisa, que serviu como alicerce para o que foi apresentado no capítulo 2 – Das vozes: fortuna crítica. Sua dedicatória revela agradecimento e deferência a Cora Coralina. 195 Figura 44 - Dedicatória Darcy França Denófrio Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Cora Coralina Estou muito honrada com o prêmio “Cora Coralina”, troféu “A enxada” a nível estadual. O seu nome é um tributo de honra a qualquer artista literário deste país. Daquela que foi por duas vezes em busca de seus doces e esteve, vezes sem conta, em busca do supremo manjar de sua poesia. Darcy França Denófrio Em 26-9-81 Para finalizar este subcapítulo sobre as redes de relações de Cora Coralina observadas, principalmente, em dedicatórias, escolhi algumas que considero emblemáticas e reveladoras da personalidade da poetisa. Trata-se de dedicatórias familiares que evidenciam laços afetivos e, sobretudo, apontam para gostos literários da poetisa. Isso pode ser observado no livro Imagens do Portugal Queirosiano (1976) de Campos Matos que, além das dedicatórias assinadas por seus netos, possui um 196 pequeno texto, considerado inédito, escrito pela poetisa, no qual ela assume sua admiração por Eça de Queiroz114. Figura 45 - Dedicatória dos netos (1) Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. 114 Nesta tese optou-se pelo uso do sobrenome Queiroz a Queirós. Essa decisão teve como diretriz a recomendação encontrada no site Pórtico da Língua Portuguesa. Nele, Ana Salgado (2015, grifo da autora) escreveu um texto acerca da grafia do sobrenome de Eça de Queiroz ou Queirós esclarecendo que: “Eça é ‘Queiroz’ no registo de nascimento, nos documentos da época, na Fundação com o seu nome, nos dicionários queirosianos, no nome inscrito na estátua que Teixeira Lopes lhe dedicou, mas passou a ‘Queirós’ em vários estudos e reedições da sua obra. Há quem defenda a grafia «Queirós». Os seus defensores alegam que esta é a forma recomendada segundo a ortografia atual. [...]. Ambas as grafias estão corretas, mas se por registo Eça é Queiroz, então deveria usar-se esta, a grafia no caso do nome do romancista, forma que foi respeitada pela Fundação com o seu nome e é, também, a grafia usada numa recente edição de Os Maias, com uma nova fixação do texto, da responsabilidade de Helder Guégués, com a chancela da Guerra & Paz”. 197 “Vovó Cora Quando vou à Casa Velha da Ponte, em Goiás, reencontro os seus “Poemas” e isso me traz felicidade. Aqui, neste livro, a senhora encontrará a Casa Velha de Eça, e, tenho certeza, a senhora encontrará um pouco de felicidade. Isto redobra o prazer de lhe dar este livro. ” Seu neto Flávio São Paulo, 29/11/77 “Um dia todos irão morrer e uma pessoa vai lembrar disso” Gisela para a Bisa “Querida vovó, obrigada pela lição de amor que é a sua vida. Muito a admiro e a respeito. Que Deus a abençoe e a proteja” A neta, Luisinha 29 nov. 77. SPaulo Figura 46 - Comentário de Cora Coralina (inédito) Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. 198 “Este livro me foi dado pelo meu neto, Flavinho, em S.P. em 29 de nov. de 1977. Livro de amor, digo eu. Livro que revive páginas de um escritor que nos dias da minha juventude foi mestre maravilhoso. Todo ele um mobral antecipado do bom estilo e da boa linguagem escrita. As leituras repetidas e seus livros deve a minha capacidade de sintetizar meu pensamento, devo muito do pouco que me foi possível realizar nas Letras do meu Estado de Goiás. Cora Coralina Em 5-12-77 (volta a Goiás)”. O apreço de Cora Coralina por Eça de Queiroz está registrado em entrevista concedida ao escritor Miguel Jorge (apud BRITTO, 2011b, p. 195). Suas palavras corroboram com a mensagem encontrada no livro de Campos Matos, disse a poetisa: Apenas dois escritores me influenciaram ou me impressionaram. Eça de Queiroz, que ainda não foi ultrapassado, e outro contemporâneo, falecido há pouco tempo, Guimarães Rosa. Dois escritores diferentes, mas dois escritores na acepção da palavra. E acrescenta que sua admiração pelo estilo de Eça de Queiroz era resultado do “[...] policiamento natural do seu palavreado escrito. Nunca ninguém escreveu tão bem com tão poucas palavras”. (JORGE apud BRITTO, 2011b, p. 195) Na biblioteca de Cora Coralina encontrei dois livros de Eça de Queiroz, Últimas páginas: manuscritos inéditos (1937) e A cidade e as serras (1973). Livros visivelmente manuseados. No primeiro havia um marcador de página improvisado em formato de recibo de padaria com a data (15/6/69) e, no segundo, anotações de endereços e telefones. 199 Figura 47 - Eça de Queiroz - livro e marcador Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Os netos de Cora Coralina conheciam bem as preferências literárias da avó. Tanto que, por mais de uma vez, a presentearam com aquilo que preenchia sua alma: o livro. Na simplicidade de sua casa não havia rádio nem televisão. Ela se informava com a leitura de jornais, revistas, livros e por meio de troca de cartas com outros autores e alguns editores. No exercício desta prática colecionou amigos, conquistando admiração e respeito. Como um exemplo de admiração mútua, posso citar, a ocorrida entre a poetisa e o escritor Jorge Amado, já comentada previamente. A família de Cora conhecia essa admiração e cumplicidade, veja-se a simbólica dedicatória familiar encontrada no exemplar Tereza Batista cansada de guerra (1972). 200 Figura 48 - Dedicatória dos netos (2) Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Salvo o livro citado acima, a biblioteca possui outros cinco títulos de Jorge Amado, a saber: Os velhos marinheiros (1977) no qual depareime com alguns parágrafos contornados a caneta; Terras do sem fim (1942) encadernado artesanalmente; Seara Vermelha (1951) edição sem capa e com possível dedicatória assinada por Jorge Amado; Os pastores da noite (196?), cujo exemplar está sem capa e com algumas folhas deterioradas; e São Jorge de Ilhéus (1944) igualmente desprovido de capa. Aliás, Cora Coralina trocou várias cartas com o amigo Jorge Amado. Em uma delas, reproduzida em sua biografia Raízes de Aninha (2009), a poetisa agradece o envio do romance Tereza Batista: Jorge Amado, meu irmão. Venho agradecer a você a chegada de Tereza Batista. Ela está aqui em nossa 201 casa com seus dengues e seu xale florado e com muito agrado a todos. Ninguém se cansa do convívio com moça tão [...] simples e bonita. Mais do que Dona Flor, mais do que Gabriela toda cravo e canela, mais do que a mal vislumbrada Ofenísia, essa incorporou e virou coisa viva para valer. [...] Jorge dos Ilhéus?... Você tem prestígio, irmão. [...]. Sua cidade cheira cacau. [...]. Filmei tudo dentro de mim e trouxe mais comigo visão dos cacaueiros e o cheiro do cacau. [...]. Agora, cá entre nós, como foi que aquela faca apareceu no quarto do capitão? [...] Obrigada por Lulu Santos, obrigada pelo dado as letras, a nossa terra, esse livro poderoso, tamanhão da Bahia, Goiás junto, partes de menor para Mato Grosso, Amazonas e mais territórios. [...] Obrigada a Deus por você existir e existir Zélia a seu lado, que homem sozinho não dá. [...] tendo meu curso do Mobral levo meu diploma aí. Quero ver terreiro, fazer iniciação e depois bater na sua porta, saber se Jorge Amado existe ou é ficção, mito, duende ou gente de verdade. (CORALINA apud BRITTO; SEDA, 2009, p. 337, grifo nosso). Em contato, via mensagem eletrônica, com o sociólogo e biógrafo de Cora Coralina, Clóvis Carvalho Britto, perguntei qual era a sua opinião acerca da carta acima, na qual a poetisa agradece a Jorge Amado a chegada de Tereza Batista em sua casa e o fato do livro que consta em sua biblioteca possuir como dedicatória a assinatura dos netos. Seria o caso de um outro exemplar extraviado, subtraído da biblioteca por algum motivo (familiares na ocasião da morte de Cora, deterioração pela enchente) ou o texto da carta é um recurso linguístico/literário usado pela poetisa para comentar sobre o livro? Clóvis Britto (2016) emitiu a seguinte opinião: No caso de Cora, ela não era muito organizada. Muitos livros que lia eram de vizinhos, a exemplo do último livro que releu – Grande Sertão Veredas. Todavia, neste caso específico acredito que foi um recurso literário que ela utilizou. Afirmo porque esse documento - assim como outros - não possui data, é um rascunho de carta que nem sabemos se ela teria enviado. Em um deles ela chega a descrever uma viagem a Ilhéus (que nunca existiu), 202 mas para dar a ideia de uma viagem metafórica proporcionada via literatura amadiana. (BRITTO, 2016). A palavra Mobral permite uma leitura biografemática de Cora Coralina. Não há registro concreto que Cora tenha feito seu curso mobral115, como se propõe na carta, mas é fato que seus estudos formais foram poucos. No museu estão documentados a instrução escolar primária (Mestra Silvina) e o curso de datilografia feito por Cora Coralina aos 71 anos de idade. Isso não a impediu de, com suas leituras e sua curiosidade, conquistar erudição necessária para receber o título Honoris Causa pela Universidade Federal de Goiás, conforme relatado anteriormente. Cora usa a palavra “mobral” como metáfora para manifestar sua humildade perante aos que ela considerava importantes literatos, como no caso, Jorge Amado e, anteriormente, Eça de Queiroz (Figura 47). Interessante destacar que, no decorrer do tempo, criou-se uma conotação pejorativa em torno das pessoas que participavam do curso Mobral. Essa situação pode ser explicada pelo discurso aplicado pelo governo ditatorial, no qual se imputava à falta de desenvolvimento tecnológico e social do Brasil aos analfabetos, associando-os e responsabilizando-os pelos baixos índices alcançados. Apesar dessa ressalva, não é assim que Cora percebia. Ao usar a sigla, ela não demonstra esse tipo de estigma, seu tom está relacionado ao ensino tardio, ao desejo contínuo de aprender, à humildade. Nos versos de Oração do pequeno delinquente, Cora usa a palavra “mobral” suplicando por educação para as pessoas carentes: 115 MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) foi um programa criado pelo governo com o propósito de realizar uma alfabetização funcional de jovens e adultos. Criado em 1970, o programa foi extinto em 1985, sendo substituído pelo projeto Educar. (MENEZES; SANTOS, 2001). Santos (2015, p. 20) aponta como principais problemas do Mobral, o fato deste movimento ter por princípios educacionais “O não reconhecimento do saber popular, a ausência de questionamento diante da realidade repressora e a articulação aos ideais tecnicistas do desenvolvimento econômico tornavam a alfabetização desenvolvida pelo MOBRAL antidialógica, por não estabelecer diálogo com a história de vida do educando; e alienante, por não permitir a reflexão sobre o contexto”. Sobre o MOBRAL, reforça-se que este surgiu “Em resposta às pressões sociais por educação, o governo militar, com o objetivo de ampliar junto ao povo as bases legitimadoras do regime, criou, em 1967, o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL)”. (SANTOS, 2015, p. 29). 203 [...] Mobral... Dai um Mobral à criança que não teve lugar na Escola Primária ou deixou de a frequentar por falta de uniforme, de livros e de cadernos e taxas escolares. Enquanto houver no meu País uma criança sem escola haverá sempre um adulto se evadindo de um Mobral. Aumenta o número de adultos analfabetos na razão direta da criança sem escola, aumenta a criminalidade jovem na razão direta do Menor Abandonado, infrator, corrompido, delinquente a caminho da criminalidade do adulto pela falta de escolas profissionais, escolas de salvação social. (CORALINA, 2006, p. 233) Essas constatações arrematam as reflexões acerca das redes de relações da poetisa Cora Coralina e como se descortinam biografemas a partir do entrelaçamento entre a bios e o graphos. Realça-se a heterogeneidade dos elementos que compõem um arquivo literário, exigindo novas associações entre a intencionalidade do pesquisador e as fontes disponíveis, tendo como ponto favorável o objeto e a escritura que, no caso deste estudo, levaram às pistas para uma leitura biografemática. O próximo subcapítulo será dedicado a explicitar o catálogo criado a partir do estudo in loco na biblioteca de Cora Coralina. 4.3 ENTRE ESTANTES Neste subcapítulo, antes de passar às considerações sobre a dimensão da natureza do trabalho com o acervo bibliográfico, apresentando o catálogo, é necessário marcar a singularidade do acervo de Cora Coralina, abrigado no museu Casa de Cora Coralina116 e ponderar acerca das nuances envoltas ao sistema literário e como estas são percebidas no trabalho com acervos literários. O acervo de Cora é 116 Em 2016 foi criado o site com as principais informações sobre o museu. http://www.museucoracoralina.com.br/site/. 204 composto por seus objetos pessoais, móveis, utensílios domésticos, manuscritos, livros, fotos e as correspondências da poetisa que foram doados por sua família ao museu. Conforme seu estatuto (apresentado no Anexo A), o museu é uma sociedade civil com personalidade jurídica de direito privado sem fins lucrativos, que tem como foco preservar a memória e promover a divulgação da obra de Cora Coralina. A disposição do acervo no espaço da casa-museu é sustentada por uma concepção museológica que privilegia a ambientação autobiográfica, no tênue limiar entre as esferas do público e do privado. É nesse universo que a biblioteca particular de Cora Coralina acondiciona os livros colecionados pela poetisa. Livros que revelam as marcas de suas leituras e suscitam indagações sobre alguns pontos relacionados às peculiaridades das obras e dos autores que integram o catálogo. Pondero, ademais, sobre o fato de que os estudos de acervos literários se constituem na prática de se lidar com os resíduos materiais, sustentados pelo caráter hibrido das fontes dos arquivos literários e a grande quantidade de informações que estas possuem. O trabalho com acervo literário reflete, de certo modo, a tendência atual do sistema literário, ao modo como este é analisado pela professora Maria Eunice Moreira com vistas nas teorias de Niklas Luhnman e Siegfried Schmidt117. Afirma a professora: Ler ou interpretar obras ou ler e interpretar a história da literatura significa que o observador tem consciência de que não lê nem interpreta textos, mas lê e interpreta dados já lidos e interpretados por outros sujeitos sociais (a crítica, a lista de livros recomendados pela revista, a transposição do livro para o cinema, o sucesso do filme, o apelo da mídia sobre determinada obra). (MOREIRA, 2012, p. 17). Este modelo de sistema literário encontrou suas bases na teoria proposta por Hans Robert Jauss, em 1967, quando enunciou em sua aula proferida na Universidade de Constança, sob o título A história da literatura como provocação da ciência literária. Na ocasião, a estética da recepção surge como uma proposta que estabelece a hegemonia do leitor como agente privilegiado no ato interpretativo do texto literário (autor117 Segundo Moreira (2012), o sociólogo Niklas Luhnmam propõe três conceitos fundamentais, a saber: o conceito de sistema; o conceito de entorno (ou contexto ou moldura); e o conceito observador; e Siegfried Schmidt estabelece à produção, à mediação, à recepção e à avaliação como parte do sistema literário. 205 obra-público). Ao romper com os dogmas marxistas e formalistas que negam a recepção e, especialmente, o seu efeito sobre o leitor, pressupondo uma atitude passiva deste, Jauss questiona os conceitos evolutivos e lineares e os desloca rumo a uma compreensão que ultrapassa o eixo, antes voltado à imanência do texto, para o de um sistema literário. De modo análogo, Olinto (2006, p. 135) afirma que os: Estudos de literatura concebidos na ótica de teorias sistêmicas e teorias de ação não tematizam o texto literário como entidade autônoma, mas investigam diversas dimensões e transformações do sistema literatura, tais como produção, mediação, recepção e análise teórica de textos literários. Ressalto, que além de Jauss, a estética da recepção é pensada por um grupo de intelectuais118 que, agrupados na Universidade de Constança, acreditavam “[...] ser possível embasar a historicidade específica da arte na pesquisa da dimensão da recepção e de seus efeitos”. (MIRANDA, 2007, p. 21). Trazer ao centro a questão do leitor e, consequentemente, a história das leituras é assumir, conforme José Luís Jobim (1992)119 preconiza, que o leitor está imbricado na concepção da imagem da obra e, [...] como um livro é uma estrutura que se reitera e se reinscreve em sucessivos contextos de recepção, pode inclusive vir a produzir efeitos indesejados e insuspeitados pelo autor – até mesmo contrários a suas intenções. (JOBIM, 1992, p. 135). Isso me faz pensar na transformação do texto, por meio do ato de ler, pois “[...] é na dialética estabelecida entre estas instâncias de produção e recepção de textos que se tece o discurso da história literária [...]” (COUTINHO, 2003, p. 18) e, nesse sentido, a leitura está subordinada a fatores condicionados “[...] pelo estatuto de classe, pelo “gosto”, pelo lugar ocupado pelo leitor no tecido social e num dado momento histórico”. (REIS, 1992, p. 68, grifo do autor). 118 Nomes como, por exemplo, Wolfgang Iser, Hans Ulrich Gumbrecht, Karlheinz Stierle, Harald Weinrich, Manfred Fuhrman e Hans Neuschäfer. 119 Jobim (1992) discute, em seu ensaio, quatro questões ligadas à História da Literatura: a recepção; a descrição; a origem; e a tradição. Nesta tese darei enfoque à recepção e a tradição. 206 E este espaço preenchido pelo leitor é também um espaço relativo e conexo ao do autor, visto que, direta ou indiretamente, o texto apresenta o contexto social e histórico de seu escritor. Assim, a escrita é revestida pelo poder de quem a escreve. Nessa orientação, a tradição ou cânone não se dissocia de questões de poder e autoridade e, por isso, Reis (1992, p. 72) afirma que: “Ao olharmos para as obras canônicas da literatura ocidental percebemos de imediato a exclusão de diversos grupos sociais, étnicos e sexuais do cânon literário”. Saliento que, o exercício de poder atribuído ao intelectual e/ou crítico literário, geralmente instituídos e vinculados às instituições e às universidades, são importantes na disseminação e delimitação de critérios do cânone120. Nesse sentido, estudar a biblioteca de Cora Coralina mostrou-me que a sua coleção de livros se reveste de elementos da tradição cultural, pois as escolhas dos livros que constituem uma biblioteca particular nunca são neutras, ou seja, não estão isentas dos aspectos que as fundamentam, conforme algumas regras canônicas estabelecidas. A razão pela qual a poetisa fez a opção por sua coleção de livros insere-se no horizonte de leitura da época e, talvez, pode não fazer sentido ao leitor da atualidade, pois “[...] para falar de leituras e leitores é sempre importante tematizar o contexto em que ambos existem, a história está presente no próprio processamento e atribuição de sentidos, correlacionados ao texto”. (JOBIM, 2011, p. 142). Por isso, ao analisar o catálogo criado, a partir dos livros e periódicos da poetisa, algumas questões se colocam como, por exemplo, a presença de obras consideradas canônicas pela crítica literária e, também, a invisibilidade de alguns autores. A invisibilidade destacada por Fernando Monteiro (2016), como sendo uma zona de sombra na literatura brasileira, não faz distinção entre prosa ou poesia, nem tampouco os escritores, nas palavras do autor, “mainstream ou laterais”. Monteiro (2016, p. 11, grifo do autor), sobretudo, destaca que “Não são poucos os que se encontram sob essa pesada nuvem – imerecida, tantas vezes – de ostracismo, esquecimento, “exílio” na própria literatura pátria [...]”. Caberia a um outro estudo, 120 Abro um breve parêntese para destacar a reflexão que Eneida Maria de Souza faz acerca da crítica literária e seus vínculos com a crítica cultural e à literatura comparada. Trata-se de uma interessante análise sobre a questão do valor estético (a alta e baixa literatura) no presente. Em seu ensaio Nostalgias do cânone ela afirma: “Se os movimentos literários perderam, na atualidade, a sua eficácia e os ismos caíram em desuso, isso se deve à transformação sofrida pelos discursos artísticos das últimas décadas, em que se viram abaladas as genealogias e deslocados os centros de referência cultural”. (SOUZA, 2002, p. 86) 207 posterior a este, que tomasse como ponto de partida o catálogo da biblioteca, e se dedicasse a analisar e a reconstituir o horizonte de expectativa de leitura sob o qual foi constituída a biblioteca de Cora Coralina e destrinchar com acuidade os nomes, que apesar de certa proximidade temporal com os dias atuais, se enquadram (ou não) no sistema de referências imposto pelo cânone e, portanto, se encontram: [...] misteriosamente fora dos epicentros rotatórios por efeito da atenção em alguns “mantras”, [...] hipnotizantes em torno de Bandeira – Drummond – Cabral na poesia, e, na prosa, Lispector – Lispector - Lispector, modernamente falando. (MONTEIRO, 2016, p. 11) Chamo a atenção para o fato de que, em alguns momentos, pode parecer insondável e intricada a reunião do material colecionado por Cora Coralina, mas cabe sempre lembrar o que José Luis Jobim (2011, p. 139) acredita: Mesmo sozinho em sua biblioteca, o leitor real não poderia desligar-se da tradição cultural em que se situa sua visão de mundo, a partir da qual a leitura se efetuaria. Ele não poderia renunciar a um repertório de normas e valores históricos determinados, porque este repertório é parte integrante de seu mundo: constitui o próprio horizonte no qual se forma sua consciência. E, para concluir essa análise sobre a história da literatura e a imbricação com os limites das leituras e produção textual, complemento com a fala do próprio Jobim (2011) sobre suas impressões, ao organizar o livro com os textos sobre a biblioteca de Machado de Assis, disse ele: [...] pressupus que o levantamento das obras que ele leu e a comparação de seu universo de leitura com os padrões europeus e brasileiros da época não era algo que nos informasse apenas sobre as idiossincrasias de Machado. Considerei que a seleção de autores e obras apresentava aspectos privados e públicos, ao mesmo tempo, pois também se inscrevia em uma tradição cultural na qual se enraizavam os critérios que fundamentaram a escolha feita. (JOBIM, 2011, p. 140). 208 Dito isto, passo a explicar as práticas relacionadas ao trabalho de inventariar acervos literários, resultantes de um processo investigativo, no qual abrem-se fendas que permitem observar as intimidades do autor estudado. Os aspectos confessionais encontrados no acervo retiram o véu dos pormenores da vida íntima, desvelando, com isso, aquilo que há do autor dentro do arquivo. A partir da investigação no acervo é possível, por meio dos rastros e resíduos, lançar outras luzes sobre o autor e a sua obra. Assim, no catálogo apresentado a seguir, elaborado a partir das obras dispostas na biblioteca particular de Cora Coralina, utilizei como método, devido minha formação acadêmica e experiência profissional, os critérios estabelecidos pela biblioteconomia, para a atribuição de assunto, ou seja, a tabela de classificação documentária desenvolvida no final do século XIX pelos belgas Paul Otlet e Henri de La Fontaine e que é amplamente utilizada por bibliotecas nacionais e internacionais – Classificação Decimal Universal (CDU). A CDU abrange todas as áreas do conhecimento, a saber: Classe 0 – Generalidades. Classe 1 – Filosofia. Psicologia. Classe 2 – Religião. Teologia. Classe 3 – Ciências Sociais. Classe 4 – Classe vaga. Classe 5 – Matemática. Ciências naturais. Classe 6 – Ciências aplicadas. Medicina. Tecnologia. Classe 7 – Arte. Recreação. Entretenimento. Desporto. Classe 8 – Língua. Linguística. Literatura. Classe 9 – Geografia. Biografia. História. As duas figuras a seguir referem-se, respectivamente, a tabela principal da CDU, com as tabelas auxiliares e a interface do sistema PHL utilizado no registro das informações, tombamento dos exemplares e na realização de consultas no acervo. 209 Figura 49 - Tabela CDU Fonte: http://www.udcsummary.info/php/index.php?lang=pt&pr=Y. Figura 50 - Interface do PHL Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora. Para a apresentação do catálogo, optei por dividir os resultados da catalogação em duas partes, no formato de quadros. O primeiro quadro 210 compreende os livros e os materiais de referência121 e, o segundo, os títulos e exemplares de periódicos. O catálogo obedece ao seguinte critério de exposição: a primeira coluna122 transcreve o número de localização e organização do acervo, ou seja, o número de chamada que indica a posição do livro na estante. O número de chamada é resultante da combinação da Classificação Decimal Universal e o Cutter123 (notação de autor). A segunda coluna traz o nome do autor124 (com entrada por ordem alfabética e pelo sobrenome do autor). Na sequência, estão as colunas que representam, respectivamente, o título da obra e as informações da imprenta (local e data de publicação, nome da editora, volume, edição). A quinta coluna denominada “particularidade” é designada a registrar, quando foi possível detectar, os comentários, anotações, marcas de leituras e observações outras que fornecem subsídios para entrever as manifestações biografemáticas. As informações desta coluna foram retiradas dos livros e periódicos como um todo e não somente das folhas de rosto. A coluna intitulada “Exemplar e tombo” enumera a quantidade de exemplares de cada título e seu respectivo número de tombamento. Esta coluna demonstra que em alguns casos existem mais de um exemplar sob o mesmo título. E a última, nomeada “nota de conteúdo” registra peculiaridades que auxiliam na identificação minuciosa dos materiais bibliográficos, como o nome de tradutores, prêmios recebidos, concursos alcançados, dentre outros. Ressalto que, no catálogo transcrito a seguir, o conteúdo foi reproduzido tal como encontrado nas folhas de rosto dos livros e periódicos, respeitando, assim, a fonte consultada e ignorando possíveis atualizações ortográficas. Passo, neste momento, a exposição do catálogo construído a partir dos livros e revistas que pertenceram à poetisa Cora Coralina. 121 Os materiais de referência compreendem os dicionários, enciclopédias e guias. A descrição das colunas obedece ao sentido da esquerda para a direita. 123 O uso da tabela de Cutter é necessária para diferenciar os títulos que possuem o mesmo número de classificação. Sua formação é composta pela primeira letra do sobrenome do autor e os números da tabela que foi criada em 1880 pelo bibliotecário Ami Cutter. 124 No caso da tabela com os títulos de periódicos, está coluna foi suprimida, pois nesse tipo de material não existe autoria específica. 122 4.3.1 Catálogo da biblioteca de Cora Coralina (livros e materiais de referência) Quadro 1 - Livros e materiais de referência Localização Autor Título (CDU e Cutter) 82-31 / A56m ABOUT, Edmond. Les mariages de Paris. 82-9 / A159d ABRAHÃO, Disritmia Alcyone. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) [Paris]: [s.n.], [188-]. Capa solta. 1 / 000756 349 p. (Collection Nelson). Goiânia: Oriente, 1977. 188 p. Possui dedicatória 1 / 000097 assinada pela autora 211 212 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição 82-9 / A159c ABRAHÃO, Chevrolet 69. Alcyone. Goiânia: [Cerne], [196?]. [104]. 82-3 / A168b ACADEMIA Beta: poesia, conto, ORLEANEN crônica. SE DE LETRAS. Florianópolis: Imprensa Universitária, 1984. 102 p. 82-1 / A171t ACCIOLI, João. São Paulo: IBREX, 1984. 130 p. O tempo repetido. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Possui dedicatória 1 / 000179 assinada pela autora. Livro incompleto. Todas as folhas estão soltas. Possui dedicatória 1 / 000367 Diversos autores. assinada por Aida Salvador (autora). Possui dedicatória 1 / 000565 assinada pelo autor (1984). 82-1 / A261m AGAREZ, Meus versos. Rio de Janeiro: Possui dedicatória 1 / 000027 Maria Antonia Companhia Brasileira assinada na folha Carneiro. de Artes Gráficas, de rosto. 1984. 182 p. 929 / A282v AGUIAR, Vida de São Francisco de São Paulo: [s.n.], Ausente. 1 / 000893 Porfirio de. Assis. 1925. 165 p. Localização (CDU e Cutter) Autor 82-1 / A298a AIRES, Aidenor. 82-1 / A298n AIRES, Aidenor. 82-1 / A298d AIRES, Aidenor. 82-1 / A298r AIRES, Aidenor. Título Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Amaragrei. Brasília: Ipiranga, Possui dedicatória 1 / 000138 3º concurso 1978. 162 p. assinada pelo nacional de autor. Folha solta. literatura do Estado de Goiás - 1º lugargênero poesia. Na estação das aves. Goiânia: Oriente, Ausente. 1 / 000602 1º Prêmio Bolsa de 1973. 81 p. Publicações Hugo de Carvalho Ramos. Os deuses são pássaros do Goiânia: Cerne, 1984. Possui dedicatória 1 / 000620 Prêmio Bolsa de vento. 70 p. assinada pelo autor Publicações Hugo (Goiás, 9/01/85). de Carvalho Ramos. Rio interior. 82-1 / A321d ALARCÃO, Desejo e outros. Nevinho. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Goiânia: Líder, 1979. Possui dedicatória 1 / 000812 79 p. assinada pelo autor. Capa e folhas soltas. Brasília: [s.n.], 1983. Possui dedicatória 1 / 000455 108 p. assinada pelo autor. 213 214 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) 82.09 / A325f ALBALAT, A formação do estilo pela Lisboa: Clássica, Encontrou-se 1 / 000877 Tradução de Antonio. assimilação dos autores. 1950. 346 p. recorte de jornal da Cândido de 6. ed. coluna Ponto de Figueiredo. Vista com nota sobre a questão do menor abandonado (Goiânia 22/05/75). Capa e folhas soltas. 8 / A325a ALBALAT, A arte de escrever: Lisboa: A. M. Possui anotações a 1 / 000794 Tradução António. ensinada em vinte lições. Teixeira, 1948. 325 p. caneta e marcas de portuguesa da 16ª 8. ed. dobraduras nas edição francesa por folhas. Livro Cândido de encadernado. Figueiredo. 82-6 / A354c ALCOFORA Cartas de amor ao Porto: Lelo & Irmao , Possui marcações a 1 / 000943 DO, Mariana; cavaleiro de Chamilly; [19--]. 247 p. lápis em alguns MELO, Carta de guia de casados. (Colecção Lusitania). parágrafos. Francisco 3. ed. Manuel de. Localização (CDU e Cutter) Autor Título 82-9 / A368v ALENCAR, A visita do papa João Antônio Sena. Paulo II ao Brasil. 82-1 / A368a ALENCAR, O drama de um Antônio Sena. casamento. 82-1 / A368e ALENCAR, A espera misteriosa. Antônio Sena. 9 / A368r ALENCASTR A rebelião dos povos E, Amilcar. coloniais. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Goiânia: Possui dedicatória 1 / 000007 Universidade Católica assinada na folha de Goiás, [198?]. 36 de rosto. p. Goiânia: Possui dedicatória 1 / 000057 Título da capa: Universidade Católica assinada na folha Ataliba e Rosalina de Goiás, [198?]. 7 p. de rosto. no drama de um casamento. Goiânia: Líder, Possui dedicatória 1 / 000142 [198?]. 32 p. assinada pelo autor. Rio de Janeiro: Carimbo na folha 1 / 000008 Livraria Prado, 1962. de rosto; 168 p. Dedicatória em outro idioma. 215 216 Localização (CDU e Cutter) 9 / A447d Autor ALMEIDA, Ceciliano Abel de. Título O desbravamento das selvas do Rio Doce: memórias. 2. ed. 82-1 / A447c ALMEIDA, José. Cidade do Salvador: poema. 82.09 / A447e ALMEIDA, Nelly Alves de. Estudos sôbre quatro regionalistas: Bernardo Élis, Carmo Bernardes, Hugo C. Ramos, Mário Palmério. Presença literária de Eli Brasiliense. 82.09 / A44p ALMEIDA, Nelly Alves de. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Rio de Janeiro: José Olympio, 1978. 219 p. (coleção Documentos Brasileiros, 103). Salvador: Fundação Gonçalo Moniz, [196?]. [10] p. Goiânia: UFG, 1968. 501 p. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Possui dedicatória 1 / 000333 Prefácio Luís da assinada por Câmara Cascudo. Maria Luisa Almeida Lang. Possui dedicatória 1 / 000075 assinada pelo autor. Possui dedicatória 1 / 000104 assinada pela autora. Goiânia: UCG, 1985. Apresenta marcas 1 / 000747 Estudo crítico175 p. (Presenças da enchente. históricoLiterárias, 2). biográfico. Seleção de textos. Notas explicativas. Localização (CDU e Cutter) Autor Título 82-9 / A316c ALCalila e Dimna. MUKAFA, Ibn. 82-1 / A473p ALVARENG Plenilúdio. A, Valdir. 82-1 / A474e ALVES, Castro. Espumas flutuantes. 82-1 / A474h ALVES, Castro. Hinos do Equador. 929 / A474m ALVES, Joaquim Victorino Portella Ferreira. Mallet: o patrono da artilharia. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Rio de Janeiro: Apex, Possui dedicatória 1 / 000234 Tradução e 1975. 202 p. escrita em árabe. apresentação de Mansour Challita. Santos, SP: A Tribuna Ausente. 1 / 000664 de Santos, 1982. 57 p. (Picaré/Poesia). Rio de Janeiro: Possui assinatura 1 / 000878 H.Antunes, 1957. 224 de João Andrade p. (outubro 1958). Capa solta. Salvador: Progresso, Assinatura de 1 / 000908 1956. 250 p. João Andrade (setembro 59). Rio de Janeiro: Ausente. 1 / 000617 Biblioteca do Exército, 1979. 296 p. (Coleção General Benício, 172). 217 218 Localização (CDU e Cutter) Autor Título 82-1 / A475p ALVIM, Poemas. Ângela; FAUSTINO, Mário. 82-1 / A475p ALVIM, Francisco. Passatempo: e outros poemas. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Lima: Centro de Possui dedicatória 1 / 000720 Estudios Brasilenõs, assinada por 1980. 77 p. Maria Laura. São Paulo: Ausente. 1 / 000687 Brasiliense, 1981. [138]. 82-1 / A475r ALVIM, Romanceiro de Dona Beja. Rio de Janeiro: Possui dedicatória 1 / 000424 Maria Lúcia. Fontana, 1979. 189 p. assinada por Maria Laura e outro nome ilegível. Folhas soltas. Nota de conteúdo Prólogo de Ricardo González Vigil. Traduções de Manuel Moreno Jimeno e Ricardo Gonález Vigil. Texto bilíngue (espanhol/portuguê s). Localização (CDU e Cutter) Autor 82-31 / A481v AMADO, Jorge. 82-31 / A481t AMADO, Jorge. 82-31 / A481t AMADO, Jorge. Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Os velhos marinheiros: ou Rio de Janeiro: Possui seleção de 1 / 000327 a completa verdade sobre Record, 1977. 241 p. parágrafos com as discutidas aventuras do rabiscos comandante Vasco marginais a Moscoso de Aragão, caneta. capitão de longo curso. 36. ed. Terras do sem fim. 6. ed. São Paulo: Martins, Livro 1 / 000363 1942. 297 p. (Obras encadernado de Jorge Amado, 8). artesanalmente. Tereza Batista cansada de São Paulo: Martins, Possui dedicatória 1 / 000522 guerra. 1972. 462 p. (Obras assinada por seus ilustradas de Jorge netos. Contém Amado, 19). marcações a caneta em algumas páginas. 219 220 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) 82-31 / A481s AMADO, Seara vermelha. 2. ed. São Paulo: Martins, Possui dedicatória 1 / 000790 Jorge. 1951. 327 p. (Obras assinada de Jorge Amado, 7). possivelmente por Jorge Amado (Andradina, agosto 1954). Sem capa. 82-31 / A481p AMADO, Os pastores da noite. São Paulo: Martins, Sem capa e folhas 1 / 000829 Jorge. [196-?]. 320 p. (Obras rasgadas. de Jorge Amado, 16). 82-31 / A481s AMADO, São Jorge dos Ilhéus. 4. ed. São Paulo: Martins, Sem capa. 1 / 000834 Jorge. 1944. 363 p. (Obras de Jorge Amado, 9). 82-9 / A485f AMARAL, Fresta. Franca, SP: Luiz Possui dedicatória 1 / 000615 Jane Mahalem Cruz, 198-. 113 p. endereçada à do. Maria Luisa e Cora Coralina e assinada pela autora. 82-9 / A517d AMIM, Jair Dualidade inaudita. Goiânia: [s.n.], 1980. Possui dedicatória 1 / 000719 Elias. 24 p. assinada pelo autor. Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) 82-1 / A178p ANCHIETA, O poema da virgem. 3. ed. São Paulo: Edições Possui dedicatória 1 / 000557 Tradução José de. Paulinas, 1958. 307 p. com assinatura portuguesa em ilegível (27-1ritmos de Armando 1962). Cardoso S. J. Tradução de: De Beata Virgine dei Matre Maria. 82-9 / A553c ANDRADE, O canto dos pássaros. [S.l]: [s.n.], 1980. 88 Possui dedicatória 1 / 000063 Themis p. assinada pelo Carvalho de. autor na folha de rosto 2 / A553c ANDRADE, Carmelita. Santos,SP: [s.n.], Possui dedicatória 1 / 000172 Themis [198?]. 48 p. assinada pela Carvalho de. autora. 291 / A582 ÂNGELIS, Lampadário espírita. 2. ed. Rio de Janeiro: Possui dedicatória 1 / 000554 Psicografado por Joanna de. Federação Espírita assinada por Divaldo P. Franco. Brasileira, 1971. 245 Silvia e Geraldo. p. 82-1 / A636e ANTUNES, Exercícios de amor e de Brasília: [s.n.], 1980. Possui dedicatória 1 / 000520 Xenia. ódio. 129 p. assinada pela autora. 221 222 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 82-1 / A646a APPES, O arco-iris: a [S.l]: [s.n.], 1978. [6]. Possui dedicatória 1 / 000059 Idalina Cotrin; poetisa e o pintor. assinada por Idalina MONACO, na quarta capa. Edson. 82-31 / A662p ARANTES, O pranto dos Goiânia: Cultura Goiana, O exemplar n.90 1 / 000090 Sebastião. inhambus. 1975. 109 p. possui dedicatória do autor na folha de rosto. 82-31 / A662p ARANTES, O pranto dos Goiânia: Cultura Goiana, Ausente. 2 / 000722 Sebastião. inhambus. 1975. 109 p. 82-31 / A662p ARANTES, O pranto dos Goiânia: Cultura Goiana, Ausente. 3 / 000723 Sebastião. inhambus. 1975. 109 p. 82-31 / A662p ARANTES, O pranto dos Goiânia: Cultura Goiana, Ausente. 4 / 000724 Sebastião. inhambus. 1975. 109 p. 82-31 / A662p ARANTES, O pranto dos Goiânia: Cultura Goiana, Ausente. 5 / 000725 Sebastião. inhambus. 1975. 109 p. 82-31 / A662p ARANTES, O pranto dos Goiânia: Cultura Goiana, Ausente. 6 / 000678 Sebastião. inhambus. 1975. 109 p. 82-31 / A662p ARANTES, O pranto dos Goiânia: Cultura Goiana, Ausente. 7 / 000679 Sebastião. inhambus. 1975. 109 p. Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 82-9 / A663a ARAÚJO, Assim morreu Santos, SP: Traço, 1982. Possui dedicatória 1 / 000058 Antônio Lampião. 3. ed. 140 p. assinada por Amaury Germano Barros na Corrêa de. primeira folha. 82-91 / A678m ARÊDA, A malassombrada [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 16 p. Folhas soltas. 1 / 000856 Francisco peleja de Sales. Francisco Sales com "o Negro Visão". 82-1 / A770i ARRUDA, Invenções do [S.l]: [s.n.], [19--]. 112 p. Possui dedicatória 1 / 000534 Eunice. desespero. assinada pela autora. 9 / A786d ARTIAGA, Dos índios do Uberaba: Triângulo, Capa solta. 1 / 000034 Zoroastro. Brasil Central. [190?]. 186 p 82-31 / A848q ASSIS, Quincas Borba. São Paulo: Clube do Livro, Ausente. 1 / 000290 Machado. 1944. 264 p. 39 / A859 ASTURIAS, Leyendas de Buenos Aires: Losada, Ausente. 1 / 000638 Miguel Ángel. Guatemala. 6. ed. 1975. 169 p. 223 224 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) [S.l.]: [s.n.], [19--]. 32 p. Ausente. 1 / 000838 82-91 / A865g ATHAYDE, As grandes João Martins aventuras de de. Armando e Rosa conhecidos por "Coco verde" e "Melancia". 82-91 / A865p ATHAYDE, A princesa [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 31 p. João Martins Rosamunda ou a de. morte do gigante. 82-91 / A865p ATHAYDE, Peleja de Manoel [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 16 p. João Martins Riachão com o de. diabo. 82-91 / A865p ATHAYDE, Peleja de Serrador [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 16 p. João Martins e Carneiro. de. 82-91 / A865p ATHAYDE, O príncipe e a [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 47 p. João Martins fada. de. 82-91 / A865p ATHAYDE, O prêmio do Juazeiro, CE: [s.n.], 1957. João Martins sacrifício ou os 32 p. de. sofrimentos de Lindoia. Ausente. 1 / 000840 Ausente. 1 / 000841 Ausente. 1 / 000842 Ausente. 1 / 000843 Ausente. 1 / 000844 Localização (CDU e Cutter) Autor 82-91 / A865 ATHAYDE, João Martins de. 82-91 / A865h ATHAYDE, João Martins de. 82-91 / A865e ATHAYDE, João Martins de. 82-91 / A865f ATHAYDE, João Martins de. 82-91 / A865f ATHAYDE, João Martins de. 82-91 / A865c ATHAYDE, João Martins de. 82-91 / A865e ATHAYDE, João Martins de. Título A órfã abandonada. Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 32 p. Ausente. 1 / 000845 História de Raquel e a fera encantada. A escrava Guiomar. [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 15 p. Ausente. 1 / 000846 [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 48 p. Ausente. A filha do bandoleiro. Juazeiro, Ce: [s.n.], [195- Ausente. ?]. 32 p. 1 / 000847 Título da capa: História da escrava Guiomar. 1 / 000848 A filha do bandoleiro: segundo volume. O casamento do calango com a lagartixa. O enjeitado de Orion. Juazeiro, Ce: [s.n.], 1953. Ausente. 32 p. 1 / 000849 Juazeiro, CE: [s.n.], [197- Ausente. ?]. 16 p. 1 / 000850 [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 40 p. Ausente. 1 / 000851 225 226 Localização (CDU e Cutter) 82-91 / A865h 82-9 / A946c 82-9 / A946c 82-1 / A985p 82-31 / A994g 9 / A994b Autor Título Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo edição de leituras, observações) ATHAYDE, História do pavão Juazeiro, CE: [s.n.], Ausente. 1 / 000861 João Martins misterioso. [197-?]. 32 p. de. AVANÇO, O capeta 9.316. Goiânia: Cultura Goiana, Possui dedicatória 1 / 000585 Douglas. 1973. 121 p. assinada pelo autor (Goiânia, 01.09073). AVANÇO, O capeta 9.316. Goiânia: Cultura Goiana, Contém assinatura de 2 / 000586 Douglas. 1973. 121 p. Luiza de Camargo Ferreira (1978). AYRES, Poemas da vida e Goiânia: Cultura Goiana, Possui dedicatória 1 / 000092 Francisco. do sonho. 1981. 109 p. assinada pelo autor. AZEVEDO, Girândola de São Paulo: Livraria Capa e folhas soltas. 1 / 000445 Publicado com o Aluizio. amores. 6. ed. Martins, 1954. 318 p. título Mistério da (Obras Completas de Tijuca literatura dos Aluizio Azevedo, 4). vinte anos. AZEVEDO, O Brasil e o São Paulo: Companhia Livro encadernado 1 / 000331 Volume III. Aroldo de. mundo: as regiões Editora Nacional, 1964. com anotações a lápis brasileiras. 25. ed. 253 p. e assinatura de Eunice Garcia Brêtas (2ª série - ginásio Concórdia). Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, Particularidade editora, data, volume, (anotações, marcas edição de leituras, observações) Rio de Janeiro: Imprensa Os dois exemplares Nacional, 1954. 64 p. possuem dedicatória assinada não destinadas a Cora Coralina. Rio de Janeiro: Imprensa Os dois exemplares Nacional, 1954. 64 p. possuem dedicatória assinada não destinadas a Cora Coralina. Fortaleza: UFC, 1982. Ausente. 359 p. 82-9 / A994d AZEVEDO, Pedro Cordolino Ferreira de. D. Francisco o Bispo cego. 82-9 / A994d AZEVEDO, Pedro Cordolino Ferreira de. D. Francisco o Bispo cego. 82.09 / A994a AZEVEDO, Sânzio. Aspectos da literatura cearense. Batalhas ganhas e Rio de Janeiro: perdidas. Biblioteca do Exército, 1978. 454 p. (coleção General Benício, 159). 9 / B181b BALDWIN, Hanson W. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000110 2 / 000111 1 / 000521 Prefácio de Cláudio Martins. Encontrou-se um 1 / 000417 recorte de jornal com, de um lado, a foto do livro de Massaud Moisés - Romantismo realismo e, de outro, crítica do livro Incidente em Antares de Érico Verissimo. 227 228 Localização Autor (CDU e Cutter) 82.09 / B238c BARBOSA, Alaor. 82.09 / B238p BARBOSA, Alaor. 82-9 / B238 Título Imprenta (local, Particularidade editora, data, volume, (anotações, marcas de edição leituras, observações) Confissões de Goiânia: Oriente, Possui dedicatória Goiás. 1967. 179 p. assinada pelo autor na folha de rosto. Pequena história Goiânia: O Popular, Possui dedicatória da literatura 1983. 130 p. endereçada à Maria goiana (1799Luíza e Cora Coralina e 1983): para a assinada pelo autor. A infância e a obra possui um capítulo juventude. dedicado à poetisa. Obras-primas do São Paulo: Martins, Ausente. conto brasileiro. 1957. 356 p. 7. ed. BARBOSA, Almiro Rolmes; CAVALHEIR O, Edgard (Orgs.). 82-1 / B238c BARBOSA, Corcel do tempo: Goiânia: Cerne, 1982. Possui dedicatória José Afonso. poesia. 125 p. assinada pelo autor na primeira folha. 82-1 / B271n BARRENEC Nome da Brasília: [s.n.], 1980. Possui dedicatória HEA, Cristina semente. [40]. assinada pela autora. Azra. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000077 1 / 000683 1 / 000950 1 / 000067 1 / 000475 Localização Autor (CDU e Cutter) 82-1 / B273 BARRETO, Abílio. 82-1 / B275p BARRIGA, Heliana. 82-1 / B275n BARRIGA, Heliana. 82-1 / B275m BARRIGA, Heliana. 8 / B277c BARROS, Enéias Martins de. Título Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, (anotações, marcas de e tombo volume, edição leituras, observações) LYS. Belo Horizonte: Falta algumas páginas. 1 / 000865 Título atribuído pelo [s.n.], 1912. 105 p. Sem capa. catalogador de acordo com a leitura do texto "A quem me houver lido" do próprio livro. Poesia primeira. Belém: [s.n.], 1982. Possui dedicatória em 1 / 000096 45 p. forma de poema. Naturomem. [S.l.]: Associação Possui dedicatória 1 / 000476 dos Empregados da assinada pela autora. EMBRAPA/CPATU , 1983. 26 p. Mãe amor. Belém: [s.n.], 1983. Possui dedicatória 1 / 000810 21 p. assinada pela autora. Curso de São Paulo: Do Possui assinatura de 1 / 000825 português: quarta Brasil, 1954. 218 p. Goiany Cornélio Brom. série. Com expressivas marcas de deterioração provocada por insetos. 229 230 Localização Autor (CDU e Cutter) 82-91 / B277v BARROS, Leandro Gomes de. 82-31 / B327s BASTOS, J. B. Pereira. 82-1 / B327q BASTOS, J. B. Pereira. 82-1 / B327q BASTOS, J. B. Pereira. 82-3 / B327p BASTOS, Olegário. Título Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, (anotações, marcas de e tombo volume, edição leituras, observações) A vida de Canção Juazeiro, Ce: [s.n.], Ausente. 1 / 000860 de Fogo e seu 1970. 32 p. testamento. Suplício de mãe. São Paulo: Soma, Possui dedicatória 1 / 000581 1984. 101 p. assinada pelo autor. Quietude: volume São Paulo: Soma, Possui dedicatória 1 / 000688 II. 1983. 142 p. assinada pelo autor. Quietude: versos Alfenas, MG: [s.n.], Possui dedicatória 1 / 000787 líricos e satíricos. 1981. 201 p. assinada pelo autor. Poesia & prosa. São Paulo: Zanzalas, Possui dedicatória 1 / 000493 1980. 95 p. assinada pelo autor. Na página 36 há um poema dedicado à Cora Coralina. 82-31 / B333r BATISTA, Um raio de luz na Goiânia: Oriente, Possui algumas marcações 1 / 000135 Alice noite escura. 1974. 269 p. a lápis (sinais de +) Godinho. especialmente no primeiro parágrafo. 82-1 / B326c BATISTA, A caminho do Anápolis: [s.n.], Possui dedicatória 1 / 000020 Paulo Nunes. azul. 1979. 106 p. assinada na folha de rosto.; Carimbo "Ano internacional da criança". Localização (CDU e Cutter) 82-1 / B421i 82-1 / B447e Autor BEHR, Nicolas. BELLONI, Consuelo. Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Brasília: [s.n.], 1977. [44]. Ausente. 1 / 000743 Iogurte com farinha. Eu me deixei Rio de Janeiro: sonhar!: poemas. Cia.Brasileiro de Artes Gráficas, 1981. 94 p. BENTO, Kátia. O jogo da velha: São Paulo: Do Escritor, histórias de Jesus 1981. 96 p. (coleção do para cachorros. Escritor, 41). 82-1 / B478c BENTO, Kátia. Contrafala: (1977-1979). BERNARDES, Areia branca: Carmo. contos e casos. BERNARDES, Areia branca: Carmo. contos e casos. Recife: Edições Pirata, 1980. 57 p. Goiânia: Cultura Goiana, 1976. 113 p. Goiânia: Cultura Goiana, 1976. 113 p. BERNARDES, Areia branca: Carmo. contos e casos. Goiânia: Cultura Goiana, 1976. 113 p. 82-9 / B518a 82-9 / B518a 82-9 / B518a Ausente. 1 / 000039 Ausente. 2 / 000040 Ausente. 3 / 000041 231 82-9 / B478j Possui dedicatória 1 / 000451 assinada pela autora. Encontrouse um cartão postal francês enviado a Cora Coralina pelo casal Zelia e Jorge Amado. Possui dedicatória 1 / 000256 Menção especial no assinada pela prêmio Fernando autora. Apresenta Chinaglia-80. marcas de correção ortográfica a caneta. Ausente. 1 / 000479 232 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 82-31 / B518j BERNARDES, Jurubatuba: São Paulo: Cultura, 1979. Possui dedicatória 1 / 000511 Carmo. romance. 2. ed. 244 p. assinada pelo autor. 82-9 / B518r BERNARDES, Reçaga. Goiânia: LEAL, 1972. 140 Possui algumas 1 / 000593 Carmo. p. folhas soltas e marcações a caneta. 82-9 / B518r BERNARDES, Reçaga. Goiânia: LEAL, 1972. 140 Ausente. 2 / 000594 Carmo. p. 82-9 / B518r BERNARDES, Reçaga. Goiânia: LEAL, 1972. 140 Ausente. 3 / 000595 Carmo. p. 82-9 / B518f BERNARDES, Força da nova: Goiânia: [s.n.], 1981. 168 Possui dedicatória 1 / 000614 Carmo. relembranças. p. assinada pelo autor. Na primeira página contém pequeno relato manuscrito por Cora Coralina sobre viagem realizada. 78 / B518c BERNARDO Clara Lucidez. [S.l.]: [s.n.], 1984?. 32 p. Dados retirados da 1 / 000022 Neto. capa. Cançãohomenagem à Cora Coralina na página 3. Localização (CDU e Cutter) 78 / B518c 82-1 / B542c 502 / B579e Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Clara Lucidez. [S.l.]: [s.n.], 1984?. 32 p. Ausente. 2 / 000571 BERNARDO Neto. BERTHOLDO, A colheita Oscar. comum. BIASI, Renato de. A energia nuclear no Brasil. 82-94 / B624r BITTENCOURT Roteiros e , Fernando. tesouros. 82-7 / B651a BLOCH, Pedro. Anedotas e histórias de gente. Bento Gonçalves, RS: Possui dedicatória 1 / 000031 Publicações 2001, 1971. 56 assinada na folha de p. (Cadernos de poesia). rosto. Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. 1 / 000120 do Exército, 1979. 183 p. (Coleção General Benício, 169). Rio de Janeiro: GRD, Contém um recorte 1 / 000381 1962. 187 p. de jornal com matéria sobre manifestação de repulsa do AI-4 por parte de líderes políticos do MBD. Algumas folhas soltas. Rio de Janeiro: Edições de Folhas soltas. 1 / 000443 Ouro, 1962. 196 p. 233 234 Localização (CDU e Cutter) 32 / B662m 82-1 / B695s Autor Título BOAVENTURA O mito da , Jorge. caverna: sua atualidade. BOMFIM, Paulo. Sonetos do caminho. Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. 1 / 000054 do Exército, 1983. 199 p. São Paulo: Roswitha Kempf, 1983. 131 p. Possui dedicatória 1 / 000338 assinada pelo autor. A página 130 contém uma correção ortográfica a caneta. 82-1 / B695p BOMFIM, Paulo. Praia de [S.l]: Massao Ohno, 1981. Possui dedicatória 1 / 000657 sonetos. [58]. assinada pelo autor. 82-1 / B697t BONACHELLA, Três fases. Piracicaba, SP: Possui dedicatória 1 / 000563 Maria Cecília Franciscana, 1978. 117 p. assinada pela Machado. autora. 82-9 / B711r BONDESPACH A rede era furta- Rio de Janeiro: CBAG, Ausente. 1 /000013 O, Ana. cor. 1980. 168 p. 82-91 / B732e BORGES, Entre o namoro [S.l.]: [s.n.], 1955. 8 p. Ausente. 1 / 000839 Francisco. e a dança. 82-9 / B732m BORGES, Moisés Santana Goiânia: Cerne, 1980. 330 Possui dedicatória 1 / 000402 Humberto - vida e obra. p. assinada pelo autor. Crispim. Localização (CDU e Cutter) Autor 82-9 / B732v BORGES, Humberto Crispim. 82-1 / B732b BORGES, João dos Reis. Título O vale das Imbaúbas. Um beijo pendurado nos cabelos. 3 / B779d BOUTHOUL, O desafio da Gaston; guerra: dois CARRÈRE, séculos de René. guerra 17401974. 82-31 / B797f BRACKEL, A filha do Ferdinande, director do freiin von, 1835- circo. 1905. 82-1 / B813e BRAGA, O exílio do Fernando. viandante: em dois discursos. 82-1 / B817 BRANDÃO, Os objetos do Carlos dia. Rodrigues. Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Goiânia: Bandeirante, Possui dedicatória 1 / 000449 1979. 146 p. assinada pelo autor. Brasília: [s.n.], 1981. [55] Ausente. p. 1 / 000134 Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. do Exército, [1979]. 176 p. (Coleção General Benício, 175). 1 / 000127 Título original francês: le défi de la guerre (1740-1974) [S.l]: [s.n.], [192-?]. 736 p. Sem folha de rosto. 1 / 000938 Assinatura de Goiany Cornelio Brom. Brasília: Thesaurus, 1982. Possui dedicatória 1 / 000611 64 p. assinada pelo autor. Goiânia: Oriente, 1976. 153 p. Possui dedicatória 1 / 000502 assinada pelo autor. 235 236 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 9 / B817p BRANDÃO, Peões, pretos e Goiânia: Oriente, 1977. Possui dedicatória 1 / 000629 Carlos congos: trabalho 245 p. assinada pelo autor. Rodrigues. e identidade étnica em Goiás. 82-1 / B817t BRANDÃO, Terra Pauxí: Rio de Janeiro: [s.n.], 1955. Possui dedicatória 1 / 000218 Francisco poema. 105 p. assinada pelo autor. Manoel. Capa solta. 9 / B817b BRANDÃO, Brasília e o Rio de Janeiro: [s.n.], 1958. Possui dedicatória 1 / 000916 Francisco buritiseiro. 134 p. assinada pelo autor Manoel. (Goiás (cidade) 24/10/58). 82-94 / B817v BRANDÃO, O verde São Paulo: Global, 1984. Possui dedicatória 1 / 000293 Ignácio de violentou o 279 p. assinada pelo autor. Loyola. muro: visões e alucinações alemãs. 6. ed. 9 / B817a BRANDÃO. A. Almanach da Goiânia: Universidade Ausente. 1 / 000011 J. Costa. província de Federal de Goiás, 1978. Goyaz: (para o 157 p. (Documentos ano de 1886). goianos). Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 2 / B821p BRANHAM, W. Possuindo todas [S.l]: [s.n.], 1962. 40 p. Possui dedicatória 1 / 000074 M. as coisas. assinada por Wagner Candido Marques na última página. O livro possui algumas seleções de parágrafos feitos manualmente à caneta. 82-31 / B821c BRANT, Vera. A ciclotímica. Rio de Janeiro: Rocco, Possui marcas de 1 / 000197 1975. 86 p. leitura a caneta em algumas páginas, e dedicatória assinada pela autora em 7/1/82. 82-31 / B821c BRANT, Vera. A ciclotímica. Rio de Janeiro: Rocco, Possui dedicatória 2 / 000198 1975. 86 p. assinada pela autora em 11/8/77. 9 / B823s BRASIL, Súmula de Goiânia: Departamento Ausente. 1 / 000447 Americano do. história de Estadual de Cultura, 1961. Goiás. 2. ed. 122 p. 237 238 Localização (CDU e Cutter) Autor 39 / B823c BRASIL, Antônio Americano. 34 / B823c BRASIL. 36 / B823r BRASIL. Congresso. Câmara dos Deputados. Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Cancioneiro de Goiânia: Oriente, 1973. Possui dedicatória 1 / 000165 Edição crítica de trovas do Brasil 283 p. na folha de rosto. Basileu Toledo Central. 2. ed. França da Academia Goiana de Letras. Constituição da Brasília: [s.n.], 1978. 128 Folhas soltas. 1 / 000942 República p. Federativa do Brasil. A realidade Brasília: Coordenação de Possui dedicatória 1 / 000427 Relatório da brasileira do Publicações, 1976. 259 p. assinada por Teresa comissão menor. (Brasília, 22/4/80). Parlamentar de Inquérito destinada a investigar o problema da criança e do menor carente no Brasil. Localização (CDU e Cutter) 82-9 / B823 82-9 / B823 Autor BRASIL. Instituto Nacional do Livro. BRASIL. Instituto Nacional do Livro. 2 / B823g BRASILIENSE, Eli. 82-31 / B823r BRASILIENSE, Eli. Título Bibliografia e crítica de Agrippino Grieco. Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Rio de Janeiro: Instituto Ausente. 1 / 000807 Coletânea Nacional do Livro, 1968. organizada em 397 p. comemoração do octagésimo aniversário de nascimento do escritor, com transcurso em 15 de outubro de 1968. Rio de Janeiro: Instituto Ausente. 2 / 000808 Nacional do Livro, 1968. 397 p. Bibliografia e crítica de Agrippino Grieco. Um grão de Goiânia: Oriente, 1972. Ausente. 1 / 000161 mostarda. 3. ed. 106 p. Rio Turuna. Goiânia: UFG, 1964. 167 Possui dedicatória 1 / 000404 Prêmio de romance p. assinada por Nilton do I concurso Joaquim de Oliveira literário da (Go - 22-10-65). Universidade Federal de Goiás. 239 240 Localização (CDU e Cutter) Autor 82-31 / B823b BRASILIENSE, Eli. 82-1 / B825b BRAUN, Jayme Caetano. 030 / B825v BRAUN, Jayme Caetano. 82-1 / B825d BRAUN, Jayme Caetano. Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Bom Jesus do São Paulo: Martins, 1954. Sem capa. 1 / 000867 Carimbo de Pontal. 175 p. distribuição gratuita do serviço de expansão cultural da Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Goiânia, 5/7/1961). Bota de garrão. Porto Alegre: Sulina, 1979. Possui dedicatória 1 / 000204 94 p. assinada pelo autor. Vocabulário [S.l.]: [s.n.], 19--. 218 p. Possui dedicatória 1 / 000238 A biblioteca possui pampeano: assinada por Helio o v.1 pátrias, fogões e S. Ferreira. legendas. De fogão em Porto Alegre: Sulina, [197- Possui dedicatória 1 / 000314 fogão. 2. ed. ]. 159 p. (coleção Pampa). assinada por Isabel (15-11-71) e recorte de jornal com a nota intitulada "Técnicos do BNH veem execução do Planhap". Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 82-1 / B825d BRAUN, Jayme De fogão em Porto Alegre: [s.n.], 1958. Possui dupla 1 / 000619 Caetano. fogão: versos 185 p. (3 Chirus). dedicatória, a gauchescos. primeira do autor na qual o mesmo indica o portador do livro e, a segunda do portador. Contém marcador de página e pequenas correções ortográficas. 82-9 / B858s BRION, Marcel. Schumann e a Lisboa: Editorial Aster, Sem capa. 1 / 000832 Tradução de João alma romântica. 1961. 368 p. (Grande Paulo Casais biografias). Monteiro. 82-9 / B859a BRISSAUD, Almirante Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. 1 / 000214 Tradução do André. Canaris: o do Exército, 1978. 495 p. francês de Anita príncipe da (Coleção General Benício, Souza Costa de espionagem 165). Toledo. alemã. 82-8 / B862 BRITO, Mário Obras-primas da São Paulo: Martins, 1954. Possui assinatura de 1 / 000899 Vários autores. da Silva (Org.). novela 495 p. Goiany C. Brom. universal. 241 242 Localização (CDU e Cutter) 35 / B862h 35 / B862h 82-9 / B868c 9 / B911c Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) BRITTO, Hélio Histórico de São Paulo: Alarico, 1965. Possui dedicatória 1 / 000806 Prefeito: Hélio Seixo de. uma 357 p. assinada pelo autor Seixo de Britto administração: e não contém capa. (1961-1965). prestação de contas ao povo. BRITTO, Hélio Histórico de São Paulo: Alarico, 1965. Contém correção da 2 / 000809 Seixo de. uma 357 p. data a caneta na administração: folha de rosto prestação de (1961-1966). contas ao povo. BROM, Jorge. Contos Goiânia: Oriente, 1979. Possui dedicatória 1 / 000072 regionais. 2. ed. 120 p assinada pelo autor na folha de rosto. BRUNTON, O caminho São Paulo: Pensamento, Ausente. 1 / 000387 Prefácio de Alice Paul. secreto: uma 1965. 139 p. A. Bailey, Tradução técnica de de Zôfia de P. autodescobrime Gaffron. nto espiritual para o mundo moderno. Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 030 / B928d BUENO, Dicionário [Rio de Janeiro]: Carimbo de 1 / 000992 Francisco da escolar da FENAME, 1975. 1488 p. Marlene Vellasco Silveira. língua Biblioteca portuguesa. 9. particular ed. Leodegária de Jesus. Encontrou-se vários papéis entre as páginas, alguns com anotação, mas sem indicação de autoria. 82-1 / B928t BUENO, Maria Trilogia do sol: São Paulo: [s.n.], 1982. 148 Possui dedicatória 1 / 000562 Thereza Galvão. sonetos. p. assinada pela autora. 82-31 / B963u BURNAT, Jean. A última Belo Horizonte: Itatiaia, Possui dedicatória 1 / 000789 Tradução de Neil R. czarina. 1960. 300 p. (Grandes assinada por da Silva. Mulheres da História, 11). Teresina (Rio, 1263). Livro sem capa e com marcas de umidade. 243 244 Localização (CDU e Cutter) Autor 2 / B992c BUZAID, Alfredo. 82-9 / B992j BUZAID, Alfredo. 82.09 / B992c BUZAID, Alfredo. Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Camilo, o Rio de Janeiro: [s.n.], 1977. Possui dedicatória 1 / 000102 Separata da Revista católico. 194 p. assinada pelo autor. da Academia Paulista de Letras Ano XXXIV, janeiro de 1977, n. 87. José Bonifácio: [Rio de Janeiro]: Possui dedicatória 1 / 000227 a visão do Departamento de Imprensa assinada pelo autor. estadista. Nacional, 1972. 325 p. (Biblioteca do Sesquicentenário, 2). Castro Alves, São Paulo: Revista dos Possui dedicatória 1 / 000420 Separata da Revista evangelista do Tribunais, 1964. 208 p. assinada pelo autor. da Faculdade de direito. Direito da Universidade de São Paulo, ano LIX – 1964. Localização (CDU e Cutter) Autor 82.09 / B992e BUZAID, Alfredo. 82-9 / B992d BUZAID, Alfredo. 82-5 / B992p BUZAID, Alfredo; MOTTA FILHO, Cândido. 82-8 / C117c CABRAL, Alexandre. 9 / C117p CABRAL, Nelson Lustoza. Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Ensaios literários São Paulo: Saraiva, 1983. Possui dedicatória 1 / 000490 e históricos. 386 p. assinada pelo autor. Dom Pedro II. [São Paulo]: [s.n.], 1977. Possui dedicatória 1 / 000497 Separata da Revista 142 p. assinada pelo autor. da Academia Paulista de Letras ano XXXIV - maio de 1977 - n. 90. Posse de Alfredo [S.l.]: Imprensa Nacional, Possui dedicatória 1 / 000461 Buzaid na 1973. 85 p. assinada por Buzaid Academia (25-12-81). Paulista de Letras: cadeira n. 31. Camilo Castelo Rio de Janeiro: Agir, 1966. Possui dedicatória 1 / 000432 Branco: escritos 125 p. (Nossos clássicos, assinada por diversos. 86). Antônio M. (10.10.67). Paisagens do São Paulo: Linográfica, Capa solta. 1 / 000732 I- Velhos caminhos nordeste. 1962. 265 p. da infância; II- Nas estradas da soalheira; IIINordeste pitoresco. 245 246 Localização (CDU e Cutter) Autor 9 / C133c CAIADO, Leolidio. 32 / C133p CAIADO, Leonino 32 / C133p CAIADO, Leonino. CAIADO, Leonino. 32 / C133p 32 / C133p CAIADO, Leonino. 32 / C145t CALDAS, Álvaro. 82-9 / C164f CALMON, Pedro. Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Curichão da Goiânia: [s.n.], 1969. 192 Possui dedicatória 1 / 000076 Escrito em 1963 e saudade. p. assinada pelo autor lançado em 1969. na folha de rosto. Pronunciamentos Goiânia: [s.n.], 1975. 140 Capa e folhas 1 / 000670 Governo do Estado VII: mensagem à p. soltas. de Goiás. Assembleia. Pronunciamentos Goiânia: [s.n.], 1971. 87 p. Ausente. 1 / 000667 Governo do Estado II. de Goiás. Pronunciamentos Goiânia: [s.n.], 1972. 66 p. Ausente. 1 / 000668 Governo do Estado III: mensagem à de Goiás. Assembleia. Pronunciamentos Goiânia: [s.n.], 1973. 157 Ausente. 1 / 000669 Governo do Estado IV: mensagem à p. de Goiás. Assembleia. Tirando o capuz. Rio de Janeiro: CODECRI, Possui dedicatória 1 / 000272 1981. 217 p. (Coleção assinado por Edições do Pasquim, 96). sobrinho "Ortiz" A Camargo. Franklin Dória: Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. 1 / 000721 Barão de Loreto. do Exército, 1981. 233 p. (Coleção General Benício, 194). Localização (CDU e Cutter) Autor 82-1 / C172m CÂMARA, Hélder. 9 / C172n CÂMARA, Jaime. Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Mil razões para Rio de Janeiro: Civilização Ausente. 1 / 000548 viver: meditações brasileira, 1979. 101 p. do Padre José. 2. ed. Nos tempos de Goiânia: Cultura Goiana, Possui dedicatória 1 / 000717 Frei Germano. 1974. 284 p. assinada pelo autor (Ja. 13.5.76). Encontrou-se recorte de conta de água (18/02/75). Os martírios de [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 40 p. Ausente. 1 / 000858 Rosa de Milão. 82-91 / C172m CÂMARA, Teodoro Ferraz da. 32 / C172e CAMARGO, Estudo de Enjolras José problemas de Castro. brasileiros. 35 / C183d CAMINHA, João Carlos Gonçalves. Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. do Exército, 1979. 399 p. (Coleção General Benício, 170). Delineamentos da Rio de Janeiro: Biblioteca Folhas soltas. estratégia. do Exército, 1983. 154 p. (coleção General Benício,206). 1 / 000777 1 / 000267 Edição revista e aumentada pelo autor. 247 248 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 35 / C183d CAMINHA, Delineamentos da Rio de Janeiro: Biblioteca Folhas soltas. 1 / 000268 Edição revista e João Carlos estratégia. do Exército, 1983. 201 p. aumentada pelo Gonçalves. (coleção General autor. Benício,207). 291 / C198b CAMPOS, Boa nova. 11. ed. Rio de Janeiro: Federação Possui dedicatória 1 / 000411 Humberto Espírita Brasileira, 1977. assinada por Ynna e (espírito). 208 p. Nando (12/79). Apresenta marcador de página em papel. 82-9 / C198s CAMPOS, Sepultando os Rio de Janeiro: José Possui dedicatória 1 / 000372 Humberto de. meus mortos: Olympio, [1935]. 206 p. assinada por crônicas. Celeste (S. Paulo, 11 novembro. 35). 82.09 / C198c CAMPOS, Crítica: primeira Rio de Janeiro: José Capa e algumas 1 / 000523 Humberto. série. 3. ed. Olympio, 1935. 354 p. folhas soltas. 82.09 / C198c CAMPOS, Crítica: segunda Rio de Janeiro: José Capa solta. 1 / 000524 Humberto. série. 2. ed. Olympio, 1935. 392 p. 82.09 / C198c CAMPOS, Crítica: terceira Rio de Janeiro: José Ausente. 1 / 000525 Humberto. série. Olympio, 1935. 366 p. 82.09 / C198c CAMPOS, Crítica: quarta Rio de Janeiro: José Ausente. 1 / 000526 Organizado e revisto Humberto. série. Olympio, 1936. 194 p. por Henrique Campos. Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 82-9 / C198v CAMPOS, Vida do grande Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. 1 / 000035 Separata da Pinto de. cidadão brasileiro do Exército, 1978. 31 p. "Introducão" a obra Luís Alves de do Monsenhor Lima e Silva : Joaquim Pinto de transcrição da Campos, editada em introdução. Portugal. 82-9 / C212s CANABRAV Sangue de Rio de Janeiro: José Possui dedicatória 1 / 000821 Prêmio Fábio Prado A, Luiz. Rosaura. Olympio, 1954. 132 p. assinada pelo autor 1953. e endereçada a Zélio Valverde (Rio, 27-10-954). Contém assinatura de Goiany Cornelio Brom. 82-1 / C235i CANUTO, Imagens e [Santos, SP]: [s.n.], [19--]. Ausente. 1 / 000741 Antonio. miragens. [40] p. (Coleção Picaré/Poesia). 36 / C255m CAPUZZO, Miséria, quem te Porto Alegre: Globo, 1964. Possui dedicatória 1 / 000799 Nely. gerou? 195 p. assinada pela autora (Goiânia, 3/11/71). Capa e folhas soltas. 249 250 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 82-1 / C268p CARDOZO, Poesias Rio de Janeiro: Civilização Possui anotações de 1 / 000682 Joaquim. completas. 2. ed. brasileira, 1979. 209 p. endereços na (Poesia Hoje, 20). primeira folha e pequenas marcações a lápis em algumas estrofes. 82-1 / C287p CARMELLO, A poesia [S.l.]: [s.n.], [19--]. 69 p. Possui dedicatória 1 / 000769 Armando da cumprimenta os assinada pelo autor. Silva. amigos. 82-31 / C280p CARNEIRO, Pecado nos São Paulo: José Olympio, Marcas de dobras 1 / 000277 Cecílio J. trópicos. 1948. 269 p. nas orelhas de algumas páginas. 329 / C331 CARVALHO, Os sete matizes Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. 1 / 000421 Ferdinando de. do vermelho. do Exército, 1977. 168 p. (Coleção General Benício,150). 821.134.3 / CARVALHO, Chronicas de Lisboa: Tavares Cardoso & Folhas soltas. 1 / 000292 C331v Maria Amália Valentina: com Irmão, 1890. 351 p. Vaz de. uma carta de Ramalho Ortigão. Localização (CDU e Cutter) 378 / U58 72 / C331a 82-1 / C334c 2 / C334m 030 / C335d Autor Título CARVALHO, A universidade e a Mário de problemática Freitas... [et econômica. al.]. CARVALHO, Arquitetura em Nilson taipa: um dos Cardoso de. últimos exemplares em Indaiatuba. CASALDÁLI Cantigas menores. GA, Pedro. CASALDÁLI GA, Pedro; TIERRA, Pedro; COPLAS, Martin. CASANOVA S, C. F. de Freitas. Missa da terra sem males. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Goiânia: UFG, 1980. 74 Ausente. 1 / 000739 p. Indaiatuba, SP: [s.n.], 1984. 12 p. Possui dedicatória assinada pelo autor. Nota de conteúdo 1 / 000793 Goiânia: PROJORNAL, Possui dedicatória com 1 / 000569 1979. 84 p. assinatura ilegível (Goiânia 14/2/81). Rio de Janeiro: Tempo e Ausente. 1 / 000636 Fotos de Cláudia presença, 1980. 91 p. Andujar. Dicionário geral de [Rio de Janeiro]: monossílabos. Instituto Nacional do Livro, 1968. 516 p. (Coleção Dicionários Especializados, 2). Possui nota de 1 cruzeiro rasgada. 1 / 000241 251 252 Localização (CDU e Cutter) Autor Título 82-1 / C345c CÁSSIA, Rita de . 37 / C345p CASSIMIRO O processo educativo. , Maria do Rosário. CASTRO, Cem poemas chineses. Hugo de. 82-1 / C355c 65 / C355d CASTRO, Hugo de. Cores. O drama das estradas de ferro no Brasil. 82-1 / C355v CASTRO, Viola de desafio. Nei Leandro de. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Fortaleza: Imprensa Universitária, 1984. 64 p. Goiânia: UFG, 1979. 108 p. Particularidade Exemplar (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Possui dedicatória 1 / 000018 assinada na folha de rosto. Ausente. Nota de conteúdo 1 / 000491 São Paulo: Possui dedicatória 1 / 000064 Tradução, Vertente, 1978. 64 assinada pelo autor na apresentação e p. folha de rosto. notas feitas pelo autor; Poemas chineses traduzidos do francês São Paulo: LR Possui dedicatória 1 / 000294 Editores, 1981. assinada pelo autor (4112 p. 4-81). Natal: [s.n.], 1963. Possui assinatura 1 / 000864 Edição do 1º 19 p. ilegível. Capa solta. Congresso de Cultura Popular. Localização Autor Título (CDU e Cutter) 82.09 / C358 CATELAN, Literatura lusoÁlvaro. brasileira: texto-teste para o colegial, préuniversitário e supletivo. 82-1 / C392r CELESTINO Rosas atômicas. FILHO. 82-1 / C414a CERCHI, Apologia Naturalista: Carlos antologia. Alberto. 82-31 / C421s CESBRON, Os santos vão para o Gilbert. inferno. 94 / C424 Imprenta (local, Particularidade Exemplar editora, data, (anotações, marcas de e tombo volume, edição leituras, observações) [S.l.]: Do Brasil, Possui dedicatória assinada 1 / 000830 1974. 316 p. pelo autor (Go. 23/10/74). Possui mensagem manuscrita. Nota de conteúdo Goiânia: Oriente, Possui dedicatória assinada 1 / 000504 1977. 144 p. pelo autor. Uberaba: Rio Possui dedicatória e 1 / 000053 Grande Artes, 1980. mensagem assinada na 98 p. folha de rosto. Porto: Tavares Sem capa. 1 / 000904 Martins, 1954. 428 p. CEVIDALLI, Letture per brasiliani. São Paulo: [s.n.], Na primeira folha Cora 1 / 000512 Texto em italiano. Anita 1976. 140 p. Coralina escreveu "Este Salmoni. livro me foi oferecido por Maria Inês no dia 20 de set. véspera de sua ida ao Araguaia. Maria Inês é jovem, cheia de encantos e eu soube apreciar os seus valores" Goiás, 20-9-81. 253 254 Localização Autor Título (CDU e Cutter) 9 / C437e CHALLITA, Este é o Líbano. Mansour. Imprenta (local, Particularidade editora, data, (anotações, marcas de volume, edição leituras, observações) Rio de Janeiro: Possui dedicatória. Associação Cultural Internacional Gibran, 1976. 218 p. 82-8 / C437m CHALLITA, As mais belas páginas Rio de Janeiro: Possui dedicatória assinada Mansour. da literatura árabe. Associação Cultural por Kassem Bazzi. Internacional Gibran, [198-]. 378 p. 929 / C455 CHANDLER Lampião, o rei dos Rio de Janeiro: Paz Possui anotação de , Billy cangaceiros. e Terra, 1981. 289 endereço de Eneida Jaynes. p. (Coleção Estudos Coimbra na primeira folha. Brasileiros, 46). Encontrou-se marcador de página de papel. 9 / C489s CHASTAN, São Paulo - litoral São Paulo: Editora Possui errata na primeira Lita. norte: história e do Escritor, 1975. página. turismo introdução. 132 p. (Coleção Depoimento, 4). Exemplar e tombo Nota de conteúdo 1 / 000177 1 / 000319 1 / 000765 Tradução do inglês por Sarita Linhares Barsted. 1 / 000044 Localização (CDU e Cutter) 9 / C489s Autor CHASTAN, Lita. Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e (anotações, marcas tombo de leituras, observações) Ausente. 1 / 000045 Nota de conteúdo São Paulo São Paulo: Editora do litoral norte em Escritor, 1976. 92 p. dados: turismo (Coleção Depoimento, 8). na costa do ouro II. 82-1 / C489p CHASTAN, Por que São Paulo: Do Escritor, Possui dedicatória 1 / 000786 Lita. América? 1974. 75 p. (Coleção do assinada pela autora. Poeta). 9 / C489s CHASTAN, São Paulo São Paulo: Editora do Ausente. 1 / 000046 Lita-Jacques. litoral norte: Escritor, 1977. 98 p. história e (Coleção Depoimento, turismo cultural, 12). III. 82-9 / C515d CHEIN, Maria Do olhar e do Goiânia: Oriente, 1974. Possui dedicatória 1 / 000003 Helena. querer. 141 p. assinada na folha de rosto e uma folha de caderno avulsa com anotações de compra.; Livro encapado com papel de presente. 255 256 Localização Autor Título (CDU e Cutter) 9 / C532g CHIAVENAT A guerra do O, Julio José. Chaco: leia-se petróleo. 4. ed. 9 / C532g CHIAVENAT Genocídio TO, Julio José. americano: a Guerra do Paraguai. 9. ed. 82.09 / C538a CHIMANGO, Amaro Juvenal. Antônio. 82-31 / C555c CHRISTIE, Agatha. 641 / C556f CHRISTO, Maria Stella Libanio. Imprenta (local, Particularidade Exemplar e editora, data, (anotações, marcas de tombo volume, edição leituras, observações) São Paulo: Ausente. 1 / 000299 Brasiliense, 1980. 214 p. São Paulo: Possui dedicatória assinada 1 / 000529 Brasiliense, 1980. pelo autor. 205 p. Porto Alegre: Possui dedicatória assinada 1 / 000147 Globo, [1964?]. 252 por Lourdes e Sebastião p. (Coleção Campos (30-7-74). Província). Cipreste triste. Rio de Janeiro: Ausente. 1 / 000146 Nova Fronteira, 1975. 204 p. Fogão de lenha: Petrópolis: Vozes, Possui dedicatória assinada 1 / 000103 quitandas e 1977. 276 p. pela autora. Contém quitutes de marcadores nas páginas 52 Minas Gerais. e 266 onde respectivamente encontra-se o poema "Oração ao milho" e o índice com o nome de Cora Coralina. Nota de conteúdo Localização (CDU e Cutter) 82-9 / C652t Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e (anotações, marcas tombo de leituras, observações) Ausente. 1 / 000484 COARACY, Todos contam Rio de Janeiro: José Vivaldo. sua vida: Olympio, 1959. 268 p. memórias de infância e adolescência. 82-31 / C672m COELHO Miragem. 4. ed. Porto: Lello & Irmão, Sem capa. NETTO, 1926. 341 p. 1864-1934. 37 / C672p COELHO A patria Rio de Janeiro: Livraria Folhas soltas. NETTO; brazileira. 18. ed. Francisco Alves, 1926. BILAC, 284 p. Olavo. 91 / C672n COELHO, Nos confins dos Rio de Janeiro: Ausente. Aristides três mares: a Biblioteca do Exército, Pinto. Antártida. ed. 1983. 358 p. (Coleção rev. e aum. General Benício, 215). Nota de conteúdo 1 / 000946 1 / 000939 Para os alunos das escolas primárias. 1 / 000550 257 258 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, marcas tombo de leituras, observações) 82-1 / C676a COGOLLI, Átimos. Goiânia: UFG, [1968]. Possui dedicatória em 1 / 000348 Edição bilíngue Dina. 117 p. italiano assinada pela (português e autora. italiano). 82-1 / C787p CORALINA, Poemas dos São Paulo: Global, 1983. Possui dedicatória 1 / 000441 Cora. becos de Goiás e 237 p. escrita por Cora estórias mais. 4. Coralina endereçada à ed. Aquira Osakale (São Paulo, 17-10-83). 82-31 / C824p CORRÊA, O patrício e a Rio de Janeiro: Irmãos Possui dedicatória 1 / 000796 Eduardo. cortesã. Pongetti, 1947. 284 p. assinada por Jacy Vaz Corrêa, esposa do autor (Brasília, 30/10/84). 82-1 / C828m CORTEZ, O mistério dos Natal: CERN, 1976. 51 p. Possui dedicatória 1 / 000758 Nati. discos voadores assinada pela autora. literatura tipo cordel. 82-9 / C837m COSTA Meus meninos, Rio de Janeiro: Record, Possui dedicatória 1 / 000624 FILHO, os outros [198-]. 96 p. assinada por seu neto Odylo. meninos. (28/1/82). Localização Autor (CDU e Cutter) 92-9 / C837t COSTA JÚNIOR, Miguel. 82-9 / C837p COSTA, Dimas. 82-1 / C837t 82-1 / C837t 9 / C837a Título Tranquilo tranquilli: primeiras notas para uma biografia. Pelos caminhos do pago: verso e prosa. Tarca: versos gauchescos. Imprenta (local, editora, data, volume, edição São Paulo: [s.n.], 1961. 92 p. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, marcas de e tombo leituras, observações) Separata do anuário ASBA 1 / 000019 (Associação dos antigos alunos do colégio de São Bento - São Paulo) Porto Alegre: Sulina, Possui dedicatória assinada 1 / 000269 1963. 152 p. (Coleção por Major Duarte e Pampa). Família. Capa solta. COSTA, Porto Alegre: Martins Possui dedicatória assinada 1 / 000395 Dimas. Livreiro, 1981. 71 p. por Belchior Gama 22/6/82. COSTA, Elza Trechos de vida. Goiânia: O Popular, Possui dedicatória assinada 1 / 000219 Nobre Caetano 1982. 157 p. pela autora. da. COSTA, Lena Arraial e São Paulo: Cultrix, O exemplar n.1 possui 1 / 000106 Castello coronel: dois [1978?]. 206 p. dedicatória assinada pela Branco estudos de autora e na última folha Ferreira. história social I aparece manuscrito uma Meia Ponte: de lista de nomes, endereços e arraial a cidade, telefones. II - Um coronel do Meio-Norte. 259 260 Localização Autor (CDU e Cutter) 9 / C837a COSTA, Lena Castello Branco Ferreira. 82-9 / C866v COURTOIS, Abbé Gaston. 39 / C871d COUTINHO FILHO. 82-31 / C871v COUTINHO, Galeão. Título Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, (anotações, marcas de e tombo volume, edição leituras, observações) Arraial e coronel: São Paulo: Cultrix, Ausente. 2 / 000430 dois estudos de [1978?]. 206 p. história social I Meia Ponte: de arraial a cidade, II - Um coronel do Meio-Norte. Vida de São Rio de Janeiro: Ausente 1 / 000118 Vicente de Paulo. Conselho Superior 2. ed. do Brasil da SSVP, 1976. [44]. (Belles Histoires et belle vies, 6). Dimensões de João Pessoa: [s.n.], Possui dedicatória assinada 1 / 000621 Conferência Goiás intelectual e 1969. 53 p. pelo autor. Na página 13 há pronunciada no folclore em área da referência do autor ao livro Instituto Histórico e Paraíba. "Poemas de Becos de Geográfico da Goiás e Estórias Mais". Paraíba. A vocação de São Paulo: Martins, Algumas folhas coladas na 1 / 000361 Vitorino Lapa. 1942. 251 p. parte superior. Quarta capa solta. Localização Autor (CDU e Cutter) 9 / C871m COUTO, Goiás do. 82-1 / C871c COUTO, Ladislau. Título Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, (anotações, marcas de e tombo volume, edição leituras, observações) Memórias e Cidade de Goiás: Possui dedicatória assinada 1 / 000628 Conferência belezas da Cidade [s.n.], 1958. 40 p. pelo autor (primo de Cora pronunciada na de Goiás. Coralina). Assembléia Legislativa do Estado de Goiás, em 1 de agosto de 1956. Ciranda: Goiânia: [s.n.], Ausente. 1 / 000038 simplesmente por 1984. 67 p. amor. Pedaços. [S.l.]: [s.n.], [198?]. Possui dedicatória assinada 1 / 000195 59 p. pelo autor. 82-1 / C957p CRUZ FILHO, Luzitano Garcia. 82-1 / C957m CRUZ, Monchão-coroado. Belo Horizonte: Geraldo Dias [s.n.], 1973. 83 p. da. 82-1 / C957p CRUZ, Proclama aos São Paulo: Do Geraldo Dias incautos. Escritor, 1981. 67 da. p. (Coleção do Poeta, 26). Possui dedicatória assinada 1 / 000515 pelo autor (20/6/73). Possui dedicatória assinada 1 / 000684 Menção especial no pelo autor. Concurso Bolsa Hugo de Carvalho – 1979. 261 262 Localização Autor (CDU e Cutter) 502 / C972e CUNHA, Fernando. Título Energia nuclear: o crime do século. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Brasília: Coordenação de Publicações, 1980. 73 p. Brasília: Coordenação de Publicações, 1980. 73 p. Goiânia: Oriente, 1976. 51 p. Goiânia: [s.n.], 1954. 115 p. 502 / C972e CUNHA, Fernando. Energia nuclear: o crime do século. 82-2 / C975s CURADO, Ada. CURADO, Ada. Sob o tormento da espera. O sonho do pracinha e outros contos. Poesia: I São Paulo: [s.n.], cavaleiros da lua, 1956. 156 p. II - rimas em lá menor. Agnelo Arlington Goiânia: Oriente, Fleury Curado: pai 1973. 33 p. do ensino farmacêutico em Goiás. 82-9 / C975s 82-1 / C975p CURADO, Erico. 82-9 / C975a CURADO, Mariana Augusta Fleury. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, marcas de e tombo leituras, observações) Ausente. 1 / 000048 Título da capa: Programa nuclear: o crime do século. Ausente. 2 / 000049 Título da capa: Programa nuclear: o crime do século. Possui dedicatória assinada 1 / 000467 pela autora. Possui dedicatória assinada 1 / 000871 pela autora (Goiânia, 25-51956). Possui dedicatória assinada 1 / 000276 pelo autor (23-5-1957). Possui anotação manuscrita a caneta p. 63. Possui dedicatória 1 / 000207 assinada. Localização Autor (CDU e Cutter) 82-3 / C975v CURADO, Nita Fleury. 9 / C975t CURADO, Sebastião Fleury. 82-1 / C975s 37 / C998m CURADO, Violeta Metran. CZERNY, Adalbert. Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição [S.l]: [s.n.], 1969. 206 p. São Paulo: [s.n], 1936. 70 p. Vida: crônicas contos - novelas. Três memórias históricas: um episódio dos tempos coloniais (1749), a estadia do dr.Sabino Alves da Rocha Vieira em Goyaz (18371841), a proclamação da republica em Goyaz (1889). Sempre, setembro. Goiânia: Oriente, 1981. 93 p. O médico e a educação da criança: erros de disciplina e educação. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, marcas de e tombo leituras, observações) Possui dedicatória assinada 1 / 000345 pela autora. Possui dedicatória assinada 1 / 00004 por Augusto Fleury na folha de rosto. Possui dedicatória assinada 1 / 000598 pela autora. São Paulo: Ausente. Companhia Editora Nacional, 1934. 171 p. 1 / 000029 263 264 Localização Autor (CDU e Cutter) 82-31 / D141a D'ALESSAN DRO, Celina Lamounier. 82-31 / D331d DEL PICCHIA, Menotti. 82-31 / D331c DEL PICCHIA, Menotti. 82-1 / D342d DELAZARI, Benedita. 82-1 / D413v DENÓFRIO, Darcy França. 82-1 / D413v DENÓFRIO, Darcy França. 82-1 / D541p DIAS, Oswaldo. 291 / D665m DOLORES, Maria (Espírito). Título Acalanto. Dente de ouro. Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, (anotações, marcas de e tombo volume, edição leituras, observações) [S.l]: [s.n.], 1976. Possui dedicatória assinada 1 / 000323 147 p. pela autora. São Paulo: Clube Capa solta. do Livro, 1946. 191 p. O crime daquela São Paulo: Clube Capa solta. noite. do Livro, 1948. 191 p. Debaixo do pé de São Paulo: [s.n.], Possui dedicatória assinada sapoti. 2. ed. 1983. 62 p. pela autora. Voo cego. Goiânia: UFG, Possui dedicatória assinada 1980. 73 p. pela autora. Voo cego. Goiânia: UFG, Ausente. 1980. 73 p. Pôr do sol: São Paulo: Soma, Possui dedicatória com poemas. 1983. 150 p. assinatura ilegível. Maria Dolores. São Paulo: Instituto Possui dedicatória assinada Divulgação Ed. por Chico Xavier na André Luiz, 1977. primeira página. 159 p. 1 / 000164 1 / 000486 1 / 000326 1 / 000537 2 / 000538 1 / 000439 1 / 000079 Localização (CDU e Cutter) Autor Título 82-31 / D724e DOSTOIEWS O eterno marido. KI, Fiodor. 82-32 / D724n DOSTOIEWS Noites brancas; KI, Fiodor. Está morta; O grande inquisidor. 82-31 / D724j DOSTOIEWS O jogador. KY, Fiodor. 82-2 / D812a DUARTE, O Avarento: Bandeira. estudo biobibliográfico e resumo da história do teatro francês. 9 / D812v DUARTE, Paulo de Queiroz. Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) São Paulo: Clube do Livro, Ausente. 1 / 000260 1946. 191 p. São Paulo: Clube do Livro, Capa solta. 1 / 000541 1948. 183 p. São Paulo: Clube do Livro, Capa solta. 1945. 198 p. Rio de Janeiro: Zelio Sem capa. Livro Valverde, 1944. 198 p. incompleto. (Biblioteca de Teatro, 1 Molière). Os voluntários da Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. pátria na guerra do do Exército, 1983. 253 p. Paraguai: o (Coleção General Benício, comando de 208). Osório. 1 / 000510 1 / 000914 Volume comemorativo do tricentenário da estreiado 'Ilustre Théâtre", em Paris, a 1º de janeiro de 1644. 1 / 000403 A biblioteca possui o v.2 - tomo II. 265 266 Localização (CDU e Cutter) Autor Título 82-9 / D978e DUTRA, Osorio. Elas e nós. 82-9 / E22r ÉDER, Sylvia Helena Tocantins de Mello. EDUARDO, Luiz. Respingos da maresia: prosa e verso. ELIS, Bernardo. Ermos e gerais. 82-1 / E24m 82-9 / E43e A mulher dos outros. Imprenta (local, Particularidade editora, data, volume, (anotações, marcas edição de leituras, observações) Rio de Janeiro: José Possui expressivas Olympio, 1955. 236 p. marcas de deterioração provocadas por insetos. Belém, PA: Possui dedicatória FALANGOLA, 1982. 98 assinada pela autora. p. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000824 1 / 000383 Brasília: [s.n.], 1980. 47 Possui dedicatória 1 / 000389 p. assinada pelo autor. A página 2 contém poema em homenagem à Cora Coralina. São Paulo: [s.n.], 1944. Capa solta. 1 / 000817 Bolsa de 172 p. Publicações Hugo de Carvalho Ramos, criada pelo Decreto-lei n. 475, de 25 de março de 1941. Localização (CDU e Cutter) Autor Título 82-31 / E43t ÉLIS, Bernardo. O tronco. 82-9 / E43a ÉLIS, Bernardo. André louco: contos. Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo edição de leituras, observações) São Paulo: Martins, Possui dedicatória 1 / 000891 1956. 280 p. assinada pelo autor e endereçada ao amigo Jujuca (21-7-56). Livro sem capa, lombada e com folhas soltas. Expressivas marcas de deterioração causada por insetos. Contém etiqueta do Bazar Oió. Rio de Janeiro: José Ausente. 1 / 000124 Olympio, 1978. 102 p. 82-9 / E43a ÉLIS, Bernardo. André louco: contos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978. 102 p. Ausente. 2 / 000125 82-9 / E43a ÉLIS, Bernardo. André louco: contos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978. 102 p. Ausente. 3 / 000343 267 268 Localização (CDU e Cutter) 82-9 / E43v 929 / E43m 291 E54l 291 / E54f Autor Título Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo edição de leituras, observações) ÉLIS, Veranico de Rio de Janeiro: José Livro sem capa. 1 / 000336 Bernardo. janeiro: contos. Olympio, 1966. 144 p. ÉLIS, Marechal Xavier Goiânia: Oriente, 1973. Ausente. 1 / 000549 Prêmio do concurso Bernardo. Curado criador do 178 p. literário instituído exército nacional. pela Comissão do Sesquicentenário da Independência. EMMANUEL Luz Bendita. São Paulo: André Luiz, Possui dedicatória 1 / 000315 Obra comemorativa (Espírito). 1977. 242 p. assinada por Chico dos cinquenta anos Xavier Uberaba (7de mediunidade de 1-79). Encontrou-se Francisco Candido um recorte contendo Xavier. mensagem a Cora Depoimentos de Coralina. Rubens Silvio Germinhasi. EMMANUEL Fonte viva. 5. ed. Rio de Janeiro: Possui dedicatória 1 / 000431 (Espírito). Federação Espírita assinada por José Brasileira, 1972. 415 p. Veiga Jardim. Localização (CDU e Cutter) 291 / E54h 291 / E54 291 / E54 Autor Título Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo edição de leituras, observações) EMMANUEL Há 2000 anos ...: Rio de Janeiro: Possui dedicatória 1 / 000547 Psicografado por (Espírito). episódios da Federação Espírita assinada por Francisco Cândido história do Brasileira, 1976. 441 p. Fernando (Brasília, Xavier. cristianismo no 27/05/77). século I. 12. ed. Encontrou-se um cartão de visita de uma empresa especializada em dedetização. EMMANUEL Paulo e Estêvão: Rio de Janeiro: Federação Possui dedicatória 1 / 000774 Obra psicografada (Espírito). episódios Espírita Brasileira, 1978. assinada por por Francisco históricos do 553 p. Fernando Rego Cândido Xavier. cristianismo (março de 1980). primitivo. 14. ed. Capa e folhas soltas. EMMANUEL Vinha de luz. Rio de Janeiro: Federação Com marcas de 1 / 000874 Psicografado por (Espírito). Espírita Brasileira, 1952. restauro na capa. Francisco Cândido 372 p. Xavier. 269 270 Localização (CDU e Cutter) 291 / E54 82-31 / E74p Autor Título EMMANUEL Paulo e Estêvão: (Espírito). episódios históricos do cristianismo primitivo. 15. ed. ESCHSTRUT O príncipe H, Nataly Von. moleiro. 37 / E77i ESPINHEIRA, Infância Ariosto. brasileira: para a quarta série primária. 190. ed. 8 / E92f EVANGELIST Ficção: data, A, R. visual, ou ainda+ 1 retrato de um artista quando jovem. Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Rio de Janeiro: Federação Possui assinatura de 1 / 000906 Obra psicografada Espírita Brasileira, 1979. Hely Martins por Francisco 553 p. Arantes (Itaberaí Cândido Xavier. 10-12-80). Capa e folhas soltas. São Paulo: Brasileira, A primeira página 1 / 000714 [1937?]. 236 p. contém assinatura de Goiany Crornélio Brom. São Paulo: Companhia Livro encapado 1 / 000329 Editora Nacional, 1966. com papel jornal. 348 p. Possui algumas anotações numéricas a lápis. São Paulo: Ed. do Autor, Possui dedicatória 1 / 000750 1979. [55] p. assinada pelo autor. Localização (CDU e Cutter) 070 / F156c 9 / F173m Autor FAGUNDES, Coriolano de Loyola Cabral. FAISSOL, Speridião. 811.133.1 / F271p FAUVEL, Julien. 82-1 / F311f FEITOSA, Leonidas. FEITOSA, Leonidas. 82-1 / F311f Título Censura & liberdade de expressão. Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) São Paulo: Taika, 1974. Possui dedicatória 1 / 000751 406 p. assinada pelo autor. O Mato Grosso de Rio de Janeiro: Instituto Possui dedicatória 1 / 000458 Goiás. Brasileiro de Geografia e assinada por Estatística, 1952. 140 p. Zoroastro Artiaga (biblioteca Geográfica (24/4/1956). Brasileira, 9). Primeiro anno de São Paulo: Melhoramentos, O livro está 1 / 000483 conversação [19--]. 156 p. incompleto, possui francesa. 9. ed. conteúdo até a página 156. Folhetilha de [S.l]: [s.n.], 198-. 10 p. Possui dedicatória 1 / 000607 cordelha. assinada pelo autor. Folhetilha de [S.l]: [s.n.], 198-. 10 p. Ausente. 2 / 000608 cordelha. 271 272 Localização Autor (CDU e Cutter) 17 / F311e FEITOSA, Vicente Ferreira. Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Ensinamentos para Goiânia: [s.n.], 1981. uma vida 103 p. harmoniosa. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, marcas de e tombo leituras, observações) Possui dedicatória 1 / 000152 assinada pelo autor. Possui 6 selos de correio entre as páginas. 82-31 / F314m FELÍCIO, Martírio das horas: Goiânia: Oriente, Possui dedicatória 1 / 000375 Brasigóis. poemas. 1973. 92 p. assinada pelo autor. Algumas palavras estão sublinhadas a caneta(ex. pranto, lágrima, mágoas, angústia, morte). 82-94 / F314d FELÍCIO, Diários de André. Goiânia: Oriente, Possui dedicatória 1 / 000622 Brasigóis. 1974. 105 p. assinada pelo autor. 82-9 / F314m FELÍCIO, Marca de Caim. Goiânia: O Popular, Possui dedicatória 1 / 000760 Brasigóis. 1984. [88] p. assinada pelo autor. 82-1 / F314f FELÍCIO, Funesta festa: Goiânia: Helga, 1981. Ausente. 1 / 000677 Goiamérico. poemas. 66 p. 82-8 / A636 FERNANDES Anuário de poetas Rio de Janeiro: Folha Possui dedicatória 1 / 000078 Edição , Aparício do Brasil - 1982 . Carioca, 1982. 4 v. assinada por um dos comemorativa 10º (Org.). autores, Eugenio de aniversário. Freitas, na folha de rosto.; A biblioteca possui o v. 1. Localização (CDU e Cutter) 82-8 / A636 82-1 / F363p 82-1 / F381p 82-9 / F383a 82-9 / F382n 82-1 / F395p Autor Título 273 Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) FERNANDES Anuário de poetas Rio de Janeiro: Folha Possui dedicatória 1 / 000433 , Aparício do Brasil - 1980. Carioca, 1980. 4 v. assinada por um (Org.). dos autores, Pedro Manzi (verão de 1981); A biblioteca possui o v. 2. FERNANDES Papáverum Millôr. Rio de Janeiro: Nórdica, Contém etiqueta da 1 / 000556 , Millôr. 1974. 181 p. Livraria José Olympio - campus da UNB. FERRAZ, Poesia descalça. São Paulo: Brasil Possui dedicatória 1 / 000093 Flávio Arquitetura, 1981. 94 p. assinada pelo autor. Carvalho. FERREIRA, Amar e ser amada: Fortaleza: Editorial Possui dedicatória 1 / 000050 Francisca bodas de ouro 19- Cearense, [198?]. 77 p. assinada. Soares. 01-32 - 19-01-82. FERREIRA, Número, faz favor! São Paulo: Editora do Possui dedicatória 1 / 000473 Lia Campos. Central, 2508. Escritor, 1982. 122 p. assinada pela (Coleção Depoimento, autora. 19). FERRO, Elias Poesias escolhidas. Salvador: Sooffset, 1976. Algumas correções 1 / 000661 Edição melhorada e Medeiros. 4. ed. 151 p. ortográficas aumentada. manuscritas. 274 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 82-7 / F438t FIALHO Trocadilhos São Paulo: Pannartz, Possui dedicatória 1 / 000558 NETO, José. dispersos, 1985. 87 p. com assinatura comentários ilegível (abril/85). "imersos" e a... Contém marcador casos di... versos. de página. 82-9 / F475d FIGUEIREDO Dom José Newton [Brasília]: Senado Federal, Possui dedicatória 1 / 000454 , Jadilney de Almeida Batista 1978. 182 p. assinada pelo autor Pinto de. 50 anos de (02.10.78). sacerdócio. 82-1 / F475s FIGUEIREDO Sonhos e esporas: Goiânia: Unigraf, 1980. Possui dedicatória 1 / 000346 , Nelson. poemas. 128 p. assinada pelo autor. 82-31 / F587m FLAUBERT, Madame Bovary. São Paulo: Clube do Sem capa. 1 / 000907 Gustavo. Livro, 1944. 317 p. 82-31 / F587s FLAUBERT, Salambô. São Paulo: Clube do Sem capa. 1 / 000947 Gustavo. Livro, 1945. 215 p. 82-9 / F618e FLEURY, Eurydice Natal e Goiânia: Líder, 1979. 51p. Possui dedicatória 1 / 000309 Rosarita. Silva: evolução assinada pela intelectual e autora. sociológica de uma vida. Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo edição de leituras, observações) 82-9 / F618e FLEURY, Eurydice Natal e Goiânia: Líder, 1979. Possui dedicatória 2 / 000398 Rosarita. Silva: evolução 51 p. assinada pela filha de intelectual e Eurydice Natal e Silva. sociológica de uma Folhas soltas. vida. 82-9 / F618a FLEURY, Altamiro de Moura Goiânia: Líder, [198-]. Possui dedicatória 1 / 000514 Rosarita. Pacheco: 265 p. assinada pela autora responsabilidade (outubro de 1981). como fator de uma Encontrou-se vida proveitosa. marcador de página e convite para exposição de arte de José Caramuru e Zanoni de Goiás Pinheiro. 82-9 / F618j FLEURY, Jarbas Jayme: [S.l.]: [s.n.], [19--]. 58 Possui dedicatória 1 / 000744 Rosarita. patrono da cadeira p. assinada pela autora. n.23 do Instituto Folhas soltas. Histórico e Geográfico de Goiás. 82-31 / F655p FOGAZZAR Pequeno mundo São Paulo: Livraria Ausente. 1 / 000738 Tradução de José O, Antonio. antigo. Martins, 1949. 381 p. Geraldo Vieira. 275 276 Localização (CDU e Cutter) 94 / F676r 82-1 / F738p 82-9 / F815v 82-5 / F825h 3 / F866b Autor Título Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo edição de leituras, observações) FONSECA, A revolução São Paulo: EDART, Possui algumas 1 / 000158 Gondin. francesa e a vida 1968. 218 p. marcações a caneta no de José Bonifácio: texto. uma interpretação incômoda. FORTES, Poemas desta e da São Paulo: Latvis, Possui dedicatória com 1 / 000711 Rubens. outra vida. 1979. 40 p. assinatura ilegível (São Paulo, 27-31980). FRANCESCH Vovó do pito; O São Paulo: Autores Possui dedicatória 1 / 000892 Contos paulistanos e INI, Luiz; que foi pelo sertão. Novos, 1956. 206 p. assinada pelos autores contos goianos. ORTÊNCIO, (30-11-56). Expressiva Waldomiro deterioração causada Bariani. por insetos. FRANCO, Homens e temas Rio de Janeiro: Zélio Ausente. 1 / 000414 Afonso Arinos do Brasil. Valverde, 1944. 152 p. de Melo. FREIRE, Brasil Eugenico. 2. [São Paulo]: [s.n.], Alguns rabiscos a lápis 1 / 000304 Ulysses. ed. 1933. 142 p. e a informação manuscrita na folha de rosto "Escola noturna Distrito de Santana 1810-1938". Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo edição de leituras, observações) 82-1 / F866v FREITAS, Versos, ainda que [São Paulo]: [s.n.], 1971. Possui dedicatória 1 / 000263 Flúvia seja outono. 59 p. assinada pela autora Carvalhais de. e endereçada à Ângela e De Lúcio. 3 / F866a FREITAS, Anhanguera: São Paulo: Do Brasil, Ausente. 1 / 000160 Maria de; segundo ano [198?]. 141 p. (Coleção CAMPOS, primário. Didática do Brasil). Iolita de Assis. 82-1 / F866c FREITAS, Canto porque São Paulo: Prol, [198?]. Possui dedicatória 1 / 000568 Sonia R. canto. 69 p. com assinatura Quadros de. ilegível (São Paulo 20/6/84). 82-31 / F866d FREYRE, Dona Sinhá e o Rio de Janeiro: José Ausente. 1 / 000128 Gilberto. filho padre: Olympio, 1964. 187 p. seminovela. 9 / F894n FREYRE, Nordeste: aspectos Rio de Janeiro: José Possui anotações de 1 / 000827 Gilberto. da influência da Olympio, 1961. 183 p. Cora Coralina. Livro cana sobre a vida e com expressivas a paisagem do marcas de Nordeste do deterioração causada Brasil. 3. ed. pela enchente. 277 278 Localização (CDU e Cutter) 82-1 / F926p 82-9 / F926c Autor FRÓES, Heitor P. FRÓES, Heitor P. Título Poiésis & pathos. Contos em prosa e verso. 82-1 / F926m FRÓES, Heitor Praguer. Musa octogenária: versos de circunstância. 82-1 / F992e Educando com poesia. 98 / G151m FURTADO, Maria Aldina Silveira. GALEANO, Eduardo. 82-1 / G212m GARAY, Berecil. Memória do fogo (I): nascimentos. Mordidas no minguau: ou Para comer o pão ou Não tem comida no apartamento ou (Como?). 2. ed. Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Rio de Janeiro: [s.n.], Possui dedicatória 1 / 000094 1984. 58 p. assinada pelo autor. Rio de Janeiro: [s.n.], Possui dedicatória 1 / 000574 1984. 21 p. assinada pelo autor (Rio, abril de 1985). Rio de Janeiro: [s.n.], Possui dedicatória 1 / 000737 1982. 52 p. assinada pelo autor (Rio, abril de 1985). Brasília: [s.n.], 1983. 108 Possui dedicatória 1 / 000122 p. assinada pela autora. Rio de Janeiro: Paz e Ausente. 1 / 000551 Tradução do Terra, 1983. 334 p. espanhol por Eric (Coleção Literatura e Nepomuceno teoria literária, 47). Brasília: Arte Ouro Velho, Possui dedicatória 1 / 000069 1984. 55 p. assinada pelo autor na folha de rosto. Localização (CDU e Cutter) Autor 82-1 / G212m GARAY, Berecil. 82-1 / G216a GARCIA, José Godoy. 82-1 / G216a GARCIA, José Godoy. 929 / G269m GAULLE, Charles. Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Mordidas no Goiânia: Imery Possui dedicatória 1 / 000390 minguau: ou Para Publicações, 1983. 55 p. assinada pelo autor. comer o pão ou Não tem comida no apartamento ou (Como?). Aqui é a terra. Goiânia: Oriente, 1980. Ausente. 1 / 000002 241 p. Araguaia Goiânia: Oriente, 1972. Possui dedicatória 1 / 000052 mansidão: poemas. 91 p. na folha de rosto. Na página 10 possui mensagem para Cora Coralina. O livro todo está rabiscado e com desenhos a caneta. Memórias de Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. 1 / 000610 Tradução de Faure guerra: a vitória - do Exército, 1979. 295 p. da Rosa e Maria 1944-1946 Tomo (Coleção General Benício, Manuela Soares. III. 166). 279 280 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo edição de leituras, observações) 82-1 / G283q GAVIÃO, Querência xucra: Porto Alegre: [s.n.], Possui dedicatória 1 / 000713 Cyro. da estância da 1966. 155 p. assinada por Major poesia crioula. 2. Duarte e Família ed. (P.Alegre, abril 67). 32 / G313d GEISEL, Discursos. Brasília: Assessoria de Folhas soltas. 1 / 000773 A biblioteca possui o Ernesto. Imprensa da v.4. Presidência da República, 1978. 388 p. 82-1 / G338t GENTIL, José Tempos de Brasília: [s.n.], 1983. Possui dedicatória 1 / 000770 Carlos. versos. 112 p. assinada pelo autor. 8 / G352c GEORGIN, C.; Curso secundário São Paulo: Escolas Assinatura de 1 / 000940 BERTHAUT, de latim. 2. ed. Profissionais Márcia Railda H. . Salesianas, 1935. 487 Arantes (Colégio de p. Santa Inez, São Paulo). 82-31 / G412e GHEORGHIU, A Espiã. Rio de Janeiro: Marcas de 1 / 000243 Tradução de José Livio C. Virgil. Biblioteca do Exército, restauração. Dantas. 1983. 289 p. (Coleção General Benício, 214). Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 2 / G472r GILES, Black. O rosário de Maria São Paulo: Dominicana, Capa solta. 1 / 000863 Traduzida por uma com São Martinho 1966. [48]. religiosa da de Porres. Companhia de Maria. Revisto pelo professor Antonio C. Zambaldi. Edição organizada por Frei Marinho Mantovani. 2 / G517 GIRARDI, 10% com São Paulo: [s.n.], 1976. Possui dedicatória 1 / 000623 Título alternativo: Antonio urgência. 67 p. assinada por Pe. Dez por cento com Marcos. Antonio Marcos, urgência. Walter e Maria Emilia (Itanhaém, 19-7-78). 82-9 / G588d GODOI, Do meu tempo. Goiânia: UFG, 1969 Possui dedicatória 1 / 000436 Albatênio de. 338 p. assinada pelo autor. 82-9 / G589s GODOY, Sombras. Goiânia: UFG, 1966. Possui dedicatória 1 / 000211 Maria Paula 164 p. assinada pela autora Fleury de. e endereçada a Octaria. Capa solta. 281 282 Localização (CDU e Cutter) Autor Título 82-94 / G589d GODOY, Maria Paula Fleury de. Do Rio de Janeiro a Goiás - 1896: a viagem era assim. 82.09 / G633e GOMES, Modesto. 82-9 / G633h GOMES, Modesto. 82.09 / G633h GOMES, Modesto. Estudos de literatura goiana. As horas e os minutos: crônica. História e literatura. 9 / G633h História do 4º GAC. GOMES, Oswaldo Pereira. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Belo Horizonte: [s.n.], 1961. Possui dedicatória 1 / 67 p. endereçada à Anita 000589 e Lina e assinada pela autora. Goiânia: Centauro, 1979. Ausente. 1/ 130 p. 000121 Goiânia: Irmãos Oriente, Possui dedicatória 1 / 1971. 245 p. assinada pelo autor. 000123 Goiânia: Cerne, 1968. 220 p. Possui dedicatória 1 / endereçada a 000278 Eduardo e assinada pelo autor. Carimbo do Bazar Oió. Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. 1/ do Exército, 1983. 154 p. 000686 (Coleção General Benício, 210). Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição 82-7 / G635m GONÇALVES, Momentos Goiânia: Barão de Itararé, Phaulo. alegres do livro 1974. 173 p. goiano: antologia de humor. 17 / G643b 17 / G643m GONZÁLEZ Bases para tua São Paulo: Logosófica, PECOTCHE, conduta. 3. ed. 1977. 53 p. Carlos Bernardo. GONZÁLEZ O mecanismo da São Paulo: Logosófica, PECOTCHE, vida consciente. 1979. 128 p. Carlos Bernardo. 3. ed. 82-31 / G669v GORKI, Varenka São Paulo: Clube do Livro, Máximo. Olessova. 1949. 183 p. 82-1 / G694e GOULART, As estações. [S.l.]: Pongetti, 1970. 163 p. Diva. Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Possui dedicatória assinada pelo autor na primeira página. Encontrou-se um pequeno recorte de jornal noticiando o falecimento de D. Helena Mainardi Peixoto. Ausente. Ausente. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1/ 000080 1/ 000150 Obra póstuma. Título original argentina: Bases para tu conducta. 1/ 000487 Ausente. 1/ 000779 Assinatura da 1/ autora na folha de 000245 rosto. 283 284 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) 82-1 / G694j GOULART, A janela azul. Goiânia: Irmãos Oriente, Possui dedicatória 1 / Helvécio. 1970. 135 p. assinada pelo autor. 000257 82-31 / G694m GOULART, Memória das Goiânia: Oriente, 1977. 147 Ausente. 1/ Helvécio. águas: poemas. p. 000489 82-1 / G694m GOULART, Memória das Goiânia: Oriente, 1976. 147 Possui dedicatória 1 / Helvécio. águas. p. com assinatura 000768 ilegível. 86 / G939c GUEVARA, Cartas. São Paulo: Edições Ausente. 1/ Ernesto. Populares, 1980. 140 p. (Che 000163 Guevara obras completas, 2). 2 / G944p GUIBERT, Jean. A piedade. Rio de Janeiro: Livraria Possui dedicatória 1 / Garnier, 19--. 332 p. assinada por Idalina 000988 da Cruz Marques (G-10-4-1964). 82-31 / G963a GUIMARÃES, Adivinhão. Goiânia: Oriente, 1973. Possui dedicatória 1 / Cândida 278 p. com assinatura 000734 Severiana. ilegível. 82-31 / G963a GUIMARÃES, Adivinhão. Goiânia: Oriente, 1973. Ausente. 2/ Cândida 278 p. 000735 Severiana. Localização (CDU e Cutter) Autor Título 327 / G963t GUIMARÃES, Trabalhemos para Hermes. a paz em nosso pequeno planeta. 82-31 / H496n HENDERSON Na montanha. , Dion. 27 / H542m HEREDIA, Carlos Maria de. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Petrópolis: Vozes, 1983. 265 p. São Paulo: Cultrix, 1971. 97 p. Memórias de um Petrópolis: Vozes, 1947. repórter dos 380 p. tempos de cristo. 821.134.2(82) / HERNANDEZ El gaucho Martin H557g , Jose. Fierro: y la vuelta de Martin Fierro. 10. Ed. 821.134.2(82) / HERNANDEZ Martin Fierro. 2. H557g , Jose. ed. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Ausente. 1/ 000488 Ausente. 1/ 000603 Livro com marcas 1 / de umidade. Sem 000772 capa. Buenos Aires: Sopena, 1969. Possui dedicatória 244 p. assinada por sua neta (Gilda) na folha de rosto. Buenos Aires: Compañía Contém palavras General Fabril, 1972. 352 p. sublinhadas a caneta. Tradução de Brenno Silveira e Jamir Martins. A biblioteca possui o Tomo I - Aquele que há de vir. Tradução de M. Cecília Duprat 1/ 000036 1/ 000641 Introducción, cuadro biobibliográfico y vocabulario de Horacio Jorge Becco. 285 286 Localização (CDU e Cutter) Autor 82-9 / H587c HESSE, Hermann. 82-1 / H546 HETINGER, Berenice. 82-1 / H722s HOLANDA, Celina de. 82-1 / H722m HOLANDA, Celina de. 82-9 / H765c 82-1 / H821i 17 / H875m HOMEM, Homero. HORTA, Anderson Braga. HUBBARD, Elbert. Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Contos. Rio de Janeiro: Civilização Capa solta. 1/ 4. ed. brasileira, 1970. 131 p. 000047 (Biblioteca do leitor moderno, 100). Latin-idade: Belo Horizonte: Possui dedicatória 1 / reflexões na Comunicação, 1981. 208 p. assinada pela autora 000766 quadra áurea da (Governador vida. Valadares, 1-1084). Sobre esta cidade Recife: [s.n.], 1979. 28 p. Possui dedicatória 1 / de rios. assinada pela 000340 autora. A mão extrema. São Paulo: Quíron, 1976. 67 Possui dedicatória 1 / p. assinada pela 000435 autora. Cabra das rocas. 7. São Paulo: Ática, 1980. 94 Ausente. 1/ ed. p. (Serie Vaga-lume). 000149 Incomunicação. Belo Horizonte: Possui dedicatória 1 / Comunicação, 1977. 95 p. com assinatura 000531 ilegível (29/3/82). Uma mensagem a Rio de Janeiro: [s.n.], Ausente. 1/ Garcia. [1913?]. 16 p. 000873 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) 291 / H895r HUGO, Victor Redenção: novela Rio de Janeiro: Federação Possui dedicatória 1 / Obra psicografada (Espírito). mediúnica. 5.ed. Espírita Brasileira, [19--]. com assinatura 000546 por Zilda Gama. ilegível. Encontrou313 p. se um recorte de jornal da coluna Do Leitor com mensagem de Cora Coralina. 82-31 / H895h HUGO, Os homens do São Paulo: Clube do Livro, Capa solta. 1/ Victor. mar. 1946. 293 p. 000731 2 / I24m IGREJA Mater et magistra. Rio de Janeiro: José Ausente. 1/ Tradução de Luís CATÓLICA. Olympio, 1963. 181 p. 000613 José de Mesquita ; Papa (1958prefácio do Cardeal 1963 : João D. Carlos Carmelo XXIII). de Vasconcellos ; introdução de Alceu Amoroso Lima ; Pacem in terris ; tradução da Tipografia Poliglota Vaticana. 287 288 Localização (CDU e Cutter) 9 / I69s 1 / I73f 91 / I74v 82-31 / I96n 82-1 / J25p Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) IRMÃO, José Símbolos de Nuporanga, SP: [s.n.], 1980. Possui dedicatória 1 / Aleixo. Nuporanga: 112 p. assinada por 000580 brasão, bandeira e Antônio Ferreira hino. Viana. ISAAC, João. A face real da São Paulo: [s.n.], 1969. 183 Possui dedicatória 1 / vida: os trâmites p. assinada por José 000708 de uma vida em H. Veiga Jardim simbiose com a (Goiânia, evolução do 30/11/70). mundo. ISABELLE, Viagem ao Rio da Rio de Janeiro: Zélio Capa solta. 1/ Arsene. Prata e ao Rio Valverde, 1940. 345 p. 000901 Grande do Sul. IVO, Lêdo. Ninho de cobras: Rio de Janeiro: José Possui anotações na 1 / V Prêmio Walmap. uma história mal Olympio, 1973. 133 p. primeira folha 000478 contada. "irmão de Luiz Cavalcanti, Julio Cavalcanti Av. goiás 922 Itaverde". JAIME, Primícias. São Paulo: Revista dos Possui correções 1 / Aprovado pela Décio. Tribunais, 1955. 137 p. ortográficas em 000869 Academia Goiana alguns versos. de Letras. Localização (CDU e Cutter) 82-4 / J58q 82-1 / J82b 82-9 / A634 82-9 / J82t 82-9 / J82a 82-9 / J82a 82-9 / J82a Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) JESUS, Quarto de despejo: São Paulo: Paulo de Assinatura de Cora 1 / Carolina diário de uma Azevedo Ltda, 1960. 182 p. Coralina na capa. 000604 Maria de. favelada. 6. ed. (Contrastes e confrontos, 1). JORGE, J. G. Bazar de ritmos. 3. Rio de Janeiro: Vecchi, Sem capa. 1/ de Araujo. ed. 1951. 160 p. 000577 JORGE, Antologia do novo Goiânia: Departamento Possui dedicatória 1 / Miguel (Org.). conto goiano. Estadual de Cultura, [197?]. assinada pelo 000169 183 p. organizador. JORGE, Texto e corpo. Goiânia: Departamento Possui dedicatória 1 / Miguel. Estadual de Cultura, 1969. na folha de rosto. 000001 197 p. JORGE, Avarmas: contos. São Paulo: Ática, 1978. Ausente. 1/ Miguel. 140 p. 000009 JORGE, Avarmas: contos. São Paulo: Ática, 1978. Ausente 1/ Miguel. 2. ed. 140 p. 000010 JORGE, Antes do túnel. Goiânia: UFG, 1967. 179 p. Possui dedicatória 1 / Miguel. assinada pelo autor. 000248 Na página 49 há correção ortográfica manuscrita a caneta. 289 290 Localização (CDU e Cutter) 82-1 / J82f 82-2 / J82v 82-31 / J83f 9 / J83m 8 / J91g 82-9 / J95h 82-1 / J95p Autor JORGE, Miguel. JORGE, Miguel. JOSEPH, Marie. Título Os frutos do rio. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Goiânia: Oriente, 1974. 134 Possui dedicatória 1 / p. assinada pelo autor. 000335 Goiânia: UFG, 1973. 157 p. Possui dedicatória 1 / assinada pelo autor. 000771 O visitante; Os angélicos: duas peças para teatro. A fazenda dos dois Rio de Janeiro: Moderna, cruzeiros. 1934. 157 p. Possui dedicatória 1 / assinada pela autora 000244 data de 1958. JOSEPH, Mysterio da serra [S.l]: Irmãos Pongetti, 1939. Possui dedicatória 1 / Marie. doirada. 68 p. assinada pela 000592 autora. JUCÁ FILHO, Grafia moderna: Rio de Janeiro: Freitas Possui várias 1/ Cândido. explicação do Bastos, 1931. 85 p. assinaturas de Luis 000835 formulário do Couto C. Brom ortográfico e (29-7-931). vocabulário de dificuldades. 2. ed. JUNQUEIRA, Há tantas flores Anápolis: [s.n], 1978. 154 p. Possui dedicatória 1 / Iron. pelos caminhos. 2. assinada na folha 000015 Ed. de rosto. JUNQUEIRA, Primavera ao Anápolis: [s.n.], 198-. 132 p. Possui dedicatória 1 / Iron. longe. assinada pelo autor. 000437 Localização (CDU e Cutter) 82-31 / J95n 82-1 / J95c 82-1 / J95c 82-1 / J95c 82-1 / J95v 82-1 / J95a Autor Título JUNQUEIRA, O Nonô de Naná. Iron. JUNQUEIRA, Canção do Iron. amanhecer. JUNQUEIRA, Canção do Iron. amanhecer. JUNQUEIRA, Canção do Iron. amanhecer. JUNQUEIRA, Vereda de luz. Iron. JUNQUEIRO, Antologia para a Guerra. juventude. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Anápolis: A.D.N., 198-. 295 p. Goiânia: Rio Bonito, 1973. 140 p. Goiânia: Rio Bonito, 1973. 140 p. Goiânia: Rio Bonito, 1973. 140 p. Anápolis: [s.n.], 1974. 119 p. Porto: Lello & Irmão, 1950. 180 p. 82-1 / J95v JUNQUEIRO, Vibrações líricas. Porto: Lello & Irmão, 1950. Guerra. 146 p. 329 / K11 KADHAFI, Muhamma. O livro verde. Lisboa: [s.n.], 198-. 120 p. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Possui dedicatória 1 / assinada pelo autor. 000468 Possui dedicatória 1 / assinada pelo autor. 000642 Possui dedicatória 2 / assinada pelo autor. 000643 Ausente. 3/ 000644 Possui dedicatória 1 / assinada pelo autor. 000676 Possui na primeira 1 / folha a data 000140 manuscrita a lápis 5.11.56. Na primeira página 1 / aparece data 000692 manuscrita a lápis (5.11.56). Possui dedicatória 1 / com assinatura 000513 ilegível. 291 292 Localização (CDU e Cutter) Autor 291 / K18e KARDEC, Allan. 291 / K18e KARDEC, Allan. 2 / K24m 37 / K83s 9 / K95p Título O evangelho segundo o espiritismo. 7. ed. O evangelho segundo o espiritismo. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Araras, SP: Instituto de Ausente. 1/ Tradução de Difusão Espírita, 1979. 365 000408 Salvador Gentille. p. [S.l.]: [s.n.], [19--]. 347,[4]. Capa e folha de rosto ausentes. Informações retiradas de outras fontes. Keckeisen, Missal Salvador: Beneditina, 1954. Encontrou-se Béda, sacerdote. quoitidiano. 15. 1134, [239], [31]. anotação em papel ed. avulso. KÖPKE, João. Segundo livro de Rio de Janeiro: Livraria Lombada leituras moraes e Francisco Alves, 1928. desgastada. instructivas para 232 p. (Rangel Pestana). uso das escolas primárias. 61. ed. KUBITSCHEK, Por que construí Rio de Janeiro: Bloch, 1975. Contém recorte de Juscelino. Brasília. 370 p. jornal com imagem de JK. Encontrouse cartão de visita e santinho de igreja. 1/ 000945 1/ 000990 1/ 000868 1/ 000991 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Xanam: e outras histórias. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) São Paulo: Livraria Possui dedicatória Francisco Alves, 1959. 162 assinada pelo autor p. (Coleção Alvorada, 1). e endereçada a Leão Caiado (Natal 59). Rio de Janeiro: Livraria Assinatura de Francisco Alves & Cª, 1914. Antonio José dos 184 p. Santos. Sem capa. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 82-9 / L131x LACERDA, Carlos. 9 / L131p LACERDA, Pequena historia Joaquim Maria do Brazil: por de. perguntas e respostas. 9 / L131a LACERDA, Regina. Os antecedentes e Goiânia: Oriente, 1970. 107 Ausente. a repercussão da p. independência em Goiás. 1/ 000740 82-1 / L131p LACERDA, Regina. Pitanga. 1/ 000870 [S.l.]: [s.n.], 1954. 43 p. Ausente. 1/ 000795 1/ 000948 Novíssima edição, ilustrada com muitas gravuras, revista e aumentada até 1906. Prêmio do Concurso Literário instituído pela Comissão do Sesquicentenário da Independência. 293 294 Localização (CDU e Cutter) 159.9 / L431n 159.9 / L431n 82-1 / L435e 9 / L435v 82-9 / L437r Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade data, volume, edição (anotações, marcas de leituras, observações) LAZARTE, Uma nova São Paulo: ECE, 1980. 95 Anotações na Omar. dimensão de vida. p. primeira página relacionadas aos requisitos para ingresso no serviço militar. LAZARTE, Uma nova São Paulo: ECE, 1980. 95 Ausente. Omar. dimensão de vida. p. LEAL, Entardecer: Rio de Janeiro: Pongetti, Possui dedicatória Concessa. (poesias). 1971. 99 p. assinada pela autora. LEAL, Oscar. Viagem às terras Goiânia: UFG, 1980. 255 Possui dedicatória goyanas: Brasil p. (Coleção Documentos com assinatura Central. Goianos, 4). ilegível (homenagem por ocasião de visita de Cora coralina à Editora da UFG 16.7.80). LEÃO, Rodovia Rio de Janeiro: Cátedra, Ausente. Ursulino. preferencial: 1981. 119 p. contos. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1/ 000025 2/ 000026 1/ 000168 1/ 000536 1/ 000544 Edição em facsimile. Apresentação do prof. Ático Villas Boas da Mota. Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 2 / L523n LEHMANN, Na luz perpétua: Juiz de Fora, MG: Lar Na primeira folha 1/ Edição revistada João Batista. leituras religiosas Católico, 1956. 617 p. aparece "Pertence a 000501 corrigida e da vida dos santos Idalina da Cruz aumentada. de Deus, para Marques, fevereiro de todos os dias do 1956". ano. 4. ed. 82-1 / L533u LEITE, João Última gineteada. Lagoa Vermelha, RS: Possui dedicatória 1/ Pantaleão Planalto, 1973. 60 p. assinada pelo autor. 000616 Gonçalves. 39 / L533 LEITE, Mário Lendas de minha Goiânia: [s.n.], 1951. Possui dedicatória 1/ Bolsa de Rizério. terra. 130 p. assinada pelo autor e 000764 Publicações Hugo endereçada a Antonio de Carvalho Guimarães. Ramos. 82-94 / L582c LEÔNCIO, Crônicas e contos. [S.l]: [s.n], [198?]. 102 p. Possui dedicatória 1/ Waldir. assinada na folha de 000006 rosto. 929 / L672c LEWIN, Churchill: o lorde Rio de Janeiro: Biblioteca Contém a informação 1 / Tradução de Ronald. da guerra. do Exército, 1979. 310 p. manuscrita por Cora 000578 Álvaro Galvão. (Coleção General Benício, Coralina "Recebido 171). em 16-11-79". 295 296 Localização (CDU e Cutter) 2 / L674p 504 / L716t 327 / L723r 327 / L723r 3 / L723 Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) [S.l]: AMORC, 1975. 250 p. Ausente. 1/ (Biblioteca Rosacruz, 1). 000542 LEWIS, Harve Perguntas e Spencer. respostas Rosacruzes: com a história completa da Ordem Rosacruz. LIEBMANN, Terra um planeta Rio de Janeiro: Biblioteca Hans. inabitável? da do Exército, 1979. 181 p. Antiguidade até os (Coleção General Benício). nossos dias, toda a trajetória poluidora da humanidade. LIGA Árabe. O racismo Brasília: [s.n.], [1977?]. 20 Missão no israelense. p. Brasil. LIGA Árabe. Os interesses Brasília: [s.n.], [19--]. 60 p. Missão no expansionistas do Brasil. sionismo. LIGA da 39. corrida do fogo [S.l.]: [s.n.], 1976. 93 p. Defesa simbólico da pátria Nacional. 1976. Ausente. 1/ 000017 Ausente. 1/ 000535 Ausente. 1/ 000745 Ausente. 1/ 000224 Localização (CDU e Cutter) 82-9 / L732s Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição LIMA, Airton Sábado à noite na Brasília: Comitê de Garcia de. Capital. Imprensa do Senado Federal, 1979. 132 p. (Machado de Assis, 15). 82-09 / L732g LIMA, Goyaz terra & Brasília: Horizonte, 1983. Guimarães alma. 125 p. 82-9 / L732b LIMA, O bonzo da [S.l.]: Acadêmia Goiana de Guimarães. historiografia de Letras, 1984. 20 p. Goiás. 929 / L732n LIMA, No rolar do tempo. [S.l.]: [s.n.], 1984. 25 p. Guimarães. 82-91 / L732h LIMA, João História de [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 32 p. Ferreira. Mariquinha e José de Souza Leão. 82-1 / L732v LIMA, Vozes do caminho. Goiânia: UFG, 1969. 161 p. Manoel Ferreira. 82-1 / L732a LIMA, Osmar. Arremate. Goiânia: Helga, 1980. 87 p. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Possui dedicatória 1 / assinada na folha 000043 de rosto. Possui dedicatória 1 / assinada pelo autor. 000139 Possui dedicatória 1 / assinada pelo autor. 000205 Possui dedicatória 1 / assinada pelo autor. 000630 Ausente. 1/ 000855 Possui dedicatória 1 / assinada pelo autor. 000539 Possui dedicatória 1 / assinada na 000056 primeira página. 297 298 Localização (CDU e Cutter) 82-1 / L732p 82-1 / L732e 2 / L759 2 / L759 82-1 / L759p 82-9 / L799m Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) LIMA, Sônia A procura: poemas Recife: UFPE, 1979. 54 p. Possui dedicatória 1 / Gonçalves de. e prosas. assinada pela autora 000709 (Goiás, 20 de julho de 1979). LIMAVERDE Estrela de vidro. Fortaleza: UFC, 1984. 62 p. Possui dedicatória 1 / Prêmio Estado do , Regine. assinada pela 000137 Ceará 1983. autora. LINS, Ordem equestre de Vitória, ES: [s.n.], 1957. Possui dedicatória 1 / Augusto São Gregório [23]. assinada pelo autor 000251 Emílio Magno. (Vitória, 10 de Estellita. agosto de 1966). LINS, Ordem equestre de Vitória, ES: [s.n.], 1957. Possui dedicatória 2 / Augusto São Gregório [23]. assinada pelo autor 000252 Emílio Magno. (Vitória, 10 de Estellita. agosto de 1966). LINS, Pranto e canto de Vitória, ES: Revista Canaan, Ausente. 1/ Augusto amor filial. 1955. 49 p. 000660 Emílio Estellita. LOBO, Memórias. Brasília: Brasil Central, Possui dedicatória 1 / Oswaldo 1978. 80 p. assinada pelo autor. 000070 Sérgio. Localização (CDU e Cutter) 9 / L799h 82-1 / L842p 82-9 / L864c 82-9 / L864c 82-9 / L864c Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) LOBO, R. História geral: São Paulo: Melhoramentos, Ausente. 1/ 1ª série ciclo Haddock. história antiga. 12. 1959. 249 p. 000499 colegial. ed. LOMBARDI, O perigo do Rio de Janeiro: Record, Possui dedicatória 1 / Bruna. dragão. 2. ed. 1984. 112 p. assinada pela 000193 autora. LOPES Contos Porto Alegre: Globo, 1976. Possui dedicatória 1 / NETO, J. gauchescos. 9. ed. 183 p. (Coleção Província). assinada por 000132 Simões. Ubirajara Wanderley Lins (parente). LOPES Contos gauchescos Porto Alegre: Globo, 1965. Possui dedicatória 1 / NETO, J. e lendas do sul. 3. 175 p. (Coleção Catavento). assinada por 000133 Simões. ed. Lourdes e Sebastião Campos. LOPES Contos gauchescos Porto Alegre: Globo, 1961. Ausente. 1/ Edição crítica com NETO, J. e lendas do sul. 2. 438 p. (Coleção Província). 000176 introdução, Simões. ed. variantes, notas e glossário por Aurélio Buarque de Hollanda. 299 300 Localização (CDU e Cutter) 32 / L864g 82-1 / L925 291 / L938j 82-31 / L948 82-1 / L979p 82-32 / L979 Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) LOPES, Moacir A grande opção. Rio de Janeiro: [s.n.], 1966. Ausente. 1/ Palestra de Araújo. 20 p. 000805 pronunciada no Estado-Maior das Forças Armadas. Publicada na Revista Militar Brasileira, n. 2 – abr. a jun. de 1966 - volume LXXX ano LII. LUCENA, Leve... como um [S.l]: [s.n.], [198-]. 10 p. Possui dedicatória 1 / Luiz. beijo. assinada pelo autor. 000618 LÚCIO, Neio. Jesus no lar. 3. Rio de Janeiro: Federação Ausente. 1/ Psicografado por ed. Espírita Brasileira, 1958. 000836 Francisco Cândido 161 p. Xavier. LUDWIG,Emil. Othello. São Paulo: José Olympio, Ausente. 1/ 1949. 341 p. (Coleção fogos 000012 Cruzados). LUZ, Isaú Pingos d'agua. [Brasília]: [s.n.], 1981. 50 p. Possui dedicatória 1 / Coelho. 2. ed. assinada pelo autor. 000194 LUZ, Isaú Orvalho de sol. [S.l.]: [s.n.], 19--. 60 p. Possui dedicatória 1 / Coelho. assinada. 000254 Localização (CDU e Cutter) 82-9 / L979r Autor LUZ, Sebastião do Prado. 82-31 / M141m MACEDO, Joaquim Manuel de. 82-1 / M141f MACEDO, Jonatra Álvaro. 82-31 / M141b MACEDO, Lino de. Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Roteiro iluminado. [S.l.]: [s.n.], 197-. 80 p. A moreninha. [São Paulo]: Ática, [19--]. 118 p. (Série Bom Livro). Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Possui dedicatória 1 / assinada pelo autor. 000425 Livro sem folha de 1 / rosto. 000246 Fragmentos de um Brasília: Horizonte, [19--]. Possui dedicatória 1 / poeta. 119 p. assinada pelo autor. 000310 A bandeira: estudo Lisboa: Companhia Editora psychologico Nacional, 1897. 494 p. d'uma desequilibrada. 82-31 / M149m MACHADO, Mana Maria. Antônio de Alcantara. 82-31 / M149p MACHADO, Passos perdidos: Dionelio. romance. Rio de Janeiro: José Olympio, 1936. 208 p. Possui carimbo do 1 / Gabinete Literário 000804 Goyano (set 10 1921). Capa solta. Livro incompleto. Capa solta. 1/ 000370 São Paulo: Livraria Martins, Ausente. [19--]. 295 p. 1/ 000380 301 302 Localização (CDU e Cutter) 82-9 / M149e 82-9 / M149b 82-9 / M149e 82-1 / M152t 82-1 / M152j 82-1 / M152m Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) MACHADO, Emoções da vida. Anapólis: [s.n.], 1979?. Possui dedicatória 1 / João Batista. 367 p. assinada pelo autor. 000167 MACHADO, O burrinho do Goiânia: UFG, 1983. 102 p. Possui dedicatória 1 / Marietta presépio. assinada pela 000208 Telles. autora. MACHADO, Encontro com Goiânia: Oriente, 1976. Possui marcador de 1 / Marietta Romãozinho. 86 p. página. 000320 Telles. MACIEL, Tempo de São Paulo: [s.n.], 1971. 85 p. Possui dedicatória 1 / Marília Saudade. 3. ed. assinada pela 000202 Fairbanks. autora. Capa solta. MACIEL, Janela acesa. 3. ed. São Paulo: Cupolo, 1973. Possui dedicatória 1 / Marília 107 p. assinada pela autora 000259 Fairbanks. (7-8-75). Folhas soltas. MACIEL, Momento sem São Paulo: Cupolo, 1972. Possui dedicatória 1 / Marília tempo. 143 p. assinada pela 000736 Fairbanks. autora. Localização (CDU e Cutter) 82-1 / M152e 32 / M188g 9 / M188 82-9 / M198s Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) MACIEL, Esperança em [S.l]: [s.n.], 1984. 40 p. Possui dedicatória Sueli. redor. assinada pela autora. Contém marcador de página. MAGALHÃES Getúlio: o São Paulo: Melhoramentos, Possui dedicatória JÚNIOR, R. julgamento da 1976. 167 p. (Pró e Contra). assinada por Paula história. (Go/20/08/79). MAGALHÃES, Osório: síntese de Rio de Janeiro: Biblioteca Encontrou-se João Baptista. seu perfil do Exército, 1978. 333 p. recorte de jornal histórico. (coleção General Benício, com matéria 158). intitulada "Cora coralina participa da feira de artesanato" (Goiânia, 29/07/78). MAGNO, Sítio do anjo Goiânia: Oriente, 1972. 132 Ausente. Paschoal cego: contos. p. Carlos. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1/ 000710 1/ 000776 1/ 000405 Prefácio de Pedro Calmon. 1/ 000422 303 304 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) 82-1 / M236t MALAGONI, Tardes do nada. [Goiânia]: [s.n.], [196?]. 131 Possui correções 1 / Edir Guerra. p. ortográficas 000199 manuscritas. 82-31 / M333c MARIANI, A cicatriz do Brasília: [s.n.], 1981. 101 p. Possui dedicatória 1 / Alberto. silêncio. assinada pelo autor 000061 na folha de rosto. 82-1 / M388c MARINHO, Cantos de terra. 2. [S.l]: [s.n.], 1983. 58 p. Possui dedicatória 1 / Emmanoel. Ed. assinada pelo autor 000065 na folha de rosto. 82-1 / M338j MARINHO, Jardim das Dourados, MS: [s.n.], 1983. Possui dedicatória 1 / Emmanoel. violetas. [76]. assinada pelo autor. 000108 Folhas soltas. 82-1 / M357c MARQUES, Canto das águas. Brasília: [s.n.], 1984. [76] p. Possui dedicatória 1 / Cezar assinada pelo autor. 000144 Domingos. 82-1 / M357d MARQUES, A dançarina e o Brasília: Civilização Possui dedicatória 1 / Oswaldino. horizonte. brasileira, 1977. 110 p. assinada pelo autor. 000334 (Coleção Vera Cruz, 255). Marcas a caneta de correção ortográfica (p. 35). Localização (CDU e Cutter) Autor Título 82-9 / M357t MARQUES, Xavier. 82-9 / M385j MARTINELLI, João d' Abreu: Goiânia: Unigraf, 1983. Maria sua vida, sua 380 p. Cavalcante [et obra. al.]. MARTINELLO Os anjos mascam [S.l]: [s.n.], 1983. [92]. , Luiz Vitor. chiclete: contradições burlescas de um interiorano entre um sino de igreja e as tentações feéricas dos shopping-centers. MARTINEZ, Amor, humor e Rio de Janeiro: Gráfica Sebastião. braza. Olímpica, 1969. 138 p. 82-1 / M385a 82-1 / M385a 82-1 / M386p MARTINS, Bosco. Terras mortas. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Rio de Janeiro: José Olympio, 1936. 186 p. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Capa solta. 1/ Milagres - A vila 000374 morta - A sombra do malfeitor. Ausente. 1/ 000281 Possui dedicatória 1 / assinada pelo autor 000060 na folha de rosto. Possui cidade e data manuscritos (Goiás, 11/8/70). Poeta moderno: Ribeirão Preto: Ellos, 1977. Possui dedicatória (poemas). 110 p. assinada pelo autor 1/ 000386 1/ 000095 305 306 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) 82-1 / M386p MARTINS, Poeta moderno: Ribeirão Preto: Ellos, 1977. Ausente. 2/ Bosco. (poemas). 110 p. 000712 82-1 / M386a MARTINS, Antologia cigana e [Jaboticabal]: Dom Bosco, Possui dedicatória 1 / Bosco. novos poemas. 197-. 106 p. assinada por João 000249 Bosco (24/7/84). 82-1 / M379e MARTINS, Eu! Poeta?. [S.l.]: Ellos, 1977. 74 p. Possui dedicatória 1 / Bosco. assinada pelo autor. 000190 82-1 / M379e MARTINS, Eu! Poeta?. [S.l.]: Ellos, 1977. 74 p. Ausente. 2/ Bosco. 000397 82-31 / M393r MARYAN, Rosalina. [S.l.]: [s.n.], [19--?]. 256 p. Sem folha de rosto. 1 / M. Com expressivas 000886 marcas de deterioração causada pela enchente. 82-1 / M395f MASCAREN Folhas partidas. Brasília: [s.n.], 1980. 31 p. Possui dedicatória 1 / HAS, assinada pelo autor. 000311 Alexandre. 82-9 / M395c MASCARO, Contornos. Uberlândia: [s.n.], 1984. Ausente. 1/ Possui conto Ubirajara. 37 p. 000131 intitulado Cora Coralina. Localização (CDU e Cutter) Autor Título 821.134.2(82) / MASTRANG 25 cuentos M423v ELO, Carlos. argentinos magistrales: historia y evolución comentada del cuento argentino. 82.09 / M433i MATOS, Imagens do Campos. Portugal Queirosiano. 82-9 / M433v 65 / M433d Imprenta (local, editora, data, volume, edição Buenos Aires: Plus Ultra, 1975. 334 p. Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Possui marcador de página e algumas palavras sublinhadas a caneta. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1/ 000693 Lisboa: Terra Livre, 1976. Possui mensagem 1 / 48,[102] p. (Portugal ontem, de Cora Coralina 000818 Portugal hoje). sobre o autor e dedicatórias assinadas pelos netos da poetisa. MATOS, Várias estórias Brasília: Senado Federal, Possui dedicatória 1 / Edísio Gomes com pé e cabeça. 1977. 109 p. (Coleção assinada pelo autor. 000307 de. Machado de Assis, 4). MATOS, Desburocratização. Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. 1/ Francisco do Exército, 1979. 174 p. 000328 Gomes de. (Coleção General Benício, 174). 307 308 Localização (CDU e Cutter) 6 / M444p Autor MATTOS, Amaral de. Título Problemática da patologia da criança maranhense. 929 / M444m MATTOS, O Marechal Carlos de Mascarenhas de Meira. Moraes e sua época: volume II. 929 / M444m MATTOS, O Marechal Carlos de Mascarenhas de Moraes e sua Meira. época: volume I. 9 / M444c MATTOS, Corografia Raymundo José histórica da da Cunha. província de Goiás. 82-31 / M452r MAUPASSAN Romance de uma T, Guy de. mulher. 1 / M468r MAYER, Leide Reflexão sobre Diogenes. tipos e arquétipos do homem. Imprenta (local, editora, data, volume, edição [S.l.]: [s.n.], 1975. [22]. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Possui dedicatória 1 / assinada. 000225 Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. do Exército, 1983. 321 p. (Coleção General Benício, 212). Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. do Exército, 1983. 204 p. (Coleção General Benício, 211). Goiânia: Líder, 1979. 185 p. Folhas soltas. São Paulo: Clube do Livro, 1944. 216 p. Brasília: Horizonte, 1984. 107 p. 1/ 000590 1/ 000591 1/ 000826 Lombada 1/ desgastada. 000543 Possui dedicatória 1 / assinada pela autora 000728 (7-11-84). Localização (CDU e Cutter) 82-1 / M488i Autor MEDEIROS JUNIOR, Elias. 82-1 / M488p MEDEIROS JÚNIOR, Elias. 17 / M488e MEDEIROS, Umberto Augusto de. 32 / M489v MÉDICI, Emílio Garrastazu. 32 / M489n MÉDICI, Emílio Garrastazu. 32 / M489j MÉDICI, Emílio Garrastazu. 82-31 / M499b MÉIA, Felicidade. Título Instantâneo. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Brasília: [s.n.], 1983. [48] p. Possui dedicatória 1 / assinada pelo autor. 000533 Pedaços de mim. Brasília: Numas de Ler, 2. ed. 1983. 70 p. Educação moral e Goiânia: Cultura Goiana, cívica. 1975. 139 p. Possui dedicatória 1 / assinada pelo autor 000091 na primeira folha. Ausente. 1/ 000154 A verdadeira paz. [Brasília]: [s.n.], 1971. 205 p. Ausente. 1/ 000285 Nova consciência [Brasília]: Imprensa de Brasil. Nacional, 1970. 112 p. Ausente. 1/ 000368 O jogo da verdade. [S.l.]: Imprensa Nacional, 2. ed. 1970. 110 p. Ausente. 1/ 000401 O banco de jardim. Vitória, ES: [s.n.], 1983. 165 p. Possui dedicatória 1 / assinada pela 000206 autora. A biblioteca possui o v.2. 309 310 Localização (CDU e Cutter) 82-1 / M514a 82-5 / M499 82-1 / M499p 82-1 / M527e 82-1 / M527e Autor Título Imprenta (local, Particularidade editora, data, volume, (anotações, marcas de edição leituras, observações) MEIRA, Antologia poética: Rio de Janeiro: Editora Possui dedicatória Silvio. novos e velhos Gráfica Luna, 1975. 135 assinada na folha de cantos, áurea lira, p. rosto. som das cores, versões tedescas (dos originais alemães). MEIRELES, Evangelino Luziânia, GO: [s.n.], Folhas soltas. Texto José Meireles: vida e 1972. 53 p. incompleto. Dilermando obra. (Org.). MEIRELLES, Prelúdio. Anna Célia de Faria. MELLO, Estatutos do Thiago de. homem. 2. ed. MELLO, Thiago de. Estatutos do homem. 3. ed. [S.l.]: [s.n.], [19--]. 140 Possui dedicatória p. assinada por Glória Faria. São Paulo: Martins Possui dedicatória Fontes, 1978. [20]. assinada por Salma (28/03/79). São Paulo: Martins Possui dedicatória Fontes, 1978. [20]. assinada por Zemir (4/7/82). Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1/ 000055 1/ 000909 1/ 000279 1/ 000116 1/ 000117 Conferencistas: Gelmires reis, Baltazar dos Reis, Joaquim Gilberto, Benedicto de Araújo Melo. Localização (CDU e Cutter) Imprenta (local, editora, data, volume, edição MELLO, Horóscopo para os São Paulo: Martins Thiago de. que estão vivos. 2. Fontes, 1984. [38] p. ed. MELO, Lua pelo corpo. Goiânia: UCG, 1984. Augusta Faro 127 p. Fleury de. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, marcas de e tombo leituras, observações) Ausente. 1/ 000752 Possui dedicatória assinada pela autora. 1/ 000318 82-1 M528l MELO, Lua pelo corpo. Augusta Faro Fleury de. Ausente. 2/ 000332 82-1 / M528m MELO, Augusta Faro Fleury de. MELO, Moacir Lázaro. 82-1 / M527h 82-1 M528l 9 / M528h Autor Título Goiânia: UCG, 1984. 127 p. 1/ 000466 1/ 000706 311 Mora em mim uma [Goiânia]: Cerne, 1982. Possui dedicatória canção-menina. 102 p. assinada pela autora. Capa solta. A história de Goiânia: O Popular, Contém anotação de Goianésia. 1980. 271 p. endereço de Ondina Bastos Albernaz (manuscrito por Cora Coralina). Possui dedicatória assinada pelo autor (Goianésia, junho de 1981). Livro aprovado pelo conselho Estadual de cultura do Estado de Goiás (1983). Livro aprovado pelo conselho Estadual de cultura do Estado de Goiás (1983). 312 Localização (CDU e Cutter) 82-9 / M528g 793 / M538e 9 / M542b 91 / M582b Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) MELO, Geórgicas: estórias Goiânia: Oriente, 1974. Possui marcador de 1 / William Agel da terra. 174 p. texto entre as 000126 de. páginas 152-153. MENDES, O encantado ballet Anápolis: [s.n.], 1978. 72 p. Possui dedicatória 1 / Tauny. Bolshoi. assinada pelo autor. 000612 MENEZES, A briga de Pedro: Goiânia: Unigraf, 1982. Possui dedicatória 1 / Descobrimento do Ribeiro de. ou a fascinante 67 p. assinada pelo autor. 000215 Brasil para viagem com Pero crianças e Vaz. estudantes com todos os fatos verdadeiros. MESQUITA, Brasil: viagem ao São Paulo: Martins, 1974. Possui dedicatória 1 / Série de Alfredo. norte e nordeste. 287 p. assinada pelo autor. 000209 reportagens publicadas no Suplemento de Turismo do jornal O Estado de São Paulo de 12/12/1972 a 10/6/1973. Localização (CDU e Cutter) 82-9 / M654 159 / M671q 929 / M672h Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) MILLIET, Obras de Guy de São Paulo: Martins, [19-- Possui assinatura de 1 / Vários contos. Sérgio (Org.). Maupassant. ]. 198 p. (Obras de Guy Goiany Cornelio 000894 de Maupassant, 8). Brom. Sem capa. MIRA Y Quatro gigantes da Rio de Janeiro: José Assinatura de 1/ Tradução revista e LOPES, alma: o medo, a Olympio, 1955. 312 p. Zacarias. Sem capa. 000823 prefaciada por Emilio. ira, o amor, o Claudio de Araujo dever. 3. ed. Lima. MIRANDA, História de Pedro Goiânia: Oriente, 1973. Possui dedicatória de 1 / Anna Britto. Afonso. 134 p. Taylor Oriente "À 000716 poetisa Cora Coralina na certeza de um dia me tornar seu editor" (Goiânia, 10 janeiro 74). Contém marcador de página e folhetos de propaganda política. 313 314 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade data, volume, edição (anotações, marcas de leituras, observações) 82.09 / M714c MOISÉS, A criação literária: São Paulo: Possui dedicatória Massaud. introdução à Melhoramentos, 1967. assinada por Clovis problemática da 332 p. Roberto Capalbo em literatura. nome da Livraria Acadêmica como lembrança da passagem de Cora Coralina por Jaboticabal. 133 / M722a MOLINERO, Aulas secretas de São Paulo: Dois Amigos, Ausente. Professor. um guru: técnicas 1968. 253 p. de iniciação oriente-ocidente no método CheláYoga. 7 / M741r MONDIN, Recado a Flávia. Brasília: Senado Federal, Possui dedicatória Guido. 1976. 75 p. assinada pelo autor. 9 / M744g MONIZ, A guerra social de Rio de Janeiro: Possui dedicatória Edmundo. Canudos. Civilização brasileira, assinada por Moema, 1978. 282 p. Ecildo, B. de Paiva e Helena (26.11.78). Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1/ 000366 1/ 000229 1/ 000910 1/ 000507 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 9 / M758h MONTAGU, O homem que Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. 1/ Tradução do Cel Ewen. nunca existiu. do Exército, 1978. 171 p. 000324 Alvaro Galvão. (Coleção General Benício, 164). 82.09 / M776c MONTELLO, Caminho da fonte: Rio de Janeiro: Instituto Ausente. 1/ Josué. estudos de Nacional do Livro, 1959. 000032 literatura. 398 p. (Biblioteca de Divulgação Cultural, AXXIV). 929 / M787m MONTGOME Memórias do Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. 1/ Tradução Luiz RY of Marechal do Exército, 1976. 284 p. 000174 Paulo Macedo Montgomery : Carvalho. Alamein, Bernard Law tomo I. Montogomery. 929 / M787m MONTGOME Memórias do Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. 1/ Tradução Newton RY of Marechal do Exército, 1976. 328 p. 000519 Corrêa de Andrade Alamein, Montgomery : (Coleção General Benício, Mello. Bernard Law tomo II. 143). Montogomery. 315 316 Localização (CDU e Cutter) 82-31 / M817j 9 / M827f 9 / M827i 82-1 / M827c 82-1 / M827c Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) MOOG, Uma jangada para Porto Alegre: Globo, 1959. Possui na primeira 1 / Vianna. Ulisses. 282 p. página assinatura de 000213 Ilhydia Maria Perillo Caiado dez. 1959 Lembrança de Leonina. MORAES, Figuras e ciclos da Rio de Janeiro: Globo, Ausente. 1/ Carlos Dante história Rio1959. 229 p. (coleção 000879 de. Grandense. Província). MORAES, A igreja e o São Paulo: [s.n.], 1979. Possui dedicatória 1 / Geraldo Dutra colégio dos 152 p. assinada por 000459 de. Jesuítas de São Joaquim Rodrigues Paulo. Vieira Marques (S. Paulo 2-9-84). MORAES, Catarse: [livro de Goiânia: [s.n.], [198?]. Possui dedicatória 1 / Lourdes Maria sonetos]. 54 p. assinada pela autora. 000170 Frazão de. MORAES, Cantos encantos. Pinheiros, SP: João Possui dedicatória 1 / Raul de. Scortecci, 1984. 39 p. assinada pelo autor. 000572 Localização (CDU e Cutter) 8 / M827n Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) MORAIS, A nossa língua: São Paulo: [s.n.], 19--. 208 Possui assinatura de 1 / Bento Bueno programa de p. (Coleção Didática Florisbela Cunha e 000831 de. português para a 1ª Nacional). Cruz Brom. e 2ª série do curso ginasial. 82-31 / M838i MOREIRA FILHO, Juarez. Infância e Goiânia: Oriente, 1980. 97 Possui dedicatória 1 / travessuras de um p. assinada pelo autor. 000530 sertanejo. 82-9 / M845d MOREYRA, O dia nos olhos. Álvaro. Rio de Janeiro: Lux, [1955]. Possui assinatura de 1 / 240 p. Eduardo Torres de 000082 Freitas na primeira folha. Capa solta. 317 318 Localização (CDU e Cutter) 82-9 / M921j 9 / M921m 82-9 / M929n Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) MOTT, Odette Justino, o retirante. São Paulo: Brasiliense, Possui dedicatória 1 / Prêmio Monteiro de Barros. 19. ed. 1982. [96] p. (Jovens do assinada pela autora. 000295 Lobato Mundo Todo). Academia Brasileira de Letras; 3º Prêmio Concurso Lion Editora do Brasil; Menção Honrosa do Prêmio Hans Andersen da International Board of Books for Young People; MOTTA, Mapa da província Goiânia: [s.n.], 1971. Ausente. 1/ Hélcio José de Goyaz: limites, [20] p. 000450 da. povoações, caminhos 1750. MOURA, Notícias da terra. São Paulo: Edições Ausente. 1/ Antonio José Símbolo, 1978. 91 p. 000671 de. Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 82-9 / M929n MOURA, Notícias da terra. São Paulo: Edições Possui dedicatória 2/ Antonio José Símbolo, 1978. 91 p. assinada pelo autor 000749 de. (10/11/79). 82-1 / M929p MOURA, Poemas errantes. Goiânia: [s.n.], 1972. Ausente. 1/ Jorge; 107 p. 000665 TAVARES, Pedro. 82-31 / M929c MOURA, Conflitos de Goiânia: Cultura Goiana, Ausente. 1/ Mariza Helena gerações. 1975. 103 p. 000428 de Mendonça. 821.134.3 / MOURÃO- Portugal a terra e o [Lisboa]: Fundação Ausente. 1/ M929p FERREIRA, homem: antologias Calouste Gulbenkian, 000265 David (Org.). de textos de 1979. 400 p. escritores do século XX, II volume,1. série. 821.134.3 / MOURÃO- Portugal a terra e o [Lisboa]: Fundação No exemplar n.2 2/ M929p FERREIRA, homem: antologias Calouste Gulbenkian, encontrou-se uma nota 000545 David (Org.). de textos de 1979. 400 p. de R$5 cruzeiros. escritores do século XX, II volume,1. série 319 320 Localização (CDU e Cutter) 821.134.3 / M929p 821.134.3 / M929p 82-1 / M966c 82-1 / M966t 82-1 / N244g Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade data, volume, edição (anotações, marcas de leituras, observações) MOURÃO- Portugal a terra e o [Lisboa]: Fundação Ausente. FERREIRA, homem: antologias Calouste Gulbenkian, David; de textos de 1981. 508 p. SEIXO, Maria escritores do Alzira (Orgs.). século XX, II volume,3. série. MOURÃO- Portugal a terra e o [Lisboa]: Fundação Ausente. FERREIRA, homem: antologias Calouste Gulbenkian, David; de textos de 1981. 508 p. SEIXO, Maria escritores do Alzira (Orgs.). século XX, II volume,3. série. MUNIZ, Ciro Construção do Goiânia: UFG, 1967. Possui dedicatória Palmerston. recado. 75 p. assinada pelo autor. MUNIZ, Ciro Tempo maior. [S.l.]: [s.n.], [19--]. 96 p. Ausente. Palmerston. NASCENTE, Os gatos. Goiânia: [s.n.], 1966. 75 Possui dedicatória Gabriel José. p. assinada pelo autor (28/1/67). Contém recorte de jornal com poema de Batista Custódia Santos. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1/ 000261 2/ 000797 1/ 000101 1/ 000182 1/ 000527 Localização (CDU e Cutter) 82-1 / N244c 82-1 / N244m 82-1 / N244p 82-1 / N244p 2 / N244p Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidad Exemplar e Nota de conteúdo data, volume, edição e (anotações, tombo marcas de leituras, observações) NASCENTE, Colheita: a voz dos Goiânia: Unigraf, 1979. Possui 1 / 000175 Gabriel. inéditos. 382 p. dedicatória assinada por Maria Guilhermina (15-11-79). NASCENTE, Menestrel de rua: Goiânia: Oriente, 1976. Possui 1 / 000587 Gabriel. poemas. 63 p. dedicatória assinada pelo autor (Goiás, 2/12/78). NASCENTE, Os passageiros. Goiânia: Cultura Goiana, Capa solta. 1 / 000680 Gabriel. 1975. 76 p. NASCENTE, Pastoral. Goiânia: Oriente, 1980. Possui 1 / 000746 Gabriel. 110 p. dedicatória assinada pelo autor. NASCIMENO Para você Governador Valadares: Possui 1 / 000733 , Manoel melhorar na vida. DID-FPF, 198-. 53 p. dedicatória Alves do. assinada pelo autor. 321 322 Localização (CDU e Cutter) 78 / N244 2 / N272r 82-9 / N316b 82-1 / N417c Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) NASCIMENTO, Orientação Goiânia: [s.n.], 1970. 52 p. Ausente. 1 / 000255 Tese apresentada Dalva Albernaz metodológica da para concurso à do. percepção docência livre da musical. disciplina de Teoria Musical e Solfejo do Conservatória de Música da Universidade Federal de Goiás. NATALI, Marco. Receitas para Campos do Jordão: DIO, Folhas soltas. 1 / 000014 perceber. 1982. 63 p. NAVA, Pedro. Baú de ossos. Rio de Janeiro: Sabiá, 1972. Possui marcas de 1 / 000470 393 p. dobradura nas orelhas de algumas páginas. NEJAR, Carlos. Casa dos Porto Alegre: Globo, 1973. Possui dedicatória 1 / 000107 arreios. 103 p. assinada pelo autor. Localização (CDU e Cutter) 821.134.3 / M929p 82-9 / N454c 82-1 / N454m 82-9 / N642r Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) NEMÉSIO, Portugal a terra e o [Lisboa]: Fundação Calouste Ausente. 1 / 000555 Com a presente Vitorino homem: antologias Gulbenkian, 1978. 288 p. edição associa-se a (Org.). de textos de Fundação Calouste escritores dos Gulbenkian às séculos XIX-XX . comemorações do dia de Portugal, de Camões e das Comunidades portuguesas. NERUDA, Confesso que vivi: São Paulo: Difel, 1979. 358 Possui dedicatória 1 / 000166 Tradução de Olga Pablo. memórias. 7. ed. p. assinada por Savary. Nepomuceno (15.04.79). Capa solta colada com fita crepe. NERUDA, El mar y las Buenos Aires: Losada, 1974. Capa solta. 1 / 000201 Pablo. campanas. 2. ed. 108 p. NICOLELIS, Rumo à liberdade. São Paulo: Moderna, 1983. Possui dedicatória 1 / 000188 Giselda 4. ed. 49 p. assinada pela Laporta. autora. 323 324 Localização (CDU e Cutter) 32 / N754a 82-1 / N778p 9 / N778p 82-91 / N832b 82-3 / O46 Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) NOBRE, Anistia para o Brasília: Câmara dos Possui dedicatória 1 / 000634 Discursos Freitas. legislativo: deputados, 1984. 166 p. endereçada à pronunciados pelo discursos como (Separatas de discursos, Maria Luisa. Deputado Freitas líder da oposição. pareceres e projetos, 136). Nobre como lider do MDB e do PMDB e Projetos de Lei de sua autoria. NOGUEIRA, Palavras ao vento. Goiânia: O Popular, 1981. Possui dedicatória 1 / 000196 Arnaldo. [110] p. assinada pelo autor. NOGUEIRA, Pires do Rio: Goiânia: Roriz, 1977. 128 p. Possui dedicatória 1 / 000210 Wilson marco da história assinada. Cavalcanti. de Goiás. NORDESTINO O bode Mundo Novo, BA: [s.n.], Ausente. 1 / 000857 , Franklin subversivo que 1979. 13 p. Maxado. deu no diabo. OLINTO, Longe, no Rio de Janeiro: Pongetti, Ausente. 1 / 000675 Jorge. passado...: poesia 1970. 111 p. e prosa. Localização (CDU e Cutter) 9 / O48c 82-9 / O48c 9 / O48e 82-1 / O48c 82-31 / O48f 82-1 / O48e 82-1 / O48p Autor Título OLIVEIRA, Antônio Augusto Pires de. OLIVEIRA, Antônio Baptista de. OLIVEIRA, Fausto Pires de. OLIVEIRA, H. Maia de. O capitão da Serra Negra: relatos de Gonçalo Moreira Lima. Contos e mistérios: contos. OLIVEIRA, Isócrates. OLIVEIRA, Lólio L. de. OLIVEIRA, Lólio L. de. Imprenta (local, editora, data, volume, edição São Paulo: Martins, 1982. 249 p. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Possui dedicatória 1 / 000068 assinada pelo autor na folha de rosto. Goiânia: Cultura Goiana, 1980. 105 p. Possui dedicatória 1 / 000109 assinada pelo autor. Elementos para a São Simão, SP: [s.n.], 1975. Possui assinatura 1 / 000400 história de São 394 p. do autor. Simão. Cântaro partido. São Paulo: [s.n.], 1969. 129 Possui dedicatória 1 / 000446 p. com assinatura ilegível (11.4.82). Frederico e o Goiânia: UFG, 1983. 269 p. Ausente. 1 / 000626 mundo real. Exumação: São Paulo: Cortez-Paubrasil, Possui dedicatória 1 / 000416 poemas. 1981. 87 p. assinada pelo autor. Poemas. São Paulo: [s.n.], 1950. 39 p. Possui dedicatória 1 / 000438 assinada pelo autor (mar/81). 325 326 Localização (CDU e Cutter) 82-9 / O48j 82-1 / O48p 82.09 / O48c 82.09 / O48c Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) OLIVEIRA, Jogo de sombras. São Paulo: Vanguarda, Possui dedicatória 1 / 000540 Lólio 1978. 85 p. assinada pelo Lourenço de. autor. OLIVEIRA, Palavras soltas. [S.l.]: [s.n.], 1982. 25 p. Possui dedicatória 1 / 000785 Pedro Alberto. assinada pelo autor (11.03.84). OLIVEIRA, Cartas chilenas: São Paulo: Referência, 1972. Possui dedicatória 1 / 000884 Tarquínio J. B. fontes textuais. 329 p. assinada pelo autor de. (S. Paulo 31-7-72), marcações a caneta em alguns parágrafos e anotações de nomes e endereços de José Geraldo Vergueiro e Luiz Otávio Soares. OLIVEIRA, Cartas chilenas: São Paulo: Referência, 1972. Possui dedicatória 2 / 000885 Tarquínio J. B. fontes textuais. 329 p. assinada pelo autor de. (Goiás 19-09-73). Localização (CDU e Cutter) 9 / O48 55 / O48 82-1 / O54a 82-1 / O54f 82-9 / O69t 82-9 / O77v Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Rio de Janeiro: Berlendis & Ausente. 1 / 000913 Vertecchia Editores LTDA, 1980. 168 p. Ouro Preto: [s.n.], 1976. 54 Ausente. 1 / 000274 p. OLIVEIRA, Ouro Preto e Tarquínio J. B. Mariana. de. OLIVEIRA, Ouro nas Minas Tarquínio J. B. Gerais. de; LANARI, Cássio. OMÁ, Emir. Aquarelas goianas. Goiânia: [s.n.], 1970. [70] p. Possui dedicatória assinada por Euler de Amorim. OMÁ, Emir. Flor de abril: [S.l]: [s.n.], 1971. 90 p. Possui dedicatória poesias. assinada pelo autor. ORICO, Tres cuentos del Madrid: [s.n.], 1946. 76 p. Expressivas Osvaldo. mar. marcas de deterioração causada pela enchente. ORTÊNCIO, Vão dos angicos. Rio de Janeiro: José Possui dedicatória Bariani. Olympio, 1969. 214 p. assinada pelo autor. 1 / 000496 1 / 000691 1 / 000918 Texto em espanhol. 1 / 000284 327 328 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição 641 / O77c ORTÊNCIO, A cozinha goiana: Goiânia: Oriente, 1980. Waldomiro estudo 396 p. Bariani. receituário. 37 / O82c O'SHEA, M. Como educar meu São Paulo: José Olympio, V. filho. 6. ed. 1955. 371 p. 82-9 / O87g OTERO, Léo Gente de rancho: São Paulo: [s.n.], 1954. Godoy. contos goianos. 146 p. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Possui algumas 1 / 000062 Edição revista e anotações a lápis aumentada. sinalizando o Contém 500 número das receitas. receitas que foram doadas ao autor por Cora Coralina.; apresenta contorno nos números de algumas receitas. Capa solta. 1 / 000384 Assinatura ilegível na folha de rosto. Livro com 1 / 000828 Bolsa de expressivas marcas publicações Hugo de deterioração de Carvalho causada pela Ramos. enchente. Localização (CDU e Cutter) Autor 82-1 / P114j PACCA, Dinorah. 82-1 / P116m PACHECO, Eudes. 82-1 / P116m PACHECO, Eudes. 82-3 / P116r PACHECO, Altamiro de Moura. Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Jardim do sonho: Goiânia: Oriente, 1973. Possui dedicatória 1 / 000494 Obras completas versos. 2. ed. 256 p. assinada por de Dinorah Pacca. Marlene de Mendonça Ferreira (filha da autora) 23/4/73. Marcas: poemas. [S.l.]: [s.n.], 1977. 64 p. Possui dedicatória 1 / 000391 endereçada a Marlene com assinatura ilegível. Marcas: poemas. [S.l.]: [s.n.], 1977. 64 p. Possui dedicatória 2 / 000392 endereçada a Brasilete e assinada por Ticiana. Rochedo e [S.l]: Ebrasa, 1968. 165 p. Possui dedicatória 1 / 000379 ferrôlho: conto assinada pelo autor. crônica e novelas. Pequenas anotações manuscritas a caneta e algumas correções ortográficas. 329 330 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição 82-1 / P149t PAIVA, Stela Temporã: poesia. Brasília: Itamarati, 1980. Maris Rezende. 97 p. 9 / P153g PALACIN, Luiz. 9 / P153g 80 / P189q 31 / P192e Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Possui dedicatória assinada pela autora (Brasília, 30/10/84). Possui marcador de papel na página 61 e em algumas páginas marcas de leitura a lápis. Ausente. Goiás 1722-1822: Goiânia: Oriente, 1972. estrutura e 177 p. conjuntura numa capitania de Minas. PALACIN, Goiás 1722-1822: Goiânia: Oriente, 1972. Luiz. estrutura e 177 p. conjuntura numa capitania de Minas. PÂNDU, Que nome darei Rio de Janeiro: Tecnoprint, Possui dedicatória Pandiá; ao meu filho?. 1977. 290 p. com assinatura PÂNDU, Ana. ilegível. PANIAGO, Estudos sociais: São Paulo: Do Brasil, Possui dedicatória Elia; GOMES, primeiro ano [198?]. 125 p. assinada pela Layse de primário. 2. ed. autora. Campos Moreira. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000566 Prêmio Fernando Chinaglia de 1979 1 / 000300 2 / 000301 1 / 000689 1 / 000153 Localização (CDU e Cutter) 39 / P192v 82-9 / P223 82-8 / P223 82-31 / P291d 9 / P322g 82-31 / P436f Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) PANIAGO, Viçosa Viçosa: UFV, 1977. 154 p. Possui dedicatória 1 / 000339 Maria do Tradições e assinada por Caio Carmo Tafuri. folclore. Jardim. PARANHOS, Obras completas. Goiânia: Cerne, 1972. 432 p. Ausente. 1 / 000173 Ricardo. PARANHOS, Obras completas Goiânia: Cerne, 1972. 432 p. Ausente. 1 / 000382 Ricardo. de Ricardo Paranhos. PASTERNAK, O doutor Jivago. Belo Horizonte: Itatiaia, Possui dedicatória 1 / 000801 Tradução de Oscar Boris. 1958. 565 p. endereçada a Mendes e Milton Vasco e assinada Amado. por Maria. PATTON JR, A guerra que eu Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. 1 / 000298 Tradução de Cel George S. vi. do Exército, 1979. 350 p. Álvaro Galvão. (Coleção General Benício, 168). PEREIRA, Fio de prumo. Rio de Janeiro: José Possui dedicatória 1 / 000705 Antônio Olavo. Olympio, 1965. 247 p. assinada pelo autor (Castro Alves, janeiro, 23, 1968). 331 332 Localização (CDU e Cutter) 34 / P436j 82-1 / P475e 82-1 / P475p Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) PEREIRA, Juízes brasileiros Rio de Janeiro: José Possui dedicatória 1 / 000228 Osny Duarte. atrás da cortina de Konfino, 1952. 515 p. assinada. Sem ferro. 2. ed. capa. PESSOA, O eu profundo e os Rio de Janeiro: Nova Possui dedicatória 1 / 000313 Fernando. outros eus: seleção Fronteira, 1980. 280 p. assinada por poética. 10. ed. (Coleção Poesis). Carlos Eduardo, Lucia, Valéria, Juliana e Mariana. Batatais 19/06/82. PESSOA, Poesias: de Álvaro Lisboa: Edições Ática, 197-. Possui dedicatória 1 / 000396 Fernando. de Campos. 337 p. (Coleção Poesias assinada por José Obras completas de Nepomuceno Filho Fernando Pessoa, 2). (29. dez. 77). Na dedicatória há uma justificativa da escolha do livro de Pessoa em substituição do livro poema-vida de Neruda. Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição 9 / P643c PILO, Conceição. Cultos e tradições [S.l.]: Grafenge, 1980. de conceição do [148] p. mato dentro. 82-31 / P644t PIMENTA NETTO. Tio Omega. 2 / P644m PIMENTEL, Cornélio. Mensagens de fé [S.l]: Tiprogresso, 1982. e de otimismo. 2. 95 p. ed. 35 / P644e PIMENTEL, Episódios Joaquim S. de militares. Azevedo. 82-31 / P644t PIMENTEL, Sidiney. 82-9 / P657t Terra molhada. Goiânia: O Popular, 197-. 111 p. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1978. 184 p. (coleção General Benício, 162). Anápolis: Safady, 1974. [246] p. Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Possui dedicatória assinada por Fausto e Maria Laura (14-08-82). Possui dedicatória assinada pelo autor. Possui dedicatória assinada na folha de rosto. Folha de rosto solta. Ausente. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000223 1 / 000463 1 / 000071 1 / 000517 333 Possui dedicatória 1 / 000266 assinada pelo autor. PIÑON, Nélida. Tempo das frutas. Rio de Janeiro: José Álvaro, Possui dedicatória 1 / 000633 1966. 229 p. assinada pela autora (Rio, 30-775). 334 Localização (CDU e Cutter) 34 / P695g 82-31 / P743a 82-9 / P743n 82-3 / P745 1 / P822e 33 / P864b Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) PIZZOLANTE, Guia dos direitos Rio de Janeiro: Nórdica, Possui dedicatória 1 / 000528 Maria Lúcia da mulher. 1984. 102 p. assinada pela D'Ávila. autora. POE, Edgar Aventuras de São Paulo: Clube do Livro, Capa solta. 1 / 000442 Allan. Artur Gordon 1946. 192 p. Pym. POE, Edgar Novelas São Paulo: Clube do Livro, Capa solta. 1 / 000811 Allan. extraordinárias. 1945. 208 p. POESIAS e Goiânia: UFG, Capa solta. Vários autores 1 / 000662 contos 1966. 95 p. (bacharelandos da bacharéis. Faculdade de Direito da Universidade de Goiás, em 1966). POOLE, Cecil Os eternos frutos Rio de Janeiro: Renes, 1979. Possui dedicatória 1 / 000148 A. do conhecimento. 157 p. (Biblioteca Rosacruz, assinada pela 24). Ordem Rosacruz (out/79). POTSCH, O Brasil e suas Rio de Janeiro: Livraria Capa solta. 1 / 000376 Waldemiro. riquezas: Francisco Alves, 1954. brasilogia. 26. ed. 385 p. Localização (CDU e Cutter) Autor 2 / P866h POTTER, Charles Francis. 82-1 / P893g POZZOLI, Marilita. Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição 335 Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) História das Rio de Janeiro: [s.n.], 1968. Ausente. 1 / 000291 Tradução de J. de religiões: vida dos 559 p. Sampaio Ferraz. líderes religiosos. Com referência especial aos atavismos elementos comuns e costumes paralelos das religiões do mundo. Galera das almas. [S.l.]: [s.n.], [195-?]. 108 p. Possui colado um 1 / 000949 recorte de jornal com notícia sobre o regresso de Cora a Goiás. Algumas anotações a caneta nos poemas. Capa e folha de rosto ausentes. Informações retiradas de outras fontes. 336 Localização (CDU e Cutter) 82-9 / P896d Autor Dom Emanoel Gomes de Oliveira. 82-31 / P944m PRÉVOST, Maria das Marcel. Angústias. 82-31 / P964c PROKOSCH, Conspiradores. Frederic. 82-9 / P971p 82-32 / Q1 PRADO, Francisco. Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Goiânia: O Popular, 1979. 45 p. Rio de Janeiro: Roberto Furquim, 1944. 206 p. São Paulo: Cupolo, 1945. 252 p. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Ausente. 1 / 000141 Capa solta. 1 / 000802 Tradução de J. Luiz de O. Araujo. Possui expressivas 1 / 000882 Tradução de marcas de Aydano Arruda e deterioração F. L. Di Monaco. causada pela enchente. PRUDENTE, Por ares muitas Rio de Janeiro: José Possui dedicatória 1 / 000203 Carmen vezes naveados... Olympio, 1956. 323 p. assinada pela Annes-Dias. autora e endereçada a Zelia Valverde. Páginas coladas na parte superior. QUARTIM, Onde está o lago São Paulo: [s.n.], 1978. 47 p. Possui dedicatória 1 / 000253 Yone. azul que você me assinada pela prometeu?. autora (20-6-84). Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição 82-9 / Q1v QUARTIM, Yone. Video tape. São Paulo: [s.n.], 1976. 92[30] p. 82-9 / Q1f QUARTIM, Yone. [S.l.]: Escala, 1982. 90 p. (Coleção Ordem Nacional dos Escritores, 5). 82-31 / Q3m QUEIROZ, Dinah Silveira de. Fora da barra (histórias de amor); Santo Antonio jogou no bicho (histórias divertidas). A muralha. 7. ed. 82-3 / Q3u QUEIROZ, Eça de. Últimas páginas: manuscritos inéditos. 6. ed. 82-31 / Q3c QUEIROZ, Eça de. A cidade e as serras. 2. ed. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Possui dedicatória 1 / 000262 assinada pela autora. Possui dedicatória 1 / 000418 assinada pela autora. Brasília: Ebrasa, 1971. 416 p. Possui dedicatória 1 / 000792 Romance assinada pela comemorativo do autora (Set - 72). IV centenário da Fundação de São Paulo. Porto: Livraria Chardron, de Possui marcador 1 / 000317 S. Christovam Lello & Irmão, 1937. 425 p. de página em Sto Onofre; S. Frei forma de recibo de Gil - Artigos padaria (15-6-69). diversos. São Paulo: Brasiliense, Possui anotação de 1 / 000330 1973. 164 p. endereço e telefone. 337 338 Localização (CDU e Cutter) 008 / Q3e 82-1 / Q3m 9 / Q3c 82-31 / Q3q 82-31 / Q3d 39 / Q3p Autor Título Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) QUEIROZ, Evolução cultural Goiânia: Oriente, 1969. Possui dedicatória 1 / 000399 Possui dedicatória Jerônimo de Goiás: estudo. 241 p. assinada pelo autor assinada pelo autor Geraldo de. (Goiânia, 23-2-73). (Goiânia, 23-273). QUEIROZ, Mostre-me um Rio de Janeiro: EDC, 1982. Possui dedicatória 1 / 000492 Luiz Alberto caminho suave. 141 p. assinada pelo de. autor. Folhas soltas. QUEIROZ, Cristalina minha Goiânia: Rio Branco, 1983. Possui dedicatória 1 / 000573 Luiz Alberto terra. 152 p. com assinatura ilegível (13-10de. 83). QUEIROZ, O quinze. 7. ed. Rio de Janeiro: José Possui dedicatória 1 / 000698 Rachel de. Olympio, 1966. 120 p. assinada pela (Coleção Sagarana, 18). autora (16-9-66). QUEIROZ, Dôra, Doralina. 2. Rio de Janeiro: José Ausente. 1 / 000781 Rachel de. ed. Olympio, 1975. 256 p. QUENTAL, Pecuária Daisy Soares. folclórica: o boi. Imprenta (local, editora, data, volume, edição São Paulo: Editorial Livramento, 1979. 67 p. Possui dedicatória 1 / 000316 assinada por Elza M. Recco Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Possui dedicatória 1 / 000753 assinada pelo autor. 82-1 / Q7m QUINAN, Issy. Marcas. [S.l.]: [s.n.], [198-]. 57 p. 82-9 / Q7m QUINTA, Waldyr Castro. O major e seus bigodes. Goiânia: [s.n.], 1981. 362 p. Possui dedicatória 1 / 000347 assinada pelo autor. 82-1 / Q9p QUOIST, Michel. Poemas para rezar. São Paulo: Duas Cidades, 16. ed. 1954. 207 p. Possui dedicatória 1 / 000189 assinada por Olympia (Goiás, 10-5-1964). Sem capa. Folhas coladas na parte superior. 82-1 / R114p RABÊLO, Laurindo. Poesias completas. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1963. 272 p. (Biblioteca Popular Brasileira, 23). Capa solta. Páginas 1 / 000696 coladas na parte superior. 339 340 Localização (CDU e Cutter) 82-31 / R175p 82-9 / R175h 82-94 / R175v 3 / R175 82-1 / R175g Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) RAMOS, O planeta do Goiânia: Barão de Itararé, Possui dedicatória 1 / 000697 Anatole. silêncio. 1974. 226 p. (Série com assinatura Ficção Científica, I). ilegível (Goiânia, 14.08.74). RAMOS, Hoje a noite é mais Goiânia: Unigraf, 1982. Possui dedicatória 1 / 000715 Anatole. longa. 109 p. assinada pelo autor. RAMOS, Viagem: Rio de Janeiro: José Ausente. 1 / 000757 Obra póstuma. Graciliano. Checoslováquia - Olympio, 1954. 200 p. Edição ilustrada. U.R.S.S. RAMOS, José Um crime quase Osasco: [s.n.], 1977. Ausente. 1 / 000192 Nabantino; perfeito. 186 p. BIGGI, José de Castro. RAMOS, Goyania: poema Goiânia: Cerne, [19--]. Capa solta. 1 / 000233 Esta edição é uma Manuel L. de épico. 2. ed. 321 p. reprodução fiel da de 1896, exemplar Carvalho. pertencente ao escritor José Mendonça Teles. Considerado o primeiro livro goiano. Localização (CDU e Cutter) 82-9 / R175m Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição RAMOS, Maria de Lourdes da Silva. RAMOS, Maria. Menina de Cuiabá: São Paulo: T.A. Queiroz, reminiscências. 1983. 121 p. 82-9 / R175c RAMOS, Ricardo. Contos. Rio de Janeiro: José Olympio, 1954. 191 p. 17 / R196e RANGEL, José. Rio de Janeiro: Empreza Graphica, 1926. 306 p. 82-9 / R257c RAWET, Samuel. Elementos para a educação moral cívica e social. Contos do imigrante. 82-9 / R175b Banhado em flor: Rio de Janeiro: Do livro, estórias de uma 1967. 137 p. guria. 3. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1956. 127 p. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Possui dedicatória 1 / 000393 assinada pela autora. Possui dedicatória 1 / 000066 Prêmio Júlia assinada pela Lopes de Almeida autora na folha de da Academia rosto. Capa solta. Brasileira de Letras 1964. Possui dedicatória 1 / 000200 assinada pelo autor e endereçada a Zélia Valverde. Possui assinatura 1 / 000350 Livro adotado no de Luiz de Faria. Colégio Pedro II. Possui dedicatória 1 / 000645 endereçada a Zélio Valverde e assinado pelo autor (Rio, 21/3/56). 341 342 Localização (CDU e Cutter) 82-31 / R291 82.09 / R291a 82-31 / R343u 82-1 / R343t 82-1 / R364c Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) REBELLO, Três caminhos. Rio de Janeiro: Ariel, 1933. Ausente. 1 / 000415 Marques. 152 p. REBELLO, Antologia escolar Rio de Janeiro: MEC, 1967. Sem capa. 1 / 000883 Marques. brasileira. 365 p. REGO, José Usina. Rio de Janeiro: José Possui dedicatória 1 / 000815 Lins do. Olympio, 1936. 392 p. assinada por Celeste (21 julho36). Capa e folhas soltas. RÊGO, Mauro Taça vazia: [S.l]: [s.n.], 1982. 67 p. Possui impresso na 1 / 000005 Bastos Pereira. poesias. quarta capa uma dedicatória assinada por Cora Coralina em 11/4/79. Possui dedicatória assinada na folha de rosto. REINALDO, Chão do coração. Goiânia: [s.n.], 1982. 74 p. Possui dedicatória 1 / 000098 Luiz. assinada pelo autor. Localização (CDU e Cutter) 82-9 / R375m 82-1 / R375 82-9 / R467c Autor Título REIS, Maria Barbosa. REIS, Nidoval. Meio século de magistério. Onze de antigamente: sonetos. REZENDE, Jeová de Paula. Cenas de dezemboque. Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Goiânia: Oriente, 1979. Possui dedicatória 1 / 000767 134 p. assinada pela autora. Bauru: Joarte, 1982. Possui dedicatória 1 / 000264 [26] p. assinada pelo autor. Contém um recorte de jornal com poesia do autor dedicada à Cora Coralina. Goiânia: [Cia Editora Possui dedicatória 1 / 000155 Social], 1966. 114 p. assinada pelo autor. Na página 57 foi encontrado um recorte de jornal que traz uma nota sobre o escritor francês Emilio Zola. Nessa mesma página há um cálculo matemático manuscrito. 343 344 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição 82-3 / R467m REZENDE, Maria José Aranha de. Muita prosa, pouco verso: crônica e poesia. Santos, SP: A Tribuna de Santos, 1983. 107 p. 82-3 / R647m REZENDE, Maria José Aranha de. Muita prosa, pouco verso: crônica e poesia. Santos, SP: A Tribuna de Santos, 1983. 107 p. 82-3 / R481m RIA, Cesário Manual do da Béca. chicanista. 7. ed. Brasília: Ebrasa, 1968. 172 p. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Possui dedicatória 1 / 000472 endereçada à Paraguassú e assinada por Zezinho (maio/83). Contém crônica intitulada Cora Coralina na página 56. Possui dedicatória 2 / 000588 assinada pela autora e na primeira página após a folha de rosto encontrou-se poema manuscrito de Cora Coralina Possui dedicatória 1 / 000625 com assinatura ilegível. Localização (CDU e Cutter) Autor 82-1 / R482v RIBAS, J. 82.09 / R484 RIBEIRO JÚNIOR, Theodoro. Título Verso e reverso. Imprenta (local, editora, data, volume, edição [S.l]: [s.n.], [198?]. 75 p. Origens da Rio de Janeiro: Zélio literatura: vinte Valverde, 1944. 376 p. séculos de formação cultural. 82-94 / R484e RIBEIRO, É a guerra: diário. Lisboa: Livraria Bertrand, Aquilino. 1934. 302 p. 82-31 / R484m RIBEIRO, Maria Benigna. Lisboa: Livraria Bertrand, Aquilino. 1933. 285 p. 82-9 / R484g RIBEIRO, Guilherme de São Paulo: Traço, 1983. José Antônio Almeida: poeta 127 p. Pereira. modernista. 82-9 / R484m RIBEIRO, Um menino do Goiânia: O Popular, 1983. Paes. mato que driblou a 216 p. seca. 2. ed. 82-9 / R536c RICHTER, Canto de cigarra. Goiânia: Líder, [198?]. Nair Perillo. 129 p. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Possui dedicatória 1 / 000283 assinada pelo autor. Capa solta. 1 / 000898 Ausente. 1 / 000371 Possui carimbo de 1 / 000798 livraria com preço. Possui dedicatória 1 / 000505 assinada pelo autor. Possui dedicatória 1 / 000305 assinada pelo autor. Possui cartão de 1 / 000130 visita da autora. 345 346 Localização (CDU e Cutter) 83 / R573c 82-9 / R586a 34 / R586d 82-1 / R586r Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) RILKE, Cartas a um jovem Porto Alegre: Globo, Apresenta marcações 1 / 000162 Cartas a um jovem Rainer Maria. poeta; A canção de 1975. 109 p. a caneta em algumas poeta, tradução de amor e de morte páginas. Paulo Rónai; A do porta-estandarte canção de amor e Cristóvão Rilke. de morte do portaestandarte Cristóvão Rilke, tradução de Cecília Meireles. 7ª impressão. RIOS, Arthur "Americano do Goiânia: O Popular, Possui dedicatória 1 / 000051 E. S. Brasil, o 1978. 33 p. assinada na folha de educador". rosto. RIOS, Arthur Justiça e direito. Goiânia: UFG, 1976. 60 Possui dedicatória 1 / 000453 E. S. p. com assinatura ilegível. RIOS, Ramalhete: versos. São Paulo: Linográfica, Algumas páginas 1 / 000023 Augusto. 1957. 234 p. possuem pequenas correções manuscritas no texto. Sem indicação de autoria. (ex. p. 68, 30.; Autor Goiano.. Localização (CDU e Cutter) 82-9 / R627b 63 / R627p 82-31 / R661c Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) RIZKALLA, Baú de mascate. Volta Redonda, RJ: [s.n.], Possui dedicatória 1 / 000601 Jamil. 1980. 119 p. assinada pelo autor. RIZZINI, Preliminares Rio de Janeiro: [s.n.], 1962. Possui dedicatória 1 / 000273 Com a Carlos Toledo. acerca das 79 p. assinada por colaboração de formações vegetais Ezechias Paulo. Ezechias Paulo e do Heringer - chefe reflorestamento no do convênio Brasil Central. florestal em Brasília. Prêmio Manoel Gomes Accher de 1961 do Conselho Florestal Federal. ROBINSON, O cardeal. 2. ed. São Paulo: Mérito, 1955. Possui dedicatória 1 / 000895 Tradução de José Henry Morton. 651 p. endereçada à tia Geraldo Vieira. Anica com assinatura de Santinha (Pru,8/4/1958). Sem capa. 347 348 Localização (CDU e Cutter) 82-9 / R696v 82-9 / R696v 82-1 / R741a 9 / R769g 82.09 / R788g 82-31 / R788g Autor Título RODRIGUES, Vitrais em Maria Decia movimento. Alencar. RODRIGUES, Vitrais em Maria Decia movimento. Alencar. ROJAS, Arquitetura do Sérgio; LIRIO, perigo: poemas. Tor. RONCATO, Marilândia. ROSA, Guimarães. ROSA, João Guimarães. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Goiânia: Cultura Goiana, 1976. 164 p. Goiânia: Cultura Goiana, 1976. 164 p. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Ausente. 1 / 000729 Possui dedicatória 2 / 000730 assinada pela autora. Rio de Janeiro: Civilização Possui dedicatória 1 / 000073 brasileira, 1984. 94 p. assinada por um (Poesia hoje, 70). dos autores (Sérgio Rojas). Goiás. Rio de Janeiro: Ao Livro Ausente. 1 / 000183 Técnico, 1973. 24 p. Guimarães Rosa: São Paulo: Abril, 1982. Possui dedicatória 1 / 000506 seleção de textos, 110 p. (Literatura assinada por Iris notas, estudos comentada). (Goiás, 21 de julho biográfico, de 1982). histórico e crítico e exercícios por: Beth Brait. Grande sertão: Rio de Janeiro: Nova Capa solta. 1 / 000994 veredas. 16. ed. Fronteira, 1984. 568 p. Localização (CDU e Cutter) 82-9 / R788p 291 / R821m Autor ROSA, Joaquim. ROSIN, Zilda Giunchetti. Título Por esse Goiás afora. Morte é vida. 4. ed. 82-1 / R829s ROSSETTO, O sol-da-dor da Paulo Sérgio. terra. 82-1 / R829s ROSSETTO, O sol-da-dor da Paulo Sérgio. terra. 82-1 / R829r ROSSETTO, Rola arisca. Paulo Sérgio. 82-1 / R829m ROSSETTO, Memorinha: Paulo Sérgio. poemas infantis. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Goiânia: Cultura Goiana, 1974. 258 p. São Paulo: LAKE, 1983. 184 p. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Ausente. 1 / 000275 Ausente. 349 1 / 000457 Contém duas mensagens de Dráusio, filho da autora, psicografadas por Francisco Cândido Xavier. Campo Grande, MS: [s.n.], Possui dedicatória 1 / 000552 1981. 58 p. assinada pelo autor. Campo Grande, MS: [s.n.], Possui dedicatória 2 / 000553 1981. 58 p. assinada pelo autor. Três Lagoas: [s.n.], 1981. Possui dedicatória 1 / 000727 22 p. assinada pelo autor (T. Lagoas, 03/10/83). Três Lagoas: [s.n.], 1982. Possui dedicatória 1 / 000881 34 p. assinada por Elys (03/10/84). 350 Localização (CDU e Cutter) 61 / R831g 9 / S116g 9 / F134 Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) ROSSITER, Guia prático da São Paulo: Casa Publicadora Na folha de rosto 1 / 000788 Frederico. saúde: tratado Brasileira, [1939]. 690 p. aparece a seguinte popular de anotação "página anatomia, 451 - tabela sobre physiologia e período de hygiene no qual se gravidez". Contém descrevem marcador de papel. scientificamente as enfermidades, suas causas e seu tratamento. Dedicado a familias e enfermeiros. SABINO Goiânia global. Goiânia: Oriente, 1980. Possui dedicatória 1 / 000440 JÚNIOR, 286 p. assinada pelo Oscar. autor. Saint-Hilaire AS FABULOSAS Goiânia: Oriente, 1971. Possui dedicatória 1 / 000508 Antologia [et al.]. águas quentes de 125 p. assinada por organizada pelo Caldas Novas. Martinho P. R. editor T. Oriente. Guimarães (prefeito) 3-12-71. Localização (CDU e Cutter) 37 / S173t 82-1 / S232a 82-9 / S234v 32 / S235d 82-91 / S237v Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) São Paulo: ECE, 1977. 61 p. Ausente. 1 / 000888 SALÓ, Julia; Terra, água, ar, BARBUY, fogo: para uma Santiago. oficina escola inicial. SANTANA, Até a flor. [S.l]: [s.n.], 1980. 66 p. Gecyclan Rodrigues. SANTELMO, Vida, aventuras e Rio de Janeiro: H.Antunes, Amador. morte de Lampião 1958. 104 p. (Coleção e Maria Bonita; A Popular 1908-1958). vingança de Corisco. SANTILLO, Da mesa farta à Brasília: Coordenação de Adhemar. subnutrição: Publicações, 1978. 186 p. discursos pronunciados pelo deputado Adhemar Santillo. SANTOS, Viagem a São Campina Grande: [s.n.], Manoel Saruê. 1965. 8 p. Camilo dos. Possui dedicatória 1 / 000087 assinada pelo autor. Possui dedicatória 1 / 000180 Nova edição assinada por G. aumentada com a Barros (Campina história de outras Grande, 06-02-83). mulheres do cangaceiro. No verso da folha 1 / 000112 de rosto há uma mensagem escrita por Cora Coralina e datada (30/3/74). Ausente. 1 / 000905 351 352 Localização (CDU e Cutter) 82-1 / S237m 82.09 / S237c 82-9 / S274m 82-9 / S274m 738 / S328m 82-1 / S347t Autor SANTOS, Maria Lucia Cardoso dos. SANTOS, Wendel. Título Moleque carapinha. 2. ed. Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, volume, (anotações, marcas de e tombo edição leituras, observações) São Carlos, SP: Possui dedicatória 1 / 000503 UFSCAR, [1979?]. assinada pela autora. 139 p. Goiânia: UFG, 1983. Ausente. 1 / 000575 188 p. Crítica: uma ciência da literatura. SAYÂO, Léa. Meu pai, Bernardo [Brasília]: Centro Sayão. 3. ed. Gráfico do Senado Federal, 1976. 312 p. SAYÂO, Léa. Meu pai, Bernardo [Brasília]: Centro Sayão. 3. ed. Gráfico do Senado Federal, 1976. 312 p. SCHEUER- Manufaturas de São Paulo: [s.n.], 1976. LOËLL, cerâmica popular [20] p. Herta. em Mato Grosso Central. SCHMALTZ, Tempo de semear. Goiânia: Cerne, 1969. Iêda. 116 p. Possui dedicatória 1 / 000081 assinada pela autora na folha de rosto. Ausente. 2 / 000759 Possui dedicatória 1 / 000085 assinada pela autora na folha de rosto. Possui dedicatória assinada pela autora. 1 / 000567 2º lugar da Bolsa de Publicações "Hugo de Carvalho Ramos" do Departamento Estadual de Cultura do Estado de Goiás. Localização (CDU e Cutter) 82-1 / S347c 82-1 / S347a 82-1 / S347a Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) SCHMALTZ, Caminhos de mim. Goiânia: ETG, 1964. 133 p. Possui dedicatória 1 / 000576 Iêda. endereçada à D. Elina Maria e assinada por Manuel de Jesus (Goiás, 14/5/65). Capa solta. SCHMALTZ, A alquimia dos Goiânia: Unigraf, 1979. Possui dedicatória 1 / 000296 Yêda. nós. 203 p. assinada pela autora e o encarte Paraúna Goiás Brasil (Fotos e poemas da autora). SCHMALTZ, A alquimia dos Goiânia: Unigraf, 1979. Possui dupla 2 / 000297 Yêda. nós. 203 p. dedicatória de Nadir da Costa Nunes e da autora. 353 354 Localização (CDU e Cutter) 82.09 / S347p 82-9 / S347m 9 / S349m Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) SCHMALTZ, Os procedimentos Goiânia: UFG, 1983. 126 p. Possui dedicatória 1 / 000783 Prêmio do IV Yêda. da arte. assinada pela Concurso autora. Nacional de Literatura da Secretaria de Educação e Cultura e Fundação Cultural do Estado de Goiás, gênero Ensaio. SCHMALTZ, Miserere. Rio de Janeiro: Edições Possui dedicatória 1 / 000084 Yêda. Antares, 1980. 153 p. assinada pela autora. SCHMIDT, O milho e o Rio de Janeiro: Ministério Possui dedicatória 1 / 000896 Carlos Borges. monjolo: aspectos da Agricultura, 1967. 153 p. assinada pelo da civilização do (documentário da vida rural, autor. Sem capa. milho. Técnicas, 20). utensílios e maquinaria tradicionais. Localização (CDU e Cutter) 82-1 / S351v 82-1 / S498s 82-1 / S558d 6 / S586a 82-9 / S586e 35 / S586d Autor SCHMIDT, Godofredo Augusto. SEVERO NETTO, Augusto. SHISHIDO, Katsuko. SILVA, Benedicto. SILVA, Benedicto. Título Vida: 70 anos de poesia. Imprenta (local, editora, data, volume, edição São Paulo: Soma, 1981. 85 p. Sinfonia do tempo. Rio de Janeiro: Irmãos Pongetti, 1959. 188 p. (Ferreira Itajubá, 2). A dor da frágil Santo André: Taturana, pluma. 1982. [40]. Administração e Goiânia: UFG, 1979. 48 p. medicina. O estadista Goiânia: UFG, 1979. 52 p. Leopoldo de (Coleção Documentos Bulhões. Goianos, 3). SILVA, Divisão territorial Brasília: Câmara dos Colemar Natal e administrativa do deputados, 1978. 93 p. e. estado de Goiás. Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Possui dedicatória assinada pelo autor. Possui dedicatória assinada pelo autor. Possui dedicatória assinada pela autora. Ausente. Ausente. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000609 1 / 000596 1 / 000900 1 / 000042 1 / 000270 Possui dedicatória 1 / 000456 Conferencia assinada pelo proferida na autor. Comissão de Revisão Territorial e Política Demográfica. 355 356 Localização (CDU e Cutter) 82-5 / S586 82-9 / S586n 82-1 / S586a 82-91 / S586v 82-91 / S586h Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) SILVA, [Posse do Goiânia: UCG, 1983. 25 p. Possui dedicatória 1 / 000866 Título atribuído Colemar Natal acadêmico José assinada por pelo catalogado. Júlio Guimarães Guimarães Lima Título da capa: e. Lima]. (Rio de Janeiro, Patrono Jarbas 1983). Jaime: cadeira 34 da AGL. SILVA, Nas curvas do Goiânia: Cultura Goiana, Possui dedicatória 1 / 000477 Diógenes caminho. 1974. 148 p. assinada pelo Pereira da. autor. Folhas soltas. SILVA, Ao sabor da vida: Petrópolis: [s.n.], 1973. 75 p. Possui dedicatória 1 / 000500 Diógenes poesias. assinada pelo Pereira da. autor. SILVA, Vida e milagres de [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 8 p. Ausente. 1 / 000852 Título da capa: Os Expedito Frei Damião. milagres e os Sebastião da. sermões de Frei Damião. SILVA, O homem visão. [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 16 p. Ausente. 1 / 000853 Expedito Sebastião da. Localização (CDU e Cutter) 929 / S586s 82-84 / S586c 159.9 / S586g 82.09 / S586m 82-5 / S586v Autor Título 357 Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, volume, (anotações, marcas de e tombo edição leituras, observações) SILVA, Os Siqueiras: de São Paulo: EDIGRAF, Possui dedicatória 1 / 000028 Felippe Nery Bragança Paulista. 1963. 295 p. assinada na folha de de Siqueira e. rosto. SILVA, Caminhos de [Goiânia]: Oriente, Possui dedicatória 1 / 000178 1ª edição póstuma. Francisco outrora: diário de [197?]. 161 p. assinada pelo editor Ayres da. viagens. Taylor Oriente (janeiro, 1974). SILVA, Getúlio Vargas e a Rio de Janeiro: Zelio Sem capa. 1 / 000917 Gastão Pereira psicanálise das Valverde, [19--]. 127 p. da. multidões. SILVA, H. A megalomania Rio de Janeiro: Aurora, Ausente. 1 / 000941 Pereira da. literária de [1949?]. 127 p. Machado de Assis: ensaio. SILVA, Inácio Vida e obra de um [S.l.]: [s.n.], 1975. 40 p. Possui dedicatória 1 / 000889 Palestra proferida Xavier da. grande mestre. assinada pelo autor. na Sessão Solene em que se comemorou o centenário de nascimento do Professor Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. 358 Localização (CDU e Cutter) 2 / S586l 82-1 / S586e 82-9 / S586p 82-91 / S586a 82-91 / S586h 9 / S586h Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) SILVA, J. Lugares e pessoas: São Paulo: Escolas Possui marcador de 1 / 000250 Trindade da subsídios Profissionais Salesianas, texto na página 224. Fonseca e. eclesiásticos para a 1948. 468 p. história de Goiás. SILVA, Jail É preciso parar. Bauru: Joarte, 1983. 66 p. Possui dedicatória 1 / 000136 Brasil da. assinada pela autora (Andradina 30-0983). SILVA, João Pelos caminhos da Goiânia: Oriente, 1978. Possui dedicatória 1 / 000685 Costa e. vida. 170 p. assinada pelo autor (Piracanjuba, 09/06/80). SILVA, João Aladim e a [Recife]: [s.n.], [19--]. Ausente. 1 / 000837 José da. princesa de Bagdá. 31 p. SILVA, João História de Ana [S.l.]: [s.n.], [197-?]. Ausente. 1 / 000854 José da. Roa e "Banda 16 p. Fôrra". SILVA, História do Brasil: São Paulo: Companhia Possui na primeira 1 / 000702 Edição revista e Joaquim. para o quarto ano Editora Nacional, 1943. página assinatura de aumentada. ginasial. 6. ed. 211 p. Maria Luiza Bron (gz, 10-5-44). Localização (CDU e Cutter) Autor Título 9 / S586 SILVA, Joaquim. 82-91 / S586c SILVA, José O cavalo Bernardo da. misterioso. 82-1 / S586a SILVA, Luis O assassinato das Martins da. folhas. SILVA, Luis Rua de mim. Martins da. 82-1 / S586r 82-1 / S586l 82-1 / S586e História da civilização. SILVA, Luis Lira. Martins. SILVA, Maria Espaços. Abadia. Imprenta (local, editora, Particularidade data, volume, edição (anotações, marcas de leituras, observações) São Paulo: [s.n.], [19--]. Livro incompleto. 207 p. Sem folha de rosto. Informações retiradas de outras fontes. [S.l.]: [s.n.], [197-?]. Ausente. 32 p. Brasília: [s.n.], 1981. 40 p. Rio de Janeiro: Edições Tempo Brasileiro, 1977. 101 p. (Coleção Tempoesia, 13). Brasília: [s.n.], 1984. 70 p. Goiânia: Cerne, 1980. 77 p. Ausente. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000987 1 / 000859 Título da capa: História do cavalo misterioso e o Boi Mandingueiro. 1 / 000083 Possui dedicatória assinada pelo autor (Goiás, 20.12.81). 1 / 000701 Ausente. 1 / 000322 Possui dedicatória 1 / 000312 Concurso bolsa de assinada pela autora. publicações Hugo de Carvalho Ramos: 1980 1º lugar gênero poesia. 359 360 Localização (CDU e Cutter) Autor Título 82-1 / S586s SILVA, Maria. Uma sombra no crepúsculo. 9 / S586s SILVA, Martiniano José da. Sombra dos quilombos: introdução ao estudo do negro em Goiás. A moça que ria muito. 82-31 / S586m SILVA, Martiniano José da. 37 / S586t 90 / S586c 82-1 / S586v SILVA, Nancy Tradição e Ribeiro de renovação Araújo e. educacional em Goiás. SILVA, Paulo Casas de fundição Pitaluga Costa em Mato Grosso. e. SILVA, Sergio Vida felina. Amaral. Imprenta (local, editora, Particularidade data, volume, edição (anotações, marcas de leituras, observações) Goiânia: Líder, 1982. Possui dedicatória 164 p. assinada pela autora. Contém marcador de página. Goiânia: Cultura Goiana, Possui dedicatória 1974. 127 p. assinada pelo autor. Goiânia: [s.n.], 1964. 149 p. Goiânia: Oriente, 1975. 345 p. Cuiabá: Fundação Cultura de Mato Grosso, 1977. 64 p. [S.l]: [s.n.], 1981. [70] p. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000465 1 / 000600 Possui dedicatória 1 / 000761 assinada pelo autor (Go. 23-9-65). Encontrou-se recibo de depósito bancário. Possui dedicatória 1 / 000560 assinada pela autora. Capa solta. Possui dedicatória 1 / 000021 assinada na folha de rosto. Possui dedicatória 1 / 000303 assinada pelo autor. Localização (CDU e Cutter) 82-1 / S587f 82.09 / S587a 82-1 / S587v Autor SILVEIRA JUNIOR, Peixoto da. SILVEIRA, J. Peixoto da. SILVEIRA, Lucia Rios Peixoto da. 32 / S587 SILVEIRA, Modesto. 9 / S587n SILVEIRA, Peixoto da. Título Feto sem teto. Augusto Rios: poeta. Verso e vida. Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Goiânia: Helga, 1980. Possui dedicatória 1 / 000325 81 p. assinada pelo autor. Jaraguá: [s.n.], 1946. 16 p. Goiânia: Líder, 1981. 154 p. Ausente. 1 / 000903 Possui dedicatória 1 / 000099 assinada pela autora. Capa e algumas folhas soltas. Luta comum. Brasília: Câmara dos Ausente. 1 / 000672 Seleção de deputados, 1981. 211 p. pronunciamentos do Deputado Modesto da Silveira em 1980. Prefácio: Senador Roberto Saturnino Braga. A nova capital: por [S.l.]: Pongetti, [19--]. Possui dedicatória 1 / 000627 que, para onde e 357 p. assinada pelo autor. como mudar a Capa solta. Capital Federal. 2. ed. 361 362 Localização (CDU e Cutter) Autor Título 82.09 / S587r SILVEIRA, Peixoto. Relembrando Augusto Rios. 82-1 / S587v SILVEIRA, Peixoto. Versos esquecidos e vários inéditos. 82-9 / S587l SILVEIRA, Valdomiro. Leréias: histórias contadas por eles mesmos. 82-1 / S587w SILVEIRA, Peixoto. WIS. Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) [S.l.]: [s.n.], 1974. 62 p. Possui dedicatória 1 / 000426 Conferência assinada pelo autor. pronunciada, resumidamente, na sessão ordinárias de 5 de setembro de 1974 da Academia Goiana de Letras. Goiânia: Unigraf, 1980. Possui dedicatória 1 / 000448 149 p. assinada por Px Júnior (agosto 81). São Paulo: Martins, 1945. Ausente. 1 / 000429 206 p. [S.l]: Xerox do Brasil, 1982. [88]p. Possui encarte com 1 / 000388 depoimentos sobre o autor. Localização (CDU e Cutter) 9 / S612a 82-1 / S676f 030 / S676d 82-1 / S677n 82-1 / S717i Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade data, volume, edição (anotações, marcas de leituras, observações) SIMPÓSIO [Anais do] Campinas, SP: [s.n.], Sem capa. NACIONAL Simpósio Nacional 1971. 276 p. DE de Professores PROFESSOR Universitários de ES História: notícia UNIVERSITÁ bibliográfica e RIOS DE histórica. HISTÓRIA (25.:1971). SOARES Frauta ruda. Brasília: Escopo, 1979. Possui dedicatória JUNIOR, José. 105 p. assinada pelo autor (15.06.80). SOARES, Dicionário de Rio de Janeiro: FGV, Possui dedicatória Moacir Bretas. legislação do 1981. 270 p. assinada pelo autor. ensino. SOBRINHO, Nas asas do tempo. Belo Horizonte: O Possui dedicatória Lucília Lutador, 1984. 101 p. assinada pela autora. Cândida. SÓTER, José Início e fim. [S.l.]: [s.n.], 1978. [36] p. Possui dedicatória Luiz do assinada pelo autor. Nascimento. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000986 1 / 000700 1 / 000226 1 / 000655 1 / 000763 363 364 Localização (CDU e Cutter) 82-1 / S717s 82-1 / S725c 82-1 / S725m 82-3 / S729n 9 / S729d Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) Catalão, GO: Sta. Luzia, Possui dedicatória 1 / 000579 [197-]. 60 p. assinada por Sóter (08/78). SÓTER, José Salada mista. Luiz do Nascimento; RIBEIRO, Noélia Maria; HÜMMEL, Paulo Tovar. SOUSA, Continente Brasília: [s.n.], 1982. Césario. brazilha: poesia e [70] p. outros bichos. SOUSA, A moenda dos Brasília: Coordenada, Salomão. dias: poesia. 1979. 68 p. SOUZA Filho, Nos tempos de Goiânia: Unigraf, 1981. Eduardo H. de. Goyaz: crônicas e 107 p. poemetos. SOUZA, Luiz O descobrimento Goiânia: UFG, 1967. Antônio da da capitania de 76 p. Silva e. Goyaz: governo, população e coisas mais notáveis, 30 de setembro de 1812. Possui dedicatória assinada pelo autor. 1 / 000145 Possui dedicatória assinada pelo autor. Possui dedicatória assinada pelo autor. 1 / 000394 Ausente. 1 / 000113 Trabalho extraído do Jornal do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 4º Trimestre de 1849. 1 / 000474 Localização (CDU e Cutter) 9 / S729d 9 / S729d 82-1 / S729p 82-1 / S822c Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) SOUZA, Luiz O descobrimento Goiânia: UFG, 1967. Ausente. 2 / 000114 Trabalho extraído Antônio da da capitania de 76 p. do Jornal do Silva e. Goyaz: governo, Instituto Histórico população e coisas e Geográfico mais notáveis, 30 Brasileiro, 4º de setembro de Trimestre de 1849. 1812. SOUZA, Luiz O descobrimento Goiânia: UFG, 1967. Ausente. 3 / 000115 Trabalho extraído Antônio da da capitania de 76 p. do Jornal do Silva e. Goyaz: governo, Instituto Histórico população e coisas e Geográfico mais notáveis, 30 Brasileiro, 4º de setembro de Trimestre de 1849. 1812. SOUZA, Poemas para amar Brasília: [s.n.], 1971. Possui dedicatória 1 / 000216 Siomar em Brasília. 191 p. assinada pelo irmão Rodrigues de. do autor. STEINER, Canto e [S.l]: [s.n.], [198?]. 66 p. Possui dedicatória 1 / 000086 Zélia desencanto. assinada pela autora Rodrigues. na folha de rosto 365 366 Localização (CDU e Cutter) 9 / S848n 82-31 / S939r 82-1 / S942h Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) STEVENSON, 90 minutos em Rio de Janeiro: Difel, Contém marcador de 1 / 000637 Tradução Luiz William. Entebbe. 4. ed. 1977. 222 p. página e rabiscos a Coração, com caneta em alguns documentos de Uri parágrafos. Dan, correspondente de guerra do jornal Maariv. Título alternativo: Noventa minutos em Entebbe. SUASSUNA, Romance d'A Rio de Janeiro: José Contém alguns 1 / 000658 Nota de Rachel de Ariano. pedra do reino e o Olympio, 1971. 635 p. parágrafos e palavras Queiroz; posfácio príncipe do sublinhadas a caneta. de Maximiano sangue do vai-eCampos. volta. SUCASAS Harpas e [São Bernardo do Possui dedicatória 1 / 000707 JÚNIOR, José. carrilhões. Campo]: [s.n.], [1979?]. assinada pelo autor 96 p. (Cidade de Goiás, 1305-979). Encontrouse um pedaço de papel com desenho e frases soltas. Localização (CDU e Cutter) 91 / T157t 8 / T164e 82-1 / T176t 9 / T266d 9 / T226r Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) TAMER, Transamazônica, Rio de Janeiro: APEC, Capa solta. 1 / 000748 Alberto. solução para 1970. 274 p. 2001. TANGANELLI Estatutos do São Paulo: Michalany, Possui dedicatória 1 / 000230 , Santos Pedro. medíocre. [198?]. [26] p. assinada. Apresenta correções ortográficas a caneta. TARANTO, Te conheço pelo São Paulo: [s.n.], 1979. Possui dedicatória 1 / 000564 Sonia; ASSIS, cheiro. 76 p. assinada por Sonia Fernando. Taranto (BH/jan/83). TAUNAY, Dias de guerra e São Paulo: Assinatura de 1 / 000033 Alfredo de sertão. 3. ed. Melhoramentos, [1927]. Cantídio Brêtas na d'Escragnolle 156 p. folha de rosto. Taunay (Visconde de Taunay). TAUNAY, A retirada da São Paulo: Marcadores de papel 1 / 000088 Alfredo laguna: episódio Melhoramentos, 1975. inseridos nas páginas d'Escragnolle da Guerra do 202 p. 153 e 161. Marcas a Taunay Paraguai. 18. ed. caneta nas referidas (Visconde de). páginas. 367 368 Localização (CDU e Cutter) 9 / T231b 9 / T266r 655 / T266p 39 / T266f Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) TAVARES, Brasil França: ao Rio de Janeiro: Biblioteca Possui marcador de 1 / 000151 A. de Lyra. longo de 5 séculos. do Exército, 1979. 335 p. página em branco e (Coleção General um cartão de visita de Benício, 173). Maria José Rabelo Costa. TEIXEIRA, Reencontro. [Goiânia]: [s.n.], 1981. Possui dedicatória 1 / 000726 Amália 144 p. assinada pela autora Hermano. (Cidade de Goiás, 16 de abril de 1983). Exemplar com marcas de restauração. TEIXEIRA, O primeiro Ouro Preto: Casa dos Ausente. 1 / 000666 João Gomes; impresso em Contos, 1976. 100 p. LANARDI, Minas Gerais. Cássio; OLIVEIRA, Tarquínio J. B. de. TEIXEIRA, Folclore goiano: São Paulo: Companhia Possui marcações de 1 / 000718 José A. cancioneiro, Editora Nacional, 1979. leitura a caneta. lendas, 235 p. (Brasiliana, 306). Encontrou-se um superstições. 3. ed. recorte de jornal. Localização (CDU e Cutter) 82-31 / T266e 82-9 / T266r 82-31 / T266s 82.09 / T269c 82-1 / T269p 82-1 / T269a Autor Imprenta (local, editora, Particularidade data, volume, edição (anotações, marcas de leituras, observações) TEIXEIRA, O escravo branco. São Paulo: [s.n.], 1961. Possui dedicatória Maria Santos. 191 p. assinada pela autora. Capa solta. TEIXEIRA, Retalhos que o Belo Horizonte: Vega, Possui dedicatória Maria Santos. tempo deixou. 1978. 210 p. endereçada a Aloísio e Lúcia e assinada pela autora. TEIXEIRA, O solar de D. [S.l.]: Sion, 1965. 177 p. Expressivas marcas Maria Santos. Beija. de deterioração por insetos. TELES, O conto brasileiro Goiânia: [Cinco de Possui uma cópia da Gilberto em Goiás. março], 1969. 152 p. folha de rosto solta. Mendonça. TELES, Pássaro de pedra. Goiânia: ETG, 1962. Possui dedicatória Gilberto 99 p. assinada pelo autor Mendonça. (Goiás, 1/10/63). TELES, Gilberto Mendonça. Título Arte de amar. 2. ed. Rio de Janeiro: Imago, 1977. 88 p. (Poesia Imago). Possui dedicatória assinada pelo autor. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000385 1 / 000656 1 / 000872 1 / 000156 1 / 000406 Prêmio Álvares de Azevedo (1961) da Academia Paulista de Letras. 1 / 000495 369 370 Localização (CDU e Cutter) Autor 82-1 / T269f TELES, Gilberto Mendonça. 82-9 / T269s TELES, José Mendonça. TELES, José Mendonça. TELES, José Mendonça. 82-9 / T269c 82-5 / T269r 82.09 / T269f TELES, José Mendonça. Título Imprenta (local, editora, Particularidade data, volume, edição (anotações, marcas de leituras, observações) Fábula de fogo. São Paulo: [s.n.], 1961. Possui dedicatória 176 p. assinada pelo autor. Encontrou-se bula de remédio entre as páginas. Setembro nos Goiânia: Oriente, 1982. Possui dedicatória reúne. 141 p. assinada pelo autor. A cidade do O´cio. Goiânia: Oriente, 1973. Possui dedicatória 2. ed. 159 p. assinada pelo autor. Um rio dentro de Goiânia: Oriente, 1979. Possui a seguinte mim. 144 p. anotação feita por Cora Coralina "Este livro foi recebido na noite de homenagem de José Mendonça Teles e Bernardo Élis no Palácio das Esmeraldas na noite de 23 de agosto de 1979 Cora Coralina". Fronteira. Goiânia: Oriente, 1977. Possui dedicatória 212 p. endereçado à Cora Coralina. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000876 Prêmio "Leo Lynce" de 1960. 1 / 000157 1 / 000181 1 / 000286 1 / 000287 Localização (CDU e Cutter) 82.09 / T269f 82-9 / T273c 2 / T314s 82-9 / T454a Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade data, volume, edição (anotações, marcas de leituras, observações) TELES, José Fronteira. Goiânia: Oriente, 1977. Possui dedicatória Mendonça. 212 p. endereçado à sra. Ramos Caiado. TELLES, Crônicas das ruas Porto Alegre: Possui dedicatória Leandro. de Pôrto Alegre. [Meridional], 1971. 97 p. assinada. TEPE, O sentido da vida: Salvador: Mensageiro da Possui dedicatória Valfredo. ascese cristã e Fé, 1960. 263 p. escrita em francês, psicologia endereçada à Zulmira dinâmica. 3. ed. e assinada por Olívia (1961). Encontrou-se marcadores de papel. THOMAZ, Anchieta. Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente. Joaquim. do Exército, [1981]. 231 p. (coleção General Benício, 191). 82-1 / T465c THOMÉ, Cirros. 2. ed. Flora Egídio. 82-31 / T654a TOLSTOI, Leon. Ana Karenina. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 2 / 000288 1 / 000171 A biblioteca possui o v.1. 1 / 000583 1 / 000342 Prêmio Joaquim Nabuco, da Academia Brasileira de Letras. 1 / 000030 [S.l.]: [s.n.], 1980. 54 p. Possui dedicatória assinada na folha de rosto. Rio de Janeiro: Irmãos Sem capa. 1 / 000482 Tradução revista Pongetti, [19--]. 516 p. por Marques Rebelo. 371 372 Localização (CDU e Cutter) 58 / T662v 82-1 / T833m 82-1 / T833t 221.3 / T882t Autor TOMPKINS, Peter; BIRD, Christopher. TRINDADE, Maria Zélia Damázio. TRINDADE, Maria Zélia Damázio. TSE, Lao. 94 / U11e U., Rutina (Ruta). 82-1 / U48v UMBELINO, Alzira. Título Imprenta (local, Particularidade editora, data, (anotações, marcas de volume, edição leituras, observações) A vida secreta das Rio de Janeiro: Possui dedicatória plantas. 5. ed. Exped, 1978. 324 p. assinada por Maria Guilhermina. Momentos. Belo Horizonte: Possui dedicatória Lemi, 1977. 87 p. assinada por Cassio Damazio. Tempo tão-pouco- Ouro Preto: [s.n.], Possui dedicatória tempo, Amor tão- 1973. [74] p. assinada por Cassio grande-amor. Damazio (Rio, 1975). Tao te king. [Brasília]: Possui dedicatória Coordenada, [1969?]. assinada por Renato 159 p. (coleção Sócrates Gomes Pinto Poesia Universal). (14.04.1978). Eu queria tanto, Rio de Janeiro: Ausente. ainda viver. Biblioteca do Exército, 1983. 130 p. (Coleção General Benício, 213). Vôo rasante. [S.l]: Littera Maciel, Possui dedicatória 1984. 64 p. assinada pela autora. Apresenta dois recortes datiloscritos explicativos sobre os poemas "Noites latinas" e "Ziu (Cascão). Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000282 Tradução de Leonardo Fróes. 1 / 000631 1 / 000632 1 / 000559 Tradução do francês por Olívio Tavares de Araújo. 1 / 000518 1 / 000308 Localização (CDU e Cutter) 069 / U58 82-9 / V135v Autor UNIVERSIDA DE Católica de Goiás. VAL, Waldir Ribeiro do. Título Museu de arte sacra da Boa Morte. Vida e obra de Raimundo Correia. 82-1 / V176 VALLADARE Ver de novo. S, Luiz Fernando. 82-7 / V181d VALLE, Geraldo. O discurso de satanás: e uma aventura no inferno. Imprenta (local, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo editora, data, volume, (anotações, marcas de e tombo edição leituras, observações) Goiânia: UCG, 1984. Ausente. 1 / 000897 40 p. Rio de Janeiro: Instituto Capa solta. Nacional do Livro, 1960. 326,[12] p. (Coleção B, 3). Goiânia: Oriente, 1978. Ausente. 97 p. [S.l.]: [s.n.], 1966. 26 p. Possui dedicatória assinada pelo autor e endereçada a Nion Albernaz (Goiânia, 2-666). Capa solta. 1 / 000820 1 / 000412 Primeiro prêmio de poesia da bolsa de publicações Hugo de Carvalho Ramos da União Brasileira de Escritores - GO e da Prefeitura Municipal de Goiânia – 1977. 1 / 000880 373 374 Localização (CDU e Cutter) 641 / V181d 929 / V217v Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) VALLE, O de comer no Fortaleza: Secretaria de Possui dedicatória. 1 / 000498 Maria Cléa de Ceará. Cultura e Desporto, 1981. Oliveira. 123 p. VAN LOON, Vidas ilustres: ou, Rio de Janeiro: Globo, Possui dedicatória 1 / 000791 Hendrik fiel e verdadeira 1956. 675 p. com endereçamento e Willem. narrativa de assinatura ilegível. inúmeras e Capa e folhas soltas. notáveis Encontrou-se recibo entrevistas com de envio de telegrama certas personagens e do Serviços Aéreos históricas, desde Cruzeiro do Sul com Confúcio e Platão envio de doces. até Napoleão e Torquemada, sobre quem sempre tivemos grande curiosidade e as quais vieram jantar conosco em tempos que lá vão. 5.ed. Localização (CDU e Cutter) 82-1 / V293c 82-1 / V331c 82-31 / V331l 82-31 / V331k 82-1 / V393m 82-8 / V426a Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade data, volume, edição (anotações, marcas de leituras, observações) VARELLA, Canto Rio de Janeiro: J. Di Possui dedicatória Martins. perdido. Giorgio, [198?]. 32 p. assinada na folha de rosto. VASCONCELOS, Cantos da [S.l.]: [s.n.], 1967. 19 p. Possui dedicatória Genaro de. planície. assinada pelo autor. VASCONCELOS, ...longe da São Paulo: Ausente. José Mauro de. terra. 5. ed. Melhoramentos, 1969. 214 p. VASCONCELOS, Kuryala: São Paulo: Ausente. José Mauro de. capitão e Melhoramentos, 1979. carajá. 335 p. VAZ, Coelho. Mensagem Goiânia: Oriente, 1971. Possui dedicatória livre. 75 p. assinada pelo autor. VEIGA NETTO Antologia São Paulo: [s.n.], 1943. Possui dedicatória (Org.). goiana: tomo 310 p. assinada por Paulo I prosadores, Araújo (seu editor, jornalistas e Goiânia 14/11/76). poetas falecidos 1838-1943. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000129 1 / 000143 1 / 000321 1 / 000699 1 / 000762 1 / 000813 Edição da Bolsa de publicações Hugo de Carvalho Ramos, criada pelo decreto-lei n. 475, de 25 de março de 1943. 375 376 Localização (CDU e Cutter) 82-1 / V438s 82-1 / V476i 82-1 / V476 82-9 / V517s 82-31 / V517c 314 / V614s Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade data, volume, edição (anotações, marcas de leituras, observações) VELOSO, Natercia Serenidade: Porto Alegre: Globo, Possui dedicatória Cunha. poesias. 1963. 169 p. assinada pela autora. VERAS, Dalila Inventário São Paulo: Pannartz, Possui dedicatória Teles. precoce. 1983. 70 p. assinada pela autora. VERAS, Dalila Lições de São Paulo: Pannartz, Possui dedicatória Teles. tempo. [198-]. 76 p. assinada pela autora. VERISSIMO, Solo de Porto Alegre: Globo, Possui dedicatória Erico. clarineta: 1976. (Coleção assinada por "Seu memórias. 7. Sagitário). editor Paulo Araújo ed. 13/4/76". VERÍSSIMO, Um certo Porto Alegre: Globo, Ausente. Erico. capitão 1970. 254 p. (Coleção Rodrigo. Sagitário). VIANA, Wilton. Síndrome de Campinas, SP: Possui dedicatória migração: IPROSAM, 1978. 104 p. assinada pelo autor. fundamentos psicanalíticos, sociológicos e terapeuticos. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000599 1 / 000532 1 / 000635 1 / 000362 A biblioteca possui o v. 1. 1 / 000775 1 / 000584 Localização (CDU e Cutter) 82-1 / V617d 82-1 / V642c 82-1 / V657d Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) VIANNA, Dentro da noite. [Goiânia]: [s.n.], 1955. Ausente. 1 / 000816 Bolsa de José. 100 p. publicações Hugo de Carvalho Ramos mantida pela prefeitura Municipal de Goiânia, e sob a responsabilidade literária da Associação Brasileira de Escritores, secção de Goiás. VICTOR, Cicatrizes da alma. São Paulo: [s.n.], 1977. Possui dedicatória 1 / 000100 Antônio. 105 p. assinada pelo autor. VIEIRA, Da primavera ao Belém, PA: [s.n.], 1984. Possui dedicatória 1 / 000452 Lúcio Salgado. outono. 117 p. assinada pelo autor (20/02/85). 377 378 Localização (CDU e Cutter) Autor Título 82-9 / V657h VIEIRA, Primo. "Hóspedes do tempo". 82-9 / V657h VIEIRA, Primo. "Hóspedes do tempo". 233 / V598e VIJOYANANDA, O eterno Swami. companheiro: sua vida e ensinamentos relatados por seus discípulos. 31 / V695e VILAÇA, Marcos Em torno da Vinicios. sociologia do caminhão. Imprenta (local, Particularidade editora, data, volume, (anotações, marcas edição de leituras, observações) Goiânia: Líder, 1978. Ilustração da capa 94 p. assinada por Maria Guilhermina.; A ilustradora faz uma extensa dedicatória para Cora Coralina. Goiânia: Líder, 1978. O exemplar 2 possui 94 p. dedicatória assinada pelo autor. Folhas soltas. São Paulo: ECE, 1981. Ausente. 131 p. Recife: Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociaias, 1961. 166 p. Ausente. Exemplar Nota de conteúdo e tombo 1 / 000016 2 / 000191 1 / 000271 Publicado pela primeira vez em inglês por Swami Prabhavananda; tradução da versão em espanhol pela Equipe de Ramakrishna Vedanta Ashrama. 1 / 000235 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) 9 / V711p VILHENA, J. [Parte já São Paulo: [s.n.], 1961. Ausente. 1/ 000089 Nunes. reedificada]: [Parte [8] p. a ser reedificada]. 82-31 / W231e WALTARI, O egípcio. 13. ed. Rio de Janeiro: Brasileira, Sem capa. A folha de 1 / 000814 Tradução de José Mika. 1949. 656 p. rosto possui Geraldo Vieira. assinatura de J. Guimarães de Barros. 82-1 / W241v WALTY, Vovó e eu. Brasília: [s.n.], 1972. Possui dedicatória 1 / 000217 Larissa dos [84] p. assinada pela autora. Santos. 82-1 / W245t WANDERLE Tatuagem. Recife: Edições Pirata, Possui dedicatória 1 / 000561 Y, Vernaide 1980. 37 p. assinada pela autora. M. 82-1 / W247v WANKE, Via dolorosa. Rio de Janeiro: [s.n.], Capa solta. 1 / 000778 Eno Teodoro. 1976. [20] p. 29 / W359d WAXEMBE Da mística e dos São Paulo: ECE, 1976. Ausente. 1 / 000780 RG, Jorge. estados de 118 p. consciência. 82-1 / W712j WILLER, Jardins da [São Paulo]: Massao Possui dedicatória 1 / 000119 Cláudio. provocação: Ohno, 1981. 95 p. assinada na folha de poemas 1976/1980. rosto. 379 380 Localização (CDU e Cutter) 82-9 / W959p 82-1 / X3c 9 / Z82f 82-31 / Z86s 82-31 / Z86s Autor Título Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo data, volume, edição (anotações, marcas e tombo de leituras, observações) WU, John C. Para além do São Paulo: Flamboyant, Ausente. 1 / 000369 Tradução de Lucia H. oriente e do 1960. 301 p. (Tempos J. Villela; Poemas ocidente. 2. ed. Atuais). e salmos tradução de Dom Marcos Barbosa, O. S. B. XAVIER A canção do Rio de Janeiro: Emiel, Possui dedicatória 1 / 000485 JUNIOR. planalto. [195-]. [78] p. assinada pelo autor (Goiânia, 1956). ZNAMENSKI Fertilidade do Goiânia: Cerne, 1967. Ausente. 1 / 000606 Y, Valerian. solo, problema de 84 p. erosão e práticas agropecuárias de Goiás. ZOLA, A súplica. São Paulo: Clube do Ausente. 1 / 000037 Emílio. Livro, 1946. 191 p. ZOLA, O sonho. São Paulo: Clube do Capa solta. 1 / 000212 Emílio. Livro, 1947. 183 p. Localização (CDU e Cutter) Autor 2 / D588 _ 159 / R311 _ 327 / R382 _ 9 / D468 _ Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) DIOCESE de Goiás e o Goiás: [s.n.], 1963. Possui marcação 1 / 000159 plano de emergência. [10] p. a caneta com a observação "otimamente lembrados'. Possui correções ortográficas manuscritas. RECURSOS humanos e [S.l.]: Associação dos Ausente. 1 / 000186 desenvolvimento. diplomados da Escola Superior de Guerra, 1975. 16 p. RELAÇÕES entre Israel e [Brasília]: Coronário, Ausente. 1 / 000187 a África do Sul: relatório [197?]. 42 p. da comissão especial contra o Apartheid. O DESPERTAR do [Goiânia]: [s.n.], Possui 1 / 000220 nordeste goiano. [197?]. 50 p. dedicatória assinada. Capa e folhas soltas. 381 382 Localização (CDU e Cutter) Autor 641 / T776 _ 35 / E79 _ 35 / E79 _ 35 / D298 _ Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) Ausente. 1 / 000221 UM tratado da cozinha [S.l.]: Instituto portuguesa do século XV. Nacional do Livro, 1963. 184 p. (Coleção Dicionário da língua portuguesa, textos e vocabulários). ESTATUTOS da liga da [S.l.]: [s.n.], 1924. Capa solta. 1 / 000236 defesa nacional. 16 p. Apresenta marcas de leitura a caneta, palavras sublinhadas ESTATUTO do Instituto Goiânia: Oriente, Ausente. 1 / 000237 Histórico e Geográfico de 1975. 30 p. Goiás. DECRETO n. 5.547 de 25 Goiás: [s.n.], 1918. Ausente. 1 / 000240 de outubro de 1917: 72 p. remodelando as secretarias de estado. Localização (CDU e Cutter) Autor Título 9 / A939 _ AUTOS de devassa da inconfidência mineira: volume 8. 82-9 / J82 _ JORGE da Silva Fagundes e Isaura Siqueira Fagundes em suas bodas de ouro. 82-8 / F634 _ FLORESCÊNCIA. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) Brasília: Câmara dos Possui 1 / 000247 deputados, 1977. dedicatória 439 p. assinada por Targino (Ouro Preto, 29-06-77). [S.l.]: [s.n.], 1949. Possui 1 / 000258 48 p. dedicatória assinada por Jorge da Silva Fagundes 10/10/62.; possui anotação manuscrita a lápis. Brasília: [s.n.], 1984. Possui 1 / 000280 42 p. dedicatória assinada por Ildefonso de Souza (30-1084). 383 384 Localização (CDU e Cutter) Autor 82-9 / F682 _ 82-1 / U82 _ 82-1 / U82 _ 8 / N945 _ Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) FONTES de alegria. Santos, SP: Martins Possui 1 / 000289 Fontes, 1975. [20] p. dedicatória assinada por Lívia (jun./84). URUGUAYANA sonho e Uruguaiana: [s.n.], Ausente. 1 / 000306 Vários poesia. 1983. 111 p. colaboradores. URUGUAYANA sonho e Uruguaiana: [s.n.], Possui 2 / 000464 Vários poesia. 1983. 111 p. dedicatória colaboradores. assinada por Raul Menezes (Goiás, 31 de janeiro de 1984). NOVO manual de língua Rio de Janeiro: Capa solta. 1 / 000337 portuguesa: gramatica, Livraria Francisco Contém um lexicologia, análise, Alves & Cª, 1918. recorte de jornal composição. 5. ed. 146 p. com a matéria intitulada "Salários dos servidores". Localização (CDU e Cutter) Autor 82-9 / B615 _ 82-8 / A634 _ 82-5 / S237 _ Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) BIOGRAFIA Dr. Goiânia: O Popular, Capa solta. 1 / 000341 Sebastião Fleury Curado: [1964?]. 10 p. centenário de nascimento. ANTOLOGIA da estância Porto Alegre: Sulina, Possui na página 1 / 000344 da poesia crioula. 1970. 393 p. 94 uma dedicatória com assinatura ilegível. Encontrou-se na página 100 uma bula de remédio. SANTOS Estanisláu João Pessoa: [s.n.], Possui cartão de 1 / 000349 Pessoa de Vasconcelos: 1971. 42 p. oferta especial a cadeira 30. consideração à escritora Cora Coralina com abraços do amigo e admirador, assinado por F. Coutinho Filho. 385 386 Localização (CDU e Cutter) Autor 821.134.2(82) / A634 _ 030 / B582 _ 030 / B582 _ 030 / B582 _ 030 / B582 _ 030 / B582 _ Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) ANTOLOGÍA de la Buenos Aires: Ausente. 1 / 000351 Selección, estudio poesia argentina siglos Kapelusz, 1976. 181 preliminar y notas XIX y XX. p. (Grandes Obras de de Maria Eugenia la Literatura Crogliano. Universal, 122). BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, A biblioteca não 1 / 000352 v 1: Realidade cultura. 1980. 6 v. possui o v 4: Brasileira/ Gilberto Folclore. (v 4: Freyre. Folclore/Maria de Lourdes Borges Ribeiro.) BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente. 2 / 000353 v 2: Literatura/ cultura. 1980. 6 v. Josué Montello. BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente. 3 / 000354 v 3: cultura. 1980. 6 v. Música/Francisco Mignone. BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente. 4 / 000355 v 5: Cinema/Wilson cultura. 1980. 6 v. Cunha. BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente. 5 / 000356 v 6: Teatro cultura. 1980. 6 v. I/Raymundo Magalhães Júnior. Localização (CDU e Cutter) Autor 030 / B582 _ 030 / B582 _ 030 / B582 _ 030 / B582 _ 050 / G943 _ 57 / P829 _ 2 / R121 _ Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente. 6 / 000357 v 7: Teatro II/Maria cultura. 1980. 6 v. Claria Machado. BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente. 7 / 000358 v 8: Artes Plásticas cultura. 1980. 6 v. I/ Flávio D'Aquino. BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente. 8 / 000359 v 9: Artes Plásticas cultura. 1980. 6 v. II/ Wladimir Alves de Souza. BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente. 9 / 000360 v 10: Arquitetura / cultura. 1980. 6 v. Lucio Costa. GUIA de Goiás. Goiânia: [s.n.], 1980. Ausente. 1 / 000364 50 p. POPOL Vuh: las antiguas [S.l]: EDUCA, 1976. Ausente. 1 / 000373 historias del Quiché. 170 p. 5. ed. RACIONALISMO Rio de Janeiro: Ausente. 1 / 000377 Cristão. 19. ed. Centro Redentor, 1956. 240 p. 387 388 Localização (CDU e Cutter) Autor 008 / J41 _ 22 / S237 _ 2 / N935 _ 2 / V483 _ Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) JAULA aberta: órgão Bauru: [s.n.], 1983. Possui 1 / 000378 informativo do Lions 12 p. dedicatória no clube de Bauru norte. poema escrito por Péricles Rocha em homenagem à Cora Coralina Título: Velhice em sinfonia. OS SANTOS evangelhos. Petrópolis: Vozes, Ausente. 1 / 000407 Tradução do texto 3. ed. 1963. 350 p. original grego pelo P. Dr. Frei Mateus Hoepers, O. F. M. O NOVO testamento de [S.l.]: Os Gideões Ausente. 1 / 000409 Traduzido por João nosso senhor e salvador Internacionais, 1976. Ferreira de Almeida Jesus Cristo. 343 p. (Edição revisada e corrigida). A VERDADE que conduz New York: [s.n.], Folhas soltas. 1 / 000410 à vida eterna. 1968. 190 p. Localização (CDU e Cutter) Autor 2 / N935 _ 737 / C764 _ 016 / B582 _ Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) O NOVO testamento de Rio de Janeiro: Possui 1 / 000413 Traduzido em nosso senhor Jesus Cristo sociedade Bíblica do dedicatória português por joão e o livro dos salmos. Brasil, 1969. 860 p. assinada por Ferreira de Almeida. Judah (Rio 12-4Edição revista e 71). Encontrouatualizada no Brasil. se entre as páginas um recibo de depósito em nome de Cora Bretas - Banco do Brasil. CONTRIBUIÇÃO de Goiânia: Cerne, 1969. Ausente. 1 / 000419 Villa Boa de Goiaz à [28] p. numismática brasileira. BIBLIOGRAFIA Rio de Janeiro: [s.n.], Ausente. 1 / 000423 A biblioteca possui brasileira mensal. 1969. 369, [36] p. o v. 2, n. 11/12, nov./dez. 1969. 389 390 Localização (CDU e Cutter) Autor 82-31 / B582 _ 82-9 / S471 _ 2 / N739 _ 017 / C357 _ Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) BIBLIOTECA de Rio de Janeiro: Possui 1 / 000444 Contêm: O cavalo seleções. Ypiranga, 1958. dedicatória de pau / Eric endereçada à D. Williams; Esta noite 470 p. Zizi e assinada vou matar Lincoln / por Caiado e Jim Bishop; A idade Sylvia (14.9.58). de amar / James Contém recorte Hilton; O última dos de jornais. maçaricos / Fred Bodsworth. SEMANA Gelmires Reis. [S.l.]: [s.n.], 1982. Ausente. 1 / 000460 Contribuição do 24 p. acadêmico Guimarães Lima. NO cenáculo: guia São Bernardo do Possui 1 / 000469 devocional diário - julho, Campo: Imprensa dedicatória agosto 1982. Metodista, 1982. assinada por 64 p. Elias (19/7/82). CATÁLOGO de Goiânia: UFG, 1981. Na página 21 do 1 / 000471 publicações 1981. 70 p. catálogo consta a 3. Ed. do livro Poemas de Becos de Goiás e estórias mais. Localização (CDU e Cutter) Autor 017 / C357 _ 017 / C357 _ 017 / C357 _ 017 / C357 _ 017 / C357 _ 017 / C357 _ 017 / C357 _ 017 / C357 _ 82.09 / C122 _ Título CATÁLOGO de publicações 1981. CATÁLOGO de publicações 1981. CATÁLOGO de publicações 1981. CATÁLOGO de publicações 1981. CATÁLOGO de publicações 1981. CATÁLOGO de publicações 1981. CATÁLOGO de publicações 1981. CATÁLOGO de publicações 1981. CADERNOS literários: poesia. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) Goiânia: UFG, 1981. Ausente. 2 / 000646 70 p. Goiânia: UFG, 1981. Ausente. 3 / 000647 70 p. Goiânia: UFG, 1981. Ausente. 4 / 000648 70 p. Goiânia: UFG, 1981. Ausente. 5 / 000649 70 p. Goiânia: UFG, 1981. Ausente. 6 / 000650 70 p. Goiânia: UFG, 1981. Ausente. 7 / 000651 70 p. Goiânia: UFG, 1981. Ausente. 8 / 000652 70 p. Goiânia: UFG, 1981. Ausente. 9 / 000653 70 p. Porto Alegre: Possui 1 / 000481 Instituto Cultural dedicatória com Português, 1983. 40 endereçamento p. ilegível. 391 392 Localização (CDU e Cutter) Autor 82-9 / F663 _ 82-1 / M732 _ 9 / C322 _ 82-8 / S948 _ Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) O FOLCLORE da Caixa: Brasília: CEF, 1984. Possui 1 / 000509 Contém 25 contos contos. 320 p. dedicatória. selecionados pela Comissão Julgadora do Concurso "Prêmio Literatura da Caixa". MOMENTO de trovas: São Paulo: Possui 1 / 000516 Vários autores. coletânea de trovas. ADEMOR, 1979. dedicatória 63 p. assinada por uma das autoras Carolina Ramos (Santos, 09/10/82). CARTA à cidade de Brasília: [s.n.], 1983. Ausente. 1 / 000570 Goiás. 12 p. SUINDARA: antologia São Paulo: [s.n.], Possui 1 / 000582 Vários autores. poética. 1982. 114 p. dedicatória assinada por um dos autores Paulo Sampaio (São Carlos, 01/10/82). Localização (CDU e Cutter) Autor 2 / N935 _ 378 / D741 _ 9 / L564 _ 2 / L782 _ Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) O NOVO testamento de Rio de Janeiro: Na primeira 1 / 000654 Traduzido em nosso senhor Jesus Cristo. sociedade Bíblica do folha português por João Brasil, 1959. 654 p. "Lembrança da Ferreira de Almeida. primeira Igreja Edição revista e Batista de atualizada no Brasil. Goiânia Pastor". DOUTOR Honoris Causa: Goiânia: Unigraf, Possui 1 / 000659 Cora Coralina. 1983. 51 p. (Láureas dedicatória da UFG, 2). endereçada a um professor (nome ilegível) assinada por Cora Coralina (Goiânia 25-284). A LENDA das Cataratas. Curitiba: SCRGL, Ausente. 1 / 000673 [19--]. [32] p. LITURGIA da missa: Rio de Janeiro: Ausente. 1 / 000674 celebração da eucaristia Edições Lumen com o povo. 19. ed. Christi, 1969. 64 p. (Liturgia Pastoral, 1). 393 394 Localização (CDU e Cutter) Autor Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição 82-1 / P745 _ POESIA palestina de combate. Rio de Janeiro: Achiamé, 1981. 159 p. 291 / C461 _ CHÃO de flores. 3. ed. São Paulo: André Luiz, 1978. 149 p. 291 / P745 _ 9 / H447 _ POETAS redivivos: obra Rio de Janeiro: mediúnica. Federação Espírita Brasileira, 1969. 162 p. HECHOS de Israel. [S.l.]: [s.n.], 1971. 192 p. Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) Ausente. 1 / 000681 Vários autores. Selação de Abdellatif Laâbi; prefácio de Farid Suwwan. Possui 1 / 000690 Autores diversos; dedicatória psicografado por assinada por Francisco Cândido Ivone Mattar Xavier. Gonçalves. Possui 1 / 000694 Vários autores; dedicatória psicografada por assinada por Francisco Cândido Chico Xavier. Xavier. Ausente. 1 / 000695 Publicado para la División de Información de Ministerio de Relaciones Exteriores. Localização (CDU e Cutter) Autor Título 9 / A939 _ AUTOS de devassa da inconfidência mineira: volume 1. IGUAÇU. 9 / I24 _ 82-5 / H765 _ HOMENAGEM a Cora Coralina. 82-5 / H765 _ 82-8 / P745 _ HOMENAGEM a Cora Coralina. POETAS brasileiros de hoje. Imprenta (local, editora, data, volume, edição 395 Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) Brasília: Câmara dos Ausente. 1 / 000703 deputados, 1976. 426 p. São Paulo: [s.n.], Ausente. 1 / 000742 Edição bilíngue. 1978. [20] p. Araraquara: [s.n.], Possui 1 / 000754 1985. 27 p. marcações manuscritas a lápis. Araraquara: [s.n.], Ausente. 2 / 000755 1985. 27 p. Rio de Janeiro: Possui 1 / 000782 Vários autores. Shogun Arte, 1985. dedicatória 114 p. assinada por um dos autores (Luiz da Silva, Rio claro, 18/3/85). Contém marcador de página e cartão de visita do autor. 396 Localização (CDU e Cutter) Autor 82-9 / P966 _ 2 / H811 _ 2 / B582 _ Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo (anotações, tombo marcas de leituras, observações) PROSA presente: São Paulo: Soma, Possui 1 / 000784 Vários autores. antologia. 1983. 171 p. dedicatória (Brasileiros Hoje, 5). assinada por sua neta Célia. HORA de adoração ao Rio de Janeiro: Ausente. 1 / 000800 Método breve e Santíssimo Sacramento. Adoração Perpétua, utilíssimo para as [19--]. 68 p. adorações tanto solenes e coletivas, como individuais, conforme os ensinamentos do Beato Pedro Julião Eymard. A BIBLIA Sagrada. 2. ed. Rio de Janeiro: Folhas soltas. 1 / 000803 Contém o Velho e o Imprensa Bíblica Contém Novo Testamento. Brasileira, 1945. 889 marcador de Traduzida em [296] p. página em couro. português por João Ferreira de Almeida. Edição revista e corrigida na grafia simplificada. Localização (CDU e Cutter) Autor 392 / L784 _ 9 / A939 _ 8 / A628 _ 82-1 / J64 _ 327 / F254 _ Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição 397 Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) O LIVRO das noivas. São Paulo: [s.n.], Marcas de 1 / 000819 1929. 170 p. deterioração provocada por insetos. AUTOS de devassa da Brasília: Câmara dos Ausente. 1 / 000822 inconfidência mineira: deputados, 1977. volume 9. 520 p. ANTHOLOGIA. Rio de Janeiro: [s.n.], Possui assinatura 1 / 000833 [193-?]. 259 p. (Nova de Maria do Collecção de Livros Rosario Brom. Dicacticos, 3). JOGOS florais. Rio de Janeiro: Vida Ausente. 1 / 000862 Trovas vencedoras Doméstica, 1961. do concurso poético 103 p. promovido pela revista Vida Doméstica. FATOS sobre os Estados [S.l.]: [s.n.], 1961. Capa solta. 1 / 000875 Publicado pelo Unidos. 92 p. Serviço de Divulgação e Relações culturais dos Estados Unidos da América – USIS. 398 Localização (CDU e Cutter) Autor Título 9 / N935 _ A NOVA capital do Brasil: estudo e conclusões, volume II. 929 / T162 _ 2 / S693 _ TANCREDO Neves 1910-1985: a esperança ficou... À SOMBRA do Santuário. 9 / J11 _ 91 / A881 _ Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) [S.l.]: [s.n.], [195-?]. Expressivas 1 / 000887 73, [12] p. marcas de deterioração causada pela enchente. São Paulo: DCL, Ausente. 1 / 000890 Edição histórica [198-?]. 59 p. especial. [S.l.]: [s.n.], 1950. 12 Ausente. p. 1 / 000902 Boletim dos Padres Dominicanos de Goiás e da Prelazia de Sant'Ana da Ilha do Bananal. JABOTICABAL, São São Paulo: Edições Possui dedicatória 1 / 000911 Paulo - Brasil: edição do Populares, 1978. assinada por Rosa sesquicentenário. 100 p. Maria Perillo, Daniel Antonio Hungaro, Anselmo Antônio Hungaro. ATLAS universal de Rio de Janeiro: Na primeira folha 1 / 000912 Publicado sob a geographia physyca e Livraria Garnier, [19- está manuscrito direção de Domicio politica. -]. [136] p. Collegio St. Anna. da Gama. Localização (CDU e Cutter) Autor Título 76 / G777 _ GRAVURA: exposição didática. O NOVO testamento de nosso senhor Jesus Christo. 2 / N935 _ 030 / D545 _ DICCIONÁRIO prático ilustrado. 688 / B858 _ 9 / V695 _ BRINQUEDOS tradicionais brasileiros. VILA Boa. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Goiânia: [s.n.], 1967. Possui dedicatória 1 / 000915 77 p. sem assinatura. Rio de Janeiro: Assinatura com 1 / 000944 Traduzido em Sociedade Bíblica sobrenome português por João Unidas, 1949. 514 p. Coutinho Ferreira de (28/12/1950). Almeida. Edição revista e corrigida. Porto: Lello & Irmão, Contêm assinatura 1 / 000951 Novo diccionário 1947. 1810 p. de Paula Neves e encyclopédico lusomarcador de papel. brasileiro publicado Possui colado sob a direcção de recorte de jornal Jayme de Seguier. com foto de Bruno Spenciere Carneiro de Mendonça. São Paulo: SESC, Ausente. 1 / 000952 1983. [100] p. [Goiânia]: Líder, Título atribuído 1 / 000985 Catálogo [198-?]. [24] p. pelo catalogador. realização Sem capa. Secretaria de cultura e Desporto. 399 400 Localização (CDU e Cutter) Autor 2 / V831 _ 621 / E56 _ Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) VISITA domiciliaria de [S.l.]: [s.n.], [193-?]. Possui dedicatória 1 / 000989 Santa Rita de Cassia: 190 p. assinada pelo Pe. advogada dos impossíveis Antonio Velasco e dos casos desesperados, (30-9-38). Livro da inclita ordem de Santo incompleto. Há Agostinho . anotação sobre o registro de nascimento de Vicência. A ENERGIA elétrica no Rio de Janeiro: Ausente. 1 / 000242 Brasil: da primeira Biblioteca do lâmpada à Eletrobrás. Exército, 1977. 244 p. (Coleção General Benício, 154). Localização (CDU e Cutter) Autor 2-35 / R382 _ 2-35 / R382 _ 641 / S255 / 9. ed. _ Título RELATOS de um peregrino. RELATOS de um peregrino. A SAÚDE depende da cozinha. 9. ed. Imprenta (local, editora, data, volume, edição São Paulo: ECE, 1978. 185 p. São Paulo: ECE, 1978. 185 p. São Paulo: Missionária, [197?]. 222 p. Particularidade Exemplar Nota de conteúdo (anotações, e tombo marcas de leituras, observações) Ausente. 1 / 000024 Ausente. 2 / 000597 Assinatura e data 1 /000105 (Goiás 5 de abril de 1975) de Cora Coralina na última capa. Marcações a caneta no prefácio. Fonte: Elaborado pela pesquisadora. 401 402 4.3.2 Catálogo da biblioteca de Cora Coralina (periódicos) Quadro 2 - Periódicos Localização (CDU e Cutter) 8 / C578 (Cirandinha). 8 / A636 Anuário da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Teresina: [Cirandinha], 1979. 78 p. Goiânia: Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, 1970. 277 p. 8 / A636 Anuário da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. Anuário da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. Goiânia: Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, 1975/76. 159 p. Goiânia: Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, 1977/78. 167 p. 8 / A636 Título Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Possui dedicatória assinada por José Carolos (20-jan-82) na capa. Capa solta. Na página 49 aparece o registro da cadeira n. 5 Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (Cora Coralina) Contém na página 24 poema "Eu voltarei" de Cora Coralina. Contém na página 81 a crônica "Oração de natal do pequeno delinquente" de Cora Coralina. Exemplar 1 / 000222 1 / 000928 1 / 000929 1 / 000930 Notas de conteúdo Localização (CDU e Cutter) Título 8 / A636 Anuário da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. 8 / A636 Anuário da Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás. 7 / A698 Ariel: revista trimestral de artes y letras de Israel. Cadernos Literários. 8 / C122 Imprenta (local, editora, data, volume, edição Goiânia: Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, 1983/84. 169 p. Goiânia: Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás, 1973/1974. 208 p. Jerusalém: [s.n.], n.27-28, 1974. 232 p. Porto Alegre: Instituto Cultural Português, n.25, 1984. 48 p. Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Exemplar Na página 31 há referência ao lançamento do livro "Vintém de cobre - meias confissões de Aninha" de Cora Coralina. 1 / 000931 Contêm nas páginas 152/153 o poema "Eu voltarei" de Cora Coralina. 1 / 000993 Ausente. 1 / 000961 Possui dedicatória assinada por Ângela Maria Perez (autora de um artigo). 1 / 000967 Notas de conteúdo 403 404 Localização (CDU e Cutter) Título 33 / D598 Diretor lojista. 2 / F198 Família cristã. 2 / F198 Família cristã. 39 / F663 Folclórica. 39 / F663 Folclórica. 39 / F633 Folclórica. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Rio de Janeiro: Centro de Desenvolviment o Lojista, v.12, n.136, 1985. 47 p. São Paulo: [s.n.], v.50, n.585, 1984. 74 p. São Paulo: [s.n.], v.53, n.621, 1987. 64 p. Goiânia: Oriente, v.2, n.2, 1973. 119 p. Goiânia: Oriente, v.2, n.3, 1973. 101 p. Goiânia: Oriente, v.9, n.8, 1980. 167 p. Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Exemplar Nota sobre Cora Coralina (Troféu Anhanguera, p. 14). 1 / 000973 Cora Coralina é capa da edição. No interior há uma entrevista com a poetisa (páginas subtraídas). Contém a crônica "A gleba me transfigura" de Cora Coralina (p. 62). Ausente. 1 / 000981 Ausente. 1 / 000965 Número especial, contendo o livro "Mestre Carreiro" por Wilson Cavalcanti Nogueira. 1 / 000966 1 / 000982 1 / 000964 Notas de conteúdo Localização (CDU e Cutter) Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Goiânia: Conselho Estadual de Cultura, v.1, n.1, 1982. 133 p. Goiânia: Conselho Estadual de Cultura, v.1, n.1, 1982. 133 p. Goiânia: [s.n.], v.2, n.17, 1974. 78 p. Goiás Cultura. 008 / G615 Goiás Cultura. 008 / L525 Leia agora. 008 / N945 Novos dias. Goiânia: [s.n.], v.2, n.16, 1987. 58 p. 008 / I88 O Itauclube. São Paulo: Itaú, n.20, 1982. 11 p. Exemplar Ausente. 1 / 000932 Ausente. 2 / 000933 Publicação da crônica "Eu sou o milho" (p. 74). Há correções manuscritas a caneta na crônica. Há referência a Cora Coralina em matéria sobre a disputa do prêmio Juca Pato por Bernardo Élis (p. 55). Entrevista com Cora Coralina (p. 8-9). 1 / 000975 Notas de conteúdo 1 / 000980 1 / 000979 405 008 / G615 Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) 406 Localização (CDU e Cutter) Título 8 / P586 Picaré 62 / R454 Revista DAE. 8 / R454 Revista Academia Goiana Letras. Revista Academia Goiana Letras. 8 / R454 da de da de Imprenta (local, editora, data, volume, edição Santos, SP: [s.n.], v. 3, n. 5, 1982. 50 p. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, v.45, n.140, 1985. 108 p. Goiânia: Academia Goiana de Letras, n.5, 1975. 159 p. Goiânia: Academia Goiana de Letras, n.6, 1978. 187, [33] p. Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Exemplar Ausente 1 / 000934 Nota sobre Cora Coralina (p. 14). 1 / 000974 Ausente. 1 / 000935 Capa e folhas soltas. 1 / 00936 Notas de conteúdo Localização (CDU e Cutter) 8 / R454 8 / R454 37 / R454 37 / R454 9 / R454 Título Revista Academia Goiana Letras. Revista Academia Paulista Letras da de da de Revista da Universidade Federal de Goiás. Revista de Educação. Revista História. de Imprenta (local, editora, data, volume, edição Goiânia: Academia Goiana de Letras, n.7, 1980. 343 p. São Paulo: Academia Paulista de Letras, v. 34, n. 87, 1977. 258 p. Goiânia: UFG, v.1, n.1, 1965. 192 p. Goiânia: Secretaria de Estado de Educação e Cultura, v.17, n.37, 1959. 82 p. São Paulo: [s.n.], v.27, n.53, 1976. 304 p. Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Exemplar 1 / 000937 Ausente 1 / 000968 Capa solta. 1 / 000969 Ausente. 1 / 000963 Possui dedicatória assinada por Maria Regina Cunha Rodrigues (Goiás, 15 de julho de 976 secretária da revista). 1 / 000971 407 Ausente. Notas de conteúdo 408 Localização (CDU e Cutter) 9 / R454 9 / R454 Título Revista Instituto Histórico Geográfico Goiás. Revista Instituto Histórico Geográfico Mato Grosso. do e de do e de 8 / R454 Revista do livro 8 / R454 Revista do livro Imprenta (local, editora, data, volume, edição Goiânia: Instituto Histórico e Geográfico de Goiás, v.5, n.6, 1977. 203 p. Cuiabá: Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso, v.51, 1979. 149 p. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, v.10, n.31, 1967. 181 p. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, v.11, n.33, 1968. 206 p. Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Exemplar Possui dedicatória assinada por Colemar Natal (maio 78). 1 / 000960 Ausente. 1 / 000962 Ausente 1 / 000919 Ausente 1 / 000920 Notas de conteúdo Localização (CDU e Cutter) Título 8 / R454 Revista do livro 8 / R454 Revista do livro 7 / R454 Revista Goiana de Artes. 7 / R454 Revista Goiana de Artes. 7 / R454 Revista Goiana de Artes Imprenta (local, editora, data, volume, edição Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, v.11, n.34, 1968. 210 p. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, v.12, n.36, 1969. 208 p. Goiânia: UFG, v.1, n.1, 1980. 119 p. Goiânia: UFG, v.1, n.1, 1980. 119 p. Goiânia: UFG, v. 1, n. 2, 1980. 219 p. Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Exemplar Ausente 1 / 000921 Ausente 1 / 000922 Apresenta assinada Schmaltz Ausente Ausente dedicatória por Yêda Notas de conteúdo 1 / 000924 2 / 000925 1/ 000926 409 410 Localização (CDU e Cutter) Título Imprenta (local, editora, data, volume, edição Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Exemplar 7 / R454 Revista Goiana de Artes. Goiânia: UFG, v.2, n.2, 1981. 200 p. 1 / 000927 34 / R454 Revista Goiana de Jurisprudência. 008 / S464 Seleções reader’s digest Ausente 1 / 000953 008 / S464 Seleções reader’s digest Ausente 1 / 000954 008 / S464 Seleções reader’s digest Goiânia: Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, v.4, n.5, 1974. 207 p. Rio de Janeiro: Reader’s Digest Brasil, n.117, 1951. 206 p. Rio de Janeiro: Reader’s Digest Brasil, n.15, 1943. 119 [42] p. Rio de Janeiro: Reader’s Digest Brasil, n.267, 1964. 204 p. Possui artigo com poemas de Cora coralina (páginas 139177). Possui marcador de texto na página 140 e anotações manuscritas a caneta em algumas páginas. Ausente. Ausente 1 / 000955 1 / 000970 Notas de conteúdo Localização (CDU e Cutter) Título 008 / S464 Seleções reader’s digest 008 / S464 Seleções reader’s digest 008 / S464 Seleções reader’s digest 008 / S464 Seleções reader’s digest 32 / S476 Senhor. Imprenta (local, editora, data, volume, edição Rio de Janeiro: Reader’s Digest Brasil, n.268, 1964. 216 p. Rio de Janeiro: Reader’s Digest Brasil, n.269, 1964. 216 p. Rio de Janeiro: Reader’s Digest Brasil, n.270, 1964. 186 p. Rio de Janeiro: Reader’s Digest Brasil, n.271, 1964. 191 p. Rio de Janeiro: Três, n.194, 1984. 76 p. Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Exemplar 1 / 000956 Ausente 1 / 000957 Ausente 1 / 000958 Ausente 1 / 000959 Cora Coralina é citada na matéria "Os novos ídolos das mulheres" (p. 68). Possui etiqueta de assinante em nome de Flavio de Almeida Salles Jr. 1 / 000972 411 Ausente Notas de conteúdo 412 Localização (CDU e Cutter) Título 008 / S939 Sua boa estrela. 008 / T278 Tema. 008 / V431 Veja. 008 / V431 Veja: revista semanal de informação. Vida e saúde. 6 / V648 Fonte: Elaborado pela pesquisadora. Imprenta (local, editora, data, volume, edição São Bernardo do Campo: [s.n.], v.19, n.82, 1985. 48 p. Brasília: [s.n.], n.40, 1983. 36 p. São Paulo: Abril, n.712, 1982. 146 p. São Paulo: Abril, n.37, 1969. 66 p. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, n.12, 1985. 35 p. Particularidade (anotações, marcas de leituras, observações) Exemplar Matéria sobre Cora Coralina na página 26. 1 / 000976 Matéria sobre Cora Coralina (p. 5-6). Reportagem sobre Cora Coralina (p. 129). 1 / 000977 Ausente. 1 / 000983 Ausente. 1 / 000978 1 / 000984 Notas de conteúdo 413 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS [...] Sozinha... Na estrada deserta, sempre a procurar o perdido tempo que ficou pra traz. Do perdido tempo. Do passado tempo escuto a voz das pedras: Volta... Volta... Volta... E os morros abriam para mim imensos braços vegetais. E os sinos das igrejas que ouvia na distancia Diziam: Vem... Vem... Vem... E as rolinhas fogo-pagou das velhas cumeeiras: Porque não voltou... Porque não voltou... E a água do rio que corria Chamava... Chamava... Vestida de cabelos brancos Voltei sozinha à velha casa, deserta. (CORALINA, 1976, p. 42-43) No início do ano de 1956, após 45 anos vivendo em terras paulistas, Cora Coralina retornou a sua terra natal, em busca do seu vintém de cobre perdido. Na ocasião, ela disse ter ouvido e acolhido O chamado das pedras (título do poema que serve de epígrafe desta conclusão) e, por isso, atendeu às súplicas do rio Vermelho voltando para Goiás, para suas raízes, imbuída, sobretudo, de um desejo de memória. O sentimento de pertencimento a impulsionou a voltar, a escrever e a publicar seus livros. Ao escrever esta tese, entendi melhor este sentimento, pois experimentei-o. Experimentei, ao visitar o Museu Casa de Cora Coralina, na cidade de Goiás, essa sensação de chamado às origens. Assim, de 414 modo análogo a Cora Coralina, resolvi voltar. Voltar ao meu passado, à minha infância, aos primeiros livros lidos, à iniciação literária com os versos de Cora, aos cheiros e sabores do interior do país, ao aconchego do lar materno. Esse sentimento de retorno resultou na submissão da proposta de um projeto de tese que unia duas paixões: a biblioteca e a poetisa. E, essa volta se deu, simbolicamente, com a escrita desta tese. Estímulos vários foram determinantes para que o mergulho em minhas origens acontecesse. Por um lado, o fascínio pela literatura, pela poesia, por Cora Coralina e sua história; por outro lado, o amor pelos livros e por bibliotecas. Depois, a aproximação teórica com a noção de biografema, proposta por Roland Barthes. Autor que desejou, se morto, que a escrita de sua vida se reduzisse, nas mãos de um biógrafo amigo, aos pormenores, aos fragmentos, a alguns gostos. Estes fatores me inspiraram e me impulsionaram pela busca do meu “vintém perdido”, pela minha “volta” às terras goianas. E, nesse regresso, procurei, por meio do arquivo e desarquivo dos biografemas, apresentar um outro retrato da “autora que amo”, uma outra face da poetisa Cora Coralina. Esse objetivo encontrou respaldo na catalogação de sua biblioteca particular e na leitura biografemática de sua escritura. Fatos que, ao final, resultaram na escrita de uma trama biográfica descontínua, pois conforme afirmado no decorrer da tese, tratase de um tipo de biografia espelhada em um discurso que não se limita aos aspectos datados e posicionados cronologicamente, ou seja, trata-se de uma escrita delineada a partir de alguns pormenores concretos que foram encontrados, não apenas em seus versos, mas, sobretudo, nas descobertas exploradas em sua biblioteca como, por exemplo, os pactos de leituras, os textos inéditos, as anotações cotidianas e as dedicatórias. São revelações compreendidas na materialidade dos signos e dos objetos estudados e, por fim, de sua poética tecida com os fios da existência. Trabalhar com a noção de biografema pressupõe um certo grau de subjetividade do pesquisador, pois o seu emprego implica no convite ao uso da imaginação, na composição de um mosaico de fragmentos, de detalhes eleitos por quem os apreciam – a “anamnese factícia” (artificial, ocasional, fingida). Neste aspecto, percebi que, apesar de distintos, ocorre uma afinidade entre as noções dos conceitos de biografema e punctum, uma vez que, ambos elegem “o sensível” como determinante. Em outras palavras, o biografema e o punctum lidam com aquilo que pertence a ordem do que não é intencional, premeditado e, portanto, somente percebido por quem os observam, os sentem e os posicionam em lugar de relevância, quer seja na escritura ou na imagem. 415 Atuar como biografóloga foi uma tarefa que implicou em fazer escolhas, e, nesse caso, estas, ainda que por vezes intuitivas, seguiram as diretrizes impostas pelo material bio/bibliográfico e os resíduos encontrados na biblioteca de Cora Coralina. Ouso associar, no cenário desse universo, a “biblioteca” ao conceito de studium, remetendo, na concepção de Barthes, a uma espécie de investimento geral, considerando, desse modo, o quão vasto é o campo de interesse que a pesquisa da biblioteca proporciona. Isto implica dizer, neste estudo, a fortuna crítica, a poesia da culinária, a poesia do eu, a poesia do resíduo e o catálogo da biblioteca. E, nesse contexto, quando faço os recortes necessários à pesquisa, arrisco-me a concatená-los ao punctum, dado que, parto daquilo que me pungiu e me tocou, quer seja nos poemas escolhidos para as análises no decorrer da tese, ou, nos pactos de leituras, nos achados, nos inéditos e nas redes de relações materializadas em dedicatórias e nas afinidades teóricas e literárias reveladas com o estudo do acervo. Dito isto, os capítulos reunidos, nesta tese, ocuparam-se, em congregar uma parcela da produção literária de/sobre Cora Coralina e a refletir acerca do perfil estético-literário concebido a partir da vida e obra da poetisa. Assim, no capítulo 2 – Das vozes: fortuna crítica, lancei-me em busca de resgatar os trabalhos defendidos nas Instituições de Ensino Superior (IES) para, com isso, perceber a recepção da obra de Cora no universo acadêmico. Tomei como ponto de partida, a “fortuna quase completa” nas palavras da autora e pesquisadora Darcy de França Denófrio, e segui na esteira de seu levantamento, realizado no ano de 2006, propondo a atualização da fortuna crítica de Cora Coralina. O resultado foi um repertório de trabalhos universitários que trouxeram ainda que, parcialmente, um olhar apurado e crítico acerca da poetisa e sua obra. Digo parcial, pois a coleta priorizou os trabalhos de pós-graduação, em nível de mestrado e doutorado, produzidos em universidades nacionais e internacionais, excluindo-se dessa análise, os artigos disponíveis em periódicos, anais de eventos e suplementos literários. Delineie, com isto, os ângulos configurados da representação lírica da poetisa, formados a partir dos múltiplos pontos de vista encontrados nos trabalhos acadêmicos. Importante destacar que nessa análise, com exceção da dissertação Cora Coralina: cartografias da memória de Márcia Batista de Oliveira publicada na Universidade Estadual de Londrina, não foi encontrado nenhum outro trabalho defendido em IES da região sul do país. Apesar disso, as diferentes vozes dos pesquisadores trouxeram à tona documentos relevantes para se 416 observar a penetração crítica da obra de Cora, enquanto objeto de estudo, auxiliando a investigação realizada nesta tese e a de futuros pesquisadores. O ato de arquivar e desarquivar biografemas perpassa pela apropriação da escritura de Cora Coralina. Essa apropriação torna-se fundamental, pois é preciso não explicar a obra pela sua vida, mas sim, aproximar, harmonicamente, as marcas literárias das marcas biográficas da poetisa. A escritura de Cora pode ser entendida como prolongamento dos costumes, da cultura, da memória, do folclore, das texturas, dos saberes e sabores de sua terra e sua gente. A polissemia de seu discurso poético é, particularmente, refletida nos versos do livro Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1984). Este livro é considerado, pela poetisa, no paratexto intitulado Este livro, meias confissões de Aninha, como sendo: [...] tumultuado, aberrante, da rotina de se fazer e ordenar um livro Tumultuado como foi a vida daquela que o escreveu. Consequente. Vai à publicidade sem nenhuma pretensão. Alguma coisa, coisas que me entulhavam, me engasgavam e precisavam sair. É um livro das consequências. De consequências. De uma estou certa, muitas dirão: estas coisas também se passaram comigo. Este livro foi escrito no tarde da vida, procurei recriar e poetizar. Caminhos ásperos de uma dura caminhada. Nos reinos da Cidade de Goiás, onde todos somos amigos do Rei. (Parodiando M. Bandeira) (CORALINA, 1984, p. 33). As reminiscências da poetisa, ou seja, a sua recriação poética do passado é vista por Yokozawa (2009, p. 192) como “[...] a reinvenção lírica da memória” impulsionada pelas marcas, tanto individuais quanto coletivas, mescladas à sua subjetividade lírica, refletindo em versos caracterizados pelo estilo considerado como “epilírico”. Sobre esta combinação de épico e lírico, Camargo (2006, p. 67) destaca que “como a poetisa tem no passado os motivos de seu canto, os poemas se tornam espaço adequado à manifestação épica. Porém, a força lírica também se faz presente na subjetividade personalíssima [...]”. Características que 417 foram evidenciadas, sobretudo, no capítulo 3 – Dos biografemas na poesia: fragmentos de memória na obra de Cora Coralina com os subcapítulos que trataram respectivamente da poesia da culinária, a poesia do eu e a poesia do resíduo. Em a Poesia da culinária: oração do milho, saber e sabor se entrelaçam alquimicamente. Num primeiro plano, a culinária é vista como meio de subsistência da poetisa ao retornar para as terras goianas, resgatando e valorizando receitas tradicionais, adoçando paladares e se aproximando das pessoas. Um trabalho que se perfaz em orgulho para a poetisa, que se considerava mais doceira e cozinheira que poeta, conforme revelado nos versos de Cora Coralina, quem é você?, apresentado no decorrer do subcapítulo; em segundo plano trabalha com a metáfora do saber, transfigurado na valorização do milho enquanto exaltação da vida, da terra, das raízes, da força da natureza, características marcantes na sua poética. Em a Poesia do eu: vintém de cobre, Cora se olha no espelho, elevando ao ponto mais alto, as suas (meias) confissões, ao escrever a sua obra reconhecidamente autobiográfica. Ao analisar esta obra, pude verificar vários determinantes biografemáticos que saíram da sua vida para invadir sua obra, lugar no qual se constituíram em biografemas. Por exemplos: o modo como experimentou e lidou com simplicidade e humildade perante as intempéries da vida estão refletidos nos versos curtos, vigorosos e, por vezes, áridos; a oralidade de seus versos pensada como um resgate da tradição de se contar histórias; as dificuldades da infância da menina mal-amada que se sentava no banco das atrasadas na escola da mestra Silvina e, portanto, se sentia excluída, desamparada e desqualificada, dentre outros aspectos. Neste subcapítulo, também foi explorado algumas referências de leituras na infância e os empréstimos de livros do Gabinete Literário Goiano, isso tudo, levando em consideração a relação entre a poetisa e os livros, estes últimos pensados numa materialidade, ou seja, enquanto objetos passíveis de serem colecionados. O tratamento cuidadoso e a descrição meticulosa que Cora faz de alguns livros em seus poemas revelam o lado embrionário da poetisa/colecionadora e a sua intimidade com o companheiro inseparável, “o livro do amor” – o dicionário. Isso demonstrou o carinho e respeito pelo livro/objeto que lhe acompanhava sempre, inclusive nos momentos em que exercia o ofício da culinária. A escrita de si é movida pelo fazer poético de Cora nesse espaço intervalar entre bios e graphos. Analisá-la exigiu-me uma observação atenta do modo como a poetisa modula a sua escritura, tramada com os fios da memória, associado à sua compreensão de mundo e as faces do universo feminino. 418 A análise biografemática é uma prática, em sua essência, voltada à recepção. Diante disso, a Poesia do resíduo: casa velha da ponte, prato azul-pombinho, trouxe à tona os fragmentos plasmados pelas reminiscências da poetisa. Reminiscências, estas, encravadas “[...] no barco centenário encalhado no Rio Vermelho”, ou seja, na Casa Velha da Ponte. Local onde, após o seu retorno a Goiás, Cora viveu acintosamente reclusa, estudando, escrevendo e organizando seu primeiro livro com “[...] poesia que combina versos longos modalizados na prosa com versos entrecortados, duros e secos. Seus procedimentos retórico-discursivos são simples, têm na coloquialidade fonte prodigiosa [...]”. (CAMARGO, 2006, p. 66). E, nessa coloquialidade, Cora soube fazer uso de materiais residuais para escrever, acumulando e colecionando manuscritos, anotações em cadernos, recortando notícias de jornais e rascunhando anotações cotidianas (listas de compras, nomes de pessoas, telefones etc.). Alguns destes materiais residuais encontram-se dispostos no espaço museológico, no qual se transformou a Casa Velha da Ponte após a morte da poetisa, outros permaneciam ocultos até que o meu interesse em explorar e escavar os fragmentos autobiográficos materiais, presentes em sua biblioteca particular, surgisse. Estas questões operam, em suma, numa leitura biografemática que se consolida no campo da história da literatura, na medida em que (des)arquiva o passado, mas se abre para o futuro. Os biografemas, revelados a partir da biblioteca de Cora Coralina, não possuem orientação cronológica rígida e, portanto, instigam a ruptura de integralidade, visto que são calcados na dispersão e ausência de um método que se impõem pela inflexibilidade. Descortinar biografemas é uma habilidade determinada por quem lê, por uma postura de leitura, pela recepção e, portanto, por preferências observadas em certos fragmentos e “espaços vazios”. Com o despertar desse interesse, alguns questionamentos vieram à tona no decorrer da escrita desta tese. São questionamentos analíticos que subsidiaram a resposta para a pergunta central da tese que inquiria sobre a possibilidade de se (des)arquivar biografemas, a partir da biblioteca de Cora Coralina. Assim, indaguei: o que teria lido a menina da casa da ponte? No seu papel de leitora, quais foram seus autores preferidos? Sua escritura, marcada pelo estilo memorialístico, teria como referência algum autor específico, alguma corrente literária? Ou para usar outro termo, quais seriam suas afinidades literárias? Ao realizar esses questionamentos, eu estava investigando sobre a recepção dos títulos de sua biblioteca, pensando na conexão entre autor-obra-público, inserindo Cora, enquanto leitora, nesse contexto. 419 As respostas revelam a ligação da leitora/poetisa com a percepção que é dada a obra, sendo esta, um elemento que se reinventa em variadas circunstâncias e momentos históricos em que ocorre a recepção. Diante disso, acredito que a poetisa dos “Becos de Goiás” leu e releu um número elevado de exemplares de sua biblioteca, a julgar pelas marcas de leituras e pelos resíduos encontrados nos livros. A afinidade com alguns autores é perceptível em depoimentos da poetisa, e ratificados pelos livros constantes em sua biblioteca. Cito, para exemplificar, os autores portugueses, notadamente, Eça de Queiroz, e incluo nomes como Bernardo Élis, Guimarães Rosa, Pablo Neruda e Jorge Amado, para citar alguns autores pelos quais a poetisa, declaradamente, tinha empatia e se interessava por suas obras. Quando abordo alguns nomes reconhecidos pela tradição ou cânone literário e, ante a presença, no catálogo, de vários nomes de autores que hoje estão à sombra como pontos invisíveis da literatura, proponho uma reflexão sobre esta questão, pois nesse processo de inclusão ou exclusão, de aceitação ou rejeição, de luz ou sombra, percebo que estão imbricados aquilo que Jobim (1992) chamou de “ordem existente”. A “ordem existente” refere-se ao estabelecimento de parâmetros que ocorrem a partir de determinados pontos de vista (sociais, históricos, ideológicos) excludentes. Vários autores de livros, pertencentes à biblioteca de Cora Coralina, estão à margem, fora dessa “ordem existente” e, portanto, esquecidos e silenciados aos moldes dos paradigmas canônicos vigentes. Esse fato me leva a pensar em fatores que implicaram nas escolhas realizadas por Cora ao compor sua biblioteca. Estas escolhas são intrínsecas a arte de colecionar, pois implicam em afinidades, mas também na obsessão pelo conhecimento e pelo universo literário, verificáveis nos diferentes modos de apropriações/aquisições de livros, que, por sua vez, podem sugerir certo grau de vaidade, nem sempre assumida pelos bibliófilos e amantes da literatura. Outra questão que se coloca é pensar Cora Coralina como uma pessoa acolhedora, que mantinha as portas da Casa Velha da Ponte abertas para receber, diariamente, os amigos e visitantes. Autores conhecidos ou iniciantes nas letras, vizinhos e curiosos. A julgar pela expressiva quantidade de dedicatórias encontradas em seus livros, posso afirmar que a poetisa, recebia como presente de seus admiradores – livros. Muitas dedicatórias estão assinadas pelos próprios autores, jovens literatos que buscavam em seus cabelos brancos, a palavra amiga, alentadora e incentivadora. Escritores que nem sempre conseguiram romper e ultrapassar as barreiras impostas pela crítica literária e o mercado 420 editorial. Questionar a representação dessa ordem, por meio de um estudo das obras que fazem parte da biblioteca de Cora e que são consideradas “fora” dos padrões estabelecidos, abre perspectiva para outras futuras pesquisas que propiciarão descortinar quais são os parâmetros, as referências e as convenções nas quais estas obras estão assentadas, revelando, com isso, a história da literatura de uma época. Assim, penso que a catalogação desse acervo abre possibilidades para outros estudos. Outros questionamentos que fiz no decorrer da pesquisa: Como Cora Coralina havia formado seu acervo pessoal? Quais teriam sido os critérios de escolha dos títulos? Teria ela manuseado todos os exemplares? Quais seriam seus títulos preferidos? Relidos? Sentiria, a poetisa a “obsessão de um bibliófilo”? Teria lido todos aqueles livros? Comungava ela com a ilusão do bibliófilo? As respostas a esses questionamentos encontraram subsídios nos elementos presentes na coleção de livros da poetisa. Sobre a formação do acervo, considerando as datas de publicações dos títulos, variáveis entre os anos de 1889 a 1987125 com predominância de exemplares das décadas de 70 e 80 do século XX. A análise me levou a considerar que a formação de seu acervo foi gradativa, ou seja, a aquisição e a reunião da coleção de Cora transcorreram, menos, por meio de compra, e mais, mediante ofertas feitas por seus filhos, netos, amigos, admiradores e escritores iniciantes (conforme dito anteriormente). Existem alguns livros que os considero como sendo “herdados”, pois possuem dedicatórias endereçadas a outras pessoas, por exemplo, para Leão Caiado, Luís do Couto e há, até mesmo, registro de assinaturas de outros proprietários, como o livro Na luz perpétua: leituras religiosas da vida dos santos de Deus, para todos os dias do ano (1956) de autoria de João Batista Lehmann e que aparece a seguinte anotação, “pertence a Idalina de Cruz Marques” e o livro que contém o carimbo do Gabinete Literário Goyano (apresentado na figura 12). Essas formas de obtenção dos livros, me lembram Walter Benjamim (1987) no seu texto Desempacotando minha biblioteca, no qual o autor sugere quatro modos para se formar uma coleção de livros. São elas: escrevendo-os, modo considerado por Benjamin como o mais louvável, realizando empréstimos sem devolução, comprando-os e herdando-os, forma mais pertinente de transmissibilidade de uma coleção. 125 Os exemplares de 1987, dois anos após a morte de Cora, são de periódicos que trazem conteúdo sobre a poetisa e foram incorporados à sua biblioteca pela equipe do museu. 421 Em prol de se chegar a uma conclusão sobre o manuseio dos exemplares e quais foram os livros preferidos de Cora Coralina, levo em consideração as marcas de leituras, ou seja, os traços sublinhando linhas, os contornos nos parágrafos, as correções ortográficas manuscritas, os marcadores de textos, recortes de jornais guardados entre as páginas, folhas soltas, ausência de capa, dentre outras, corroboram com a ideia de leitura e releitura das obras. Apesar disso, é ilusória a afirmação que a poetisa leu todos os livros, porém, com certeza, ela tinha a ilusão do bibliófilo de que isso seria possível. Além disso, penso que Alberto Manguel (2006, p. 210) estava certo quando disse: “O fato é que uma biblioteca, seja qual for seu tamanho, não precisa ser lida por inteiro para ser útil; todo leitor tira proveito de um sábio equilíbrio entre conhecimento e ignorância, lembrança e esquecimento”. Ao me propor (des)arquivar biografemas, a partir da biblioteca de Cora Coralina, compreendi a inquietude que existe nos acervos literários e, nesse contexto, nas bibliotecas. Na biblioteca, espaço de acolhimento e dispersão, esquecimento e lembrança, arquivamento e desarquivamento, percebi não apenas nos títulos, autores e assuntos catalogados, mas sobretudo, nas associações entre as experiências e as reminiscências, nos fragmentos e nos resíduos, as múltiplas facetas da vida e da obra da poetisa. Alguns dos biografemas desarquivados revelaram traços que não se deixam captar em biografias descritivas, nem tampouco em definitivos enquadramentos, ao contrário, os biografemas “uma vez detectados, ocupam no texto o lugar do autor, cuja biografia deixa de ser então valorizada”. (VASCONCELOS, 2004, p. 43). Assim, destaco a obsessão pela infância e pelo trabalho, o autodidatismo, as reminiscências contínuas, a oralidade, a religiosidade, as amizades construídas, os resíduos melancólicos, a fraternidade, a humildade que resultaram em potência de subjetividade no diálogo poético estabelecido e posicionado entre a vida e obra. Ao concluir esta tese de doutorado, penso não ser demasiado presunçoso dizer que este estudo abre perspectivas para outras pesquisas. Arrisco-me com algumas sugestões: a análise acurada dos livros catalogados, observando as classes da CDU (assuntos dos livros), os idiomas e as editoras verificando, com isso, a ocorrência predominante ou não de determinados assuntos, a diversidade dos idiomas das obras e o mercado editorial predominante em algum período específico; o trabalho de digitalização (a exemplo da biblioteca de Fernando Pessoa) de todas as folhas de rosto dos livros e, para as obras em domínio público, das obras completas, pois existem obras raras no acervo como, por exemplo, 422 o livro Goyania: poema épico126 – considerado o primeiro livro goiano e, portanto, de grande relevância para o contexto histórico e social do centro-oeste brasileiro; um estudo mais acurado de todas as anotações e todos os recortes de jornais encontrados nos livros; a investigação dos selos das livrarias; e os autores considerados “invisíveis” como um modo de se debater o passado no presente, estabelecendo um diálogo entre o presente e o tempo transcorrido, construindo e renovando, assim, a história da literatura. Assim, finalizo este estudo que, pela potência da exploração biografemática, privilegia, sobretudo, a memória, fio condutor que transita pelos fragmentos e os pormenores concretos, arquivando e desarquivando biografemas na poesia e na autobiografia material, para escrever uma biografia descontínua de Cora Coralina. Nessa pesquisa de campo, verdadeiros documentos literários e históricos foram encontrados e analisados a partir do presente, por um olhar contemporâneo, que não deixou de considerar a interação articulatória com o passado, pois, sabe que se trata de uma relação especial entre “[...] o colecionador e suas coisas: [pois] não é que elas estejam vivas dentro dele; ele é que vive dentro delas”. (PEREIRA, 2003, p. 165). 126 Apesar do exemplar da biblioteca de Cora ser uma réplica sem data de publicação identificada, este livro é considerado uma obra rara e, portanto, significativo para historiadores e pesquisadores. 423 REFERÊNCIAS ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. 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O Justo não me consagrou Pão da Vida, nem lugar me foi dado nos altares. Sou apenas o alimento forte e substancial dos que trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre. Sou de origem obscura e de ascendência pobre, alimento de rústicos e animais do jugo. Quando os deuses da Hélade corriam pelos bosques, coroados de rosas e de espigas, quando os hebreus iam em longas caravanas buscar na terra do Egito o trigo dos faraós, quando Rute respigava cantando nas searas de Booz e Jesus abençoana os trigais maduros, eu era apenas o bró nativo das tabas ameríndias. Fui o angu pesado e constante do escravo na exaustão do eito. Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante. Sou a farinha econômica do proletário. Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam a vida em terra estranha. Alimento de porcos e do triste um de carga. 454 O que me planta não levanta comércio, nem avantaja dinheiro. Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos paióis. Sou o cocho abastecido donde rumina o gado. Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que amanhece. Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos. Sou a pobreza vegetal, agradecida a Vós, Senhor, que me fizeste necessária e humilde Sou o milho. (CORALINA, 2006, p. 156-157) O CÂNTICO DE ANINHA Vintém de Cobre... Antigos vinténs escuros. (De cobre preto foi batizado). Azinhavrados. Ainda o vejo, Ainda o sinto, Ainda o tenho, na mão fechada. Moeda triste, escura, pesada, da minha casa, da minha terra, da minha infância, da gente pobre, daquele tempo. Tudo velho, gasto, conservado, empoeirado, pelos cantos. Levados para o depósito do velho sobradão. Colchas de retalho desiguais e desbotados. Panos grosseiros encardidos, remendados. Potes e gamelas, pratos desbeiçados, velhos sapatos, 455 furados, acalcanhados eram disputados, tinham sempre alguém que os quisesse. Pilões lavrados a machado, cavados em cepos de aroeira. Mão de pilã, aleijada, redonda, sem dedos. Mão pesado de bater, socar, esmoer, quebrar, pulverizar. Mãos antigas, de menina moça, agarradas, em movimentos ritmados, alternados, batidas contínuas, compassadas. Engenho doméstico de pilar. “Quarenta vintém derréis...” Dinheiro curto, escasso. Parco. Parcimonioso. De se guardar. De um tempo velho. De gente pobre. Da minha terra. Da minha infância. Vintém de Cobre!... Economia. Poupança. A casa pobre. Mandrião de saias velhas da minha bisavó Recortadas, costuradas para mim. Timão de restos de baeta. Vida sedentária. Orgulho e grandeza do passado. Nesse tempo me criei. Daí, este livro – Vintém de Cobre, numa longa gestação, inconsciente ou não. que vem da infância longínqua à ansiedade presente. (CORALINA, 1984, p. 35-36) 456 CASA VELHA DA PONTE... Olho e vejo tua ancianidade vigorosa e sã. Revejo teu corpo patinado pelo tempo, mascado das escaras da velhice. Desde quando ficaste assim? Eu era menina e você já era a mesma, de paredes toscas, de beiradão Desusado e feio, onde em dias de chuva se encolhiam as cabras soltas da Cidade. Portais imensos para suas paredes rudes de barrotins e enchimento em lances sobrepostos salientes. Folhas de portas pesadas de arvores fortes descomunais, serradas a mão, unidas e aparelhadas, levantadas para a entrada e saída de gigantes homens feros, duros restos de bandeira. Fechaduras anacrônicas, chavões de broca, gonzos rangentes de feitio estranho e pregos quadrados. MINHA CASA VELHA DA PONTE... assim a vejo e conto, sem datas e sem assentos. Assim a conheci e canto com minhas pobres letras. Desde sempre. Lgum dia cerimonial foste casa nova, num tempo perdido do passado, quando mãos escravas te levantaram em pedra, madeirame e barro. Esquadrejaram tua ossadura bronca, traçaram teus barrotões na cava certa e profunda dos esteios altos, encaixaram teus linhamentos, cumeeiras, pontaletos, freixais, arrochantes e empenas, duras aroeiras, lavradas a machado, com cheiro de florestas, arrastadas em carretões de bois. Vieram os barrotins das taipas e os caibros linheiros, tirados em santa lua. Os envarados de taquara, amarrados com tiras de couro cru em permanência secular. Enchimentos lavrados com viscoso barro goiano, argila de boa loiça que se lacrou para sempre, ao tempo e ao sol, indestrutível casa velha, assentada em pedras brutas e cernes de lei. O campim-musgo viça e cresce nos beirais encachorrados; celebra em casa advento tua veneranda idade, teu corpo encurvado, marcado de escaras carecido de reparos que ninguém mais faz. Todo o calendário de chuvas repetem-se tuas goteiras lacrimosas e se abrem novas em complicada cadência de gotas indefinidas, e é apenas em rotineiro afastar de cadeiras e malas desusadas para a liberdade de variados pingos, com suas variações de locações diversas a cada chuva de vento forte e renitente. Faz medo subir no velho telhavã, abris caminho no encaibrado escuro, no ripado frágil, afastar as telhas coladas pelo 457 tempo na desconfiança de que mais goteiras se abrirão. Com o sol tudo se recompõe. Os móveis voltam aos seus lugares, esquecidas a lástima e o choro manso das pingueiras. CASA VELHA DA PONTE... Velho documentário de passados tempos, vertente viva de estórias e lendas. Gerações de rolinhas fogo-pagô descantam teus anos jubilares, cumeeiras, aninham-se nas mangueiras rotundas e mariscam suas coisinhas, sementinhas de capim na areia limpa do quintal. Geriarcas lagartixas, eternas inquilinas dos velhos muros e paredes brechadas se aquecem ao sol balançando sempre a cabecinha astuta. Minha bisavó falava de seus antigos ancestrais. O primeiro lembrado de outra bisavó – um certo Thebas Ruiz, recebedor dos quintos reais, antes de morrer enterrou no porão da casa ouro avultado, grossas barras, moedas e mais lavrados. Para não seguir preso para Portugal, prevaricador da Real Coroa, sonegador e esbanjador dos Quintos de El Rei, bebeu seu copo de veneno, tendo antes feito beber ao seu antigo escravo de confiança, que muito sabia e podia contar. Depois veio um Sargento-mor, bisavô de muitos, português colonial. Um Cônego Couto, liberal e dono de moedas, montes de ouro prataria. Contava minha bisavó que esse senhor Cônego, feito suas Humanidades em Coimbra, só almoçava sua gorda feijoada goiana em pratos e talheres de ouro. Um capitão da guarda nacional, que dragonou milhares de homens felizes e analfabetos, capitães, majores e coronéis, enfeitados com galões dourados e vitalícios sem percalços de reforma. Um desembargador na Monarquia – meu pai -, minha mãe viúva. Minhas irmãs, eu, afinal a última sobrevivente de gerações passadas. Estórias, fantasias de “enterro de ouro”, muito ouro que se pesava às arrobas, se encompridavam em barras e arredondavam em moedas e se laboravam em adornos. Escravos escavando em busca dos filões, veeiros que aprofundavam terra e dentro, vigiados de feitores, esfalfando-se em trabalho muscular, nas lavras de um tal Vai-Vem que ainda hje tem esse nome na posse de terceiros, perto de Goiás. E assim se criou a mística do “enterro de ouro” na Casa Velha da Ponte. Vultos negros no escuro se buscando, se agarrando, na sombra dos muros e tapumes, atracados num cio vigoroso e animal. De noite, subia 458 das senzalas e dos quadrados um fartum de sexo e de sêmen. Nasciam crioulinhos e as senzalas eram o celeiro e a garantia da sobrevivência dos escravos que se arrebentavam no serviço bruto dos senhores. Contava minha bisavó de um certo Lourenço, jovem crioulo escravo, que um dia, ameaçado de castigo, rasgou o ventre num desvão da escada. Foi achado, quando Capitão do Mato já ia à sua procur, caído, morto, rasgado a faca, com as mãos duras, agarradas aos caracóis do próprio intestino, roto e derramado. Depois de muito tempo, a negrada livre. Abolida a escravidão, as famílias empobrecidas, o serviço desorganizado na cidade e nos campos. A miséria das senzalas aos poucos de desfazendo, retiradas as telhas de valia. As taipas desprotegidas e abjetas. A decadência lenta, inerorável, mais a mais, dia a dia tempo a tempo. O pauperismo geral. A melancolia dos senhores definhando-se no saudosismo estéril de negras submissas e amendrontadas, de negros animalizados e crioulinhos regrados a palmatória. Os relhos dependurados, os açoites inúteis, as palmatórias ociosas. O sadismo sem mais onde cevar. Os velhos muros socados, perdendo sua altura senhorial. Caindo lance a lance, num desmoronamento vagaroso e constante até o raso dos alicerces de pedras grossas. Tudo pela falta de ima ou duas telhas que ninguém mais repunha; uns, por estarem perto r outros, por estarem longe. A lástima, a solidão. A falsa aparência de uma casa grande. Morada de gente envelhecida, injustiçada, incapaz de ragiar, emprobecida, triste, cevando um masoquismo inconsciente e mazombo. Cerradas portas e janelas, resguardando de olhar estranho o desmazelo e a pobreza que se instalavam. A busca aos gravtos do quintal, sempre generoso, para o primeiro fogo, o café da manhã. O pau de lenha, a xícara de sal, a compra resumida de um selamim de arroz... A batida ansiosa entre velhos e crianças, a intera de vinténs de cobre para alcançar o valor de um verde e cheiroso quilo de café. Os grandes inventos da pobreza disfarçada...Beldroegas...Um esparregado de folhas tenras de tomateiro. Mata-compadre de pé de 459 muro. Ora-pronobes, folhas grossas e macias, catadas das ramas espinhentas de um moiteiro de fundo de quintal. Refogados, gosmentos, comidos com angu de farinha e pimenta de cheiro, que tudo melhorava, estimulando glândulas vorazes de subalimentados. O grande quintal gerador de abóboras, pepinos, quiabos e mandioca abandonado ao mato invasor, na falta do braço escravo. Mangueiras, jabuticabeiras. Goiabas pelas pontas. Frutas no tempo certo. No tempo certo, vermelhas açucenas surgindo, místicas e solitárias, no seu caule esguio, entre pedras calcinadas na aridez da terra cascalhenta. Neste meio me criei e me fiz jovem. Meus anseios extravasaram a velha casa, arrombaram portas e janelas e eu me fiz ao largo a vida. Andei por mundos ignotos e cavalguei o corcel branco do sonho. Pobre, vestida de cabelos brancos, voltei à velha CASA DA PONTE, barco centenário encalhado no Rio Vermelho, contemporânea do Brasil Colênia, de monarcas e adventos. Ancorada na ponte, não quiseste partir rio a baixo, agarrada às pedras. Nem mesmo o rio pode te arrastar, raivoso, transbordante, lavando tuas raízes profundas a cada cheia brvia, velha casa de tantos que se foram. Ainda vive e pulsa aqui teu coração imortal, testemunha vigilante do passado. Humilde, pequenina e ofertante, a biquinha dágua, generosa, indiferente à decadência, a biquinha anciã de águas puras de ignota mina. Cantante e fria, correndo sempre menina na sua calha de aroeira. Biquinha, é banho e refrigério, copo de água cristalina e azul para a sede de quem fez longa caminhada às vertentes do passado e volta vazia às origens da sua própria vida. CASA VELHA DA PONTE, és para o meu cântico ancestral uma benção madrinha do passado. (CORALINA, 1976, p. 90-93, grifo da autora)