Andréa Figueiredo Leão Grants
(DES)ARQUIVAR BIOGRAFEMAS:
A BIBLIOTECA DE CORA CORALINA
Tese de doutoramento submetida ao
Programa de Pós-Graduação em
Literatura da Universidade Federal de
Santa Catarina como requisito para a
obtenção do Grau de Doutor em
Literatura, área de concentração
Literaturas,
linha
de
pesquisa:
subjetividade, memória e história.
Orientador: Prof. Dr. Stélio Furlan
Florianópolis
2016
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do
Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.
Grants, Andréa Figueiredo Leão
(Des)arquivar biografemas : a biblioteca de Cora
Coralina / Andréa Figueiredo Leão Grants ; orientador,
Stélio Furlan – Florianópolis, SC, 2016.
459 p.
Tese (doutorado) – Universidade Federal de Santa
Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós
Graduação em Literatura.
Inclui referências
1.Literatura. 2. Biblioteca particular. 3. Autobiografia
material. 4. Biografema. 5. Cora Coralina.
I.Furlan, Stélio. II. Universidade Federal de Santa
Catarina. Programa de Pós-Graduação em Literatura. III.
Título.
Andréa Figueiredo Leão Grants
(DES)ARQUIVAR BIOGRAFEMAS:
A BIBLIOTECA DE CORA CORALINA
Esta Tese foi julgada adequada para obtenção do Título de “Doutora em
Literatura” e aprovada em sua forma final pelo Programa de PósGraduação em Literatura
Local, x de xxxxx de xxxx.
____________________________________
Profª. Drª. Maria Lúcia de Barros Camargo
Coordenadora do Curso
___________________
Prof. Dr. Stélio Furlan
Orientador
Banca Examinadora:
_____________________________________________
Prof. Dr. Stélio Furlan ( Presidente e orientador) (UFSC)
________________________________________
Profª. Drª. Tania Regina Oliveira Ramos (UFSC)
_________________________________
Prof. Dr. José Ernesto de Vargas (UFSC)
___________________________________
Profª. Drª. Roberta Moraes de Bem (UFSC)
___________________________________
Profª. Drª. Giselle Kaminski Corso (IFSC)
__________________________________
Profª. Drª. Maria Eunice Moreira (PUCRS)
Este trabalho é dedicado à minha
família.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me permitir concretizar este sonho.
À toda minha família, especialmente, meu marido e meus filhos,
meus pais e minhas irmãs, pelo carinho e incentivo sempre.
Ao orientador, pela oportunidade concedida, a confiança e a
gentileza permanente.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Literatura
pelas lições literárias.
Aos colegas da Biblioteca Universitária, especialmente às diretoras
e a equipe do Serviço de Periódicos, pelo apoio e compreensão.
Às amigas e amigos do doutorado pela amizade fraternal.
À UFSC, por me receber como doutoranda e servidora técnicaadministrativa.
Ao pessoal do Museu Casa de Cora Coralina pela recepção e
acolhimento durante minha pesquisa de campo.
À autora que eu amo, Cora Coralina.
RESUMO
Este trabalho apresenta a biblioteca da escritora Cora Coralina,
pseudônimo de Anna Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas, pela dupla
proposta de estudo: a catalogação do acervo bibliográfico da poetisa, ou
seja, sua biblioteca particular; e a análise, por meio de uma leitura
biografemática, dos resíduos encontrados, tanto no arquivar/desarquivar
dos fragmentos quanto em alguns textos poéticos de sua escritura. Os
versos selecionados, voltados à poesia da culinária, à poesia do eu e à
poesia do resíduo, se tornaram corpus para análise da construção de uma
persona. São, portanto, os fios condutores que desenham, de forma
emblemática, os biografemas que se articulam na escritura de Cora
Coralina. Os objetos residuais são considerados sob o ponto de vista de
uma autobiografia material, revelados não apenas nos títulos, autores e
assuntos catalogados, mas sobretudo, nas implicações presentes nas
tessituras de associações das suas experiências e memórias, assim como
os pormenores concretos que, por sua vez, revelam as múltiplas facetas
da vida e da obra da poetisa. A pesquisa propõe um entrelaçamento de
gesto de vida e de escritura da autora, como uma dança ritualística em
torno da figura emblemática da “mulher-monumento”, como apontado
por Andrea Delgado (2003). A biblioteca particular catalogada contempla
parte do espólio da escritora e encontra-se localizada no Museu Casa de
Cora Coralina na cidade de Goiás, sob a direção da professora Marlene
Vellasco. Essa tese, propõe-se, portanto, espelhar a singularidade da
poetisa por meio dos biografemas cotejados em sua escritura e, por vezes,
com a iconografia, punctum, tal como percebido por Roland Barthes
(1984). O processo de inventariar a biblioteca particular de Cora Coralina
permite dar visibilidade ao acervo de 912 títulos e 978 exemplares
disponibilizados em forma de catálogo, resgatando, do “esquecimento”,
um autêntico repertório de fontes e inspirações da poetisa e de sua
escritura. Opera-se, a partir das centenas de páginas impressas entre
rastros de suas leituras, as redes de relações com os “outros”, as escritas
de margens em forma de anotações, adendos, rasuras, além de paratextos,
como as dedicatórias, os pós-escritos e os excertos inéditos em prosa e
em verso. Trata-se de uma tese de doutorado, a primeira que se dispõe a
desarquivar biografemas a partir da biblioteca particular da escritora e
que, ao final se transforma na construção de uma “biografia descontínua”,
inserida no contexto do espaço biográfico, proposto por Leonor Arfuch
(2010) e, cujo fio condutor, envolve aspectos conexos à linha de pesquisa
memória, subjetividade e história.
Palavras-chave: Biblioteca particular. Autobiografia
Biografema. Roland Barthes. Cora Coralina.
material.
ABSTRACT
This study presents the library of the writer Cora Colina, pseudonym for
Anna Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas, with a two-fold proposal:
cataloguing the bibliography of the poet in her private library, and
analysing - through a biographeme reading – the residues found both in
the archiving process and in some of the author’s poetic writings. The
selected verses, dealing with themes of culinary, of the self and of the
residue became the corpus for the analysis of the construction of a
persona. They are, therefore, the engine that brings together, in an
emblematic way, the biographemes that are articulated in the writings of
Cora Coralina. The residual objects are considered from the point of view
of a material autobiography, which is revealed not only in catalogued
titles, authors, and subjects, but mainly in the implications presented in
the constructed associations between experience and memories, as well
as in the concrete details that reveal the multiple facets of the poet’s life
and work. The research proposes a net of connections between the life
gesture and the author’s writings, as in a ritualistic dance around the
emblematic figure of the “monument woman”, as pointed out by Andrea
Delgado (2003). The catalogued private library encompasses part of the
writer’s assets and is located in the Museum “Casa de Cora Coralina” in
the city of Goiás, under the direction of professor Marlene Vellasco. In
this sense, this dissertation aims at portaying the singularity of the poet
through the biographemes present in her writings, and also through the
punctum iconography, as defined by Roland Barthes (1984). The process
of inventorying the private library of Cora Coralina gives visibility to the
archives of 912 titles and 978 samples made available in the form of a
catalogue, saving from oblivion an authentic repertoire of sources and
inspirations of the poet and her writings. From the hundreds of pages
printed out in traces of her readings, networks of relations with “others”
operate as well as writings on the margins in the form of notes, erasures
and paratexts, such as dedications, post-writings and unpublished
excerpts both in prose and verse. The doctoral dissertation is the first to
look at the archives of biographemes from her private library which
become, at the end, a discontinuous biography, inserted in the context of
the biographical space as proposed by Leonor Arfuch (2010), whose
thread involves aspects related to the line of research on memory,
subjectivity and history.
Keywords: Private library. Material autobiography. Biographeme.
Roland Barthes. Cora Coralina.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Cora Cristalina ................................................................................. 21
Figura 2 - Cora Coralina lendo ......................................................................... 43
Figura 3 - Brocas .............................................................................................. 65
Figura 4 - Troféu Jaburu e Troféu Juca Pato – respectivamente ....................... 75
Figura 5 - Cora Coralina e os doces .................................................................. 85
Figura 6 - Livro -Fogão de lenha: quitandas e quitutes de Minas Gerais (1977)
.......................................................................................................................... 92
Figura 7 - Recorte de Jornal - Cinco de março ................................................. 93
Figura 8 - Carta de Yêda Schmaltz para Cora Coralina .................................... 97
Figura 9 - Carta de Jorge Amado para Cora Coralina (1) ................................. 98
Figura 10 - Cora Coralina ............................................................................... 100
Figura 11- Livro com carimbo do Gabinete Literário Goiano ........................ 110
Figura 12 - Marcas de leitura .......................................................................... 115
Figura 13 - Casa Velha da Ponte..................................................................... 119
Figura 14 - Prato Azul-Pombinho em exposição no museu ............................ 129
Figura 15 - Biblioteca de Cora Coralina após catalogação ............................. 137
Figura 16 - Centro de Documentação - Museu Casa de Cora Coralina .......... 142
Figura 17 - Lista de nomes e números de telefones (1) .................................. 148
Figura 18 - Lista de nomes e números de telefones (2) .................................. 149
Figura 19 - Lista de compras (1) ..................................................................... 149
Figura 20 - Lista de compras e dedicatória (2) ............................................... 150
Figura 21 - Recorte de jornal - Nota de falecimento de Helena Peixoto ......... 150
Figura 22 - Cartão postal - frente .................................................................... 152
Figura 23 - Cartão postal -verso...................................................................... 152
Figura 24 - Carta de Jorge Amado para Cora Coralina (2) ............................. 154
Figura 25 - Livro de Pablo Neruda ................................................................. 157
Figura 26 - Livro de Fernando Pessoa ............................................................ 158
Figura 27 - Mensagem de Cora Coralina ........................................................ 159
Figura 28 - Mensagem de Cora Coralina para Haquira Osakabe .................... 160
Figura 29 - Texto manuscrito de Cora Coralina (inédito) ............................... 162
Figura 30 - Marcações de Cora Coralina ........................................................ 164
Figura 31 - Literatura de cordel ...................................................................... 166
Figura 32 - Livro Nordeste - Gilberto Freyre.................................................. 168
Figura 33 - Bíblia de Cora Coralina ................................................................ 170
Figura 34 - Altar de Cora Coralina ................................................................. 171
Figura 35 - Dedicatória de Maria Guilhermina para Cora Coralina ................ 178
Figura 36 - Museu Casa de Cora Coralina - Varanda ..................................... 180
Figura 37 - Dedicatória de Cora para Guilhermina ......................................... 181
Figura 38 - Crônica de Carlos Drummond de Andrade .................................. 184
Figura 39 - Dedicatória de Rachel de Queiroz ................................................ 186
Figura 40 - Dedicatória de Dinah Silveira de Queiroz .................................... 187
Figura 41 - Dedicatória Chico Xavier (1) ....................................................... 192
Figura 42 - Dedicatória de Chico Xavier (2) ................................................... 193
Figura 43 - Dedicatória Chico Xavier (3) ........................................................ 194
Figura 44 - Dedicatória Darcy França Denófrio .............................................. 195
Figura 45 - Dedicatória dos netos (1) .............................................................. 196
Figura 46 - Comentário de Cora Coralina (inédito) ......................................... 197
Figura 47 - Eça de Queiroz - livro e marcador ................................................ 199
Figura 48 - Dedicatória dos netos (2) .............................................................. 200
Figura 49 - Tabela CDU .................................................................................. 209
Figura 50 - Interface do PHL ........................................................................... 209
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Livros e materiais de referência .................................................... 211
Quadro 2 - Periódicos ..................................................................................... 402
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AACR2 – Código de Catalogação Anglo-Americano
ABDE – Associação Brasileira de Escritores
ABL – Academia Brasileira de Letras
AFLAG – Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás
BIBLEX – Biblioteca do Exército
BNP – Biblioteca Pública de Portugal
CDU – Classificação Decimal Universal
EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural de
Lisboa
GEN – Grupo de Escritores Novos
IES – Instituições de Ensino Superior
MOBRAL – Movimento Brasileiro de Alfabetização
PHL – Personal Home Library
UDN – União Democrática Nacional
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
Unesco – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................ 23
2 DAS VOZES: FORTUNA CRÍTICA ............................................. 45
2.1 TESES DE DOUTORADO ............................................................ 46
2.2 DISSERTAÇÕES DE MESTRADO .............................................. 48
2.3 DA VIDA LITERÁRIA DE GOIÁS: CRÔNICA........................... 56
3 DOS BIOGRAFEMAS NA POESIA – FRAGMENTOS DE
MEMÓRIA NA OBRA DE CORA CORALINA ............................. 67
3.1 POESIA DA CULINÁRIA: ORAÇÃO DO MILHO ..................... 87
3.2 POESIA DO EU: VINTÉM DE COBRE ...................................... 102
3.3 POESIA DO RESÍDUO: CASA VELHA DA PONTE, PRATO
AZUL-POMBINHO............................................................................ 121
4 DO CATÁLOGO E DOS ATOS ................................................... 139
4.1 PACTOS DE LEITURA - (DES)ARQUIVAR BIOGRAFEMAS 143
4.2 REDES DE RELAÇÕES .............................................................. 172
4.3 ENTRE ESTANTES ..................................................................... 203
4.3.1 Catálogo da biblioteca de Cora Coralina (livros e
materiais de referência) ............................................................ 211
4.3.2 Catálogo da biblioteca de Cora Coralina (periódicos) .. 402
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................ 413
REFERÊNCIAS ................................................................................ 423
ANEXO A – Estatuto do Museu Casa de Cora Coralina .............. 447
ANEXO B – Poemas e crônica na íntegra ....................................... 453
Figura 1 - Cora Cristalina
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora1
1
Pintura, acrílico sobre tela 50x60 (2016) – Autora: Narcisa de Fátima Amboni
23
1 INTRODUÇÃO
“O ‘biografema’ nada mais é do que uma
anamnese factícia: aquela que atribuo ao autor
que amo” (BARTHES, 2003a)
Esta tese concentra-se em compreender e seguir os passos
marcados na trajetória de escritura da poetisa Cora Coralina: uma
menina/mulher, mulher/menina que caminha em busca de liberdade nas
letras, consagrando-se, pelo seu ofício, como um dos nomes mais
relevantes da literatura brasileira.
O presente estudo visa penetrar no insondável espaço criativo
dessa mulher simples, religiosa, doceira por profissão e que viveu longe
dos centros urbanos, alheia a modismos literários, apenas imbuída do
espírito curioso e do exemplo materno do gosto pelos livros. A escritora
que produziu sua obra rica em motivos do cotidiano, marcados por sua
vivência no interior brasileiro, em particular dos estreitos becos
“discriminados e humildes2”, cujas histórias retratam, mais
especificamente, a cidade de Goiás.
Destaco que, antes de se alcançar a exposição do corpus da
pesquisa, os objetivos, a hipótese e a metodologia, é preciso explanar
acerca da gênese de minhas motivações em realizar esta pesquisa. Essa
motivação passa pelo encontro com a trajetória de vida e com o universo
poético de Cora Coralina, que publicou em vida três livros3, contribuindo
não só para a literatura, como também para a vida cultural de Goiás,
Estado do Brasil onde nasci e permaneci até 2001. Ainda na infância,
quando vivia em Goiânia, tive conhecimento e contato com os versos que
me encantaram e plantaram a semente de meu interesse pela poética de
Cora Coralina. Seus versos simples que retratam e reescrevem
Verso retirado do poema “Becos de Goiás”. (CORALINA, 2006, p. 93).
São eles: Poemas dos becos de Goiás e estórias mais (1965); Meu livro de
cordel (1976); e Vintém de Cobre: meias confissões de Aninha (1983). Somamse aos três livros publicados em vida, os seguintes títulos publicados
postumamente: Estórias da casa velha da ponte (1985); Os meninos verdes
(1986); O tesouro da casa velha da ponte (1996); A moeda de ouro que um pato
engoliu (1999); Vila Boa de Goyaz (2001); O prato azul-pombinho (2001); Os
melhores poemas (2004); Cora Coralina – poema do milho (2005); As cocadas
(2007); Cora Coralina- doceira e poeta (2009); A menina, o cofrinho e a vovó
(2009), Contas de dividir e trinta e seis bolos (2011). As datas citadas são
referentes às primeiras edições dos livros.
2
3
24
poeticamente o tempo passado de Goiás e as inquietações humanas,
provocaram-me as primeiras lições literárias e trouxeram-me motivações
pelo experimento no mundo das letras. Impossível era não se sensibilizar,
num processo de catarse infantil, com a pequena Aninha, máscara lírica
da poetisa, menina chorona, joelhos esfolados e que acreditava em
histórias de assombração e mula-sem-cabeça. Estabeleço, aqui, um
diálogo com a epígrafe de autoria de Roland Barthes que abre esse
capítulo introdutório, para registrar a passionalidade que me motiva a
compor este texto, por meio dos fragmentos e traços biografemáticos da
poetisa, que sempre me inspirou com sua poética de saberes e sabores de
uma expressão literária universal, mas com pitadas de sentimentos
regionalistas, marcadamente do centro-oeste brasileiro, terra onde nasci.
Retratos de uma memória coletiva das terras goianas, ratificada pelas
palavras de Jubé (1978, p. 75) “A inspiração da poetisa não se confina ao
tema regional e ensaia uma escalada pelos universais; embora telúricos,
exteriorização de seu imenso amor à terra [...]”.
O interesse pela obra da escritora acompanhou minha trajetória
pessoal e profissional e me levou a visitar o Museu Casa de Coralina e
nele (re)conhecer, no espaço intitulado “sala de homenagens”, uma velha
estante de madeira, dupla, cerrada por vidro e preenchida por prateleiras
repletas de livros. Logo, defronte da encantadora biblioteca comecei a
imaginar, primeiramente, como Cora Coralina havia formado aquele
acervo? Quais teriam sido os critérios de escolha dos títulos? Teria, a
poetisa, manuseado todos os exemplares? Quais seriam seus títulos
preferidos? Relidos? E, ainda, o que neles a inspiraram e se
transformaram em seiva, como matéria viva brotando em seus poemas,
lirismo contundente que está em si, conforme suas palavras.
São perguntas inquietantes, as quais buscaram respostas nos
pormenores da vida e obra da poetisa nascida em 20 de agosto de 1889,
na Casa Velha da Ponte da antiga Vila Boa de Goiáz4, local que, após o
seu falecimento e num processo de restauração, tornou-se o Museu Casa
de Cora Coralina.
Anna Lins dos Guimarães Peixoto5 é o nome de batismo da poetisa
que cantou e encantou Carlos Drummond de Andrade com seus versos
4
Vila Boa de Goiáz é o nome, em ortografia arcaica, atribuído em 1736, a então
vila administrativa pertencente à Capitania de São Paulo, hoje cidade de Goiás.
5
A inclusão do sobrenome Brêtas ocorre na ocasião de seu casamento com o
advogado Cantídio Tolentino Figueiredo Brêtas.
25
lacônicos carregados de lirismo6. Versos escritos por quem dizia, com
naturalidade, que a poesia estava em si, “assim como o vinho está na uva,
assim como o pão está no trigo”7. Tendo estudado apenas os anos
primários na escola da Mestra Silvina, numa época em que as dificuldades
sociais e econômicas estavam evidenciadas com a recém-proclamação da
República (1889) e a libertação dos escravos (1888), a pequena Aninha
ficou marcada pelos obstáculos impostos pelo cenário político e histórico
brasileiro e pelas barreiras impostas às mulheres da época. Empecilhos
revelados e evidenciados pela educação voltada à constituição do
matrimônio e criação dos filhos, impondo às mulheres um baixo nível de
escolaridade formal e a escrita tardia. Nesse contexto, a menina de pernas
moles, que vestia o mandrião costurado, a partir da velha saia de sua
bisavó, sentava no banco das atrasadas na escola e brincava sozinha no
imenso quintal de sua casa, em meio as árvores frutíferas e as formigas
diligentes, na vida adulta torna-se a mulher forte como a terra, operária
como as pedras e, sobretudo, sensível como as rosas inseridas na gleba8.
A história das mulheres e as suas relações com o fazer literário9
nos mostra que, no século XIX e início do XX, a literatura era de domínio
exclusivamente masculino10. As mulheres, em geral, eram submetidas a
uma educação que as preparavam para atitudes sociais voltadas à
resignação, à subordinação, à abnegação, ao consentimento e a
passividade. Saavedra (2013) corrobora com o exposto, ao estabelecer
que nas últimas décadas do século XIX haviam poucas mulheres que
escreviam, pois, a realidade que se apresentava a elas era a de baixa
escolaridade e de repressão familiar. No começo do século XX, apesar de
6
As informações biográficas sobre a poetisa narradas a seguir foram retiradas do
livro Cora Coralina: raízes de Aninha publicado em 2009 pelos biógrafos Clóvis
Carvalho Britto e Rita Elisa Seda. Trata-se de um estudo rigoroso da vida e obra
da poetisa que obedece um critério cronológico e temático.
7
Em depoimento a Marlene Vellasco (1990, p. [136]), Cora Coralina disse: “A
poesia está em mim assim como o vinho na uva, assim como o pão no trigo. Há
uma explicação? É uma coisa natural”.
8
Contexto e expressões retirados dos versos de Cora Coralina publicados em
Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1984).
9
Ressalto que farei uma breve passagem pela temática (Mulheres e Literatura)
para contextualizar a representação da poetisa nesse cenário.
10
Figueiredo (2013, p. 88) atesta esta condição afirmando que “A literatura no
século XIX era de tal modo domínio reservado aos homens que algumas
escritoras preferiram usar pseudônimos masculinos a fim de que sua obra fosse
respeitada”.
26
um melhor acesso aos estudos, o universo feminino continuava sendo o
da vida privada, o que acabava se refletindo em seus escritos. A partir da
segunda metade do século XX, as mulheres ganham espaço no mercado
de trabalho e na luta por seus direitos11. Neste percurso, poucos nomes
femininos conseguiram romper com essa condição imposta e se expressar
por meio das letras. “A conquista do território da escrita pelas mulheres
foi longa e difícil”, afirmou Norma Telles (2013, p. 54).
Essa luta foi também a luta de Aninha, como Cora Coralina era
chamada na infância. A menina de frágil aparência se sentia excluída
pelas irmãs e ignorada pela mãe, porém, conseguiu, de algum modo,
romper com os padrões determinados por convenções sociais
fortalecendo, assim, ao longo de sua vida, o seu talento como escritora12.
Seu talento já se despontava, ainda na adolescência, como declamadora e
redatora, pois aos 18 anos assumiu, juntamente com Leodegária de
Jesus13, a redação do jornal literário A Rosa. Diante desse contexto de
pioneirismo e perseverança em busca de valorização de seus escritos, abro
um pequeno parêntese para ressaltar o interesse de Cora Coralina em
poetizar a condição feminina, especialmente, a das mulheres “anônimas”,
não protagonistas, as “obscuras14” (lavadeiras, analfabetas, prostitutas) na
sociedade patriarcal da época. Sobre este aspecto, Camargo (2006, p. 6869) afirma:
Raramente a figura masculina é enfocada com
vigor nos poemas de Cora Coralina, embora a
sociedade em que viveu quando jovem fosse
patriarcal e conferisse à mulher um papel social de
submissão, negando-lhe qualquer outra função que
11
Para Saavedra (2013) é nessa época que surgem conceitos totalizadores,
inclusive o de literatura feminina.
12
Apesar de escrever desde cedo, a poetisa só conseguiu publicar seu primeiro
livro aos 76 anos de idade. Fatos associados a condição feminina, à velhice e
impedimentos financeiros evidenciam sua dificuldade em concretizar seu projeto
literário.
13
Leodegária de Jesus foi a primeira mulher a publicar um livro (Coroa de Lírios,
1906) em Goiás.
14
Incluo uma representante das mulheres anônimas homenageadas em versos por
Cora Coralina, a Maria Grampinho, como ficou conhecida a moradora de rua,
andarilha que carregava uma trouxa de roupa repleta de botões e usava vários
grampos no cabelo. Maria da Purificação era seu nome de batismo. Maria
Grampinho passou as noites, por aproximadamente 30 anos, no porão da Casa
Velha da Ponte.
27
não a de esposa e de dona de casa, com todas as
obrigações pertinente.
O modo como a leitura é inscrita na família de Cora,
especialmente, representada pela figura de sua mãe, uma ávida leitora,
favoreceu desde cedo o contato da poetisa com um expressivo repertório
de materiais bibliográficos que contribuíram para seu amadurecimento
intelectual. No final do século XIX, apesar da distância dos grandes
centros urbanos, a Senhora15 possuía meios de acesso aos livros, jornais
e revistas, particularmente como sócia do Gabinete Literário Goiano,
lugar de onde, mesmo durante o período em que a família morou na
fazenda Paraíso, continuava a receber os livros emprestados. A notável
capacidade como leitora, até mesmo de livros em diferentes idiomas: o
espanhol, o francês e o italiano é atestada pelo controle de empréstimos
do Gabinete e ratificada por Bittar (1997, p. 138), ao destacar a mãe de
Cora, como sendo “Intelectual, perde-se em intermináveis leituras e, até
hoje, o fato de ter lido todos os livros da Biblioteca Pública de Goiás é
sempre lembrado”.
Pouco afável aos serviços domésticos, a mãe de Cora Coralina foi
uma mulher empreendedora, e apesar das limitações impostas à condição
feminina, mantinha-se firme aos seus propósitos dentro e fora do
ambiente familiar. Foi, portanto, neste ambiente controlado
matriarcalmente e com muita leitura disponível, que cresceu Aninha, sob
os cuidados de tia Nhorita, Mãe Didi (ex-escrava e madrinha) e sua
bisavó. Mulheres que se destacaram na vida da escritora como fontes de
contato com a oralidade e a memória.
Contato rompido, em 1911, quando aos 22 anos, a poetisa partiu,
contrariando a moral vigente, para São Paulo com Cantídio Tolentino
Figueiredo Brêtas16, aquele que seria seu futuro marido17. Nessa época,
Cora já havia publicado alguns textos, em prosa, nos jornais locais.
15
Pronome de tratamento usado pela família ao se referir à mãe de Cora Coralina.
Seu nome de nascimento: Jacyntha Luiza do Couto Brandão Peixoto.
16
Cantídio Tolentino Figueiredo Brêtas era bacharel em Direito e atuava como
chefe de polícia na cidade de Goiás. A família de Cora Coralina não aceitava o
seu relacionamento com Cantídio, pois este havia deixado esposa em São Paulo.
Ainda assim, contrariando os preceitos sociais e morais vigentes, no dia 25 de
novembro de 1911, o casal parte da sociedade vilaboense rumo ao Estado de São
Paulo.
17
O casamento entre Cantídio e Cora Coralina ocorreu, oficialmente, no dia 01
de julho de 1925.
28
Cantídio, por sua vez, era advogado e chefe de polícia e conheceu Cora
Coralina nos eventos literários e nos encontros sociais que aconteciam no
Gabinete Literário da cidade de Goiás. As palavras de Teles (2010, p. 95)
exprimem a respeitável posição do Gabinete como “A mais antiga
instituição cultural do Estado [...]. Durante mais de 100 anos o Gabinete
foi o grande laboratório de cultura da antiga Vila Boa”. O Gabinete
Literário Goiano exercia grande influência no comportamento cultural e
artístico da sociedade da época. Câmara (1979, p. 93) corrobora ao relatar
que:
O Gabinete Literário funcionava, naquele tempo,
como uma espécie de crônica falada e ininterrupta
da cidade. Para lá convergiam, conforme as
frequentadoras da hora, os comentários e as fofocas
políticas, as murmurações e os fuxicos sobre a
conduta moral de insuspeitas e respeitáveis
matronas. Isto geralmente à tarde, pois, no período
noturno, o Gabinete parecia reservado aos jovens
que lá formavam pares de namorados [...].
A mudança para outro Estado, em companhia de Cantídio, levou
Cora a viver em Jaboticabal, no Estado de São Paulo. Cidade em que
nasceram seus seis filhos e onde criou uma filha adotiva18. Lugar no qual
plantou e vendeu rosas e recebeu homenagens em forma de versos.
Escreveu a poetisa no poema “Jaboticabal”:
[...]
Cafezal.
Canavial.
Algodoal.
Laranjal.
Rosal. Roseiral.
Cidade das Rosas.
Terra de meus filhos
onde fiz meu duro
18
Em 1912 nasceu a primeira filha de Cora Coralina, Paraguassu, em 1914
nasceram os gêmeos Cantídio e Enéas, sendo que o segundo faleceu aos 5 meses.
Depois, em 1915, nasce Jacyntha Philomena e, em 1917, Maria Isis nasce
prematura e falece aos 5 meses. Por último, após 10 anos (1927), nasce Vicência.
Dos filhos de Cora, apenas Vicência, encontra-se viva, os demais são falecidos.
Sua filha adotiva, Guajajarina, era fruto do relacionamento anterior de seu marido
com uma índia.
29
aprendizado de vida
e relembro sempre
amigos e vizinhos
incomparáveis.
[...].
(CORALINA, 1976, p. 32).
A poetisa morou, ainda, na cidade de São Paulo e presenciou a
Revolução Constitucionalista de 1932. Chegou a alistar-se como
enfermeira e costurou uniformes para os soldados19. Após a morte de seu
marido, em 1934, instalou uma pensão e começou a vender livros da
editora José Olympio, como meio de subsistência. Mudou-se para
Penápolis e sobreviveu financeiramente com a venda de plantas e um
pequeno comércio, uma casa de retalhos de tecidos. Nessa época
participou da Ordem Franciscana e fez votos de viver segundo seus
ensinamentos. Quando foi para Andradina e por lá permaneceu por 15
anos, Cora viveu dividida entre os afazeres como proprietária de um sítio
e um pequeno comércio na cidade. Sua atuação na sociedade
andradinense levou-a, num gesto de comprometimento político, porém,
sem sucesso, a candidatar-se à vereadora pela União Democrática
Nacional (UDN).
Depois dessas andanças por terras paulistas e, após 45 anos ausente
de sua terra natal, com seus filhos criados, a poetisa sente “o chamado das
pedras20” e, aos 67 anos de idade, “vestida de cabelos brancos” retorna
em busca do “vintém perdido21”.
A estrada está deserta.
Vou caminhando sozinha.
Ninguém me espera no caminho.
Ninguém acende a luz.
A velha candeia de azeite
De a muito se apagou.
Tudo deserto.
Na ocasião, Cora doou sua aliança de casamento e recebeu o certificado “Dei
ouro pelo bem de São Paulo”.
20
Título do poema abaixo (fragmento) publicado em Meu livro de cordel (1976,
p. 42-43). No mesmo poema há um verso com a expressão “Vestida de cabelos
brancos” que utilizo a seguir.
21
Em depoimento a Marlene Vellasco (1990), Cora disse que voltou para Goiás
para procurar o vintém de cobre perdido.
19
30
A longa caminhada.
A longa noite escura.
Ninguém me estende a mão.
E as mãos atiram pedras.
Sozinha...
Errada a estrada.
No frio, no escuro, no abandono.
Tateio em volta e procuro a luz
Meus olhos estão fechados.
Meus olhos estão cegos.
Vem do passado
[...]
(CORALINA, 1976, p. 42)
Na ocasião de sua volta, Cora escreveu o poema Cântico da volta22
(1956) e começou a sonhar em publicar seu primeiro livro Poemas dos
becos de Goiás e estórias mais, fato que se concretizou em 1965. Esse
sonho foi realizado após a clausura voluntária na Casa Velha da Ponte,
em meio as inúmeras pesquisas sobre o folclore e costumes de Goiás, a
escrita de poemas e o feitio de doces cristalizados. Observo a afirmação
de Britto (2009) sobre o fato que o primeiro livro de Cora não
[...] nasceu em uma só contração. Poemas dos
Becos de Goiás e Estórias Mais começou a ser
gerado quando a autora ainda estava em São Paulo,
no dia em que conseguiu se libertar da métrica e da
rima e escrever seu primeiro poema. [...]. Podemos
dizer, de acordo com os registros no acervo da
autora, que os vinte e quatro poemas reunidos na
primeira edição do livro foram concebidos entre as
décadas de 1930 e 1960. (BRITTO, 2009, p. 31,
grifo do autor).
Diante desta sucinta explanação introdutória acerca do caminho
percorrido por Cora Coralina, retomo o foco na apresentação da pesquisa
e aproveito para esclarecer que o conceito de biblioteca, utilizado nesta
Publicado primeiramente em folheto dobrável, o poema-prosa “Cântico da
volta” foi distribuído no evento promovido pela Associação Brasileira de
Escritores (ABDE) em homenagem ao retorno de Cora Coralina. Recuperado em
2011, o poema pode ser lido no livro póstumo Villa Boa de Goyaz (2001).
(DENÓFRIO, 2006).
22
31
tese, ultrapassa a fronteira do estabelecido pelos manuais e livros de
referência. Sumariamente, a “biblioteca” que proponho abordar, neste
estudo, vai além do sentido etimológico resultante da união dos dois
termos biblio e têke23, e da definição de Schwarcz, Azevedo e Costa
(2002, p. 125), que estabelecem a biblioteca como “prateleira ou depósito
para guardar livros, escritos, rolos de papiro e de pergaminho arrumados
em estantes”, ou mesmo da materialidade definida pelos dicionários que
a indica como sendo “[...] a coleção pública ou privada de livros e
documento congêneres, para estudo, leitura e consulta. Edifício ou recinto
onde ela se instala. Móvel onde se guardam e / ou ordenam livros”.
(FERREIRA, 2001, p. 97). O que desejo e proponho, ao estudar a
biblioteca de Cora Coralina, é trazer, além dos pressupostos acima
explicitados, uma concepção ampliada do vocábulo. Isto significa dizer
que a “biblioteca”, tal como a concebo, articula a tensão entre
reunião/dispersão,
esquecimento/memória,
tradição/vanguarda.
Especificamente, nesta tese, fica evidente o uso significativo do termo, a
partir dos recortes que estabeleço na escritura poética de Cora Coralina; a
fortuna crítica sobre a poetisa (especialmente teses e dissertações); os
livros e periódicos colecionados e acumulados pela poetisa durante sua
vida e que foram organizados e catalogados para esta pesquisa; e parte do
acervo documental cedido pelo Museu Casa de Cora Coralina, materiais
que englobam fragmentos de jornais e revistas, fotos, cartas, dedicatórias
e crônicas. Assim, ainda que a ênfase recaia sobre a biblioteca particular
da poetisa, pretendo utilizar o termo “biblioteca” como metonímia para
as diversas possibilidades de bibliotecas e assuntos relacionados ao
arquivar e desarquivar, observando a articulação com a cultura coletiva
envolta dos valores históricos, a tradição literária e, em última análise, a
história da literatura. Diante desta colocação acerca do termo, a hipótese
que suscito é a de se pensar na possibilidade de (des)arquivar biografemas
a partir da biblioteca de Cora Coralina.
Sendo assim e considerando a frase do escritor Alberto Manguel
(2006, p. 162) que diz que “Toda biblioteca é autobiográfica” e
associando-a à noção conceitual de biografema proposto por Roland
Barthes (1984), passei a desenvolver a essência do argumento deste
estudo. Partindo da reflexão sobre como uma biblioteca espelha a
singularidade de um leitor, exercendo, desse modo, uma relação de
testemunho entre o contingente intelectual e a trajetória pessoal,
23
Para Santos (2009) as palavras gregas biblio e têke significam respectivamente
livro e coleção/depósito.
32
proponho-me a atuar, num primeiro momento, como pesquisadora do
acervo bibliográfico24 da poetisa e, em seguida, como biografóloga dos
vestígios repletos de significações, presentes tanto nos pormenores
detectados em sua poética, ou seja, nos poemas emblemáticos
selecionados como corpus de análise, como nas possíveis conexões de
leituras, nas redes de relações, nas escritas de margens em forma de
anotações, nos adendos, nas rasuras, além de paratextos como as
dedicatórias, os pós-escritos, os excertos inéditos em prosa e verso,
encontrados no manuseio de seu acervo.
Os vestígios, resíduos e os fragmentos são como as chaves que
permitem dar conta de uma trajetória de vida e de escritura que,
transgressora por não obedecer a uma ordem cronológica convencional,
refletem idiossincrasias humanas. Para Manguel (2006, p. 163):
O que torna toda biblioteca um reflexo de seu
proprietário não é apenas a seleção de títulos, mas
a trama de associações implícita na seleção. Nossa
experiência elabora outras experiências, nossa
memória elabora outras memórias. Nossos livros
dependem de outros livros, que os modificam e
enriquecem, que lhes dão uma cronologia ao
arrepio dos dicionários de literatura.
Alberto Manguel ressalta que, até o atual momento, se conserva a
concepção de que os livros pessoais atestam, refletem, julgam contra ou
ao nosso favor. Além disso, estabelece que existem as bibliotecas sólidas,
palpáveis que se transformam, na medida em que são absorvidas (lidas)
pela biblioteca mental, de caráter fluída, fragmentária, posto que se apoia
na memória individual. (MANGUEL, 2006).
Sem a pretensão de que este estudo seja contado apenas sob o
formato dos objetos que Barthes (2004b, p. 44) chamou de “[...] monemas
da língua metaliterária ou da história da literatura; tais objetos são,
certamente, os autores, as escolas, os movimentos, os gêneros e os
séculos”, pois assim se estaria diante de um manual, ao contrário, o
propósito é (re)escrever uma vida, intermitente em sua essência,
considerando que o contato com o acervo pode permitir uma nova
24
Nesta tese, o conceito de acervo bibliográfico refere-se ao conjunto de
documentos armazenados e conservados em uma biblioteca. Na biblioteca de
Cora Coralina estes documentos estão representados pelos livros e periódicos.
33
abordagem de leitura, de distinção e de reconhecimento dos signos de
vida.
Por meio de uma perspectiva biografemática pretende-se encontrar
os pormenores concretos para compor uma “biografia descontínua”,
capturada a partir da poética Cora, de seus livros e de suas impressões.
Perrone-Moisés (1983), ao analisar a “ciência do biografema”, afirma que
Barthes aponta para dois tipos de biografias. A biografia-destino – onde
existe uma completude de sentido e a biografia descontínua – que absorve
a ordem dispersiva do biografema, recriando uma nova ordenação. E,
nesta nova ordenação, será dado a conhecer os livros que marcaram e
deixaram ser marcados pelas experiências25 da escritora, que soube
ornamentar sua vida poeticamente, pois:
Dizer que um autor é um leitor, ou um leitor, um
autor, considerar um livro como um ser humano ou
um ser humano como um livro, descrever o mundo
como texto ou um texto como o mundo são formas
de nomear a arte do leitor. (MANGUEL, 2001, p.
196).
Seria, portanto, a tentativa de (re)escrever mediante os traços
biografemáticos, cenas de uma vida, sem o obrigatório sentido de
organização cronológica presente, geralmente, nas biografias.
Biografemas que possuem como pano de fundo as fontes bibliográficas,
que até o momento estavam “invisíveis”. Em outras palavras, trata-se de
descortinar o passado cravado em livros, folhear emoções, as quais pedem
passagem para serem reveladas. Nas palavras de Cora Coralina (2006, p.
27), estes biografemas constituiriam simplesmente em “[...] um modo
diferente de contar velhas estórias”, pois para Vasconcelos (2004, p. 40),
“O biografema sai da vida para entrar na obra, mas é na obra que se
constitui como biografema”.
Sobre o período que antecedeu à catalogação do acervo, cabe
registrar que, no momento em que encontrei os livros da biblioteca
pessoal de Cora Coralina, as obras estavam acondicionadas, por certo, em
25
Entende-se por experiência, o conceito elaborado por Walter Benjamin em O
narrador (1987) no qual o filósofo afirma que “a experiência que passa de pessoa
a pessoa é a fonte a que recorrem todos os narradores” (BENJAMIN, 1987, p.
198), entretanto essa experiência é transmitida por meio da própria história ainda
que dependa da intervenção do narrador. Figura essa, que para Benjamin, estava
desaparecendo.
34
um local seguro, aparentemente livres de agentes deteriorantes como sol,
umidade, insetos, entre outros, mas era absolutamente relevante observar
que faltava um tipo de tratamento técnico, pois não se notava nenhum
critério que demonstrasse algum eco de organização biblioteconômica,
que permitisse disponibilizar o acervo para pesquisadores interessados
em Cora Coralina. Nesse instante, lembrei-me da biblioteca sem catálogo,
por opção, de Alberto Manguel. Disse ele:
[...] eu mesmo dispus os livros pelas estantes, e em
geral só preciso recordar o plano da biblioteca para
saber onde estão – as áreas de luz e sombra fazem
pouca diferença para minhas explorações. Essa
ordem rememorada segue um padrão em minha
mente, que retém a forma e a divisão da biblioteca,
assim como um astrônomo conecta por meio de
padrões narrativos os pontos das estrelas [...].
(MANGUEL, 2006, p. 161)
Se, como afirma o autor, a biblioteca física, a virtual/eletrônica e a
memorizada refletisse a identidade individual e social, ou seja, “Somos o
que lemos, ou o que já lemos” (MANGUEL, 2014), como não pensar a
poetisa a partir de suas leituras, de seu modo de colecionar, selecionar os
livros e fazer seus pactos de leituras. Sentiria ela a “obsessão de um
bibliófilo”? Expressão cunhada por José Mindlin (2008, p. 15) ao dizer
que: “O livro exerce uma atração multiforme, que vai muito além da
leitura, embora esta seja um ponto de partida fundamental”. Teria, a
poetisa, lido todos aqueles livros? Comungava ela com a ilusão do
bibliófilo? “Em primeiro lugar, existe sempre a ilusão de que se vai
conseguir ler mais do que na realidade se consegue”. (MINDLIN, 2008,
p. 15). Seria possível responder a essas perguntas? Evidentemente, para
se alcançar as respostas a esses questionamentos, era necessário
considerar o fato de que a biblioteca, tal como eu a observava na ocasião
de minha visita ao museu, é resultado de uma estruturação post mortem,
considerando que este espaço de preservação e memória foi inaugurado
em 20 de agosto de 198926, pouco mais de quatro anos após a morte da
poetisa e, portanto, os livros haviam sidos organizados para serem
expostos ao público.
Concebendo que há algo de arbitrário na organização de uma
biblioteca, especialmente, a biblioteca particular, pois esta “[...] tem a
26
Data comemorativa dos 100 anos de nascimento de Cora Coralina.
35
vantagem de permitir classificações caprichosas e altamente pessoais. [e]
Por vezes, a classificação antecede a ordenação material”. (MANGUEL,
2006, p. 42-43), comecei a vislumbrar a possibilidade de, como um
arconte que, para Derrida (2001), seria a um só tempo guardião e
intérprete do arquivo, inserir os livros no “[...] suave tédio da ordem [...]”
que ainda não os envolviam. (BENJAMIN, 1987, p. 227).
Assim, passei a refletir sobre a possibilidade de organizar,
classificar e catalogar o acervo bibliográfico registrando dados físicos
como: os títulos, os autores, as datas, as edições, os assuntos e,
especialmente, as particularidades em notas27. Ou seja, vestígios que
permitissem trazer à tona fragmentos biografemáticos de ordem textual,
encontrados em erupções artísticas que, acredito, podem ser de grande
valia para os pesquisadores e amantes da obra de Cora Coralina.
E foi diante de tamanho tesouro, raro, que o olhar de bibliotecária,
mestra e doutoranda em literatura não se esquivou e, por
aproximadamente três meses consecutivos, trabalhei, inventariei, li,
analisei, pesquisei e conversei com as pessoas que conheceram e
conviveram com a poetisa, no intuito de reunir subsídios, buscar as chaves
que permitissem abrir portais no espaço biográfico, para apontar alguns
biografemas da poetisa, pois conforme Costa (2010, p. 29):
Trata-se de um outro tratamento para aquilo que a
cultura nos oferece acerca do autor (através dos
livros, fotos, manuscritos, filmes, entrevistas,
documentos, etc.): a relação biografemática faz uso
deste material, porém toma-o como um compósito
de signos soltos, prontos para pontilharem outros
rostos, culminando em novos jogos de mentiras e
verdades.
Nesse aspecto subjetivo, faço recortes intuitivos que não obedecem
a uma cronologia fixa, pois assim como os traços biografemáticos, estes,
foram recolhidos em fragmentos repletos de significações existentes no
factual de uma ordem caótica. À vista disso, estabeleço uma dupla
proposta de estudo, no qual pretendo, de um lado, apresentar o catálogo,
devidamente organizado e sistematizado conforme os preceitos
27
Ao analisar cuidadosamente os volumes examinando os eventuais resíduos
presentes no arquivo literário, foram registradas, em “notas”, a presença ou não
desses fragmentos, como por exemplo, a presença de dedicatórias, algumas
mensagens manuscritas e anotações diversas, registros de práticas de leituras.
36
biblioteconômicos, com a transcrição exata dos conteúdos das folhas de
rosto e a descrição sobre as particularidades encontradas em alguns livros
e revistas e, por outro lado, buscar, a partir de uma leitura biografemática,
trazer à tona, marcas individualizantes dispersas em pormenores
observados, ora nos objetos estudados no acervo catalogado, ora nas
tessituras das associações de experiências e memórias presentes na
escritura de Cora Coralina.
Antes de iniciar qualquer reflexão sobre o processo que envolve a
catalogação de arquivos pessoais de escritores e dos documentos literários
que saem dos arquivos, como apontado por Hay (2003, p. 68) como sendo
resultantes do momento em que o “[...] culto ao grande escritor surgiu no
imaginário coletivo”, cabe esclarecer o uso terminológico dos termos
arquivar e desarquivar, e como estes são pensados e usados nesta
pesquisa. Comumente, a palavra arquivar significa, dentre outras
acepções, recolher e classificar em arquivo, guardar, fixar na memória; já
a palavra desarquivar designa trazer de volta à tona, tirar do
esquecimento; pôr de novo em prática; ressuscitar. Ainda é possível
pensar que, enquanto verbetes, arquivar e desarquivar, possuem
respectivamente os significados de guardar (documento, informação em
qualquer formato) em arquivo, reter na memória e; trazer do
esquecimento, trazer de volta à atualidade, recordar, relembrar. Nesta
pesquisa, estou considerando (des)arquivar a ação de trazer à tona parte
do espólio da escritora Cora Coralina, ou seja, tirar do “esquecimento”,
recolhendo do estado de dormência sua biblioteca, guardando-a na
memória por meio da catalogação e, porque não, conduzindo à atualidade
suas leituras, reminiscências, anotações, objetos e dedicatórias que podem
se constituir em biografemas.
Isto significa revisitar o passado para dar visibilidade à biblioteca
de Cora Coralina, inventariar e disponibilizar em forma de catálogo os
títulos que compõem parte do seu acervo pessoal, descortinando, com
isso, um autêntico repertório de fontes, inspirações e leituras da poetisa.
Ao manusear o acervo, esperava encontrar (e encontrei!), nas centenas de
páginas impressas, rastros de sua leitura, resíduos marginais, parentéticos,
adendos, rasuras, pós-escritos e comentários em prosa e verso. Subsídios
para atender/responder a hipótese suscitada pela expectativa de arquivar
e desarquivar biografemas, a partir da biblioteca de Cora Coralina.
Antes de realizar a pesquisa de campo, estimava-se que a sua
biblioteca seria composta por aproximadamente 300 títulos que, como
citado antes, se encontram albergados no Museu Casa de Cora Coralina.
Número equivocado e subestimado por mim e pela professora da
Universidade Estadual de Goiás, a Sra. Marlene Vellasco, curadora e
37
diretora responsável pelo museu, que muito colaborou com esta pesquisa,
especialmente concedendo autorização para livre acesso à biblioteca, bem
como, auxiliando na construção detalhada do plano de trabalho da
pesquisa de campo, no esclarecimento de alguns pontos lacunares da
pesquisa e na disponibilização de material documental adicional sobre a
vida e obra da poetisa. Após o trabalho de catalogação dos títulos
verifiquei que, na verdade, a biblioteca possui 912 títulos entre livros e
periódicos e 978 exemplares28.
Em toda produção de pesquisa acadêmica é preciso estabelecer
recortes e delimitar objetos de estudo, portanto, a metodologia do modus
operandi da presente pesquisa é composta por duas partes específicas. A
primeira compreende o levantamento dos títulos que compõem a
biblioteca particular da poetisa. Acervo devidamente tratado e catalogado
de acordo com o Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2)
usado para a descrição bibliográfica e a Classificação Decimal Universal
(CDU)29 para atribuição do assunto. Todos os dados foram transpostos
para o sistema eletrônico gerenciador de biblioteca, o Personal Home
Library – PHL30. O PHL é um sistema gratuito desenvolvido como
alternativa moderna e eficiente para atender as necessidades de
organização de um acervo. Todos esses procedimentos serviram de aporte
para a segunda etapa da pesquisa que compreende a análise rigorosa dos
resíduos encontrados, haja visto que me proponho a conjugar a
assimilação de biografemas com a descrição detalhada dos objetos
analisados (apresentação do catálogo), identificando as obras lidas e
colecionadas pela escritora e, a partir dessa identificação, traçar paralelos
com os fragmentos, os pormenores e os puncta31 que, de certo modo,
estabelecem conexão entre a história e a memória. O termo punctum é
usado por Roland Barthes em A câmara clara: nota sobre fotografia
(1984) para designar pontos sensíveis, marcas que pungem e será
28
Esse número refere-se aos exemplares que pertencem ao acervo do Museu Casa
de Cora Coralina. Existem relatos que o número de obras seria maior, pois, na
ocasião da morte da poetisa, seus familiares recolheram para si, alguns títulos.
29
Utilizou-se a tabela da Classificação Decimal Universal (CDU) disponível
online
no
seguinte
endereço:
<http://www.udcc.org/udcsummary/php/index.php?lang=23>. Ressalto que esta
versão online da tabela está em formato reduzido em comparação a versão
impressa. Este fato não comprometeu a catalogação do acervo, pois não havia a
necessidade de um maior desmembramento dos assuntos.
30
Maiores informações em: http://www.elysio.com.br/.
31
Puncta é o plural de punctum.
38
novamente abordado no capítulo 3 – “Dos biografemas na poesia:
fragmentos de memória na obra de Cora Coralina”.
A exibição dos resultados da pesquisa de campo, realizada na
biblioteca particular de Cora Coralina, localizada na casa-museu, é
concomitantemente apresentada com as análises conceituais, conjugandoos às reflexões teóricas e às apresentações dos traços biografemáticos no
decorrer dos capítulos. Estabelece-se, no entanto, um fio condutor no
processo de argumentação teórica e expositiva, com eixos fundamentais
voltados aos estudos da memória, história, subjetividade, com ênfase nos
biografemas, nas teorias da escrita de si e a arte do colecionismo. Ressalto
a presença de imagens fotográficas, de modo intencional, no decorrer de
toda a tese e, notadamente, nas aberturas dos capítulos. Em sua maioria
são imagens capturadas por mim, durante o período em que estive
trabalhando com o acervo no museu e, sobre o qual, mantive a curiosidade
natural de pesquisadora, mas que, também, em alguns momentos, ainda
que em minha terra natal, prevaleceu um olhar particular, observador
sobre a cidade e o museu, o olhar do turista; as outras imagens
presenciadas na pesquisa foram disponibilizadas pela equipe do museu no
decorrer de minha estadia na cidade de Goiás. São registros fotográficos
emblemáticos que atestam a memória do operator, para usar o termo
proposto por Roland Barthes (1984) ao designar o fotógrafo, e revelam,
em alguns casos, pontos de sensibilidade em detalhes suplementares, o
punctum. Estas imagens possuem o objetivo de traduzir, de maneira
denotativa e referencial, os dados do real, da experiência vivida e, de
forma conotativa, servem para revisitar e recompor os aspectos culturais
e históricos presentes na mensagem fotográfica.
Assim, a tese está estruturada em conformidade com os seguintes
tópicos: esta introdução dedicada à exposição do corpus da pesquisa, o
encontro com as motivações, as hipóteses suscitadas, os objetivos
traçados e a apresentação metodológica do modus operandi. A seguir, no
capítulo 2 “Das vozes: Fortuna Crítica”, dentro da proposta do conceito
ampliado de biblioteca, já anunciado anteriormente, apresento uma
revisão e a atualização da fortuna crítica da escritora, demonstrando
circunstancialmente como a poetisa está representada na academia,
justificando, com isso, o ineditismo e a consequente realização da
pesquisa. Para isso, parto do estudo realizado pela professora Darcy
França Denófrio (2006) intitulado “Uma fortuna quase completa”, no qual
a professora objetivou, em suas palavras, poupar o pesquisador do
caminho já trilhado por outros. O levantamento realizado por ela incluiu
teses, dissertações, livros, capítulos de livros, antologias, dicionários,
revistas, prefácios, orelhas, entrevistas e matérias de jornais. Dentro desse
39
universo bio/bibliográfico, resolvi fazer um recorte optando por atualizar
o material produzido no âmbito restrito ao universo acadêmico de
instituições nacionais e internacionais, ou seja, priorizei a pesquisa dos
trabalhos de pós-graduação convertidos em teses e dissertações não
incluindo ao corpus do capítulo os demais tipos de materiais
bibliográficos. Além disso, como uma proposta de contextualização
cultural e histórica, o capítulo traz, como subcapítulo, uma rápida crônica
da vida literária em Goiás no decorrer do século XX. Essa crônica
abordou o panorama do cenário da literatura realizada à época no interior
do Brasil, com os principais nomes e a inserção dos preponderantes
acontecimentos como a criação da Academia de Letras de Goiás, os
movimentos intelectuais, as publicações de livros e periódicos, as
iniciativas tal como a criação do jornal literário A Rosa no qual Cora
Coralina atuou como redatora. Esse subcapítulo é indispensável como um
apanhado geral da historicidade para se compreender o palco literário
presenciado e vivido por Cora Coralina e, sobretudo, como a articulação
dos fatores e elementos expostos na crônica foram elementares na
construção dos pactos de leituras, das redes de relações que serão
abordadas nos capítulos subsequentes.
No capítulo 3, intitulado “Dos biografemas na poesia – fragmentos
de memória na obra de Cora Coralina”, discorro acerca das teorias da
memória e a noção de biografema proposta por Roland Barthes (1978,
1984, 2003) e retomada por outros autores que a utilizam em seus estudos,
buscando explicar e compreender o autor francês. Os argumentos teóricos
desenvolvidos no capítulo tencionam dissipar os equívocos existentes
entre os conceitos de biografia, autobiografia e biografema, estabelecendo
um vínculo entre os resíduos memorialísticos pensados enquanto
autobiografia material proposto por Miguel Sanches Neto (2011) e a
leitura biografemática, percebendo estes conceitos como pertencentes ao
espaço biográfico, tal como verificado por Leonor Arfuch (2010). Além
disso, o capítulo se propõe a desvelar o imaginário da linguagem ao
percorrer a poética de Cora Coralina em busca de descodificar os
biografemas que se estabelecem no diálogo entre escritor e escritura, pois,
para Perrone-Moisés (1983, p. 56) “A escritura é poesia, no sentido
moderno do termo: [...] aquele discurso que não exprime um sujeito, mas
o coloca em processo”. As análises biografemáticas, nesse capítulo, são
divididas em três partes: a primeira “Poesia da culinária: Oração do
milho”, a segunda “Poesia do eu: Vintém de cobre” e a terceira “Poesia
do resíduo: Casa velha da ponte, Prato Azul-Pombinho”, nas quais busco,
ainda que sem aspirações de completude, decifrar as principais linhas que
40
indicam e aproximam a essência poética da poetisa. O fato de centrar meu
olhar nessas abordagens poéticas que envolvem a culinária, a escrita de si
e os resíduos, resulta do entendimento de que são temas emblemáticos e
representativos da poesia de Cora Coralina. As explorações dos poemas
selecionados às essas temáticas levaram-me a uma investigação dos
traços biografemáticos possíveis de serem identificados nos versos
escolhidos de Cora Coralina. Os fragmentos perceptíveis na escritura de
Cora Coralina, ou seja, as anamneses factícias selecionadas por mim,
enquanto biografóloga, implicam no conhecimento aprofundado da obra
da autora. Esse conhecimento me permite perceber, no contorno de sua
escritura, a presença marcante dos biografemas ligados à noção de
simplicidade, modéstia e humildade, implícitos nos gestos culinários, na
religiosidade, na escrita de si, no autodidatismo, na infância, na
identificação com sua terra e sua gente, nas reminiscências exibidas e
evidenciadas nos poemas “Oração do milho”, “Prato Azul-Pombinho” e
em versos constantes no livro “Vintém de cobre: meias confissões de
Aninha”. Ao escrever este capítulo utilizei como aporte teórico nomes
como: Jacques Le Goff (1990), Michael Pollak (1989, 1992) e seus
estudos sobre a memória, Alberto Manguel (2001, 2006) e a sua
percepção de biblioteca, Philippe Lejeune (2008) e o pacto autobiográfico
e, as referências de Walter Benjamin (1985, 2011) no tocante ao conceito
de experiência e a arte de colecionar. Ademais, estes autores dialogam
com outros pesquisadores que corroboraram fornecendo subsídios
intelectuais para o estudo, a partir de estudos disponíveis em teses,
dissertações e artigos de periódicos.
O capítulo 4 intitulado “Do catálogo e dos atos”, destinou-se à
apresentação dos resultados da pesquisa de campo realizada na biblioteca
particular de Cora Coralina. Para tal, definiu-se juntamente com a direção
da casa-museu, as principais estratégias para o trabalho de catalogação,
alinhando-as aos anseios da pesquisa. Os aspectos intrínsecos resultantes
dos procedimentos de construção de um catálogo associado às
circunstâncias envoltas aos elementos biografemáticos ajudaram a
compor esta biografia descontínua e despossuída de uma ordenação linear
comuns às narrativas biográficas, tal como, frequentemente, considerado
pelo cânone do gênero. É importante ressaltar que as apresentações dos
resultados são ratificadas por imagens fotográficas que reproduzem e
atestam o material recuperado durante a pesquisa de campo.
Evidentemente, o material exibido deriva das escolhas assumidas por
mim, diante da massa documental que integra a pesquisa na biblioteca de
Cora Coralina. Os “pormenores concretos” arquivados e desarquivados
no trabalho com o acervo bibliográfico revelaram os pactos de leituras
41
captados no manuseio dos livros e as redes de relações estabelecidas pela
poetisa no decorrer de sua trajetória literária. Coube a este capítulo
decompor os elementos presentes nas imagens, pormenores, textos,
estrofes, frases, anotações inéditas propagadas em vínculos afetivos e
profissionais, com espaço para se pensar as trocas literárias e sentimentais
presentes em algumas dedicatórias de/para Cora Coralina. Posso dizer que
a hipótese suscitada nesta tese encontra, no capítulo em questão, as
principais respostas para o ato de arquivar e desarquivar biografemas, a
partir da biblioteca particular de Cora Coralina. Esses biografemas são
encontrados em manifestações de escritas cotidianas e/ou poéticas
representadas nas folhas de rosto dos livros, em papéis avulsos, em
cartões postais, recortes de jornais e, em documentos complementados
pela equipe do museu como algumas cartas e fotografias. Para a exibição
do acervo bibliográfico catalogado no ambiente virtual, foram elaborados
dois quadros com a compilação dos dados inseridos no software
específico. A primeira tabela contém a descrição dos 862 títulos de livros
e a segunda os 50 títulos de periódicos, totalizando 912 títulos e 978
exemplares catalogados.
Após percorrer estes capítulos, finalizo esta pesquisa, inédita no
cenário acadêmico, pois é a primeira que aborda a biblioteca particular de
Cora Coralina com vieses na catalogação e todos os procedimentos que
envolvem tal atividade (organização e classificação dos títulos e
exemplares), mas, sobretudo, pela ênfase e o alargamento das fronteiras
ao propor uma análise biografemática da mesma. Assim, consciente do
lugar de onde falo como biografóloga e as implicações desse ato sobre o
objeto estudado, concluo a tese com a apresentação das “Considerações
finais” dedicadas a alinhavar os principais temas explorados no
transcorrer dos capítulos, associando-os às revelações das leituras da
escritora, intentando, com isso, disponibilizar aos leitores da poetisa e aos
pesquisadores de acervos literários, a coleção dos livros dotados de aura
biográfica e de fragmentos biografemáticos de Cora Coralina.
Após a listagem das referências utilizadas no estudo, trago à guisa
de anexo o “Estatuto do Museu Casa de Cora Coralina”, como arremate
final, em formato de fonte documental complementar, que ratifica os
princípios e objetivos museológicos que vão ao encontro desta tese de
doutorado.
43
Figura 2 - Cora Coralina lendo
Fonte: Museu Casa de Cora Coralina
No livro sobre a mesinha lateral – fulgura o punctum
45
2 DAS VOZES: FORTUNA CRÍTICA
Este capítulo é destinado a dar à vista aos estudos acadêmicos que
abordam temáticas relacionadas à vida e obra de Cora Coralina. Para dar
conta desse propósito, realizei uma investigação, por meio da revisão da
fortuna crítica32, do atual lugar de Cora Coralina como objeto de estudo
nas Instituições de Ensino Superior (IES).
Ao trazer à superfície os trabalhos acadêmicos (teses e
dissertações) nacionais e internacionais, busco demonstrar a recepção
crítica da obra de Cora Coralina. A abordagem dessa “biblioteca” se faz
necessária pelos seguintes motivos: disponibilizar e atualizar as fontes
oriundas de produção acadêmica para pesquisadores; demonstrar, de
modo reunido, a quantidade e o aumento da elaboração dos textos
acadêmicos e como ela ocorre em termos de distribuição territorial;
oferecer, ao centro de documentação do museu, uma lista completa para
a atualização do acervo e, oportunizar a mim, pesquisadora, a leitura da
coletânea e a explanação analítica de alguns trabalhos considerados
fundamentais e procedentes para a pesquisa.
A revisão tomou como ponto de partida o levantamento realizado
pela professora Darcy França Denófrio (2006)33 conferido no capítulo de
livro Retirando o véu de Isis: contribuição às pesquisas sobre Cora
Coralina. A partir dos documentos apresentados pela professora,
estabeleceu-se como critério metodológico para a complementação de sua
listagem, em um primeiro momento, uma pesquisa no catálogo das
bibliotecas das Universidades Federais Brasileiras34 e, seguidamente, a
pesquisa no site da plataforma lattes. Adotou-se o seguinte modelo como
estratégia de busca: nas bibliotecas universitárias, usou-se o termo livre
“cora coralina” associando-o ao tipo de material (tese e/ou dissertação),
ao passo que, na plataforma lattes, a busca foi executada “por assunto” e
32
Conforme dito na apresentação, foram analisados como parte da fortuna crítica
da poetisa, os documentos acadêmicos no formato de teses e dissertações, não
contemplando, nesse caso, trabalhos de conclusão de curso, artigos científicos e
comunicações de anais de congresso.
33
Capítulo publicado no livro Cora Coralina: celebração da volta (2006)
organizado pelas professoras Darcy França Denófrio e Goiandira Ortiz de
Camargo em homenagem aos 50 anos do retorno da poetisa a sua terra natal,
Goiás.
34
Conforme informação encontrada no site do Ministério da Educação
<http://portal.mec.gov.br/index.php>, atualmente são 63 Universidades
Federais Brasileiras.
46
selecionado “doutores”. Na plataforma lattes foram recuperados 180
currículos que continham as palavras “cora” e/ou “coralina”. Todos os
currículos foram analisados e o resultado final do levantamento foi
ampliado com o acréscimo de trabalhos defendidos em Instituições de
Ensino Superior estaduais e particulares no âmbito nacional e
internacional. Além disso, com a pesquisa na plataforma lattes surgiram
alguns documentos defendidos em 2014 e que, até a data da pesquisa, não
estavam disponíveis nos catálogos das bibliotecas das Universidades
Federais Brasileiras. Nesse caso, especificamente, houve certa
dificuldade em se ter o acesso aos resumos, palavras-chave e o texto
completo, o que, em alguns casos, resultou no envio de e-mail aos autores
solicitando estas informações.
Ao final reuniu-se 35 materiais (26 dissertações e 9 teses35) frutos
de produção acadêmica do período de 1990 a 2014 e provenientes de 16
instituições, sendo que 3 internacionais, a saber, Universidade
Complutense de Madrid, Universidade de Havana e Universidade de Paris
III Sorbonne-Nouvelle. Como Cora Coralina faleceu em 1985
subentende-se que o primeiro trabalho acadêmico de pós-graduação foi
defendido 5 anos após sua morte. Coube à professora e atual diretora do
Museu Casa de Cora Coralina, Marlene Gomes de Vellasco, principiar os
estudos sobre a poetisa.
O resultado do levantamento com a atualização da fortuna crítica
será encaminhado ao Setor de Pesquisa e Documentação do museu para
que seja incorporado à bibliografia existente no local, sobre os
documentos relacionados à recepção da obra de Cora Coralina,
facilitando, com isso, o acesso dos pesquisadores à massa documental
unificada.
A seguir serão apresentados os resultados recuperados na pesquisa
em formato de referência bibliográfica e, antes de passar para a crônica
da vida literária de Goiás, destaquei alguns trabalhos para uma análise
particularizada.
2.1 TESES DE DOUTORADO
BRITTO, Clóvis Carvalho. A economia simbólica dos acervos
literários: itinerários de Cora Coralina, Hilda Hilst e Ana Cristina César.
2011. 364 f. Tese (Doutorado) - Curso de Sociologia, Instituto de Ciências
35
No levantamento da professora Darcy Denófrio constam 21 trabalhos
acadêmicos, sendo 3 teses e 18 dissertações.
47
Sociais, Universidade de Brasília, Brasília, 2011. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/10482/9435-->. Acesso em: 14 set. 2014.
CAMARGO, Luis Hellmeister. Encurtando o caminho entre texto e
ilustração: homenagem a Angela Lago. 2006. 392 f. Tese (Doutorado) –
Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas,
Campinas,
2006.
Disponível
em:
<http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls0003827
60>. Acesso em: 14 set. 2014.
DELGADO, Andrea Ferreira. A Invenção de Cora Coralina na batalha
das memorias. 2003. 508 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Filosofia e
Ciências Humanas, Universidade de Campinas, Campinas, 2003.
Disponível
em:
<http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls0002898
76>. Acesso em: 14 set. 2014.
DIAS, Paula Pinho. Representações textuais-discursivas na construção
do mito de Cora Coralina. 248 f. Tese (doutorado) – Departamento de
Língua Portuguesa. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São
Paulo,
2013.
Disponível
em:
< http://www.sapientia.pucsp.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=15
746>. Acesso em: 14 set. 2014.
FREITAS, Consuelo Brito de. El discurso poético y las condiciones de su
produccion: uma lectura comparada de la poesia de Rosalia de Castro y
Cora Coralina. 575 f. Tese (doutorado) – Departamento de Filologia
Românica Eslava e Linguistica Geral, Universidade Complutense de
Madri,
Madri,
2004.
Disponível
em:
<http://biblioteca.ucm.es/tesis/fll/ucm-t27646.pdf>. Acesso em: 16 set.
2014.
MORAIS, Mara Rúbia de Souza Rodrigues. A trama discursiva de si,
entre o estético e o ordinário: identidade e diferença nos fios da
memória. 212 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista
de Ciências e Letras de Araraquara, Araraquara, 2010.
REIS, Claudia Barbosa. A literatura no museu. 213 f. Tese (doutorado) –
Departamento de letras do centro de teologia e ciências humanas da
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.
48
Disponível
em:
<http://www2.dbd.pucrio.br/pergamum/tesesabertas/0912688_2012_completo.pdf>.
Acesso
em: 20 set. 2014.
SACRAMENTO, Adriana Rodrigues. A culinária de sentidos: corpo e
memória na literatura contemporânea. 2009. xi, 246 f. Tese (doutorado) Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Brasília, 2009. Disponível
em: <http://repositorio.unb.br/handle/10482/4926>. Acesso em: 20 set.
2014.
SILVA, Olívia Aparecida. Labirintos da memória: o pulsar de vida na
poética de Cora Coralina. 2005. 174 f. Tese (Doutorado) – Departamento
de Teoria Literária e Literaturas, Universidade de Brasília, Brasília, 2005.
2.2 DISSERTAÇÕES DE MESTRADO
ANJOS, José Humberto Rodrigues dos. Na minha vida, a vida mera da
Cora Coralina, Modernismo, Representação, Outro 113 obscuras: as
representações do Eu e de outros espaços em Poemas dos becos de Goiás
e estórias mais, de Cora Coralina. 71 f. Dissertação (Mestrado),
Universidade Federal de Goiás, Catalão, 2013. Disponível em:
<http://mestrado_letras.catalao.ufg.br/up/570/o/NA_MINHA_VIDA__
A_VIDA_MERA_DAS_OBSCURAS_AS_REPRESENTA%C3%87%
C3%95ES_DO_EU_E_DE_OUTROS_ESPA%C3%87OS_EM_POEM
AS_DOS_BECOS_DE_GOI%C3%81S_E_EST%C3%93RIAS_MAIS_
_DE_CORA_CORALINA.pdf>. Acesso em: 22 set. 2014.
BRITTO, Clóvis Carvalho. "Sou paranaíba pra cá": literatura e
sociedade em Cora Coralina. 190 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade
de Ciências Humanas e Filosofia, Departamento de sociologia.
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2006. Disponível em:
<http://pos-sociologia.cienciassociais.ufg.br/up/109/o/CLOVIS.pdf.>
Acesso em: 05 set. 2014.
CURADO, Bento Araújo Jayme Fleury. Sopro em Brasas dormentes:
inventário das precursoras da literatura em Goiás. 136 f. Dissertação
(Mestrado) - Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Letras,
Goiânia, 2003.
DIAS,
Paula
Pinho.
Sociedade,
cognição
e
discurso:
desvendando Cora Coralina. 2008. 301 f. Dissertação (Mestrado) –
49
Departamento de Língua Portuguesa, Pontifícia Universidade Católica de
São
Paulo,
São
Paulo,
2008.
Disponível
em:
<http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=77
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ESMERALDO, Moema de Souza. A representação do espaço e a cidade
na poesia de Cora Coralina e José Décio Filho. 2014. Dissertação –
(Mestrado) - Universidade Federal de Goiás, Catalão, 2014.
GOMES, Melissa Carvalho. No rastro de Cora: da literatura
ao desenvolvimento local, identidade e cultura com açúcar e literatura.
2004. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Serviço social,
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GUIMARÃES, Solange Aparecida. Aspectos do Universo poético de
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LIMA, Omar da Silva. Cora Coralina & Vozes emersas. 2004. 90 f.
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LIMA, Sueli Gomes de. Práticas de subjetivação e construções
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LUZ, Salustiano Ferreira da. A poesia de Cora Coralina: enfoque
psicopedagógicos e leitura. 1999. Dissertação (Mestrado) – Faculdade
de Ciências sociais e Humanísticas, Universidade de Havana, Cuba, 1999.
MELLO, Maristela Barenco Correa. Da morte do General à busca
rizomática: o ato de escrever como possibilidade de emancipação:
agenciamentos entre Cora Coralina, Gilles Deleuze e Félix
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Universidade Estadual do Rio de Janeiro, 2005. Disponível em:
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50
MELO, Maria Ivone Souza. Rastros do Vintém Perdido: uma história de
leitura na poesia de Cora Coralina. 2011. 105 f. Dissertação (Mestrado) Departamento de Ciências Humanas, Universidade Estadual da Bahia,
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de Bandeira, Drummond e Cora Coralina. 2014. Dissertação –
(Mestrado) – Departamento de Letras e Linguística, Universidade Federal
de Goiás, Goiânia, 2014.
MIGUEL, Heloisa Marques. A poesia de Cora Coralina: "um modo
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Faculdade de Letras, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2003.
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Faculdade de Filosofia, Letras e Educação, Universidade Presbiteriana
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em 10 set. 2014.
51
PEREIRA, Perciliana Chaves. O universo simbólico coralineano: as
hierofonias da natureza. 2004. 150 f. Dissertação (Mestrado) –
Departamento de Filosofia e Teologia, Universidade Católica de Goiás,
Goiânia,
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confissões: marcas de gênero na poesia de Cora Coralina. 2005. 78 f.
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Teoria Literária e Literaturas, Brasília, 2005.
RABELO, Flávia de Brito. (Re)inventando o turismo na cidade de Goiás
sob o olhar de Cora Coralina. 2006. 110 f. Dissertação (Mestrado) –
Instituto Goiano de Pré-História e Antropologia, Universidade Católica
de
Goiás, Goiânia,
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Disponível
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RIBEIRO, Tilza Maria Antunes. Memória e lirismo das pedras na poesia
de Cora Coralina. 109 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Letras,
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2005.
SOUSA, Ana Cristina de Deus e. Entre monumentos e
documentos: Cidade de Goiás, Cora Coralina e o dossiê de tombamento.
2009. 133 f. Dissertação (Mestrado) – Departamento de História,
Universidade Católica de Goiás. Goiânia, 2009. Disponível em:
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TEIXEIRA, Cristiane Pires. Constructio d’une identité feminine: Vintém
de cobre – meis confissões de Aninha de Cora Coralina. 2005.
Dissertação (Mestrado) – Departamento de Estudos Ibéricos e LatinoAmericanos, Universidade de Paris III Sorbonne-Nouvelle, Paris, 2005.
VELLASCO, Marlene Gomes de. A poética da reminiscência estudos
sobre Cora. 135 f. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Letras,
Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 1990.
52
VIEIRA, Denise Moreira Guedes. Vintém de cobre: meias confissões de
Aninha: a poética da experiência em Cora Coralina. 2014. 100 f.
Dissertação (Mestrado) – Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora, Juiz
de Fora, 2014. Disponível em: <http://www.cesjf.br/index.php/mestradoem-letras-dissertacoes/2014/345--157>. Acesso em: 18 set. 2014.
Diante deste levantamento, fica evidente a diversidade de temas
abordados nas pesquisas que envolvem a poética de Cora Coralina, dentre
eles, destaquei alguns trabalhos, como, por exemplo, as teses de Andrea
Ferreira Delgado (2003), Clovis Carvalho Britto (2011) e Claudia
Barbosa Reis (2012), além das dissertações de Marlene Gomes Vellasco
(1990) e Maria Ivone Souza de Melo (2014) para serem melhor apuradas,
buscando refletir sobre a pergunta feita pela poetisa nos versos do poema
“A gleba me transfigura” publicado no livro Vintém de cobre: meias
confissões de Aninha (1984). Perguntou Cora Coralina: “Onde está
Aninha, a inzoneira,/menina do banco das mais atrasadas da escola de
Mestra Silvina...” (CORALINA, 1984, p. 108). A resposta: Aninha está
presente nesses estudos que extrapolam os limites geográficos, as
fronteiras culturais e estabelecem um diálogo interdisciplinar com
diferentes áreas. Mas, antes de tudo, Aninha está no coração e na memória
das pessoas, fazendo valer o que Cora Coralina pressagiou ao dizer: “[...]
Faz de tua vida mesquinha/um poema./E viverás no coração dos jovens/e
na memória das gerações que hão de vir.[...]” (CORALINA, 1984, p.
139).
Assim, principio meus apontamentos pelo trabalho de Clóvis
Carvalho Britto (2011) que tem como horizonte temático, a partir da
definição de uma sociologia dos/nos acervos literários, as trajetórias e
estratégias mobilizadas por Cora Coralina, Hilda Hilst e Ana Cristina
César para suas inserções e reconhecimentos no campo literário brasileiro
ao longo do século XX. Para tal feito, Britto (2011) reconstrói as
trajetórias dessas escritoras assentando seus argumentos nos seus acervos
pessoais, esboçando, assim, uma sociologia da vida literária. Acervos
estes, que, conforme o pesquisador, possuem o propósito de perpetuarem
a imagem e a obra das escritoras. Assim, o pesquisador inicia seu estudo
refletindo sobre a acumulação documental (constituição, organização e
interferências), considerando os jogos de poder envolvidos nesses
procedimentos. Sua tese possui um capítulo dedicado à Cora Coralina, no
qual é enfatizado algumas particularidades da poetisa, tais como: o
autodidatismo, a publicação tardia, a vida fora dos grandes centros
culturais, o preconceito em razão de sua idade, a precária condição
econômica, a sua poética voltada àqueles tradicionalmente
53
marginalizados e, portanto, silenciados. Num segundo momento, sua
pesquisa dedica-se a analisar os registros documentais, confrontando-os
com a trajetória no campo literário de cada autora. Após essa etapa, o
autor busca aproximar os diferentes acervos observando questões
voltadas à gestão documental após a morte das escritoras e a relação com
a manutenção dos agentes e instituições envolvidas. Oportunamente,
Britto (2011) ressalta a luta das autoras em torno das possibilidades de
expressão e legitimação literárias e o fato de ser crescente o interesse de
novos leitores e críticos por suas obras.
A tese de Claudia Barbosa Reis (2012) estuda como se dá a gestão
de museus de literatura e possui a orientação do poeta e crítico literário
goiano Gilberto Mendonça Teles. Com um olhar aguçado acerca do
Museu Casa de Cora Coralina, a autora afirma que este não consegue
ultrapassar a superficialidade da vida e a obra da poetisa e, portanto, opta
por sustentar o mito. A pesquisadora Claudia Reis atuou como museóloga
de 1976 a 2013 na Fundação Casa de Rui Barbosa e ampara seus
argumentos na análise dos elementos teóricos que alicerçam a leitura
museológica de obras literárias e de seus autores. Nesse percurso,
evidencia que a memória de Cora vem sendo encolhida por uma visão
museal equivocada. Afirma a autora que: “ O estudo da obra de Cora e a
veracidade das informações biográficas é que deveriam fundamentar a
museografia. Mas não é isso que se vê”. (REIS, 2012, p. 164). A autora
salienta a investigação de Andrea Delgado (2003) (que será analisada a
seguir), que aborda a questão da Mulher-Monumento e considera
predominante a falta de elementos concretos e de fortuna crítica para uma
total compreensão da expressão poética de Cora. Em tom igualmente
provocador, a autora questiona o fato de que, no imaginário da cultura
social, a instituição museu significa uma espécie de guarda-chuva que
abriga todo tipo de coleção, mas que, na sua opinião, não é bem assim,
pois, na verdade, trata-se de um desconhecimento do que
verdadeiramente converte-se um museu – um espaço dedicado à
preservação e estudo. Finaliza seu estudo atestando que a literatura entra
no museu como um bem intangível a ser preservado, difundido e
convertido em memória.
Outra pesquisa que merece um detalhamento mais elaborado é a
que investiga a invenção de Cora Coralina como Mulher-Monumento.
Nesse estudo, Andrea Ferreira Delgado (2003) analisa os discursos, os
agentes e as instituições que disputam a produção do que ela chamou de
“biografia hegemônica”, ou seja, o conjunto da autobiografia tecida por
Cora Coralina, a biografia romanceada escrita pela filha da poetisa e a
54
memória subterrânea engendrada em Goiás. O trabalho investiga as teias
discursivas que promovem a poetisa como Mulher-Monumento36 e a
evidencia como “[...] artesã e guardiã da memória, socialmente investida
do poder de evocar, testemunhar e eternizar o passado. Processo que
constitui umas das estratégias da instituição da cidade de Goiás como
histórica e turística”. (DELGADO, 2003, p. 5).
Estruturada em cinco capítulos, a tese de Andrea Delgado (2003),
sumariamente, apresenta a construção da memória oficial por meio da
Associação Casa de Cora Coralina, que promove reiteradamente
homenagens e eventos dedicados à poetisa, trabalhando os temas
específicos que se relacionam à velhice a favor da construção do
monumento, explorando a visibilidade da mídia ao aludir sobre a questão
da doceira-poeta e o modo como é validado a monumentalização
conferido pelo poder atribuído à Cora na transmissão de experiências.
Adiante, investiga as estratégias, os esforços da escritora em formatar o
passado e instaurar uma versão da sua vida imbricando os dados
autobiográficos com a cidade de Goiás e analisa as criações discursivas
biográficas que envolvem as duas principais guardiãs da memória de
Cora, são elas: Vicência Bretas Tahan e Marlene Vellasco,
respectivamente filha da poetisa e diretora do museu Casa de Cora
Coralina.
Para a pesquisadora, a exposição museológica com foco nas
coleções verbais, materiais e iconográficas revelam o discurso biográfico
oficial instituído pelo Museu. Nesse sentido, os objetos materiais
disponibilizados no museu, como por exemplo, os tachos de cobre, os
painéis com os poemas, os pertences do quarto, exercem um papel de
rememoração dos marcos biográficos. Ao final, afirma que esses marcos
biográficos são explorados pelos guias turísticos e pela mídia impressa e
audiovisual, fatos que articulam a ligação da poetisa com a cidade de
Goiás.
Na esteira das leituras dos textos acadêmicos sobre Cora Coralina,
o trabalho de Marlene Gomes de Vellasco (1990) se destaca por ser a
primeira dissertação publicada após a morte da escritora. O estudo analisa
as peculiaridades da poética de Cora, observando sua configuração
telúrica e alquímica, a multiplicidade de eus (metafísico, social, telúrico
e da infância) e a reconstrução poética do ser além do tempo. Para além
36
Este tema explorado por Delgado (2003), apesar de não ser o foco desta tese, é
considerado como fundamental para se pensar as questões sobre a memória e seus
usos, especialmente, diante da atual tendência de exploração da musealização do
passado.
55
do estudo em si, a dissertação apresenta a transcrição de uma
entrevista/depoimento realizado pela pesquisadora com a poetisa. Nessa
entrevista é possível conhecer as faces de Cora Coralina, seu ímpeto pela
escritura, o amor pela terra, pelo trabalho, as suas dificuldades e
limitações impostas e a eterna busca pelo Vintém de cobre que tanto
marcou sua infância.
Para finalizar esta exposição analítica de alguns trabalhos
acadêmicos, ressalto que, Maria Ivone Souza de Melo (2014) toca em
questões relacionadas à formação da poetisa como leitora. A pesquisa
teve motivação nos versos autobiográficos de Cora Coralina que se
descrevia como uma criança “obtusa”, que sentava no “banco das
atrasadas” na escola da Mestra Silvina. O desejo de entender a relação do
sujeito aprendiz e a sua constituição como leitor guiou a elaboração da
dissertação, cujo foco de análise são as passagens presentes na primeira
edição do livro Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1983).
Maria Melo (2014) aborda as temáticas da escrita de si,
memória/esquecimento e autodidatismo mesclando-as com passagens de
alguns poemas escolhidos para análise. Assim, as leituras infantis, o
apreço pelo dicionário, a leitura familiar, a escola primária, os castigos
corporais são usados como exemplos atuantes na formação da
poetisa/leitora. Destaca, inclusive, o papel do professor como mediador
na transposição de dificuldades escolares, fato evidenciado na poesia de
Cora, especialmente, na figura da mestra Silvina.
Nesse trabalho há interessantes comentários que, de algum modo,
inevitavelmente, coadunam com o projeto apresentado nesta tese.
Entretanto, apesar de possuírem alguns pontos convergentes, o que,
sobremaneira, as divergem, é o fato desta tese ser o primeiro estudo que
se propõe a refletir sobre a biblioteca pessoal de Cora Coralina, tomandoa como um espaço autobiográfico numa perspectiva material e, portanto,
passível de apresentar rastros e resíduos que, por sua vez, são fontes
potenciais de fragmentos biografemáticos.
Deste modo, para além de discorrer sobre a fortuna crítica
atualizada e revelar como ocorre a recepção do nome e da obra de Cora
Coralina, acredito ser fundamental para a integridade deste capítulo,
apresentar o panorama da vida literária goiana, ainda que por meio de uma
sucinta digressão, pois o interesse acadêmico pela obra de Cora Coralina
revelado nessa pesquisa se justifica por uma trajetória de vida de 95 anos
de história e memória de uma mulher que disse “Geração ponte, eu fui,
posso contar” (CORALINA, 1984, p. 44) e que marcou em sua obra os
rituais de uma sociedade com a representação do passado. Assim, a
56
crônica traz os principais nomes da literatura goiana do século XX,
período no qual, a poetisa está inserida.
2.3 DA VIDA LITERÁRIA DE GOIÁS: CRÔNICA
No início do século XX, a capital do Estado de Goiás era a cidade
de Goiás, terra natal de Cora Coralina. Nessa época fatos importantes
enriqueceram a vida literária goiana. De 1900 até 1930 existiu uma grande
produção literária, especialmente voltada à poesia e ao jornalismo. A
literatura refletia um tardio romantismo, ao tempo que, nacionalmente, já
se fazia o movimento modernista. Pode-se dizer que, à época,
predominavam as poesias de serestas, sentimentais e românticas. Jubé
(1978) ressalta que, nesse período, havia uma mescla estilística entre o
romantismo, parnasianismo e o simbolismo. O distanciamento temporal
dos movimentos literários pode ser explicado por fatores de ordem
econômica e política, bem como, pelo reflexo do distanciamento dos
grandes centros urbanos, especialmente, Rio de Janeiro e São Paulo.
Algumas iniciativas merecem destaque como a criação do jornal
literário A Rosa37 fundado em 1907 com a atuação de quatro redatoras, a
saber: Rosa Godinho, Alice Santana, Lambertina Póvoa e Luzia de
Oliveira. Posteriormente, as duas últimas redatoras foram substituídas por
Cora Coralina e Leodegária de Jesus. Impresso em papel róseo e com três
edições mensais, o jornal recebia contribuições de importantes
colaboradores que, juntamente com seus dirigentes, ofereciam bailes à
37
Interessante destacar que na recente publicação Imprensa feminina e feminista
no Brasil: Século XIX, dicionário ilustrado (2016) escrito pela professora
Constância Lima Duarte é apresentado 143 títulos de revistas e jornais femininos
e feministas que circularam no país no decorrer do século XIX. Nesse volume
aparecem dois títulos homônimos de revistas que antecederam a criação do jornal
literário goiano A Rosa (1907). Trata-se de publicações oriundas do Rio de
Janeiro (1883) e de Recife (1890-1893). O primeiro dizia-se ser um “Jornal
Crítico, Literário e Recreativo” e circulou mensalmente a partir de abril de 1883,
tendo como redatores Pedro Magalhães e G. Vilaça; o segundo definia-se como
“Periódico Crítico e Científico” circulando de outubro de 1890 a junho (ou
dezembro, pois há uma dúvida em relação à data) de 1893. Este último possuía
periodicidade indeterminada e sua redatora foi Pórcia Constância de Mello. A
professora Constância Lima Duarte, na introdução do dicionário ilustrado, afirma
que o segundo volume com cerca de 300 títulos de periódicos está em fase de
preparo e tratará dos jornais e revistas do século XX. Acredita-se que o jornal A
Rosa (1907) estará contido entre os títulos do segundo volume.
57
sociedade goiana, nos quais as mulheres compareciam vestidas de cor de
rosa e só falavam francês38.
Igualmente merecedora de destaque foi a iniciativa de Eurídice
Natal e Silva que, no final de sua adolescência, conclamou alguns
intelectuais a fundar a Academia de Goiás (1904-1908) e tornando-se,
com isso, a primeira mulher a presidir uma academia de letras no Brasil.
Brito Broca (1975) destaca que:
Enquanto a Academia Brasileira, fiel ao modelo
francês, fechava as portas às mulheres, a modesta
congênere de Goiás, não só admitia mulher como a
elegia, por aclamação, presidente do cenáculo,
cabendo as funções de secretário perpétuo ao poeta
Joaquim Bonifácio. A instalação da Academia e a
posse da diretoria efetuaram-se, cabendo à
presidente fazer o elogio de Bartolomeu Bueno da
Silva, o Anhanguera. Finda a sessão solene, seguiuse um grande baile oferecido pelos acadêmicos à
senhorita Eurídice Natal. (BROCA, 1975, p. 57)
Além dos bailes e serestas, a vida literária goiana era impulsionada
pelos encontros no Clube Literário Goiano, cuja sede era o Sobrado dos
Vieiras. Cora Coralina registrou no poema “Velho sobrado”, publicado
em seu primeiro livro, o movimento literário, conforme excerto abaixo:
[...]
O Passado...
O salão da frente recende a cravo.
Um grupo de gente moça se reúne ali.
“Clube Literário Goiano”
Rosa Godinho.
Luzia de Oliveira.
Leodegária de Jesus,
a presidência.
38
Brito Broca salienta a forte influência de Paris na vida literária nacional no
início do século XX. “[...] não seria de admirar que vivêssemos, vestíssemos e
escrevêssemos pelas receitas parisienses, se era bem poderosa igualmente a
sugestão de Paris sobre o mundo europeu e ocidental nessa época, tornando-se o
centro de atração da humanidade, o maior empório de prazer do planeta”.
(BROCA, 1975, p. 91)
58
Nós, gente menor,
sentadas, convencidas, formais.
Respondendo à chamada.
Ouvindo atentas a leitura da ata.
Pedindo a palavra.
Levantando ideias geniais.
Encerrada a sessão com seriedade,
passávamos à tertúlia.
O velho harmônio, uma flauta, um bandolim.
Músicas antigas. Recitativos.
Declamavam-se monólogos.
Dialogávamos em rimas e risos.
[...]
(CORALINA, 2006, p. 87-88, grifo da autora).
Nessa mesma época foram publicados importantes livros como,
por exemplo, Coroa de Lírios (1906) de Leodegária de Jesus, Violetas
(1904) e Lilazes (1913) de Luís do Couto, Iluminuras (1913) de Érico
Curado e Ontem (1927) de Leo Lynce. Este último sendo considerado
pelos críticos, como o escritor precursor do Modernismo em Goiás.
A respeito do reconhecido poeta Luís do Couto, cabe ressaltar o
parentesco deste com Cora Coralina. Eram primos e, por vezes, os seus
familiares insinuavam que era o primo quem escrevia os textos da poetisa.
Porém, naquela época, Cora ainda não escrevia poesia, apenas texto em
prosa e as calúnias a deixava sobremaneira descontente. O
descontentamento a aborrecia muito, ao ponto de registrá-lo nos versos
do poema “Menina mal amada”, publicado no livro Vintém de cobre:
meias confissões de Aninha (1984):
[...]
Sempre sozinha, crescendo devagar, menina inzoneira, buliçosa, malina.
Escola difícil. Dificuldade de aprender.
Fui vencendo. Afinal menina moça, depois adolescente.
Meus pruridos literários, os primeiros escritinhos, sempre rejeitada.
Não, ela não. Menina atrasada da escola da mestra Silvina...
Alguém escreve pra ela... Luís do Couto, o primo.
Assim fui negada, pedrinha rejeitada, até a saída de Luís do Couto
para São José do Duro, muito longe, divisa com a Bahia.
Ele nomeado, Juiz de Direito.
Vamos ver, agora, como faz a Coralina...
[...]
(CORALINA, 1984, p. 116).
59
A partir de 1930, percebe-se uma fase de transição para a
incorporação da estética modernista. Ao lado Leo Lynce, outros nomes,
tais como: Americano do Brasil, Joaquim Bonifácio, Primo Vieira e
Xavier Júnior chamaram a atenção nessa fase em rota ao modernismo
chamada de Proto-Modernismo pelos críticos. Sobre esse momento, Assis
Brasil (1997) ressalta que:
A essa altura, já podemos falar num ProtoModernismo em Goiás [...] ensombreado ainda
pela fase de transição [...]. Temos, assim, Luís do
Couto (1888-1948), Cora Coralina (1889-1995).
Esta poetisa, embora venha desde 1907, através do
semanário a rosa, pode ser remetida aos prémodernistas, não por adesão algo premonitória ao
movimento de 1922, mas, talvez, porque preferia
escrever prosa, ou alguma coisa na faixa do poemaem-prosa, o que mais tarde, conscientemente,
adotaria como feição estética libertária de sua
atuação. (BRASIL, 1997, p. 19)
É significativo realçar que no período indicado como ProtoModernismo em Goiás, Cora Coralina já morava no Estado de São Paulo
e contribuía para o jornal O Democrata de Jaboticabal, mas ainda assim
é apontada como integrante dessa transformação literária. A poetisa
afirmava que começou a escrever poesia quando esta se libertou da rima
e da métrica imposta antes do modernismo. Em verdade, seria a expressão
do amadurecimento de sua trajetória no mundo das letras.
O surgimento do
Modernismo
em Goiás
ocorre
concomitantemente ao fato histórico que mudaria para sempre o destino
da cidade – a transferência da capital para a cidade de Goiânia. Nesse
cenário em que ocorre o lançamento oficial da nova capital e eclode o
Modernismo de 1942, surge a revista Oeste39 (1942-1944). Esta revista
exerceu importante função no desenvolvimento cultural e artístico goiano
e teve como colaboradores nomes como Bernardo Élis40, Nelly Alves de
Para Nepomuceno (2008, p. 1), a revista Oeste “É considerada por alguns a
maior expressão escrita do batismo cultural da nova Capital do Estado, por ter
realizado o mais completo relato dos acontecimentos iniciais da transferência da
Capital da Cidade de Goiás para Goiânia”.
40
Cora Coralina escreveu para a segunda edição do livro “Poemas dos becos de
Goiás e estórias mais” publicado em 1978, o poema A enxada, no qual faz uma
rápida nota, tal como um subtítulo, dizendo se tratar de uma paráfrase de um
39
60
Almeida e José Godoy Garcia. No último ano da revista foi criada a Bolsa
de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, com a finalidade de encontrar
e divulgar obras inéditas de autores goianos na prosa e na poesia. O
primeiro ganhador da bolsa foi o escritor Bernardo Élis, o que lhe garantiu
a publicação de seu primeiro livro Ermos e Gerais (1944).
No contexto nacional, chama a atenção dos escritores goianos (no
ano de 1945), a realização do I Congresso Brasileiro de Escritores41. É
nesse ano que se estabelece a Geração de 1945, também conhecida como
terceira geração modernista, que opera um retorno ao erudito e às formas
fixas (rima, soneto) e rechaça o aspecto libertário dos modernistas. Em
Goiás, dentro dessa perspectiva, o grupo Os Quinze toma a postura da
geração de 1945. Brasil (1997, p. 21) sublinha que “O grupo nasceu em
fevereiro de 1956, com reuniões na casa de Regina Lacerda (1919-1992),
quando fundaram o jornal Poesia”. O poeta Gilberto Mendonça Teles foi
um grande expoente dessa época, trazendo o soneto do esquecimento.
Paralelamente a esses “eventos” nos reinos de Goiás, Cora
Coralina vivia em terras paulistas, cuidando dos filhos e escrevendo nas
horas vagas, porém, recebia pouco estímulo para a publicação de seus
versos. Os filhos cresceram, se encaminharam na vida e, então, já viúva,
ela sente o chamado das pedras. Este sentimento é percebido, concatenado
aos compromissos burocráticos do inventário de sua mãe42, por várias
vezes adiado pela poetisa. Assim, em 1956, aos 65 anos, Cora Coralina
retorna definitivamente a sua cidade natal. Foi recebida com homenagens
conto de Bernardo Élis. Bernardo Élis publicou o conto homônimo no livro
“Veranico de janeiro” (1966). Geralda Rosa da Silva (2008) ao fazer um estudo
sobre a poetisa Cora Coralina e a tradição literária em Goiás, estabelece uma
correlação entre Bernardo Élis e a poetisa. Segundo a pesquisadora, os escritores
goianos transferem aos leitores as experiências e sabedorias recorrendo, com
frequência, às histórias orais e a linguagem simples. Conforme Silva (2008, p.
76) “Cora Coralina, assim como Bernardo Élis, faz uso das conquistas
modernistas, como é o caso do verso e da rima livre e da reconfiguração do herói
épico. Além dessas características, também se junta a Bernardo no telurismo, na
liricização dos costumes e paisagens locais, mas sem incorrer no precariamente
pitoresco”. Ao estudar a biblioteca particular de Cora verifiquei a presença de um
exemplar, sem a capa, do livro citado de Bernardo Élis.
41
O I Congresso Brasileiro de Escritores aconteceu na cidade de São Paulo entre
os dias 22 e 27 de janeiro de 1945, numa iniciativa da Associação Brasileira de
Escritores. Lima (2010) analisa que o evento foi consagrado como um movimento
intelectual em favor da democracia e contra o Estado Novo de Getúlio Vargas. O
escritor Bernardo Élis é o representante do Estado de Goiás no evento.
42
Jacintha Luiza do Couto Brandão faleceu em 01 de abril de1936.
61
pela Associação Brasileira de Escritores, mas com certa hostilidade por
seus conterrâneos que, embora passados 45 anos, exerciam julgamentos
morais e de conduta sobre sua pessoa.
Na década de 60, surge o Grupo de Escritores Novos (GEN)
propondo uma estética contrária a retomada pela Geração de 45. Ou seja,
o GEN trazia à tona novamente a postura do verso livre. O GEN foi um
divisor de águas para a literatura goiana, recebeu inúmeras críticas, mas
saiu-se na vanguarda com adesão de alguns escritores ao Concretismo e
a Poesia Práxis. Destacaram-se representativos nomes, a saber: Miguel
Jorge, Geraldo Coelho Vaz, Yêda Schmaltz, Luiz Fernando Valladares,
Maria Helena Chein, Ciro Palmerston Muniz, Heleno Godoy, para citar
alguns.
Em 1965, conforme anunciado anteriormente, Cora Coralina
publica seu primeiro livro Poemas dos becos de Goiás e estórias mais
pela editora José Olympio e recebe a ajuda dos amigos do grupo GEN na
sua divulgação. Cora registra sua gratidão aos amigos nos versos do
poema “Meu vintém perdido” publicado mais tarde em seu terceiro livro.
Registro o fragmento:
[...]
Leitores e promoção.
Meu respeito constante, gratidão pelos jovens.
Foram eles, do grupo Gen, cheios de um fogo novo
que me promoveram a primeira noite de autógrafos
na antiga livraria Oió: Jamais os esquecer.
Miguel Jorge, nos seus dezessete anos, namorado firme
De Helena Cheim, também escritora e amiga de sempre.
Luís Valladares e tantos outros a quem devo
Tanta manifestação carinhosa e generosidade.
Hercival de Castro, dezessete anos lá se vão corridos.
[...]
(CORALINA, 1984, p. 62).
Cora Coralina também recebeu apoio das escritoras goianas que
criaram, em 1969, a Academia Feminina de Letras e Artes de Goiás –
AFLAG e a convidaram para fazer parte da mesma43. Assim, Cora
assumiu a cadeira n. 5 da AFLAG e, juntamente com as demais escritoras,
43
Britto e Seda (2009, p. 295) destacam que, para a ocasião da posse na AFLAG,
Cora recebeu de presente de Nelly Alves de Almeida, Rosarita Fleury e Celia
Coutinho Seixo de Brito a vestimenta típica – beca, e de seu sobrinho Nion
Albernaz o distintivo.
62
preencheu o vácuo que havia quanto ao ingresso feminino nesse tipo de
entidade, uma vez que a Academia Goiana de Letras44 não permitia a
admissão de mulheres à época.
Os anos 70 são marcados pelo estabelecimento de dois novos
grupos literários, caracterizados por serem efêmeros, o Arcádia Goiana
de Cultura que reunia escritores de várias gerações e o Novo GEN que
era composto pelos discípulos de Miguel Jorge, como o escritor Brasigóis
Felício. Simultaneamente a esses fatos, Cora Coralina escreve textos em
prosa e poesia, preparando seu segundo livro Meu livro de cordel (1976)
publicado pela Editora Cultura Goiana. Este livro presta uma homenagem
a seu pai de origem nordestina e revela uma das paixões da escritora, a
literatura de cordel.
O crítico Assis Brasil (1997) chama a atenção para um grupo de
poetas que, segundo ele, se beneficiaram do que ele chamou de “tradição
do novo45”. São os poetas que:
[...] ora contribuindo com a sua originalidade
criativa, ora procurando por meios que digam mais
de perto das linguagens poéticas de seu tempo,
como Helvécio Goulart [...], que sai do soneto para
uma maior liberdade; Darcy França Denófrio [...],
linguagem econômica e rica de significado; José
Mendonça Teles [...], poeta de sensibilidade lírica
[...]; Gabriel Nascente [...], organização
extraordinária de poeta, poesia participante e de
sentido universal [...]. (BRASIL, 1997, p. 24).
Acrescento a esta sintética exposição da paisagem da vida literária
em Goiás que, evidentemente, vários nomes relevantes para a literatura
goiana não foram citados, pois o objetivo maior, nesse momento, era
apresentar um panorama geral do movimento literário/poético do século
XX, entremeando com algumas passagens da trajetória profissional de
Cora Coralina.
Cabe ressaltar que no acervo da biblioteca de Cora Coralina
constam livros de vários autores mencionados acima. No catálogo estão
44
A Academia Goiana de Letras foi fundada em 19 de abril de 1939 por um grupo
de intelectuais liderados por Colemar Natal e Silva – filho de Eurídice Natal,
fundadora da Academia de Letras de Goiás (1904-1908), e presidida por Pedro
Ludovico Teixeira.
45
Assis Brasil (1997) utiliza essa expressão em seu livro “A poesia goiana no
século XX: antologia”.
63
presentes nomes de escritores como: Americano do Brasil, Primo Vieira,
Xavier Júnior, Bernardo Élis, Nelly Alves, José Godoy, Regina Lacerda,
Gilberto Mendonça Teles, Miguel Jorge, Yêda Schmaltz, Luiz
Valladares, Maria Helena Chein, Ciro Palmerston, Brasigóis Felício,
Helvécio Goulart, Darcy Denófrio, José Mendonça Teles e Gabriel
Nascente.
Para finalizar, ressalto que neste subcapítulo discorri sobre alguns
aspectos da vida literária no período em que Cora Coralina iniciou sua
aventura no mundo das letras, até o período em que a poetisa consegue
publicar seus primeiros livros. Objetivei com esta crônica, traçar um
panorama com episódios que, de certo modo, nutriram o estar-no-mundo
de Cora Coralina e me fazem compreender as circunstâncias dos
referentes do seu trabalho escritural.
65
Figura 3 - Brocas
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora
O punctum nas perfurações – linhas imaginárias
67
3 DOS BIOGRAFEMAS NA POESIA – FRAGMENTOS DE
MEMÓRIA NA OBRA DE CORA CORALINA
“Gosto de certos traços biográficos que, na vida de um escritor,
me encantam tanto quanto certas fotografias;
chamei esses traços de ‘biografemas’”
(BARTHES, 1984)
Inicio este capítulo trazendo à tona a noção de biografemas que,
associado aos conceitos de memória e autobiografia material é o ponto
central desta tese de doutorado. Para tratar do neologismo, criado por
Roland Barthes é preciso, primeiramente, discorrer acerca de seu mentor.
Barthes (1915-1980) intitulava-se o “sujeito incerto e impuro46”. Nas
palavras de Lapouge (2011), Barthes era um homem labirinto, de uma
obra permeada de sendas e tessituras, nas quais proliferaram “as sutilezas
e os rigores”, misto de impasses e surpresas, acréscimos e
arrependimentos. Vasconcelos (2004), por sua vez, concorda com
Lapouge (2011) ao afirmar que:
[...] há um Barthes prático, eficaz, professoral, que
trata com sisudez dos problemas da narrativa e dos
fundamentos semiológicos, um Barthes antihierático, temerário, quixotesco, que desafia os
moinhos de vento da teoria, outro, ardente,
romântico,
arrebatado,
que
luta
pela
desmistificação da crítica literária academizada, e
ainda outro, o jeremias lânguido e lascivo que se
esvai em soluços e suspiros [...] e entre tantos há
ainda o Barthes perfunctório das aulas e palestras e
o Barthes dos artigos de ocasião. Mas sobretudo há
o Barthes sofista. (VASCONCELOS, 2004, p. 32)
Sobre a denominação de sujeito “incerto” e “impuro”, Motta
(2011, p. 19) reflete que, ao se autointitular assim, Barthes revela “[...]
seu eterno deslizar entre a vida acadêmica e a existencial”. Ao fazer uso
dos adjetivos (conforme destacado anteriormente, na ocasião do
seminário a Aula), Barthes refletia o não se julgar portador dos títulos
46
Em 1977, no texto intitulado, Aula, lido na aula inaugural de Semiologia
Literária no Colégio de França, Barthes se autointitulou um “sujeito incerto”,
“impuro”.
68
suficientes e requeridos para o seu acolhimento pelo Collège de France47.
Fato explicitado pelo próprio Barthes (1978) quando afirmou ser:
[...] verdade que, por longo tempo, quis inscrever
meu trabalho no campo da ciência, literária,
lexicológica ou sociológica, devo reconhecer que
produzi tão-somente, ensaios, gênero incerto onde
a escritura rivaliza com a análise. [...]. É, pois,
manifestamente, um sujeito impuro que se acolhe
numa casa onde reinam a ciência, o saber, o rigor e
a invenção disciplinada. (BARTHES, 1978, p. 78).
Sobre a escrita de Barthes, alguns estudiosos afirmam que a
pluralidade de seu texto, enquanto gênero, acaricia, ao mesmo tempo, o
romanesco e o texto crítico. Isso é especialmente verificável em seu livro
Roland Barthes por Roland Barthes (2003a), no qual o autor estabelece,
logo nas primeiras páginas, um contrato com seu leitor ao dizer: “Tudo
isso deve ser considerado como dito por um personagem de romance”.
Com isso, Barthes escreve o livro em terceira pessoa, desordenando o
discurso autobiográfico convencional e fazendo
[...] da obra um verdadeiro patchwork: reescrituras, acréscimos, obliterações em meio aos
livros, aos temas, às lembranças, de modo que essa
nova enunciação não permite saber se é do presente
ou do passado que se fala, tampouco se é mesmo
da vida daquele que escreve que se diz. (COSTA,
2015).
A questão que se coloca nesse momento é a originalidade do
pensamento de Barthes, uma figura contraditória que incita os seus
leitores a alterarem o modo como pensam “[...] a respeito de uma gama
de objetos culturais, que vão da literatura, da moda, da luta livre e da
propaganda, a noções do eu, da história e da natureza”. (CULLER, 1988,
p. 13)
E como uma figura contraditória, que abandonava posições
anteriores para adotar novas perspectivas, numa demonstração da
Collège de France é considerado “[...] antigo reduto dos ‘lectures royaux’, [...]
o mais alto patamar possível para um enseignant francês do século XX”.
(MOTTA, 2011, p. 19, grifo do autor)
47
69
inquietude de seus pensamentos, Barthes exercia uma estimulante atração
em seus admiradores. Culler (1988) afirma que:
Quando abandonava aquilo que havia posto em
movimento, ele frequentemente escrevia de forma
distorcida e injuriosa a respeito de suas
preocupações anteriores. Barthes é um pensador
original, mas tenta arrancar as raízes daquilo que
semeia assim que ocorre a germinação. Quando
florescem, seus projetos o fazem sem ele e a
despeito dele. (CULLER, 1988, p. 14).
Respeitado e venerado pela crítica brasileira que, especialmente,
nos decênios finais século XX, reeditou seus livros, promoveu eventos
que privilegiaram sua temática e o consagrou com a propagação de
ensaios críticos, Barthes elaborou e provocou com discursos teóricos
como, por exemplo: O grau zero da escrita (2004a), O neutro (2003b),
Mitologias (2003c), a Aula (1978), O rumor da língua (2004b), A câmara
clara: notas sobre a fotografia (1984) e o Roland Barthes por Roland
Barthes (2003a). Sobre o interesse pela obra de Barthes, Silva (2005, p.
65) destaca que:
[...] é notável que, a partir de 2002, circunstâncias,
a princípio, editoriais o tenham trazido de volta. Na
França, há, de um lado, a reedição, corrigida e
aumentada, de suas obras completas; de outro, a
publicação das inéditas anotações dos cursos que
Barthes ministrou, entre 1977 e 1980, no Collège
de France. Acrescente-se ainda, sobretudo na
França e nos Estados Unidos, a reedição de alguns
estudos críticos dedicados à sua obra ou à
publicação de inéditos afins. No Brasil, a partir
dessa mesma época, têm surgido colóquios
dedicados a Barthes, reedições de seus livros em
novas traduções ou publicações inéditas, além de
alguns estudos críticos. Tudo isso ou incita à
retomada do trabalho de Barthes, ou este é por tal
retomada incitado.
Diante de tal legado e, como exercício conceitual, proponho
destacar as noções de escritura, texto, obra e biografemas para
posteriormente relacioná-las ao campo de investigação da linha de
pesquisa, a qual esta tese se subordina, trabalhando com a escritura
70
memorialística de Cora Coralina e com a autobiografia material
encontrada em seu acervo.
Sendo assim, saliento que a partir do sentido designado ao termo
escritura é que se alcança a noção de biografema, isso porque os fatos
existenciais (bios) transfiguram-se em fatos de linguagem (graphos) que,
por sua vez, estão envolvidos com os signos-biografemas. A combinação
entre os fatos existenciais e os escriturais permitem ler os resíduos difusos
produzidos pelo sujeito/autor. Ao pensar no conceito de biografema,
Barthes se apoia na diferença entre a escrita e a escritura, referindo-se à
primeira como instrumento linguístico e a segunda, sendo intransitiva – é
a particularidade que sobressai como significante. Perrone-Moisés (1978,
p. 75) afirma que para Barthes “[...] a escritura é a escrita do escritor”. No
texto Aula, ele não faz distinção entre os termos literatura, escritura ou
texto, relacionando-os, desse modo, com a voz subjetiva, autorreferencial
que ilumina, tanto o objeto quanto o sujeito que se inclina sobre ele, ou
seja, trata-se de, com o uso da linguagem, devolver o sujeito ao centro do
ato enunciativo.
Perrone-Moisés (1983, p. 53-54) destaca que “Apesar de certos
deslocamentos que se efetuaram, na obra de Barthes, com referência à
conceituação de escritura, os traços fundamentais dessa prática se
mantiveram estáveis”. E afirma, ainda, que para Barthes “A escritura é
um modo de dizer as coisas, uma enunciação, uma ‘voz’. Esse modo de
dizer provém do mais íntimo e único de cada escritor: de seu corpo, de
seu inconsciente, de sua história pessoal [...]”48.
Ao me reportar ao conceito de escritura, toco num ponto
fundamental da teoria de Barthes, a diferenciação entre obra e texto. Esta
afirmação é validada pelo esclarecimento dos dois conceitos, ou seja, para
Barthes a obra:
[...] é um fragmento de substância, ocupa alguma
porção do espaço dos livros (por exemplo, numa
biblioteca). Já o texto é um campo metodológico.
Cabe estabelecer a diferença, para Barthes, entre a escritura e o estilo. “A
escritura, diferentemente do estilo, não se presta à análise tópica. Podemos
mostrar as técnicas que fazem um bom estilo, mas não podemos isolar aquilo que
transforma um bom estilo em escritura” (PERRONE-MOISÉS, 1983, p. 54).
Sobre esse aspecto, Culler (1988, p. 28, grifo do autor) destaca: “A linguagem de
um autor é algo que ele herda, e seu estilo é uma estrutura pessoal, talvez
subconsciente, de hábitos e obsessões verbais; mas sua forma de escrever, ou
écriture, é algo que ele escolhe, a partir das possibilidades historicamente
disponíveis”.
48
71
A oposição poderia lembrar (mas de modo algum
reproduzir termo a termo) a distinção proposta por
Lacan: a “realidade” se mostra, o “real” se
demonstra; da mesma forma, a obra se vê (nas
livrarias, nos fichários, nos programas de exame),
o texto se demonstra, se fala segundo certas regras
(ou contra certas regras); a obra segura-se na mão,
o texto mantém-se na linguagem: ele só existe
tomado num discurso (ou melhor, é Texto pelo fato
mesmo de o saber); o Texto não é decomposição da
obra, é a obra que é a cauda imaginária do Texto.
Ou ainda: só se prova o Texto num trabalho, numa
produção. A consequência é que o Texto não se
pode parar (por exemplo, numa prateleira de
biblioteca; o seu movimento constitutivo é a
travessia (ele pode especialmente atravessar a
obra, várias obras). (BARTHES, 2004b, p. 67,
grifo do autor).
Ao considerar a pluralidade do texto, quer dizer, o seu sentido
intertextual, implica pensá-lo em sua oposição à obra, pois não se pode
buscar “[...] alguma origem do texto [...] as citações de que é feito um
texto são anônimas, indiscerníveis [...] são citações sem aspas”
(BARTHES, 2004b, p. 71), enquanto que a obra “[...] estaria presa a um
processo de filiação, em que o autor é o seu pai e proprietário, o texto é
lido sem a inscrição do Pai, numa relação com outros textos
(intertextualidade)”. (FIGUEIREDO, 2013, p. 17).
Sobre o texto/escritura do próprio Barthes, pode-se dizer que esta
é encontrada na sua enunciação e nas “[...] entrelinhas desse discurso
falsamente acadêmico, nas conotações de seu léxico, nas vibrações de
seus arranjos frásicos, [...]” (PERRONE-MOISÉS, 1983, p. 14) que, por
vezes, se confundem às suas anamneses constituídas de biografemas.
Dito isto acerca do criador da ideia de biografema é importante
ressaltar que, ao falar do neologismo, Barthes não apresenta um conceito
ou definição estruturada e satisfatória, ao contrário, ele expõe uma noção
insuficiente, na qual infere-se que, para se fazer uma leitura
biografemática de um autor, é necessário ter conhecimento do modo
como este opera a linguagem, pois somente assim será possível identificar
os pormenores, gestos e gostos que propiciam uma leitura biografemática.
Na senda dos traços biografemáticos, Barthes afirma em Sade,
Fourier e Loyola (1971, p. 15, grifo do autor) que:
72
[...] se fosse escritor, e morto, como gostaria que a
minha vida se reduzisse, pelos cuidados de um
amistoso e desenvolto biógrafo, a alguns
pormenores, a alguns gostos, a algumas inflexões,
digamos: ‘biografemas’, cuja distinção e
mobilidade poderiam viajar fora de qualquer
destino e vir tocar, como átomos epicuristas, algum
corpo futuro, prometido à mesma dispersão.
O desejo e o anseio por biografemas é, para Barthes, conforme
Gonçalves49 (2013, p. 96), “[...] o mesmo que ele deseja encontrar em
textos de prazer e assim se desfazer, se despedaçar nestes próprios textos,
se perder como criança nessa textura de onde emana o texto [...]”.
Perrone-Moisés (1983) corrobora com Gonçalves (2013) ao afirmar que
Barthes reuniu em Roland Barthes por Roland Barthes (2003a)
[...] alguns autobiografemas, que chamou de
anamneses: lembranças de infância fixadas como
breves haicais: o defeito na louça de uma tigela; um
morcego rechaçado pela família, armada de pinças;
[...] o sabor insosso de um café com leite claro [...].
(PERRONE-MOISÉS, 1983, p. 10, grifo da autora)
Acerca da mesma obra de Barthes, Figueiredo (2013, p. 20)
acrescenta:
Não é propriamente uma autobiografia; contém
alguns
biografemas,
faz
referência
à
homossexualidade, às suas enxaquecas, a algumas
poucas recordações da infância (anamneses). Há
nele um hibridismo genérico que mistura ensaio,
fotografia e recordações pessoais.
A partir da noção proposta por Barthes, alguns estudiosos
desenvolveram o termo e os seus usos. Como, por exemplo, o verbete
desenvolvido pelo professor Latuf Isaias Mucci (2010, grifo do autor) que
explora o sentido de biografema:
49
Jadson Fernando Garcia Gonçalves (2013) escreveu sua tese orientando-se, a
partir da noção de biografema, na problematização da Escrita da Vida em textos
autobiográficos de docentes da Educação Superior, apresentados no Congresso
Internacional sobre Pesquisa (Auto)biográfica – CIPA (2006, 2008 e 2010).
73
Grafado entre aspas, o neologismo “biografema”
passou a fazer parte da teoria literária, inserindo-se
na crítica como aquele significante que, tomando
um fato da vida civil do biografado, corpus da
pesquisa ou do texto literário, transforma-o em
signo, fecundo em significações, e reconstitui o
gênero autobiográfico através de um conceito
construtor da imagem fragmentária do sujeito,
impossível de ser capturado pelo estereótipo de
uma totalidade.
Pertencente ao “campo do imaginário afetivo”, o biografema
constitui-se a partir de um conjunto maior, de informações pré-existentes,
por assim dizer, presentes numa vivência relatável (PERRONE-MOISÉS,
1983). Sob a perspectiva de uma “existência narrável50” explico e
justifico o fato desta tese recorrer e apresentar algumas referências
biográficas da poetisa. Apesar destas referências biográficas permitirem
que os biografemas se apoiem na vida/obra de um autor, estabelecendo,
de certo modo, consonância com os pormenores e os fragmentos, estes,
são percebidos como uma escrita não biográfica – no sentido canônico
estético do termo –, considerando que não se detêm em fatos, episódios
datados e concretos, colocando, assim, em jogo e suspensão, a noção
linear de retrospectiva.
Acerca desta característica do biografema, Pataca e Oliveira (2016,
p. 171, grifo dos autores) ponderam:
O biografema remete à ideia de uma memória que
não se realiza na narrativa linear dos
acontecimentos ou pelo quadro fixo da figura
biografada; ou seja, a partir dos biografemas, é
possível relatar pequenos retalhos de vida, sendo
desnecessária a preocupação com a continuidade.
Dito isto, pretendo, neste estudo, fazer uso do recurso do
biografema para trazer à superfície alguns pormenores da poetisa Cora
Coralina. Na verdade, trata-se de inventariar traços biografemáticos que
se lançam como potência de uma escritura que perfila um rosto, um gesto,
uma vivência, um retrato. Para tal feito, busco subsídios em resíduos
50
As expressões entre aspas deste parágrafo foram retiradas de: Perrone-Moisés
(1983, p. 10-11).
74
memorialísticos na poética de Cora Coralina e naquilo que Miguel
Sanches Neto (2011) denominou como “autobiografia material”, ou seja,
Toda essa variedade de material da escrita, que vai
dos arquivos do computador, passando pelos
cadernos, pelos livros lidos e anotados, para chegar
aos papéis mais heterodoxos, aos instrumentosfetiche, compõem o que poderíamos chamar de
autobiografia material do escritor, ou de
autobiografia da escrita. (SANCHES NETO, 2011,
p. 74)
Penetrar nesse “ambiente”, por assim dizer, caótico e latente para
ordenar o que naturalmente não aceita ordem, gera uma potência de
possibilidades de novas leituras, inclusive de leituras biografemáticas.
Nesse aspecto, pretendo apresentar a escrita de uma biografia
descontínua, considerando nessa escrita, os aspectos da autobiografia
material da escritora, por meio da análise dos resíduos presentes em sua
escritura e sua biblioteca. Biografia descontínua quanto ao aspecto
revelador de uma singularidade, sem o rigor essencialmente cronológico,
ou seja, uma biografia dispersiva e fluida, e autobiográfica materialmente,
visto que calcada em evidências materiais compostos de traços
biografemáticos, da escritora que, apesar de formalmente ter estudado
apenas os anos iniciais, na escola primária da Mestra Silvina, recebeu o
título de doutora Honoris Causa pela Universidade Federal de Goiás em
1983 e foi a primeira pessoa a obter o Troféu Jaburu51, oferecido pelo
Conselho Estadual de Cultura do Estado de Goiás (1981), além do Troféu
Juca Pato52 concedido pela União Brasileira dos Escritores de São Paulo,
em 1983, com a concessão de Intelectual do Ano.
51
O Troféu Jaburu é o prêmio maior do Estado de Goiás no âmbito cultural.
Criado em 1980 é conferido anualmente a pessoa física ou jurídica de destaque
no Estado no campo da cultura e sua promoção. Já foram agraciados nomes como:
Cora Coralina, Siron Franco, Nelly Alves de Almeida, Gelinires Reis, Ursulino
Leão, Eli Brasiliense, Gilberto Mendonça Teles, Darcy França Denófrio, Antonio
Poteiro, dentre outros. (GOIÁS, 2015)
52
A União Brasileira de Escritores desde 1962, concede o Prêmio Juca Pato ao
“Intelectual do Ano”, em parceria com o Jornal Folha de São Paulo, por conta da
significação de obra publicada no ano anterior. Já foram agraciados com o Juca
Pato grifes das nossas letras como San Tiago Dantas, Afonso Schmidt, Alceu
Amoroso Lima, Érico Veríssimo, Jorge Amado, R. Magalhães Jr., Juscelino
Kubitschek, Sérgio Buarque de Holanda, Rachel de Queiroz, Carlos Drummond
75
Figura 4 - Troféu Jaburu e Troféu Juca Pato – respectivamente
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Proponho, assim, utilizar os biografemas para apresentar uma
trajetória singular, mesclando bios e graphos, sem perder, com isso, o
horizonte dos aspectos literários reproduzidos por meio de fontes
dispostas em acervo documental que, até então, estavam ocultos,
intangíveis e imperceptíveis. Ao realizar este propósito é preciso ponderar
e atentar para não incorrer no equívoco de emaranhar biografema com
biografia ou, até mesmo, com autobiografia, pois o primeiro, não se
propõe a descrever ou relatar etapas linearmente sucessórias, ao ponto que
biografia e autobiografia, tal como são percebidas pelo cânone habitual
do gênero, se propõem a narrar uma vida com roteiro pré-estabelecido,
geralmente datada, e com ambições de plenitude.
Sobre a distinção entre biografema e biografia, Kossovitch (1987,
p. 58) afirma:
O biografema não deriva de significado (como a
biografia), mas, significância, faz que os sentidos
flutuem na escritura ou nas imagens (fotografia,
pintura, fita, etc.); quando recupera algum
de Andrade, Cora Coralina, Barbosa Lima Sobrinho, Jacob Gorender e Antonio
Cândido. A premiação resgata o personagem Juca Pato, criação do chargista
Belmonte (1896-1947). (UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES, 2015).
76
significado, este é pulsional, pois as intensidades
vêm com o arbítrio do factício, em que se inclui o
gosto.
Convém ratificar e ressaltar que o uso do termo autobiografia,
neste estudo, assume o caráter proposto pelo escritor e professor Miguel
Sanches Neto, que o utiliza ao analisar os contornos da escrita sob o ponto
de vista material e imaterial, pois:
[...] o escritor é, antes de tudo, um colecionador de
anotações, carregando consigo todo tipo de
retalhos de escrita – retalhos materiais e imateriais.
[...] São materiais herdados dos dias vividos, das
leituras feitas, dos sonhos atormentados, das
insatisfações cotidianas, agregados mais pela ação
do acaso do que por consciência de um projeto, e
dão contornos incontroláveis ao imaginário do
escritor. Todo livro assim nasce de acúmulos. [...]
em boa medida há registros materiais desse
processo, retidos em gavetas, cadernos, estantes e
livros e crescendo em armários [...]. (SANCHES
NETO, 2011, p. 71).
Assim, resultantes do ato de colecionar, esses fluxos de elementos
se entrelaçam e acumulam criando um ambiente, por vezes desordenado,
que antecede a criação de uma obra. Ainda segundo Sanches Neto (2011,
p. 73), “ Tudo é autobiografia nesse espaço de concentração de coisas, de
coleta casual de imagens que é o ateliê/estúdio do artista. [...]”.
À vista disso, sublinho que o conceito de autobiografia53, nesta
tese, é ampliado em relação ao apresentado por Phillipe Lejeune (2008),
que estabelece como condição irrestrita para a autobiografia, a junção de
identidades entre autor, narrador e personagem e, é nessa circunstância
53
Wander Melo Miranda (2009) faz uma análise sobre a autobiografia, tal como
a percebemos atualmente. Esta percepção, enquanto característica do mundo
ocidental, surge do individualismo moderno presente no século das Luzes e do
documento que definiu os direitos individuais e coletivos dos seres humanos,
aprovado na Revolução Francesa (1789). Na esteira histórica do uso dos termos
biografia e autobiografia, Silva (2008a, p. 69, grifo do autor) afirma que na
antiguidade “A palavra ‘biografia’ só foi utilizada pela primeira vez no século V
d.C. e ‘autobiografia’ apenas no final do século XVIII”. Esclarece ainda que, na
Antiguidade, os termos bios está para a biografia, assim como hypomnemata para
a autobiografia.
77
que se estabelece o pacto entre leitor e autor – o pacto autobiográfico.
Essa definição foi posteriormente revista pelo próprio Lejeune em “O
pacto autobiográfico (bis)” e em outra releitura designada “O pacto
autobiográfico, 25 anos depois”. Serge Doubrovsky (1977), por sua vez,
propõe o neologismo autoficção54 com o intuito de preencher uma lacuna
observada nos estudos de Lejeune. Autoficção seria, para ele, um gênero
híbrido que mescla ficção e realidade.
Nesse campo de discussão, a relação entre a vida e obra é múltipla.
Existem críticas e posicionamentos divergentes em relação à teoria de
Lejeune, como os apresentados por Leonor Arfuch em seu O espaço
biográfico: dilemas da subjetividade contemporânea (2010). Arfuch
busca apoio no pensamento bakhtiniano para entender que “[...] não há
identidade possível entre autor e personagem, nem mesmo na
autobiografia, porque não existe coincidência entre a experiência
vivencial e a ‘totalidade artística’”. (ARFUCH, 2010, p. 55, grifo da
autora).
Nesse sentido, Arfuch (2010) argumenta que, fundamentalmente
plural, o espaço biográfico deve ser considerado aquele onde a:
[...] confluência de múltiplas formas, gêneros e
horizontes de expectativas – supõe um interessante
campo de indagação. Permite a consideração das
especificidades respectivas sem perder de vista sua
dimensão relacional, sua interatividade temática e
pragmática, seus usos nas diferentes esferas da
comunicação e ação. (ARFUCH, 2010, p. 58-59)
No contexto contemporâneo, Arfuch (2010) abarca, sem a
pretensão de totalidade e consciente do crescente interesse social pelos
detalhes, intimidade e privacidade, como componentes do espaço
biográfico as:
[...] biografias, autorizadas ou não, autobiografias,
memórias, testemunhos, histórias de vida, diários
íntimos – e, melhor ainda, secretos -,
correspondências, cadernos de notas, de viagens,
54
Serge Doubrovsky elabora o neologismo autoficção para definir seu romance
Fils, no qual narra sua vida. O termo é ainda hoje controverso e não apresenta
unanimidade entre escritores e críticos. No Brasil foi incorporado ao dicionário
Houaiss e é adotado por escritores como Silviano Santiago e Tatiana Salem Levy.
(HIDALGO, 2013).
78
rascunhos, lembranças de infância, autoficções,
romances, filmes, vídeo e teatro autobiográficos, a
chamada reality painting, os inúmeros registros
biográficos da entrevista midiática, conversas,
retratos,
perfis,
anedotários,
indiscrições,
confissões próprias e alheias, velhas e novas
variantes do show (talk show, reality show), a
vídeopolítica, os relatos de vida das ciências sociais
e as novas ênfases da pesquisa e da escrita
acadêmicas. (ARFUCH, 2010, p. 60, grifo da
autora).
Inserida na diversidade do espaço biográfico, a pesquisa na
biblioteca de Cora Coralina apresentou resultados tangíveis que
justificaram a hipótese de autobiografia material, como fonte para
possíveis traços biografemáticos. O trabalho de organização do acervo
bibliográfico, em formato de catálogo, suscitou nuances e descobertas que
me conduziram a eleger fragmentos/pormenores para serem apresentados
nesta tese.
E, ao realizar estas escolhas, orientei-me em Barthes, quando este,
ao escrever o livro A câmara clara: nota sobre a fotografia55 em 1980,
selecionou, estruturou e apresentou uma série de fotografias sobre as
quais refletiu sobre a realidade. Em sua reflexão, nomeou duas palavras
de origem latina para caracterizar seu interesse pela fotografia, studium e
punctum. Para ele, os termos studium e punctum estão relacionados,
porém, contrários em suas particularidades. Isso significa dizer que, o
sentido do primeiro está relacionado ao interesse amplo, geral, vasto e
diversificado que se tem por uma foto e, o do segundo, possui ligação
com um pormenor que chama a atenção individualmente, ou seja, por
aquilo que estimula, toca, cativa, ou seja, o studium para Barthes
relaciona-se ao “afeto médio” que ele experimenta como interesse geral,
ou seja, é um elemento compartilhado culturalmente desprovido de
euforia e arroubo. De outro modo, o punctum pertence ao comando da
subjetividade, do sensível, da paixão. Subjetividade que se revela no olhar
particularizado de quem admira. Nas palavras do intelectual “[...]
punctum é também picada, pequeno buraco, pequena mancha, pequeno
corte – e também lance de dados. O punctum de uma foto é esse acaso
55
A câmara clara: nota sobre a fotografia (1980, data da primeira edição) foi o
último livro publicado em vida por Roland Barthes. Em fevereiro de 1980,
Barthes é vítima de um atropelamento em frente ao Collège de France quando ia
ao encontro de políticos e intelectuais franceses.
79
que, nela, me punge (mas também me mortifica, me fere)”. (BARTHES,
1984, p. 46, grifo do autor).
Fontanari (2016, p. 150-151, grifo ao autor) ao escrever sobre estes
termos abordados por Barthes, afirma:
O termo studium vem do verbo studare, que é um
estudo do mundo: tudo aquilo que não tem
pungência, enquanto o punctum vem do verbo
latino pungere, “picar”, “furar”, “perfurar”.
Conotativamente, aquilo que é pungente, que corta,
fere, sensibiliza, alfineta e amortiza.
Ao modo barthesiano, selecionei, organizei aquilo que pinçou meu
olhar de pesquisadora e que está associado ao apreço por peculiaridades
biográficas. Para Azevedo (2012, p. 165, grifo da autora) “O punctum é o
que sensibiliza, toca, proporciona à narrativa, e pode se transformar em
biografema”. Assim destaco que, para Barthes:
Ela [a fotografia] me permite ter acesso a um infrasaber; fornece-me uma coleção de objetos parciais
e pode favorecer em mim um certo fetichismo: pois
há um “eu” que gosta de saber, que sente a seu
respeito como que um gosto amoroso. [...] a
Fotografia tem com a História a mesma relação que
o biografema com a biografia. (BARTHES, 1984,
p. 51, grifo do autor).
Desse ponto de vista retomo a epígrafe deste capítulo, pois a
mesma, de algum modo, estabelece uma aproximação entre a palavra
usada por Barthes em relação à fotografia – punctum, e o termo
biografema. Repito a epígrafe: “Gosto de certos traços biográficos que,
na vida de um escritor, me encantam tanto quanto certas fotografias;
chamei esses traços de ‘biografemas’” (BARTHES, 1984, p. 51, grifo do
autor). Assim como o punctum, o biografema está nos detalhes, nos
pormenores, percebidos como consequentes, resultantes da emoção.56
56
Nessa perspectiva de análise, vale ressaltar as considerações levantadas por
Eurídice Figueiredo (2013), que traz à tona o argumento de Régine Robin, que
por sua vez se apoia no estudo de Françoise Gaillard acerca do livro Roland
Barthes por Roland Barthes e estabelece uma analogia entre o
si/studium/biografia no que tange a completude e eu/punctum/biografema ao se
pensar nas nuances, singularidades e particularidades.
80
Portanto, toma-se de empréstimo a presença de punctum,
biografemas e pormenores concretos, pensando-os como um componente
“extracampo sutil”, o qual acrescenta-se ao acervo ainda que já esteja
nele, pois o biografema se interpõe no espaço combinatório do biográfico
e escritural, no qual é possível identificar os fragmentos residuais. Para
Noronha (2001, p. 20, grifo da autora), “[...] é nesse intervalar,
entreretratos, que é possível pressupor, em reciprocidade, o escritor na
escritura, revertendo sab(o)eres biográficos e escriturais – uma leitura
vingada nos meandros da produção sígnica”.
Nesse contexto, cabe ressaltar que o perfil estético-literário de
Cora Coralina é marcado pela presença de versos livres, por vezes,
denominados como “epilíricos”, pois, trazem em si, características de
prosa como, por exemplo, a dimensão e os personagens que estão
conjugados com a subjetividade lírica. Nessa direção, Camargo (2004, p.
8) afirma que os poemas epilíricos são aqueles que “[...] apresentam
características estilísticas da prosa, como, por exemplo, a extensão dos
poemas, a presença de personagens, de narrador e de uma ação”. E
Cavalcanti (2012, p. [7]) corrobora ao dizer que, quando se conjuga esses
elementos:
[...] o poema ganha um outro tipo de dimensão, fazse mais complexo e penetrante, e o poeta pode
cantar suas dores individuais e coletivas abarcando
um infinito de possíveis representações, tanto
sociais quanto individuais, formais ou temáticas.
Seja uma poetisa épica e/ou lírica, o certo é que Cora Coralina
buscou em suas memórias a chave para sua escritura, como pode-se
atestar, por exemplo, no excerto do poema Mestra Silvina que integra o
livro Vintém de Cobre: meias confissões de Aninha (1984):
Vesti a memória com meu mandrião balão.
Centrei nas mãos meu vintém de cobre.
Oferta de uma infância pobre, inconsciente, ingênua
revivida nestas páginas.
Minha escola primária, fostes meu ponto de partida,
dei voltas ao mundo.
Criei meus mundos...
Minha escola primária. Minha memória reverencia minha velha Mestra.
Nas minhas festivas noites de autógrafos, minhas colunas de jornais
e livros, está sempre presente minha escola primária.
81
Eu era menina do banco das mais atrasadas.
(CORALINA, 1984, p. 123)
Cabe ressaltar que o conceito de memória adotado neste estudo
parte da compreensão dos ensinamentos de historiadores e sociólogos,
como, por exemplo, Jacques Le Goff. O historiador que atuou como
membro da escola de Annales, afirma que a memória como propriedade
de conservar certas informações, “[...] remete-nos em primeiro lugar a um
conjunto de funções psíquicas, graças às quais o homem pode atualizar
impressões ou informações passadas, ou que ele representa como
passadas” (LE GOFF, 1990, p. 423). Este modo de se pensar a memória
vem ao encontro da peculiaridade poética de Cora, quer dizer, a recriação
lírica da memória.
Os refúgios da memória da escritora encontram, em vários
momentos, a mediação familiar, especialmente na figura de sua bisavó.
Sobre este aspecto, cabe ressaltar que a transmissão da memória familiar
é vista por Myriam Moraes Barros (1989, p. 33) como fundamental, pois
“Apresentados como elo vivo entre gerações, os mediadores transmitem
a história de um passado vivido e experimentado” e, nesse processo,
expressam tanto a memória individual como a memória coletiva de uma
sociedade. Ainda, segundo a autora, os indivíduos mensageiros da
memória assemelham-se à figura e atividade do narrador de Walter
Benjamin, pois, para ela (BARROS, 1989, p. 41):
A arte da narrativa também pressupõe a marca da
experiência vivida. O bom narrador é aquele capaz
de intercambiar experiências. O caráter normativo
da memória-mensagem tem seu correspondente, no
texto de Benjamin, nas qualidades de ensinamento
moral e de sugestão prática da narrativa.
Diante de tal afirmação, recorro ao texto de Benjamin para explorar
o argumento que considera a associação do narrador com os mensageiros
da memória e, sobretudo, com a memória coletiva. Assim, verifica-se as
palavras de Benjamin (1985, p. 201) “O narrador retira da experiência o
que ele conta: sua própria experiência ou a relatada pelos outros. E
incorpora as coisas narradas à experiência dos seus ouvintes”.
É oportuno pensar aqui nos aspectos da memória coletiva e da
memória individual. Indissociável de uma concepção sociológica, a
memória coletiva envolve a participação de um círculo social e inclui,
também, o uso da linguagem. Pois, “A compreensão comum dos símbolos
82
e dos significados e a comunhão de noções que compartilhamos com os
membros do grupo social definem o caráter social das memórias
individuais”. (BARROS, 1989, p. 30).
A poesia de Cora é um instrumento representativo da memória
coletiva, pois partindo de suas experiências individuais, ela registra em
versos uma memória ameaçada de esquecimento e, ao fazer isso, a poetisa
difunde e perpetua princípios, preceitos coletivos. Isso ocorre, ainda que,
a poetisa subverta e rompa com padrões uniformizantes da memória
coletiva oficial, ao escrever sobre os espaços marginais, por exemplo, os
becos e os marginalizados socialmente, como as lavadeiras, as prostitutas,
os judeus.
Assim, numa linguagem compartilhada, percebo na poesia de Cora
Coralina experiências individuais harmonizadas com aspectos coletivos.
Para Camargo (2006, p. 60):
[...] o sujeito poético em Cora Coralina se inscreve
nos acontecimentos da comunidade que ela
relembra, na medida em que, mesmo não vividos
por ela, são apropriados pelo ouvir de outros
entremeados à sua experiência de vida, responsável
pela inflexão lírica do poema.
Por este ângulo, observo a presença marcante de sua bisavó
atuando como memória-mensagem, sublinhada nos versos do poema
Estórias do aparelho azul-pombinho (2006):
Minha bisavó – que Deus a tenha em bom lugar –
inspirada no passado
sempre tinha o que contar.
Velhas tradições. Casos de assombração.
Costumes antigos. Usanças de outros tempos.
Cenas da escravidão.
Cronologia superada
onde havia bangues.
Mucamas e cadeirinhas.
Rodas e teares. Ouro em profusão,
posto a secar em couro de boi.
Crioulinho vigiando de vara na mão
pra galinha não ciscar.
Romanceiro. Estórias avoengas...
Por sinal que uma delas embalou minha infância.
(CORALINA, 2006, p. 49)
83
A oralidade, desfrutada na infância, permeia os versos de Cora
Coralina. As referências familiares e as transmissões de experiências às
gerações seguintes está fundamentalmente apoiada na memória.
Isso me lembra Michael Pollak (1992, p. 201, grifo do autor)
quando este afirma que:
A priori, a memória parece ser um fenômeno
individual, algo relativamente íntimo, próprio da
pessoa. Mas Maurice Halbwachs, nos anos 20-30,
já havia sublinhado que a memória deve ser
entendida também, ou sobretudo, como um
fenômeno coletivo e social, ou seja, como um
fenômeno construído coletivamente e submetido a
flutuações, transformações, mudanças constantes.
Logo, é possível reconhecer a criação poética de Cora Coralina
como procedente da força memorialística que se transmutam em versos,
os quais, se identificam com essencialidades existenciais. Sobre este
aspecto discorre Yokozawa (2009):
A escritora tanto transfigura em arte vivências
individuais, notadamente a infância da menina mal
amada Aninha, dando origem a poemas
autobiográficos, às “meias confissões de Aninha”,
quanto recria histórias, lendas, resgata memórias
subterrâneas que não constam nos autos oficiais do
passado, de modo a promover um rearranjo da
história canônica. (YOKOZAWA, 2009, p. 192,
grifo da autora).
Considerando essas nuances da poética de Cora Coralina no que
tange à presença dos aspectos relacionados à memória, pois esta “[...]
imanta toda a sua obra, é o sopro alimentador dos motivos e temas
inspiracionais que ganham a forma de poemas” (CAMARGO, 2006, p.
61) e, no plano de uma leitura biografemática, passo à análise dos
subcapítulos nos quais elegi alguns poemas que entendo como sendo
emblemáticos da estratégia escritural de Cora Coralina, ou seja, um
transbordamento de vida na escritura da poetisa. No primeiro subcapítulo,
Poesia da culinária: Oração do milho, a memória é explorada na
polissemia do saber e sabor, na quase obsessão da poetisa pelo trabalho e
nas marcas de sua religiosidade. O segundo, Poesia do eu: Vintém de
cobre busco os biografemas da oralidade, da poetisa/colecionadora, do
84
olhar atento ao “outro”, da melancolia. Conjugo e associo a análise dos
versos autobiográficos de Vintém de cobre: meias confissões de Aninha
(1984) com algumas peculiaridades encontradas na biblioteca particular
de Cora, já apresentando alguns resultados da autobiografia material.
Seguindo na esteira do rastreamento biografemático na escritura de Cora
Coralina, o terceiro subcapítulo, Poesia do resíduo: Casa velha da ponte
e Prato azul pombinho abordo as questões dos objetos materiais, os locais
de memória, a tensão entre a memória e o espaço criativo observados nos
versos que retratam os resíduos da casa, dos objetos e da infância.
85
Figura 5 - Cora Coralina e os doces
Fonte: Museu Casa de Cora Coralina
O punctum inominável
86
ORAÇÃO DO MILHO57
Introdução ao Poema do Milho
Senhor, nada valho.
Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das
lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso,
nasce e cresce na terra descuidada.
Ponho folhas e haste e se me ajudares Senhor,
mesmo planta de acaso, solitária,
dou espigas e devolvo em muitos grãos,
o grão perdido inicial, salvo por milagre,
que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo
e
de
mim,
não
se
faz
o
pão
alvo,
universal.
O Justo não me consagrou Pão da Vida, nem
lugar
me
foi
dado
nos
altares.
Sou apenas o alimento forte e substancial dos que
trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.
Sou de origem obscura e de ascendência pobre,
alimento de rústicos e animais do jugo.
[...]
Fui o angu pesado e constante do escravo na exaustão
do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante.
Sou
a
farinha
econômica
do
proletário.
Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam
a vida em terra estranha.
[...]
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos
paióis.
Sou
o
cocho
abastecido
donde
rumina
o
gado.
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que
amanhece.
Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.
Sou a pobreza vegetal, agradecida a Vós, Senhor,
que me fizeste necessária e humilde
Sou o milho".
(CORALINA, 2006, p. 156)
57
Fragmentos do poema publicado no livro Poemas dos becos de Goiás e estórias
mais (2006). O poema na íntegra é apresentado no Anexo B.
87
3.1 POESIA DA CULINÁRIA: ORAÇÃO DO MILHO
Cora Coralina fez doces. Doces glacerados. Tinha orgulho de ser
doceira. Antes de se dedicar inteiramente a literatura, exerceu por 14 anos
esse ofício culinário. Seus doces alcançaram destaque nacional, fato
verificado em agradecimentos e elogios presentes em algumas
dedicatórias nos seus livros58.
Ao retornar à Casa Velha da Ponte, Cora Coralina encontrou no
feitio de doces um meio de subsistência. O trabalho, para Cora Coralina,
sempre foi reverenciado como o bem maior da humanidade. Nunca se
esquivou de anunciar aos que a conheciam e em entrevistas publicadas
em jornais e revistas, que o “melhor da vida é o trabalho59”, o excerto
abaixo encontrado no Jornal dos Estados (19--), página 2, ratifica seu
pensamento. Disse ela:
A vida tem dois sentidos absolutos: o Amor que
renova a Humanidade e o Trabalho que dignifica o
homem e impulsiona o Progresso. Tudo mais,
derivações, consequências.
O Trabalho é a grande terapêutica humana, a busca
incessante do homem. [...] (CORALINA, 19--, p.
2)
A poetisa fez do trabalho, sua vida, considerava-se uma operária.
Ao regressar a Goiás, Cora resgatou uma tradição da família goiana – o
fazer doces de frutas. Cascudo (1983) destaca que a culinária brasileira se
formou, num primeiro momento, a partir da culinária portuguesa,
indígena e africana e, num segundo momento, de outras culturas
migratórias, como italiana, alemã e japonesa. Em Goiás,
[...] as culinárias indígena, africana e portuguesa
resultaram na miscigenação de alimentos e técnicas
culinárias que difundiram o consumo de guariroba,
mandioca, milho, banana, amendoim, abóbora, e
também na elaboração de pastéis, doces
açucarados, bolos, pirão, canjica, pamonha, pão de
queijo e outros pratos que se tornaram símbolos da
58
No capítulo 4.2, Redes de relações, serão apresentadas algumas dedicatórias
com agradecimentos e elogios por doces experimentados.
59
Frase retirada do poema “Recados de Aninha – II” presente no livro Vintém de
Cobre: meias confissões de Aninha (1984, p. 155).
88
cultura
goiana.
(KUWAE;
FERNANDES, 2009, p. 36)
MONEGO;
Nesse sentido, retoma-se o conceito de “experiência60”, apontado
por Walter Benjamin, para se pensar a Arte da culinária perpassando
temporalmente como um objeto cultural que, apesar de ser atualizada,
renovada, remodelada, permanece por meio de relatos e receitas.
Na culinária poética de Cora Coralina congregam-se os saberes, os
sabores, as memórias e os atos comunicativos. Sua filha Vicência Brêtas
Tahan (1989, p. 137) esclarece que a poetisa:
Depois de uma temporada preparando só passas de
caju, dedicava-se aos doces glacerados de laranjada-terra, figo e mamão verde, vendendo tudo o que
consegue fazer. Sua fama de doceira ultrapassa os
limites da cidade, do Estado. Ir a Goiás conhecer
Cora e comprar seus doces passa a complementar o
roteiro turístico local.
A notoriedade dos doces de Cora Coralina ultrapassou as fronteiras
geográficas, encantou artistas, políticos e autoridades e este
reconhecimento permitiu que ela fizesse um fundo monetário que lhe
proporcionou adquirir, dos demais herdeiros, a Casa Velha da Ponte. Ela
dizia ter “[...] guardado o dinheiro dos doces debaixo do travesseiro, para
apalpá-lo e sentir-se uma criatura forte, segura e sem vacilações”
(GALVÃO, 1982, p. 129).
A culinária, traço biografemático essencial na vida e obra de Cora
Coralina, sempre foi motor inventivo para a poetisa. Escreveu no poema
Cora Coralina, quem é você? (2008) “Sou mais doceira e cozinheira/ do
que escritora, sendo a culinária/ a mais nobre de todas as Artes: objetiva,
concreta, jamais abstrata/ a que está ligada à vida e/ à saúde humana”.
(CORALINA, 2008, p. 227).
Como destacado anteriormente, contar histórias e colecionar
receitas fazem parte da cultura goiana. A primeira evocada por meio de
narrativas orais, presentes no ambiente doméstico, passadas de geração a
geração; a segunda recebe um caráter memorialístico, tradicional, com
receitas caseiras perpetuadas, geralmente, de mãe para filha. Receitas
saboreadas em casamentos, batizados, primeira comunhão, servidas ao
60
Esse conceito foi abordado anteriormente na Introdução da tese e no início do
capítulo 3 Dos biografemas na poesia – fragmentos de memória na obra de Cora
Coralina.
89
receber visitas e usadas para “agradar maridos”. No poema “Normas de
educação61”, a escritora ressalta um tipo de comportamento social
associado aos hábitos alimentares dizendo:
[...]
O ovo tinha que ser batido até ficar daquele jeito
aceito pelo paladar exigente e apurado dos homens da casa.
Estes tinham no tempo uma forma típica de rejeição ao menor deslize: Cruzavam
os talheres, deixavam o prato ou a tigela,
tomavam o chapéu e saiam sem palavra, quando não reagiam, duros.
As donas, responsáveis, sentiam a desfeita, assanhavam-se,
ralhavam, esbravejavam lá pela cozinha, em correções ásperas.
[...]
(CORALINA, 1984, p. 120).
As receitas eram testadas, aprovadas e bem guardadas nos
cadernos de receitas62. Práticas sociais e representações femininas,
perceptíveis no final do século XIX e parte do século XX:
[...] empadão, coxinha, pastel. Lucinda, na cozinha,
suprindo os pratos da meninada. Um pedaço de
bolo todo enfeitado, doces secos, olho-de-sogra,
completam o seu dia. [...]. Os refrescos de seriguela
e maracujá estão sendo servidos às crianças e
senhoras, enquanto aos cavalheiros é servido um
vinho feito em casa, de laranja, receita guardada
muito bem, e apreciado por todos, além de vinho
português, comprado um garrafão há muito tempo
e esperando a ocasião certa. (TAHAN, 1989, p. 21)
A escritura de Cora, marcada por aspectos memoriais e sensoriais,
realça o sentido gustativo. Cora conjugou com sabedoria a poesia e os
sentidos, o saber e o sabor. Para Sacramento (2009, p. 132), a voz literária
de Cora Coralina é:
61
Publicado no livro Vintém de Cobre: meias confissões de Aninha (1984, p. 119122).
62
Norma Telles (2013), ao refletir sobre a origem da escrita feminina, destaca os
diários nos quais as moças solteiras escreviam seus pensamentos. Após o
matrimônio só lhes “[...] restava então usar o cadernão do dia-a-dia, o caderno de
receitas e contas caseiras onde misturados ousavam escrever alguma lembrança,
verso ou confissão”. (TELLES, 2013, p. 54)
90
[...] expressão dos sentimentos que vivenciou com
o corpo, na vida cotidiana. Por isso, é possível
entender que a sua materialidade corporal se
presentifica e se desloca pelos objetos e atividades
que compõem sua lembrança.
Ao representar os sentidos, Cora traz à tona, para além de sua
individualidade, o aspecto do coletivo feminino expressado por “um
impulso incontrolável63”. Nesse impulso incontrolável, Cora Coralina
escreveu. E ao escrever, sua memória adquiriu forma, se libertou, “tomou
a palavra” pela linguagem. Para Barthes (1978), a linguagem é dotada de
poder e a literatura de saberes. Barthes estabelece a relação entre a
literatura e o escritor como:
[...] a prática de escrever. [...] As forças de
liberdade que residem na literatura não dependem
da pessoa civil, do engajamento político do escritor
que, afinal, é apenas um “senhor” entre outros, nem
mesmo do conteúdo doutrinal de sua obra, mas do
deslocamento que ele exerce sobre a língua [...]
(BARTHES, 1978, p. 17, grifo do autor).
Barthes ainda destaca que o saber mobilizado pela literatura “[...]
nunca é inteiro nem derradeiro; a literatura não diz que sabe alguma coisa,
mas que sabe de alguma coisa; ou melhor: que ela sabe algo das coisas –
que sabe muito sobre os homens” (BARTHES, 1978, p. 19). Na escritura
este saber é a enunciação e, como tal, é prenhe de sentidos, destinos e
encadeamentos que fazem das palavras não apenas simples recurso, mas
sim “[...] projeções, explosões, vibrações, maquinarias, sabores: a
escritura faz do saber uma festa”. E nesta perspectiva “[...] a escritura se
encontra em toda parte onde as palavras têm sabor (saber e sabor tem, em
latim, a mesma etimologia). [...]. É esse gosto das palavras que faz o saber
profundo, fecundo”. (BARTHES, 1978, p. 21)
Numa leitura biografemática, pode-se dizer que Cora Coralina
soube atribuir sabor às palavras e às frutas. A autora de Vintém de cobre
apresenta, aos seus leitores, uma mistura de sensibilidade e sensações que,
construídas no tempo, marcaram a experiência da poetisa. Seus versos,
nutridos pela memória, nutrem o coração e a alma de seus leitores. O
colunista João Cândido Galvão (1982) ressalta:
Frase expressa no poema “Parte Biográfica” publicado no Meu livro de cordel
(CORALINA, 1976, p. 12).
63
91
Seu jogo de palavras e ideias tem sabor só
comparável ao dos “grandes pudins,/ recendendo a
cravo, / nadando em calda64”. O exato equilíbrio do
paladar é dado por poemas como “Vintém de
cobre” e “Mulher da vida”, que como “Do beco da
Villa Rica”, mostram uma autora machucada e
comovida com a realidade que a cerca. (GALVÃO,
1982, p. 129, grifo do autor)
À época de seu retorno a Goiás, Cora, sem profissão definida,
chegou a afirmar que: “Idade para pleitear em emprego público, como
fazem as moças de hoje, não tinha. Diploma de professora, também não.
Aposentada não era. Então me restava a alternativa de fazer doces”
(CORA...,1985, p. 30). Assim sendo, dedicou-se a produção de doces por
14 anos entre os anos de 1965 e 1979. Era inegável seu prazer e realização
pessoal com o ofício. Sabia que os doces seriam um modo de se aproximar
das pessoas e de seduzi-las pelo paladar65. Em outra ocasião, para o Jornal
de Brasília (1981), ditou sua receita ao jornalista Menezes de Morais:
Faça doces com amor/com fruta, com o tacho de
cobre/no fogão de lenha./Nem muita água, nem
muito/ açúcar/ (as frutas já tem açúcar natural)/
misture tudo isso/ com muita inteligência./Vá
graduando no fogo/ escorra a calda/apure essa
calda mais um bocadinho no fogo/vá despejando as
porções/no prato ou travessa rasa/ vá passando os
pedaços de frutas/cozidas em calda./Deixe esfriar.
Levante a tampa. O/ doce está pronto?/Sirva-o com
amor e inteligência./E você terá realizado o milagre
da/transformação/transformando
as
frutas
naturais/em doces de frutas.
Em sua biblioteca foram encontrados cinco livros de culinária.
Dois deles, A cozinha goiana: estudo receituário de Bariani Ortêncio
(1980) e Fogão de lenha: quitandas e quitutes de Minas Gerais de Maria
Stella Christo (1977), cuja imagem apresento neste subcapítulo, e que
64
Estes versos citados por João Cândido Galvão foram retirados do poema O
prato azul-pombinho publicado no livro “Poemas dos becos de Goiás e estórias
mais”.
65
Em 2009, como parte das comemorações dos 120 anos de nascimento da
poetisa, foi publicado, pela Global Editora, o livro Cora Coralina: doceira e
poeta. Trata-se de uma coletânea de receitas compiladas de suas anotações.
92
possuem anotações a lápis e marcadores de textos66. A sinalização feita
com marcação textual refere-se, no primeiro livro, a quantidade de
receitas doadas pela poetisa ao autor Bariani Ortêncio, além de contornos
feitos nos números de algumas receitas, evidenciando o interesse da
escritora pelas mesmas. Os marcadores de texto estão nas páginas do livro
de Maria Stella Christo, onde há a reprodução do poema “Oração ao
milho” e o índice onomástico com o nome da poetisa.
Figura 6 - Livro -Fogão de lenha: quitandas e quitutes de Minas Gerais (1977)
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Outra peculiaridade encontrada no acervo foi o recorte do jornal
Cinco de Março localizado no livro espírita Redenção (19--) de Victor
Hugo e psicografado por Zilda Gama. O recorte de jornal apresenta uma
publicação na coluna intitulada Do leitor com a mensagem de Cora
Coralina sobre o envio e recebimento de doces a Batista Custódio.
Os outros três livros são: “A saúde depende da cozinha” (197?), “Um tratado
da cozinha portuguesa do século XV” (1963) e “O de comer no Ceará” (1981).
Os detalhes completos dos livros estão no catálogo apresentado no subcapítulo
4.3.1.
66
93
Figura 7 - Recorte de Jornal - Cinco de março
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Batista Custódio do Cinco de Março, você é tão
bom que às vezes pergunto se você existe mesmo
ou é psicografado por Chico Xavier. Eu mandei um
doce de caju para vocês do Cinco, como não
mandaram dizer nada, procurei achá-lo: o
portador comeu o doce no caminho, deu batida,
estourou pneu e não levou um outro. Grata. Cora
Coralina – Cidade de Goiás.
Resposta do Cinco: Cora, você se lembra daqueles
versos do Bandeira: “Ah, se em troca de tanta
felicidade que me dás eu te pudesse repor, eu
soubesse repor no coração despedaçado as mais
puras alegrias da infância?” O presente que
recebemos de você não é doce de caju: é alegria
pura de infância. Pena que não possamos retribuir.
O que pudemos lhe mandar foi alguma coisa de
prosaicamente material. Mas, acredite, a turma fez
isso com tanto amor como se estivesse lhe
mandando a imagem de um velho beco de Vila Boa.
O alimento, na poesia de Cora Coralina, atua como alegoria
literária, recebendo tratamento especial. Seja ao se referir ao ofício de
doceira ou ao venerar o milho com os versos de a Oração do milho e
Poema do milho (Este último eleito por Osvaldino Marques como sua
94
obra-prima67). O poema Oração do milho, possui elementos de análise,
nos quais, pode-se dividi-lo em duas partes. Nos primeiros versos
verifica-se, ato de modéstia e simplicidade em torno da figura simbólica
do milho, fato verificável na presença de adjetivos que reforçam essa
percepção: humilde, pequeno, pobre, entre outros. Nos últimos versos,
observa-se o inverso, ou seja, uma valorização sintetizada pelos adjetivos:
abastecido, festivo e alegre.
Na opinião do professor Saturnino Pesquero Ramón68, os poemas:
‘Oração do milho’ e o antológico ‘Poema do
milho’, além de testemunharem um novo aspecto
da consciência telúrica da poetisa, constituem um
hino às raízes de todos os países da América [...].
Arguta, Cora explora a riqueza polissêmica do
milho, transcende seu significado imediato e, tal
como é o trigo para o Velho Continente, eleva-o a
símbolo maior do Novo Mundo, na luta pela vida e
pela sobrevivência. (PESQUERO RAMÓN, 2003,
p. 53, grifo do autor).
Há, em Cora, um processo simbiótico de identificação com o
mundo e com as coisas que nele existe, isso é para Pesquero Ramón
(2003, p. 49) “[...] a característica mais transparente da obra de Aninha”.
O professor José Fernandes (2009, p. 62) corrobora com esta afirmação
quando, em seu texto Imagens alquímicas na poesia de Cora Coralina,
afirma que na poesia de Cora, encontrada nos versos do poema Oração
do milho, “O processo alquímico [...] é tão consciente que [...] assume a
pessoa do discurso e revela a própria essência, como se milho e eu lírico
“O ‘Poema do Milho’ é antológico, indiscutivelmente a obra-prima de Cora
Coralina. Nele se contém talvez a mais brilhante poetização da febre genésica
vegetal que conheço. É de ver a arte consumada com que a Autora goiana
transmuta a sua ciência do cultivo da terra em superior, lídima poesia”
(MARQUES, 2006, p. 17, grifo do autor).
68
Em seu livro Cora Coralina: o mito de Aninha (2003), Pesquero Ramón afirma
que “Oração do milho” de Cora Coralina traz à memória o “Oração ao pão” de
Guerra Junqueiro (1902). Ao cotejar os dois poemas, ele pergunta: “Cora teria
conhecido a obra do poeta português?” (p. 55). A partir do estudo desenvolvido
nesta tese, essa pergunta pode, de certa maneira, ser respondida pelos dois livros
do autor português encontrado em sua biblioteca particular. São eles: Antologia
para a juventude (1950) e Vibrações líricas (1950). Interessante ressaltar que os
dois exemplares possuem em suas respectivas folhas de rosto a seguinte anotação
de data manuscrita a lápis (5.11.56).
67
95
fossem um mesmo ser [...]”. Nesse deslocamento simbiótico, o milho e o
eu lírico se fundem e se conjugam na palavra e no ser.
Outro aspecto relevante a ser considerado é o tom devocional
explicitado nos versos iniciais “Senhor, nada valho” e finais “Sou a
pobreza vegetal agradecida a Vós, Senhor,/que me fizestes necessário e
humilde./Sou o milho”, da Oração do milho. Estes versos revelam um
outro traço biografemático de Cora Coralina – a religiosidade. Os signosbiografemas verificáveis em outros títulos de seus poemas como, por
exemplo, oração, cântico, exaltação, corroboram para a ratificação de sua
religiosidade69. Esse traço biografemático será retomado no capítulo 4
“Do catálogo: pactos de leitura, (des)arquivar biografemas”.
Na alquimia de seus doces e versos há constantemente referências
ao dicionário. Em reportagem realizada por Severino Francisco para a
revista Interior70, a poetisa, desejando captar plenamente o sabor das
palavras disse:
Eu fazia doce, mas o meu dicionário estava na mesa
da cozinha: cheio de dedada de melado, de
manteiga, de gema de ovo. Mas me valeu. Eu tenho
páginas sobre muitas coisas da fazenda do meu avô
– e são páginas que me satisfazem. (FRANCISCO,
1982, p. 5).
Sua admiração e devoção pelo dicionário produziu versos como os
escritos no poema Voltei (1984, p. 128), publicado em “Vintém de cobre:
meias confissões de Aninha”. Escreveu a poetisa:
[...]
O grande livro que sempre me valeu e que aconselho aos jovens,
um dicionário. Ele é pai, é tio, é avô, é amigo e é um mestre.
Ensina, ajuda, corrige, melhora, protege.
Dá origem da gramática e o antigo das palavras.
A pronúncia correta, a vulgar e a gíria.
Incorporou ao vocabulário todos os galicismos, antes condenados.
Para exemplificar, evidencio que, em seu primeiro livro “Poemas dos becos de
Goiás e estórias mais” (2006), Cora escreveu 5 poemas que trazem em seus títulos
as referidas palavras. São eles: Cântico de Andradina (p. 147), Oração do milho
(p. 156), O cântico da terra (p. 210), Oração do pequeno delinquente (p. 232), e
Oração do presidiário (p. 234).
70
A revista Interior foi uma publicação oficial editada entre 1974 e 1989 pelo
governo do regime militar (IORIO, 2010).
69
96
Absolveu o erro e ressalvou o uso.
Assimilou a afirmação de um grande escritor: é o povo que faz a língua.
Outro escritor: a língua é viva e móvel. Os gramáticos a querem estática,
solene, rígida. Só o povo a faz renovada e corrente
sem por isso escrever mal.
Além dos livros de culinária já apresentados, destaco os
dicionários de Cora. Sua biblioteca possui três exemplares, a saber:
Dicionário de legislação do ensino (1981) de Moacir Bretas Soares;
Dicionário geral de monossílabos (1968) de Freitas Casanovas; e
Dicionário escolar da língua portuguesa (1975) do professor Francisco
da Silveira Bueno. Repleto de marcas de leituras, localizou-se, neste
último, vários papéis entre as páginas, alguns com pequenas anotações
cotidianas e, no dicionário de Freitas Casanovas havia uma nota
pecuniária no valor de um cruzeiro. Dinheiro antigo, esquecido e rasgado
que, possivelmente, servia como um marcador de páginas improvisado.
A questão do apreço pelo “livro do amor” como era considerado, por
Cora, o dicionário, descortina o autodidatismo que perpassa toda a
trajetória da poetisa e expõe um dos modos como a poetisa se nutria
criativamente. “Estarei presente no meu dicionário, meu livro de amor/
que tanto me ensinou e corrigiu”. (CORALINA, 1984, p. 54).
Voltando ao assunto do início do subcapítulo, o fazer doces
glacerados, observo que, a partir da análise de alguns documentos inéditos
encontrados na biblioteca e os já pertencentes ao acervo documental do
museu, é possível argumentar que os doces feitos por Cora Coralina
serviram, em alguns momentos, como estratégia da poetisa para se
aproximar das pessoas. Fatos comprovados pelos diversos registros de
elogios e agradecimentos pelo envio de doces, como o atestado,
previamente, no recorte de jornal do Cinco de Março e, em algumas
dedicatórias, que serão apresentadas no subcapítulo 4.2 “Redes de
relações”. Para o momento, selecionei as cartas de Yêda Schmaltz e Jorge
Amado como documentos que atestam a delicadeza de Cora Coralina em
se fazer presente em saber e sabor.
97
Figura 8 - Carta de Yêda Schmaltz para Cora Coralina
Fonte: Museu Casa de Cora Coralina.
Cora querida:
Só de você que é tôda poesia, eu poderia receber aquêle belo poema.
Ninguém mais seria capaz mesmo de me situar tão bem no tempo e no espaço
dêste imenso amar.
Quanto conheço, Cora, a sua poesia-doçura e os seus doces tão
arrumadinhos: metrificados sonetos nas caixinhas! Só não sabia que você possui,
além de tudo, o olhar tão longo, de ver tão fundo na minha poesia.
Qualquer dia irei visitá-la com os meus Luizes.
Cora, obrigado pelo que você me deu e não mereço. Obrigado por ser
você que é.
A amiga,
Ieda Schmaltz
Go. 22.8.70
98
Figura 9 - Carta de Jorge Amado para Cora Coralina (1)
Fonte: Museu Casa de Cora Coralina.
99
Bahia, 13 out. 75
Minha amiga,
dos doces posso dizer que são sublimes e divinos e ainda digo pouco. Da
gentileza de enviá-los, nada posso dizer, faltam-me as palavras para agradecer
tanta civilização. A senhora é uma artista, admirável em sua arte, a mais nobre
das artes, a da culinária.
Ademais sinto-me feliz de contar com mais uma amiga em Goyás – eu e
minha mulher, Zelia.
Receba um beijo dela e outro afetuoso de
Jorge Amado
Jorge Amado
33, rua Alagoinhas – Salvador – Bahia 40.000
Com essas considerações assinalo que, neste subcapítulo, foi
possível averiguar como os traços pessoais de Cora Coralina estão
interligados a sua poética, ou seja, o seu tracejar, o seu movimento poético
harmoniza-se com sua subjetividade, sua existência, sua experiência. E,
nesse sentido, prossigo nos próximos subcapítulos, tendo como mote, a
perspectiva de uma leitura biografemática, apontando e montando uma
espécie de diagrama constituído por fragmentos captados, assimilados e
sincronizados entre a vida e o ser, o sujeito e o objeto.
100
Figura 10 - Cora Coralina
Fonte: Museu Casa de Cora Coralina
A mão que toca a ruína – o punctum que me fere
101
O CÂNTICO DE ANINHA71
Vintém de Cobre...
Antigos vinténs escuros.
(De cobre preto foi batizado).
Azinhavrados.
Ainda o vejo,
Ainda o sinto,
Ainda o tenho,
na mão fechada.
Moeda triste, escura, pesada,
da minha casa,
da minha terra,
da minha infância,
da gente pobre, daquele tempo.
Tudo velho, gasto, conservado,
empoeirado, pelos cantos.
Levados para o depósito do velho sobradão.
[...]
A casa pobre.
Mandrião de saias velhas
da minha bisavó
[...]
Nesse tempo me criei.
Daí, este livro – Vintém de Cobre,
numa longa gestação,
inconsciente ou não.
que vem da infância longínqua
à ansiedade presente.
71
Fragmentos do poema publicado no livro Vintém de cobre: meias confissões
de Aninha (1984). O poema na íntegra é apresentado no Anexo B.
102
(CORALINA, 1984, p. 35-36)
3.2 POESIA DO EU: VINTÉM DE COBRE
Na seleção dos fragmentos mais significativos, dos indícios
presentes na linguagem é que procuro, consciente da impossibilidade de
se trabalhar com totalidade e completude desse delineamento, ler a vida
de Cora Coralina entre textos, entre livros e entre estantes. E, nesse
sentido, considero emblemático, para a compreensão de sua poética, o
livro Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1984), pois este,
possui versos nos quais a poetisa se expõe, exibindo sua subjetividade ao
leitor. Sua criação poética traduz-se em direção a um lirismo, cujo âmago
está no revelar-se a si mesmo. Especialmente, em alguns poemas, Cora
reverencia, confessa, rememora e evidencia72. Reverencia a Mestra
Silvina reconhecendo a importância da escola primária na sua trajetória
“Foi pela didática paciente da velha mestra que Aninha, a menina boba
da casa, obtusa, do banco das mais atrasadas se desencantou em Cora
Coralina” (p. 31). Confessa, humildemente, que o ato de escrever versos
se reflete em “Alguma coisa, coisas que me entulhavam, me engasgavam
e precisavam sair”. (p. 33). Rememora a moeda triste e pobre, o vintém
de cobre “Ainda o vejo, /Ainda o sinto,/ Ainda o tenho,/ na mão fechada”
(p. 35) e, evidencia o caminho solitário que percorreu na vida.
[...]
A longa noite escura...
A caminhada...
Carreando pedras,
construindo com as mãos sangrando
minha vida.
[...]
A candeia está apagada
e na noite gélida eu me vesti de cinzas.
Meus olhos estão cansados
Meus olhos estão cegos
Os caminhos estão fechados
(CORALINA, 1984, p. 37-38).
72
As próximas quatro citações foram retiradas das páginas introdutórias
(paratextos) do livro Vintém de cobre: meias confissões de Aninha (1984) dos
seguintes poemas, sequencialmente: “Cântico excelso” (p. 31), “Este livro, meias
confissões de Aninha” (p. 33), “O cântico de Aninha” (p. 35), e “Cântico primeiro
de Aninha” (p. 37-38).
103
Sublinho que em seus livros, notadamente neste em que Cora
assume o caráter autobiográfico, sobressai uma das principais
propriedades de sua escritura, isto é, os versos traduzidos no “contar
casos” (causos). Essa oralidade, como traço biografemático, aceita se
descodificar por meio da herança familiar revivida pela poetisa em sua
escritura. Escritura engendrada num transbordamento de vida e de
vestígios existenciais: das perdas, das raízes, dos costumes, da infância,
dos reinos de Goiás. Interessante salientar que, nesse mesmo livro, de
modo paratextual73, o leitor encontra a reprodução da carta (p. 17) e da
crônica (p. 27-28) escrita por Carlos Drummond de Andrade (1984).
Textos nos quais o poeta exalta o prazer de ter se encontrado com os
versos de Cora Coralina. Escreveu Drummond em carta enviada à Cora:
Rio de Janeiro, 7 de outubro, 1983
Minha querida amiga Cora Coralina:
Seu “Vintém de Cobre” é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que
não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas
que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade
especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não se
pertence. É patrimônio de nós todos que nascemos no Brasil e amamos a poesia
[...].
Não lhe escrevi antes, agradecendo a dádiva, porque andei malacafento
e me submeti a uma cirurgia. Mas agora, já estou recuperado, estou em
condições de dizer, com alegria justa: Obrigado, minha amiga! Obrigado,
também, pelas lindas, tocantes palavras que escreveu para mim e que guardei na
memória do coração.
O beijo e o carinho do seu
Drummond.
Curiosamente, apesar da existência de troca de cartas entre os
poetas, verificável no acervo documental do museu, o que pressupõe a
Gérard Genette (2009, p. 10, grifo do autor) define o paratexto como “‘Zona
indecisa’ entre o dentro e o fora, sem limite rigoroso, nem para o interior (o texto)
nem para o exterior (o discurso do mundo sobre o texto), orla” ou, como dizia
Philippe Lejeune, “franja do texto impresso que, na realidade, comanda toda a
leitura”.
73
104
presença de afinidades e apreço mútuo, na biblioteca de Cora, durante a
realização do inventário, não foi encontrado nenhum livro de autoria de
seu amigo Itabirano.
Retornando a análise do Vintém de cobre: meias confissões de
Aninha, na sua parte introdutória, paratextual, há textos críticos de
Oswaldino Marques (Cora Coralina – Vivenciadora) e Lena Castello
Branco Ferreira Costa (Essa mulher admirável...). Esses textos operam
como anfitriões que recepcionam e apresentam aos leitores o tom da
poetisa “[...] captadora de misteriosas modulações de subjetividades”.
(MARQUES, 1984, p. 19) e “A arte maior da poetisa está em recolher da
memória do tempo todo um mundo de coisas e fatos quotidianos e pessoas
simples, transfigurando-os, emprestando-lhes contornos universais”
(COSTA, 1984, p. 23).
Que seja dito de passagem, Lena Castello Branco Ferreira Costa,
será abordada no próximo capítulo, momento em que apresento as
anotações manuscritas de Cora Coralina em seu livro Arraial e coronel:
dois estudos de história social (1978). E para fazer jus a Oswaldino
Marques, registra-se que na biblioteca de Cora há um exemplar
autografado pelo crítico do livro de sua autoria A dançarina e o horizonte
(1977), que inclusive, contém marcas de correção ortográfica feitas a
caneta74.
Vintém de cobre..., ainda, se divide em três partes, isto é: Livro I –
Meias confissões de Aninha; Livro II – Ainda Aninha...; e Livro III – Nos
reinos de Goiás e outros. Neste subcapítulo confrontarei, se possível for,
as passagens poéticas que fazem referência às leituras literárias, aos livros
e autores e o acervo encontrado na biblioteca, buscando estabelecer
correlações entre o que foi rememorando em versos e o que se encontra
fisicamente disponível na biblioteca particular estabelecendo, com isso, o
reflexo biografemático que “[...] se compõe de resíduos, desse misto de
sensações interceptadas, [e] vai se estruturando nessa trajetória de viacrúcis, a que se deixa entrever no que se viveu e no que se produziu”.
(NORONHA, 2001, p. 79, grifo da autora).
Assim sendo, no Livro I composto por 33 poemas, a primeira
referência literária que aparece está no poema Moinho do tempo (p. 42),
no qual, a poetisa, cita o conto de fadas “Maria Borralheira”. Ao aludir ao
conto de fadas, Cora estabelece uma analogia com as moças do seu tempo
que vivem à espera de um marido. Transcrevo alguns versos:
74
Não foi possível identificar a autoria das marcas com correções ortográficas
feitas na obra.
105
[...]
A gente era moça do passado.
Namorava de longe, vigiada.
Aconselhada. Doutrinada dos mais velhos,
em autoridade, experiência, alto saber.
“Moça para casar não precisa namorar,
o que for seu virá”.
Ai, meu Deus! E como custava chegar...
Virá! Virá!...Virá virá... quando?
E o tempo passando e o moinho dos anos moendo,
e a roda-da-vida rodando... Virá-virá!
A gente ali, na estaca. Amarrada, consumida
de Maria Borralheira, sem madrinha-fada,
sem sapatinho perdido,
sem arauto de príncipe-rei, a procurar
pelos reinos da cidade de Goiás
o pezinho faceiro do sapatinho de cristal,
caído na correria da volta.
(CORALINA, 1984, p. 43).
Afora essa primeira passagem, as histórias de contos de fadas
também são citadas em dois outros poemas: Meu melhor livro de leitura
(p. 54) e Voltei (p. 128). No primeiro, a poetisa veste-se dos personagens
infantis e enfatiza as características físicas do livro gravados na memória,
veja-se um pequeno trecho:
[...]
Minhas estórias de Carochinha, meu melhor livro de leitura,
capa escura, parda, dura, desenhos preto e branco.
Eu me identificava com as estórias.
Fui Maria e Joãozinho perdidos na floresta.
Fui a Bela Adormecida no Bosque.
Fui pele de Burro. Fui companheira de Pequeno Polegar
e viajei com o Gato de Sete Botas. Morei com os anõezinhos.
Fui a Gata Borralheira que perdeu o sapatinho de cristal
na correria da volta, sempre à espera do príncipe encantado,
desencantada de tantos sonhos
nos reinos da minha cidade.
[...]
(CORALINA, 1984, p. 54).
No poema Voltei, a poetisa enaltece as características físicas do
livro, tomando-o enquanto objeto:
106
Voltei. Ninguém me conhecia. Nem eu reconhecia alguém.
Quarenta e cinco anos decorridos.
Procurava o passado no presente e lentamente fui identificando a minha gente.
Minha escola primária. A sombra da velha Mestra.
A casa, tal como antes. Sua pedra escorando a pesada porta.
Quanto daria por um daqueles duros bancos onde me sentava,
nas mãos a carta de “ABC”, a cartilha de soletrar,
separar vogais e consoantes. Repassar folha por folha,
gaguejando lições num aprendizado demorado e tardo.
Afinal, vencer e mudar de livro.
Reconheço a paciência infinita da mestra Silvina,
sua memória sagrada e venerada, para ela a oferta deste livro,
todas as páginas, todas as ofertas e referências
Tão pouco para aquela que me esclareceu a luz da inteligência.
A vida foi passando e o melhor livro que me foi dado
foi Estórias da Carochinha, edição antiga, capa cinzenta,
papel amarelado, barato, desenho pobre, preto e branco, miúdo.
[...]
(CORALINA, 1984, p. 128).
Os aspectos físicos do livro são realçados nos dois poemas. As
circunstâncias de se atribuir detalhes ao objeto livro é levado em
consideração por Umberto Eco, quando este analisa a relação
pessoa/livro, privilegiando o objeto por “[...] ser amado não só por aquilo
que diz, mas também pela forma sob a qual se apresenta”. (ECO, 2010, p.
19). Sobre a questão relacionada à forma do livro, Manguel (2001, p. 149)
esclarece que “Os livros declaram-se por meio de seus títulos, seus
autores, seus lugares num catálogo ou numa estante, pelas ilustrações em
suas capas; declaram-se também pelo tamanho”. E acrescenta que,
pessoalmente “Julgo um livro por sua capa; julgo um livro por sua
forma”. (MANGUEL, 2001, p. 149).
O tratamento minucioso percebido sob o prisma físico dos livros e
descritos por Cora, me permite observar como traço biografemático um
embrionário desejo de colecionadora, verificável no amor pelos livros,
seus detalhes e suas histórias. Percebo a presença de um olhar atento às
particularidades, às marcas das memórias de infância, selecionadas ao
abrigo de uma perspectiva pessoal.
Independentemente da biblioteca de Cora Coralina não possuir
nenhum exemplar de contos de fadas, considero pertinente tratar desse
tema, acreditando que a gênese do interesse da poetisa pela leitura passa
pelas leituras infantis e pelas referências familiares, notadamente pelo
107
fato de sua mãe ter sido uma exímia leitora, assinante de jornais e sócia
do Gabinete Literário Goiano.
Acerca do Gabinete Literário Goiano trago-o mais uma vez à
discussão, numa pequena digressão, pois este teve um importante papel
na dificultosa circulação e acesso aos livros e jornais na segunda metade
do século XIX em Goiás. Dificuldades, especialmente, por questões
concernentes ao processo de transição política, social e econômica da
época, evidenciadas com o fim da escravatura e com a Proclamação da
República no Brasil.
Fundado em 1864, o Gabinete Literário Goiano é reconhecido
como a primeira biblioteca pública do Estado de Goiás75. Fruto da
iniciativa de uma elite letrada de Goiás, o primeiro estatuto do Gabinete
não permitia a associação de mulheres. Essa condição foi alterada, com a
efetiva participação feminina, no final do século XIX. Passos (1982, p.
165) transcreve a ata de reunião do dia 16 de abril de 1871, na qual destaca
que seria incluída no estatuto o seguinte artigo: “As senhoras que forem
sócias do Gabinete, e não puderem vir, não quiserem concorrer
pessoalmente às seções podem fazerem-se representar por uma terceira
pessoa expressamente autorizada para isso”. Essa abertura propiciou que,
em 1929, fosse eleita a primeira presidente do Gabinete, a senhora
Consuelo Caiado. Sua gestão foi marcada por um intenso período de
palestras e conferências com os principais nomes que se destacavam
literariamente à época.
Os historiadores afirmam que os livros adquiridos pelo Gabinete
Literário Goiano eram provenientes da livraria Garnier do Rio de Janeiro
e eram transportados em tropas, significando vários dias de viagem até
chegada ao seu destino.
No decorrer dos anos, a manutenção do Gabinete Literário Goiano
passou por momentos de crise financeira, acarretando, por vezes, a
suspensão de atendimento e a mudança de localização. A despeito dos
esforços e interesse da sociedade em preservar o acervo, atualmente o
Gabinete encontra-se fechado ao público, condição esta, que não impede
a atual presidente do Gabinete, Sra. Circe de Camargo Ferreira e Silva, de
gentilmente abrir as portas para pesquisadores interessados no acervo,
75
Sobre esse aspecto existe uma divergência, pois segundo Barra (2008) há um
registro, localizado no primeiro periódico goiano – A Matutina Meyapotense,
sobre a existência de uma biblioteca pública no ano de 1832, na cidade de Meia
Ponte. Fato contrariado por Bittar (1997) ao afirmar que, em 1850, é criada a
primeira biblioteca pública da cidade de Goiás, anexa ao Liceu de Goiás.
108
inscrições históricas constantes nos livros de registro de sócios e atas de
reuniões76.
Como citado anteriormente, a Senhora era sócia assídua do
Gabinete, circunstância verificável nos registros da movimentação de
empréstimos realizados em nome da mãe de Cora Coralina. Até 1889, ano
do nascimento de Cora e do falecimento de seu pai, o registro estava em
nome de seu marido desembargador. Cuidadosamente, encontra-se
guardado no acervo do Gabinete um bilhete, datado de junho de 1889, no
qual a mãe de Cora solicita o envio de romances e o volume do livro “Das
maravilhas da criação”. Reproduzo o conteúdo do bilhete:
Paraízo, 5 de junho de 1889
Ilustríssimo Antonio Gomes Pinto
Peço-lhe por obsequio de enviar-me pelo portador desta, alguns
romances dos novos e também o volume das Maravilhas da Criação que trata
das Aves, que muito agradecida lhe ficarei.
L[ilegível] as primas.
Sua [ilegível]
J. Luiza do C. B. Peixoto.
A leitura dos romances do Gabinete é confirmada por Cora
Coralina ao destacar que durante o período em que a família morou na
fazenda Paraíso, o distanciamento da cidade era rompido pela figura do
carreiro Anselmo77, que, de tempos em tempos, fazia a viagem no carro
de bois e levava consigo uma lista variada de encomendas, conforme
observado no poema “O longínquo cantar do carro” (p. 97-99). Escreveu
a poetisa:
[...]
era a rotina da vida no Paraíso e nós, jovens, ansiando já pela volta do carro,
76
Durante o período em que realizei a pesquisa de campo no Museu Casa de Cora
Coralina, a Sra. Circe de Camargo, abriu as portas do Gabinete para que eu
pudesse consultar os livros de empréstimos, em busca de comprovações dos
registros de leitura da família de Cora Coralina.
77
Cora Coralina presta homenagem ao importante vaqueiro em Vintém de cobre:
meias confissões de Aninha (1984). Homem trabalhador e de confiança da
família, ela escreve um poema intitulado O carreiro Anselmo (p. 100), no qual
destaca suas habilidades com os afazeres da fazenda Paraíso.
109
cartas e jornais do Rio de Janeiro.
Minha mãe era assinante do “Paiz” e para nós vinham os romances
do Gabinete Literário Goiano.
Esperar a volta do carro, imaginar as coisas que viriam da cidade,
tomava a imaginação desocupada das meninas moças.
Acostumei a ler jornais com a leitura do “Paiz”
Colaboravam Carlos de Laet, Arthur Azevedo, Júlia Lopes de Almeida,
Carmem Dolores.
Meus primeiros escritinhos foram publicados no suplemento desse jornal.
Acompanhei, na sua leitura, fatos e acontecimentos universais.
[...]
(CORALINA, 1984, p. 98, grifo da autora).
Sobre o Gabinete e a biblioteca de Cora Coralina, cabe registrar
que, dentre os livros mais antigos do acervo catalogado, há um exemplar
com capa solta, paginação incompleta, que possui carimbo do Gabinete
Literário Goyano datado de 10 de setembro de 1921. Trata-se do título A
bandeira: estudo psychologico d’uma desequilibrada (1897) de Lino de
Macedo. Intrigante pensar como um livro tão antigo com carimbo de uma
instituição faz-se presente no acervo de Cora Coralina. A julgar por outros
livros de escritores portugueses presentes em sua biblioteca, como Eça de
Queiros, Guerra Junqueiro e Fernando Pessoa, pode-se assegurar que
Cora apreciava a literatura produzida em Portugal.
Figura 11 - Livro com carimbo do Gabinete Literário Goiano
110
Figura 11- Livro com carimbo do Gabinete Literário Goiano
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Sobre o apreço por autores portugueses, chama a atenção que
Almeida Garrett tinha a admiração de Cora Coralina. Admiração expressa
no poema “Aquela gente antiga – II”, no qual confessa que foi vítima de
alguns princípios, considerados pela sociedade goiana, como
inapropriados às mulheres daquele tempo, em particular, às moças que
projetavam no casamento um ideal de vida. Reproduzo alguns versos:
Aquela gente antiga explorava a minha bobice.
Diziam assim, virando a cara como se eu estivesse distante:
“Senhora Jacinta tem quatro fulores mal falando.
Três acham logo casamento, uma, não sei não, moça feia num casa fácil”
Eu me abria em lágrimas. Choro manso e soluçado...
[...]
Eu me consolava e me apegava à minha bisavó.
Cresci com os meus medos e com o chá de raiz de fedegoso,
prescrito pelo saber de minha bisavó.
Certo que perdi a aparência bisonha. Fiquei corada
e achei quem me quisesse.
Sim, que esse não estava contaminado dos princípios goianos,
111
de que moça que lia romance e declamava Almeida Garrett
não dava boa dona de casa.
(CORALINA, 1984, p.53, grifo do autor)
Na segunda parte do livro – Livro II Ainda Aninha..., observo a
forte presença da subjetividade em torno da máscara lírica, Aninha. Uma
subjetividade voltada aos aspectos do imaginário, das lembranças, dos
apelos, das reflexões, dos recados e da oração. O eu lírico se revela, não
só no que declara de si, mas no encontro com múltiplas oportunidades de
representá-lo. Isso pode ser percebido no tratamento que a poetisa
dispensa a alguns símbolos históricos, como Tiradentes, Juscelino
Kubitschek e outras autoridades, como o Presidente e o Ministro da
Justiça à época.
Comprometida social e politicamente, Cora Coralina lembra dos
presidiários, o menor abandonado, exalta a universidade, o professor e
cobra das autoridades as promessas feitas em relação aos problemas da
seca no Nordeste numa representação de criticidade. Alguns fragmentos
de “Os apelos de Aninha”:
[...]
Presidente, salva o Nordeste,
Dá água abundante e corrente aos seus filhos valorosos,
irrigação ao seco. Salva àquela gente, seu gado e sua lavoura,
dá vida nova àqueles estados tão marcados pela seca.
A posteridade te espera e as gerações vindouras te proclamarão.
Presidente, há uma trilogia de salvação e recuperação em oferta ao governo.
Sê o Presidente, esse esperado, sê o Messias destes tempos novos.
Se assim for, a posteridade te espera.
[...]
Excelência, essas três proposições, magnas proposições,
deságuam numa única – Trabalho como fonte de salvação.
Salvação do Nordeste, dando condições de viver ao nordestino
no seu próprio meio.
Regeneração do apenado em condições de trabalho organizado,
produzido a nível industrial, dentro dos presídios,
respaldado por uma formação autônoma e cooperativista do reeducando.
Salvar a criança pobre antes que se perca pelo abandono e pela miséria.
Isso pela criação de Escolas de Ofícios,
que façam delas operários qualificados para a grandeza do nosso país.
Resumindo tudo: na terapêutica humana do trabalho.
Presidente. A posteridade te espera.
Não te espantem as dificuldades de assumir.
112
A Nação te ajudará e se sentirá engrandecida e orgulhosa do seu Presidente.
(CORALINA, 1984, p. 176-178)
A terceira parte – Livro III Nos Reinos de Goiás e outros – é
composta por 16 poemas nos quais ressaltam-se as particularidades da
antiga capital do Estado e os seus costumes, habitantes e animais (gatos,
rolinhas fogo-apagou, bem-te-vis). Pesquero Ramón (2003) acentua que
Cora Coralina possui uma particular sensibilidade poética e filosófica ao
ponto de suas identificações pessoais adquirirem proporções universais.
Para o crítico, as principais identificações da poetisa são: sua gente, sua
sósia (a mulher obscura78), a terra, a água, os animais, as plantas e a cidade
de Goiás. Nesta última parte do livro, estão disponíveis alguns poemas
que ratificam a análise de Pesquero Ramón (2003), dos quais cito alguns:
“Nos reinos de Goiás (A vida e suas contradições) ” (p. 183), “Bem-tevi... Bem-te-vi...” (p. 193), e “Irmã Bruna” (p. 201). A leitura
biografemática de Cora Coralina, nesse momento, permite observar o
espelhamento da face da poetisa na confluência dos significantes dos
poemas. Tosta (2006, p. 21, grifo do autor) argumenta que:
Cora tinha consciência de que a história
normalmente tende a esquecer, ou melhor, a não
escolher as pessoas comuns [...]. Em ‘Sou raiz’, de
Vintém de cobre [...] ela revela a sua solidariedade
para com os oprimidos da sociedade, se
‘misturando’ com os ‘condutores e cobradores’, os
‘pequenos iletrados, pobres e remendados’, os
‘humildes’, que, para ela, são todos ‘heroicos e
anônimos’.
Além desses poemas, nos quais se percebem as identificações de
Cora Coralina, nesta última parte do livro, chama a atenção os versos de
“O poeta e a poesia” (p. 195). Talvez, inspirada no livro encontrado em
78
Sobre este aspecto, os biógrafos de Cora vão um pouco mais além. Ao
escreverem o capítulo “Em defesa dos obscuros”, no livro Cora Coralina: raízes
de Aninha (BRITTO; SEDA, 2009), eles incluem como singularidade da poetisa,
não apenas a condição da exclusão feminina representada nos versos, sobretudo,
pela vida das prostitutas e lavadeiras de roupas, mas outros grupos igualmente
marginalizados, a saber: o menor abandonado; os presidiários; os nordestinos; e
os judeus. Afirmam ainda que: “A identificação com os obscuros contribuiu para
que fosse leitora e admiradora de Jorge Amado, que também efetuava, em sua
ficção, um canto solidário com os excluídos [...]”. (BRITTO; SEDA, 2009, p.
335).
113
sua biblioteca Carta a um jovem poeta (1975) de Rainer Maria Rilke,
livro que contém várias marcações de leitura, inclusive no prefácio de
Cecília Meireles (transcrito na sequência dos versos), Cora tenha escrito
o poema:
Não é o poeta que cria a poesia.
E sim, a poesia que condiciona o poeta.
Poeta é a sensibilidade acima do vulgar.
Poeta é o operário, o artífice da palavra.
E com ela compõe a ourivesaria de um verso.
Poeta, não somente o que escreve.
É aquele que sente a poesia,
se extasia sensível ao achado
de uma rima, à autenticidade de um verso.
Poeta é ser ambicioso, insatisfeito,
procurando no jogo das palavras,
no imprevisto do texto, atingir a perfeição inalcançável.
O autêntico sabe que jamais
chegará ao prêmio Nobel.
O medíocre se acredita sempre perto dele.
Alguns vêm a mim.
Querem a palavra, o incentivo, a apreciação.
Que dizer a um jovem ansioso na sede precoce de lançar um livro…
Tão pobre ainda a sua bagagem cultural,
tão restrito seu vocabulário,
enxugando lágrimas que não chorou,
dores que não sentiu,
sofrimentos imaginários que não experimentou.
Falam exaltados de fome e saudades, tão desgastadas
de tantos já passados.
Primário nos rudimentos de sua escrita
e aquela pressa moça de subir.
Alcançar estatura de poeta, publicar um livro,
Oriento para a leitura, reescrever,
processar seus dados concretos.
Não fechar o caminho, não negar possibilidades.
É a linguagem deles, seus sonhos.
114
A escola não os ajudou, inculpados, eles.
[...]
(CORALINA, 1984, p. 195-196)
É impossível saber, com exatidão, a data em que Cora Coralina
escreveu estes versos, as ressalvas feitas por seus biógrafos apontam para
algumas pistas que podem confirmar ou não a suspeita que levanto, ao
pensar na apropriação de Cora acerca das recomendações que Rilke faz
em seu livro:
A maioria dos poemas de Vintém de cobre foi
escrita na proximidade do contexto de sua
publicação: ‘Bem-te-vi... Bem-te-vi...’ e ‘O
Quartel de polícia de Goiás’ (1978), ‘Segue-me’
(1980), ‘Aninha e suas pedras’ (outubro de 1981) e
os cadernos com grande número de poemas
datados de 1982. Mesmo com a agenda repleta de
palestras, lançamentos, viagens e homenagens,
nele agasalhou 77 poemas, tornando-o sua obra
com o maior número de trabalhos [...]. (BRITTO;
SEDA, 2009, p. 394, grifo do autor).
Isso me permite inferir que, provavelmente, Cora já havia lido e
assinalado o livro de Rilke quando escreveu os versos nos quais, ao modo
do escritor tcheco, emite conselhos aos iniciantes nas letras. Entretanto,
para além dessa questão cronológica, sublinho que Cora, em algum grau,
seguiu, na sua trajetória poética, as sugestões/recomendações que Rilke
fez ao jovem Kappus. A transcrição do conteúdo dos parágrafos
selecionados por Cora Coralina, no prefácio escrito por Cecília
Meireles79, ratificam esta assimilação. O trecho sublinhado pela poetisa
é, para a prefaciadora, o resumo dos conselhos do mestre ao aprendiz.
79
O prefácio escrito por Cecília Meireles é dedicado a falar sobre a tradução feita
por Paulo Rónai sobre a série de dez cartas escritas por Rainer Maria Rilke,
destinadas ao jovem poeta Franz Xaver Kappus.
115
Figura 12 - Marcas de leitura
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
A seguir, apresento a transcrição dos trechos grifados por Cora
Coralina:
[...] do poeta em algumas linhas: escrever só por
absoluta necessidade, evitar temas sentimentais e
formas comuns, escolher as sugestões oferecidas
pelo ambiente, a imaginação e a memória, não dar
importância aos críticos, não ler tratados de estilo.
O resto é muito mais importante, uma vez que a
parte formal da arte acaba por se realizar, quando
atrás dela há uma imposição total de vida
transbordante. Por isso aplica-se a valorizar aos
olhos do jovem Kappus [...] [...] uma clarividência;
de um gosto da solidão, constante e inteligente;
uma visão diversa do amor; de uma ternura pela
natureza e pelos mínimos aspectos das coisas; de
uma paciência interminável; de uma aceitação leal
de todas as dificuldades; de uma fidelidade à
infância; de uma expectativa de Deus; de uma
compreensão mais humana da mulher; de uma
disciplina poética humilde e vagarosa. Mas
sobretudo a solidão assume, nessas cartas, um
116
caráter de heroísmo e de magnificência, - a ponto
de poder dizer que o homem solitário pode preparar
muitas coisas futuras porque as suas mãos erram
menos. (MEIRELES, 1975, grifo nosso)
Torna-se significativo destacar que nas páginas seguintes do livro,
ou seja, nas cartas, propriamente ditas, de Rilke, existem novas marcações
de leitura de Cora, em pontos específicos. Destaco algumas:
Evite de início as formas usuais e demasiados
comuns [...]. Para o criador, com efeito, não há
pobreza nem lugar mesquinho e indiferente. [...] O
criador, com efeito, deve ser um mundo para si
mesmo e encontrar tudo em si e nessa natureza a
que se aliou. (RILKE, 1975, p. 23-25).
Pondero que não é o objetivo desta tese, aprofundar e detalhar a
análise do espelhamento dos ensinamentos de Rilke presentes na escritura
de Cora, isso caberia a outro estudo, com esta finalidade. Porém, dentre
os conselhos assinalados por Cora, alguns estão evidentes na sua poética,
são eles: o esquivo dos temas sentimentais – sua lírica se afasta de
assuntos que envolvem paixão e romance. Há em Cora um olhar singular
sobre o amor e este implica no amor fraternal e caridoso; o uso da
memória – esta é, com certeza, sua principal marca, o que significa que
sua poesia se identifica com a memória, tornando, esta, um saber; a
ternura pela natureza e pelos aspectos mínimos das coisas –
particularidades notadamente presente em sua poética; fidelidade à
infância – Cora utiliza em vários poemas, a máscara lírica Aninha, seu
tempo poético predominante é a infância; a compreensão humana da
mulher – por várias vezes abordado nesta tese, a identificação com as
mulheres, sobretudo, as ditas “obscuras”.
Entretanto, sobre este aspecto, cabe uma ressalva, apesar de se
interessar e defender causas femininas, como o direito à educação, à
participação social e política é preciso desmistificar, o fato propagado
pela impressa jornalística e periódicos, que Cora seria uma feminista.
Sobre esta peculiaridade de Cora, Darcy França Denófrio (2006, p. 192)
afirma: “Feminista, não: mulher diferenciada”. Para a professora é um
equívoco considerar Cora Coralina uma feminista e no sentido de
desmistificar esse arquétipo, ela aponta exemplos que ratificam seus
argumentos. Isso significa dizer que Cora, em alguns poemas, homologa
o pensamento patriarcal quando se posiciona “[...] contra a laqueadura, os
modernos métodos contraceptivos, o sexo por prazer e o trabalho fora do
117
lar”. (DENÓFRIO, 2006, p. 196). Alega, inclusive, que no poema “Outra
face”, publicado em seu primeiro livro Poemas dos becos de Goiás e
estórias mais (2006), Cora lamenta que valores antigos estão sendo
desprezados e “[...] entre eles, contraditoriamente em seu caso, a própria
virgindade. Cora era absolutamente contra a mulher liberada”, declara.
(DENÓFRIO, 2006, p. 196). Apresento alguns versos do referido poema:
Tudo deserto.
Alguém sozinha
Na noite
No frio
Procurando os berços
Que já não cabem os meninos.
Eles cresceram tanto
Que já não cabem nos berços.
Outras crianças virão?
Já não se precisa de berços?
Onde estão as criancinhas?
Indesejáveis, por aí...
Nas creches.
[...]
Não há mais verdes,
Nem heróis nem nada.
Os ventres estão infecundos.
Os lares abandonados.
As trompas foram silenciadas.
Filhos...pílulas.
Terror. Terroristas.
Violência. Violentos.
Assaltos. Assaltantes.
[...]
(CORALINA, 2006, p. 222-223)
Após essa ressalva, devolvo à análise o foco desse subcapítulo e
prossigo com a da terceira parte do livro Vintém de cobre: meias
confissões de Aninha, em que no último poema do livro, intitulado
Sombras, observo uma poetisa melancólica, consciente das suas
limitações físicas, suas dificuldades e sua finitude. No poema, Cora se diz
cansada e usa como metonímia a catarata, para expressar o sentimento de
impotência perante a capacidade de lutar, de perceber a luz, de ler “O livro
amado”. Nesse momento, é visível a fragilidade da mulher-operária-
118
doceira, que quebrou pedras, plantou flores, enfrentou as dificuldades da
vida e transformou sofrimento em poesia. Transcrevo o poema:
Tudo em mim vai se apagando.
Cede minha força de mulher de luta em dizer:
estou cansada.
A claridade se faz em névoa e bruma.
O livro amado: o negro das letras se embaralham,
entortam as linhas paralelas.
Dançam as palavras,
a distância se faz em quebra luz.
Deixo de reconhecer rostos amigos, familiares.
Um véu tênue vai se encorporando no campo da retina.
Passam lentamente como ovelhas mandas os vultos conhecidos
que já não reconheço.
É a catarata amortalhando a visão que se faz sombra.
Sinto que cede meu valor de mulher de luta,
e eu me confesso:
estou cansada.
(CORALINA, 1984, p. 211)
Sob a perspectiva da melancolia e incertezas, há em Cora Coralina
um transbordamento poético regido pela emoção e autenticidade da
existência. Nesse lugar, onde o autor empírico constrói sua autoria e
desenvolve sua escritura, a leitura biografemática “[...] instaura o desejo
que investiga em fragmentos sígnicos vetoriados ao qualitativo, ler, neste
sentido, é o mesmo que criar, pelo estilo da busca, a singularidade de um
modelo”. (NORONHA, 2001, p. 22).
119
Figura 13 - Casa Velha da Ponte
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora
O espectro na janela – o pormenor descentrado
120
CASA VELHA DA PONTE80...
Olho e vejo tua ancianidade vigorosa e sã.
Revejo teu corpo patinado pelo tempo, mascado das escaras da
velhice. Desde quando ficaste assim?
Eu era menina e você já era a mesma, de paredes toscas, de beiradão
Desusado e feio, onde em dias de chuva se encolhiam as cabras
soltas da
Cidade. Portais imensos para suas paredes rudes de barrotins e
enchimento em lances sobrepostos salientes.
Folhas de portas pesadas de arvores fortes descomunais, serradas a
mão, unidas e aparelhadas, levantadas para a entrada e saída de
gigantes homens feros, duros restos de bandeira. Fechaduras
anacrônicas, chavões de broca, gonzos rangentes de feitio estranho
e pregos quadrados.
MINHA CASA VELHA DA PONTE... assim a vejo e conto, sem datas e sem
assentos. Assim a conheci e canto com minhas pobres letras. Desde
sempre. Lgum dia cerimonial foste casa nova, num tempo perdido
do passado, quando mãos escravas te levantaram em pedra,
madeirame e barro. [...]
MINHA CASA VELHA DA PONTE...
Velho documentário de passados tempos, vertente viva de estórias e
lendas. Gerações de rolinhas fogo-pagô descantam teus anos
jubilares, cumeeiras, aninham-se nas mangueiras rotundas e
mariscam suas coisinhas, sementinhas de capim na areia limpa do
quintal. Geriarcas lagartixas, eternas inquilinas dos velhos muros
e paredes brechadas se aquecem ao sol balançando sempre a
cabecinha astuta.
[...]
A batida ansiosa entre velhos e crianças, a intera de vinténs de
cobre para alcançar o valor de um verde e cheiroso quilo de café.
CASA VELHA DA PONTE, és para o meu cântico ancestral uma benção
madrinha do passado.
(CORALINA, 1976, p. 90-93, grifo da autora)
80
Publicado na obra Meu livro de cordel (1976). A crônica na íntegra é
apresentado do Anexo B.
121
3.3 POESIA DO RESÍDUO: CASA VELHA DA PONTE, PRATO
AZUL-POMBINHO
É de significativa importância para a vida e obra de Cora Coralina,
a Casa Velha da Ponte e as suas histórias. Ao ponto de seu quarto livro,
organizado em vida e publicado após sua morte, trazer 18 contos reunidos
sob o título de Estórias da Casa Velha da Ponte (1986). Diante desta
constatação e considerando a proposta de uma leitura biografemática,
intento
neste
subcapítulo,
apresentar
manifestações
e
complementariedades que envolvem os dados existenciais e a
materialidade escritural de Cora Coralina, em busca do deciframento que
envolve bios e graphos.
Cora Coralina passou parte de sua vida entre as paredes toscas, de
beiradão desusado e feio81 da Casa Velha da Ponte. Nessa casa nasceu e
viveu seus primeiros anos. Depois, entre os anos de 1900 a 1905,
juntamente com sua família, morou na fazenda Paraíso, propriedade de
seu avô, enquanto a casa permaneceu alugada. Após isso, junto aos seus,
retornou à casa e, em 1911, Cora parte rumo a São Paulo, retornando após
45 anos (1956) e permanecendo na antiga casa até sua morte em 1985. A
poetisa registrou, em prosa, o tempo em que viveu ali. Escreveu ela:
Nesse meio me criei e me fiz jovem. Meus anseios
extravasaram a velha casa. Arrombaram portas e
janelas, e eu me fiz ao largo da vida. Andei por
mundos ignotos e cavalguei o corcel branco do
sonho. Pobre, vestida de cabelos brancos, voltei à
velha CASA DA PONTE, barco centenário
encalhado no Rio Vermelho, contemporânea do
Brasil Colônia, de monarcas e adventos.
(CORALINA, 1986, p. 11, grifo da autora).
Deste modo, proponho uma incursão, ainda que célere, na gênese
da Casa Velha da Ponte e o percurso que a trouxe como propriedade para
a família de Cora. Assim, saliento que à época da fundação da primeira
capital do Estado de Goiás (1727), o interior do Brasil era palco do
movimento de ocupação com as investidas dos bandeirantes82. Como
ressalta Britto e Seda (2009, p. 16):
Grifo retirado do conto “Casa Velha da Ponte”, publicado no livro Meu livro
de cordel (1976) e apresentado na abertura deste subcapítulo.
82
O historiador Luiz Palacín (1972) destaca que o descobrimento de Goiás está
relacionado com a “corrida do ouro” que se iniciou em Minas Gerais (1690),
81
122
A criação da cidade, a oeste da linha demarcatória
do Tratado de Tordesilhas, contribuiu para a
formação de outros núcleos urbanos, dilatando,
assim, os limites destinados aos portugueses na
América do Sul e tornando-se referência na
ocupação do Centro-Oeste entre os séculos XVIII
e XIX.
Na cidade do século XVIII, estrategicamente posicionada às
margens do Rio Vermelho, uma das primeiras construções, em arquitetura
vernacular, erigida pelos escravos é a Casa Velha da Ponte. Relatos
apontam que a história da casa se confunde com a da fundação da cidade.
“Não se sabe a data exata da construção da casa [...]. Apesar da falta de
documentos a respeito da finalidade primeira do imóvel, a versão de Cora,
de a casa ter sido da Coroa Portuguesa, tem fundamento”. (BRITTO;
SEDA, 2009, p. 18-19).
Privilegiada geograficamente, coleante ao Rio Vermelho, a velha
casa abrigou moradores ilustres como, por exemplo, o inconfidente
capitão-mor Antônio Souza Telles de Menezes.83 Após a morte do
inconfidente, poucos são os registros dos demais moradores, até que em
1854 existe a indicação de a casa ter sido propriedade do cônego Couto
Guimarães, ascendente de Cora Coralina.
Falar na Casa Velha da Ponte é relevante para a reconstrução
biografemática da poetisa, pois, “[...] vida e obra deixam-se descodificar
unificadas pela mobilidade das nuances, em estatuto que atua
indistintamente, transmutando-as em fatos de linguagem”. (NORONHA,
2001, p. 16, grifo da autora).
Para compreender como a Casa Velha da Ponte tornou-se
propriedade da família de Cora é necessário investigar a descendência de
Couto Guimarães até chegar em Cora Coralina. Essa descendência é
assim explicada: o cônego era um dos três filhos de João José do Couto
depois Cuiabá (1719). Devido à localização geográfica, o ouro de Goiás não
permaneceria oculto por muito tempo. O autor aponta três razões que motivaram
as investidas dos bandeirantes rumo ao cerrado goiano: a busca de um caminho
por terra com acesso a Cuiabá, a crença transmitida pelos colonos e apoiada numa
teoria geológica renascentista da existência abundante de metais preciosos em
subsolos paralelos ao equador e, o momento político, no qual os paulistas
desejavam alargar os limites reais da Capitania.
83
Conta-se que o capitão foi um inconfidente, desgarrado da turma de Minas e
perdido no interior de Goiás. Morreu, ou foi “mandado morrer”, em 1804.
(TAHAN, 1989)
123
Guimarães e Vicência Pereira de Carvalho. Sua irmã, a única que deixou
sucessores, teve doze filhos. Um sobrinho do cônego Couto, Joaquim
Luiz, casou-se na Casa da Ponte com uma herdeira do bandeirante
Bartolomeu Bueno da Silva – o Anhanguera. Após a morte do cônego,
Joaquim Luiz, avô de Cora Coralina, recebe como herança a Casa Velha
da Ponte. Da união com Honória Pereira de Abreu nascem sete filhos,
dentre eles, Jacyntha Luiza do Couto Brandão (mãe de Cora Coralina).
Futuramente, a Casa Velha da Ponte é adquirida pelo segundo marido da
senhora Jacyntha, o desembargador Francisco Paula Lins Guimarães
Peixoto (pai de Cora), e lhe é presenteada (BRITTO; SEDA, 2009).
Em um momento delicado para a família, que se via diante do fim
do período de escravatura e da necessidade de um rearranjo financeiro
para se adequar à nova economia, chega ao mundo a segunda filha do
casal Guimarães Peixoto84. Período conturbado de endividamento,
culminado com a morte do patriarca da família que padece doente. É nesse
cenário que nasce Aninha. Cenário retratado nos versos de Minha
Infância (Freudiana):
Quando nasci, meu velho Pai agonizava,
logo após morria.
Cresci filha sem pai,
secundária na turma das irmãs.
Eu era triste, nervosa e feia.
Amarela, de rosto empalamado.
De pernas moles, caindo à toa.
Os que assim me viam – diziam:
“- Essa menina é o retrato vivo
do velho pai doente”.
(CORALINA, 2006, p. 168, grifo da autora)
Cabe registrar que a Casa Velha da Ponte, inserida no contexto
geográfico e histórico, está incorporada ao conjunto de casas coloniais,
igrejas e monumentos encravados nas ruas de pedra e becos da cidade de
Goiás85. Becos, que por sinal, compõem o título e o tema principal do
Viúva por três vezes, Jacyntha Luíza teve com o primeiro marido uma filha –
Vicência, depois vieram Helena e Ana (Cora Coralina) com o segundo e Adda
Maria com o terceiro.
85
Em 2001, a cidade de Goiás recebeu, pela Organização das Nações Unidas para
a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), o título de Patrimônio Histórico da
Humanidade, em reconhecimento de sua estrutura arquitetônica e cultural.
84
124
primeiro livro publicado por Cora Coralina Poemas dos becos de Goiás e
Estórias mais (2006).
Beco da minha terra...
Amo tua paisagem triste, ausente e suja.
Teu ar sombrio. Tua velha umidade andrajosa.
Teu lodo negro, esverdeado, escorregadio.
E a réstia de sol que ao meio-dia desce, fugidia,
e semeia polmes dourados no teu lixo pobre,
calçando de ouro a sandália velha,
jogada no teu monturo.
[…]
Becos de minha terra,
discriminados e humildes,
lembrando passadas eras …
[...]
Conto a estória dos becos,
dos becos da minha terra,
suspeitos... mal afamados
onde família de conceito não passava.
“Lugar de gentinha” – diziam, virando a cara.
De gente do pote d’água.
De gente de pé no chão.
Becos de mulher perdida.
Becos de mulheres da vida.
Renegadas, confinadas
na sombra triste do beco.
[…]
(CORALINA, 2006, p. 93, grifo da autora).
Ao retornar para Goiás, Cora Coralina percebe a Casa Velha da
Ponte como um local de memória, de modo que a escolheu para viver seu
momento de insulamento e reclusão, que proporcionaram a gestação de
sua primeira obra. A casa observada enquanto um lugar “[...] constituído
por redes públicas de sentido, formadoras de subjetividade” (JOBIM,
2011, p. 129), tornou-se o ponto de equilíbrio para a reflexão e
assimilação que permitiram a expressão lírica de sua subjetividade.
Pode-se dizer que a escritura de Cora Coralina atualiza os resíduos
da memória. Isso é, notadamente, sustentado por aspectos relacionados a
uma “[...] memória especializada, fossilizada no espaço. [...] é
essencialmente a cidade de Goiás o espaço memorial de onde desentranha
a matéria de sua literatura”. (YOKOZAWA, 2009, p. 203).
Espacialmente, a Casa Velha da Ponte representa um importante local de
125
memória, ambiente em que a poetisa viveu duas fases de sua vida:
infância (tempo marcante/predominante em seus versos) e a velhice, após
seu regresso à cidade natal.
A escritura confessional e testemunhal de Cora Coralina,
encontrou na Casa Velha da Ponte e na cidade de Goiás com seus
monumentos, igrejas, casarões e becos, o espaço fértil para se
desenvolver. É, portanto, adequado falar, como faz Michael Pollak
(1989), sobre os objetos materiais representativos da memória:
[...] monumentos, museus, bibliotecas etc. [...].
Quando vemos esses pontos de referência de uma
época longínqua, frequentemente os integramos
em nossos próprios sentimentos de filiação e de
origem, de modo que certos elementos são
progressivamente integrados num fundo cultural
comum a toda humanidade. (POLLAK, 1989, p.
10)
Além disso, inclui-se no rol de objetos materiais citados por Pollak
(1989), a casa materna como campo de referência espacial para a
memória. Referência que, nas palavras de Bachelard (1978), elaboram a
constituição da subjetividade humana. Diz o filósofo:
[...] é graças à casa que um grande número de
nossas lembranças estão [sic] guardadas e se a casa
se complica um pouco, se tem porão e sótão, cantos
e corredores, nossas lembranças têm refúgios cada
vez mais bem caracterizados. Voltamos a eles
durante toda a vida em nossos devaneios.
(BACHELARD, 1978, p. 202)
Assim, a casa atua como lugar de memória e, essa condição, reflete
a explicação de Aleida Assmann (2011, p. 25) ao afirmar como “[...] as
mídias externalizadas da memória incluem localizações que são
convertidas em lugares de memórias, devido a algum acontecimento de
relevância religiosa, histórica ou biográfica”.
Cabe, mais uma vez, citar Assmann (2011, p. 25, grifo da autora)
para pensar o desejo de retornar aos locais de memória:
Lugares podem atestar e preservar uma memória
[...]. Após intervalos de suspensão da tradição,
peregrinos e turistas do passado retornam a locais
126
significativos para eles, e ali encontram uma
paisagem, monumentos ou ruínas. Com isso
ocorrem “reanimações”, nas quais tanto o lugar
reativa a recordação quanto a recordação reativa o
lugar.
A compreensão da obra de Cora Coralina perpassa pela apreensão
da dimensão histórica de um passado revisitado pela memória da autora.
Referentes que resultaram em impressões, marcas na escritura, resíduos,
traços pessoais que se contagiaram pelo tracejar poético de Cora. Britto e
Seda (2009, p. 33) destacam a presença de materiais residuais no seu
processo criativo:
[...] a autora acumulou dezenas de cadernos e
folhas esparsas, com poemas, contos, desabafos,
relatos do cotidiano, anotações de gastos caseiros
etc. Se pautando em livros de história, matérias de
jornais, causos e lendas, ou nos fatos que
presenciou em sua infância.
É, portanto, necessário pensar nos resíduos, por assim dizer,
colecionados e como estes ensejam combinações metafóricas na escritura.
É aí que Cora Coralina se revela como colecionadora. Seu desejo de
colecionar remete à citação de Walter Benjamin (2011, p. 235) “Bemaventurado o colecionador” que explanou acerca da inquietação do desejo
de colecionar, desejo este, que o próprio Benjamin se rendeu e escreveu
um discurso sobre o colecionador. Nesse texto, Benjamin se propõe a
desvendar, não à coleção propriamente dita, e sim, a arte de colecionar, o
desejo, a paixão que está relacionada com as lembranças. Segundo o
autor, “De fato, toda paixão confina com um caos, mas a de colecionar
com o das lembranças”. (BENJAMIN, 2011, p. 228). Cora Coralina
compartilhava com Benjamin a arte de colecionar, na medida em que
moveu o moinho do tempo, voltou à sua cidade natal, escolheu a casa
onde nasceu para morar, recolheu-se em meio aos seus papéis, livros,
objetos e escavou o seu passado para se dedicar a sua obra poética.
Benjamin (2011) destaca que:
Quem pretende se aproximar do próprio passado
soterrado deve agir como um homem que escava.
Antes de tudo, não deve temer voltar sempre ao
mesmo fato, espalhá-lo como se espalha a terra,
revolvê-lo como se revolve o solo. Pois “fatos”
127
nada são além de camadas que apenas à exploração
mais cuidadosa entregam aquilo que recompensa a
escavação. (BENJAMIN, 2011, p. 239, grifo do
autor).
Celso Araújo (1977) reproduz uma fala de Cora Coralina, na qual
a autora expressa que, seu regresso à Casa Velha da Ponte, preencheu a
lacuna interna que clamava por isolamento, insulamento, desejo de
afastamento e, especialmente, de libertar-se das amarras sociais, dos
compromissos familiares (casamento86, criação dos filhos) que a
impediam de abrir as portas do pensamento criativo e exercer plenamente
o seu direito à escritura. Ao realizar seu intuito, a poetisa buscava escavar
seu passado na antiga cidade de Goiás, junto aos seus, aos costumes, aos
becos e as Igrejas, revolvendo as camadas das memórias, pois “[...] a
memória não é um instrumento para a exploração do passado; é, antes, o
meio. É o meio onde se deu a vivência, assim como o solo é o meio no
qual as antigas cidades estão soterradas”. (BENJAMIN, 2011, p. 239).
Nesse processo de escavação, o tempo da memória, para Cora Coralina,
é a infância.
Infância vivida, conforme afirmado anteriormente, parcialmente
na Casa Velha da Ponte, e que, juntamente com os objetos colecionados
pela poetisa, criaram o ambiente, o cenário de destroços e resíduos
necessários para a expressão artística de Cora Coralina, para que sua
arqueopoesia87 aflorasse. A velha casa que a posteriori tornou-se museu
é o espaço escolhido por Cora para realizar seu processo de escavação e
realizar sua obra. Sobre esse aspecto, Britto (2009, p. 31) registra que
“[...] a maior e melhor parte de sua obra foi efetuada após seu reencontro
com a cidade de Goiás, quando reescreveu e registrou as relações – de um
passado que vivenciou e/ou que ouviu contar – travadas em sua terra
natal”.
No contexto que associa o retorno às origens, com o ato de
colecionar e escavar as memórias, este subcapítulo se propõe trazer à luz,
no poema “O prato azul-pombinho”, os limites, as tensões entre a
memória e o processo criativo, confrontando-os e estreitando as
afinidades existentes, pois, como afirma Carvalho (2005, p. 41, grifo do
autor), “A atmosfera de um objeto são ‘as recordações’ que o objeto
oferece ao observador”.
86
87
Seu marido, Cantídio Brêtas, faleceu de infecção pulmonar em 1934.
Para Almeida (2012), Arqueopoesia é o vínculo entre memória e imaginação.
128
O prato azul-pombinho e seus resíduos, assim como, objetos
pessoais, manuscritos, livros, fotos, datiloscritos, utensílios domésticos,
roupas e móveis que pertenceram à poetisa estão dispostos para a
visualização no Museu Casa de Cora Coralina. Este fato permite uma
reflexão em relação à capacidade de fazer com que o ser humano, inserido
em seu tempo, possua uma visão menos acessível do tempo presente se
comparado à pessoa que se encontra distanciada anacronicamente, uma
vez que este é capaz de reviver o passado com amplitude de visão,
particularmente auxiliada por acervos museológicos e suas diferentes
coleções. Carvalho (2005, p. 41, grifo do autor) destaca que “O
observador, no museu, tem a claridade e a ‘transparência’ do homem em
voo [...]”, ou seja, o observador no museu consegue descortinar e apreciar,
sob o ponto de vista simultâneo, todo o contexto.
Os objetos em si contam suas histórias, especialmente, quando
dispostos, arranjados em um museu. Para Romero (2012, p. 18), na
maioria dos museus:
[...] o objeto, por estar afastado de uma suposta
origem que ele tenta representar, tanto no tempo
quanto no espaço, ou porque esta origem é
realmente inapreensível, promove um discurso que
só pode ser repetição ou diferimento em relação a
esta origem. Esta origem é sempre mítica, pois não
pode nunca mais ser vivida como experiência.
O desejo de representação definitiva do passado torna os museus
quase uma obsessão humana, ou seja, o desejo de reunir o passado,
colecionar lembranças, expor os testemunhos materiais e os objetos de
cunho sentimentais e culturais estão na origem do surgimento dos
museus. Apesar disso, Romero (2012, p. 18, grifo do autor) lembra que,
nesse anseio pela apropriação do passado, “Não se leva em conta a
impossibilidade de se reviver o passado e o fato de que estes acervos e
discursos são apenas simulacros que guardam em si fragmentos ou
‘rastros que restam’ de uma pretensa origem”.
Assim sendo, o desejo de resguardar a memória e o tempo vivido
é incompatível com o reviver pleno dessa memória. Essa
incompatibilidade existente no museu traz um tom de melancolia a esse
tipo de local, tendo em vista que a dualidade existente entre a
possibilidade de se retomar o passado por meio da apreensão das imagens
museológicas, anda de mãos dadas com a impossibilidade de se retornar
efetivamente no tempo desse passado.
129
Saliento que o objeto de análise que intitula o poema selecionado
e é tema do mesmo – o prato azul-pombinho – encontra-se, parcialmente
destruído, em exposição no Museu Casa de Cora Coralina juntamente
com os cacos de louça que restaram e os primeiros manuscritos, os
rascunhos da referida poesia. O Museu Casa de Cora Coralina tornou-se
um espaço cultural de recordação e os fragmentos do imponente prato
azul-pombinho, sem dúvida, são importantes objetos/resíduos dessa
recordação. Para Assmann (2011), os objetos materiais remanescentes
tornam-se elementos de narrativas e, desse modo, componentes
importantes para a formação da memória cultural.
Figura 14 - Prato Azul-Pombinho em exposição no museu
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Para o deciframento do poema proposto é preciso, contudo, evocar
dois outros textos, a saber: Estória do Aparelho Azul-Pombinho e Nota.
O primeiro, introdutório, é um poema que prepara o leitor para conhecer
O Prato Azul-Pombinho, e o segundo apresenta o desfecho com a
explicação de parte da história contada.
A Estória do Aparelho Azul-Pombinho narra ao leitor a trajetória
percorrida pelo aparelho de jantar de 92 peças – “Enorme. Pesado,
lendário” (CORALINA, 2006, p. 50), que migrou da China para Goiás,
numa viagem que durou 16 meses e 22 dias, por ocasião da encomenda
130
feita pelo senhor Cônego para o casamento de seu sobrinho e afilhado,
conforme atestado na passagem do referido poema:
[...]
O cônego-tio e padrinho
pelo visto, relatado,
fazia gosto naquele matrimônio.
E o aparelho era para as bodas contratadas.
[...]
E o antigo carro
por ano e meio quase
rodou, sulcou, cantou e levantou poeira
rechinando
por caminhos e atalhos,
vilas e cidades, campos, sarobais.
Atravessou rios em balsas.
Vadeou lameiros, tremedais.
Varou Goiás – fim de mundo.
Cortou o sertão de Minas.
O planalto de São Paulo.
Foi receber o aparelho e mais sedas e xailes-da-índia
em Caçapava –
ponta dos trilhos da Dão Pedro Segundo –
ali por volta de 1860 e tantos.
Durou essa viagem, ir e voltar,
dezesseis meses e vinte e dois dias.
– As bodas em suspenso.
(CORALINA, 2006, p. 50-51).
Sobre a origem desse tipo de louça, Machado (1983, p. 95, grifo
ao autor) afirma que:
Com a denominação curiosa de ‘azul-pombinho’
são conhecidas entre nós as louças inglesas em
meia-porcelana, normalmente em azul, cuja
decoração é baseada na lenda chinesa do salgueiro,
árvore sempre presente na decoração dessa louça.
O autor de Antiguidades do Brasil revela que a louça é fabricada
na Inglaterra desde 1858 e que em função da sua decoração oriental
lembra as famosas porcelanas de Macau, o que provoca erroneamente
confusão sobre sua origem. Equívoco percebido nos versos finais, nos
quais a poetisa enfatiza:
131
[...]
Toda essa estória
Por via de um aparelho de loiça da China,
Destinado a Goiás.
Laborado de um oleiro, loiceiro de Cantão.
Embarcado num veleiro
No porto de Macau.
[...]
(CORALINA, 2006, p. 54).
Origens contraditórias à parte, o que se acentua é que as figuras
estampadas na louça (maças, árvores, pombos, ponte etc.) relembram uma
curiosa lenda do folclore chinês. Lenda, esta, retratada em O Prato AzulPombinho pela voz lírica, a partir das recordações das histórias contadas
por sua bisavó e recontada por Cora nas linhas poéticas. Limiares
biografemáticos. Sublinho um pequeno trecho do poema citado:
[...]
Minha bisavó
traduzia com sentimento sem igual,
a lenda oriental
estampada no fundo daquele prato.
Eu era toda ouvidos.
Ouvia com os olhos, com o nariz, com a boca,
com todos os sentidos,
aquela estória da Princesinha Lui,
lá da china – muito longe de Goiás –
que tinha fugido do palácio, um dia,
com um plebeu do seu agrado
e se refugiado num quiosque muito lindo
com aquele a quem queria,
enquanto o velho mandarim – seu pai –
concertava, com outro mandarim de nobre casta,
detalhes complicados e cerimoniosos
do seu casamento com um príncipe todo-poderoso,
chamado Li.
(CORALINA, 2006, p. 68).
Publicados em 1965, no livro de estreia da poetisa, os poemas estão
organizados no sumário, de maneira não rigorosamente sequencial:
Estória do aparelho Azul-Pombinho (p. 49); O Prato Azul-Pombinho (p.
132
66); e Nota (p. 75).88 Juntos, os textos narram resumidamente: a chegada
do aparelho de jantar azul-pombinho a Goiás; a quebra do exemplar
remanescente do aparelho com a consequente punição a Aninha; e o fim
do tradicional castigo dos cacos quebrados no pescoço impingidos às
crianças.
É importante evidenciar que, apesar da completude da obra estar
associada aos três textos, os mesmos podem ser lidos separadamente sem
o comprometimento da compreensão intelectual. Desse modo, vale aqui
concentrar o foco na história da pequena menina narradora (eu lírico) que
sonhava com as aventuras românticas da Princesinha Lui e que,
injustamente, sofre o castigo, sendo acusada de ser a responsável pelo
aparecimento do prato quebrado.
O Prato Azul-Pombinho é considerado um poema épico, pois se
caracteriza por apresentar a estilística da prosa em toda a extensão do
texto, além da presença de personagens e de enredo com certas doses de
ação.
Minha bisavó - que Deus a tenha em glória –
sempre contava e recontava
em sentidas recordações
de outros tempos
a estória de saudade
daquele prato azul-pombinho.
Era uma estória minuciosa.
Comprida, detalhada.
Sentimental.
Puxada em suspiros saudosistas
e ais presentes.
E terminava, invariavelmente,
depois do caso esmiuçado:
“- Nem gosto de lembrar disso...”
É que a estória se prendia
aos tempos idos em que vivia
minha bisavó
que fizera deles seu presente e seu futuro.
(CORALINA, 2006, p. 66).
As linhas poéticas nos revelam um texto carregado de
representações de classes sociais, um passado senhorial, patriarcal, com
Paginação referente a 22ª edição (2006), 1ª reimpressão (2009) do livro
Poemas dos becos de Goiás e estórias mais.
88
133
severas segregações aos direitos e desejos infantis. Observa-se, inclusive,
o resgate da tradição oral de contar histórias, traduzidas no poema e na
presença de linguagem simples, coloquial.
A leitura biografemática da escritura poética de Cora Coralina
evidencia a aproximação do eu lírico com o outro, com os excluídos
socialmente, marginalizados, oprimidos. Isso é percebido também em O
Prato Azul Pombinho, a partir da exposição do tratamento diferenciado
que era aplicado às crianças à época, conforme verificado no trecho
abaixo:
[...]
Por indução e conclusão,
era eu mesma que tinha quebrado o prato-azul-pombinho.
Reuniu-se o conselho da família
e veio a condenação à moda do tempo:
uma boa tunda de chineladas.
Aí ponderou minha bisavó
umas tantas atenuantes a meu favor
E o castigo foi comutado
para outro, bem lembrado, que melhor servisse a todos
de escarmento e de lição:
trazer no pescoço por tempo indeterminado,
amarrado de um cordão,
um caco do prato quebrado.
(CORALINA 2006, p. 73).
A subjetividade poética nestes versos revela-se igualmente em
outros textos de sua autoria, como Mulher da Vida, Menor Abandonado
e Oração do Presidiário89, para citar alguns. Existe uma multiplicidade
de “eus” disposto a abarcar os desprovidos social e economicamente. Para
Camargo (2004, p. 16, grifo do autor):
O poeta assume uma identidade outra que não a
sua, incorporando a dor, o sofrimento, a solidão, a
angústia e o desespero do ‘outro’ ante a sociedade
moderna para preencher a própria solidão interior
que também perpassa a vida dos poetas modernos.
A exemplo de Pessoa e de Baudelaire, Cora
Coralina também resgata para o âmbito da poesia a
89
Publicados no livro Poemas dos becos de Goiás e estórias mais (2006).
134
multidão e o pária social, dentre eles, a prostituta,
‘mulher da vida’ que vive a perambular pelos becos
a espera de algum homem disposto a desfrutá-la tal
como um objeto.
Cora Coralina deflagra, em seus versos, estigmas de vários grupos
sociais, ao relatar fatos presentes numa memória coletiva, registrando, por
meio do resgate memorialístico, os modos e costumes de uma época,
revelando, por assim dizer, o contexto social, econômico e histórico
brasileiro.
Seus textos são verdadeiras tramas que envolvem questões
relacionadas ao gênero, à disputa de poder, aos costumes escravagistas,
trazendo à tona elementos precípuos para reflexões críticas. Importantes
referências históricas como, por exemplo, práticas comuns ao tempo da
escravidão, especialmente, relacionadas ao ato de alforriar escravos como
parte do ritual do casamento, um costume da época que é registrado pela
poetisa no excerto abaixo de Estória do aparelho azul-pombinho.
[...]
Por amor e grandeza desse fasto
– casamento da sinhazinha Honória
com o sinhô-moço Joaquim Luís –
dois velhos escravos, já pintando,
receberam chorando
suas cartas de alforria.
Ficou mais, assentado e prometido
em palavra de rei testemunhado,
que o crioulinho
que viesse ao mundo
com o primogênito do casal
seria forro sem tardança na pia batismal.
E se criaria em regalia
com o senhorzinho,
nato fosse ele, em hora e dia.
(CORALINA, 2006, p. 53).
Ainda sobre a expressão poética calcada em procedimentos
conservadores, a obra de Cora traz à superfície condutas que desmitificam
a infância edificada por outros escritores:
135
[...] sobretudo, pelos românticos e por muitos
poetas do século XX, que reiteradamente tomam
essa idade como um espaço privilegiado com o
qual o artista pode manter uma correspondência
feliz, em detrimento ao ingrato presente. Assim,
enquanto para poetas como Casimiro de Abreu,
Manuel Bandeira e Mario Quintana, a infância,
ainda que inventada, é o paraíso perdido, o tempo
para sempre amado, o espaço por excelência da
saudade, para Cora Coralina, ela não constitui
normalmente um reduto de felicidade, de amor e de
saudade, de modo que a poeta, a exemplo de
Graciliano Ramos em Infância, subverte o mito da
meninice feliz e saudosa. (YOKOZAWA, 2009, p.
193, grifo da autora).
Percebe-se, em O Prato Azul-Pombinho, uma ênfase na infância
triste, diante do castigo injustamente aplicado:
[...]
Dizia-se aquele, um castigo atinente,
de ótima procedência. Boa coerência.
Exemplar e de alta moral.
Chorei sozinha minhas mágoas de criança.
Depois, me acostumei com aquilo.
No fim, até brincava com o caco pendurado.
(CORALINA, 2006, p. 74)
Registra-se que a última composição dessa trilogia poética, Nota,
oferece ao leitor um texto, em prosa, no qual o ser lírico reconta,
novamente, a estória narrada pela bisavó sobre como acabou, em Goiás,
o castigo dos cacos quebrados no pescoço, com a morte de uma menina
que, após castigada, teve o pescoço cortado.
O texto possui ligação com o anterior e isso fica explicitado nas
últimas linhas “Foi assim, com o sacrifício da menina Jesuína,
desaparecendo em Goiás o castigo exemplar do colar de cacos quebrados
no pescoço. Quando chegou a minha vez já era só um caco”.
(CORALINA, 2006, p. 78).
Reencontrar a infância e a retratar em linhas poéticas é recorrente
em Cora Coralina. Infância rememorada como época triste, propalada
melancolicamente, sem saudosismo. Por vezes, a memória de Cora
Coralina está associada a algum local ou objeto, como observado em O
136
Prato Azul-Pombinho, poema central dessa tríade poética. Acredito que o
objeto e os seus resíduos detonaram o gatilho para as lembranças contadas
por sua bisavó, para a ludicidade e para a curiosidade infantil, no
envolvimento com a estória da princesinha Lui.
A presença marcante do objeto memorialístico – “- Cuidado com
esse prato! / É o último de 92” (CORALINA, 2006, p. 70) e que por esse
motivo recebia lugar de destaque sendo usado apenas em dias especiais
de festas, como um objeto que sobressaía nas mesas goianas, sendo
guardado e resguardado “Tornava a relíquia para o relicário / que no caso
era um grande e velho armário, / alto e bem fechado” (CORALINA, 2006,
p. 71) – forma retratos de uma época em que as crianças não tinham voz
e sofriam pesados castigos. Castigos que marcaram a poetisa, que os
guardou
[...]
no armarinho da memória, bem guardado,
e posso contar aos meus leitores,
direitinho,
a estória, tão singela,
do prato azul-pombinho.
(CORALINA, 2006, p. 74).
Assim, com estes versos, finalizo a construção deste capítulo, no
qual, pretendi, em primeiro lugar, abordar a noção de biografema, pela
voz de seu mentor, Roland Barthes e, num segundo momento, em forma
de subcapítulos, investigar e decifrar particularidades da poética de Cora
Coralina, buscando alinhar o encontro entre a poetisa e sua poesia. Para
isto, elegi, numa leitura biografemática, algumas marcas que a
individualizaram, como: a culinária; a autobiografia; o autodidatismo; a
arte de colecionar; e a memória dos locais e objetos.
O próximo capítulo é dedicado a explanar acerca da pesquisa de
campo realizada na biblioteca particular da poetisa, em continuidade à
proposta desta tese que é o trabalho de arquivar e desarquivar biografemas
a partir da sua escritura, por meio da análise de alguns poemas e,
sobretudo, da autobiografia material, residual, encontrada nos livros e
periódicos colecionados por Cora Coralina.
137
Figura 15 - Biblioteca de Cora Coralina após catalogação
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
O punctum não delimitado
139
4 DO CATÁLOGO E DOS ATOS
Se toda biblioteca é um espelho do universo, então todo catálogo será
espelho de um espelho
Alberto Manguel (2006)
Conforme anunciado no capítulo introdutório, esta tese pretende, a
partir do conceito amplificado de biblioteca e sustentado pela noção do
conceito de biografema de Barthes, criar uma biografia descontínua de
Cora Coralina. Uma biografia descontínua, já que não se traduz em uma
narrativa linear, datada cronologicamente, nem tampouco, com
expectativas de abarcar a completude da vida da poetisa. Para isso,
apontei minha reflexão e análise para duas perspectivas que
compreendem: a análise biografemática presente nos limiares entre a
existência e a escritura, ou seja, o encontro da poetisa com sua poesia e
como é possível observar essa convergência nos versos e; a apresentação,
por meio de um catálogo comentado, dos títulos de livros e periódicos que
compõem a biblioteca pessoal de Cora Coralina e suas marcas, resíduos e
fragmentos. Cabe ressaltar que estas duas perspectivas são apenas para
sistematizar, metodologicamente, o estudo, uma vez que a tese, como um
todo, extrapola essas fronteiras, margens, limites. Isso pode ser percebido
em vários momentos, por exemplo, o subcapítulo 3.1 Poesia da culinária,
no qual entre a análise do poema Oração do milho, são apresentados
exemplos de livros e marcas encontradas na biblioteca particular de Cora
Coralina. Sendo assim, a partir deste capítulo, o foco sinalizará para os
aspectos intrínsecos da biblioteca particular de Cora que envolvem os
pactos de leitura, as redes de relações e o catálogo propriamente dito.
O Museu Casa de Cora Coralina é, sobretudo, um universo
autobiográfico. Ao adentrar em seus espaços, revitalizados, ordenados
segundo os preceitos de uma orientação museológica, depara-se com a
polarização harmoniosa entre a vida e a obra, o público e o privado. Nesse
ambiente, apresentei-me oficialmente junto à direção do museu no dia 26
de outubro de 2014 para iniciar a pesquisa de campo na biblioteca da
poetisa e por lá permaneci até o dia 22 de janeiro de 2015. Assim feito,
indicaram-me a sala de trabalho com computador e impressora. Como é
previsível, no processo de adaptação ao local de trabalho, existiram
alguns ajustes para serem feitos no intuito de alinhar a pesquisa aos
anseios da gestão museológica. A sala de trabalho denominada "centro de
documentação" e o uso do computador local foram decisões acertadas.
Essa sala, de acesso restrito à maioria dos visitantes, é considerada a alma
140
do museu, pois abriga quase a totalidade do acervo literário de Cora, além
de ser o espaço de tratamento, digitalização e elaboração de documentos.
Para além do aspecto passional, “do autor que amo”, organizar uma
biblioteca particular, implica em procedimentos que, de certo modo,
podem ser encarados como uma transgressão. Explico e justifico:
trabalhar com a organização de arquivos literários, a princípio pode ser
um ato invasor, na medida em que viola o desejo do autor, sua provável
organização pessoal; entretanto, justifica-se, pois, tornou-se na
contemporaneidade um modo de se interpor entre o sujeito e a obra e de
manter a imagem memorialística do autor. Sendo assim, é preciso atribuir
um outro sentido para o termo: transgressão. Para Walty (2007, p. 39):
[...] só há transgressão, onde há fronteiras. Nesse
sentido, vale retornar ao conceito de arquivo,
associando-o à própria história da literatura
brasileira, em seu papel de conservar e/ou excluir.
Se em um primeiro momento, pensa-se o arquivo
como o lugar da conservação, do controle, da
fixação, em outro momento, este se faz lugar da
violação, da transgressão, abrindo possibilidade de
releituras.
Diante dessa justificativa considero imperioso apresentar parte da
entrevista concedida pela diretora do Museu, a Sra. Marlene Gomes de
Vellasco (2015, sem página) e seu posicionamento acerca da organização
da biblioteca de Cora Coralina. Disse ela:
Foi uma coisa muito importante para o museu. Eu
fico extremamente agradecida [...] pela sua
participação, [...] eu acho que a parte mais
importante é o acervo, ele vai ficar para a
posteridade. [...] o museu tem suas mudanças [...]
mas essa sala é a mais importante da Casa. O
coração do museu é essa sala90. Então na medida
que possamos organizar o acervo documental, as
fotografias, os manuscritos, os cadernos, toda
história [...] e agora completando com a biblioteca,
que a biblioteca era totalmente... não tinha nada,
registro algum. Nós nem sabíamos o que nós
90
Marlene Vellasco refere-se à Sala de Documentação, local onde foi realizada a
entrevista e onde permanece armazenado o acervo literário organizado (cartas,
manuscritos, fotografias etc.) em formato impresso e digital.
141
tínhamos, você descobriu preciosidades aí. Então
acho que enriqueceu nosso acervo. Acho que a
partir do momento, agora nós podemos dizer,
quando o turista visitar aquela sala, ele vai saber
que o museu é organizado, tem uma preocupação
com a preservação com a memória de Cora. E está
dentro do nosso estatuto91 que é preservar a
memória e a obra de Cora. Então, eu acho que
nossa função aqui é essa. E na medida que nós
encontramos parceiros como você que nos
fortalece. [...] você sabe que a casa não tem recurso
financeiro, vive das entradas, [...] dos bilhetes para
entrar no museu e quando a gente entra em algum
Edital. [...]. Eu falo que a Cora, ela está presente
aqui na casa. Ela consegue trazer pessoas especiais
para casa e vai aparecendo [...], cada dia chega uma
pessoa para ajudar, para colaborar, para ajudar a
manter viva essa memória. Então fica nosso eterno
agradecimento e vai ser registrado sempre que foi
você, que foi feito esse trabalho por você, [...] aqui
a gente gosta de dar nome a quem participa. [...]
você já está registrada nos anais da casa de Cora. E
é com muito amor que a gente está falando isso.
A montagem equilibrada do museu favorece a construção da
imagem de Cora Coralina como mulher-monumento, conforme estudado
por Delgado (2003) e predispõe um determinado sentido de leitura para a
vida e obra da poetisa. As circunstâncias favorecem o que Derrida (2001)
chamou de “poder de consignação” e que está diretamente relacionado ao
fato do arquivo exigir um guardião e uma localização, ou seja, uma
autoridade – o arconte que se responsabiliza pela segurança topológica e
estabelece as leis, mas não apenas isso, pois para Derrida (2001, p. 13-14,
grifo ao autor):
É preciso que o poder arcôntico, que concentra
também as funções de unificação, identificação,
classificação caminhe junto com o que
chamaremos o poder de consignação. [...] A
consignação tende a coordenar um único corpus
em um sistema ou uma sincronia na qual todos os
91
O anexo A apresenta o estatuto do museu.
142
elementos articulam
configuração ideal.
a
unidade
de
uma
Figura 16 - Centro de Documentação - Museu Casa de Cora Coralina
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Na busca por atender essa “configuração ideal”, reuni-me com a
direção do museu para elaboração de plano de trabalho e definição do
modus operandi. A pedido da diretora do Museu, num primeiro momento,
não haveria a disponibilização do acervo catalogado em rede (online).
Diante dessa solicitação foi efetuada uma alteração de rota que,
inicialmente, previa o uso do software gratuito Biblivre92 e a possibilidade
de digitalização da folha de rosto dos livros e disponibilização online.
Optei, então, como segundo plano, pelo software PHL, uma vez que este,
possui recursos satisfatórios para emissão de relatórios e impressão de
etiquetas, porém, com a opção de cadastro monousuário de acervo offline.
Definido tais estratégias, o primeiro passo foi vistoriar o acervo da
poetisa e realizar um pequeno levantamento numérico das obras, na
tentativa de estimar o tempo necessário para a execução do trabalho de
catalogação e organização do acervo. Trabalho, este, que compreendeu a
inserção das informações no sistema, a geração e colagem de etiquetas e
92
Biblivre é um projeto de software desenvolvido desde 2006 com o objetivo de
promover a inclusão digital através da informatização de bibliotecas pelo uso de
software livre. É um projeto patrocinado pelo grupo Itaú. BIBLIVRE. 2015.
Disponível em: <http://biblivre.org.br/index.php>. Acesso em: 21 abr. 2015.
143
a organização dos exemplares nas estantes. Além disso, durante o período
em que estive trabalhando com o acervo de Cora, registrei em fotografias
aquilo que chamou minha atenção e julguei importante como elemento
comprobatório das particularidades encontradas, mas que também
representam o que Barthes (2003a, p. 13) considera “[...] a cota de prazer
que o autor oferece a si mesmo [...]. Esse prazer é de fascinação (e, por
isso mesmo, bastante egoísta)”. O resultado do trabalho de catalogação
será, ao final deste capítulo, apresentado em formato de um catálogo
consolidado com os dados sobre a biblioteca de Cora Coralina.
Entretanto, antes de apresentar o referido catálogo, abordo os
aspectos analíticos referentes aos pactos de leitura da poetisa e
biografemas arquivados e desarquivados, como os observáveis nos
“papéis de circunstância”, recortes de jornais e manuscritos inéditos.
Além disso, serão explicitadas algumas redes de relações estabelecidas,
especialmente, por meio das dedicatórias entre pares, amigos e familiares.
4.1 PACTOS DE LEITURA - (DES)ARQUIVAR BIOGRAFEMAS
O verso do poeta Francisco de Quevedo (1580-1645) “Escutar os
mortos com os olhos” usado como título da lição inaugural nº 195 do
Collège de France/Fayard, proferido por Roger Chartier em 2007 e
publicado em 2010, quando o historiador inaugurava uma cátedra que
visava estudar as práticas do escrito ao longo do tempo de uma
modernidade, possibilita a reflexão sobre a capacidade de “escutarmos”,
por meio de nossas leituras, as vozes de outros, ou mesmo, a capacidade
da escrita expressar essas vozes, tornando “palpável” a memória antes
transmitida verbalmente. Memória, neste caso, intrinsecamente
relacionada ao conhecimento acumulado pela humanidade.
À vista disso, desnudar as possíveis leituras de um indivíduo é, de
certo modo, suscitar o sentido inesgotável, no qual cada percurso do texto
tem como consequência deixar restos pela incompletude do sentido.
“Numa primeira entrada, o resto é o resultado de uma mutação; em
literatura é aquilo que depois da leitura permanece ilegível”. (FERRO,
2010, p. 27). O resto não é o texto em si, mas aquilo que não se absorveu,
de outro modo, é o ilegível que provoca e impulsiona novas leituras, uma
constelação de possibilidades. O resto permanece aberto a essas diversas
leituras. Assim, pode-se afirmar que:
A escrita marca e deixa marcas. Toda escrita tem
algo de testamentário, a recordação escrita
prolonga a vida durante a morte. Os restos de
144
presença retidos na escrita não são de todo alheios
à presença viva de quem a produziu”. (FERRO,
2010, p. 134).
Cora Coralina parecia saber disso, pois sua escritura
memorialística, traz em si, elementos biografemáticos como: a infância;
a culinária; a religiosidade; além do recurso “epilírico” como traço da sua
construção poética, com fortes tendências a oralidade e um desejo de
deixar sua marca para eternidade. Disse a poetisa no paratexto, Ao leitor,
de seu primeiro livro Poemas dos becos de Goiás e estórias mais (2006):
Alguém deve rever, escrever e assinar os autos do Passado antes que o
Tempo passe tudo a raso.
É o que procuro fazer, para a geração nova, sempre atenta e enlevada
nas estórias, lendas, tradições, sociologia e folclore de nossa terra.
Para a gente moça, pois, escrevi este livro de estórias. Sei que serei lida
e entendida.
(CORALINA, 2006, p. 25)
O lirismo de Cora Coralina, em alguns momentos, busca justificar
a sua poesia como uma tentativa de reter o passado e postergá-lo,
enquanto memória coletiva, para as gerações vindouras e essa consciência
é percebida no exemplo citado acima.
Esses aspectos que envolvem o universo da literatura, da memória
e da subjetividade são vastos, dinâmicos e se apoiam em outras leituras.
Tentar compreender esse universo e suas nuances é um movimento que
me leva a pensar na literatura como:
[...] um conjunto heterogêneo, herdado e de limites
instáveis. Um conjunto que se constitui para além
da diversidade dos sujeitos, objetos, ações, valores,
processos e instituições que o compõem.
Igualmente, a literatura pode ser pensada como
uma configuração social em que todos leem e
alguns escrevem. A escrita que se reconhece como
pertencente ao espaço literário é a escrita de outros
textos, discursos, tradições, genealogias, em
síntese, operações de transformação dos textos
lidos. Se escrever textos literários é condensar
múltiplas convergências no traçado da letra, lê-los
é expandir esse processo em direção a inumeráveis
pontos de fuga. Uma expansão que tanto se
amplifica pela lucidez do olho voraz que aprende,
145
dissemina, incrementa, catalisa, disseca, transmuta,
quanto perde, descarta, ignora, omite, desperdiça,
exclui pela cegueira de um saber sempre
insuficiente que atravessa o texto literário deixando
em seu percurso incontáveis restos intocados.
(FERRO, 2010, p.24)
Ferro (2010) esclarece que a escrita de texto literário está
relacionada com a propulsão de outros textos, de restos ilegíveis. A escrita
é uma entidade autônoma, mas ligada à leitura. E, nesse contexto, o leitor
torna-se um jogador, dissimula os artifícios, assume riscos, desconstrói
fronteiras. O texto produz sentido porque é um campo de relações
condicionadas ao modo como o leitor se posiciona perante ele. Ler e
escrever são dois modos privilegiados da literatura, quando lemos um
texto, o citamos, ainda que sem aspas ou recuo, pois a citação enquanto
repetição, amparada na autoridade de um nome, legitima o leitor. Nesse
momento existe o entrecruzamento de dois movimentos
apropriação/desapropriação, ou seja, por um lado existe a apropriação da
leitura sobre a qual se concretiza a escrita, de outro apodera-se dessa
escrita sendo apropriado por ela.
Diante dessa análise, pergunto: o que teria lido a menina da Casa
Velha da Ponte? No seu papel de leitora, quais foram seus autores
preferidos? Sua escritura, marcada pelo estilo memorialístico, teria como
referências algum autor específico, alguma corrente literária? Ou para
usar outro termo, quais seriam suas afinidades literárias?
Na busca de respostas a perguntas como essas, o contato com a
biblioteca de Cora Coralina certamente trouxe elementos para compor
uma leitura biografemática da escritora, pois como pode ser observado
nos materiais paraliterários, ou seja, nos rascunhos, borrões de frases,
anotações marginais, objetos, recortes de jornais e marcas de leitura
presentes nos livros de suas estantes, esses, podem servir, por vezes, como
subsídios para um outro tratamento sobre o autor, particularmente, pela
perspectiva da sua cartografia intelectual. A biblioteca particular, inserida
no contexto dos arquivos literários, revela-se, não apenas como um modo
de conservar a escrita literária, mas sim, de revitalizá-la. Desse modo,
organizo e estabeleço um mosaico desses elementos, associando-os a
outros relatos, oriundos das memórias da poetisa para traçar um paralelo,
confrontando, quando possível, com os principais fragmentos e,
considerando as particularidades, minuciosidades, pormenores concretos
encontrados em sua biblioteca.
146
Alberto Manguel (2006, p. 43) chama a atenção em relação à
organização de uma biblioteca, ao dizer: “Arrumar livros é uma atividade
reveladora”. E acentua a existência de inúmeros indícios circunstanciais
que asseguram o pertencimento dos livros. Para isso, cita exemplos
pessoais:
Eu [...] era tomado por visões assim: um bilhete
esvoaçante, saído de um livro aberto, lembrava um
trajeto de bonde em Buenos Aires [...]; um nome e
um número de telefone anotados numa folha de
rosto traziam consigo o rosto do amigo [...]; um
guardanapo com o emblema do Café de Flore,
dobrado no interior de Sidarta, de Herman Hesse,
atesta minha primeira viagem a Paris [...]; uma
carta de um professor, dentro de uma antologia de
poesia espanhola [...]” (MANGUEL, 2006, p. 44,
grifo do autor)
Realmente, inúmeras revelações, fragmentos, traços e resíduos
foram encontrados no manuseio dos livros de Cora Coralina. Menciono
como casos semelhantes aos citados por Manguel (2006), os livros:
Arraial e coronel: dois estudos de história social de Lena Castello Branco
Costa (1978) e Poesias completas de Joaquim Cardozo (1979), nos quais
deparei-me com pequenas listas manuscritas de nomes, endereços e
telefones. E ainda, o livro de contos de Maria Helena Chein (1974), Do
olhar e do querer, que além de possuir dedicatória com o registro da
estreia literária da contista, traz em seu interior, uma pequena lista de
compras – escritas do cotidiano. Poderiam esses resíduos serem
considerados mais uns espécimes dos Papéis de Circunstância? Essas
anotações manuscritas assemelham-se àqueles papéis que permaneceram
nas “gavetinhas da memória” de Cora Coralina. Como ressaltou a poetisa
no conto Papéis de circunstância, publicado no livro Estórias da casa
velha da ponte (1986)93:
Como me lembro deles...
De muita coisa passada na infância a gente se esquece, de outras não. Elas nos
acompanham a vida inteira, embora não sejam coisas de profundidade nem
tenham em si nenhum conteúdo de alto ensinamento. [...]. Nos longos anos que
passei longe da velha casa, sobrecarregada com os fardos, mais arrochos da
93
Data de publicação da 3. ed. do livro. Destaco que a 1. ed. foi publicada em
dezembro de 1985, alguns meses após o falecimento da escritora.
147
vida, muita coisa desapareceu da minha lembrança, sobre outras se fecharam de
forma inviolável os escaninhos – melhor direi – as gavetinhas da memória. Mas
aqueles papéis de circunstância e junto a eles, a figura alta, magra e severa de
minha mãe, esse quadro só a morte poderá apagar.
(CORALINA, 1986, p. 77)
E complementa, definindo e distinguindo os papéis de
circunstâncias como sendo:
[...] todos aqueles papéis que pertenciam a ela94, que existiam na casa ou que ali
foram deixados por meu pai, tios e parentes, falecidos ou ausentados. Eram
guardados em velhas canastras de couro tacheadas de amarelo, com arabescos,
datas iniciais e pesadas fechaduras de ferro. [...]
(CORALINA, 1986, p. 77)
Cora Coralina demonstrava apreço pela guarda de papéis, tanto que
existem no arquivo do acervo do museu: documentos familiares; recortes
de jornais; recibos de correios; e notas de pagamentos, para citar alguns95.
Sobre esse aspecto, Britto (2011b, p. 52, grifo do autor) afirma que:
No caso de Cora Coralina, não apenas os
documentos relativos à sua família foram
guardados por serem “papéis de circunstância”. A
escritora alargou as comportas do termo e, ciente
da importância de preservá-los, começou a guardar
jornais e documentos relativos à sua comunidade,
transformando, assim, seus papéis em misto de
acervo pessoal e acervo histórico. [...] é notório em
seu acervo a existência de jornais e outros
documentos atestando conhecimentos históricos
considerados por ela significativos ao ponto de
Ela refere-se à figura materna, Jacyntha Luiza do Couto Brandão – a Senhora.
Acerca dessa particularidade de Cora Coralina, ressalto que na entrevista que
realizei com Marlene Vellasco (2015, sem página), a diretora do museu
confirmou que a poetisa, cortava e colava notícias que considerava importantes
para serem de conhecimento da próxima geração. Afirmou, inclusive, que Cora
deixou uma “mala inviolável” – assim era chamada pela poetisa. A mala
inviolável, segundo Marlene, continha, uma revista com a reportagem sobre a
conquista do homem ao pisar lua, os registros das mudanças do dinheiro
brasileiro, uma espiga de milho, dentre outros objetos. Era desejo de Cora que a
mala fosse aberta somente cinquenta anos após sua morte. Infelizmente, por
ocasião de sua morte, a família, sem saber do pedido de Cora, acabou violando a
mala.
94
95
148
serem sublinhados ou recortados, a exemplo de
matérias relativas à chegada do homem à lua, da
construção de Brasília e da redemocratização do
país.
Alguns destes “papéis de circunstância” estavam ocultados dentro
dos livros de sua biblioteca pessoal. Considero como um dos mais
representativos, o recorte de jornal com a notícia do falecimento de
Helena Mainardi Peixoto, sua irmã. Esse recorte foi encontrado no livro
de Phaulo Gonçalves (1974), Momento alegres do livro goiano96 e que,
até aquele momento, não fazia parte do acervo catalogado do museu. D.
Xotinha, como era conhecida Helena, teve papel fundamental no
momento em que Cora Coralina morou em Jaboticabal, cidade onde
nasceram seus filhos. A proximidade experimentada com Helena,
vivendo na mesma cidade, possibilitou que a irmã lhe auxiliasse nos
cuidados com os filhos pequenos. Este fato, permitiu a Cora alguns
momentos livres para se dedicar a escritura e a publicação de crônicas nos
jornais locais.
Sobre os livros citados e os papéis de circunstância, ilustro com as
imagens abaixo:
Figura 17 - Lista de nomes e números de telefones (1)
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
96
Uma notícia triste em um livro de humor – ironia.
149
Figura 18 - Lista de nomes e números de telefones (2)
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Figura 19 - Lista de compras (1)
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
150
Figura 20 - Lista de compras e dedicatória (2)
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Figura 21 - Recorte de jornal - Nota de falecimento de Helena Peixoto
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora
151
Precisamente, no já anunciado conto, “Papéis de circunstância”,
Cora Coralina (1986, p. 86) faz questão de registrar que:
Passaram-se os anos e eu, também, por associação
de hábitos empostados ou tendências congênitas,
passei a juntar meus papéis de circunstância. Como
o meio era outro, e a casa pequena, e circunstância
menores, estes tiveram proporções limitadas.
Tempos mais tarde conversando com minha irmã
mais velha, que eu revia depois de vinte anos de
ausência, entre tantas perguntas sobre o passado,
quis saber dos papéis de circunstância...
Os papéis de outrora, pertencentes a mãe de Cora, foram corroídos
pelo tempo e seus infortúnios. Os tocantes à Cora Coralina, em sua grande
parte, estão catalogados no museu, e alguns recém descobertos, também
foram incorporados ao arquivo documental.
Estudar a biblioteca de Cora Coralina me fez aprofundar a paixão
pelos livros e pela literatura. (Re)conhecer Cora por meio de seus livros,
restos biografemáticos, foi uma experiência fascinante, fortuita,
testemunhal. Alberto Manguel (2006, p. 139) ressalta que a biblioteca
testemunha e, do mesmo modo “[...] não é apenas um lugar de caos e
ordem: ela é também o reino do acaso”. E no reino do acaso posso dizer
que encontrei verdadeiras raridades que, associadas ao acervo como um
todo, são importantes biografemas que revelam parte da vida e da obra
escritora.
Sendo assim, apresento o cartão postal enviado pelo casal Zélia e
Jorge Amado encontrado no interior do livro de poemas de Consuelo
Belloni, Eu me deixei sonhar! (1981). O fato da data do livro ser o ano de
1981 e o cartão datado 1976, manifesta o acaso (ou não) dele estar dentro
do livro de Belloni. Pode-se inferir que, no momento de recordação do
postal, certamente o livro era lido por Cora Coralina. O entrelaçamento
da leitura e a rede de relações ratifica o sentimento de amizade entre os
escritores que ultrapassava a cordialidade de pares.
152
Figura 22 - Cartão postal - frente
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Figura 23 - Cartão postal -verso
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
153
Cora Coralina
Goyás Velho
Goiás
Brasil
Londres, outubro 1976
Um abraço de Londres e de seus amigos e admiradores
Zélia e Jorge Amado
João Jorge Amado (2002, p. 115-116), filho do romancista,
confirma a prática, de seu pai, de enviar cartões quando viajava:
O livro de endereços era um companheiro
inseparável de meu pai durante as viagens. Junto
com esse livro, havia sempre duas listas: uma dos
cartões-postais que deveria enviar, tendo ao lado de
cada nome a quantidade de cartões a serem
enviados. [...]. A outra lista era a dos presentes que
pretendia comprar.
Em 1976, Jorge Amado esteve na Feira Internacional do Livro de
Frankfurt que, na ocasião, homenageava a literatura latino-americana.
Machado (2010) afirma que a homenagem ocorreu na
[...] época em que a América do Sul era 100%
tomada por ditaduras militares. Todos os grandes
autores, com exceção de Jorge Luis Borges,
estavam lá: o colombiano Gabriel García Marquez,
o peruano Mario Vargas Llosa, o paraguaio
Augusto Roa Bastos, o argentino Julio Cortázar, o
chileno José Donoso, os uruguaios Eduardo
Galeano e Mario Benedetti, os brasileiros Jorge
Amado, Thiago de Mello e muitos outros. Houve
várias manifestações e uma histórica mesa redonda
com todos os escritores importantes num auditório
lotado por mais de 2.000 pessoas.
No mesmo ano em que Jorge Amado publica O gato Malhado e a
andorinha Sinhá como presente para seu filho João Jorge, Cora Coralina
recebe nos “reinos de Goiás”, o postal dos queridos amigos. No ano
seguinte, Jorge e Zélia cumprem sua promessa registrada em carta e
154
visitam a Casa Velha da Ponte em agosto de 1977. Diz a carta escrita em
janeiro de 1977, gentilmente cedida pela direção do Museu Casa de Cora
Coralina:
Figura 24 - Carta de Jorge Amado para Cora Coralina (2)
Fonte: Museu Casa de Cora Coralina.
Bahia, janeiro de 1977
Cara amiga. Cora Coralina,
muito obrigado por Meu Livro de Cordel, uma beleza. Comoveram-me os poemas
sobre Neruda, de quem fui grande amigo e gostei demais de “A casa do berço
azul”, admirável poema.
155
Muito obrigado também pelas palavras de sua carta. Uma hora destas apareço
aí com Zélia, para visitar a casa velha da ponte e a fada que a habita.
Com muita amizade e admiração
Jorge Amado
Investigando a amizade entre Cora Coralina e Jorge Amado,
evidenciada nas correspondências e dedicatórias trocadas entre os
autores, conclui que Cora fazia questão de registrar publicamente sua
admiração pelo amigo romancista. Indagada em entrevista ao jornal Folha
de Goiás (1981, sem página) sobre seus autores prediletos respondeu que:
“[...] os escritores de sua admiração possuem poucos livros como por
exemplo Guimarães Rosa e Euclides da Cunha. Como escritor do
momento ela citou Jorge Amado”.
Na carta reproduzida acima, Jorge Amado comenta sua amizade
com o poeta chileno Pablo Neruda e se diz comovido com a leitura dos
poemas sobre Neruda, publicados no Meu livro de cordel (1976) que
havia sido enviado a ele. O livro apresenta três poemas dedicados ao poeta
chileno, são eles: Pablo Neruda I; Pablo Neruda II; e Pablo Neruda III.
Neles, Cora Coralina explana sua admiração ao poeta falecido alguns
anos antes. Lamenta em seus versos a sua morte97 e o encontro tardio com
sua lírica. No poema Pablo Neruda I escreveu Cora Coralina:
Perdoa-me poeta.
Tão tarde o conheci!
Tantos cantores pelo mundo...
Para minha ignorância
eras mais um dentre eles.
Foi assim que não pedi a Deus
poupar-te a vida
e ficares para sempre
semente viva, incorruptível,
de beleza excelsa e universal.
Ninguém me disse antes.
Ninguém me disse nada,
Ninguém me fez a doação fraterna
de um livro teu.
Perdida no meu sertão goiano,
97
Pablo Neruda morreu em setembro de 1973.
156
Só o teu nome, Pablo,
Só o teu apelido crespo, Neruda,
Chegaram a mim...
E eu a pensar que foste apenas
um grande poeta entre outros grandes...
[...]
(CORALINA, 1976, p. 47)
Cora Coralina se ressente, no poema citado, de não ter recebido
como “doação fraterna” um livro de Neruda. Porém, é pertinente relatar
que em sua biblioteca estão alojados dois livros do poeta, são eles: El mar
y las campanas (1974) e Confesso que vivi: memórias (1979)98. O
primeiro é um livro de poesias publicado postumamente e o segundo uma
autobiografia em prosa. Os dois exemplares estão visivelmente
manuseados, com suas capas soltas e deterioradas. No livro
autobiográfico de Neruda consta uma dedicatória assinada por
Nepomuceno e datada de 15/04/1979. Esse fato me levou a pensar que se
trata, Nepomuceno, do esperado amigo, o qual, sensibilizado pela súplica
dos versos, fraternalmente lhe presenteou com o sonhado livro de Pablo
Neruda. Abro um parêntese para analisar a dedicatória desse livro99, pois
ela reafirma a ligação que existe entre o interesse de Cora por Neruda, a
manifestação dessa estima em sua poesia e o livro de sua biblioteca
particular. Pactos, vínculos de leituras – biografemas.
A partir da transcrição da dedicatória é possível afirmar que o
“doador fraterno” leu os poemas escritos por Cora em homenagem a
Pablo Neruda. Fato este, comprovado pela citação que é feita de alguns
versos do poema Pablo Neruda III na dedicatória: “E eu o vejo
comandando/no etéreo todos os potros/indomados da Terra”.
(CORALINA, 1976, p. 49). Essa constatação pode ser verificada na
imagem abaixo:
98
As descrições completas destas obras encontram-se no catálogo (4.3.1)
O próximo subcapítulo Redes de relações abordará outras dedicatórias
encontradas no acervo bibliográfico de Cora Coralina.
99
157
Figura 25 - Livro de Pablo Neruda
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Cara Dona Cora Coralina
Tardou, mas aqui está o poema mais bonito, mais importante e vigoroso de
Neruda. Sua própria vida, do poema profundamente engajada com o destino de
sua gente.
E se vivo Neruda fosse, sentir-se-ia orgulhoso do que foi dito em sua
homenagem, por uma companheira na arte de perpetuar emoções e coisas em
versos: “E o vejo comandando no etéreo todos os potros indomados da Terra”.
Potro indomado Neruda o é ainda.
Um abraço, cheio de admiração e respeito,
Nepomuceno
Cidade de Goyaz, 15.04.79.
Aproximadamente dois anos antes (29/12/77), José Nepomuceno
Filho (nome completo do amigo fraterno), em outra dedicatória, agora de
um livro de Fernando Pessoa, sob o heterônimo de Álvaro de Campos,
escreveu-lhe:
158
Figura 26 - Livro de Fernando Pessoa
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Cora Coralina,
Li seus versos e tomo a liberdade de discordar da Senhora – eles são tão bons
quanto seus doces, ou até melhores (é difícil dizer!). Aliás, seus versos e doces
têm muito em comum: “são feitos com amor”, não foi o que me disse. Eles têm
um sabor da coisa sofrida, trabalhada e portanto, de vida – “entre pedras
cresceu minha poesia. Minha vida...”
Poesia com poesia se “paga”, assim, embora não traga o poema-vida de
Neruda, conforme o prometido, trago-lhe um outro poeta também maior –
Fernando Pessoa. Tenho certeza que a senhora vai gostar desse encontro, faço
votos!
Do,
José Nepomuceno, filho
Cidade de Goiás, 29. Dez. 77
Prossigo com a exibição dos interesses literários de Cora Coralina,
em relação a outro apreciado autor – Guimarães Rosa. Cabe destacar o
encantamento de Cora pelo escritor mineiro. O fascínio de Cora é
registrado pelo poeta e jornalista Luís Turiba (1984 apud BRITTO;
CURADO, 2009, p. 101, grifo do autor). Disse ela:
Eu sou uma grande leitora de Guimarães Rosa e
uma grande admiradora dele, muito antes dele ser
aceito. A literatura dele não é uma literatura fácil,
principalmente nos dois maiores livros dele, Corpo
159
de Baile e Grande Sertão: Veredas (...). Agora há
os imitadores de Guimarães Rosa, mas imitar é
uma coisa e assimilar é outra.
Sobre o livro Grande Sertão: veredas de Guimarães Rosa é sabido
que, à época de sua morte, Cora estava relendo este romance. Em sua
biblioteca há um exemplar datado de 1984, ofertado por sua amiga
Marlene Velasco em substituição do exemplar mais antigo. Seu interesse
pela vida e obra de Guimarães Rosa é ratificada pela presença em sua
coleção, de um livro com a literatura comentada sobre o romancista. O
livro Guimarães Rosa (1982) possui textos selecionados, notas, estudos
biográfico, histórico e crítico feito por Beth Brait.
Entre outras preciosidades constatadas na biblioteca destaco
alguns textos da poetisa, manuscritos nas páginas dos livros. Pequenas
mensagens, verdadeiras poesias. Resíduos sígnicos, emblemáticos e
sintetizadores da força vital de Cora Coralina. A mensagem abaixo, até o
momento da catalogação da biblioteca, era desconhecida pela equipe do
museu, que passou a integrar o acervo documental. A passagem está
registrada no livro de Adhemar Santillo, Da mesa farta à subnutrição
(1978). O breve texto é marcante do estilo de Cora Coralina: forte,
intenso, curto. Transcrevo o fragmento:
Figura 27 - Mensagem de Cora Coralina
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
160
Para haver a grande Paz deste meu final de vida pastei a erva
amarga de longa e dura caminhada.
CC Vila Boa 30/3/79
Semelhante à mensagem acima, encontrei outra, escrita por Cora,
que poderia se encaixar no próximo subcapítulo Da rede de relações100,
pois há a presença de um destinatário, mas por seu teor poético, julguei
conveniente inseri-la no rol dos escritos inéditos da poetisa. Trata-se de
um texto endereçado ao professor Haquira Osakabe101 (grafado por Cora
Coralina como Aquira Osakabe), redigido na folha de rosto do livro
Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais, com localização (São Paulo)
e data (17/10/83). Nesse momento, inevitavelmente, questionei o que
impediu o livro de ser entregue ao seu destinatário? Algumas perguntas
sem respostas.
Figura 28 - Mensagem de Cora Coralina para Haquira Osakabe
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
100
Assim como a dedicatória do livro de Pablo Neruda apresentada
anteriormente.
101
O professor Haquira Osakabe é um importante investigador da literatura
portuguesa, especialista em Fernando Pessoa.
161
Aquira Osakabe
A vida é boa, a inteligência é um fogo dos deuses ou era assim considerada.
Hoje, mudou o conceito, que já não há deuses sobre a terra. Será a inteligência
um Dom de Deus? Não há inteligência completa, haverá meios de dar-lhe
dimensão maior?
Cora Coralina
São Paulo, 17-10-83
O texto designado ao professor Haquira Osakabe autentica a
pesquisa realizada pelos biógrafos Clóvis Britto e Rita Seda (2009) que
destacam, o ano de 1983, como repleto de compromissos sociais para a
poetisa. Neste mesmo ano, Cora, com a ajuda de sua amiga e escritora
Marietta Telles Machado, reuniu seus escritos, organizou e os lançou
oficialmente em 15 de agosto de 1983, pela editora da Universidade
Federal de Goiás seu terceiro livro Vintém de Cobre: meias confissões de
Aninha. E, em 18 de agosto de 1983, Cora recebeu o título Doutora
Honoris Causa conferido pela mesma universidade. Fatos que se
associaram às inúmeras palestras, entrevistas, homenagens e viagens.
“Entre setembro e novembro de 1983, a poetisa cumpriu uma agenda
intensa”. (BRITTO; SEDA, 2009, p. 397). Cora viajou para Brasília,
Ribeirão Preto, Três Lagoas, Andradina, São Paulo, Taubaté e Foz do
Iguaçu promovendo seu livro e recebendo homenagens.
Outra manifestação poética de Cora foi encontrada manuscrita no
livro Muita prosa, pouco verso: crônica e poesia (1983) cuja autoria é a
paulista Maria José Aranha de Rezende também conhecida por Zezinha
Rezende. A biblioteca possui dois exemplares deste livro, sendo um com
dedicatória endereçada à Paraguassú (filha de Cora) e outra à própria
poetisa. No livro, que contêm uma crônica intitulada Cora Coralina,
deparei-me com o manuscrito que poderia estar publicado em algum dos
livros da poetisa. Não se trata de uma dedicatória ao molde da escrita para
Haquira Osakabe, pois o livro já possuía sua dedicatória. Trata-se, sim,
de um impulso poético como o explicado pela poetisa: “Poesia para mim
é um ato visceral. É um impulso que vem de dentro e se eu não obedecêlo me sinto angustiada” (CORALINA, 1982, p. 5).
Sobre seu processo de criação, em outra ocasião, ao ser
questionada por Marlene Vellasco (1990, p. 137-138), se acreditava em
inspiração, a poetisa respondeu: “A inspiração é um fato. A inspiração é
uma coisa que eu até hoje não consegui analisar, mas ela vem, se
apresenta e se impõe. E se você não atende a sua hora de inspiração, você
passa a ser um angustiado”. E complementou: “Nesta hora eu sempre
tenho um papel perto de mim. Nesta hora, tudo mais se impõe
162
materialmente, desaparece naturalmente. Um papel qualquer serve para
anotar e depois a gente procura aproveitar aquilo”.
Considerando estes depoimentos, acredito que o manuscrito seja
fruto de algum desses momentos de inspiração da poetisa. Um texto que
foi escrito na folha de rosto do livro que estava ao seu alcance, o livro que
era lido. Um texto significativo e representativo das reflexões da escritora.
Biografemas.
Figura 29 - Texto manuscrito de Cora Coralina (inédito)
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Cidade grande... Toda ela tão grande, tanta gente pelas ruas, tanto movimento
nas praças e lojas. Tantos bancos movimentando dinheiro, tanta riqueza nos
edifícios e mansões e tanta indiferença entre criaturas que se desconhecem,
tanta ausência de fraternidade e amor!...
163
Lidando pequenina onde nasci. Deus te abençoe pequena cidade onde todos se
conhecem, se cumprimentam, na fraternidade da boa vizinhança102.
Fica evidenciado nessas passagens, que Cora usa o livro como
espaço para sua expressão poética em momentos de inspiração. Em
depoimento a Marlene Vellasco (1990), a poetisa registrou uma prática
sua no momento de apropriação e captação do sentir poético:
[...] quando vem, se eu deixo fugir aquele
momento, não volta mais. Como me vem sempre à
noite ou pela manhã, tenho perto de minha cama
um castiçal com vela e fósforo; um caderno espiral
e uma esferográfica para apanhar aquele momento.
Depois de apanhado, eu não leio. Escrevo como se
fosse uma gravação, sem preocupação de
gramática, de estilo, nada. Um esquema. De
manhã, vou rever aquilo. Às vezes, tem coisas
valiosas que aproveito; outras, nem tanto. Mas fico
muito satisfeita quando escrevo um esquema
válido. (VELLASCO, 1990, p. [139]).
Outra prática da poetisa, agora sob o ponto de vista da leitura é a
de fazer marcações nas extremidades dos parágrafos com caneta ou
sublinhar pequenos trechos da obra lida. Prática esta, evidenciada por
Chartier (1991, p. 178): “[...] as significações múltiplas e móveis de um
texto dependem das formas por meio das quais é recebido por seus leitores
(ou ouvintes). [...] a leitura é uma prática encarnada de gestos, espaços,
hábitos”. Ao assinalar seus textos materialmente, quer dizer, ao sublinhar,
grifar, frisar, apontar, Cora Coralina apresenta um recurso essencial para
se compreender o modo como ela recebia e se apropriava das leituras.
102
Cora Coralina possuía um carinho especial por seus vizinhos. Fato atestado
pela regularização da lei municipal, a partir de sua proposta, oficializando a
criação do dia do vizinho na cidade de Goiás (20 de agosto – data de seu
aniversário) e por alguns poemas dedicado ao tema.
164
Figura 30 - Marcações de Cora Coralina
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora
O inventário da biblioteca consolidado e apresentado no
subcapítulo Entre Estantes revela um acervo diversificado em relação aos
assuntos, os autores e as datas de publicações dos livros. Dos 912 títulos
catalogados, 862 pertencem a categoria – livros e 50 a categoria –
periódicos. E dos 862 títulos de livros, 263 estão inseridos na categoria
de assunto – poesia e 27 na categoria de assunto – literatura de cordel.
Chamou-me a atenção o expressivo interesse de Cora pela literatura de
cordel, podendo ser considerado como um aspecto paradigmal da
escritura do seu Meu livro de cordel (1976).
O gosto de Cora pela literatura de cordel pode ser entendido como
resultante e embasamento no roteiro de relações e conhecimentos que
absorvem os aspectos reunidos de sua vida. Assim, alude-se às referências
biográficas da poetisa que, filha do desembargador Francisco Lins dos
Guimarães Peixoto natural da cidade de Areias, na Paraíba, dizia-se
metade goiana (parte de mãe) e metade nordestina (parte de pai). Essa
ocorrência é comprovada no paratexto do livro citado acima:
Pelo amor que tenho a todas as estórias e poesias
de Cordel, que este livro assim o seja, assim o
165
quero numa ligação profunda e obstinada com
todos os anônimos menestréis nordestinos, povo da
minha casta, meus irmãos do nordeste rude, de
onde um dia veio meu Pai para que eu nascesse e
tivesse vida. (CORALINA, 1976, p. [15])
Cora sempre se interessou pelas histórias e causas do povo
nordestino. Em seu livro autobiográfico, Vintém de Cobre: meias
confissões de Aninha (1984), escreveu o poema Lampião, Maria Bonita...
e Aninha:
Tenho na parede de minha sala um pôster de Lampião, Maria Bonita
e cangaceiros. Sempre desejei um retrato de Lampião.
Pedi a muitos, inclusive a Jorge Amado, quando esteve em nossa casa.
Foi uma cearense que tinha uma boutique em Brasília, Boutique
Lampião,
que me mandou do Ceará
Também o medalhão do padrinho Cícero.
Por quê?
Não os conheci pessoalmente. Não conheço o Nordeste.
O carisma... tão somente.
Acontece que sou filha de pai nascido na Paraíba do Norte
e de mãe goiana.
Assim, fui repartida.
Da parte materna, sou mulher goiana, descendente de portugueses.
Do lado paterno, minha metade nordestina, eu um pouco cangaceira.
Daí, Lampião, Maria Bonita, seus cabras e o padrinho Cícero
na parede da minha casa, com muito agrado.
[...]
Aninha... meio a meio mulher goiana, mulher rendeira
cangaceira, assimilação
consciente ou não.
(CORALINA, 1984, p. 81-83)
166
Figura 31 - Literatura de cordel
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
O interesse de Cora em conhecer melhor a vida de Virgulino
Ferreira da Silva103 pode ser comprovado nos três livros sobre o
cangaceiro, encontrados em sua biblioteca. São eles: Assim morreu
Lampião (1982) de Antônio Amaury Corrêa de Araújo; Vida, aventuras
e morte de Lampião e Maria Bonita (1958) de Amador Santelmo; e
Lampião, o rei dos cangaceiros (1981) de autoria atribuída a Billy Jaynes
Chandler. Os dois primeiros possuem dedicatórias assinadas por
Germano Barros e, no último, como registro de leitura, localizei um
marcador de página.
O nordeste brasileiro exercia certo fascínio em Cora Coralina. Isto
pode ser ratificado com a presença do livro Nordeste: aspectos da
influência da cana sobre a vida e a paisagem do nordeste do Brasil (1961)
de Gilberto Freyre. O livro possui anotações manuscritas da poetisa e
expressivas marcas de danificações104, possivelmente causadas pela
103
Consta na parede da casa de Cora Coralina, no local denominado varanda, as
seguintes imagens emolduradas: a fotografia de seu pai falecido (era um costume
da época), o padre Cícero e Lampião e seu bando.
104
Apesar do estado de deterioração do livro, que aguarda ser submetido a um
processo de restauração, durante esta pesquisa o exemplar foi catalogado e
organizado na estante.
167
grande enchente que acometeu a cidade de Goiás em 2001105. No livro de
Gilberto Freyre, Cora fez a seguinte anotação: Este livro ensina a sentir
melhor o Brasil e seus problemas. Além dessa frase, há no livro, uma lista
de palavras, presumivelmente removidas e anotadas a partir da leitura do
livro, semelhante a um vocabulário. É interessante associar a lista de
palavras escritas pela poetisa como, por exemplo: mucambo, taipê,
cangalho, maricas, dendezeiro, araçá, sisudo, ócio, escorbuto e o relato de
seus biógrafos sobre o período no qual se “[...] reintegrava à vida em
Goiás e resolvia questões da herança, Cora Coralina pesquisou os antigos
costumes, as histórias e, principalmente, a linguagem”. (BRITTO; SEDA,
2009, p. 253). O interesse pela linguagem sempre “[...] guiou seu processo
criativo ao ponto da autora elaborar um glossário de termos e apelidos
comumente utilizados em Goiás” (BRITTO, 2011b, p. 193). Práticas de
leitura de uma pessoa autodidata.
105
No final do ano de 2001, especificamente em 31 de dezembro, uma grande
enchente nas águas do Rio Vermelho que margeiam o Museu Casa de Cora
Coralina inundou a cidade de Goiás. A tragédia foi de grandes proporções, a força
das águas levou pontes, muros e monumentos, como a admirada Cruz do
Anhanguera. Em torno de 184 imóveis foram destruídos total ou parcialmente
pelas águas, inclusive o museu. O acervo documental do museu composto por
fotos, móveis, livros e objetos, em geral, sofreu prejuízos.
168
Figura 32 - Livro Nordeste - Gilberto Freyre
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Acerca da literatura de cordel, cabe ressaltar que, esta, consolidouse entre os anos de 1930 e 1950. A gênese da literatura de cordel está
associada ao costume antigo de narração de histórias. A área de produção
inicial restringiu-se aos estados de Pernambuco e Paraíba. A sua
consolidação implicou na ampliação da produção e comercialização dos
folhetos que migraram para o centro-sul do país, juntamente com o fluxo
migratório nordestino à época da expansão industrial do sudeste.
(MEYER, 1980).
Para Manuel Diegues Júnior (2012), as condições sociais de
formação da região nordeste, que incluem o surgimento de bandos de
cangaceiros e a seca prolongada, propiciaram o surgimento de
manifestações culturais como um modo de expressão do pensamento
coletivo. Pesquisadores da poesia popular afirmam que os poetas Silviano
Pirauá de Lima e Leandro Gomes de Barros foram os pioneiros
disseminadores deste tipo de literatura no Brasil, notadamente ao
introduzirem rimas às cantorias que narravam histórias e, sobretudo, ao
passarem a imprimir essas rimas em folhetos. Identificada fisicamente por
impressões que usam a técnica da xilogravura, a literatura de cordel, foi
introduzida em nosso país pelos portugueses no período da colonização.
169
A literatura de cordel retrata o folclore regional, os aspectos
sociais, políticos, econômicos, por meio dos poetas populares que buscam
inspirações em situações diversas do cotidiano.
Há os velhos temas tradicionais, sempre retomados
e modificados: histórias de mulheres abandonadas,
de bois ou outros animais, de príncipes, de
cavalheiros. [...] desastres, mortes, assassinatos,
cataclismos, enchentes, secas, ou, então,
acontecimentos que envolvem toda a região.
(MEYER, 1980, p. 93).
É possível pensar que o aspecto peculiar que caracteriza a literatura
de cordel conjuga-se aos interesses particulares de Cora Coralina, uma
vez que Araújo (2007, p. 127-128) revela:
Daquele período ao Século XX, muitas temáticas
foram alvo da produção cordelina. Entre elas,
poderíamos mencionar a seca, o misticismo,
imbuído da religiosidade, destacando-se ícones
populares como Padre Cícero e Frei Damião, e o
cangaceirismo, em que desponta a figura de
Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Além
dessas temáticas, outras, como a migração, também
encabeçaram as discussões que perpassavam os
cordéis.
Para além do fator hereditário de Cora Coralina que, sem dúvida,
colabora por seu interesse pela literatura de cordel, acredito numa
identificação com a temática relacionada ao folclore e costumes de um
determinado local, pois ao retornar à cidade de Goiás, a poetisa reuniu
este tipo de material para subsidiar seus escritos. Desse modo, revela-se
importante fonte de afinidades dos livros de cordel e o pensamento
criativo de Cora Coralina.
Seu livro, de sugestivo título, Meu livro de Cordel (1976) é
composto por duas partes, na primeira existem 28 poemas e na segunda 6
crônicas. As abordagens são diversas, mas se observa na quase totalidade,
a presença aflorada da religiosidade da escritora. A religiosidade,
característica emblemática da poetisa, é uma marca constante nos versos
desse livro e na vida da poetisa. Ao ser perguntada acerca do poema que
considerava sua obra prima, Cora Coralina respondeu:
170
A melhor página que escrevi na minha vida,
segundo meus critérios, está contida no ‘Meu livro
de cordel’, de minha autoria, e foi inspirada na
passagem do evangelho, quando Jesus subia ao
Calvário, carregando a cruz, e Simão Cirineu, que
não era judeu, o ajudou. O poema se chama ‘Dívida
paga’, porque foi a única dívida que Cristo teve na
vida. Ele serviu a muitos, e poucos serviram a ele...
(VELLASCO, 1990, p. [139-140], grifo da autora)
A religiosidade percorre toda a escritura de Cora Coralina,
revelando com isso, a sua formação católica e seus conhecimentos
bíblicos. Sua fé é fortemente evidenciada, em 1937, quando Cora passa a
integrar a Venerável Ordem Terceira da Penitência Franciscana, seguindo
as regras do Evangelho e as lições de São Francisco. Britto e Seda (2009)
esclarecem que o contato com a ordem ampliou a sua fé, ao ponto de levála a fazer votos de pobreza, a receber o Hábito da Penitência e o nome de
Irmã Conceição.
Na análise da autobiografia material de seus livros existem vários
livros religiosos. Dentre eles estão: Bíblias Sagradas, missais, livros de
histórias religiosas, além de livros da religião espírita.
Figura 33 - Bíblia de Cora Coralina
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
171
Figura 34 - Altar de Cora Coralina
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Sobre os livros de espiritismo, estes, serão exibidos com um maior
detalhamento no transcorrer dos próximos subcapítulos. Por ora, para
finalizar, saliento como pacto de leitura, os livros da editora Biblioteca do
Exército106, alguns pertencentes a coleção General Benício. No decorrer
da catalogação da biblioteca chamou-me a atenção o expressivo número
de títulos publicados por essa editora. Ao todo são 32 títulos que abordam
diferentes assuntos como, por exemplos: biografias (como as de José de
Anchieta e Duque de Caxias), guerra mundial, relações exteriores, energia
nuclear, poluição, história, sociologia etc.
106
A Biblioteca do Exército (BIBLEX) foi criada pelo Conselheiro Franklin
Américo de Menezes Dória, Barão de Loreto, então Secretário de Estado e
Negócios da Guerra, em 17 de dezembro de 1881. Sua instalação solene ocorreu
a 4 de janeiro de 1882, no então Quartel do Campo da Aclamação, hoje Palácio
Duque de Caxias, Rio de Janeiro, na presença do Imperador D. Pedro II. Suas
origens remontam às bibliotecas preconizadas pelo Marechal-General Friedrich
Wilhelm Ernest, Conde de Schaumbourg-Lippe, em uma "Memória" de 1773,
como parte da reorganização militar portuguesa. Em 1937, na gestão do Ministro
da Guerra, General Eurico Gaspar Dutra, a Biblioteca do Exército foi
reorganizada pelo General-de-Divisão Valentim Benício da Silva, recebendo, na
oportunidade, encargos de editoração, que mantém até hoje. (BIBLIOTECA...,
2016).
172
A explicação para a presença de significativa quantidade de
exemplares na biblioteca foi esclarecida durante a entrevista realizada
com a diretora do museu, na qual perguntei a origem desses livros.
Marlene Vellasco (2015, sem página), elucidou como Cora colecionou
esses livros ao dizer:
Ah! Porque o filho dela... O Cantídio Bretas, ele era
do exército. Ele era coronel do exército. Então ele
fez [...] assinatura para ela e ela achava o máximo.
[...] ele que fez a assinatura. Sabe. Ele fez, por isso
que você achou muito livro.
Com esse depoimento finalizo este subcapítulo Pactos de leitura:
(des)arquivar biografemas e, passo a discorrer acerca das redes de
relações percebidas e apreendidas, a partir das descobertas feitas na
biblioteca de Cora Coralina.
4.2 REDES DE RELAÇÕES
Ao se lidar com pesquisas em acervos literários, singularmente,
com acervos bibliográficos de escritores, é significativo considerar, assim
como fez a pesquisadora Terezinha Pereira (2003) ao estudar o acervo de
Murilo Mendes, a presença de duas coleções, a de livros/revistas e a de
textos. Estes últimos podem ser encontrados, por exemplo, nas anotações
marginais dos autores, nas dedicatórias, nos recortes de jornais e cartões
diversos. Nesse contexto, a presença de dedicatórias permite reconstituir
os rituais literários e sociais, na medida em que revela a formação das
redes de relações por meio das conexões estabelecidas entre os pares,
desvelando os vínculos afetivos e emocionais, pois as dedicatórias são ao
mesmo tempo um ato e uma expressão. Nas palavras de Viola (2014, p.
1)107 “É uma manifestação de cortesia, mas é também uma voz que
instaura um dizer, convocando o outro”.
Esses aspectos intrínsecos às dedicatórias são percebidos e
compartilhados por pesquisadores de diferentes acervos literários
107
Ana Isabel Serra Gonçalves Viola (2014) realizou um estudo nas obras de
ficção portuguesa voltado às dedicatórias impressas, categorizando-as conforme
suas organizações discursivas e segundo critérios lexicais e semânticopragmáticos. Apesar da pesquisa em questão voltar-se às dedicatórias impressas,
o estudo de Ana Isabel contribuiu para as análises das dedicatórias manuscritas
apresentadas nesta tese.
173
envoltos com a investigação e preservação de fontes documentais.
Menciono, a título de exemplo, a presença constante de dedicatórias no
acervo de livros das bibliotecas particulares de dois escritores canônicos
– Machado de Assis108 e Fernando Pessoa109. Abro um parêntese para
discorrer brevemente acerca dos catálogos das bibliotecas desses autores
e algumas peculiaridades.
A biblioteca de Machado de Assis, teve seu catálogo elaborado
pela primeira vez em 1960, pelo professor Jean-Michel Massa que, à
época, realizava sua pesquisa de doutorado pela Universidade da AltaBretanha. Esta biblioteca foi novamente catalogada pela professora
Glória Vianna, quando o acervo já se encontrava na Academia Brasileira
de Letras (ABL). Glória Vianna destaca que Jean-Michel Massa havia
catalogado 718 volumes e que durante os dois primeiros semestres, ela
encontrou 649 volumes, os demais,
[...] 69 não foram encontrados. Com a ajuda dos
bibliotecários os livros extraviados foram
procurados, sem sucesso, nas bibliotecas de outros
ex-acadêmicos, que como Machado também
tiveram seus acervos particulares doados à
Academia. Entretanto, ao final do levantamento
encontramos 15 volumes que não tinham sido
catalogados por Massa mas que provavelmente
teriam pertencido a Machado de Assis, pois todos
estavam a ele dedicados por seus autores ou
editores, em datas que iam de 1867 a 1907.
(VIANNA, 2008, p. 104)
Este fato evidencia uma realidade encontrada pelos especialistas,
o de terem que trabalhar com acervos parciais. Isso ocorreu com o espólio
de Machado de Assis que, em testamento, apontou como sua única
herdeira, sua sobrinha, Laura Leitão de Carvalho. Segundo Vianna (2008,
p. 105), em conversa com Jean-Michel Massa, a herdeira afirmou que:
108
A Biblioteca da Academia Brasileira de Letras tem, sob sua guarda, a coleção
particular de livros que pertenceu a Machado de Assis, além de diversas obras
sobre Machado de Assis. (ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, 2003, p.
[9])
109
A Biblioteca da Casa Fernando Pessoa constitui-se de três núcleos essenciais:
a biblioteca particular de Fernando Pessoa; a biblioteca pessoana ativa e passiva;
e um fundo de poesia portuguesa e estrangeira.
174
[...] teriam levado cerca de trezentos volumes da
coleção logo depois da morte do escritor, o que nos
conduzia a supor que os quinze volumes
encontrados no acervo da ABL, todos dedicados a
Machado de Assis, fizeram parte de tal lote de
livros.
Depois de todo o trabalho de resgate dos livros pertencentes a
Machado de Assis, o que envolveu a busca por livros em acervos de
outros escritores e a eliminação, no catálogo anterior, de números
repetidos de exemplares, Glória Vianna afirma que restaram 674
volumes, dos quais, aproximadamente 121 volumes (18%) possuem
dedicatórias.
Observando o trabalho em diferentes bibliotecas particulares
identifico, por vezes, algumas semelhanças no que tange a reunião e
conservação do acervo originalmente composto por seus proprietários.
No caso da biblioteca de Cora Coralina, posso afirmar que, esta, também
perdeu parte de seu acervo na ocasião de sua morte. Esse fato foi
confirmado pela diretora Marlene Vellasco (2015), quando ela declarou
que algo em torno de 10%, o equivalente a um número entre 90 a 100
exemplares, foram levados pelos familiares no momento do falecimento
da poetisa.
De modo aproximado, a biblioteca particular de Fernando Pessoa,
está parcialmente alojada na Casa Fernando Pessoa. Esta instituição,
concebida pela Câmara Municipal de Lisboa foi inaugurada em 1993 e
atualmente é gerenciada pela Empresa de Gestão de Equipamentos e
Animação Cultural de Lisboa (EGEAC). Trata-se da casa onde Fernando
Pessoa morou nos últimos 15 anos de sua vida (1920-1935). Denominada
como uma casa de cultura, nela é possível encontrar diversos objetos
pessoais, além de, um espaço multimídia e a biblioteca particular do
escritor.
Jerónimo Pizarro (2015), pessoa responsável por liderar o grupo de
pesquisadores internacionais que investigam os documentos deixados por
Fernando Pessoa, registrou no texto intitulado “nota prévia”, disponível
no site da casa de cultura que:
[...] esta biblioteca, albergada na sua grande
maioria na Casa Fernando Pessoa (1058 títulos),
não conta com todos os exemplares que alguma vez
dela fizeram parte; parcelas da mesma estão ainda
175
com a família do escritor e no espólio número 3 da
BNP110. (PIZARRO, 2015)
Independentemente de trabalharem com o acervo parcial da
biblioteca de Fernando Pessoa, os pesquisadores designaram, no site, um
espaço para a apresentação das dedicatórias encontradas nos livros que
pertenceram ao escritor, evidenciando o fato que Pessoa “[...] não viveu
isolado, que teve numerosos amigos e companheiros de viagem e que
acompanhou de perto relevantes manifestações culturais e editoriais”,
conforme assegurado por Antonio Cardiello (2016). Essas circunstâncias
ratificam os estudos das dedicatórias, sobretudo porque estas refletem os
momentos históricos e sociais em que são produzidas, marcando e
testemunhando parte da historicidade literária, confirmando datas e
episódios e preenchendo lacunas, pois há por trás do gesto uma história
compartilhada que “[...] se oculta ou que se quer desvendada. O outro
torna-se parte do livro, torna-se presente nesse objeto também ele
simbólico, que transcende o tempo e o espaço”. (VIOLA, 2014, p. 1).
Considerada por Umberto Eco (2010) um peritexto, a dedicatória
se inclui no rol de:
[...] todo o material que aparece fisicamente conexo
ao veículo-livro, como o frontispício, o colofão, as
introduções, [...], os prefácios e os posfácios, a
orelha, a própria encadernação ou a sobre capa, e
assim por diante. (ECO, 2010, p. 187).
Sobre a possível origem das dedicatórias, Carlos Ceia (2015, grifo
do autor) relata que:
Horácio foi dos primeiros a escrever dedicatórias
literárias, homenageando Mecenas por ter
patrocinado as suas Odes. Virgílio também dedicou
as Geórgicas à mesma figura. Camões dedica Os
Lusíadas a D. Sebastião (Canto I, 6-18), por razões
políticas sobretudo, porque o jovem monarca era
uma figura tutelar.
Para além dos aspectos de reverência e mecenato, a dedicatória
tornou-se um ato social representando, assim, um gesto de doação, de
estima, amizade e agradecimento. Graficamente, pode-se dizer que, assim
110
Biblioteca Nacional de Portugal.
176
como os textos, as dedicatórias podem ser impressas ou manuscritas. A
priori aquilo que está impresso pertence ao âmbito público, enquanto que,
o manuscrito ao âmbito do privado. Digo, a priori, pois na medida em
que o acervo de uma personalidade encontra-se acessível, disponível para
visualização e consulta, por exemplo, em um museu, o manuscrito tornase público.
Dito isso, esclareço que neste estudo darei especial atenção a forma
manuscrita, autografada, aquela que responde a uma convenção: a de
situar-se nas primeiras páginas de um livro, em posição de destaque, num
primeiro momento, para a pessoa a quem se faz uma dedicatória – o
dedicatário e, em segundo lugar, ao leitor. Estas dedicatórias,
manuscritas, não são passíveis de serem alteradas ou suprimidas em novas
edições, como pode ocorrer quando se fala em livro quer seja,
convencionalmente em papel ou virtualmente, no caso do livro online (ebooks).
É significativo pensar que, no caso de publicização das
dedicatórias encontradas na biblioteca de Cora Coralina, trabalha-se com
duas expectativas de recepção. A primeira envolve o dedicatário oficial e,
sobre este aspecto, deparei-me com dedicatórias de/para Cora Coralina, o
que implica em dizer que, por alguma obra do acaso, algo pouco
explicável, existem algumas dedicatórias escritas pela poetisa que não
foram entregues aos seus dedicatários. A outra expectativa de recepção
está relacionada aos leitores comuns, pesquisadores, observadores,
curiosos, enfim, frequentadores do Museu Casa de Cora Coralina. Pessoas
interessadas em conhecer mais sobre a vida, a arte, a rede de relações, as
histórias de leitura da poetisa e a história literária de uma época. Viola
(2014, p. 23) destaca o papel do leitor nesse contexto:
O leitor atualiza o enunciado da dedicatória através
do seu próprio ato de leitura, constituindo-se como
testemunha de uma mensagem que parece ser
orientada para um polo presumível. Desta forma, o
leitor constitui-se como destinatário estável e
constante, ou seja, imprescindível para a
atualização do sentido do texto.
Nos livros catalogados na biblioteca de Cora Coralina existem
várias dedicatórias, algumas foram selecionadas para, de modo analítico,
serem apresentadas no corpo desta tese, as demais terão seus registros
feitos na coluna “particularidades” constante no quadro com o catálogo
dos livros. Do total dos 978 exemplares, foram encontradas dedicatórias
177
em 467, o equivalente a 47,75% dos fascículos. Algumas se encaixam nas
categorias estabelecidas por Viola (2014), que em sua pesquisa, as
classificou como: carta dedicatória – pouco usada atualmente, assumiu
características prefaciais; dedicatória autobiográfica – situa o leitor na
vida privada e podem ser de ordem genealógica ou amical; dedicatória
aos pares – estabelece e dá a conhecer a rede de relações entre autores e
dedicatários; dedicatória de gratidão – é a dedicatória de agradecimento;
dedicatória de homenagem – envolve uma deferência por questões de
superioridade (antiguidade) ou notório saber; dedicatória simpatia –
verifica-se sentimento de compaixão e solidariedade; dedicatória
condenação – contrária à dedicatória simpatia, refere-se à falta de
consideração; dedicatória simbólica – insere-se no domínio da
representação e da analogia; dedicatória enigmática – o autor estabelece
uma relação privilegiada com o receptor que exclui o leitor suscitando,
com isso, o caráter enigmático e místico da dedicatória e; dedicatória
micronarrativa – quando há no corpus situações enunciativas com função
narrativa.
A partir deste momento, passo a ilustrar com algumas imagens as
dedicatórias, por mim selecionadas para integrar o corpus do subcapítulo,
seguidas pelas reproduções dos textos. A primeira trata-se de uma
dedicatória escrita pela escultora, pintora e professora, Maria
Guilhermina. Esta dedicatória encontra-se na folha de rosto do livro
ilustrado pela própria artista, Hóspedes do tempo de Primo Vieira (1978)
e, revela os laços de amizade entre a ilustradora e Cora Coralina. Amizade
que perdurou por vários anos e se materializou em ilustrações de alguns
livros de Cora Coralina como, por exemplo, Vintém de Cobre: meias
confissões de Aninha e Meu Livro de Cordel. Duas considerações são
necessárias se fazer: a primeira é que foram encontradas três dedicatórias,
em diferentes livros, assinadas por Maria Guilhermina; e a segunda é que
existe no acervo digitalizado do Museu, uma dedicatória, apresentada a
seguir, escrita por Cora Coralina à Maria Guilhermina ao presenteá-la
com um exemplar do seu Vintém de Cobre: meias confissões de Aninha.
178
Figura 35 - Dedicatória de Maria Guilhermina para Cora Coralina
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
21-12-1978
Hospital Santa Paula
Para Cora Coralina
Minha amiga querida.
Estamos numa manhã quente, no Hospital Santa Paula, onde os enfermeiros
acabam de preparar a perna direita para uma tração, quando então a dor vai
melhorar, acabar. Hoje, 21 de dezembro de 1978. Cora já falou poesia.
Conversamos sobre o Ano Internacional da Criança – Ano I da Criança
Brasileira.
Agora ela dorme um sono tranquilo, com seu abano de papelão, arranjado aqui
no hospital pela bondosa dona Ondina.
Agora ela acorda e me pergunta: “Maria você fez o autógrafo?” E dorme
novamente
São 11.45 hs, Maria Guilhermina
Esta dedicatória foi escrita, cinco anos após o primeiro acidente de
Cora Coralina, quando ela escorregou na porta de sua cozinha em 1973 e
teve como consequência a fratura do fêmur direito. Em dezembro de
1978, a escritora caiu novamente sendo hospitalizada e operada. Com a
segunda queda, Cora resolve abandonar o feitio dos doces e passa a se
179
dedicar exclusivamente à literatura. (BRITTO, 2009). A dedicatória
acima retrata e reproduz um momento dramático da vida da poetisa.
Momento que a amiga e parceira Maria Guilhermina registrou na folha de
rosto de um livro.
As sucessivas quedas e as suas consequências obrigaram Cora
Coralina a usar muletas por muitos anos. Esta condição foi registrada em
versos no poema Ode às muletas do livro Poemas dos becos de Goiás e
estórias mais, leia-se:
Muletas novas, prateadas e reluzentes.
Apoio singelo e poderoso
de quem perdeu a integridade
de uma ossatura intacta,
invicta em anos de andanças domésticas.
Muletas de quem delas careceu
depois de ter vencido longo
tempo e de ter dado voltas ao mundo
sem deixar a sua casa.
[...]
(CORALINA, 2006, p. 191)
A figura abaixo mostra o espaço do museu conhecido por
varanda111. O local mantém-se fiel ao espaço de outrora, com a cadeira na
qual Cora Coralina sentava-se para ler e receber visitas. Este cenário foi
fotografado durante a pesquisa de campo e retrata as mesmas
características apontadas por Cora em Reflexões de Aninha (A cidade e
seus turistas):
[...]
A famigerada “porta do meio”, que preserva o interior,
abre para a peça que em Goiás chamam varanda,
em regra a mais ampla da construção,
onde a família se reúne, recebe, trabalha,
conversa e toma refeições.
(CORALINA, 1984, p. 158, grifo da autora).
111
Este espaço foi citado anteriormente quando se abordou o interesse de Cora
Coralina pelo cangaceiro Lampião.
180
Figura 36 - Museu Casa de Cora Coralina - Varanda
Fontes: Acervo pessoal da pesquisadora.
Conforme mencionado previamente, consta no acervo documental
do Museu, um documento intitulado dedicatória de Cora Coralina para
Maria Guilhermina. Este documento, como tantos outros, foi-me
gentilmente disponibilizado pela equipe do museu. São documentos
importantes que, associados aos encontrados na biblioteca,
complementam, ratificam, escrevem a autobiografia material de Cora
Coralina. Sendo assim, destaco a mensagem enviada por Cora a Maria
Guilhermina.
181
Figura 37 - Dedicatória de Cora para Guilhermina
Fonte: Museu Casa de Cora Coralina.
Goiânia, 21-8-83
Guilhermina
Você, na sua Oscar Freire, moça e linda, fascinante, hoje amadurecida e mãe de
Família sempre a mesma Guilhermina, feita de encantos e delicadezas discretas,
que acentuaram o seu fascínio de Moça-Mulher. Vai este livro, todo ele filho de
velhos tempos de muita pobreza, marcado pelo seu pecuniário de cobre. Um dia,
daqueles tempos, me faltou um Vintém de Cobre. Voltei a Goiás, a sua procura.
Em sua busca escrevi este livro, sempre procurando e quando me parece tê-lo
encontrado vejo que ainda não.
Cora Coralina
182
O relacionamento estabelecido com outros escritores, ainda que a
distância, é expressado e verificável em outras dedicatórias amistosas. Por
vezes, são dedicatórias de escritores estreantes que objetivam receber uma
palavra de apoio, encorajamento necessário aos que se aventuram no
mundo das letras, outras são de escritores renomados, enaltecidos pela
crítica e, portanto, atrelados a um contexto histórico.
Cora Coralina entendia bem as dificuldades dos iniciantes. No
início de sua carreira assinou a coluna Chroniqueta para o jornal A
Imprensa. Na crônica do dia 22 de agosto de 1910, Cora escreveu:
Decididamente é muito difícil a gente fazer
literatura numa sociedade onde ninguém a faz e
num meio tão rebarbativo as letras como o nosso
que nenhum estimulo ou incentivo oferece aos
platônicos, ideólogos que ainda tentam enristar a
lança contra a clássica e reconhecida indiferença
doentia dos goyanos. Indiferença não só pelo que
lhes afetam os próprios interesses, como por tudo o
mais, seja de que ordem, for jurídica, social ou
religiosa. Se não fosse por temperamento, mesmo
uma necessidade psicológica, eu desanimaria de
escrever literatura ou coisa que o valha, em Goiás,
nem ao menos pela vaidade das comparações, ou
pelo interesse de escrever melhor. Acresce ainda a
influência perigosa do meio, que mata energias,
quebra as forças criadoras, reduz o ideal, nivelando
todas as inteligências ao mesmo grau de frivolidade
chata e banal. Influência mil vezes perniciosa de
desânimo moral, de apatia, de pessimismo, a que
não escapam nem as pessoas que chegam de outros
centros adiantados. (CORALINA, 1910).
Alguns escritores criaram laços de amizade com a poetisa. Apesar
da distância geográfica, Cora Coralina cativou, encantou e deixou se
encantar por seus pares. Observa-se, na sua biblioteca, que nomes como:
Rachel de Queiroz; Dinah Silveira de Queiroz; Chico Xavier; Darcy
Denófrio; Jorge Amado, entre outros, fizeram parte da rede de relações
da poetisa. Sob a perspectiva das fontes de documentos textuais, os
autores citados serão objeto deste estudo, pois considero que as
dedicatórias estão inseridas no contexto do sistema literário.
Assim, Raquel de Queiroz, em 1966, enviou à Cora Coralina um
exemplar da sétima edição do livro O quinze. Diante do livro e a sua
dedicatória verifiquei algumas afinidades com a trajetória de Cora
183
Coralina, por exemplo, O quinze que foi publicado em 1930 pela editora
José Olympio. Curioso notar que Cora Coralina, nos anos 30, havia
trabalhado como vendedora de livros para a Livraria José Olympio
Editora e, mais tarde, nos anos 60, quando a poetisa batalhava para editar
seu primeiro livro em São Paulo, recebeu desta editora a resposta que
tanto esperava: o aceite dos manuscritos de Poemas de Becos de Goiás e
estórias mais para a publicação. Livro, então, publicado em 1965 sob a
batuta do editor gerente da José Olympio, o senhor Antônio Olavo.
Primeira escritora a integrar a Academia Brasileira de Letras
(ABL), Rachel de Queiroz nasceu em Fortaleza em 1910, numa casa de
intelectuais. Escreveu e divulgou suas primeiras crônicas aos 16 anos, isso
quatro anos antes de publicar O quinze, livro que encantou o escritor
Mario de Andrade e que lhe rendeu vários prêmios. De modo semelhante,
Cora Coralina teve seus primeiros escritos, ainda na adolescência,
publicados em colunas de jornais locais, mas sua obra somente recebeu
projeção nacional, a partir da apreciação pública de Carlos Drummond de
Andrade, no Jornal do Brasil em 27 de dezembro de 1980.
Carlos Drummond de Andrade foi uma das pessoas responsáveis
pela condecoração de Cora Coralina nacionalmente112. Cora e Drummond
nunca se encontraram pessoalmente, porém, trocaram afetuosas cartas.
Abaixo apresento a imagem, cedida pela equipe do museu, da crônica
escrita por Drummond.
112
Antes de Drummond, o poeta e crítico Oswaldino Marques escreveu um texto
analisando a obra de Cora Coralina. Seus biógrafos afirmam que os dois escritores
foram importantes para o reconhecimento literário de Cora. “Ambos, em
momentos diferentes, contribuíram para que sua obra fosse conhecida e
valorizada” (BRITTO; SEDA, 2009, p. 372)
184
Figura 38 - Crônica de Carlos Drummond de Andrade
Fonte: Museu Casa de Cora Coralina.
Mais uma vez, sobre à dedicatória escrita por Rachel de Queiroz,
esta, possui como data o ano de 1966; já a assinada por Dinah Silveira de
Queiroz no livro A muralha (1971) tem registrado o ano de 1972. Nesta
última, Dinah cita Rachel evidenciando a amizade entre as duas
escritoras113. Na década de 70 ocorreu um fato marcante envolvendo as
Queiroz e a ABL e que merece um breve relato.
Dinah Silveira de Queiroz solicitou sua inscrição como candidata
à ABL em 1970, acreditando que o Regimento vigente ainda era o mesmo
da fundação da academia. Seu pedido, negado, foi o segundo na história
113
Para além da amizade entre as escritoras, havia uma ligação de parentesco
entre elas, uma vez que o primeiro marido de Dinah Silveira de Queiroz, Narcélio
de Queiroz era primo de Rachel de Queiroz (FANINI, 2009)
185
da ABL em relação a uma candidatura feminina, o primeiro coube a
Amélia Freitas Beviláqua. Diante de tal negativa, Dinah empenhou-se
numa batalha a favor do ingresso feminino na ABL. O sucesso de tal
empreitada previa a quebra da hegemonia masculina de 80 anos.
Sendo assim, a eleição de Rachel de Queiroz, em agosto de 1977
se diferenciou das candidaturas femininas anteriores por dois motivos
principais, o primeiro porque contou com a disposição de Dinah de
Queiroz em solicitar a alteração do Regimento e, o segundo, pelo fato de
seus amigos e incentivadores literatos terem indicado seu nome, ao
contrário de Amélia Freitas Beviláqua e Dinah Silveira de Queiroz que se
autoindicaram (FANINI, 2009).
É, portanto, certo que a “grande Rachel” como citada por Dinah de
Queiroz na dedicatória foi quem estabeleceu proximidade entre Cora
Coralina e a autora de A muralha. Convívio selado com troca de presentes
(doces e livros), conforme verificável nas imagens abaixo.
186
Figura 39 - Dedicatória de Rachel de Queiroz
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Para Cora Coralina,
sua admiradora.
Rachel de Queiroz
16-9-66
187
Figura 40 - Dedicatória de Dinah Silveira de Queiroz
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Para Cora Coralina,
ainda com o sabor
de sua poesia (e de
seus inimitáveis doces)
por intermédio da
grande Rachel a
saudade de
Dinah Silveira de Queiroz
Set. 72
Outras dedicatórias receberam destaque nesse estudo como, por
exemplo, as escritas por Francisco Cândido Xavier. Ao todo são três
livros com dedicatórias assinadas por Chico Xavier, a saber: Maria
188
Dolores (1977); Luz Bendita (1977); e Poetas redivivos: obra mediúnica
(1969). A questão da religiosidade de Cora Coralina é singular. Sabe-se
que a poetisa foi educada numa família que respeitava as diferentes
religiões. Sua filha, Vicência Bretas Tahan, destaca na biografia
romanceada Cora Coragem Cora Poesia (1989), que sua avó materna
participava ativamente das atividades cristãs, mas possuía interesse na
doutrina espírita. Diz Tahan (1989, p. 13, grifo nosso):
Senhora distrai-se com seus livros e revistas, que
agora chegam semanalmente. Programa serões.
Não esquece os aniversários. Providencia prendas
para as quermesses – é uma boa cristã, apesar do
kardecismo, atua bastante na igreja -, é braço
direito do pároco nas festividades religiosas.
A gênese da doutrina espírita em Goiás é atribuída ao período prérepublicano e teve a influência de um distinto cidadão vilaboense,
Jacyntho do Couto Brandão, tio de Cora Coralina. Segundo Curado
(2014, online):
Jacyntho do Couto Brandão passou, ao que se sabe,
a ser o primeiro estudioso da Doutrina Espírita em
Goiás, tempo em que encomendou do Rio de
Janeiro as obras de Kardec. Estudou sobre Eusápia
Palladino, e conheceu, em Minas, Sinhô Mariano,
tio de Eurípedes Barsanulfo, introdutor do
Espiritismo no Triângulo Mineiro, notadamente
em Sacramento.
A prática religiosa do tio é rememorada no poema “Meu tio
Jacinto” publicado no livro Vintém de cobre: meias confissões de Aninha
(1984), no qual Cora Coralina versa:
[...]
Eram os primeiros tempos do Espiritismo em Goiás,
suas primeiras experiências, a mesa de invocação.
Meu tio gostava da teoria e logo fez a mesa, leve, misteriosa,
de madeira fina e caprichada, e pôs a funcionar.
Sempre à noite, a gente apoiava de leve as pontas dos dedos,
concentrava, rezavam todos o Pai Nosso, invocava-se um espírito
escolhido da família e por meio de batidas marcadas,
estabelecia-se conversa e identificava-se o espírito presente
Falava-se em médiuns e mediunidades.
189
Estava muito comentada no tempo Eusápia Paladino,
que transmitia pela sua mediunidade
informações impressionantes do outro mundo.
Assinavam-se revistas espíritas.
[...]
(CORALINA, 1984, p. 86)
Clóvis Carvalho Britto (2013) corrobora com os argumentos
apresentados sobre a origem do espiritismo em Goiás e, acrescenta, com
seu estudo acerca da construção e transmissão do espiritismo em Goiás,
o importante papel feminino nesse processo. O autor aponta duas
consideráveis crônicas escritas por Cora Coralina sobre o tema, em 1905
e 1908 no jornal Tribuna Espirita. Na primeira, Cora traz à luz nomes de
pessoas que contribuíram com a difusão da doutrina em terras goianas.
Conforme Britto (2013):
Os relatos de Cora Coralina contribuíram para que
a trajetória de José Olympio Xavier de Barros
(1842-1907) não caísse no esquecimento. De
acordo com a escritora, ele teria sido o responsável
pela organização das primeiras sessões espíritas e
pela propagação da doutrina em Goiás. [...]
Pioneirismo dividido com dois outros espíritas: o
farmacêutico Luiz Marcelino de Camargo Júnior e
o poeta e juiz Manuel Lopes de Carvalho Ramos.
(BRITTO, 2013, p. 28)
Cora Coralina era assumidamente católica, batizada e crismada,
mas essa condição não a impediu de admirar e respeitar outras religiões.
O sincretismo está presente em sua poesia, ao versar sobre ritos religiosos
em vários poemas. Destaco, primeiramente, os versos em Os
aborrecimentos de Aninha:
Era o Crisma, o último cerimonial pelo bispo, Dom Eduardo Duarte da Silva.
Saía de Goiás, aborrecido, para não mais retornar.
Minha madrinha – Mestra Silvina.
Eu, faceira, cabelo solto, amarrado com fita azul,
repuxado para trás.
Queria penteado diferente, coisa linda.
Via com as outras. Não podia. Meu cabelo não dava.
Pouco, liso e fino – herança de meu pai.
[...]
Aquele Crisma – sua última cerimônia litúrgica
190
na Capela do Seminário.
Eu, menina boba, medrosa, filha de velho doente, com medo do Crisma.
(CORALINA, 1984, p. 136-138).
Em outra passagem, no poema Do beco da Vila Rica escreveu Cora
Coralina:
Monturo...
Faz lembrar a Bíblia:
Jó, raspando suas úlceras.
Jó, ouvindo a exortação dos amigos.
Jó, clamando e reclamando do seu Deus.
(CORALINA, 2006, p. 99).
Do mesmo modo poetizou Frei Germano (2006) e Irmã Bruna
(1984), respectivamente nos fragmentos dos poemas abaixo:
[...]
Frei Germano...
Quanto respeito, meu Deus!
Durezas de ascetismo.
Estatura invulgar de sacerdote.
Tão severo...
[...]
Cinquenta anos decorridos,
guardo na lembrança
sua figura austera,
retratada,
de velho santo.
E as lições aprendidas
do pequeno catecismo.
Como prêmio de aplicação
conservo daquele tempo,
recebido de suas mãos,
uma antiga História Sagrada
e uns santinhos que me têm valido
na aflição.
[...]
(CORALINA, 2006, p. 57-59)
[...]
No fim, minha mão vazia, segura
As mãos cheias de Deus.
E continuar na eternidade
191
a renovação de meus votos jovens,
na glória imensa de ter sido em vida e morte,
Dele, a mais humilde e pequenina serva,
Irmã Bruna.
(CORALINA, 1984, p. 201).
Além disso, a poetisa respeitou a lei de Allan Kardec e se mostrou
desprovida de preconceitos religiosos ao versar em Meu melhor livro de
leitura (1984) e Todas as vidas (2006):
[...]
Minha pedra morena. Minha pedra mãe. Quem assentará você
sobre o meu túmulo no meu retorno às origens de todas as origens?
Minha volta ao mundo na lei de Kardec...
Vou reviver na menina Georgina.
Estarei presente no meu dicionário, meu livro de amor
que tanto me ensinou e corrigiu.
[...]
(CORALINA, 1984, p. 54).
Vive dentro de mim
uma cabocla velha
de mau-olhado,
acocorada ao pé do borralho,
olhando pra o fogo.
Benze quebranto.
Bota feitiço...
Ogum. Orixá.
Macumba, terreiro.
Ogã, Pai-de-santo...
(CORALINA, 2006, p. 31).
Com Chico Xavier, Cora Coralina construiu uma sólida amizade e
admiração mútua perceptível nas dedicatórias.
192
Figura 41 - Dedicatória Chico Xavier (1)
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora
Uberaba 10-9-77
À nossa admirável poetisa e distinta patrícia Cora Coralina – brilho
permanente das letras do Brasil – agradeço as generosas referencias a este seu
pequeno servidor reconhecido, em “O Popular” de Goiânia, na edição de
28/8/77, rogando a Deus por sua saúde e felicidade. Admiração e respeito do
seu servidor muito grato
Chico Xavier
193
Figura 42 - Dedicatória de Chico Xavier (2)
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora
À distinta poetisa Cora Coralina, com respeitoso apreço do seu servidor
reconhecido
Chico Xavier
Uberaba, 20-10-77
194
Figura 43 - Dedicatória Chico Xavier (3)
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
À distinta poetisa brasileira Cora Coralina, homenagem respeitosa do seu
servidor reconhecido
Chico Xavier
Uberaba,
7-1-78
Dentre as dedicatórias selecionadas para serem apresentas nesta
tese, sublinho a escrita pela professora, poeta e crítica literária Darcy
França Denófrio em seu livro Voo Cego (1980), obra que marcou sua
estreia poética. O referido livro foi agraciado com o prêmio “Cora
Coralina” no ano de 1981. A professora escreveu diversos trabalhos sobre
a vida e a obra de Cora Coralina e realizou um levantamento da fortuna
crítica da poetisa, que serviu como alicerce para o que foi apresentado no
capítulo 2 – Das vozes: fortuna crítica. Sua dedicatória revela
agradecimento e deferência a Cora Coralina.
195
Figura 44 - Dedicatória Darcy França Denófrio
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Cora Coralina
Estou muito honrada com o prêmio “Cora Coralina”, troféu “A enxada” a
nível estadual. O seu nome é um tributo de honra a qualquer artista literário
deste país. Daquela que foi por duas vezes em busca de seus doces e esteve,
vezes sem conta, em busca do supremo manjar de sua poesia.
Darcy França Denófrio
Em 26-9-81
Para finalizar este subcapítulo sobre as redes de relações de Cora
Coralina observadas, principalmente, em dedicatórias, escolhi algumas
que considero emblemáticas e reveladoras da personalidade da poetisa.
Trata-se de dedicatórias familiares que evidenciam laços afetivos e,
sobretudo, apontam para gostos literários da poetisa. Isso pode ser
observado no livro Imagens do Portugal Queirosiano (1976) de Campos
Matos que, além das dedicatórias assinadas por seus netos, possui um
196
pequeno texto, considerado inédito, escrito pela poetisa, no qual ela
assume sua admiração por Eça de Queiroz114.
Figura 45 - Dedicatória dos netos (1)
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
114
Nesta tese optou-se pelo uso do sobrenome Queiroz a Queirós. Essa decisão
teve como diretriz a recomendação encontrada no site Pórtico da Língua
Portuguesa. Nele, Ana Salgado (2015, grifo da autora) escreveu um texto acerca
da grafia do sobrenome de Eça de Queiroz ou Queirós esclarecendo que: “Eça é
‘Queiroz’ no registo de nascimento, nos documentos da época, na Fundação com
o seu nome, nos dicionários queirosianos, no nome inscrito na estátua que
Teixeira Lopes lhe dedicou, mas passou a ‘Queirós’ em vários estudos e reedições
da sua obra. Há quem defenda a grafia «Queirós». Os seus defensores alegam que
esta é a forma recomendada segundo a ortografia atual. [...]. Ambas as grafias
estão corretas, mas se por registo Eça é Queiroz, então deveria usar-se esta, a
grafia no caso do nome do romancista, forma que foi respeitada pela Fundação
com o seu nome e é, também, a grafia usada numa recente edição de Os Maias,
com uma nova fixação do texto, da responsabilidade de Helder Guégués, com a
chancela da Guerra & Paz”.
197
“Vovó Cora
Quando vou à Casa Velha da Ponte, em Goiás, reencontro os seus “Poemas” e
isso me traz felicidade. Aqui, neste livro, a senhora encontrará a Casa Velha de
Eça, e, tenho certeza, a senhora encontrará um pouco de felicidade. Isto
redobra o prazer de lhe dar este livro. ”
Seu neto Flávio
São Paulo, 29/11/77
“Um dia todos irão morrer e uma pessoa vai lembrar disso”
Gisela para a Bisa
“Querida vovó, obrigada pela lição de amor que é a sua vida. Muito a admiro e
a respeito. Que Deus a abençoe e a proteja”
A neta, Luisinha
29 nov. 77. SPaulo
Figura 46 - Comentário de Cora Coralina (inédito)
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
198
“Este livro me foi dado pelo meu neto, Flavinho, em S.P. em 29 de nov. de
1977. Livro de amor, digo eu. Livro que revive páginas de um escritor que nos
dias da minha juventude foi mestre maravilhoso. Todo ele um mobral
antecipado do bom estilo e da boa linguagem escrita. As leituras repetidas e
seus livros deve a minha capacidade de sintetizar meu pensamento, devo muito
do pouco que me foi possível realizar nas Letras do meu Estado de Goiás.
Cora Coralina
Em 5-12-77 (volta a Goiás)”.
O apreço de Cora Coralina por Eça de Queiroz está registrado em
entrevista concedida ao escritor Miguel Jorge (apud BRITTO, 2011b, p.
195). Suas palavras corroboram com a mensagem encontrada no livro de
Campos Matos, disse a poetisa:
Apenas dois escritores me influenciaram ou me
impressionaram. Eça de Queiroz, que ainda não foi
ultrapassado, e outro contemporâneo, falecido há
pouco tempo, Guimarães Rosa. Dois escritores
diferentes, mas dois escritores na acepção da
palavra.
E acrescenta que sua admiração pelo estilo de Eça de Queiroz era
resultado do “[...] policiamento natural do seu palavreado escrito. Nunca
ninguém escreveu tão bem com tão poucas palavras”. (JORGE apud
BRITTO, 2011b, p. 195)
Na biblioteca de Cora Coralina encontrei dois livros de Eça de
Queiroz, Últimas páginas: manuscritos inéditos (1937) e A cidade e as
serras (1973). Livros visivelmente manuseados. No primeiro havia um
marcador de página improvisado em formato de recibo de padaria com a
data (15/6/69) e, no segundo, anotações de endereços e telefones.
199
Figura 47 - Eça de Queiroz - livro e marcador
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Os netos de Cora Coralina conheciam bem as preferências
literárias da avó. Tanto que, por mais de uma vez, a presentearam com
aquilo que preenchia sua alma: o livro. Na simplicidade de sua casa não
havia rádio nem televisão. Ela se informava com a leitura de jornais,
revistas, livros e por meio de troca de cartas com outros autores e alguns
editores. No exercício desta prática colecionou amigos, conquistando
admiração e respeito.
Como um exemplo de admiração mútua, posso citar, a ocorrida
entre a poetisa e o escritor Jorge Amado, já comentada previamente. A
família de Cora conhecia essa admiração e cumplicidade, veja-se a
simbólica dedicatória familiar encontrada no exemplar Tereza Batista
cansada de guerra (1972).
200
Figura 48 - Dedicatória dos netos (2)
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Salvo o livro citado acima, a biblioteca possui outros cinco títulos
de Jorge Amado, a saber: Os velhos marinheiros (1977) no qual depareime com alguns parágrafos contornados a caneta; Terras do sem fim
(1942) encadernado artesanalmente; Seara Vermelha (1951) edição sem
capa e com possível dedicatória assinada por Jorge Amado; Os pastores
da noite (196?), cujo exemplar está sem capa e com algumas folhas
deterioradas; e São Jorge de Ilhéus (1944) igualmente desprovido de
capa.
Aliás, Cora Coralina trocou várias cartas com o amigo Jorge
Amado. Em uma delas, reproduzida em sua biografia Raízes de Aninha
(2009), a poetisa agradece o envio do romance Tereza Batista:
Jorge Amado, meu irmão. Venho agradecer a você
a chegada de Tereza Batista. Ela está aqui em nossa
201
casa com seus dengues e seu xale florado e com
muito agrado a todos. Ninguém se cansa do
convívio com moça tão [...] simples e bonita. Mais
do que Dona Flor, mais do que Gabriela toda cravo
e canela, mais do que a mal vislumbrada Ofenísia,
essa incorporou e virou coisa viva para valer. [...]
Jorge dos Ilhéus?... Você tem prestígio, irmão. [...].
Sua cidade cheira cacau. [...]. Filmei tudo dentro de
mim e trouxe mais comigo visão dos cacaueiros e
o cheiro do cacau. [...]. Agora, cá entre nós, como
foi que aquela faca apareceu no quarto do capitão?
[...] Obrigada por Lulu Santos, obrigada pelo dado
as letras, a nossa terra, esse livro poderoso,
tamanhão da Bahia, Goiás junto, partes de menor
para Mato Grosso, Amazonas e mais territórios.
[...] Obrigada a Deus por você existir e existir Zélia
a seu lado, que homem sozinho não dá. [...] tendo
meu curso do Mobral levo meu diploma aí. Quero
ver terreiro, fazer iniciação e depois bater na sua
porta, saber se Jorge Amado existe ou é ficção,
mito, duende ou gente de verdade. (CORALINA
apud BRITTO; SEDA, 2009, p. 337, grifo nosso).
Em contato, via mensagem eletrônica, com o sociólogo e biógrafo
de Cora Coralina, Clóvis Carvalho Britto, perguntei qual era a sua opinião
acerca da carta acima, na qual a poetisa agradece a Jorge Amado a
chegada de Tereza Batista em sua casa e o fato do livro que consta em
sua biblioteca possuir como dedicatória a assinatura dos netos. Seria o
caso de um outro exemplar extraviado, subtraído da biblioteca por algum
motivo (familiares na ocasião da morte de Cora, deterioração pela
enchente) ou o texto da carta é um recurso linguístico/literário usado pela
poetisa para comentar sobre o livro? Clóvis Britto (2016) emitiu a
seguinte opinião:
No caso de Cora, ela não era muito organizada.
Muitos livros que lia eram de vizinhos, a exemplo
do último livro que releu – Grande Sertão Veredas.
Todavia, neste caso específico acredito que foi um
recurso literário que ela utilizou. Afirmo porque
esse documento - assim como outros - não possui
data, é um rascunho de carta que nem sabemos se
ela teria enviado. Em um deles ela chega a
descrever uma viagem a Ilhéus (que nunca existiu),
202
mas para dar a ideia de uma viagem metafórica
proporcionada via literatura amadiana. (BRITTO,
2016).
A palavra Mobral permite uma leitura biografemática de Cora
Coralina. Não há registro concreto que Cora tenha feito seu curso
mobral115, como se propõe na carta, mas é fato que seus estudos formais
foram poucos. No museu estão documentados a instrução escolar primária
(Mestra Silvina) e o curso de datilografia feito por Cora Coralina aos 71
anos de idade. Isso não a impediu de, com suas leituras e sua curiosidade,
conquistar erudição necessária para receber o título Honoris Causa pela
Universidade Federal de Goiás, conforme relatado anteriormente. Cora
usa a palavra “mobral” como metáfora para manifestar sua humildade
perante aos que ela considerava importantes literatos, como no caso, Jorge
Amado e, anteriormente, Eça de Queiroz (Figura 47).
Interessante destacar que, no decorrer do tempo, criou-se uma
conotação pejorativa em torno das pessoas que participavam do curso
Mobral. Essa situação pode ser explicada pelo discurso aplicado pelo
governo ditatorial, no qual se imputava à falta de desenvolvimento
tecnológico e social do Brasil aos analfabetos, associando-os e
responsabilizando-os pelos baixos índices alcançados. Apesar dessa
ressalva, não é assim que Cora percebia. Ao usar a sigla, ela não
demonstra esse tipo de estigma, seu tom está relacionado ao ensino tardio,
ao desejo contínuo de aprender, à humildade. Nos versos de Oração do
pequeno delinquente, Cora usa a palavra “mobral” suplicando por
educação para as pessoas carentes:
115
MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização) foi um programa criado
pelo governo com o propósito de realizar uma alfabetização funcional de jovens
e adultos. Criado em 1970, o programa foi extinto em 1985, sendo substituído
pelo projeto Educar. (MENEZES; SANTOS, 2001). Santos (2015, p. 20) aponta
como principais problemas do Mobral, o fato deste movimento ter por princípios
educacionais “O não reconhecimento do saber popular, a ausência de
questionamento diante da realidade repressora e a articulação aos ideais
tecnicistas do desenvolvimento econômico tornavam a alfabetização
desenvolvida pelo MOBRAL antidialógica, por não estabelecer diálogo com a
história de vida do educando; e alienante, por não permitir a reflexão sobre o
contexto”. Sobre o MOBRAL, reforça-se que este surgiu “Em resposta às
pressões sociais por educação, o governo militar, com o objetivo de ampliar junto
ao povo as bases legitimadoras do regime, criou, em 1967, o Movimento
Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL)”. (SANTOS, 2015, p. 29).
203
[...]
Mobral... Dai um Mobral
à criança que não teve lugar
na Escola Primária ou deixou
de a frequentar por falta de uniforme,
de livros e de cadernos e taxas
escolares.
Enquanto houver no meu País
uma criança sem escola
haverá sempre um adulto se evadindo
de um Mobral. Aumenta o número
de adultos analfabetos na razão
direta da criança sem escola,
aumenta a criminalidade jovem
na razão direta do Menor Abandonado,
infrator, corrompido, delinquente
a caminho da criminalidade do adulto
pela falta de escolas profissionais,
escolas de salvação social.
(CORALINA, 2006, p. 233)
Essas constatações arrematam as reflexões acerca das redes de
relações da poetisa Cora Coralina e como se descortinam biografemas a
partir do entrelaçamento entre a bios e o graphos. Realça-se a
heterogeneidade dos elementos que compõem um arquivo literário,
exigindo novas associações entre a intencionalidade do pesquisador e as
fontes disponíveis, tendo como ponto favorável o objeto e a escritura que,
no caso deste estudo, levaram às pistas para uma leitura biografemática.
O próximo subcapítulo será dedicado a explicitar o catálogo criado
a partir do estudo in loco na biblioteca de Cora Coralina.
4.3 ENTRE ESTANTES
Neste subcapítulo, antes de passar às considerações sobre a
dimensão da natureza do trabalho com o acervo bibliográfico,
apresentando o catálogo, é necessário marcar a singularidade do acervo
de Cora Coralina, abrigado no museu Casa de Cora Coralina116 e ponderar
acerca das nuances envoltas ao sistema literário e como estas são
percebidas no trabalho com acervos literários. O acervo de Cora é
116
Em 2016 foi criado o site com as principais informações sobre o museu.
http://www.museucoracoralina.com.br/site/.
204
composto por seus objetos pessoais, móveis, utensílios domésticos,
manuscritos, livros, fotos e as correspondências da poetisa que foram
doados por sua família ao museu. Conforme seu estatuto (apresentado no
Anexo A), o museu é uma sociedade civil com personalidade jurídica de
direito privado sem fins lucrativos, que tem como foco preservar a
memória e promover a divulgação da obra de Cora Coralina. A disposição
do acervo no espaço da casa-museu é sustentada por uma concepção
museológica que privilegia a ambientação autobiográfica, no tênue limiar
entre as esferas do público e do privado. É nesse universo que a biblioteca
particular de Cora Coralina acondiciona os livros colecionados pela
poetisa. Livros que revelam as marcas de suas leituras e suscitam
indagações sobre alguns pontos relacionados às peculiaridades das obras
e dos autores que integram o catálogo. Pondero, ademais, sobre o fato de
que os estudos de acervos literários se constituem na prática de se lidar
com os resíduos materiais, sustentados pelo caráter hibrido das fontes dos
arquivos literários e a grande quantidade de informações que estas
possuem. O trabalho com acervo literário reflete, de certo modo, a
tendência atual do sistema literário, ao modo como este é analisado pela
professora Maria Eunice Moreira com vistas nas teorias de Niklas
Luhnman e Siegfried Schmidt117. Afirma a professora:
Ler ou interpretar obras ou ler e interpretar a
história da literatura significa que o observador tem
consciência de que não lê nem interpreta textos,
mas lê e interpreta dados já lidos e interpretados
por outros sujeitos sociais (a crítica, a lista de livros
recomendados pela revista, a transposição do livro
para o cinema, o sucesso do filme, o apelo da mídia
sobre determinada obra). (MOREIRA, 2012, p.
17).
Este modelo de sistema literário encontrou suas bases na teoria
proposta por Hans Robert Jauss, em 1967, quando enunciou em sua aula
proferida na Universidade de Constança, sob o título A história da
literatura como provocação da ciência literária. Na ocasião, a estética da
recepção surge como uma proposta que estabelece a hegemonia do leitor
como agente privilegiado no ato interpretativo do texto literário (autor117
Segundo Moreira (2012), o sociólogo Niklas Luhnmam propõe três conceitos
fundamentais, a saber: o conceito de sistema; o conceito de entorno (ou contexto
ou moldura); e o conceito observador; e Siegfried Schmidt estabelece à produção,
à mediação, à recepção e à avaliação como parte do sistema literário.
205
obra-público). Ao romper com os dogmas marxistas e formalistas que
negam a recepção e, especialmente, o seu efeito sobre o leitor,
pressupondo uma atitude passiva deste, Jauss questiona os conceitos
evolutivos e lineares e os desloca rumo a uma compreensão que ultrapassa
o eixo, antes voltado à imanência do texto, para o de um sistema literário.
De modo análogo, Olinto (2006, p. 135) afirma que os:
Estudos de literatura concebidos na ótica de teorias
sistêmicas e teorias de ação não tematizam o texto
literário como entidade autônoma, mas investigam
diversas dimensões e transformações do sistema
literatura, tais como produção, mediação, recepção
e análise teórica de textos literários.
Ressalto, que além de Jauss, a estética da recepção é pensada por
um grupo de intelectuais118 que, agrupados na Universidade de
Constança, acreditavam “[...] ser possível embasar a historicidade
específica da arte na pesquisa da dimensão da recepção e de seus efeitos”.
(MIRANDA, 2007, p. 21).
Trazer ao centro a questão do leitor e, consequentemente, a história
das leituras é assumir, conforme José Luís Jobim (1992)119 preconiza, que
o leitor está imbricado na concepção da imagem da obra e,
[...] como um livro é uma estrutura que se reitera e
se reinscreve em sucessivos contextos de recepção,
pode inclusive vir a produzir efeitos indesejados e
insuspeitados pelo autor – até mesmo contrários a
suas intenções. (JOBIM, 1992, p. 135).
Isso me faz pensar na transformação do texto, por meio do ato de
ler, pois “[...] é na dialética estabelecida entre estas instâncias de produção
e recepção de textos que se tece o discurso da história literária [...]”
(COUTINHO, 2003, p. 18) e, nesse sentido, a leitura está subordinada a
fatores condicionados “[...] pelo estatuto de classe, pelo “gosto”, pelo
lugar ocupado pelo leitor no tecido social e num dado momento
histórico”. (REIS, 1992, p. 68, grifo do autor).
118
Nomes como, por exemplo, Wolfgang Iser, Hans Ulrich Gumbrecht,
Karlheinz Stierle, Harald Weinrich, Manfred Fuhrman e Hans Neuschäfer.
119
Jobim (1992) discute, em seu ensaio, quatro questões ligadas à História da
Literatura: a recepção; a descrição; a origem; e a tradição. Nesta tese darei
enfoque à recepção e a tradição.
206
E este espaço preenchido pelo leitor é também um espaço relativo
e conexo ao do autor, visto que, direta ou indiretamente, o texto apresenta
o contexto social e histórico de seu escritor. Assim, a escrita é revestida
pelo poder de quem a escreve. Nessa orientação, a tradição ou cânone não
se dissocia de questões de poder e autoridade e, por isso, Reis (1992, p.
72) afirma que: “Ao olharmos para as obras canônicas da literatura
ocidental percebemos de imediato a exclusão de diversos grupos sociais,
étnicos e sexuais do cânon literário”. Saliento que, o exercício de poder
atribuído ao intelectual e/ou crítico literário, geralmente instituídos e
vinculados às instituições e às universidades, são importantes na
disseminação e delimitação de critérios do cânone120.
Nesse sentido, estudar a biblioteca de Cora Coralina mostrou-me
que a sua coleção de livros se reveste de elementos da tradição cultural,
pois as escolhas dos livros que constituem uma biblioteca particular nunca
são neutras, ou seja, não estão isentas dos aspectos que as fundamentam,
conforme algumas regras canônicas estabelecidas. A razão pela qual a
poetisa fez a opção por sua coleção de livros insere-se no horizonte de
leitura da época e, talvez, pode não fazer sentido ao leitor da atualidade,
pois “[...] para falar de leituras e leitores é sempre importante tematizar o
contexto em que ambos existem, a história está presente no próprio
processamento e atribuição de sentidos, correlacionados ao texto”.
(JOBIM, 2011, p. 142). Por isso, ao analisar o catálogo criado, a partir
dos livros e periódicos da poetisa, algumas questões se colocam como,
por exemplo, a presença de obras consideradas canônicas pela crítica
literária e, também, a invisibilidade de alguns autores.
A invisibilidade destacada por Fernando Monteiro (2016), como
sendo uma zona de sombra na literatura brasileira, não faz distinção entre
prosa ou poesia, nem tampouco os escritores, nas palavras do autor,
“mainstream ou laterais”. Monteiro (2016, p. 11, grifo do autor),
sobretudo, destaca que “Não são poucos os que se encontram sob essa
pesada nuvem – imerecida, tantas vezes – de ostracismo, esquecimento,
“exílio” na própria literatura pátria [...]”. Caberia a um outro estudo,
120
Abro um breve parêntese para destacar a reflexão que Eneida Maria de Souza
faz acerca da crítica literária e seus vínculos com a crítica cultural e à literatura
comparada. Trata-se de uma interessante análise sobre a questão do valor estético
(a alta e baixa literatura) no presente. Em seu ensaio Nostalgias do cânone ela
afirma: “Se os movimentos literários perderam, na atualidade, a sua eficácia e os
ismos caíram em desuso, isso se deve à transformação sofrida pelos discursos
artísticos das últimas décadas, em que se viram abaladas as genealogias e
deslocados os centros de referência cultural”. (SOUZA, 2002, p. 86)
207
posterior a este, que tomasse como ponto de partida o catálogo da
biblioteca, e se dedicasse a analisar e a reconstituir o horizonte de
expectativa de leitura sob o qual foi constituída a biblioteca de Cora
Coralina e destrinchar com acuidade os nomes, que apesar de certa
proximidade temporal com os dias atuais, se enquadram (ou não) no
sistema de referências imposto pelo cânone e, portanto, se encontram:
[...] misteriosamente fora dos epicentros rotatórios
por efeito da atenção em alguns “mantras”, [...]
hipnotizantes em torno de Bandeira – Drummond
– Cabral na poesia, e, na prosa, Lispector –
Lispector - Lispector, modernamente falando.
(MONTEIRO, 2016, p. 11)
Chamo a atenção para o fato de que, em alguns momentos, pode
parecer insondável e intricada a reunião do material colecionado por Cora
Coralina, mas cabe sempre lembrar o que José Luis Jobim (2011, p. 139)
acredita:
Mesmo sozinho em sua biblioteca, o leitor real não
poderia desligar-se da tradição cultural em que se
situa sua visão de mundo, a partir da qual a leitura
se efetuaria. Ele não poderia renunciar a um
repertório de normas e valores históricos
determinados, porque este repertório é parte
integrante de seu mundo: constitui o próprio
horizonte no qual se forma sua consciência.
E, para concluir essa análise sobre a história da literatura e a
imbricação com os limites das leituras e produção textual, complemento
com a fala do próprio Jobim (2011) sobre suas impressões, ao organizar
o livro com os textos sobre a biblioteca de Machado de Assis, disse ele:
[...] pressupus que o levantamento das obras que
ele leu e a comparação de seu universo de leitura
com os padrões europeus e brasileiros da época não
era algo que nos informasse apenas sobre as
idiossincrasias de Machado. Considerei que a
seleção de autores e obras apresentava aspectos
privados e públicos, ao mesmo tempo, pois
também se inscrevia em uma tradição cultural na
qual se enraizavam os critérios que fundamentaram
a escolha feita. (JOBIM, 2011, p. 140).
208
Dito isto, passo a explicar as práticas relacionadas ao trabalho de
inventariar acervos literários, resultantes de um processo investigativo, no
qual abrem-se fendas que permitem observar as intimidades do autor
estudado. Os aspectos confessionais encontrados no acervo retiram o véu
dos pormenores da vida íntima, desvelando, com isso, aquilo que há do
autor dentro do arquivo. A partir da investigação no acervo é possível, por
meio dos rastros e resíduos, lançar outras luzes sobre o autor e a sua obra.
Assim, no catálogo apresentado a seguir, elaborado a partir das
obras dispostas na biblioteca particular de Cora Coralina, utilizei como
método, devido minha formação acadêmica e experiência profissional, os
critérios estabelecidos pela biblioteconomia, para a atribuição de assunto,
ou seja, a tabela de classificação documentária desenvolvida no final do
século XIX pelos belgas Paul Otlet e Henri de La Fontaine e que é
amplamente utilizada por bibliotecas nacionais e internacionais –
Classificação Decimal Universal (CDU). A CDU abrange todas as áreas
do conhecimento, a saber:
Classe 0 – Generalidades.
Classe 1 – Filosofia. Psicologia.
Classe 2 – Religião. Teologia.
Classe 3 – Ciências Sociais.
Classe 4 – Classe vaga.
Classe 5 – Matemática. Ciências naturais.
Classe 6 – Ciências aplicadas. Medicina. Tecnologia.
Classe 7 – Arte. Recreação. Entretenimento. Desporto.
Classe 8 – Língua. Linguística. Literatura.
Classe 9 – Geografia. Biografia. História.
As duas figuras a seguir referem-se, respectivamente, a tabela
principal da CDU, com as tabelas auxiliares e a interface do sistema PHL
utilizado no registro das informações, tombamento dos exemplares e na
realização de consultas no acervo.
209
Figura 49 - Tabela CDU
Fonte: http://www.udcsummary.info/php/index.php?lang=pt&pr=Y.
Figura 50 - Interface do PHL
Fonte: Acervo pessoal da pesquisadora.
Para a apresentação do catálogo, optei por dividir os resultados da
catalogação em duas partes, no formato de quadros. O primeiro quadro
210
compreende os livros e os materiais de referência121 e, o segundo, os
títulos e exemplares de periódicos.
O catálogo obedece ao seguinte critério de exposição: a primeira
coluna122 transcreve o número de localização e organização do acervo, ou
seja, o número de chamada que indica a posição do livro na estante. O
número de chamada é resultante da combinação da Classificação Decimal
Universal e o Cutter123 (notação de autor).
A segunda coluna traz o nome do autor124 (com entrada por ordem
alfabética e pelo sobrenome do autor). Na sequência, estão as colunas que
representam, respectivamente, o título da obra e as informações da
imprenta (local e data de publicação, nome da editora, volume, edição).
A quinta coluna denominada “particularidade” é designada a
registrar, quando foi possível detectar, os comentários, anotações, marcas
de leituras e observações outras que fornecem subsídios para entrever as
manifestações biografemáticas. As informações desta coluna foram
retiradas dos livros e periódicos como um todo e não somente das folhas
de rosto.
A coluna intitulada “Exemplar e tombo” enumera a quantidade de
exemplares de cada título e seu respectivo número de tombamento. Esta
coluna demonstra que em alguns casos existem mais de um exemplar sob
o mesmo título. E a última, nomeada “nota de conteúdo” registra
peculiaridades que auxiliam na identificação minuciosa dos materiais
bibliográficos, como o nome de tradutores, prêmios recebidos, concursos
alcançados, dentre outros.
Ressalto que, no catálogo transcrito a seguir, o conteúdo foi
reproduzido tal como encontrado nas folhas de rosto dos livros e
periódicos, respeitando, assim, a fonte consultada e ignorando possíveis
atualizações ortográficas. Passo, neste momento, a exposição do catálogo
construído a partir dos livros e revistas que pertenceram à poetisa Cora
Coralina.
121
Os materiais de referência compreendem os dicionários, enciclopédias e guias.
A descrição das colunas obedece ao sentido da esquerda para a direita.
123
O uso da tabela de Cutter é necessária para diferenciar os títulos que possuem
o mesmo número de classificação. Sua formação é composta pela primeira letra
do sobrenome do autor e os números da tabela que foi criada em 1880 pelo
bibliotecário Ami Cutter.
124
No caso da tabela com os títulos de periódicos, está coluna foi suprimida, pois
nesse tipo de material não existe autoria específica.
122
4.3.1 Catálogo da biblioteca de Cora Coralina (livros e materiais de referência)
Quadro 1 - Livros e materiais de referência
Localização
Autor
Título
(CDU e
Cutter)
82-31 / A56m ABOUT,
Edmond.
Les mariages de Paris.
82-9 / A159d ABRAHÃO, Disritmia
Alcyone.
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
[Paris]: [s.n.], [188-].
Capa solta.
1 / 000756
349 p. (Collection
Nelson).
Goiânia: Oriente,
1977. 188 p.
Possui dedicatória 1 / 000097
assinada pela
autora
211
212
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
82-9 / A159c ABRAHÃO, Chevrolet 69.
Alcyone.
Goiânia: [Cerne],
[196?]. [104].
82-3 / A168b ACADEMIA Beta: poesia, conto,
ORLEANEN crônica.
SE DE
LETRAS.
Florianópolis:
Imprensa
Universitária, 1984.
102 p.
82-1 / A171t ACCIOLI,
João.
São Paulo: IBREX,
1984. 130 p.
O tempo repetido.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória 1 / 000179
assinada pela
autora. Livro
incompleto. Todas
as folhas estão
soltas.
Possui dedicatória 1 / 000367 Diversos autores.
assinada por Aida
Salvador (autora).
Possui dedicatória 1 / 000565
assinada pelo autor
(1984).
82-1 / A261m AGAREZ,
Meus versos.
Rio de Janeiro:
Possui dedicatória 1 / 000027
Maria Antonia
Companhia Brasileira assinada na folha
Carneiro.
de Artes Gráficas,
de rosto.
1984. 182 p.
929 / A282v AGUIAR,
Vida de São Francisco de São Paulo: [s.n.],
Ausente.
1 / 000893
Porfirio de. Assis.
1925. 165 p.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
82-1 / A298a AIRES,
Aidenor.
82-1 / A298n AIRES,
Aidenor.
82-1 / A298d AIRES,
Aidenor.
82-1 / A298r AIRES,
Aidenor.
Título
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Amaragrei.
Brasília: Ipiranga,
Possui dedicatória 1 / 000138 3º concurso
1978. 162 p.
assinada pelo
nacional de
autor. Folha solta.
literatura do Estado
de Goiás - 1º lugargênero poesia.
Na estação das aves.
Goiânia: Oriente,
Ausente.
1 / 000602 1º Prêmio Bolsa de
1973. 81 p.
Publicações Hugo
de Carvalho
Ramos.
Os deuses são pássaros do Goiânia: Cerne, 1984. Possui dedicatória 1 / 000620 Prêmio Bolsa de
vento.
70 p.
assinada pelo autor
Publicações Hugo
(Goiás, 9/01/85).
de Carvalho
Ramos.
Rio interior.
82-1 / A321d ALARCÃO, Desejo e outros.
Nevinho.
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Goiânia: Líder, 1979. Possui dedicatória 1 / 000812
79 p.
assinada pelo
autor. Capa e
folhas soltas.
Brasília: [s.n.], 1983. Possui dedicatória 1 / 000455
108 p.
assinada pelo
autor.
213
214
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
82.09 / A325f ALBALAT, A formação do estilo pela Lisboa: Clássica,
Encontrou-se
1 / 000877 Tradução de
Antonio.
assimilação dos autores. 1950. 346 p.
recorte de jornal da
Cândido de
6. ed.
coluna Ponto de
Figueiredo.
Vista com nota
sobre a questão do
menor abandonado
(Goiânia
22/05/75). Capa e
folhas soltas.
8 / A325a
ALBALAT, A arte de escrever:
Lisboa: A. M.
Possui anotações a 1 / 000794 Tradução
António.
ensinada em vinte lições. Teixeira, 1948. 325 p. caneta e marcas de
portuguesa da 16ª
8. ed.
dobraduras nas
edição francesa por
folhas. Livro
Cândido de
encadernado.
Figueiredo.
82-6 / A354c ALCOFORA Cartas de amor ao
Porto: Lelo & Irmao , Possui marcações a 1 / 000943
DO, Mariana; cavaleiro de Chamilly;
[19--]. 247 p.
lápis em alguns
MELO,
Carta de guia de casados. (Colecção Lusitania). parágrafos.
Francisco
3. ed.
Manuel de.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
82-9 / A368v ALENCAR, A visita do papa João
Antônio Sena. Paulo II ao Brasil.
82-1 / A368a ALENCAR, O drama de um
Antônio Sena. casamento.
82-1 / A368e ALENCAR, A espera misteriosa.
Antônio Sena.
9 / A368r
ALENCASTR A rebelião dos povos
E, Amilcar. coloniais.
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Goiânia:
Possui dedicatória 1 / 000007
Universidade Católica assinada na folha
de Goiás, [198?]. 36 de rosto.
p.
Goiânia:
Possui dedicatória 1 / 000057 Título da capa:
Universidade Católica assinada na folha
Ataliba e Rosalina
de Goiás, [198?]. 7 p. de rosto.
no drama de um
casamento.
Goiânia: Líder,
Possui dedicatória 1 / 000142
[198?]. 32 p.
assinada pelo
autor.
Rio de Janeiro:
Carimbo na folha 1 / 000008
Livraria Prado, 1962. de rosto;
168 p.
Dedicatória em
outro idioma.
215
216
Localização
(CDU e
Cutter)
9 / A447d
Autor
ALMEIDA,
Ceciliano
Abel de.
Título
O desbravamento das
selvas do Rio Doce:
memórias. 2. ed.
82-1 / A447c ALMEIDA,
José.
Cidade do Salvador:
poema.
82.09 / A447e ALMEIDA,
Nelly Alves
de.
Estudos sôbre quatro
regionalistas: Bernardo
Élis, Carmo Bernardes,
Hugo C. Ramos, Mário
Palmério.
Presença literária de Eli
Brasiliense.
82.09 / A44p ALMEIDA,
Nelly Alves
de.
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Rio de Janeiro: José
Olympio, 1978. 219
p. (coleção
Documentos
Brasileiros, 103).
Salvador: Fundação
Gonçalo Moniz,
[196?]. [10] p.
Goiânia: UFG, 1968.
501 p.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória 1 / 000333 Prefácio Luís da
assinada por
Câmara Cascudo.
Maria Luisa
Almeida Lang.
Possui dedicatória 1 / 000075
assinada pelo
autor.
Possui dedicatória 1 / 000104
assinada pela
autora.
Goiânia: UCG, 1985. Apresenta marcas 1 / 000747 Estudo crítico175 p. (Presenças
da enchente.
históricoLiterárias, 2).
biográfico. Seleção
de textos. Notas
explicativas.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
82-9 / A316c ALCalila e Dimna.
MUKAFA,
Ibn.
82-1 / A473p ALVARENG Plenilúdio.
A, Valdir.
82-1 / A474e ALVES,
Castro.
Espumas flutuantes.
82-1 / A474h ALVES,
Castro.
Hinos do Equador.
929 / A474m ALVES,
Joaquim
Victorino
Portella
Ferreira.
Mallet: o patrono da
artilharia.
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Rio de Janeiro: Apex, Possui dedicatória 1 / 000234 Tradução e
1975. 202 p.
escrita em árabe.
apresentação de
Mansour Challita.
Santos, SP: A Tribuna Ausente.
1 / 000664
de Santos, 1982. 57 p.
(Picaré/Poesia).
Rio de Janeiro:
Possui assinatura 1 / 000878
H.Antunes, 1957. 224 de João Andrade
p.
(outubro 1958).
Capa solta.
Salvador: Progresso, Assinatura de
1 / 000908
1956. 250 p.
João Andrade
(setembro 59).
Rio de Janeiro:
Ausente.
1 / 000617
Biblioteca do
Exército, 1979. 296 p.
(Coleção General
Benício, 172).
217
218
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
82-1 / A475p ALVIM,
Poemas.
Ângela;
FAUSTINO,
Mário.
82-1 / A475p ALVIM,
Francisco.
Passatempo: e outros
poemas.
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Lima: Centro de
Possui dedicatória 1 / 000720
Estudios Brasilenõs, assinada por
1980. 77 p.
Maria Laura.
São Paulo:
Ausente.
1 / 000687
Brasiliense, 1981.
[138].
82-1 / A475r ALVIM,
Romanceiro de Dona Beja. Rio de Janeiro:
Possui dedicatória 1 / 000424
Maria Lúcia.
Fontana, 1979. 189 p. assinada por
Maria Laura e
outro nome
ilegível. Folhas
soltas.
Nota de conteúdo
Prólogo de
Ricardo González
Vigil. Traduções
de Manuel Moreno
Jimeno e Ricardo
Gonález Vigil.
Texto bilíngue
(espanhol/portuguê
s).
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
82-31 / A481v AMADO,
Jorge.
82-31 / A481t AMADO,
Jorge.
82-31 / A481t AMADO,
Jorge.
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Os velhos marinheiros: ou Rio de Janeiro:
Possui seleção de 1 / 000327
a completa verdade sobre Record, 1977. 241 p. parágrafos com
as discutidas aventuras do
rabiscos
comandante Vasco
marginais a
Moscoso de Aragão,
caneta.
capitão de longo curso. 36.
ed.
Terras do sem fim. 6. ed. São Paulo: Martins, Livro
1 / 000363
1942. 297 p. (Obras encadernado
de Jorge Amado, 8). artesanalmente.
Tereza Batista cansada de São Paulo: Martins, Possui dedicatória 1 / 000522
guerra.
1972. 462 p. (Obras assinada por seus
ilustradas de Jorge
netos. Contém
Amado, 19).
marcações a
caneta em
algumas páginas.
219
220
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
82-31 / A481s AMADO,
Seara vermelha. 2. ed.
São Paulo: Martins, Possui dedicatória 1 / 000790
Jorge.
1951. 327 p. (Obras assinada
de Jorge Amado, 7). possivelmente por
Jorge Amado
(Andradina,
agosto 1954).
Sem capa.
82-31 / A481p AMADO,
Os pastores da noite.
São Paulo: Martins, Sem capa e folhas 1 / 000829
Jorge.
[196-?]. 320 p. (Obras rasgadas.
de Jorge Amado, 16).
82-31 / A481s AMADO,
São Jorge dos Ilhéus. 4. ed. São Paulo: Martins, Sem capa.
1 / 000834
Jorge.
1944. 363 p. (Obras
de Jorge Amado, 9).
82-9 / A485f AMARAL, Fresta.
Franca, SP: Luiz
Possui dedicatória 1 / 000615
Jane Mahalem
Cruz, 198-. 113 p.
endereçada à
do.
Maria Luisa e
Cora Coralina e
assinada pela
autora.
82-9 / A517d AMIM, Jair Dualidade inaudita.
Goiânia: [s.n.], 1980. Possui dedicatória 1 / 000719
Elias.
24 p.
assinada pelo
autor.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
82-1 / A178p ANCHIETA, O poema da virgem. 3. ed. São Paulo: Edições Possui dedicatória 1 / 000557 Tradução
José de.
Paulinas, 1958. 307 p. com assinatura
portuguesa em
ilegível (27-1ritmos de Armando
1962).
Cardoso S. J.
Tradução de: De
Beata Virgine dei
Matre Maria.
82-9 / A553c ANDRADE, O canto dos pássaros.
[S.l]: [s.n.], 1980. 88 Possui dedicatória 1 / 000063
Themis
p.
assinada pelo
Carvalho de.
autor na folha de
rosto
2 / A553c
ANDRADE, Carmelita.
Santos,SP: [s.n.],
Possui dedicatória 1 / 000172
Themis
[198?]. 48 p.
assinada pela
Carvalho de.
autora.
291 / A582
ÂNGELIS, Lampadário espírita. 2. ed. Rio de Janeiro:
Possui dedicatória 1 / 000554 Psicografado por
Joanna de.
Federação Espírita
assinada por
Divaldo P. Franco.
Brasileira, 1971. 245 Silvia e Geraldo.
p.
82-1 / A636e ANTUNES, Exercícios de amor e de
Brasília: [s.n.], 1980. Possui dedicatória 1 / 000520
Xenia.
ódio.
129 p.
assinada pela
autora.
221
222
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
82-1 / A646a APPES,
O arco-iris: a
[S.l]: [s.n.], 1978. [6].
Possui dedicatória 1 / 000059
Idalina Cotrin; poetisa e o pintor.
assinada por Idalina
MONACO,
na quarta capa.
Edson.
82-31 / A662p ARANTES, O pranto dos
Goiânia: Cultura Goiana, O exemplar n.90
1 / 000090
Sebastião.
inhambus.
1975. 109 p.
possui dedicatória
do autor na folha de
rosto.
82-31 / A662p ARANTES, O pranto dos
Goiânia: Cultura Goiana, Ausente.
2 / 000722
Sebastião.
inhambus.
1975. 109 p.
82-31 / A662p ARANTES, O pranto dos
Goiânia: Cultura Goiana, Ausente.
3 / 000723
Sebastião.
inhambus.
1975. 109 p.
82-31 / A662p ARANTES, O pranto dos
Goiânia: Cultura Goiana, Ausente.
4 / 000724
Sebastião.
inhambus.
1975. 109 p.
82-31 / A662p ARANTES, O pranto dos
Goiânia: Cultura Goiana, Ausente.
5 / 000725
Sebastião.
inhambus.
1975. 109 p.
82-31 / A662p ARANTES, O pranto dos
Goiânia: Cultura Goiana, Ausente.
6 / 000678
Sebastião.
inhambus.
1975. 109 p.
82-31 / A662p ARANTES, O pranto dos
Goiânia: Cultura Goiana, Ausente.
7 / 000679
Sebastião.
inhambus.
1975. 109 p.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
82-9 / A663a ARAÚJO,
Assim morreu
Santos, SP: Traço, 1982. Possui dedicatória 1 / 000058
Antônio
Lampião. 3. ed. 140 p.
assinada por
Amaury
Germano Barros na
Corrêa de.
primeira folha.
82-91 / A678m ARÊDA,
A malassombrada [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 16 p. Folhas soltas.
1 / 000856
Francisco
peleja de
Sales.
Francisco Sales
com "o Negro
Visão".
82-1 / A770i ARRUDA,
Invenções do
[S.l]: [s.n.], [19--]. 112 p. Possui dedicatória 1 / 000534
Eunice.
desespero.
assinada pela
autora.
9 / A786d
ARTIAGA, Dos índios do
Uberaba: Triângulo,
Capa solta.
1 / 000034
Zoroastro.
Brasil Central.
[190?]. 186 p
82-31 / A848q ASSIS,
Quincas Borba. São Paulo: Clube do Livro, Ausente.
1 / 000290
Machado.
1944. 264 p.
39 / A859
ASTURIAS, Leyendas de
Buenos Aires: Losada,
Ausente.
1 / 000638
Miguel Ángel. Guatemala. 6. ed. 1975. 169 p.
223
224
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
[S.l.]: [s.n.], [19--]. 32 p. Ausente.
1 / 000838
82-91 / A865g ATHAYDE, As grandes
João Martins aventuras de
de.
Armando e Rosa
conhecidos por
"Coco verde" e
"Melancia".
82-91 / A865p ATHAYDE, A princesa
[S.l.]: [s.n.], [197-?]. 31 p.
João Martins Rosamunda ou a
de.
morte do gigante.
82-91 / A865p ATHAYDE, Peleja de Manoel [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 16 p.
João Martins Riachão com o
de.
diabo.
82-91 / A865p ATHAYDE, Peleja de Serrador [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 16 p.
João Martins e Carneiro.
de.
82-91 / A865p ATHAYDE, O príncipe e a
[S.l.]: [s.n.], [197-?]. 47 p.
João Martins fada.
de.
82-91 / A865p ATHAYDE, O prêmio do
Juazeiro, CE: [s.n.], 1957.
João Martins sacrifício ou os 32 p.
de.
sofrimentos de
Lindoia.
Ausente.
1 / 000840
Ausente.
1 / 000841
Ausente.
1 / 000842
Ausente.
1 / 000843
Ausente.
1 / 000844
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
82-91 / A865 ATHAYDE,
João Martins
de.
82-91 / A865h ATHAYDE,
João Martins
de.
82-91 / A865e ATHAYDE,
João Martins
de.
82-91 / A865f ATHAYDE,
João Martins
de.
82-91 / A865f ATHAYDE,
João Martins
de.
82-91 / A865c ATHAYDE,
João Martins
de.
82-91 / A865e ATHAYDE,
João Martins
de.
Título
A órfã
abandonada.
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
[S.l.]: [s.n.], [197-?]. 32 p. Ausente.
1 / 000845
História de
Raquel e a fera
encantada.
A escrava
Guiomar.
[S.l.]: [s.n.], [197-?]. 15 p. Ausente.
1 / 000846
[S.l.]: [s.n.], [197-?]. 48 p. Ausente.
A filha do
bandoleiro.
Juazeiro, Ce: [s.n.], [195- Ausente.
?]. 32 p.
1 / 000847 Título da capa:
História da escrava
Guiomar.
1 / 000848
A filha do
bandoleiro:
segundo volume.
O casamento do
calango com a
lagartixa.
O enjeitado de
Orion.
Juazeiro, Ce: [s.n.], 1953. Ausente.
32 p.
1 / 000849
Juazeiro, CE: [s.n.], [197- Ausente.
?]. 16 p.
1 / 000850
[S.l.]: [s.n.], [197-?]. 40 p. Ausente.
1 / 000851
225
226
Localização
(CDU e
Cutter)
82-91 / A865h
82-9 / A946c
82-9 / A946c
82-1 / A985p
82-31 / A994g
9 / A994b
Autor
Título
Imprenta (local,
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo
edição
de leituras,
observações)
ATHAYDE, História do pavão Juazeiro, CE: [s.n.],
Ausente.
1 / 000861
João Martins misterioso.
[197-?]. 32 p.
de.
AVANÇO,
O capeta 9.316. Goiânia: Cultura Goiana, Possui dedicatória
1 / 000585
Douglas.
1973. 121 p.
assinada pelo autor
(Goiânia, 01.09073).
AVANÇO,
O capeta 9.316. Goiânia: Cultura Goiana, Contém assinatura de 2 / 000586
Douglas.
1973. 121 p.
Luiza de Camargo
Ferreira (1978).
AYRES,
Poemas da vida e Goiânia: Cultura Goiana, Possui dedicatória
1 / 000092
Francisco.
do sonho.
1981. 109 p.
assinada pelo autor.
AZEVEDO, Girândola de
São Paulo: Livraria
Capa e folhas soltas. 1 / 000445 Publicado com o
Aluizio.
amores. 6. ed.
Martins, 1954. 318 p.
título Mistério da
(Obras Completas de
Tijuca literatura dos
Aluizio Azevedo, 4).
vinte anos.
AZEVEDO, O Brasil e o
São Paulo: Companhia Livro encadernado
1 / 000331 Volume III.
Aroldo de.
mundo: as regiões Editora Nacional, 1964. com anotações a lápis
brasileiras. 25. ed. 253 p.
e assinatura de Eunice
Garcia Brêtas (2ª série
- ginásio Concórdia).
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local,
Particularidade
editora, data, volume, (anotações, marcas
edição
de leituras,
observações)
Rio de Janeiro: Imprensa Os dois exemplares
Nacional, 1954. 64 p.
possuem dedicatória
assinada não
destinadas a Cora
Coralina.
Rio de Janeiro: Imprensa Os dois exemplares
Nacional, 1954. 64 p.
possuem dedicatória
assinada não
destinadas a Cora
Coralina.
Fortaleza: UFC, 1982. Ausente.
359 p.
82-9 / A994d AZEVEDO,
Pedro
Cordolino
Ferreira de.
D. Francisco o
Bispo cego.
82-9 / A994d AZEVEDO,
Pedro
Cordolino
Ferreira de.
D. Francisco o
Bispo cego.
82.09 / A994a AZEVEDO,
Sânzio.
Aspectos da
literatura
cearense.
Batalhas ganhas e Rio de Janeiro:
perdidas.
Biblioteca do Exército,
1978. 454 p. (coleção
General Benício, 159).
9 / B181b
BALDWIN,
Hanson W.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000110
2 / 000111
1 / 000521 Prefácio de Cláudio
Martins.
Encontrou-se um
1 / 000417
recorte de jornal com,
de um lado, a foto do
livro de Massaud
Moisés - Romantismo
realismo e, de outro,
crítica do livro
Incidente em Antares
de Érico Verissimo.
227
228
Localização
Autor
(CDU e
Cutter)
82.09 / B238c BARBOSA,
Alaor.
82.09 / B238p BARBOSA,
Alaor.
82-9 / B238
Título
Imprenta (local,
Particularidade
editora, data, volume, (anotações, marcas de
edição
leituras, observações)
Confissões de
Goiânia: Oriente,
Possui dedicatória
Goiás.
1967. 179 p.
assinada pelo autor na
folha de rosto.
Pequena história Goiânia: O Popular, Possui dedicatória
da literatura
1983. 130 p.
endereçada à Maria
goiana (1799Luíza e Cora Coralina e
1983): para a
assinada pelo autor. A
infância e a
obra possui um capítulo
juventude.
dedicado à poetisa.
Obras-primas do São Paulo: Martins, Ausente.
conto brasileiro. 1957. 356 p.
7. ed.
BARBOSA,
Almiro
Rolmes;
CAVALHEIR
O, Edgard
(Orgs.).
82-1 / B238c BARBOSA, Corcel do tempo: Goiânia: Cerne, 1982. Possui dedicatória
José Afonso. poesia.
125 p.
assinada pelo autor na
primeira folha.
82-1 / B271n BARRENEC Nome da
Brasília: [s.n.], 1980. Possui dedicatória
HEA, Cristina semente.
[40].
assinada pela autora.
Azra.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000077
1 / 000683
1 / 000950
1 / 000067
1 / 000475
Localização
Autor
(CDU e
Cutter)
82-1 / B273 BARRETO,
Abílio.
82-1 / B275p BARRIGA,
Heliana.
82-1 / B275n BARRIGA,
Heliana.
82-1 / B275m BARRIGA,
Heliana.
8 / B277c
BARROS,
Enéias
Martins de.
Título
Imprenta (local,
Particularidade
Exemplar Nota de conteúdo
editora, data,
(anotações, marcas de e tombo
volume, edição
leituras, observações)
LYS.
Belo Horizonte:
Falta algumas páginas.
1 / 000865 Título atribuído pelo
[s.n.], 1912. 105 p. Sem capa.
catalogador de
acordo com a leitura
do texto "A quem
me houver lido" do
próprio livro.
Poesia primeira. Belém: [s.n.], 1982. Possui dedicatória em
1 / 000096
45 p.
forma de poema.
Naturomem.
[S.l.]: Associação
Possui dedicatória
1 / 000476
dos Empregados da assinada pela autora.
EMBRAPA/CPATU
, 1983. 26 p.
Mãe amor.
Belém: [s.n.], 1983. Possui dedicatória
1 / 000810
21 p.
assinada pela autora.
Curso de
São Paulo: Do
Possui assinatura de
1 / 000825
português: quarta Brasil, 1954. 218 p. Goiany Cornélio Brom.
série.
Com expressivas marcas
de deterioração provocada
por insetos.
229
230
Localização
Autor
(CDU e
Cutter)
82-91 / B277v BARROS,
Leandro
Gomes de.
82-31 / B327s BASTOS, J.
B. Pereira.
82-1 / B327q BASTOS, J.
B. Pereira.
82-1 / B327q BASTOS, J.
B. Pereira.
82-3 / B327p BASTOS,
Olegário.
Título
Imprenta (local,
Particularidade
Exemplar Nota de conteúdo
editora, data,
(anotações, marcas de e tombo
volume, edição
leituras, observações)
A vida de Canção Juazeiro, Ce: [s.n.], Ausente.
1 / 000860
de Fogo e seu
1970. 32 p.
testamento.
Suplício de mãe. São Paulo: Soma,
Possui dedicatória
1 / 000581
1984. 101 p.
assinada pelo autor.
Quietude: volume São Paulo: Soma,
Possui dedicatória
1 / 000688
II.
1983. 142 p.
assinada pelo autor.
Quietude: versos Alfenas, MG: [s.n.], Possui dedicatória
1 / 000787
líricos e satíricos. 1981. 201 p.
assinada pelo autor.
Poesia & prosa. São Paulo: Zanzalas, Possui dedicatória
1 / 000493
1980. 95 p.
assinada pelo autor. Na
página 36 há um poema
dedicado à Cora Coralina.
82-31 / B333r BATISTA,
Um raio de luz na Goiânia: Oriente,
Possui algumas marcações 1 / 000135
Alice
noite escura.
1974. 269 p.
a lápis (sinais de +)
Godinho.
especialmente no primeiro
parágrafo.
82-1 / B326c BATISTA,
A caminho do
Anápolis: [s.n.],
Possui dedicatória
1 / 000020
Paulo Nunes. azul.
1979. 106 p.
assinada na folha de
rosto.; Carimbo "Ano
internacional da criança".
Localização
(CDU e
Cutter)
82-1 / B421i
82-1 / B447e
Autor
BEHR,
Nicolas.
BELLONI,
Consuelo.
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Brasília: [s.n.], 1977. [44]. Ausente.
1 / 000743
Iogurte com
farinha.
Eu me deixei
Rio de Janeiro:
sonhar!: poemas. Cia.Brasileiro de Artes
Gráficas, 1981. 94 p.
BENTO, Kátia. O jogo da velha: São Paulo: Do Escritor,
histórias de Jesus 1981. 96 p. (coleção do
para cachorros. Escritor, 41).
82-1 / B478c
BENTO, Kátia. Contrafala:
(1977-1979).
BERNARDES, Areia branca:
Carmo.
contos e casos.
BERNARDES, Areia branca:
Carmo.
contos e casos.
Recife: Edições Pirata,
1980. 57 p.
Goiânia: Cultura Goiana,
1976. 113 p.
Goiânia: Cultura Goiana,
1976. 113 p.
BERNARDES, Areia branca:
Carmo.
contos e casos.
Goiânia: Cultura Goiana,
1976. 113 p.
82-9 / B518a
82-9 / B518a
82-9 /
B518a
Ausente.
1 / 000039
Ausente.
2 / 000040
Ausente.
3 / 000041
231
82-9 / B478j
Possui dedicatória 1 / 000451
assinada pela
autora. Encontrouse um cartão postal
francês enviado a
Cora Coralina pelo
casal Zelia e Jorge
Amado.
Possui dedicatória 1 / 000256 Menção especial no
assinada pela
prêmio Fernando
autora. Apresenta
Chinaglia-80.
marcas de correção
ortográfica a caneta.
Ausente.
1 / 000479
232
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
82-31 / B518j BERNARDES, Jurubatuba:
São Paulo: Cultura, 1979. Possui dedicatória 1 / 000511
Carmo.
romance. 2. ed. 244 p.
assinada pelo autor.
82-9 / B518r BERNARDES, Reçaga.
Goiânia: LEAL, 1972. 140 Possui algumas
1 / 000593
Carmo.
p.
folhas soltas e
marcações a caneta.
82-9 / B518r BERNARDES, Reçaga.
Goiânia: LEAL, 1972. 140 Ausente.
2 / 000594
Carmo.
p.
82-9 / B518r BERNARDES, Reçaga.
Goiânia: LEAL, 1972. 140 Ausente.
3 / 000595
Carmo.
p.
82-9 / B518f BERNARDES, Força da nova: Goiânia: [s.n.], 1981. 168 Possui dedicatória 1 / 000614
Carmo.
relembranças.
p.
assinada pelo autor.
Na primeira página
contém pequeno
relato manuscrito
por Cora Coralina
sobre viagem
realizada.
78 / B518c
BERNARDO Clara Lucidez. [S.l.]: [s.n.], 1984?. 32 p. Dados retirados da 1 / 000022
Neto.
capa. Cançãohomenagem à Cora
Coralina na página
3.
Localização
(CDU e
Cutter)
78 / B518c
82-1 / B542c
502 / B579e
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Clara Lucidez. [S.l.]: [s.n.], 1984?. 32 p. Ausente.
2 / 000571
BERNARDO
Neto.
BERTHOLDO, A colheita
Oscar.
comum.
BIASI, Renato
de.
A energia
nuclear no
Brasil.
82-94 / B624r BITTENCOURT Roteiros e
, Fernando.
tesouros.
82-7 / B651a
BLOCH, Pedro. Anedotas e
histórias de
gente.
Bento Gonçalves, RS:
Possui dedicatória 1 / 000031
Publicações 2001, 1971. 56 assinada na folha de
p. (Cadernos de poesia).
rosto.
Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
1 / 000120
do Exército, 1979. 183 p.
(Coleção General Benício,
169).
Rio de Janeiro: GRD,
Contém um recorte 1 / 000381
1962. 187 p.
de jornal com
matéria sobre
manifestação de
repulsa do AI-4 por
parte de líderes
políticos do MBD.
Algumas folhas
soltas.
Rio de Janeiro: Edições de Folhas soltas.
1 / 000443
Ouro, 1962. 196 p.
233
234
Localização
(CDU e
Cutter)
32 / B662m
82-1 / B695s
Autor
Título
BOAVENTURA O mito da
, Jorge.
caverna: sua
atualidade.
BOMFIM, Paulo. Sonetos do
caminho.
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
1 / 000054
do Exército, 1983. 199 p.
São Paulo: Roswitha
Kempf, 1983. 131 p.
Possui dedicatória 1 / 000338
assinada pelo autor.
A página 130
contém uma
correção ortográfica
a caneta.
82-1 / B695p BOMFIM, Paulo. Praia de
[S.l]: Massao Ohno, 1981. Possui dedicatória 1 / 000657
sonetos.
[58].
assinada pelo autor.
82-1 / B697t BONACHELLA, Três fases.
Piracicaba, SP:
Possui dedicatória 1 / 000563
Maria Cecília
Franciscana, 1978. 117 p. assinada pela
Machado.
autora.
82-9 / B711r BONDESPACH A rede era furta- Rio de Janeiro: CBAG,
Ausente.
1 /000013
O, Ana.
cor.
1980. 168 p.
82-91 / B732e BORGES,
Entre o namoro [S.l.]: [s.n.], 1955. 8 p.
Ausente.
1 / 000839
Francisco.
e a dança.
82-9 / B732m BORGES,
Moisés Santana Goiânia: Cerne, 1980. 330 Possui dedicatória 1 / 000402
Humberto
- vida e obra. p.
assinada pelo autor.
Crispim.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
82-9 / B732v BORGES,
Humberto
Crispim.
82-1 / B732b BORGES, João
dos Reis.
Título
O vale das
Imbaúbas.
Um beijo
pendurado nos
cabelos.
3 / B779d
BOUTHOUL, O desafio da
Gaston;
guerra: dois
CARRÈRE,
séculos de
René.
guerra 17401974.
82-31 / B797f BRACKEL,
A filha do
Ferdinande,
director do
freiin von, 1835- circo.
1905.
82-1 / B813e BRAGA,
O exílio do
Fernando.
viandante: em
dois discursos.
82-1 / B817 BRANDÃO,
Os objetos do
Carlos
dia.
Rodrigues.
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Goiânia: Bandeirante,
Possui dedicatória 1 / 000449
1979. 146 p.
assinada pelo autor.
Brasília: [s.n.], 1981. [55] Ausente.
p.
1 / 000134
Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
do Exército, [1979]. 176 p.
(Coleção General Benício,
175).
1 / 000127 Título original
francês: le défi de la
guerre (1740-1974)
[S.l]: [s.n.], [192-?]. 736 p. Sem folha de rosto. 1 / 000938
Assinatura de
Goiany Cornelio
Brom.
Brasília: Thesaurus, 1982. Possui dedicatória 1 / 000611
64 p.
assinada pelo autor.
Goiânia: Oriente, 1976.
153 p.
Possui dedicatória 1 / 000502
assinada pelo autor.
235
236
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
9 / B817p
BRANDÃO,
Peões, pretos e Goiânia: Oriente, 1977.
Possui dedicatória 1 / 000629
Carlos
congos: trabalho 245 p.
assinada pelo autor.
Rodrigues.
e identidade
étnica em
Goiás.
82-1 / B817t BRANDÃO,
Terra Pauxí:
Rio de Janeiro: [s.n.], 1955. Possui dedicatória 1 / 000218
Francisco
poema.
105 p.
assinada pelo autor.
Manoel.
Capa solta.
9 / B817b
BRANDÃO,
Brasília e o
Rio de Janeiro: [s.n.], 1958. Possui dedicatória 1 / 000916
Francisco
buritiseiro.
134 p.
assinada pelo autor
Manoel.
(Goiás (cidade)
24/10/58).
82-94 / B817v BRANDÃO,
O verde
São Paulo: Global, 1984. Possui dedicatória 1 / 000293
Ignácio de
violentou o
279 p.
assinada pelo autor.
Loyola.
muro: visões e
alucinações
alemãs. 6. ed.
9 / B817a
BRANDÃO. A. Almanach da Goiânia: Universidade
Ausente.
1 / 000011
J. Costa.
província de
Federal de Goiás, 1978.
Goyaz: (para o 157 p. (Documentos
ano de 1886). goianos).
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
2 / B821p
BRANHAM, W. Possuindo todas [S.l]: [s.n.], 1962. 40 p.
Possui dedicatória 1 / 000074
M.
as coisas.
assinada por
Wagner Candido
Marques na última
página. O livro
possui algumas
seleções de
parágrafos feitos
manualmente à
caneta.
82-31 / B821c BRANT, Vera. A ciclotímica. Rio de Janeiro: Rocco,
Possui marcas de 1 / 000197
1975. 86 p.
leitura a caneta em
algumas páginas, e
dedicatória assinada
pela autora em
7/1/82.
82-31 / B821c BRANT, Vera. A ciclotímica. Rio de Janeiro: Rocco,
Possui dedicatória 2 / 000198
1975. 86 p.
assinada pela autora
em 11/8/77.
9 / B823s
BRASIL,
Súmula de
Goiânia: Departamento
Ausente.
1 / 000447
Americano do. história de
Estadual de Cultura, 1961.
Goiás. 2. ed.
122 p.
237
238
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
39 / B823c
BRASIL,
Antônio
Americano.
34 / B823c
BRASIL.
36 / B823r
BRASIL.
Congresso.
Câmara dos
Deputados.
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Cancioneiro de Goiânia: Oriente, 1973.
Possui dedicatória 1 / 000165 Edição crítica de
trovas do Brasil 283 p.
na folha de rosto.
Basileu Toledo
Central. 2. ed.
França da
Academia Goiana
de Letras.
Constituição da Brasília: [s.n.], 1978. 128 Folhas soltas.
1 / 000942
República
p.
Federativa do
Brasil.
A realidade
Brasília: Coordenação de Possui dedicatória 1 / 000427 Relatório da
brasileira do
Publicações, 1976. 259 p. assinada por Teresa
comissão
menor.
(Brasília, 22/4/80).
Parlamentar de
Inquérito destinada
a investigar o
problema da criança
e do menor carente
no Brasil.
Localização
(CDU e
Cutter)
82-9 / B823
82-9 / B823
Autor
BRASIL.
Instituto
Nacional do
Livro.
BRASIL.
Instituto
Nacional do
Livro.
2 / B823g
BRASILIENSE,
Eli.
82-31 / B823r BRASILIENSE,
Eli.
Título
Bibliografia e
crítica de
Agrippino
Grieco.
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Rio de Janeiro: Instituto
Ausente.
1 / 000807 Coletânea
Nacional do Livro, 1968.
organizada em
397 p.
comemoração do
octagésimo
aniversário de
nascimento do
escritor, com
transcurso em 15 de
outubro de 1968.
Rio de Janeiro: Instituto
Ausente.
2 / 000808
Nacional do Livro, 1968.
397 p.
Bibliografia e
crítica de
Agrippino
Grieco.
Um grão de
Goiânia: Oriente, 1972.
Ausente.
1 / 000161
mostarda. 3. ed. 106 p.
Rio Turuna.
Goiânia: UFG, 1964. 167 Possui dedicatória 1 / 000404 Prêmio de romance
p.
assinada por Nilton
do I concurso
Joaquim de Oliveira
literário da
(Go - 22-10-65).
Universidade
Federal de Goiás.
239
240
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
82-31 / B823b BRASILIENSE,
Eli.
82-1 / B825b BRAUN, Jayme
Caetano.
030 / B825v BRAUN, Jayme
Caetano.
82-1 / B825d BRAUN, Jayme
Caetano.
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Bom Jesus do São Paulo: Martins, 1954. Sem capa.
1 / 000867 Carimbo de
Pontal.
175 p.
distribuição gratuita
do serviço de
expansão cultural
da Secretaria de
Estado da Educação
e Cultura (Goiânia,
5/7/1961).
Bota de garrão. Porto Alegre: Sulina, 1979. Possui dedicatória 1 / 000204
94 p.
assinada pelo autor.
Vocabulário
[S.l.]: [s.n.], 19--. 218 p. Possui dedicatória 1 / 000238 A biblioteca possui
pampeano:
assinada por Helio
o v.1
pátrias, fogões e
S. Ferreira.
legendas.
De fogão em
Porto Alegre: Sulina, [197- Possui dedicatória 1 / 000314
fogão. 2. ed.
]. 159 p. (coleção Pampa). assinada por Isabel
(15-11-71) e recorte
de jornal com a
nota intitulada
"Técnicos do BNH
veem execução do
Planhap".
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
82-1 / B825d BRAUN, Jayme De fogão em
Porto Alegre: [s.n.], 1958. Possui dupla
1 / 000619
Caetano.
fogão: versos 185 p. (3 Chirus).
dedicatória, a
gauchescos.
primeira do autor na
qual o mesmo
indica o portador do
livro e, a segunda
do portador.
Contém marcador
de página e
pequenas correções
ortográficas.
82-9 / B858s BRION, Marcel. Schumann e a Lisboa: Editorial Aster,
Sem capa.
1 / 000832 Tradução de João
alma romântica. 1961. 368 p. (Grande
Paulo Casais
biografias).
Monteiro.
82-9 / B859a BRISSAUD,
Almirante
Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
1 / 000214 Tradução do
André.
Canaris: o
do Exército, 1978. 495 p.
francês de Anita
príncipe da
(Coleção General Benício,
Souza Costa de
espionagem
165).
Toledo.
alemã.
82-8 / B862 BRITO, Mário Obras-primas da São Paulo: Martins, 1954. Possui assinatura de 1 / 000899 Vários autores.
da Silva (Org.). novela
495 p.
Goiany C. Brom.
universal.
241
242
Localização
(CDU e
Cutter)
35 / B862h
35 / B862h
82-9 / B868c
9 / B911c
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
BRITTO, Hélio Histórico de
São Paulo: Alarico, 1965. Possui dedicatória 1 / 000806 Prefeito: Hélio
Seixo de.
uma
357 p.
assinada pelo autor
Seixo de Britto
administração:
e não contém capa.
(1961-1965).
prestação de
contas ao povo.
BRITTO, Hélio Histórico de
São Paulo: Alarico, 1965. Contém correção da 2 / 000809
Seixo de.
uma
357 p.
data a caneta na
administração:
folha de rosto
prestação de
(1961-1966).
contas ao povo.
BROM, Jorge. Contos
Goiânia: Oriente, 1979.
Possui dedicatória 1 / 000072
regionais. 2. ed. 120 p
assinada pelo autor
na folha de rosto.
BRUNTON,
O caminho
São Paulo: Pensamento,
Ausente.
1 / 000387 Prefácio de Alice
Paul.
secreto: uma
1965. 139 p.
A. Bailey, Tradução
técnica de
de Zôfia de P.
autodescobrime
Gaffron.
nto espiritual
para o mundo
moderno.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
030 / B928d BUENO,
Dicionário
[Rio de Janeiro]:
Carimbo de
1 / 000992
Francisco da
escolar da
FENAME, 1975. 1488 p. Marlene Vellasco Silveira.
língua
Biblioteca
portuguesa. 9.
particular ed.
Leodegária de
Jesus. Encontrou-se
vários papéis entre
as páginas, alguns
com anotação, mas
sem indicação de
autoria.
82-1 / B928t BUENO, Maria Trilogia do sol: São Paulo: [s.n.], 1982. 148 Possui dedicatória 1 / 000562
Thereza Galvão. sonetos.
p.
assinada pela
autora.
82-31 / B963u BURNAT, Jean. A última
Belo Horizonte: Itatiaia, Possui dedicatória 1 / 000789 Tradução de Neil R.
czarina.
1960. 300 p. (Grandes
assinada por
da Silva.
Mulheres da História, 11). Teresina (Rio, 1263). Livro sem capa
e com marcas de
umidade.
243
244
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
2 / B992c
BUZAID,
Alfredo.
82-9 / B992j
BUZAID,
Alfredo.
82.09 / B992c BUZAID,
Alfredo.
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Camilo, o
Rio de Janeiro: [s.n.], 1977. Possui dedicatória 1 / 000102 Separata da Revista
católico.
194 p.
assinada pelo autor.
da Academia
Paulista de Letras
Ano XXXIV,
janeiro de 1977, n.
87.
José Bonifácio: [Rio de Janeiro]:
Possui dedicatória 1 / 000227
a visão do
Departamento de Imprensa assinada pelo autor.
estadista.
Nacional, 1972. 325 p.
(Biblioteca do
Sesquicentenário, 2).
Castro Alves, São Paulo: Revista dos
Possui dedicatória 1 / 000420 Separata da Revista
evangelista do Tribunais, 1964. 208 p.
assinada pelo autor.
da Faculdade de
direito.
Direito da
Universidade de
São Paulo, ano LIX
– 1964.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
82.09 / B992e BUZAID,
Alfredo.
82-9 / B992d BUZAID,
Alfredo.
82-5 / B992p BUZAID,
Alfredo;
MOTTA
FILHO,
Cândido.
82-8 / C117c
CABRAL,
Alexandre.
9 / C117p
CABRAL,
Nelson
Lustoza.
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Ensaios literários São Paulo: Saraiva, 1983. Possui dedicatória 1 / 000490
e históricos.
386 p.
assinada pelo autor.
Dom Pedro II.
[São Paulo]: [s.n.], 1977. Possui dedicatória 1 / 000497 Separata da Revista
142 p.
assinada pelo autor.
da Academia
Paulista de Letras
ano XXXIV - maio
de 1977 - n. 90.
Posse de Alfredo [S.l.]: Imprensa Nacional, Possui dedicatória 1 / 000461
Buzaid na
1973. 85 p.
assinada por Buzaid
Academia
(25-12-81).
Paulista de
Letras: cadeira n.
31.
Camilo Castelo Rio de Janeiro: Agir, 1966. Possui dedicatória 1 / 000432
Branco: escritos 125 p. (Nossos clássicos, assinada por
diversos.
86).
Antônio M.
(10.10.67).
Paisagens do
São Paulo: Linográfica,
Capa solta.
1 / 000732 I- Velhos caminhos
nordeste.
1962. 265 p.
da infância; II- Nas
estradas da
soalheira; IIINordeste pitoresco.
245
246
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
9 / C133c
CAIADO,
Leolidio.
32 / C133p
CAIADO,
Leonino
32 / C133p
CAIADO,
Leonino.
CAIADO,
Leonino.
32 / C133p
32 / C133p
CAIADO,
Leonino.
32 / C145t
CALDAS,
Álvaro.
82-9 / C164f
CALMON,
Pedro.
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Curichão da
Goiânia: [s.n.], 1969. 192 Possui dedicatória 1 / 000076 Escrito em 1963 e
saudade.
p.
assinada pelo autor
lançado em 1969.
na folha de rosto.
Pronunciamentos Goiânia: [s.n.], 1975. 140 Capa e folhas
1 / 000670 Governo do Estado
VII: mensagem à p.
soltas.
de Goiás.
Assembleia.
Pronunciamentos Goiânia: [s.n.], 1971. 87 p. Ausente.
1 / 000667 Governo do Estado
II.
de Goiás.
Pronunciamentos Goiânia: [s.n.], 1972. 66 p. Ausente.
1 / 000668 Governo do Estado
III: mensagem à
de Goiás.
Assembleia.
Pronunciamentos Goiânia: [s.n.], 1973. 157 Ausente.
1 / 000669 Governo do Estado
IV: mensagem à p.
de Goiás.
Assembleia.
Tirando o capuz. Rio de Janeiro: CODECRI, Possui dedicatória 1 / 000272
1981. 217 p. (Coleção
assinado por
Edições do Pasquim, 96). sobrinho "Ortiz" A
Camargo.
Franklin Dória: Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
1 / 000721
Barão de Loreto. do Exército, 1981. 233 p.
(Coleção General Benício,
194).
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
82-1 / C172m CÂMARA,
Hélder.
9 / C172n
CÂMARA,
Jaime.
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Mil razões para Rio de Janeiro: Civilização Ausente.
1 / 000548
viver: meditações brasileira, 1979. 101 p.
do Padre José. 2.
ed.
Nos tempos de
Goiânia: Cultura Goiana, Possui dedicatória 1 / 000717
Frei Germano.
1974. 284 p.
assinada pelo autor
(Ja. 13.5.76).
Encontrou-se
recorte de conta de
água (18/02/75).
Os martírios de [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 40 p. Ausente.
1 / 000858
Rosa de Milão.
82-91 / C172m CÂMARA,
Teodoro
Ferraz da.
32 / C172e
CAMARGO, Estudo de
Enjolras José problemas
de Castro.
brasileiros.
35 / C183d
CAMINHA,
João Carlos
Gonçalves.
Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
do Exército, 1979. 399 p.
(Coleção General Benício,
170).
Delineamentos da Rio de Janeiro: Biblioteca Folhas soltas.
estratégia.
do Exército, 1983. 154 p.
(coleção General
Benício,206).
1 / 000777
1 / 000267 Edição revista e
aumentada pelo
autor.
247
248
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
35 / C183d
CAMINHA, Delineamentos da Rio de Janeiro: Biblioteca Folhas soltas.
1 / 000268 Edição revista e
João Carlos estratégia.
do Exército, 1983. 201 p.
aumentada pelo
Gonçalves.
(coleção General
autor.
Benício,207).
291 / C198b CAMPOS,
Boa nova. 11. ed. Rio de Janeiro: Federação Possui dedicatória 1 / 000411
Humberto
Espírita Brasileira, 1977. assinada por Ynna e
(espírito).
208 p.
Nando (12/79).
Apresenta marcador
de página em papel.
82-9 / C198s CAMPOS,
Sepultando os
Rio de Janeiro: José
Possui dedicatória 1 / 000372
Humberto de. meus mortos:
Olympio, [1935]. 206 p. assinada por
crônicas.
Celeste (S. Paulo,
11 novembro. 35).
82.09 / C198c CAMPOS,
Crítica: primeira Rio de Janeiro: José
Capa e algumas
1 / 000523
Humberto.
série. 3. ed.
Olympio, 1935. 354 p.
folhas soltas.
82.09 / C198c CAMPOS,
Crítica: segunda Rio de Janeiro: José
Capa solta.
1 / 000524
Humberto.
série. 2. ed.
Olympio, 1935. 392 p.
82.09 / C198c CAMPOS,
Crítica: terceira Rio de Janeiro: José
Ausente.
1 / 000525
Humberto.
série.
Olympio, 1935. 366 p.
82.09 / C198c CAMPOS,
Crítica: quarta
Rio de Janeiro: José
Ausente.
1 / 000526 Organizado e revisto
Humberto.
série.
Olympio, 1936. 194 p.
por Henrique
Campos.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
82-9 / C198v CAMPOS,
Vida do grande Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
1 / 000035 Separata da
Pinto de.
cidadão brasileiro do Exército, 1978. 31 p.
"Introducão" a obra
Luís Alves de
do Monsenhor
Lima e Silva :
Joaquim Pinto de
transcrição da
Campos, editada em
introdução.
Portugal.
82-9 / C212s CANABRAV Sangue de
Rio de Janeiro: José
Possui dedicatória 1 / 000821 Prêmio Fábio Prado
A, Luiz.
Rosaura.
Olympio, 1954. 132 p.
assinada pelo autor
1953.
e endereçada a
Zélio Valverde
(Rio, 27-10-954).
Contém assinatura
de Goiany Cornelio
Brom.
82-1 / C235i CANUTO,
Imagens e
[Santos, SP]: [s.n.], [19--]. Ausente.
1 / 000741
Antonio.
miragens.
[40] p. (Coleção
Picaré/Poesia).
36 / C255m
CAPUZZO, Miséria, quem te Porto Alegre: Globo, 1964. Possui dedicatória 1 / 000799
Nely.
gerou?
195 p.
assinada pela autora
(Goiânia, 3/11/71).
Capa e folhas
soltas.
249
250
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
82-1 / C268p CARDOZO, Poesias
Rio de Janeiro: Civilização Possui anotações de 1 / 000682
Joaquim.
completas. 2. ed. brasileira, 1979. 209 p.
endereços na
(Poesia Hoje, 20).
primeira folha e
pequenas
marcações a lápis
em algumas
estrofes.
82-1 / C287p CARMELLO, A poesia
[S.l.]: [s.n.], [19--]. 69 p. Possui dedicatória 1 / 000769
Armando da cumprimenta os
assinada pelo autor.
Silva.
amigos.
82-31 / C280p CARNEIRO, Pecado nos
São Paulo: José Olympio, Marcas de dobras 1 / 000277
Cecílio J.
trópicos.
1948. 269 p.
nas orelhas de
algumas páginas.
329 / C331
CARVALHO, Os sete matizes Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
1 / 000421
Ferdinando de. do vermelho.
do Exército, 1977. 168 p.
(Coleção General
Benício,150).
821.134.3 /
CARVALHO, Chronicas de
Lisboa: Tavares Cardoso & Folhas soltas.
1 / 000292
C331v
Maria Amália Valentina: com Irmão, 1890. 351 p.
Vaz de.
uma carta de
Ramalho Ortigão.
Localização
(CDU e
Cutter)
378 / U58
72 / C331a
82-1 / C334c
2 / C334m
030 / C335d
Autor
Título
CARVALHO, A universidade e a
Mário de
problemática
Freitas... [et econômica.
al.].
CARVALHO, Arquitetura em
Nilson
taipa: um dos
Cardoso de. últimos exemplares
em Indaiatuba.
CASALDÁLI Cantigas menores.
GA, Pedro.
CASALDÁLI
GA, Pedro;
TIERRA,
Pedro;
COPLAS,
Martin.
CASANOVA
S, C. F. de
Freitas.
Missa da terra sem
males.
Imprenta (local,
editora, data, volume,
edição
Particularidade Exemplar
(anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Goiânia: UFG, 1980. 74 Ausente.
1 / 000739
p.
Indaiatuba, SP: [s.n.],
1984. 12 p.
Possui dedicatória
assinada pelo autor.
Nota de
conteúdo
1 / 000793
Goiânia: PROJORNAL, Possui dedicatória com 1 / 000569
1979. 84 p.
assinatura ilegível
(Goiânia 14/2/81).
Rio de Janeiro: Tempo e Ausente.
1 / 000636 Fotos de Cláudia
presença, 1980. 91 p.
Andujar.
Dicionário geral de [Rio de Janeiro]:
monossílabos.
Instituto Nacional do
Livro, 1968. 516 p.
(Coleção Dicionários
Especializados, 2).
Possui nota de 1
cruzeiro rasgada.
1 / 000241
251
252
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
82-1 / C345c
CÁSSIA,
Rita de .
37 / C345p
CASSIMIRO O processo educativo.
, Maria do
Rosário.
CASTRO, Cem poemas chineses.
Hugo de.
82-1 / C355c
65 / C355d
CASTRO,
Hugo de.
Cores.
O drama das estradas de
ferro no Brasil.
82-1 / C355v CASTRO, Viola de desafio.
Nei Leandro
de.
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Fortaleza:
Imprensa
Universitária,
1984. 64 p.
Goiânia: UFG,
1979. 108 p.
Particularidade Exemplar
(anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Possui dedicatória
1 / 000018
assinada na folha de
rosto.
Ausente.
Nota de
conteúdo
1 / 000491
São Paulo:
Possui dedicatória
1 / 000064 Tradução,
Vertente, 1978. 64 assinada pelo autor na
apresentação e
p.
folha de rosto.
notas feitas pelo
autor; Poemas
chineses
traduzidos do
francês
São Paulo: LR
Possui dedicatória
1 / 000294
Editores, 1981.
assinada pelo autor (4112 p.
4-81).
Natal: [s.n.], 1963. Possui assinatura
1 / 000864 Edição do 1º
19 p.
ilegível. Capa solta.
Congresso de
Cultura Popular.
Localização
Autor
Título
(CDU e
Cutter)
82.09 / C358 CATELAN, Literatura lusoÁlvaro.
brasileira: texto-teste
para o colegial, préuniversitário e
supletivo.
82-1 / C392r CELESTINO Rosas atômicas.
FILHO.
82-1 / C414a CERCHI,
Apologia Naturalista:
Carlos
antologia.
Alberto.
82-31 / C421s CESBRON, Os santos vão para o
Gilbert.
inferno.
94 / C424
Imprenta (local,
Particularidade
Exemplar
editora, data,
(anotações, marcas de e tombo
volume, edição
leituras, observações)
[S.l.]: Do Brasil,
Possui dedicatória assinada 1 / 000830
1974. 316 p.
pelo autor (Go. 23/10/74).
Possui mensagem
manuscrita.
Nota de
conteúdo
Goiânia: Oriente, Possui dedicatória assinada 1 / 000504
1977. 144 p.
pelo autor.
Uberaba: Rio
Possui dedicatória e
1 / 000053
Grande Artes, 1980. mensagem assinada na
98 p.
folha de rosto.
Porto: Tavares
Sem capa.
1 / 000904
Martins, 1954. 428
p.
CEVIDALLI, Letture per brasiliani. São Paulo: [s.n.], Na primeira folha Cora
1 / 000512 Texto em italiano.
Anita
1976. 140 p.
Coralina escreveu "Este
Salmoni.
livro me foi oferecido por
Maria Inês no dia 20 de set.
véspera de sua ida ao
Araguaia. Maria Inês é
jovem, cheia de encantos e
eu soube apreciar os seus
valores" Goiás, 20-9-81.
253
254
Localização
Autor
Título
(CDU e
Cutter)
9 / C437e
CHALLITA, Este é o Líbano.
Mansour.
Imprenta (local,
Particularidade
editora, data,
(anotações, marcas de
volume, edição
leituras, observações)
Rio de Janeiro:
Possui dedicatória.
Associação Cultural
Internacional
Gibran, 1976. 218
p.
82-8 / C437m CHALLITA, As mais belas páginas Rio de Janeiro:
Possui dedicatória assinada
Mansour.
da literatura árabe.
Associação Cultural por Kassem Bazzi.
Internacional
Gibran, [198-]. 378
p.
929 / C455
CHANDLER Lampião, o rei dos Rio de Janeiro: Paz Possui anotação de
, Billy
cangaceiros.
e Terra, 1981. 289 endereço de Eneida
Jaynes.
p. (Coleção Estudos Coimbra na primeira folha.
Brasileiros, 46).
Encontrou-se marcador de
página de papel.
9 / C489s
CHASTAN, São Paulo - litoral
São Paulo: Editora Possui errata na primeira
Lita.
norte: história e
do Escritor, 1975. página.
turismo introdução. 132 p. (Coleção
Depoimento, 4).
Exemplar
e tombo
Nota de
conteúdo
1 / 000177
1 / 000319
1 / 000765 Tradução do
inglês por Sarita
Linhares Barsted.
1 / 000044
Localização
(CDU e
Cutter)
9 / C489s
Autor
CHASTAN,
Lita.
Título
Imprenta (local,
editora, data, volume,
edição
Particularidade
Exemplar e
(anotações, marcas
tombo
de leituras,
observações)
Ausente.
1 / 000045
Nota de
conteúdo
São Paulo São Paulo: Editora do
litoral norte em Escritor, 1976. 92 p.
dados: turismo (Coleção Depoimento, 8).
na costa do ouro
II.
82-1 / C489p CHASTAN, Por que
São Paulo: Do Escritor, Possui dedicatória
1 / 000786
Lita.
América?
1974. 75 p. (Coleção do assinada pela autora.
Poeta).
9 / C489s
CHASTAN, São Paulo São Paulo: Editora do
Ausente.
1 / 000046
Lita-Jacques. litoral norte:
Escritor, 1977. 98 p.
história e
(Coleção Depoimento,
turismo cultural, 12).
III.
82-9 / C515d CHEIN, Maria Do olhar e do Goiânia: Oriente, 1974. Possui dedicatória
1 / 000003
Helena.
querer.
141 p.
assinada na folha de
rosto e uma folha de
caderno avulsa com
anotações de
compra.; Livro
encapado com papel
de presente.
255
256
Localização
Autor
Título
(CDU e
Cutter)
9 / C532g
CHIAVENAT A guerra do
O, Julio José. Chaco: leia-se
petróleo. 4. ed.
9 / C532g
CHIAVENAT Genocídio
TO, Julio José. americano: a
Guerra do
Paraguai. 9. ed.
82.09 / C538a CHIMANGO, Amaro Juvenal.
Antônio.
82-31 / C555c CHRISTIE,
Agatha.
641 / C556f
CHRISTO,
Maria Stella
Libanio.
Imprenta (local,
Particularidade
Exemplar e
editora, data,
(anotações, marcas de
tombo
volume, edição
leituras, observações)
São Paulo:
Ausente.
1 / 000299
Brasiliense, 1980.
214 p.
São Paulo:
Possui dedicatória assinada 1 / 000529
Brasiliense, 1980. pelo autor.
205 p.
Porto Alegre:
Possui dedicatória assinada 1 / 000147
Globo, [1964?]. 252 por Lourdes e Sebastião
p. (Coleção
Campos (30-7-74).
Província).
Cipreste triste. Rio de Janeiro:
Ausente.
1 / 000146
Nova Fronteira,
1975. 204 p.
Fogão de lenha: Petrópolis: Vozes, Possui dedicatória assinada 1 / 000103
quitandas e
1977. 276 p.
pela autora. Contém
quitutes de
marcadores nas páginas 52
Minas Gerais.
e 266 onde respectivamente
encontra-se o poema
"Oração ao milho" e o
índice com o nome de Cora
Coralina.
Nota de
conteúdo
Localização
(CDU e
Cutter)
82-9 / C652t
Autor
Título
Imprenta (local,
editora, data, volume,
edição
Particularidade
Exemplar e
(anotações, marcas
tombo
de leituras,
observações)
Ausente.
1 / 000484
COARACY, Todos contam Rio de Janeiro: José
Vivaldo.
sua vida:
Olympio, 1959. 268 p.
memórias de
infância e
adolescência.
82-31 / C672m COELHO
Miragem. 4. ed. Porto: Lello & Irmão,
Sem capa.
NETTO,
1926. 341 p.
1864-1934.
37 / C672p
COELHO
A patria
Rio de Janeiro: Livraria Folhas soltas.
NETTO;
brazileira. 18. ed. Francisco Alves, 1926.
BILAC,
284 p.
Olavo.
91 / C672n
COELHO,
Nos confins dos Rio de Janeiro:
Ausente.
Aristides
três mares: a
Biblioteca do Exército,
Pinto.
Antártida. ed.
1983. 358 p. (Coleção
rev. e aum.
General Benício, 215).
Nota de
conteúdo
1 / 000946
1 / 000939
Para os alunos
das escolas
primárias.
1 / 000550
257
258
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local,
editora, data, volume,
edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações, marcas
tombo
de leituras,
observações)
82-1 / C676a COGOLLI,
Átimos.
Goiânia: UFG, [1968]. Possui dedicatória em 1 / 000348 Edição bilíngue
Dina.
117 p.
italiano assinada pela
(português e
autora.
italiano).
82-1 / C787p CORALINA, Poemas dos
São Paulo: Global, 1983. Possui dedicatória
1 / 000441
Cora.
becos de Goiás e 237 p.
escrita por Cora
estórias mais. 4.
Coralina endereçada à
ed.
Aquira Osakale (São
Paulo, 17-10-83).
82-31 / C824p CORRÊA,
O patrício e a
Rio de Janeiro: Irmãos Possui dedicatória
1 / 000796
Eduardo.
cortesã.
Pongetti, 1947. 284 p.
assinada por Jacy Vaz
Corrêa, esposa do
autor (Brasília,
30/10/84).
82-1 / C828m CORTEZ,
O mistério dos Natal: CERN, 1976. 51 p. Possui dedicatória
1 / 000758
Nati.
discos voadores
assinada pela autora.
literatura tipo
cordel.
82-9 / C837m COSTA
Meus meninos, Rio de Janeiro: Record, Possui dedicatória
1 / 000624
FILHO,
os outros
[198-]. 96 p.
assinada por seu neto
Odylo.
meninos.
(28/1/82).
Localização
Autor
(CDU e
Cutter)
92-9 / C837t COSTA
JÚNIOR,
Miguel.
82-9 / C837p COSTA,
Dimas.
82-1 / C837t
82-1 / C837t
9 / C837a
Título
Tranquilo
tranquilli:
primeiras notas
para uma
biografia.
Pelos caminhos
do pago: verso e
prosa.
Tarca: versos
gauchescos.
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
São Paulo: [s.n.],
1961. 92 p.
Particularidade
Exemplar Nota de conteúdo
(anotações, marcas de e tombo
leituras, observações)
Separata do anuário ASBA 1 / 000019
(Associação dos antigos
alunos do colégio de São
Bento - São Paulo)
Porto Alegre: Sulina, Possui dedicatória assinada 1 / 000269
1963. 152 p. (Coleção por Major Duarte e
Pampa).
Família. Capa solta.
COSTA,
Porto Alegre: Martins Possui dedicatória assinada 1 / 000395
Dimas.
Livreiro, 1981. 71 p. por Belchior Gama
22/6/82.
COSTA, Elza Trechos de vida. Goiânia: O Popular, Possui dedicatória assinada 1 / 000219
Nobre Caetano
1982. 157 p.
pela autora.
da.
COSTA, Lena Arraial e
São Paulo: Cultrix, O exemplar n.1 possui
1 / 000106
Castello
coronel: dois
[1978?]. 206 p.
dedicatória assinada pela
Branco
estudos de
autora e na última folha
Ferreira.
história social I aparece manuscrito uma
Meia Ponte: de
lista de nomes, endereços e
arraial a cidade,
telefones.
II - Um coronel
do Meio-Norte.
259
260
Localização
Autor
(CDU e
Cutter)
9 / C837a
COSTA, Lena
Castello
Branco
Ferreira.
82-9 / C866v COURTOIS,
Abbé Gaston.
39 / C871d
COUTINHO
FILHO.
82-31 / C871v COUTINHO,
Galeão.
Título
Imprenta (local,
Particularidade
Exemplar Nota de conteúdo
editora, data,
(anotações, marcas de e tombo
volume, edição
leituras, observações)
Arraial e coronel: São Paulo: Cultrix, Ausente.
2 / 000430
dois estudos de
[1978?]. 206 p.
história social I Meia Ponte: de
arraial a cidade, II
- Um coronel do
Meio-Norte.
Vida de São
Rio de Janeiro:
Ausente
1 / 000118
Vicente de Paulo. Conselho Superior
2. ed.
do Brasil da SSVP,
1976. [44]. (Belles
Histoires et belle
vies, 6).
Dimensões de
João Pessoa: [s.n.], Possui dedicatória assinada 1 / 000621 Conferência
Goiás intelectual e 1969. 53 p.
pelo autor. Na página 13 há
pronunciada no
folclore em área da
referência do autor ao livro
Instituto Histórico e
Paraíba.
"Poemas de Becos de
Geográfico da
Goiás e Estórias Mais".
Paraíba.
A vocação de
São Paulo: Martins, Algumas folhas coladas na 1 / 000361
Vitorino Lapa.
1942. 251 p.
parte superior. Quarta capa
solta.
Localização
Autor
(CDU e
Cutter)
9 / C871m
COUTO,
Goiás do.
82-1 / C871c
COUTO,
Ladislau.
Título
Imprenta (local,
Particularidade
Exemplar Nota de conteúdo
editora, data,
(anotações, marcas de e tombo
volume, edição
leituras, observações)
Memórias e
Cidade de Goiás: Possui dedicatória assinada 1 / 000628 Conferência
belezas da Cidade [s.n.], 1958. 40 p. pelo autor (primo de Cora
pronunciada na
de Goiás.
Coralina).
Assembléia
Legislativa do
Estado de Goiás,
em 1 de agosto de
1956.
Ciranda:
Goiânia: [s.n.],
Ausente.
1 / 000038
simplesmente por 1984. 67 p.
amor.
Pedaços.
[S.l.]: [s.n.], [198?]. Possui dedicatória assinada 1 / 000195
59 p.
pelo autor.
82-1 / C957p CRUZ
FILHO,
Luzitano
Garcia.
82-1 / C957m CRUZ,
Monchão-coroado. Belo Horizonte:
Geraldo Dias
[s.n.], 1973. 83 p.
da.
82-1 / C957p CRUZ,
Proclama aos
São Paulo: Do
Geraldo Dias incautos.
Escritor, 1981. 67
da.
p. (Coleção do
Poeta, 26).
Possui dedicatória assinada 1 / 000515
pelo autor (20/6/73).
Possui dedicatória assinada 1 / 000684 Menção especial no
pelo autor.
Concurso Bolsa
Hugo de Carvalho
– 1979.
261
262
Localização
Autor
(CDU e
Cutter)
502 / C972e CUNHA,
Fernando.
Título
Energia nuclear: o
crime do século.
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Brasília:
Coordenação de
Publicações, 1980.
73 p.
Brasília:
Coordenação de
Publicações, 1980.
73 p.
Goiânia: Oriente,
1976. 51 p.
Goiânia: [s.n.],
1954. 115 p.
502 / C972e
CUNHA,
Fernando.
Energia nuclear: o
crime do século.
82-2 / C975s
CURADO,
Ada.
CURADO,
Ada.
Sob o tormento da
espera.
O sonho do
pracinha e outros
contos.
Poesia: I São Paulo: [s.n.],
cavaleiros da lua, 1956. 156 p.
II - rimas em lá
menor.
Agnelo Arlington Goiânia: Oriente,
Fleury Curado: pai 1973. 33 p.
do ensino
farmacêutico em
Goiás.
82-9 / C975s
82-1 / C975p CURADO,
Erico.
82-9 / C975a
CURADO,
Mariana
Augusta
Fleury.
Particularidade
Exemplar Nota de conteúdo
(anotações, marcas de e tombo
leituras, observações)
Ausente.
1 / 000048 Título da capa:
Programa nuclear:
o crime do século.
Ausente.
2 / 000049 Título da capa:
Programa nuclear:
o crime do século.
Possui dedicatória assinada 1 / 000467
pela autora.
Possui dedicatória assinada 1 / 000871
pela autora (Goiânia, 25-51956).
Possui dedicatória assinada 1 / 000276
pelo autor (23-5-1957).
Possui anotação manuscrita
a caneta p. 63.
Possui dedicatória
1 / 000207
assinada.
Localização
Autor
(CDU e
Cutter)
82-3 / C975v CURADO,
Nita Fleury.
9 / C975t
CURADO,
Sebastião
Fleury.
82-1 / C975s
37 / C998m
CURADO,
Violeta
Metran.
CZERNY,
Adalbert.
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
[S.l]: [s.n.], 1969.
206 p.
São Paulo: [s.n],
1936. 70 p.
Vida: crônicas contos - novelas.
Três memórias
históricas: um
episódio dos
tempos coloniais
(1749), a estadia
do dr.Sabino Alves
da Rocha Vieira
em Goyaz (18371841), a
proclamação da
republica em
Goyaz (1889).
Sempre, setembro. Goiânia: Oriente,
1981. 93 p.
O médico e a
educação da
criança: erros de
disciplina e
educação.
Particularidade
Exemplar Nota de conteúdo
(anotações, marcas de e tombo
leituras, observações)
Possui dedicatória assinada 1 / 000345
pela autora.
Possui dedicatória assinada 1 / 00004
por Augusto Fleury na
folha de rosto.
Possui dedicatória assinada 1 / 000598
pela autora.
São Paulo:
Ausente.
Companhia Editora
Nacional, 1934. 171
p.
1 / 000029
263
264
Localização
Autor
(CDU e
Cutter)
82-31 / D141a D'ALESSAN
DRO, Celina
Lamounier.
82-31 / D331d DEL
PICCHIA,
Menotti.
82-31 / D331c DEL
PICCHIA,
Menotti.
82-1 / D342d DELAZARI,
Benedita.
82-1 / D413v DENÓFRIO,
Darcy França.
82-1 / D413v DENÓFRIO,
Darcy França.
82-1 / D541p DIAS,
Oswaldo.
291 / D665m DOLORES,
Maria
(Espírito).
Título
Acalanto.
Dente de ouro.
Imprenta (local,
Particularidade
Exemplar Nota de conteúdo
editora, data,
(anotações, marcas de e tombo
volume, edição
leituras, observações)
[S.l]: [s.n.], 1976. Possui dedicatória assinada 1 / 000323
147 p.
pela autora.
São Paulo: Clube Capa solta.
do Livro, 1946. 191
p.
O crime daquela São Paulo: Clube Capa solta.
noite.
do Livro, 1948. 191
p.
Debaixo do pé de São Paulo: [s.n.], Possui dedicatória assinada
sapoti. 2. ed.
1983. 62 p.
pela autora.
Voo cego.
Goiânia: UFG,
Possui dedicatória assinada
1980. 73 p.
pela autora.
Voo cego.
Goiânia: UFG,
Ausente.
1980. 73 p.
Pôr do sol:
São Paulo: Soma, Possui dedicatória com
poemas.
1983. 150 p.
assinatura ilegível.
Maria Dolores.
São Paulo: Instituto Possui dedicatória assinada
Divulgação Ed.
por Chico Xavier na
André Luiz, 1977. primeira página.
159 p.
1 / 000164
1 / 000486
1 / 000326
1 / 000537
2 / 000538
1 / 000439
1 / 000079
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
82-31 / D724e DOSTOIEWS O eterno marido.
KI, Fiodor.
82-32 / D724n DOSTOIEWS Noites brancas;
KI, Fiodor.
Está morta; O
grande inquisidor.
82-31 / D724j DOSTOIEWS O jogador.
KY, Fiodor.
82-2 / D812a DUARTE,
O Avarento:
Bandeira.
estudo biobibliográfico e
resumo da história
do teatro francês.
9 / D812v
DUARTE,
Paulo de
Queiroz.
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
São Paulo: Clube do Livro, Ausente.
1 / 000260
1946. 191 p.
São Paulo: Clube do Livro, Capa solta.
1 / 000541
1948. 183 p.
São Paulo: Clube do Livro, Capa solta.
1945. 198 p.
Rio de Janeiro: Zelio
Sem capa. Livro
Valverde, 1944. 198 p.
incompleto.
(Biblioteca de Teatro, 1
Molière).
Os voluntários da Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
pátria na guerra do do Exército, 1983. 253 p.
Paraguai: o
(Coleção General Benício,
comando de
208).
Osório.
1 / 000510
1 / 000914 Volume
comemorativo do
tricentenário da
estreiado 'Ilustre
Théâtre", em Paris,
a 1º de janeiro de
1644.
1 / 000403 A biblioteca possui
o v.2 - tomo II.
265
266
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
82-9 / D978e DUTRA,
Osorio.
Elas e nós.
82-9 / E22r
ÉDER, Sylvia
Helena
Tocantins de
Mello.
EDUARDO,
Luiz.
Respingos da
maresia: prosa e
verso.
ELIS,
Bernardo.
Ermos e gerais.
82-1 / E24m
82-9 / E43e
A mulher dos
outros.
Imprenta (local,
Particularidade
editora, data, volume, (anotações, marcas
edição
de leituras,
observações)
Rio de Janeiro: José
Possui expressivas
Olympio, 1955. 236 p. marcas de
deterioração
provocadas por
insetos.
Belém, PA:
Possui dedicatória
FALANGOLA, 1982. 98 assinada pela autora.
p.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000824
1 / 000383
Brasília: [s.n.], 1980. 47 Possui dedicatória
1 / 000389
p.
assinada pelo autor. A
página 2 contém
poema em
homenagem à Cora
Coralina.
São Paulo: [s.n.], 1944. Capa solta.
1 / 000817 Bolsa de
172 p.
Publicações Hugo
de Carvalho
Ramos, criada pelo
Decreto-lei n. 475,
de 25 de março de
1941.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
82-31 / E43t
ÉLIS,
Bernardo.
O tronco.
82-9 / E43a
ÉLIS,
Bernardo.
André louco:
contos.
Imprenta (local,
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo
edição
de leituras,
observações)
São Paulo: Martins,
Possui dedicatória 1 / 000891
1956. 280 p.
assinada pelo autor e
endereçada ao amigo
Jujuca (21-7-56).
Livro sem capa,
lombada e com
folhas soltas.
Expressivas marcas
de deterioração
causada por insetos.
Contém etiqueta do
Bazar Oió.
Rio de Janeiro: José
Ausente.
1 / 000124
Olympio, 1978. 102 p.
82-9 / E43a
ÉLIS,
Bernardo.
André louco:
contos.
Rio de Janeiro: José
Olympio, 1978. 102 p.
Ausente.
2 / 000125
82-9 / E43a
ÉLIS,
Bernardo.
André louco:
contos.
Rio de Janeiro: José
Olympio, 1978. 102 p.
Ausente.
3 / 000343
267
268
Localização
(CDU e
Cutter)
82-9 / E43v
929 / E43m
291 E54l
291 / E54f
Autor
Título
Imprenta (local,
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo
edição
de leituras,
observações)
ÉLIS,
Veranico de
Rio de Janeiro: José
Livro sem capa.
1 / 000336
Bernardo.
janeiro: contos.
Olympio, 1966. 144 p.
ÉLIS,
Marechal Xavier Goiânia: Oriente, 1973. Ausente.
1 / 000549 Prêmio do concurso
Bernardo.
Curado criador do 178 p.
literário instituído
exército nacional.
pela Comissão do
Sesquicentenário da
Independência.
EMMANUEL Luz Bendita.
São Paulo: André Luiz, Possui dedicatória 1 / 000315 Obra comemorativa
(Espírito).
1977. 242 p.
assinada por Chico
dos cinquenta anos
Xavier Uberaba (7de mediunidade de
1-79). Encontrou-se
Francisco Candido
um recorte contendo
Xavier.
mensagem a Cora
Depoimentos de
Coralina.
Rubens Silvio
Germinhasi.
EMMANUEL Fonte viva. 5. ed. Rio de Janeiro:
Possui dedicatória 1 / 000431
(Espírito).
Federação Espírita
assinada por José
Brasileira, 1972. 415 p. Veiga Jardim.
Localização
(CDU e
Cutter)
291 / E54h
291 / E54
291 / E54
Autor
Título
Imprenta (local,
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo
edição
de leituras,
observações)
EMMANUEL Há 2000 anos ...: Rio de Janeiro:
Possui dedicatória 1 / 000547 Psicografado por
(Espírito).
episódios da
Federação Espírita
assinada por
Francisco Cândido
história do
Brasileira, 1976. 441 p. Fernando (Brasília,
Xavier.
cristianismo no
27/05/77).
século I. 12. ed.
Encontrou-se um
cartão de visita de
uma empresa
especializada em
dedetização.
EMMANUEL Paulo e Estêvão: Rio de Janeiro: Federação Possui dedicatória 1 / 000774 Obra psicografada
(Espírito).
episódios
Espírita Brasileira, 1978. assinada por
por Francisco
históricos do
553 p.
Fernando Rego
Cândido Xavier.
cristianismo
(março de 1980).
primitivo. 14. ed.
Capa e folhas
soltas.
EMMANUEL Vinha de luz.
Rio de Janeiro: Federação Com marcas de
1 / 000874 Psicografado por
(Espírito).
Espírita Brasileira, 1952. restauro na capa.
Francisco Cândido
372 p.
Xavier.
269
270
Localização
(CDU e
Cutter)
291 / E54
82-31 / E74p
Autor
Título
EMMANUEL Paulo e Estêvão:
(Espírito).
episódios
históricos do
cristianismo
primitivo. 15. ed.
ESCHSTRUT O príncipe
H, Nataly Von. moleiro.
37 / E77i
ESPINHEIRA, Infância
Ariosto.
brasileira: para a
quarta série
primária. 190. ed.
8 / E92f
EVANGELIST Ficção: data,
A, R.
visual, ou ainda+ 1 retrato de um
artista quando
jovem.
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Rio de Janeiro: Federação Possui assinatura de 1 / 000906 Obra psicografada
Espírita Brasileira, 1979. Hely Martins
por Francisco
553 p.
Arantes (Itaberaí
Cândido Xavier.
10-12-80). Capa e
folhas soltas.
São Paulo: Brasileira,
A primeira página 1 / 000714
[1937?]. 236 p.
contém assinatura
de Goiany
Crornélio Brom.
São Paulo: Companhia
Livro encapado
1 / 000329
Editora Nacional, 1966. com papel jornal.
348 p.
Possui algumas
anotações
numéricas a lápis.
São Paulo: Ed. do Autor, Possui dedicatória 1 / 000750
1979. [55] p.
assinada pelo autor.
Localização
(CDU e Cutter)
070 / F156c
9 / F173m
Autor
FAGUNDES,
Coriolano de
Loyola
Cabral.
FAISSOL,
Speridião.
811.133.1 /
F271p
FAUVEL,
Julien.
82-1 / F311f
FEITOSA,
Leonidas.
FEITOSA,
Leonidas.
82-1 / F311f
Título
Censura &
liberdade de
expressão.
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
São Paulo: Taika, 1974.
Possui dedicatória 1 / 000751
406 p.
assinada pelo autor.
O Mato Grosso de Rio de Janeiro: Instituto
Possui dedicatória 1 / 000458
Goiás.
Brasileiro de Geografia e assinada por
Estatística, 1952. 140 p.
Zoroastro Artiaga
(biblioteca Geográfica
(24/4/1956).
Brasileira, 9).
Primeiro anno de São Paulo: Melhoramentos, O livro está
1 / 000483
conversação
[19--]. 156 p.
incompleto, possui
francesa. 9. ed.
conteúdo até a
página 156.
Folhetilha de
[S.l]: [s.n.], 198-. 10 p.
Possui dedicatória 1 / 000607
cordelha.
assinada pelo autor.
Folhetilha de
[S.l]: [s.n.], 198-. 10 p.
Ausente.
2 / 000608
cordelha.
271
272
Localização
Autor
(CDU e
Cutter)
17 / F311e
FEITOSA,
Vicente
Ferreira.
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Ensinamentos para Goiânia: [s.n.], 1981.
uma vida
103 p.
harmoniosa.
Particularidade
Exemplar Nota de conteúdo
(anotações, marcas de e tombo
leituras, observações)
Possui dedicatória
1 / 000152
assinada pelo autor.
Possui 6 selos de correio
entre as páginas.
82-31 / F314m FELÍCIO,
Martírio das horas: Goiânia: Oriente,
Possui dedicatória
1 / 000375
Brasigóis.
poemas.
1973. 92 p.
assinada pelo autor.
Algumas palavras estão
sublinhadas a caneta(ex.
pranto, lágrima, mágoas,
angústia, morte).
82-94 / F314d FELÍCIO,
Diários de André. Goiânia: Oriente,
Possui dedicatória
1 / 000622
Brasigóis.
1974. 105 p.
assinada pelo autor.
82-9 / F314m FELÍCIO,
Marca de Caim. Goiânia: O Popular, Possui dedicatória
1 / 000760
Brasigóis.
1984. [88] p.
assinada pelo autor.
82-1 / F314f FELÍCIO,
Funesta festa:
Goiânia: Helga, 1981. Ausente.
1 / 000677
Goiamérico. poemas.
66 p.
82-8 / A636 FERNANDES Anuário de poetas Rio de Janeiro: Folha Possui dedicatória
1 / 000078 Edição
, Aparício
do Brasil - 1982 . Carioca, 1982. 4 v. assinada por um dos
comemorativa 10º
(Org.).
autores, Eugenio de
aniversário.
Freitas, na folha de
rosto.; A biblioteca
possui o v. 1.
Localização
(CDU e
Cutter)
82-8 / A636
82-1 / F363p
82-1 / F381p
82-9 / F383a
82-9 / F382n
82-1 / F395p
Autor
Título
273
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
FERNANDES Anuário de poetas Rio de Janeiro: Folha
Possui dedicatória 1 / 000433
, Aparício
do Brasil - 1980. Carioca, 1980. 4 v.
assinada por um
(Org.).
dos autores, Pedro
Manzi (verão de
1981); A biblioteca
possui o v. 2.
FERNANDES Papáverum Millôr. Rio de Janeiro: Nórdica, Contém etiqueta da 1 / 000556
, Millôr.
1974. 181 p.
Livraria José
Olympio - campus
da UNB.
FERRAZ,
Poesia descalça. São Paulo: Brasil
Possui dedicatória 1 / 000093
Flávio
Arquitetura, 1981. 94 p. assinada pelo autor.
Carvalho.
FERREIRA, Amar e ser amada: Fortaleza: Editorial
Possui dedicatória 1 / 000050
Francisca
bodas de ouro 19- Cearense, [198?]. 77 p.
assinada.
Soares.
01-32 - 19-01-82.
FERREIRA, Número, faz favor! São Paulo: Editora do
Possui dedicatória 1 / 000473
Lia Campos. Central, 2508.
Escritor, 1982. 122 p.
assinada pela
(Coleção Depoimento,
autora.
19).
FERRO, Elias Poesias escolhidas. Salvador: Sooffset, 1976. Algumas correções 1 / 000661 Edição melhorada e
Medeiros.
4. ed.
151 p.
ortográficas
aumentada.
manuscritas.
274
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
82-7 / F438t FIALHO
Trocadilhos
São Paulo: Pannartz,
Possui dedicatória 1 / 000558
NETO, José. dispersos,
1985. 87 p.
com assinatura
comentários
ilegível (abril/85).
"imersos" e a...
Contém marcador
casos di... versos.
de página.
82-9 / F475d FIGUEIREDO Dom José Newton [Brasília]: Senado Federal, Possui dedicatória 1 / 000454
, Jadilney
de Almeida Batista 1978. 182 p.
assinada pelo autor
Pinto de.
50 anos de
(02.10.78).
sacerdócio.
82-1 / F475s FIGUEIREDO Sonhos e esporas: Goiânia: Unigraf, 1980. Possui dedicatória 1 / 000346
, Nelson.
poemas.
128 p.
assinada pelo autor.
82-31 / F587m FLAUBERT, Madame Bovary. São Paulo: Clube do
Sem capa.
1 / 000907
Gustavo.
Livro, 1944. 317 p.
82-31 / F587s FLAUBERT, Salambô.
São Paulo: Clube do
Sem capa.
1 / 000947
Gustavo.
Livro, 1945. 215 p.
82-9 / F618e FLEURY,
Eurydice Natal e Goiânia: Líder, 1979. 51p. Possui dedicatória 1 / 000309
Rosarita.
Silva: evolução
assinada pela
intelectual e
autora.
sociológica de uma
vida.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local,
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo
edição
de leituras,
observações)
82-9 / F618e FLEURY,
Eurydice Natal e Goiânia: Líder, 1979. Possui dedicatória
2 / 000398
Rosarita.
Silva: evolução
51 p.
assinada pela filha de
intelectual e
Eurydice Natal e Silva.
sociológica de uma
Folhas soltas.
vida.
82-9 / F618a FLEURY,
Altamiro de Moura Goiânia: Líder, [198-]. Possui dedicatória
1 / 000514
Rosarita.
Pacheco:
265 p.
assinada pela autora
responsabilidade
(outubro de 1981).
como fator de uma
Encontrou-se
vida proveitosa.
marcador de página e
convite para exposição
de arte de José
Caramuru e Zanoni de
Goiás Pinheiro.
82-9 / F618j FLEURY,
Jarbas Jayme:
[S.l.]: [s.n.], [19--]. 58 Possui dedicatória
1 / 000744
Rosarita.
patrono da cadeira p.
assinada pela autora.
n.23 do Instituto
Folhas soltas.
Histórico e
Geográfico de
Goiás.
82-31 / F655p FOGAZZAR Pequeno mundo São Paulo: Livraria
Ausente.
1 / 000738 Tradução de José
O, Antonio. antigo.
Martins, 1949. 381 p.
Geraldo Vieira.
275
276
Localização
(CDU e
Cutter)
94 / F676r
82-1 / F738p
82-9 / F815v
82-5 / F825h
3 / F866b
Autor
Título
Imprenta (local,
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo
edição
de leituras,
observações)
FONSECA, A revolução
São Paulo: EDART,
Possui algumas
1 / 000158
Gondin.
francesa e a vida 1968. 218 p.
marcações a caneta no
de José Bonifácio:
texto.
uma interpretação
incômoda.
FORTES,
Poemas desta e da São Paulo: Latvis,
Possui dedicatória com 1 / 000711
Rubens.
outra vida.
1979. 40 p.
assinatura ilegível
(São Paulo, 27-31980).
FRANCESCH Vovó do pito; O São Paulo: Autores
Possui dedicatória
1 / 000892 Contos paulistanos e
INI, Luiz;
que foi pelo sertão. Novos, 1956. 206 p.
assinada pelos autores
contos goianos.
ORTÊNCIO,
(30-11-56). Expressiva
Waldomiro
deterioração causada
Bariani.
por insetos.
FRANCO,
Homens e temas Rio de Janeiro: Zélio Ausente.
1 / 000414
Afonso Arinos do Brasil.
Valverde, 1944. 152 p.
de Melo.
FREIRE,
Brasil Eugenico. 2. [São Paulo]: [s.n.],
Alguns rabiscos a lápis 1 / 000304
Ulysses.
ed.
1933. 142 p.
e a informação
manuscrita na folha de
rosto "Escola noturna
Distrito de Santana 1810-1938".
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local,
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo
edição
de leituras,
observações)
82-1 / F866v FREITAS,
Versos, ainda que [São Paulo]: [s.n.], 1971. Possui dedicatória 1 / 000263
Flúvia
seja outono.
59 p.
assinada pela autora
Carvalhais de.
e endereçada à
Ângela e De Lúcio.
3 / F866a
FREITAS,
Anhanguera:
São Paulo: Do Brasil,
Ausente.
1 / 000160
Maria de;
segundo ano
[198?]. 141 p. (Coleção
CAMPOS,
primário.
Didática do Brasil).
Iolita de Assis.
82-1 / F866c FREITAS,
Canto porque
São Paulo: Prol, [198?]. Possui dedicatória 1 / 000568
Sonia R.
canto.
69 p.
com assinatura
Quadros de.
ilegível (São Paulo
20/6/84).
82-31 / F866d FREYRE,
Dona Sinhá e o
Rio de Janeiro: José
Ausente.
1 / 000128
Gilberto.
filho padre:
Olympio, 1964. 187 p.
seminovela.
9 / F894n
FREYRE,
Nordeste: aspectos Rio de Janeiro: José
Possui anotações de 1 / 000827
Gilberto.
da influência da Olympio, 1961. 183 p. Cora Coralina. Livro
cana sobre a vida e
com expressivas
a paisagem do
marcas de
Nordeste do
deterioração causada
Brasil. 3. ed.
pela enchente.
277
278
Localização
(CDU e
Cutter)
82-1 / F926p
82-9 / F926c
Autor
FRÓES,
Heitor P.
FRÓES,
Heitor P.
Título
Poiésis & pathos.
Contos em prosa e
verso.
82-1 / F926m FRÓES,
Heitor
Praguer.
Musa octogenária:
versos de
circunstância.
82-1 / F992e
Educando com
poesia.
98 / G151m
FURTADO,
Maria Aldina
Silveira.
GALEANO,
Eduardo.
82-1 / G212m GARAY,
Berecil.
Memória do fogo
(I): nascimentos.
Mordidas no
minguau: ou Para
comer o pão ou
Não tem comida
no apartamento ou
(Como?). 2. ed.
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Rio de Janeiro: [s.n.],
Possui dedicatória 1 / 000094
1984. 58 p.
assinada pelo autor.
Rio de Janeiro: [s.n.],
Possui dedicatória 1 / 000574
1984. 21 p.
assinada pelo autor
(Rio, abril de
1985).
Rio de Janeiro: [s.n.],
Possui dedicatória 1 / 000737
1982. 52 p.
assinada pelo autor
(Rio, abril de
1985).
Brasília: [s.n.], 1983. 108 Possui dedicatória 1 / 000122
p.
assinada pela
autora.
Rio de Janeiro: Paz e
Ausente.
1 / 000551 Tradução do
Terra, 1983. 334 p.
espanhol por Eric
(Coleção Literatura e
Nepomuceno
teoria literária, 47).
Brasília: Arte Ouro Velho, Possui dedicatória 1 / 000069
1984. 55 p.
assinada pelo autor
na folha de rosto.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
82-1 / G212m GARAY,
Berecil.
82-1 / G216a GARCIA,
José Godoy.
82-1 / G216a GARCIA,
José Godoy.
929 / G269m GAULLE,
Charles.
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Mordidas no
Goiânia: Imery
Possui dedicatória 1 / 000390
minguau: ou Para Publicações, 1983. 55 p. assinada pelo autor.
comer o pão ou
Não tem comida
no apartamento ou
(Como?).
Aqui é a terra.
Goiânia: Oriente, 1980. Ausente.
1 / 000002
241 p.
Araguaia
Goiânia: Oriente, 1972. Possui dedicatória 1 / 000052
mansidão: poemas. 91 p.
na folha de rosto.
Na página 10
possui mensagem
para Cora Coralina.
O livro todo está
rabiscado e com
desenhos a caneta.
Memórias de
Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
1 / 000610 Tradução de Faure
guerra: a vitória - do Exército, 1979. 295 p.
da Rosa e Maria
1944-1946 Tomo (Coleção General Benício,
Manuela Soares.
III.
166).
279
280
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local,
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
editora, data, volume, (anotações, marcas e tombo
edição
de leituras,
observações)
82-1 / G283q GAVIÃO,
Querência xucra: Porto Alegre: [s.n.],
Possui dedicatória 1 / 000713
Cyro.
da estância da
1966. 155 p.
assinada por Major
poesia crioula. 2.
Duarte e Família
ed.
(P.Alegre, abril 67).
32 / G313d
GEISEL,
Discursos.
Brasília: Assessoria de Folhas soltas.
1 / 000773 A biblioteca possui o
Ernesto.
Imprensa da
v.4.
Presidência da
República, 1978. 388 p.
82-1 / G338t GENTIL, José Tempos de
Brasília: [s.n.], 1983. Possui dedicatória 1 / 000770
Carlos.
versos.
112 p.
assinada pelo autor.
8 / G352c
GEORGIN, C.; Curso secundário São Paulo: Escolas
Assinatura de
1 / 000940
BERTHAUT, de latim. 2. ed.
Profissionais
Márcia Railda
H. .
Salesianas, 1935. 487 Arantes (Colégio de
p.
Santa Inez, São
Paulo).
82-31 / G412e GHEORGHIU, A Espiã.
Rio de Janeiro:
Marcas de
1 / 000243 Tradução de José Livio
C. Virgil.
Biblioteca do Exército, restauração.
Dantas.
1983. 289 p. (Coleção
General Benício, 214).
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
2 / G472r
GILES, Black. O rosário de Maria São Paulo: Dominicana, Capa solta.
1 / 000863 Traduzida por uma
com São Martinho 1966. [48].
religiosa da
de Porres.
Companhia de
Maria. Revisto pelo
professor Antonio C.
Zambaldi. Edição
organizada por Frei
Marinho Mantovani.
2 / G517
GIRARDI,
10% com
São Paulo: [s.n.], 1976.
Possui dedicatória 1 / 000623 Título alternativo:
Antonio
urgência.
67 p.
assinada por Pe.
Dez por cento com
Marcos.
Antonio Marcos,
urgência.
Walter e Maria
Emilia (Itanhaém,
19-7-78).
82-9 / G588d GODOI,
Do meu tempo.
Goiânia: UFG, 1969
Possui dedicatória 1 / 000436
Albatênio de.
338 p.
assinada pelo autor.
82-9 / G589s GODOY,
Sombras.
Goiânia: UFG, 1966.
Possui dedicatória 1 / 000211
Maria Paula
164 p.
assinada pela autora
Fleury de.
e endereçada a
Octaria. Capa solta.
281
282
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
82-94 / G589d GODOY,
Maria Paula
Fleury de.
Do Rio de Janeiro
a Goiás - 1896: a
viagem era assim.
82.09 / G633e GOMES,
Modesto.
82-9 / G633h GOMES,
Modesto.
82.09 / G633h GOMES,
Modesto.
Estudos de
literatura goiana.
As horas e os
minutos: crônica.
História e
literatura.
9 / G633h
História do 4º
GAC.
GOMES,
Oswaldo
Pereira.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Belo Horizonte: [s.n.], 1961. Possui dedicatória 1 /
67 p.
endereçada à Anita 000589
e Lina e assinada
pela autora.
Goiânia: Centauro, 1979.
Ausente.
1/
130 p.
000121
Goiânia: Irmãos Oriente,
Possui dedicatória 1 /
1971. 245 p.
assinada pelo autor. 000123
Goiânia: Cerne, 1968. 220 p. Possui dedicatória 1 /
endereçada a
000278
Eduardo e assinada
pelo autor. Carimbo
do Bazar Oió.
Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
1/
do Exército, 1983. 154 p.
000686
(Coleção General Benício,
210).
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
82-7 / G635m GONÇALVES, Momentos
Goiânia: Barão de Itararé,
Phaulo.
alegres do livro 1974. 173 p.
goiano:
antologia de
humor.
17 / G643b
17 / G643m
GONZÁLEZ
Bases para tua São Paulo: Logosófica,
PECOTCHE,
conduta. 3. ed. 1977. 53 p.
Carlos Bernardo.
GONZÁLEZ
O mecanismo da São Paulo: Logosófica,
PECOTCHE,
vida consciente. 1979. 128 p.
Carlos Bernardo. 3. ed.
82-31 / G669v GORKI,
Varenka
São Paulo: Clube do Livro,
Máximo.
Olessova.
1949. 183 p.
82-1 / G694e GOULART,
As estações.
[S.l.]: Pongetti, 1970. 163 p.
Diva.
Particularidade
(anotações,
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória
assinada pelo autor
na primeira página.
Encontrou-se um
pequeno recorte de
jornal noticiando o
falecimento de D.
Helena Mainardi
Peixoto.
Ausente.
Ausente.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1/
000080
1/
000150
Obra póstuma.
Título original
argentina: Bases
para tu conducta.
1/
000487
Ausente.
1/
000779
Assinatura da
1/
autora na folha de 000245
rosto.
283
284
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
82-1 / G694j GOULART,
A janela azul. Goiânia: Irmãos Oriente,
Possui dedicatória 1 /
Helvécio.
1970. 135 p.
assinada pelo autor. 000257
82-31 / G694m GOULART,
Memória das
Goiânia: Oriente, 1977. 147 Ausente.
1/
Helvécio.
águas: poemas. p.
000489
82-1 / G694m GOULART,
Memória das
Goiânia: Oriente, 1976. 147 Possui dedicatória 1 /
Helvécio.
águas.
p.
com assinatura
000768
ilegível.
86 / G939c
GUEVARA,
Cartas.
São Paulo: Edições
Ausente.
1/
Ernesto.
Populares, 1980. 140 p. (Che
000163
Guevara obras completas,
2).
2 / G944p
GUIBERT, Jean. A piedade.
Rio de Janeiro: Livraria
Possui dedicatória 1 /
Garnier, 19--. 332 p.
assinada por Idalina 000988
da Cruz Marques
(G-10-4-1964).
82-31 / G963a GUIMARÃES, Adivinhão.
Goiânia: Oriente, 1973.
Possui dedicatória 1 /
Cândida
278 p.
com assinatura
000734
Severiana.
ilegível.
82-31 / G963a GUIMARÃES, Adivinhão.
Goiânia: Oriente, 1973.
Ausente.
2/
Cândida
278 p.
000735
Severiana.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
327 / G963t
GUIMARÃES, Trabalhemos para
Hermes.
a paz em nosso
pequeno planeta.
82-31 / H496n HENDERSON Na montanha.
, Dion.
27 / H542m
HEREDIA,
Carlos Maria
de.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Petrópolis: Vozes, 1983.
265 p.
São Paulo: Cultrix, 1971.
97 p.
Memórias de um Petrópolis: Vozes, 1947.
repórter dos
380 p.
tempos de cristo.
821.134.2(82) / HERNANDEZ El gaucho Martin
H557g
, Jose.
Fierro: y la vuelta
de Martin Fierro.
10. Ed.
821.134.2(82) / HERNANDEZ Martin Fierro. 2.
H557g
, Jose.
ed.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Ausente.
1/
000488
Ausente.
1/
000603
Livro com marcas 1 /
de umidade. Sem 000772
capa.
Buenos Aires: Sopena, 1969. Possui dedicatória
244 p.
assinada por sua
neta (Gilda) na
folha de rosto.
Buenos Aires: Compañía
Contém palavras
General Fabril, 1972. 352 p. sublinhadas a
caneta.
Tradução de
Brenno Silveira e
Jamir Martins.
A biblioteca possui
o Tomo I - Aquele
que há de vir.
Tradução de M.
Cecília Duprat
1/
000036
1/
000641
Introducción,
cuadro
biobibliográfico y
vocabulario de
Horacio Jorge
Becco.
285
286
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
82-9 / H587c
HESSE,
Hermann.
82-1 / H546
HETINGER,
Berenice.
82-1 / H722s
HOLANDA,
Celina de.
82-1 / H722m HOLANDA,
Celina de.
82-9 / H765c
82-1 / H821i
17 / H875m
HOMEM,
Homero.
HORTA,
Anderson
Braga.
HUBBARD,
Elbert.
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Contos.
Rio de Janeiro: Civilização Capa solta.
1/
4. ed.
brasileira, 1970. 131 p.
000047
(Biblioteca do leitor
moderno, 100).
Latin-idade:
Belo Horizonte:
Possui dedicatória 1 /
reflexões na
Comunicação, 1981. 208 p. assinada pela autora 000766
quadra áurea da
(Governador
vida.
Valadares, 1-1084).
Sobre esta cidade Recife: [s.n.], 1979. 28 p.
Possui dedicatória 1 /
de rios.
assinada pela
000340
autora.
A mão extrema. São Paulo: Quíron, 1976. 67 Possui dedicatória 1 /
p.
assinada pela
000435
autora.
Cabra das rocas. 7. São Paulo: Ática, 1980. 94 Ausente.
1/
ed.
p. (Serie Vaga-lume).
000149
Incomunicação. Belo Horizonte:
Possui dedicatória 1 /
Comunicação, 1977. 95 p. com assinatura
000531
ilegível (29/3/82).
Uma mensagem a Rio de Janeiro: [s.n.],
Ausente.
1/
Garcia.
[1913?]. 16 p.
000873
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
291 / H895r
HUGO, Victor Redenção: novela Rio de Janeiro: Federação Possui dedicatória 1 /
Obra psicografada
(Espírito).
mediúnica. 5.ed. Espírita Brasileira, [19--]. com assinatura
000546 por Zilda Gama.
ilegível. Encontrou313 p.
se um recorte de
jornal da coluna Do
Leitor com
mensagem de Cora
Coralina.
82-31 / H895h HUGO,
Os homens do
São Paulo: Clube do Livro, Capa solta.
1/
Victor.
mar.
1946. 293 p.
000731
2 / I24m
IGREJA
Mater et magistra. Rio de Janeiro: José
Ausente.
1/
Tradução de Luís
CATÓLICA.
Olympio, 1963. 181 p.
000613 José de Mesquita ;
Papa (1958prefácio do Cardeal
1963 : João
D. Carlos Carmelo
XXIII).
de Vasconcellos ;
introdução de
Alceu Amoroso
Lima ; Pacem in
terris ; tradução da
Tipografia
Poliglota Vaticana.
287
288
Localização
(CDU e
Cutter)
9 / I69s
1 / I73f
91 / I74v
82-31 / I96n
82-1 / J25p
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
IRMÃO, José Símbolos de
Nuporanga, SP: [s.n.], 1980. Possui dedicatória 1 /
Aleixo.
Nuporanga:
112 p.
assinada por
000580
brasão, bandeira e
Antônio Ferreira
hino.
Viana.
ISAAC, João. A face real da
São Paulo: [s.n.], 1969. 183 Possui dedicatória 1 /
vida: os trâmites p.
assinada por José 000708
de uma vida em
H. Veiga Jardim
simbiose com a
(Goiânia,
evolução do
30/11/70).
mundo.
ISABELLE, Viagem ao Rio da Rio de Janeiro: Zélio
Capa solta.
1/
Arsene.
Prata e ao Rio
Valverde, 1940. 345 p.
000901
Grande do Sul.
IVO, Lêdo.
Ninho de cobras: Rio de Janeiro: José
Possui anotações na 1 /
V Prêmio Walmap.
uma história mal Olympio, 1973. 133 p.
primeira folha
000478
contada.
"irmão de Luiz
Cavalcanti, Julio
Cavalcanti Av.
goiás 922 Itaverde".
JAIME,
Primícias.
São Paulo: Revista dos
Possui correções 1 /
Aprovado pela
Décio.
Tribunais, 1955. 137 p.
ortográficas em
000869 Academia Goiana
alguns versos.
de Letras.
Localização
(CDU e
Cutter)
82-4 / J58q
82-1 / J82b
82-9 / A634
82-9 / J82t
82-9 / J82a
82-9 / J82a
82-9 / J82a
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
JESUS,
Quarto de despejo: São Paulo: Paulo de
Assinatura de Cora 1 /
Carolina
diário de uma
Azevedo Ltda, 1960. 182 p. Coralina na capa. 000604
Maria de.
favelada. 6. ed.
(Contrastes e confrontos, 1).
JORGE, J. G. Bazar de ritmos. 3. Rio de Janeiro: Vecchi,
Sem capa.
1/
de Araujo.
ed.
1951. 160 p.
000577
JORGE,
Antologia do novo Goiânia: Departamento
Possui dedicatória 1 /
Miguel (Org.). conto goiano.
Estadual de Cultura, [197?]. assinada pelo
000169
183 p.
organizador.
JORGE,
Texto e corpo.
Goiânia: Departamento
Possui dedicatória 1 /
Miguel.
Estadual de Cultura, 1969. na folha de rosto. 000001
197 p.
JORGE,
Avarmas: contos. São Paulo: Ática, 1978.
Ausente.
1/
Miguel.
140 p.
000009
JORGE,
Avarmas: contos. São Paulo: Ática, 1978.
Ausente
1/
Miguel.
2. ed.
140 p.
000010
JORGE,
Antes do túnel.
Goiânia: UFG, 1967. 179 p. Possui dedicatória 1 /
Miguel.
assinada pelo autor. 000248
Na página 49 há
correção ortográfica
manuscrita a
caneta.
289
290
Localização
(CDU e
Cutter)
82-1 / J82f
82-2 / J82v
82-31 / J83f
9 / J83m
8 / J91g
82-9 / J95h
82-1 / J95p
Autor
JORGE,
Miguel.
JORGE,
Miguel.
JOSEPH,
Marie.
Título
Os frutos do rio.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Goiânia: Oriente, 1974. 134 Possui dedicatória 1 /
p.
assinada pelo autor. 000335
Goiânia: UFG, 1973. 157 p. Possui dedicatória 1 /
assinada pelo autor. 000771
O visitante; Os
angélicos: duas
peças para teatro.
A fazenda dos dois Rio de Janeiro: Moderna,
cruzeiros.
1934. 157 p.
Possui dedicatória 1 /
assinada pela autora 000244
data de 1958.
JOSEPH,
Mysterio da serra [S.l]: Irmãos Pongetti, 1939. Possui dedicatória 1 /
Marie.
doirada.
68 p.
assinada pela
000592
autora.
JUCÁ FILHO, Grafia moderna: Rio de Janeiro: Freitas
Possui várias
1/
Cândido.
explicação do
Bastos, 1931. 85 p.
assinaturas de Luis 000835
formulário
do Couto C. Brom
ortográfico e
(29-7-931).
vocabulário de
dificuldades. 2. ed.
JUNQUEIRA, Há tantas flores
Anápolis: [s.n], 1978. 154 p. Possui dedicatória 1 /
Iron.
pelos caminhos. 2.
assinada na folha 000015
Ed.
de rosto.
JUNQUEIRA, Primavera ao
Anápolis: [s.n.], 198-. 132 p. Possui dedicatória 1 /
Iron.
longe.
assinada pelo autor. 000437
Localização
(CDU e
Cutter)
82-31 / J95n
82-1 / J95c
82-1 / J95c
82-1 / J95c
82-1 / J95v
82-1 / J95a
Autor
Título
JUNQUEIRA, O Nonô de Naná.
Iron.
JUNQUEIRA, Canção do
Iron.
amanhecer.
JUNQUEIRA, Canção do
Iron.
amanhecer.
JUNQUEIRA, Canção do
Iron.
amanhecer.
JUNQUEIRA, Vereda de luz.
Iron.
JUNQUEIRO, Antologia para a
Guerra.
juventude.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Anápolis: A.D.N., 198-. 295
p.
Goiânia: Rio Bonito, 1973.
140 p.
Goiânia: Rio Bonito, 1973.
140 p.
Goiânia: Rio Bonito, 1973.
140 p.
Anápolis: [s.n.], 1974. 119
p.
Porto: Lello & Irmão, 1950.
180 p.
82-1 / J95v
JUNQUEIRO, Vibrações líricas. Porto: Lello & Irmão, 1950.
Guerra.
146 p.
329 / K11
KADHAFI,
Muhamma.
O livro verde.
Lisboa: [s.n.], 198-. 120 p.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória 1 /
assinada pelo autor. 000468
Possui dedicatória 1 /
assinada pelo autor. 000642
Possui dedicatória 2 /
assinada pelo autor. 000643
Ausente.
3/
000644
Possui dedicatória 1 /
assinada pelo autor. 000676
Possui na primeira 1 /
folha a data
000140
manuscrita a lápis
5.11.56.
Na primeira página 1 /
aparece data
000692
manuscrita a lápis
(5.11.56).
Possui dedicatória 1 /
com assinatura
000513
ilegível.
291
292
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
291 / K18e
KARDEC,
Allan.
291 / K18e
KARDEC,
Allan.
2 / K24m
37 / K83s
9 / K95p
Título
O evangelho
segundo o
espiritismo. 7.
ed.
O evangelho
segundo o
espiritismo.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Araras, SP: Instituto de
Ausente.
1/
Tradução de
Difusão Espírita, 1979. 365
000408 Salvador Gentille.
p.
[S.l.]: [s.n.], [19--]. 347,[4]. Capa e folha de
rosto ausentes.
Informações
retiradas de outras
fontes.
Keckeisen,
Missal
Salvador: Beneditina, 1954. Encontrou-se
Béda, sacerdote. quoitidiano. 15. 1134, [239], [31].
anotação em papel
ed.
avulso.
KÖPKE, João. Segundo livro de Rio de Janeiro: Livraria
Lombada
leituras moraes e Francisco Alves, 1928.
desgastada.
instructivas para 232 p. (Rangel Pestana).
uso das escolas
primárias. 61. ed.
KUBITSCHEK, Por que construí Rio de Janeiro: Bloch, 1975. Contém recorte de
Juscelino.
Brasília.
370 p.
jornal com imagem
de JK. Encontrouse cartão de visita e
santinho de igreja.
1/
000945
1/
000990
1/
000868
1/
000991
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Xanam: e outras
histórias.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade
(anotações,
marcas de
leituras,
observações)
São Paulo: Livraria
Possui dedicatória
Francisco Alves, 1959. 162 assinada pelo autor
p. (Coleção Alvorada, 1).
e endereçada a
Leão Caiado (Natal
59).
Rio de Janeiro: Livraria
Assinatura de
Francisco Alves & Cª, 1914. Antonio José dos
184 p.
Santos. Sem capa.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
82-9 / L131x
LACERDA,
Carlos.
9 / L131p
LACERDA, Pequena historia
Joaquim Maria do Brazil: por
de.
perguntas e
respostas.
9 / L131a
LACERDA,
Regina.
Os antecedentes e Goiânia: Oriente, 1970. 107 Ausente.
a repercussão da p.
independência em
Goiás.
1/
000740
82-1 / L131p
LACERDA,
Regina.
Pitanga.
1/
000870
[S.l.]: [s.n.], 1954. 43 p.
Ausente.
1/
000795
1/
000948
Novíssima edição,
ilustrada com
muitas gravuras,
revista e
aumentada até
1906.
Prêmio do
Concurso Literário
instituído pela
Comissão do
Sesquicentenário
da Independência.
293
294
Localização
(CDU e
Cutter)
159.9 / L431n
159.9 / L431n
82-1 / L435e
9 / L435v
82-9 / L437r
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade
data, volume, edição
(anotações, marcas
de leituras,
observações)
LAZARTE, Uma nova
São Paulo: ECE, 1980. 95 Anotações na
Omar.
dimensão de vida. p.
primeira página
relacionadas aos
requisitos para
ingresso no serviço
militar.
LAZARTE, Uma nova
São Paulo: ECE, 1980. 95 Ausente.
Omar.
dimensão de vida. p.
LEAL,
Entardecer:
Rio de Janeiro: Pongetti, Possui dedicatória
Concessa.
(poesias).
1971. 99 p.
assinada pela autora.
LEAL, Oscar. Viagem às terras Goiânia: UFG, 1980. 255 Possui dedicatória
goyanas: Brasil
p. (Coleção Documentos com assinatura
Central.
Goianos, 4).
ilegível (homenagem
por ocasião de visita
de Cora coralina à
Editora da UFG
16.7.80).
LEÃO,
Rodovia
Rio de Janeiro: Cátedra, Ausente.
Ursulino.
preferencial:
1981. 119 p.
contos.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1/
000025
2/
000026
1/
000168
1/
000536
1/
000544
Edição em facsimile.
Apresentação do
prof. Ático Villas
Boas da Mota.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição
(anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
2 / L523n
LEHMANN, Na luz perpétua: Juiz de Fora, MG: Lar
Na primeira folha
1/
Edição revistada
João Batista. leituras religiosas Católico, 1956. 617 p.
aparece "Pertence a 000501 corrigida e
da vida dos santos
Idalina da Cruz
aumentada.
de Deus, para
Marques, fevereiro de
todos os dias do
1956".
ano. 4. ed.
82-1 / L533u LEITE, João Última gineteada. Lagoa Vermelha, RS:
Possui dedicatória
1/
Pantaleão
Planalto, 1973. 60 p.
assinada pelo autor. 000616
Gonçalves.
39 / L533
LEITE, Mário Lendas de minha Goiânia: [s.n.], 1951.
Possui dedicatória
1/
Bolsa de
Rizério.
terra.
130 p.
assinada pelo autor e 000764 Publicações Hugo
endereçada a Antonio
de Carvalho
Guimarães.
Ramos.
82-94 / L582c LEÔNCIO, Crônicas e contos. [S.l]: [s.n], [198?]. 102 p. Possui dedicatória
1/
Waldir.
assinada na folha de 000006
rosto.
929 / L672c
LEWIN,
Churchill: o lorde Rio de Janeiro: Biblioteca Contém a informação 1 /
Tradução de
Ronald.
da guerra.
do Exército, 1979. 310 p. manuscrita por Cora 000578 Álvaro Galvão.
(Coleção General Benício, Coralina "Recebido
171).
em 16-11-79".
295
296
Localização
(CDU e
Cutter)
2 / L674p
504 / L716t
327 / L723r
327 / L723r
3 / L723
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
[S.l]: AMORC, 1975. 250 p. Ausente.
1/
(Biblioteca Rosacruz, 1).
000542
LEWIS, Harve Perguntas e
Spencer.
respostas
Rosacruzes: com a
história completa
da Ordem
Rosacruz.
LIEBMANN, Terra um planeta Rio de Janeiro: Biblioteca
Hans.
inabitável? da
do Exército, 1979. 181 p.
Antiguidade até os (Coleção General Benício).
nossos dias, toda a
trajetória poluidora
da humanidade.
LIGA Árabe. O racismo
Brasília: [s.n.], [1977?]. 20
Missão no
israelense.
p.
Brasil.
LIGA Árabe. Os interesses
Brasília: [s.n.], [19--]. 60 p.
Missão no
expansionistas do
Brasil.
sionismo.
LIGA da
39. corrida do fogo [S.l.]: [s.n.], 1976. 93 p.
Defesa
simbólico da pátria
Nacional.
1976.
Ausente.
1/
000017
Ausente.
1/
000535
Ausente.
1/
000745
Ausente.
1/
000224
Localização
(CDU e Cutter)
82-9 / L732s
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
LIMA, Airton Sábado à noite na Brasília: Comitê de
Garcia de.
Capital.
Imprensa do Senado
Federal, 1979. 132 p.
(Machado de Assis, 15).
82-09 / L732g LIMA,
Goyaz terra &
Brasília: Horizonte, 1983.
Guimarães
alma.
125 p.
82-9 / L732b LIMA,
O bonzo da
[S.l.]: Acadêmia Goiana de
Guimarães.
historiografia de Letras, 1984. 20 p.
Goiás.
929 / L732n
LIMA,
No rolar do tempo. [S.l.]: [s.n.], 1984. 25 p.
Guimarães.
82-91 / L732h LIMA, João História de
[S.l.]: [s.n.], [197-?]. 32 p.
Ferreira.
Mariquinha e José
de Souza Leão.
82-1 / L732v LIMA,
Vozes do caminho. Goiânia: UFG, 1969. 161 p.
Manoel
Ferreira.
82-1 / L732a
LIMA, Osmar. Arremate.
Goiânia: Helga, 1980. 87 p.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória 1 /
assinada na folha 000043
de rosto.
Possui dedicatória 1 /
assinada pelo autor. 000139
Possui dedicatória 1 /
assinada pelo autor. 000205
Possui dedicatória 1 /
assinada pelo autor. 000630
Ausente.
1/
000855
Possui dedicatória 1 /
assinada pelo autor. 000539
Possui dedicatória 1 /
assinada na
000056
primeira página.
297
298
Localização
(CDU e Cutter)
82-1 / L732p
82-1 / L732e
2 / L759
2 / L759
82-1 / L759p
82-9 / L799m
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
LIMA, Sônia A procura: poemas Recife: UFPE, 1979. 54 p. Possui dedicatória 1 /
Gonçalves de. e prosas.
assinada pela autora 000709
(Goiás, 20 de julho
de 1979).
LIMAVERDE Estrela de vidro. Fortaleza: UFC, 1984. 62 p. Possui dedicatória 1 /
Prêmio Estado do
, Regine.
assinada pela
000137 Ceará 1983.
autora.
LINS,
Ordem equestre de Vitória, ES: [s.n.], 1957.
Possui dedicatória 1 /
Augusto
São Gregório
[23].
assinada pelo autor 000251
Emílio
Magno.
(Vitória, 10 de
Estellita.
agosto de 1966).
LINS,
Ordem equestre de Vitória, ES: [s.n.], 1957.
Possui dedicatória 2 /
Augusto
São Gregório
[23].
assinada pelo autor 000252
Emílio
Magno.
(Vitória, 10 de
Estellita.
agosto de 1966).
LINS,
Pranto e canto de Vitória, ES: Revista Canaan, Ausente.
1/
Augusto
amor filial.
1955. 49 p.
000660
Emílio
Estellita.
LOBO,
Memórias.
Brasília: Brasil Central,
Possui dedicatória 1 /
Oswaldo
1978. 80 p.
assinada pelo autor. 000070
Sérgio.
Localização
(CDU e Cutter)
9 / L799h
82-1 / L842p
82-9 / L864c
82-9 / L864c
82-9 / L864c
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
LOBO, R.
História geral:
São Paulo: Melhoramentos, Ausente.
1/
1ª série ciclo
Haddock.
história antiga. 12. 1959. 249 p.
000499 colegial.
ed.
LOMBARDI, O perigo do
Rio de Janeiro: Record,
Possui dedicatória 1 /
Bruna.
dragão. 2. ed.
1984. 112 p.
assinada pela
000193
autora.
LOPES
Contos
Porto Alegre: Globo, 1976. Possui dedicatória 1 /
NETO, J.
gauchescos. 9. ed. 183 p. (Coleção Província). assinada por
000132
Simões.
Ubirajara
Wanderley Lins
(parente).
LOPES
Contos gauchescos Porto Alegre: Globo, 1965. Possui dedicatória 1 /
NETO, J.
e lendas do sul. 3. 175 p. (Coleção Catavento). assinada por
000133
Simões.
ed.
Lourdes e Sebastião
Campos.
LOPES
Contos gauchescos Porto Alegre: Globo, 1961. Ausente.
1/
Edição crítica com
NETO, J.
e lendas do sul. 2. 438 p. (Coleção Província).
000176 introdução,
Simões.
ed.
variantes, notas e
glossário por
Aurélio Buarque
de Hollanda.
299
300
Localização
(CDU e Cutter)
32 / L864g
82-1 / L925
291 / L938j
82-31 / L948
82-1 / L979p
82-32 / L979
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
LOPES, Moacir A grande opção. Rio de Janeiro: [s.n.], 1966. Ausente.
1/
Palestra
de Araújo.
20 p.
000805 pronunciada no
Estado-Maior das
Forças Armadas.
Publicada na
Revista Militar
Brasileira, n. 2 –
abr. a jun. de 1966
- volume LXXX ano LII.
LUCENA,
Leve... como um [S.l]: [s.n.], [198-]. 10 p.
Possui dedicatória 1 /
Luiz.
beijo.
assinada pelo autor. 000618
LÚCIO, Neio. Jesus no lar. 3. Rio de Janeiro: Federação Ausente.
1/
Psicografado por
ed.
Espírita Brasileira, 1958.
000836 Francisco Cândido
161 p.
Xavier.
LUDWIG,Emil. Othello.
São Paulo: José Olympio, Ausente.
1/
1949. 341 p. (Coleção fogos
000012
Cruzados).
LUZ, Isaú
Pingos d'agua. [Brasília]: [s.n.], 1981. 50 p. Possui dedicatória 1 /
Coelho.
2. ed.
assinada pelo autor. 000194
LUZ, Isaú
Orvalho de sol. [S.l.]: [s.n.], 19--. 60 p.
Possui dedicatória 1 /
Coelho.
assinada.
000254
Localização
(CDU e Cutter)
82-9 / L979r
Autor
LUZ,
Sebastião do
Prado.
82-31 / M141m MACEDO,
Joaquim
Manuel de.
82-1 / M141f MACEDO,
Jonatra
Álvaro.
82-31 / M141b MACEDO,
Lino de.
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Roteiro iluminado. [S.l.]: [s.n.], 197-. 80 p.
A moreninha.
[São Paulo]: Ática, [19--].
118 p. (Série Bom Livro).
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória 1 /
assinada pelo autor. 000425
Livro sem folha de 1 /
rosto.
000246
Fragmentos de um Brasília: Horizonte, [19--]. Possui dedicatória 1 /
poeta.
119 p.
assinada pelo autor. 000310
A bandeira: estudo Lisboa: Companhia Editora
psychologico
Nacional, 1897. 494 p.
d'uma
desequilibrada.
82-31 / M149m MACHADO, Mana Maria.
Antônio de
Alcantara.
82-31 / M149p MACHADO, Passos perdidos:
Dionelio.
romance.
Rio de Janeiro: José
Olympio, 1936. 208 p.
Possui carimbo do 1 /
Gabinete Literário 000804
Goyano (set 10
1921). Capa solta.
Livro incompleto.
Capa solta.
1/
000370
São Paulo: Livraria Martins, Ausente.
[19--]. 295 p.
1/
000380
301
302
Localização
(CDU e Cutter)
82-9 / M149e
82-9 / M149b
82-9 / M149e
82-1 / M152t
82-1 / M152j
82-1 / M152m
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
MACHADO, Emoções da vida. Anapólis: [s.n.], 1979?.
Possui dedicatória 1 /
João Batista.
367 p.
assinada pelo autor. 000167
MACHADO, O burrinho do
Goiânia: UFG, 1983. 102 p. Possui dedicatória 1 /
Marietta
presépio.
assinada pela
000208
Telles.
autora.
MACHADO, Encontro com
Goiânia: Oriente, 1976.
Possui marcador de 1 /
Marietta
Romãozinho.
86 p.
página.
000320
Telles.
MACIEL,
Tempo de
São Paulo: [s.n.], 1971. 85 p. Possui dedicatória 1 /
Marília
Saudade. 3. ed.
assinada pela
000202
Fairbanks.
autora. Capa solta.
MACIEL,
Janela acesa. 3. ed. São Paulo: Cupolo, 1973. Possui dedicatória 1 /
Marília
107 p.
assinada pela autora 000259
Fairbanks.
(7-8-75). Folhas
soltas.
MACIEL,
Momento sem
São Paulo: Cupolo, 1972. Possui dedicatória 1 /
Marília
tempo.
143 p.
assinada pela
000736
Fairbanks.
autora.
Localização
(CDU e Cutter)
82-1 / M152e
32 / M188g
9 / M188
82-9 / M198s
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade
(anotações,
marcas de
leituras,
observações)
MACIEL,
Esperança em
[S.l]: [s.n.], 1984. 40 p.
Possui dedicatória
Sueli.
redor.
assinada pela
autora. Contém
marcador de
página.
MAGALHÃES Getúlio: o
São Paulo: Melhoramentos, Possui dedicatória
JÚNIOR, R.
julgamento da
1976. 167 p. (Pró e Contra). assinada por Paula
história.
(Go/20/08/79).
MAGALHÃES, Osório: síntese de Rio de Janeiro: Biblioteca Encontrou-se
João Baptista. seu perfil
do Exército, 1978. 333 p.
recorte de jornal
histórico.
(coleção General Benício, com matéria
158).
intitulada "Cora
coralina participa
da feira de
artesanato"
(Goiânia,
29/07/78).
MAGNO,
Sítio do anjo
Goiânia: Oriente, 1972. 132 Ausente.
Paschoal
cego: contos.
p.
Carlos.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1/
000710
1/
000776
1/
000405
Prefácio de Pedro
Calmon.
1/
000422
303
304
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
82-1 / M236t
MALAGONI, Tardes do nada. [Goiânia]: [s.n.], [196?]. 131 Possui correções 1 /
Edir Guerra.
p.
ortográficas
000199
manuscritas.
82-31 / M333c MARIANI, A cicatriz do
Brasília: [s.n.], 1981. 101 p. Possui dedicatória 1 /
Alberto.
silêncio.
assinada pelo autor 000061
na folha de rosto.
82-1 / M388c MARINHO, Cantos de terra. 2. [S.l]: [s.n.], 1983. 58 p.
Possui dedicatória 1 /
Emmanoel.
Ed.
assinada pelo autor 000065
na folha de rosto.
82-1 / M338j
MARINHO, Jardim das
Dourados, MS: [s.n.], 1983. Possui dedicatória 1 /
Emmanoel.
violetas.
[76].
assinada pelo autor. 000108
Folhas soltas.
82-1 / M357c MARQUES, Canto das águas. Brasília: [s.n.], 1984. [76] p. Possui dedicatória 1 /
Cezar
assinada pelo autor. 000144
Domingos.
82-1 / M357d MARQUES, A dançarina e o Brasília: Civilização
Possui dedicatória 1 /
Oswaldino.
horizonte.
brasileira, 1977. 110 p.
assinada pelo autor. 000334
(Coleção Vera Cruz, 255). Marcas a caneta de
correção ortográfica
(p. 35).
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
82-9 / M357t
MARQUES,
Xavier.
82-9 / M385j
MARTINELLI, João d' Abreu: Goiânia: Unigraf, 1983.
Maria
sua vida, sua
380 p.
Cavalcante [et obra.
al.].
MARTINELLO Os anjos mascam [S.l]: [s.n.], 1983. [92].
, Luiz Vitor.
chiclete:
contradições
burlescas de um
interiorano entre
um sino de igreja
e as tentações
feéricas dos
shopping-centers.
MARTINEZ, Amor, humor e Rio de Janeiro: Gráfica
Sebastião.
braza.
Olímpica, 1969. 138 p.
82-1 / M385a
82-1 / M385a
82-1 / M386p
MARTINS,
Bosco.
Terras mortas.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Rio de Janeiro: José
Olympio, 1936. 186 p.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Capa solta.
1/
Milagres - A vila
000374 morta - A sombra
do malfeitor.
Ausente.
1/
000281
Possui dedicatória 1 /
assinada pelo autor 000060
na folha de rosto.
Possui cidade e
data manuscritos
(Goiás, 11/8/70).
Poeta moderno: Ribeirão Preto: Ellos, 1977. Possui dedicatória
(poemas).
110 p.
assinada pelo autor
1/
000386
1/
000095
305
306
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
82-1 / M386p MARTINS, Poeta moderno: Ribeirão Preto: Ellos, 1977. Ausente.
2/
Bosco.
(poemas).
110 p.
000712
82-1 / M386a MARTINS, Antologia cigana e [Jaboticabal]: Dom Bosco, Possui dedicatória 1 /
Bosco.
novos poemas.
197-. 106 p.
assinada por João 000249
Bosco (24/7/84).
82-1 / M379e MARTINS, Eu! Poeta?.
[S.l.]: Ellos, 1977. 74 p.
Possui dedicatória 1 /
Bosco.
assinada pelo autor. 000190
82-1 / M379e MARTINS, Eu! Poeta?.
[S.l.]: Ellos, 1977. 74 p.
Ausente.
2/
Bosco.
000397
82-31 / M393r MARYAN, Rosalina.
[S.l.]: [s.n.], [19--?]. 256 p. Sem folha de rosto. 1 /
M.
Com expressivas 000886
marcas de
deterioração
causada pela
enchente.
82-1 / M395f MASCAREN Folhas partidas. Brasília: [s.n.], 1980. 31 p. Possui dedicatória 1 /
HAS,
assinada pelo autor. 000311
Alexandre.
82-9 / M395c MASCARO, Contornos.
Uberlândia: [s.n.], 1984.
Ausente.
1/
Possui conto
Ubirajara.
37 p.
000131 intitulado Cora
Coralina.
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
821.134.2(82) / MASTRANG 25 cuentos
M423v
ELO, Carlos. argentinos
magistrales:
historia y
evolución
comentada del
cuento argentino.
82.09 / M433i MATOS,
Imagens do
Campos.
Portugal
Queirosiano.
82-9 / M433v
65 / M433d
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Buenos Aires: Plus Ultra,
1975. 334 p.
Particularidade
(anotações,
marcas de
leituras,
observações)
Possui marcador de
página e algumas
palavras
sublinhadas a
caneta.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1/
000693
Lisboa: Terra Livre, 1976. Possui mensagem 1 /
48,[102] p. (Portugal ontem, de Cora Coralina 000818
Portugal hoje).
sobre o autor e
dedicatórias
assinadas pelos
netos da poetisa.
MATOS,
Várias estórias
Brasília: Senado Federal,
Possui dedicatória 1 /
Edísio Gomes com pé e cabeça. 1977. 109 p. (Coleção
assinada pelo autor. 000307
de.
Machado de Assis, 4).
MATOS,
Desburocratização. Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
1/
Francisco
do Exército, 1979. 174 p.
000328
Gomes de.
(Coleção General Benício,
174).
307
308
Localização
(CDU e Cutter)
6 / M444p
Autor
MATTOS,
Amaral de.
Título
Problemática da
patologia da
criança
maranhense.
929 / M444m MATTOS,
O Marechal
Carlos de
Mascarenhas de
Meira.
Moraes e sua
época: volume II.
929 / M444m MATTOS,
O Marechal
Carlos de
Mascarenhas de
Moraes e sua
Meira.
época: volume I.
9 / M444c
MATTOS,
Corografia
Raymundo José histórica da
da Cunha.
província de
Goiás.
82-31 / M452r MAUPASSAN Romance de uma
T, Guy de.
mulher.
1 / M468r
MAYER, Leide Reflexão sobre
Diogenes.
tipos e arquétipos
do homem.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
[S.l.]: [s.n.], 1975. [22].
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória 1 /
assinada.
000225
Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
do Exército, 1983. 321 p.
(Coleção General Benício,
212).
Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
do Exército, 1983. 204 p.
(Coleção General Benício,
211).
Goiânia: Líder, 1979. 185 p. Folhas soltas.
São Paulo: Clube do Livro,
1944. 216 p.
Brasília: Horizonte, 1984.
107 p.
1/
000590
1/
000591
1/
000826
Lombada
1/
desgastada.
000543
Possui dedicatória 1 /
assinada pela autora 000728
(7-11-84).
Localização
(CDU e Cutter)
82-1 / M488i
Autor
MEDEIROS
JUNIOR,
Elias.
82-1 / M488p MEDEIROS
JÚNIOR,
Elias.
17 / M488e
MEDEIROS,
Umberto
Augusto de.
32 / M489v
MÉDICI,
Emílio
Garrastazu.
32 / M489n
MÉDICI,
Emílio
Garrastazu.
32 / M489j
MÉDICI,
Emílio
Garrastazu.
82-31 / M499b MÉIA,
Felicidade.
Título
Instantâneo.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Brasília: [s.n.], 1983. [48] p. Possui dedicatória 1 /
assinada pelo autor. 000533
Pedaços de mim. Brasília: Numas de Ler,
2. ed.
1983. 70 p.
Educação moral e Goiânia: Cultura Goiana,
cívica.
1975. 139 p.
Possui dedicatória 1 /
assinada pelo autor 000091
na primeira folha.
Ausente.
1/
000154
A verdadeira paz. [Brasília]: [s.n.], 1971.
205 p.
Ausente.
1/
000285
Nova consciência [Brasília]: Imprensa
de Brasil.
Nacional, 1970. 112 p.
Ausente.
1/
000368
O jogo da verdade. [S.l.]: Imprensa Nacional,
2. ed.
1970. 110 p.
Ausente.
1/
000401
O banco de jardim. Vitória, ES: [s.n.], 1983.
165 p.
Possui dedicatória 1 /
assinada pela
000206
autora.
A biblioteca
possui o v.2.
309
310
Localização
(CDU e Cutter)
82-1 / M514a
82-5 / M499
82-1 / M499p
82-1 / M527e
82-1 / M527e
Autor
Título
Imprenta (local,
Particularidade
editora, data, volume, (anotações, marcas de
edição
leituras, observações)
MEIRA,
Antologia poética: Rio de Janeiro: Editora Possui dedicatória
Silvio.
novos e velhos
Gráfica Luna, 1975. 135 assinada na folha de
cantos, áurea lira, p.
rosto.
som das cores,
versões tedescas
(dos originais
alemães).
MEIRELES, Evangelino
Luziânia, GO: [s.n.],
Folhas soltas. Texto
José
Meireles: vida e 1972. 53 p.
incompleto.
Dilermando obra.
(Org.).
MEIRELLES, Prelúdio.
Anna Célia de
Faria.
MELLO,
Estatutos do
Thiago de.
homem. 2. ed.
MELLO,
Thiago de.
Estatutos do
homem. 3. ed.
[S.l.]: [s.n.], [19--]. 140 Possui dedicatória
p.
assinada por Glória
Faria.
São Paulo: Martins
Possui dedicatória
Fontes, 1978. [20].
assinada por Salma
(28/03/79).
São Paulo: Martins
Possui dedicatória
Fontes, 1978. [20].
assinada por Zemir
(4/7/82).
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1/
000055
1/
000909
1/
000279
1/
000116
1/
000117
Conferencistas:
Gelmires reis,
Baltazar dos Reis,
Joaquim Gilberto,
Benedicto de
Araújo Melo.
Localização
(CDU e Cutter)
Imprenta (local,
editora, data, volume,
edição
MELLO,
Horóscopo para os São Paulo: Martins
Thiago de.
que estão vivos. 2. Fontes, 1984. [38] p.
ed.
MELO,
Lua pelo corpo. Goiânia: UCG, 1984.
Augusta Faro
127 p.
Fleury de.
Particularidade
Exemplar Nota de conteúdo
(anotações, marcas de e tombo
leituras, observações)
Ausente.
1/
000752
Possui dedicatória
assinada pela autora.
1/
000318
82-1 M528l
MELO,
Lua pelo corpo.
Augusta Faro
Fleury de.
Ausente.
2/
000332
82-1 /
M528m
MELO,
Augusta Faro
Fleury de.
MELO,
Moacir
Lázaro.
82-1 / M527h
82-1 M528l
9 / M528h
Autor
Título
Goiânia: UCG, 1984.
127 p.
1/
000466
1/
000706
311
Mora em mim uma [Goiânia]: Cerne, 1982. Possui dedicatória
canção-menina. 102 p.
assinada pela autora.
Capa solta.
A história de
Goiânia: O Popular,
Contém anotação de
Goianésia.
1980. 271 p.
endereço de Ondina
Bastos Albernaz
(manuscrito por Cora
Coralina). Possui
dedicatória assinada
pelo autor (Goianésia,
junho de 1981).
Livro aprovado
pelo conselho
Estadual de cultura
do Estado de
Goiás (1983).
Livro aprovado
pelo conselho
Estadual de cultura
do Estado de
Goiás (1983).
312
Localização
(CDU e Cutter)
82-9 / M528g
793 / M538e
9 / M542b
91 / M582b
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição
(anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
MELO,
Geórgicas: estórias Goiânia: Oriente, 1974.
Possui marcador de 1 /
William Agel da terra.
174 p.
texto entre as
000126
de.
páginas 152-153.
MENDES,
O encantado ballet Anápolis: [s.n.], 1978. 72 p. Possui dedicatória 1 /
Tauny.
Bolshoi.
assinada pelo autor. 000612
MENEZES, A briga de Pedro: Goiânia: Unigraf, 1982.
Possui dedicatória 1 /
Descobrimento do
Ribeiro de.
ou a fascinante
67 p.
assinada pelo autor. 000215 Brasil para
viagem com Pero
crianças e
Vaz.
estudantes com
todos os fatos
verdadeiros.
MESQUITA, Brasil: viagem ao São Paulo: Martins, 1974. Possui dedicatória 1 /
Série de
Alfredo.
norte e nordeste. 287 p.
assinada pelo autor. 000209 reportagens
publicadas no
Suplemento de
Turismo do jornal
O Estado de São
Paulo de
12/12/1972 a
10/6/1973.
Localização
(CDU e Cutter)
82-9 / M654
159 / M671q
929 / M672h
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição
(anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
MILLIET,
Obras de Guy de São Paulo: Martins, [19-- Possui assinatura de 1 /
Vários contos.
Sérgio (Org.). Maupassant.
]. 198 p. (Obras de Guy Goiany Cornelio
000894
de Maupassant, 8).
Brom. Sem capa.
MIRA Y
Quatro gigantes da Rio de Janeiro: José
Assinatura de
1/
Tradução revista e
LOPES,
alma: o medo, a Olympio, 1955. 312 p.
Zacarias. Sem capa. 000823 prefaciada por
Emilio.
ira, o amor, o
Claudio de Araujo
dever. 3. ed.
Lima.
MIRANDA, História de Pedro Goiânia: Oriente, 1973. Possui dedicatória de 1 /
Anna Britto. Afonso.
134 p.
Taylor Oriente "À
000716
poetisa Cora Coralina
na certeza de um dia
me tornar seu editor"
(Goiânia, 10 janeiro
74). Contém marcador
de página e folhetos
de propaganda
política.
313
314
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade
data, volume, edição
(anotações, marcas
de leituras,
observações)
82.09 / M714c MOISÉS,
A criação literária: São Paulo:
Possui dedicatória
Massaud.
introdução à
Melhoramentos, 1967.
assinada por Clovis
problemática da 332 p.
Roberto Capalbo em
literatura.
nome da Livraria
Acadêmica como
lembrança da
passagem de Cora
Coralina por
Jaboticabal.
133 / M722a
MOLINERO, Aulas secretas de São Paulo: Dois Amigos, Ausente.
Professor.
um guru: técnicas 1968. 253 p.
de iniciação
oriente-ocidente
no método CheláYoga.
7 / M741r
MONDIN,
Recado a Flávia. Brasília: Senado Federal, Possui dedicatória
Guido.
1976. 75 p.
assinada pelo autor.
9 / M744g
MONIZ,
A guerra social de Rio de Janeiro:
Possui dedicatória
Edmundo.
Canudos.
Civilização brasileira,
assinada por Moema,
1978. 282 p.
Ecildo, B. de Paiva e
Helena (26.11.78).
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1/
000366
1/
000229
1/
000910
1/
000507
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição
(anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
9 / M758h
MONTAGU, O homem que
Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
1/
Tradução do Cel
Ewen.
nunca existiu.
do Exército, 1978. 171 p.
000324 Alvaro Galvão.
(Coleção General Benício,
164).
82.09 / M776c MONTELLO, Caminho da fonte: Rio de Janeiro: Instituto
Ausente.
1/
Josué.
estudos de
Nacional do Livro, 1959.
000032
literatura.
398 p. (Biblioteca de
Divulgação Cultural, AXXIV).
929 / M787m MONTGOME Memórias do
Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
1/
Tradução Luiz
RY of
Marechal
do Exército, 1976. 284 p.
000174 Paulo Macedo
Montgomery :
Carvalho.
Alamein,
Bernard Law tomo I.
Montogomery.
929 / M787m MONTGOME Memórias do
Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
1/
Tradução Newton
RY of
Marechal
do Exército, 1976. 328 p.
000519 Corrêa de Andrade
Alamein,
Montgomery :
(Coleção General Benício,
Mello.
Bernard Law tomo II.
143).
Montogomery.
315
316
Localização
(CDU e Cutter)
82-31 / M817j
9 / M827f
9 / M827i
82-1 / M827c
82-1 / M827c
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição
(anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
MOOG,
Uma jangada para Porto Alegre: Globo, 1959. Possui na primeira 1 /
Vianna.
Ulisses.
282 p.
página assinatura de 000213
Ilhydia Maria Perillo
Caiado dez. 1959
Lembrança de
Leonina.
MORAES,
Figuras e ciclos da Rio de Janeiro: Globo,
Ausente.
1/
Carlos Dante história Rio1959. 229 p. (coleção
000879
de.
Grandense.
Província).
MORAES,
A igreja e o
São Paulo: [s.n.], 1979.
Possui dedicatória 1 /
Geraldo Dutra colégio dos
152 p.
assinada por
000459
de.
Jesuítas de São
Joaquim Rodrigues
Paulo.
Vieira Marques (S.
Paulo 2-9-84).
MORAES,
Catarse: [livro de Goiânia: [s.n.], [198?].
Possui dedicatória 1 /
Lourdes Maria sonetos].
54 p.
assinada pela autora. 000170
Frazão de.
MORAES,
Cantos encantos. Pinheiros, SP: João
Possui dedicatória 1 /
Raul de.
Scortecci, 1984. 39 p.
assinada pelo autor. 000572
Localização
(CDU e Cutter)
8 / M827n
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição
(anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
MORAIS,
A nossa língua:
São Paulo: [s.n.], 19--. 208 Possui assinatura de 1 /
Bento Bueno programa de
p. (Coleção Didática
Florisbela Cunha e 000831
de.
português para a 1ª Nacional).
Cruz Brom.
e 2ª série do curso
ginasial.
82-31 / M838i
MOREIRA
FILHO,
Juarez.
Infância e
Goiânia: Oriente, 1980. 97 Possui dedicatória 1 /
travessuras de um p.
assinada pelo autor. 000530
sertanejo.
82-9 / M845d
MOREYRA, O dia nos olhos.
Álvaro.
Rio de Janeiro: Lux, [1955]. Possui assinatura de 1 /
240 p.
Eduardo Torres de 000082
Freitas na primeira
folha. Capa solta.
317
318
Localização
(CDU e Cutter)
82-9 / M921j
9 / M921m
82-9 / M929n
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição
(anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
MOTT, Odette Justino, o retirante. São Paulo: Brasiliense,
Possui dedicatória 1 /
Prêmio Monteiro
de Barros.
19. ed.
1982. [96] p. (Jovens do
assinada pela autora. 000295 Lobato Mundo Todo).
Academia
Brasileira de
Letras; 3º Prêmio
Concurso Lion Editora do Brasil;
Menção Honrosa
do Prêmio Hans
Andersen da
International
Board of Books
for Young People;
MOTTA,
Mapa da província Goiânia: [s.n.], 1971.
Ausente.
1/
Hélcio José de Goyaz: limites, [20] p.
000450
da.
povoações,
caminhos 1750.
MOURA,
Notícias da terra. São Paulo: Edições
Ausente.
1/
Antonio José
Símbolo, 1978. 91 p.
000671
de.
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição
(anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
82-9 / M929n MOURA,
Notícias da terra. São Paulo: Edições
Possui dedicatória
2/
Antonio José
Símbolo, 1978. 91 p.
assinada pelo autor
000749
de.
(10/11/79).
82-1 / M929p MOURA,
Poemas errantes. Goiânia: [s.n.], 1972.
Ausente.
1/
Jorge;
107 p.
000665
TAVARES,
Pedro.
82-31 / M929c MOURA,
Conflitos de
Goiânia: Cultura Goiana, Ausente.
1/
Mariza Helena gerações.
1975. 103 p.
000428
de Mendonça.
821.134.3 /
MOURÃO- Portugal a terra e o [Lisboa]: Fundação
Ausente.
1/
M929p
FERREIRA, homem: antologias Calouste Gulbenkian,
000265
David (Org.). de textos de
1979. 400 p.
escritores do
século XX, II
volume,1. série.
821.134.3 /
MOURÃO- Portugal a terra e o [Lisboa]: Fundação
No exemplar n.2
2/
M929p
FERREIRA, homem: antologias Calouste Gulbenkian,
encontrou-se uma nota 000545
David (Org.). de textos de
1979. 400 p.
de R$5 cruzeiros.
escritores do
século XX, II
volume,1. série
319
320
Localização
(CDU e Cutter)
821.134.3 /
M929p
821.134.3 /
M929p
82-1 / M966c
82-1 / M966t
82-1 / N244g
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade
data, volume, edição
(anotações, marcas
de leituras,
observações)
MOURÃO- Portugal a terra e o [Lisboa]: Fundação
Ausente.
FERREIRA, homem: antologias Calouste Gulbenkian,
David;
de textos de
1981. 508 p.
SEIXO, Maria escritores do
Alzira (Orgs.). século XX, II
volume,3. série.
MOURÃO- Portugal a terra e o [Lisboa]: Fundação
Ausente.
FERREIRA, homem: antologias Calouste Gulbenkian,
David;
de textos de
1981. 508 p.
SEIXO, Maria escritores do
Alzira (Orgs.). século XX, II
volume,3. série.
MUNIZ, Ciro Construção do
Goiânia: UFG, 1967.
Possui dedicatória
Palmerston. recado.
75 p.
assinada pelo autor.
MUNIZ, Ciro Tempo maior.
[S.l.]: [s.n.], [19--]. 96 p. Ausente.
Palmerston.
NASCENTE, Os gatos.
Goiânia: [s.n.], 1966. 75 Possui dedicatória
Gabriel José.
p.
assinada pelo autor
(28/1/67). Contém
recorte de jornal com
poema de Batista
Custódia Santos.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1/
000261
2/
000797
1/
000101
1/
000182
1/
000527
Localização
(CDU e Cutter)
82-1 / N244c
82-1 / N244m
82-1 / N244p
82-1 / N244p
2 / N244p
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidad Exemplar e Nota de conteúdo
data, volume, edição
e (anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
NASCENTE, Colheita: a voz dos Goiânia: Unigraf, 1979.
Possui
1 / 000175
Gabriel.
inéditos.
382 p.
dedicatória
assinada por
Maria
Guilhermina
(15-11-79).
NASCENTE, Menestrel de rua: Goiânia: Oriente, 1976.
Possui
1 / 000587
Gabriel.
poemas.
63 p.
dedicatória
assinada pelo
autor (Goiás,
2/12/78).
NASCENTE, Os passageiros.
Goiânia: Cultura Goiana,
Capa solta.
1 / 000680
Gabriel.
1975. 76 p.
NASCENTE, Pastoral.
Goiânia: Oriente, 1980.
Possui
1 / 000746
Gabriel.
110 p.
dedicatória
assinada pelo
autor.
NASCIMENO Para você
Governador Valadares:
Possui
1 / 000733
, Manoel
melhorar na vida. DID-FPF, 198-. 53 p.
dedicatória
Alves do.
assinada pelo
autor.
321
322
Localização
(CDU e Cutter)
78 / N244
2 / N272r
82-9 / N316b
82-1 / N417c
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
NASCIMENTO, Orientação
Goiânia: [s.n.], 1970. 52 p. Ausente.
1 / 000255 Tese apresentada
Dalva Albernaz metodológica da
para concurso à
do.
percepção
docência livre da
musical.
disciplina de
Teoria Musical e
Solfejo do
Conservatória de
Música da
Universidade
Federal de Goiás.
NATALI, Marco. Receitas para Campos do Jordão: DIO,
Folhas soltas.
1 / 000014
perceber.
1982. 63 p.
NAVA, Pedro. Baú de ossos. Rio de Janeiro: Sabiá, 1972. Possui marcas de 1 / 000470
393 p.
dobradura nas
orelhas de algumas
páginas.
NEJAR, Carlos. Casa dos
Porto Alegre: Globo, 1973. Possui dedicatória 1 / 000107
arreios.
103 p.
assinada pelo
autor.
Localização
(CDU e Cutter)
821.134.3 /
M929p
82-9 / N454c
82-1 / N454m
82-9 / N642r
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
NEMÉSIO, Portugal a terra e o [Lisboa]: Fundação Calouste Ausente.
1 / 000555 Com a presente
Vitorino
homem: antologias Gulbenkian, 1978. 288 p.
edição associa-se a
(Org.).
de textos de
Fundação Calouste
escritores dos
Gulbenkian às
séculos XIX-XX .
comemorações do
dia de Portugal, de
Camões e das
Comunidades
portuguesas.
NERUDA,
Confesso que vivi: São Paulo: Difel, 1979. 358 Possui dedicatória 1 / 000166 Tradução de Olga
Pablo.
memórias. 7. ed. p.
assinada por
Savary.
Nepomuceno
(15.04.79). Capa
solta colada com
fita crepe.
NERUDA,
El mar y las
Buenos Aires: Losada, 1974. Capa solta.
1 / 000201
Pablo.
campanas. 2. ed. 108 p.
NICOLELIS, Rumo à liberdade. São Paulo: Moderna, 1983. Possui dedicatória 1 / 000188
Giselda
4. ed.
49 p.
assinada pela
Laporta.
autora.
323
324
Localização
(CDU e Cutter)
32 / N754a
82-1 / N778p
9 / N778p
82-91 / N832b
82-3 / O46
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
NOBRE,
Anistia para o
Brasília: Câmara dos
Possui dedicatória 1 / 000634 Discursos
Freitas.
legislativo:
deputados, 1984. 166 p.
endereçada à
pronunciados pelo
discursos como (Separatas de discursos,
Maria Luisa.
Deputado Freitas
líder da oposição. pareceres e projetos, 136).
Nobre como lider
do MDB e do
PMDB e Projetos
de Lei de sua
autoria.
NOGUEIRA, Palavras ao vento. Goiânia: O Popular, 1981. Possui dedicatória 1 / 000196
Arnaldo.
[110] p.
assinada pelo
autor.
NOGUEIRA, Pires do Rio:
Goiânia: Roriz, 1977. 128 p. Possui dedicatória 1 / 000210
Wilson
marco da história
assinada.
Cavalcanti.
de Goiás.
NORDESTINO O bode
Mundo Novo, BA: [s.n.],
Ausente.
1 / 000857
, Franklin
subversivo que 1979. 13 p.
Maxado.
deu no diabo.
OLINTO,
Longe, no
Rio de Janeiro: Pongetti,
Ausente.
1 / 000675
Jorge.
passado...: poesia 1970. 111 p.
e prosa.
Localização
(CDU e Cutter)
9 / O48c
82-9 / O48c
9 / O48e
82-1 / O48c
82-31 / O48f
82-1 / O48e
82-1 / O48p
Autor
Título
OLIVEIRA,
Antônio
Augusto Pires
de.
OLIVEIRA,
Antônio
Baptista de.
OLIVEIRA,
Fausto Pires
de.
OLIVEIRA,
H. Maia de.
O capitão da Serra
Negra: relatos de
Gonçalo Moreira
Lima.
Contos e
mistérios: contos.
OLIVEIRA,
Isócrates.
OLIVEIRA,
Lólio L. de.
OLIVEIRA,
Lólio L. de.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
São Paulo: Martins, 1982.
249 p.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória 1 / 000068
assinada pelo autor
na folha de rosto.
Goiânia: Cultura Goiana,
1980. 105 p.
Possui dedicatória 1 / 000109
assinada pelo
autor.
Elementos para a São Simão, SP: [s.n.], 1975. Possui assinatura 1 / 000400
história de São
394 p.
do autor.
Simão.
Cântaro partido. São Paulo: [s.n.], 1969. 129 Possui dedicatória 1 / 000446
p.
com assinatura
ilegível (11.4.82).
Frederico e o
Goiânia: UFG, 1983. 269 p. Ausente.
1 / 000626
mundo real.
Exumação:
São Paulo: Cortez-Paubrasil, Possui dedicatória 1 / 000416
poemas.
1981. 87 p.
assinada pelo
autor.
Poemas.
São Paulo: [s.n.], 1950. 39 p. Possui dedicatória 1 / 000438
assinada pelo autor
(mar/81).
325
326
Localização
(CDU e Cutter)
82-9 / O48j
82-1 / O48p
82.09 / O48c
82.09 / O48c
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
OLIVEIRA, Jogo de sombras. São Paulo: Vanguarda,
Possui dedicatória 1 / 000540
Lólio
1978. 85 p.
assinada pelo
Lourenço de.
autor.
OLIVEIRA, Palavras soltas.
[S.l.]: [s.n.], 1982. 25 p.
Possui dedicatória 1 / 000785
Pedro Alberto.
assinada pelo autor
(11.03.84).
OLIVEIRA, Cartas chilenas: São Paulo: Referência, 1972. Possui dedicatória 1 / 000884
Tarquínio J. B. fontes textuais.
329 p.
assinada pelo autor
de.
(S. Paulo 31-7-72),
marcações a caneta
em alguns
parágrafos e
anotações de
nomes e endereços
de José Geraldo
Vergueiro e Luiz
Otávio Soares.
OLIVEIRA, Cartas chilenas: São Paulo: Referência, 1972. Possui dedicatória 2 / 000885
Tarquínio J. B. fontes textuais.
329 p.
assinada pelo autor
de.
(Goiás 19-09-73).
Localização
(CDU e Cutter)
9 / O48
55 / O48
82-1 / O54a
82-1 / O54f
82-9 / O69t
82-9 / O77v
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Rio de Janeiro: Berlendis & Ausente.
1 / 000913
Vertecchia Editores LTDA,
1980. 168 p.
Ouro Preto: [s.n.], 1976. 54 Ausente.
1 / 000274
p.
OLIVEIRA, Ouro Preto e
Tarquínio J. B. Mariana.
de.
OLIVEIRA, Ouro nas Minas
Tarquínio J. B. Gerais.
de; LANARI,
Cássio.
OMÁ, Emir. Aquarelas goianas. Goiânia: [s.n.], 1970. [70] p. Possui dedicatória
assinada por Euler
de Amorim.
OMÁ, Emir. Flor de abril:
[S.l]: [s.n.], 1971. 90 p.
Possui dedicatória
poesias.
assinada pelo
autor.
ORICO,
Tres cuentos del Madrid: [s.n.], 1946. 76 p. Expressivas
Osvaldo.
mar.
marcas de
deterioração
causada pela
enchente.
ORTÊNCIO, Vão dos angicos. Rio de Janeiro: José
Possui dedicatória
Bariani.
Olympio, 1969. 214 p.
assinada pelo
autor.
1 / 000496
1 / 000691
1 / 000918 Texto em
espanhol.
1 / 000284
327
328
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
641 / O77c
ORTÊNCIO, A cozinha goiana: Goiânia: Oriente, 1980.
Waldomiro
estudo 396 p.
Bariani.
receituário.
37 / O82c
O'SHEA, M. Como educar meu São Paulo: José Olympio,
V.
filho. 6. ed.
1955. 371 p.
82-9 / O87g
OTERO, Léo Gente de rancho: São Paulo: [s.n.], 1954.
Godoy.
contos goianos.
146 p.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Possui algumas
1 / 000062 Edição revista e
anotações a lápis
aumentada.
sinalizando o
Contém 500
número das
receitas.
receitas que foram
doadas ao autor
por Cora Coralina.;
apresenta contorno
nos números de
algumas receitas.
Capa solta.
1 / 000384
Assinatura ilegível
na folha de rosto.
Livro com
1 / 000828 Bolsa de
expressivas marcas
publicações Hugo
de deterioração
de Carvalho
causada pela
Ramos.
enchente.
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
82-1 / P114j
PACCA,
Dinorah.
82-1 / P116m
PACHECO,
Eudes.
82-1 / P116m
PACHECO,
Eudes.
82-3 / P116r
PACHECO,
Altamiro de
Moura.
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Jardim do sonho: Goiânia: Oriente, 1973.
Possui dedicatória 1 / 000494 Obras completas
versos. 2. ed.
256 p.
assinada por
de Dinorah Pacca.
Marlene de
Mendonça Ferreira
(filha da autora)
23/4/73.
Marcas: poemas. [S.l.]: [s.n.], 1977. 64 p.
Possui dedicatória 1 / 000391
endereçada a
Marlene com
assinatura ilegível.
Marcas: poemas. [S.l.]: [s.n.], 1977. 64 p.
Possui dedicatória 2 / 000392
endereçada a
Brasilete e assinada
por Ticiana.
Rochedo e
[S.l]: Ebrasa, 1968. 165 p. Possui dedicatória 1 / 000379
ferrôlho: conto assinada pelo autor.
crônica e novelas.
Pequenas anotações
manuscritas a
caneta e algumas
correções
ortográficas.
329
330
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
82-1 / P149t
PAIVA, Stela Temporã: poesia. Brasília: Itamarati, 1980.
Maris Rezende.
97 p.
9 / P153g
PALACIN,
Luiz.
9 / P153g
80 / P189q
31 / P192e
Particularidade
(anotações,
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória
assinada pela
autora (Brasília,
30/10/84).
Possui marcador
de papel na página
61 e em algumas
páginas marcas de
leitura a lápis.
Ausente.
Goiás 1722-1822: Goiânia: Oriente, 1972.
estrutura e
177 p.
conjuntura numa
capitania de
Minas.
PALACIN,
Goiás 1722-1822: Goiânia: Oriente, 1972.
Luiz.
estrutura e
177 p.
conjuntura numa
capitania de
Minas.
PÂNDU,
Que nome darei Rio de Janeiro: Tecnoprint, Possui dedicatória
Pandiá;
ao meu filho?.
1977. 290 p.
com assinatura
PÂNDU, Ana.
ilegível.
PANIAGO,
Estudos sociais: São Paulo: Do Brasil,
Possui dedicatória
Elia; GOMES, primeiro ano
[198?]. 125 p.
assinada pela
Layse de
primário. 2. ed.
autora.
Campos
Moreira.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000566 Prêmio Fernando
Chinaglia de 1979
1 / 000300
2 / 000301
1 / 000689
1 / 000153
Localização
(CDU e Cutter)
39 / P192v
82-9 / P223
82-8 / P223
82-31 / P291d
9 / P322g
82-31 / P436f
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
PANIAGO,
Viçosa Viçosa: UFV, 1977. 154 p. Possui dedicatória 1 / 000339
Maria do
Tradições e
assinada por Caio
Carmo Tafuri. folclore.
Jardim.
PARANHOS, Obras completas. Goiânia: Cerne, 1972. 432 p. Ausente.
1 / 000173
Ricardo.
PARANHOS, Obras completas Goiânia: Cerne, 1972. 432 p. Ausente.
1 / 000382
Ricardo.
de Ricardo
Paranhos.
PASTERNAK, O doutor Jivago. Belo Horizonte: Itatiaia,
Possui dedicatória 1 / 000801 Tradução de Oscar
Boris.
1958. 565 p.
endereçada a
Mendes e Milton
Vasco e assinada
Amado.
por Maria.
PATTON JR, A guerra que eu Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
1 / 000298 Tradução de Cel
George S.
vi.
do Exército, 1979. 350 p.
Álvaro Galvão.
(Coleção General Benício,
168).
PEREIRA,
Fio de prumo.
Rio de Janeiro: José
Possui dedicatória 1 / 000705
Antônio Olavo.
Olympio, 1965. 247 p.
assinada pelo autor
(Castro Alves,
janeiro, 23, 1968).
331
332
Localização
(CDU e Cutter)
34 / P436j
82-1 / P475e
82-1 / P475p
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
PEREIRA,
Juízes brasileiros Rio de Janeiro: José
Possui dedicatória 1 / 000228
Osny Duarte. atrás da cortina de Konfino, 1952. 515 p.
assinada. Sem
ferro. 2. ed.
capa.
PESSOA,
O eu profundo e os Rio de Janeiro: Nova
Possui dedicatória 1 / 000313
Fernando.
outros eus: seleção Fronteira, 1980. 280 p.
assinada por
poética. 10. ed.
(Coleção Poesis).
Carlos Eduardo,
Lucia, Valéria,
Juliana e Mariana.
Batatais 19/06/82.
PESSOA,
Poesias: de Álvaro Lisboa: Edições Ática, 197-. Possui dedicatória 1 / 000396
Fernando.
de Campos.
337 p. (Coleção Poesias assinada por José
Obras completas de
Nepomuceno Filho
Fernando Pessoa, 2).
(29. dez. 77). Na
dedicatória há uma
justificativa da
escolha do livro de
Pessoa em
substituição do
livro poema-vida
de Neruda.
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
9 / P643c
PILO,
Conceição.
Cultos e tradições [S.l.]: Grafenge, 1980.
de conceição do [148] p.
mato dentro.
82-31 / P644t
PIMENTA
NETTO.
Tio Omega.
2 / P644m
PIMENTEL,
Cornélio.
Mensagens de fé [S.l]: Tiprogresso, 1982.
e de otimismo. 2. 95 p.
ed.
35 / P644e
PIMENTEL, Episódios
Joaquim S. de militares.
Azevedo.
82-31 / P644t
PIMENTEL,
Sidiney.
82-9 / P657t
Terra molhada.
Goiânia: O Popular, 197-.
111 p.
Rio de Janeiro: Biblioteca
do Exército, 1978. 184 p.
(coleção General Benício,
162).
Anápolis: Safady, 1974.
[246] p.
Particularidade
(anotações,
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória
assinada por
Fausto e Maria
Laura (14-08-82).
Possui dedicatória
assinada pelo
autor.
Possui dedicatória
assinada na folha
de rosto. Folha de
rosto solta.
Ausente.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000223
1 / 000463
1 / 000071
1 / 000517
333
Possui dedicatória 1 / 000266
assinada pelo
autor.
PIÑON, Nélida. Tempo das frutas. Rio de Janeiro: José Álvaro, Possui dedicatória 1 / 000633
1966. 229 p.
assinada pela
autora (Rio, 30-775).
334
Localização
(CDU e Cutter)
34 / P695g
82-31 / P743a
82-9 / P743n
82-3 / P745
1 / P822e
33 / P864b
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
PIZZOLANTE, Guia dos direitos Rio de Janeiro: Nórdica,
Possui dedicatória 1 / 000528
Maria Lúcia
da mulher.
1984. 102 p.
assinada pela
D'Ávila.
autora.
POE, Edgar
Aventuras de
São Paulo: Clube do Livro, Capa solta.
1 / 000442
Allan.
Artur Gordon
1946. 192 p.
Pym.
POE, Edgar
Novelas
São Paulo: Clube do Livro, Capa solta.
1 / 000811
Allan.
extraordinárias. 1945. 208 p.
POESIAS e
Goiânia: UFG, Capa solta.
Vários autores
1 / 000662
contos
1966. 95 p.
(bacharelandos da
bacharéis.
Faculdade de
Direito da
Universidade de
Goiás, em 1966).
POOLE, Cecil Os eternos frutos Rio de Janeiro: Renes, 1979. Possui dedicatória 1 / 000148
A.
do conhecimento. 157 p. (Biblioteca Rosacruz, assinada pela
24).
Ordem Rosacruz
(out/79).
POTSCH,
O Brasil e suas Rio de Janeiro: Livraria
Capa solta.
1 / 000376
Waldemiro.
riquezas:
Francisco Alves, 1954.
brasilogia. 26. ed. 385 p.
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
2 / P866h
POTTER,
Charles
Francis.
82-1 / P893g
POZZOLI,
Marilita.
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
335
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
História das
Rio de Janeiro: [s.n.], 1968. Ausente.
1 / 000291 Tradução de J. de
religiões: vida dos 559 p.
Sampaio Ferraz.
líderes religiosos.
Com referência
especial aos
atavismos
elementos comuns
e costumes
paralelos das
religiões do
mundo.
Galera das almas. [S.l.]: [s.n.], [195-?]. 108 p. Possui colado um 1 / 000949
recorte de jornal
com notícia sobre
o regresso de Cora
a Goiás. Algumas
anotações a caneta
nos poemas. Capa
e folha de rosto
ausentes.
Informações
retiradas de outras
fontes.
336
Localização
(CDU e Cutter)
82-9 / P896d
Autor
Dom Emanoel
Gomes de
Oliveira.
82-31 / P944m PRÉVOST, Maria das
Marcel.
Angústias.
82-31 / P964c PROKOSCH, Conspiradores.
Frederic.
82-9 / P971p
82-32 / Q1
PRADO,
Francisco.
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Goiânia: O Popular, 1979.
45 p.
Rio de Janeiro: Roberto
Furquim, 1944. 206 p.
São Paulo: Cupolo, 1945.
252 p.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Ausente.
1 / 000141
Capa solta.
1 / 000802 Tradução de J.
Luiz de O. Araujo.
Possui expressivas 1 / 000882 Tradução de
marcas de
Aydano Arruda e
deterioração
F. L. Di Monaco.
causada pela
enchente.
PRUDENTE, Por ares muitas
Rio de Janeiro: José
Possui dedicatória 1 / 000203
Carmen
vezes naveados... Olympio, 1956. 323 p.
assinada pela
Annes-Dias.
autora e
endereçada a Zelia
Valverde. Páginas
coladas na parte
superior.
QUARTIM, Onde está o lago São Paulo: [s.n.], 1978. 47 p. Possui dedicatória 1 / 000253
Yone.
azul que você me
assinada pela
prometeu?.
autora (20-6-84).
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
82-9 / Q1v
QUARTIM,
Yone.
Video tape.
São Paulo: [s.n.], 1976.
92[30] p.
82-9 / Q1f
QUARTIM,
Yone.
[S.l.]: Escala, 1982. 90 p.
(Coleção Ordem Nacional
dos Escritores, 5).
82-31 / Q3m
QUEIROZ,
Dinah Silveira
de.
Fora da barra
(histórias de
amor); Santo
Antonio jogou no
bicho (histórias
divertidas).
A muralha. 7. ed.
82-3 / Q3u
QUEIROZ,
Eça de.
Últimas páginas:
manuscritos
inéditos. 6. ed.
82-31 / Q3c
QUEIROZ,
Eça de.
A cidade e as
serras. 2. ed.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória 1 / 000262
assinada pela
autora.
Possui dedicatória 1 / 000418
assinada pela
autora.
Brasília: Ebrasa, 1971.
416 p.
Possui dedicatória 1 / 000792 Romance
assinada pela
comemorativo do
autora (Set - 72).
IV centenário da
Fundação de São
Paulo.
Porto: Livraria Chardron, de Possui marcador 1 / 000317 S. Christovam Lello & Irmão, 1937. 425 p. de página em
Sto Onofre; S. Frei
forma de recibo de
Gil - Artigos
padaria (15-6-69).
diversos.
São Paulo: Brasiliense,
Possui anotação de 1 / 000330
1973. 164 p.
endereço e
telefone.
337
338
Localização
(CDU e Cutter)
008 / Q3e
82-1 / Q3m
9 / Q3c
82-31 / Q3q
82-31 / Q3d
39 / Q3p
Autor
Título
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
QUEIROZ, Evolução cultural Goiânia: Oriente, 1969.
Possui dedicatória 1 / 000399 Possui dedicatória
Jerônimo
de Goiás: estudo. 241 p.
assinada pelo autor
assinada pelo autor
Geraldo de.
(Goiânia, 23-2-73).
(Goiânia, 23-273).
QUEIROZ, Mostre-me um
Rio de Janeiro: EDC, 1982. Possui dedicatória 1 / 000492
Luiz Alberto caminho suave.
141 p.
assinada pelo
de.
autor. Folhas
soltas.
QUEIROZ, Cristalina minha Goiânia: Rio Branco, 1983. Possui dedicatória 1 / 000573
Luiz Alberto terra.
152 p.
com assinatura
ilegível (13-10de.
83).
QUEIROZ, O quinze. 7. ed. Rio de Janeiro: José
Possui dedicatória 1 / 000698
Rachel de.
Olympio, 1966. 120 p.
assinada pela
(Coleção Sagarana, 18).
autora (16-9-66).
QUEIROZ, Dôra, Doralina. 2. Rio de Janeiro: José
Ausente.
1 / 000781
Rachel de.
ed.
Olympio, 1975. 256 p.
QUENTAL, Pecuária
Daisy Soares. folclórica: o boi.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
São Paulo: Editorial
Livramento, 1979. 67 p.
Possui dedicatória 1 / 000316
assinada por Elza
M. Recco
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória 1 / 000753
assinada pelo
autor.
82-1 / Q7m
QUINAN,
Issy.
Marcas.
[S.l.]: [s.n.], [198-]. 57 p.
82-9 / Q7m
QUINTA,
Waldyr
Castro.
O major e seus
bigodes.
Goiânia: [s.n.], 1981. 362 p. Possui dedicatória 1 / 000347
assinada pelo
autor.
82-1 / Q9p
QUOIST,
Michel.
Poemas para rezar. São Paulo: Duas Cidades,
16. ed.
1954. 207 p.
Possui dedicatória 1 / 000189
assinada por
Olympia (Goiás,
10-5-1964). Sem
capa. Folhas
coladas na parte
superior.
82-1 / R114p
RABÊLO,
Laurindo.
Poesias completas. Rio de Janeiro: Instituto
Nacional do Livro, 1963.
272 p. (Biblioteca Popular
Brasileira, 23).
Capa solta. Páginas 1 / 000696
coladas na parte
superior.
339
340
Localização
(CDU e Cutter)
82-31 / R175p
82-9 / R175h
82-94 / R175v
3 / R175
82-1 / R175g
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
RAMOS,
O planeta do
Goiânia: Barão de Itararé, Possui dedicatória 1 / 000697
Anatole.
silêncio.
1974. 226 p. (Série
com assinatura
Ficção Científica, I).
ilegível (Goiânia,
14.08.74).
RAMOS,
Hoje a noite é mais Goiânia: Unigraf, 1982. Possui dedicatória 1 / 000715
Anatole.
longa.
109 p.
assinada pelo autor.
RAMOS,
Viagem:
Rio de Janeiro: José
Ausente.
1 / 000757 Obra póstuma.
Graciliano.
Checoslováquia - Olympio, 1954. 200 p.
Edição ilustrada.
U.R.S.S.
RAMOS, José Um crime quase Osasco: [s.n.], 1977.
Ausente.
1 / 000192
Nabantino;
perfeito.
186 p.
BIGGI, José
de Castro.
RAMOS,
Goyania: poema Goiânia: Cerne, [19--]. Capa solta.
1 / 000233 Esta edição é uma
Manuel L. de épico. 2. ed.
321 p.
reprodução fiel da de
1896, exemplar
Carvalho.
pertencente ao
escritor José
Mendonça Teles.
Considerado o
primeiro livro
goiano.
Localização
(CDU e Cutter)
82-9 / R175m
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
RAMOS,
Maria de
Lourdes da
Silva.
RAMOS,
Maria.
Menina de Cuiabá: São Paulo: T.A. Queiroz,
reminiscências.
1983. 121 p.
82-9 / R175c
RAMOS,
Ricardo.
Contos.
Rio de Janeiro: José
Olympio, 1954. 191 p.
17 / R196e
RANGEL,
José.
Rio de Janeiro: Empreza
Graphica, 1926. 306 p.
82-9 / R257c
RAWET,
Samuel.
Elementos para a
educação moral
cívica e social.
Contos do
imigrante.
82-9 / R175b
Banhado em flor: Rio de Janeiro: Do livro,
estórias de uma
1967. 137 p.
guria. 3. ed.
Rio de Janeiro: José
Olympio, 1956. 127 p.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória 1 / 000393
assinada pela
autora.
Possui dedicatória 1 / 000066 Prêmio Júlia
assinada pela
Lopes de Almeida
autora na folha de
da Academia
rosto. Capa solta.
Brasileira de
Letras 1964.
Possui dedicatória 1 / 000200
assinada pelo autor
e endereçada a
Zélia Valverde.
Possui assinatura 1 / 000350 Livro adotado no
de Luiz de Faria.
Colégio Pedro II.
Possui dedicatória 1 / 000645
endereçada a Zélio
Valverde e
assinado pelo autor
(Rio, 21/3/56).
341
342
Localização
(CDU e Cutter)
82-31 / R291
82.09 / R291a
82-31 / R343u
82-1 / R343t
82-1 / R364c
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
REBELLO, Três caminhos.
Rio de Janeiro: Ariel, 1933. Ausente.
1 / 000415
Marques.
152 p.
REBELLO, Antologia escolar Rio de Janeiro: MEC, 1967. Sem capa.
1 / 000883
Marques.
brasileira.
365 p.
REGO, José Usina.
Rio de Janeiro: José
Possui dedicatória 1 / 000815
Lins do.
Olympio, 1936. 392 p.
assinada por
Celeste (21 julho36). Capa e folhas
soltas.
RÊGO, Mauro Taça vazia:
[S.l]: [s.n.], 1982. 67 p.
Possui impresso na 1 / 000005
Bastos Pereira. poesias.
quarta capa uma
dedicatória
assinada por Cora
Coralina em
11/4/79. Possui
dedicatória
assinada na folha
de rosto.
REINALDO, Chão do coração. Goiânia: [s.n.], 1982. 74 p. Possui dedicatória 1 / 000098
Luiz.
assinada pelo
autor.
Localização
(CDU e Cutter)
82-9 / R375m
82-1 / R375
82-9 / R467c
Autor
Título
REIS, Maria
Barbosa.
REIS,
Nidoval.
Meio século de
magistério.
Onze de
antigamente:
sonetos.
REZENDE,
Jeová de
Paula.
Cenas de
dezemboque.
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Goiânia: Oriente, 1979. Possui dedicatória
1 / 000767
134 p.
assinada pela autora.
Bauru: Joarte, 1982.
Possui dedicatória
1 / 000264
[26] p.
assinada pelo autor.
Contém um recorte de
jornal com poesia do
autor dedicada à Cora
Coralina.
Goiânia: [Cia Editora
Possui dedicatória
1 / 000155
Social], 1966. 114 p.
assinada pelo autor.
Na página 57 foi
encontrado um
recorte de jornal que
traz uma nota sobre o
escritor francês
Emilio Zola. Nessa
mesma página há um
cálculo matemático
manuscrito.
343
344
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
82-3 / R467m
REZENDE,
Maria José
Aranha de.
Muita prosa,
pouco verso:
crônica e poesia.
Santos, SP: A Tribuna de
Santos, 1983. 107 p.
82-3 / R647m
REZENDE,
Maria José
Aranha de.
Muita prosa,
pouco verso:
crônica e poesia.
Santos, SP: A Tribuna de
Santos, 1983. 107 p.
82-3 / R481m
RIA, Cesário Manual do
da Béca.
chicanista. 7. ed.
Brasília: Ebrasa, 1968.
172 p.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória 1 / 000472
endereçada à
Paraguassú e
assinada por
Zezinho (maio/83).
Contém crônica
intitulada Cora
Coralina na página
56.
Possui dedicatória 2 / 000588
assinada pela
autora e na
primeira página
após a folha de
rosto encontrou-se
poema manuscrito
de Cora Coralina
Possui dedicatória 1 / 000625
com assinatura
ilegível.
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
82-1 / R482v
RIBAS, J.
82.09 / R484
RIBEIRO
JÚNIOR,
Theodoro.
Título
Verso e reverso.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
[S.l]: [s.n.], [198?]. 75 p.
Origens da
Rio de Janeiro: Zélio
literatura: vinte
Valverde, 1944. 376 p.
séculos de
formação cultural.
82-94 / R484e RIBEIRO,
É a guerra: diário. Lisboa: Livraria Bertrand,
Aquilino.
1934. 302 p.
82-31 / R484m RIBEIRO,
Maria Benigna.
Lisboa: Livraria Bertrand,
Aquilino.
1933. 285 p.
82-9 / R484g
RIBEIRO,
Guilherme de
São Paulo: Traço, 1983.
José Antônio Almeida: poeta
127 p.
Pereira.
modernista.
82-9 / R484m RIBEIRO,
Um menino do
Goiânia: O Popular, 1983.
Paes.
mato que driblou a 216 p.
seca. 2. ed.
82-9 / R536c
RICHTER,
Canto de cigarra. Goiânia: Líder, [198?].
Nair Perillo.
129 p.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória 1 / 000283
assinada pelo
autor.
Capa solta.
1 / 000898
Ausente.
1 / 000371
Possui carimbo de 1 / 000798
livraria com preço.
Possui dedicatória 1 / 000505
assinada pelo
autor.
Possui dedicatória 1 / 000305
assinada pelo
autor.
Possui cartão de 1 / 000130
visita da autora.
345
346
Localização
(CDU e Cutter)
83 / R573c
82-9 / R586a
34 / R586d
82-1 / R586r
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
RILKE,
Cartas a um jovem Porto Alegre: Globo,
Apresenta marcações 1 / 000162 Cartas a um jovem
Rainer Maria. poeta; A canção de 1975. 109 p.
a caneta em algumas
poeta, tradução de
amor e de morte
páginas.
Paulo Rónai; A
do porta-estandarte
canção de amor e
Cristóvão Rilke.
de morte do portaestandarte
Cristóvão Rilke,
tradução de
Cecília Meireles.
7ª impressão.
RIOS, Arthur "Americano do
Goiânia: O Popular,
Possui dedicatória
1 / 000051
E. S.
Brasil, o
1978. 33 p.
assinada na folha de
educador".
rosto.
RIOS, Arthur Justiça e direito. Goiânia: UFG, 1976. 60 Possui dedicatória
1 / 000453
E. S.
p.
com assinatura
ilegível.
RIOS,
Ramalhete: versos. São Paulo: Linográfica, Algumas páginas
1 / 000023
Augusto.
1957. 234 p.
possuem pequenas
correções manuscritas
no texto. Sem
indicação de autoria.
(ex. p. 68, 30.; Autor
Goiano..
Localização
(CDU e Cutter)
82-9 / R627b
63 / R627p
82-31 / R661c
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
RIZKALLA, Baú de mascate. Volta Redonda, RJ: [s.n.], Possui dedicatória 1 / 000601
Jamil.
1980. 119 p.
assinada pelo
autor.
RIZZINI,
Preliminares
Rio de Janeiro: [s.n.], 1962. Possui dedicatória 1 / 000273 Com a
Carlos Toledo. acerca das
79 p.
assinada por
colaboração de
formações vegetais
Ezechias Paulo.
Ezechias Paulo
e do
Heringer - chefe
reflorestamento no
do convênio
Brasil Central.
florestal em
Brasília. Prêmio
Manoel Gomes
Accher de 1961 do
Conselho Florestal
Federal.
ROBINSON, O cardeal. 2. ed. São Paulo: Mérito, 1955.
Possui dedicatória 1 / 000895 Tradução de José
Henry Morton.
651 p.
endereçada à tia
Geraldo Vieira.
Anica com
assinatura de
Santinha
(Pru,8/4/1958).
Sem capa.
347
348
Localização
(CDU e Cutter)
82-9 / R696v
82-9 / R696v
82-1 / R741a
9 / R769g
82.09 / R788g
82-31 / R788g
Autor
Título
RODRIGUES, Vitrais em
Maria Decia movimento.
Alencar.
RODRIGUES, Vitrais em
Maria Decia movimento.
Alencar.
ROJAS,
Arquitetura do
Sérgio; LIRIO, perigo: poemas.
Tor.
RONCATO,
Marilândia.
ROSA,
Guimarães.
ROSA, João
Guimarães.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Goiânia: Cultura Goiana,
1976. 164 p.
Goiânia: Cultura Goiana,
1976. 164 p.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Ausente.
1 / 000729
Possui dedicatória 2 / 000730
assinada pela
autora.
Rio de Janeiro: Civilização Possui dedicatória 1 / 000073
brasileira, 1984. 94 p.
assinada por um
(Poesia hoje, 70).
dos autores (Sérgio
Rojas).
Goiás.
Rio de Janeiro: Ao Livro
Ausente.
1 / 000183
Técnico, 1973. 24 p.
Guimarães Rosa: São Paulo: Abril, 1982.
Possui dedicatória 1 / 000506
seleção de textos, 110 p. (Literatura
assinada por Iris
notas, estudos
comentada).
(Goiás, 21 de julho
biográfico,
de 1982).
histórico e crítico e
exercícios por:
Beth Brait.
Grande sertão:
Rio de Janeiro: Nova
Capa solta.
1 / 000994
veredas. 16. ed.
Fronteira, 1984. 568 p.
Localização
(CDU e Cutter)
82-9 / R788p
291 / R821m
Autor
ROSA,
Joaquim.
ROSIN, Zilda
Giunchetti.
Título
Por esse Goiás
afora.
Morte é vida. 4.
ed.
82-1 / R829s
ROSSETTO, O sol-da-dor da
Paulo Sérgio. terra.
82-1 / R829s
ROSSETTO, O sol-da-dor da
Paulo Sérgio. terra.
82-1 / R829r
ROSSETTO, Rola arisca.
Paulo Sérgio.
82-1 / R829m
ROSSETTO, Memorinha:
Paulo Sérgio. poemas infantis.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Goiânia: Cultura Goiana,
1974. 258 p.
São Paulo: LAKE, 1983.
184 p.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Ausente.
1 / 000275
Ausente.
349
1 / 000457 Contém duas
mensagens de
Dráusio, filho da
autora,
psicografadas por
Francisco Cândido
Xavier.
Campo Grande, MS: [s.n.], Possui dedicatória 1 / 000552
1981. 58 p.
assinada pelo
autor.
Campo Grande, MS: [s.n.], Possui dedicatória 2 / 000553
1981. 58 p.
assinada pelo
autor.
Três Lagoas: [s.n.], 1981. Possui dedicatória 1 / 000727
22 p.
assinada pelo autor
(T. Lagoas,
03/10/83).
Três Lagoas: [s.n.], 1982. Possui dedicatória 1 / 000881
34 p.
assinada por Elys
(03/10/84).
350
Localização
(CDU e Cutter)
61 / R831g
9 / S116g
9 / F134
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
ROSSITER, Guia prático da
São Paulo: Casa Publicadora Na folha de rosto 1 / 000788
Frederico.
saúde: tratado
Brasileira, [1939]. 690 p.
aparece a seguinte
popular de
anotação "página
anatomia,
451 - tabela sobre
physiologia e
período de
hygiene no qual se
gravidez". Contém
descrevem
marcador de papel.
scientificamente as
enfermidades, suas
causas e seu
tratamento.
Dedicado a
familias e
enfermeiros.
SABINO
Goiânia global.
Goiânia: Oriente, 1980.
Possui dedicatória 1 / 000440
JÚNIOR,
286 p.
assinada pelo
Oscar.
autor.
Saint-Hilaire AS FABULOSAS Goiânia: Oriente, 1971.
Possui dedicatória 1 / 000508 Antologia
[et al.].
águas quentes de 125 p.
assinada por
organizada pelo
Caldas Novas.
Martinho P. R.
editor T. Oriente.
Guimarães
(prefeito) 3-12-71.
Localização
(CDU e Cutter)
37 / S173t
82-1 / S232a
82-9 / S234v
32 / S235d
82-91 / S237v
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
São Paulo: ECE, 1977. 61 p. Ausente.
1 / 000888
SALÓ, Julia; Terra, água, ar,
BARBUY,
fogo: para uma
Santiago.
oficina escola
inicial.
SANTANA, Até a flor.
[S.l]: [s.n.], 1980. 66 p.
Gecyclan
Rodrigues.
SANTELMO, Vida, aventuras e Rio de Janeiro: H.Antunes,
Amador.
morte de Lampião 1958. 104 p. (Coleção
e Maria Bonita; A Popular 1908-1958).
vingança de
Corisco.
SANTILLO, Da mesa farta à
Brasília: Coordenação de
Adhemar.
subnutrição:
Publicações, 1978. 186 p.
discursos
pronunciados pelo
deputado Adhemar
Santillo.
SANTOS,
Viagem a São
Campina Grande: [s.n.],
Manoel
Saruê.
1965. 8 p.
Camilo dos.
Possui dedicatória 1 / 000087
assinada pelo
autor.
Possui dedicatória 1 / 000180 Nova edição
assinada por G.
aumentada com a
Barros (Campina
história de outras
Grande, 06-02-83).
mulheres do
cangaceiro.
No verso da folha 1 / 000112
de rosto há uma
mensagem escrita
por Cora Coralina
e datada (30/3/74).
Ausente.
1 / 000905
351
352
Localização
(CDU e Cutter)
82-1 / S237m
82.09 / S237c
82-9 / S274m
82-9 / S274m
738 / S328m
82-1 / S347t
Autor
SANTOS,
Maria Lucia
Cardoso dos.
SANTOS,
Wendel.
Título
Moleque
carapinha. 2. ed.
Imprenta (local,
Particularidade
Exemplar Nota de conteúdo
editora, data, volume, (anotações, marcas de e tombo
edição
leituras, observações)
São Carlos, SP:
Possui dedicatória
1 / 000503
UFSCAR, [1979?].
assinada pela autora.
139 p.
Goiânia: UFG, 1983. Ausente.
1 / 000575
188 p.
Crítica: uma
ciência da
literatura.
SAYÂO, Léa. Meu pai, Bernardo [Brasília]: Centro
Sayão. 3. ed.
Gráfico do Senado
Federal, 1976. 312 p.
SAYÂO, Léa. Meu pai, Bernardo [Brasília]: Centro
Sayão. 3. ed.
Gráfico do Senado
Federal, 1976. 312 p.
SCHEUER- Manufaturas de
São Paulo: [s.n.], 1976.
LOËLL,
cerâmica popular [20] p.
Herta.
em Mato Grosso
Central.
SCHMALTZ, Tempo de semear. Goiânia: Cerne, 1969.
Iêda.
116 p.
Possui dedicatória
1 / 000081
assinada pela autora na
folha de rosto.
Ausente.
2 / 000759
Possui dedicatória
1 / 000085
assinada pela autora na
folha de rosto.
Possui dedicatória
assinada pela autora.
1 / 000567 2º lugar da Bolsa
de Publicações
"Hugo de
Carvalho Ramos"
do Departamento
Estadual de
Cultura do Estado
de Goiás.
Localização
(CDU e Cutter)
82-1 / S347c
82-1 / S347a
82-1 / S347a
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
SCHMALTZ, Caminhos de mim. Goiânia: ETG, 1964. 133 p. Possui dedicatória 1 / 000576
Iêda.
endereçada à D.
Elina Maria e
assinada por
Manuel de Jesus
(Goiás, 14/5/65).
Capa solta.
SCHMALTZ, A alquimia dos
Goiânia: Unigraf, 1979.
Possui dedicatória 1 / 000296
Yêda.
nós.
203 p.
assinada pela
autora e o encarte
Paraúna Goiás Brasil (Fotos e
poemas da autora).
SCHMALTZ, A alquimia dos
Goiânia: Unigraf, 1979.
Possui dupla
2 / 000297
Yêda.
nós.
203 p.
dedicatória de
Nadir da Costa
Nunes e da autora.
353
354
Localização
(CDU e Cutter)
82.09 / S347p
82-9 / S347m
9 / S349m
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
SCHMALTZ, Os procedimentos Goiânia: UFG, 1983. 126 p. Possui dedicatória 1 / 000783 Prêmio do IV
Yêda.
da arte.
assinada pela
Concurso
autora.
Nacional de
Literatura da
Secretaria de
Educação e
Cultura e
Fundação Cultural
do Estado de
Goiás, gênero
Ensaio.
SCHMALTZ, Miserere.
Rio de Janeiro: Edições
Possui dedicatória 1 / 000084
Yêda.
Antares, 1980. 153 p.
assinada pela
autora.
SCHMIDT, O milho e o
Rio de Janeiro: Ministério Possui dedicatória 1 / 000896
Carlos Borges. monjolo: aspectos da Agricultura, 1967. 153 p. assinada pelo
da civilização do (documentário da vida rural, autor. Sem capa.
milho. Técnicas, 20).
utensílios e
maquinaria
tradicionais.
Localização
(CDU e Cutter)
82-1 / S351v
82-1 / S498s
82-1 / S558d
6 / S586a
82-9 / S586e
35 / S586d
Autor
SCHMIDT,
Godofredo
Augusto.
SEVERO
NETTO,
Augusto.
SHISHIDO,
Katsuko.
SILVA,
Benedicto.
SILVA,
Benedicto.
Título
Vida: 70 anos de
poesia.
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
São Paulo: Soma, 1981.
85 p.
Sinfonia do tempo. Rio de Janeiro: Irmãos
Pongetti, 1959. 188 p.
(Ferreira Itajubá, 2).
A dor da frágil
Santo André: Taturana,
pluma.
1982. [40].
Administração e Goiânia: UFG, 1979. 48 p.
medicina.
O estadista
Goiânia: UFG, 1979. 52 p.
Leopoldo de
(Coleção Documentos
Bulhões.
Goianos, 3).
SILVA,
Divisão territorial Brasília: Câmara dos
Colemar Natal e administrativa do deputados, 1978. 93 p.
e.
estado de Goiás.
Particularidade
(anotações,
marcas de
leituras,
observações)
Possui dedicatória
assinada pelo
autor.
Possui dedicatória
assinada pelo
autor.
Possui dedicatória
assinada pela
autora.
Ausente.
Ausente.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000609
1 / 000596
1 / 000900
1 / 000042
1 / 000270
Possui dedicatória 1 / 000456 Conferencia
assinada pelo
proferida na
autor.
Comissão de
Revisão Territorial
e Política
Demográfica.
355
356
Localização
(CDU e Cutter)
82-5 / S586
82-9 / S586n
82-1 / S586a
82-91 / S586v
82-91 / S586h
Autor
Título
Imprenta (local, editora,
data, volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
SILVA,
[Posse do
Goiânia: UCG, 1983. 25 p. Possui dedicatória 1 / 000866 Título atribuído
Colemar Natal acadêmico José
assinada por
pelo catalogado.
Júlio Guimarães
Guimarães Lima
Título da capa:
e.
Lima].
(Rio de Janeiro,
Patrono Jarbas
1983).
Jaime: cadeira 34
da AGL.
SILVA,
Nas curvas do
Goiânia: Cultura Goiana,
Possui dedicatória 1 / 000477
Diógenes
caminho.
1974. 148 p.
assinada pelo
Pereira da.
autor. Folhas
soltas.
SILVA,
Ao sabor da vida: Petrópolis: [s.n.], 1973. 75 p. Possui dedicatória 1 / 000500
Diógenes
poesias.
assinada pelo
Pereira da.
autor.
SILVA,
Vida e milagres de [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 8 p.
Ausente.
1 / 000852 Título da capa: Os
Expedito
Frei Damião.
milagres e os
Sebastião da.
sermões de Frei
Damião.
SILVA,
O homem visão. [S.l.]: [s.n.], [197-?]. 16 p. Ausente.
1 / 000853
Expedito
Sebastião da.
Localização
(CDU e Cutter)
929 / S586s
82-84 / S586c
159.9 / S586g
82.09 / S586m
82-5 / S586v
Autor
Título
357
Imprenta (local,
Particularidade
Exemplar Nota de conteúdo
editora, data, volume, (anotações, marcas de e tombo
edição
leituras, observações)
SILVA,
Os Siqueiras: de São Paulo: EDIGRAF, Possui dedicatória
1 / 000028
Felippe Nery Bragança Paulista. 1963. 295 p.
assinada na folha de
de Siqueira e.
rosto.
SILVA,
Caminhos de
[Goiânia]: Oriente,
Possui dedicatória
1 / 000178 1ª edição póstuma.
Francisco
outrora: diário de [197?]. 161 p.
assinada pelo editor
Ayres da.
viagens.
Taylor Oriente (janeiro,
1974).
SILVA,
Getúlio Vargas e a Rio de Janeiro: Zelio Sem capa.
1 / 000917
Gastão Pereira psicanálise das
Valverde, [19--]. 127 p.
da.
multidões.
SILVA, H.
A megalomania Rio de Janeiro: Aurora, Ausente.
1 / 000941
Pereira da.
literária de
[1949?]. 127 p.
Machado de Assis:
ensaio.
SILVA, Inácio Vida e obra de um [S.l.]: [s.n.], 1975. 40 p. Possui dedicatória
1 / 000889 Palestra proferida
Xavier da.
grande mestre.
assinada pelo autor.
na Sessão Solene
em que se
comemorou o
centenário de
nascimento do
Professor
Francisco Ferreira
dos Santos
Azevedo.
358
Localização
(CDU e Cutter)
2 / S586l
82-1 / S586e
82-9 / S586p
82-91 / S586a
82-91 / S586h
9 / S586h
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
SILVA, J.
Lugares e pessoas: São Paulo: Escolas
Possui marcador de 1 / 000250
Trindade da subsídios
Profissionais Salesianas, texto na página 224.
Fonseca e.
eclesiásticos para a 1948. 468 p.
história de Goiás.
SILVA, Jail É preciso parar. Bauru: Joarte, 1983. 66 p. Possui dedicatória
1 / 000136
Brasil da.
assinada pela autora
(Andradina 30-0983).
SILVA, João Pelos caminhos da Goiânia: Oriente, 1978. Possui dedicatória
1 / 000685
Costa e.
vida.
170 p.
assinada pelo autor
(Piracanjuba,
09/06/80).
SILVA, João Aladim e a
[Recife]: [s.n.], [19--].
Ausente.
1 / 000837
José da.
princesa de Bagdá. 31 p.
SILVA, João História de Ana [S.l.]: [s.n.], [197-?].
Ausente.
1 / 000854
José da.
Roa e "Banda
16 p.
Fôrra".
SILVA,
História do Brasil: São Paulo: Companhia Possui na primeira
1 / 000702 Edição revista e
Joaquim.
para o quarto ano Editora Nacional, 1943. página assinatura de
aumentada.
ginasial. 6. ed.
211 p.
Maria Luiza Bron (gz,
10-5-44).
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
9 / S586
SILVA,
Joaquim.
82-91 / S586c
SILVA, José O cavalo
Bernardo da. misterioso.
82-1 / S586a
SILVA, Luis O assassinato das
Martins da.
folhas.
SILVA, Luis Rua de mim.
Martins da.
82-1 / S586r
82-1 / S586l
82-1 / S586e
História da
civilização.
SILVA, Luis Lira.
Martins.
SILVA, Maria Espaços.
Abadia.
Imprenta (local, editora, Particularidade
data, volume, edição (anotações, marcas
de leituras,
observações)
São Paulo: [s.n.], [19--]. Livro incompleto.
207 p.
Sem folha de rosto.
Informações retiradas
de outras fontes.
[S.l.]: [s.n.], [197-?].
Ausente.
32 p.
Brasília: [s.n.], 1981.
40 p.
Rio de Janeiro: Edições
Tempo Brasileiro, 1977.
101 p. (Coleção
Tempoesia, 13).
Brasília: [s.n.], 1984.
70 p.
Goiânia: Cerne, 1980.
77 p.
Ausente.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000987
1 / 000859 Título da capa:
História do cavalo
misterioso e o Boi
Mandingueiro.
1 / 000083
Possui dedicatória
assinada pelo autor
(Goiás, 20.12.81).
1 / 000701
Ausente.
1 / 000322
Possui dedicatória
1 / 000312 Concurso bolsa de
assinada pela autora.
publicações Hugo
de Carvalho
Ramos: 1980 1º
lugar gênero
poesia.
359
360
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
82-1 / S586s
SILVA,
Maria.
Uma sombra no
crepúsculo.
9 / S586s
SILVA,
Martiniano
José da.
Sombra dos
quilombos:
introdução ao
estudo do negro
em Goiás.
A moça que ria
muito.
82-31 / S586m SILVA,
Martiniano
José da.
37 / S586t
90 / S586c
82-1 / S586v
SILVA, Nancy Tradição e
Ribeiro de
renovação
Araújo e.
educacional em
Goiás.
SILVA, Paulo Casas de fundição
Pitaluga Costa em Mato Grosso.
e.
SILVA, Sergio Vida felina.
Amaral.
Imprenta (local, editora, Particularidade
data, volume, edição (anotações, marcas
de leituras,
observações)
Goiânia: Líder, 1982.
Possui dedicatória
164 p.
assinada pela autora.
Contém marcador de
página.
Goiânia: Cultura Goiana, Possui dedicatória
1974. 127 p.
assinada pelo autor.
Goiânia: [s.n.], 1964.
149 p.
Goiânia: Oriente, 1975.
345 p.
Cuiabá: Fundação
Cultura de Mato Grosso,
1977. 64 p.
[S.l]: [s.n.], 1981. [70] p.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000465
1 / 000600
Possui dedicatória
1 / 000761
assinada pelo autor
(Go. 23-9-65).
Encontrou-se recibo
de depósito bancário.
Possui dedicatória
1 / 000560
assinada pela autora.
Capa solta.
Possui dedicatória
1 / 000021
assinada na folha de
rosto.
Possui dedicatória
1 / 000303
assinada pelo autor.
Localização
(CDU e Cutter)
82-1 / S587f
82.09 / S587a
82-1 / S587v
Autor
SILVEIRA
JUNIOR,
Peixoto da.
SILVEIRA, J.
Peixoto da.
SILVEIRA,
Lucia Rios
Peixoto da.
32 / S587
SILVEIRA,
Modesto.
9 / S587n
SILVEIRA,
Peixoto da.
Título
Feto sem teto.
Augusto Rios:
poeta.
Verso e vida.
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Goiânia: Helga, 1980.
Possui dedicatória
1 / 000325
81 p.
assinada pelo autor.
Jaraguá: [s.n.], 1946.
16 p.
Goiânia: Líder, 1981.
154 p.
Ausente.
1 / 000903
Possui dedicatória
1 / 000099
assinada pela autora.
Capa e algumas
folhas soltas.
Luta comum.
Brasília: Câmara dos
Ausente.
1 / 000672 Seleção de
deputados, 1981. 211 p.
pronunciamentos
do Deputado
Modesto da
Silveira em 1980.
Prefácio: Senador
Roberto Saturnino
Braga.
A nova capital: por [S.l.]: Pongetti, [19--].
Possui dedicatória
1 / 000627
que, para onde e 357 p.
assinada pelo autor.
como mudar a
Capa solta.
Capital Federal. 2.
ed.
361
362
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
82.09 / S587r
SILVEIRA,
Peixoto.
Relembrando
Augusto Rios.
82-1 / S587v
SILVEIRA,
Peixoto.
Versos esquecidos
e vários inéditos.
82-9 / S587l
SILVEIRA,
Valdomiro.
Leréias: histórias
contadas por eles
mesmos.
82-1 / S587w
SILVEIRA,
Peixoto.
WIS.
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
[S.l.]: [s.n.], 1974. 62 p. Possui dedicatória
1 / 000426 Conferência
assinada pelo autor.
pronunciada,
resumidamente, na
sessão ordinárias
de 5 de setembro
de 1974 da
Academia Goiana
de Letras.
Goiânia: Unigraf, 1980. Possui dedicatória
1 / 000448
149 p.
assinada por Px
Júnior (agosto 81).
São Paulo: Martins, 1945. Ausente.
1 / 000429
206 p.
[S.l]: Xerox do Brasil,
1982. [88]p.
Possui encarte com 1 / 000388
depoimentos sobre o
autor.
Localização
(CDU e Cutter)
9 / S612a
82-1 / S676f
030 / S676d
82-1 / S677n
82-1 / S717i
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade
data, volume, edição (anotações, marcas
de leituras,
observações)
SIMPÓSIO [Anais do]
Campinas, SP: [s.n.],
Sem capa.
NACIONAL Simpósio Nacional 1971. 276 p.
DE
de Professores
PROFESSOR Universitários de
ES
História: notícia
UNIVERSITÁ bibliográfica e
RIOS DE
histórica.
HISTÓRIA
(25.:1971).
SOARES
Frauta ruda.
Brasília: Escopo, 1979. Possui dedicatória
JUNIOR, José.
105 p.
assinada pelo autor
(15.06.80).
SOARES,
Dicionário de
Rio de Janeiro: FGV,
Possui dedicatória
Moacir Bretas. legislação do
1981. 270 p.
assinada pelo autor.
ensino.
SOBRINHO, Nas asas do tempo. Belo Horizonte: O
Possui dedicatória
Lucília
Lutador, 1984. 101 p.
assinada pela autora.
Cândida.
SÓTER, José Início e fim.
[S.l.]: [s.n.], 1978. [36] p. Possui dedicatória
Luiz do
assinada pelo autor.
Nascimento.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000986
1 / 000700
1 / 000226
1 / 000655
1 / 000763
363
364
Localização
(CDU e Cutter)
82-1 / S717s
82-1 / S725c
82-1 / S725m
82-3 / S729n
9 / S729d
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
Catalão, GO: Sta. Luzia, Possui dedicatória
1 / 000579
[197-]. 60 p.
assinada por Sóter
(08/78).
SÓTER, José Salada mista.
Luiz do
Nascimento;
RIBEIRO,
Noélia Maria;
HÜMMEL,
Paulo Tovar.
SOUSA,
Continente
Brasília: [s.n.], 1982.
Césario.
brazilha: poesia e [70] p.
outros bichos.
SOUSA,
A moenda dos
Brasília: Coordenada,
Salomão.
dias: poesia.
1979. 68 p.
SOUZA Filho, Nos tempos de
Goiânia: Unigraf, 1981.
Eduardo H. de. Goyaz: crônicas e 107 p.
poemetos.
SOUZA, Luiz O descobrimento Goiânia: UFG, 1967.
Antônio da
da capitania de
76 p.
Silva e.
Goyaz: governo,
população e coisas
mais notáveis, 30
de setembro de
1812.
Possui dedicatória
assinada pelo autor.
1 / 000145
Possui dedicatória
assinada pelo autor.
Possui dedicatória
assinada pelo autor.
1 / 000394
Ausente.
1 / 000113 Trabalho extraído
do Jornal do
Instituto Histórico
e Geográfico
Brasileiro, 4º
Trimestre de 1849.
1 / 000474
Localização
(CDU e Cutter)
9 / S729d
9 / S729d
82-1 / S729p
82-1 / S822c
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
SOUZA, Luiz O descobrimento Goiânia: UFG, 1967.
Ausente.
2 / 000114 Trabalho extraído
Antônio da
da capitania de
76 p.
do Jornal do
Silva e.
Goyaz: governo,
Instituto Histórico
população e coisas
e Geográfico
mais notáveis, 30
Brasileiro, 4º
de setembro de
Trimestre de 1849.
1812.
SOUZA, Luiz O descobrimento Goiânia: UFG, 1967.
Ausente.
3 / 000115 Trabalho extraído
Antônio da
da capitania de
76 p.
do Jornal do
Silva e.
Goyaz: governo,
Instituto Histórico
população e coisas
e Geográfico
mais notáveis, 30
Brasileiro, 4º
de setembro de
Trimestre de 1849.
1812.
SOUZA,
Poemas para amar Brasília: [s.n.], 1971.
Possui dedicatória
1 / 000216
Siomar
em Brasília.
191 p.
assinada pelo irmão
Rodrigues de.
do autor.
STEINER,
Canto e
[S.l]: [s.n.], [198?]. 66 p. Possui dedicatória
1 / 000086
Zélia
desencanto.
assinada pela autora
Rodrigues.
na folha de rosto
365
366
Localização
(CDU e Cutter)
9 / S848n
82-31 / S939r
82-1 / S942h
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
STEVENSON, 90 minutos em Rio de Janeiro: Difel,
Contém marcador de 1 / 000637 Tradução Luiz
William.
Entebbe. 4. ed. 1977. 222 p.
página e rabiscos a
Coração, com
caneta em alguns
documentos de Uri
parágrafos.
Dan,
correspondente de
guerra do jornal
Maariv. Título
alternativo:
Noventa minutos
em Entebbe.
SUASSUNA, Romance d'A
Rio de Janeiro: José
Contém alguns
1 / 000658 Nota de Rachel de
Ariano.
pedra do reino e o Olympio, 1971. 635 p. parágrafos e palavras
Queiroz; posfácio
príncipe do
sublinhadas a caneta.
de Maximiano
sangue do vai-eCampos.
volta.
SUCASAS
Harpas e
[São Bernardo do
Possui dedicatória
1 / 000707
JÚNIOR, José. carrilhões.
Campo]: [s.n.], [1979?]. assinada pelo autor
96 p.
(Cidade de Goiás, 1305-979). Encontrouse um pedaço de
papel com desenho e
frases soltas.
Localização
(CDU e Cutter)
91 / T157t
8 / T164e
82-1 / T176t
9 / T266d
9 / T226r
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
TAMER,
Transamazônica, Rio de Janeiro: APEC, Capa solta.
1 / 000748
Alberto.
solução para
1970. 274 p.
2001.
TANGANELLI Estatutos do
São Paulo: Michalany, Possui dedicatória
1 / 000230
, Santos Pedro. medíocre.
[198?]. [26] p.
assinada. Apresenta
correções ortográficas
a caneta.
TARANTO,
Te conheço pelo São Paulo: [s.n.], 1979. Possui dedicatória
1 / 000564
Sonia; ASSIS, cheiro.
76 p.
assinada por Sonia
Fernando.
Taranto (BH/jan/83).
TAUNAY,
Dias de guerra e São Paulo:
Assinatura de
1 / 000033
Alfredo
de sertão. 3. ed. Melhoramentos, [1927]. Cantídio Brêtas na
d'Escragnolle
156 p.
folha de rosto.
Taunay
(Visconde de
Taunay).
TAUNAY,
A retirada da
São Paulo:
Marcadores de papel 1 / 000088
Alfredo
laguna: episódio Melhoramentos, 1975.
inseridos nas páginas
d'Escragnolle da Guerra do
202 p.
153 e 161. Marcas a
Taunay
Paraguai. 18. ed.
caneta nas referidas
(Visconde de).
páginas.
367
368
Localização
(CDU e Cutter)
9 / T231b
9 / T266r
655 / T266p
39 / T266f
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
TAVARES, Brasil França: ao Rio de Janeiro: Biblioteca Possui marcador de 1 / 000151
A. de Lyra.
longo de 5 séculos. do Exército, 1979. 335 p. página em branco e
(Coleção General
um cartão de visita de
Benício, 173).
Maria José Rabelo
Costa.
TEIXEIRA, Reencontro.
[Goiânia]: [s.n.], 1981. Possui dedicatória
1 / 000726
Amália
144 p.
assinada pela autora
Hermano.
(Cidade de Goiás, 16
de abril de 1983).
Exemplar com marcas
de restauração.
TEIXEIRA, O primeiro
Ouro Preto: Casa dos
Ausente.
1 / 000666
João Gomes; impresso em
Contos, 1976. 100 p.
LANARDI, Minas Gerais.
Cássio;
OLIVEIRA,
Tarquínio J. B.
de.
TEIXEIRA, Folclore goiano: São Paulo: Companhia Possui marcações de 1 / 000718
José A.
cancioneiro,
Editora Nacional, 1979. leitura a caneta.
lendas,
235 p. (Brasiliana, 306). Encontrou-se um
superstições. 3. ed.
recorte de jornal.
Localização
(CDU e Cutter)
82-31 / T266e
82-9 / T266r
82-31 / T266s
82.09 / T269c
82-1 / T269p
82-1 / T269a
Autor
Imprenta (local, editora, Particularidade
data, volume, edição (anotações, marcas
de leituras,
observações)
TEIXEIRA, O escravo branco. São Paulo: [s.n.], 1961. Possui dedicatória
Maria Santos.
191 p.
assinada pela autora.
Capa solta.
TEIXEIRA, Retalhos que o
Belo Horizonte: Vega,
Possui dedicatória
Maria Santos. tempo deixou.
1978. 210 p.
endereçada a Aloísio
e Lúcia e assinada
pela autora.
TEIXEIRA, O solar de D.
[S.l.]: Sion, 1965. 177 p. Expressivas marcas
Maria Santos. Beija.
de deterioração por
insetos.
TELES,
O conto brasileiro Goiânia: [Cinco de
Possui uma cópia da
Gilberto
em Goiás.
março], 1969. 152 p.
folha de rosto solta.
Mendonça.
TELES,
Pássaro de pedra. Goiânia: ETG, 1962.
Possui dedicatória
Gilberto
99 p.
assinada pelo autor
Mendonça.
(Goiás, 1/10/63).
TELES,
Gilberto
Mendonça.
Título
Arte de amar. 2.
ed.
Rio de Janeiro: Imago,
1977. 88 p. (Poesia
Imago).
Possui dedicatória
assinada pelo autor.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000385
1 / 000656
1 / 000872
1 / 000156
1 / 000406 Prêmio Álvares de
Azevedo (1961) da
Academia Paulista
de Letras.
1 / 000495
369
370
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
82-1 / T269f
TELES,
Gilberto
Mendonça.
82-9 / T269s
TELES, José
Mendonça.
TELES, José
Mendonça.
TELES, José
Mendonça.
82-9 / T269c
82-5 / T269r
82.09 / T269f
TELES, José
Mendonça.
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade
data, volume, edição (anotações, marcas
de leituras,
observações)
Fábula de fogo.
São Paulo: [s.n.], 1961. Possui dedicatória
176 p.
assinada pelo autor.
Encontrou-se bula de
remédio entre as
páginas.
Setembro nos
Goiânia: Oriente, 1982. Possui dedicatória
reúne.
141 p.
assinada pelo autor.
A cidade do O´cio. Goiânia: Oriente, 1973. Possui dedicatória
2. ed.
159 p.
assinada pelo autor.
Um rio dentro de Goiânia: Oriente, 1979. Possui a seguinte
mim.
144 p.
anotação feita por
Cora Coralina "Este
livro foi recebido na
noite de homenagem
de José Mendonça
Teles e Bernardo Élis
no Palácio das
Esmeraldas na noite
de 23 de agosto de
1979 Cora Coralina".
Fronteira.
Goiânia: Oriente, 1977. Possui dedicatória
212 p.
endereçado à Cora
Coralina.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000876 Prêmio "Leo
Lynce" de 1960.
1 / 000157
1 / 000181
1 / 000286
1 / 000287
Localização
(CDU e Cutter)
82.09 / T269f
82-9 / T273c
2 / T314s
82-9 / T454a
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade
data, volume, edição (anotações, marcas
de leituras,
observações)
TELES, José Fronteira.
Goiânia: Oriente, 1977. Possui dedicatória
Mendonça.
212 p.
endereçado à sra.
Ramos Caiado.
TELLES,
Crônicas das ruas Porto Alegre:
Possui dedicatória
Leandro.
de Pôrto Alegre. [Meridional], 1971. 97 p. assinada.
TEPE,
O sentido da vida: Salvador: Mensageiro da Possui dedicatória
Valfredo.
ascese cristã e
Fé, 1960. 263 p.
escrita em francês,
psicologia
endereçada à Zulmira
dinâmica. 3. ed.
e assinada por Olívia
(1961). Encontrou-se
marcadores de papel.
THOMAZ,
Anchieta.
Rio de Janeiro: Biblioteca Ausente.
Joaquim.
do Exército, [1981].
231 p. (coleção General
Benício, 191).
82-1 / T465c
THOMÉ,
Cirros. 2. ed.
Flora Egídio.
82-31 / T654a
TOLSTOI,
Leon.
Ana Karenina.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
2 / 000288
1 / 000171 A biblioteca
possui o v.1.
1 / 000583
1 / 000342 Prêmio Joaquim
Nabuco, da
Academia
Brasileira de
Letras.
1 / 000030
[S.l.]: [s.n.], 1980. 54 p. Possui dedicatória
assinada na folha de
rosto.
Rio de Janeiro: Irmãos Sem capa.
1 / 000482 Tradução revista
Pongetti, [19--]. 516 p.
por Marques
Rebelo.
371
372
Localização
(CDU e Cutter)
58 / T662v
82-1 / T833m
82-1 / T833t
221.3 / T882t
Autor
TOMPKINS,
Peter; BIRD,
Christopher.
TRINDADE,
Maria Zélia
Damázio.
TRINDADE,
Maria Zélia
Damázio.
TSE, Lao.
94 / U11e
U., Rutina
(Ruta).
82-1 / U48v
UMBELINO,
Alzira.
Título
Imprenta (local,
Particularidade
editora, data,
(anotações, marcas de
volume, edição
leituras, observações)
A vida secreta das Rio de Janeiro:
Possui dedicatória
plantas. 5. ed.
Exped, 1978. 324 p. assinada por Maria
Guilhermina.
Momentos.
Belo Horizonte:
Possui dedicatória
Lemi, 1977. 87 p.
assinada por Cassio
Damazio.
Tempo tão-pouco- Ouro Preto: [s.n.],
Possui dedicatória
tempo, Amor tão- 1973. [74] p.
assinada por Cassio
grande-amor.
Damazio (Rio, 1975).
Tao te king.
[Brasília]:
Possui dedicatória
Coordenada, [1969?]. assinada por Renato
159 p. (coleção
Sócrates Gomes Pinto
Poesia Universal).
(14.04.1978).
Eu queria tanto, Rio de Janeiro:
Ausente.
ainda viver.
Biblioteca do
Exército, 1983. 130 p.
(Coleção General
Benício, 213).
Vôo rasante.
[S.l]: Littera Maciel, Possui dedicatória
1984. 64 p.
assinada pela autora.
Apresenta dois recortes
datiloscritos explicativos
sobre os poemas "Noites
latinas" e "Ziu (Cascão).
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000282 Tradução de
Leonardo Fróes.
1 / 000631
1 / 000632
1 / 000559 Tradução do
francês por Olívio
Tavares de Araújo.
1 / 000518
1 / 000308
Localização
(CDU e Cutter)
069 / U58
82-9 / V135v
Autor
UNIVERSIDA
DE Católica de
Goiás.
VAL, Waldir
Ribeiro do.
Título
Museu de arte
sacra da Boa
Morte.
Vida e obra de
Raimundo
Correia.
82-1 / V176
VALLADARE Ver de novo.
S, Luiz
Fernando.
82-7 / V181d
VALLE,
Geraldo.
O discurso de
satanás: e uma
aventura no
inferno.
Imprenta (local,
Particularidade
Exemplar Nota de conteúdo
editora, data, volume, (anotações, marcas de e tombo
edição
leituras, observações)
Goiânia: UCG, 1984. Ausente.
1 / 000897
40 p.
Rio de Janeiro: Instituto Capa solta.
Nacional do Livro,
1960. 326,[12] p.
(Coleção B, 3).
Goiânia: Oriente, 1978. Ausente.
97 p.
[S.l.]: [s.n.], 1966. 26 p. Possui dedicatória
assinada pelo autor e
endereçada a Nion
Albernaz (Goiânia, 2-666). Capa solta.
1 / 000820
1 / 000412 Primeiro prêmio
de poesia da bolsa
de publicações
Hugo de Carvalho
Ramos da União
Brasileira de
Escritores - GO e
da Prefeitura
Municipal de
Goiânia – 1977.
1 / 000880
373
374
Localização
(CDU e Cutter)
641 / V181d
929 / V217v
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
VALLE,
O de comer no
Fortaleza: Secretaria de Possui dedicatória. 1 / 000498
Maria Cléa de Ceará.
Cultura e Desporto, 1981.
Oliveira.
123 p.
VAN LOON, Vidas ilustres: ou, Rio de Janeiro: Globo,
Possui dedicatória
1 / 000791
Hendrik
fiel e verdadeira 1956. 675 p.
com endereçamento e
Willem.
narrativa de
assinatura ilegível.
inúmeras e
Capa e folhas soltas.
notáveis
Encontrou-se recibo
entrevistas com
de envio de telegrama
certas personagens
e do Serviços Aéreos
históricas, desde
Cruzeiro do Sul com
Confúcio e Platão
envio de doces.
até Napoleão e
Torquemada, sobre
quem sempre
tivemos grande
curiosidade e as
quais vieram jantar
conosco em
tempos que lá vão.
5.ed.
Localização
(CDU e Cutter)
82-1 / V293c
82-1 / V331c
82-31 / V331l
82-31 / V331k
82-1 / V393m
82-8 / V426a
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade
data, volume, edição (anotações, marcas
de leituras,
observações)
VARELLA,
Canto
Rio de Janeiro: J. Di
Possui dedicatória
Martins.
perdido.
Giorgio, [198?]. 32 p.
assinada na folha de
rosto.
VASCONCELOS, Cantos da
[S.l.]: [s.n.], 1967. 19 p. Possui dedicatória
Genaro de.
planície.
assinada pelo autor.
VASCONCELOS, ...longe da
São Paulo:
Ausente.
José Mauro de.
terra. 5. ed. Melhoramentos, 1969.
214 p.
VASCONCELOS, Kuryala:
São Paulo:
Ausente.
José Mauro de.
capitão e
Melhoramentos, 1979.
carajá.
335 p.
VAZ, Coelho.
Mensagem Goiânia: Oriente, 1971. Possui dedicatória
livre.
75 p.
assinada pelo autor.
VEIGA NETTO Antologia
São Paulo: [s.n.], 1943. Possui dedicatória
(Org.).
goiana: tomo 310 p.
assinada por Paulo
I prosadores,
Araújo (seu editor,
jornalistas e
Goiânia 14/11/76).
poetas
falecidos
1838-1943.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000129
1 / 000143
1 / 000321
1 / 000699
1 / 000762
1 / 000813 Edição da Bolsa
de publicações
Hugo de Carvalho
Ramos, criada
pelo decreto-lei n.
475, de 25 de
março de 1943.
375
376
Localização
(CDU e Cutter)
82-1 / V438s
82-1 / V476i
82-1 / V476
82-9 / V517s
82-31 / V517c
314 / V614s
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade
data, volume, edição (anotações, marcas
de leituras,
observações)
VELOSO, Natercia Serenidade: Porto Alegre: Globo,
Possui dedicatória
Cunha.
poesias.
1963. 169 p.
assinada pela autora.
VERAS, Dalila
Inventário
São Paulo: Pannartz,
Possui dedicatória
Teles.
precoce.
1983. 70 p.
assinada pela autora.
VERAS, Dalila
Lições de
São Paulo: Pannartz,
Possui dedicatória
Teles.
tempo.
[198-]. 76 p.
assinada pela autora.
VERISSIMO,
Solo de
Porto Alegre: Globo,
Possui dedicatória
Erico.
clarineta:
1976. (Coleção
assinada por "Seu
memórias. 7. Sagitário).
editor Paulo Araújo
ed.
13/4/76".
VERÍSSIMO,
Um certo
Porto Alegre: Globo,
Ausente.
Erico.
capitão
1970. 254 p. (Coleção
Rodrigo.
Sagitário).
VIANA, Wilton. Síndrome de Campinas, SP:
Possui dedicatória
migração:
IPROSAM, 1978. 104 p. assinada pelo autor.
fundamentos
psicanalíticos,
sociológicos e
terapeuticos.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000599
1 / 000532
1 / 000635
1 / 000362 A biblioteca
possui o v. 1.
1 / 000775
1 / 000584
Localização
(CDU e Cutter)
82-1 / V617d
82-1 / V642c
82-1 / V657d
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
VIANNA,
Dentro da noite. [Goiânia]: [s.n.], 1955. Ausente.
1 / 000816 Bolsa de
José.
100 p.
publicações Hugo
de Carvalho
Ramos mantida
pela prefeitura
Municipal de
Goiânia, e sob a
responsabilidade
literária da
Associação
Brasileira de
Escritores, secção
de Goiás.
VICTOR,
Cicatrizes da alma. São Paulo: [s.n.], 1977. Possui dedicatória
1 / 000100
Antônio.
105 p.
assinada pelo autor.
VIEIRA,
Da primavera ao Belém, PA: [s.n.], 1984. Possui dedicatória
1 / 000452
Lúcio Salgado. outono.
117 p.
assinada pelo autor
(20/02/85).
377
378
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
82-9 / V657h
VIEIRA, Primo.
"Hóspedes do
tempo".
82-9 / V657h
VIEIRA, Primo.
"Hóspedes do
tempo".
233 / V598e
VIJOYANANDA, O eterno
Swami.
companheiro:
sua vida e
ensinamentos
relatados por
seus discípulos.
31 / V695e
VILAÇA, Marcos Em torno da
Vinicios.
sociologia do
caminhão.
Imprenta (local,
Particularidade
editora, data, volume, (anotações, marcas
edição
de leituras,
observações)
Goiânia: Líder, 1978. Ilustração da capa
94 p.
assinada por Maria
Guilhermina.; A
ilustradora faz uma
extensa dedicatória
para Cora Coralina.
Goiânia: Líder, 1978. O exemplar 2 possui
94 p.
dedicatória assinada
pelo autor. Folhas
soltas.
São Paulo: ECE, 1981. Ausente.
131 p.
Recife: Instituto
Joaquim Nabuco de
Pesquisas Sociaias,
1961. 166 p.
Ausente.
Exemplar Nota de conteúdo
e tombo
1 / 000016
2 / 000191
1 / 000271 Publicado pela
primeira vez em
inglês por Swami
Prabhavananda;
tradução da versão
em espanhol pela
Equipe de
Ramakrishna
Vedanta Ashrama.
1 / 000235
Localização
(CDU e Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
9 / V711p
VILHENA, J. [Parte já
São Paulo: [s.n.], 1961. Ausente.
1/ 000089
Nunes.
reedificada]: [Parte [8] p.
a ser reedificada].
82-31 / W231e WALTARI, O egípcio. 13. ed. Rio de Janeiro: Brasileira, Sem capa. A folha de 1 / 000814 Tradução de José
Mika.
1949. 656 p.
rosto possui
Geraldo Vieira.
assinatura de J.
Guimarães de Barros.
82-1 / W241v WALTY,
Vovó e eu.
Brasília: [s.n.], 1972.
Possui dedicatória
1 / 000217
Larissa dos
[84] p.
assinada pela autora.
Santos.
82-1 / W245t
WANDERLE Tatuagem.
Recife: Edições Pirata, Possui dedicatória
1 / 000561
Y, Vernaide
1980. 37 p.
assinada pela autora.
M.
82-1 / W247v WANKE,
Via dolorosa.
Rio de Janeiro: [s.n.],
Capa solta.
1 / 000778
Eno Teodoro.
1976. [20] p.
29 / W359d
WAXEMBE Da mística e dos São Paulo: ECE, 1976. Ausente.
1 / 000780
RG, Jorge. estados de
118 p.
consciência.
82-1 / W712j
WILLER,
Jardins da
[São Paulo]: Massao
Possui dedicatória
1 / 000119
Cláudio.
provocação:
Ohno, 1981. 95 p.
assinada na folha de
poemas 1976/1980.
rosto.
379
380
Localização
(CDU e Cutter)
82-9 / W959p
82-1 / X3c
9 / Z82f
82-31 / Z86s
82-31 / Z86s
Autor
Título
Imprenta (local, editora, Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
data, volume, edição (anotações, marcas e tombo
de leituras,
observações)
WU, John C. Para além do
São Paulo: Flamboyant, Ausente.
1 / 000369 Tradução de Lucia
H.
oriente e do
1960. 301 p. (Tempos
J. Villela; Poemas
ocidente. 2. ed.
Atuais).
e salmos tradução de Dom
Marcos Barbosa,
O. S. B.
XAVIER
A canção do
Rio de Janeiro: Emiel,
Possui dedicatória
1 / 000485
JUNIOR.
planalto.
[195-]. [78] p.
assinada pelo autor
(Goiânia, 1956).
ZNAMENSKI Fertilidade do
Goiânia: Cerne, 1967.
Ausente.
1 / 000606
Y, Valerian. solo, problema de 84 p.
erosão e práticas
agropecuárias de
Goiás.
ZOLA,
A súplica.
São Paulo: Clube do
Ausente.
1 / 000037
Emílio.
Livro, 1946. 191 p.
ZOLA,
O sonho.
São Paulo: Clube do
Capa solta.
1 / 000212
Emílio.
Livro, 1947. 183 p.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
2 / D588
_
159 / R311
_
327 / R382
_
9 / D468
_
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
DIOCESE de Goiás e o Goiás: [s.n.], 1963. Possui marcação 1 / 000159
plano de emergência.
[10] p.
a caneta com a
observação
"otimamente
lembrados'.
Possui correções
ortográficas
manuscritas.
RECURSOS humanos e [S.l.]: Associação dos Ausente.
1 / 000186
desenvolvimento.
diplomados da Escola
Superior de Guerra,
1975. 16 p.
RELAÇÕES entre Israel e [Brasília]: Coronário, Ausente.
1 / 000187
a África do Sul: relatório [197?]. 42 p.
da comissão especial
contra o Apartheid.
O DESPERTAR do
[Goiânia]: [s.n.],
Possui
1 / 000220
nordeste goiano.
[197?]. 50 p.
dedicatória
assinada. Capa e
folhas soltas.
381
382
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
641 / T776
_
35 / E79
_
35 / E79
_
35 / D298
_
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
Ausente.
1 / 000221
UM tratado da cozinha
[S.l.]: Instituto
portuguesa do século XV. Nacional do Livro,
1963. 184 p. (Coleção
Dicionário da língua
portuguesa, textos e
vocabulários).
ESTATUTOS da liga da [S.l.]: [s.n.], 1924.
Capa solta.
1 / 000236
defesa nacional.
16 p.
Apresenta
marcas de leitura
a caneta,
palavras
sublinhadas
ESTATUTO do Instituto Goiânia: Oriente,
Ausente.
1 / 000237
Histórico e Geográfico de 1975. 30 p.
Goiás.
DECRETO n. 5.547 de 25 Goiás: [s.n.], 1918. Ausente.
1 / 000240
de outubro de 1917:
72 p.
remodelando as
secretarias de estado.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
9 / A939
_
AUTOS de devassa da
inconfidência mineira:
volume 8.
82-9 / J82
_
JORGE da Silva
Fagundes e Isaura
Siqueira Fagundes em
suas bodas de ouro.
82-8 / F634
_
FLORESCÊNCIA.
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
Brasília: Câmara dos Possui
1 / 000247
deputados, 1977.
dedicatória
439 p.
assinada por
Targino (Ouro
Preto, 29-06-77).
[S.l.]: [s.n.], 1949.
Possui
1 / 000258
48 p.
dedicatória
assinada por
Jorge da Silva
Fagundes
10/10/62.; possui
anotação
manuscrita a
lápis.
Brasília: [s.n.], 1984. Possui
1 / 000280
42 p.
dedicatória
assinada por
Ildefonso de
Souza (30-1084).
383
384
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
82-9 / F682
_
82-1 / U82
_
82-1 / U82
_
8 / N945
_
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
FONTES de alegria.
Santos, SP: Martins Possui
1 / 000289
Fontes, 1975. [20] p. dedicatória
assinada por
Lívia (jun./84).
URUGUAYANA sonho e Uruguaiana: [s.n.],
Ausente.
1 / 000306 Vários
poesia.
1983. 111 p.
colaboradores.
URUGUAYANA sonho e Uruguaiana: [s.n.],
Possui
2 / 000464 Vários
poesia.
1983. 111 p.
dedicatória
colaboradores.
assinada por
Raul Menezes
(Goiás, 31 de
janeiro de 1984).
NOVO manual de língua Rio de Janeiro:
Capa solta.
1 / 000337
portuguesa: gramatica,
Livraria Francisco
Contém um
lexicologia, análise,
Alves & Cª, 1918.
recorte de jornal
composição. 5. ed.
146 p.
com a matéria
intitulada
"Salários dos
servidores".
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
82-9 / B615
_
82-8 / A634
_
82-5 / S237
_
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
BIOGRAFIA Dr.
Goiânia: O Popular, Capa solta.
1 / 000341
Sebastião Fleury Curado: [1964?]. 10 p.
centenário de nascimento.
ANTOLOGIA da estância Porto Alegre: Sulina, Possui na página 1 / 000344
da poesia crioula.
1970. 393 p.
94 uma
dedicatória com
assinatura
ilegível.
Encontrou-se na
página 100 uma
bula de remédio.
SANTOS Estanisláu
João Pessoa: [s.n.], Possui cartão de 1 / 000349
Pessoa de Vasconcelos: 1971. 42 p.
oferta especial a
cadeira 30.
consideração à
escritora Cora
Coralina com
abraços do
amigo e
admirador,
assinado por F.
Coutinho Filho.
385
386
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
821.134.2(82)
/ A634
_
030 / B582
_
030 / B582
_
030 / B582
_
030 / B582
_
030 / B582
_
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
ANTOLOGÍA de la
Buenos Aires:
Ausente.
1 / 000351 Selección, estudio
poesia argentina siglos
Kapelusz, 1976. 181
preliminar y notas
XIX y XX.
p. (Grandes Obras de
de Maria Eugenia
la Literatura
Crogliano.
Universal, 122).
BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, A biblioteca não 1 / 000352 v 1: Realidade
cultura.
1980. 6 v.
possui o v 4:
Brasileira/ Gilberto
Folclore. (v 4:
Freyre.
Folclore/Maria
de Lourdes
Borges Ribeiro.)
BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente.
2 / 000353 v 2: Literatura/
cultura.
1980. 6 v.
Josué Montello.
BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente.
3 / 000354 v 3:
cultura.
1980. 6 v.
Música/Francisco
Mignone.
BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente.
4 / 000355 v 5: Cinema/Wilson
cultura.
1980. 6 v.
Cunha.
BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente.
5 / 000356 v 6: Teatro
cultura.
1980. 6 v.
I/Raymundo
Magalhães Júnior.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
030 / B582
_
030 / B582
_
030 / B582
_
030 / B582
_
050 / G943
_
57 / P829
_
2 / R121
_
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente.
6 / 000357 v 7: Teatro II/Maria
cultura.
1980. 6 v.
Claria Machado.
BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente.
7 / 000358 v 8: Artes Plásticas
cultura.
1980. 6 v.
I/ Flávio D'Aquino.
BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente.
8 / 000359 v 9: Artes Plásticas
cultura.
1980. 6 v.
II/ Wladimir Alves
de Souza.
BIBLIOTECA educação é Rio de Janeiro: Bloch, Ausente.
9 / 000360 v 10: Arquitetura /
cultura.
1980. 6 v.
Lucio Costa.
GUIA de Goiás.
Goiânia: [s.n.], 1980. Ausente.
1 / 000364
50 p.
POPOL Vuh: las antiguas [S.l]: EDUCA, 1976. Ausente.
1 / 000373
historias del Quiché.
170 p.
5. ed.
RACIONALISMO
Rio de Janeiro:
Ausente.
1 / 000377
Cristão. 19. ed.
Centro Redentor,
1956. 240 p.
387
388
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
008 / J41
_
22 / S237
_
2 / N935
_
2 / V483
_
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
JAULA aberta: órgão
Bauru: [s.n.], 1983. Possui
1 / 000378
informativo do Lions
12 p.
dedicatória no
clube de Bauru norte.
poema escrito
por Péricles
Rocha em
homenagem à
Cora Coralina Título: Velhice
em sinfonia.
OS SANTOS evangelhos. Petrópolis: Vozes,
Ausente.
1 / 000407 Tradução do texto
3. ed.
1963. 350 p.
original grego pelo
P. Dr. Frei Mateus
Hoepers, O. F. M.
O NOVO testamento de [S.l.]: Os Gideões
Ausente.
1 / 000409 Traduzido por João
nosso senhor e salvador Internacionais, 1976.
Ferreira de Almeida
Jesus Cristo.
343 p.
(Edição revisada e
corrigida).
A VERDADE que conduz New York: [s.n.],
Folhas soltas.
1 / 000410
à vida eterna.
1968. 190 p.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
2 / N935
_
737 / C764
_
016 / B582
_
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
O NOVO testamento de Rio de Janeiro:
Possui
1 / 000413 Traduzido em
nosso senhor Jesus Cristo sociedade Bíblica do dedicatória
português por joão
e o livro dos salmos.
Brasil, 1969. 860 p. assinada por
Ferreira de Almeida.
Judah (Rio 12-4Edição revista e
71). Encontrouatualizada no Brasil.
se entre as
páginas um
recibo de
depósito em
nome de Cora
Bretas - Banco
do Brasil.
CONTRIBUIÇÃO de
Goiânia: Cerne, 1969. Ausente.
1 / 000419
Villa Boa de Goiaz à
[28] p.
numismática brasileira.
BIBLIOGRAFIA
Rio de Janeiro: [s.n.], Ausente.
1 / 000423 A biblioteca possui
brasileira mensal.
1969. 369, [36] p.
o v. 2, n. 11/12,
nov./dez. 1969.
389
390
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
82-31 / B582
_
82-9 / S471
_
2 / N739
_
017 / C357
_
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
BIBLIOTECA de
Rio de Janeiro:
Possui
1 / 000444 Contêm: O cavalo
seleções.
Ypiranga, 1958.
dedicatória
de pau / Eric
endereçada à D.
Williams; Esta noite
470 p.
Zizi e assinada
vou matar Lincoln /
por Caiado e
Jim Bishop; A idade
Sylvia (14.9.58).
de amar / James
Contém recorte
Hilton; O última dos
de jornais.
maçaricos / Fred
Bodsworth.
SEMANA Gelmires Reis. [S.l.]: [s.n.], 1982.
Ausente.
1 / 000460 Contribuição do
24 p.
acadêmico
Guimarães Lima.
NO cenáculo: guia
São Bernardo do
Possui
1 / 000469
devocional diário - julho, Campo: Imprensa
dedicatória
agosto 1982.
Metodista, 1982.
assinada por
64 p.
Elias (19/7/82).
CATÁLOGO de
Goiânia: UFG, 1981. Na página 21 do 1 / 000471
publicações 1981.
70 p.
catálogo consta a
3. Ed. do livro
Poemas de
Becos de Goiás e
estórias mais.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
017 / C357
_
017 / C357
_
017 / C357
_
017 / C357
_
017 / C357
_
017 / C357
_
017 / C357
_
017 / C357
_
82.09 / C122
_
Título
CATÁLOGO de
publicações 1981.
CATÁLOGO de
publicações 1981.
CATÁLOGO de
publicações 1981.
CATÁLOGO de
publicações 1981.
CATÁLOGO de
publicações 1981.
CATÁLOGO de
publicações 1981.
CATÁLOGO de
publicações 1981.
CATÁLOGO de
publicações 1981.
CADERNOS literários:
poesia.
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
Goiânia: UFG, 1981. Ausente.
2 / 000646
70 p.
Goiânia: UFG, 1981. Ausente.
3 / 000647
70 p.
Goiânia: UFG, 1981. Ausente.
4 / 000648
70 p.
Goiânia: UFG, 1981. Ausente.
5 / 000649
70 p.
Goiânia: UFG, 1981. Ausente.
6 / 000650
70 p.
Goiânia: UFG, 1981. Ausente.
7 / 000651
70 p.
Goiânia: UFG, 1981. Ausente.
8 / 000652
70 p.
Goiânia: UFG, 1981. Ausente.
9 / 000653
70 p.
Porto Alegre:
Possui
1 / 000481
Instituto Cultural
dedicatória com
Português, 1983. 40 endereçamento
p.
ilegível.
391
392
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
82-9 / F663
_
82-1 / M732
_
9 / C322
_
82-8 / S948
_
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
O FOLCLORE da Caixa: Brasília: CEF, 1984. Possui
1 / 000509 Contém 25 contos
contos.
320 p.
dedicatória.
selecionados pela
Comissão Julgadora
do Concurso
"Prêmio Literatura
da Caixa".
MOMENTO de trovas: São Paulo:
Possui
1 / 000516 Vários autores.
coletânea de trovas.
ADEMOR, 1979.
dedicatória
63 p.
assinada por uma
das autoras
Carolina Ramos
(Santos,
09/10/82).
CARTA à cidade de
Brasília: [s.n.], 1983. Ausente.
1 / 000570
Goiás.
12 p.
SUINDARA: antologia São Paulo: [s.n.],
Possui
1 / 000582 Vários autores.
poética.
1982. 114 p.
dedicatória
assinada por um
dos autores
Paulo Sampaio
(São Carlos,
01/10/82).
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
2 / N935
_
378 / D741
_
9 / L564
_
2 / L782
_
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
O NOVO testamento de Rio de Janeiro:
Na primeira
1 / 000654 Traduzido em
nosso senhor Jesus Cristo. sociedade Bíblica do folha
português por João
Brasil, 1959. 654 p. "Lembrança da
Ferreira de Almeida.
primeira Igreja
Edição revista e
Batista de
atualizada no Brasil.
Goiânia Pastor".
DOUTOR Honoris Causa: Goiânia: Unigraf,
Possui
1 / 000659
Cora Coralina.
1983. 51 p. (Láureas dedicatória
da UFG, 2).
endereçada a um
professor (nome
ilegível) assinada
por Cora
Coralina
(Goiânia 25-284).
A LENDA das Cataratas. Curitiba: SCRGL,
Ausente.
1 / 000673
[19--]. [32] p.
LITURGIA da missa:
Rio de Janeiro:
Ausente.
1 / 000674
celebração da eucaristia Edições Lumen
com o povo. 19. ed.
Christi, 1969. 64 p.
(Liturgia Pastoral, 1).
393
394
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
82-1 / P745
_
POESIA palestina de
combate.
Rio de Janeiro:
Achiamé, 1981.
159 p.
291 / C461
_
CHÃO de flores. 3. ed.
São Paulo: André
Luiz, 1978. 149 p.
291 / P745
_
9 / H447
_
POETAS redivivos: obra Rio de Janeiro:
mediúnica.
Federação Espírita
Brasileira, 1969.
162 p.
HECHOS de Israel.
[S.l.]: [s.n.], 1971.
192 p.
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
Ausente.
1 / 000681 Vários autores.
Selação de
Abdellatif Laâbi;
prefácio de Farid
Suwwan.
Possui
1 / 000690 Autores diversos;
dedicatória
psicografado por
assinada por
Francisco Cândido
Ivone Mattar
Xavier.
Gonçalves.
Possui
1 / 000694 Vários autores;
dedicatória
psicografada por
assinada por
Francisco Cândido
Chico Xavier.
Xavier.
Ausente.
1 / 000695 Publicado para la
División de
Información de
Ministerio de
Relaciones
Exteriores.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
9 / A939
_
AUTOS de devassa da
inconfidência mineira:
volume 1.
IGUAÇU.
9 / I24
_
82-5 / H765
_
HOMENAGEM a Cora
Coralina.
82-5 / H765
_
82-8 / P745
_
HOMENAGEM a Cora
Coralina.
POETAS brasileiros de
hoje.
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
395
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
Brasília: Câmara dos Ausente.
1 / 000703
deputados, 1976.
426 p.
São Paulo: [s.n.],
Ausente.
1 / 000742 Edição bilíngue.
1978. [20] p.
Araraquara: [s.n.],
Possui
1 / 000754
1985. 27 p.
marcações
manuscritas a
lápis.
Araraquara: [s.n.],
Ausente.
2 / 000755
1985. 27 p.
Rio de Janeiro:
Possui
1 / 000782 Vários autores.
Shogun Arte, 1985. dedicatória
114 p.
assinada por um
dos autores (Luiz
da Silva, Rio
claro, 18/3/85).
Contém
marcador de
página e cartão
de visita do
autor.
396
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
82-9 / P966
_
2 / H811
_
2 / B582
_
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar e Nota de conteúdo
(anotações,
tombo
marcas de
leituras,
observações)
PROSA presente:
São Paulo: Soma,
Possui
1 / 000784 Vários autores.
antologia.
1983. 171 p.
dedicatória
(Brasileiros Hoje, 5). assinada por sua
neta Célia.
HORA de adoração ao
Rio de Janeiro:
Ausente.
1 / 000800 Método breve e
Santíssimo Sacramento. Adoração Perpétua,
utilíssimo para as
[19--]. 68 p.
adorações tanto
solenes e coletivas,
como individuais,
conforme os
ensinamentos do
Beato Pedro Julião
Eymard.
A BIBLIA Sagrada. 2. ed. Rio de Janeiro:
Folhas soltas.
1 / 000803 Contém o Velho e o
Imprensa Bíblica
Contém
Novo Testamento.
Brasileira, 1945. 889 marcador de
Traduzida em
[296] p.
página em couro.
português por João
Ferreira de Almeida.
Edição revista e
corrigida na grafia
simplificada.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
392 / L784
_
9 / A939
_
8 / A628
_
82-1 / J64
_
327 / F254
_
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
397
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
O LIVRO das noivas.
São Paulo: [s.n.],
Marcas de
1 / 000819
1929. 170 p.
deterioração
provocada por
insetos.
AUTOS de devassa da
Brasília: Câmara dos Ausente.
1 / 000822
inconfidência mineira:
deputados, 1977.
volume 9.
520 p.
ANTHOLOGIA.
Rio de Janeiro: [s.n.], Possui assinatura 1 / 000833
[193-?]. 259 p. (Nova de Maria do
Collecção de Livros Rosario Brom.
Dicacticos, 3).
JOGOS florais.
Rio de Janeiro: Vida Ausente.
1 / 000862 Trovas vencedoras
Doméstica, 1961.
do concurso poético
103 p.
promovido pela
revista Vida
Doméstica.
FATOS sobre os Estados [S.l.]: [s.n.], 1961.
Capa solta.
1 / 000875 Publicado pelo
Unidos.
92 p.
Serviço de
Divulgação e
Relações culturais
dos Estados Unidos
da América – USIS.
398
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
9 / N935
_
A NOVA capital do
Brasil: estudo e
conclusões, volume II.
929 / T162
_
2 / S693
_
TANCREDO Neves
1910-1985: a esperança
ficou...
À SOMBRA do
Santuário.
9 / J11
_
91 / A881
_
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
[S.l.]: [s.n.], [195-?]. Expressivas
1 / 000887
73, [12] p.
marcas de
deterioração
causada pela
enchente.
São Paulo: DCL,
Ausente.
1 / 000890 Edição histórica
[198-?]. 59 p.
especial.
[S.l.]: [s.n.], 1950. 12 Ausente.
p.
1 / 000902 Boletim dos Padres
Dominicanos de
Goiás e da Prelazia
de Sant'Ana da Ilha
do Bananal.
JABOTICABAL, São
São Paulo: Edições Possui dedicatória 1 / 000911
Paulo - Brasil: edição do Populares, 1978.
assinada por Rosa
sesquicentenário.
100 p.
Maria Perillo,
Daniel Antonio
Hungaro, Anselmo
Antônio Hungaro.
ATLAS universal de
Rio de Janeiro:
Na primeira folha 1 / 000912 Publicado sob a
geographia physyca e
Livraria Garnier, [19- está manuscrito
direção de Domicio
politica.
-]. [136] p.
Collegio St. Anna.
da Gama.
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
Título
76 / G777
_
GRAVURA: exposição
didática.
O NOVO testamento de
nosso senhor Jesus
Christo.
2 / N935
_
030 / D545
_
DICCIONÁRIO prático
ilustrado.
688 / B858
_
9 / V695
_
BRINQUEDOS
tradicionais brasileiros.
VILA Boa.
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Goiânia: [s.n.], 1967. Possui dedicatória 1 / 000915
77 p.
sem assinatura.
Rio de Janeiro:
Assinatura com
1 / 000944 Traduzido em
Sociedade Bíblica
sobrenome
português por João
Unidas, 1949. 514 p. Coutinho
Ferreira de
(28/12/1950).
Almeida. Edição
revista e corrigida.
Porto: Lello & Irmão, Contêm assinatura 1 / 000951 Novo diccionário
1947. 1810 p.
de Paula Neves e
encyclopédico lusomarcador de papel.
brasileiro publicado
Possui colado
sob a direcção de
recorte de jornal
Jayme de Seguier.
com foto de Bruno
Spenciere Carneiro
de Mendonça.
São Paulo: SESC,
Ausente.
1 / 000952
1983. [100] p.
[Goiânia]: Líder,
Título atribuído
1 / 000985 Catálogo [198-?]. [24] p.
pelo catalogador.
realização
Sem capa.
Secretaria de
cultura e Desporto.
399
400
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
2 / V831
_
621 / E56
_
Título
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
VISITA domiciliaria de [S.l.]: [s.n.], [193-?]. Possui dedicatória 1 / 000989
Santa Rita de Cassia:
190 p.
assinada pelo Pe.
advogada dos impossíveis
Antonio Velasco
e dos casos desesperados,
(30-9-38). Livro
da inclita ordem de Santo
incompleto. Há
Agostinho .
anotação sobre o
registro de
nascimento de
Vicência.
A ENERGIA elétrica no Rio de Janeiro:
Ausente.
1 / 000242
Brasil: da primeira
Biblioteca do
lâmpada à Eletrobrás.
Exército, 1977. 244 p.
(Coleção General
Benício, 154).
Localização
(CDU e
Cutter)
Autor
2-35 / R382
_
2-35 / R382
_
641 / S255 / 9.
ed.
_
Título
RELATOS de um
peregrino.
RELATOS de um
peregrino.
A SAÚDE depende da
cozinha. 9. ed.
Imprenta (local,
editora, data,
volume, edição
São Paulo: ECE,
1978. 185 p.
São Paulo: ECE,
1978. 185 p.
São Paulo:
Missionária, [197?].
222 p.
Particularidade Exemplar Nota de conteúdo
(anotações,
e tombo
marcas de
leituras,
observações)
Ausente.
1 / 000024
Ausente.
2 / 000597
Assinatura e data 1 /000105
(Goiás 5 de abril
de 1975) de Cora
Coralina na última
capa. Marcações a
caneta no prefácio.
Fonte: Elaborado pela pesquisadora.
401
402
4.3.2 Catálogo da biblioteca de Cora Coralina (periódicos)
Quadro 2 - Periódicos
Localização
(CDU e Cutter)
8 / C578
(Cirandinha).
8 / A636
Anuário
da
Academia
Feminina de Letras
e Artes de Goiás.
Imprenta
(local, editora, data,
volume, edição
Teresina:
[Cirandinha], 1979.
78 p.
Goiânia: Academia
Feminina de Letras e
Artes de Goiás, 1970.
277 p.
8 / A636
Anuário
da
Academia
Feminina de Letras
e Artes de Goiás.
Anuário
da
Academia
Feminina de Letras
e Artes de Goiás.
Goiânia: Academia
Feminina de Letras e
Artes
de
Goiás,
1975/76. 159 p.
Goiânia: Academia
Feminina de Letras e
Artes
de
Goiás,
1977/78. 167 p.
8 / A636
Título
Particularidade
(anotações, marcas de
leituras, observações)
Possui
dedicatória
assinada por José Carolos
(20-jan-82) na capa.
Capa solta. Na página 49
aparece o registro da
cadeira n. 5 Ana Lins dos
Guimarães Peixoto Bretas
(Cora Coralina)
Contém na página 24
poema "Eu voltarei" de
Cora Coralina.
Contém na página 81 a
crônica "Oração de natal
do pequeno delinquente"
de Cora Coralina.
Exemplar
1 / 000222
1 / 000928
1 / 000929
1 / 000930
Notas de
conteúdo
Localização
(CDU e Cutter)
Título
8 / A636
Anuário
da
Academia
Feminina
de
Letras e Artes de
Goiás.
8 / A636
Anuário
da
Academia
Feminina
de
Letras e Artes de
Goiás.
7 / A698
Ariel:
revista
trimestral
de
artes y letras de
Israel.
Cadernos
Literários.
8 / C122
Imprenta
(local, editora,
data, volume,
edição
Goiânia:
Academia
Feminina
de
Letras e Artes de
Goiás, 1983/84.
169 p.
Goiânia:
Academia
Feminina
de
Letras e Artes de
Goiás,
1973/1974. 208
p.
Jerusalém: [s.n.],
n.27-28, 1974.
232 p.
Porto
Alegre:
Instituto Cultural
Português, n.25,
1984. 48 p.
Particularidade
(anotações, marcas de
leituras, observações)
Exemplar
Na página 31 há referência
ao lançamento do livro
"Vintém de cobre - meias
confissões de Aninha" de
Cora Coralina.
1 / 000931
Contêm
nas
páginas
152/153 o poema "Eu
voltarei" de Cora Coralina.
1 / 000993
Ausente.
1 / 000961
Possui
dedicatória
assinada por Ângela Maria
Perez (autora de um
artigo).
1 / 000967
Notas de
conteúdo
403
404
Localização
(CDU e Cutter)
Título
33 / D598
Diretor lojista.
2 / F198
Família cristã.
2 / F198
Família cristã.
39 / F663
Folclórica.
39 / F663
Folclórica.
39 / F633
Folclórica.
Imprenta
(local, editora,
data, volume,
edição
Rio de Janeiro:
Centro
de
Desenvolviment
o Lojista, v.12,
n.136, 1985.
47 p.
São Paulo: [s.n.],
v.50,
n.585,
1984. 74 p.
São Paulo: [s.n.],
v.53,
n.621,
1987. 64 p.
Goiânia: Oriente,
v.2, n.2, 1973.
119 p.
Goiânia: Oriente,
v.2, n.3, 1973.
101 p.
Goiânia: Oriente,
v.9, n.8, 1980.
167 p.
Particularidade
(anotações, marcas de
leituras, observações)
Exemplar
Nota sobre Cora Coralina
(Troféu Anhanguera, p.
14).
1 / 000973
Cora Coralina é capa da
edição. No interior há uma
entrevista com a poetisa
(páginas subtraídas).
Contém a crônica "A gleba
me transfigura" de Cora
Coralina (p. 62).
Ausente.
1 / 000981
Ausente.
1 / 000965
Número
especial,
contendo o livro "Mestre
Carreiro" por Wilson
Cavalcanti Nogueira.
1 / 000966
1 / 000982
1 / 000964
Notas de
conteúdo
Localização
(CDU e Cutter)
Título
Imprenta
(local, editora,
data, volume,
edição
Goiânia:
Conselho
Estadual
de
Cultura, v.1, n.1,
1982. 133 p.
Goiânia:
Conselho
Estadual
de
Cultura, v.1, n.1,
1982. 133 p.
Goiânia: [s.n.],
v.2, n.17, 1974.
78 p.
Goiás Cultura.
008 / G615
Goiás Cultura.
008 / L525
Leia agora.
008 / N945
Novos dias.
Goiânia: [s.n.],
v.2, n.16, 1987.
58 p.
008 / I88
O Itauclube.
São Paulo: Itaú,
n.20, 1982. 11 p.
Exemplar
Ausente.
1 / 000932
Ausente.
2 / 000933
Publicação da crônica "Eu
sou o milho" (p. 74). Há
correções manuscritas a
caneta na crônica.
Há referência a Cora
Coralina em matéria sobre
a disputa do prêmio Juca
Pato por Bernardo Élis (p.
55).
Entrevista com Cora
Coralina (p. 8-9).
1 / 000975
Notas de
conteúdo
1 / 000980
1 / 000979
405
008 / G615
Particularidade
(anotações, marcas de
leituras, observações)
406
Localização
(CDU e Cutter)
Título
8 / P586
Picaré
62 / R454
Revista DAE.
8 / R454
Revista
Academia
Goiana
Letras.
Revista
Academia
Goiana
Letras.
8 / R454
da
de
da
de
Imprenta
(local, editora,
data, volume,
edição
Santos, SP: [s.n.],
v. 3, n. 5, 1982.
50 p.
São
Paulo:
Governo
do
Estado de São
Paulo,
v.45,
n.140, 1985.
108 p.
Goiânia:
Academia
Goiana de Letras,
n.5, 1975. 159 p.
Goiânia:
Academia
Goiana de Letras,
n.6, 1978. 187,
[33] p.
Particularidade
(anotações, marcas de
leituras, observações)
Exemplar
Ausente
1 / 000934
Nota sobre Cora Coralina
(p. 14).
1 / 000974
Ausente.
1 / 000935
Capa e folhas soltas.
1 / 00936
Notas de
conteúdo
Localização
(CDU e Cutter)
8 / R454
8 / R454
37 / R454
37 / R454
9 / R454
Título
Revista
Academia
Goiana
Letras.
Revista
Academia
Paulista
Letras
da
de
da
de
Revista
da
Universidade
Federal de Goiás.
Revista
de
Educação.
Revista
História.
de
Imprenta
(local, editora,
data, volume,
edição
Goiânia:
Academia
Goiana de Letras,
n.7, 1980. 343 p.
São
Paulo:
Academia
Paulista
de
Letras, v. 34, n.
87, 1977. 258 p.
Goiânia: UFG,
v.1, n.1, 1965.
192 p.
Goiânia:
Secretaria
de
Estado
de
Educação
e
Cultura,
v.17,
n.37, 1959. 82 p.
São Paulo: [s.n.],
v.27, n.53, 1976.
304 p.
Particularidade
(anotações, marcas de
leituras, observações)
Exemplar
1 / 000937
Ausente
1 / 000968
Capa solta.
1 / 000969
Ausente.
1 / 000963
Possui
dedicatória
assinada por Maria Regina
Cunha Rodrigues (Goiás,
15 de julho de 976 secretária da revista).
1 / 000971
407
Ausente.
Notas de
conteúdo
408
Localização
(CDU e Cutter)
9 / R454
9 / R454
Título
Revista
Instituto
Histórico
Geográfico
Goiás.
Revista
Instituto
Histórico
Geográfico
Mato Grosso.
do
e
de
do
e
de
8 / R454
Revista do livro
8 / R454
Revista do livro
Imprenta
(local, editora,
data, volume,
edição
Goiânia: Instituto
Histórico
e
Geográfico
de
Goiás, v.5, n.6,
1977. 203 p.
Cuiabá: Instituto
Histórico
e
Geográfico
de
Mato
Grosso,
v.51, 1979.
149 p.
Rio de Janeiro:
Instituto
Nacional
do
Livro, v.10, n.31,
1967. 181 p.
Rio de Janeiro:
Instituto
Nacional
do
Livro, v.11, n.33,
1968. 206 p.
Particularidade
(anotações, marcas de
leituras, observações)
Exemplar
Possui
dedicatória
assinada por Colemar
Natal (maio 78).
1 / 000960
Ausente.
1 / 000962
Ausente
1 / 000919
Ausente
1 / 000920
Notas de
conteúdo
Localização
(CDU e Cutter)
Título
8 / R454
Revista do livro
8 / R454
Revista do livro
7 / R454
Revista Goiana
de Artes.
7 / R454
Revista Goiana
de Artes.
7 / R454
Revista Goiana
de Artes
Imprenta
(local, editora,
data, volume,
edição
Rio de Janeiro:
Instituto
Nacional
do
Livro, v.11, n.34,
1968. 210 p.
Rio de Janeiro:
Instituto
Nacional
do
Livro, v.12, n.36,
1969. 208 p.
Goiânia: UFG,
v.1, n.1, 1980.
119 p.
Goiânia: UFG,
v.1, n.1, 1980.
119 p.
Goiânia: UFG, v.
1, n. 2, 1980.
219 p.
Particularidade
(anotações, marcas de
leituras, observações)
Exemplar
Ausente
1 / 000921
Ausente
1 / 000922
Apresenta
assinada
Schmaltz
Ausente
Ausente
dedicatória
por
Yêda
Notas de
conteúdo
1 / 000924
2 / 000925
1/ 000926
409
410
Localização
(CDU e Cutter)
Título
Imprenta
(local, editora,
data, volume,
edição
Particularidade
(anotações, marcas de
leituras, observações)
Exemplar
7 / R454
Revista Goiana
de Artes.
Goiânia: UFG,
v.2, n.2, 1981.
200 p.
1 / 000927
34 / R454
Revista Goiana
de
Jurisprudência.
008 / S464
Seleções reader’s
digest
Ausente
1 / 000953
008 / S464
Seleções reader’s
digest
Ausente
1 / 000954
008 / S464
Seleções reader’s
digest
Goiânia:
Tribunal
de
Justiça do Estado
de Goiás, v.4,
n.5, 1974. 207 p.
Rio de Janeiro:
Reader’s Digest
Brasil,
n.117,
1951. 206 p.
Rio de Janeiro:
Reader’s Digest
Brasil,
n.15,
1943. 119 [42] p.
Rio de Janeiro:
Reader’s Digest
Brasil,
n.267,
1964. 204 p.
Possui artigo com poemas de
Cora coralina (páginas 139177). Possui marcador de
texto na página 140 e
anotações manuscritas a
caneta em algumas páginas.
Ausente.
Ausente
1 / 000955
1 / 000970
Notas de
conteúdo
Localização
(CDU e Cutter)
Título
008 / S464
Seleções reader’s
digest
008 / S464
Seleções reader’s
digest
008 / S464
Seleções reader’s
digest
008 / S464
Seleções reader’s
digest
32 / S476
Senhor.
Imprenta
(local, editora,
data, volume,
edição
Rio de Janeiro:
Reader’s Digest
Brasil,
n.268,
1964. 216 p.
Rio de Janeiro:
Reader’s Digest
Brasil,
n.269,
1964. 216 p.
Rio de Janeiro:
Reader’s Digest
Brasil,
n.270,
1964. 186 p.
Rio de Janeiro:
Reader’s Digest
Brasil,
n.271,
1964. 191 p.
Rio de Janeiro:
Três,
n.194,
1984. 76 p.
Particularidade (anotações,
marcas de leituras,
observações)
Exemplar
1 / 000956
Ausente
1 / 000957
Ausente
1 / 000958
Ausente
1 / 000959
Cora Coralina é citada na matéria
"Os novos ídolos das mulheres"
(p. 68). Possui etiqueta de
assinante em nome de Flavio de
Almeida Salles Jr.
1 / 000972
411
Ausente
Notas de
conteúdo
412
Localização
(CDU e Cutter)
Título
008 / S939
Sua boa estrela.
008 / T278
Tema.
008 / V431
Veja.
008 / V431
Veja:
revista
semanal
de
informação.
Vida e saúde.
6 / V648
Fonte: Elaborado pela pesquisadora.
Imprenta
(local, editora,
data, volume,
edição
São Bernardo do
Campo:
[s.n.],
v.19, n.82, 1985.
48 p.
Brasília: [s.n.],
n.40, 1983. 36 p.
São Paulo: Abril,
n.712, 1982.
146 p.
São Paulo: Abril,
n.37, 1969. 66 p.
Tatuí, SP: Casa
Publicadora
Brasileira, n.12,
1985. 35 p.
Particularidade
(anotações, marcas de
leituras, observações)
Exemplar
Matéria
sobre
Cora
Coralina na página 26.
1 / 000976
Matéria
sobre
Cora
Coralina (p. 5-6).
Reportagem sobre Cora
Coralina (p. 129).
1 / 000977
Ausente.
1 / 000983
Ausente.
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1 / 000984
Notas de
conteúdo
413
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
[...]
Sozinha...
Na estrada deserta,
sempre a procurar
o perdido tempo
que ficou pra traz.
Do perdido tempo.
Do passado tempo
escuto a voz das pedras:
Volta... Volta... Volta...
E os morros abriam para mim
imensos braços vegetais.
E os sinos das igrejas
que ouvia na distancia
Diziam: Vem... Vem... Vem...
E as rolinhas fogo-pagou
das velhas cumeeiras:
Porque não voltou...
Porque não voltou...
E a água do rio que corria
Chamava... Chamava...
Vestida de cabelos brancos
Voltei sozinha à velha casa, deserta.
(CORALINA, 1976, p. 42-43)
No início do ano de 1956, após 45 anos vivendo em terras
paulistas, Cora Coralina retornou a sua terra natal, em busca do seu
vintém de cobre perdido. Na ocasião, ela disse ter ouvido e acolhido O
chamado das pedras (título do poema que serve de epígrafe desta
conclusão) e, por isso, atendeu às súplicas do rio Vermelho voltando para
Goiás, para suas raízes, imbuída, sobretudo, de um desejo de memória. O
sentimento de pertencimento a impulsionou a voltar, a escrever e a
publicar seus livros.
Ao escrever esta tese, entendi melhor este sentimento, pois
experimentei-o. Experimentei, ao visitar o Museu Casa de Cora Coralina,
na cidade de Goiás, essa sensação de chamado às origens. Assim, de
414
modo análogo a Cora Coralina, resolvi voltar. Voltar ao meu passado, à
minha infância, aos primeiros livros lidos, à iniciação literária com os
versos de Cora, aos cheiros e sabores do interior do país, ao aconchego
do lar materno. Esse sentimento de retorno resultou na submissão da
proposta de um projeto de tese que unia duas paixões: a biblioteca e a
poetisa. E, essa volta se deu, simbolicamente, com a escrita desta tese.
Estímulos vários foram determinantes para que o mergulho em
minhas origens acontecesse. Por um lado, o fascínio pela literatura, pela
poesia, por Cora Coralina e sua história; por outro lado, o amor pelos
livros e por bibliotecas. Depois, a aproximação teórica com a noção de
biografema, proposta por Roland Barthes. Autor que desejou, se morto,
que a escrita de sua vida se reduzisse, nas mãos de um biógrafo amigo,
aos pormenores, aos fragmentos, a alguns gostos. Estes fatores me
inspiraram e me impulsionaram pela busca do meu “vintém perdido”, pela
minha “volta” às terras goianas.
E, nesse regresso, procurei, por meio do arquivo e desarquivo dos
biografemas, apresentar um outro retrato da “autora que amo”, uma outra
face da poetisa Cora Coralina. Esse objetivo encontrou respaldo na
catalogação de sua biblioteca particular e na leitura biografemática de sua
escritura. Fatos que, ao final, resultaram na escrita de uma trama
biográfica descontínua, pois conforme afirmado no decorrer da tese, tratase de um tipo de biografia espelhada em um discurso que não se limita
aos aspectos datados e posicionados cronologicamente, ou seja, trata-se
de uma escrita delineada a partir de alguns pormenores concretos que
foram encontrados, não apenas em seus versos, mas, sobretudo, nas
descobertas exploradas em sua biblioteca como, por exemplo, os pactos
de leituras, os textos inéditos, as anotações cotidianas e as dedicatórias.
São revelações compreendidas na materialidade dos signos e dos objetos
estudados e, por fim, de sua poética tecida com os fios da existência.
Trabalhar com a noção de biografema pressupõe um certo grau de
subjetividade do pesquisador, pois o seu emprego implica no convite ao
uso da imaginação, na composição de um mosaico de fragmentos, de
detalhes eleitos por quem os apreciam – a “anamnese factícia” (artificial,
ocasional, fingida). Neste aspecto, percebi que, apesar de distintos, ocorre
uma afinidade entre as noções dos conceitos de biografema e punctum,
uma vez que, ambos elegem “o sensível” como determinante. Em outras
palavras, o biografema e o punctum lidam com aquilo que pertence a
ordem do que não é intencional, premeditado e, portanto, somente
percebido por quem os observam, os sentem e os posicionam em lugar de
relevância, quer seja na escritura ou na imagem.
415
Atuar como biografóloga foi uma tarefa que implicou em fazer
escolhas, e, nesse caso, estas, ainda que por vezes intuitivas, seguiram as
diretrizes impostas pelo material bio/bibliográfico e os resíduos
encontrados na biblioteca de Cora Coralina. Ouso associar, no cenário
desse universo, a “biblioteca” ao conceito de studium, remetendo, na
concepção de Barthes, a uma espécie de investimento geral,
considerando, desse modo, o quão vasto é o campo de interesse que a
pesquisa da biblioteca proporciona. Isto implica dizer, neste estudo, a
fortuna crítica, a poesia da culinária, a poesia do eu, a poesia do resíduo
e o catálogo da biblioteca. E, nesse contexto, quando faço os recortes
necessários à pesquisa, arrisco-me a concatená-los ao punctum, dado que,
parto daquilo que me pungiu e me tocou, quer seja nos poemas escolhidos
para as análises no decorrer da tese, ou, nos pactos de leituras, nos
achados, nos inéditos e nas redes de relações materializadas em
dedicatórias e nas afinidades teóricas e literárias reveladas com o estudo
do acervo.
Dito isto, os capítulos reunidos, nesta tese, ocuparam-se, em
congregar uma parcela da produção literária de/sobre Cora Coralina e a
refletir acerca do perfil estético-literário concebido a partir da vida e obra
da poetisa. Assim, no capítulo 2 – Das vozes: fortuna crítica, lancei-me
em busca de resgatar os trabalhos defendidos nas Instituições de Ensino
Superior (IES) para, com isso, perceber a recepção da obra de Cora no
universo acadêmico. Tomei como ponto de partida, a “fortuna quase
completa” nas palavras da autora e pesquisadora Darcy de França
Denófrio, e segui na esteira de seu levantamento, realizado no ano de
2006, propondo a atualização da fortuna crítica de Cora Coralina.
O resultado foi um repertório de trabalhos universitários que
trouxeram ainda que, parcialmente, um olhar apurado e crítico acerca da
poetisa e sua obra. Digo parcial, pois a coleta priorizou os trabalhos de
pós-graduação, em nível de mestrado e doutorado, produzidos em
universidades nacionais e internacionais, excluindo-se dessa análise, os
artigos disponíveis em periódicos, anais de eventos e suplementos
literários. Delineie, com isto, os ângulos configurados da representação
lírica da poetisa, formados a partir dos múltiplos pontos de vista
encontrados nos trabalhos acadêmicos. Importante destacar que nessa
análise, com exceção da dissertação Cora Coralina: cartografias da
memória de Márcia Batista de Oliveira publicada na Universidade
Estadual de Londrina, não foi encontrado nenhum outro trabalho
defendido em IES da região sul do país. Apesar disso, as diferentes vozes
dos pesquisadores trouxeram à tona documentos relevantes para se
416
observar a penetração crítica da obra de Cora, enquanto objeto de estudo,
auxiliando a investigação realizada nesta tese e a de futuros
pesquisadores.
O ato de arquivar e desarquivar biografemas perpassa pela
apropriação da escritura de Cora Coralina. Essa apropriação torna-se
fundamental, pois é preciso não explicar a obra pela sua vida, mas sim,
aproximar, harmonicamente, as marcas literárias das marcas biográficas
da poetisa. A escritura de Cora pode ser entendida como prolongamento
dos costumes, da cultura, da memória, do folclore, das texturas, dos
saberes e sabores de sua terra e sua gente. A polissemia de seu discurso
poético é, particularmente, refletida nos versos do livro Vintém de cobre:
meias confissões de Aninha (1984). Este livro é considerado, pela poetisa,
no paratexto intitulado Este livro, meias confissões de Aninha, como
sendo:
[...]
tumultuado, aberrante, da rotina de se fazer e ordenar um livro
Tumultuado como foi a vida daquela que o escreveu.
Consequente. Vai à publicidade sem nenhuma pretensão.
Alguma coisa, coisas que me entulhavam, me engasgavam
e precisavam sair.
É um livro das consequências.
De consequências.
De uma estou certa, muitas dirão: estas coisas também
se passaram comigo.
Este livro foi escrito no tarde da vida,
procurei recriar e poetizar. Caminhos ásperos
de uma dura caminhada.
Nos reinos da Cidade de Goiás, onde todos somos amigos do Rei.
(Parodiando M. Bandeira)
(CORALINA, 1984, p. 33).
As reminiscências da poetisa, ou seja, a sua recriação poética do
passado é vista por Yokozawa (2009, p. 192) como “[...] a reinvenção
lírica da memória” impulsionada pelas marcas, tanto individuais quanto
coletivas, mescladas à sua subjetividade lírica, refletindo em versos
caracterizados pelo estilo considerado como “epilírico”. Sobre esta
combinação de épico e lírico, Camargo (2006, p. 67) destaca que “como
a poetisa tem no passado os motivos de seu canto, os poemas se tornam
espaço adequado à manifestação épica. Porém, a força lírica também se
faz presente na subjetividade personalíssima [...]”. Características que
417
foram evidenciadas, sobretudo, no capítulo 3 – Dos biografemas na
poesia: fragmentos de memória na obra de Cora Coralina com os
subcapítulos que trataram respectivamente da poesia da culinária, a poesia
do eu e a poesia do resíduo. Em a Poesia da culinária: oração do milho,
saber e sabor se entrelaçam alquimicamente. Num primeiro plano, a
culinária é vista como meio de subsistência da poetisa ao retornar para as
terras goianas, resgatando e valorizando receitas tradicionais, adoçando
paladares e se aproximando das pessoas. Um trabalho que se perfaz em
orgulho para a poetisa, que se considerava mais doceira e cozinheira que
poeta, conforme revelado nos versos de Cora Coralina, quem é você?,
apresentado no decorrer do subcapítulo; em segundo plano trabalha com
a metáfora do saber, transfigurado na valorização do milho enquanto
exaltação da vida, da terra, das raízes, da força da natureza, características
marcantes na sua poética.
Em a Poesia do eu: vintém de cobre, Cora se olha no espelho,
elevando ao ponto mais alto, as suas (meias) confissões, ao escrever a sua
obra reconhecidamente autobiográfica. Ao analisar esta obra, pude
verificar vários determinantes biografemáticos que saíram da sua vida
para invadir sua obra, lugar no qual se constituíram em biografemas. Por
exemplos: o modo como experimentou e lidou com simplicidade e
humildade perante as intempéries da vida estão refletidos nos versos
curtos, vigorosos e, por vezes, áridos; a oralidade de seus versos pensada
como um resgate da tradição de se contar histórias; as dificuldades da
infância da menina mal-amada que se sentava no banco das atrasadas na
escola da mestra Silvina e, portanto, se sentia excluída, desamparada e
desqualificada, dentre outros aspectos. Neste subcapítulo, também foi
explorado algumas referências de leituras na infância e os empréstimos
de livros do Gabinete Literário Goiano, isso tudo, levando em
consideração a relação entre a poetisa e os livros, estes últimos pensados
numa materialidade, ou seja, enquanto objetos passíveis de serem
colecionados. O tratamento cuidadoso e a descrição meticulosa que Cora
faz de alguns livros em seus poemas revelam o lado embrionário da
poetisa/colecionadora e a sua intimidade com o companheiro inseparável,
“o livro do amor” – o dicionário. Isso demonstrou o carinho e respeito
pelo livro/objeto que lhe acompanhava sempre, inclusive nos momentos
em que exercia o ofício da culinária. A escrita de si é movida pelo fazer
poético de Cora nesse espaço intervalar entre bios e graphos. Analisá-la
exigiu-me uma observação atenta do modo como a poetisa modula a sua
escritura, tramada com os fios da memória, associado à sua compreensão
de mundo e as faces do universo feminino.
418
A análise biografemática é uma prática, em sua essência, voltada à
recepção. Diante disso, a Poesia do resíduo: casa velha da ponte, prato
azul-pombinho, trouxe à tona os fragmentos plasmados pelas
reminiscências da poetisa. Reminiscências, estas, encravadas “[...] no
barco centenário encalhado no Rio Vermelho”, ou seja, na Casa Velha da
Ponte. Local onde, após o seu retorno a Goiás, Cora viveu acintosamente
reclusa, estudando, escrevendo e organizando seu primeiro livro com
“[...] poesia que combina versos longos modalizados na prosa com versos
entrecortados, duros e secos. Seus procedimentos retórico-discursivos são
simples, têm na coloquialidade fonte prodigiosa [...]”. (CAMARGO,
2006, p. 66). E, nessa coloquialidade, Cora soube fazer uso de materiais
residuais para escrever, acumulando e colecionando manuscritos,
anotações em cadernos, recortando notícias de jornais e rascunhando
anotações cotidianas (listas de compras, nomes de pessoas, telefones etc.).
Alguns destes materiais residuais encontram-se dispostos no espaço
museológico, no qual se transformou a Casa Velha da Ponte após a morte
da poetisa, outros permaneciam ocultos até que o meu interesse em
explorar e escavar os fragmentos autobiográficos materiais, presentes em
sua biblioteca particular, surgisse. Estas questões operam, em suma, numa
leitura biografemática que se consolida no campo da história da literatura,
na medida em que (des)arquiva o passado, mas se abre para o futuro. Os
biografemas, revelados a partir da biblioteca de Cora Coralina, não
possuem orientação cronológica rígida e, portanto, instigam a ruptura de
integralidade, visto que são calcados na dispersão e ausência de um
método que se impõem pela inflexibilidade. Descortinar biografemas é
uma habilidade determinada por quem lê, por uma postura de leitura, pela
recepção e, portanto, por preferências observadas em certos fragmentos e
“espaços vazios”.
Com o despertar desse interesse, alguns questionamentos vieram à
tona no decorrer da escrita desta tese. São questionamentos analíticos que
subsidiaram a resposta para a pergunta central da tese que inquiria sobre
a possibilidade de se (des)arquivar biografemas, a partir da biblioteca de
Cora Coralina. Assim, indaguei: o que teria lido a menina da casa da
ponte? No seu papel de leitora, quais foram seus autores preferidos? Sua
escritura, marcada pelo estilo memorialístico, teria como referência
algum autor específico, alguma corrente literária? Ou para usar outro
termo, quais seriam suas afinidades literárias? Ao realizar esses
questionamentos, eu estava investigando sobre a recepção dos títulos de
sua biblioteca, pensando na conexão entre autor-obra-público, inserindo
Cora, enquanto leitora, nesse contexto.
419
As respostas revelam a ligação da leitora/poetisa com a percepção
que é dada a obra, sendo esta, um elemento que se reinventa em variadas
circunstâncias e momentos históricos em que ocorre a recepção. Diante
disso, acredito que a poetisa dos “Becos de Goiás” leu e releu um número
elevado de exemplares de sua biblioteca, a julgar pelas marcas de leituras
e pelos resíduos encontrados nos livros. A afinidade com alguns autores
é perceptível em depoimentos da poetisa, e ratificados pelos livros
constantes em sua biblioteca. Cito, para exemplificar, os autores
portugueses, notadamente, Eça de Queiroz, e incluo nomes como
Bernardo Élis, Guimarães Rosa, Pablo Neruda e Jorge Amado, para citar
alguns autores pelos quais a poetisa, declaradamente, tinha empatia e se
interessava por suas obras.
Quando abordo alguns nomes reconhecidos pela tradição ou
cânone literário e, ante a presença, no catálogo, de vários nomes de
autores que hoje estão à sombra como pontos invisíveis da literatura,
proponho uma reflexão sobre esta questão, pois nesse processo de
inclusão ou exclusão, de aceitação ou rejeição, de luz ou sombra, percebo
que estão imbricados aquilo que Jobim (1992) chamou de “ordem
existente”. A “ordem existente” refere-se ao estabelecimento de
parâmetros que ocorrem a partir de determinados pontos de vista (sociais,
históricos, ideológicos) excludentes. Vários autores de livros,
pertencentes à biblioteca de Cora Coralina, estão à margem, fora dessa
“ordem existente” e, portanto, esquecidos e silenciados aos moldes dos
paradigmas canônicos vigentes. Esse fato me leva a pensar em fatores que
implicaram nas escolhas realizadas por Cora ao compor sua biblioteca.
Estas escolhas são intrínsecas a arte de colecionar, pois implicam em
afinidades, mas também na obsessão pelo conhecimento e pelo universo
literário, verificáveis nos diferentes modos de apropriações/aquisições de
livros, que, por sua vez, podem sugerir certo grau de vaidade, nem sempre
assumida pelos bibliófilos e amantes da literatura.
Outra questão que se coloca é pensar Cora Coralina como uma
pessoa acolhedora, que mantinha as portas da Casa Velha da Ponte abertas
para receber, diariamente, os amigos e visitantes. Autores conhecidos ou
iniciantes nas letras, vizinhos e curiosos. A julgar pela expressiva
quantidade de dedicatórias encontradas em seus livros, posso afirmar que
a poetisa, recebia como presente de seus admiradores – livros. Muitas
dedicatórias estão assinadas pelos próprios autores, jovens literatos que
buscavam em seus cabelos brancos, a palavra amiga, alentadora e
incentivadora. Escritores que nem sempre conseguiram romper e
ultrapassar as barreiras impostas pela crítica literária e o mercado
420
editorial. Questionar a representação dessa ordem, por meio de um estudo
das obras que fazem parte da biblioteca de Cora e que são consideradas
“fora” dos padrões estabelecidos, abre perspectiva para outras futuras
pesquisas que propiciarão descortinar quais são os parâmetros, as
referências e as convenções nas quais estas obras estão assentadas,
revelando, com isso, a história da literatura de uma época. Assim, penso
que a catalogação desse acervo abre possibilidades para outros estudos.
Outros questionamentos que fiz no decorrer da pesquisa: Como
Cora Coralina havia formado seu acervo pessoal? Quais teriam sido os
critérios de escolha dos títulos? Teria ela manuseado todos os
exemplares? Quais seriam seus títulos preferidos? Relidos? Sentiria, a
poetisa a “obsessão de um bibliófilo”? Teria lido todos aqueles livros?
Comungava ela com a ilusão do bibliófilo?
As respostas a esses questionamentos encontraram subsídios nos
elementos presentes na coleção de livros da poetisa. Sobre a formação do
acervo, considerando as datas de publicações dos títulos, variáveis entre
os anos de 1889 a 1987125 com predominância de exemplares das décadas
de 70 e 80 do século XX. A análise me levou a considerar que a formação
de seu acervo foi gradativa, ou seja, a aquisição e a reunião da coleção de
Cora transcorreram, menos, por meio de compra, e mais, mediante ofertas
feitas por seus filhos, netos, amigos, admiradores e escritores iniciantes
(conforme dito anteriormente). Existem alguns livros que os considero
como sendo “herdados”, pois possuem dedicatórias endereçadas a outras
pessoas, por exemplo, para Leão Caiado, Luís do Couto e há, até mesmo,
registro de assinaturas de outros proprietários, como o livro Na luz
perpétua: leituras religiosas da vida dos santos de Deus, para todos os
dias do ano (1956) de autoria de João Batista Lehmann e que aparece a
seguinte anotação, “pertence a Idalina de Cruz Marques” e o livro que
contém o carimbo do Gabinete Literário Goyano (apresentado na figura
12). Essas formas de obtenção dos livros, me lembram Walter Benjamim
(1987) no seu texto Desempacotando minha biblioteca, no qual o autor
sugere quatro modos para se formar uma coleção de livros. São elas:
escrevendo-os, modo considerado por Benjamin como o mais louvável,
realizando empréstimos sem devolução, comprando-os e herdando-os,
forma mais pertinente de transmissibilidade de uma coleção.
125
Os exemplares de 1987, dois anos após a morte de Cora, são de periódicos
que trazem conteúdo sobre a poetisa e foram incorporados à sua biblioteca pela
equipe do museu.
421
Em prol de se chegar a uma conclusão sobre o manuseio dos
exemplares e quais foram os livros preferidos de Cora Coralina, levo em
consideração as marcas de leituras, ou seja, os traços sublinhando linhas,
os contornos nos parágrafos, as correções ortográficas manuscritas, os
marcadores de textos, recortes de jornais guardados entre as páginas,
folhas soltas, ausência de capa, dentre outras, corroboram com a ideia de
leitura e releitura das obras. Apesar disso, é ilusória a afirmação que a
poetisa leu todos os livros, porém, com certeza, ela tinha a ilusão do
bibliófilo de que isso seria possível. Além disso, penso que Alberto
Manguel (2006, p. 210) estava certo quando disse: “O fato é que uma
biblioteca, seja qual for seu tamanho, não precisa ser lida por inteiro para
ser útil; todo leitor tira proveito de um sábio equilíbrio entre
conhecimento e ignorância, lembrança e esquecimento”.
Ao me propor (des)arquivar biografemas, a partir da biblioteca de
Cora Coralina, compreendi a inquietude que existe nos acervos literários
e, nesse contexto, nas bibliotecas. Na biblioteca, espaço de acolhimento e
dispersão, esquecimento e lembrança, arquivamento e desarquivamento,
percebi não apenas nos títulos, autores e assuntos catalogados, mas
sobretudo, nas associações entre as experiências e as reminiscências, nos
fragmentos e nos resíduos, as múltiplas facetas da vida e da obra da
poetisa. Alguns dos biografemas desarquivados revelaram traços que não
se deixam captar em biografias descritivas, nem tampouco em definitivos
enquadramentos, ao contrário, os biografemas “uma vez detectados,
ocupam no texto o lugar do autor, cuja biografia deixa de ser então
valorizada”. (VASCONCELOS, 2004, p. 43). Assim, destaco a obsessão
pela infância e pelo trabalho, o autodidatismo, as reminiscências
contínuas, a oralidade, a religiosidade, as amizades construídas, os
resíduos melancólicos, a fraternidade, a humildade que resultaram em
potência de subjetividade no diálogo poético estabelecido e posicionado
entre a vida e obra.
Ao concluir esta tese de doutorado, penso não ser demasiado
presunçoso dizer que este estudo abre perspectivas para outras pesquisas.
Arrisco-me com algumas sugestões: a análise acurada dos livros
catalogados, observando as classes da CDU (assuntos dos livros), os
idiomas e as editoras verificando, com isso, a ocorrência predominante ou
não de determinados assuntos, a diversidade dos idiomas das obras e o
mercado editorial predominante em algum período específico; o trabalho
de digitalização (a exemplo da biblioteca de Fernando Pessoa) de todas
as folhas de rosto dos livros e, para as obras em domínio público, das
obras completas, pois existem obras raras no acervo como, por exemplo,
422
o livro Goyania: poema épico126 – considerado o primeiro livro goiano e,
portanto, de grande relevância para o contexto histórico e social do
centro-oeste brasileiro; um estudo mais acurado de todas as anotações e
todos os recortes de jornais encontrados nos livros; a investigação dos
selos das livrarias; e os autores considerados “invisíveis” como um modo
de se debater o passado no presente, estabelecendo um diálogo entre o
presente e o tempo transcorrido, construindo e renovando, assim, a
história da literatura.
Assim, finalizo este estudo que, pela potência da exploração
biografemática, privilegia, sobretudo, a memória, fio condutor que
transita pelos fragmentos e os pormenores concretos, arquivando e
desarquivando biografemas na poesia e na autobiografia material, para
escrever uma biografia descontínua de Cora Coralina. Nessa pesquisa de
campo, verdadeiros documentos literários e históricos foram encontrados
e analisados a partir do presente, por um olhar contemporâneo, que não
deixou de considerar a interação articulatória com o passado, pois, sabe
que se trata de uma relação especial entre “[...] o colecionador e suas
coisas: [pois] não é que elas estejam vivas dentro dele; ele é que vive
dentro delas”. (PEREIRA, 2003, p. 165).
126
Apesar do exemplar da biblioteca de Cora ser uma réplica sem data de
publicação identificada, este livro é considerado uma obra rara e, portanto,
significativo para historiadores e pesquisadores.
423
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Assis: inventário. Rio de Janeiro: ABL, 2003. 52 p.
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424
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446
447
ANEXO A – Estatuto do Museu Casa de Cora Coralina
448
449
450
451
452
453
ANEXO B – Poemas e crônica na íntegra
ORAÇÃO DO MILHO
Introdução ao poema do milho
Senhor, nada valho.
Sou a planta humilde dos quintais pequenos e das
lavouras pobres.
Meu grão, perdido por acaso,
nasce e cresce na terra descuidada.
Ponho folhas e haste e se me ajudares Senhor,
mesmo planta de acaso, solitária,
dou espigas e devolvo em muitos grãos,
o grão perdido inicial, salvo por milagre,
que a terra fecundou.
Sou a planta primária da lavoura.
Não me pertence a hierarquia tradicional do trigo
e de mim, não se faz o pão alvo, universal.
O Justo não me consagrou Pão da Vida, nem
lugar me foi dado nos altares.
Sou apenas o alimento forte e substancial dos que
trabalham a terra, onde não vinga o trigo nobre.
Sou de origem obscura e de ascendência pobre,
alimento de rústicos e animais do jugo.
Quando os deuses da Hélade corriam pelos bosques,
coroados de rosas e de espigas,
quando os hebreus iam em longas caravanas
buscar na terra do Egito o trigo dos faraós,
quando Rute respigava cantando nas searas de Booz
e Jesus abençoana os trigais maduros,
eu era apenas o bró nativo das tabas ameríndias.
Fui o angu pesado e constante do escravo na exaustão
do eito.
Sou a broa grosseira e modesta do pequeno sitiante.
Sou a farinha econômica do proletário.
Sou a polenta do imigrante e a miga dos que começam
a vida em terra estranha.
Alimento de porcos e do triste um de carga.
454
O que me planta não levanta comércio, nem avantaja
dinheiro.
Sou apenas a fartura generosa e despreocupada dos
paióis.
Sou o cocho abastecido donde rumina o gado.
Sou o canto festivo dos galos na glória do dia que
amanhece.
Sou o cacarejo alegre das poedeiras à volta dos seus ninhos.
Sou a pobreza vegetal, agradecida a Vós, Senhor,
que me fizeste necessária e humilde
Sou o milho.
(CORALINA, 2006, p. 156-157)
O CÂNTICO DE ANINHA
Vintém de Cobre...
Antigos vinténs escuros.
(De cobre preto foi batizado).
Azinhavrados.
Ainda o vejo,
Ainda o sinto,
Ainda o tenho,
na mão fechada.
Moeda triste, escura, pesada,
da minha casa,
da minha terra,
da minha infância,
da gente pobre, daquele tempo.
Tudo velho, gasto, conservado,
empoeirado, pelos cantos.
Levados para o depósito do velho sobradão.
Colchas de retalho desiguais e desbotados.
Panos grosseiros encardidos, remendados.
Potes e gamelas, pratos desbeiçados,
velhos sapatos,
455
furados, acalcanhados
eram disputados,
tinham sempre alguém que os quisesse.
Pilões lavrados a machado,
cavados em cepos de aroeira.
Mão de pilã, aleijada, redonda, sem dedos.
Mão pesado de bater, socar, esmoer, quebrar, pulverizar.
Mãos antigas, de menina moça, agarradas, em movimentos ritmados,
alternados, batidas contínuas, compassadas.
Engenho doméstico de pilar.
“Quarenta vintém derréis...”
Dinheiro curto, escasso.
Parco. Parcimonioso.
De se guardar.
De um tempo velho.
De gente pobre.
Da minha terra.
Da minha infância.
Vintém de Cobre!...
Economia. Poupança.
A casa pobre.
Mandrião de saias velhas
da minha bisavó
Recortadas, costuradas para mim.
Timão de restos de baeta.
Vida sedentária.
Orgulho e grandeza do passado.
Nesse tempo me criei.
Daí, este livro – Vintém de Cobre,
numa longa gestação,
inconsciente ou não.
que vem da infância longínqua
à ansiedade presente.
(CORALINA, 1984, p. 35-36)
456
CASA VELHA DA PONTE...
Olho e vejo tua ancianidade vigorosa e sã.
Revejo teu corpo patinado pelo tempo, mascado das escaras da velhice.
Desde quando ficaste assim?
Eu era menina e você já era a mesma, de paredes toscas, de beiradão
Desusado e feio, onde em dias de chuva se encolhiam as cabras soltas da
Cidade. Portais imensos para suas paredes rudes de barrotins e
enchimento em lances sobrepostos salientes.
Folhas de portas pesadas de arvores fortes descomunais, serradas a mão,
unidas e aparelhadas, levantadas para a entrada e saída de gigantes
homens feros, duros restos de bandeira. Fechaduras anacrônicas,
chavões de broca, gonzos rangentes de feitio estranho e pregos
quadrados.
MINHA CASA VELHA DA PONTE... assim a vejo e conto, sem datas e
sem assentos. Assim a conheci e canto com minhas pobres letras. Desde
sempre. Lgum dia cerimonial foste casa nova, num tempo perdido do
passado, quando mãos escravas te levantaram em pedra, madeirame e
barro. Esquadrejaram tua ossadura bronca, traçaram teus barrotões na
cava certa e profunda dos esteios altos, encaixaram teus linhamentos,
cumeeiras, pontaletos, freixais, arrochantes e empenas, duras aroeiras,
lavradas a machado, com cheiro de florestas, arrastadas em carretões de
bois. Vieram os barrotins das taipas e os caibros linheiros, tirados em
santa lua. Os envarados de taquara, amarrados com tiras de couro cru
em permanência secular. Enchimentos lavrados com viscoso barro
goiano, argila de boa loiça que se lacrou para sempre, ao tempo e ao sol,
indestrutível casa velha, assentada em pedras brutas e cernes de lei. O
campim-musgo viça e cresce nos beirais encachorrados; celebra em casa
advento tua veneranda idade, teu corpo encurvado, marcado de escaras
carecido de reparos que ninguém mais faz. Todo o
calendário de chuvas repetem-se tuas goteiras lacrimosas e se abrem
novas em complicada cadência de gotas indefinidas, e é apenas em
rotineiro afastar de cadeiras e malas desusadas para a liberdade de
variados pingos, com suas variações de locações diversas a cada chuva
de vento forte e renitente. Faz medo subir no velho telhavã, abris caminho
no encaibrado escuro, no ripado frágil, afastar as telhas coladas pelo
457
tempo na desconfiança de que mais goteiras se abrirão. Com o sol tudo
se recompõe. Os móveis voltam aos seus lugares, esquecidas a lástima e
o choro manso das pingueiras.
CASA VELHA DA PONTE...
Velho documentário de passados tempos, vertente viva de estórias e
lendas. Gerações de rolinhas fogo-pagô descantam teus anos jubilares,
cumeeiras, aninham-se nas mangueiras rotundas e mariscam suas
coisinhas, sementinhas de capim na areia limpa do quintal. Geriarcas
lagartixas, eternas inquilinas dos velhos muros e paredes brechadas se
aquecem ao sol balançando sempre a cabecinha astuta.
Minha bisavó falava de seus antigos ancestrais.
O primeiro lembrado de outra bisavó – um certo Thebas Ruiz, recebedor
dos quintos reais, antes de morrer enterrou no porão da casa ouro
avultado, grossas barras, moedas e mais lavrados. Para não seguir preso
para Portugal, prevaricador da Real Coroa, sonegador e esbanjador dos
Quintos de El Rei, bebeu seu copo de veneno, tendo antes feito beber ao
seu antigo escravo de confiança, que muito sabia e podia contar.
Depois veio um Sargento-mor, bisavô de muitos, português colonial. Um
Cônego Couto, liberal e dono de moedas, montes de ouro prataria.
Contava minha bisavó que esse senhor Cônego, feito suas Humanidades
em Coimbra, só almoçava sua gorda feijoada goiana em pratos e talheres
de ouro. Um capitão da guarda nacional, que dragonou milhares de
homens felizes e analfabetos, capitães, majores e coronéis, enfeitados
com galões dourados e vitalícios sem percalços de reforma. Um
desembargador na Monarquia – meu pai -, minha mãe viúva. Minhas
irmãs, eu, afinal a última sobrevivente de gerações passadas.
Estórias, fantasias de “enterro de ouro”, muito ouro que se pesava às
arrobas, se encompridavam em barras e arredondavam em moedas e se
laboravam em adornos. Escravos escavando em busca dos filões, veeiros
que aprofundavam terra e dentro, vigiados de feitores, esfalfando-se em
trabalho muscular, nas lavras de um tal Vai-Vem que ainda hje tem esse
nome na posse de terceiros, perto de Goiás. E assim se criou a mística do
“enterro de ouro” na Casa Velha da Ponte.
Vultos negros no escuro se buscando, se agarrando, na sombra dos
muros e tapumes, atracados num cio vigoroso e animal. De noite, subia
458
das senzalas e dos quadrados um fartum de sexo e de sêmen. Nasciam
crioulinhos e as senzalas eram o celeiro e a garantia da sobrevivência
dos escravos que se arrebentavam no serviço bruto dos senhores.
Contava minha bisavó de um certo Lourenço, jovem crioulo escravo, que
um dia, ameaçado de castigo, rasgou o ventre num desvão da escada. Foi
achado, quando Capitão do Mato já ia à sua procur, caído, morto,
rasgado a faca, com as mãos duras, agarradas aos caracóis do próprio
intestino, roto e derramado. Depois de muito tempo, a negrada livre.
Abolida a escravidão, as famílias empobrecidas, o serviço desorganizado
na cidade e nos campos. A miséria das senzalas aos poucos de
desfazendo, retiradas as telhas de valia. As taipas desprotegidas e
abjetas. A decadência lenta, inerorável, mais a mais, dia a dia tempo a
tempo. O pauperismo geral. A melancolia dos senhores definhando-se no
saudosismo estéril de negras submissas e amendrontadas, de negros
animalizados e crioulinhos regrados a palmatória. Os relhos
dependurados, os açoites inúteis, as palmatórias ociosas. O sadismo sem
mais onde cevar.
Os velhos muros socados, perdendo sua altura senhorial. Caindo lance a
lance, num desmoronamento vagaroso e constante até o raso dos
alicerces de pedras grossas. Tudo pela falta de ima ou duas telhas que
ninguém mais repunha; uns, por estarem perto r outros, por estarem
longe. A lástima, a solidão.
A falsa aparência de uma casa grande. Morada de gente envelhecida,
injustiçada, incapaz de ragiar, emprobecida, triste, cevando um
masoquismo inconsciente e mazombo. Cerradas portas e janelas,
resguardando de olhar estranho o desmazelo e a pobreza que se
instalavam.
A busca aos gravtos do quintal, sempre generoso, para o primeiro fogo,
o café da manhã. O pau de lenha, a xícara de sal, a compra resumida de
um selamim de arroz...
A batida ansiosa entre velhos e crianças, a intera de vinténs de cobre
para alcançar o valor de um verde e cheiroso quilo de café.
Os grandes inventos da pobreza disfarçada...Beldroegas...Um
esparregado de folhas tenras de tomateiro. Mata-compadre de pé de
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muro. Ora-pronobes, folhas grossas e macias, catadas das ramas
espinhentas de um moiteiro de fundo de quintal. Refogados, gosmentos,
comidos com angu de farinha e pimenta de cheiro, que tudo melhorava,
estimulando glândulas vorazes de subalimentados.
O grande quintal gerador de abóboras, pepinos, quiabos e mandioca
abandonado ao mato invasor, na falta do braço escravo. Mangueiras,
jabuticabeiras. Goiabas pelas pontas. Frutas no tempo certo. No tempo
certo, vermelhas açucenas surgindo, místicas e solitárias, no seu caule
esguio, entre pedras calcinadas na aridez da terra cascalhenta.
Neste meio me criei e me fiz jovem. Meus anseios extravasaram a velha
casa, arrombaram portas e janelas e eu me fiz ao largo a vida. Andei por
mundos ignotos e cavalguei o corcel branco do sonho. Pobre, vestida de
cabelos brancos, voltei à velha CASA DA PONTE, barco centenário
encalhado no Rio Vermelho, contemporânea do Brasil Colênia, de
monarcas e adventos. Ancorada na ponte, não quiseste partir rio a baixo,
agarrada às pedras. Nem mesmo o rio pode te arrastar, raivoso,
transbordante, lavando tuas raízes profundas a cada cheia brvia, velha
casa de tantos que se foram.
Ainda vive e pulsa aqui teu coração imortal, testemunha vigilante do
passado. Humilde, pequenina e ofertante, a biquinha dágua, generosa,
indiferente à decadência, a biquinha anciã de águas puras de ignota
mina. Cantante e fria, correndo sempre menina na sua calha de aroeira.
Biquinha, é banho e refrigério, copo de água cristalina e azul para a sede
de quem fez longa caminhada às vertentes do passado e volta vazia às
origens da sua própria vida.
CASA VELHA DA PONTE, és para o meu cântico ancestral uma benção
madrinha do passado.
(CORALINA, 1976, p. 90-93, grifo da autora)