Museu de Arte - Cris Burger libera da cor uma eloquência poética através de aquarelas imaginárias ou figurativas


03/09/2012 11:17 | Emanuel von Lauenstein Massarani

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"Cantareira"<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2012/fg117657.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Cris Burger<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/N-09-2012/fg117658.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

A artista Cris Burger reconhece implicitamente a preeminência da cor e confirma com esse reconhecimento à qualidade inata da função de aquarelista, que é fundamentalmente o emprego da cor, material base de sua arte.

Os outros elementos: o ritmo, a proporção e os limites das formas, a sua organização seja na superfície quanto em profundidade, são usados pela artista somente com a finalidade de ordenar, de dominar a potência anárquica da cor e sobretudo, de conduzi-la ao grau de intensidade que produz a luz, da qual tudo deve ser dominado e torná-lo vivo.

É de se acreditar seriamente que no espírito de Cris Burger, todo mistério e todo o real da pintura se encontram na pincelada ou no seu prolongamento. O ato de pintar alcança pois a sua suprema dignidade, porque, é do método que age sobre os componentes que a obra obtém o seu estado de ressonância.

Em definitivo é o amor com que se transfere a cor para o papel - especificamente no caso da aquarela - que se aquece e se ilumina a obra. Uma mancha colocada sobre o papel procura assumir uma forma enluta com outras formas já colocadas sobre o mesmo papel. O resultado dessa luta é o nascimento da obra.

As definições de figurativo ou abstrato não se colocam para a artista como contradições e não provocam ruptura. Em sua obra, certos elementos se abstraem no seio de uma realidade figurativa e indicam claramente como a passagem de uma maneira para outra tenham acontecido sem ruptura e sem troca de significado. Sua pintura é essencial e intangível.

Na aquarela "Cantareira", obra doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a artista conclui a conquista de uma ordem necessária como em cada uma de suas obras -figurativa ou imaginária- libera da cor a mesma miraculosa eloqüência poética.



A Artista



Cris Burger, pseudônimo artístico de Maria Cristina Burger, nasceu em Porto Alegre em 1948. Formou-se em arquitetura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Iniciou-se em ilustração em 1975.

Juntamente com Cláudio Ferlauto, montou o estúdio Qu4tro Design em 1982, onde desenvolve trabalhos de ilustração e designer gráfico.

Frequentou o atelier de Rubens Matuck, em 1997, desenvolvendo trabalhos em aquarela. Em agosto de 2000, finalizou o curso de pós-graduação em Artes Plásticas na Faculdade Santa Marcelina, SP.

Participou de diversas exposições, no Clube dos Ilustradores do Brasil, MASP, (1983/1984); Clube dos Ilustradores do Brasil, MIS, SP (1985); Brasil Design, Revista Print, Nova York (1987); Clube da Criação de São Paulo; Espaço Off, SP (1989).

Possui obras em inúmeras coleções particulares e oficiais nos Estados Unidos, Brasil e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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