Médicos e veterinários do CEPTA (Centro de Pesquisa e Triagem de Animais Selvagens), da Universidade Unimonte, localizado no Parque Ecológico Cotia-Pará, em Cubatão, são responsáveis pela recuperação de animais silvestres. Nesta quinta-feira, 27 de maio, a equipe de ATribuna.com.br mostra como é a rotina de trabalho desses profissionais. Veja mais na videorreportagem abaixo.
No Brasil, anualmente são retirados da natureza 38 milhões de animais, sendo que o tráfico de espécies silvestres é responsável por movimentar um mercado ilegal de 2 bilhões de dólares, segundo a Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres ). Ainda segundo a organização, é a terceira maior atividade ilícita do mundo; fica atrás apenas do tráfico de armas e de drogas.
E na Baixada Santista a realidade não é muito diferente, no CEPTA, por exemplo, espécies vítimas de contrabando são abrigadas semanalmente e passam por análise terapêutica especializada. De acordo com a médica veterinária Roberta Guimarães, responsável pelos cuidados médicos feitos no espaço, alguns bichos chegam ‘aparentemente bem cuidados’ para serem atraentes para a venda, mas alguns chegam em péssimo estado. “Quando eles são alocados em espaços escondidos, como compartimentos de carros e ambientes escuros, por exemplo, cerca de 90% desses animais morrem, mesmo depois de chegarem para o tratamento veterinário”.
Mas não só isso, outras ocorrências frequentes no Centro de Pesquisa e Triagem de Animais Selvagens são os casos de bichos atropelados, mordidos por cachorros da cidade ou machucados por linhas de pipas com cerol. “Com a proximidade da Mata Atlântica com as rodovias da região, animais como veados são atropelados; corujas e tucanos colidem com caminhões (...), e essa proximidade entre a cidade com a natureza faz com que eles saiam em busca de alimentos ou até estimule cães e gatos a entrarem na mata e mordam outras espécies silvestres”.
Além dos acidentes e problemas de maus tratos, Guimarães conta que a denúncia de animais silvestres domesticados ainda é muito frequente na região e faz um alerta. “O animal não é um pet para colocar ‘roupinhas’, o lugar dele é na natureza, no seu habitat natural”.
Serviço
Para casos de animais silvestres encontrados nas cidades, a pessoas precisa entrar em contato com a Polícia Ambiental de sua cidade. No site da PM há todos os contatos de cada localidade do Estado de São Paulo.