A dois anos do centenário, Teatro Coliseu segue com obras suspensas e cortinas fechadas em Santos

Construção completará 100 anos em 2024; serviço de melhoria segue sem previsão de término

Por: Redação  -  05/06/22  -  17:10
Prefeitura afirma que o prédio ficará recuperado até os 100 anos, em 2024
Prefeitura afirma que o prédio ficará recuperado até os 100 anos, em 2024   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A dois anos do centenário, o Teatro Coliseu, no Centro de Santos, continua de cortinas fechadas. As obras foram suspensas após o fim do contrato com a Spalla Engenharia. Segundo a Prefeitura, a ideia é retomar os trabalhos, de modo a garantir um bom espetáculo em 2024. Para isso, está buscando recursos, que podem vir do Governo Federal por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


“Existe um planejamento, um respaldo jurídico, até mesmo para as notificações, as multas, para aplicação de fiscalização (da empresa). Os relatórios são constantes. A partir disso, tudo leva a crer que a gente vai continuar com esse cronograma”, afirma a titular da Secretaria de Infraestrutura e Edificações de Santos, Larissa Cordeiro.


Em 9 de maio, a Spalla Engenharia recebeu notificação da Prefeitura para desmobilização da obra e retirada dos equipamentos, materiais e operários do local. O motivo foi o vencimento do contrato, em 26 de abril, sem que os serviços estivessem concluídos. Segundo a Prefeitura, emitiram-se outras notificações à empresa, por atraso em itens no cronograma.


A secretaria também solicitou à empresa um relatório dos serviços concluídos para análise e cálculo dos valores. A contratada responderá por inexecução parcial da obra, com sanções previstas em cláusulas contratuais, que incluem multa sobre os serviços não finalizados. A Tribuna procurou a Spalla, mas não obteve retorno. Também não pôde fotografar como o prédio está por dentro agora, por motivos de segurança alegados pela Secretaria de Cultura.


Entre os serviços não realizados estão fachada, troca da cobertura do espaço, a do foyer, a renovação do Sistema de Proteção de Descargas Atmosféricas (SPDA), itens de elétrica, troca do madeiramento do palco e recuperação da estrutura por baixo do palco. A reparação da calçada do entorno também integra o projeto.


Quase três anos
É o último ato de uma história que começou em outubro de 2019, quando a empresa, vencedora da licitação, recebeu ordem de serviço para iniciar a obra no teatro, com prazo de execução de 12 meses. O valor foi de R$ 4,273 milhões, provenientes do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos (Dadetur, ligado ao Governo do Estado).


Desde então, atos como paralisações por falta de repasse (a empresa recebeu R$ 1,2 milhão em fevereiro do ano passado, pela execução de 30% da obra), impedimentos motivados pela pandemia, um pedido de reequilíbrio financeiro e até um de rescisão, indeferido pela Prefeitura, fizeram parte do roteiro.


“É uma obra delicada. (...) Qualquer coisa que você vá mexer precisa ter as aprovações de três esferas de defesa do patrimônio público (federal, estadual e municipal)”, frisa Larissa. Pelas regras da licitação, a Prefeitura deve consultar a segunda colocada. Caso ela não aceite continuar a obra pelo mesmo valor, a terceira será consultada e assim por diante.


Complexo musical a ser instalado no Coliseu deverá ter o nome do maestro
Complexo musical a ser instalado no Coliseu deverá ter o nome do maestro   Foto: Divulgação

Homenagem
Complexo Musical Gilberto Mendes. Esse é o nome, em homenagem ao maestro e compositor santista, morto em 2016, que a Secretaria de Cultura pretende dar ao local, dentro do Coliseu, que receberá a sede da Orquestra Sinfônica Municipal, do Coral Municipal e dos cursos voltados à área musical.


O secretário Rafael Leal afirma que a ideia deve ser concretizada com a reforma completa do prédio. “O planejamento para o Coliseu é a gente atualizá-lo, sem que perca seu aspecto histórico, mas também ter, do lado de dentro, a modernidade que o atual momento exige, claro, com segurança, e mantendo 100% de sua arquitetura e toda sua história e grandiosidade”, diz.


Entre as melhorias previstas estão reparos nas varas cênicas e cortinas, modernização dos elevadores, do palco, do fosso do elevador, um novo elevador de palco e de carga, acessibilidade e iluminação.


“Vamos fazer uma grande atualização do espaço, uma modernização, e a gente terá segurança por mais 100 anos com absoluta tranquilidade. Santos vai poder bater no peito e falar que tem um dos teatros mais modernos do País”, prevê.


Segundo ele, a homenagem a Gilberto Mendes faz parte de uma ideia mais ampla, de fomento à cultura. Enquanto isso, o secretário menciona que os demais teatros públicos da Cidade suprem a demanda da classe artística.


“Durante a pandemia, tivemos duas inaugurações superimportantes, que acabaram equilibrando um pouquinho o jogo: o (Teatro) Rosinha Mastrângelo, reaberto depois de 11 anos, e o centro de convenções (na Ponta da Praia), que nos ajuda em eventos médios e grandes. O Coliseu, obviamente, faz falta, como qualquer equipamento faria. Mas a gente consegue suprir isso com outros equipamentos”.


Logo A Tribuna
Newsletter