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Modelo virtual brasileira é destaque de exposição
A exposição "Perfeitamente Real: Mulheres em Bits e Bytes", que foi inaugurada nesta semana em Londres, mostra que as mulheres desenhadas por computador estão cada vez mais próximas das formas das mulheres de verdade. Elas são criadas com o uso de supercomputadores e usadas em jogos de computador, filmes e campanhas publicitárias. E entre as beldades expostas está uma brasileira: Kaya, criada por Alceu Baptistão, sócio da empresa de animação e efeitos digitais brasileira Vetor Zero. O evento também conta com celebridades virtuais, como Rene Morel, responsável pela criação de vários personagens do filme de animação computadorizada Final Fantasy.
Ele desenhou uma modelo cuja beleza é praticametne uma unanimidade. Ela tem um rosto muito real, mas o corpo parece ter sido feito na forma de uma boneca Barbie. Parto virtual "Meu sócio teve a idéia, há um tempo, de criar uma cantora virtual. Mas o projeto ficou parado por muito tempo. Até que um dia eu peguei para fazer, fui me empolgando e aí surgiu a Kaya, que ficou só na cabeça", explica Baptistão. O animador diz que a modelo é resultado de cerca de um ano e meio de trabalho, mas que ele só se dedicava a ela nas horas vagas e esporadicamente. "Poderia ter sido muito mais rápido se eu tivesse copiado um rosto que já existe ou se eu fosse menos exigente com as feições que eu queria", afirma o criador, acrescentando que a obra não é utilizada e se trata apenas de um projeto de estudo.
"Pode até ser que eu retome, ou comece uma outra do gênero, mas não tenho planos no momento. A curadora da exposição, Niki Homez, diz que Kaya é diferente das demais modelos da exposição. "Não é uma beleza típica ou perfeita. Ela tem sardas, tem um jeito meio que de menino, um nariz brilhante e coisas assim", afirma Niki Homez. Segundo Baptistão, esse foi o objetivo. Ele afirma que as demais modelos são muito perfeitas e, por isso acabam se afastando da realidade. De qualquer forma, a verosimilhança de Kaya ainda não rendeu frutos comerciais. "Não apareceu ninguém interessado em comprar ou investir para acabar, ou para usar a Kaya como modelo. Acho que essa questão da modelo virtual não é tão empolgante como as pessoas pensam, a maior parte das tentativas não foram comercialmente bem sucedidas", afirma Baptistão.
A curadora da exposição também acredita que as modelos virtuais não devem tomar de vez o lugar das mulheres de carne e osso. "Acho que isso ainda está muito longe. Em termos de televisão e cartazes, é possível, mas não acho que isso seja completamente ruim. Às vezes, as celebridades também são fabricadas", elabora Homez. "E nós temos cirurgia plástica e tudo mais. Então, essa questão de realidade está ficando um pouco complicada". |
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