Cláudia Silva Ferreira é o nome da mulher que em março de 2014 foi baleada e arrastada por uma viatura da PM, no Rio de Janeiro. Na ocasião, a presidente disse simplesmente que “a morte de Cláudia chocou o país”, como se tivesse sido assim, uma fatalidade causada por um fenômeno da natureza, e não um assassinato como tantos outros, legitimados pelo Estado, na forma de violência policial, que dizimam a população negra. A cobertura da mídia tentou minimizar a violência (“ela já estava morta quando seu corpo foi arrastado pela viatura”) assim como apagou a humanidade da vítima, chamando Cláudia apenas de “arrastada” ou “mulher arrastada” nas manchetes.
No meio de tanta violência, descaso e barbaridade, a indignação se transformou no desejo de homenagear Cláudia, de resgatar a humanidade que não viram e continuam não vendo nela.
Fui convidada pelo site Think Olga para fazer parte da homenagem coletiva 100 vezes Cláudia, um projeto que buscou retratar de forma carinhosa a memória de Cláudia Silva Ferreira. Em 24 horas de projeto, o site recebeu 100 ilustrações cheias de sensibilidade.
Essa foi a minha contribuição:
Repercussão
Para a minha surpresa, minha ilustração teve um grande alcance já no primeiro dia em que foi publicada, sendo compartilhada inclusive por personalidades como Ellen Oléria e Emicida. Essa repercussão se deve ao fato de a ilustração representar um sentimento com o qual muita gente se identificou, permitindo levar essa homenagem tão longe.