Outubro Rosa: Amamentar previne o câncer de mama

A amamentação, além de ser um grande ato de amor, traz vários benefícios para a mãe e o bebê e ainda pode prevenir o surgimento de um câncer

Entre as vantagens do aleitamento materno para as mulheres está a diminuição do risco de câncer de mama. Estudos apontam que, a cada 12 meses de aleitamento, as chances de aparecimento de um tumor mamário diminuem em 4,3%.

Qual a relação que existe entre amamentação e redução do risco do câncer de mama?

Além da proteção do bebê, a mãe também se beneficia, pois, amamentar diminui o risco dela ter câncer de mama. A amamentação promove mecanismos no corpo da mulher que colaboram com a diminuição de risco. O primeiro está relacionado à exposição hormonal. No período da amamentação, por um processo natural, a mulher está menos exposta aos hormônios femininos que estão associados ao risco de câncer de mama. O segundo é quando o bebê suga o leite da mãe e o líquido passa pelos ductos mamários. Essa ação elimina e renova células que poderiam ter lesões no material genético diminuindo assim as chances de câncer de mama na mulher. Nesse contexto existe um processo natural de substituição das células mamárias ao final da amamentação, que pode eliminar células modificadas ou com mutações que poderiam levar ao surgimento da doença.

O que sabemos a partir de estudos epidemiológicos é que, pelo menos para os tipos de câncer de mama mais comuns, a amamentação e número de gestações da mulher diminui o risco do câncer de mama.

Por via de qual mecanismo se tem essa redução de riscos?

Acreditamos que seja relacionada à redução de ciclos menstruais da mulher. Pois enquanto ela amamenta, não menstrua. Por exemplo, a índia brasileira – que sabidamente tem uma taxa muito baixa de câncer de mama – se ela vive no contexto tribal, ou está grávida, ou está amamentando. Acreditamos que essa seja a razão dos baixos índices de câncer de mama entre tais mulheres.

Durante o período da amamentação, o nível de estrogênio no organismo da mulher não aumenta. Durante o aleitamento, as células da mama se renovam o tempo todo e há uma grande alteração hormonal. Isso ajuda a diminuir o risco de um câncer de mama.

Gravidez, amamentação e câncer de mama

A gravidez não atrapalha o prognóstico oncológico, desde que o câncer de mama seja adequadamente tratado. Alguns artigos científicos, inclusive, sugerem que pacientes que engravidam após o tratamento podem ter melhor evolução. A amamentação pode proporcionar uma proteção extra.

Caso a paciente seja diagnosticada com câncer durante a amamentação, os cuidados devem ser redobrados e acompanhados pelo médico(a) especialista.

Durante o tratamento oncológico, a mulher não pode amamentar em hipótese alguma, sob risco de passar a medicação pelo leite e chegar até o bebê. Dessa forma, tanto o(a) médico(a) quanto a mãe devem pensar em formas alternativas para alimentação saudável do bebê, seja por banco de leite ou fórmulas indicadas pelo pediatra.

Já tive câncer de mama. Posso amamentar?

Algumas mulheres que já foram diagnosticadas com câncer de mama e estão em seguimento podem fazer o aleitamento. 

Pacientes que retiraram uma das mamas (mastectomia) e têm a outra sem alteração podem amamentar. Em mulheres que fizeram a retirada parcial da mama, pode depender do tipo do tipo de cirurgia realizada e como ele se manifestou. Mas, se os ductos que levam o leite até o mamilo não tiverem sofrido alteração, a amamentação ocorre naturalmente.

A amamentação é uma proteção natural

Mesmo aquelas mulheres que desenvolvem o câncer de mama, se amamentaram por mais de um ano, têm chance de desenvolver um tipo de câncer menos agressivo, com melhor prognóstico.

Além disso, estudos atuais sobre os componentes do leite materno apontam que esse benefício não fica restrito apenas às mães. Já foi comprovado que existe também uma proteção contra o desenvolvimento do câncer de mama na idade adulta dos bebês que obtiveram boa amamentação.

O aumento de proteção causado pela amamentação dura a vida toda da mulher. É muito importante que a gente apoie, promova e proteja o aleitamento materno para que toda mulher amamente até os dois anos ou mais, sendo de forma exclusiva até os seis meses da criança.

No momento em que mulheres de todo o mundo mudam de comportamento social, ocupam mais efetivamente o mercado de trabalho e, consequentemente, optam por ter menos filhos ou por tê-los mais tardiamente, é importante que conheçam e reflitam sobre este risco.

Quanto mais prolongada for a amamentação, maior a proteção para a mãe e o bebê. Portanto, amamente e encoraje o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida e procure manter a amamentação até os dois anos de idade ou mais.

Referências:

https://www.sbp.com.br/filiada/goias/noticias/noticia/nid/amamentar-previne-o-cancer-de-mama/

http://www.oncoguia.org.br/conteudo/entrevista-amamentar-reduz-riscos-de-cancer-de-mama/3761/8/

https://www.accamargo.org.br/sobre-o-cancer/noticias/outubro-rosa-tudo-o-que-voce-queria-saber-sobre-amamentacao-e-cancer-de

https://www.inca.gov.br/alimentacao/amamentacao

Bruna Grazif
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Enfermeira, consultora em Aleitamento Materno e Laserterapeuta. Empreendedora e mamãe do bebê genial, Miguel. Nasci em Minas Gerais, me formei em Belo Horizonte, mas foi em São Paulo, capital, que comecei a trilhar minha história e decidi aprofundar meus conhecimentos sobre Aleitamento Materno. Logo após a gestação do meu bebê, comecei minha trajetória de trabalho empreendedor, o que me possibilitou evoluir meus conhecimentos. Meu trabalho é reconhecido a cada dia pelo atendimento dedicado, próximo e humano que ofereço. Sou Coautora do Livro "Segunda Infância Volume 2". Não trabalho, cumpro uma missão. Um grande beijo e conte comigo!

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