ABAIXO ASSINADO PARA VIABILIZAR CONGRESSO TÉCNICO NACIONAL DO DESPORTO CAPOEIRA

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13 de junho de 2023
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A importância deste abaixo-assinado

ABAIXO ASSINADO PARA VIABILIZAR CONGRESSO TÉCNICO NACIONAL DO DESPORTO CAPOEIRA

 

ABAIXO ASSINADO PARA VIABILIZAR CONGRESSO TÉCNICO NACIONAL DO DESPORTO CAPOEIRA

PREZADOS SENHORES!

Há tempos a Capoeira desenvolveu um papel relevante na história brasileira, seja na construção de sua identidade, seja na resistência contra a perseguição perpetrada nos mais variados segmentos (político, religioso, social...).

A arte Capoeira nasce da manifestação cultural de um povo que, ao longo das décadas, quiçá séculos, foi movido por suas necessidades básicas, porque não dizer vitais. Primeiro a necessidade de libertação, depois, a necessidade de alimentação, então vem a necessidade de um teto, de um emprego, de sustento para a família, de dignidade.

A história da Capoeira erige-se a partir das Senzalas, perpassa pelos Quilombos e adentra aos guetos urbanos, compõe as maltas, sofre influência de outras marcialidades, torna-se adepta do uso da navalha, do punhal, da “petrópolis”, fica perigosa.

Resultado disso, a capoeira/capoeiragem é constituída como crime e seus membros são novamente perseguidos, severamente. Major Vidigal foi grande exemplo de um perseguidor, realizador satisfeito da “Ceia dos Camarões”.

Não obstante a isso, não foram só pretos que praticaram a Capoeira, brancos, burgueses, militares, policiais, muitos encantaram-se com nossa amada arte, fruto de um processo de releitura social, de dentro para fora e de fora para dentro, mas sempre vinculada as necessidades mais elementais de sobrevivência.

Novos líderes surgiram, o berimbau ganhou espaço dentro da Capoeira, as armas foram abandonadas e a luta perigosa passou a ganhar contornos de desportividade, que para nós recebeu o nome de lúdico, de folclórico, a simulação, a roda, a sincronicidade de corpos, o jogo de Capoeira, visando aceitação popular, empatia.

Todavia, em oposição ao folclorismo da Capoeira, há de se destacar a figura de Mestre Bimba (Manoel dos Reis Machado), pois com a proibição da Capoeira pelo Código Penal de 1890 (art. 402 e ss.), abandona o velho método e cria sua Luta Regional Baiana – que veio a ser chamada contemporaneamente de Capoeira Regional – mas que se tratava em si de uma luta elaborada, com método, disciplina, organização, estruturação, realizada dentro do âmbito de uma academia, para o qual todos os adeptos teriam que ter trabalho digno. Veja-se a transformação de mentalidade engendrada por Mestre Bimba.

Sob a influência de várias lutas no Brasil, a exemplo, Jiu-jitsu, Judô, Savate, Greco-romana, Catch Wrestling, Pugilismo e outras, Bimba reforça o poder combativo da Capoeira, deixando o lúdico para as apresentações e festividades.

Além disso, valiosos capoeiristas já haviam deixado sua contribuição para a história da ginástica nacional brasileira, notadamente o livro “Guia do Capoeira ou Gymnástica Brasileira – ODC”, cuja 2ª edição foi publicada em 1907, pela Livraria Nacional, de Autor desconhecido (ou nem tanto), também consagrada a metodização da Capoeira como ginástica nacional.

Outro, Annibal Burlamaqui, que nos deixou o Manual de Capoeira de 1928, intitulado de “Gymnástica Nacional (capoeiragem) methodisada e regrada”, também conhecido como Mestre Zuma, estruturou a sua Capoeira com regras semelhantes às do pugilismo e sem o uso da orquestra, deixando de lado a parte lúdica da prática.

Bimba foi convidado para fazer uma apresentação no Palácio do Governo pelo Interventor General Juracy Magalhães, ao Presidente Getúlio Vargas, que após ter visto a belíssima apresentação proclamou: “A Capoeira é o esporte verdadeiramente nacional”. Resultado disso, a Capoeira passa a ser legalizada.

Tivemos Capoeira somente na Bahia, não! Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Norte e outros também tiveram suas manifestações da arte, cada qual com seu regionalismo e desenvolvimento voltado as necessidades próprias.

Mas a grande verdade é que, a evolução tecnológica do armamento militar fez com que os combates pessoais fossem cada vez menos necessários e, em razão disso, as artes marciais passaram a ganhar mais ênfase na transformação individual, no controle da mente e do corpo, e o lúdico, ou desporto, renasce para a congregação dos seres humanos em torno da roda de Capoeira.

Subsiste ainda hoje a Capoeira Angola (denominação dada a Capoeira primitiva pela iniciativa dos resistentes), mantem-se a Capoeira Regional de Bimba e, delas, exsurge a Capoeira Contemporânea, contemporânea dos seus mais variados estilos regionalizados.

Somos milhões de praticantes no Brasil e também no mundo. Somos a maior expressão da língua portuguesa no mundo. Somos uma cultura transformadora que leva alegria, musicalidade, condicionamento físico, conceitos de luta e desporto para o mundo inteiro.

Apesar disso, ainda há um obstáculo, a tradição. Todos defendem fervorosamente suas tradições e, à conta dessa premissa, nem sempre se consegue o devido entendimento dentro da Capoeira. Não há problema! A particularidade que nos torna especiais é sabermos que não há um só indivíduo inteiramente igual ao outro, então por que as Capoeiras devem ser unificadas? Não devem! É a garantia de manutenção de suas existências. A pluralidade.

Mas é chegada a hora, assim como chegou para o Karatê, para o Taekwondo, para o Judô, para o Jiu-jitsu, de consagrar a arte genuinamente brasileira, como desporto, nos moldes do artigo 217 da Constituição Federal de 1988, com base forte no artigo 22, do Estatuto da Igualdade Racial.

Há incentivo, há material humano disposto a trabalhar, há atletas formados e em formação para competir, haverá investidores. Haverá muito trabalho, logo haverá muito emprego. Indumentária, grife, instrumentos, aparatos de luta, suplementos alimentares, isso tudo virá à baila de forma evidente. Devemos movimentar Municípios, Estados e a Nação numa grande competição desportiva, inclusiva, para todas as Capoeira e todos os capoeiristas!

Há uma base, há regras já delineadas, um protótipo. Mas a necessidade atual, iminente, é que seja viabilizado um grande encontro nacional para discussão dessa metodologia desportiva no sentido de consagrar a Capoeira como desporto nacional, seja na modalidade jogador, seja na modalidade lutador.

Precisamos de um CONGRESSO TÉCNICO ANUAL para discutir, amadurecer e desenhar a fórmula do desporto e suas modalidades.

Dessa forma, solicitamos aos capoeiristas do Brasil e do mundo que apoiem essa ideia, que assinem essa abaixo-assinado para que o Governo Federal, através da Secretaria de Esporte, possa viabilizar o Congresso Técnico Anual.

Venham conosco, somem, sejam parte da talvez mais profunda e necessária transformação do mundo da Capoeira, que a todos beneficiará, sem modificar a essência de ninguém! (Mestre Esquilo).

 

 

 

 

 

Texto em Inglês

 

To whom it may concern,

 

Capoeira has been playing a relevant role in Brazilian history for a long time,  whether in the construction of its identity or in the resistance against persecution perpetrated in the most varied segments (political, religious, social...).

 

Capoeira art comes from the cultural manifestation of a people that, over the decades, perhaps centuries, has been driven by their basic, or, why not say VITAL needs. First the need for liberation, then the need for food, then comes the need for a roof, a job, support for the family, dignity.

 

The history of Capoeira rises from the Senzalas, goes through the Quilombos and enters the urban ghettos, composes the packs, is influenced by other martial arts, becomes adept at using the razor, the dagger, the “petropolis”, it becomes dangerous.

 

As a result, capoeira/capoeiragem is constituted as a crime and its members are once again severely persecuted. Major Vidigal was a great example of a persecutor, a satisfied director of the “Cameroon Supper”.

 

Besides this, it was not just black people who practiced Capoeira. Whites, bourgeois, military, police… Many were enchanted by our beloved art, the result of a process of social re-reading, from the inside out and from the outside in, but always linked to the most elemental needs of survival.

 

New leaders emerged, the berimbau gained space within Capoeira, weapons were abandoned and the dangerous fight began to gain movements of sportiness, which for us was called ludic, folkloric, simulation, the wheel, the synchronicity of bodies, the game of Capoeira, aiming at popular acceptance, empathy.

 

However, in opposition to the folklorism of Capoeira, the figure of Mestre Bimba (Manoel dos Reis Machado) must be highlighted, because with the prohibition of Capoeira by the Penal Code of 1890 (art. 402 et seq.), he abandoned the old method and creates his Luta Regional Baiana – which came to be called Capoeira Regional at the same time – which was itself an elaborate fight, with method, discipline, organization, structure, carried out within the scope of an academy or gym, for which all supporters would a have decent work. Here, the mentality transformation engendered by Mestre Bimba starts to be seen.

 

Under the influence of various fights in Brazil, such as Jiu-jitsu, Judo, Savate, Greco-Roman, Catch Wrestling, Pugilism and others, Bimba reinforces the combative power of Capoeira, leaving the ludic for presentations and festivities only.

 

In addition, valuable capoeiristas had already left their contribution to the history of Brazilian national gymnastics, notably the book “Guia do Capoeira ou Gymnástica Brasileira – ODC”, which 2nd edition was published in 1907, by Livraria Nacional, by unknown author (or not so much), also establishing the methodology of Capoeira as national gymnastics.

 

Another important personality, Annibal Burlamaqui, who left us the Capoeira Manual of 1928, entitled “Gymnástica Nacional (capoeiragem) methodised and regulated”, also known as Mestre Zuma, structured his Capoeira with rules similar to those of boxing and without the use of an orchestra, leaving aside the playful part of the practice.

 

Bimba was invited to give a presentation at the Government Palace by Interventor General Juracy Magalhães, to President Getúlio Vargas, whom after having seen the beautiful presentation proclaimed: “Capoeira is the true national sport”. As a result, Capoeira becomes legal.

 

But we haven’t had Capoeira only in Bahia! Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Norte and others also had their manifestations of art, each with its regionalism and development aimed at its own needs.

 

But the truth is that, the technological evolution of military weapons made personal combat less and less necessary and, as a result, martial arts began to gain more emphasis on individual transformation, on mind and body control, and the ludic, or sport, it is reborn for the congregation of human beings, the Capoeira circle.

 

Capoeira Angola still exists today (name given to primitive Capoeira by the initiative of the resistance fighters), Capoeira Regional de Bimba remains and, from them, Capoeira Contemporânea emerges, contemporary with its most varied regionalized styles.

 

We are millions of practitioners in Brazil and also in the world. We are the greatest expression of the Portuguese language in the world. We are a transforming culture that takes joy, musicality, physical conditioning, fighting and sports concepts to the whole world.

 

Despite this, there is still an obstacle: tradition. Everybody fervently defend their traditions and, due to this premise, the proper understanding within Capoeira is not always achieved. There’s no problem! The particularity that makes us special is that we know that there is not a single individual who is entirely equal to the other, so why should Capoeiras be unified? They should not! It is the guarantee of maintenance of their existence. The plurality.

 

But the time has come, just as it did for Karate, for Taekwondo, for Judo, for Jiu-jitsu, to consecrate the genuinely Brazilian art, as a sport, along the lines of article 217 of the Federal Constitution of 1988, based on strong in article 22 of the Statute of Racial Equality.

 

There is incentive, there are humans willing to work, there are athletes trained and in training to compete, there will be investors. There will be lots of work, soon there will be lots of jobs. Clothing, brand, instruments, fighting apparatus, food supplements, all this will come to light in an obvious way. We must move Cities, States and the Nation in a great sports competition, inclusive, for all Capoeira and all capoeiristas!

 

There is a base, there are rules already outlined, a prototype. But the current, imminent need is for a large national meeting to be made possible to discuss this sports methodology in the sense of considering Capoeira as a national sport, whether in the player modality or in the fighter modality.

 

We need an ANNUAL TECHNICAL CONGRESS to discuss, mature and design the formula for the sport and its modalities.

 

This way, we request capoeiristas from Brazil and the world to support this idea, to sign this petition so that the Federal Government, through the Sports Office, can make the Annual Technical Congress possible.

 

Come with us, add up! Be part of perhaps the most profound and necessary transformation in the world of Capoeira, which will benefit everyone, without changing anyone's essence! (Meste Esquilo).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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