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    Eleições nos EUA: Facebook liga contas falsas a inteligência militar russa

    Empresa afirma que desmantelou três redes de contas que poderiam espalhar documentos hackeados para influenciar na eleição americana

    Facebook promove ações para impedir que as eleições nos EUA sejam afetadas por notícias falsas
    Facebook promove ações para impedir que as eleições nos EUA sejam afetadas por notícias falsas Foto: Dado Ruvic - 25.mar.2020 / Reuters

    Jack Stubbs, da Reuters

    O Facebook anunciou, nesta quinta-feira (24), que desmantelou três redes de contas falsas que poderiam ser usadas pelos serviços de inteligência da Rússia para vazar documentos hackeados e afetar as eleições presidenciais nos Estados Unidos.

     A empresa disse que as contas, que foram suspensas por usar identidades falsas e outros tipos de “comportamento inautêntico coordenado”, estavam vinculadas à inteligência russa e a pessoas associadas a uma organização com sede em São Petersburgo, acusada por funcionários dos EUA de trabalhar para influenciar a eleição presidencial de 2016.

    A Rússia negou repetidamente as alegações de intromissão nas eleições e afirma que não interfere na política interna de outros países.

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    Nathaniel Gleicher, chefe de política de segurança cibernética do Facebook, disse que não havia evidências imediatas de que documentos hackeados estavam prestes a vazar, mas ao suspender as contas, o Facebook esperava evitar que eles fossem usados em qualquer operação subsequente.

    “Nossa equipe está atenta às ameaças e tendências para as quais precisamos estar preparados e estamos bem cientes: é uma operação de hack e vazamento, [que poderia acontecer] especialmente nas próximas 6 ou 8 semanas”, disse ele à Reuters.

    “Queremos ter certeza de que as contas estão desativadas para evitar que sejam dinamizadas para facilitar um hack e vazamento em torno da eleição dos EUA.”

    O Facebook disse que as redes são pequenas, com apenas um punhado de contas em seu site e serviço de compartilhamento de fotos no Instagram, com um total combinado de cerca de 97 mil seguidores.

    O Twitter disse que trabalhou com o Facebook para identificar e remover 350 contas que eram operadas por organizações ligadas ao estado na Rússia.

    Ambas as empresas disseram que uma das redes foi identificada após uma denúncia do FBI, que alertou na terça-feira (22) que atores estrangeiros e cibercriminosos provavelmente espalhariam desinformação sobre os resultados das eleições de novembro.

    Os avisos seguem um alerta da Microsoft no início deste mês de que hackers ligados à Rússia, China e Irã estão tentando espionar pessoas ligadas ao presidente dos EUA, Donald Trump, e seu adversário democrata, Joe Biden.

    Graham Brookie, diretor do Digital Forensic Research Lab do Atlantic Council, trabalhou com o Facebook para analisar as contas suspensas. Ele disse que a atividade mostra que a Rússia está continuando seus esforços para exacerbar as tensões políticas nos Estados Unidos e em outros lugares.

    “Isso não descarta o fato de que a escala e o escopo da desinformação doméstica são muito maiores do que o que qualquer adversário estrangeiro poderia fazer”, disse ele. “Mas os esforços da Rússia continuam sendo uma vulnerabilidade de segurança nacional extremamente séria.”