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    Após demissão de presidente da EBC, governo pede “bom senso” a servidores sobre postagens relacionas à guerra

    Hélio Doyle foi exonerado na quarta-feira (18) após compartilhar uma mensagem no X (ex-Twitter) que dizia que os apoiadores de Israel são “idiotas”

    Larissa RodriguesJussara Soaresda CNN

    Brasília

    O governo federal tem orientado servidores, em especial os que têm cargo de chefia, sobre como tratar nas redes sociais o conflito entre Israel e Hamas. O pedido é por neutralidade.

    Os alertas foram disparados após a demissão do presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Hélio Doyle foi exonerado na quarta-feira (18) após compartilhar uma mensagem no X (ex-Twitter) que dizia que os apoiadores de Israel são “idiotas”.

    A CNN apurou que integrantes do governo têm recebido ligações e mensagens informais sobre o assunto. A recomendação, no entanto, não é algo oficial.

    O ministro das Comunicações, Paulo Pimenta disse à CNN que a orientação é apenas que os servidores usem o bom senso. “Não existe uma recomendação formal. A posição do governo é a posição do presidente. É bom senso”, afirmou.

    O tom adotado pelo Planalto desde o início da guerra é por pedidos de paz, com críticas aos dos lados. A Israel por resistir aos pedidos de cessar-fogo e ao Hamas pelos ataques que deram início ao conflito.

    O governo, no entanto, resiste em categorizar o grupo radical islâmico com terrorista. O Itamaraty não adota a classificação porque segue os parâmetros da Organização das Nações Unidas.

    “O Conselho de Segurança não classificou o Hamas como um organismo terrorista até agora. Portanto, o Brasil segue essa orientação. O mesmo serve para sanções. Nós não aplicamos sanções em outros países que não sejam impostas pela ONU”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Viera, em entrevista coletiva também nesta quarta-feira.

    Demissão na EBC

    Desde o início do conflito no Oriente Médio, Hélio Doyle se dedicou a fazer publicações sobre a guerra. As mensagens são a favor da Palestina e defendem que o Exército israelense tem cometido crimes de guerra. O estopim foi quando ofendeu os apoiadores de Israel. “Não precisa ser sionista para apoiar Israel. Ser um idiota é o bastante”, diz a mensagem compartilhada pelo agora ex-presidente da EBC.

    Posição de Doyle

    Nas redes sociais, Doyle publicou uma mensagem de despedida: “O ministro Paulo Pimenta me manifestou hoje seu descontentamento por eu ter repostado, no X , postagem de terceiro acerca do conflito no Oriente Médio. Disse-me que a referida repostagem e sua repercussão na imprensa criaram constrangimentos ao governo, que mantém posição de neutralidade no conflito, em busca da paz e da proteção aos cidadãos brasileiros. Diante disso, pedi desculpas e comuniquei que deixo a presidência da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), agradecendo ao ministro Pimenta e ao presidente Lula pela confiança em mim depositada por todos esses meses”.