Inicia colheita do milho no Rio Grande do Sul

O início da colheita evidencia o comprometimento da produtividade das lavouras implantadas no início de agosto.

Mesmo sem ter sido concluída a semeadura do milho no Rio Grande do Sul, alcançando os atuais 90% da área projetada para esta Safra de Verão, a colheita do grão foi iniciada nas regiões Celeiro, Alto Médio Uruguai e na Fronteira Noroeste, o que representa apenas 1% da área cultivada no Estado. De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado nesta quinta-feira (28/12) pela Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), as lavouras em maturação alcançam 11%, e em enchimento de grãos, 37%. As projeções de rendimento permanecem variáveis: parte dos cultivos mantém o potencial inicial; e parte sofreu reduções devido à incidência de pragas, de doenças ou de danos decorrentes de eventos climáticos adversos ao longo do ciclo de desenvolvimento.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, 5% da área cultivada com milho encontra-se na fase de germinação e desenvolvimento vegetativo; 15%, em florescimento; 20%, em formação de grãos; 53%, em maturação; e 7%, colhidos. O início da colheita evidencia o comprometimento da produtividade das lavouras implantadas no início de agosto, em virtude do excesso de chuvas, que afetou a polinização, intensificou o surgimento de doenças e dificultou o manejo da adubação nitrogenada. A produtividade média da região poderá ser afetada, mas as lavouras implantadas em setembro apresentam alto potencial produtivo, o que pode compensar as perdas nas áreas plantadas mais cedo.

Sobre a cultura da soja, foi intensa a semeadura do grão no RS, que alcançou 94% da área prevista para esta safra de Verão. No Alto Uruguai e Planalto, a operação chegou à conclusão e, no Planalto Médio e Noroeste, aproxima-se do término. A região com maior defasagem no plantio da soja é a Campanha, onde a recorrência de chuvas foi mais significativa, prejudicando principalmente as operações em terras baixas.

O desenvolvimento das lavouras de soja, ao longo da semana, foi bastante positivo, pois houve crescimento adequado e emissão de folhas maiores, bem desenvolvidas e de coloração verde mais intensa, além de alongamento dos entrenós. Ampliou a floração, alcançando 3%, e o restante da área está em desenvolvimento vegetativo e/ou germinação. De modo geral, o estande das lavouras implantadas a partir do início de dezembro é superior ao observado nas lavouras de novembro, resultando em menos necessidade de replantes. As áreas estabelecidas no final de outubro apresentam entrelinhas fechadas, e vários produtores optaram pela primeira aplicação de fungicida para a proteção contra ferrugem asiática e outras doenças, como mancha-parda e cercosporiose, além da aplicação de inseticidas contra lagartas.

Milho silagem – A área plantada permanece em cerca de dois terços da área planejada. A principal atividade realizada é o corte para elaboração de silagem de planta inteira. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, na Fronteira Oeste, as áreas implantadas em setembro são monitoradas para determinar o momento adequado para a ensilagem. O desenvolvimento da cultura foi impactado pelas fortes chuvas, especialmente em áreas de terras baixas. No entanto, as condições climáticas tornaram-se mais favoráveis a partir da fase reprodutiva. Há expectativa de colheita de silagens de boa qualidade, com produtividade dentro da média alcançada em anos de produção normal. Em São Gabriel, os produtores especializados na venda da silagem estão antecipadamente realizando vendas para atender à alta demanda de criadores. O plantio atinge 90% da área total estimada no município. Algumas lavouras foram estabelecidas com populações muito altas, chegando a 90 mil plantas por hectare, o que pode limitar a produtividade em caso de falta de luminosidade, de competição com plantas daninhas ou de suprimento insuficiente de nutrientes.

Feijão 1ª safra – Houve aumento na extensão da área cultivada, devido à intensificação do plantio nos Campos de Cima da Serra, que é a principal região produtora. Na referida região, a fase de implantação deverá persistir até meados de janeiro, abrangendo um terço de 29.053 hectares estimados para o Estado. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, 35% das lavouras estão em enchimento de grãos, 50% em maturação, e 15% colhidas. A cultura apresenta desenvolvimento vegetativo satisfatório, e as áreas em colheita mantêm as expectativas de produtividade em torno de 1.900 kg/ha. Já na região de Ijuí, iniciou a colheita das lavouras destinadas ao autoconsumo e à venda de excedentes. A qualidade do produto colhido é considerada excelente, pois os grãos estão bem desenvolvidos, com tegumento ou casca lisa de coloração brilhante. As lavouras em enchimento de grãos apresentam sintomas de doenças fúngicas nas folhas e nas hastes, porém não danificando os legumes.

Arroz – Houve avanço nos trabalhos de semeadura, aplicações de fertilizantes em cobertura e manejo de plantas daninhas. As chuvas pontuais não causaram maiores transtornos, e o predomínio de dias ensolarados favoreceu o desenvolvimento vegetativo das lavouras já estabelecidas. Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Pelotas, com a semeadura finalizada, os produtores aproveitam os dias ensolarados para realizar tratos culturais. As lavouras encontram-se em desenvolvimento vegetativo, considerado adequado para o período. O aumento da insolação e das temperaturas tem contribuído de forma significativa para esse desenvolvimento. Na região de Santa Maria, as áreas semeadas se aproximam de 92% do total. Da área plantada, 98% estão em germinação e desenvolvimento vegetativo, e 2% encontram-se em floração. Apesar dos avanços, o plantio segue atrasado em comparação aos anos anteriores. Na última safra, neste mesmo período, o plantio já havia sido finalizado.

Futícolas

As chuvas intensas e frequentes dos últimos meses sobre o Rio Grande do Sul interferiram na produção e na produtividade das frutas, que está abaixo da esperada, em especial nesta época do ano, quando o consumo de frutas aumenta, com a chegada do Verão. A produção de uvas apresenta maturação desuniforme na região de Ijuí, e a colheita está em atraso. Na Fronteira Oeste, os viticultores de Santana do Livramento relatam incidência significativa de míldio (Plasmopara vitícola) nos pomares de uvas viníferas, e o impacto deve ser de 10% no potencial produtivo.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, segue o manejo fitossanitário e os tratos culturais em 328 hectares cultivados. Há dificuldades para controlar doenças, principalmente míldio. Na de Frederico Westphalen, o percentual de área colhida chega a 70%. Nos demais municípios, a colheita está na fase inicial. A produtividade deve se manter próxima a 10 t/ha, aproximadamente 25% abaixo da expectativa inicial. Na de Passo Fundo, estão sendo realizados tratamentos fitossanitários preventivos, bem como monitoramento de pragas, doenças e limpezas de pomares (roçadas e aplicação de herbicidas). Os pomares apresentam boas condições de sanidade.

As culturas de melão e de melancia ainda se desenvolvem, mas a produtividade está abaixo da esperada. Melancia apresenta menor potencial produtivo e número reduzido de frutos por planta. Na região de Porto Alegre, a oferta não atende à demanda por melancia por causa da redução de área plantada. Diante desse cenário, os produtores estão disponibilizando frutos com defeitos visíveis. O abastecimento local está sendo realizado com produto oriundo do estado do Mato Grosso.

Ainda na região de Porto Alegre, os bananais das encostas do Litoral Norte se beneficiam do aumento de temperatura. Essas condições climáticas proporcionam aumento de produção e, consequentemente, de produtividade. Há tendência de alta na cotação. Começou a colheita de maracujá azedo no Litoral Norte. A temperatura favoreceu o aumento de produtividade.

Morango – Na região administrava da Emater/RS-Ascar de Soledade, muitas estruturas de produção (estufas) foram atingidas pelos fortes ventos, o que deve afetar a produtividade da cultura, já que as plantas ficam mais expostas e suscetíveis à entrada de doenças. Além disso, as altas temperaturas afetam de forma negativa a cultura, que reduz seu potencial produtivo (abortamento de flores e queda de morango). Os produtores estão colocando proteção contra os raios solares para diminuir esses efeitos.

Pêssego – Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, as condições climáticas do período foram ideais para o desenvolvimento da cultura, para o crescimento/maturação das frutas e para a execução das atividades de campo. As colheitas de todas as variedades de ciclo médio e semitardio foram concluídas; iniciam-se as de ciclo tardio, como Chiripá, Barbosa e Eragil. Nessas cultivares, o índice de gemas vegetativas brotadas está extremamente baixo, e as frutas, nesses ramos, apresentam calibre muito aquém do potencial, além de maturação atrasada. Sobre as pernadas dos pessegueiros, há intensa emergência de brotos novos, requerendo intervenção por meio de poda verde. Os preços estão em forte alta, especialmente em razão da pouca oferta e da época, que demanda maior consumo por causa das festividades.

Fonte: Emater/RS-Ascar

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ℹ️ Conteúdo publicado por Myllena Seifarth sob a supervisão do editor-chefe Thiago Pereira

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