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Carnaval traz orixás para a avenida: Entenda o sincretismo religioso


Por Flipar
Reprodução/TV Globo

A Grande Rio, por exemplo, escola de samba de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, foi campeã do Grupo Especial em 2022 com um enredo em homenagem a Exu.

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Um dos objetivos dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora com o enredo 'Fala, Majeté! Sete chaves de Exu" era desmistificar a figura do orixá, que costuma ser associado equivocdamente ao Diabo.

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O ator Demerson D'Alvaro interpretou Exu na comissão de frente da Grande Rio e fez sucesso.

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"Engana-se quem associa Exu a coisas pesadas, sombrias e maléficas. Ao contrário, ele é uma entidade complexa, cheia de variações. Exu é a divindade mais brincalhona, assim como o ser humano. Ele traz essa mistura do que é bom e ruim, pecado e santidade, alegria e tristeza", disse Bora, na ocasião.

Sailko - wikimedia commons

"Exu é quem abre os caminhos, é quem traz prosperidade. Todo mundo cultua Exu na África porque ele é um guardião de todos os orixás. Ele é o guardião da gente", acrescentaram os carnavalescos.

Yoruba People, Nigeria wikimedia commons

Aproveitando, então, a pegada do carnaval, entenda o sincretismo religioso que associa os orixás da Umbanda aos santos do Catolicismo, numa união pregada por tolerância e respeito.

Reprodução TV Globo

O sincretismo religioso é um fenômeno cultural e espiritual em que diferentes tradições religiosas, crenças e práticas são combinadas ou fundidas, muitas vezes resultando em uma nova expressão religiosa ou sistema de crenças.

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A Umbanda, por exemplo, é uma religião brasileira que combina elementos do catolicismo, do espiritismo e das religiões afro-brasileiras.

Fernando Turri - Flickr

Na prática, um dos exemplos mais famosos de sincretismo religioso é Iemanjá e Nossa Senhora dos Navegantes, duas divindades que estão intimamente ligadas ao mar.

Facebook Mãe Iemanjá e Ricardo André Frantz - Wikimédia Commons

Iemanjá é uma orixá do Candomblé e da Umbanda, e é a deusa das águas doces e salgadas, da maternidade e da fertilidade.

ReproduçãoTV Bahia

Nossa Senhora dos Navegantes é uma devoção católica a Maria, mãe de Jesus, e é a padroeira dos marinheiros e pescadores.

Mari Vieira Divulgação

Os devotos de Iemanjá e Nossa Senhora dos Navegantes acreditam que as duas divindades são equivalentes, e que ambas podem proteger os marinheiros e pescadores do perigo.

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No dia 2 de fevereiro, os devotos celebram o dia das duas divindades. As oferendas costumam ser lançadas ao mar como forma de honrar ambas as entidades.

Sandra de Souza - Flickr

No mesmo dia, também é celebrada a festa para o Nosso Senhor do Bonfim, uma das mais importantes do catolicismo brasileiro.

Divulgaçao Governo do estado da Bahia

A festa combina elementos religiosos com manifestações culturais, como danças, músicas, comidas típicas e o famoso cortejo da Lavagem do Bonfim, onde as escadarias da igreja são lavadas com água de cheiro pelas baianas vestidas de branco.

Divulgaçao Beto Júnior

A igreja do Bonfim, situada no bairro de mesmo nome, foi construída como um santuário para abrigar essa imagem, tornando-se um local de peregrinação e devoção. Confira outros exemplos de sincretismo religioso!

Celso Castro Júnior - Flickr

Ogum e São Jorge: São duas divindades que estão associadas à guerra, à proteção e à força. Ogum é um orixá do Candomblé e da Umbanda, e é o orixá da guerra, da metalurgia, da tecnologia e dos caminhos. São Jorge é um santo católico, um dos mais populares do Brasil.

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Oxóssi e São Sebastião: As duas divindades estão associadas à natureza, à caça e à proteção. Oxóssi é considerado o Orixá das matas, das florestas, dos animais selvagens e da caça. São Sebastião é conhecido como o padroeiro dos arqueiros, dos caçadores e dos atletas.

Reprodução e Site Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro

Oxalá e Jesus: Oxalá é considerado o Orixá supremo, muitas vezes referido como "Pai de Todos". Ele é associado à criação, à paz, à harmonia e à sabedoria, assim como Jesus Cristo. Ambos são vistos como salvadores.

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Ibeji e São Cosme e Damião: São duas divindades que estão associadas à infância, à proteção e à cura. Ibeji é reverenciado como protetor e cuidador das crianças, enquanto São Cosme e São Damião eram médicos e dedicavam suas vidas a cuidar dos doentes e necessitados.

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Iansã e Santa Bárbara: Iansã é associada aos ventos, às tempestades, ao fogo e à transformação. Já Santa Bárbara é conhecida como protetora contra raios e trovões, além de ser invocada para a proteção em momentos de perigo.

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Xangô e São Jerônimo: Os dois são vistos como figuras poderosas e justas, e ambos estão associados ao fogo. Xangô também é associado à justiça, enquanto São Jerônimo é associado à educação.

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Ossaim e Roque: Ambos são vistos como figuras benevolentes e compassivas e estão frequentemente associados à cura. Ossaim é invocado para curar doenças e para promover a saúde e o bem-estar. São Roque, por sua vez, é conhecido como o padroeiro dos doentes e dos peregrinos.

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Oxum e Nossa Senhora da Conceição: Oxum é uma Orixá reverenciada como uma mãe espiritual, protetora das crianças e guardiã das águas doces. Nossa Senhora da Conceição é uma devoção católica à Maria, mãe de Jesus, e é considerada a padroeira do Brasil.

Joseph Nunes e Bartolomé Esteban Murillo - Wikimédia Commons

Oxumaré e São Bartolomeu: Ambos são vistos como figuras masculinas benevolentes e compassivas e estão associados à mudança e à transformação na vida das pessoas.

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Logun Edé e São Miguel Arcanjo: Logun Edé é associado à beleza, à riqueza, à abundância e ao encanto. São Miguel Arcanjo, por sua vez, é um arcanjo da tradição cristã frequentemente considerado um líder celestial, um guerreiro e um protetor contra as forças do mal.

Reprodução e Rafael Sanzio - Wikimédia Commons

Nanã e Santa Maria: Nanã é vista como uma figura idosa, reverenciada como uma mãe ancestral que traz sabedoria e experiência. Já Santa Maria, conhecida como Nossa Senhora, é a figura materna central na tradição católica, sendo a mãe de Jesus Cristo.

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