Joaquin Phoenix surpreende em "O Mestre"

Joaquin Phoenix surpreende em "O Mestre"

Filme aborda fanatísmo ao culto religioso ambientado nos Estados Unidos dos anos 50

Adriana Androvandi / CP

Joaquim Phoenix, em ´O Mestre´, como um homem que retorna desequilibrado da 2º Guerra

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O filme “O Mestre” traz uma história árida, que se encaixa no estilo de trabalho de seu diretor, Paul Thomas Anderson, afeito a dramas complexos e ora desesperançados. Tendo no currículo filmes como “Magnólia” (1999) e “Sangue Negro” (2007), o cineasta californiano estava há cinco anos sem lançar nenhum filme e retorna com este título ambientado nos Estados Unidos nos anos 50.

O protagonista é vivido pelo marinheiro Freddie Quell, que volta de combates da 2º Guerra apresentando um comportamento errático e desequilibrado. Interpretado por Joaquin Phoenix, mostra que o soldado se tornou alcoólatra e violento, tendo dificuldades de se adaptar à vida civil quando termina a guerra. É quando embarca, quase por acaso, na conversa de Lancaster (Philip Seymour Hoffman), um líder de uma seita.

O grupo segue os princípios do livro escrito pelo líder, “A Causa”, que mescla várias correntes, que vão da hipnose, do autocontrole e da terapia a conceitos de extraterrestres para ajudar pessoas. Lancaster se apresenta como filósofo, médico, físico e “alguém simplesmente como você” e se propõe a ajudar o ex-militar. A esposa do líder, interpretada por Amy Adams, se mostra tão ou mais controladora do que “o mestre”, confirmando que Lancaster concentra, ao redor de si, convictos seguidores. Esta seria uma crítica em alusão à Cientologia, famosa por arrebanhar algumas celebridades nos EUA.

A partir da relação do novo seguidor com o mestre é que se desenrola o drama. Apesar de ser ajudado por Lancaster, Freddie se sente sem rumo. A tentativa de controlar seus impulsos enfrenta, dentro dele, uma tendência autodestrutiva que faz com que o personagem pareça prestes a entrar em surto a qualquer momento. Nesse sentido, a interpretação de Phoenix é acachapante. Todo o seu corpo encarna o personagem, não apenas com um rosto perturbado, mas com um caminhar esquisito e corcunda. Em uma cena a se tornar memorável, ele se debate contra as paredes e contra uma cama em uma prisão com tal fúria que nada ali parece artificial. Não é à toa que Phoenix tenha sido indicado ao Oscar de Melhor Ator por essa sua atuação. Seria provável que levasse o troféu se não existisse em seu caminho o favoritismo de Daniel Day-Lewis com “Lincoln”. Também concorrem ao Oscar, nas categorias coadjuvantes, Amy Adams e Philip Seymour Hoffman, totalizando três indicações. No Festival de Veneza 2012, o júri optou por premiar Phoenix e Hoffman juntos na categoria de Melhor Ator, além de dar o prêmio de Direção a Anderson. As interpretações são, portanto, o grande espetáculo do filme.

Assista ao trailer:



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