Três gaúchos estão entre os 50 semifinalistas do Prêmio Oceanos

Três gaúchos estão entre os 50 semifinalistas do Prêmio Oceanos

Finalistas serão conhecidos em novembro e os quatro vencedores em dezembro

Luiz Gonzaga Lopes

Romances de Paulo Scott e Maria Pilla e obra de contos de Jéferson Assumção disputam o prêmio

publicidade

Nesta quarta-feira, o Itaú Cultural divulgou em seu site os 50 livros semifinalistas do Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa e o júri que, em novembro, elegerá os 10 finalistas. Dos 50 livros semifinalistas, três são obras de autores gaúchos: o romance "O ano em que vivi de literatura", do porto-alegrense Paulo Scott (editora Foz); o romance documental "Volto semana que vem", da porto-alegrense Maria Pilla (Cosac Naify); a obra de contos "Cabeça de mulher olhando a neve", do santa-mariense de nascimento e canoense por adoção Jéferson Assumção (BesouroBox).

Na primeira etapa, o Júri de Avaliação formado por 42 especialistas em literatura, entre poetas, escritores, professores e críticos literários, leu 740 livros e classificou os títulos que passam para a fase seguinte: 18 são livros de poesia, 25 romances, seis de contos e um de crônicas. O Júri de Avaliação elegeu, ainda, seis jurados entre seus membros para compor os júris das próximas etapas: a crítica literária e ensaísta Flora Sussekind (a confirmar), os escritores Cristovão Tezza, José Castello e Rodrigo Lacerda e os poetas Heitor Ferraz e Sergio Alcides, que avaliam entre outubro e novembro as 50 obras semifinalistas.

Os 10 finalistas serão conhecidos no dia 18 de novembro. Por fim, o Júri Final escolherá, no dia 6 de dezembro, os quatro vencedores, independente da categoria, que receberão os seguintes prêmios em dinheiro: o primeiro receberá R$ 100 mil, R$ 60 mil o segundo, R$ 40 mil o terceiro e R$ 30 mil o quarto colocado.

Entre as obras semifinalistas, a poesia tem desde autores que dão continuidade à vertente da poesia marginal e da contracultura dos anos 70 e 80 – como Zuca Sardan e Alice Ruiz – e poetas que dialogam com a lírica modernista – como Eucanaã Ferraz e Ana Martins Marques – até aqueles em que a pesquisa formal, muitas vezes com viés hermético, está associada a outras tradições e linguagens (artes visuais, filosofia) – como Age de Carvalho, Júlia Studart e Nuno Ramos. Além desses poetas brasileiros, a lista conta com a presença dos portugueses Matilde Campilho e Boaventura de Sousa Santos e da moçambicana Lica Sebastião.

Na prosa, aparecem nomes canônicos, como o romancista português António Lobo Antunes e o moçambicano Mia Couto. Com os também portugueses Gonçalo M. Tavares e José Luiz Peixoto e o angolano José Eduardo Agualusa, eles perfazem o amplo espectro da lusofonia compreendido pelo Oceanos. O prêmio conta, ainda, entre seus semifinalistas com brasileiros com sólida bibliografia e difusão na cena literária – como Teixeira Coelho, Ronaldo Correia de Brito, João Almino, Antonio Carlos Viana, Fernando Bonassi e Lourenço Mutarelli. Conta tambem, com autores que vêm se destacando na prosa contemporânea, como Noemi Jaffe, Tércia Montenegro e Edyr Augusto, entre vários outros romancistas, contistas e cronistas que compõem um instantâneo dos principais vetores da prosa em língua portuguesa.

Resumo das obras e dos autores gaúchos:

"O ano em que vivi de literatura", Paulo Scott, editora Foz:
O livro é uma sátira sobre o mundo dos escritores, jornalistas e editores, na história de um autor que ganha o prêmio de melhor escritor em 2011, no Brasil, e é alçado à categoria de celebridade intelectual. Poeta e escritor, Paulo Scott nasceu em Porto Alegre, em 1966. Autor dos livros de poesia "Mesmo sem Dinheiro Comprei um Esqueite Novo" (2014) e "O Monstro e o Minotauro" (2011); e dos romances "Ithaca Road" (2013), "Habitante irreal" (2011) e "Voláteis" (2005), entre outras obras.

"Volto semana que vem", Maria Pilla, Cosac Naify:
Composta por recortes de memória, a obra é o retrato de uma vida brasileira: a de quem foi criança logo depois da Era Vargas, cresceu nos tempos de Juscelino, foi jovem com a ditadura, militou com a esquerda, conheceu a prisão, a tortura e o exílio. Jornalista e escritora, Maria Pilla nasceu em Porto Alegre. Estudou nos Estados Unidos na década de 1960. De volta ao Brasil militou no Partido Comunista Brasileiro e integrou a dissidência que levou à fundação do Partido Operário Comunista. Na década de 1970, mudou-se para a Argentina, onde atuou no Partido Revolucionario de los Trabajadores. Presa em Buenos Aires em 1975, foi torturada e passou mais de dois anos encarcerada. Expulsa do país em 1977, foi exilada e viveu na França.

"Cabeça de mulher olhando a neve", Jéferson Assumção, BesouroBox:
Nos contos de "Cabeça de mulher olhando a neve", Assumção cria um universo fantasioso a partir da premissa de imaginar diferentes regiões do Brasil sob a neve. Esse improvável acontecimento climático é o ponto de partida para a irrupção de um universo em que se cruzam elementos arcaicos e fantásticos, com linguagem tão cerebral quanto desconcertante. Gestor cultural e escritor, Jéferson Assumção nasceu em Santa Maria, em 31 de julho de 1970, e mora em Brasília. Foi secretário adjunto de Cultura do Rio Grande do Sul, de 2011 a 2014, e secretário municipal de Cultura de Canoas, de 2009 a 2010. Tem mais de 20 livros publicados, entre eles "A Vaca Azul é Ninja em Uma Vida Entre Aspas" (2014), "A Ilustração Vital" (2013), "Homem-massa" (2012) e "Máquina de Destruir Leitores" (2000).

Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta desta terça-feira, dia 30 de abril de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895