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Jornal Diário de Suzano - 10/05/2024
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Cidades

CPTM retira 60 mil mercadorias ilegais dos trens; apreensões crescem 20,8%

Número subiu 20,8% em comparação com 2022, segundo a companhia

08 outubro 2023 - 05h00Por Daniel Marques - da Região
O número de mercadorias apreendidas pelas equipes de segurança nos trens da Linha 11-Coral e da Linha 12-Safira da CPTM subiu 20,8% no primeiro semestre deste ano no comparativo com o mesmo período do ano passado. 
 
Dados apurados pela reportagem do DS junto à Companhia indicam que, entre janeiro e junho deste ano, 60.195 mercadorias foram apreendidas no combate ao comércio ilegal nas composições das duas linhas. No período do ano passado, esse número foi de 49.823.
 
Apesar do aumento de um ano para o outro, quando é considerado o período de pandemia, os dados apresentam significativa redução na quantidade de apreensões. Em 2019, quando não havia crise sanitária, a Companhia apreendeu 415.621 mercadorias apenas no primeiro semestre. Em 2020, este número caiu para 170.472; e em 2021 para 38.647.
 
Além do número de mercadorias apreendidas, a CPTM compilou outro dado importante que ajuda a explicar a grande redução em itens recolhidos: o número de retenções. Em 2019, no primeiro semestre, a CPTM realizou 8.856 apreensões na Linha 12 e 5.004 na Linha 11. Em 2023, foram 403 e 691, respectivamente.
 
No primeiro semestre deste ano, segundo a CPTM, foram 691 apreensões, resultando em 39.213 itens apreendidos na Linha 11. Já na Linha 12, foram 403 apreensões, que resultaram em 20.982 produtos.
 
Circulando nos trens da CPTM pelas linhas 11 e 12, a reportagem do DS constatou que são diversos os produtos comercializados nas composições. 
 
Vão desde balas, doces e salgados até pequenos eletroeletrônicos e produtos para o corpo.
 
Normalmente, os “marreteiros” – como são chamados os vendedores ambulantes – protegem seus produtos da fiscalização quando ocorre a presença de um segurança que presta serviço para a Companhia. Isso acontece não só nas linhas que atendem o Alto Tietê, mas em todas do sistema – tanto na CPTM e na ViaMobilidade (especialmente nas linhas 8 e 9) quanto no Metrô (em menor escala).
 
A ViaQuatro, que administra a Linha 4-Amarela do Metrô, possui seguranças dentro das composições – algo que acaba inibindo os marreteiros, que evitam essa linha.
 
Apesar de ilegal, o comércio ambulante continua sendo realizado nos trens da CPTM. Para alguns passageiros, acaba sendo uma maneira de “se salvar da fome” e de adquirir algum produto por um preço mais acessível. Para outros, gera incômodo. Aos marreteiros, é um meio de sobrevivência e, apesar disso, a CPTM diz que tem adotado medidas para reduzir o comércio ilegal nos trens.
 
‘Mais segurança dentro dos trens’: CPTM justifica queda brusca em apreensões
 
A CPTM justificou a significativa redução no número de apreensões e mercadorias recolhidas durante o período de pandemia e pós-pandemia com uma “estratégia de segurança” que, segundo a Companhia, foi implantada em 2020 com a atuação de escolta de segurança dentro dos trens, chamada de “Dejem”.
 
Em entrevista ao DS, a chefe de Departamento da Companhia, Sharlene Guiducci, explicou como a CPTM conseguiu, ao mesmo tempo, aumentar o número de operações nos trens e reduzir o número de apreensões e mercadorias.
 
“Quando a CPTM colocou a Dejem, a gente também montou a estratégia da segurança, e isso possibilitou que colocássemos mais segurança dentro do trem. Isso reduziu o comércio ambulante. Esse número caiu devido à estratégia de segurança e a segurança feita dentro do trem. Quanto mais tem operação dentro do trem, menor o número de retenções de mercadorias”, avaliou.
 
Segundo ela, a presença desta escolta – implantada em 2020, de acordo com a profissional – pode ter inibido os marreteiros, culminando na redução dos números no comparativo “pré e pós 2020”.
 
“O foco estará sempre aumentando a ação de presença. A melhoria contínua é ação de presença. Os trens são abertos, vagões abertos, e a equipe de escolta pode fazer a segurança dentro de todo o trem”, disse.
 
Ela também explicou o que é feito com o material apreendido.
 
“É enviado para um fundo específico determinado pela CPTM. Perecíveis são destruídos na estação, tipo sorvete. Os outros a gente recolhe, faz o registro, um documento de retenção de mercadoria, identifica a pessoa e a mercadoria, o marreteiro fica com uma via e a gente com outra. Isso é registrado e vai para doação”, afirmou.
 
Parceria com o Sebrae capacita ambulantes para regularização
 
Uma parceria entre a CPTM e o Sebrae promove capacitação e geração de oportunidades a vendedores ambulantes que atuam informalmente no Sistema Ferroviário da Companhia. 
 
Essa é outra forma que a Companhia tem de reduzir o comércio ambulante nos trens.
 
De acordo com a Companhia, trata-se do programa “Nos Trilhos do Empreendedorismo". 
 
O projeto orienta sobre a formalização do comércio ilegal e fornece noções básicas de gestão para a condução de uma nova empresa, fazendo com que o novo microempreendedor adquira conhecimento, legalize seu comércio, obtenha mais lucratividade e efetive sua inclusão na economia formal.
 
Segundo a CPTM, até o momento, foram elaboradas seis edições do curso, com o total de 248 formados. 
A última turma capacitada foi em dezembro de 2022.
 
O certificado de conclusão do curso de capacitação, emitido pelo Sebrae, é um dos requisitos para que o novo empreendedor possa candidatar-se a um negócio totalmente legalizado em uma estação da CPTM. Ao todo já são 40 empreendimentos abertos após a conclusão do projeto.