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Com Santos como cenário, roteirista transforma aventura de RPG em HQ

Amante do gênero de terror, Fernandes encontrou fatos que transformaram a pesquisa em algo extremamente rico, como uma escola que antes funcionava como uma espécie de abatedouro

Igor de Paiva

Publicado em 18/12/2023 às 09:14

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Raphael explica que o projeto surgiu de uma maneira completamente inesperada / Divulgação

Conhecida nacionalmente como cenário de diversos produtos da cultura pop, a cidade de Santos agora chega também como cenário de aventuras na história em quadrinhos ‘Cálculo Renal’. Criada pelo escritor Raphael Fernandes, o autor concedeu entrevista à Reportagem do Diário na última sexta-feira (15) e explicou os bastidores e as nuances acerca da obra. 

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Com base no famoso gênero horror cósmico, a arte da obra é composta por desenhos em preto, branco e verde distribuídos em 32 páginas e conta com o desenhista Danilo Dias e o capista Daniel Canedo, além do roteiro do próprio Raphael Fernandes. ‘Cálculo Renal’ se passa no final da década de 80, quando dois policiais descem da Capital Paulista para investigar o desaparecimento de um parente de um deles.

Raphael explica que o projeto surgiu de uma maneira completamente inesperada e aleatória durante uma campanha de RPG de mesa.

“Eu tinha criado um personagem para jogar numa mesa, ele tinha uma pedra no rim que dava poderes de sexto sentido para ele. Eu tinha meio que combinado com a pessoa que estava mestrando que eu ia fazer algumas previsões inúteis na história que iam ter que acontecer para criar o efeito no jogo. A gente estava jogando o Chamado de Cthulhu”, explicou. 

A necessidade de criar uma nova história em quadrinhos para a CCXP de 2024 fez com que ele criasse o roteiro em apenas três dias. Além disso, toda a arte foi feita em dez dias, enquanto a capa foi elaborada em quatro dias. Todo o material foi impresso no total de uma semana.

“É nosso recorde de produção, ainda mais um roteiro tão complexo e com várias coisas acontecendo ao mesmo tempo”. 

SANTOS.

Dentro da grande maioria das histórias que produziu, Raphael utiliza na grande maioria como cenário lugares e cidades que já visitou.

A ambientação surgiu através do fascínio pelo centro histórico do município  e a inspiração nos crimes da mala, no qual dois autores distintos tiraram a ideia de despachar os restos das vítimas pelo Porto de Santos. 

“Eu pensei que a história deveria ser justamente sobre esse delegado, que é fictício e inspirado em diversos delegados reais da cidade, e aí eu fui pesquisando lugares importantes através da história deles”.

Amante do gênero de terror, Fernandes encontrou fatos que transformaram a pesquisa em algo extremamente rico, como uma escola que antes funcionava como uma espécie de abatedouro.   

Somado a isto, o artista  colocou no enredo pontos turísticos famosos e restaurantes icônicos, como o Bar do Carioca, localizado na Praça Visconde de Mauá. 

Olhando para o seu próprio trabalho, ele explica que o Porto de Santos teve um peso enorme para a escolha da estância balneária por conta de toda a sua importância e sua rica história.  Outro aspecto importante foi a presença de construções antigas no Centro da cidade.

“Ele é muito bonito e interessante, para o clima de terror, mistério e misticismo , passa a sensação de você está fora do tempo. Isso é muito legal”, disse. 

VIDA DO ARTISTA. 

A presença dos quadrinhos na vida de Raphael Fernandes é algo que ele carrega consigo desde sua infância. No entanto, ele atua como profissional desde 2005, quando se tornou assistente  das publicações da Marvel e DC editadas pela Panini Brasil.

Ele também foi responsável pela edição da publicação da Revista MAD Brasil durante a sua fase na editora italiana em solo nacional. 

Oriundo da periferia de São Mateus, São Paulo, o artista se orgulha em dizer que sempre teve jornada dupla em nome da arte. “Os quadrinhos se tornaram uma linguagem onde eu consigo expressar ideias, sentimentos e criar narrativas que eu acredito que causam algum efeito nas pessoas. É a linguagem que mais gosto de trabalhar”.

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