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Bandeira da Itália: conheça a história da “il Tricolore”

Bandeira da Itália: conheça a história da “il Tricolore”

A bandeira da Itália é uma das mais reconhecidas pelo mundo. Mas a “il Tricolore”, composta pelo verde, branco e vermelho, é “jovem”, sendo utilizada pelo país desde 19 de junho de 1946. Representa uma Itália pós-guerra, que acabava de sair de um reinado para iniciar uma república, e que assim a usa desde primeiro de janeiro de 1948.

Mas as três cores são mais antigas do que a própria Itália. As três cores foram usadas pela primeira vez na região, como uma representação da península, com a República Cispadana. Ela foi estabelecida em 1797, por Napoleão Bonaparte, quando o imperador francês conquistou parte do território onde hoje é a Itália, como Milão e Bolonha.

E, com o passar dos anos, com algumas variáveis, a bandeira foi evoluindo até o formato atual, mas sempre com as três cores se mantendo.

As três cores da bandeira da Itália

A bandeira da Itália possui dois significados diferentes, mas que são habitualmente difundidos. Em uma ótica religiosa, o verde é a esperança, o branco a fé e o vermelho a caridade, que são as três virtudes teologais. Mas sua segunda interpretação é a de que o verde representa as planícies e colinas do país, o branco simboliza os Alpes e o vermelho homenageia o sangue derramado nas guerras de unificação.

Desde 2003, o governo italiano especificou as cores exatas da bandeira da Itália. Assim, designers, publicitários, artistas e interessados podem desenvolver a bandeira italiana usando os valores exatos, que, de acordo com os vários padrões de cores, são os seguintes:

DescriçãoNúmeroRGBCMYKHSVHex
Fern Green17-6153 TC0-146-70100-0-100-45149-100-057#009246
Bright White11-0601 TC241-242-2410-0-0-0120-000-095#F1F2F1
Flame Scarlet18-1662 TC206-43-550-100-100-0365-079-081#CE2B37

A origem

A primeira vez que o mundo veria o tricolor italiano foi em 8 de outubro de 1796, usada como distintivo da guarda civil milanesa, e depois pela Legião Italiana, que contava com soldados da Emília e da Romanha. Mas naqueles tempos, as cores tinham significados específicos: o branco e vermelho eram símbolo do antigo emblema de Milão, com a cruz vermelha em um fundo branco. O verde foi somado pois era a tonalidade da guarda milanesa, além de ser a cor da região.

Além disso, há uma lenda francesa que diz que as primeiras bandeiras militares foram feitas usando a bandeira da França, já estabelecida, como base. A lenda diz que um soldado portou ela em batalha contra os austríacos, mas era uma bandeira francesa que o azul virou verde por erro ou falta de tinta.

Bandeira da Itália
“Sala del Tricolore”, hoje sala do conselho da comuna de Régio da Emília. A bandeira de três cores nasceu aqui

Como decreto, a bandeira tricolor foi imposta pela primeira vez em 7 de janeiro de 1797 em Régio da Emília, sendo assim, a bandeira oficial da República Cispadana. O sacerdote Giuseppe Compagnoni propôs que “que o símbolo da República Cispadana seja alçado em todos os lugares nos quais é necessário o símbolo da soberania”.

Esta situação aconteceu depois de 10 de abril de 1796, quando Napoleão Bonaparte entrou na península itálica, e suas tropas francesas entraram em regiões onde, naqueles dias, eram domínios austríacos. Assim, o que foi conquistado naqueles dias foram os seguintes territórios: o Ducado de Milão, o Ducado de Mântua, o Ducado de Módena e Régio, Bolonha e Ferrara (parte dos Estados Papais).

As bandeiras posteriores

Pouco tempo depois, surgiu a República Italiana, um estado que surgiu com a decisão dos deputados da então República Cisalpina, em 1802, onde a região foi proclamada uma república, ainda com Napoleão Bonaparte como líder, no papel de presidente. Uma nova bandeira surgiu:

Depois, em 1805, Napoleão foi coroado como imperador da França. E, como tal, transformou a República no Reino da Itália, com capital em Milão, composto pelas regiões que conhecemos hoje da Lombardia, Emília-Romanha, Vêneto e Toscana. Napoleão se auto-proclamou rei do novo estado.

Entretanto, outras regiões na península, como o Grão-ducado de Toscana, o Reino das Duas Sicílias, a República de Veneza, e o Reino de Sardenha, também utilizavam bandeiras com as três cores, durante o século XIX:

A República, a Unificação e a bandeira da Itália que conhecemos hoje

Bandeira da Itália

Em 1849 surgiu a República Romana, que durou apenas cinco meses. Mas que foi resultado de uma série de revoluções que atingiram a Europa um ano antes. Embora curta, a história da República influenciou de maneira profunda o “Risorgimento”, a Unificação Italiana. Giuseppe Garibaldi, o grande nome do movimento, já estava presente na política da região.

Bandeira da Itália

Mas em 1861, após várias situações que envolveram e movimentaram reinos e regiões na península, o rei Vítor Emanuel, da Sardenha, foi proclamado rei do novo Reino da Itália. O Regno d’Italia, que foi resultado dos movimentos de unificação. Esta é a Itália unificada que conhecemos até hoje. Que chegou a ser um Império Colonial, mas que, até meados de 1946, após a Segunda Guerra Mundial, foi feito um pebliscito, onde os italianos escolheram acabar com o reino e instituir a atual Repubblica Italiana, com a bandeira que até hoje, representa a nação.

Bandeira da Itália

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