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Sífilis: uma grande ameaça entre as IST associadas ao intestino


Sífilis é uma das IST com associação ao intestino

Sífilis, também conhecida como cancro duro, é a infecção causada pelo Treponema Pallidum, uma bactéria tipo espiroqueta que tem a capacidade de penetrar ativamente na pele e nas mucosas humanas íntegras, o que torna essa infecção mais preocupante.

Assim, esse micro-organismo consegue alcançar os linfonodos (popularmente conhecidos como ínguas) e, posteriormente, atinge todo o organismo.

A sífilis está entre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) que podem ser associadas ao intestino. Você saberá mais sobre ela a seguir.

Como é a infecção por sífilis

Essa doença vem tomando mais importância atualmente, pois, segundo dados do Ministério da Saúde, em 2018, 158.051 pessoas apresentaram o diagnóstico. Vale ressaltar que esse número vem crescendo continuamente nos últimos dez anos.

Além de ser uma Infecção Sexualmente Transmissível, ela pode ser transmitida ao feto durante a gestação, causando quadro chamado sífilis congênita, considerado bastante grave.

Em termos de comparação, o risco de transmissão após uma única relação sexual é de cerca de 30%, enquanto que uma gestante, sem tratamento, tem até 80% de chance de transmissão para o feto, via transplacentária.

Sem que haja tratamento, a infecção ocorre em três etapas e não confere imunidade, podendo, portanto, ser adquirida mais de uma vez pelo mesmo indivíduo.

Manifestação clínica da sífilis

Como as fases da enfermidade apresentam sinais e sintomas diferentes e o estado imunitário do paciente pode afetar a sua apresentação, a sífilis pode enganar até os profissionais mais experientes, induzindo ao atraso ou erro de diagnóstico.

Sífilis primária (primeira etapa)

De três a quatro semanas após o contato com o patógeno, aparecerá uma ulceração (ferida) no local onde ele penetrou a pele ou a mucosa. Essa lesão, que não é dolorosa, possui aspecto de cratera, com base firme, e elimina uma secreção clara, que é muito contagiosa.

A lesão pode ocorrer no pênis, no períneo, nos lábios, no ânus, mas também no colo do útero, na vagina, na boca ou no reto – uma clara associação ao intestino –, o que pode levar o indivíduo a não saber de sua existência.

Mesmo sendo mais comum nessas localizações, a úlcera (cancro) pode aparecer em qualquer lugar de inoculação.

Essa lesão cicatriza entre três e 12 semanas, e o paciente muitas vezes acredita que tenha se curado espontaneamente.

Sífilis secundária (segunda etapa)

A partir de seis a 12 semanas do aparecimento do cancro, os sinais de disseminação orgânica da sífilis começam a se manifestar. Sintomas inespecíficos como febre, fadiga, mal estar, perda de apetite e náuseas são comuns.

Alguns sintomas mais graves, associados a acometimento neurológico, como dor de cabeça, perda de audição, problemas de equilíbrio, distúrbios visuais e dor no corpo não são incomuns.

A maioria dos afetados apresentará lesões de pele avermelhadas, simétricas e confluentes, associadas a descamações que não coçam e que aparecem nas plantas dos pés ou nas palmas das mãos. Essa é a chamada dermatite sifilítica, que pode sumir com o tempo, mesmo sem tratamento, e deixar manchas no local.

Existem outras lesões relacionadas, como os condilomas planos, lesões em placa, avermelhadas, róseas ou cinzentas, nas articulações, nas áreas úmidas da pele (embaixo das mamas, próximas do ânus) e que são extremamente infecciosas.

Além disso, outras manifestações são linfoadenomegalias (ínguas) pelo corpo, inflamações nos olhos, membranas do cérebro, ossos, rins, fígado e baço.

Sífilis terciária (terceira etapa)

Após um período latente que pode durar mais de um ano após a infecção – tempo em que os paciente podem não apresentar sintomas ou recaídas das lesões de pele –, aproximadamente um terço dos indivíduos apresentarão um quadro de sífilis terciária.

Os órgãos mais acometidos são ossos, coração e cérebro. Esses quadros são muito graves e devem ser abordados no contato direto entre o médico e o paciente, algo que vai além da proposta deste post, portanto, não iremos aprofundar.

Diagnóstico da sífilis

Além de uma apuração história clínica bem feita e o exame físico do paciente, o médico tem como auxílio para o diagnóstico da sífilis:

  • Avaliação de microscopia de campo escuro (que detecta as espiroquetas retiradas diretamente das lesões);

  • Testes não treponêmicos (que não detectam especificamente anticorpos contra a doença);

  • Testes treponêmicos (que procuram especificamente anticorpos contra as bactérias da infecção).

Entre os testes, os mais comumente aplicados são VDRL (não treponêmico) e FTA-ABS (treponêmico).

Outras ferramentas podem ser utilizadas para pesquisas de lesões de órgãos e devem ser escolhidas de acordo com manifestação do paciente e o tempo de evolução.

Tratamento para essa IST

O tratamento para essa IST deve ser direcionado ao tipo de sífilis que o paciente manifesta. Geralmente, a abordagem envolve o uso de Penicilina G Benzatina, para a maioria das infecções, e Penicilina aquosa, para o acometimento neurológico (neurossífilis).

É importante ressaltar que devem ser tratadas todas as pessoas que tiveram contato sexual com o paciente nos 90 dias do diagnóstico de sífilis primária, secundária ou latente precoce (isto é, mais que um ano).

Se não houver como testar ou a possibilidade de acompanhamento for incerta, mesmo aqueles com mais de 90 dias de intervalo entre a relação e o diagnóstico precisam ser tratados. Em outras palavras, todos os pacientes precisam de controle de cura com avaliações de três, seis, 12 meses e anualmente, até que se tornem não reagentes ou pouco reagentes.

Prevenção é essencial

Considerando a gravidade dos casos da sífilis, a dificuldade diagnóstica e a frequência crescente que tem sido observada, mais uma vez, a palavra prevenção, com o uso de preservativos e cuidados com o próprio corpo, por meio do autoconhecimento, tem que ser destacada.

Portanto, previna-se! Essa onda pega!

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