Nássara
O perfeito fazedor de artes
Isabel Lustosa
Biografia   132 páginas
Coleção Perfis do Rio
co-edição Secretaria Municipal de Cultura / RioArte e Relume Dumará
13 x 21 cm
15 fotos

Eu me chamo Antônio Gabriel Nássara. Também me assino como Antônio Nássara. Mas me identifico melhor como Nássara. Há os que me chamam por psiu, meu chefe, alô, meu chapa, hei e etc... Sou reservista, 2ª categoria, pela minha carteira sei o seguinte a meu respeito: tenho 1,68 de altura, sou de cor branca, tenho cabelos castanhos (ainda são), a boca regular, o rosto oval, nariz regular. Que leio – sim – que escrevo – sim – que conto – sim (até nove) – outros sinais: calço 38 no inverno – 39 no verão – o mesmo acontecendo com o colarinho. Nascido em São Cristóvão e criado em Vila Isabel, no ex Distrito Federal, hoje Guanabara, que sou vacinado e sabia nadar.

"Nássara representa, com a sua música, com o seu desenho, com as suas

cores, a síntese mais perfeita do Rio de Janeiro."

A pesquisadora Isabel Lustosa mostra que Nássara pertenceu a uma geração muito especial: a que emergiu da vida cultural brasileira depois da revolução de 30 e mudou o país, e que foi gente como ele que deu à nossa cultura a cara que ela tem hoje.

É com esse pensamento que ela transporta o leitor para a intimidade de suas longas conversas com o caricaturista, compositor e radialista e transforma este perfil em um delicioso e animado bate-papo. Através das amizades e parcerias de Nássara, Isabel conta todas as artes deste perfeito carioca (meio doido e meio moleque) que desfilava elegância pelas ruas da cidade com sua bengala, as roupas claras e o sorriso maroto. Um homem simples, um amigo afetuoso e sincero, um papo admirável que resultou em grandes sucessos como Alá-lá-ô e Balzaquiana e caricaturas memoráveis.

Isabel Lustosa nasceu em Sobral (CE), em 1955. É chefe da Pesquisa Histórica da Fundação Casa de Rui Barbosa; mestre e doutora em Ciência Política pelo IUPERJ, onde defendeu a tese "Insultos Impressos - a guerra dos jornalistas na Independência" (1997), e autora de Histórias de Presidentes - a República no Catete (1989), Brasil pelo método confuso - humor e boêmia em Mendes Fradique (1993) e dos infantis O Chico e o avô do Chico (Prêmio Carioquinha de Literatura, 1996) e A História dos Escravos (Cia. das Letrinhas, 1998). Isabel tem se especializado na história da nossa imprensa, com ênfase na imprensa de humor e de caricatura, tendo publicado diversos artigos sobre o tema.