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A aerografia aplicada no Bel Air reproduziu a grade frontal e os para-choques cromados. Já os frisos na lateral traseira surgiram com a técnica em alto relevo | Fotos: Arquivo pessoal
A aerografia aplicada no Bel Air reproduziu a grade frontal e os para-choques cromados. Já os frisos na lateral traseira surgiram com a técnica em alto relevo| Foto: Fotos: Arquivo pessoal
  • A técnica usada pelo artista Bene Costa faz o focinho do urso se projetar sobre o capô do Opala de arrancada
  • A técnica usada pelo artista Bene Costa faz o focinho do urso se projetar sobre o capô do Opala de arrancada
  • Chave canivete tamanho gigante
  • Logotipo da Nokia esculpida uma a uma formando a faixa dupla do Mustang
  • A Super Bee estilizada no Dodge Dart
  • Réplicas de capacetes famosos
  • Pintura imitando madeira

Além de travarem um duelo a mais de 400 km/h nas provas de arrancada, o Opala Comodoro 1977 do piloto Agenor "Scort" Scortegagna Jr. (PR) e o Bel Air 1957 customizado de André Takeda (SP) brigam também no quesito aparência. Ambos têm na pintura um ingrediente a mais para atrair os olhares do público. Enquanto o Opalão exibe um enorme urso feroz no capô, o outro chama a atenção pela reprodução fiel da grade frontal e dos para-choques cromados tal qual o clássico da década de 50 da Chevrolet.O responsável pelos dois projetos é o curitibano Bene Costa, 49 anos, um expert em aerografia. No Bel Air, a técnica usada no para-choque criou a impressão de que o acessório é mesmo cromado. Mas na verdade não passa de um desenho feito sobre a carroceria em fibra de carbono. "Não usei um pingo de tinta cromada. É tudo aerografia", diz Costa. Na traseira, os para-choques de tão brilhantes pelo "efeito cromo" chegam a "refletir" um céu azul com nuvens, também criado pelo artista. Até o friso lateral traseiro, que ganhou um aplique em alto relevo, é capaz de enganar o mais observador. No Opala, Costa utilizou uma técnica que mescla alto e baixo relevo. O realismo dos traços diferencia o trabalho de outros processos como plotagens e aplique com verniz. No desenho do urso arranhando o capô, nota-se que as garras e o focinho do animal estão num nível mais elevado em relação ao restante da imagem, criando uma ilusão tridimensional. Para dar mais vida ao animal, o artista usou pincel para realçar o brilho nos dentes, os pelos nas patas e as veias nos olhos. Costa explica que o método usa preenchimento falso e que a descoberta veio por acaso, há seis anos, durante um erro cometido numa adesivagem em painel. "A logomarca ficou embaixo do adesivo, dando efeito de relevo. Fiquei chateado, pois o trabalho estava perdido, porém nasceu ali o primeiro passo para a aplicação da técnica. Depois disso, foi só aperfeiçoar", revela o curitibano, proprietário do Studio BSC.Além das máquinas de arrancada, ele tem outros projetos interessantes que envolvem carros. Um deles feito num Mustang GT 2007 conversível, encomendado pela fabricante de celular Nokia. Ele redesenhou, a partir de 2.600 minúsculos logotipos da marca, a lendária faixa dupla que atravessa pelo centro toda a extensão do ícone esportivo. "Depois do preenchimento, fui esculpindo letra por letra", recorda. O serviço, produzido em parceria com a TMC Con­cept, do ex-piloto de F-1 Tarso Mar­ques, agradou tanto os executivos da multinacional que o Mustang correu o mundo em eventos promocionais. "Só tive dó de lixar a carroceria do carro zerinho", diz Costa, que iniciou a carreira como le­­treirista de fachada.O estilo desenvolvido pelo curitibano ganhou reconhecimento até do norte-americano Chip Foose, o "papa" do design automotivo no mundo. Ele elogiou a aerografia aplicada num Dodge Dart, onde a "Super Bee" realiza um burn-out, expressão inglesa para a técnica de "fritar" os pneus no asfalto, o que resulta em muita fumaça. A "Su­­per Bee", no caso, é a abelha mascote que identifica uma das versões do Dodge Dart.

Freezer de "madeira"A criatividade de Bene Costa não se restringe apenas a carrocerias de carros. Ela também está presente em tanques, para-lamas e capacetes de motos, baú de caminhão, além de fachadas comerciais. Uma das especialidades do artista é a re­­produção de objetos em dimensões maiores, técnica conhecida co­­mo mocape. Seu mais recente tra­­balho foi a ampliação de uma chave automotiva estilo canivete. Costa guarda ainda duas réplicas perfeitas dos capacetes dos campeões mundiais de F-1 Emerson Fittipaldi e Nigel Mansell, consideradas por ele um dos seus melhores projetos. O artista está se aperfeiçoando na técnica de pintura que imita madeira, chamada de wood grain. Duas de suas obras estão expostas na casa do piloto Agenor "Scort" Scortegagna Jr.: uma geladeira e um freezer "de madeira" com dois ursos desenhados na porta. O bichano é uma referência ao apelido de Scort, conhecido no mundo da arrancada como "Big Bear" ("Grande Urso"). Serviço:Confira outros trabalhos de Bene Costa no site oficial (www.studiobsc.com). Studio BSC – (41) 3015-7923/ 9931-1776.

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